Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Programa de Pós-graduação em Inovação Terapêutica/PPGIT Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Estudo das Atividades Anti-inflamatória e Antinociceptiva dos Derivados Indol-imidazolidínicos 5-(1H-Indol-3-il-metileno)-2-tioxo-imidazolidin-4ona (LPSF/NN-56) e 3-(4-Bromo-benzil)-5-(1H-indol-3-il-metileno)-2tioxo-imidazolidin-4-ona(LPSF/NN-52) UFPE – Recife 2011 Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Estudo das Atividades Anti-inflamatória e Antinociceptiva dos Derivados Indol-imidazolidínicos 5-(1H-Indol-3-ilmetileno)-2-tioxo-imidazolidin-4ona (LPSF/NN-56) e 3-(4-Bromo-benzil)-5-(1H-indol-3-il-metileno)-2tioxo-imidazolidin-4-ona(LPSF/NN-52). Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Inovação Terapêutica da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para obtenção do título de Mestre em Inovação Terapêutica. Área de concentração: Desenvolvimento Pré-clínico de Produtos Bioativos. ORIENTADORA: Profa. Dra. Teresinha Gonçalves da Silva UFPE – Recife 2011 Estudo das Atividades Anti-inflamatória e Antinociceptiva dos Derivados Indol-imidazolidínicos 5-(1H-Indol-3-ilmetileno)-2-tioxo-imidazolidin-4ona (LPSF/NN-56) e 3-(4-Bromo-benzil)-5-(1H-indol-3-il-metileno)-2tioxo-imidazolidin-4-ona(LPSF/NN-52). Aline Stamford Henrique da Silva Guerra Aprovada em: 18/03/2011 Banca examinadora: ____________________________________________________ Profª Drª. Teresinha Gonçalves da Silva – UFPE Orientadora – Membro interno ____________________________________________________ Profª Dra. Vláudia Maria Assis Costa – UFPE Membro externo ____________________________________________________ Profª Dra. Leônia Maria Batista – UFPB Membro externo RECIFE 2011 DEDICATÓRIA A minha mãe, Darlyx, que foi minha primeira mestra, guiou e orientou meus passos. Despertou em mim a curiosidade para aprender, a perseverança para lutar e o incansável desejo de perpetuar meus conhecimentos. Obrigada mainha por seu amor e dedicação, pela paciência e confiança e por me ajudar a realizar meus sonhos me incentivando e apoiando. AGRADECIMENTOS A Deus, por me proporcionar a vida e todas as experiências maravilhosas que passei, por me iluminar e abençoar minhas escolhas e por me dar força através da minha fé para sempre seguir em frente e obter sucesso. À minha orientadora, Profa. Drª Teresinha Gonçalves da Silva, pela oportunidade que me foi dada, pela dedicação, orientação e amizade. Seus valiosos conhecimentos contribuem para minha formação e futuro. Aos meus pais, Walter e Darlyx, pelo amor, carinho e educação que me prestaram. Obrigada pelo incentivo e palavras de consolo. Por vocês eu cheguei até aqui e para vocês que continuarei a seguir. As minhas irmãs lindas, que por muitas vezes pude recorrer e sempre tive amparo. Muito obrigada Alix, Amanda e Andreza, pelo carinho e companhia. Aos meus familiares por apoiarem, por falarem de mim com orgulho e carinho. Vocês também são responsáveis por minhas conquistas, pois nunca deixaram me faltar nada. Ao meu amigo, amor e companheiro Philipe, por sempre demonstrar interesse pelos meus planos, acompanhar minhas conquistas e alimentar meus sonhos. As amigas Cecília Brito e Ana Patrícia por fazerem parte da minha história e pelo carinho e amizade. Vocês fazem parte do meu alicerce. A minha amiga e orientadora de iniciação científica Maria do Carmo de Caldas Dias Costa, pelas horas de dedicação e carinho, por me transmitir conhecimentos valiosos e por me inserir no Departamento de Antibióticos da UFPE. A Técnica em Laboratório Suzete Mendonça, pelo seu carinho, companheirismo, por está sempre disposta a ajudar. A Técnica em Laboratório Maria Rodrigues, pela paciência e disposição para me ensinar as técnicas de ensaio in vitro com cultura de Células A Professora Silene Carneiro, pela amizade, carinho e por me inserir no Departamento de Antibióticos da UFPE. A minha amiga e companheira de Laboratório Diana Malta, por ser solícita, por dividir experimentos, material de estudo, por me ajudar na execução das minhas tarefas no laboratório e, por estar presente nos momentos de descontração, sorrir comigo e me passar conhecimento valiosos. Aos doutorandos do LBPF André Barros, Jaciana Aguiar e Thiago Lins, pela paciência, amizade, colaboração nos experimentos, consultoria de informática e horas de muitas risadas. Aos Mestrandos do LBPF, em especial Larissa Corrêa, Fernanda Mota, Sandrine Arruda e Tatiana Bezerra pela amizade, colaboração nos experimentos e análise dos resultados. Aos alunos de iniciação científica do LBPF Carlson Carvalho, Luana Laranjeira e Adamares Santana, pela colaboração no desenvolvimento deste trabalho, pela amizade, apoio e incentivo, pela companhia e ajuda nos finais de semana e feriados, pelos almoços, jantares, lanches, horas e horas de convívio. Ao veterinário e amigo Eryvelton Franco, por me ajudar a implantar uma nova metodologia de atividade anti-inflamatória que contribuirá para a pesquisa dos alunos do LBPF. Aos Professores Ivan da Rocha Pitta, Suely Lins Galdino e Maria do Carmo Alves de Lima, do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos/ Grupo de Pesquisa e Inovação Terapêutica – LPSF/GPIT, Departamento de Antibióticos, da Universidade Federal de Pernambuco, por fornecer as moléculas de estudo deste trabalho. A todos que fazem parte do Departamento de Antibióticos, por ceder o espaço para minha pesquisa. Aos meus colegas PPGITeanos, pelo convívio agradável, por compartilhar conhecimentos e por fazerem parte da minha formação acadêmica. A todos que fazem parte do Programa de Pós-graduação em Inovação Terapêutica pelo convívio e disponibilidade em atender minhas solicitações. À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), pelo incentivo e apoio financeiro. A todos, muito obrigada! "Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." João Guimarães Rosa RESUMO A inflamação é uma resposta vital provocada por patógenos, danos físicos, isquemia, injúrias tóxicas ou auto-imunes com o objetivo de proteger o organismo. É um processo complexo, incluindo atividades de vários tipos de células e dezenas de mediadores protéicos e lipídicos. A fase inicial da inflamação inclui mudanças no fluxo sanguíneo local e acumulação de várias células inflamatórias (neutrófilos, células dendríticas, monócitos, mastócitos e linfócitos). Posteriormente, patógenos, debris celulares e células inflamatórias precisam ser removidas e a integridade e funcionamento normal do tecido restaurado. Apesar do avanço no conhecimento da fisiopatologia da inflamação, os medicamentos atuais ainda apresentam sérios efeitos adversos. Neste estudo, nos propomos a avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de derivados indolimidazolidínicos (LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56) e determinar as concentrações do TNFα e IL-1β no exsudato inflamatório de animais tratados com os compostos em estudo. Para a avaliação da atividade anti-inflamatória, foram utilizados testes da fase aguda como, bolsão de ar subcutâneo, peritonite e pleurisia induzidos por carragenina e permeabilidade vascular induzida por ácido acético. Para avaliação do efeito antinociceptivo foram realizados os ensaios da nocicepção induzida por ácido acético, formalina e placa quente. No teste do bolsão de ar os melhores resultados foram obtidos com o LPSF/NN-52 (10mg/kg) e LPSF/NN-56 (3mg/Kg) com inibição da migração leucocitária de 72 e 81%, respectivamente em relação ao grupo controle. A indometacina (10mg/kg; 87% de inibição) foi usada como fármaco de referência. Na peritonite, os compostos LPSF/NN-52 (10mg/kg) e LPSF/NN-56 (3mg/kg) inibiram a migração leucocitária em 56 e 55%, respectivamente, em relação ao controle. O fármaco padrão indometacina apresentou inibição de 58%. Em relação à avaliação das citocinas pró-inflamatórias em ambos os testes, as substâncias em estudo diminuíram a concentração de TNF-α e IL-1β. No teste da pleurisia, as substâncias também inibiram a migração leucocitária LPSF/NN-52 (49%) e LPSF/NN-56 (39%) em relação ao grupo controle, porém sua inibição foi inferior aos padrões dexametasona (71%) e indometacina (65%). Os compostos testados diminuíram a permeabilidade vascular induzida por ácido acético. Na nocicepção induzida por ácido acético, as substâncias apresentaram diminuição no número de contorções abdominais em relação ao grupo controle, onde o LPSF/NN-52 inibiu a nocicepção em 52% e LPSF/NN-56 inibiu 63%. O padrão para este teste foi o diclofenano (68%). No teste da formalina, os compostos testados apresentaram efeitos apenas na segunda fase. No teste da Placa quente nenhum dos derivados apresentou inibição da nocicepção. Desta forma, os resultados indicam que os derivados indol-imidazolidínicos testados apresentaram atividade antiinflamatória e antinociceptiva promissoras, provavelmente através da modulação do sistema imune. Sugere-se que a atividade antinociceptiva dos derivados indolimidazolidínicos seja decorrente de mecanismos periféricos, atuando apenas na dor inflamatória. Palavras-chave: Imidazolidinas. Atividade Anti-inflamatória, Atividade Antinociceptiva, ABSTRACT Inflammation is a vital response caused by pathogens, physical damage, ischemia, or toxic insults autoimmune diseases in order to protect the body. It is a complex process, including activities of various kinds of cells and dozens of protein and lipid mediators. The initial phase of inflammation include changes in the flow local blood cells and accumulation of several inflammatory (neutrophils, dendritic cells, monocytes, lymphocytes and mast cells). Subsequently, pathogens, cellular debris and inflammatory cells need to be removed and the integrity and functioning restored normal tissue. Despite the advances in knowledge of the pathophysiology of inflammation, current drugs also have serious effects adverse. In this study, we propose to evaluate the anti-inflammatory activity and antinociceptive of derived indole-imidazolidine (LPSF/NN-52 and LPSF/NN- 56) and determine the concentrations of TNF-α and IL-1β in exudates of animals treated with compounds. To evaluate the anti- inflammatory activity, were used air pouch, peritonitis and pleurisy induced by carrageenin and vascular permeability induced by acetic acid. For evaluation of the antinociceptive, assays performed were the nociception induced by acetic acid, formalin and hot plate. In test air pocket the best results were obtained with the LPSF/NN-52 (10mg/kg) and LPSF/NN-56 (3 mg / kg) with inhibition leukocyte migration of 72 and 81%, respectively compared to control group. Indomethacin (10mg/kg; 87% inhibition) was used as reference drug. In peritonitis, the compounds LPSF/NN-52 (10mg/kg) and LPSF/NN-56 (3mg/kg) inhibited leukocyte migration in 56 and 55% respectively, compared to control. The standard drug indomethacin showed inhibition of 58%. Regarding the assessment of pro-inflammatory cytokines in both tests, the substances under study decreased the concentration of TNF-α and IL-1β. In the test of pleurisy, the substances also inhibited leukocyte migration LPSF/NN-52 (49%) and LPSF/NN-56 (39%) compared to control group, but was inferior to its inhibition patterns dexamethasone (71%) and indomethacin (65%). The compounds tested decreased vascular permeability induced by acetic acid. In nociception induced acetic acid, substances decreased the writhing in relation to group control, where the LPSF/NN-52 inhibited nociception in 52% and LPSF/NN-56 inhibited 63%. The standard for this test was diclofenac (68%). In the formalin test, the compounds presented effects only in the second phase of inflammation. In the hot plate test, the derivatives did not inhibit nociception. Thus, the results indicate that the indole-imidazolidine derivatives tested showed anti-inflammatory and antinociceptive activity promising, probably through modulation of the immune system. It is suggested that the activity antinociceptive of indole-imidazolidine derivatives is due to peripheral mechanisms, acting in only inflammatory pain. Keywords: Anti-inflammatory activity, antinociceptive activity, indol-imidazolidines. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mecanismo específico da dor nociceptiva (A) e dor inflamatória (B) adaptado (WOOLF, 2004). 31 Figura 2 : Cascata da inflamação e atuação dos antiinflamatórios 32 Figura 3: Hidantoína (imidazolidina-2,4-diona). 34 Figura 4: Estrutura imidazolidin-4-ona. básica dos derivados 5-benzilideno-2-tioxo 35 Figura 5: Estrutura geral dos derivados 3-(3-alkil-2,6-diarilpiperina-4 ilidena)-2-tioxoimidazolidina-4-onas. 36 Figura 6: 2,4-dioxi-1,3-difenil-7,8-benzo-6-etil-9-(2-feniletil)-1,3,6,9tetrazaspiro[4.4]nonano. 36 Figura 7: Esquema de síntese dos derivados 5-arilideno hidantoína. 38 Figura 8: (Z)-3-(4-cloro-benzil)-5-(4-nitro-benzilideno)-imidazolidina2,4-diona. 38 Figura 9: (1) (Z)-5-((1-Benzil-5-metil-1H-indol-3-yl)metileno)imidazolidina-2,4-diona e (2) (Z)-5-((1-Benzil-5-metil-1H-indol-3-yl)metileno) imidazolidina-2,4-diona. 39 Figura 10: (1) 1-[4-oxo-8-(3-clorofenil)-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1c][1,2,4]triazin-3-il] ; (2) 1-[4-oxo-8-(3,4-diclorofenil)-4,6,7,8tetrahidroimidazol[2,1 c][1,2,4]triazin-3-il]. 39 Figura 11: Esquema reacional dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPFS/NN-56. 44 Figura 12: Concentração de TNF-α (A) e IL-1β (B) em exsudato no teste de Bolsão de Ar. 56 Figura 13: Concentração de TNF-α (A) e IL-1β (B) em exsudato no teste de peritonite induzida por carragenina. 58 Figura 14: Efeito dos compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 no teste da permeabilidade vascular induzida por ácido acético. 60 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Nome químico e características físico-químicas dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-56 e LPSF/NN-52 45 Tabela 2: Evolução do peso corporal, consumo de ração, água e índice dos órgãos dos animais tratados com os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 em relação ao grupo controle. 54 Tabela 3: Total de Leucócitos polimorfonucleares - PMNL (média desvio padrão) e percentual de inibição da inflamação dos grupos controle e tratados com os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56. 55 Tabela 4: Número de PMNL e percentual de inibição da inflamação pelos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 no teste da peritonite induzida por carragenina. 57 Tabela 5: Avaliação do total de Leucócitos polimorfonucleares - PMNL e percentual de inibição da inflamação dos grupos controle e tratados com NN-52 e NN-56 no teste de Pleurisia induzida por carragenina. 59 Tabela 6: Número de contorções abdominais e percentual de inibição dos derivados indol-imidazolidínicos no teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético. 60 Tabela 7: Tempo de latência ao estímulo térmico no teste da placa quente após tratamento oral com os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56. 61 Tabela 8: Efeito dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPFS/NN-56 no teste de nocicepção induzida por formalina. 62 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS A549 Adenocarcinoma de células alveolar humana AINES Anti-inflamatórios não Esteroidais ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária CCR5 Receptor do tipo 5 para quimiocinas CD4 “Cluster” de diferenciação 4 CI50 Concentração que produz 50 % de inibição no crescimento celular COX Cicloxigenase DL50 Dose letal (50%) DMSO Dimetil sulfóxido EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético H 460 Linhagem celular de adenocarcinoma de efusões pleurais HIV Vírus da imunodeficiência Humana HSF Células fibroblásticas epitelial humana IASP Associação Internacional do Estudo da Dor IFN- γ Interferon γ IL Interleucina L 1210 Células de leucemia murina LPS Lipopolissacarídeo LS 180 Linhagem celular de adenocarcinoma de cólon MCF-7 Linhagem celular de adenocarcinoma de mama humano MDA-231 Linhagem celular de adenocarcinoma de mama humano MIC Concentração Inibitória Mínima MTT ([brometo de (3-(4,5-dimetiltiazol-2-yl)-2,5-difenil tetrazólio]) NK Células Natural Killer NKA Neurocina A NO Óxido nítrico OECD Organization for Economic Cooperation and Development PBS Solução tampão fosfato PGE2 Prostaglandina E2 PGG2 Prostaglandina G2 PGH2 Prostaglandina H2 PGI2 Prostaciclina PMNLs Leucócitos Polimorfonucleares PPARr Receptores Ativados Por Proliferadores De Peroxissomos Pt Platina RDC 48 Resolução da Diretoria Colegiada de número 48 SiHa Linhagem celular de câncer de útero scPTZ Pentilenotetrazol subcutâneo T 470 Linhagem celular de carcinoma de mama TGF Fator Transformador de Crescimento TNF-α Fator de Necrose Tumoral alfa TXA2 Tromboxano A2 TZDs Tiazolidinadionas SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 1 INTRODUÇÃO 20 2 JUSTIFICATIVA 23 3 REVISÃO DA LITERATURA 24 3.1 Fisiopatologia da Inflamação 25 3.1.1 Inflamação Aguda 25 3.1.2 Inflamação Crônica 26 3.1.3 Resposta Imune e Inflamação 27 3.1.4 Citocinas 28 3.2 Fisiopatologia da Dor 28 3.2.1 Dor inflamatória 30 3.3 Anti-inflamatórios esteroidais e não-esteroidais 31 3.4 Propriedades Biológicas das Imidazolidinas 34 3.4.1 Atividades Anti-inflamatórias 34 3.4.2 Atividade Antifúngica 35 3.4.3 Atividade antibacteriana 36 3.4.4 Atividade esquistossomicida 37 3.4.5 Atividade Citotóxica 38 3.5 Propriedades Biológicas dos derivados indólicos 40 4 OBJETIVOS 42 4.1 Geral 42 4.2 Específicos 42 5 MATERIAIS 44 5.1 As Substâncias 44 5.2 Equipamentos 45 5.3 Material de Consumo 45 5.4 Animais Experimentais 46 6 MÉTODOS 46 6.1 Procedimentos Éticos 47 6.2 Toxicidade 47 6.3 Atividade Anti-inflamatória 47 6.3.1 Método do Bolsão de Ar Subcutâneo 48 6.3.2 Peritonite Induzida por Carragenina 48 6.3.3 Pleurisia Induzida por Carragenina 49 6.3.4 Determinação dos Níveis de Citocinas (TNF-α e IL-1β) 49 6.3.5 Permeabilidade Vascular Induzida por Ácido Acético 49 6.4 Atividade Antinociceptiva 50 6.4.1 Nocicepção Induzida por Ácido Acético 50 6.4.2 Método da Placa Quente 50 6.4.3 Nocicepção induzida por formalina 51 6.5 Variáveis Analisadas 51 6.6 Análise dos Dados 52 7 RESULTADOS 54 7.1 Toxicidade Aguda 54 7.2 Método do Bolsão de Ar Subcutâneo 7.2.1 Dosagem das Citocinas TNF-α e IL-1β (Método do Bolsão de Ar) 7.3 Peritonite Induzida por Carragenina 7.3.1 Dosagem das Citocinas TNF-α e IL-1β (Método da Peritonite) 54 55 57 57 7.4 Pleurisia Induzida por Carragenina 58 7.5 Permeabilidade Vascular Induzida por Ácido Acético 59 7.6 Nocicepção Induzida por Ácido Acético 60 7.7 Teste da Placa Quente 61 7.8 Nocicepção induzida pela formalina 61 8 DISCUSSÃO 64 9 CONCLUSÕES 71 REFERÊNCIAS ANEXOS APÊNDICES INTRODUÇÃO 20 1. INTRODUÇÃO A inflamação pode ser classificada na dinâmica de sua resposta como aguda ou crônica. Cada fase tem um perfil celular característico: neutrófilos, células dendríticas e macrófagos na fase aguda, e na fase crônica, mononucleares tais como macrófagos, linfócitos e mastócitos são predominantes. Inflamações como hepatite aguda, mordida de insetos ou reações na pele são caracterizadas por uma resposta inicial imediata, onde após a detecção de antígenos e/ou danos, neutrófilos são imediatamente recrutados para o sítio por sinais quimioatraentes, seguido pela invasão de monócitos/macrófagos que se torna o principal tipo de células após 48 horas (GARCIA-PASTOR et al.,1999; FRÖDE; MEDEIROS, 2001; KIRVESKARI et al., 2003; RANKIN, 2004). O papel dos neutrófilos é fagocitose de antígenos que são degradados dentro das células através de processos enzimáticos. A ativação de neutrófilos leva a secreção de citocinas que amplifica a resposta inflamatória e resulta num infiltrado linfocitário e também em mudanças vasculares, edema e destruição enzimática. O objetivo da fase aguda é a eliminação total dos antígenos. Entretanto, a definição começa já durante a fase inicial da resposta inflamatória. Granulócitos migram no sítio inflamado e promovem a ativação do ácido araquidônico e metabólitos dos leucotrienos pela lipoxina. Outros mediadores lipídicos tais como as resolvinas e protectinas iniciam a apoptose dos neutrófilos. Macrófagos que eliminam neutrófilos apoptóticos também estimulam a resolução pela liberação de citocinas anti-inflamatórias, tais como o TGFbeta. Se o balanço entre inflamação e resolução é quebrado, pode levar a inflamação crônica (FRÖDE; MEDERIROS, 2001; BERGER; MOLLER, 2002; SZÉLES; TÖRÖCSIK; NAGY, 2007). No processo inflamatório, células como leucócitos, plaquetas, células do endotélio vascular, mastócitos e células do sistema nervoso periférico produzem uma série de substâncias endógenas, também denominadas de mediadores químicos da inflamação: serotonina, produtos da cascata do ácido araquidônico, adenosina, histamina, neuropeptídios como a susbstância P e citocinas. Estes mediadores promovem uma alteração no mecanismo de transdução periférica do estímulo nociceptivo, que por sua vez, aumenta a sensibilidade de transdução dos nociceptores, com conseqüente redução no limiar de percepção do estímulo doloroso e aumento da 21 sensibilidade a dor (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998; BONICA; YAKSH; LIEBESKIND, 1990; MEYER; CAMPBELL; RAJA, 1994). Os compostos hidantoínicos (que possuem o anel imidazolidínico) despertam grande interesse devido, sobretudo, à sua ocorrência na natureza, por sua reatividade química, tendo consequente afinidade por biomacromoléculas e por apresentar inúmeras propriedades biológicas importantes para o desenvolvimento de fármacos. Modificações estruturais no anel imidazolidínico, conferem a molécula uma variedade de atividades farmacológicas tais como: anti-inflamatória, antifúngica, antibacteriana, hipoglicêmica, esquistomicida, citotóxica entre outras (OLIVEIRA, et al., 2008; MALTA, 2005; REDDY et al., 2010). Apesar da eficácia clínica dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), os seus efeitos colaterais como intolerância gástrica, toxicidade renal e aumento da incidência de doenças cardiovasculares representam um grande obstáculo na terapêutica (SIMONS; WAGNER; WESTOVER, 2000; VOGIAGIS et al., 2001; PATRONO; ROCA, 2009). Encontrar substâncias eficazes e com baixa toxicidade levam os pesquisadores a uma busca incansável por novos fármacos. Entre os métodos de pesquisa, os processos de modificação molecular são os mais promissores (BARREIRO et al., 2002; AMARAL; MONTANARI, 2002). Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antiinflamatório a antinociceptivo de derivados indol-imidazolidinicos como novos protótipos para o desenvolvimento de fármacos anti-inflamatórios a analgésicos. JUSTIFICATIVA 23 2. JUSTIFICATIVA Os anti-inflamatórios são fármacos utilizados no tratamento e alívio dos sintomas de uma série de doenças inflamatórias, tais como artrite reumatóide, febre reumática, osteoartrite, artrite psoriática, lúpus eritomatoso, dentre outras. O mal que as doenças inflamatórias crônico-degenerativas causam a população e os relatos na literatura que atribuem efeitos adversos a alguns anti-inflamatórios não esteroidais justificam a importância de buscar novos fármacos anti-inflamatórios. O desenvolvimento na área da síntese orgânica proporcionou o aumento de substâncias sintéticas que são utilizadas na terapêutica no combate, prevenção e controle de doenças, infecciosas, e crônico-degenerativas, prevenindo assim seu agravamento, e proporcionando o aumento do tempo da sobrevida em caso de doenças terminais (GORDON et al., 1994). Os compostos que possuem o anel imidazolidínico despertaram interesse por apresentar grande reatividade química e afinidade por biomacromoléculas. Estas características lhes conferem uma gama de propriedades que inclui: atividade antiinflamatória, antinociceptiva, atividade antifúngica, antibacteriana e esquistomicida (OLIVEIRA et al., 2008). Por outro lado, o núcleo indol faz parte de uma classe importante de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais que tem como protótipo a indometacina, que é potente e eficaz no combate a inflamação, entretanto apresenta vários efeitos colaterais, dentre eles a intolerância gástrica. Neste contexto podemos ressaltar a importância da síntese de compostos híbridos, tendo como base o núcleo indol-imidazolidínico como candidato a protótipo para desenvolvimento de fármacos para o alívio ou tratamento dos sintomas da inflamação e da dor. REVISÃO DE 25 LITERATURA 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1. Fisiopatologia da Inflamação O processo inflamatório é um dos mecanismos mais antigos que existe no organismo animal para sua defesa quando há uma invasão de microrganismos patogênicos. Celsius (30 a.C. – 38 d.C.) propôs os quatro sinais clássicos da inflamação: rubor, tumor, calor e dor. Muitos anos depois, Virchow (1821-1902), descreveu o quinto sinal clássico da inflamação, que é a perda de função do órgão ou tecido inflamado (WEISSMAN, 1992; HEIDLAND et al., 2006). A resposta inflamatória é uma propriedade essencial para a sobrevivência de um organismo. Esta capacidade dos seres vivos em responder defensivamente a estímulos lesivos ocorre de forma cada vez mais complexa, à medida que aumenta a especialização biológica (CUZZOCREA, 2005). Uma inflamação pode ocorrer a partir de diversas injúrias: traumas no tecido, invasão de bactérias, vírus ou parasitos, presença de complexos imunes, entre outros (CUNHA et al., 2003). Para que haja resposta do organismo lesionado a estas diversas injúrias, mediadores bioquímicos são sintetizados, como: histamina, serotonina, enzimas lisossomais, prostaglandinas, leucotrienos, fatores ativadores de plaquetas, citocininas, óxido nítrico, o sistema complemento, bradicininas, os fatores de coagulação e fibrinólise) (CUZZOCREA, 2005; WANG; ALJAROUDI; NEWBY, 2005; SARKAR; FISHER, 2006). A inflamação poderá ser aguda ou crônica dependendo do tempo de permanência do processo inflamatório no organismo. 3.1.1. Inflamação Aguda A inflamação aguda é a reação imediata do organismo frente a um estimulo físico, químico ou biológico, onde mediadores de defesa são sintetizados e direcionados ao local da lesão. Essa resposta geralmente é breve, podendo durar alguns minutos, horas, ou até mesmo 26 alguns dias. O principal objetivo da reação inflamatória é possibilitar ao tecido lesado o acesso de células, proteínas e outros elementos originários do sangue para que haja reparação do tecido lesionado. Segundo Contran et al. (2005), o processo inflamatório agudo pode ser dividido em uma sequência de eventos. Primeiramente há uma lesão em um organismo, fazendo com que este produza mediadores inflamatórios. Depois há um aumento do fluxo sanguíneo local, devido à retração de células endoteliais, promovendo a vasodilatação. Assim estes mediadores inflamatórios podem ter acesso à região inflamada. Posteriormente o extravasamento de macromoléculas plasmáticas, devido o aumento da pressão oncótica local, promovendo a evasão de água e levando a formação do edema. Por ultimo a quimiotaxia de leucócitos, caracterizando o processo inflamatório. (MAJNO, PALACE, 1961; SUFFREDINI et al., 1999; MCDONALD; THURSTON; BALUK, 1999; COLLINS, 1999). 3.1.2. Inflamação Crônica Algumas doenças crônicas se originam de inflamações agudas que evoluem em seus sintomas, como por exemplo, infecções por microrganismos, tais como o Mycobacterium tuberculosis, agentes de baixo grau de toxicidade, como sílica, algumas viroses e reações auto-imunes. Uma inflamação é denominada crônica quando ocorre a persistência do estimulo agressor, ocasionando uma destruição contínua dos tecidos e há tentativas de cicatrização por reparo fibroso além de respostas auto-imunes (RODRIGUEZ-VITA; LAWRENCE, 2010; COSSEUNS; WERB, 2002; DE MARZO et al., 2007). Outro importante exemplo de inflamação crônica é o reumatismo, conjunto que compreende mais de 150 doenças e síndromes que são em geral progressivas e associadas com a dor. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil existam mais de 15 milhões de pessoas acometidas por diversos tipos de doenças reumáticas. A artrite reumatóide é uma doença que afeta as juntas, tendões, músculos e tecidos fibrosos, ocasionando dores. Sua incidência é maior entre as mulheres com faixa etária de 20 a 40 anos de idade (WHO, 2010). A inflamação crônica se prolonga por períodos bem mais extensos que a inflamação aguda e está associada com alguns processos específicos de alteração histológica como fibrose e necrose do tecido afetado, proliferação de vasos sanguíneos e, principalmente, a participação de linfócitos e macrófagos (FERREIRA; LORENZETTI; POOLE, 1993). 27 3.1.3. Resposta Imune e Inflamação O sistema imune é responsável pelos processos de reparo tecidual como também pela defesa do organismo. Os leucócitos atuam em momentos distintos da reposta imune. A resposta imune pode ser classificada em imunidade não-específica (inata) e a específica (adquirida) onde estes dois tipos de imunidade atuam de maneira independente. Na imunidade inata as células atuantes são principalmente células fagocitárias mononucleares (macrófagos/monócitos) e os granulócitos (ex. neutrófilos). No caso da imunidade adquirida, além das células efetoras, há atuação dos linfócitos (linfócitos T e linfócitos B) (KIRVESKARI et al., 2003). Na imunidade inata, os macrófagos entram em ação secretando diversos mediadores, tais como óxido nítrico (NO), citocinas (IL-1, IL-6, IL-12, TNF-α), quimiocinas (IL-8) entre outros (KONSMAN et al., 2002). A indução para a ativação dos macrófagos pode ser tanto pelo estímulo lesivo, agente infectante ou pela ação de outras citocinas, principalmente interferon gama (IFN-γ) que são liberadas por linfócitos (WALKER et al., 1999; MARTÍNFONTECHA et al., 2004). Dentre estes mediadores que atuam como vasodilatadores e contribuem para a migração leucocitária está a bradicinina. Esta também estimula a produção de uma cascata de citocinas pró-inflamatorias (TNF-α, IL-8, IL-6 e IL-1β) como também a liberação de prostaglandinas e aminas simpaticomiméticas que induzem a hipernocicepção e a dor (CUNHA et al., 1992; VERRI et. al, 2007). Na imunidade adquirida as células em atuação são os linfócitos. Estas células são primeiramente produzidas no timo ou na medula óssea, depois sofrem amadurecimento nos órgãos linfóides periféricos (baço, linfonodos e amigdalas), para então serem liberadas durante a resposta imune (WALKER et al., 1999; MARTÍN-FONTECHA et al., 2004). Os linfócitos T efetores (maduros), quando chegam ao local da injúria liberam diversas citocinas (IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, TNF-α) e quimiocinas. Estas são responsáveis pela ativação de células B, quimiotaxia de leucócitos, ativação dos macrófagos, deposição de fibrina e dor (WATKINS et al., 1995). 28 3.1.4. Citocinas As citocinas são um imenso grupo de moléculas que atuam regulando a resposta inflamatória e imunológica, entre outros processos. São produzidas principalmente por macrófagos após estimulação, por toxinas, lesão mecânica ou mediadores inflamatórios (ZHANG, 2008). Existem interleucinas anti-inflamatórias e pró-inflamatórias: as interleucinas IL-4, IL10, IL-13, IL-1ra (antagonista da interleucina-1) e o TGF-β1 (fator transformador de crescimento-β1) são anti-inflamatórias, pois inibem a liberação de citocinas pró-inflamatórias e reduzem a expressão da COX-2 (CUNHA, 2003). Já as interleucinas IL-6, IL-8, TNF-α e IL-1β são pró-inflamatórias, migram e atuam na área lesionada, sinalizando a inflamação. Estas interleucinas também estão associadas com a indução e manutenção da dor aguda e crônica (CUNHA, et al., 2000; VALE et al., 2003) Um dos principais papéis da IL-1β é aumentar a expressão das ciclooxigenases (COX1 e COX-2), induzindo a produção de prostaglandinas. Estas sensibilizam os nociceptores, resultando em hipernocicepção/dor (VERRI et al., 2006). O uso de inibidores da ciclooxigenase como a indometacina inibe o seu efeito álgico (DINARELLO et al., 1999). O TNF-α é sintetizado e liberado no local da lesão a partir de diversas células, como: macrófagos, linfócitos Th1, mastócitos, neutrófilos, eosinófilos, astrócitos, células natural killers (NK) e células do sistema nervoso (MEYERS; ALBITAR; ESTEY, 2005). Além de estar envolvido com o processo inflamatório e hipernocicepcao/dor, o TNF-α está relacionado com a anorexia e outros sintomas (OMOIGUI, 2007; SACHS et al., 2002). 3.2. Fisiologia da Dor Em 1996, a Associação Internacional para o Estudo da dor (IASP) definiu a dor como "uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial, ou descrito nos termos de tal dano". A dor é uma experiência subjetiva, que não pode ser facilmente medida. Ao descrever a dor como uma "experiência", podemos 29 diferenciá-la de nocicepção uma vez que a nocicepção é um processo neural que envolve a transdução e transmissão de um estímulo nocivo para o cérebro, enquanto a dor é o resultado de uma complexa interação entre sistemas de sinalização e a percepção única do indivíduo a um estímulo (STEEDS, 2009). A dor é o resultado de uma resposta física e psicológica a uma lesão. Um conjunto complexo de vias transmite mensagens de dor a partir da periferia, através das fibras aferentes primárias, para o sistema nervoso central (STEEDS, 2009). Os receptores nociceptivos são representados pelas terminações nervosas livres presentes nas fibras mielínicas A-δ e amelínicas C. A atividade dos nociceptores é modulada pela ação de substâncias algiogênicas (SMIDERLE, 2008). Estas são responsáveis pela hiperalgesia termomecânica e pela vasodilatação observada em lesões mecânicas, inflamatórias e isquêmicas. Existem três mecanismos básicos para a percepção da dor: 1 ) transdução, que é o processo de ativação dos nociceptores através da transformação de um estímulo nóxico mecânico, térmico ou químico; 2) transmissão, conjunto de vias que permitem a propagação do impulso nervoso, gerado ao nível de nociceptor, ao sistema nervoso central; 3) A modulação, que é o processo de supressão da dor ativadas pelas próprias vias nociceptivas (VANDERMEULEN, 2000) Entre os receptores periféricos e o cérebro, existem duas vias mediadoras dos estímulos dolorosos: a via neoespinotalâmica e a via paleoespinotalâmica (LÜLLMANN et al., 2000). Através da via neoespinotalâmica, as sensações térmicas e dolorosas são trazidas dos membros e do tronco do lado oposto ao do estímulo. Esta via medeia a sensação de dor rápida e localizada (somatotropia) (ROCHA et al., 2007). Ao contrário da via neoespinotalâmico, a via paleoespinotalâmico não tem organização somatotrópica, assim ela é responsável pela dor profunda do tipo crônica, correspondendo à chamada dor em queimação (LÜLLMANN et al., 2000). A dor nociceptiva está relacionada à lesão de tecidos ósseos, musculares ou ligamentares e ocorre por ativação fisiológica de receptores ou da via dolorosa (Figura 1 A). Já a dor neuropática é o resultado da ativação anormal da via nociceptiva. É iniciada por uma lesão ou disfunção do sistema nervoso. As principais doenças relacionadas a dor neuropática são: diabetes mellitus, neuralgia pós-herpética, neuralgia trigeminal, dor regional complexa, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla, lesão medular, entre outros (BENETT et al., 2006). As dores nociceptiva e neuropática muitas vezes podem coexistir, contudo, a dor neuropática requer abordagens analgésicas específicas, diferentes das abordagens analgésicas destinadas às dores nociceptivas (SMIDERLE, 2008). 30 3.2.1. Dor inflamatória As células envolvidas no processo inflamatório produzem uma série de mediadores químicos como bradicinina, serotonina, histamina; mediadores lipídicos como os produtos da cascata do ácido araquidônico, além de citocinas. Estes mediadores promovem a sensibilização dos nociceptores e consequentemente há diminuição no limiar de percepção do estímulo doloroso (Figura 1 B) (CARVALHO; LEMÔNICA, 1998; BONICA; YAKSH; LIEBESKIND, 1990; MEYER; CAMPBELL; RAJA, 1994) A estimulação de nociceptores produz um reflexo axônico local, resultando na liberação de neuropeptídios (substância P (SP) e neurocinina A (NKA), o que contribui para o aumento do processo inflamatório e da hiperalgesia. Os neuropeptídeos liberados provocam a vasodilatação, aumento da produção de enzimas lisossômicas, liberação de prostaglandinas e interleucinas além da síntese do óxido nítrico (NO), estimulando e sensibilizando os nociceptores (RANG et al., 2007). Analgésicos periféricos também podem apresentar propriedades anti-inflamatória, antipirética e antiagregante plaquetária, sendo denominados como agentes anti-inflamatórios, uma vez que inibirem a liberação de prostaglandinas (RANG et al., 2007). Os antiiflamatórios não esteroidais, inibem o sistema enzimático COX, responsável pela síntese de alguns eicosanóides (PGD2, PGE2, PGI2, TXA2), que medeiam o processo inflamatório (BRUM-JÚNIOR, 2006). 31 A. Dor Nociceptiva Estímulos nociceptivos Dor Resposta autonômica Reflexo de retirada Calor Frio Mecânica Força Química Irritantes Nociceptor sensorial Cérebro Medula espinhal B. Dor Inflamatória Inflamação Dores expontâneas Dor hipersensitiva Reduzir o limiar: alodinia Aumento da resposta Macrófagos Mastócitos Neutrófilos Granulócitos Dano Tecidual Nociceptor sensorial Cérebro Medula espinhal Figura 1: Mecanismo específico da dor nociceptiva (A) e dor inflamatória (B) adaptado (WOOLF, 2004). 3.3. Anti-inflamatórios esteroidais e não-esteroidais Os anti-inflamatórios esteroidais, também denominados de glicocorticóides ou corticosteróides, fazem parte de um grupo de hormônios cujo mecanismo clássico de ação envolve a interação com um receptor de glicocorticóides e a regulação da expressão de proteínas (CASTRO; GODINHO, 2003). As drogas anti-inflamatórias esteroidais bloqueiam a liberação de prostaglandinas pela inibição da atividade de fosfolipase A , que interfere na 2 cascata do ácido araquidônico. Assim, indivíduos que utilizam este tipo de anti-inflamatório por períodos prolongados ficam predispostos a infecções por seus efeitos imunossupressores (MILLER, STANTON; DERERY, 2001). Segundo Castro e Godinho (2003) o uso prolongado de derivados da cortisona também promove o aumento da pressão arterial devido à retenção de sódio além de está relacionado com úlceras gástricas devido à inibição da produção de prostaglandinas. As principais drogas desta classe são a dexametasona, hidrocortisona, predinisolona e predinisona. 32 Os anti-iflamatórios não esteroidais (AINES) estão entre os mais utilizados dentre todos os agentes terapêuticos, devido a suas três principais ações farmacológicas: antiinflamatória, analgésica e antipirética. Na atualidade, já existem mais de 50 AINES diferentes no mercado, contudo, nenhum deles se apresenta como fármaco ideal no controle e/ou na modificação dos sinais e sintomas do processo inflamatório, principalmente aqueles que ocorrem nas doenças articulares inflamatórias comuns (BOVILL, 2002; RANG et al., 2007). Os AINES clássicos são aqueles que tratam o processo inflamatório através da inibição não seletiva da enzima COX e tem mecanismo de ação além de estruturas químicas completamente diferentes dos fármacos anti-inflamatórios esteroidais (Figura 2). Nesta classe estão inclusos diversos grupos: salicilatos (está incluída a aspirina, o primeiro e mais popular dos antiinflamatórios); derivados indolacéticos (indometacina e diclofenaco); derivados do ácido propiônico (ibuprofeno e naxoprofeno); os fenamatos (ácido flufenâmico); alcanonas (nabumetona); pirazolonas (fenilbutazona); oxicans (piroxican e meloxican); entre outros (PALASKA et al., 2002). Estímulo traumático Fosfolipídeos Corticóides Fosfolipase A2 Ácido araquidônico Lipoxigenase Leucotrienos Cicloxigenase COX-1 AINES COX-2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos Figura 2 : Cascata da inflamação e atuação dos antiinflamatórios COXIB’s 33 Entretanto, estudos apontam uma série de reações adversas para os AINES, como por exemplo: toxicidade gastrintestinal, alterações na função renal, “rashes” cutâneos, efeitos no sistema nervoso central e infiltrados pulmonares (HAWKEY, 2001). Inicialmente pensou-se que essas reações fossem apenas devido a efeitos locais e diretos dos AINES na mucosa gatrointestinal, uma vez que o ácido aracdônico produz a desestabilização nos fosfolipídios de membrana promovendo lesões gástricas por retrodifusão. Posteriormente observou-se efeitos indiretos sob a cadeia da inibição da síntese das prostaglandinas (PGs) pelos AINES que promove a diminuição na produção de PGE pela mucosa gastrintestinal, tendo como resultado o aumento da secreção gástrica e a diminuição da produção de fatores protetores na barreira mucosa superficial, gerando o processo de ulceração. Estudos apontam que 80 % das úlceras gástricas estão associadas à infecção crônica com o Helicobacter pilori ou uso de AINES, com ambos prejudicando as defesa gastrointestinais e persiste a acidez e outros fatores nocivos que causem danos à mucosa (PÉREZ et al., 2002; MINCIS, 2003; CHAN; GRAHAM, 2004). Os efeitos adversos dos AINES, tanto os gástricos como os extragástricos, ocorrem provavelmente devido às mesmas ações biológicas que os tornam anti-inflamatórios, ou seja, a inibição da COX. Investimentos feitos na última década relacionados à elucidação das duas isoformas COX-1 e COX-2, com a presença da COX-1, envolvida nos processos fisiológicos, e COX-2 mais relacionada à produção induzida e exagerada de PGs, contribuiu de forma efetiva para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos em doenças inflamatórias e degenerativas, aumentando o interesse da indústria farmacêutica na busca de novos fármacos antiinflamatórios (TURINI; DUBOIS, 2002). O meloxican, AINE não específico, possui a habilidade de inibir a COX-2 dez vezes mais que a COX-1, quando comparamos com o diclofenaco, piroxicam e naproxeno. Esse AINE apresentou boa atividade analgésica e anti-inflamatória, alem de maior tolerabilidade gástrica (RIOJA et al., 2002). A partir de estudos com este fármaco, surgiram os coxibs, AINEs seletivos para a COX-2. Estes foram desenvolvidos com o intuito de prevenir os efeitos adversos gastrintestinais dos AINEs clássicos, uma vez não há redução total de prostaglandinas gastroprotetoras oriundas da COX-1, mantendo-se a eficácia anti-inflamatória (SINGH et al., 2004). Entre os coxibs, encontram-se os celecoxibe, rofecoxibe, eterocoxibe, lumiracoxibe, paraminofenol, glicosaminoglicano, entre outros. Apesar da eficácia anti-inflamatória e da baixa toxicidade gastrintestinal, estudos demonstraram que os inibidores seletivos da COX-2 podem induzir ou agravar hipertensão arterial, uma vez que promovem retenção de sais como 34 o sódio. O rofecoxibe, celecoxibe e valdecoxibe foram recolhidos do mercado por aumentar os riscos cardiovasculares através de enfarte do miocárdio (RAO, CHEN; KNAUS, 2006;). 3.4. Propriedades Biológicas das Imidazolidinas Os compostos que possuem o anel imidazolidínico são denominados quimicamente de imidazolidina-2,4-diona ou apenas hidantoína. Esta molécula despertou grande interesse, devido, sobretudo à sua ocorrência na natureza (DUTCHER, JOHNSON, BRUCE, 1945; OLIVEIRA et al, 2008). A imidazolidina-2,4-diona sintetizada pela primeira vez por Klason em 1890 está estruturalmente associada a 2-tioxo-imidazolidina-4-ona, sendo consideradas bioisósteras, ou seja, ambas possuem atividade biologia semelhantes (Figura 3). As hidantoínas e seus derivados estão sendo amplamente pesquisados desde sua descoberta por Bayer, em 1861, (BATEMAN,1980) pois, apresentam inúmeras propriedades farmacológicas importantes o que os coloca como potenciais novos fármacos. H Y HN 5 4 3 2 H 1 NH X (a) X= O, Y=O Figura 3: Hidantoína (imidazolidina-2,4-diona). Por sua reatividade química e consequente afinidade por biomacromoléculas, são atribuídas ao núcleo hidantoínico diversas atividades biológicas. Os efeitos biológicos dos derivados hidantoínicos, produzidos pelas modificações estruturais no anel imidazolidínico, possuem uma enorme diversidade tais como, anti-inflamatória (UNANGST et. al., 1993; MALTA et. al., 2005), antifúngica (CARVALHO et al., 1989), antibacteriana (LEACH et al., 1947; COURVALIN et al., 1990; LIMA et al., 1992), regulador seletivo dos receptores androgênicos (ZANGH, et al, 2006), esquistomicida (PITTA, et al., 2006; OLIVEIRA, et al., 2004), hipoglicêmica (ROY et al., 1960), herbicida (CEGAN; VECERA, 1984), citotóxica (REDDY et al., 2010), tuberculostática (KIEC-KONONOWICZ; SZYMANSKA, 2002) entre outras. O núcleo imidazolidínico também está presente em medicamentos que fazem parte da relação de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (World 35 Health Organization, 1999) e também da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (BRASIL, 1999), como hipnóticos e anticonvulsivantes, pois estes possuem o análogo estrutural fenitoína (5-etil-5-fenil-3-metil-imidazolidina-2,4-diona), amplamente utilizado na terapêutica por suas propriedades antiepilépticas, conhecido comercialmente como Nirvanol®, (OZKIRIMLI; HAMALI, 1995). Serão apresentados a seguir alguns estudos recentes que relatam os efeitos farmacológicos das hidantoínas destacando seu potencial como núcleo base para o desenvolvimento de novos fármacos. 3.4.1. Atividades Anti-inflamatórias Malta, em 2005, avaliou a atividade biológica de novos derivados bioisósteros das séries 3-(4-bromo-benzil)-5-benzilideno-2-tioxo-imidazolidin-4-ona e 5-benzilideno-3-[2oxo-2-(4-bromo-fenil)-etil]-2-tioxo-imidazolidina-4-ona (Figura 4). Foram realizados testes para a avaliação da atividade anti-inflamatória através das metodologias de edema de pata induzido por carragenina e bolsão inflamatório, além da atividade antinociceptiva realizada utilizando os testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético, formalina e placa quente. Os resultados obtidos mostraram que as moléculas testadas apresentam significativa atividade anti-inflamatória e antinoceciptiva. O H N N CH S H R Figura 4: Estrutura básica dos derivados 5-benzilideno-2-tioxo-imidazolidin-4-ona (MALTA, 2005) 3.4.2. Atividade Antifúngica Thanusu et al. (2010), desenvolveram uma nova série de bi-hidridos heterocíclicos a partir da junção dos núcleos piperidina e tioidantoina, 3-(3-alquil-2,6-diarilpiperina-4-ilidena)-2-tioxoimidazolidina-4-onas (Figura 5), e sua atividade antifúngica foi avaliada frente 36 aos microrganismos Aspergillus flavus, Candida albicans, Candida 6 e Candida 51. Os compostos sintetizados apresentaram resposta antifúngica efetiva em comparação ao fluconazol (50 µg/mL) que foi utilizada como fármaco padrão. A concentração inibitória mínima (MIC) em µg/mL, apresentou valores distintos para cada produto, estando a variação de concentração das substâncias entre 6.25 e 100 µg/mL. O N HN N 1 R S 2 R N H X X Figura 5: Estrutura geral dos derivados 3-(3-alkil-2,6-diarilpiperina-4-ilidena)-2-tioxoimidazolidina-4-onas (THANUSU, 2010). Uma nova série de derivados benzimidazol foi sintetizada por Küçükbay et al., (2003). Os compostos foram avaliados quanto à atividade antifúngica in vitro frente à cepas de Candida albicans e Candida tropicalis. Nove dentre os dezessete novos compostos sintetizados indicaram inibição no crescimento das cepas. Entre os compostos testados, a 2,4dioxi-1,3-difenil-7,8-benzo-6-etil-9-(2-feniletil)-1,3,6,9-tetrazaspiro[4.4]nonano (Figura 6) foi o composto mais eficaz com MIC = 50 µg/mL frente à C.albicanis e C. tropicalis. Ph PhCH2CH2 N N PhCH2CH2 O N N O Ph Figura 6: 2,4-dioxi-1,3-difenil-7,8-benzo-6-etil-9-(2-feniletil)-1,3,6,9-tetrazaspiro[4.4]nonano (KÜÇÜKBAY et al., 2003) 3.4.3. Atividade antibacteriana Szymanska et al. (2002), sintetizaram uma série de derivados 5-arilideno hidantoína (Figura 7) com diversas substituções 5-cloroarilideno-2-amino e seu potencial 37 antimicrobiano foi avaliado. Estes pesquisadores obtiveram seus melhores resultados frente as bactérias: Mycobacterium tuberculosis, Moraxella catarrhalis e Streptococcus pneumoniae . Os derivados 2-Cloro- e 2,4-diclorobenzilideno mostraram-se inibidores do M. tuberculosis (100% e 96%, respectivamente). O derivado hidantoínico 2,6-diclorobenzilideno apresentou atividade significativa contra o M. catarrhalis com MIC = 20 µg/mL em comparação ao ácido nalidíxico, que obteve MIC = 39 µg/mL. Os derivados hidantoínicos 2,6-dicloroarilideno obtiveram resultados positivos frente ao S. pneumoniae. Observou-se que as moléculas sintetizadas que não possuiam um substituinte amina houve uma redução de atividade antibacteriana frente as cepas testadas. O R1 O R1 CH CH HN NH CH3 J NH HN Na, EtOH SCH3 S 2 1 R1 O CH NH N R2 HN (CH2)n 3a- y Figura 7: Esquema de síntese dos derivados 5-arilideno hidantoina (SZYMANSKA et al., 2002). 3.4.4. Atividade esquistossomicida Pitta et al. (2006) avaliaram a atividade esquistossomicida de derivados imidazolidínicos. Os resultados in vitro com o S. mansoni mostram que os vermes foram mais sensíveis aos derivados 3-benzil-5-(4-cloro-arilazol) -4-tioxo-imidazolidina-2-ona, numa concentração de 58µM, que matou 100% dos vermes após 24 h de contato, causando alterações na superfície do tegumento dos vermes com a formação de bolhas e “peeling”. 38 Na procura de novos compostos esquistossomicidas, Oliveira et al. (2004), sintetizaram uma série de quimioterápicos derivados imidazolidínicos: (Z)-3-benzil-5benzilideno-imidazolidin-2,4-dionas, (Z)-3-benzil-5-benzilideno-2-tioxo-imidazolidin-4-onas e (Z)-5-benzilideno-3-(2-oxo-2-fenil-etil)-2-tioxo-imidazolidin-4-onas, que possuem substituintes diferentes na posição para dos anéis aromáticos. Este estudo mostrou que entre os derivados testados o composto (Z)-3-(4-cloro-benzil)-5-(4-nitro-benzilideno)- imidazolidina-2,4-diona (Figura 8), que contém um substituinte nitro no anel benzilideno foi a molécula o que obteve a melhor atividade esquistossomicida in vitro. O N CH N CH2 Cl O H NO2 Figura 8: (Z)-3-(4-cloro-benzil)-5-(4-nitro-benzilideno)-imidazolidina-2,4-diona (OLIVEIRA, et al., 2004). 3.4.5. Atividade Citotóxica Reddy e colaboradores, em 2010, sintetizaram uma série de compostos hidantoínicos com substituição (Z) -5 - (N-3-benzilindol ilmetileno) imidazolidina-2,4-diona (Figura 9), que é um análogo estrutural da aplisinopsina, e que incorporam uma variedade de substituintes indol e N-benzil. A aplisinopsina é um derivado indol proviniente de algas marinhas e é um potente agente citotóxico frente a diversas linhagens de células. Estes análogos foram avaliados quanto à sua atividade anti-proliferativa frente a MCF-7 e MDA-231, que são linhagens de células cancerígenas da mama, como também frente a A549 e H460, que são linhagens celulares cancerígenas de pulmão. Dentre os análogos, (Z)-5-((1-(2-Bromobenzil)1H-indol-3-yl)metileno)-imidazolidina-2,4-dione e (Z)-5-((1-Benzil-5-metil-1H-indol-3- yl)metileno) imidazolidina-2,4-diona apresentaram valores IC50 de 4,4 e 5,2 µM, respectivamente, em comparação com 5-fluorouracil (IC50 = 15,2 µg/lm) frente a linhagem célular MCF-7. O que caracteriza os novos derivados hidântoínicos como candidato a drogas anti-neoplásicas. 39 O O NH CH3 HN NH CH3 HN O O N N H H H Br 2 1 Figura 9: (1) (Z)-5-((1-Benzil-5-metil-1H-indol-3-yl)metileno) imidazolidina-2,4-diona e (2) (Z)-5-((1-Benzil5-metil-1H-indol-3-yl)metileno) imidazolidina-2,4-diona (REDDY, et al., 2010) Sztanke, et al. (2006), sintetizaram compostos hidantoínicos a partir do 1-(4-oxo-8aril-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1-c][1,2,4]triazin-3-il] (Figura 10). Foram avaliados em relação a sua atividade antitumoral frente às linhagens LS180 (células de adenocarcinoma de cólon), SiHa (células de câncer de útero) e T47D (células de carcinoma de mama). O composto 1-[4-oxo-8-(3-clorofenil)-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1-c][1,2,4]triazin-3-il] foi o que obteve melhor resultado frente a linhagem SiHa, com inibição do crescimento equivalente a 41 e 52%, nas concentrações de 10 e 50 μgmL–1, respectivamente. Já o composto 1-[4-oxo8-(3,4-diclorofenil)-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1 c][1,2,4]triazin-3-il] apresentou o maior potencial para reduzir o crescimento das linhagens LS180 e SiHa apenas na dose mais elevada (50 mg/ mL-1). Foi observado que a razão de inibição de células cancerígenas é duas vezes maior em relação à inibição de linhagens normais HSF (células fibrobláticas epitelial humana) e Vero, (células do epitélio renal do macaco verde africano). Cl Cl Cl N N N N N N N N O COOC2H5 O (1) COOC2H5 (2) Figura 10: (1) 1-[4-oxo-8-(3-clorofenil)-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1-c][1,2,4]triazin-3-il] ; (2) 1-[4-oxo-8(3,4-diclorofenil)-4,6,7,8-tetrahidroimidazol[2,1 c][1,2,4]triazin-3-il] (KRZYSZTEF, et al., 2006). 40 3.5. Propriedades Biológicas dos derivados indólicos Moléculas que possuem o núcleo indol tem sido amplamente estudadas por apresentarem propriedades biológicas como: anti-inflamatória (MOHAMAD et al., 1994; MISRA et al., 1996; UCHÖA et al., 2004), anticonvulsivante (EL-GENDY et al, 1993), cardiovascular (KUMAR, 1986), antibacteriano (DANDIA; SEHGAL; SING, 1993) entre outras. O núcleo indol também está presente na Indometacina, medicamentos amplamente utilizados na terapêutica por suas propriedades anti-inflamatória e antinociceptiva reconhecidas. OBJETIVOS 42 4. OBJETIVOS 4.1. Geral Avaliar as atividades anti-inflamatória e antinociceptiva dos derivados indolimidazolidínicos 5-(1H-Indol-3-il-metileno)-2-tioxo-imidazolidin-4-ona (LPSF/NN-56) e 3(4-Bromo-benzil)-5-(1H-indol-3-il-metileno)-2-tioxo-imidazolidin-4-ona (LPSF/NN-52) comonovos protótipos para o desenvolvimento de fármacos anti-inflamatórios e analgésicos. 4.2. Específicos Realizar uma triagem farmacológica comportamental e determinação da DL50 dos compostos LPSF/NN-52 e LSPF/NN-56. Avaliar a atividade anti-inflamatória dos derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56, utilizando modelos experimentais de inflamação aguda como bolsão de ar, peritonite e pleurisia induzidas por carragenina e permeabilidade vascular induzida por ácido acético; Determinar as concentrações do TNF alfa e IL-1β no exsudato inflamatório de animais tratados com os compostos em estudo nos modelos experimentais de bolsão de ar e peritonite induzida por carragenina; Avaliar a atividade antinociceptiva dos derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nos modelos experimentais de nocicepção induzida por ácido acético, nocicepção induzida por formalina e teste da placa quente. MATERIAL E MÉTODOS 44 5. MATERIAL 5.1. Substâncias Os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 foram fornecidos pelos colaboradores do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos da UFPE. Os compostos foram obtidos através do esquema reacional mostrado na figura 11. As características físico-químicas dos compostos estão descritas na tabela 1. O N N H CN S N H H O CH H N S N H N H NN-56 Br O CH N H CH C C OCH 2CH 3 O N CH 2 Cl CH 2 N Br S H NN-52 Figura 11: Esquema reacional dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPFS/NN-56 45 Tabela 1: Nome químico e características físico-químicas dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-56 e LPSF/NN-52. Código LSPF NN-56 LSPF NN-52 Nome Químico 5-(1H-indol-3-ilmetileno)-4-tioxoimidazolidin-2-ona 3-(4- bromo-benzil)5-(1H-indol-3-ilmetileno)-4-tioxoimidazolidin-2-ona Massa 243 410,02 Ponto de fusão 285-287ºC Índice de Retenção 0,46 sistema de eluição nhexano/AcOet (7:3) 217-218ºC 0,51 sistema de eluição CHCl3/MeOH (95/05) Rendimento (%) 96% 89% Fonte: BRANDÃO et al., 2007 5.2. Equipamentos Balança analítica, câmara de fluxo laminar, câmara de CO2, centrífuga, analisador hematológico, aparelho de ELISA e placa quente (INSIGHT). 5.3. Material de consumo Kit de citocinas: Kit Mouse TNF-α Elisa (eBioscience) e Kit Mouse IL-1β Elisa (eBioscience); Reagentes: éter etílico (Reagente Analítico Dinâmica), ácido acético glacial C2H4O2 (VETEC), citrato de fentanila (Cristália), heparina sódica 5.000 ul/ml (Cristália), evans blue (Sigma), HEMSTAB EDTA 15gl/dl (Labtest), cloridrato de ketamina (Vetbrands), cloridrato de xilazina (Vetbrands); álcool iodado, álcool 70%, solução salina 9%, PBS, placas de 96 poços; vidraria; seringas; agulhas; bisturis; luvas; máscaras; óculos de proteção. 46 5.4. Animais Experimentais Foram utilizados camunongos albinos swiss (Mus musculus), pesando entre 20 e 25g provenientes do Biotério do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais foram acondicionados em gaiolas de polietileno com grades de aço inoxidável e maravalha como cobertura, tendo acesso livre à água e ração balanceada, mantidos num ambiente com temperatura de 22°C 2 e luminosidade controlada, proporcionando um ciclo claro-escuro de 12 horas. Todos os animais foram submetidos a jejum, com a retirada da ração cerca de 4 horas antes do início do experimento. Durante o experimento os animais tiveram livre acesso à ingestão de água. Os animais forão mantidos de acordo com as normas internacionais do Conselho de Laboratório de Animais Experimentais (ICLAS). 6. MÉTODOS 6.1. Procedimentos éticos Todos os experimentos foram realizados de acordo com as normas sugeridas pelo Colégio Brasileiro para Experimentação Animal (COBEA) e com as normas estabelecidas pelo National Institute of Health Guide for Care and Use of Laboratory Animals. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Pernambuco (CEUA-UFPE), sob protocolo de número 23076.017928/2010-25. Este projeto encontra-se em concordância com as normas vigentes no Brasil, especialmente a Lei 9.605art. 32 e decreto 3.179- art. 17, de 21/09/1999, que trata da questão do uso de animais para fins científicos. 47 6.2. Toxicidade Para a avaliação da toxicidade dos derivados LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 foi utilizada a metodologia recomendada pela Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD, 2001). O teste de toxicidade aguda consistiu na administração da dose de 2000 mg/kg dos derivados em estudo. Foram utilizados 3 grupos, cada um contendo três animais (fêmeas), totalizando 9 animais para o experimento. Este procedimento foi realizado em duplicata. Não havendo morte dos animais, a amostra não será considerada tóxica. Os derivados indolimidazolidínicos foram solubilizados em uma mistura de solução salina e Cremophor numa concentração de 5% da solução e um grupo recebeu apenas o veículo. Após a administração os animais foram observados continuamente nas primeiras duas horas e depois a cada 24 horas diariamente durante 14 dias, para a verificação de qualquer alteração comportamental ou nas atividades fisiológicas. Os animais foram avaliados pelo método de screening hipocrático, o qual verifica qualquer comprometimento do animal como: o estado de consciência, disposição, atividade e coordenação do sistema motor e tônus muscular, atividade do sistema nervoso central e autônomo do animal. Também foram observados o consumo de água, ração e o peso dos órgãos (Fígado, Rim e Baço). 6.3. Atividade Anti-inflamatória Para a avaliação da atividade antiinflamatória dos derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 foram utilizados os ensaios de Bolsão de ar subcutâneo, peritonite e pleurisia induzidos por carragenina. Os parâmetro avaliados foram a migração celular e a concentração de citocinas no exsudato inflamatório. O teste da permeabilidade vascular foi feito para determinar a exsudação plasmática. 48 6.3.1. Método do Bolsão de Ar Subcutâneo. Inicialmente foi feita a indução de uma bolsa de ar no dorso dos animais através da injeção de ar estéril. No primeiro dia, injetou-se 2,5 mL de ar estéril no dorso do animal, repetindo-se o procedimento após 72 horas. No sétimo dia do ensaio os animais receberam, por via oral, os derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 na, dose de 3mg/kg, 10mg/kg e 30mg/kg, estad doses foram determinada por Carmino e colaboradores, em 2008. Foi administrado também por via oral indometacina (10mg/Kg) e um grupo controle recebeu veículo (salina contendo 5% de cremophor). Após sessenta minutos, 1mL de uma solução de carragenina a 1% foi injetado dentro da bolsa de ar. Decorridas 6 horas após a aplicação do agente flogístico, os animais foram eutanasiados em câmara de CO2 e as bolsas lavadas com 3 mL de solução salina contendo EDTA como líquido de arraste. A contagem de leucócitos totais foi realizada em analisador hematológico ABX micros 60 (KIM et al., 2006). Os exsudatos foram centrifugados e uma alíquota do sobrenadante guardado a -20ºC para análise das citocinas. 6.3.2. Peritonite Induzida por Carragenina Os animais receberam os derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nas doses de 10mg/kg e 3mg/kg, respectivamente. Estas doses foram escolhidas de acordo com ensaios prévios. A indometacina, droga anti-inflamatória não esteroidal, foi administrada via oral na dose de 10mg/Kg. O grupo controle recebeu veículo (salina contendo 5% de cremophor). Uma hora após o tratamento, a inflamação foi induzida por aplicação intraperitoneal de 0,1 mL/10 g do agente flogístico carragenina (1% em salina). Quatro horas após a indução da inflamação os animais foram eutanasiados em câmara de CO2, sendo injetado na cavidade peritoneal 2 mL de solução salina contendo EDTA. A contagem de leucócitos totais foi realizada em analisador hematológico micros 60 (PRASAD e GUPTA, 2005). Os exsudatos foram centrifugados e uma alíquota do sobrenadante guardado a - 20ºC para análise das citocinas 49 6.3.3. Pleurisia Induzida por Carragenina Os animais foram pré-tratados por via oral com LPSF/NN-52 (10mg/kg), LPSF/NN56 (3mg/kg), dexametasona (0,5mg/kg), indometacina (10mg/kg) ou veículo. Após uma hora, os animais foram anestesiados com uma solução associada de Cloridrato de Ketamina e Cloridrato de Xilazina, numa proporção de 1:1. A pleurisia foi induzida pela injeção intrapleural de 0.1 mL de carragenina (1%) como previamente descrito (FRÖDE; MEDEIROS, 2001). Após 4 h os animais foram sacrificados, o tórax aberto e a cavidade pleural foi lavada com 1.0 mL de uma solução tampão fosfato estéril contendo heparina (20 IU/mL). A contagem total de leucócitos foi feita em analisador hematológico ABX micros 60. 6.3.4. Determinação dos Níveis de Citocinas (TNF-α e IL-1β) Os exsudatos recolhidos do bolsão de ar subcutâneo e peritonite foram armazenados em um freezer -20ºC para a determinação dos níveis de citocinas. A quantificação de IL-1β e TNF-α desses exsudatos foi determinada pela técnica de ELISA sanduíche, utilizando Kits específicos para camundongos, de acordo com as instruções do fabricante (eBioscience, San Diego, Califórnia, EUA). 6.3.5. Permeabilidade Vascular Induzida por Ácido Acético. Os efeitos das substâncias testes no aumento da permeabilidade vascular induzida por ácido acético em camundongos foram determinados de acordo com o método descrito por Whittle, 1964. Cada amostra em estudo foi administrada por via oral. Para os animais pertencentes ao grupo controle, foi administrado o veículo. Uma hora após, cada animal foi anestesiado com uma solução associada de ketamina e xilazina, numa concentração de 8:2, por via intraperitoenal. Imediatamente foi injetado no plexo retro-orbital 0,2mL/camundongo do corante Azul de Evans a 1% (Sigma, St. Louis, Missouri, USA). Em seguida, administrouse 0,5mL da solução de ácido acético (1%) na cavidade peritoneal. Após um intervalo de 30 50 minutos, os camundongos foram eutanasiados em câmara de CO2, a cavidade peritoneal foi lavada com 2mL de salina, o exsudato foi coletado e centrifugado a 2000rpm durante 10min. A absorbância do sobrenadante foi lida em filtro de 610nm com um leitor de ELISA (thermo plate). 6.4. Atividade Antinociceptiva Para a avaliação da atividade antinociceptiva dos derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 foram utilizados os ensaios de nocicepção induzida por ácido acético, nocicepção induzida por formalina e placa quente. 6.4.1. Nocicepção induzida por ácido acético Os animais receberam o tratamento via oral com os derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nas doses de 10mg/Kg e 3mg/Kg, respectivamente; diclofenaco na dose de 30 mg/Kg (substância padrão) e o grupo controle recebeu o veículo. Após uma hora, o ácido acético 1% foi injetado (0,1mL/10g do peso do animal) na cavidade peritoneal dos animais para induzir contrações da musculatura abdominal e/ou alongamento dos membros posteriores. Dez minutos após a aplicação do ácido, os camundongos foram colocados em gaiolas de polietileno transparentes, onde foram observados e registrou-se o número de contorções abdominais durante 20 minutos. A porcentagem de inibição das contorções abdominais foi calculada comparando a média de contorções do grupo tratado com o a média de grupo controle (KOSTER, 1959). 6.4.2. Método da placa quente. Vinte e quatro horas antes de se iniciar o teste, os animais foram submetidos ao estímulo, sendo colocados sobre uma placa de alumínio aquecida à temperatura fixa (55±1°C) para se determinar o cut-off. Os animais selecionados para o experimento foram aqueles que levaram até 20s para manifestar resposta ao estímulo térmico. Esta resposta corresponde ao 51 ato de lamber as patas, pular ou sapatear. Os camundongos aptos a avaliação da atividade antinociceptiva foram tratados, por via oral, com veículo ou com os derivados LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 (nas doses de 10 mg/kg e 3mg/kg, respectivamente). O fentanil, escolhido como padrão, foi administrado por via subcutânea no dorso dos animais. Uma hora após a administração das substâncias, os animais foram submetidos ao estímulo térmico. As medidas de latência foram realizadas nos tempos de 0, 60, 120 e 180 minutos após o tratamento oral (IRWIN, 1968). 6.4.3. Nocicepção induzida por formalina Para a avaliação da nocicepção induzida pela formalina os animais receberam por via oral os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nas doses de 10 mg/kg e 3 mg/kg, respectivamente, por via oral. Um grupo controle recebeu o veículo. O fentanil, utilizado como padrão, foi administrado por via subcutânea no dorso dos animais. Quinze minutos após a administração das subtâncias, foi injetado 20µL de formalina a 2,5% (formaldeído 0,92% diluído em salina) na área subplantar da pata traseira direita dos animais. O tempo acumulado em segundos que os animais permaneceram lambendo a pata foi medido em duas fases distintas, sendo de 0 a 5 min (primeira fase) e 15 a 30 min (segunda fase), após a injeção de formalina (VAZ et al, 1996; HUNSKAAR; HOLE, 1987). 6.5. Variáveis Analisadas Neste estudo, foi analisada a migração de leucócitos polimorfonucleares (PMNL) e a produção de citocinas pró-inflamatórias nos testes de avaliação da atividade anti-iflamatória. Nos testes de atividade antinociceptiva, os animais foram submetidos a estímulos químicos e térmicos no teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético e no teste da placa quente, respectivamente. Para a atividade antinociceptiva, foi analisado o número de contorções abdominais, o tempo de latência e de lambida na pata do animal. 52 6.6. Análise dos Dados Os dados experimentais foram estatisticamente avaliados por meio da análise de variância (ANOVA) de uma via, seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, utilizando-se o software Graph Pad prism. 5.0. Valores de “p” menores que 0,05 (p<0,05) foram considerados como indicativos de significância. RESULTADOS 54 7. RESULTADOS 7.1. Toxicidade aguda. Neste experimento os animais receberam doses de 2000 mg/kg (v.o.) dos derivados indol-imidazolidínicos. Durante a avaliação do screening hipocrático, os grupos que receberam o tratamento apresentaram piloereção, ptose e sonolência, logo após a gavagem, (na primeira hora de observação), entretanto, nenhum animal veio a óbito em 24 horas. Não foi observada nenhuma variação significativa no peso, consumo de ração e água em relação aos animais dos grupos controles durante 14 dias de observação. Não houve diferença no peso dos órgãos e na análise macroscópica dos mesmos. Os resultados indicam que os derivados em estudo apresentaram baixa toxicidade, tendo o valor da DL50 estimado em 2500 mg/kg, sendo considerada segura. Os resultados deste teste estão representados na tabela 2. Tabela 2: Evolução do peso corporal, consumo de ração, água e índice dos órgãos (média ± desvio padrão), dos animais tratados com os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 em relação ao grupo controle. Grupos Dose Consumo Consumo de Peso dos Animais Índice dos órgãos (mg/Kg) de ração (g) água (mL) Inicial/Final (g) Baço Fígado Rim LPSF/NN-52 2.000 12,5 ± 1,3 29 ± 2,9 20,13 - 25,6 0,007 0,060 0,006 LPSF/NN-56 2.000 15,0 ± 1,6 31 ± 4,7 21,03 - 30,6 0,011 0,069 0,006 17,7 ± 1,1 30 ± 8,3 20,60 - 29,0 0,006 0,061 0,006 Controle *p < 0,05. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 7.2. Bolsão de Ar Subcutâneo Para a avaliação da atividade anti-inflamatória pelo método do bolsão de ar subcutâneo, os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 foram administrados, por via oral, nas doses de 3, 10 e 30 mg/kg para ambas as substâncias com finalidade de definir qual seria a melhor dose para a avaliação das demais metodologias. Os resultados da atividade anti-inflamatória para este teste encontram-se na tabela 3. Todos os compostos apresentaram atividade anti-inflamatória indicada por uma diminuição significativa na migração celular quando comparados ao controle. Os resultados mostraram que para o 55 composto LPSF/NN-56 a melhor dose foi 3mg/kg inibindo 80,8% da migração celular. Este composto não apresentou diferença significativa em relação ao fármaco utilizado como padrão, indometacina (86,7% de inibição). O LPSF/NN-52 na dose de 10mg/kg (72,1%), também apresentou inibição significativa da migração, contudo, foi inferior em relação à inibição da indometacina (86,7%). Tabela 3: Total de Leucócitos polimorfonucleares - PMNL (média desvio padrão) e percentual de inibição da inflamação dos grupos controle e tratados com os derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56. Tratamento Dose (mg/kg) N° de PMNL/mL (x106) Inibição % LPSF/NN-52 3 6,88 ± 1,30* 56 10 4,36 ± 0,77* 72 30 6,24 ± 0,55* 60 3 3,00 ± 0,71* 81 10 5,36 ± 0,66* 66 30 6,70 ± 1,32 57 Indometacina 10 2,08 ± 0,46* 87 Controle - 15,64 ± 1,9 - LPSF/NN-56 *p < 0,05. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 7.2.1. Dosagem das citocinas TNF-α e IL-1β (Bolsão de ar) A dosagem de citocinas TNF-α e IL-1β do exsudato inflamatório do teste do bolsão de ar foi realizada através da técnica do ELISA sanduíche. Ambos os compostos apresentaram uma diminuição significativa da produção de TNF-α, LPSF/NN-52 (488,32 pg/mL) e LPSF/NN-56 (218,70 pg/mL), quando comparados ao controle (1096,47 pg/mL). O fármaco utilizado como padrão, indometacina, apresentou uma concentração de TNF-α de 575,43 pg/mL. O exsudato do grupo tratado com o LPSF/NN-56 (3mg/Kg) apresentou maior atividade na diminuição da concentração de 56 TNF-α em relação ao fármaco padrão utilizado neste estudo (Figura 12A). O LPSF/NN56 foi mais eficaz na redução do TNF-α que a indometacina. Com relação à produção de IL-1β, ambos os compostos também diminuíram a produção desta citocina quando comparados ao controle (870,96 pg/mL), onde o LPSF/NN-52 apresentou concentração de 619,33 pg/mL e LPSF/NN-56 apresentou concentração de 402,32 pg/mL. O fármaco utilizado como padrão, indometacina, apresentou uma concentração de IL-1β de 134,89 pg/mL. O LPSF/NN-56 apresentou-se mais ativo na diminuição da produção de ambas as citocinas do que o LPSF/NN-52 (Figura12B). A 1200 Controle Indometacina 10mg/Kg LPSF/NN-52 10mg/Kg LPSF/NN-56 3mg/Kg TNF- (pg/mL) 1000 800 * 600 * 400 * 200 0 Grupos B 1000 Controle Indometacina 10mg/Kg LPSF/NN-52 10mg/Kg LPSF/NN-56 3mg/Kg IL-1 (pg/mL) 800 * 600 * 400 200 * 0 Groups Figura 18: Concentração de TNF-α (A) e IL-1β (B) em exsudato no teste de Bolsão de Ar. *p < 0,05. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 57 7.3. Peritonite Induzida por Carragenina Para avaliar a possível participação de magrófagos residentes na resposta mediada pelos derivados indol-imidazolidínicos foi feito o teste da peritonite induzida por carragenina. Os resultados obtidos no teste da peritonite induzida por carragenina estão representados na tabela 4. A análise dos dados demonstra que os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nas doses de 10mg/kg e 3mg/kg, respectivamente, causaram uma redução significativa na migração de leucócitos polimorfonucleares. Não houve diferença estatísticamente significante entre os dois derivados testados. O fármaco de referência, indometacina inibiu a migração celular em 58%. A análise estatística demonstra que os derivados indol-imidazolidínicos avaliados seguiram um perfil semelhante ao da indometacina, não havendo diferença significativa na inibição da migração celular entre eles. Tabela 4: Número de PMNL (média desvio padrão) e percentual de inibição da inflamação pelos derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 no teste da peritonite induzida por carragenina. Tratamento Dose (mg/kg) N° of PMNL/mL (x106) Inibição % LPSF/NN-52 LPSF/NN-56 Indomethacina 10 3 10 4.80 ± 0.7 * 4.96 ± 0.9* 4.62± 0.3* 56 57 58 Controle - 10.93± 1.6 - *p < 0,005. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 7.3.1. Dosagem das citocinas TNF-α e IL-1β (Peritonite induzida pela carragenina) A dosagem de citocinas TNF-α e IL-1β do exsudato inflamatório do teste da peritonite foi realizada através da técnica do ELISA sanduíche. Ambos os compostos apresentaram uma diminuição significativa da produção de TNF-α LPSF/NN-52 (91,1 pg/mL) e LPSF/NN-56 (144,3 pg/mL) quando comparados ao controle (794,3 pg/mL). O fármaco padrão, indometacina, apresentou uma concentração de TNF-α de 1122.01 pg/mL, não inibindo a produção em relação ao controle (Figura 19A). Com relação à produção de IL-1β, ambos os compostos também diminuíram a produção desta citocina quando comparados ao controle (870,96 pg/mL), onde o 58 LPSF/NN-52 apresentou concentração de 274,15 pg/mL e LPSF/NN-56 apresentou concentração de 167,49 pg/mL. O LPSF/NN-56 apresentou-se mais ativo na diminuição da produção da citocina IL-1β do que o LPSF/NN-52 (Figura 19B). A 1200 * Control Indometacin LPSF/NN-52 10mg/Kg LPSF/NN-56 3mg/Kg TNF- (pg/mL) 1000 800 600 400 200 * 0 * Groups B 1200 * Control Indometacin 10mg/Kg LPSF/NN-52 10mg/Kg LPSF/NN-56 3mg/Kg IL-1 (pg/mL) 1000 800 600 400 * 200 0 * Groups Figura 13: Concentração de TNF-α (A) e IL-1β (B) em exsudato no teste de peritonite induzida por carragenina. *p < 0,05. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 7.4. Pleurisia Induzida por Carragenina Os resultados da atividade anti-inflamatória pelo método da pleurisia induzida por carragenina encontram-se na tabela 5. Todos os compostos apresentaram atividade anti-inflamatória indicada por uma diminuição significativa na migração celular quando comparados ao controle negativo. Não há diferença significante entre os dois derivados imidazolidínicos. Os compostos LPSF/NN-52 na dose de 10mg/kg (49% de inibição) e 59 LPSF/NN-56 na dose de 3mg/kg (39% de inibição) apresentaram atividade inferior ao padrão utilizado (indometacina na dose de 10mg/kg; 65% de inibição). Tabela 5: Total de Leucócitos polimorfonucleares - PMNL (média desvio padrão) e percentual de inibição da inflamação dos grupos controle e tratados com NN-52 e NN-56 no teste de Pleurisia induzida por carragenina. Tratamento Dose (mg/kg) N° de PMNL/mL (x106) Inibição % LPSF/NN-52 10 4,34 ± 0,8* 49 LPSF/NN-56 3 5,22 ± 0,4* 39 Indometacina 10 3,02 ± 0,6* 65 Dexametasona 0,5 2,52 ± 0,5* 71 Controle - 8,57 ± 0,7 - *p < 0,05. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle (salina + cremophor 5%). 7.5. Permeabilidade Vascular Induzida por Ácido Acético Com o intuito de avaliar a participação de aminas vasoativas na resposta antiinflamatória dos derivados foi feito o teste de permeabilidade vascular. Os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 produziram uma significativa inibição da permeabilidade vascular induzida por ácido acético em relação ao grupo controle. Os derivados não apresentaram diferença significativa entre si, porém apresentaram inibição da permeabilidade inferior a da indometacina (Figura 14). 60 Absorbance (nm) 1000 control Indometacina (10mg/Kg) LPSF/NN-52 (10mg/Kg) LPSF/NN-56 (3mg/Kg) 800 600 400 * * * 200 0 1 Groups Figura 14: Efeito dos compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 no teste da permeabilidade vascular induzida por ácido acético. *p < 0,005. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle. 7.6. Nocicepção induzida por ácido acético O teste do ácido acético é muito utilizado como triagem na avaliação de compostos com atividade antinociceptiva. Os resultados da atividade antinociceptiva dos derivados indol-imidazolidínicos no teste de nocicepção induzida por ácido acético estão demonstrados na tabela 6. As substâncias testadas, LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56, nas doses de 10mg/kg e 3mg/kg, respectivamente, promoveram redução significativa no número de contorções abdominais em comparação ao grupo controle. Tabela 6: Número de contorções abdominais (média desvio padrão) e percentual de inibição dos derivados indol-imidazolidínicos no teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético . Tratamento Dose (mg/kg) Contorções abdominais (nº/20min) Inibição % LPSF/NN-52 10 40.0 3.5* 52 LPSF/NN-56 3 30.8 5.9* 63 Diclofenaco 30 26.8 4.9* 68 Controle - 83.54.8 - *p < 0,005. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle. 61 7.7. Teste da placa quente. Para verificar a participação de efeitos centrais na antinocicepção apresentada pelos derivados indol-imidazolidínicos, foi feito o ensaio da placa quente. Os resultados expressos na tabela 7 demonstram que apenas os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN56 nas doses testadas não apresentaram efeito antinociceptivo neste experimento. Tabela 7: Tempo de latência (média desvio padrão) ao estímulo térmico no teste da placa quente após tratamento oral com os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56. Tempo de Latência (Minutos) Compostos Dose(mg/Kg) LPSF/NN-52 3 LPSF/NN-56 Fentanil Controle (salina) 0 9,2 ±1,83 60 10,7±0,7 120 7,12 ±1,17 180 8,26±0,51 3 9,14 ± 0,65 10,66±1,75 11,28 ±01,69 10,88± 0,58* 0,2 9,54 ± 1,72 18,1±0,6* 11,3±0,9* 8,8±1,1 - 9,30 ± 0,49 9,7 ± 1,42 8,84 ± 1,31 8,58 ± 1,48 *p < 0,005. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle. 7.8. Nocicepção induzida pela formalina Para confirmar os resultados anteriores, foi feito o teste da formalina, que evidencia 2 fases: 0-5 mim (dor de origem central) e 15-30 mim (dor de origem inflamatória). Os resultados expressos na tabela 8 indicam que os animais que receberam tratamento oral com os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 apresentaram redução significativa do tempo de lamber a pata quando comparados ao grupo controle. 62 Tabela 8: Efeito dos derivados imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPFS/NN-56 no teste de nocicepção induzida por formalina. Grupo Dose Tempo de Lambida (s) (media ± desvio padrão) Inibição % (mg/Kg) 0–5 min 15–30 min 0–5 min 15–30 min LPSF/NN-52 10 46,5 ± 7,4 6,65 ± 3,9* 19,5 96 LPSF/NN-56 3 38,9 ± 5,6* 22,60 ± 14,2* 32,6 87 Fentanil 0,2 4,1±0,4* 5,8±0,5* 93,0% 97% Controle ___ 57,8±4,1 177,9±13,9 ____ ____ *p < 0,005. Significativos após análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste de Bonferroni com intervalo de confiança de 95%, quando comparados ao grupo controle. DISCUSSÃO 64 8. DISCUSSÃO Nos últimos anos, moléculas contendo os núcleos imidazolidínico e indol foram apontadas como drogas promissoras para o tratamento da inflamação e da dor (MALTA, 2005; UCHÔA et al., 2009). Neste trabalho, os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 mostraram atividades anti-inflamatória e antinociceptiva promissoras. No testes da toxicidade aguda, utilizando uma dose de 2.000 mg/kg, não houve óbito dos animais. Os animais foram avaliados pelo método de screening hipocrático, onde foi observado ptose, piloereção e sonolência na primeira hora de observação dos animais. Não houve alteração significativa no consumo de água, alimento, peso corporal e peso dos órgãos dos animais em relação ao grupo controle. Este resultado sugere que as subtâncias em estudo possuem baixa toxicidade. Nossos resultados estão de acordo com os estudos realizados por Malta (2005) na avaliação da toxicidade aguda de uma série de derivados imidazolidínicos 5benzilideno-3-(4-bromo-benzil)- e 5-benzilideno-3-(4-bromo-fenacil)-2-tioxoimidazoli din-4-onas na dose de 1000 mg/kg. Os animais apresentaram alguns sinais de toxicidade, entretanto nenhum animal veio a óbito. De acordo com o Guia 423 (OECD, 2001), quando não ocorre óbito de nenhum animal ao ser administrada a dose de 2000 mg/kg, o valor da DL50 (dose suficiente para matar 50% dos animais) é dito acima de 2000 mg/kg ou entre 2000 e 5000 mg/kg, sendo considerada praticamente atóxica. O mesmo protocolo não aconselha a realização do teste de toxicidade aguda utilizando a dose de 5000 mg/kg, uma vez que é difícil a solubilização da substância e administração, protegendo assim a vida do animal. Deve-se utilizar a dose de 5000 mg/kg, caso seja necessário em um estudo para garantir a qualidade da saúde humana. Litchfield e Wilcoxon (1949) sugeriram que a DL50 para substâncias puras, seja determinada quando a dose letal aproximada (DLA) for inferior a 2000 mg/kg. A carragenina, agente flogístico utilizado em todos os modelos de atividade antiinflamatória destes estudo, é um polissacarídeo sulfatado, derivado de algumas espécies de algas. Esta substância é amplamente utilizada em diversos estudos experimentais por induzir a migração de neutrófilos e por ter uma intensa ação quimiotática (SZABÓ; BECHARA; CUNHA et al., 2005). Ela desencadeia uma inflamação aguda associada à hiperalgesia envolvendo liberação sequencial de vários mediadores inflamatórios, como por exemplo a histamina, serotonina, cininas, prostaglandinas e tromboxanos (OLIVEIRA, 2002; CARVALHO, 2008; DAMAS et al., 1990). Testes realizados em 65 ratos comprovam que a sensibilização das articulações com carragenina aumentou a nocicepção, o edema e a resposta inflamatória celular, indicando que a esta substância ativa um mecanismo endotelinérgico (DAHER, 2004). O experimento do bolsão de ar subcutâneo é o modelo animal que mimetiza a artrite reumatóide. Este teste é utilizado como triagem para potenciais candidatos a fármacos no tratamento da artrite. A bolsa de ar previamente inoculada no dorso do animal forma uma membrana com características semelhantes à membrana sinovial inflamada de pacientes com artrite reumatóide (SEDGWICK; LEES, 1986). Os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56, apresentaram atividade anti-inflamatória significativa neste ensaio, e esta atividade não foi dose-dependente. Com base neste resultados, sugere-se que estas substâncias podem ser potencias candidatas a fármacos anti-artríticos. A indometacina, fármaco padrão deste teste, é um anti-inflamatório não esteroidal (AINES) derivado do ácido indolacético, que inibe a atividade da enzima cicloxigenase, diminuindo também a síntese de prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido araquidônico (JURNAR; BRUNE, 1990). Experimentos de bolsão de ar realizados por Sayar e Melli (2005) comprovam que a indometacina é capaz de diminuir a migração leucocitária. O teste da peritonite tem por finalidade avaliar a migração leucocitária por meio da contagem total de leucócitos que são liberados durante o processo da inflamação aguda. Esse processo ocorre após a inoculação do agente flogístico via administração intraperitoneal. Vários mediadores pró-inflamatórios estão envolvidos neste tipo de inflamação aguda, como neuropeptídeos, prostaglandinas, NO e citocinas (DE CASTRO FRANCA et al., 2007). As citocinas pró-inflamatórias atuantes neste modelo são IL-1β, IL-6, IL-8 e TNF-α (PEREIRA, MEDEIROS, FRODE, 2006). A análise dos dados neste experimento demonstra que os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 nas doses de 10mg/kg e 3mg/kg provocaram uma redução significativa na migração de leucócitos polimorfonucleares. Segundo Szabó e colaboradores (2005), dentre os modelos utilizados em estudos experimentais, a indução na migração de neutrófilos com uso de carragenina por via intraperitoneal é modelo consagrado na investigação do processo inflamatório agudo, por utilizar uma substância com intensa ação quimiotática. Sabe-se que os AINES, como a indometacina, ao inibir a síntese de prostaglandinas, que são substâncias vasodilatadoras, acarretam a redução de fluxo sanguíneo de forma a comprometer a migração de PMNL para a região da inflamação. 66 A avaliação dos níveis de citocina foi realizada nos exsudatos obtidos nos testes de bolsão de ar e peritonite induzida por carragenina. Os compostos em estudo diminuíram a concentração de TNF-α e IL-1ß nos exutados inflamatórios. A IL-1ß promove a expressão de moléculas de adesão, migração de leucócitos e aumento da permeabilidade vascular, indicando que IL-1ß é um importante mediador próinflamatório (HALLEGUA; WEISMAN, 2002). O TNF- α é uma citocina chave para a resposta imune inata. O aumento da concentração desta citocina no organismo está vinculada a uma série de doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide. Com base nos resultados obtidos podemos sugerir uma relação entre a diminuição da migração celular e a redução na liberação destas citocinas pró-inflamatórias. Estudos descritos por Yu et al. (2010), indicam que compostos hidantoínicos associados ao Zinco são potentes inibidores da enzima precursora do TNF- α, o que torna o núcleo imidazolidínico um alvo de pesquisa para novos anti-inflamatórios orais. Estudos realizados por Das et al. (1998), descrevem a diferença entre os métodos de bolsão de ar e peritonite induzida por carragenina. No método do bolsão de ar, os neutrófilos são o tipo de célula em maior abundância. Estes são responsáveis pela quimiotaxia. Na peritonite induzida pela carragenina existe uma quantidade elevada de macrófagos e mastócitos. Estas células são atraídas ao local da inflamação pelas citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1β e TNF-α. Os resultados deste estudo corroboram a utilização dos dois métodos distintos para avaliação da inflamação aguda; podemos inferi que os compostos em estudo inibem a produção de mediadores por neutrófilos e macrófagos, uma vez que apresentou ação nos testes do bolsão e peritonite, respectivamente. O modelo da pleurisia induzida por carragenina e caracterizado por duas fases inflamatórias, uma aguda (4h) e uma crônica (48h), com diferentes mediadores envolvidos. Ambas as fases estão associadas a uma acentuada reação inflamatória, nas vias respiratórias, semelhante a que ocorre na asma humana (DALMARCO e FRÖDE, 2007). Estudos realizados por Frode, em 2000, comprovam que neste modelo experimental existe a participação de citocinas com efeitos pró-inflamatórios (TNF-α, IL-1β, IL-8) e anti-inflamatórios (IL-6, IL-10), com base nos resultados de que tanto anticorpos-policlonais como citocinas-recombinantes, administrados diretamente na cavidade pleural juntamente com a carragenina, reproduziram parcialmente seus efeitos pró-inflamatórios ou antiinflamatórios. O influxo de leucócitos do sangue ao local da inflamação desempenha um importante papel na modulação da resposta inflamatória 67 (SALEH, et. al., 1996; PENIDO, et al., 2006). Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 apresentaram efeito antiinflamatório na fase aguda da pleurisia induzida por carragenina, inibindo a migração leucocitária. Os derivados imidazolidínicos apresentaram atividade inferior à Dexametasona, substância conhecida por seu efeito imunossupressor e fármaco padrão relatado na literatura como eficaz para este tipo de experimento como também inferiores a indometacina. (PERREIRA et al., 2006; DALMARCO, et al., 2009; FRÖDE, et al., 2009). Com a finalidade de avaliar a ação dos derivados imidazolidínicos deste estudo na liberação de aminas vasoativas (histamina, bradicinina, serotonina) e formação de edema, utilizou-se o teste de permeabilidade vascular induzida por ácido acético. Os derivados indol-imidazolidínicos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 produziram uma significativa inibição da permeabilidade vascular. Este efeito provavelmente envolve a diminuição na liberação de aminas vasoativas, com conseqüente redução do edema. A indometacina, que também contém o núcleo indol, é eficaz em reduzir a permeabilidade vascular e liberação de aminas vasoativas. O ácido acético age liberando mediadores endógenos que estimulam os neurônios nociceptivos. Em camundongos provoca, em nível peritoneal, um aumento nos níveis de PGE2 e PGF2á, serotonina, histamina (DERAEDT et. al., 1980), liberação de bradicinina e citocinas, como TNF-α e IL-8 (RIBEIRO et al., 2000). Deste modo provoca comportamentos estereotipados que são caracterizados por contorções abdominais, redução e incoordenação da atividade motora (LE BARS; GOZARIU; CADDEN, 2001). Os resultados indicam que os derivados indol-imidazolidínicos deste estudo reduziram significativamente o número de contorções abdominais em comparação ao grupo controle. Ambas as susbtâncias apresentaram efeito semelhante ao diclofenaco, fármaco de referência. Segundo Daher (2004) os AINES como indometacina, diclofenaco e ibuprofeno são capazes de diminuir as respostas sensoriais do sistema nociceptivo por uma ação central. Pode-se então sugerir que o mecanismo de ação dos compostos utilizados neste estudo pode estar ligado à inibição da liberação de aminas, prostaglandinas e consequentemente da cicloxigenase e inibição da liberação de citocinas pró-inflamatórias como o TNF-á e IL-1â. Malta (2005), avaliou o potencial anti-nociceptivo do derivado imidazolidínico 3-(4-bromo-fenacil)-5-(4-dimetilaminabenzilideno)-2-tioxo-imidazolidin-4-ona (LPSF/NN-165), pelo método de contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. Os resultados indicam que a substância inibiu 68 de maneira eficaz as contorções em relação ao grupo controle com percentual de inibição de 52 % na dose de 10 mg/kg. O teste de contorções abdominais pelo ácido acético, apesar de ser um ensaio bastante utilizado para triagem de drogas analgésicas, não distingue fármacos que atuam por mecanismo central ou periférico. Para ter indícios do mecanismo de ação, foi realizado o teste da placa quente. Este teste é um modelo animal para avaliação do perfil de atuação de fármacos com atividade antinociceptiva de ação central. As respostas comportamentais exibidas pelos animais neste ensaio como lamber as patas e pular, são de nível supra-espinhal, sendo, portanto utilizado para verificação do efeito antinociceptivo central (LE BARS; GOZARIU; CADDEN, 2001; RINALDI et al., 2009). Na avaliação da atividade antinociceptiva pelo método da placa quente, os resultados demonstram que nos tempos de análise nenhum dos derivados testados apresentou ação quando comparados ao controle. O fentanil não apresentou efeito antinociceptivo no tempo de 180 minutos após o tratamento, pelo fato de este fármaco ser um anestésico de curta duração (HONET et al., 1992). Este experimento complementa os resultados obtidos no teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético, o que nos permitem concluir que o mecanismo de ação dos derivados testados não está relacionado à ação central, estando provavelmente relacionado com a capacidade das substâncias testadas de reduzir os níveis de TNF-α e IL-1, assim como com a provável inibição da produção de prostaglandinas. Na indução do estimulo doloroso pela formalina se distingue duas fases, onde a primeira fase é indicativa de dor neurogênica (primeiros 5 minutos) e a segunda fase é indicativa de dor inflamatória (15 a 30 minutos) depois da administração da formalina. O composto LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 não apresentaram inibição da dor na primeira fase do teste, entretanto, na segunda fase que é indicativa de dor inflamatória, houve a inibição eficaz da dor inflamatória. Segunda García et al. (2004), os fármacos que agem na primeira fase têm ação central como os narcóticos. A inibição ocorrida na segunda fase do teste da formalina indica uma ação periférica semelhante aos AINES e os antiinflamatórios esteroidais. Os dados obtidos neste experimento reforçam os achados no teste da placa quente, confirmando que estes compostos atuam por mecanismo periférico. Malta, em 2005, ao avaliar o potencial antinociceptivo utilizando a mesma metodologia para a substância 3-(4-bromo-fenacil)-5-(4-dimetilamina-benzilideno)-2- 69 tioxo-imidazolidin-4-ona (LPSF/NN-165), obteve resultados apenas na segunda fase, o que caracteriza uma ação dos derivados imidazolidínicos na dor inflamatória. Em conjunto, os dados obtidos nos experimentos mostram que os compostos indol-imidazolidínicos testados antinociceptiva promissoras. apresentam propriedades anti-inflamatórias e A atividade anti-inflamatória foi evidenciada pela diminuição da migração celular em vários modelos experimentais, e esta diminuição provavelmente se deve a uma modulação do sistema imune, através da diminuição de TNF-α e IL-1β. O efeito antinociceptivo apresentado pelo composto parece envolver mecanismos periféricos, atuando na dor inflamatória. CONCLUSÕES 71 9. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos neste estudo podemos concluir que: Os derivados indol-imidazolidínicos em estudo apresentaram baixa toxicidade, tendo o valor da DL50 estimado em 2500 mg/kg, sendo considerada segura; Os compostos o LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56, apresentaram atividade antiinflamatória frente aos experimentos de bolsão de ar subcutâneo, peritonite e pleurisia induzidos por carragenina, com redução significativa da migração leucocitária; Na avaliação dos níveis de citocinas, os compostos em estudo diminuíram a concentração de TNF-α e IL-1ß nos exutados inflamatórios; Os derivados indol-imidazolidínicos em estudo também inibiram significativamente a permeabilidade vascular induzida por ácido acético. Os resultados nos testes de ácido acético e placa quente indicam que os compostos LPSF/NN-52 e LPSF/NN-56 possuem atividade antinociceptiva; Os resultados obtidos nos testes da placa quente e formalina sugerem que os compostos em estudo atuam por mecanismos periféricos, atuando na dor inflamatória. REFERÊNCIAS 73 ADEL, A. G.; NAIDA, A. A.; EL-TAHER, Z. S.; HOSNY, A. B. Synthesis and biological activity of functionalized indole-2-carboxyates, triazino and pyridazino índoles. Alexandria Journal of Pharmaceutical. Science, v. 7, p. 99–103, 1993. AMARAL, A. T.; MONTANARI, C. A.; Química Medicinal: 25 Anos De Planejamento Racional De Fármacos. Química Nova, v. 25, Supl. 1, 2002. BARREIRO, E. J. Estratégia de simplificação molecular no planejamento racional de fármacos: a descoberta de novo agente cardioativo. Química Nova, v. 25, n. 6B, p. 1172-1180, 2002. BATEMAN, J. H. Hydantoin and derivatives. 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