UD V – ASSUNTO 2. – A DESCOLONIZAÇÃO OBJETIVOS: - Identificar os fatores que levaram ao processo de descolonização da África e Ásia. - Analisar os principais conflitos regionais ocorridos na África, na Índia e na Indochina. . SUMÁRIO. 1.SIGNIFICADO DE DESCOLONIZAÇÃO; 2. ANTECEDENTES; 3. CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO. 4. CONFERÊNCIA DE BANDUNG 5.FORMAS DE RUPTURA 6. PRINCIPAIS RUPTURAS 7. O MUNDO ÁRABE 8. CONCLUSÃO. 1.DESCOLONIZAÇÃO - SIGNIFICADO Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo qual uma ou várias colônias adquiriram ou recuperaram a sua independência, geralmente por acordo entre a potência colonial e um partido político ou movimento de libertação. 2.DESCOLONIZAÇÃO - ANTECEDENTES -Colonização da África – Tráfico negreiro entre Séculos XV e XIX; – Imperialismo a partir do final do Século XIX com a Partilha da África; Colonização da Ásia – Colonialismo através das Companhias das Índias entre Séculos XV e XIX; – Imperialismo a partir do final do Século XIX; 3.CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA a. Movimentos emancipacionistas e nacionalistas Diversos grupos locais organizaram em seus países movimentos para lutar contra a opressão e exploração das nações estrangeiras no pós - 2ª guerra. b. Consciência anticolonialista e anti-imperialista Após a 2ª Guerra Mundial, a opinião pública europeia desenvolveu uma consciência contrária ao colonialismo e os fundamentos da Missão Civilizadora caíram por terra. c. Crise econômica europeia – A manutenção do domínio colonial por meio de forças militares foi bastante dificultada pela delicada situação econômica das potências europeias no pós - 2ª guerra. d. Guerra Fria – Interessados em influenciar as regiões colonizadas, EUA e URSS procuraram apoiar as lideranças dos grupos emancipacionistas afro-asiáticos e atraí-las para seu bloco no pós - 2ª guerra. e. Criação da ONU – Baseada nos princípios da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, a ONU criada no pós - 2ª guerra posicionou-se contra o colonialismo. f. A 2ª Guerra Mundial Pode ser notada como a principal causa do sufocamento do modelo imperialista, pois o empobrecimento causado pelo esforço de guerra deixou as metrópoles sem condições para manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias distantes. Esses problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colônias. 4. CONFERÊNCIA DE BANDUNG A Conferência de Bandung foi um encontro realizado em 1955 na Indonésia, em que 23 países africanos e 6 asiáticos propuseram o fim da dominação neocolinialista e buscaram promover uma cooperação econômica e cultural de perfil afro-asiático, que fizesse frente à atitude imperialista ideológica das duas grandes potências da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética, bem como de seus liderados. A maioria dos países participantes da conferência vinha da amarga experiência imperialista, em que experimentaram o domínio econômico, político e social, além das consequências comuns daquele modelo de dominação. -Bandung deu origem a uma política de não alinhamento uma postura diplomática e geopolítica de equidistância das grandes potências nucleares, através da qual dezenas de nações tentariam não ser transformadas em joguetes dos titãs da Guerra Fria. -Entre os diversos pontos levantados no decorrer daquela reunião, os principais foram: -Rejeição à divisão mundial nos blocos socialista e capitalista e defesa de uma política de não alinhamento automático com as superpotências; -Proclamação do direito de autodeterminação política, reprovando-se, portanto, o imperialismo político, econômico e ideológico; -Condenação do racismo e da corrida armamentista. 5. FORMAS DE RUPTURA O processo de ruptura dos países da África e da Ásia com as metrópoles deu-se de duas formas: Ruptura pacífica: As metrópoles reconheciam a emancipação política das colônias, mas procuravam preservar as relações econômicas de dominação. Ex: A Inglaterra, ao perceber que o movimento de emancipação era irreversível, procurou preservar as novas nações sob sua influência. Promoveu uma descolonização gradual, procurando integrálas em seu círculo de relações econômicas, a exemplo da Comunidade Britânica (Commonwealth). Isso aconteceu, entre outros, com a Índia e o Ceilão (atual Sri Lanka). Ruptura violenta: Alcançada mediante o conflito armado entre metrópole e tropas de libertação da colônia. Ex: França e Holanda tentaram neutralizar alguns movimentos de independência à força. O conflito terminava, então, em choques armados, como aconteceu na Indochina (colônia francesa) e na Indonésia (colônia holandesa). Nessas regiões, a luta gerou condições para a intervenção de grupos comunistas. 6. PRINCIPAIS RUPTURAS Indochina - Colônia francesa desde 1883, a Indochina compreendia o Vietnã, o Laos e o Camboja. Aquela península foi ocupada pelos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial. Após a derrota japonesa na guerra, a França tentou recuperar o controle sobre a região, deflagrando a Guerra da Indochina (1946-54), em que se destacou a liderança de HO CHI MINH, do movimento de libertação vietnamita comunista. A paz foi discutida na Conferência de Genebra, na qual a Indochina foi dividida em seus três países primários: Camboja, Laos e Vietnã. O Vietnã, por sua vez, seria dividido em dois: Vietnã do Norte, comunista, capital Hanói e o Vietnã do Sul, capitalista, capital Saigon. O acordo de Genebra decidiu que em 1956 seriam realizadas eleições gerais para a unificação do país. A alta interferência comunista na região, rechaçada pela influência norteamericana foi a causa da Guerra do Vietnã, já abordada anteriormente. ÁFRICA INGLESA - Os movimentos de independência das colônias inglesas caracterizaram-se, em geral, pela ruptura pacífica. Foram os casos, por exemplo, de Gana (década de 1950) e de Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia (década de 1960). Também obtiveram sua independência Zâmbia, Tanzânia e Uganda. No QUÊNIA, entretanto, a emancipação política foi precedida de conflitos violentos devido à resistência da população branca local, que detinha 25% das terras mais férteis do país. Em Ruanda, após a Independência, no final da década de 1990, 02 grupos étnicos disputaram o poder por meio de verdadeiros genocídios de ambos lados (tutsis versus hutus) NA ÁFRICA DO SUL, país mais rico do continente, a dominação secular dos representantes da minoria branca de origem europeia, sobretudo de ingleses e holandeses, impôs à população negra um regime de segregação racial, além da exploração das grandes reservas naturais daquele país. Esse regime racista, conhecido como APARTHEID, foi o grande entrave para que a população local adquirisse sua emancipação. O APARTHEID resistiu até 1993, quando a realização de eleições multiétnicas levaram o líder NELSON MANDELA a se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul. ÁFRICA FRANCESA – Tendo vivido experiência negativa no caso da INDOCHINA, o governo francês procurou negociar formas pacíficas de ruptura com suas colônias na África, como Marrocos, Tunísia, Camarões, Costa do Marfim, Senegal e Madagascar. Em 1960, estava praticamente desfeito todo império colonial da África. Houve, no entanto, intensa luta armada na ARGÉLIA, onde a minoria de origem francesa controlava a vida política e econômica do país e era contra a separação da França. Em 1954, tiveram início violentos conflitos pela independência, liderados pela Frente de Libertação Nacional (FLN). Em 1962, a França reconheceu a independência da Argélia. ÁFRICA PORTUGUESA - O processo de independência das colônias portuguesas ocorreu tardiamente. A resistência portuguesa à descolonização africana somente se desfez após a queda da ditadura salazarista, abrindo-se caminho para a independência de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola. Em ANGOLA formaram-se três grupos armados que disputaram o vácuo do poder: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de orientação comunista e outros dois de orientação anticomunista. A disputa pelo poder entre esses três movimentos guerrilheiros levou à luta armada. Em 1975, o país foi declarado independente, com o MPLA no poder. Mas a guerra civil continuou por duas décadas, período em que boa parte da população foi dizimada e o país foi reduzido a escombros. Em 1992, Angola abandonou a experiência comunista. Em MOÇAMBIQUE, ocorreu situação semelhante. 7. O MUNDO ÁRABE Em 1918, consequência da fragmentação do Império TurcoOtomano, França e Inglaterra estabeleceram a partilha do mundo árabe. À França coube a Síria e o Líbano e à Inglaterra, o Egito, Emirados Árabes, Jordânia, Iraque e Palestina, o que dava aos ingleses acessos ao petróleo daquela região. Durante esse período de dominação europeia, o fluxo de imigrantes judeus para a Palestina tornou-se considerável, até porque havia uma necessidade premente de fugir da perseguição nazista na Europa. Com o término da 2ª Guerra, franceses e ingleses abandonaram suas colônias árabes criando um vácuo do poder e, objetivando assentar a grande migração israelita daquela região. A ONU, sem consultar a população de origem árabe, resolveu em 1947 criar o Estado de Israel para abrigar os milhões de judeus já instalados naquelas terras. Israel foi inserido totalmente na região não soberana da Palestina, o que desagradou profundamente os povos árabes. Tanto palestinos, quanto os demais vizinhos recusaram-se a aceitar Israel e ainda em 1948, o Estado de Israel se viu imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Teve início então a chamada “QUESTÃO PALESTINA”, que vem sendo há mais de 60 anos o conflito devido à disputa entre árabes e judeus por um mesmo território. Essa disputa levou a várias guerras entre árabes e israelenses: Guerra do Canal de Suez (1956), Guerra dos Seis Dias (1967), Guerra do Yon Kippur (1973) e as duas Intifadas (revoltas populares de palestinos contra israelenses). Desde 1994, parte da Palestina está sob a administração da Autoridade Nacional Palestina, instituição estatal que deveria governar os territórios sob controle palestino: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. 8. CONCLUSÃO 1. O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E ÁSIA OBSERVOU A DIVISÃO TERRITORIAL REALIZADA PELOS PAÍSES IMPERIALISTAS NO SÉCULO XIX. 2. VÁRIOS PAÍSES APÓS A INDEPENDÊNCIA ENTRARAM EM GUERRAS CIVIS, PROVOCADAS PELOS MOVIMENTOS DE ESQUERDA RADICAIS. 3. A INDEPENDÊNCIA AGRAVOU OS GRAVES CONSTRASTES ECONÔMICOS, SOCIAIS E POLÍTICOS, COM A GRANDE MAIORIA DOS PAÍSES INDEPENDENTES SEGUIREM ADOTAREM O MODELO SOCIALISTA POLÍTICO E ECONÔMICO. 9. VERIFICAÇÃO 1.(UFES) “O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no Brasil, o maior país de população negra fora da África, se fala uma só língua e se pratica o sincretismo religioso.” ("O Globo" - 23/7/98) O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, NELSON MANDELA, que combateu duramente os sérios problemas enfrentados pela África do Sul após se libertar da sujeição efetiva à Inglaterra. Uma das dificuldades por que passadas pelo seu país foi a política de "apartheid". - Explique de maneira sucinta essa forma de dominação política. Resposta: Era o tipo de segregação racial, estabelecido oficialmente pelo Estado, que permitia que uma minoria de etnia branca controlasse o poder político e garantisse seus privilégios diante de uma maioria de etnia negra. 2. (ENEM-2007) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americanosoviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro. A partir do texto acima, assinale a opção correta. ( )A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio. ( )Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória. ( )A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel. ( )A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe israelense. ( )Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU. 3.(Mack-2007) A regra número um era matar. A regra número dois, não havia. Era uma organização sem complicações. (...) O conselheiro nos disse, a um de cada vez, que doravante não devíamos fazer mais nada a não ser matar os tutsis. Entendemos muito bem que era um programa definitivo. (...) Os hutus de todos os tipos tinham de repente se tornado irmãos patriotas sem mais nenhuma discórdia política. Já não jogávamos com os discursos políticos. Já não estávamos “cada um na sua casa”. E nos reuníamos no campo de futebol como um bando de amigos, e íamos para a caça por afinidade. Os trechos referidos são de depoimentos colhidos pelo jornalista JEAN HATZFELD, e reunidos em seu livro Uma temporada de facões. São relatos de criminosos genocidas que perpetraram, em meados da década de 1990, um terrível massacre de civis. Assinale a alternativa que menciona o país em que essa tragédia ocorreu. ( ) África do Sul. ( ) Armênia. ( ) Ruanda. ( ) Ucrânia. ( ) Tchetchênia. 4.(FUVEST-2010) Cartaz de 1994 da campanha de Nelson Mandela à presidência da África do Sul. Essa campanha representou a: ( ) luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente. ( ) conciliação entre os segregacionistas e os partidários da democracia racial. ( ) proposta de ampliação da luta anti-apartheid no continente africano. ( ) contemporização diante dos atos de violência contra os direitos humanos. ( ) superação dos preconceitos raciais por parte dos africânderes. 5.(UERJ-2006) O processo de descolonização afro-asiática, acelerado nas décadas de 1950 e 1960, provocou dissidências dentro das metrópoles. Um exemplo disso foi a independência argelina, que levou à criação da Organização do Exército Secreto-OAS. Por outro lado, os novos países começaram a participar ativamente das Organizações das Nações Unidas, com a criação do “Bloco de Países Não-alinhados”, a partir da Conferência de Bandung, em 1955. Tendo em vista a conjuntura descrita, apresente: a. dois objetivos desse bloco. Resposta: Dois dentre os objetivos: apoiar a libertação das demais colônias afroasiáticas; adotar uma posição de neutralidade no conflito EUA/URSS; recusar a política de alinhamento compulsório diante da bipolarização político-ideológica. b. uma razão da ocorrência da forte e violenta polarização política no processo de independência da Argélia. Resposta: O estabelecimento, desde o século XIX, de milhares de colonos franceses na Argélia que se apropriaram das melhores terras e que temiam por seu futuro com a independência argelina. 6.(UFES-1996) "Foi em 1968 que os Beatles cantaram a famosa música 'Revolution', fazendo sucesso ao som de um instrumento hindu, a cítara, aliada à guitarra elétrica." "(...) E exprimia o novo mundo que se impunha, com ramos americanos, japoneses, africanos e indianos se cruzando, se interpondo no panorama da história contemporânea. A 'mancha branca' que tanto ameaçara os continentes asiático e africano parecia perder a força em contato com a 'sombra' amarela e a preta que, de forma revolucionária, tomava conta da Terra, tentando mudar o mundo (...)." "Nessa década, trinta nações africanas irromperam no cenário mundial. Só nos doze primeiros meses, conhecidos como o 'Ano da África', dezessete países conseguiram sua independência política (...)." (Canêdo, Leticia Bicalho. A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA E DA ÁFRICA. 8 ed., São Paulo: Atual, 1992, p.33). O texto anterior se refere à década de 60 deste século, importantíssima para a descolonização da África. Sabemos, entretanto, que a emergência do continente africano se dá após 1955, sendo a Região do Magrheb, com exclusão da Argélia, a primeira a se tornar independente, em 1956. Qual a importância a Conferência de Bandung (Indonésia) para o início da descolonização da África? Resposta: A Conferência de Bandung, realizada na Indonésia em !955, debateu o problema do Terceiro Mundo e a questão do não-alinhamento, reunindo vinte e nove pessoas nações da África e Ásia, que declararam apoiar o anticolonialismo e combater o racismo e imperialismo. 7.(CESGRANRIO) "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz." (Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94) A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a): ( )fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung. ( )declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria. ( ) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente. ( )fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50. ( ) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais. 8. (FATEC) A descolonização do Oriente Médio enfrentou sérias dificuldades decorrentes, entre outras razões, das arbitrariedades cometidas na demarcação dos territórios de cada uma das novas nações. Esse procedimento, ao tentar solucionar os problemas dos ex dominadores, dividiu grupos tradicionais, tirando-lhes regiões ricas ou estratégicas, colocando, com isso, os nascentes Estados em rivalidade permanente e levando, algumas vezes, ao surgimento de guerras como a Guerra dos Seis Dias (1967). Esse conflito trouxe como principal problema para aquela região: ( ) o boicote petrolífero determinado pela OPEP contra os países do Ocidente. ( ) a guerra civil no Líbano após a queda de Nasser no Egito. ( ) a ocupação por Israel de vários territórios árabes, principalmente a margem ocidental do rio Jordão. ( )a internacionalização de Jerusalém e a ocupação israelense em Golan. ( )o fechamento do Canal de Suez e a ocupação egípcia da região do Sinai. 9. (UFMG) "O colonialismo em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente." Os argumentos dessa reinvindicação, expressa na Conferência de Bandung (1955), estavam fundamentados ( ) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem. ( ) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano II. ( ) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais. ( ) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano. ( ) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo. 10.(UERJ) “A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi.” (Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.) Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente africano é: ( ) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes ( ) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de guerras localizadas ( ) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista ( ) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades 11. (PUCSP) "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas taxas de inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela ausência ou fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns países não tiveram nem durante o colonialismo". LEILA LEITE Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615. O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência na segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que: ( ) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes blocos econômicos. ( ) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a contenção dos gastos públicos. ( ) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e político-administrativos das antigas metrópoles. ( ) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre todo o planeta. 12. (PUCMG) Na segunda metade do século XX, após décadas de dominação europeia, os povos da África conseguem se libertar. São marcas dos Estados Africanos hoje, EXCETO: ( ) o domínio exercido por uma elite africana em lugar do antigo dominador. ( )o falso desenvolvimento econômico realizado em proveito do capital externo. ( )a independência formal associada à manutenção do domínio de "tipo colonial". ( )a solidariedade dos povos negros em luta contra os resíduos da europeização. ( ) a tendência autoritária e violenta dos pequenos Estados recém-formados. 13.(PUC-rio) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o mapa político mundial na segunda metade do século XX. As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de uma. Qual? ( ) A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos de governo ocidentais inspirados nas experiências de suas metrópoles. ( ) Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade política sólida, o que permitiu a organização do movimento dos países "nãoalinhados", em Bandung, na Indonésia. ( ) Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de modernização e crescimento econômico com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional. ( ) Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções sociais, os novos Estados tenderam para o modelo soviético. ( ) Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as antigas metrópoles, os exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por desempenhar um papel de destaque na política nacional dos novos Estados. 14. (FUVEST) Na década de 1950, dois países islâmicos tomaram decisões importantes: em 1951, o governo iraniano de MOSSADEGH decreta a nacionalização do petróleo; em 1956, o presidente egípcio, NASSER, anuncia a nacionalização do canal de Suez. Esses fatos estão associados ( )às lutas dos países islâmicos para se livrarem da dominação das potências Ocidentais. ( )ao combate dos países árabes contra o domínio militar norte-americano na região. ( )à política nacionalista do Irã e do Egito decorrente de uma concepção religiosa fundamentalista. ( )aos acordos dos países árabes com o bloco soviético, visando à destruição do Estado de Israel. ( )à organização de um Estado unificado, controlado por religiosos islâmicos sunitas. 15. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes. Isto se explica ( ) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias. ( ) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral. ( ) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência. ( ) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação. ( ) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974. 16. ) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente: ( ) da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na Argélia. ( ) da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na região. ( ) da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço. ( ) da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados Unidos. ( ) da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial. 17. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano foi, nas duas décadas finais do século XX e início do século XXI, catastrófica. Este quadro trágico decorre: ( ) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial européia se encerrou logo após a segunda guerra mundial. ( ) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização. ( ) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente. ( ) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação. ( ) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micronacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir novas. 18. (FGV) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte, ( )às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central. ( )à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas. ( )aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente. ( )à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as características das sociedades locais. ( )às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos. 19. (FGV) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos dependentes..." A conferência a que o texto se refere é apontada como um ( )indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam sofrendo as consequências do processo de industrialização na Europa. ( ) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos. ( ) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes. ( ) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação. ( ) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista. 20. (UNIRIO) A descolonização do continente africano, a partir de 1950, libertou nações do imperialismo. Entretanto, não solucionou os problemas estruturais de diversos países do continente. Sobre os países africanos descolonizados, é correto afirmar-se que: ( ) em Ruanda, ao processo de independência, conquistada em 1962, seguiuse a criação de um governo de coalizão popular que, apoiado por investimentos ocidentais, extinguiu as rivalidades étnicas e as guerras tribais. ( ) em Angola, a prolongada guerra civil após a independência, em 1975, provocou a intervenção da ONU no conflito, com a participação de soldados brasileiros, cujo objetivo é desarmar a guerrilha e auxiliar na reconstrução do país. ( ) em Moçambique, que alcançou a independência em 1975, o movimento guerrilheiro de inspiração socialista FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), apoiado pela União Soviética, conquistou a gestão das regiões auríferas da Rodésia. ( ) na Argélia, independente em 1962, após o fracasso das tentativas de estabelecimento da democracia com as recentes eleições, ocorreu o golpe de estado dos fundamentalistas muçulmanos. ( ) na Namíbia, a fraqueza política e econômica dos governos posteriores à independência, ocorrida em 1990, facilitou a invasão militar, com a anexação de seu território pela África do Sul.