O GLOBO ● RIO ● AZUL MAGENTA AMARELO PRETO PÁGINA 17 - Edição: 6/10/2011 - Impresso: 5/10/2011 — 21: 52 h Quinta-feira, 6 de outubro de 2011 RIO O GLOBO ● 17 A mangueira que dá sombra, frutas e brigas Moradores do Leblon se unem para evitar que árvore centenária seja derrubada por construtora Marco Antonio Cavalcanti Camila Maia Isabel de Araujo [email protected] ● Enquanto no Humaitá árvores estão sendo cortadas com aval da Secretaria municipal de Meio Ambiente, uma mangueira centenária no Leblon pode ter seu destino definido hoje. A planta está num terreno comprado pela construtora Mozak Engenharia, na altura do número 646 da Rua Humberto de Campos, esquina com a General Urquiza. No local, uma casa foi derrubada para dar lugar a um edifício de dez andares. A construtora disse que hoje informará se vai preservar a árvore. A possibilidade de a árvore ser derrubada tem mobilizado moradores de prédios vizinhos. Eles dizem que as pessoas estão habituadas a aproveitar a sombra e até a comer os frutos da mangueira, que vira e mexe aparecem caídos no chão. A planta também faz a alegria de pássaros e micos, muito comuns por ali. — Cansei de comer os frutos desta mangueira. Algumas pessoas retiram do pé, mas eu não. Espero cair, coloco tudo num saco e ainda distribuo para os moradores que passam aqui pela portaria — conta, orgulhoso, o zelador Antônio da Silva, funcionário há dez anos do edifício localizado em frente ao terreno que abriga a mangueira. O aposentado José Araújo mora no prédio colado ao terreno. Ele disse que não consegue se imaginar morando num apartamento com “visão privilegiada” para um bloco de concreto. Morador do bairro há 30 anos, José conta que costuma ser acordado com o som dos pássaros. Alguns dos galhos da mangueira quase tocam na varanda do apartamento dele. — É muito triste pensar que podem derrubar uma árvore saudável a troco de nada — reclama o aposentado. UM CLARÃO em terreno no Humaitá mostra a destruição de um jardim de Burle Marx A MANGUEIRA, no canteiro de obras, cujo destino mobiliza moradores do Leblon Defensora das árvores do bairro, a também aposentada Maria Luiza Rangel disse que vai fazer de tudo para tentar impedir a derrubada. — Me considero uma protetora da natureza. Fico acompanhando da janela do meu apartamento toda vez que fazem as podas aqui na rua. E reclamo quando vejo algo errado. Não vou facilitar a vida de quem pretender derrubar a mangueira. É um absurdo considerarem a ideia de matar esta árvore — critica. A Associação de Moradores do Leblon (AMA- Leblon) também pretende se mobilizar para impedir que a mangueira seja morta. — Nos últimos seis meses, o bairro perdeu mais de dez árvores. Infelizmente nossa legislação permite este tipo de atrocidade. Há a compensação ambiental, mas não existe a garantia de que as mudas serão plantadas no mesmo bairro — reclama a presidente da associação, Evelyn Rosenzweig. A construtora Mozak Engenharia pediu ontem um prazo de 24 horas para responder se a árvore vai ser mesmo retirada do terreno. A Secretaria municipal de Meio Ambiente informa que a Mozak ainda não pediu autorização junto ao órgão para cortar a planta. A preocupação de moradores do Humaitá com a destruição de parte da vegetação no terreno de uma casa no bairro, no número 91 da Rua Icatu, foi noticiada ontem na coluna de Ancelmo Gois. O imóvel pertencia à família Nabuco, e os jardins fo- ram projetados pelo paisagista Burle Marx, que morreu em 1994, aos 84 anos. O arquiteto Haruyoshi Ono, que hoje dirige a empresa de propostas paisagísticas Burle Marx & Cia Ltda, fundada em 1955, critica a autorização dada pelo poder público para a remoção das plantas. — Vi a nota na coluna do jornal e reconheci a casa. Lamentável que a prefeitura permita isso. Derrubar árvores saudáveis é um crime. Não conheço a situação daquelas plantas, mas vi que dezenas vão ser mortas — disse, indignado. A Secretaria municipal de Meio Ambiente informa que há 237 árvores naquele terreno e autorizou o corte de 46 plantas, sendo que três seriam árvores já mortas. Serão preservadas 191 árvores no local e haverá medida compensatória com o plantio de 335 espécies nativas da Mata Atlântica. ● AMANHÃ, As árvores que resistiram O GLOBO - PROJETOS DE MARKETING Ônibus para o Rock in Rio tem aprovação do público O público que foi ao Rock in Rio demonstrou Os ônibus Primeira Classe não eram a única forma de chegar à Cida- satisfação com o serviço de transporte, em par- de do Rock. Além das linhas regulares que passavam nas imediações, foram ticular com as linhas especiais de ônibus criadas criadas no terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, linhas circulares res- pela RioOnibus, RioCard e Fetranspor para os sete ponsáveis pelo transporte de 90 mil passageiros por dia dias de shows. Uma pesquisa divulgada pelo institu- em média. to Insider, com margem de erro de 2,6%, mostra que 97% das pessoas aprovaram a opção dos ônibus Primeira Classe, devido à localização dos pontos de embarque e ao seu conforto e praticidade. O levantamento foi feito com base em 1.400 entrevistas realizadas entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro. A pesquisa avaliou o serviço em todos os dias e locais de embarque. Aos entrevistados foi pedido que dessem notas de 0 a 10. O resultado mostra uma satisfação ônibus Primeira Classe e as linhas circulares transportaram quase 60% do público do Rock in Rio. Juntos, os Não foi registrado qualquer acidente durante todo o evento. Agradecemos a participação e o reconhecimento da população carioca na escolha de um transporte diferenciado e de qualidade. geral com o serviço de 8,64, com níveis de satisfação superiores à média observados na Praça Saens Peña , Norte Shopping , Méier, Rodoviária Novo Rio, Aeroporto Santos 92% Dumont, Campo Grande e Rio Sul. 310 ônibus especiais, colocados à disposição do público, tiveram uma média de 27 mil passageiros por dia. As mulheres Os Aprovaram formaram a maioria (58%) dos que adquiriram o cartão RioCard Rock in Rio, que dava acesso ao serviço. 106 mil cartões foram vendidos. Os turistas representaram 16% dos passageiros, a maior parAo todo, te vinda dos estados de São Paulo e Minas Gerais. “Todas as informações contidas neste espaço são de responsabilidade da Fetranspor, produzidas pela Rabaça & Associados/ Ampersand”. 5% Aprovaram parcialmente 3% Não Aprovaram