na áfrica do sul

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UD V – ASSUNTO 2. – A DESCOLONIZAÇÃO
OBJETIVOS:
- Identificar os fatores que levaram ao processo de
descolonização da África e Ásia.
- Analisar os principais conflitos regionais ocorridos na África,
na Índia e na Indochina.
.
SUMÁRIO.
1.SIGNIFICADO DE DESCOLONIZAÇÃO;
2. ANTECEDENTES;
3. CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO.
4. CONFERÊNCIA DE BANDUNG
5.FORMAS DE RUPTURA
6. PRINCIPAIS RUPTURAS
7. O MUNDO ÁRABE
8. CONCLUSÃO.
1.DESCOLONIZAÇÃO - SIGNIFICADO
Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo
qual uma ou várias colônias adquiriram ou recuperaram a sua
independência, geralmente por acordo entre a potência
colonial e um partido político ou movimento de libertação.
2.DESCOLONIZAÇÃO - ANTECEDENTES
-Colonização da África – Tráfico negreiro entre Séculos XV e
XIX;
– Imperialismo a partir do final do Século XIX com a Partilha
da África;
Colonização da Ásia – Colonialismo através das Companhias
das Índias entre Séculos XV e XIX;
– Imperialismo a partir do final do Século XIX;
3.CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA
a. Movimentos emancipacionistas e nacionalistas Diversos
grupos locais organizaram em seus países movimentos para
lutar contra a opressão e exploração das nações estrangeiras
no pós - 2ª guerra.
b. Consciência anticolonialista e anti-imperialista Após a 2ª
Guerra Mundial, a opinião pública europeia desenvolveu uma
consciência contrária ao colonialismo e os fundamentos da
Missão Civilizadora caíram por terra.
c. Crise econômica europeia – A manutenção do domínio
colonial por meio de forças militares foi bastante dificultada
pela delicada situação econômica das potências europeias no
pós - 2ª guerra.
d. Guerra Fria – Interessados em influenciar as regiões
colonizadas, EUA e URSS procuraram apoiar as lideranças dos
grupos emancipacionistas afro-asiáticos e atraí-las para seu
bloco no pós - 2ª guerra.
e. Criação da ONU – Baseada nos princípios da igualdade de
direitos e da autodeterminação dos povos, a ONU criada no
pós - 2ª guerra posicionou-se contra o colonialismo.
f. A 2ª Guerra Mundial
Pode ser notada como a principal causa do sufocamento do
modelo imperialista, pois o empobrecimento causado pelo
esforço de guerra deixou as metrópoles sem condições para
manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias
distantes.
Esses
problemas,
associados
a
um
movimento
independentista que tomou uma forma mais organizada na
Conferência de Bandung levou as antigas potências coloniais
a negociarem a independência das colônias.
4. CONFERÊNCIA DE BANDUNG
A Conferência de Bandung foi um encontro realizado em
1955 na Indonésia, em que 23 países africanos e 6 asiáticos
propuseram o fim da dominação neocolinialista e buscaram
promover uma cooperação econômica e cultural de perfil
afro-asiático, que fizesse frente à atitude imperialista
ideológica das duas grandes potências da Guerra Fria, Estados
Unidos e União Soviética, bem como de seus liderados.
A maioria dos países participantes da conferência vinha da
amarga experiência imperialista, em que experimentaram o
domínio econômico, político e social, além das consequências
comuns daquele modelo de dominação.
-Bandung deu origem a uma política de não alinhamento uma postura diplomática e geopolítica de equidistância das
grandes potências nucleares, através da qual dezenas de
nações tentariam não ser transformadas em joguetes dos
titãs da Guerra Fria. -Entre os diversos pontos levantados no
decorrer daquela reunião, os principais foram:
-Rejeição à divisão mundial nos blocos socialista e capitalista
e defesa de uma política de não alinhamento automático com
as superpotências;
-Proclamação do direito de autodeterminação política,
reprovando-se, portanto, o imperialismo político, econômico
e ideológico;
-Condenação do racismo e da corrida armamentista.
5. FORMAS DE RUPTURA
O processo de ruptura dos países da África e da Ásia com as
metrópoles deu-se de duas formas:
Ruptura pacífica: As metrópoles reconheciam a emancipação
política das colônias, mas procuravam preservar as relações
econômicas de dominação. Ex: A Inglaterra, ao perceber que
o movimento de emancipação era irreversível, procurou
preservar as novas nações sob sua influência.
Promoveu uma descolonização gradual, procurando integrálas em seu círculo de relações econômicas, a exemplo da
Comunidade Britânica (Commonwealth). Isso aconteceu,
entre outros, com a Índia e o Ceilão (atual Sri Lanka).
Ruptura violenta: Alcançada mediante o conflito armado
entre metrópole e tropas de libertação da colônia. Ex: França
e Holanda tentaram neutralizar alguns movimentos de
independência à força. O conflito terminava, então, em
choques armados, como aconteceu na Indochina (colônia
francesa) e na Indonésia (colônia holandesa). Nessas regiões,
a luta gerou condições para a intervenção de grupos
comunistas.
6. PRINCIPAIS RUPTURAS
Indochina - Colônia francesa desde 1883, a Indochina
compreendia o Vietnã, o Laos e o Camboja. Aquela península
foi ocupada pelos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial.
Após a derrota japonesa na guerra, a França tentou recuperar
o controle sobre a região, deflagrando a Guerra da Indochina
(1946-54), em que se destacou a liderança de HO CHI MINH,
do movimento de libertação vietnamita comunista.
A paz foi discutida na Conferência de Genebra, na qual a
Indochina foi dividida em seus três países primários:
Camboja, Laos e Vietnã. O Vietnã, por sua vez, seria dividido
em dois: Vietnã do Norte, comunista, capital Hanói e o
Vietnã do Sul, capitalista, capital Saigon.
O acordo de Genebra decidiu que em 1956 seriam realizadas
eleições gerais para a unificação do país. A alta interferência
comunista na região, rechaçada pela influência norteamericana foi a causa da Guerra do Vietnã, já abordada
anteriormente.
ÁFRICA INGLESA - Os movimentos de independência das
colônias inglesas caracterizaram-se, em geral, pela ruptura
pacífica. Foram os casos, por exemplo, de Gana (década de
1950) e de Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia (década de 1960).
Também obtiveram sua independência Zâmbia, Tanzânia e Uganda. No
QUÊNIA, entretanto, a emancipação política foi precedida de conflitos
violentos devido à resistência da população branca local, que detinha
25% das terras mais férteis do país.
Em Ruanda, após a Independência, no final da década de 1990, 02
grupos étnicos disputaram o poder por meio de verdadeiros genocídios
de ambos lados (tutsis versus hutus)
NA ÁFRICA DO SUL, país mais rico do continente, a
dominação secular dos representantes da minoria branca de
origem europeia, sobretudo de ingleses e holandeses, impôs
à população negra um regime de segregação racial, além da
exploração das grandes reservas naturais daquele país.
Esse regime racista, conhecido como APARTHEID, foi o grande
entrave para que a população local adquirisse sua
emancipação.
O APARTHEID resistiu até 1993, quando a realização de
eleições multiétnicas levaram o líder NELSON MANDELA a se
tornar o primeiro presidente negro da África do Sul.
ÁFRICA FRANCESA – Tendo vivido experiência negativa no
caso da INDOCHINA, o governo francês procurou negociar
formas pacíficas de ruptura com suas colônias na África, como
Marrocos, Tunísia, Camarões, Costa do Marfim, Senegal e
Madagascar. Em 1960, estava praticamente desfeito todo
império colonial da África.
Houve, no entanto, intensa luta armada na ARGÉLIA, onde a
minoria de origem francesa controlava a vida política e
econômica do país e era contra a separação da França. Em
1954, tiveram início violentos conflitos pela independência,
liderados pela Frente de Libertação Nacional (FLN). Em 1962,
a França reconheceu a independência da Argélia.
ÁFRICA PORTUGUESA - O processo de independência das
colônias portuguesas ocorreu tardiamente. A resistência
portuguesa à descolonização africana somente se desfez após
a queda da ditadura salazarista, abrindo-se caminho para a
independência de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e
Príncipe, Moçambique e Angola.
Em ANGOLA formaram-se três grupos armados que
disputaram o vácuo do poder: o Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA), de orientação comunista e
outros dois de orientação anticomunista. A disputa pelo
poder entre esses três movimentos guerrilheiros levou à luta
armada. Em 1975, o país foi declarado independente, com o
MPLA no poder.
Mas a guerra civil continuou por duas décadas, período em
que boa parte da população foi dizimada e o país foi reduzido
a escombros. Em 1992, Angola abandonou a experiência
comunista.
Em MOÇAMBIQUE, ocorreu situação semelhante.
7. O MUNDO ÁRABE
Em 1918, consequência da fragmentação do Império TurcoOtomano, França e Inglaterra estabeleceram a partilha do
mundo árabe. À França coube a Síria e o Líbano e à
Inglaterra, o Egito, Emirados Árabes, Jordânia, Iraque e
Palestina, o que dava aos ingleses acessos ao petróleo
daquela região.
Durante esse período de dominação europeia, o fluxo de
imigrantes judeus para a Palestina tornou-se considerável, até
porque havia uma necessidade premente de fugir da
perseguição nazista na Europa.
Com o término da 2ª Guerra, franceses e ingleses
abandonaram suas colônias árabes criando um vácuo do
poder e, objetivando assentar a grande migração israelita
daquela região. A ONU, sem consultar a população de origem
árabe, resolveu em 1947 criar o Estado de Israel para abrigar
os milhões de judeus já instalados naquelas terras. Israel foi
inserido totalmente na região não soberana da Palestina, o
que desagradou profundamente os povos árabes.
Tanto palestinos, quanto os demais vizinhos recusaram-se a
aceitar Israel e ainda em 1948, o Estado de Israel se viu
imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia,
Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes
foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território
palestino.
A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países
vizinhos. Teve início então a chamada “QUESTÃO PALESTINA”,
que vem sendo há mais de 60 anos o conflito devido à disputa
entre árabes e judeus por um mesmo território.
Essa disputa levou a várias guerras entre árabes e israelenses:
Guerra do Canal de Suez (1956), Guerra dos Seis Dias (1967),
Guerra do Yon Kippur (1973) e as duas Intifadas (revoltas
populares de palestinos contra israelenses).
Desde 1994, parte da Palestina está sob a administração da
Autoridade Nacional Palestina, instituição estatal que deveria
governar os territórios sob controle palestino: a Faixa de
Gaza e a Cisjordânia.
8. CONCLUSÃO
1. O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E ÁSIA
OBSERVOU A DIVISÃO TERRITORIAL REALIZADA PELOS PAÍSES
IMPERIALISTAS NO SÉCULO XIX.
2. VÁRIOS PAÍSES APÓS A INDEPENDÊNCIA ENTRARAM EM
GUERRAS CIVIS, PROVOCADAS PELOS MOVIMENTOS DE
ESQUERDA RADICAIS.
3. A INDEPENDÊNCIA AGRAVOU OS GRAVES CONSTRASTES
ECONÔMICOS, SOCIAIS E POLÍTICOS, COM A GRANDE
MAIORIA DOS PAÍSES INDEPENDENTES SEGUIREM ADOTAREM
O MODELO SOCIALISTA POLÍTICO E ECONÔMICO.
9. VERIFICAÇÃO
1.(UFES) “O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no
Brasil, o maior país de população negra fora da África, se fala uma só
língua e se pratica o sincretismo religioso.” ("O Globo" - 23/7/98)
O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, NELSON
MANDELA, que combateu duramente os sérios problemas enfrentados
pela África do Sul após se libertar da sujeição efetiva à Inglaterra. Uma
das dificuldades por que passadas pelo seu país foi a política de
"apartheid".
- Explique de maneira sucinta essa forma de dominação política.
Resposta: Era o tipo de segregação racial, estabelecido oficialmente
pelo Estado, que permitia que uma minoria de etnia branca controlasse
o poder político e garantisse seus privilégios diante de uma maioria de
etnia negra.
2. (ENEM-2007) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU)
aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois
Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a
decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de
nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e
israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O
terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra
dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.
Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom
Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa
Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americanosoviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
A partir do texto acima, assinale a opção correta.
( )A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica
de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.
( )Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira
guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
( )A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de
decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
( )A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o
cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe israelense.
( )Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas
dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947
aprovada pela ONU.
3.(Mack-2007) A regra número um era matar. A regra número dois, não havia. Era uma
organização sem complicações. (...)
O conselheiro nos disse, a um de cada vez, que doravante não devíamos fazer mais
nada a não ser matar os tutsis. Entendemos muito bem que era um programa
definitivo. (...)
Os hutus de todos os tipos tinham de repente se tornado irmãos patriotas sem mais
nenhuma discórdia política. Já não jogávamos com os discursos políticos. Já não
estávamos “cada um na sua casa”. E nos reuníamos no campo de futebol como um
bando de amigos, e íamos para a caça por afinidade.
Os trechos referidos são de depoimentos colhidos pelo jornalista JEAN HATZFELD, e
reunidos em seu livro Uma temporada de facões. São relatos de criminosos genocidas
que perpetraram, em meados da década de 1990, um terrível massacre de civis.
Assinale a alternativa que menciona o país em que essa tragédia ocorreu.
( ) África do Sul.
( ) Armênia.
( ) Ruanda.
( ) Ucrânia.
( ) Tchetchênia.
4.(FUVEST-2010) Cartaz de 1994 da campanha de Nelson Mandela à presidência da
África do Sul.
Essa campanha representou a:
( ) luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente.
( ) conciliação entre os segregacionistas e os partidários da democracia racial.
( ) proposta de ampliação da luta anti-apartheid no continente africano.
( ) contemporização diante dos atos de violência contra os direitos humanos.
( ) superação dos preconceitos raciais por parte dos africânderes.
5.(UERJ-2006) O processo de descolonização afro-asiática, acelerado nas décadas de
1950 e 1960, provocou dissidências dentro das metrópoles. Um exemplo disso foi a
independência argelina, que levou à criação da Organização do Exército Secreto-OAS.
Por outro lado, os novos países começaram a participar ativamente das Organizações
das Nações Unidas, com a criação do “Bloco de Países Não-alinhados”, a partir da
Conferência de Bandung, em 1955.
Tendo em vista a conjuntura descrita, apresente:
a. dois objetivos desse bloco.
Resposta: Dois dentre os objetivos: apoiar a libertação das demais colônias afroasiáticas; adotar uma posição de neutralidade no conflito EUA/URSS; recusar a política
de alinhamento compulsório diante da bipolarização político-ideológica.
b. uma razão da ocorrência da forte e violenta polarização política no processo de
independência da Argélia.
Resposta: O estabelecimento, desde o século XIX, de milhares de colonos franceses na
Argélia que se apropriaram das melhores terras e que temiam por seu futuro com a
independência argelina.
6.(UFES-1996) "Foi em 1968 que os Beatles cantaram a famosa música 'Revolution',
fazendo sucesso ao som de um instrumento hindu, a cítara, aliada à guitarra elétrica."
"(...) E exprimia o novo mundo que se impunha, com ramos americanos, japoneses,
africanos e indianos se cruzando, se interpondo no panorama da história
contemporânea. A 'mancha branca' que tanto ameaçara os continentes asiático e
africano parecia perder a força em contato com a 'sombra' amarela e a preta que, de
forma revolucionária, tomava conta da Terra, tentando mudar o mundo (...)." "Nessa
década, trinta nações africanas irromperam no cenário mundial. Só nos doze primeiros
meses, conhecidos como o 'Ano da África', dezessete países conseguiram sua
independência política (...)." (Canêdo, Leticia Bicalho. A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA E
DA ÁFRICA. 8 ed., São Paulo: Atual, 1992, p.33).
O texto anterior se refere à década de 60 deste século, importantíssima para a
descolonização da África. Sabemos, entretanto, que a emergência do continente
africano se dá após 1955, sendo a Região do Magrheb, com exclusão da Argélia, a
primeira a se tornar independente, em 1956.
Qual a importância a Conferência de Bandung (Indonésia) para o início da
descolonização da África?
Resposta: A Conferência de Bandung, realizada na Indonésia em !955, debateu o
problema do Terceiro Mundo e a questão do não-alinhamento, reunindo vinte e nove
pessoas nações da África e Ásia, que declararam apoiar o anticolonialismo e combater
o racismo e imperialismo.
7.(CESGRANRIO) "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um
homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo
Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis,
mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a
África for o túmulo da paz." (Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de
diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a):
( )fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região,
apoiado pela Conferência de Bandung.
( )declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra
Fria.
( ) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização
que não respeitou as características culturais do continente.
( )fim da dependência econômica ocorrida com as independências
políticas dos países africanos, após a década de 50.
( ) difusão da industrialização no continente africano, que provocou
suas grandes desigualdades sociais.
8. (FATEC) A descolonização do Oriente Médio enfrentou sérias
dificuldades decorrentes, entre outras razões, das arbitrariedades
cometidas na demarcação dos territórios de cada uma das novas
nações. Esse procedimento, ao tentar solucionar os problemas dos ex
dominadores, dividiu grupos tradicionais, tirando-lhes regiões ricas ou
estratégicas, colocando, com isso, os nascentes Estados em rivalidade
permanente e levando, algumas vezes, ao surgimento de guerras como
a Guerra dos Seis Dias (1967).
Esse conflito trouxe como principal problema para aquela região:
( ) o boicote petrolífero determinado pela OPEP contra os países do
Ocidente.
( ) a guerra civil no Líbano após a queda de Nasser no Egito.
( ) a ocupação por Israel de vários territórios árabes, principalmente a
margem ocidental do rio Jordão.
( )a internacionalização de Jerusalém e a ocupação israelense em Golan.
( )o fechamento do Canal de Suez e a ocupação egípcia da região do
Sinai.
9. (UFMG) "O colonialismo em todas as suas manifestações, é um mal a
que deve ser posto fim imediatamente."
Os argumentos dessa reinvindicação, expressa na Conferência de
Bandung (1955), estavam fundamentados
( ) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem.
( ) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano
II.
( ) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais.
( ) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano.
( ) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo.
10.(UERJ) “A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos
quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais
de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados
por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda
e no Burundi.” (Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)
Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas
desses conflitos no continente africano é:
( ) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para
escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes
( ) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS,
transformou a África num palco de guerras localizadas
( ) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades
segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista
( ) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras
do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e
nacionalidades
11. (PUCSP) "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto
endividamento externo, elevadas taxas de inflação, constante desvalorização
da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela ausência ou
fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento
da dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns
países não tiveram nem durante o colonialismo". LEILA LEITE Hernandez. "A
África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615.
O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que
obtiveram sua independência na segunda metade do século XX. Sobre
tal caracterização pode-se afirmar que:
( ) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos,
que impede o desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio
internacional pelos grandes blocos econômicos.
( ) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta
de experiência política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da
corrupção e dificultam a contenção dos gastos públicos.
( ) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos,
que não conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas
econômicos, culturais e político-administrativos das antigas metrópoles.
( ) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos
países pobres às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e
estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre todo o planeta.
12. (PUCMG) Na segunda metade do século XX, após décadas de dominação
europeia, os povos da África conseguem se libertar. São marcas dos Estados
Africanos hoje, EXCETO:
( ) o domínio exercido por uma elite africana em lugar do antigo dominador.
( )o falso desenvolvimento econômico realizado em proveito do capital
externo.
( )a independência formal associada à manutenção do domínio de "tipo
colonial".
( )a solidariedade dos povos negros em luta contra os resíduos da
europeização.
( ) a tendência autoritária e violenta dos pequenos Estados recém-formados.
13.(PUC-rio) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o
mapa político mundial na segunda metade do século XX.
As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados
nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de
uma. Qual?
( ) A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos
de governo ocidentais inspirados nas experiências de suas metrópoles.
( ) Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade
política sólida, o que permitiu a organização do movimento dos países "nãoalinhados", em Bandung, na Indonésia.
( ) Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de
modernização e crescimento econômico com o objetivo de promover o
desenvolvimento nacional.
( ) Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções
sociais, os novos Estados tenderam para o modelo soviético.
( ) Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as
antigas metrópoles, os exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por
desempenhar um papel de destaque na política nacional dos novos Estados.
14. (FUVEST) Na década de 1950, dois países islâmicos tomaram decisões
importantes: em 1951, o governo iraniano de MOSSADEGH decreta a
nacionalização do petróleo; em 1956, o presidente egípcio, NASSER, anuncia a
nacionalização do canal de Suez. Esses fatos estão associados
( )às lutas dos países islâmicos para se livrarem da dominação das potências
Ocidentais.
( )ao combate dos países árabes contra o domínio militar norte-americano na
região.
( )à política nacionalista do Irã e do Egito decorrente de uma concepção
religiosa fundamentalista.
( )aos acordos dos países árabes com o bloco soviético, visando à destruição
do Estado de Israel.
( )à organização de um Estado unificado, controlado por religiosos islâmicos
sunitas.
15. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização
na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países
daquele continente a se tornarem independentes. Isto se explica
( ) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias.
( ) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar
Cabral.
( ) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na
benevolência.
( ) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a
dominação.
( ) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de
Abril de 1974.
16. ) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente:
( ) da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos
franceses que viviam na Argélia.
( ) da pressão das grandes potências que temiam a implantação do
fundamentalismo islâmico na região.
( ) da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a
colônia a qualquer preço.
( ) da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos
hegemônicos dos Estados Unidos.
( ) da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda
Guerra Mundial.
17. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos
da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente
africano foi, nas duas décadas finais do século XX e início do século XXI,
catastrófica. Este quadro trágico decorre:
( ) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do
neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial européia se encerrou logo
após a segunda guerra mundial.
( ) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu,
mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
( ) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como
fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente.
( ) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação
imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
( ) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na
formação de micronacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de
associação bem como de construir novas.
18. (FGV) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em
curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no
Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado
de coisas deve-se, em parte,
( )às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas
entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
( )à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais
africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
( )aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a
desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o
continente.
( )à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem
considerar as características das sociedades locais.
( )às potências ocidentais que continuam mantendo uma política
assistencialista, o que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos.
19. (FGV) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países
que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo
socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União
Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a
libertação dos povos dependentes..."
A conferência a que o texto se refere é apontada como um
( )indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos
países que estavam sofrendo as consequências do processo de industrialização
na Europa.
( ) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que
suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países
periféricos.
( ) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio,
provocado pela quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes.
( ) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos"
que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a
educação.
( ) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o
colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.
20. (UNIRIO) A descolonização do continente africano, a partir de 1950,
libertou nações do imperialismo. Entretanto, não solucionou os problemas
estruturais de diversos países do continente. Sobre os países africanos
descolonizados, é correto afirmar-se que:
( ) em Ruanda, ao processo de independência, conquistada em 1962, seguiuse a criação de um governo de coalizão popular que, apoiado por
investimentos ocidentais, extinguiu as rivalidades étnicas e as guerras tribais.
( ) em Angola, a prolongada guerra civil após a independência, em 1975,
provocou a intervenção da ONU no conflito, com a participação de soldados
brasileiros, cujo objetivo é desarmar a guerrilha e auxiliar na reconstrução do
país.
( ) em Moçambique, que alcançou a independência em 1975, o movimento
guerrilheiro de inspiração socialista FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique), apoiado pela União Soviética, conquistou a gestão das regiões
auríferas da Rodésia.
( ) na Argélia, independente em 1962, após o fracasso das tentativas de
estabelecimento da democracia com as recentes eleições, ocorreu o golpe de
estado dos fundamentalistas muçulmanos.
( ) na Namíbia, a fraqueza política e econômica dos governos posteriores à
independência, ocorrida em 1990, facilitou a invasão militar, com a anexação
de seu território pela África do Sul.
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