Conjugando diversidade Para alguns, quando se fala em sertão, logo vem à mente pobreza e uma gente ressequida pela aridez e desprovida de diversidade. O ambiente pode até ser castigante, mas a gente, não. Somos diversos, sim. Sem holofotes ou sensacionalismos midiáticos. Somos a força no BATUCAR do samba de roda e no CANTAR do aboio da Itapiru que virou pedra. Somos a representação do sonho de Ícaro no VOAR dos jovens de Jacobina e no PEDALAR profissional dos garotos de Barrocas. Quem foi que disse que não sabemos CONJUGAR o verbo VALORIZAR? Nos orgulhamos dos “pilaqueiros” de Araci, com sua maestria no JOGAR futebol e no BRINCAR criativo do “boi de janeiro”. Nos orgulhamos dos “batateiros” de Teofilândia, com seu EXPORTAR da velha pedra para todos os cantos profissionais da mineração. Cidade do “forró da graxa” e da “trezena de Santo Antonio”. Nos orgulhamos do filósofo e artista plástico Raimundo Carvalho, com seu PINCELAR doce que nem a água da sua Biritinga natal. Nos orgulhamos dos serrinhenses, com sua vaquejada e Semana Santa fenomenal. Quem foi que disse que a diversidade passava a léguas daqui? As tradições dos índios Cariris ali na Miguel Calmon da bela cerâmica e o carnaval da Rocinha afrodescendente aqui em Teofilândia comprovam a nossa gênese diversa. Temos, em Santa Luz, um movimento de fomento ao rock. Cidade essa que já foi visitada por Rui Barbosa e Euclides da Cunha e que apresenta hoje, para o Brasil, seus escritores Guido Guerra e Nelci Lima. Temos, em Cansanção, da tradicional fanfarra ao grupo de teatro Sisal Trupe. Temos, em todas as cidades citadas, representações das mais variadas correntes religiosas num ORAR ecumênico saudável. Portanto, continuaremos a CONJUGAR os verbos: BATUCAR, CANTAR, VOAR, PEDALAR, JOGAR, BRINCAR, PINCELAR, EXPORTAR, ORAR, VALORIZAR e, também, AGRADECER. Agradecer às empresas mineradoras pelas parcerias com as nossas cidades ao longo desse tempo; por GERAR empregos e PROMOVER uma reflexão socioambiental na nossa região; por ACESSIBILIZAR nossa gente a EXTERIORIZAR tão diversa cultura popular. Paulo Roberto Oliveira Moura - 2º lugar Teofilândia/BA