ética: entre o bem e o mal

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Aluno:_____________________________________________________________
Série/ano: 8° Turma:_____Turno: _________Professor: ____________
Data: ___/___/___
ÉTICA: ENTRE O BEM E O MAL
Estudante, você está iniciando o 8º Ano e, como você
deve ter percebido, a Filosofia é uma das disciplinas que fazem
parte do seu cotidiano escolar. Nesta unidade estudaremos a
questão da Ética. O que é Ética?
Antes de respondermos a tal pergunta, procure pensar
sobre a seguinte situação: imagine que você é um politico que
antes de ser eleito fez muitas promessas aos seus eleitores. Porém,
você sabe que não tem como cumprir suas promessas. E fica
pensando: Devo contar a verdade aos eleitores ou devo mentir? A resposta a essa pergunta tem tudo a ver com
ética. Podemos considerar ético somente o politico que só promete o que deve cumprir. Estamos falando de
uma coisa chamada honestidade e respeito. O homem ético é aquele que tem valores e virtudes. E falar sempre
a verdade é uma importante virtude que deve ser seguido por todos os indivíduos de nossa sociedade.
PARA REFLETIR
ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL
Toda cultura e cada sociedade
instituem uma moral, isto é, valores concernentes
ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido e a
conduta correta e a incorreta, válidos para todos os
seus membros. Culturas e sociedades fortemente
hierarquizadas e com diferenças de classes muito
profundas podem até mesmo possuir várias
morais, cada uma dela referida aos valores de uma
classe social.
No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explicita de uma ética, entendida
como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores
morais. Ao contrário, toda sociedade tende a naturalizar a moral, de maneira a assegurar sua perpetuação
através dos tempos. De fato, os costumes são anteriores ao nosso nascimento e formam o tecido da sociedade
em que vivemos, de modo que acabam sendo considerados inquestionáveis e as sociedades tendem a neutralizálos (isto é, a toma-los como fatos naturais existentes por si mesmos). Não só isso. Para assegurar seu aspecto
obrigatório que não pode ser transgredido, muitas sociedades tendem a sacraliza-los, ou seja, as religiões os
concebem ordenados pelos deuses, na origem dos tempos. Como as próprias palavras indicam, ética e moral
referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e
obrigações para conduta de seus membros.
A filosofia moral ou a disciplina denominada de ética nasce quando se passa a indagar o que são, de
onde vem e o que valem os costumes.
A filosofia moral ou a ética nasce quando, além das questões sobre os costumes, também se busca
compreender o caráter de cada pessoa, isto é o senso moral e a consciência moral individual.
Podemos dizer com base nos textos de Platão e de Aristóteles que, no Ocidente, a ética, ou filosofia
moral, inicia-se com Sócrates.
MORAL E ÉTICA
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O que significa praticar o bem?
O que significa praticar o mal?
O que é ser justo?
Ser ético é ser responsável?
Essas e muitas outras questões fazem parte da vida do ser
humano desde o seu nascimento. Imagine como seria nossa vida e não
existissem leis e normas que determinassem como deveríamos agir na
sociedade em que vivemos. Essa questão do agir livremente sempre
inquietou os filósofos, desde a Grécia antiga até os dias atuais. Como
seria a vida se não existisse punição, e se tudo fosse permitido?
Observe a imagem ao lado e faça uma reflexão sobre a questão da ética
em sala de aula.
A partir dessa imagem podemos afirmar que ética é o estudo dos padrões morais e de conduta dos
indivíduos em uma sociedade. No caso dos alunos que roubaram o giz da professora, esses não tiveram uma
conduta moral aceitável.
Ética é também chamada de filosofia moral. A palavra Ética é derivada do grego Éthos que
significa costumes. A palavra de origem latina que correspondem a Ética e Moral, derivada de mores, que
também significa costume. O filósofo alemão Immanuel Kant referia-se a ética como sendo a doutrina dos
costumes ou ainda a ciência das leis da liberdade.
Apesar de Moral e Ética serem tomados como sinônimos, no geral eles expressam conceitos
bastante diferentes. Ética é parte da Filosofia que tem como objetivo refletir sobre os conceitos e os princípios
que fundamentam a vida moral. Por sua vez, a Moral diz respeito ao conjunto de regras relacionadas à questão
do bem e do mal, do justo e do injusto.
1.1.1
A ORIGEM DA MORAL:
A moral surge a partir do momento em que o homem supera a natureza puramente natural, instintiva e
passa a desenvolver uma natureza social, isto é, passa a ser membro de uma coletividade. Vivendo numa
coletividade, o homem se submete a uma série de normas, mandamentos ou prescrições, a partir dos atos ou das
qualidades dos membros da comunidade. Assim nasce a moral, cuja finalidade é assegurar a concordância do
comportamento de cada um com os interesses coletivos.
No mundo grego, a moral estava intimamente relacionada à politica, como sendo técnica de dirigir e
organizar as relações entre os membros das comunidades sobre bases racionais.
Já na sociedade medieval, por conta do papel preponderante da igreja na vida espiritual da sociedade, a
moral estava impregnada de conteúdo religioso e o poder espiritual eclesiástico acabava sendo aceito por todos
os membros da sociedade.
Na sociedade capitalista, acabou predominando uma moral individualista e egoísta, motivadas pelas
relações sociais burguesas.
O ATO MORAL
Você já se questionou por que precisamos ter uma consciência crítica para vivermos bem no mundo
atual? Na verdade precisamos ter uma consciência moral. Assim teremos condições para fazer uma escolha
certa, ao mesmo tempo em que seremos capazes de discernir o valor moral de nossos atos.
Quando falamos em moral, logo nos vêm à mente normas de comportamento. Na verdade, na moral
encontramos aspectos fundamentais: o normativo e o fatual.
2.1 O NORMATIVO:
O normativo diz respeito as normas ou às regras de ação que anunciam o “dever ser”. No plano normativo,
encontramos as regras que postulam determinado tipo de comportamento: “ama o teu próximo como a ti
mesmo”; “cumpra a sua obrigação de estudar”; “respeita teus pais”; “não mintas”; “não roube”; “não te tornes
cumplice de uma injustiça”.
2.2 O FATUAL:
O fatual, ou plano dos fatos morais, diz respeito aos atos humanos quando se realizam efetivamente, isto é,
que são independentes de como pensamos que poderiam ser. Ao plano fatual pertencem nossas ações concretas:
o ato pelo qual você se mostra solidário a uma pessoa que foi injustiçada; atos de respeito para com seus pais;
quando você denuncia uma injustiça etc. Daí, concluímos que o campo do fatual é a efetivação ou não da norma
na experiência vivida.
O normativo não existe independentemente do fatual, mas aponta para um comportamento efetivo. O
normativo existe para ser realizado, o que de certo modo não significa que se realize necessariamente. Vejam
bem, as normas existem e valem independentemente da medida em que se cumprem ou se violem.
Podemos afirmar que o normativo e o fatual não coincidem; todavia, como já foi visto, encontram-se numa
situação mútua: o normativo exige ser realizado, por isso, orienta-se no sentido do fatual; o realizado, isto é, o
fatual, só ganha significado moral na medida em que pode ser referido positiva ou negativamente a uma norma.
Concluindo, podemos dizer que todo ato moral tem um motivo, isto é, aquilo que impulsiona o indivíduo a
agir ou a procurar alcançar um determinado fim. Por exemplo: a pessoa quando é levada a denunciar uma
injustiça social, pode ser levada por uma paixão sincera pela justiça, ou desejar apenas alcançar espaço na mídia
com tal comportamento. Assim, um mesmo ato pode se realizar por motivos diferentes. Os motivos constituem,
desse modo, um aspecto importante do ato moral. O ato moral implica, pois, na consciência de um fim e na
decisão de realiza-lo.
2.3 RESPONSABILIDADE
O que é ser responsável? Você se considera uma pessoa responsável? Você já parou para pensar na
importância de ser responsável?
Ora, responsável é aquela pessoa capaz de responder pelos seus atos, assumindo-os e reconhecendo-se como
autor deles. Desse modo, o homem, para se tornar totalmente livre e responsável, precisa assumir os seus atos e
responder pelas consequências destes de forma consciente. Vejamos o que dizem alguns filósofos sobre o tema
em questão:
Para o filósofo francês Jean-Paul Sartre “o homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo
em suas costas; ele é responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto maneira de ser”.
Já para o filósofo alemão Friedrich Hegel “atribuir a um homem a responsabilidade de uma conduta é o que
se chama imputar-lhe essa conduta”. Às crianças, que estão ainda no estado de natureza, não se pode imputar
nenhuma conduta: elas não são ainda responsáveis; o mesmo ocorre com os loucos ou os idiotas.
CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE MORAL
Saiba você que pelo fato de vivermos em sociedade, temos de respeitar as regras de convivência
social. As sociedades só sobreviveram porque estabeleceram normas de comportamento. Essas normas são
relativas ao nosso ambiente sociocultural, o que quer dizer que cada sociedade elege, de acordo com os seus
costumes e tradições, o que é permitido ou não fazer. Portanto, o que normalmente permitido em uma sociedade
pode não ser em outra.
Normas sociais são regras que determinam a boa convivência entre as pessoas e têm como
pressuposto a ideia de que, sendo justas, o respeito a elas beneficiam a todos. Assim, por exemplo, respeitar o
lugar numa fila não só é justo como socialmente benéfico. Desrespeitar uma norma pode ter como
consequência uma censura ou uma punição. “furar” uma fila pode não levar você a ser preso, mas fará você
sofrer uma censura e, se você for uma pessoa justa e ética, se sentirá constrangido, o que de certa forma
também é uma punição.
Chamamos de moral às ações que estão de acordo com as normas estabelecidas são, então, imorais.
Já sabemos que para viver bem no mundo atual precisamos ter uma consciência critica. Isto é,
precisamos ter uma consciência moral. Já vimos que quando a ação de uma pessoa não está de acordo com a
norma estabelecida pela sociedade, seu comportamento é considerado imoral.
Um bom exemplo disso é o chamado “jeitinho brasileiro”. São
condutas de comportamento que muitas vezes parecem inocentes ou engraçadas,
mas que, na verdade, demonstram o desrespeito pelo ser humano e pelas normas.
Essas coisas acontecem, por exemplo, quando uma pessoa estaciona
em um lugar proibido e o guarda dá um “jeitinho” de cancelar a multa. Sem falar
daquelas pessoas que se beneficiam do dinheiro público e fica por isso mesmo.
Na verdade, o “jeitinho brasileiro” é uma prática imoral que dá lugar ao oportunismo e a
impunidade em nossa sociedade. Além de ser injusto, é um ato que prejudica direta ou indiretamente a todos.
Porém, não é uma prática exclusiva do Brasil. Em muitos Países acontecem da mesma forma.
Sabemos que os nossos atos podem sofrer censuras ou punição, mas não devemos fazer as coisas ou
deixar de fazê-las simplesmente porque podemos sofrer as consequências dos nossos atos. Podemos até
discordar das normas e tentar muda-las ou aperfeiçoa-las, mas o que deve está por atrás de nossas ações é a
nossa consciência. É ela, acima de tudo, que deve determinar se devemos agir dessa ou daquela maneira,
sempre entendendo que nossas ações têm de ser justas e que nós temos os mesmos direitos que os outros e que,
portanto, temos também as mesmas obrigações. Devemos obedecer à nossa consciência independente de
estarmos sendo ou não vigiados. Agir de acordo com a consciência é um exercício de liberdade. Só podemos
nos considerar livres quando agimos segundo nossa razão. Só podemos ser considerados cidadãos éticos
quando atingimos esse grau de consciência. Portanto, ter consciência significa agir de forma justa, escolhendo
sempre o bem de forma voluntária e não por imposição externa.
3.2 A “ÉTICA” DO JEITINHO BRASILEIRO E DA MALANDRAGEM
Na política o “jeitinho brasileiro” e a “malandragem” são também
uma realidade. Quem está no poder, muitas vezes se utiliza das oportunidades do
cargo, usando o artificio da influência para ganhar algo por fora. Essa cultura da
malandragem é estimulada pela “ética frouxa” e pela impunidade.
Nos últimos anos, muitos escândalos, envolvendo políticos
brasileiros, tomaram conta dos meios de comunicação de massa, isso ilustra
muito bem esse ato imoral de tentar levar vantagem em tudo.
3.3 O ATO RESPONSÁVEL
Você já sabe que responsável é aquela pessoa capaz de responder pelos seus atos, assumindo-os e
reconhecendo-se como autor deles. Desse modo, o homem, para se considerar plenamente livre e responsável,
precisa assumir os seus atos e responder pelas consequências desses de forma consciente.
Para a filosofia, responsabilidade é uma consequência da liberdade. O ato livre é necessariamente
um ato pelo qual o homem deve responder.
Como você deve estar lembrado, Sócrates era considerado por seus discípulos o mais sábio e justo
dos homens. Deve lembrar-se também de sua resignação na hora de sua morte. Ele preferiu perder a vida a
renegar aquilo que considerava a verdade. Em nenhum momento traiu sua consciência e recusou-se a fugir da
prisão, assumindo de forma serena sua responsabilidade pelos seus atos e suas crenças. Sócrates foi um
exemplo raro de consciência e de responsabilidade moral e intelectual.
Sócrates foi um dos primeiros filósofos a se preocupar com a questão da ética. Para ele todas as
reflexões filosóficas deveriam girar em torno dela. Praticar o bem, para ele, era uma questão de sabedoria. Todo
o mal, para Sócrates, estaria ligado à ignorância. O mal é filho da ignorância só os ignorantes são maus. Quem é
sábio é bom. O homem que conhece o bem é sábio e sente a necessidade de ser bom, pois só assim se torna
feliz.
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