Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer Resumo Lazer e transtorno mental comum: prevalência e fatores de risco em um município do interior de São Paulo Estudos populacionais têm mostrado uma elevada prevalência de transtornos mentais, porém poucos têm investigado a associação entre lazer e esta prevalência. Objetivo: investigar a relação entre lazer e transtorno mental comum, em uma amostra aleatória de usuários adultos de uma unidade de saúde da família, do município de Botucatu. Método: trata-se de um estudo transversal, no qual foi aplicado questionário investigando a presença de Transtorno Mental Comum pelo Self Reporting Questionnairem – um instrumento desenvolvido pela OMS para uso em atenção primária. A variável dependente é presença de Transtorno Mental Comum. A principal variável exploratória é lazer, sendo incluídas as variáveis sócio-demográficas nas análises. Resultados: foram sorteados 249 sujeitos, sendo que deste total a pesquisa contou com 189 sujeitos. A prevalência de TMC foi 30,1%. Embora na análise univariada tenha sido observada uma associação com prática de lazer e TMC, a mesma não se manteve após ajuste para sexo e renda. Conclusões: no presente estudo observou-se associação entre Transtorno Mental Comum com sexo feminino e renda, mas não com lazer. É possível que uma melhor identificação das atividades de lazer praticadas, bem como frequência e satisfação com a mesma, possa dimensionar o potencial benefício para a saúde mental. Palavras-chave: Atividades de lazer. Saúde mental. Atenção primária à saúde. Sesc | Serviço Social do Comércio Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer Introdução A Organização Mundial da Saúde (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1948) define saúde como: “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”, o que coloca o lazer como uma ferramenta potencialmente importante no combate ao estresse e na busca por uma vida mais saudável (BENEDETTI et al., 2008). Marcellino define lazer como: “[...] a cultura, compreendida em seu sentido mais amplo, vivenciada no tempo disponível. É fundamental como traço definidor o caráter “desinteressado” dessa vivência. Ou seja, não se busca, pelo menos basicamente, outra recompensa além da satisfação provocada pela própria situação. A disponibilidade de tempo significa possibilidade de opção pela atividade ou pelo ócio” (MARCELLINO, 2008, p.13). Segundo Dumazedier (1975, 1980, 2004), para melhor compreensão do lazer devese identificar os três “d” do lazer: Descanso (libertação da fadiga); Diversão, recreação e entretenimento (tradução da palavra: divertissement, original do texto em francês) e Desenvolvimento social e pessoal. Ainda de acordo com o autor o lazer tem cinco conteúdos: artísticos (manifestações artísticas), intelectuais (predominância de busca por informações objetivas), físico-esportivos (predominância do movimento corporal), manuais (capacidade de manipulação) e sociais (busca por relacionamento, contato interpessoal). Posteriormente Camargo (1986) acrescenta um sexto conteúdo: o “turístico” definido como ruptura da rotina temporal ou espacial, além da busca por novas paisagens e culturas. Dessa forma, é possível pensar na contemplação das mais variadas áreas da vida, das necessidades do indivíduo e buscas pessoais e coletivas envolvendo lazer. Alguns estudos têm mostrado a melhora de sintomas psíquicos quando são realizadas atividades relacionadas aos seis conteúdos citados, como por exemplo, atividades aquáticas para pacientes com transtorno de ansiedade (VIEIRA; PORCU; BUZZO, 2009) e a melhora da saúde mental de idosos através das práticas físicas (BENEDETTI et al., 2008). Estudo realizado no nordeste, que investigou atividades físicas e relação com Transtorno Mental Comum (TMC), observou que pedalar e jogar futebol mostraram-se fatores de proteção (ROCHA, 2012). Estudo transversal, que investigou lazer e morbidade psíquica em residentes da área urbana do município de Feira de Santana (ARAÚJO et al., 2007) observou que, embora o número de praticantes de lazer tenha sido pequeno, houve as- sociação entre esta prática e o bem-estar e qualidade de vida. Nesse estudo os autores mostraram que na área urbana do município cerca de 60% da população praticava lazer, sendo que entre os solteiros, os homens relatavam praticar mais lazer que as mulheres. Transtorno Mental Comum consiste em um desfecho bastante investigado nos estudos populacionais. Pode ser definido como a manifestação de uma série de sintomas que, embora não impliquem diagnóstico psiquiátrico como os sistemas classificatórios em uso estabelecem, representam um sofrimento relevante e potencialmente incapacitante para o indivíduo (GOLDBERG; HUXLEY, 1993). Embora os TMC compreendam um quadro inespecífico, ele pode englobar depressão, ansiedade e sintomas somatoformes, necessitando em alguns casos de tratamento medicamentoso e em outros, tratamentos psicológicos. Os TMC diminuem drasticamente a qualidade de vida do sujeito, uma vez que os sintomas físicos e psíquicos se tornam obstáculos para práticas de lazer que aumentam o bem-estar físico, intelectual, espiritual e emocional. Levantamento realizado no município de Botucatu (LIMA, 2004) identificou prevalência de TMC em torno de 25% na área urbana do município, havendo uma forte associação com sexo feminino e piores condições de vida e saúde em geral. No entanto, o estudo citado não investigou a relação entre lazer e TMC. Outros estudos, além de apontar o sexo feminino como associado a TMC, mostram que, menor renda, menor escolaridade, doenças crônicas, falta de tempo para o lazer também são fatores de risco (ROCHA, 2010). Frente ao exposto, esta pesquisa teve por objetivo investigar a relação entre lazer e transtorno mental comum, em uma amostra aleatória de adultos usuários de uma unidade de saúde da família, no município de Botucatu (SP). A hipótese é de que prática de lazer se associe a menor risco para TMC. Método Trata-se de um estudo transversal cuja amostra foi selecionada aleatoriamente a partir das matrículas de sujeitos cadastradas em USF localizada na periferia da cidade. Essa área abrange uma população de 3.488 habitantes segundo o Sistema Municipal de informações da Saúde (SIMIS/2011), sendo a de adultos (entre 20 e 59 anos) de 1.934 sujeitos divididos entre 950 mulheres e 984 homens. Sesc | Serviço Social do Comércio Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer Na região é comum encontrar saneamento básico irregular e moradias que vão desde barracos (construções de madeiras) a casas de alvenaria. A religião é algo muito presente, havendo dezesseis igrejas evangélicas e duas católicas na região. O bairro fica afastado do centro da cidade, necessitando deslocamento por estrada para acesso ao mesmo. Amostra Foram considerados sujeitos elegíveis adultos com idade entre 20 e 59 anos, moradores da área cadastrados na Unidade de Saúde da Família, que consentiram em fornecer as informações após assinatura do termo de consentimento informado. Para estimar o tamanho da amostra, estimou-se a probabilidade do evento em 25%, parâmetro obtido em levantamento domiciliar realizado no município em 2004 (LIMA, 2004). Além disso, para o cálculo do tamanho da amostra (SANTOS, 2011) estabeleceu-se variável padrão associada ao intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%. Através desse cálculo chegou-se ao número de 249 sujeitos, escolhidos através de sorteio aleatório simples. Questionário O questionário compõe-se de perguntas sobre condições sociodemográficas visto que estas mostram-se bastante associadas à prevalência de TMC (LUDERMIR, 2000; LIMA; SOARES; MARI, 1999) e sobre lazer, além de peso e altura autorreferidos. Para identificação de TMC foi utilizado o Self Reporting Questionnaire (SRQ), um instrumento desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1994) traduzido para o português e validado no Brasil (MARI et al, 1986) e que tem sido amplamente utilizado em estudos populacionais (LUDERMIR, 2000; LIMA; SOARES; MARI, 1999). Utilizouse ponto de corte diferenciado: seis ou mais respostas positivas para homens e oito ou mais respostas positivas para mulheres foram considerados casos de TMC. O questionário de lazer foi criado pelas autoras, segundo as necessidades da pesquisa, possuindo doze questões que investigavam se foram realizadas atividades variadas de lazer. Procedimentos Após elaboração do manual do entrevistador, estes foram submetidos a treinamento para a aplicação do instrumento e na abordagem dos sujeitos. Os sujeitos sorteados foram convidados a responder às perguntas, após a leitura e assinatura do termo de consentimento. Em caso de ausência do sujeito sorteado na casa, a mesma foi visitada ainda três vezes, para ser considerada perda, não havendo reposição em caso de recusa. Análise estatística Os dados foram digitados em planilha eletrônica. Inicialmente foi feita análise descritiva, com checagem de consistência dos dados e correções, quando necessárias. Estimativas de prevalência estão acompanhadas de intervalos de confiança de 95%. Variáveis contínuas estão expressas na forma de medidas de tendência central e dispersão. Análises univariadas de associação de diferentes variáveis de exposição categoriais com TMC foram feitas através do teste de quiquadrado. Foi adotado o nível de significância estatístico padrão de p < 0,05, para rejeição da hipótese de nulidade. Foi realizada análise multivariada através da construção de modelo de regressão logística, tendo como variável dependente a presença de TMC. Procedimentos éticos Este projeto foi encaminhado a Secretaria de Educação em Saúde do município, sendo aprovado em 14 de setembro de 2011, e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu em 7 de novembro de 2011. Resultados Inicialmente foram sorteados 249 sujeitos, dos quais foram excluídos cinco porque estavam com endereços incorretos no sistema, oito porque não moravam na área de abrangência da USF, 15 porque foram descadastrados do Programa Saúde da Família (PSF), oito porque se mudaram da área de abrangência para Sesc | Serviço Social do Comércio Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer outro bairro e três porque faleceram (um deles há anos e dois durante o processo de coleta de dados). Assim, a amostra final foi de 210, dos quais foi possível entrevistar 188 sujeitos, tendo havido cinco recusas, quatro sujeitos que estavam presos e treze que não foram encontrados após três tentativas havendo uma perda, portanto de 22 sujeitos (taxa de resposta de 89,5%). ligada a prática de esporte tenha se mostrado significativa na análise univariada (participou de alguma partida de algum esporte com a turma do bairro, do trabalho ou amigos em geral), embora não tenha se mantido na análise multivariada. Isso provavelmente se deve ao fato de que uma minoria das mulheres referiu esta atividade. Houve predomínio do sexo feminino (53%) e de sujeitos em união estável (70%). É possível que o impacto do lazer tenha sido diluído e não identificado, pelo papel preponderante da renda. Como o município em questão conta com poucas oportunidades para o lazer, é possível que a renda seja um determinante importante para essa prática. Políticas públicas voltadas para aumentar as oportunidades dessa prática poderiam ser bem vindas. A idade média foi de 36,4 (±10,6) anos e 79% dos entrevistados afirmaram que a religião é importante em suas vidas. A renda per capita variou desde não ter renda alguma até R$4.000,00, encontrando uma mediana de 800 reais. Com relação ao número de atividades de lazer, observou-se mediana de seis, variando de zero a 12. A prevalência de TMC foi 30,1% (IC95% 23,5-36,8). Após análise multivariada (Tabela 2), sexo masculino e melhor renda apresentaram-se como fatores protetores. Embora na análise univariada o número de atividades de lazer referidas e alguns subtipos tenham se mostrado associados ao menor risco para TMC, essa associação desapareceu quando foram incluídos sexo e a renda per capita nos modelos logísticos. Discussão Ao analisar os dados coletados foi possível observar um aumento na prevalência de TMC, considerando-se estudo prévio realizado na cidade, com sexo e renda mantendo-se como fatores de risco. Almeida Filho et al. (1997) já observaram um aumento de problemas que podem ser de algum modo considerados adaptativos e relacionados a determinantes sociais, em outras localidades do Brasil. De um modo geral, observa-se maiores riscos para TMC entre mulheres (ARAÚJO PINHO; ALMEIDA, 2005), indivíduos que se encontram sem trabalho formal, casados e/ou união estável e escolaridade com fundamental incompleto ou menos anos de estudo. Vários autores apontam estes determinantes sociais como fatores de risco para TMC (FONSECA; GUIMARÃES; VASCONCELOS, 2008; ARAÚJO; PINHO; ALMEIDA, 2005; GIANINI et al., 2008) mas ainda são insuficientes os estudos que investigam especificamente lazer. No que diz respeito às atividades de lazer, observou-se que as mais citadas pelos sujeitos foram: conversar com amigos e leitura. Chama a atenção que atividade Os resultados deste estudo devem ser observados com reservas frente a suas limitações. Como o tempo médio de entrevista deveria ser bastante reduzido, a investigação das práticas de lazer foi baseada em uma lista fechada. Outro fator limitante foi quanto ao conhecimento do conceito de lazer, uma vez que muitos sujeitos entrevistados não sabiam se praticavam lazer até o entrevistador dar exemplos, além de confundirem práticas de lazer com obrigações do dia a dia. Estudos que analisassem o sentido que os sujeitos dão para o lazer, poderiam contribuir com essa questão. Sentiu-se também a falta de instrumentos específicos adaptados para o contexto brasileiro, para investigar lazer na população geral. Considerações finais Em relação às hipóteses elencadas pelo estudo, observou-se que TMC teve prevalência de 30,1% maior do que a observada no município em 2004. Mulheres e sujeitos com menores rendas figuraram como grupos de maior risco para TMC, não se observando associação de outras variáveis com TMC. Embora haja dúvidas quanto ao conceito que os entrevistados têm de lazer, a população estudada apresentou uma variedade de atividades de lazer significante, o que pode sugerir que há demanda para políticas públicas voltadas a esta prática. Dessa forma, este trabalho sugere que o lazer pode ter um papel importante para a saúde mental da população estudada. A literatura já tem demonstrado a imSesc | Serviço Social do Comércio Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer portância de tais práticas para uma qualidade de vida e bem-estar, seja pela qualidade/variedade e/ou quantidade de lazer praticado pelo sujeito. Outros estudos, avaliando saúde mental e lazer, podem aumentar a compreensão sobre essas questões subsidiando políticas públicas e permitindo uma melhor condição de vida para as populações. Referências ALMEIDA FILHO, N. et al. Brazilian multicentric study of psychiatric morbidity. British Journal of Psychiatry, London, v. 171, p. 524-529, 1997. ARAÚJO, T. M. et al. Prática de atividades de lazer e morbidade psíquica em residentes de áreas urbanas. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v. 31, n. 2, p. 294-310, 2007. LUDERMIR, A.B. Inserção produtiva, gênero e saúde mental. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, p. 109-118, 2000. MARCELLINO, N. C. Lazer e sociedade: algumas aproximações. In: MARCELLINO, N.C. (Org.). Lazer e sociedade: múltiplas relações. Campinas: Alínea, 2008. MARI, J .J.; WILLIANS, P. A validity study of a psychiatric screening questionnaire (SRQ20) in primary care in the city of São Paulo. British Journal of Psychiatry, London, n. 148, p. 2326, 1986. 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Modelo de regressão logística para ocorrência de transtorno mental comum Variável p OR* IC(OR;95%) Nº de atividades que pratica 0,729 1,02 (0,89 – 1,17) Sexo masculino 0,048 0,41 (0,17 – 0,99) Idade 0,091 1,03 (1,00 – 1,07) Possui companheiro 0,965 1,02 (0,46 – 2,24) Considera a religião importante 0,362 0,65 (0,26 – 1,63) Renda per capita (R$) 0,005 0,99 (0,99 – 0,99) *ODDS RATIO ajustado para as variáveis mencionadas. Sesc | Serviço Social do Comércio