Departamento Nacional Mehlmann F de Pós Graduação e Atualização Hipotermia terapêutica: compreendendo seus benefícios , conhecendo seu custo-efetividade, buscando sua prática. Autor :Fernanda Moreira Gomes Mehlmann – formação médica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo ,pós-graduação em medicina intensiva Instituto Terzius /Faculdades Redentor .Endereço : Av.Washington Luis 1527.Email:[email protected] Orientador : Dr. Renato Terzi Resumo : O objetivo do trabalho é apresentar a história ,o mecanismo de ação, forma de realização e complicações da hipotermia terapêutica , assim como de criar um questionário para saber o quanto e como é feita a hipotermia terapêutica Brasil e o que dificulta sua realização .Para atingir esse propósito foi realizada a leitura de artigos científicos publicados , originais e de revisão. Concluímos que a realização da hipotermia tem embasamento científico com recomendação nível I de evidência, relação custo-benefício aceitável e que para tornar-se um procedimento realizado com freqüência devemos conhecer os problemas que dificultam sua aplicação . Unitermos :Hipotermia induzida ; Parada cardíaca / terapia ; recuperação neurológica . Summary: The purpose of this paper is to present the history, mechanism of action, manner of performance and complications of the therapeutic hypothermia, as well as to create a questionnaire to find out how much and how is the therapeutic hypothermia done in Brazil and what makes their achievement more difficult. To achieve this goal was made a reading of scientific articles published, originals and review. We conclude that the realization of hypothermia has scientific basis and recommendation level one of evidence , a cost-benefit ratio acceptable, and to become a frequently performed procedure, we must know the problems that hinder their application Key words :Hypothermia ,induced; Heart arrest /therapy; Neurological recovery . 1.Introdução 2 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento que desafia o médico devido a seu caráter extremo de ameaça a vida do paciente e da total incerteza de que, mesmo sendo restabelecida a circulação espontânea o paciente, pode permanecer em estado vegetativo possuindo elevada morbidade e mortalidade. A sobrevivência em casos de PCR intra hospitalar não ultrapassa 20 % e esta taxa diminui para menos da metade dos casos de PCR extra hospitalares (PEREIRA,2008 ). Muitos esforços foram realizados na busca pela padronização mundial do atendimento a vítima de PCR , sendo para isso criados organogramas de atendimento que geraram os cursosBasic Life Suport (BLS) e o Advanced Cardiac Life Suport(ACLS)que alcançam todos os continentes e que tem como preocupação não apenas o restabelecimento da circulação espontânea , mas também em aprimorar os métodos de reanimação afim de que haja qualidade de vida após o evento . Logo devemos nos preocupar em como tratar esse sobrevivente para evitarmos o estado vegetativo persistente visando , portanto ,a preservação neurológica . Pensando nisso, muitas pesquisas tem sido realizadas e, atualmente, a indução da hipotermia é o único método terapêutico que demonstrou ter algum impacto no status funcional do paciente pós PCR tanto que é chancelado pelas principais entidades internacionais que tratam de reanimação. A hipotermia terapêutica é uma conduta clínica que promove o resfriamento do corpo humano, como um todo ou de uma área específica dele, a uma temperatura pré determinada através de medidas invasivas ou não, com o objetivo de preservar os tecidos sãos da lesão secundária ocasionada por períodos de isquemia seguida de reperfusão, através da influencia na cascata inflamatória, proporcionando a redução do metabolismo e consequente diminuição da demanda de oxigênio. Estima-se que 10 a 30 % dos sobreviventes pós PCR evoluam com estado vegetativo (ZINGLER,POHLMAN-EDEN,2005 ),sendo que o custo associado aos cuidados desses doentes atingem bilhões de dólares (MARTENS,1998). Apesar disso, a hipotermia é uma terapêutica pouco utilizada por intensivistas e emergencistas , profissionais estes que reanimam ou recebem os pacientes vítimas de PCR . O objetivo desse trabalho é apresentar a evolução histórica da hipotermia terapêutica , seus mecanismos de ação , quais os pacientes tidos como elegíveis para o procedimento até o momento , os métodos disponíveis para realizá-la , o manejo do paciente durante o resfriamento e durante o aquecimento ,as possíveis complicações do método , discutir os motivos para sua subutiliização , sua relação custo efetividade . Propondo um questionário 3 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. para ser respondido por médicos brasileiros de hospitais que recebam pacientes pós parada cardíaca e realizam seu tratamento afim de conhecermos o quanto e como é feita a hipotermia terapêutica no Brasil e quais os motivos que dificultam sua aplicação. HISTÓRICO Os fins terapêuticos da hipotermia são conhecidos desde o século XVIII, fazendo parte de numerosos relatos, sendo ciclicamente redescoberta e abandonada. (SIQUEIRA ,2005 ). Em 1942 , durante conferencia médica em Berlim , o médico nazista Sigmund Rasher , responsável por experimentos utilizando técnicas de hipotermia em prisioneiros , apresentou uma pesquisa com o objetivo de aumentar a sobrevivência de pilotos alemães da Luftwaffe ( força aérea alemã ) que eram abatidos sobre as águas gélidas do Mar do Norte e morriam de hipotermia .(TIERNEY,2005).Para realizar a pesquisa, Rasher utilizou 300 prisioneiros submetidos a imersões em água gelada ou amarrados a um tronco nus, sendo expostos ao rigor do inverno polonês, monitorizando a temperatura retal, freqüência cardíaca e nível de consciência. Constatando , nos casos em que foi feita a ressuscitação que o banho morno se mostrou o método mais eficaz para a reversão da hipotermia. (BIGELOW,1984). A primeira experiência clínica com hipotermia após parada cardíaca foi realizada no final de 1950 (BIGELOW,1984). Antes disso, apenas trabalhos sem seleção aleatória haviam sido realizados. A aplicação clínica foi inicialmente utilizada no tratamento de neonatos cianóticos ( o fenômeno dos bebes azuis ) em 1949 e nas primeiras cirurgias cardíacas em 1952. A indução da hipotermia hepática começou com o resfriamento generalizado em modelos experimentais em 1953 e clinicamente em 1961(YAMANAKA, 1998) . O propósito era minimizar a lesão isquêmica de reperfusão relacionada ao fluxo hepático com efeitos adversos em órgãos extra hepáticos . Com o aprimoramento dessas técnicas a perfusão gélida apenas do fígado vem sendo aplicada em pacientes selecionados desde 1971 (YAMANAKA, 1998). Ainda na década de 50, Peter Safar estudou em animais a hipotermia moderada após a reanimação de PCR e os seus resultados não convenceram. À despeito de ocasionalmente existirem resultados encorajadores, a hipotermia moderada para reanimação em PCR foi abandonada provavelmente pelos problemas clínicos mais freqüentes como tremores , arritmias , coagulopatias e infecções pulmonares ( BENSON ,1958;RAVITCH,1961). Trinta anos mais tarde, em 1980, foi renascida a hipotermia moderada pós PCR por Marion DW,.Estes autores pesquisaram em animais a hipotermia moderada imediatamente após a 4 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. PCR e encontraram importantes benefícios nos modelos de prognósticos reproduzidos em cães . Em 1987, os trabalhos desenvolvidos por dr,. Leonov mostraram suas experiências com cães em temperaturas moderadas pós PCR, descobriram que a hipotermia leve também possuia efeitos potencialmente benéficos de proteção e preservação cerebral e que ao contrário da moderada , era clinicamente segura ( HOUSSMAN, 1988;SAFAR,1998 ). Dois estudos importantes, prospectivos, randomizados e multicêntricos , envolvendo 9 instituições em cinco países europeus e quatro hospitais em Melbourne ( Austrália ) e concluídos em 2002 (BERNARD,2002;HACA,2002 ) consolidaram o uso da hipotermia terapêutica em pacientes comatosos sobreviventes após PCR fora do hospital , nos ritmos de FV/TV, submetendo-os a um período de hipotermia ( 32° A 34° ) durante 12 a 24 horas. Em comparação com os pacientes mantidos normotérmicos, os pacientes submetidos a hipotermia tiveram menor mortalidade e maior taxa de desfechos neurológicos favoráveis (BERNARD,2002;HACA, 2002), esses resultados vem sendo constantemente reproduzidos ( SAFAR,2002 ; FEITOSA FILHO , 2009). Desde outubro de 2002 a ILCOR ( Internactional Liaison Commitee On Resuscitation ) faz a seguinte recomendação : “PACIENTES ESPONTÃNEA ADULTOS APÓS INCONSCIENTES PARADA CARDÍACA COM EXTRA RETORNO A HOSPITALAR CIRCULAÇÃO DEVEM SER RESFRIADOS ENTRE 32° E 34 ° POR 12 -24 H QUANDO O RITMO INICIAL FOI FIBRILAÇÃO VENTRICULAR .TAL RESFRIAMENTO PODE SER BENÉFICO EM OUTROS RITMOS DE PARADA OU EM PARADAS CARDÍACAS INTRA HOSPITALARES” 2.MATERIAL E MÉTODOS Para a realização desse trabalho científico foi realizada a leitura de artigos científicos publicados , originais e de revisão , obtidos através do acesso via internet dos sites Medline , Pubmed, Revista Brasileira de Medicina Intensiva , New England Jounal of Medcine e das revistas Circulation e Ressuscitation. 3.AÇÃO E MANEJO CLÍNICO DA HIPOTERMIA TERAPÊUTICA: Mecanismo de ação da hipotermia terapêutica no sistema nervoso central Para que se possa entender como age a hipotermia terapêutica na proteção contra a injúria neurológica pós PCR é necessário que se conheçam os principais mecanismos lesivos , relacionados abaixo : 5 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. Nas vítimas de PCR com recuperação da circulação espontânea, a mortalidade e as seqüelas neurológicas devem-se principalmente a dois mecanismos fisiopatológicos : encefalopatia anóxica , resultante do comprometimento da circulação cerebral e a síndrome de reperfusão . Esta síndrome caracteriza-se por uma resposta inflamatória sistêmica desencadeada durante o período de reperfusão, que pode prolongar-se por 48 a 72 horas , consequente a ativação de cascatas bioquímicas que levam a geração de radicais livres de oxigênio e outros mediadores lesivos para os neuronios ( PEREIRA,2008 ;KUIPER , 2009; HACA , 2002). O metabolismo cerebral reduz de 6 a 10 % para cada 1°C na queda da temperatura , porém a redução da demanda metabólica basal não é o único mecanismo de proteção cerebral da hipotermia , apesar de ser muito importante (POLDERMAN, 2009 ). Durante o período de isquemia e reperfusão que se inicia com a parada cardíaca ocorre uma grande redução das moléculas de alta energia como a adenosina trifosfato . A conseqüência imediata desse fenômeno é a mudança do metabolismo celular de aeróbico para anaeróbico, a glicólise anaeróbica eleva os níveis intracelulares de fosfato lactato e íons hidrogênio , resultando em acidose intra e extracelular que promove o influxo de cálcio para dentro das células. (GOODMAN ,1999 ).Com o aumento do cálcio intracelular, ocorre disfunção mitocondrial e prejuízo no funcionamento das bombas de sódio e potássio o que leva a despolarização da membrana celular e liberação de glutamato ( neurotransmissor excitatório ) para o extra celular .(GOODMAN,1999).A acidose intracelular , que estimula os processos destrutivos celulares e apoptose pode ser evidenciada pela produção de lactato cerebral (GOODMAN , 2009). A hipóxia é responsável por alterações na permeabilidade da membrana celular que determina a formação de edema citotóxico e quebra da barreira hematoencefálica gerando hipertensão intracraniana ,oque piora a isquemia cerebral. A formação de radicais livres , como peróxido de hidrogenio , superóxido e peroxidonitrito e o desbalanço na liberação de mediadores pró inflamatórios ( tnf a e interleucina 1) são parte da cascata inflamatória desencadeada pela isquemia .A hipotermia age em todos esses mecanismos de lesão celular na medida em que inibe os processos excitatórios deletérios ; reduz a permeabilidade vascular , minimizando o aparecimento de edema cerebral; diminuindo também o dano oxidativo.(POLDERMAN , 2009) Abaixo de 35 °, a hipotermia gera efeito anticoagulante , o que é benéfico nesses casos, pois a ativação da cascata de coagulação tem papel importante no desenvolvimento da injúria neuronal pois há formação de fibrina e bloqueio na microcirculação . A liberação de 6 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. endotelina e tromboxane a2 ( potentes vasoconstritores ) também tem sua liberação diminuida pela hipotermia,favorecendo a vasodilatação local(POLDERMAN , 2009). Mecanismo de ação sistêmica da hipotermia 1) Aparelho circulatório:uma das primeiras adaptações da hipotermia é a vasoconstrição periférica , acompanhada inicialmente de elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca , com posterior queda dos batimentos cardíacos e vasodilatação perférica.(LICHTENSTEIN , 1998 ) . 2) Aparelho respiratório: queda do consumo de oxigênio associada a queda na produção de gás carbônico , assim como aumento da solubilidade desse gás , levando a uma queda do coeficiente respiratório ( LICHTENSTEIN , 1998). 3) Sistema ácido - básico : as alterações são complexas e uniformes . Acidose respiratória pode ocorrer devido à depressão respiratória, a acidose metabólica , devido a hipóxia tecidual ou ao colapso circulatório , bem como a produção de ácido lático ( lesão muscular pelos tremores , má perfusão periférica , respectivamente ). Entre outras situações encontradas, se destaca a alcalose respiratória, não pela hiperventilação ( não ocorre ), mas pela diminuição da produção sistêmica de gás carbônico predominando sobre a acidose lática . 4) Trato gastrointestinal : a motilidade intestinal está diminuída , inclusive com o aparecimento de íleo paralítico . Hiperamilasemia foi uma constante no estudo de Lichtenstein em 1998. 5) Outras alterações : a hipovolemia e a diminuição do débito cardíaco reduzem o fluxo plasmático renal , apesar disso,em virtude da menor reabsorção tubular de sódio,ocorre aumento da diurese com a queda da temperatura ,. Esse quadro associado à troca de líquidos para o espaço extracelular, explica a hipovolemia de pacientes hipotérmicos. Ocorre também, menor reabsorção da glicose tubular , podendo surgir glicosúria sem hiperglicemia (LICHTENSTEIN,1998 ). A hipotermia inibe a liberação de insulina (STEFFEN,1988 ) , diminui a sensibilidade dos tecidos a ela, bem como a utilização periférica de glicose . Pode ,ainda, haver hiperglicemia reflexa (LICHTENSTEIN,1998). Critérios para a escolha do paciente 7 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. O International Liaison Commitee on Resuscitation (ILCOR ) é um órgão internacional composto por membros das mais importantes entidades mundiais de ressuscitação , cuja missão é unificar o consenso científico em reanimação cardiorrespiratória e o atendimento de emergências cardiovasculares no mundo. Desde o 2003,oILCOR recomenda hipotermia leve para os pacientes sobreviventes pós PCR que permaneçam comatosos após a reanimação , independente do ritmo de parada e do local de ocorrência do evento ( evidencia nível I – ritmo de parada Fibrilação Ventricular /Taquicardia Ventricular; evidencia nível IV PCR intrahospitalar ou em outros ritmos de parada )(AMERICAN HEART ASSOCIATION ,2005) Devem ser excluídos os pacientes reanimados por mais de 60 minutos , aqueles com retorno a circulação a mais de 6 horas , aqueles em estado de coma prévio a PCR, as gestantes , os com sangramento ativo, coagulopatia prévia, os pacientes no pós operatório de cirurgias de grande porte há menos de 14 dias, nos com choque cardiogênico ou choque séptico e nos pacientes terminais . Pacientes que cheguem hipotérmicos ao hospital e preencham critérios de exclusão não devem ser reaquecidos ( NOLAN , 2003 ). Como critérios para realização hipotermia o centro médico da universidade de Columbia nos Estados Unidos a utiliza : idade menor que 75 anos,parada em FV ou TV e em casos selecionados de assistolia e atividade elétrica sem pulso , retorno a circulação espontânea em menos de 30 minutos, ausência de choque cardiogenico refratário que necessitem de 2 ou mais drogas vasoativas para manter a pressão arterial média maior que 60 mmhg , ausência de comorbidades graves. Nos estudos europeu e australiano de 2002, que tiveram grande importância para aceitaçãoda eficácia da hipotermia em humanos , a terapia trombolítica não foi critério de exclusão para o uso do método e houve pacientes que participaram do estudo que haviam recebido trombolíticos . Classificação TABELA 1. CLASSIFICAÇÃO DA HIPOTERMIA AHA DANZI DF GENTILELLO SAFAR LICHTENSTEIN 2005 1998 1996 1990 1998 L* >34°C 32,2-35°C 34-35,9°C 34-36°C 34-32°C M* 30-34°C 28-32,1°C 32-33,9°C 28-32°C 32-28°C 8 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. P/G* <30°C <28°C <32°C 15-25°C <28°C *L:LEVE , M:MODERADA, P/G: PROFUNDA / GRAVE A preferência pela última classificação é justificada por dois fenômenos importantes : a 32°C os tremores cessam ; abaixo de 28°C aumenta significativamente o risco de fibrilação ventricular (LICHTENSTEIN , 1998 ). Métodos de resfriamento , aquecimento , monitorização da temperatura Trabalhos clínicos recentes enfatizam que a temperatura ideal para se obter o efeito terapêutico desejado seria entre 32° e 34°c (The Hypothermia After Cardiac Arrest Study Group , 2002 ) O método ideal de resfriamento seria aquele capaz de induzir hipotermia rapidamente sem risco de hiper resfriamento, sustentara temperatura desejada durante a fase de manutenção sem grandes oscilações , propiciar um reaquecimento controlado e lento, ser minimamente invasivo e de baixo custo .(POLDERMAN,2006 ) Atualmente , podem ser usados métodos invasivos ou não invasivos , com preferência para os últimos . Os métodos não invasivos , ou convencionais , incluem a utilização de pacotes de gelo , mantas térmicas , equipamentos comercias de resfriamento de superfície e infusão de soluções geladas (RECH,VIEIRA , 2010), podendo haver associação de métodos com obtenção de bons resultados . A infusão de solução salina a 4 °C na dose de 30 a 40 ml/kg por via periférica ou central , é capaz de produzir uma queda na temperatura de 2° a 4° c com a vantagem de poder ser administrada antes de se chegar ao hospital (KLIEGEL , 2007 ). Lembrando que o preconizado é o inicio do resfriamento o quanto antes , até 6 horas do evento de parada cardiorrespiratória. Não se associou o uso de grandes volumes de soro gelado a efeitos adversos graves nos pacientes durante o resfriamento , não tendo sido demonstrado deterioração da oxigenação ou desenvolvimento de edema agudo de pulmão ( VANDEN,2004 ). A manutenção da temperatura na faixa ideal durante as 12 -24h de terapia vai depender do método utilizado para proceder ao resfriamento . A própria utilização do soro gelado a aplicação dos pacotes de gelo nas superfícies do pescoço , das axilas e das virilhas é uma forma simples e fácil de manter o resfriamento . (JIMMINK,2008 ) 9 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. O hiper-resfriamento e resfriamento insuficiente são menos comuns com o uso de equipamentos comerciais de resfriamento de superfície . Esses equipamentos consistem em pás revestidas com gel condutor de calor , aderidas sobre a pele que cobrem aproximadamente 40% da superfície corporal que estão conectados a uma unidade termorreguladora . O sistema aumenta ou diminui a temperatura da água circulante em resposta a temperatura alvo e à temperatura do paciente . A velocidade média de resfriamento é em torno de 1,4 °C /hora sendo um método seguro e eficaz tanto na indução do resfriamento como na manutenção e reaquecimento .(HAUGH , 2007). A maior eficácia nesses quesitos fundamentais é conseguida atualmente com catéter endovascular via femoral , subclávia ou jugular interna , cuja capacidade de resfriamento é de 2 a 2,5° C /hora. Esse catéter venoso central é de metal recoberto por onde circula água , conectado a um equipamento externo que a refrigera. Sua experiência de uso ainda é limitada e seu custo elevado , mas por outro lado é menos trabalhoso para a equipe do que os métodos convencionais . As complicações apresentadas são as mesmas relacionadas aos cateteres centrais comuns : trombose venosa e infecções .(POLDERMAN,2006 ). Como métodos invasivos de resfriamento tem-se : a lavagem peritoneal ou pleural porém são raramente utilizados (SAFAR , 2002). O resfriamento extracorpóreo do sangue é o método mais rápido de reduzir a temperatura , mas envolve dificuldades logísticas que acabam por prejudicar sua rapidez , como a necessidade de se obter um acesso vascular e preparar os equipamentos necessários ( SAFAR ,2002). O reaquecimento deve ser iniciado após 12- 24 horas de manutenção da hipotermia , devendo ser lento, 0,2 a 0,4 °C/hora, durante 12 h até que se atinja temperatura entre 35 e 37°C . Esse aquecimento pode ser ativo ou passivo (POLDERMAN,2006 ). São quesitos importantes para o sucesso do método passivo de reaquecimento a presença de termorregulação intacta , função endócrina normal e adequadas reservas de energia para criar calor endógeno (McCULLOUGH, 2004). O reaquecimento passivo até uma temperatura de 35 °c leva em torno de 8 horas. Se for feita com ajuda de uma manta térmica( modo ativo externo ) esta deve ser retirada quando a temperatura alcançar 35 °C . Quando se utilizam catéteres endovasculares ou equipamentos comerciais de resfriamento externo, pode-se programar a velocidade do reaquecimento (KLIEGEL,2005 ). Os modos ativos de reaquecimento podem ser realizados com a infusão venosa de fluidos aquecidos a 40° C , oxigênio aquecido umidificado( aumenta a temperatura em 1 a 2,5°C por hora ) , lavagem de cavidade corporal( pleural e peritoneal ) e aquecimento sanguíneo extracorpóreo (McCULLOUGH, 2004). 10 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. A monitorização da temperatura central do paciente deve ser contínua podendo ser utilizado termômetro esofágico , sensor de temperatura no cateter vesical e cateter de artéria pulmonar , se houver indicação precisa para sua utilização ( SUNDE,2007). Manejo do paciente submetido a hipotermia A literatura científica nos mostra que o resfriamento deve ser iniciado o mais breve possível para se obterem os melhores resultados funcionais , porém parece haver benefício do início da terapia até 6horas após o evento. Um estudo realizado submetendo ratos a anóxia cerebral, comparou o desfecho neurológico nos ratos submetidos ao resfriamento imediato e naqueles que tiveram o procedimento retardado em até 1 h , o resultado funcional foi melhor em ratos resfriados precocemente (ZHAO,2008 ). O paciente deve ser mantido com intubação orotraqueal , acoplado ao ventilador mecânico , sedado , e em uso de bloqueador neuromuscular para profilaxia de tremores se estes forem evidenciados. Existe uma abordagem terapêutica apropriada a cada fase do processo de manipulação térmica a que é submetido o paciente pós PCR . A monitorização inicial do paciente deve incluir eletrocardiograma contínuo , balanço hídrico , medida invasiva da pressão arterial e medida da temperatura central . A monitorização intraarterial da pressão é muito importante,pois é comum o desenvolvimento de hipotensão sendo muitas vezes necessário o uso de drogas vasoativas . A diurese profusa pode levar a hipovolemia piorando o débito cardíaco, já prejudicado devido a própria síndrome pós ressuscitação .( SUNDE , 2007 ). No tempo zero e a cada seis a doze horas ,devem ser realizados exames laboratoriais tais como hemograma , coagulograma, eletrólitos e gasometria arterial . O distúrbio de coagulação mais comum é o comprometimento discreto da formação de trombos , sangramentos maiores não estão associados à hipotermia leve ( SPIEL, 2009 ) . A avaliação da oxigenação do sangue e os ajustes do ventilador mecânico são melhor realizados através de gasometria arterial , pois a vasoconstrição periférica induzida pela hipotermia prejudica a aferição através da oximetria de pulso( RECH,VIEIRA,2010).O resfriamento causa fluxo intracelular de potássio , magnésio, cálcio e fósforo , resultando em baixos níveis séricos desses íons , podendo causar arritmias graves. Recomenda-se iniciar a reposição de eletrólitos na fase de indução e a suspensão durante o reaquecimento ( KUPCHICK ,2009). É contraindicada a alimentação durante o período de hipotermia devido ao retardo do esvaziamento gástrico , do alentecimento do transito intestinal, podendo ocorrer íleo 11 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. paralítico, além disso , existe um risco aumentado de pneumonia associada a ventilação mecânica em razão da possível aspiração durante a PCR e da diminuição da imunidade associada a hipotermia . Portanto é preciso ser rigoroso na aplicação de medidas de prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica ( RECH,VIEIRA,2010 ). A sedação pode ser realizada com midazolam e fentanil contínuos , porém pode ser necessária a aplicação de bolus para a manutenção adequada dos níveis de sedação.O aparecimento de convulsões pode ser mascarado pela sedação e pelo bloqueio neuromuscular , oque indica uso de monitorização eletroencefalográfica se esta estiver disponível . Crises convulsivas e tremores devem ser tratados agressivamente em qualquer fase , pois aumentam muito as demandas metabólicas de oxigênio (RECH,VIEIRA,2010) . Na 12° hora deve-se reavaliar a necessidade do uso de bloqueadores neuromusculares e interrompe-los ou reduzi-los caso não haja evidencia de tremores (SEDER , 2009). A ocorrência de arritmias graves ou sangramentos nessa fase impõe a suspensão do resfriamento . A monitorização eletrocardiográfica e da temperatura são fundamentais durante todo tratamento(RECH,VIEIRA,2010 ) . O aparecimento de bradicardia ou ondas de Osborne não são indicativos de interrupção da hipotermia (POLDERMAN, 2009).Instabilidade hemodinamica , com vasodilatação periférica e hipotensão , faz parte da síndrome pós reperfusão durante o período de reaquecimento ,podendo ser necessária a utilização de doses mais altas de drogas vasoativas . Outra preocupação dessa fase é o surgimento de hiperpotassemia rápida com risco de arritmia cardíaca. Todas as soluções contendo potássio e magnésio devem ser suspensas nesse período . Se o paciente estiver em uso de bomba de insulina essa também deverá ser desligada pelo risco de hipoglicemia (RECH,VIEIRA,2010). Ao se atingir 35°C suspende-se a sedação contínua após o término da hipotermia deve-se tratar a febre agressivamente, caso ocorra pois está associada a desfechos desfavoráveis em pacientes pós PCR . Complicações A hipotermia pode promover o surgimento de distúrbios cardiovasculares , endocrinometabólicos , imunológicos , infecciosos e coagulopatias . A hipotermia facilita a infecção da ferida cirúrgica pois causa vasoconstrição periférica , diminui a liberação de oxigênio no subcutâneo , impede a função oxidativa do neutrófilo e diminui a deposição de colágeno . A coagulopatia advém da possível disfunção plaquetária , inibição da cinética enzimática e ativação da cascata de fibrinólise , eventos esses mais comuns com hipotermias profundas . No sistema cardiovascular, tanto o resfriamento quanto o reaquecimento, podem promover 12 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. alterações tais como : inotropismo negativo levando a hipotensão , disfunção ventricular ( mais comum durante o reaquecimento ) . Mesmo a hipotermia leve pode causar a depressão da resposta ventilatória por interferencia do sistema nervoso central que pode ser em parte explicada pela diminuição dos níveis de glutamato no núcleo do trato solitário . Num dos estudos que serviram de base para os comitês, o estudo europeu de 2002 , mostrou que nos pacientes normotérmicos houve 70 % de complicações e que no grupo hipotérmico 73 % de complicações , o que equivale a dizer que não houve diferença estatística significante . Sépsis foi a complicação mais comum no grupo da hipotermia , entretanto sem significancia estatística (HOLZER, 2002) . 3.DISCUSSÃO Atualmente,submeter os pacientes comatosos pós PCR a hipotermia significa oferecer o melhor tratamento disponível para a síndrome de pós ressuscitação , o que tem importante repercussão ética e econômica.A ILCORe a European Resuscitation Council suportam o uso da hipotermia terapêutica em pacientes comatosos sobreviventes de PCR fora do hospital nos ritmos de FV e TV com nível de evidencia I(NOLAN et al,2003; POLDERMAN,2004 ;NOLAN,2005). Evidencias de nível IV ( estudos históricos ,coortes não randomizadas ou casos controle) sugerem que sobreviventes de parada cardíaca intra- hospitalar e de ritmos não chocáveis também possam se beneficiar da terapêutica , mas essa ainda é uma questão em aberto (ODDO,2006;JANATA ,2009 ). Numa metanálise realizada em 2005 ,Holzer et al mostrou que o número necessário para tratar afim de ter um bom prognóstico neurológio no momento da alta é de 6 pacientes. Um estudo observacional com controles históricos , analisou o impacto do uso da hipotermiano tempo da internação em UTI de pacientes pós PCR . Além da melhora dos desfechos neurológicos , foi observada uma redução no tempo de internação em UTI,naqueles pacientes tratados com hipotermia e que tiveram boa evolução neurológica numa média de 21 para 14 dias (STORM, 2006). A despeito desses resultados o uso de hipotermia continua sendo limitado ( MERCHANT,2006 ; ABELLA, 2005 ). Estimativas sugerem que uma media de 2300 ( entre 300 e 9500 ) pacientes comatosos pós PCR por ano poderiam ter um melhor prognostico neurológico a alta , se a hipotermia terapêutica fosse completamente implementada nos hospitais americanos ( MAJERSIK , 2008 ) . Duas preocupações podem estar associadas a adoção dessa terapêutica nesse contexto , o custo da hipotermia e o prognóstico em geral ruim nos pacientes que são vitimas de parada cardíaca fora do hospital , gerando a dúvida 13 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. de que os benefícios da hipotermia terapêutica justificariam seus custos ( MERCHANT, 2009) . Outra questão que pode ser levantada é a de que a hipotermia terapêutica pode aumentar o número de pacientes que sobrevivem a PCR com um prognóstico neurológico pobre que de outra forma teriam falecido e que sobrevivem com uma qualidade de vida muito baixa e de custo muito alto (MERCHANT, 2009). Uma forma de avaliar a efetividade da hipotermia após PCR é através da unidade qualidade ajustada de vida por anos ( QALY ) , que pode ter inclusive um valor negativo em casos em que a qualidade de vida do paciente é tão baixa que pode ser considerada pior do que a morte (STIELL,2003;RAINA, 2008;OWENS , 1997 ). O conceito de Qaly baseia-se na crença de que o objetivo de qualquer intervenção médica em relação ao paciente vise seu bem estar e a melhora da sua condição de saúde , podendo ser dicotomizada em dois fatores : aumento dos anos de vida e melhora na sua capacidade de desfrutar a vida . Aplicando-se ponderadores de qualidade a cada ano adicional de vida experimentado após o tratamento , o QALY busca associar ambos os elementos em uma única medida . Sendo admitido como parâmetros os limites de zero QALY =morte e 1 QALY = saúde plena . Estudo realizado nos EUA por Raina M. Merchant em 2009 abordou justamente o tema de custo efetividade da indução da hipotermia em paciente após PCR usando uma coorte hipotética de pacientes pós PCR com retorno espontâneo a circulação , um grupo tratado da maneira convencional e outro grupo tratado com hipotermia , usando como critérios de inclusão e exclusão os critérios da HACA (The Hypothermia After Cardiac Arrest Group ) assim como a avaliação da função neurológica após 6 meses de alta , também abordado no HACA Trial. O objetivo foi comparar os custos do cuidados do paciente, do momento do evento até 6 meses após a alta, nos grupos tratados de maneira convencional e com hipotermia, baseados na unidade custo em dólares por QALY ( $/QALY ) , sendo esta uma forma de alocar fundos em procedimentos médicos avaliando não somente a sobrevivência mas a qualidade de vida após o tratamento . Nesse estudo o tratamento com hipotermia incrementou em 0,66QALY a sobrevida do paciente em comparação com o grupo tratado convencionalmente , respondendo a um valor de $47.168/QALY. Nos EUA, estudos empíricos de custo efetividade estimam $100.000/QALY para cuidados com saúde como ponto de corte arbitrário para se admitir a relação custo-benefício de um procedimento como favorável ou desfavorável a sua realização, não sendo um determinante para a conduta. Um exemplo disso é o que se gasta com treinamento para ressuscitação para o público leigo $ 202.400/QALY ; acesso público a desfibrilação $44.000/QALY ;programa de desfibrilação( aparelho portátil ) nas 14 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. aeronaves comerciais americanas é em torno de 94.700/QALY , 235.858/QALY para o uso de GM-CSF (fator de crescimento de colônia de granulócitos )em idosos com leucemia ,139.523/QALY para uso de EPO em renais crônicos dialíticos .(NICHOL , 1998 ; GROENEVELD,2001 ;.GOLD,1996 ) Muitas variáveis podem diferenciar os pacientes em relação a custo efetividade num acompanhamento de 6 meses , porém através do uso do programa 10.000 MONTE CARLO simulation , o estudo de Raina M. Merchant et al mostrou que em 91% das vezes esse custo foi inferior a $100.000/QALY. Notou-se também nesse estudo que o custo com equipamentos , treino de equipe para realizar a hipotermia e reaquecimento e para realização do procedimento em si ,foi extremamente baixo em comparação com o custo do cuidado após a alta . E avaliando apenas o gasto com o resfriamento e aquecimento este foi de 1 % do total . Um estudo realizado com 600 médicos ( dos quais 78% lidavam com pacientes críticos frequentemente ),87% reponderam que nunca haviam utilizado hipotermia terapêutica ,principalmente por ter pouco conhecimento sobre o método , além de julgarem que as informações disponíveis são insuficientes ( Abella ,Rhee, Huang , 2005 ). Com base nessas informações propor um questionário para identificar a freqüência com que é feito o procedimento , como este é realizado , e saber os motivos pelos quais não é feito pelos médicos brasileiros frequentemente é uma das propostas desse trabalho. O questionário encontra-se no anexo 1. 4.CONCLUSÃO A hipotermia terapêutica é considerada um recurso com nível I de evidência ( PCR em taquicardia ou fibrilação ventricular ), recomendada pela ILCOR e AHA(American Heart Association ) , com uma relação custo- efetividade aceitável , que não aumenta o tempo de internação em UTI naqueles pacientes que evoluem bem , com um número necessário para tratar a fim de se proporcionar um bom prognóstico neurológico na alta de apenas 6 pacientes , enfim são inúmeros os motivos para se adotar essa terapêutica , porém não é isso que se observa. Um caminho possível para que possamos melhorar o prognóstico neurológico dos pacientes pós PCR que evoluem em coma é tornarmos a hipotermia terapêutica conhecida pela comunidade médica e descobrirmos os motivos pelos quais não se realiza esse procedimento com a freqüência que se esperaria de uma conduta tão fortemente recomendada ,a fim de se resolverem os problemas encontrados objetivamente . 15 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. Referências Bibliográficas: Abella BS, Rhee J W, Huang K N.Induced hypothermia is underused from cardiac arrest: a current practice survey .Resuscitation 2005;64:181-6. Bernard SA, Gray TW, Buist MD, Jones BM, Silvester W, Gutteridge G,Smith K. Treatment of comatose survivors of out-of-hospital cardiac arrest with induced hypothermia. New Engl J Med 2002; 346:557-63 Bigelow WG. 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Qual?__________ 2) Departamento ( ) unidade de terapia intensiva ( ) pronto socorro 3) Hospital ( )secundário ( ) terciário ( ) quaternário Q.1)A unidade de terapia intensiva do seu hospital possui: Monitor multiparamétrico ( ) Oximetria de pulso ( ) Monitorização de pressão arterial invasiva ( ) Termometro esofagiano ( ) retal ( ) vesical ( ) axilar( ) Manta térmica ( ) Q.2 )Você admite: Pacientes após parada cardíaca ( ) Pacientes com trauma cranio encefálico ( ) Paciente com acidente vascular cerebral() Paciente com hemorragia subaracnóide( ) Q.3 )Você induz hipotermia em pacientes com algum dos diagnósticos abaixo ( caso não realize hipotermia terapêutica em nenhum paciente vá para questão 11 ): Após parada cardíaca ( ) Trauma crânio encefálico ( ) acidente vascular cerebral ( ) Hemorragia subaracnóide( ) Q.4 )Nos pacientes após parada cardíaca voce usa como critérios de exclusão : Idade ( ) qual o limite ?_____ Ritmo de parada ( ) quais excluem ?_____ Choque séptico ( ) Choque cardiogenico ( ) Neoplasias ( ) 20 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. Outros ( )_____________________________ Q.5)O hospital em que você trabalha tem protocolo para realização de hipotermia ? ( ) sim ( )não Q.6)Qual a estimativa do número de pacientes /ano submetidos a hipotermia no hospital em que trabalha?_______ Q.7)Qual o método que você usa para induzir e manter a hipotermia terapêutica? Soro fisiológico gelado ( ) Manta térmica ( ) Circulação extracorpórea ( ) Sacos de gelo ( ) Outros ( )____________________ Q.8 )Qual temperatura alvo ?_______ Q.9) Por quanto tempo a mantém ?__________ Q.10)Você toma medidas específicas para prevenir : Infecções ( ) Distúbios hidroelétrolíticos ( ) Tremores ( ) Arritmias ( ) Hiperglicemia ( ) Sangramentos ( ) Q.11)Qual a razão para não utilizar hipotermia terapêutica : Não há os equipamentos necessários para monitorização do paciente ( ) Não há como refrigerar o soro fisiológico na uti ( ) Não tem certeza sobre a eficácia do método ( ) não há protocolo de hipotermia terapêutica no hospital em que trabalha( ) Nunca realizou o procedimento de resfriamento ( ) Considera a equipe de enfermagem muito sobrecarregada ( ) outros :_____________________________ Q.12)O que poderia persuadí-lo a usar a hipotermia terapêutica : Opiniões positivas de colegas sobre o método( ) Recomendações e opiniões de comitês e experts() Guidelines nacionais ou internacionais sobre o método( ) Ensaios clínicos randomizados ( ) Melhores métodos de resfriamento ( ) Aquisiçãode equipamentos adequados na uti em que trabalha( ) Quais ?__________________ 21 Departamento Nacional de Pós Graduação e AtualizaçãoMehlmann F. Q.13)Vocêconhece a orientação da ILCOR para o uso de hipotermia terapêutica? Sim( ) Não( )