UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MBA GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL GRAZIELA SPÍNDOLA NUNES A VISÃO DO PROFISSIONAL ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS QUANTO ÀS COMPETÊNCIAS QUE ESTÃO SENDO EXIGIDA PELAS ORGANIZAÇÕES, REFERENTE À SUA ATUAÇÃO. CRICIÚMA, OUTUBRO 2010. GRAZIELA SPÍNDOLA NUNES A VISÃO DO PROFISSIONAL ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS QUANTO ÀS COMPETÊNCIAS QUE ESTÃO SENDO EXIGIDA PELAS ORGANIZAÇÕES, REFERENTE À SUA ATUAÇÃO. Trabalho de Conclusão de Módulo para obtenção do grau de Especialização em Metodologia do Ensino Superior da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Orientador(a): Prof.(a) Esp. Tânia Aquino Martins CRICIÚMA, OUTUBRO 2010. 2 Dedico este trabalho ao meu pai José Castilho Nunes (in memória), que sempre desejou meu sucesso e que de onde quer que ele esteja me deu forças para persistir nesta caminhada. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar a vida, amor, saúde e força de vontade para concluir este trabalho. Ao meu pai José Castilho (in memória), pela dedicação, carinho, amor e os ensinamentos passados enquanto estivemos juntos, ensinamentos estes que guardarei para sempre. E a minha mãe Rusmeri, pelo amor incondicional de mãe e amiga, por todos os momentos que juntas me ajudou a superar mágoas e tristezas, me dando força e coragem para enfrentar obstáculos. Ao meu irmão Wladimir, que mais do que um irmão também é um grande amigo e companheiro, pelo modo como me encoraja e acredita no meu potencial. Ao meu namorado Paulo Henrique, pelo amor, paciência, companheirismo e compreensão dados em muitos momentos, por me mostrar que sou capaz, por me ajudar a ser uma pessoa cada vez melhor e feliz. A minha orientadora Tânia, por ter aceitado mais este desafio comigo, pela amizade, pelos ensinamentos passados e pela dedicação na concretização deste trabalho. 4 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Visualização do CHA.................................................................................17 Tabela 2: Desdobramento do CHA............................................................................18 Tabela 3: Papéis de RH em construção de uma organização competitiva...............31 Tabela 4: Distribuição dos entrevistados de acordo com a faixa etária.....................36 Tabela 5: Distribuição dos entrevistados de acordo com o sexo...............................36 Tabela 6: Distribuição dos entrevistados de acordo com o nível de escolaridade...36 Tabela 7: Distribuição dos entrevistados de acordo com o tempo de atuação na área de RH.........................................................................................................................37 Tabela 8: Distribuição dos entrevistados de acordo com a carga horária de trabalho.......................................................................................................................38 Tabela 9: Distribuição dos entrevistados de acordo com regime CLT de trabalho..38 Tabela 10: Distribuição dos entrevistados de acordo com atuação em mais de uma empresa......................................................................................................................38 Tabela 11: Distribuição dos entrevistados quanto a questão de até que ponto a atuação do ARH atendem as expectativas das empresas.........................................40 Tabela 12: Distribuição dos entrevistados quanto as cinco competências essenciais para o cargo de ARH..................................................................................................41 Tabela 13: Distribuição dos entrevistados quanto as qualificações fundamentais para o cargo ARH...............................................................................................................42 Tabela 14: Distribuição dos entrevistados quanto as maiores solicitações dentro das atividades do ARH......................................................................................................42 5 LISTA DE ABREVIATURAS ARH - Analista de Recursos Humanos CHA - Competência, Habilidade e Atitude CLT – Consolidação das Leis do Trabalho C&S – Cargos e Salários RH - Recursos Humanos R&S – Recrutamento e Seleção T&D – Treinamento e Desenvolvimento 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 PROBLEMA ..................................................................................................... 10 1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 10 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 10 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 10 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 12 2.1 A MODERNA GESTÃO DE PESSOAS E A VALORIZAÇÃO DOS TALENTOS ............................................................................................................................... 12 HUMANOS ............................................................................................................ 12 2.2 COMPETÊNCIAS – UM HISTÓRICO .............................................................. 15 2.3 O QUE SÃO COMPETÊNCIAS ....................................................................... 16 2.4 TIPOS DE COMPETÊNCIAS .......................................................................... 21 2.4.1 Competências Essenciais ......................................................................... 21 2.4.2 Competências Técnicas ............................................................................ 25 2.4.3 Competências Comportamentais .............................................................. 25 2.4.4 Competência de Gestão............................................................................ 26 2.5. RECURSOS HUMANOS E AS COMPETÊNCIAS ......................................... 27 2.6. PERFIL DO PROFISSIONAL QUE ATUA EM RH .......................................... 30 2.7 DESAFIOS QUE DEFINEM PORQUE A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS È IMPORTANTE ....................................................................................................... 32 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 37 3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................... 37 3.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA ................................................................... 37 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................ 38 3.4 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS ........................................................ 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 39 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................... 39 4.2 RELAÇÃO DE TRABALHO ................................................................................. 40 4.3 EVOLUÇAO DE RECURSOS HUMANOS PARA GESTÂO DE PESSOAS .... 42 4.4 ATUAÇÃO X EXPECTATIVA DO ARH............................................................ 43 4.5 COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS PARA O CARGO ARH................................. 44 4.6 ATIVIDADES SOLICITADAS AO ARH ............................................................ 46 5 CONCLUSÃO......................................................................................................... 48 7 REFERENCIAS ......................................................................................................... 50 APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE ........................................................................................................ 52 APENDICE 2 - INSTRUMENTO DE PESQUISA ...................................................... 53 ANEXO 1 - CARTA DE APROVAÇÂO DO PROJETO .............................................. 56 8 1 INTRODUÇÃO Com a globalização e a modernização, vem surgindo no contexto organizacional, devido à intensa competitividade e às inovações pelas quais o mundo vem passando, a necessidade de admitir profissionais capacitados, com habilidades e conhecimentos cada vez mais aguçados e flexíveis. A partir disso, competência tornou se, para quem quer fazer a diferença no mundo, o grande achado dentro das organizações. Reconceituada e revalorizada no presente, competência é uma idéia antiga. Predomina no sentido de capacitação para realizar algo, saber fazer alguma coisa. Tem destaque para o sentido de ação voltada para resultado. Na atualidade, o significado de competência está muito ligado aos requisitos de um bom desempenho não só pessoal, mas também como da empresa, das unidades e das equipes de trabalho. O fator competitividade é o determinante que dá maior ênfase para o termo Gestão por Competência. O que se observa nos dias atuais é que as organizações, devido à grande competitividade que vem surgindo, estão sendo levadas a se aprimorar em modernizações e adequações por diversos caminhos dentro do contexto produtivo. Atualmente a área de Recursos Humanos vem ganhando abrangência dentro das organizações, em virtude das mudanças acontecidas no cenário. Alguns exemplos destas mudanças estão nas alterações do foco estratégico e competitivo de cada empresa. Neste cenário o profissional Analista de Recursos Humanos acaba abraçando diversas responsabilidades para si. Sendo que nem sempre estas vêm de acordo com o que as organizações esperam deles. Com isso, o presente instrumento tem o intuito de apresentar uma pesquisa com profissionais Analista de Recursos Humanos do extremo sul de Santa Catarina, para explorar qual a visão que estes profissionais possuem, quanto as competências que estão sendo exigidas pelas organizações referentes a sua atuação, bem como sugerir uma proposta de competências profissionais para estas. 9 1.1 PROBLEMA Qual a visão do profissional Analista de Recursos Humanos quanto as competências que estão sendo exigidas pelas organizações, referente a sua atuação? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Identificar a visão do profissional Analista de Recursos Humanos quanto as competências que estão sendo exigidas pelas organizações, referente a sua atuação. 1.2.2 Objetivos Específicos Indicar o papel macro do profissional de Recursos Humanos nas organizações; Identificar as competências profissionais fundamentais para o cargo Analista de Recursos Humanos; Sugerir uma proposta linear de competências profissionais para o cargo de Analista de Recursos Humanos. 1.3 JUSTIFICATIVA No mundo do trabalho a partir da Revolução Industrial, deu-se origem as reorganizações no clima de trabalho, surgindo assim uma proposta com foco diferenciado no cerne da funcionalidade em Recursos Humanos. Modernamente o setor de Recursos Humanos ganha um papel fundamental no eixo estratégico e financeiro das organizações. Vindo de encontro 10 com isto, a Psicologia Organizacional também vem ganhando espaço nesta área, pois cada vez mais se foca os aspectos comportamentais do ser humano. Frente a esse cenário o papel do profissional Analista de Recursos Humanos tem apresentado uma amplitude dentro das organizações, gerando assim uma gama de ações que ao mesmo tempo em que se torna um ponto positivo para a imagem da célula Recursos Humano, também confunde o direcionamento das competências profissionais de seus efetivos. Um cargo que vem se destacando dentro do departamento de Recursos Humanos é o de Analista de Recursos Humanos. Para ele cabem diversificadas atividades, ocasionando assim uma série de atividades que possam fugir do foco do plano estratégico da célula Recursos Humanos. Por conta deste nicho de possibilidades tornou-se importante pesquisar qual a visão que o Analista de Recursos Humanos possui quanto às competências que estão sendo exigidas pelas organizações, para nortear o seu papel e assim sugerir uma proposta linear das competências deste profissional. 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A MODERNA GESTÃO DE PESSOAS E A VALORIZAÇÃO DOS TALENTOS HUMANOS Segundo Gramigna (2002) por vivermos em uma economia globalizada vem crescendo a necessidade de um realinhamento nas práticas de gestão, colaborando com o fator da competitividade pelo fato de estarem mais direcionados aos indicadores que garantem o diferencial no mercado. Para o autor, diversas práticas na gestão das organizações foram testadas nos últimos tempos, porém as que mais influenciaram na cultura e comportamento das empresas e no gerenciamento das pessoas foram: o Desenvolvimento Organizacional, a Qualidade Total e a Reengenharia. Para Gramigna (2002) no Brasil a década de 90 é vista como o período dos serviços e das competências. Estabelecida a guerra entre mercados cada vez mais competitivos, o mundo começou a formar blocos comerciais, o que exigiu das nações envolvidas nesse processo flexibilidade, agilidade, inovações e mobilização das pessoas. Fez-se necessário oferecer produtos e serviços competitivos, em qualidade e preço. Ao mesmo tempo, as organizações empenhavam-se em descobrir fórmulas para reduzir custos e produção. (GRAMIGNA, 2002, pg 2) Segundo Carmello (2006) em entrevista para RH.com.br, o mundo corporativo está com a consciência de que o potencial humano é o diferencial do negócio. Portanto, houve um aumento na procura de profissionais com talento. Para Gramigna (2002) a subida rumo a excelência iniciou quando ocorreu a percepção, por parte dos dirigentes das organizações que, se não alterassem suas práticas de gestão, dificilmente sobreviveriam aos seus concorrentes. Para a autora, no contexto de mercado atual, um dos indicadores com maior importância no desempenho empresarial é o de atrair, desenvolver e reter talentos. Para Carmello (2006) talento é todo o profissional que traz para a organização, uma grande contribuição em sua função, independente do seu grau 12 hierárquico. Manifestando suas competências para garantir excelentes resultados, qualquer profissional é capaz de fazer contribuições significativas para a organização. Com a valorização dos talentos a empresa está gerindo matériasprimas que são responsáveis pelo seu sucesso no mercado competitivo. Para Carmello (2006) as pessoas com talentos precisam de um espaço para atuar e inovar suas idéias. Para isso é necessário que a empresa possua uma gestão que ligue os objetivos estratégicos da empresa ao capital humano. Uma gestão que agrega esta questão do capital humano é justamente a Gestão por Competências. Para Resende (2003) o determinante com maior influência no movimento da competência, é o fator da competitividade. Fator este que começa nos negócios chegando às profissões. As empresas mudam para atender às demandas e ao mercado, o que conseqüentemente, exige mudanças e desenvolvimento de novas competências do profissional. O crescente aumento da competitividade nos negócios obriga as empresas a buscarem e adquirirem as competências que elas negligenciaram em tempos anteriores, de menor concorrência, de maiores facilidades para obter lucros e crescer; naqueles tempos que se costuma chamar de “vacas gordas”, quando qualidade e produtividade ficavam em segundo plano, quando as empresas estavam mais preocupadas em controlar a conduta dos empregados do que em cuidar da melhoria da sua qualificação e desempenho. (RESENDE, 2003, p. 9) Segundo Wood Jr (2004) desde os anos 80, as competências passaram a serem vistas pelos pesquisadores e executivos como uma fonte com muita influência e importância sobre a vantagem competitiva. Para o autor, os postos de trabalhos que estão surgindo, estão exigindo profissionais bem formados, treinados e qualificados, passando a serem vistos como uma fonte de vantagem competitiva e não mais como um custo para a empresa. Para Bitencourt (2004) o treinamento tradicional já não está mais respondendo às necessidades de formação dos profissionais e às expectativas das organizações, no que se refere a novas habilidades e atitudes que condizem com as 13 exigências de uma nova realidade organizacional do mercado competitivo, sendo este um dos fatores que explicam a crescente procura do tema competências. Segundo Resende (2003) com a crescente quantidade de formandos das universidades em diversos cursos, surge um aumento da competitividade também entre os profissionais liberais. Este fato se dá, devido ao aumento da oferta dos serviços desses profissionais em um mercado de trabalho que não tem um aumento proporcional, referente ao número de clientes que utilizam estes serviços. As alterações positivas de comportamento da sociedade é outro fator que vem delimitando a procura, por parte das organizações e dos profissionais liberais. Sendo que tanto as empresas como os profissionais liberais, necessitam desenvolver suas competências técnicas, operacionais, gerenciais e profissionais, afim de melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Segundo Hipólito (2001) através da ampliação do uso das competências e dos instrumentos que são decorrentes destas, desperta o desenvolvimento da produção de ações que ajudam na realização para a geração de valor sob o ponto de vista da organização, assim como o desenvolvimento dos profissionais. Segundo Hamel e Prahalad (1995) Qualquer empresa que queira captar uma fatia desproporcional dos lucros dos mercados de amanhã precisa desenvolver competências que contribuirão de forma desproporcional para o valor futuro do cliente. [...] As empresas que não têm ponto de vista provavelmente serão dominadas nos mercados do futuro. (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 227) Para Bitencourt (2004) as organizações estão sendo levadas a buscarem novos caminhos para a modernização e adequação ao novo cenário que se encontra no mercado. Para Gramigna (2002) a prática de gestão que mais atende as exigências do novo mercado é a da Gestão por Competências, que permite analisar o nível de adequação de um profissional em um determinado perfil de competências para uma determinada função ou cargo. Com isso, as organizações estão aos poucos descobrindo que no momento o assunto inovador para as práticas de gestão, é competência. 14 Conforme Wood Jr (2004) a implantação de um sistema de gestão de pessoas por competências, vem possibilitar a disseminação das competências entre todos os profissionais da organização, além de possibilitar que os processos dos recursos humanos operem de forma integrada. Nesse sentido, a gestão de competências visa aproximar os objetivos organizacionais e os pessoais (profissionais). Essa diferenciação facilita a compreensão dos principais tipos de competências: o organizacional e o das pessoas. (BITENCOURT, 2004, p. 240) Sendo assim, segundo Resende (2003), com a significativa mudança de paradigmas na valorização dos requisitos para o trabalho que vem ocorrendo no mercado devido a competitividade, as organizações estão ficando mais atentas a esta nova realidade que é o movimento das competências. 2.2 COMPETÊNCIAS – UM HISTÓRICO Segundo Bitencourt (2004) o tema competências não é algo recente, porém vem adquirindo espaço e destaque nos tempos atuais, repercutindo nos meios: empresarial e acadêmico, devido ao interesse por estratégias com este tipo de perfil. Conforme Fleury (2006) a partir da publicação no ano de 1973, do artigo “Testing for competence rather than intelligence” de McClelland (1973), que iniciou entre os psicólogos e administradores nos Estados Unidos, o debate sobre competência. Sendo que, no contexto organizacional o conceito de competência começou a ser elaborado sob a perspectiva do indivíduo. Para Bitencourt (2004) foi a partir do entendimento das transformações de ordem social e produtiva que nos anos de 1980 afetaram as economias industrializadas, que ocorreu a compreensão do termo competências para as organizações. Segundo Zarifian (2001) a temática de competência começou a surgir nas empresas – com alguma insistência – e a despertar o interesse de alguns pesquisadores e consultores, em meados dos anos 80. 15 Conforme Hipólito (2001): O conceito de competências tem sua origem em administração de empresas na área de treinamento e desenvolvimento. Associou-se, primeiramente, ao mapeamento de certas características dos indivíduos (conhecimentos, habilidades e atitudes) que, quando presentes, permitiam um padrão de performance superior na execução de determinado trabalho. (HIPÓLITO, 2001, p. 79) Conforme Dutra (2001) foi com base no CHA (conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes) que foram elaborados os sistemas de gestão do desenvolvimento com foco em competências. Para o autor, com o sucesso deste conceito, naturalmente aconteceu o desenvolvimento da competência para o uso de outras áreas, dentro do campo da gestão de pessoas, inclusive no quesito remuneração. Segundo Resende (2003) a valorização das competências teve início nos EUA no final da década de 80, porém chegou ao Brasil somente na metade da década de 90, tendo seus trabalhos iniciados somente no final da década. 2.3 O QUE SÃO COMPETÊNCIAS Conforme Dutra (2001) é através da capacidade de entrega de uma pessoa, que podemos compreender a sua competência. Portanto, quando uma pessoa mostra sua capacidade de entrega e agrega valores a si mesma, aos negócios ou a empresa em que atua, essa está demonstrando ser competente. Quanto mais se amplia essa capacidade de entrega, mais a pessoa está se desenvolvendo. “A competência é compreendida por muitas pessoas e por alguns teóricos da administração como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para desenvolver suas atribuições e responsabilidades”. (DUTRA, 2001, p. 28). Para Pujol (1999) apud Bitencourt (2004) o conceito de competência está ligado à capacidade de realização de uma determinada atividade, aplicada de uma 16 forma integral e concernente aos conhecimentos e atitudes solicitadas em determinada gama de funções, em situações e contextos definidos. [...] o conceito de competência é pensado como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um alto desempenho, na medida em que há também um pressuposto de que os melhores desempenhos estão fundamentados na inteligência e na personalidade das pessoas; nessa abordagem considera-se a competência, portanto, como um estoque de recursos que o indivíduo detém. [...] (FLEURY, 2006, p. 28) Segundo Rabaglio (2006) os conhecimentos, habilidades e atitudes que necessitamos para desenvolver todas as atividades são nossos diferenciais de excelência, qualidade e resultados. Sendo assim, competência pode ser definida como: “Conhecimentos, habilidades e atitudes que são os diferenciais de cada pessoa e têm impacto em seu desempenho e conseqüentemente nos resultados atingidos” (RABAGLIO, 2006, p. 23). Para a autora, uma pessoa possui um bom desempenho quando desfruta de conhecimentos que são necessários, as habilidades e atitudes essenciais para a excelência nas atividades realizadas. Tabela 1: Visualização do CHA C H Conhecimentos Saber Habilidades Saber fazer A Atitudes Querer Fazer As características O que sabemos mas não O que praticamos, temos pessoais que nos levam necessariamente experiência e domínio praticar ou não o que colocamos em prática. sobre. conhecemos e sabemos. Fonte: RABAGLIO, Mari a Odete (2006). Leme (2005) refere-se ao CHA (conhecimento, habilidade e atitude) como “Pilares das Competências”. Para ele, conhecimento é o saber que aprendemos na escola, nos livros e na faculdade. Habilidade é o saber fazer que tiramos dos nossos conhecimentos. E a atitude é o que nos faz querer exercitar as habilidades derivadas de um conhecimento. 17 Para o autor, se uma pessoa ou até mesmo uma organização não trabalhar o CHA por completo, e se prender a apenas duas letras, como por exemplo CH (conhecimento e habilidade), não se torna mais uma competência. No mesmo raciocínio, Rabaglio (2001) afirma que quando uma pessoa não coloca em prática um conhecimento que adquiriu, esta não desenvolve habilidades sobre este conhecimento. Conforme Leme (2005), o conhecimento e a habilidade estão ligados a competências técnicas, já a atitude está ligada às competências comportamentais, ou seja, o autor faz um desdobramento das competências como se pode visualizar no quadro abaixo. Tabela 2: Desdobramento do CHA Conhecimento Saber Habilidade Saber fazer Atitude Querer fazer Competência Técnica Competência Comportamental Fonte: LEME, Rogério (2005, p. 18) “Esse desdobramento do CHA é muito rico pois nos dá uma noção da dimensão do significado Competência em cada um de seus pilares e ao mesmo tempo, da integração de ambos”. (LEME, 2005, p. 18) Gramigna (2002) utiliza a metáfora da “árvore das competências”, onde os três componentes que formam uma árvore (raiz, tronco, e copa) se tratadas com igualdade e adequadamente, a árvore cresce sadia e gera bons frutos ou flores. Para a autora o desenvolvimento das competências do ser humano não ocorre diferente. Segundo a autora, a raiz corresponde às nossas atitudes – conjunto de valores e princípios que adquirimos ao longo da vida. “A atitude é o início de tudo e o principal componente da competência. Está relacionada com “querer ser e querer agir”. (GRAMIGNA, 2002, p. 18) Para Gramigna (2002) o tronco corresponde ao conhecimento, é o segundo componente de uma competência. Quanto maior for esse conhecimento, maior será o fortalecimento da competência deste profissional. 18 Conforme a autora, a copa – com seus frutos, flores e folhas – corresponde às habilidades, que é o agir com talento, técnicas e capacidade, a fim de obter resultados positivos. “Uma competência só é reconhecida quando disponibilizada. Não adianta alguém saber que sabe. Para obter o reconhecimento, precisa demonstrar que sabe”. (GRAMIGNA, 2002, p. 20) Conforme Rabaglio (2006) se uma pessoa possuí um bom conhecimento técnico, mas não possuí um perfil comportamental semelhante com o bom desenvolvimento da atividade, ela não fará a diferença e não terá eficácia nos resultados finais. Este perfil comportamental é o diferencial competitivo de cada pessoa. [...]”Ter competências significa ter conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis, com o desempenho de uma atividade e ser capaz de colocar esse potencial em prática sempre que for necessário”. (RABAGLIO, 2001, p. 2) Conforme Resende (2004) somente se for aplicada no âmbito pessoal como também no organizacional, que a competência é efetivada. Assim como, somente com a obtenção de resultados finais concretos e positivos que uma pessoa se torna competente. Conseqüentemente, conclui-se que a efetivação da competência está ligada ao ter e saber aplicar conhecimentos e habilidades. Ter os requisitos e não aplicá-los – ou não aplicá-los bem – não é ser devidamente competente. Pode-se dizer que, com essas condições, se tem o potencial para ser competente. Mas as pessoas não provarão ser competentes só com títulos, ou só com teorias e boas intenções; será necessário aplicar as teorias, conhecimentos e obter resultados. [...] (RESENDE, 2004, p. 15) Segundo Fleury (2006) sendo uma palavra do senso comum, competência denomina a qualificação de uma pessoa para realizar algo. No mercado de trabalho, competência está recebendo variados significados, sendo que alguns são ligados as características pessoais e outras aos resultados. Alguns autores da língua inglesa, diferenciam esse dois significados de competência. “[...] a palavra competency, referindo-se a dimensões do comportamento que estão por trás de um desempenho competente, da palavra competence, que designa áreas de trabalho em que a pessoa é competente” (WOODRUFFE, 1991 apud FLEURY, 2006, p. 26). 19 Segundo Dutra (2001) as competências da organização tem origem na gênese e no processo de desenvolvimento da organização, sendo concretizadas no seu patrimônio de conhecimentos. Conseqüentemente este patrimônio é quem vai estabelecer as vantagens competitivas no contexto em que a empresa está inserida. “A competência é “o tomar iniciativa” e “o assumir responsabilidade” do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara”. (ZARIFIAN, 2001, p. 68) Conforme Fleury (2006) uma definição muito usada entre os profissionais de recursos humanos, é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que agem sobre o trabalho de uma pessoa, relacionando ao desempenho no trabalho. Segundo a autora, tem crescido nos últimos anos, o número de empresas que agregam o conceito de competência ao saber agir e o desenvolvimento destas ao associar valor à organização e ao indivíduo. Para Gallart e Jacinto (1995) apud Bitencourt (2004), competência é um conjunto de saberes colocados em jogo através dos trabalhadores, a fim de resolver situações concretas do trabalho, associando competência com ação. A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber fazer, de experiências e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é constatada quando de sua utilização em situação profissional, a partir da qual é passível de avaliação. Compete então à empresa identificá-la, avaliá-la, validá-la e fazê-la evoluir. (MEDEF, 1998 apud ZARIFIAN, 2001, p. 66) Segundo Fleury (2006) o conceito de competência vai além do conceito de qualificação, pois não se limita a um estoque de conhecimentos teóricos e empíricos, a pessoa assume iniciativas a fim de dominar novas situações no trabalho. Para Zarifian (2001) quando se refere a uma competência, esta se aplica exclusivamente ao indivíduo e não ao emprego, e é avaliada e manifestada quando utilizada profissionalmente. 20 2.4 TIPOS DE COMPETÊNCIAS 2.4.1 Competências Essenciais Segundo Hamel e Prahalad (1995) as portas para oportunidades futuras, são as competências essenciais, também chamadas de core competências. Sendo que a sua liderança simboliza uma potencialidade que é deflagrada quando a empresa prevê formas inovadoras de explorar essa competência. Para os autores o investimento em uma competência deste tipo não é uma aposta no desconhecido e muito menos um salto no escuro. Conforme os mesmos, o fator que estimula o processo do desenvolvimento de competências é o desejo de liderança no fornecimento de um benefício essencial ao cliente e a criatividade nas formas de como prover este benefício ao cliente. Evidentemente as competências mais valiosas são as que abrem as portas para uma ampla variedade de possíveis mercados de produtos. Para fazer uma analogia com o mercado financeiro, investir na liderança de competências essenciais é como investir em opções. Um líder em uma competência essencial possui uma opção de participação em uma gama de mercados de produtos finais baseados nessa competência.[..] (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 229) Para os autores, o conjunto de habilidades e tecnologias que permite uma empresa expor um determinado benefício a seus clientes, forma uma competência essencial. Sendo assim, o compromisso que uma empresa possui, referente ao desenvolvimento de uma nova competência essencial, está relacionado à criação ou aperfeiçoamento de uma classe de benefícios ao cliente. [...] através do desenvolvimento e estímulo de competências essenciais é que a alta gerência pode garantir a continuidade do empreendimento. As competências essenciais são a fonte de desenvolvimento de futuros produtos. São as “raízes” da competitividade e os produtos e serviços são seus “frutos”. As equipes de alta gerência estão competindo não apenas para proteger a posição da empresa nos mercados existentes, mas para posicioná-la com sucesso nos novos mercados. Portanto, qualquer equipe de alta gerência que não consiga assumir a 21 responsabilidade pelo desenvolvimento e estímulo de competências essenciais estará inadvertidamente hipotecando o futuro da empresa. (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 233) Conforme os mesmos, há uma certa dificuldade em distinguir a linha divisória de uma competência essencial de uma habilidade específica. Transformando para a prática, quando uma empresa em processo de implantação definir quarenta ou mais “competências”, com certeza está definindo habilidades e tecnologias, e não as competências essenciais propriamente ditas. Porém, quando escolhem somente umas duas competências acabam usando um nível de agregação muito amplo. O mais correto é definir de cinco a quinze competências essenciais, entretanto, para que isto aconteça e para que a gerência possa administrar estas, elas precisarão ser desmembradas em seus componentes até o nível de indivíduos específicos com talentos específicos. Para Hamel e Prahalad (1995) para identificar se uma competência é essencial ou não, ela precisa passar por três testes: valor percebido pelo cliente; diferenciação entre concorrentes; e capacidade de expansão. Valor percebido pelo cliente: por serem as competências essenciais as habilidades que tornam possível que a empresa proporcione um benefício fundamental ao cliente, elas necessitam dar uma contribuição desproporcional ao valor percebido pelo cliente. Porém, não necessariamente significa que será visível ou facilmente compreendida para ele, pois somente é notado o benefício oferecido, mas não as técnicas usadas afim de proporcionar este benefício. Os clientes são os juizes finais do que é ou não é uma competência essencial. Na tentativa de identificar suas competências específicas, uma empresa deve se perguntar continuamente se uma determinada habilidade dá uma contribuição significativa para o “valor percebido pelo cliente”. (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 236) Diferenciação entre concorrentes: uma competência essencial para ser qualificada, necessita que uma capacidade seja competitivamente única. Não convém uma empresa determinar uma competência como essencial se ela já for presente ou puder ser facilmente copiada pelos concorrentes. 22 Capacidade de expansão: ao determinar uma competência essencial, os gerentes precisam ter o cuidado de verificar se a competência poderá ser aplicada em novas etapas de produto. Uma competência essencial é realmente essencial quando constitui a base para entrada em novos mercados de produto. Ao avaliar a expansão de uma competência, a gerência sênior precisa se empenhar para escapar de uma visão das capacidades da empresa centrada no produto. (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 239) Para Hamel e Prahalad (1995), saber o que não é uma competência essencial é tão importante quanto saber o que é uma. Embora uma competência essencial possa perder seu valor com o passar do tempo, ela não sofre desgaste como os ativos físicos, pois quanto mais ela é utilizada mais valiosa e aprimorada ela se torna. Uma competência essencial é, de uma forma mais básica, uma fonte de vantagem competitiva, pois é competitivamente única e contribui para o valor percebido pelo cliente ou para o custo. Entretanto, embora todas as competências essenciais sejam fontes de vantagem competitiva, nem todas as vantagens competitivas são essenciais. Da mesma forma, toda competência essencial provavelmente é um fator crítico de sucesso, mas nem todo fator crítico de sucesso será uma competência essencial [...] (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 240) Segundo Hamel e Prahalad (1995), é necessário para que as competências essenciais criem raízes que toda a gerência compreenda e participe das atividades fundamentais da administração destas, que são: (1) identificar as competências essenciais existentes; (2) definir uma agenda de aquisição de competências essenciais; (3) desenvolver as competências essenciais; (4) distribuir as competências essenciais; (5) proteger e defender a liderança das competências essenciais sobre as demais competências. Conforme os autores, se os gerentes não compartilharem uma visão de quais são as competências essenciais da empresa, não poderão administrá-las. Sendo assim, fica fácil entender que os testes iniciais da capacidade de uma empresa gerenciar suas competências são a clareza na definição e o grau de consenso atribuído a estas. 23 É importante ressaltar que a definição das competências essenciais de uma empresa, não é um processo rápido. “O tempo necessário para chegar a uma definição original, criativa e compartilhada das competências essenciais em uma grande empresa provavelmente será medida em meses, não em semanas”. (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 261). Geralmente as empresas ao definirem suas competências, acabam caindo em algumas armadilhas que surgem no decorrer do caminho. A mais freqüente de todas é a empresa delegar a tarefa à comunidade técnica, esquecendo que as competências essenciais são a alma da organização, conseqüentemente, precisando ser vista como um todo na parte integrante do processo administrativo. Ainda conforme Hamel e Prahalad (1995), outra armadilha encontrada pelo caminho, é o fato de muitas vezes os executivos terem muita pressa em concluir o trabalho, não conseguindo fazer com que todos entendam realmente os “rótulos” criados para descrever as competências essenciais definidas. Recomendase diversidade dos funcionários de várias áreas da empresa na definição das competências, pois garante o surgimento da melhor definição possível. Os gerentes seniores precisam participar inteiramente do processo de identificação de competências essenciais. O processo envolverá muitas reuniões, debates acalorados, divergências freqüentes, idéias inesperadas e entusiasmo em relação às novas oportunidades potenciais. A tarefa de descobrir as competências essenciais de uma empresa não pode ser concluída em uma reunião de um ou dois dias fora do local de trabalho. O objetivo do processo é desenvolver uma compreensão ampla e detalhada das habilidades que mantêm atualmente o sucesso da empresa [...] (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p. 263). Para o mesmo, este processo de definição das competências essenciais na empresa, não tem como objetivo impor estas à organização através de mudanças estruturais, mas sim colocar as perspectivas na cabeça de cada gerente e funcionário. 24 2.4.2 Competências Técnicas Retirando o foco um pouco das competências pertinentes à organização, Leme (2005) sugere dois tipos de competências ligadas diretamente ao profissional: as técnicas e as comportamentais. Competências técnicas: segundo o autor é toda a parte técnica que o profissional necessita saber para desempenhar a sua função. “[...] podem ser procuradas como palavras-chaves nos currículos dos candidatos e depois averiguadas em entrevistas e testes práticos”. (LEME, 2005, p. 15) Para Rabaglio (2001) as competências técnicas podem ser consideradas, como os pré-requisitos que um determinado cargo ou função necessita. 2.4.3 Competências Comportamentais Seguindo o raciocínio de Leme (2005): Competências comportamentais: conforme o mesmo, é tudo o que precisa ser demonstrado pelo profissional como seu diferencial competitivo e que tem impacto em seus resultados. O grande desafio da área de Recursos Humanos é a parte comportamental: identificar e mensurar comportamentos. Afinal, diferente das competências técnicas, não conseguimos identificar em um currículo de um candidato, por exemplo, se ele tem empatia, [...] Isso tudo deve ser extraído através de técnicas especiais, cada uma com uma finalidade específica: para a seleção, o treinamento, a avaliação. [...] (LEME, 2005, p. 15) Segundo Rabaglio (2001) no passado se um profissional tivesse competências técnicas, já possuía o requisito suficiente para garantir seu lugar no mercado de trabalho, ou seja, o mercado voltava seus olhos somente para as competências técnicas. Porém hoje o foco se desloca para as competências comportamentais, pois estas são o diferencial competitivo de qualquer profissional que tem a pretensão de uma carreira ascendente dentro das organizações. 25 “[...] O profissional que teve sua formação quando os valores do mercado eram apenas competências técnicas, precisa se reformular rapidamente, antes que o mercado o exclua”. (RABAGLIO, 2001, p. 6) Para Leme (2005) na Gestão por Competência, a empresa deve gerenciar tanto as competências técnicas como também as comportamentais. 2.4.4 Competência de Gestão Resende (2004) oferece um novo tipo de competência ainda não muito mencionada, que é a Competência de Gestão. Para o autor, a competência de gestão ainda não é reconhecida como uma categoria das competências, entretanto, ele indica esta como sendo uma das mais importantes. As empresas ainda não dão às competências de gestão o devido valor. Poucas vezes percebem sua importância e a necessidade de desenvolvê-las. Mas tarde, quando a teoria tiver sido bem assimilada, poderá vir a ser considerada o que costumo chamar de “a descoberta do óbvio”. (RESENDE, 2004, p. 56) Para o autor estas competências devem ser exercidas, não no sentido de eficiência, mas sim no de competência, pois assim garantirão um sucesso maior para a organização. Conforme Resende (2004) é importante ressaltar que a competência de gestão não se refere a competências ligadas aos domínios técnicos e nem operacionais da sua área de atuação. Os gerentes, por exemplo, quanto mais eles sobem na hierarquia menos eles devem utilizar as competências técnicas, mas sim as qualificações da competência de gestão. Segundo o autor, para ser possível alcançar a condições de competências de gestão, será necessário: 1) Treinamento mais objetivo para desenvolvê-las; 2) Foco de atuação mais bem direcionado, para aplicá-las; Para o desenvolvimento das competências de gestão, são necessários novos paradigmas de treinamento e capacitação, pois os programas convencionais de treinamento não satisfazem essa modalidade de competência. 26 O desenvolvimento das competências de gestão deve ser encarado como um fator de sucesso. Não como se tem feito em relação aos programas convencionais de treinamento gerencial: como um item de “luxo”; ou não ficar atrás dos concorrentes; ou para gastar as verbas de treinamento. Ou, ainda, como terceira ou quarta prioridade de comprometer o tempo dos gerentes. (RESENDE, 2004, p. 60) Conforme o mesmo cabe à empresa procurar novas alternativas para suprir as necessidades mais urgentes do desenvolvimento das competências de gestão, já que nem todas as necessidades são supridas através de cursos convencionais e treinamentos. Para Resende (2004, p. 66) “Competência de gestão é a soma de competências pessoais do líder, competências dos papéis que precisa exercer, e competências organizacionais que precisam ser criadas para favorecer a atuação dos gestores”. Para o mesmo, a competência de gestão está começando a ser valorizada e investida, porém, mesmo com as iniciativas que estão surgindo, ainda há muito que fazer para eliminar os fatores que dificultam o processo. Segundo Resende (2004) este tipo de competência pode ser usada em várias situações da vida de uma pessoa. Sendo assim, este conhecimento deveria substituir alguns ensinamentos que são desnecessários na vida e nos currículos de muitas pessoas. 2.5. RECURSOS HUMANOS E AS COMPETÊNCIAS Segundo Faraco (2007) quando se fala de Recursos Humanos logo vem em mente à administração das pessoas que fazem parte das organizações, na qual lá desempenham um papel. No entanto, percebe-se que é praticamente impossível administrar pessoas. O que se pode administrar são suas atitudes. Para o autor: A ARH surgiu a partir do crescimento e da complexidade das tarefas organizacionais, lá no início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial. Com a denominação de Relações Industriais, surgiu uma atividade apenas mediadora entre as organizações e as pessoas para diminuir o conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais das pessoas, até então incompatíveis. (FARACO, 2007, pg 14) 27 Conforme o mesmo autor, em meados de 1950 sobretudo devido ao fato de se começar a administrar as pessoas com base na legislação trabalhista e por não mais se tratar de um intermédio entre as pessoas e as empresas, o conceito foi alterado para Administração de Pessoal. No entanto, em meados de 1960 houve uma ampliação no conceito, pois as pessoas passaram a se tornar recursos fundamentais para o sucesso das organizações. Tudo isto se deve ao fato das pessoas serem seres pensantes capazes de serem desenvolvidas e capacitadas a fim de se tornarem competitivos e enfrentarem desafios. Devido a isto que surgiu o conceito de Administração de Recursos Humanos, conforme sugere Faraco (2007). Embora a ARH envolva todos os processos de gestão de pessoas que hoje conhecemos, ela parte do princípio de que as pessoas devem ser planejadas e administradas pela organização ou por um órgão central de ARH. (FARACO, 2007, pg 15) Para Faraco (2007) com a globalização da economia e a competitividade do mundo atual, as pessoas são vistas como seres humanos diferentes entre si, cada qual com sua particularidade e proprietários de conhecimentos, destrezas e habilidades que podem ir além de sua capacidade, conforme seu potencial. Com isso nos dias atuais passa-se a não mais administrar o que as pessoas podem vir a ser, ou seja, seu potencial. Surgindo assim o conceito Administração de Potencial Humano. Para o autor, a Administração de Potencial Humano ao mesmo tempo em que é complexa, também é mutável. Pois com as mudanças e transformações que estão acontecendo no mundo com tamanha velocidade, nem sempre está sendo possível que as organizações acompanhem o mesmo ritmo. O mesmo afirma que na atualidade um dos tipos de transformações na área de gestão de pessoas que está sendo feita é a Gestão por Competência. Algumas empresas já estão entrando no ritmo das mudanças e estão aderindo a este modo de gerir as pessoas. Para Resende (2003) o determinante com maior influência no movimento das competências, é o fator da competitividade. Fator este que começa nos negócios chegando às profissões. As empresas mudam para atender às demandas 28 e ao mercado, o que conseqüentemente, exige mudanças e desenvolvimento de novas competências do profissional. Conforme Cripe (2003) “competências são habilidades e características pessoais que contribuem para se atingir um desempenho de alto nível”. Sendo que quando de fala de competências esta está além do que só habilidades técnicas, pois as competências para determinado cargo se baseia tanto nas habilidades técnicas como também nas comportamentais. As competências incluem comportamentos observáveis. Também incluem comportamentos, processos de pensamento, habilidades e traços que não são diretamente observáveis. (CRIPE, 2003, pg 14) A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber fazer, de experiências e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é constatada quando de sua utilização em situação profissional, a partir da qual é passiva de avaliação compete então a empresa identificá-la, validá-la e fazê-la evoluir. (MEDEF, 1998 apud ZARIFIAN, 2001, pg.66) Para Zarifian (2001) quando se refere a uma competência esta se aplica exclusivamente ao individuo e não ao emprego, e é avaliada e manifestada quando utilizada profissionalmente. Nos últimos 25 anos, as organizações criaram milhares de modelos de competências para vários cargos. Na verdade, cada um desses modelos é um plano para um alto desempenho – tanto em pensamento quanto em ação – para determinada função. (CRIPE, 2003, pg.188) Para o autor quando se consegue distinguir vários níveis e tipos de competências, compreendemos a capacidade que a pessoa tem de realizar m trabalho. Isto implica nos processos de seleção, avaliação e desenvolvimento, afetando também o modo como se mensura e avalia cada estilo de competência. Segundo Cripe (2003) a assimilação dos requisitos para um determinado cargo deve a princípio ser claro sobre o direcionamento de curto e longo prazo. Uma vez isto estabelecido. Torna-se importante determinar quais as competências serão fundamentais para levar o termo a estratégia da organização, bem como atingir os 29 objetivos de longo prazo. Desta forma revela-se o quão as competências podem impor a organização a pensar sua estratégia. Para Ulrich (1998) os profissionais de RH que conseguirem interligar os tipos de experiência de desenvolvimento, conseguirão garantir profissionais que tenham competências para atender demandas de trabalhos maiores. 2.6. PERFIL DO PROFISSIONAL QUE ATUA EM RH Segundo Ulrich (1998) novos papéis deverão ser definidos para os profissionais que atuam na área de RH, já que a tendência é a da participação dessa área na elaboração das estratégias futuras das empresas. Para o autor, o papel destes profissionais até recentemente era visto em termos de transição do: operacional para estratégico; foco na atividade para o foco nas soluções; e assim por diante. No entanto, Ulrich (1998) afirma que: Recentemente, o tipo de transição do...para...foi considerada simplista, pois os papéis assumidos pelos profissionais de RH, na realidade, são múltiplos, e não singulares. Eles devem desempenhar papéis operacionais e ao mesmo tempo estratégicos. Precisam ser ao mesmo tempo polícia e parceiros. Assumir a responsabilidade tanto as metas qualitativas quanto quantitativas no curto e no longo prazo. Para os profissionais de RH adicionarem valor a empresas cada vez mais complexas, precisam desempenhar papéis cada vez mais complexos e, às vezes, até mesmo paradoxais. (ULRICH, 1998, pg. 40) Conforme o autor, para os profissionais de RH elaborarem valor e atingirem resultados, torna-se necessário iniciar pela definição das metas que garantem o resultado de seus trabalhos, do que propriamente dito pelo foco nas atividades e nos trabalhos. Na Tabela 3, Ulrich (1998) descreve os quatro papéis principais e as metas que o ARH deve desempenhar para converter em realidade sua parceria empresarial. 30 Tabela 3: Papéis de RH em construção de uma organização competitiva. FUTURO/ESTRATÉGICO FOCO Administração de Estratégias de Recursos Humanos Administração da Transformação e Mudança PROCESSOS PESSOAL Administração da Infraestrtura da Empresa Administração da Contribuição dos Funcionários COTIDIANO/OPERACIONAL FOCO Fonte: ULRICH, David (1998, pg. 40) [...] Os dois eixos representam o foco e as atividades do profissional de RH. O foco vai do estratégico de longo prazo ao operacional de curto prazo. Os profissionais de RH precisam aprender a ser ao mesmo tempo estratégicos e operacionais, concentrando-se no longo e no curto prazo. As atividades se estendem da administração de processos (ferramentas e sistemas de RH) à administração de pessoal. Esses dois eixos delineiam quatro papéis principais de RH: (1) administração de estratégias de recursos humanos; (2) administração da infraestrutura da empresa; (3) gestão da contribuição dos funcionários e (4) administração da transformação e mudança. [...] (ULRICH, 1998, pg. 41) Conforme Ulrich (1998) o foco do papel do RH está em ajustar suas estratégias e práticas à estratégia da empresa de maneira geral. À medida que este papel vai sendo desempenhado, o RH aos poucos vai auxiliando a empresa a garantir sucesso e aumentar a capacidade desta atingir os objetivos, tornando-se assim, parceiro estratégico. Para o autor, quando a empresa consegue transformar as suas estratégias em práticas de RH, está sendo ajudada a partir de três sentidos: [...] Em primeiro lugar, a empresa pode se adaptar à mudança devido a redução do tempo que vai da concepção à execução da estratégia. Em segundo, pode atender melhor às exigências do consumidor porque suas estratégias de atendimento foram 31 traduzidas em políticas e práticas específicas. Em terceiro, pode obter desempenho financeiro mediante a execução mais eficaz de sua estratégia. (ULRICH, 1998, pg. 42) Para Ulrich (1998) um papel tradicional que tem sido do RH é a criação de infra-estrutura organizacional. Isto se deve ao fato, destes profissionais terem que elaborar eficientes processos a fim de contratar, treinar, avaliar, premiar e promover funcionários da organização. Mesmo com o foco na estratégia da empresa, este papel sendo bem desempenhado, continua a agregar valor a esta. No entanto, isto pode ser realizado, somente mediante a constante melhoria nos processos de recursos humanos. O autor ainda afirma que é papel do RH gerir a contribuição dos funcionários. Porém, este fator implica no envolvimento do profissional de RH nos problemas, preocupações e necessidades cotidiana de seus subordinados. [...] Em empresas nas quais o capital intelectual se torna uma fonte crucial do valor da empresa, os profissionais de RH devem ser ativos e agressivos no desenvolvimento desse capital, tornando-se assim defensores dos funcionários por vincularem suas contribuições ao sucesso da organização. Com ativos defensores dos funcionários, que compreendam suas necessidades e garantam que elas sejam atendidas, eleva-se a contribuição global dos funcionários. (ULRICH, 1998, pg. 46) Na opinião de Ulrich (1998) outro papel que o profissional de RH pode assumir para agregar valor à organização é a de gerir a transformação e a mudança. Para ele se o profissional de RH conseguir administrar a transformação, este será um catalisador da cultura fundamental da organização. Bem como, se conseguirem agir em cima da transformação, auxiliará na identificação e implementação dos processos para a mudança. 2.7 DESAFIOS QUE DEFINEM PORQUE A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS È IMPORTANTE Segundo Ulrich (1998) existem oito desafios principais que são enfrentados pelos líderes a respeito da competitividade, sendo que a área de RH 32 tem a chaves para o sucesso desses desafios. São estes desafios que definem a importância da área de RH. Para o autor, o primeiro desafio está ligado à globalização. Conceito este que não é novidade, mas é através deste que o RH deverá elaborar modelos e processos para o alcance da agilidade, eficiência e competitividade global. A competição global eficaz demanda muito mais que a criação de um produto em um mercado interno e o seu simples embarque rumo a novos mercados. demanda uma rede complexa de centros globais de excelência que se valem de tecnologias criadas em nível local e partilhadas mundialmente; o rápido movimento de produtos, pessoas, informações e idéias em nível mundial para atender a necessidades locais; a administração do paradoxo de economias de escala globais e receptividade local, e demanda uma mentalidade global e um envolvimento local: pensar em termos globais, mas agir em termos locais. (ULRICH, 1998, pg.17) Para Ulrich (1998) o segundo desafio dos líderes está ligado à cadeia de valor para a competitividade empresarial e os serviços de RH. Este vem de encontro com a capacidade de inovação, decisões mais rápidas, liderança de preço ou valor de determinado setor e vinculação efetiva com fornecedores e vendedores a fim de criar uma cadeia de valor aos consumidores. O redirecionamento do foco das práticas de RH, mais sobre a cadeia de valor (fornecedores e consumidores) e menos sobre as atividades no interior da empresa, tem implicações profundas. Durante anos, os profissionais e os teóricos enfatizam a constituição de práticas de RH dentro da empresa. A mudança para um foco no consumidor redireciona a atenção, que estava voltada para a empresa, para a cadeia de valor na qual ela está inserida. Essas práticas internas de uma empresa devem ser aplicadas a fornecedores e consumidores externos. O treinamento com uma perspectiva de cadeia de valor une fornecedores, funcionários e consumidores em equipes. Programas de remuneração nessa perspectiva consideram a utilização de fornecedores e consumidores como avaliadores e distribuidores de valor econômico dentro da empresa. Desviando o foco da empresa para essa cadeia de valor, todas as atividades de RH são rigorosamente redefinidas segundo critérios do consumidor. (ULRICH, 1998, pg. 20) 33 O autor afirma que uma das necessidades que os gerentes e profissionais de RH precisam aprender é saber criar organizações que trabalhem ao longo da cadeia de valor e nas malhas da rede de valor. Ulrich (1998) liga o terceiro desafio à lucratividade entre custos e crescimento. Para ele, as organizações que procuram persuadir consumidores necessitam elaborar e treinar pessoal para se ligarem rápido e facilmente com as carências deles. Para o autor, independente do caminho em que a organização opte para alcançar o crescimento lucrativo, este exigirá que tanto ela como as ferramentas de recursos humanos sejam repensadas de maneira que as aspirações de crescimento possam ser executadas mediante ações organizacionais. Isso vem para mostrar que o RH precisará lidar com paradoxo inerente a suas empresas, ou seja, necessitam descobrir maneiras novas de conceber e aplicar práticas organizacionais. Segundo Ulrich (1998) o quarto desafio está ligado ao foco na capacidade, sendo esta o DNA da competitividade. A partir do momento que as estratégias se tornam ações, as capacidades das organizações necessitam ser redefinidas para que consiga sustentar e integrar as competências individuais. Sendo assim, o autor afirma que: Os profissionais de RH precisam desenvolver suas capacidades. Não basta mais contratar, treinar ou premiar indivíduos. Essas atividades precisam ser empreendidas no interesse de criar um conjunto de capacidades organizacionais. [...] (ULRICH, 1998, pg.26) Para Ulrich (1998) o quinto desafio é a mudança de parâmetros, conhecido também por muitos nomes como reengenharia e transformação, onde todas das organizações necessitam aprender a lidar com a mudança com muita mais agilidade e tranqüilidade. Com isso, os profissionais de RH necessitam auxiliar a todos nessas transformações, auxiliar na definição de um modelo organizacional e patrocinar a aplicação constante. [...] Os profissionais de RH possuem a singular obrigação de desafiar executivos influentes e bem sucedidos a agir de acordo com as suas palavras. Aprender como insistir sem ser insolente, exigir sem ser descortês e persistir sem ser arrogante será parte do desafio de mudança dos profissionais de RH. 34 Ulrich (1998) afirma que o sexto desafio está ligado diretamente a tecnologia. Esta tornou o mundo mais próximo e veloz, e com ela a disseminação mais eficaz das idéias e imagens - comunicação. O fluxo e o uso da informação também foram alterados devido à utilização pessoal da tecnologia. "[...] As idéias serão o meio circulante do próximo século e o capital intelectual pode ser hoje captado e comunicado imediatamente a outros. [...]" (ULRICH, 1998, pg. 29) Para o autor, o desafio dos profissionais de RH está em tornar a tecnologia parte viável e produtiva no ambiente de trabalho. Necessitam estar à frente da curva de informação e aprender a promover informações em prol de resultados organizacionais. Conforme Ulrich (1998) a atração, retenção e mensuração da competência e do capital intelectual, formam o sétimo desafio dos líderes. Para o autor as empresas que se sobressaírem quanto a atrair, desenvolver e reter indivíduos com habilidades, perspectivas e experiências para conduzir um negócio como um todo, serão as empresas mais bem sucedidas do futuro. O autor ainda afirma que para ser possível assegurar o capital intelectual, será necessário elevar o nível das lideranças. Pois esta tende a ser descentralizada e baseada na equipe. É neste sentido, que os profissionais de RH terão que elaborar políticas e práticas que estimulem a criação e generalização de novas idéias, visto que isto significa assegurar o capital intelectual. A tarefa de assegurar capital intelectual altera os processos de mensuração de uma empresa. Medidas tradicionais de sucesso, focadas no capital econômico (lucratividade ou desempenho financeiro, por exemplo), devem agora ser acompanhadas de medidas de capital intelectual. Procurar, descobrir e utilizar tais medidas está entre os desafios básicos que os profissionais de RH enfrentarão no futuro. (ULRICH, 1998, pg. 31) Por último, Ulrich (1998) sugere como oitavo desafio a reversão não é transformação. Pois segundo ele, transformação está mais ligada à elaboração da participação mental do que propriamente dita à participação do mercado. Já a reversão está mais voltada para fusões e reestruturações, que envolvam diretamente a participação do mercado. 35 Para o autor, o diferencial está nas organizações que consigam alcançar tais transformações, sem necessariamente lançar no mercado um novo produto ou expandir neste. "[...] O impacto de uma nova identidade para funcionários e consumidores dura mais do que qualquer produto isolado e estende-se para além de qualquer mercado". (ULRICH, 1998, pg. 32) 36 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 TIPO DE PESQUISA Esta foi uma pesquisa de natureza aplicada pois teve como objetivo gerar conhecimentos para aplicações práticas, direcionadas à resolução de problemas específicos ligado ao tema proposto, dentro de algumas organizações da região. Sendo assim, está sendo sugerido uma proposta de competências profissionais do cargo selecionado. Quanto aos objetivos, a pesquisa foi de caráter exploratório, sendo que para GIL (2002) em uma pesquisa deste caráter se faz necessário um levantamento bibliográfico sobre o tema. A partir disto foi realizado entrevistas com um público que possuí experiência e/ou vivência do problema em questão, para assim ter sido possível ser realizado uma análise dos dados obtidos e sugerido uma proposta de solução para este. 3.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA A pesquisa foi de caráter quantitativo e qualitativo, pois segundo Creswell (2007) houve o interesse de desenvolver temas a partir do resultado emergente de tal trabalho. Sendo assim houve o interesse de compreender através da subjetividade qual a visão dos profissionais Analistas de Recursos Humanos, quanto as competências que estão sendo exigidas, para sua atuação mais eficaz. Para GIL (2002) esta pesquisa é descritiva pois os dados foram analisados de maneira indutiva, possuindo como focos principais o processo e o seu significado. É por este motivo que neste tipo de trabalho o instrumento chave se torna o pesquisador, pois é ele quem fará a relação do ambiente analisado com o tema em questão. 37 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA O presente instrumento abrangeu aproximadamente 20 Analistas de Recursos Humanos de organizações da Região do Extremo Sul Catarinense. A Região do extremo Sul Catarinense abrange municípios que comportam empresas de pequeno, médio e grande porte de diversificados segmentos. Entre eles destacam-se: confecções, colorifícios, cerâmica, extração mineral, metalmecânica, agroindústrias, indústrias químicas, entre outros. O motivo da escolha destes profissionais foi intencional por ser de mais fácil acesso a pesquisadora e pelo fato destes profissionais serem de segmentos diversificados. A amostra foi de conveniência com livre e espontânea adesão ao mesmo. Todos estes profissionais atuam em organizações que possuem a célula de Recursos Humanos. Os profissionais foram convidados através de um e-mail formalizado pela pesquisadora e sua orientadora, sendo que a pesquisa foi realizada somente com os que se predispuserem a participarem desta. 3.4 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS Para a presente pesquisa foi utilizado o instrumento tradicional: Entrevista individual do tipo Padronizada e Estruturada, pois houve o intuito de obter da amostra delimitada as informações sobre o problema em questão através de um roteiro previamente estabelecido. Conforme citado acima, os profissionais selecionados intencionalmente pela pesquisadora receberam um convite via e-mail, convidando-os a participar da pesquisa. Após a confirmação dos profissionais que se predispuserem à participar desta, a pesquisadora entrou em contato via telefone para agendar a entrevista. Esta aconteceu num tempo médio de 30 a 60 minutos. Os dados foram tabulados em planilha e gráficos no programa Microsoft Excel 2003 e foram analisados por meio da estatística descritiva. Os profissionais que participaram da pesquisa e tiveram interesse em receber os resultados, sinalizaram à pesquisadora durante a entrevista, para que esta encaminhasse via e-mail o resultado final. Segue no apêndice modelo de instrumento que foi utilizado na pesquisa. 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA Participaram da amostra 15 funcionários da área de Recursos Humanos de ambos os sexos (masculino e feminino), com idade entre vinte e cinqüenta anos, de várias empresas da região do extremo Sul de Santa Catarina. As Tabelas 4 e 5 apresentam a distribuição da amostra de acordo com percentual de entrevistados em cada item. Tabela 4: Distribuição dos entrevistados de acordo com a faixa etária. Faixa etária F % 20 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Acima de 51 anos 8 5 2 0 54,0 33,0 13,0 0,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Tabela 5: Distribuição dos entrevistados de acordo com o sexo. Sexo Masculino Feminino f % 2 13 13,0 87,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Na Tabela 4 observa-se uma maior prevalência de entrevistados com a faixa etária entre vinte a trinta anos (54,0%), sendo que em relação ao sexo percebe-se uma maior prevalência do sexo feminino (87,0%), conforme se pode analisar na Tabela 5. Com isto, pode-se observar que o setor de RH das empresas da região do extremo sul catarinense está atuando com pessoas jovens e principalmente do sexo feminino. Quanto à escolaridade destas pessoas, percebe-se uma maior prevalência em relação a cursos de MBA (36,0%), conforme Tabela 6. 39 Tabela 6: Distribuição dos entrevistados de acordo com o nível de escolaridade. Escolaridade f % Ensino Médio Curso Técnico Ensino Superior (Ciências Humanas) Ensino Superior (Ciências Exatas) Especialização MBA Mestrado Doutorado 0 1 4 3 4 6 1 0 0,0 5,0 21,0 16,0 21,0 32,0 5,0 0,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Nesta pode-se analisar o quanto as pessoas que atuam na área de RH estão buscando aperfeiçoamento e desenvolvimento através da formação. Na mesma tabela, também se pode perceber que as áreas mais procuradas quanto à formação de ensino superior está relacionada à área das ciências humanas (21,0%). 4.2 RELAÇÃO DE TRABALHO Referente ao tempo de atuação dos entrevistados na área de RH observa-se na Tabela 7, que a maioria delas está a mais de nove anos (40,0%) atuando nesta área. Com isso pode-se perceber que por mais que a maioria dos entrevistados seja uma população mais nova, como é visto na Tabela 4, estes atuam a um tempo significativo na área de RH. Tabela 7: Distribuição dos entrevistados de acordo com o tempo de atuação na área de RH. Tempo de atuação na área de RH f % Inferior a 1 ano 1 a 3 anos 3 a 6 anos 6 a 9 anos Acima de 9 anos 0 4 4 1 6 0,0 27,0 27,0 6,0 40,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa 40 Quanto à carga horária e o regime CLT de trabalho dos participantes, pode-se ver na Tabela 8, que houve um empate quanto a trabalhar oito horas diárias (44,0%), bem como em atuar acima de oito horas diárias de trabalho (44,0%). Porém, quando se fala de regime CLT pode-se observar que prevalece com unanimidade o regime de vínculo empregatício (100,0%), como se pode ver na Tabela 9. Tabela 8: Distribuição dos entrevistados de acordo com a carga horária de trabalho. Carga horária de trabalho f % 4h diárias 4h semanais 6h diárias 6h semanais 8h diárias 8h semanais Acima de 8h diárias Acima de 8h semanais 0 0 0 0 7 0 7 2 0,0 0,0 0,0 0,0 44,0 0,0 44,0 12,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Tabela 9: Distribuição dos entrevistados de acordo com regime CLT de trabalho. Regime CLT Vínculo empregatício Serviço terceirizado Outro f % 15 0 0 100,0 0,0 0,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Referente à questão se os participantes atuam em mais de uma empresa, percebe-se que a prevalência é a de não atuar (93,0%), conforme se pode avaliar na Tabela 10. 41 Tabela 10: Distribuição dos entrevistados de acordo com atuação em mais de uma empresa. Atuação em mais de uma empresa Sim Não f % 1 14 7,0 93,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa 4.3 EVOLUÇAO DE RECURSOS HUMANOS PARA GESTÂO DE PESSOAS Referente à evolução da área de Recursos Humanos, pode-se perceber que houve unanimidade quanto a este assunto. Na opinião dos participantes, aconteceu uma evolução significativa nesta área. Hoje se observa uma tendência à área de RH está mais voltada para a estratégia do negócio do que ao operacional propriamente dito, conforme pode ser verificado na resposta dos candidatos nº 1 e 2: “Sim, a área de RH era conhecida apenas como a responsável pelo fechamento da folha, hoje essa área tornou-se órgão vital nas empresas, tendo como papel crucial alinhar as pessoas ao objetivo do negócio, através de suas estratégias e subsistemas de RH”. (Entrevistado nº 1) “Percebo que os recursos humanos passou a participar mais das estratégias da empresa, e com isso a ganhou força nas decisões e objetivos do negócio”. (Entrevistado nº 2) Com isso, observa-se que esta área deixa de fazer somente as questões operacionais e burocráticas, mas também entra na valorização das pessoas em envolvê-las como parte fundamental da estratégia do negócio, já que são seres pensantes, com capital intelectual e com potencial, afirmando o que diz os autores Faraco (2007) e Ulrich (1998). Esta questão também pode ser vista nas respostas dos candidatos nº 7, 9 e 12: “Sim, percebo diferença no que diz respeito à visão tecnicista da área. Recursos Humanos reporta-se a burocracias e legalidades voltadas a pessoas, bem como a busca pelo ajuste de pessoas a um cargo. Já a Gestão de Pessoas preocupa-se com as políticas que norteiam as pessoas dentro das organizações, 42 com as ações humanas e com a busca da maximização de ganhos, valorizando conhecimento, sem esquecer a qualidade de vida”. (Entrevistado nº 7) “Esta área está ganhando cada vez mais importância na organização, como uma área de apoio que pode aumentar o capital intelectual da empresa e assim atingir melhores resultados para a empresa, portanto está tornando-se uma área mais estratégica”. (Entrevistado nº 9) “Com certeza, antigamente as pessoas eram vistas apenas como "cumpridoras de tarefas" elas não tinham espaço para questionar, dar opiniões, serem criativas. Felizmente o cenário mudou, a área de Recursos Humanos evoluiu, mudou-se os princípios, os valores e a visão das pessoas, os gestores estão cientes de que o capital humano é o maior bem que se tem nas empresas”. (Entrevistado nº 12) 4.4 ATUAÇÃO X EXPECTATIVA DO ARH Com a pesquisa se percebe que quando se fala da atuação do ARH, quanto a atender as expectativas das empresas, observa-se que avaliando de maneira qualitativa, para a maioria dos participantes estes profissionais estão atendendo as expectativas (80,0%), conforme Tabela 11. Tabela 11: Distribuição dos entrevistados quanto à questão de até que ponto a atuação do ARH atendem as expectativas das empresas. Até que ponto a atuação do ARH atende as expectativas das empresas Não atende Atende parcialmente Atende Supera expectativas f % 0 2 12 1 0,0 13,0 80,0 7,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa No entanto, quando comentaram de maneira qualitativa sobre esta questão, percebe-se uma tendência a atender parcialmente, como se pode ver na 43 resposta do entrevistado nº 2: “Atende parcialmente, por que na maioria dos casos o RH atua apagando incêndio, e propõe ações paliativas e provisórias”. Percebe-se ainda que um dos motivos de atender parcialmente se deve ao fato da área de recursos humanos de algumas organizações, ainda possuírem poucas ferramentas de trabalhos e investimento nesta área, o que dificulta a atuação do profissional analista de recursos humanos. Isto pode ser analisado na resposta do entrevistado nº 5: “Atende parcialmente devido à falta de ferramentas de trabalho, é uma área que tem que lutar para mostrar que precisam de controles, processos, sistema como todas as outras áreas (regionalmente)”. Também se pode verificar esta questão na resposta do entrevistado nº 7, onde ele afirma que “Esta questão, é influenciada pela realidade da empresa, pelo quanto ela permite ou investe na atuação deste profissional. Se o analista tiver espaço para atuar, poderá superar as expectativas, considerando para isto que a organização é feita de pessoas. [...]”. 4.5 COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS PARA O CARGO ARH Referente ao tema principal da pesquisa, quanto às competências essenciais que os ARH estão verificando quanto as suas atuações, na Tabela 12 se pode avaliar as cinco competências mais votadas. Tabela 12: Distribuição dos entrevistados quanto às cinco competências essenciais para o cargo de ARH. As cinco competências essenciais para o cargo de ARH Trabalho em equipe Foco nos resultados Ética Foco no cliente Pensamento estratégico f % 10 9 9 8 7 23,0 21,0 21,0 19,0 16,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa 44 Como se pode ver, na visão dos participantes a competência que mais está sendo cobrada atualmente nas organizações, dentro da área de RH é o Trabalho em Equipe (23,0%). Em seguida as duas mais votadas e que ficaram empatadas foram às competências ligadas ao Foco nos resultados (21,0%) e Ética (21,0%), sendo que esta última está vindo ao encontro da tendência à valorização do potencial humano, confirmando o que o autor Ulrich (1998) diz a respeito do capital intelectual. A quarta competência mais votada é a que está ligada diretamente ao foco no cliente (19,0%). Em quinto lugar está à competência de Pensamento Estratégico (16,0%), o que reforça mais uma vez as falas dos autores Ulrich (1998) e Gramigna (2002) onde a tendência no papel do RH é em ajustar suas estratégias com as estratégias do negócio. Vindo de encontro com isto, na Tabela 13, pode-se verificar que dentro as qualificações fundamentais para o cargo ARH a que recebeu maior pontuação é a do conhecimento da estratégia do negócio (33,0%). Tabela 13: Distribuição dos entrevistados quanto às qualificações fundamentais para o cargo ARH. Qualificações fundamentais para o cargo ARH F % Domínio ferramentas de informática Experiência na área de Gestão de Pessoas Conhecimento da estratégia do negócio Domínio de outros idiomas Especialização na área das Ciências Exatas Formação na área Ciências Humanas 6 13 15 1 2 8 13,0 29,0 33,0 2,0 5,0 18,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Com isso, evidência mais uma vez que a tendência está no desafio do ARH em conhecer e se alinhar as estratégias do negócio. 45 4.6 ATIVIDADES SOLICITADAS AO ARH Na tabela 14 se pode analisar que dentro as maiores solicitações das atividades do ARH, a Seleção (19,0%), o Recrutamento (16,0%) e o Treinamento de Desenvolvimento (16,0%) ainda são as principais atividades solicitadas. Tabela 14: Distribuição dos entrevistados quanto às maiores solicitações dentro das atividades do ARH. Maiores solicitações dentro das atividades do ARH Seleção Recrutamento T&D Avaliação de desempenho Programas participativos Atendimento à funcionários Cargos e salários Pesquisa de clima Descrição de cargo Entrevista de desligamento Outros Aconselhamento f % 15 13 13 9 7 6 4 4 2 2 2 2 19,0 16,0 16,0 11,0 9,0 8,0 5,0 5,0 3,0 3,0 3,0 2,0 Fonte: Dados coletados pelo autor, 2010. f: freqüência absoluta; f% freqüência relativa Uma solicitação que está sendo feita e que chama atenção é a do Programas Participativos (9,0%), sendo esta a quinta mais votada. Algo que não era visto com tanta importância no passado e ainda em algumas organizações atuais, mas que mostra estar ganhando espaço na área de RH. Todas estas solicitações são de extrema importância para a área de ARH e estão diretamente ligadas à contribuição do ARH para o negócio, como pode ser visto nas respostas dos entrevistados nº 4 e 15: “O RH tem grande influência no negócio, ele é o responsável em recrutar, selecionar e desenvolver os funcionários os adequando para o perfil exigido pela empresa. As pessoas precisam saber qual a direção da empresa e aí o RH tem papel fundamental, cada vez mais o RH está ganhando espaço junto ao Planejamento Estratégico da empresa”. (Entrevistado nº 4) 46 “[...] Convergir que suas responsabilidades, ou seja, os processos de RH (R&S, T&D, Clima Organizacional, AD, C&S, Benefícios e Programas Participativos e de Qualidade de Vida), para o desenvolvimento e satisfação dos funcionários, atingimento dos resultados do negócio e crescimento sustentado da empresa e seus públicos envolvidos”. (Entrevistado nº 15) 47 5 CONCLUSÃO No presente estudo observou-se uma maior participação do sexo feminino, com faixa etária entre vinte e trinta anos. Em relação à escolaridade a prevalência foi de participantes com o curso de MBA, o que mostra a tendência dos profissionais da área de RH, buscarem aperfeiçoamento e desenvolvimento através da formação. Com a pesquisa foi possível perceber que entre os participantes, a maioria destes atuam há mais de nove anos nas empresas, o que revela certa estabilidade quanto aos profissionais desta área. A prevalência quanto ao regime de trabalho foi o sistema com vínculo empregatício, sendo que a maioria dos participantes atua em apenas uma empresa, com a carga horária entre oito horas e oito horas e quarenta e oito minutos diária. Foi possível observar que os participantes acreditam que com evolução para Gestão de Pessoas, a área de recursos humanos passa a mudar um pouco o foco de suas atividades. Percebeu-se que o profissional que atua nesta área deixa de realizar somente atividades operacionais, e começa a ser mais estratégico. O RH como um todo está sendo visto como uma área que tende a se tornar estratégica dentro das organizações. Este fato está sendo percebido como uma grande tendência de mercado. No geral os participantes se sentem capazes de atender as necessidades das organizações. No entanto, a maior dificuldade do ARH em atender estas necessidades, refere-se a ausência de ferramentas de trabalho e/ou investimento na área. Por mais que as demandas de trabalho dos profissionais que atuam na área de recursos humanos, ainda sejam as tradicionais, como: recrutamento, seleção e treinamento, estas estão sendo alinhadas ás estratégias das empresas, a fim de auxiliarem no cumprimento destas. Observou-se também, novas tendências de atividades como o envolvimento do RH em programas participativos. Como proposta linear das competências essenciais ao cargo do profissional analista de recursos humanos, fica aqui a sugestão das cinco competências mais votadas entre os participantes, sendo elas: trabalho em equipe, foco nos resultados, ética, foco no cliente e pensamento estratégico. 48 A pesquisa veio para afirmar o pensamento de alguns autores como Ulrich (1998), onde a tendência está em, a área de Recursos Humanos e seus profissionais, Analistas de Recursos Humanos, alinharem suas estratégias às estratégias das organizações. Onde o capital intelectual passa a receber uma valorização maior dentro destas organizações. 49 REFERENCIAS BITENCOURT, Claudia (org). Gestão Contemporânea de Pessoas: novas práticas, conceitos tradicionais. Poto Alegre: Bookman, 2004. CARMELO, Eduardo. Saiba reconhecer talentos. <<http://www.rh.com.br>> Visitado em 24 de Abril de 2007. CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 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A força e o poder das competências: conecta e íntegra: competências essenciais, competências das pessoas, competências de gestão, competências organizacionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. ULRICH, David. Os campeões de recursos humanos: inovando para obter os melhores resultados. São Paulo: Fututra, 1998. WOOD JR, Thomaz; FILHO, Vicente Picarelli (coord). Remuneração e carreira por habilidades e por competências: preparando a organização para a era das empresas do conhecimento intensivo. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. ZARIFIAN, Philippe. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001. 51 APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE Estamos realizando um projeto para o Monografia da Pós-Graduação intitulado " A visão do profissional Analista de Recursos Humanos quanto às competências que estão sendo exigidas pelas organizações, referente a sua atuação ". O (a) sr(a). foi plenamente esclarecido de que participando deste projeto, estará participando de um estudo de cunho acadêmico, que tem como um dos objetivos Identificar a visão do profissional Analista de Recursos Humanos quanto às competências que estão sendo exigidas pelas organizações, referente a sua atuação. Embora o (a) sr(a) venha a aceitar a participar neste projeto, estará garantido que o (a) sr (a) poderá desistir a qualquer momento bastando para isso informar sua decisão. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação voluntária e sem interesse financeiro o (a) sr (a) não terá direito a nenhuma remuneração. Desconhecemos qualquer risco ou prejuízos por participar dela. Os dados referentes ao sr (a) serão sigilosos e privados, preceitos estes assegurados pela Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, sendo que o (a) sr (a) poderá solicitar informações durante todas as fases do projeto, inclusive após a publicação dos dados obtidos a partir desta. A coleta de dados será realizada por Graziela Spíndola Nunes (fone: (48) 88366784) do Módulo "Metodologia de Ensino Superior" da Pós-Graduação da UNESC e orientado pela professora Tânia Aquino Martins (48)9156-1186). O telefone do Comitê de Ética é 3431.2723. Criciúma (SC)____de______________de 2010. __________________________________________________________ Assinatura do Participante 52 APENDICE 2 - INSTRUMENTO DE PESQUISA Empresa: Entrevistado(a): 1. Idade: ( ) 20 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) Acima de 51 anos 2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 3. Escolaridade: ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior (área das Ciências Humanas) ( ) Curso Técnico ( ) Ensino Superior (área das Ciências Exatas) ( ) Especialização ( ) MBA ( ) Mestrado ( ) Doutorado 4. Tempo de atuação na área de Recursos Humanos: ( ) Inferior a 1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) 3 a 6 anos ( ) 6 a 9 anos ( ) Acima de 9 anos 5. Carga horária de trabalho: ( ) 4h diárias ( ) 6h diárias ( ) 4h semanais ( ) 6h semanais ( ) 8h diárias ( ) Acima de 8h diárias ( ) 8h semanais ( ) Acima de 8h semanais 6. Regime CLT: ( ) Vínculo empregatício com a empresa ( ) Outro (Qual? ( ) Serviço terceirizado ) 7. Atua em mais de uma empresa? ( ) Não ( ) Sim ( Quais? ) 53 8. Você percebe alguma diferença na evolução de Recursos Humanos para Gestão de Pessoas? O que mudou no papel desta área? 9. Até que ponto a atuação do Analista de Recursos Humanos atende as expectativas das empresas? ( ) Não atende ( ) Atende parcialmente ( ) Atende ( ) Supera expectativas Comentários: 10. Assinale as 05 competências essenciais que na sua opinião são fundamentais para o cargo Analista de Recursos Humanos: ( ) Foco nos resultados ( ) Promotor de mudanças ( ) Foco no cliente ( ) Liderança ( ) Trabalho em equipe ( ) Assistencialismo ( ) Disseminador de Missão e Valores ( ) Flexibilidade ( ) Negociação ( ) Sensibilidade ( ) Pensamento estratégico ( ) Capacidade de ouvir o próximo ( ) Capacidade técnica ( ) Autoconhecimento ( ) Conhecimento do negócio ( ) Criatividade ( ) Motivação ( ) Empreendedorismo; ( ) Pensamento analítico ( ) Ética ( ) Pensamento conceitual; ( ) Análise de problemas ( ) Empatia ( ) Capacidade de persuasão ( ) Autocontrole ( ) Tenacidade ( ) Sociabilidade ( ) Ambição ( ) Aconselhamento ( ) Operacionalidade 54 11. Assinale as 03 qualificações que na sua opinião são fundamentais para o cargo Analista de Recursos Humanos: ( ) Domínio de ferramentas de informática ( ) Experiência profissional na área de Gestão de Pessoas ( ) Conhecimento da estratégia do negócio ( ) Domínio de outros idiomas ( ) Conhecimento na área de marketing ( ) Conhecimento na área de finanças ( ) Curso de Especialização na área das Ciências Exatas ( ) Formação acadêmica na área das Ciências Humanas ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Experiência profissional em empresas do mesmo segmento 12. Para você quais são as maiores solicitações dentro das atividades do Analista de Recursos Humanos? ( ) Recrutamento ( ) Treinamento e Desenvolvimento ( ) Seleção ( ) Entrevista de Desligamento ( ) Aconselhamento ( ) Programas Participativos ( ) Cargos e Salários ( ) Avaliação de Desempenho ( ) Descrição de Cargo ( ) Pesquisa de Clima ( ) Atendimento à funcionários ( ) Outros (Quais? 13. Na sua opinião qual a contribuição do Analista de Recursos Humanos dentro do negócio? 55 ANEXO 1 - CARTA DE APROVAÇÂO DO PROJETO 56