26 Capítulo II: Funções Reais de Variável Real___________________________ 2.3.1. Transformações em funções Translações horizontais: Seja f uma função. A função g definida por g (x ) = f (x − c ) corresponde a uma translação horizontal de f segundo o vector v = (c, 0 ) . Exemplo 1: Consideremos f (x ) = ln(x ) e g (x ) = ln (x − 2 ) . Note-se que g (x ) = f (x − 2) obtém-se a partir de f (x ) fazendo uma translação horizontal de 2 unidades para a direita. Comparemos os gráficos: y f (x ) = ln(x ) 2.5 y 0 0 -1 g (x ) = f (x − 2) = ln(x − 2 ) 2.5 0 1 2 3 4 5 6 7 -1 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 x x -2.5 -2.5 -5 -5 Exemplo 2: Consideremos f (x ) = ln(x ) e g (x ) = ln (x + 2 ) . Note-se que g (x ) = f (x + 2 ) obtém-se a partir de f (x ) fazendo uma translação horizontal de 2 unidades para a esquerda. Comparemos os gráficos: f (x ) = ln(x ) y g (x ) = f (x + 2) = ln(x + 2) y 2.5 2.5 0 0 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 -3 -2 -1 x -2.5 -5 0 1 2 3 4 5 6 x -2.5 -5 27 Capítulo II: Funções Reais de Variável Real___________________________ Translações verticais: Seja f uma função. A função g definida por g (x ) = f (x ) + c corresponde a uma translação vertical de f segundo o vector v = (0, c ) . Exemplo 3: Consideremos f ( x ) = ln(x ) e g ( x ) = ln( x ) + 1 . Note-se que g ( x ) = f ( x ) + 1 obtém-se a partir de f ( x ) fazendo uma translação vertical de 1 unidade para cima. Comparemos os gráficos: g (x ) = f (x ) + 1 = ln(x ) + 1 f (x ) = ln(x ) y y 4 3 2.5 2 1 0 0 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x -1 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x -2 -2.5 -3 -4 -5 -5 Exemplo 4: Consideremos f (x ) = ln(x ) e g (x ) = ln (x ) − 1 . Note-se que g (x ) = f (x ) − 1 obtém-se a partir de f (x ) fazendo uma translação vertical de 1 unidade para baixo. Comparemos os gráficos: f (x ) = ln(x ) y g (x ) = f (x ) − 1 = ln(x ) − 1 y 2.5 3 2 0 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x -2.5 1 0 -1 -1 -2 -3 -5 -4 -5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x Capítulo II: Funções Reais de Variável Real___________________________ 28 Homotetias do eixo horizontal: Seja f uma função e seja g a função definida por g ( x ) = f (cx ) com c > 0 . O gráfico de g obtém-se a partir do de f dilatando ou contraindo o eixo dos xx´ s conforme se tenha 0 < c < 1 ou c > 1 , respectivamente. Exemplo 5: Consideremos f (x ) = x(x − 1)(x − 3) e g (x ) = x x x x −1 − 3 . Note-se que g (x ) = f 2 2 2 2 obtém-se a partir de f (x ) “esticando” o eixo dos xx´ s . Comparemos os gráficos: f (x ) = x(x − 1)(x − 3) g (x ) = f x x x x = −1 −3 2 2 2 2 Exemplo 6: Consideremos f (x ) = x(x − 1)(x − 3) e g (x ) = 2 x(2 x − 1)(2 x − 3) . Note-se que g (x ) = f (2 x ) obtém-se a partir de f (x ) “encolhendo” o eixo dos xx´ s . Comparemos os gráficos: f (x ) = x(x − 1)(x − 3) g ( x ) = f (2 x ) = 2 x (2 x − 1)(2 x − 3) 29 Capítulo II: Funções Reais de Variável Real___________________________ Homotetias do eixo vertical: Seja f uma função e e seja g a função definida por g (x ) = cf ( x ) com c > 0 . O gráfico de g obtém-se a partir do de f dilatando ou contraindo o eixo dos yy´ s conforme se tenha c > 1 ou 0 < c < 1 , respectivamente. Exemplo 7: f (x ) = ( x − 1)( x + 1)( x + 3) Consideremos e g ( x ) = 2( x − 1)( x + 1)( x + 3) . Note-se que g (x ) = 2 f (x ) obtém-se a partir de f (x ) “esticando” o eixo dos yy´ s . Comparemos os gráficos: g (x ) = 2 f (x ) = 2(x − 1)(x + 1)(x + 3) f (x ) = (x − 1)(x + 1)(x + 3) 4 y y 6 4 2 2 0 -3 -2 -1 0 0 1 -2 x -2 x -4 -6 -4 Exemplo 8: Consideremos g (x ) = f (x ) = ( x − 1)( x + 1)( x + 3) e g (x ) = (x − 1)(x + 1)(x + 3) . Note-se que 2 1 f ( x ) obtém-se a partir de f (x ) “encolhendo” o eixo dos yy´ s . Comparemos os 2 gráficos: f (x ) = (x − 1)(x + 1)(x + 3) 4 g (x ) = (x − 1)( x + 1)(x + 3 ) 1 f (x ) = 2 2 y 4 2 2 0 -3 -2 -1 0 y 0 1 -3 -2 -1 0 x 1 x -2 -2 -4 -4 30 Capítulo II: Funções Reais de Variável Real___________________________ Módulo de uma função Seja f uma função, o gráfico de g ( x ) = f ( x) obtém-se a partir do de f reflectindo no eixo dos xx’s a parte negativa da função. Exemplo 8: Comparemos os gráficos: g ( x ) = f ( x) f ( x ) = x ( x − 1)(x − 3) y y 4 4 2 2 0 -3 -2 -1 0 0 1 2 3 4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 x -2 x -2 -4 -4 Vejamos agora o que acontece, se aplicarmos a função módulo ao argumento de f : Exemplo 9: f (x ) f ( x ) = x( x − 1)(x − 3) y y 4 4 2 2 0 -3 0 -3 -2 -1 0 -2 1 2 3 4 x -2 -1 0 -2 1 2 3 4 x -4 -4 O que se passa é que o gráfico correspondente à parte positiva do domínio de f é reflectido no eixo dos yy’s, e portanto a função f ( x ) é uma função par.