56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 1 Seleção purificadora em linhagens ameríndias do vírus da hepatite B (HBV) e sua influência em estudos de datação molecular Fagundes, NJR1,2; Alvarado-Mora, MV3; Pinho, JRR3 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto Nacional de Genética Médica Populacional (INAGEMP) 3 Instituto de Medicina Tropical, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Relógio Molecular, Seleção purificadora, Datação molecular, HBV, Nativos Americanos. O vírus da hepatite B (HBV) é um vírus de DNA distribuído em todas as populações humanas e apresenta uma forte estrutura geográfica, com diferentes “genótipos” virais sendo característicos de determinadas regiões geográficas. Em povos Nativos Americanos, o genótipo F (HBV-F) é o mais prevalente, especialmente na América do Sul. A datação dos genótipos do HBV, entretanto, é complicada pela grande amplitude de taxas evolutivas propostas, algumas das quais compatíveis com uma origem surpreendentemente recente para o HBV-F, de menos de 100 anos. Porém, sabe-se que o ponto de calibragem pode ser determinante para esses resultados. Para testar se os ramos antigos e recentes da filogenia de HBV-F foram afetados de modo homogêneo pela seleção natural, 54 genomas completos de HBV-F foram obtidos no GenBank e suas relações filogenéticas determinadas por parcimônia. As substituições foram mapeadas ao longo dos ramos e classificadas como sinônimas ou não-sinônimas. Todos os ramos contidos dentro dos quatro “sub-genótipos” atualmente reconhecidos foram classificados como ramos recentes, enquanto que os ramos mais profundos, que conectam diferentes subgenótipos, foram considerados ramos antigos. A hipótese nula de homogeneidade entre a taxa de substituições não-sinônimas/sinônimas nos ramos recentes ou antigos foi testada usando qui-quadrado e teste exato de Fisher. Mais de 1500 substituições foram mapeadas, e a hipótese nula de homogeneidade entre as taxas foi fortemente rejeitada (P=1,6x10-9), sendo a taxa de substituições não-sinônimas/sinônimas cerca de duas vezes maior nos ramos recentes. Quando realizada separadamente para cada ORF, a análise revela a mesma tendência, sendo significativa para três das quatro ORFs. Para o gene PreC/C, por exemplo, nenhuma substituição não-sinônima foi mapeada nos ramos antigos da filogenia. Tomados em conjunto, os resultados são compatíveis com um cenário onde a seleção purificadora é a principal força evolutiva para a fixação de novas mutações no genoma do HBV. Nos ramos recentes, o excesso de substituições não-sinônimas deve-se ao fato de não ter havido tempo suficiente para a eliminação das mutações deletérias. Taxas evolutivas calibradas com referências populacional, ou baseadas em estudos de transmissão dentro de um pedigree serão superestimadas, causando uma subestimativa dos tempos de coalescência. Esse viés é semelhante àquele relatado para o DNA mitocondrial em humanos. Esses resultados sugerem que novos pontos de calibragem devem ser usados para a datação de eventos temporais profundos na filogenia do HBV. Eventos antropológicos conhecidos, como o tráfico de escravos africanos para as Américas, por exemplo, são bons candidatos para este fim. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 2 Patterns of diversity at the copy number variable beta-defensin locus in Native American populations: Evolutionary and biomedical implications Zuccherato, LW1; Hardwick, RJ2; Zamudio-Zea, R1; Gilman, RH3,4; Hollox EJ2; Tarazona-Santos, E1 Laboratório de Diversidade Genética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil Department of Genetics, University of Leicester, UK 3 Universidade Peruana Cayetano Heredia, Perú 4 Johns Hopkins School of Public Health, Johns Hopkins University, USA [email protected] 1 2 Keywords: beta-defensins, copy number variation, Paralogue Ratio Test, Native American populations, innate immune system. Copy number variable regions are segments of DNA greater than 1 kilobase in length that vary in their number of copies relative to a reference genome. It is estimated that up to 12% of the human genome shows copy number variation (CNV), and so represents a major component of human genetic variation. CNVs can also have clinical effects, and may account for susceptibility to some common and rare diseases. Beta-defensins are small cationic peptides that have a multifunctional role in the innate immune system. A cluster of at least seven beta-defensins located on chromosome 8p23.1 shows CNV, with 2-12 copies per genome. One of these genes, DEFB4, shows a correlation with mRNA expression levels and with the level of its circulating protein in the serum of healthy individuals. Although recent studies testing the association of beta-defensin copy number with Crohn’s disease have produced conflicting results, the literature strongly supports an important role of beta-defensins in mucosal defense of the gut, and a higher copy number of the beta-defensin genes are associated with an increased risk of psoriasis. The genomic structure of beta-defensins has been studied in European and African populations, but Native Americans have not been analyzed for these loci. We measured the copy number of the beta-defensin cluster on chromosome 8p23.1 in individuals from two Native American populations settled between the Andean and the Amazonian regions of Peru: Shimaa (n=89), from the ethnic group Matsiguenga, and Ashaninka families (n=150) from Ashaninka ethnic groups, using the Paralogue Ratio Test (PRT) technique. PRT is a development of quantitative PCR, and uses a single primer pair to amplify both a test locus ( for which the number of copies need to be determined) and a reference locus (that has a known number of copies), leading to an accurate copy number determination. For the betadefensin locus, the Ashaninka population shows a distribution of diplotypes more similar than observed in African and European populations, with 3 and 4 copies being more common (30.7% and 35.3% respectively). Although the Shimaa shows 3 and 4 copies as the most common diplotypes (29.2% and 33.7%), 7 copies were commonly found in this population (12.4%) when compared to African, European and Ashaninka populations. The role of betadefensin genes in the innate immune system can allow us to infer the evolutionary processes that have shaped the diversity of these loci in South Amerindians in the context of global human genome diversity. These results can also allow us to assess the implications of the genetic structure of these loci in order to perform epidemiological studies in the future. We are extending this study, quantifying CNV loci for CCL3, CCL4, FCGR3 and FCGR2 genes, and investigating methodological issues related with CNV quantification, also using real-time PCR assays. Financial Support: FAPEMIG, EMBO, CAPES and Medical Research Council (UK) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 3 Investigação dos polimorfismos do gene da Calpaina-10 no grupo indígena Parakanã – Apyterewa, PA Almeida, NCA1; Diniz, IG1; Silva, ANLM1; Queiroz, MG1; Matos, BS1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Calpaína10, Diabetes Mellitus tipo 2, Apterewa. O Diabetes mellitus é um distúrbio metabólico crônico, caracterizado por níveis elevados de glicemia, relacionados à deficiência e/ou resistência à insulina. Na forma poligênica do DM2, existe uma clara interação dos fatores externo-ambientais e genéticos. A Calpaína 10 pertence à família das cisteínas proteases não lisossomais, sendo ativada pelo cálcio e encontrada em diversos tecidos. A Calpaína 10 coordena a ativação ou inibição de inúmeras proteínas envolvidas na sinalização intracelular e é essencial à sinalização e regulação intracelular do cálcio. Está também envolvida na proliferação, diferenciação (incluindo adipocítica) e nos mecanismos de secreção de insulina. O gene da Calpaína 10 (CAPN10) localiza-se no cromossomo 2 (2q37.3), possuindo 15 éxons dispostos em 31kb que codificam uma protease de 672 aminoácidos. O gene CAPN10 é expresso primeiramente no fígado, músculo esquelético e ilhotas pancreáticas. O primeiro estudo indicando relação entre Diabetes mellitus tipo 2 e CAPN10 foi realizado em americanos de origem mexicana, sendo identificados três polimorfismos, UCSNP-43 (G/A), UCSNP-19 (in/del 32 pb) e UCSNP-63 (C/T), responsáveis por haplótipos e diferentes combinações haplotípicas. Os haplótipos são montados de acordo com o tipo de alelo apresentado pelo indivíduo (UCSNP-43, alelo 1, G, alelo 2, A; UCSNP-19, alelo 1, 2 repetições de 32pb, alelo 2, 3 repetições de 32pb; UCSNP-63, alelo 1, C, alelo 2, T). O presente trabalho teve como objetivo investigar as freqüências genotípicas e alélicas do gene da Calpaina-10 na população indígena da aldeia Apyterewa, etnia Parakanã, localizada no municípios de Altamira e São Félix do Xingú, no Estado do Pará. O polimorfismo CAPN43 foi genotipado, por meio de PCR em Tempo Real (RTPCR). O polimorfismo CAPN19 foi genotipado por PCR convencional. O polimorfismo CAPN63 foi genotipado por PCR-RFLP. As frequências haplotípicas foram calculadas pelo programa Mlocus. Foram identificados sete haplótipos diferentes: 112 (0,464), 121 (0,098), 122 (0,069), 211 (0,070), 212 (0,058), 221 (0,226) e 222 (0,014). Estudos populacionais sugerem que haplótipo 111 é provavelmente o ancestral em todas as populações, enquanto o haplótipo 112 teria sido selecionado em populações Africanas, os haplótipos 121 e 221 selecionados em populações fora da África no processo de migração para a Europa, Ásia e América. Além disso, os dados disponíveis revelam que os quatro principais haplótipos (111, 112,121 e 221) ocorrem em nativos americanos e que recentes misturas entre populações não teria contribuído para tanto. Portanto, apenas o haplótipo ancestral 111 não foi identificado entre os Parakanã. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 4 Diversidade da região 3´UTR do gene HLA-G na população urbana do estado de São Paulo e indígenas da Amazônia brasileira Cagnin, NF1; Martelli-Palomino, G2; Wiezel, CEV1; Donadi, EA2; Simões AL1 Laboratório de Genética e Bioquímica, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Divisão de Imunologia Clínica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: HLA-G, região 3’UTR, polimorfismos, genética de populações, ameríndios. Introdução: O gene HLA-G é predominantemente expresso na interface materno-fetal, e tem sido associado com a tolerância materna ao feto através da inibição dos linfócitos T citotóxicos e da função citolítica das células NK. A estrutura genética da região 3’UTR do gene HLA-G foi completamente descrita recentemente, e pelo menos duas variantes nesta região, o polimorfismo deleção/inserção de 14pb e o SNP +3142C/G, já foram associados aos níveis de expressão HLA-G sendo assim relacionados com risco de abortos espontâneos. As freqüências alélicas dos loci polimórficos em 3’UTR ainda não são conhecidas em todas as populações. Objetivo: O presente trabalho teve por objetivo identificar diferenças nas frequências alélicas entre uma amostra populacional de 136 indígenas da Amazônia brasileira e uma amostra urbana de 132 indivíduos provenientes da região de Ribeirão Preto-SP, com base na caracterização de um polimorfismo de deleção/inserção de 14pb e 7 SNPs na região 3’UTR do gene HLA-G, e nos haplótipos formados por eles. Métodos: A amostra de cada indivíduo foi amplificada para a região de interesse por PCR e o produto amplificado foi diretamente sequenciado em ABI310 Genetic Analyzer. A montagem dos haplótipos foi feita pelo software SNPex. Resultados: As frequências alélicas dos oito loci polimórficos nas amostras indígena e urbana foram respectivamente: deleção de 14pb: 0.56 e 0.56; inserção 14pb: 0.34 e 0.34; +3003T: 1,00 e 0.91; +3003C: 0 e 0.09; +3010G: 0.25 e 0.42; +3010C: 0.75 e 0.58; +3027A: 0.004 e 0.06; +3027C: 0.996 e 0.94; +3035C: 0.69 e 0.85; +3035T: 0.31 e 0.15; +3142G: 0.75 e 0.61; +3142C: 0.25 e 0.39; +3187A: 0.76 e 0.76; +3187G: 0.24 e 0.24; +3196C: 0.86 e 0.69; +3196G: 0.14 e 0.31. A partir destas freqüências constatou-se que o alelo T do SNP +3003 encontra-se fixado na amostra indígena, enquanto que na amostra urbana são encontrados ambos os alelos T e C. A amostra populacional indígena encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg para todos os loci enquanto a amostra urbana está em desequilíbrio para os loci del/ins 14pb, +3010, +3027, +3035, justificando-se por deficiência de heterozigotos. Na amostra urbana foram encontrados 10 haplótipos UTR, sendo que o mais freqüente foi UTR-2 e na amostra indígena encontrouse somente 7 destes, sendo que os igualmente mais frequentes foram UTR-3 e UTR-5. O valor de Fst entre as populações foi significativo para todos os loci. Conclusão: As diferenças encontradas entre as populações estudadas são significativas, mostrando que cada população tem um perfil particular para a região 3’UTR do gene HLA-G. Apoio financeiro: CNPq, FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 5 Estrutura e diferenciação populacional em populações Nativas da Amazônia Nunes K1; Santos EJM2; Meyer D1 Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.2. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1. Palavras-chave: Ameríndios, Diferenciação Populacional, Estrutura Populacional, Microssatélites, STR. As populações ameríndias apresentam uma história evolutiva peculiar, com padrões demográficos distintos em relação as demais populações do mundo. Estudos anteriores sugerem que elas possuem baixa diversidade genética intra-populacional e alta diversidade inter-populacional em relação às demais populações. Além disso, foram observados maiores níveis de variabilidade intra-populacional e menores níveis de variabilidade genética interpopulacional nas populações que vivem na porção oeste da América do Sul, em comparação às populações do leste do continente. Contudo, esses achados são baseados em estudos que apresentam uma deficiência amostral para populações ameríndias das terras do baixo rio Amazonas. O presente estudo tem como objetivo suprir essa deficiência amostral e contribuir para melhor esclarecer esse cenário demográfico. Para tanto, analisamos 16 microssatélites autossômicos (D1S551, D4S3248, D5S816, D6S1040, D7S821, D7S3061, D8S2324, D9S301, D9S922, D10S1426, D13S317, D16S539, D18S535, D19S559, D20S482, D21S1437) em 184 indivíduos provenientes de 10 populações Amazônicas (Arara do Laranjal, Katuena, Zoé, Parakanã, Awá-Guajá, Assurini, Urubu-Kaapor, Areweté e Kayapó Krokraiomo e Xikrin). A diferenciação populacional foi estimada através da medida Fst, implementada nos pacotes do programa Arlequin e a estrutura populacional foi inferida através do programa Structure. Foi possível observar estruturação em populações como Arara do Laranjal, Urubu-Kaapor e Areweté. As análises revelaram um Fst para a região amazônica na ordem de 7,9. Esse valor é praticamente a metade do valor estimado em outro estudo que incluiu cinco populações do leste da América do Sul (Fst = 14,9). Isso é um indicativo de que o alto valor de Fst anteriormente encontrado reflete o pequeno número de populações analisadas na porção leste da América do Sul e o fato de alguma delas (como Suruí, Karitiana e Ache) serem extremamente endocruzadas. Apesar da menor diferenciação inter-populacional encontrada no presente estudo, as populações do leste ainda apresentam maior variabilidade genética inter-populacional que as populações do oeste da América do Sul (Fst = 5.7), o que reflete na estruturação observada em Arara do Laranjal, Urubú-Kaapor e Areweté. Apoio Financeiro: FAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 6 Dinâmica evolutiva dos genes do complexo NADPH oxidase do fagócito e inferências sobre seleção natural Machado, M1; Redondo, R1; Chanock, S2; Tarazona-Santos, E1 Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais National Cancer Institute (NCI), National Institutes of Health (NIH), US [email protected] 1 2 Palavras-chave: NADPH oxidase, Granulomatosa crônica, SNP, seleção natural, PAML. A NADPH oxidase do fagócito é um complexo enzimático responsável pela explosão respiratória que desempenha um papel crítico na resposta imune inata. Ela catalisa a redução do oxigênio molecular para O2- gerando espécies reativas de oxigênio (ROS) responsáveis pela atividade microbicida dos fagócitos. Esse complexo enzimático inclui duas subunidades membranares, gp91-phox e p22-phox (codificadas por CYBB e CYBA) e três subunidades citoplasmáticas, p40-phox, p47-phox e p67-phox (codificados por NCF4, NCF1 e NCF2). Mutações nestes genes podem resultar na doença Granulomatosa Crônica, uma imunodeficiência primária e polimorfismos comuns podem determinar variações sutis na expressão ou função desses genes, contribuindo tanto para doenças infecciosas como a tuberculose e a malária bem como para fenótipos inflamatórios, tais como a doença de Crohn. O objetivo desse trabalho é inferir se o padrão de diversidade dos genes da NADPH oxidase do fagócito refletem a ação de diferentes tipos de seleção natural imposta por patógenos durante a evolução dos mamíferos e dos humanos. Para isso, analisamos as regiões codificantes de CYBB, CYBA, NCF2 e NCF4 em 11 espécies de mamíferos e utilizamos o método de máxima verossimilhança implementado no software PAML para estimar o parâmetro ω (razão de substituições sinônimas e não-sinônimas) em diferentes domínios e códons específicos. Considerando a escala temporal dos mamíferos, as regiões codificantes dos genes CYBA, NCF2 e NCF4 têm evoluído impulsionadas por uma combinação de diferentes níveis de seleção purificadora com poucos códons sob evolução quase neutra em NCF2 (ω = 0.809) e NCF4 (ω = 1.159). Porém, nosso resultado mais surpreendente diz respeito à evolução do CYBB, o componente mais crítico para a integridade da explosão respiratória, como evidenciado por mais de 70% dos pacientes com granulomatosa crônica que tem mutações nesse gene. Durante a evolução dos mamíferos, os episódios de seleção natural adaptativa têm impulsionado a evolução do CYBB e quase todos esses eventos estão concentrados na pequena porção extracelular da proteína. Curiosamente, não há explicação funcional evidente para essa observação, o que deve promover estudos estruturais e funcionais para entender a sua base biológica. Entretanto, a proximidade desses episódios inferidos de seleção natural positiva para sítios de glicosilação da gp91 é notável, considerando a importância da glycome na imunidade. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG, NIH-USA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 7 Investigação dos polimorfismos UCSNP-43, UCSNP-19 e UCSNP-63 no gene da calpaína 10 na comunidade indígena Gavião no estado do Pará Cunha, DA; Silva, ANLM1; Diniz, IG1; Queiroz, MG1; Peres, PVG1; Almeida, NCA1; Matos, BS1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Calpaína 10, Gavião-Kyikatêgê, UCSNP43, UCSNP19, UCSNP63. As calpaínas compreendem uma superfamília de proteases citosólicas de cisteínas dependentes de Ca2+ e atuam em diversos processos fisiológicos como atividade endoproteolítica de componentes do citoesqueleto, quinases, fosfatases e fatores de transcrição. Dentre estas, a calpaína 10 é considerada uma calpaína atípica devido a alterações em um de seus domínios, incluindo alguns resíduos importantes para a ligação ao cálcio, diferindo no seu mecanismo de ativação dependente de Ca2+. O gene da calpaína 10 (CAPN 10) localiza-se no cromossomo dois (2q37.3) e é expresso em oito isoformas diferentes por splicing alternativo em diversos tecidos. Nas células β-pancreáticas, uma das principais funções desta protease reside em regular a secreção de insulina. Por este motivo alterações em sua atividade bintrônicos no gene da CAPN-10, UCSNP43 (G>A), UCSNP (INS/DEL) e UCSNP (C>T), os quais formam haplótipos, têm sido descritos como um dos fatores de susceptibilidade à DM2. A combinação de haplótipos 112/121, definidos pela presença (1) e ausência (2) dos polimorfismos nucleotídicos simples (UCSNP-43[G/A], UCSNP-19[del/ins] e UCSNP-63[C/T]) no gene CAPN10 foi descrito como associado a DM2 em indivíduos Mexicano-Americanos, mas esse efeito não foi observado em amostras da Corea, Japão, Reino Unido, Polônia, México e Samoa. Por outro lado, dois novos diplótipos, incluindo 111/121 e 121/121, demonstraram estar associados a diabetes tipo 2 em coreanos e europeus.O presente trabalho teve como objetivo investigar as freqüências haplotípicas correspondentes aos polimorfismos UCSNP43 (G/A), UCSNP19 (INS/DEL) e UCSNP63 (C/T) do gene da calpaína 10, em 81 indivíduos do grupo indígena Gavião-Kyikatêgê, localizados na Reserva Indígena Mãe Maria, BR-222, Km 24, município de Bom Jesus do Tocantins, Estado do Pará. A genotipagem foi realizada feita por meio de PCR em Tempo Real (RT-PCR) e PCR convencional. Foram identificados cinco haplótipos diferentes, dos quais o 112 foi o mais comum (41,92%), seguido dos haplótipos 221 (38,27%), 121 (11,67%), 111 (6,84%) e 122 (1,29%). As combinações haplotípicas 112/121, 111/121 e 121/121, mais comumente associadas ao DM2, foram enontradas com freqüências baixas entre Gavião-Kyikatêgê (6,2%, 2,5% e 3,7%, respectivamente), o que pode sugerir uma menor suscetibilidade ao DM2 conferida pelos polimorfismos da calpaína-10 entre os Gavião-Kyikatêgê. Apoio financeiro: CNPq e UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 8 Polymorphism of HLA-G, SLC11A1 and CASP8 genes in Amerindian Populations Maia, AL; Takeshita, LYC; Vasconcelos, JM; Pedroza, LSRA; Santos, SEB; Guerreiro, JF; Sena, LS; Santos, EJM Laboratório de Genética Humana e Medica. Instituto de Ciências Biológicas-Universidade Federal do Pará [email protected] Keywords: Genetic variability, Amerindian, HLA-G, SLC11A1, CASP8. The immune system usually combines innate and adaptive branches to fight against pathogens in order to eliminate them from the organism. However, because of the complexity involved in the etiology of most diseases, polymorphic genetic markers either directly or indirectly related to the immune response have been considered as putative risk factors for diseases. Studies of such genetic markers in Amerindian populations have been scarce, but might be of importance in evaluating the genetic factors involved in susceptibility/resistance in a population that have been living in a distinct environment. The aim of this study was to investigate the frequency of polymorphisms found on HLA-G (a non-classic major histocompatibility complex class I molecule), SLC11A1 (involved in macrophage activation and cytokine synthesis) and CASP8 (implicated in apoptosis regulation) genes in Amazonian Amerindians. A total of 74 individuals belonging to eight Amerindian tribes - Arara (16), Arawete (8), Asurini (11), Mapuera-Katuena (7), Awa-Guaja (5), Waiampi (6), Urubu-Kaapor (6) e Xicrin (15) - were genotyped, using the polymerase chain reaction, for the following polymorphisms: (i) the 14 bp insertion/deletion at the exon 8 of HLA-G gene; (ii) the 4 bp (GTGT) insertion/deletion at the 3’ untranslated region, 55 bases downstream of the last codon in the exon 15 of the SLC11A1 gene; and (iii) the 6 bp insertion/deletion at the promoter region of the CASP8 gene. Gene frequencies for the three polymorphisms varied widely among Amerindian tribes, which included no polymorphisms at all. However, when results are taken as representative of the Amerindians as a whole, HLA-G, SLC11A1, and CASP8 insertion frequencies have shown 52,7%, 84,4% and 87,8%; respectively. There was no apparent relationship of allele frequencie distributions of the three loci with linguistic similarity or geographic distances. This is not uncommon, because this relationship is not apparent for the major of studied loci in Amerindian populations. The HLA-G locus varied more widely (0-94%). SLC11A1 was the unique polymorphic locus for all Amerindian tribes. The other loci had fixed alleles in some tribes. Just Arara and Awa-Guaja tribes had HLA-G gene frequencies similar to other worldwide population (HLA-G*I: 50% in both tribes; 48% in India), and were also the only tribes to differ from the world gene frequencies range for SLC11A1 polymorphism (SLC11A1*D: 1-19% in world populations; 28% in Arara and 40% in Awa-Guaja). Except Mapuera-Katuena tribe, whose allele frequency was similar to Europeans, all tribes had CASP8*D allele frequencies lower than frequencies found in Asians and Europeans. The studied polymorphisms, that are relevant for being associated with pathological conditions, showed themselves polymorphic in Amerindians, supplying material to the action of selective pressures, whether they had occurred or will occur in these populations. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 9 Variabilidade do gene HLA-E na população brasileira Veiga-Castelli, LC1; Castelli, EC1; Deghaide, NHS1; Silva Júnior, WA2; Moreau, P3; Donadi, EA1 Divisão de Imunologia Clínica, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil 2 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USPl 3 Commissariat à l’Energie Atomique / DSV /I2BM / Service de Recherches en Hémato-Immunologie, IUH, Hôpital Saint-Louis, 75010 Paris. [email protected] [email protected] 1 Palavras-chave: HLA-E, polimorfismo, populações. O gene HLA-E, um gene não-clássico de classe I do complexo principal de histocompatibilidade humano (HLA), apresenta poucos sítios polimórficos em relação aos outros locos MHC-I, exibindo apenas nove alelos codificando três proteínas diferentes. Além de seu já conhecido papel na imunidade inata, a HLA-E tem sido relatada como um ligante para células T e inibidor das respostas de células T e NK, com potencial atuação em transplantes. Devido à sua origem histórica, a população brasileira é um rico repositório de variação genética. Dado isso, 52 amostras de doadores normais de medula óssea, selecionadas ao acaso, foram avaliadas quanto à variabilidade presente em cerca de 1200pb do gene HLA-E, compreendendo a porção final do íntron 2, íntron 3 e éxons 3 e 4. Quatro SNPs previamente descritos foram avaliados alem da sequência genômica como um todo, nas posições +756, +887, +906 e +1691 em relação ao éxon 1. Desses, apenas um (+756 G/A) se mostrou polimórfico em nossa amostra, apresentando uma frequência de 0.6630 para o alelo A, que por sua vez, exclui a presença dos alelos E*01:03:03, *01:03:04 e *01:04 nesta amostra. Mais de 42% da população se mostrou homozigota para alelos que codificam a variante protéica E*0101 (A na posição +756). Além disso, dois novos SNPs foram detectados, sendo um no intron 2 e um no íntron 3, que serão oficializados. Em relação aos estudos de desequilíbrio de ligação (LD) com genes vizinhos (HLA-E, G e A), foi observado um alto LD (p = 0.0000 para ambos) entre A e G (região codificadora e 3’UTR); no entanto, o SNP no lócus HLA-E não estava em LD com o gene HLA-A (p = 0.2031) ou com o HLA-G (0.6294), o que pode ser um reflexo da presença de um gene altamente polimórfico como o HLA-A entre HLA-G e HLA-E, ou a maior distância física entre HLA-E e HLA-A do que entre HLA-A e HLA-G. Concluindo, mesmo em uma população heterogênea como a brasileira, o gene HLA-E apresenta uma baixa variabilidade, apresentando apenas um ponto de variação atingindo frequência maior que 1% em mais de 1200pb avaliados. Auxílio financeiro: CNPq processos 475670/2007-8 e 150175/2009-4, CAPES/COFECUB processo 653/09 e FAPESP processo 07/58420-4 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 10 Ausência de correlação entre desvios de neutralidade e a distribuição dos alelos endêmicos de HLA-B nas populações nativas das américas Francisco, RS1; Labuda, D2; Petzl-Erler, ML3; Ruiz-Linares, A4; Santos, EJM5; Meyer, D1 Instituto de Biociências, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Universidade de São Paulo 1 Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da Universidade de São Paulo 2 Departamento de Pediatria da Universidade de Montreal 3 Laboratório de Genética Molecular Humana da Universidade Federal do Paraná 4 Laboratório Galton da Universidade College London 5 Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará [email protected] Palavras-chave: HLA-B, Ameríndios, Turnover alélico, Seleção Natural e História Demográfica. O produto do gene HLA-B tem como função a apresentação de peptídeos antigênicos aos linfócitos T CD8+ e interação com os receptores KIR das células natural killers. Há forte evidência de que o gene HLA-B está evoluindo sob ação da seleção natural. Populações nativas da América do Sul possuem alelos endêmicos de HLA-B em freqüências elevadas. Como explicação para essa distribuição alélica foi proposto o modelo de turnover alélico. Segundo este modelo, os alelos endêmicos sul-americanos alcançaram freqüências elevadas devido à seleção dirigida por patógenos. Para testar essa hipótese nós analisamos a variação do gene HLA-B em 474 indivíduos pertencentes a 26 populações nativo-americanas (6 norte-americanas, 3 centro-americanas e 17 sul-americanas) e aplicamos os testes Ewens-Watterson e D de Tajima para verificar a presença de desvios da hipótese nula de neutralidade e equilíbrio populacional. Nós observamos uma correlação positiva entre a distância do Estreito de Bering e uma maior freqüência de alelos endêmicos (r2 = 0,351, p < 0,01), corroborando o resultado de que há um aumento da freqüência desses alelos em direção ao sul do continente americano. Dentre as populações analisadas, 11 (duas norte-americanas, uma centro-americana e 8 sul-americanas) apresentaram valores de D de Tajima significativamente positivos (p < 0,05), entretanto, não encontramos uma correlação significativa entre os desvios captados pelo teste D de Tajima e a freqüência de alelos endêmicos (r2 = 0,073, p > 0,10). Apenas uma população norte-americana, onde não observamos alelos endêmicos, apresentou desvio significativo para o teste de EwensWatterson. Os desvios que captamos com o teste D de Tajima são compatíveis com a atuação de seleção balanceadora em um período anterior à ocupação do continente americano, conclusão corroborada pelo nosso resultado com o teste Ewens-Watterson (um teste menos sensível a eventos antigos que o D de Tajima). De acordo com nossos resultados, não podemos associar o aumento de freqüência dos alelos endêmicos nas populações sul-americanas com eventos seletivos ou demográficos extremos, pois a variação que observamos é compatível com a neutralidade. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 11 Padrões de desequilíbrio de ligação e de diversidade genética no cromossomo X em populações ameríndias e não-ameríndias Amorim, CEG1; Wang, S2; Marrero, AR1; Ruiz-Linares, A2; Salzano, FM1; Bortolini, MC1 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular e Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 15053, 91501-970, Porto Alegre, RS, Brasil 2 The Galton Laboratory, Departament of Biology, University College London, Londres, Reino Unido [email protected] 1 Palavras-chave: Ameríndios, deriva genética, mistura genética, STRs. Introdução: A compreensão dos padrões de desequilíbrio de ligação (DL), i.e. a associação não aleatória de alelos em dois ou mais loci, é a base para o mapeamento de genes e para o planejamento de estudos de associação. Objetivo: Analisar os padrões de diversidade genética e de DL no cromossomo X em populações americanas. Metodologia: Cinco populações foram investigadas (N=132 cromossomos), entre elas três populações ameríndias da Colômbia (Kogi, Wayuu e Zenu) e duas não-ameríndias (Vale Central da Costa Rica e gaúchos brasileiros). Foram utilizados para as análises 47 loci de microssatélites distribuídos ao longo de todo cromossomo X. Resultados e Discussão: As populações ameríndias apresentaram menor diversidade genética e maior proporção de loci em DL do que as não-ameríndias. O padrão observado em nativos americanos está associado principalmente a fenômenos de natureza estocástica e demográfica durante a entrada no continente, bem como a eventos de fissão-fusão na propagação das populações, ocorridos posteriormente. A reduzida proporção de loci em DL nas populações não-ameríndias é inesperada visto que populações mestiças apresentam normalmente altos índices de DL. No entanto, os resultados podem ter ocorrido devido à baixa heterogeneidade genética entre os estoques parentais nos loci considerados. Dois blocos haplotípicos foram encontrados, ambos restritos às populações ameríndias. O primeiro, presente nas três populações, envolveu os marcadores DXS8051 e DXS7108, localizados em Xp22.22 e Xp22.3 respectivamente. O segundo bloco haplotípico, encontrado somente entre os Kogi, envolve oito marcadores (DXS993, DXS8080, DXS8083, DXS1055, DXS1039, DXS991, DXS1216 e DXS986) entre Xp11.4 e Xq21.1, para qual uma árvore haplotípica foi construída. Conclusões: Em concordância com outros trabalhos, populações relativamente isoladas, como as populações ameríndias analisadas, parecem ser ideais para a implementação de estudos de associação devido à grande extensão de DL observada entre seus loci. Os blocos haplotípicos encontrados constituem uma potencial ferramenta para estudos evolutivos; no entanto, sua aplicação demanda análises adicionais envolvendo um número maior de populações nativo-americanas. Apoio financeiro: CNPq, FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 12 Implementação de metodologias para a análise de variabilidade genética em populações humanas da Baixada Santista Corraini, NR1; Oliveira, MA1 UNESP, Campus Experimental do Litoral Paulista – CLP [email protected]; [email protected] 1 Palavras-chave: Genética de populações; STRs; VNTRs; D-loop;Cromossomo Y. A região da Baixada Santista, inicialmente colonizada por populações nativo-americanas recebeu após o período pré-cabralino diversos fluxos populacionais relacionados aos ciclos econômicos brasileiros e a mão-de-obra necessária ao suprimento dos mesmos, de forma a conceber uma população altamente miscigenada envolvendo índios, europeus, africanos, e posteriormente, provenientes de fluxos migratórios internos, populações das diferentes regiões do país atraídas pelas ofertas de emprego decorrentes modernização da região, atualmente denominada metropolitana. Objetivando a análise da extensão e variabilidade genética destes habitantes, ressaltando processos de deriva genética, bem como o fluxo gênico entre comunidades distribuídas ao longo do litoral, este estudo buscou implementar métodos de caracterização populacional, uma vez que apesar da região da Baixada Santista possuir grande importância econômica e cultural carece de estudos populacionais que abordem a dinâmicas populacionais utilizando marcadores moleculares. Com a finalidade de padronizar metodologias para análises de regiões hiper-variáveis de DNA autossômicos (D1S80, APOB e ACE), pertencentes ao cromossomo Y (DYS119) e regiões polimórficas mitocondriais foram testadas metodologias de extração de DNA utilizando o método swab, bem como a padronização das condições experimentais de amplificação e detecção das regiões hiper-variáveis supracitadas. Acreditamos que os esforços iniciais implementados por este trabalho serão de grande importância para estudos de caráter genético das populações da Baixada Santista que visam a determinação do grau de miscigenação da população local. Estudos deste tipo também poderão ser aplicados em caracterizações de populações indígenas presentes na região, abordagem ainda escassamente utilizada em comunidades do tronco Tupi-Guarani. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 13 Correlação entre alelos do SNP rs250417 do gene SLC45A2 e cor de olhos, cabelos e pele na população de Ribeirão Preto – SP Andrade, CCF1; Fracasso, NCA1; Wiezel, CEV2, Simões, AL1; Mendes-Junior, CT2 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 14049-900, Ribeirão Preto-SP, Brasil Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 14040-901, Ribeirão Preto-SP, Brasil 1 2 Palavras-chave: Pigmentação, SNPs, SLC45A2, Genética de populações. A pigmentação de pele, olhos e cabelos é definida pela produção de melanina nas células. Mais de 100 genes podem estar envolvidos nesse processo. O gene SLC45A2 está localizado na região p13.3 do cromossomo 5. O produto do SLC45A2 é uma proteína de transporte associada à membrana (MATP) e que participa do transporte de proteínas melanossomais. Em populações com descendência européia, a análise de SNPs do SLC45A2 tem mostrado associação com a cor de pele, olhos e cabelos. O objetivo do presente estudo foi analisar o SNP rs250417, localizado na região codificadora do gene SLC45A2, com intuito de verificar a correlação entre alelos deste SNP e a pigmentação de cabelos, olhos e pele. Foram analisados 150 indivíduos saudáveis e não relacionados do interior do estado de São Paulo. O DNA foi extraído pelo método salting-out. Os genótipos para o SNP rs250417 foram analisados através da técnica de PCR posteriormente submetida à clivagem por enzimas de restrição (PCR/ RFLP). O produto da reação de restrição foi analisado em gel de poliacrilamida 10% corado com nitrato de prata. Foram encontradas associações significativas entre os alelos do SNP analisado e as seguintes características: cabelos pretos ou castanhos, olhos castanho-claro ou castanho-escuro, e também para pele clara. A presença do alelo C gerou uma tendência 2,569 vezes maior para a ocorrência de cabelos pretos (p = 0,002) Já para cabelos castanhos, a presença do alelo G aumenta em 1,983 vezes a susceptibilidade para esta característica (p = 0,031). Padrões semelhantes foram identificados para a ocorrência de olhos castanho-claros. Para a ocorrência de olhos escuros, foi observado que o alelo C confere quase 2,466 vezes mais susceptibilidade(p = 0,003). A ocorrência de pele clara foi a característica que apresentou maior correlação como SLC45A2: sua possibilidade de ocorrência foi aumentada em 4,107 quando o alelo C estava presente (p = 0,0004). Para as outras características de pigmentação dos cabelos, olhos e pele não foi encontrada correlação significativa com o gene SLC45A2. Auxílio financeiro: CAPES, CNPq, e FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 14 Analysis of Human Phenotypic Genetic Markers: Association with Hair, Skin and Eyes Pigmentation Neitzke-Montinelli, V¹; Ürményi, TP¹; Rondinelli, E¹; Moura-Neto, RS2; Silva, R¹ ¹Laboratório de Metabolismo Macromolecular Firmino Torres de Castro – Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho 2 Laboratório de Biologia Molecular Forense – Instituto de Biologia - UFRJ [email protected] Keywords: polymorphism; mc1r; melanin; allelic frequency; forensic. Currently in biology several genetic targets are been used for forensic analysis. A new class of genetic polymorphism is starting to come into evidence: the phenotypic markers. Many genes have been identified associated with the phenotype particularly the ones involved on melanogenesis pathway. The first gene described was the melanocortin-1 receptor gene (mc1r) which participates in regulation of melanin synthesis. Some polymorphisms were identified in mc1r promoting the loss-of-receptor function, resulting in a red hair and fair skin phenotypes. This receptor has an antagonist, agouti signaling protein (ASIP) which inactivates the mc1r. It was also seen an association of a Single Nucleotide Polymorphism (SNP) on this antagonist with dark skin. This study aimed to provide association of polymorphisms in the promoter and coding regions of the MC1R gene, and the region corresponding to the 3’UTR of the asip gene with the natural variation of the color of hair, skin and eyes. We have selected a group of people assembled according the phenotype characters (submitted to ethical committee). Preliminary results obtained with 100 people have shown that one polymorphism in the promoter region is strongly associated to skin and hair color and tanning ability (p < 0.0001), eyes color and freckles (p = 0.0167 and p = 0.0083, respectively). Another SNP on the same region achieved the same result differing in significance for eyes (p = 0.0139), hair (p = 0.0002) and no association with the presence of freckles. In the coding region, on the other hand, we have confirmed 16 polymorphisms described in the the literature and identified three new SNPs. Finally, the SNP present at the ASIP 3‘UTR is associated with the phenotype of skin color (p = 0.0044), hair (p = 0.0025)and tanning ability (p = 0.0109). Supported by CNPq, Faperj 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 15 Análise de polimorfismos do gene MC1R em uma amostra brasileira revela associação com características de pigmentação em humanos Marano, LA¹; Simões, AL¹; Donadi, EA²; Mendes-Junior, CT³. ¹ Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo ² Divisão de Imunologia Clínica, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo ³ Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: pigmentação, SNPs, MC1R, genética de populações, genética forense. Dentre os genes conhecidos por influenciarem a variação normal de pigmentação de olhos, pele e cabelos em humanos, o gene MC1R (receptor de melanocortina 1) é o mais bem caracterizado até o momento. A atuação do MC1R ocorre pela produção de uma proteína transmembrana nos melanócitos, responsável pela regulação da produção de melanina nos mesmos. Sabe-se que a atuação do MC1R determina a proporção entre eumelanina (coloração castanha/preta) e feomelanina (coloração amarela/vermelha) presente nos melanócitos. O presente trabalho tem como objetivo analisar os SNPs conhecidos do gene MC1R com o propósito de se avaliar a influência da diversidade deste gene em características como a presença de sardas e variação da pigmentação dos olhos, pele e cabelos em humanos. Foram analisados 28 SNPs conhecidos da região codificadora do gene MC1R em 131 indivíduos da região de Ribeirão Preto, SP. A extração do DNA foi feita pela técnica de salting-out. A região codificadora do gene MC1R (951pb) foi amplificada em uma única reação de PCR, a qual foi seqüenciada em um analisador genético ABI-PRISM 310 por eletroforese capilar, utilizando-se os mesmos primers empregados para a amplificação. Dos 28 SNPs avaliados, apenas 16 mostraram variação nas amostras estudadas, sendo que três deles demonstraram estar associados a características de pigmentação (rs1805005, rs1805007 e rs3212367). A presença do alelo T (60Leu) no locus do SNP rs1805005 está associada a presença de olhos verdes (p=0,048; OR=4,30) e pele clara (p=0,027 OR=4,784). Já o alelo C (151Arg) no SNP rs1805007 se apresentou associado com a pigmentação escura (castanha e preta) dos cabelos (p=0,021; OR=15,42), enquanto o alelo T (151Cys) do mesmo locus associa-se com a pigmentação loira (p=0,021 OR=15,42). A ocorrência do alelo T (300Phe-mutação sinônima) no SNP rs3212367 associou-se a presença de olhos castanho-escuros (p=0,043 OR=11,01). Embora a reconstrução dos haplótipos envolvendo os 28 SNPs permitiria obter-se um maior poder para detecção de associações entre as variações do gene MC1R e as características de pigmentação, tal procedimento ainda não foi realizado em virtude da ausência de dados completos em boa parte dos indivíduos, o que reduziria drasticamente o tamanho amostral. Ainda assim, o presente trabalho apresenta associações significativas entre SNPs individuais e pigmentação de olhos, cabelos e pele. Os dados obtidos confirmam que tal gene desempenha papel relevante na variação de pigmentação na população Brasileira. Apoio financeiro: CNPq, FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 16 Diversidade de regiões cis-reguladoras de genes HLA em humanos: uma meta análise Maia, MHT1; Francisco, RS1; Bitarello, BD1; Meyer, D1 Laboratório de Biologia Evolutiva e Conservação de Vertebrados. Instituto de Biociências. Universidade de São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: HLA, cis-reguladoras, VEGA, evolução, diversidade. Regiões reguladoras de transcrição apresentam, em geral, sinais de diversidade elevados que são sempre relacionados à variabilidade fenotípica ou ao nível de expressão tecido-específica de genes. Para os genes do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC), o conhecimento dos fatores que dirigem a diversidade de seus promotores é, em grande parte, desconhecido. A maioria dos estudos aponta para um sinal de seleção diversificadora nessas regiões, o que condiz com a função dinâmica que possuem na modulação da resposta imune. Com o intuito de avançar na compreensão da diversidade das regiões reguladoras dos genes do MHC, este estudo tem como objetivo descrever a diversidade de regiões cis-reguladoras dos genes HLA clássicos (HLA-A, -B, -C, -DRB1, -DQB1 e DPB1). Para esse estudo foram utilizadas as seqüências dos oito haplótipos divergentes de MHC disponíveis no banco de dados VEGA (Vertebrate Genome Annotation). As regiões de interesse para o estudo foram: 500pb a montante do gene, 3’ UTR (untranslated). Os introns 1 e 2 também foram analisados para comparação com a diversidade das regiões cis-reguladoras. Foram estimados os valores de diversidade nucleotídica (π) para cada região do gene e esses valores foram comparados entre si. Os resultados apontam primeiramente para um aumento de diversidade nos 500pb a montante dos genes, com exceção do HLA-DPB1 (π=0,0). Entre os genes de classe I, o HLA-B (π= 0, 02698) foi o que apresentou maior diversidade e em classe II, o HLA-DRB1 (π= 0,05336). Para a região 3’ UTR, os genes que se destacaram foram HLA-C (π= 0,02153) e HLA-DRB1(π= 0,079). Quando comparadas as regiões entre si, a diferença mais marcante foi a entre região 3’ UTR e 500 pb a montante e intron 1 para todos os genes de classe II (p<0,002). Quando as regiões cis-reguladoras de classe I e II foram comparadas no geral, observou-se uma diferença significante (p=0, 002). O aumento da diversidade em classe II em relação à classe I pode ser explicado pela importância que nível de expressão daqueles genes possui na ativação de resposta Th1 ou Th2. Já a variabilidade na região 3; UTR do gene HLA-C pode estar relacionada com seu papel na resposta imune inata já que a molécula HLA-C, interage com diferentes receptores KIR e diferenças na expressão dessa molécula pode resultar em diferentes respostas de células NK. Além disso, as diferenças observadas nos padrões de variação entre regiões cis-reguladoras e intron 1 podem ser uma evidência de que as regiões reguladoras não estão evoluindo de maneira neutra. Ainda que apenas exploratórios e limitados pelo tamanho amostral e pelo haplótipos divergentes, tais resultados servem como guia para futuros estudos de regiões cis-reguladoras de genes HLA. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 17 Variabilidade e estrutura haplotípica das regiões reguladoras do gene HLA-G na população brasileira Castelli, EC1; Mendes-Junior, CT2; Veiga-Castelli, LC1, Moreau, P3; Donadi, EA1 Divisão de Imunologia Clínica, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto-SP, Brasil 2 Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto-SP, Brasil 3 Commissariat à l’Energie Atomique / DSV /I2BM / Service de Recherches en Hémato-Immunologie, IUH, Hôpital Saint-Louis, 75010 Paris [email protected] 1 Palavras-chave: HLA-G, MHC, polimorfismo, expressão O gene HLA-G é um loco não clássico de histocompatibilidade de classe I (HLA), predominantemente expresso na interface materno-fetal e associado com a tolerância materna e inibição das funções citolíticas das células T e Natural Killer (NK). Evidências indicam que polimorfismos nas regiões 5’ reguladoras e 3’não-traduzidas podem influenciar diretamente o nível de expressão deste gene. Contrastando com a região codificadora do HLA-G, as regiões reguladoras se mostram muito polimórficas, apresentando diversos SNPs em locais de ligação de fatores de transcrição. Considerando que a população brasileira é um rico repositório de variação genética, a variabilidade da região 5’ promotora e 3` não-traduzida foi avaliada em 90 indivíduos saudáveis doadores de medula óssea do sudeste brasileiro. Os sítios polimórficos foram detectados por sequenciamento direto do produto de PCR e haplótipos foram obtidos por inferências probabilísticas. Vinte e cinco sítios de variação foram detectados na região promotora proximal do gene HLA-G em uma região de aproximadamente 1350-pb antecedentes ao éxon 1, todos apresentando frequências superiores a 2% com exceção de apenas um SNP na posição -443, com uma frequência de 0,5% para o alelo menos frequente. Estes SNPs estão arranjados em 12 haplótipos com frequências variando entre 0,5% e 32,7%. A região 3’ não-traduzida também se mostrou muito polimórfica, com 8 pontos de variação em apenas 350-pb, todos apresentando frequência superior a 2%. Estes sítios de variação estão arranjados em 8 haplótipos distintos, com frequências entre 0,5% e 27,2%. Ainda, um elevado desequilíbrio de ligação foi observado entre os sítios de variação nas regiões promotoras e 3` não-traduzida, indicando que os efeitos de cada sitio de variação no padrão de expressão de HLA-G não são independentes. Apoio financeiro: CNPq processos 475670/2007-8 e 150175/2009-4, CAPES/COFECUB processo 653/09 e FAPESP processo 07/58420-4 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 18 O polimorfismo -13910 C>T e a persistência da enzima lactase na população brasileira Friedrich, DC1; Santos, SEB2; Santos, AKR2; Salzano, FM1; Petzl-Erler, ML3; Tsuneto, LT3; Hutz, MH1 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Laboratório de Genética Humana e Médica, Universidade Federal do Para, 3Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná [email protected] 1 2 Palavras-chave: persistência da lactase, gene LCT, gene MCM6, polimorfismos A enzima lactase é secretada pelas células do epitélio intestinal e é a responsável pela quebra do açúcar lactose, presente no leite, em glicose e galactose. A lactase é codificada pelo gene LCT, localizado no cromossomo 2q.21, possuindo alta expressão em recém-nascidos. Após o período de lactação, a expressão da enzima lactase diminui e os adultos perdem a capacidade de metabolizar a lactose. Porém, alguns adultos mantêm essa capacidade, sendo esta uma condição dominante, chamada de persistência da enzima lactase (PL). A PL surgiu no norte da Europa a partir de mutações no gene MCM6, adjacente ao gene LCT, numa região que atua como um enhancer da expressão da lactase. Em europeus, o polimorfismo associado com a PL e intolerância a lactose é o -13910 C>T, sendo que o alelo -13910T determina a PL. O objetivo deste estudo foi determinar a freqüência do alelo -13910T na população brasileira. Foram incluídos no estudo 1197 indivíduos, distribuídos da seguinte forma: 182 afro-brasileiros do Rio Grande do Sul (RS), 337 descendentes de europeus do RS, 200 miscigenados de Belém (PA), 263 miscigenados de Recife (PE), 72 índios Kaingang, 59 índios Guaranis-Ñandeva e 84 Guaranis-Kaiowá. A genotipagem foi realizada através de PCRRFLP. Inicialmente, um fragmento de 216 pares de base (pb), contendo a região -13910, foi amplificado por PCR. Este fragmento foi clivado com a enzima BsmFI, gerando 2 fragmentos, de 121 pb e 95 pb, quando o alelo T estava presente na posição -13910. Os fragmentos gerados foram visualizados em gel de agarose 2,5%. As frequências do alelo -13910T obtidas foram: 18,41% em afro-brasileiros do RS; 29,53% em descendentes de europeus do RS; 17,5% em Belém; 20,53% em Recife; 4,86% nos Kaingangs; 7,63% nos Guaranis-Ñandeva e 0,6% nos Guaranis-Kaiowá. As frequências alélicas diferem significativamente entre afro-brasileiros do RS e descendentes de europeus do RS, assim como entre os afro-brasileiros do RS e os ameríndios (p<0,000001 para todas as comparações). Os descendentes de europeus do RS também diferem significativamente das populações de Belém, Recife e das 3 populações indígenas (p<0,000001 para todas as comparações). As populações de Belém e Recife ainda diferem dos Kaingangs e Guaranis (p<0,000001 para todas as comparações). Entre as populações ameríndias, os dois subgrupos Guaranis diferem entre si (p<0,000001). O alelo -13910T surgiu na Europa e é ausente em diversas populações africanas estudadas. Dessa forma, sua frequência maior na população de descendentes de europeus do RS está de acordo com o esperado. Por outro lado, os achados na população afro-brasileira poderiam ser explicados pela miscigenação, assim como a observação desse alelo nas populações indígenas estudadas. A contribuição de europeus na constituição das populações de Belém, Recife e afro-brasileiros do RS é semelhante, quando o alelo -13910T é analisado. Apoio financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 19 Determinação da composição de mistura racial de duas amostras populacionais urbanas em Porto Velho, Rondônia Farias, JD1,2; Lafontaine, R3; Guimarães, MS1,2; Krauze, A2,3; Andrade-Casseb; A2; Engracia, V1,2 Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais – IPEPATRO Universidade Federal de Rondônia – UNIR 3 Centro de Pesquisa em Medicina Tropical – CEPEM [email protected] 1 2 Palavras-chave: Marcadores Genéticos, Migração, Mistura racial, Populações Amazônicas, Rondônia A população do Brasil, formada por uma extensiva mistura entre ameríndios, europeus e africanos, é uma das mais variada no mundo. No entanto, a contribuição tri-racial brasileira segue padrões distintivos entre as diversas regiões do país, sendo isto um reflexo de uma migração distinta ao longo de vários anos de colonização brasileira. Estudos de origem das populações Amazônicas e a determinação do padrão de contribuição de genes africanos, europeus e ameríndios podem contribuir para uma melhor compreensão de sua estrutura populacional, e também no desenvolvimento das doenças que afligem essa região, bem como doenças infecciosas, uma das principais causas de morbidades nesta região. Rondônia foi colonizado por várias ondas migratórias de diversas regiões do país, e a estrutura populacional é heterogênea, reproduzindo o caráter miscigenado da população brasileira. Estudos de genética de populações têm sido realizados em nossa região para a determinação a composição racial das populações que aqui vivem. Amostras de sangue periférico foram coletadas na maternidade do Hospital de Base da cidade de Porto Velho, Rondônia, sendo analisados 600 cromossomos de parturientes, e 600 de recémnascidos (sangue de cordão umbilical). Na determinação do grau de mistura racial foram utilizados os marcadores CCR5 (C-C Receptor de Quimiocinas tipo 5), ACP1 ( fosfatase ácida locus 1), CYP2E1 (Citocromo P450 2E1), GSTP1 (Glutationa S-Transferase classe Pi). A estimativa dos componentes de miscigenação mostrou que as contribuições de africanos, ameríndios e europeus na amostra de parturientes foram 0.6564 ± 0.0606, 0.2886 ± 0.0567, e 0.0550 ± 0.0616, e para recém-nascidos 0.6617 ± 0.0027, 0.1713 ± 0.0023, e 0.1670 ± 0.0030, respectivamente. Estes resultados podem não refletir a composição racial da cidade de Porto Velho, desde que o Hospital de Base de Porto Velho recebe pessoas de baixo poder aquisitivo tanto da capital como do interior do estado, além de prestar atendimento a pacientes oriundos de Humaitá, cidade próxima a Porto Velho, mas pertencente ao estado do Amazonas que se caracteriza por apresentar um alto índice de mistura indígena já que é um estado que envolve grande parte da Amazônia Ocidental Brasileira. Vale ressaltar ainda que o Hospital de Base, no período de coleta, era o único hospital público responsável pelo atendimento de parturientes da capital, com um centro especializado em atendimento neonatal e realizando praticamente todos os atendimentos de pessoas de baixa renda. Não foram observadas diferenças significantes na distribuição do polimorfismo dos sistemas analisados quando comparados com outras populações brasileiras, sendo assim, observado o reflexo da miscigenação ocorrida em Rondônia como resultado das diversas ondas migratórias recebidas durante a formação deste estado. Agradecimento: Hospital de Base Dr. Ari Pinheiro, Porto Velho-RO Agência Financiadora: IPEPATRO, FIOCRUZ, FNS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 20 Polimorfismo do Y-GATA C4 na população brasileira e associação com linhagens do cromosomo Y de origem subsaariana Palha, TJBF1; Ribeiro-Rodrigues, EM1; Ribeiro-dos-Santos, A1; Santos, S1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Y-STR; GATA C4; YHRD; População Brasileira; África Subsaariana. O Y-STR GATA C4, também conhecido como DYS635, apresenta elevada variabilidade nas diversas populações do mundo e é comumente usado em estudos populacionais e análises forenses. Atualmente, 14 alelos já foram descritos, sendo que o alelo C4*17 foi descrito somente em populações da África subsaariana e em algumas populações afrodescendentes de outros continentes. Por este motivo, o alelo C4*17 tem sido descrito por alguns autores como um bom marcador de ancestralidade africana. Diversos trabalhos, utilizando diferentes marcadores genéticos, já foram publicados relatando a contribuição de linhagens africanas subsaarianas na formação da população brasileira, historicamente formada por uma mistura de europeus, africanos e indígenas. Com o objetivo de identificar a presença (ou não) do C4*17 na população brasileira nós analisamos 1948 indivíduos das cinco regiões do Brasil: 878 indivíduos da região Norte, 285 da Nordeste, 139 da Centro-Oeste, 458 da Sudeste e 188 da região Sul. As amostras de DNA foram obtidas por extração orgânica com fenol/clorofórmio. A amplificação foi feita por PCR multiplex desenvolvida no Laboratório de Genética Humana e Médica da UFPA, e foi conjunta com outros loci Y-STR, comumente utilizados em análises forenses. As eletroforeses ocorreram no seqüenciador capilar ABI 3130 (Applied Biosystems) usando como amostra controle o DNA 007 (Applied Biosystems). A determinação do tamanho dos fragmentos e a designação dos alelos foi feita no programa GeneMapper v. 3.2. Na população brasileira foram observados 9 diferentes alelos para o marcador GATA C4, com diversidade genética estimada em 77%. Os alelos variaram entre C4*17 e C4*26, sendo que C4*18 não foi observado em nenhum indivíduo da população. Os alelos mais freqüentes foram C4*23 (33%) e C4*24 (23%). O C4*17 foi observado em apenas seis indivíduos da população brasileira (0,3%), sendo um da região nordeste, dois no centro-oeste, e três do sudeste. Essas amostras que apresentaram o C4*17 foram seqüenciadas confirmando a presença de 17 unidades de repetições. Realizamos uma busca no banco de dados YHRD (www.yhrd.org – acesso em 08/06/10), e dos 23.137 haplótipos depositados, apenas 33 apresentaram C4*17: 27 descritos em populações da África subsaariana e 6 em populações afrodescendentes. Embora tenha sido comprovada a associação entre haplótipos Y-STRs e haplogrupos definidos por SNPs, devido à alta taxa de mutação dos Y-STRs nem todos podem definir um haplogrupo. De acordo com alguns autores, é provável que C4*17 tenha sido originado por um evento de mutação único, sendo que as associações obtidas no YHRD indicam que a presença do C4*17 no haplótipo Y-STR significa pertencer ao haplogrupo E, subclado E1b1a (M2), mais comum na África subsaariana. A presença desse alelo específico confirma a contribuição da linhagem africana subsaariana, pela análise do Y-DNA, na formação da população brasileira. Apoio financeiro: FINEP, UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 21 Frequência do polimorfismo do gene ACTN3 em atletas de elite do futebol mineiro Rosse, IC¹; Mendonça, EP²; Coelho, DB²; Melo, ALO¹; Figueredo, DNG¹; De-Paz, JAF3; Silami-Garcia², E; Carvalho, MRS¹ Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Fisiologia do Esporte, Escola de Educação Física e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil 3 Sección de Tercer Ciclo Y Postgrado, Universidad de Léon. [email protected] 1 2 Palavras-chave: ACTN3, R577X, fisiologia e genética do esporte, frequência alélica, futebol. O gene da alfa-actinina-3 (ACTN3) codifica uma proteína do disco Z de fibras musculares que tem sido associada a esportes de força e velocidade. O alelo X do polimorfismo R577X no gene ACTN3 resulta em um stop codon prematuro, que leva a perda completa da proteína nos indivíduos homozigotos para o alelo X. Esse polimorfismo não está relacionado a doenças, porém dependendo do genótipo, alguns indivíduos podem se beneficiar de estratégias de treinamento e de recuperação pós-jogo específicas. Pressupostos teóricos indicam que os indivíduos com genótipo RR são mais rápidos e fortes. Ainda não temos a frequência desse polimorfismo para os atletas brasileiros. A frequência do alelo X é de 16%, na população africana, e de 18% nos europeus. Com o objetivo de estimar a frequência desse polimorfismo nos atletas de elite do futebol mineiro foi coletado sangue periférico de 298 jogadores (distribuídos nas categorias infantil, juvenil, júnior e profissional). Após a extração de DNA, um fragmento contendo a sequência do exon 16 do gene da ACTN3 foi amplificado. Os alelos R577X (códons CGA e TGA) foram distinguidos pela presença (alelo X) ou ausência (alelo R) de um sítio de restrição da enzima DdeI. As frequências genotípicas encontradas em cada categoria foram analisadas através do teste de X² na planilha de Excel. Teste de Equilíbrio de Hardy-Weinberg e análise de diferenciação genotípica foi realizado com o software GENEPOP versão 4.0.10. Não foram encontradas diferenças quando se comparou simultaneamente as frequências genotípicas observadas em todas as categorias (p=0,3373). Entretanto, observa-se uma tendência à frequência mais baixa do genótipo XX entre os profissionais. Na comparação par a par foi encontrada diferença entre as categorias Amador x Profissional (p=0,0245), evidenciando que a frequência do genótipo XX diminui na categoria profissional. As frequências alélicas e genotípicas estão em Equilíbrio de Hardy-Weinberg (p=0,2582). A análise de diferenciação genotípica não evidenciou diferenças significantes (p = 0.71641, S.E. = 0.00906). Esse estudo fornece as primeiras análises de frequência do polimorfismo em atletas do futebol mineiro. Nosso próximo passo será a genotipagem de indivíduos controles e posteriormente um estudo de associação do genótipo com a performance dos atletas. Isto nos ajudará a entender melhor as variações individuais em características importantes para a prática esportiva e de que maneira adaptar os treinamentos às individualidades dos atletas de alto rendimento. Apoio financeiro: FAPEMIG/CNPq/Pronex/CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 22 Polimorfismo no intron 4 do gene Sintetase do Oxido Nítrico Endotelial - NOS3 em uma amostra populacional do município de Porto Velho (RO) Fiorese, MHH1,2; Dantas, DSS2; Martins, HHO1,2; Pires, CRD1,2; Moura, MMF1,2; Pagotto, RC1,2 1 2 Laboratório de Genética do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia - Universidade Federal de Rondônia Departamento de Biologia da Universidade Federal de Rondônia Palavras-chave: (NO) óxido nítrico, eNOS (sintetase do óxido nítrico endotelial), polimorfismos da eNOS, disfunção endotelial, células do endotélio O óxido nítrico (NO) é considerado como um importante fator para a homeostase vascular, estando presente nas células do endotélio. Sua biosíntese é catalisada pela enzima eNOS, codificada pelo gene sintetase do oxido nítrico endotelias (NOS3), localizado no cromossomo 7q35.36. O gene NOS3 contém 26 éxons e 25 íntrons. Devido a essa importância biológica que o óxido nítrico apresenta, várias pesquisas tentam encontrar uma correlação entre os polimorfismos da eNOS e doenças pulmonares e cardiovasculares. Dentre os vários polimorfismos encontrados no NOS3, três polimorfismos são mais relevantes, em especial o polimorfismo do íntron 4, cujo alelo eNOS*4a têm sido associado à uma redução da biodisponibilidade de óxido nítrico e que leva ao desenvolvimento de um processo conhecido como disfunção endotelial. O objetivo do estudo foi determinar as freqüências gênicas e genotípicas para o polimorfismo no intron 4 do gene NOS3 (eNOS 4) em uma amostra populacional do município de Porto Velho (RO), visando determinar parâmetros locais para comparação futura com as freqüências descritas em grupos de pacientes com pneumopatias. O DNA foi purificado pelo método de precipitação de proteínas e amplificado por iniciadores que flanqueiam a sequência dos 27 pares de base no eNOS4. Até o momento foram analisados 43 indivíduos. As freqüências alélicas foram, respectivamente, 0,128 e 0,872 para os alelos eNOS4*A e eNOS4*B, tendo sido encontrado 74,4% de indivíduos homozigotos para o alelo B e nenhum indivíduo com o genótipo AA (X2= 0,313 ; p>0,576). Nossos resultados são semelhantes aos encontrados em outros estudos realizados em outras populações brasileiras. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 23 Influencia da heterogeneidade da população brasileira em polimorfismos dos genes SLCO1B1, SLCO1B3 e ABCB1 Sortica, VA1; Ojopi, EB2; Genro, JP1; Suarez-Kurtz, G3; Moraes, MO4; Pena, SDJ5; Ribeiro-Dos-Santos, AKC6; Romano-Silva, MA7, Hutz, MH1 Departamento de genética, Universidade Federal de Rio Grande do Sul Laboratório de Neurociências, Instituto de Psiquiatria, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo 3 Divisão de Farmacologia, Instituto Nacional do Câncer (INCA) 4 Unidade de Farmacologia Clínica, Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Faculdade de Medicina do Ceará 5 Departamento de Bioquímica e Imunologia, Universidade Federal de Minas Gerais 6 Laboratório de Genética Humana e Médica, Universidade Federal do Pará 7 Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Medicina Molecular, Universidade Federal de Minas Gerais 1 2 Palavras-chave: SLCO1B1, SLCO1B3, ABCB1, Farmacogenética, Ancestralidade Os genes SLCO1B1, SLCO1B3 e ABCB1 codificam transportadores de membrana responsáveis pela captação e efluxo de diversos substratos. Polimorfismos desses genes influenciam a farmacocinética de diferentes fármacos podendo alterar a resposta ao tratamento ou contribuir para o aparecimento de efeitos adversos. A população brasileira é formada por diferentes graus de miscigenação entre três grupos parentais (ameríndios, africanos e europeus) apresentando grande heterogeneidade em sua composição genética. O objetivo do trabalho foi determinar a influencia da heterogeneidade da população brasileira na distribuição de polimorfismos de interesse farmacogenético dos genes SLCO1B1, SLCO1B3 e ABCB1. No estudo, foram utilizadas amostras de DNA de 1039 voluntários de quatro regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Sudeste e Sul). Os voluntários se autoclassificaram como brancos (n = 342), pardos (n = 352) ou pretos (n = 345) em relação à “cor/raça” de acordo com os critérios do IBGE. Em 934 amostras, foi determinado um índice individual de ancestralidade ameríndia, africana e européia através de um conjunto de 40 marcadores do tipo inserção/deleção previamente validados. Os genótipos dos polimorfismos 388A>G, 521T>C e 463C>A do gene SLCO1B1; 334T>G e 699G>A do gene SLCO1B3; e 1236C>T, 2677G>T/A e 3435C>T do gene ABCB1 foram determinados por discriminação alélica em PCR em tempo real. Durante a análise da distribuição dos polimorfismos do gene SLCO1B1 em relação às regiões geográficas e a “cor/ raça”, constatamos que os genótipos do polimorfismo 388A>G, estão associados com a “cor/raça”, a região e com a interação cor*região (p >0,001, 0,003 e 0,034; respectivamente), e os genótipos do polimorfismo 521T>C estão associados com a “cor/raça” (p = 0,014). Quando analisamos a distribuição dos polimorfismos do gene do SLCO1B3, constatamos que os polimorfismos 334T>G e 699G>A estão associados com a “cor/raça” e a região (p >0,001 e 0,028, respectivamente). Na análise do gene ABCB1, verificamos que os genótipos do polimorfismo 1236C>T estão associados com a “cor/raça” e a região (p >0,001 e 0,011, respectivamente), os genótipos do polimorfismo 2677G>T/A estão associados com a “cor/raça”, a região e com a interação cor*região (p >0,001, >0,001 e 0,004; respectivamente), e os genótipos do polimorfismo 3435C>T estão associados com a “cor/raça” e a região (p >0,001 e 0,008, respectivamente). Na análise com os índices de ancestralidade, verificamos que os alelos 388A, 463A, 334G, 699A, 1236T, 2677NonG e 3435T estão associados com a ancestralidade européia (p >0,001 exceto para 463A com p = 0,023). Os alelos 388G, 334T, 699G, 1236C, 2677G e 3435C estão associados com a ancestralidade africana (p >0,001). Os resultados do presente trabalho demonstram que a heterogeneidade da população brasileira influencia na distribuição de polimorfismos dos genes SLCO1B1, SLCO1B3 e ABCB1, e por isso, dados de ancestralidade devem ser considerados em estudos de farmacogenética no Brasil que incluam os genes desses transportadores. Apoio Financeiro: FINEP, CNPq e FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 24 Study of the Peroxisome Proliferator-Activated Receptor Gamma (PPARγ2) Pro12Ala Polymorphism in healthy individuals Costa, APP ; Chernishew, ACA2; Azuma, CM2; Cunha. RAF1; Yamamoto, YI1,2 1 Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP Laboratório de Análises Clinicas e Toxicológicas, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP [email protected] 1 2 Keywords: PPARγ2 gene, Pro12Ala polymorphism, genetic diversity, diabetes, insulin resistance, Lipid metabolism. Peroxisome-proliferator-activated receptors (PPARs) are members of the nuclear receptor super family of ligandactivated transcription factors that consists of three subtypes: PPAR-α, PPAR-β and PPAR-γ. It has been shown that PPAR-γ is a transcription factor that plays a key role in activation of adipocyte differentiation and is an important modulator of gene expression in a number of specialized cell types, and has been suggested as a candidate gene for obesity, insulin resistance, and dyslipidemia Cytosine to guanine single nucleotide polymorphism in PPARγ2 gene resulting in a proline to alanine substitution at codon 12, which has been found to modulate the transcriptional activity of the gene, and associated with altered insulin sensitivity. Since this amino acid substitution may cause a reduction in the transcriptional activity of PPARγ, this polymorphism may be associated with decreased insulin resistance and decreased risk of type 2 diabetes. Although most studies have shown a statistically significant Type2 diabetes mellitus (T2DM) risk reduction given by Ala variant, some others have not, suggesting variability in the contribution of this variant to the risk of T2DM. The objective of this study was to investigate the potential association of the most common variant substitution of the PPARγ2 gene with fasting plasma glucose, plasma total cholesterol, LDL and HDL cholesterol, and plasma triglyceride in subjects treated in the CCBS/UPM Clinical Analysis Laboratory. The genotype and allele frequencies of PPARγ2 Pro12Ala polymorphism were determined in a no-diabetic type 2 group. Biochemical parameters were also measured. The three genotype groups of the Pro12Ala polymorphism, Pro12Pro (77%), Pro12Ala (21%) and Ala12Ala (1,8%) were found. We found an allelic frequency similar to previous studies. The allelic frequency of the Ala-allele was 12% and the Pro-allele was 88%. All genotype frequencies are in Hardy Weinberg equilibrium (χ2=5,022, p≥0,05). The frequency of subjects bearing the Ala12 allele was higher in the plasma total cholesterol, triglycerides and glucose lower levels subjects group than Pro12 allele. The data pointed to a putative relation of PPARγ2 Pro12Ala polymorphism variants and a decreased risk of T2DM. This is the initial gathering of data and further studies will be accomplished to investigate this possible association and the protection of individuals with this polymorphism from type 2 diabetes. Supported by: Fundo MackPesquisa, CCBS, UPM 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 25 ABO, RH E Hemoglobinas variantes em estudantes do ensino médio da rede publica de Porto Velho (RO) Santos Jr, SC 1,2; Assunção-Silva, AC1; Pagotto, RC1,2 Laboratório de Genética do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia da Universidade Federal de Rondônia (CIBEBI-UNIR) 2 Departamento de Biologia-Núcleo de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Rondônia [email protected] 1 Palavras-chave: grupos sanguíneos, hemoglobinopatia, freqüência alélica, Amazônia. O estado de Rondônia é jovem e pouco se conhece sobre a dinâmica dos genes em suas populações, excetuandose as populações malarígenas, sobre as quais são encontrados alguns relatos de freqüências gênicas. Os sistemas sanguíneos ABO e Rh, bem como as variantes de hemoglobina devem ser rotineiramente determinados logo após o nascimento. Entretanto, tal rotina foi implantada, de fato, nas unidades de saúde somente na última década, de forma que há grande desconhecimento por parte da população jovem e adulta, de suas características sangüíneas como ABO e Rh, assim como da possibilidade ou não de serem portadores de hemoglobinopatias. O presente estudo faz parte de um projeto de ação integrada de pesquisa e extensão realizado pelo laboratório de genética do CIBEBI-UNIR que visa ao mesmo tempo divulgar aplicações da genética a estudantes do ensino médio e, concomitantemente, contribuir para o conhecimento da estrutura genética da população de Porto Velho (RO). Analisou-se 102 estudantes do terceiro ano do ensino médio da rede publica estadual de Porto Velho (RO) que participaram de livre e espontânea vontade da pesquisa. O sangue foi colhido por punção digital e analisado com anticorpos monoclonais para a identificação dos sistemas ABO e RhD. Cerca de 200 microlitros de sangue foi coletado em capilares com heparina e encaminhados para o laboratório de genética do CIBEBI-UNIR para screening de variantes hemoglobínicas por eletroforese em ágar-amido em pH alcalino, teste de resistência osmótica em NaCl 0,36% e, quando necessário, a eletroforese em agarose em pH acido (6,2). As freqüências gênicas e fenotípicas foram obtidas pelo uso do Programa ABO (programoteca GENIOC) cujos valores observados são: grupo A = 33,7%; grupo B = 7,2%; grupo AB = 2,4% ; grupo O = 56,6%; grupo RhD positivo = 88% ; RhD negativo= 12%. As freqüências alélicas foram ABO*A= 0,2 ; ABO*B = 0,05 ; ABO*O = 0,75; RH*D = 0,65 (n=83; p=0,4).; RH*d = 0,35. Para as hemoglobinas (n=102). encontrou-se 5,8% de indivíduos variantes (todos heterozigotos); Os testes para detectar os polimorfismos protéicos de HB permitiram apenas confirmar que existe polimorfismo, não sendo determinados quais os variantes encontrados. Tais dados são similares aos encontrados na literatura para populações urbanas da região norte. Apoio: Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos estudantis da Universidade Federal de Rondônia 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 26 Caracterização genotípica da deficiência da glicose6-fosfato desidrogenase em afro-descendentes de Saracura, no estado do Pará Silva, ANLM1; Takahashi, SY1; Cardoso, GL1; Queiroz, MG1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: G6PD, afro-descendentes, q-PCR, enzimopatia, Santarém-PA. A primeira reação da Via das Pentoses – fosfato é catalisada pela enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD), que irá produzir NADPH, que atua como coenzima de agentes antioxidantes. Na maioria das células, a via das pentoses - fosfato é ativada respondendo ao estress oxidativo, sendo a única fonte de NADPH nos eritrócitos, e dessa maneira exercendo atividade crucial na proteção das proteínas de membrana, que uma vez oxidadas alteram a forma desta célula, e da hemoglobina, onde tais alterações levam à lise celular. A produção desta enzima (G6PD) é controlada por um gene localizado no braço longo do cromossomo X, o que torna a deficiência da G6PD como uma doença de caráter recessivo, sendo mais freqüente em homens do que em mulheres. Essa deficiência é a enzimopatia mais freqüente, apresentando elevadas freqüências gênicas, chegando até 25 %, na África tropical, Oriente Médio e algumas regiões do Mediterrâneo. Mais de 400 variantes já foram descritas, a maioria com atividade deficiente, sendo a variante africana, também chamada de A- (G202A) a responsável pela maioria dos casos dessa deficiência no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo investigar as freqüências genotípicas e alélicas da variante A- em uma população de remanescentes quilombolas no município de Santarém (Saracura), no Estado do Pará. Foram genotipados, por meio de PCR em Tempo Real (q-PCR), noventa e nove indivíduos e as freqüências genotípicas e alélicas foram estimadas por simples contagem. O teste de c2 foi utilizado para comparar as distribuições de freqüências genotípicas observadas nas amostras investigadas no presente trabalho com outros trabalhos anteriormente descritos. Do total dos indivíduos genotipados, 93% apresentaram o genótipo normal. Entre as mulheres, 6% foram heterozigotas (GA) e 1% homozigota mutante (AA), nenhum homem foi hemizigoto mutante. A freqüência gênica para o alelo A- foi de 6,9%. O numero de indivíduos portadores desse alelo (A-), na população estudada apresentou-se significativamente semelhante quando comparado a um estudo realizado em recém-nascidos negros da população de Campinas (7,07%). As semelhanças entre essas freqüências alélicas podem sugerir que os fundadores desse antigo quilombo no Pará, e os afro-descendentes de Campinas devam ter vindo de regiões da África onde a variante A- é freqüente. O presente trabalho contribuiu para a ampliação do conhecimento acerca da distribuição geográfica desse alelo, relacionando com o perfil da composição étnica dos remanescentes quilombolas de nossa população. Apoio financeiro: CNPq e UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 27 Mutações ∆F508 e R334W Em diferentes grupos populacionais de Rondonia, Amazônia ocidental brasileira Guimarães, MS1, 2 ; Alves, PH2 ; Farias, JD1,2 ; Krauze, A1,3 ; Andrade - Casseb, A2; Jano, M1; Delani, D1; Engracia, V1,2 Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais – IPEPATRO Universidade Federal de Rondônia – UNIR 3 Centro de Pesquisa em Medicina Tropical - CEPEM [email protected] 1 2 Palavras-chave: Fibrose Cística, mutação, mistura racial, ∆F508, R334W. Fibrose Cística é uma doença de herança autossômica recessiva, considerada a doença genética letal mais freqüente em caucasianos Representa uma das principais causas de doença pulmonar crônica na faixa etária pediátrica afetando entre 1/2.000 nascidas vivas. No Brasil, sua incidência é de 1/10.000 de nascimentos vivos, sendo mais elevada na região Sul do Pais, que se aproxima ao de populações européia. Analisamos, através de técnicas moleculares, amostras de 747 indivíduos, coletados aleatoriamente, em regiões de Rondônia, estado brasileiro situado na Amazônia Ocidental. O objetivo foi rastrear mutações no gene CFTR, numa população de composição étnica miscigenada. Foram utilizados 5 µl de sangue periférico, ou células bucais, de indivíduos cujas amostras encontram-se estocadas no Laboratório de Genética do IPEPATRO, sob Registro CONEP 13356, para análise das mutações ∆F508 e R334W. O DNA foi extraído segundo método descrito por Higuchi et al. (1989), com algumas modificações, seguindo-se amplificação por Reação em Cadeia da Polimerase (Saiki, R.K et. al, 1985), utilizando-se primers descritos na literatura. Para a mutação R334W, a PCR foi seguida de digestão pela enzima MnlI, seguindo métodos descritos na literatura.A visualização do produto da PCR e da digestão ocorreu em PAGE 10%. Dos 1594 cromossomos analisados, obtivemos resultados apenas em heterozigose, sendo que a freqüência alélica para ΔF508 foi de vinte indivíduos heterozigotos (0,0125) e para mutação R334W foram encontrados dois heterozigotos (0,0013). Esta freqüência baixa das duas mutações pode ser explicada historicamente pela formação da população do estado de Rondônia, que foi alvo de várias ondas migratórias, oriundas de diversas regiões do Brasil, e do mundo (na ocasião da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, no começo do século XX). A composição étnica de Rondônia segue os padrões brasileiros, sendo que nesta região o componente indígena e africano são relativamente elevados. Estimativa feita por um de nós (Farias JD) revelou no estado de Rondônia dos componentes de mistura racial mostrou que contribuições de africanos, ameríndios e europeus na amostra de foram 0.6564 ± 0.0606, 0.2886 ± 0.0567, respectivamente. Apoio Financeiro: Ipepatro/FIOCRUZ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 28 Análise do marcador STR TH01 nas populações de Vitória e de descendentes pomeranos do Espírito Santo-ES Pagel, UR¹; Pozatto, EN¹; Reis, RS¹; Silva, BC; Louro, ID¹; de Paula, F¹ ¹Núcleo de Genética Humana Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras-chave: STR, TH01, freqüências alélicas, identificação genética, pomeranos. O ES abriga a terceira maior comunidade Pomerana do mundo. Apresentam comportamento de casamento seletivo, mantendo características de subpopulação distinta fenotipicamente da população brasileira. A população brasileira é, em geral, muito miscigenada e a população de Vitória-ES é exemplo desta mistura. A variação étnica pode refletir alterações em freqüência gênica de variantes polimórficas. Marcadores STR são amplamente utilizados em testes de identificação genética. Os parâmetros forenses e de paternidade se baseiam em dados de distribuição alélica destes marcadores na população. Esses dados são importantes para confirmar o poder estatístico dos testes de identificação genética em grupos de constituição étnica peculiares. Assim, esta pesquisa teve como objetivo(i)estimar a freqüência alélica do marcador STR TH01 por meio de PCR e eletroforese em gel desnaturante na população de Vitória-ES e na população Pomerana do ES,(ii)avaliar os parâmetros estatísticos associados aos testes de identificação genética para este marcador nas populações analisadas e(iii)compará-los com dados da população do noroeste da Polônia, antiga Pomerânia. Foi analisada amostra de 169 indivíduos de Vitória-ES e 109 indivíduos pomeranos do ES. O DNA foi extraído, amplificado por PCR, submetido à eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida e corado com nitrato de prata. Foram utilizados os softwares PowerStats v12,Arlequin v3.11 e BioStat v4.0 para as análises estatísticas. O alelo10 não pôde ser discriminado do alelo microvariante9.3 por diferirem em apenas uma base, assim, foram identificados como alelo9.3/10. Os resultados das freqüências alélicas foram: alelo9.3/10=0,237e0,236; alelo9=0,184e0,205 ; alelo8=0,158e0,188; alelo7=0,257e0,188; alelo 6=0,16e0,184 nas populações de vitória-ES e Pomerana, respectivamente. O teste de Qui-Quadrado não mostrou diferença significativa(p=0,7260) entre as freqüências alélicas das populações em questão, mas indicou diferença significativa(p=0,0299) entre as freqüências alélicas deste marcador na população Pomerana e população do Noroeste da Polônia. Os resultados dos testes estatísticos para população Pomerana e de Vitória foram, respectivamente:Matching probability=0,080e0,076;poder de discriminação=0,920e0,924;PIC=0,76e0,77;poder de exclusão=0,533e0,510;índice de paternidade típica=2,11e2 ,00;heterozigosidade observada(Ho):0,7702e0,77027, heterozigosidade esperada(He):0,79822e0,79936;p-valor do equilíbrio de Hardy-Weinberg(HW):0,85733e0,33228. Os resultados de Poder de Discriminação, PIC e Ho foram maiores que 0,75 em ambas as populações sugerindo que o STR TH01 é um marcador genético informativo em testes de identificação genética nestas populações. Além disto, pode-se observar que o resultado do parâmetro Poder de Discriminação foi maior na população de Vitória do que na Pomerana, resultado compatível com o esperado, pois, provavelmente, a população de Vitória possui maior grau de miscigenação do que a população de descendentes Pomeranos. O lócus analisado encontra-se em equilíbrio de HW. São necessários estudos comparativos com outros marcadores STR para corroborar os resultados de inferência sobre o comportamento genético da população Pomerana do ES, contudo, os resultados desta pesquisa sugerem que esta população não se comporta como um isolado genético, provavelmente, porque há miscigenação de indivíduos entre as duas populações. Agencias Financiadoras: FAPES e UFES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 29 Polimorfismo de inserção/deleção do gene da enzima conversora de angiotensina I (ECA) em amostra populacional do município de Porto Velho (RO) Martins, HHO1,2,3; Fiorese, MHH1,2,3; Dantas, DSS1,3; Pires, CRD1,2,3; Souza, CHN4; Cavalheiro, D4; Bijella, MFB4; Moura, MMF1,3; Pagotto, RC1,3 Laboratório de Genética do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia da Universidade Federal de Rondônia PIBIC/CNPq-UNIR 3 Departamento de Biologia da Universidade Federal de Rondônia 4 Faculdades Integradas Aparício de Carvalho [email protected] 1 2 Palavras-chave: ECA; Polimorfismo; Rondônia; Porto Velho; Frequência O gene da ECA localiza-se no cromossomo 17 e possui 26 éxons. O polimorfismo possui dois alelos (D e I), possibilitando os genótipos DD, DI e II, sendo que o genótipo DD é responsável por maiores níveis séricos de ECA. Estudos mostraram que há um risco maior de desenvolvimento de DPOC entre os fumantes que carregam o genótipo DD, devido a vários fatores fisiológicos. Não existem relatos na literatura de estudos determinando as freqüências alélicas e genotípicas para estes sistema no Estado de Rondônia. O presente trabalho teve por objetivo determinar as freqüências gênicas e genotípicas para os alelos do polimorfismo de inserção/deleção no gene da ECA em uma amostra populacional de Porto Velho (RO). Tal determinação servirá como base para o desenvolvimento de projetos de estudos de susceptibilidade a pneumopatias. A população amostrada tratase de 126 adultos saudáveis moradores na cidade de Porto Velho (RO) que, após lerem e assinarem termo de consentimento livre e esclarecido doaram sangue ou células da mucosa bucal para posterior extração e purificação do DNA pelo método de Aljanabi. O DNA foi amplificado pela técnica de PCR, utilizando-se iniciadores descritos na literatura. O produto da amplificação foi visualizado em gel de poliacrilamida 8%, corado com nitrato de prata. Os cálculos de freqüências gênicas e genotípicas e teste para Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) foram efetuados utilizando-se o programa FREGEN da programoteca GENIOC. Encontrou-se uma frequencia alélica (D=0,794) superior a descrita para populações brasileiras e, embora tenha sido demonstrado que os dados apresentam aderência ao modelo de EHW (p=0,198), sugere-se a necessidade de confirmação de homozigotos DD através da realização de uma segunda PCR específica para amplificação da sequencia de inserção. Apoio financeiro: CNPq; PIBIC/CNPq-UNIR; UNIR 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 30 Freqüência Alélica do Polimorfismo Thr399Ile do TLR-4 em Amostras da Região do Médio Solimões, Coari-Amazonas Costa, AG1; Jano, M2; Santos, JD1; Tomé da Conceição, JK1; Andrade-Casseb, A2,3; Heckmann, MIO1 Laboratório de Genética Molecular Humana – Instituto de Saúde e Biotecnologia – UFAM Laboratório de Genética – Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais, IPEPATRO 3 Universidade Federal de Rondônia – UNIR [email protected] 1 2 Palavras-chave: TLR4, Polimorfismo Thr399Ile, Médio Solimões, Coari, Amazonas. Os Toll-Like Receptors (TLRs) foram primeiramente identificado em Drosofilas no final do século XX. Os TLRs são receptores provenientes de uma família gênica (composta por 11 membros) os quais são expressos em células do sistema imune inato, como macrófagos e células dendríticas. Entre estes se destaca o TLR4, que reconhece vários componentes microbianos como os Lipopolissacarídeos (LPS) presentes em bactérias gram-negativas e as âncoras de Glicosil-fosfatil-linositol (GPI) de parasitas como o Plasmodium falciparum e o Trypanosoma cruzi. O gene humano que codifica a proteína formadora do receptor TLR4 foi mapeada no cromossomo 9 (9q, q32-33). A partir deste mapeamento foi possível identificar duas alterações polimórficas, sendo uma delas a substituição do aminoácido Treonina (Thr) por uma Isoleucina no resíduo 399 (Thr399Ile), que pode atenuar a resposta imune a esses componentes. Desse modo o objetivo do presente estudo é descrever a freqüência polimórfica do polimorfismo (Thr399Ile) em amostras de 100 indivíduos residentes em Coari-AM. O DNA foi extraído segundo o protocolo de Higuchi, seguido de PCR para a amplificação do fragmento de DNA e visualizado em PAGE a 6% corados com AgNO. Após confirmada a amplificação o fragmento foi submetido a digestão com a Enzima Hinf-I e posteriormente visualizados. Os cálculos das freqüências gênicas foram determinados através do teorema de Hardy-Weinberg através do programa GENIOC com níveis de significância de 5%. Os resultados revelaram que 15% dos indivíduos estudados (0,15) são heterozigotos portadores do polimorfismo Thr399Ile do TLR4. Quando aplicado o teste de χ2 os resultados indicam que as freqüências alélicas e gênicas estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg (χ2=0,699; p=0,5970). A freqüência observada foi maior que a encontrada em populações Africanas (2%) e Indo-Européias (7%) e similar a da região dos Bascos (18%). Vale Ressaltar que em outros estudos com populações das Américas, este polimorfismo está praticamente ausente ou foi encontrado isoladamente. Em conclusão, foi observado que a freqüência desta variação polimórfica é maior que em outras populações, entretanto, futuras análises deverão ser realizadas a fim de refinarmos o presente estudo. Apoio: CNPq; IPEPATRO; UFAM 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 31 Diversidad de linajes amerindios del ADN mitocondrial en poblaciones del centro de Argentina (provincia de San Luis) García, A1; Bravi, CM2; Demarchi, DA1 Museo de Antropología, FFyH, Univiversidad Nacional de Córdoba. CONICET IMBICE-CCT-CONICET, La Plata [email protected] 1 2 Palabras clave: ADN mitocondrial, Región Hipervariable I, Amerindios, San Luis, Argentina La construcción del pasado indígena de las poblaciones que ocupan el faldeo occidental de las sierras de Comechingones, en la provincia de San Luis, Argentina, ha sido tradicionalmente tratada como parte del mismo proceso evolutivo sufrido por las poblaciones de Córdoba, considerando siempre a San Luis como un apéndice. En el presente trabajo nos propusimos caracterizar los linajes maternos presentes en una muestra de 86 habitantes criollos de poblaciones rurales del centro del país ubicadas a lo largo del Valle de Conlara, (Concarán, Santa Rosa de Conlara, Tilisarao y La Toma) (provincia de San Luis). Puntualmente, se analizó la variabilidad de la Región Hipervariable I del ADN mitocondrial, a partir de la cual es posible hacer inferencias sobre el pasado evolutivo y diferenciación genética de esas poblaciones. Los individuos analizados fueron previamente asignados a uno de los cuatro haplogrupos amerindios a partir de análisis de RFLP. Se identificaron 39 linajes distintos, definidos por 71 sitios variables. La diversidad nucleotídica en la muestra de San Luis fue similar al promedio observado para el resto de las poblaciones sudamericanas (Π = 0.017). El resultado del análisis molecular de la variancia (AMOVA), considerando cada una de las cuatro poblaciones de San Luis por separado, mostró que el 97,8% de la variabilidad genética se distribuye dentro de las poblaciones, correspondiendo a la diferenciación intergrupal solamente el 2,2%. Para establecer las relaciones genéticas entre las poblaciones estudiadas de San Luis y otras provenientes de distintas regiones geográfico-ecológicas de Sudamérica, se estimaron los coeficiente de diferenciación interpoblacional (FST) de a pares, incluyendo un total de 28 poblaciones tomadas a partir de datos publicados en la literatura. Cabe destacar que el FST entre San Luis y Córdoba fue alto y estadísticamente significativo (FST = 0,266, P = 0,009). Es interesante remarcar que a pesar de las cortas distancias geográficas que separan estas poblaciones, existe una marcada heterogeneidad genética, lo que sugiere un panorama evolutivo bastante complejo y/o un origen genético diferente para las poblaciones del centro de Argentina. Apoyo financiero: ANPCyT PICT 2007 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 32 Perfil haplotípico mtDNA humano de indivíduos africanos e afro-descendentes HTLV-1 positivos: inferência da origem africana da infecção no Brasil Iniguez, AM1; Otsuki, K1; do Nascimento, LB2; Motta, M1; Martins, R M2; Vicente, ACP1 Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos. Instituto Oswaldo Cruz. Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: haplogrupos mtDNA humano, HTLV-1, África, Brasil, quilombo. Durante o período entre os séculos XVI-XIX aproximadamente 4 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil como escravos. Atualmente a freqüência de haplótipos (mtDNA) africanos no Brasil é de 28%, oscilando entre 12%44%, dependendo da região geográfica analisada. O retro-oncovírus HTLV-1, agente causal da desordem neurológica PET e da leucemia grave ATL, é transmitido verticalmente, principalmente, via aleitamento materno. Brasil é um dos paises onde esta infecção é altamente prevalente e endêmica. A principal hipótese sobre a introdução do HTLV1 no Brasil é a origem pós-colombiana através do trafico de escravos. O propósito deste estudo é determinar o perfil haplotípico mtDNA de indivíduos HTLV-1 positivos da África e do Brasil, incluindo quilombolas, para aferir a possível relação entre os perfis haplotípicos dos infectados na África e Brasil. Amostras de sangue total foram submetidas à extração de DNA usando QIAamp DNA Blood Mini kit (Qiagen) e o fragmento que abrange o segmento 15996-16401 da região hipervariable I (HVS-I) do mtDNA humano foi recuperado e seqüenciado. As seqüências da mtDNA foram classificadas em haplogrupos em concordância com os polimorfismos HVS-I previamente descritos. Resultados preliminares revelaram que indivíduos moçambicanos HTLV-1 positivos pertencem ao macrohaplogrupo africano L, incluindo os haplótipos sub-saharianos L1a, L1c, de L2a, de L3d nas freqüências 47,05%, 5,88%, 35,29%, e 11.76%. Este perfil haplotípico, com os sub-haplogrupos L1a e o L2a com as mais elevadas freqüências, estão de acordo com estudos da população geral de Moçambique, diferentemente de outras regiões da África. Portanto, a coorte de HTLV-1 moçambicana seria representante da população geral do país. Considerando, indivíduos HTLV-1 positivos, quilombolas, Kalungas do Brasil, foram identificados os haplotipos L1c e L2. Uma análise mais ampla mostrou que os haplótipos mtDNA de L1a (Loa2), L2a1, identificados em Mozambique, estão presentes na população geral do Brasil. Apoio financiero: IOC/FIOCRUZ e UFG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 33 Análise comparativa de quatro populações ribeirinhas no estado de Rondonia, amazonia ocidental – Brazil, estimada a partir da região controle do DNA mitocondrial Nunes, ACS1; Domingues, DCN1; Silva, DA2; Carvalho, EF2; Moura, MM3 Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia /CIBEBI/UNIR Laboratório de Diagnostico por DNA - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ 3 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Rondônia/UNIR [email protected] 1 2 Palavras-chave: DNA mitocondrial, Haplogrupos, População Ribeirinha. O DNA mitocondrial em populações humanas em particular nas regiões HVI e HVII tem sido cada vez mais alvo de estudos filogenéticos. Isso se deve ao fato de o genoma mitocondrial possuir diversas propriedades, como ausência de recombinação, alta taxa de mutação, grande numero de cópias por célula e herança exclusivamente materna. A análise do DNA mitocondrial é imprescindível para confirmar o percentual de contribuição alélica do sexo feminino nas populações européias, africanas e ameríndias, assim como, para a investigação no campo antropogenético e forense. Foi realizado um estudo de diversas populações do estado de Rondônia: Indivíduos nascidos em Porto Velho em terceira geração, ribeirinhos de Cujubim e São Miguel e Santo Antônio do Guaporé com origem quilombola. As amostras foram extraídas com Chelex 100, posteriormente quantificadas em gel de agarose a 2%, em seguida foram realizadas as técnicas de PCR, purificação e seqüenciamento. Os produtos purificados pelo método SEPHADEX G-50 (SIGMA-ALDRICH), foram seqüenciados por meio do método cíclico de terminação de cadeia, com o Kit BigDye (version 3.0 – ABIPRISM) e através do seqüenciador automático de fluorescência ABI310 Applied Biosystems. Conclusão: Foi possível determinar a partir do banco de dados forense em DNA mitocondrial disponível na página http://mtmanager.yonsei.ac.kr o percentual de 90% de origem africana para a população de Santo Antônio do Guaporé, e de 47, 36% e 18,42% para Cujubim e Porto Velho, respectivamente. Os haplogrupos, característicos de linhagens ameríndias, foram observados em maior freqüência nas populações de São Miguel e Cujubim com 87,5% e 52,64%, respectivamente. Porto Velho apresentou um percentual de 52,63% de contribuição de povos europeus. A presença do haplogrupo ameríndio em proporções significativas corrobora com dados históricos da região Amazônica. A partir destes dados verifica-se a diferença de origem étnica por parte feminina destas quatro populações de Rondônia, indicando que a freqüência de etnias foi diferente para diversos grupos formadores da população rondoniense. Apoio financeiro: CAPES e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 34 Os nativos sul-americanos vistos sob o olhar do DNA mitocondrial Bisso-Machado, R1; Bravi, CM2; Coble, MD3; Marrero, AR4; Salzano, FM1; Bortolini, MC1 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto Multidisciplinario de Biología Celular, CONICET, La Plata, Argentina 3 The Armed Forces DNA Identification Laboratory, Rockville, EUA 4 Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: mtDNA, HVS, ameríndios, origem, evolução. O desenvolvimento científico nos fez conhecer aspectos importantes sobre a colonização do continente americano. No entanto, estamos longe de entender detalhes a respeito desse evento e como se deram posteriormente as migrações internas. A dispersão dos ameríndios ao longo da América do Sul, bem como suas conseqüências, tem motivado alguns trabalhos envolvendo o DNA mitocondrial (mtDNA). Neste estudo foram investigados 160 indivíduos pertencentes a 10 tribos sul-americanas: Arara, n = 19; Cinta-Larga, n = 8; Gorotire, n = 11; Jamamadi, n = 13; Kuben-Kran-Kegn, n = 19; Mekranoti, n =24; Munduruku, n =14; Pacaás Novos, n = 30; Parakanã, n = 19; Xikrin, n =3), pertencentes a 5 grupos lingüísticos distintos (Arawa, Carib, Chapacura-Wanham, Ge, Tupi). O estudo envolveu o sequenciamento da região controladora do mtDNA (HVS-I: da posição 16.024 até 16.569, e HVS-II: da posição 001 até 576, bem como a região imediatamente 5’ à região controladora). Somente os 4 haplogrupos característicos de nativos sul-americanos (A, B, C e D) foram encontrados, o que denota que não há fluxo gênico mediado por mulheres não-indígenas para as aldeias. Ao analisar a distribuição desses haplogrupos ao longo da América do Sul foram adicionados dados anteriormente publicados de 55 outras populações nativas americanas. Certos padrões puderam ser evidenciados: baixa freqüência do haplogrupo A na América do Sul como um todo, presença preponderante dos haplogrupos D e C na Amazônia e extremo sul do continente, enquanto a presença do haplogrupo B é marcante somente na região andina e centro-brasileira. Partindo dessa análise buscou-se verificar como se dava as distribuições entre os grupos Ge e os Tupi, dois dos mais importantes troncos lingüísticos do continente americano. Os indígenas do tronco Ge mostram os haplogrupos B e A como sendo os mais freqüentes, enquanto que nos Tupi esses haplogrupos apresentam freqüências mais elevadas apenas em regiões bastante restritas. Entre os Tupi, o haplogrupo D é o mais freqüente. Cabe salientar que o haplogrupo C apresenta freqüência muito baixa tanto para os Ge quanto para os Tupi, sendo que freqüências um pouco mais elevadas estão quase que geograficamente opostas, ficando no sul do Brasil para os Ge e no norte para os Tupi. Esses resultados mostram padrões de diferenciação entre os sul-ameríndios, principalmente entre os Ge e Tupi, que até então não haviam sido evidenciados. Esse fato pode estar evidenciando diferentes padrões demográficos e evolutivos envolvendo as tribos pertencentes a ambos os estoques lingüísticos. Apoio financeiro: CAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 35 Avaliação de polimorfismos na região HV3 do DNA mitocondrial em uma amostra da população brasileira Fridman, C;Gonzalez, RS Laboratório de Imuno-Hematologia Forense e Psicopatologia Forense (LIM40), Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho, FMUSP [email protected] Keywords: DNA mitocondrial, HVIII, população Brasileira, identificação humana Introdução: O interesse pelo DNA mitocondrial (mtDNA) no contexto das ciências forenses surgiu em função de características como a presença de regiões altamente polimórficas, herança exclusivamente materna e elevado número de cópias por célula. Apesar do mtDNA não ser um identificador exclusivo de indivíduos, o acúmulo de mutações e a grande variabilidade nas regiões não codificadoras resultam em diferenças substanciais entre os indivíduos que não são relacionados pela linhagem materna.Muitos dos polimorfismos encontradosna região HV3 parecem ser os mesmos nas diferentes populações estudadas, principalmente a presença de heteroplasmias de comprimento (adição de Cs entre os nt568 e 573, ou acréscimo de (CA)s entre os nt515 e 524) e das deleções nas posições 523 e 524.Apesar de não mostrar um alto poder de discriminação, a região HV3 vem sendo utilizada em diferentes estudospara caracterização de diversas populações. Objetivo: Avaliar os tipos e frequência dos polimorfismos de HV3 em uma amostra de 101 indivíduos brasileiros, já que não existem muitos dados descritos na nossa população. Resultados: Treze haplótipos (12,9%) se mostraram únicos e 88 (87,1%) foram comuns a mais de um indivíduo. Dos 101 indivíduos, 41 (39,6%) apresentaram deleções nas posições 523 e 524. Das substituições observadas, 100% foram do tipo transições.Seis polimorfismos encontrados (455.1T, 456T; 463.1C; 498T; 522T e 526A) foram observados apenas uma vez em diferentes indivíduos.Os polimorfismos 526A e 463.1C não foram encontrados em nenhum outro trabalho da literatura, nem no banco de polimorfismos do MITOMAP, podendo representar uma característica exclusiva da nossa população, ou o pequeno número de estudos que avaliam HV3. Heteroplasmia de comprimento no segmento515-524 foi observada em 7 indivíduos, sendo que 4 apresentaram adição de umCA, resultando em CA6 e 3 mostraram adição de 2 CAs, resultando em CA7. Na região C-Stretch (segmento 568-573) 3 indivíduos apresentaram inserções de 1,2 e 5 Cs, respectivamente. Conclusão: A análise da região HV3 vem sendo incorporada nos estudos filogenéticos, auxiliando muitas vezes na classificação dos haplogrupos mitocondriais. De todos os polimorfismos encontrados no presente estudo, apenas dois (497T e 499A) são específicos e utilizados para classificação de haplogrupos. O 497T caracteriza o haplogrupo K e o 499A, o haplogrupo B4b; os demais polimorfismos são encontrados em diferentes etnias.A caracterização da região HV3 em termos populacionais é importante para que se tenha dados disponíveis em momentos onde se faz necessário a comparação de amostras em situações de identificação. Entretanto, o número de indivíduos analisados ainda é baixo e um aumento dessa amostra será importante para confirmar a distribuição dos polimorfismose apresentar uma real caracterização da população brasileira, que tem como característica principal a miscigenação de diferentes etnias. Suporte financeiro: HC-LIM, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 36 Determinação dos haplogrupos A, B, C e D de DNA mitocondrial, na busca da ancestralidade genética da população urbana de Porto Velho estado de Rondônia Cantanhêde, LM2; Krauze, A1,2; Casseb, AA2,3; Farias, JD2,3; Guimarães, MS2,3; Delani, D2; Alves, PH3; Simões, AL4; Engracia, V2,3 Centro de Pesquisa em Medicina Tropical – CEPEM Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais – IPEPATRO 3 Universidade Federal de Rondônia – UNIR 4 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP [email protected] 1 2 Palavras-chave: mtDNA, Haplogrupo, Frequência, Marcadores, Populações. A constituição populacional da cidade de Porto Velho teve seu início a partir das instalações ferroviárias da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, com crescimento através de ondas migratórias, na exploração da borracha, da cassiterita, do ouro. Nos últimos dois anos há um fluxo intenso de pessoas que vêm principalmente devido à construção de hidrelétricas no rio Madeira. As seqüências nucleotídicas do genoma mitocondrial podem apresentar pequenas variações entre indivíduos, que geralmente compreendem mutações não-deletérias do tipo SNPs (single nucleotide polymorphisms). O polimorfismo encontrados no MtDNA são fruto único e exclusivamente de mutações que ocorreram ao acaso ao longo do tempo. As mutações ocorridas ao longo da evolução geram, portanto, as variações que servem como marcadores de linhagens. Estas características permitem estudos sobre a história matrilinear, das populações humanas. A análise de marcadores moleculares do MtDNA é importante nesse sentido devido à sua herança uniparental e ausência de recombinação. Para determinação da estrutura populacional, e de sua formação histórica, analizamos o MtDNA de 184 indivíduos recém nascidos na maternidade do Hospital de Base na Cidade de Porto Velho, Capital do estado de Rondônia. Foram analisados quatro haplogrupos (A, B, C e D) do DNA mitocondrial, cuja extração foi realizada utilizando-se o Kit QIAamp DNA Mini Kit® (QIAGEN® Cat. n° 51304). As reações de PCR foram feitas separadamente para cada marcador de MtDNA, com primers e enzimas específicos para os haplogrupos analisados. A visualização deu-se por PAGE a 8% corados por nitrato de prata 20 %. A freqüência de cada haplogrupo de MtDNA foi estimada pelo método de contagem direta, de acordo com a equação: Pi = ni /n, em que ni é o número de ocorrências do haplogrupo i na amostra e n é o número total de indivíduos amostrados. Foram encontrados os quatro haplogrupos de MtDNA característicos de Ameríndios sul-americanos: A (+663 HaeIII), B (deleção 9-bp), C (-13259 HincII) e haplogrupo D (-5176 AluI), com freqüências iguais a 0,2228 , 0,3207, 0,3043 e 0,1521, respectivamente. A freqüência do haplogrupo A foi menor do que a encontrada para população geral brasileira e nordesde brasileiro (0,30, e 0,37, respectivamente) e maior do que a encontrada para a região norte do Brasil (0,15). A frequencia do haplogropo B, semelhante a encontrada na população geral brasileira, norte e nordeste (0,29, 0,31 e 0,27, respectivamente). O haplogrupo C apresentou freqüência superior que a população geral do Brasil, menor que a da região norte e maior que nordeste brasileiro (0,24, 0,38, 0,09, respectivamente). O haplogruo D apresentou freqüência semelhante à população geral brasileira e do norte do Brasil, porém com frequência inferior a do nordeste brasileiro (0,16, 0,15, 0,27). As frequências de todos os haplogrupos estudados são semelhantes (diferença igual ou inferior a 5 %) as frequencias encontradas na região sul (0,27. 0,27, 0,27, 0,18). Apio financeiro: CEPEM, CNPq, IPEPATRO 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 37 Painel de INDELs informativos de ancestralidade no braço longo do cromossomo 5 – estudo de populações mundiais e brasileiras Kehdy, FSG1; Pena, SDJ1,2 Laboratório de Genética Bioquímica, Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais 2 GENE -Núcleo de Genética Médica [email protected] 1 Palavras-chave: estrutura genética, INDELs, CEPH/HGDP, população brasileira Iniciamos uma investigação sistemática da viação da estrutura populacional de polimorfismos de inserçãodeleção (INDELs) em um painel internacional de amostras e em populações brasileiras com uma bateria de 40 locos distribuídos em todo o genoma humano. Agora avaliamos um painel de 31 INDELs com ampla variação de freqüência alélica entre África e Europa (δ médio = 0,46), em uma única região cromossômica, abrangendo 90Mb do braço longo do cromossomo 5.Primeiramente genotipamos o painel de diversidade do CEPH/HGDP (1045 indivíduos de 52 populações mundiais, distribuídas em 7 regiões geográficas) para os 31 INDELs. A análise de variância molecular (AMOVA) demonstrou que, dentro das populações, a diferença entre indivíduos equivale a aproximadamente 81% da variabilidade genética, enquanto que a diferença entre as regiões geográficas constitui cerca de 16%. Uma representação gráfica (escalonamento multidimensional) da matriz de distância baseada em Fst (distância de Reynolds) com as 52 populações revelou cinco claros agrupamentos correspondentes às cinco grandes regiões geográficas: África, Oceania, Leste Asiático, Américas e Eurásia (Europa, Ásia Central e Oriente Médio). Nossos resultados corroboram os estudos prévios com locos espalhados no genoma. Em seguida, a fim de inferir a origem ancestral de fragmentos cromossômicos e caracterizar o padrão de mistura da população brasileira, estudamos os 31 INDELs em 261 indivíduos não aparentados, autoclassificados de acordo com o IBGE como pretos (n=104) e brancos (n=157) da cidade de São Paulo. Utilizando as populações parentais como referência, a provável origem ancestral de cada loco foi estimada para cada cromossomo de cada indivíduo brasileiro. Os resultados mostraram que, em média, cada indivíduo preto de SP apresenta 25% da região cromossômica analisada de origem européia, 53% de origem africana e 22% de origem ameríndia, enquanto para os brancos, estas porcentagens foram de 60%, 16% e 24%, respectivamente. Entretanto, os dados individuais apresentaram uma ampla variabilidade, de acordo com resultados prévios. Uma correlação significativa entre o número de locos de uma mesma origem ancestral entre os dois cromossomos 5 homólogos de um mesmo indivíduo foi encontrada tanto para os pretos (p<0,000001) quanto para os brancos (p<0,000001). Uma possível explicação para esses achados é o casamento assortativo de acordo com a cor, mas independente da ancestralidade genômica. Apoio financeiro: CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 38 Padrões de Desequilibrio de Ligação no cromossomo X e identificação de Haplótipos Informativos de Ancestralidade Resque, RL; Ribeiro-Rodrigues, EM; Freitas, NSC; Santos, NPC; Santos, AKC; Santos, SEB Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] Palavras-chave: Desequilibrio de Ligação, Haplótipos, Ancestralidade, População brasileira, Cromossomo X. Desequilíbrio de ligação (DL) é um termo comumente empregado para definir associações não aleatórias de alelos em dois ou mais loci. Padrões de DL podem variar em função da população investigada e da região do genoma investigada. Entre autossomos, as regiões cromossômicas em DL podem variar de poucos Kbp até 100 Kbp de extensão. Como a taxa de recombinação no cromossomo X é a metade da observada entre autossomos, este cromossomo apresenta intervalos de DL maiores, formando haplótipos relativamente mais antigos e estáveis na população. Neste trabalho, nós investigamos a variabilidade presente entre doze marcadores bialélicos do tipo INDEL, todos eles ligados ao cromossomo X, em uma amostra de 461 indivíduos de populações ancestrais que deram origem a atual população brasileira (103 europeus, 140 africanos e 218 nativos americanos). Todos os marcadores foram escolhidos de maneira a formar três prováveis grupos de ligação nos quais, a maior distância entre dois marcadores não ultrapassasse 250 Kb: Grupo I (MID3780, M448804, MID3703, MID218 e MID3774- distância máxima 173 Kb), Bloco II (MID3705, MID 3706, M304737 e MID3692- 142.6 Kb) e Bloco III (MID358, MID3763 e MID3728- 224 Kb). Nosso objetivo principal foi o de identificar possíveis Haplótipos Informativos de Ancestralidade (HIA), para que possam ser utilizados para obter estimativas mais precisas de mistura interétnica em populações miscigenadas. A amplificação do DNA foi realizada em uma única PCR multiplex seguida de eletroforese capilar. As medidas de DL e frequências haplotípicas foram determinadas empregando o programa Arlequin v. 3.1. Após análise, três blocos de ligação foram identificados (MID3703, MID218 e MID3774; MID3706, M304737 e MID3692; MID358, MID3763 e MID3728) e as freqüências haplotípicas foram estimadas em cada população. No primeiro bloco de ligação foram identificados um HIA européia, um HIA indigena e um haplótipo exclusivo de populações africanas. Para o segundo bloco de ligação foram encontrados um HIA africana, um HIA européia, um HIA indígena e dois haplótipos exclusivos da população africana. Para o terceiro grupo de ligação, identificamos dois HIA africana e dois haplótipos exclusivos da população africana. De um modo geral, todos os blocos têm distribuição diferente de haplótipos, em populações parentais distintas. Os HIA aqui identificados são de grande valia, e podem ser empregados em estudos posteriores envolvendo investigações antropológicas e estimativas de mistura interétnica em populações miscigenadas. Apoio financeiro: CNPq, FADESP e UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 39 Ancestralidade Genômica em Brasileiros Caracterizados Fenotipicamente como Brancos, Negros e Japoneses Bomfim, TF1,2; Machado, TMB1,2; Acosta, AX1,3; Meyer, R2; Galvão-Castro, B1,4; Abé-Sandes, K1, 2, 5 Laboratório Avançado de Saúde Pública – LASP/CPqGM/FIOCRUZ Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia – ICS/UFBA 3 Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia – FAMEB/UFBA 4 Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública/ Fundação Baiana para o desenvolvimento das Ciências - EBMSP/FBDC 5 Departamento de Ciências da Vida – Universidade do Estado da Bahia – UNEB [email protected] / [email protected] 1 2 Palavras-chave: AIM; Ancestralidade; Mistura genética. A migração é um fator evolutivo que pode resultar na alteração das frequências alélicas e genéticas das populações, favorecendo a miscigenação e consequentemente a diversidade genética. O Brasil recebeu contingentes populacionais de diversas etnias e regiões geográficas do mundo, os quais contribuíram diferencialmente na formação da nossa população, cuja caracterização principal é sua extensa variabilidade genética. Para avaliar esta miscigenação e entender como a mesma ocorreu, foram analisados nove Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIM) - AT3-I/D, APO, SB19.3, PV92, FYnull, LPL, CKMM, GC-F, GC-S (pela técnica da PCR e PCR em tempo real). A amostra foi composta por 261 indivíduos, sendo 109 afrodescendentes de SalvadorBA, 60 descendentes de japoneses e 92 descendentes de europeus de Ribeirão Preto-SP, todos caracterizados fenotipicamente e por ancestralidade referida (não referiram mistura nos quatro avós). As freqüências alélicas encontradas nos descendentes de africanos e descendentes de europeus foram similares às encontradas nas populações ancestrais. Os dados obtidos com marcadores autossômicos foram comparados com marcadores uniparentais (cromossomo Y e DNA mitocondrial). Foram encontradas 21,45% de matrilinhagens africanas e 12,8% de matrilinhagens ameríndias nas amostras dos brancos, enquanto que a patrilinhagem foi predominatemente européia (82%), já nos negros, foram encontradas 40% de cromossomos Y típicos de europeus e 4% de Y ameríndio, mas a matrilinhagem era predominantemente africana (85,8%). Esses dados confirmam a mistura observada com os marcadores autossômicos, uma vez que os negros apresentaram contribuições européia e ameríndia de 22% e 5% respectivamente e os brancos, contribuições africana e ameríndia de 5% e 9%, respectivamente. A população japonesa apresentou 100% de cromossomo Y e 92,5% de mtDNA típicas de asiáticos, além de menor diversidade intrapopulacional, não revelando portanto, mistura com outros grupos. A miscigenação detectada pelos marcadores autossômicos nos japoneses pode ser atribuída ao uso de população nativo americana como ancestral. A comparação entre marcadores uniparentais e autossômicos ratificam a miscigenação e confirmam dados históricos e biológicos sobre a assimetria entre a contribuição masculina e feminina na formação da população brasileira. Apoio financeiro: Ministério da Saúde; Labimuno; CPqGM/FIOCRUZ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 40 Associação entre fenótipos metabólicos e ancestralidade genética em idosas brasileiras Lins, TCL1,5; Pires, AS2; Vieira, RG1; Paula, RS2; Moraes, CF2,3; Nobrega, OT2,3; Pereira, RW1,4,5 Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia, Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, DF 3 Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade de Brasília, Brasília, DF 4 Programa de Pós Graduação em Educação Física, Universidade Católica de Brasília, DF 5 Programa de Pós-Graduação em Patologia Molecular, Universidade de Brasília, Brasília, DF 1 2 Palavras-chave: miscigenação, distúrbios metabólicos, associação espúria, obesidade, triglicérides. Hipertensão, obesidade e diabetes são condições patológicas resultantes da interação entre fatores genéticos e ambientais que ultrapassam os limites geográficos e sociais. No entanto, grupos continentais como Europeus, Asiáticos e Africanos possuem variações epidemiológicas que as tornam susceptíveis em maior ou menor grau. A estratificação populacional é uma grande preocupação em estudos de associação genética realizados em populações miscigenadas. Com objetivos de explorar o componente fenotípico de características do metabolismo de lipídeos, hipertensão, obesidade e diabetes, correlacionamos a eles, as diferenças na ancestralidade genética em uma amostra de idosas Brasileiras. Os resultados das estimativas usando SNPs informativos de ancestralidade são consistentes com o perfil genético heterogêneo da população Brasileira, com uma grande contribuição Européia (57.60%), seguido por Ameríndios (25.65%) e Africano (16.75%). A ancestralidade Européia foi correlacionada com o índice de massa corporal (IMC) (r = 0.165, p = 0.037) e diferença média (dm) do IMC entre obesos foi estatisticamente diferente (dm = 5.3%, p = 0.042). A ancestralidade Africana foi correlacionada com níveis de LDL (r = 0.159, p = 0.035), e negativamente correlacionada com VLDL (r = -0.185, p = 0.014). A diferença média da proporção de ancestralidade Africana foi estatisticamente diferente entre status positivo/negativo das categorias de hipertrigliceridemia (dm = 6.4%, p = 0.003) e dislipidemia (dm = 4.8%, p = 0.026). Para ancestralidade Ameríndia, foi encontrada correlação com os níveis de triglicérides (r = 0.150, p = 0.047) e, conseqüentemente, com o status de hipertrigliceridemia (dm = 4.5%, p = 0.039). A ancestralidade genética aparenta ter um papel fundamental na etiologia das doenças relacionadas com a regulação metabólica em mulheres idosas miscigenadas. Esses achados abrem caminho para o mapeamento de genes por desequilíbrio de ligação e também alertam sobre a correção da estratificação em estudos de associação genética de doenças complexas em populações miscigenadas. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 41 Ancestralidade genômica em comunidades remanescentes de quilombos brasileiras Wiezel, CEV1; Luizon, MR2; Mendes-Junior, CT3; Simões AL1 Departamento de Genética e Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP 3 Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP [email protected] 1 2 Palavras-chave: ancestralidade, remanescentes de quilombos, populações afro-derivadas, estratificação populacional, marcadores genéticos Introdução: As comunidades remanescentes de quilombo brasileiras apresentam contribuições heterogêneas dos componentes africano, europeu e ameríndio em suas formações. Marcadores informativos de ancestralidade (AIMs) apresentam alelos com altos diferenciais de freqüência entre as populações ditas parentais e são, portanto, amplamente aplicados em estimativas de ancestralidade populacional e individual. A precisão destas estimativas é diretamente proporcional à magnitude da diferença das freqüências alélicas dos marcadores utilizados. Portanto, estimativas de ancestralidade mais fidedignas das comunidades remanescentes de quilombo podem ser obtidas a partir dos AIMs. Objetivo: Determinar as freqüências de 12 AIMs (FY, RB, LPL, AT3, Sb19.3, APO, PV92, CKMM, DRD2, MID93, MID52 e MID575) e as estimativas de ancestralidade populacional e individual em três comunidades remanescentes de quilombos do Estado do Piauí (Mimbó, Sítio Velho e Gaucinha) e em uma amostra urbana de Teresina. Estas populações foram previamente analisadas por vários marcadores genéticos; proteínas, grupos sanguíneos, STRs autossômicos e ligados ao cromossomo X e Y. Os genótipos dos 12 AIMs também foram obtidos para 50 Ameríndios da Amazônia Brasileira. Os genótipos de Africanos e Europeus foram obtidos da literatura. Métodos: O DNA amplificado por PCR e/ou PCR-RFLP foi analisado por PAGE 6% não desnaturante e 12% desnaturante, seguida de coloração com nitrato de prata. Para as análises estatísticas foram empregados os programas GENEPOP, MVSP, STRUCTURE, Prism5 e ADMIX2. Índices de ancestralidade africana (IAA) individuais foram obtidos a partir do programa STRUCTURE, determinados como a porcentagem inferida ao grupo Africano sobre a soma das demais porcentagens de Europeus e Ameríndios. Os IAA foram transformados em log10 e as medianas das distribuições dos pares de populações foram comparadas pelo teste de Kruskall-Wallis seguido pelo pós-teste de Dunn. Resultados e Discussão: A análise de componente principal (PCA) indica que o primeiro componente agrupa os remanescentes e a população africana (maior peso FY), e o segundo agrupa as mesmas com Ameríndios (maior peso Sb19.3). Embora as medianas das distribuições dos IAA não sejam diferentes entre as comunidades remanescentes, é clara a heterogeneidade dos IAA dentro e entre estas populações. As estimativas dos componentes africano e ameríndio nas comunidades foram, respectivamente, de 64±3,4% e 36±3,4%% em Mimbó (R2=0,92), 58±3% e 42±3% em Sítio Velho (R2=0,95) e 79±3,5% e 21±3,5% em Gaucinha (R2=0,77). O componente europeu não foi detectado nas comunidades remanescentes, mas foi preponderante em Teresina, 70±6%, seguido do africano, 30±6% (R2=0,92). A estimativa do componente africano em Sítio Velho, Gaucinha e Teresina foram mais precisas que as obtidas a partir de marcadores STRs autossômicos (48±12,3%, 38±11% e 24±1%, respectivamente). Estes achados evidenciam a maior eficiência dos AIMs para tal propósito, uma vez que o aumento dos valores observados não foi generalizado e provavelmente não viciado. Apoio Financeiro: CNPq, FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 42 Marcadores Informativos de Ancestralidade autossômicos e do Cromossomo Y em Doenças Genéticas Machado, TMB1,4; Bomfim, TF1,4; Acosta, AX1,3; Meyer, R4; Abé-Sandes, K1,2 Laboratório Avançado de Saúde Pública – LASP/CPqGM/FIOCRUZ Departamento de Ciências da Vida – Universidade do Estado da Bahia –UNEB 3 Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia – FAMEB 4 Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia – ICS/UFBA [email protected] / [email protected] 1 2 Palavras-chave: cromossomo Y; Doenças Genéticas; Ancestralidade; AIMs; Migração. Doenças genéticas raras foram identificadas com elevada frequência no município de Monte Santo, Bahia. Com objetivo de identificar a origem ancestral das mutações causadoras destas doenças, analisamos cinco marcadores informativos de ancestralidade (AIM): AT3-I/D, APO, SB19.3, PV92 e CKMM (por PCR e PCR em tempo real) e os marcadores M9, M34, PN2, PN3, 92R7 e YAP do cromossomo Y (por PCR, PCR/RFLP e Sequenciamento). A amostra foi composta por 6 afetados por Fenilcetonúria (PKU), 9 com Mucopolissacaridose do tipo VI (MPSVI), 55 com Surdez hereditária não sindrômica (SHNS), 4 com Síndrome de Treacher-Collins (STC), 7 com Hipotireoidismo Congênito (HC) e 4 com Osteogênese Imperfeita (OI). Dentre estas amostras foi utilizado apenas 1 afetado de cada núcleo familiar e, sendo este do sexo feminino, a análise do cromossomo Y foi feita no pai do afetado. A contribuição autossômica ancestral encontrada para a população dos afetados como um todo foi 59,7% de contribuição européia, 18,0% africana e 22,3% ameríndia. Ao estratificarmos por doença a contribuição européia continuou predominante na maioria dos grupos, variando de 21 a 96%, sendo que a maior contribuição foi encontrada nas amostras com STC e a menor em OI. Com relação aos marcadores do cromossomo Y, até o momento foi possível identificar os haplogrupos DE, E, K e P, com as seguintes frequências: 12,8%, 14,9%, 4,3% e 42,5%, respectivamente. Os indivíduos que apresentaram o haplogrupo E (africano) são todos do grupo com SHNS. A frequência dos haplogrupos encontrados mostram pequena contribuição ameríndia (representada pelo haplogrupo K) e africana (haplogrupo E) e possível maior contribuição paterna de origem européia, sugerida pela elevada freqüência do haplogrupo P. Os resultados deste estudo corroboram achados anteriores onde a contribuição paterna ameríndia e africana ocorrem em pequenas proporções. Entretanto, para os AIMs observou-se discordância com os resultados obtidos para a população da Bahia e de Salvador, onde a contribuição africana foi predominante. Estes resultados sugerem estruturação da população baiana e maior probabilidade que as mutações causadoras destas doenças nesta população, sejam de origem européia. Apoio financeiro: Ministério da Saúde; Labimuno/ICS/UFBA; CPqGM/FIOCRUZ. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 43 Freqüência alélica dos marcadores D14S1434, D22S1045 e D10S1248 no Sudeste do Brasil Castro-Magalhães, M1; SANTOS, LL1,3; Oliveira, PCR3; Lima, MJM4; Lopes, DO3; Assis, JB2; Reis, AHO2; Carvalho, MRS1; Zorlan, PAL2; Vaintraub, P2 Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais GENETICENTER - Centro de Genética e Reprodução 3 Laboratório de Biologia Molecular, Campus centro-oeste Dona Lindu, Universidade Federal de São João Del-Rei 4 Instituto de Criminalística do Estado de Minas Gerais, Divisão de Laboratório [email protected] 1 2 Palavras-chave: Freqüência alélica, D14S1434, D22S1045, D10S1248, Brasil. Introdução: O sistema CODIS (Com­­­­bined DNA Index System), desenvolvido pela polícia federal norte-americana (FBI) conta com 13 marcadores (STR - Short Tandem Repeat) que permitem a comparação de perfis genéticos sendo amplamente utilizados em testes de paternidade e identificação humana. Entretanto, o conjunto de marcadores CODIS nem sempre oferece poder discriminatório suficiente nas análises de parentesco complexas, nos testes de paternidade onde há deficiência de indivíduos ou entre indivíduos de parentesco próximo. Portanto, outros marcadores devem ser acrescentados a estas análises a fim de aumentar o poder de discriminação do teste. Objetivo: Estabelecer as freqüências alélicas de três loci STRs, D14S1434, D22S1045 e D10S1248, para os quais não há estudos na população brasileira, a fim de aumentar o número de marcadores disponíveis para testes de paternidade e análises forenses no país. Métodos: Foram genotipados 134 indivíduos não aparentados, oriundos de casos de investigação de paternidade realizados no Geneticenter – Centro de Genética e Reprodução (Minas Gerais, Brasil). O DNA foi extraído de sangue ou swab bucal com Chelex 100. Os alelos foram separados em géis de poliacrilamida desnaturante 6% e visualizados por coloração com nitrato de prata. Como padrão de referência utilizou-se o DNA K562 comercialmente disponível. Uma escada alélica foi construída com todos os alelos encontrados, facilitando a designação dos alelos de cada amostra. O tamanho dos fragmentos amplificados foi confirmado no GenBank, através do programa BLAST. Foi desenvolvido um sistema de PCR multiplex para os três STRs reduzindo tempo e custos. A heterozigosidade observada (HO), o conteúdo de informação polimórfica (PIC), o poder de discriminação (PD), e o poder de exclusão (PE) foram estimados para cada locus. O equilíbrio de Hardy-Weinberg foi testado pelo teste exato de Fisher utilizando o programa GENEPOP. Resultados: O locus D14S1434 apresentou oito alelos com freqüências entre 0,004 e 0,388; HO 0,716; PD 0,853; PE 0,454; PIC 0,66 e p values 0,2224. O locus D22S1045 apresentou dez alelos com freqüências entre 0,004 e 0,351; HO 0,739; PD 0,899; PE 0,491; PIC 0,71 e p values 0,9553. O locus D10S1248 apresentou oito alelos com freqüências entre 0,004 e 0,276; HO 0,821; PD 0,902; PE 0,638; PIC 0,74 e p values 0,3993. Conclusão: Pode-se concluir que o alto conteúdo informativo, a facilidade de execução do ensaio e a não existência de desvios no equilíbrio de Hardy-Weinberg, sugerem que esse sistema é apropriado para uso em investigações forenses e de paternidade na população do sudeste brasileiro. Apoio financeiro: FAPEMIG, GENETICENTER 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 44 Análise genética e populacional do STR TPOX na população de Vitória e na Comunidade Pomerana do Espírito Santo Reis, RS1; Pozzatto, EN1; Pagel, UR1; Paula, F1 Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM) – Instituto de Ciências Humanas e Naturais – Departamento de Ciências Biológicas – Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) [email protected] 1 Palavras-chave: Freqüência alélica, Marcadores STR, TPOX, Vitória-ES, Pomeranos. Os marcadores moleculares STR, Short Tandem Repeats, são constituídos de 3-7 nucleotídeos que se repetem em série no DNA, sendo que cada alelo é diferenciado pelo número de cópias de uma dada sequência repetida. São considerados como ferramentas moleculares úteis em questões legais e civis, como testes de paternidade e identificação de suspeitos de crimes. Uma vez que populações distintas apresentam características genéticas distintas, os loci STR podem possuir padrões de distribuição não equivalentes de uma população para outra, tornando-se mais ou menos informativos em certas situações. Neste contexto, objetivou-se estudar as distribuições alélicas do marcador STR TPOX na população de Vitória e na comunidade pomerana do Espírito Santo a fim de verificar sua eficiência na interpretação de testes genéticos na população capixaba. As amostras de DNA foram extraídas segundo o protocolo de precipitação salina, compreendendo 157 indivíduos residentes em Vitória e 102 de ascendência pomerana do ES. A amplificação foi feita pela técnica de PCR, seguida por corrida eletroforética em gel desnaturante de poliacrilamida e posterior coloração por nitrato de prata. Por fim, as freqüências alélicas e dados estatísticos foram gerados pelos softwares Arlequin 3.1 e Powerstats V12. Os valores da freqüência alélica na população de Vitória e da comunidade pomerana foram, respectivamente: alelo 6 (0,023810 e 0,004950) alelo 7 (0,017007 e 0), alelo 8 (0,459184 e 0,574257), alelo 9 (0,129252 e 0,089109), alelo 10 (0,071429 e 0,054455) e alelo 11 (0,261905 e 0,252475). Os dados estatísticos calculados em Vitória e na comunidade pomerana foram, respectivamente: Heterozigosidade Observada (0,65986 e 0,64356), Poder de Exclusão (0,332 e 0,286), Índice de Paternidade (1,44 e 1,29), Conteúdo de Informação Polimórfica (0,62 e 0,51), Matching Probability (0,177 e 0,244) e Poder de Discriminação (0,831 e 0,759). A alta freqüência dos alelos 8 e 11 em ambas as populações capixabas é verificada em populações vizinhas, como Rio de Janeiro, e em outras populações brasileiras. Os alelos 5, 12 e 13 encontrados em algumas regiões não foram detectados em nossa população. A comparação entre as distribuições alélicas da população capixaba com as das principais populações parentais permite estabelecer maior proximidade com populações européias, em detrimento das africanas ou ameríndias. As diferenças verificadas entre indivíduos de Vitória e pomeranos podem ser, em parte, explicadas como reflexo da origem polonesa destes últimos. Os resultados desta pesquisa sugerem que o lócus avaliado realmente não é suficiente, sozinho, para determinar identidade genética nesta população, mas tem perfil adequado para este uso, em conjunto com outros loci STR usados em identificação genética. Desta forma, este trabalho contribuiu para o estudo do marcador TPOX como ferramenta molecular na população capixaba, bem como na inferência de padrões genéticos distintos nesta população. Apoio financeiro: FAPES, UFES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 45 Caracterização do perfil genético de 10 X-STR na população do Rio de Janeiro (Brasil) Martins, JA1; Costa, JC1; Paneto, GG1; Figueiredo, RF1; Gusmão, L2; Sánchez-Diz, P3; Carracedo, A3; Cicarelli, RMB1 Laboratório de Investigação de Paternidade, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unesp - Universidade Estadual Paulista, Brasil IPATIMUP, Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Portugal 3 Instituto de Medicina Legal, Grupo de Medicina Genômica, Universidade de Santiago de Compostela, A Coruña, Espanha [email protected] 1 2 Palavras-chave: X-STR, Frequências alélicas, Identificação humana, Rio de Janeiro, Brasil. Introdução: Os marcadores STR (Short Tandem Repeat) polimórficos são os mais utilizados para a identificação humana e se classificam em STRs autossômicos, do cromossomo Y e do cromossomo X. Estes últimos são de utilização recente e têm complementado a análise autossômica em casos complexos de vínculo biológico (exp.: quando suposto pai não está disponível, quando os supostos pais são relacionados, etc), pois suficiente poder estatístico é obtido com poucos marcadores X-STR. Assim, é de grande importância a caracterização desses marcadores na população brasileira para posterior utilização na rotina forense. Objetivos: Determinar as frequências alélicas e os parâmetros estatísticos de interesse forense para 10 X-STRs (DXS8378, DXS9902, DXS7132, DXS9898, DXS6809, DXS6789, DXS7133, GATA172D05, GATA31E08 e DXS7423) na população do Rio de Janeiro, bem como avaliar se existe diferença genética significativa entre tal população e outros grupos relatados na literatura. Métodos: Em papel FTA (Whatman) foi coletada a amostra sanguínea de 261 indivíduos não aparentados e residentes no Rio de Janeiro. O DNA foi extraído pela técnica FTA, amplificado em uma reação decaplex e submetido à eletroforese em analisador genético ABI377 (Applied Biosystems). A determinação alélica foi feita com o programa GeneScan (Applied Biosystems) e os programas Excel e Arlequin foram utilizados para análise estatística. Resultados: Não houve diferença significativa entre as frequências alélicas obtidas para mulheres e homens, sendo que nestes últimos todos os haplótipos obtidos foram únicos. Não foi observado Desequilíbrio de Ligação entre os X-STR e nem desvio do Equilíbrio de Hardy–Weinberg. O poder de discriminação variou de 0,6838 (DXS8378) a 0,8366 (DXS6809) e 0,8376 (DXS8378) a 0,9536 (DXS6809) em homens e mulheres, respectivamente. O poder de discriminação combinado foi de 0,9999995 em homens e 0,99999999997 em mulheres e a chance de exclusão significativa foi de 0,99989 em duo e 0,9999981 em trio. Comparações genéticas revelaram diferenças significativas do Rio de Janeiro com São Paulo e Paraná, bem como com populações de Portugal, Espanha, América Latina e África. Conclusões: Os 10 X-STR apresentam diferenças significativas entre diferentes populações e é altamente informativo para a população do Rio de Janeiro, Brasil. Apoio financeiro: PADC/FCF-UNESP, FAPESP, CAPES, CNPq, Programa Isidro Parga Pondal-INCITE, Fundação para a Ciência e a Tecnologia - POCI Agradecimentos: ao HEMORIO pelo auxílio na coleta de amostras 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 46 Análise genética de marcadores STRs do cromossomo X (X-STRS) na população brasileira Rodrigues, EMR1,2; Palha, TJBF1,2; dos Santos, SEB1 Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará Centro de Perícias Científicas Renato Chaves [email protected] 1 2 Palavras-chave: Cromossomo X, X-STRs, População Brasileira, Freqüências, Análises Forense Nos últimos anos, tem aumentado a utilização dos marcadores do Cromossomo X (especialmente X-STRs) para resolver casos forenses. Os marcadores do X-DNA possuem características únicas, como seu modo de transmissão particular (mãe para filhos e filhas e pai somente para as filhas), o que permite complementar, de forma muito eficiente, os marcadores autossômicos em casos especiais de investigação de vínculo genético, principalmente naqueles casos em que o suposto pai é falecido. Para utilização mais adequada de marcadores X-STRs em populações miscigenadas, como a população brasileira, é necessário, conhecer a distribuição de seus alelos nas diferentes populações sob investigação. Isto se deve ao fato conhecido de que as freqüências alélicas dos marcadores STRs podem variar muito entre populações de continentes geográficos distintos. Nós desenvolvemos este projeto de forma a estimar as freqüências alélicas de 12 X-STRs comumente empregados em genética forense (DXS7132, DXS7423, DXS133, GATA172D05, DXS7130, DXS6800, GATA31E08, HPRTB, DXS6789, DXS9898, DXS9895 e DXS10011), em uma amostra de 2150 indivíduos que representam as populações de 16 Estados brasileiros, distribuídos nas cinco regiões geopolíticas do país. Nosso objetivo principal foi o de avaliar o poder estatístico deste painel de marcadores X-STRs, e testar se as populações de diferentes regiões geográficas (ou de diferentes Estados) são (ou não) diferentes entre si. Responder esta questão permitirá decidir sobre a necessidade de usar um banco de dado único (ou múltiplos bancos de dados) nas análises estatísticas forenses para a população brasileira, empregando estes marcadores genéticos. Foram analisados 2150 indivíduos não aparentados das cinco regiões geopolíticas brasileiras: Norte (1000 indivíduos), Nordeste (300), Centrooeste (150), Sudeste (500) e Sul (200). Todos os 12 X-STRs foram analisados em uma única reação de PCR (PCR multiplex), segundo as condições descritas por Ribeiro-Rodrigues et al. (2009). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa Arlequim v3.1. Os parâmetros de eficiência forense foram calculados de acordo com Desmarais et al. (1998). Foi observada uma elevada diversidade genética para todos os marcadores X-STRs, nas cinco regiões analisadas. As análises de subestruturação populacional (RST) e de Diferenciação entre populações, não permitiu identificar diferenças estatísticas significativas, quando se compara as populações dos diferentes Estados ou das diferentes Regiões brasileiras. Os parâmetros de eficiência forense demonstraram que esses marcadores permitem estimativas muito elevadas de Poder de Discriminação acumulado (0.9999999971); da probabilidade de Exclusão do Trio (0,999999972) e da Probabilidade de Exclusão Motherless (0,9999996). Em conclusão, todos os dados estatísticos aqui obtidos comprovam a utilidade desse painel de marcadores X-STRs em análises forenses no Brasil e indicam que é possível empregar (nas análises estatísticas de diferentes laboratórios espalhados pelo Brasil) um banco de dado único, que possa ser representativo de toda a população brasileira. Apoio financeiro: UFPA, CNPq, FINEP, CPC-RC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 47 Polimorfismos de Inserção/deleção: Aplicação em identificação humana por DNA Caiafa, AR1; Manta, FSN1; Bernardo, S1; Aquino, JG; Silva, DA1; Gusmão, L2; Amorim, A2; Pereira, R2; Carvalho, EF1 Departamento de Ecologia, Laboratório de Diagnósticos por DNA - Instituto de Biologia – Universidade do Estado do Rio de Janeiro IPATIMUP – Universidade do Porto, PT [email protected] 1 2 Palavras-chave: Indels, Inserção/deleção, Forense, Identificação humana. Introdução: Atualmente os polimorfismos de DNA mais utilizados na identificação humana são os STR (“Short Tandem Repeats”). Em casos onde amostras de restos mortais são as únicas fontes de DNA para a obtenção do perfil genético de indivíduo não identificado por técnicas convencionais, se faz necessária a aplicação de metodologias que elevem a chance de amplificação do DNA. Em geral, o DNA encontra-se altamente degradado, a PCR para marcadores STR não amplifica satisfatoriamente um número de regiões condizente com a identificação humana pretendida. Recentemente, estudos envolvendo polimorfismos de Inserção/Deleção (Indels) vêm possibilitando avanços nessa área. Objetivo: Os avanços científicos no campo da identificação humana por DNA estão relacionados com a construção e validação de sistemas multiplex PCR. O objetivo deste trabalho consiste em testar a eficiência do multiplex Indel-plex ID (sistema capaz de amplificar 38 indels bi-alélicos de cromossomos autossômicos) em amplificar DNA cuja tipagem em loci STR se mostrara negativa. Metodologia: Preparações de DNA de amostras biológicas controle (sangue periférico) e de restos mortais (ossos e dentes) foram extraídas pelas técnicas de chelex e fenol-clorofórmio, respectivamente. Em seguida, alíquotas dos DNA foram submetidas à amplificação por PCR com o sistema Indel-plex ID. Os produtos da PCR foram submetidos à eletroforese capilar (ABI 3130 - Applied Biosystems) e analisados pelo software GeneMapper v3.2 (Applied Biosystems). Conclusão: Os resultados obtidos demonstram o potencial dos indels na amplificação de DNA de restos mortais humanos resistentes à amplificação em loci STR. Apoio: Capes, Programa de DNA – UERJ/ Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 48 Padrões de desequilíbrio de ligação de um painel com 33 marcadores X-INDEL em populações indígenas da Amazônia Freitas, NSC; Resque, RL; Ribeiro-Rodrigues, EM; Santos, NPC; Ribeiro-dos-Santos, AKC; Santos, SEB Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] Palavras-chave: INDEL, polimorfismo, cromossomo X, desequilíbrio de ligação, indígenas. Desequilíbrio de Ligação (DL) pode ser definido como uma associação não aleatória de alelos em diferentes loci. Compreender os padrões de DL é a base para o mapeamento de genes humanos e para estudos de associação, onde os marcadores que se encontram em DL apresentam-se como as melhores opções para o mapeamento gênico fazendo com que o número de marcadores utilizados para a identificação de um alelo possa ser reduzido. Os polimorfismos do tipo Inserção/Deleção (INDELs) são marcadores bialélicos com características que potencializam seu uso em diversas áreas da genética, entre elas destacamos: a possibilidade de analisar marcadores com tipos de herança especial, como aqueles ligados ao cromossomo X, a simplicidade dos métodos de análise laboratorial e a possibilidade de PCR multiplex. Nosso objetivo foi analisar marcadores do tipo INDEL no cromossomo X, próximos (em blocos), que estejam em DL e analisar este DL entre os blocos. Foram analisados 185 indivíduos de tribos indígenas da Amazônia brasileira. As amostras de DNA foram extraídas pela técnica de fenol-clorofórmio e posteriormente quantificadas. A genotipagem foi realizada por meio de PCR multiplex de 33 marcadores X-INDELs (MID2047, MID3712, MID357, MID356, MID3780, M448804, MID3703, MID218, MID3774, MID3705, MID3706, M304737, MID3692, MID1445, MID2694, MID2657, MID1326, MID2600, MID2610, MID184, M197147, MID3754, MID3756, MID1705, MID3764, M284601, M103547, MID193, MID358, MID3763, MID3728, MID1540, MID2652). A eletroforese foi realizada em sequenciador capilar. Para as análises estatísticas utilizamos o programa Arlequin v3.1, onde os dados obtidos foram empregados para testar DL entre todos os pares de marcadores, dentro dos grupos de ligação (pares de marcadores com distância máxima de 250 K pb). Os resultados demonstram que dentre os marcadores, somente doze pares apresentaram DL significativo. A distância física entre esses doze pares de marcadores com significante p value é variável: entre 4,5 K pb (MID3705MID3706) e 123,9 K pb (MID3754-MID3756). Seguindo este critério, identificamos sete blocos de ligação que incluem: Bloco I (MID357-MID356); Bloco II (MID3780-M448804); Bloco III (MID218-MID3774); Bloco IV (MID3705-MID3706-M304737); Bloco V (MID3754-MID3756); Bloco VI (MID3763-MID3728; Bloco VII (MID358MID3763). Os resultados obtidos para o DL nas tribos indígenas diferem dos encontrados para a população de Belém visto que as populações ameríndias apresentam baixa diversidade genética intra-populacional e diferentes modelos de mistura podem criar padrões de DL diferentes de acordo com a população estudada. Ao final de nossas análises encontramos 24 marcadores, sendo 17 polimorfismos não ligados e sete grupos de ligação contendo dois e três polimorfismos cada, onde cada grupo pode formar até oito haplótipos e cada haplótipo se comportará como um alelo de ligação. O emprego deste conjunto de marcadores pode fornecer novas ferramentas para estudos populacionais que poderão ser investigadas futuramente além de aplicações de âmbito forense. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 49 Population data of 11 STR loci of the X chromosome in a sample of São Paulo with application in forensic cases Auler-Bittencourt, E1; Rodrigues, EMR2; Sousa, MLAPO1; Silva, SEB2; Iwamura, ESM3; Silva, IDCG4 Laboratório de DNA - Núcleo de Biologia e Bioquímica - Instituto de Criminalística de São Paulo, SP, – Brasil Laboratório de Genética Humana e Médica do Departamento de Patologia - Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil 3 Departamento de Patologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil 4 Laboratório de Ginecologia Molecular do Departamento de Ginecologia Universidade Federal de São Paulo,SP, Brasil 1 2 Keywords: X-STR, polymorphism, population frequency, criminal cases, forensic analysis. The analysis of X-STR polymorphisms is very suitable for the investigation of parentage in cases where the family configuration is not complete, such as the lack of the presumed father or mother, as well as the involvement of other relatives such as grandparents, and cases of crimes gender-related. These markers can very efficiently help autosomal and Y chromosome STR systems, defining more clearly the issues of biological kinship. The X-STR has been validated for forensic use, however, little is known about the variations of these polymorphisms in Brazilian populations. We performed the analysis of biological samples from unrelated individuals from the São Paulo State using a multiplex PCR of 11 STR markers on chromosome X (DXS7132, DXS7432, DXS7133, DX7130, DXS6800, DXS6789, DXS9898, DXS9895, DXS10011, GATA31E08 and HPRTB). This system was developed by the staff of the Laboratory of Human and Medical Genetics, Federal University of Para, being highly polymorphic, together provide an ability to discriminate in an order of 0, 999999. We obtained samples from unrelated individuals: 105 males and 142 females of the population of São Paulo. Blood samples were collected via capillary and venous puncture. DNA extraction was performed by the method of Chelex and organic by phenol-chloroform and analysis conducted in 3130 sequencer (Applied Biosystems). This paper presents the results of genotyping obtained from a sample of 247 individuals of the population of Sao Paulo state. The data of frequency of X-STR population of São Paulo are extremely valuable, since many criminal cases can be solved using this tool, increasing the power of discrimination, providing security and confidence in preparing the conclusion of the technical report. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 50 Estudo de SNPs associados a características físicas, como cor de olhos, pele e cabelos para uso em investigações forenses Favaro, EC; Francischini, CW; Sumita, DR; Whittle, MR Genomic Engenharia Molecular – São Paulo – Brasil [email protected] Palavras-chave: identificação humana, identificação fenotípica, SNPs, SNaPshot, investigação forense. Introdução: A predição da aparência física baseada em análise genética é uma perspectiva atrativa para investigações forenses. O sequenciamento do genoma humano e a determinação de milhões de polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) possibilitaram o estudo da associação entre variantes genéticas a características fenotípicas particulares. A cor da pele, cabelos e olhos, por exemplo, são traços físicos complexos que resultam da interação de provavelmente mais de 120 genes. Combinados com influências ambientais, os polimorfismos presentes em suas regiões codificadoras ou regulatórias afetam a produção e a deposição de melanina, assim como a formação, maturação e transporte dos melanócitos. Mutações em MATP, ASIP, SLC24A5, TYRP1 mostraramse importantes para a variação normal da pigmentação humana. Da mesma forma, HERC-2 e OCA-2 podem ser correlacionados a cor da íris (claras ou escuras). Os genes TPCN2 e MC1R também apresentam polimorfismos que são associados à cor de cabelos, este a cabelos vermelhos. Variações em EDAR promovem mudanças quanto à espessura dos fios de cabelo, sendo um fator importante de distinção de pessoas de origem asiática. Métodos: Neste trabalho, polimorfismos nos genes supracitados foram analisados quanto à capacidade de identificação de tipos físicos característicos, como pele branca ou negra e olhos claros ou escuros, em indivíduos brasileiros, não levando em consideração a sua origem ancestral. Além disso, foi estudada a correlação dos genes MC1R e EDAR em indivíduos ruivos e orientais, respectivamente. A técnica de análise desses marcadores foi o SNaPshot. Resultados: Os SNPs selecionados para cor de olhos apresentaram maior taxa de associação, com 91,8% para íris claras e com 98,2% para íris escuras. Resultados semelhantes foram obtidos com as mutações nos genes relacionados à cor de pele e a pessoas de origem asiática. Conclusão: A utilização de SNPs em genes da própria cascata de produção de melanina contribui para a identificação de características físicas, mesmo numa população tão variável quanto à brasileira, mostrando-se como uma ferramenta promissora no campo forense. Apoio Financeiro: FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 51 Aplicabilidade forense e associação de SNPs do gene SLC45A2 com a pigmentação humana Fracasso, NCA¹; Andrade, CCF²; Wiezel, CEV²; Simões, AL²; Mendes-Junior, CT³ ¹Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto-SP ²Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo ³Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: pigmentação, SNPs, SLC45A2, genética de populações, genética forense A cor de cabelos, olhos e pele são características morfológicas humanas muito complexas, variáveis e facilmente reconhecíveis, por isso sua predição é de grande valor nas Ciências Forenses. Até agora, apenas uma fração dos genes relacionados com a pigmentação humana foram identificados. Dentre eles, o gene SLC45A2 mostrou-se um dos maiores determinantes da pigmentação em humanos e em outros vertebrados. Localizado na região cromossômica 5p13.3, este gene codifica uma proteína transportadora associada à membrana (MATP) que tem um importante papel na diversidade da cor da pele humana por estar envolvida em processos intracelulares e tráfico de proteínas melanossomais. Mutações patogênicas na MATP se mostraram a causa do albinismo óculocutâneo do tipo 4 (OCA 4), enquanto que outros polimorfismos neste gene são conhecidos por participarem da variação normal da pigmentação. Sendo assim, foram analisadas as frequências alélicas de dois polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) do gene SLC45A2, rs732740 (intron 1 T>C) e rs3776549 (intron 2 G>A), em uma amostra populacional da região de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. Foram coletadas amostras de sangue de 150 indivíduos não relacionados e o DNA foi extraído pela técnica salting-out. Os genótipos foram identificados através da técnica de PCR seguida de clivagem com enzima de restrição específica e posterior eletroforese em gel de poliacrilamida 10%, corado com nitrato de prata. O SNP rs732740 se apresentou monomórfico e não mostrou associação significativa com nenhuma das características estudadas. Uma única cópia do alelo C foi encontrada em um indivíduo caracterizado por fenótipos de pigmentação clara, com pele clara, olhos verdes e cabelos loiros. Quanto ao SNP rs3776549, o alelo G está associado à ocorrência de cor de olhos verdes (p = 0,0323; OR = 9,4599) ou verdes/azuis (p = 0,0585; OR = 5,7763). Dessa forma, ainda que um dos SNPs tenha mostrado associação com a pigmentação dos olhos, são necessários estudos mais abrangentes para avaliar a influência de polimorfismos do gene SLC45A2 na pigmentação humana e sua aplicação forense. Auxílio financeiro: CNPq e FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 52 In silico mining of 744 new pentanucleotides X-STR and validation of relevant markers for medical and forensic genetics purposes Nogueira, TLS1; Machado, FB2; Moura-Neto, RS1; Siva, R1; Medina-Acosta, E2 Laboratório de Metabolismo Macromolecular Firmino Torres de Castro, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 Núcleo de Diagnostico e Investigação Molecular, Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro [email protected] 1 Keywords: Microsatellite, STR, X chromosome, In silico mining, Pentanucleotídeos. Over the last decade it has been established a group of autosomal markers that are widely used today in forensic practice. Genotyping of microsatellite markers located on chromosome X (X-STRs), can efficiently complement the analysis of autosomes and Y chromosome markers. Despite the advances, in silico methodologies for identification and characterization of microsatellites, genetic analysis of forensic human X sex chromosome is restricted to a group of 39 markers, of which 10.3% were trinucleotide and 89.7%, tetranucleotide. The high discrimination power, the occurrence of few microvariants and low levels of stutter products of microsatellite, pentanucleotides repeats are elegible as an ideal marker for forensic analysis. Objectives: This study aimed to make the detection and validation of microsatellite markers in the human X chromosome predicted in silico as potentially informative. Through the program Tandem Repeat Finder (TRF), a scan was performed in all the nucleotide sequences of three genomes of reference of the X chromosome, NC_000023, AC_000066 and AC_000155, available at NCBI, in search of STR markers. Then, these sequences were aligned for each microsatellite locus using the online program CLUSTALW Multiple Sequence Alignment to identify allelic variants. Results: The number of microsatellite was variable depending on the stringency of mining parameters adopted. The number of markers found was 889 tetranucleotides and 744 pentanucleotides. There is a growing need, nationally and internationally, to develop accurate tests, but faster for typing exceptionally informative markers located on chromosome X. There are very few kits available and, besides being expensive, are based on a maximum of 12 X-STR markers, which exhibit various rates of heterozygosity and power of discrimination values in different populations. The discovery of new markers paves the way for the experimental study, allowing to expand the panel of microsatellites on the X chromosome, especially in forensic practice. Therefore, STR typing with tetra and pentanucleotides and allowed the unequivocal determination, accurate, allele frequencies in different human populations. Supported by FAPERJ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 53 Utilização de SNPs como marcadores auxiliares na investigação de vínculo genético Francischini, CW; Favaro, EC; Sumita, DR; Whittle, MR Genomic Engenharia Molecular – São Paulo – Brasil [email protected] Palavras-chave: Identificação humana, STRs, SNPs. Introdução: O estudo da variação genética através de polimorfismos de DNA distribuídos ao longo do genoma permitiu o desenvolvimento de um sistema de marcadores genéticos de grande utilidade na identificação de indivíduos. Além disso, esses marcadores vem sendo uma importante ferramenta para a compreensão da história da diversidade da população humana. Atualmente, a análise de STRs (short tandem repeats) é o método padrão de investigação de vínculo genético, sendo largamente utilizado no campo forense, pois, permite poder de discriminação adequado para a solução da maioria dos problemas de identificação humana. A maior dificuldade na utilização desses marcadores é encontrada em casos onde o material genético se encontra parcialmente degradado, uma vez que os fragmentos de DNA amplificados para a análise são superiores a 200 pb. Em adição, a alta taxa de mutação nos STRs pode dificultar o resultado final da análise. Os SNPs (single nucleotide polymorphisms) são polimorfismos pontuais comuns na sequência genômica que apresentam ocorrência estimada em 1 a cada 400 pares de base. As vantagens desses marcadores em relação aos STRs são a baixa taxa de mutação, a possibilidade de utilização de produtos de PCR inferiores a 100 pb, fato que contribui para casos forenses, ausência de artefato de bandas fantasmas (stutter bands) e ausência de amplificação preferencial de alelos. Métodos: Foi selecionado um conjunto de 70 SNPs com alta taxa de heterozigozidade nas diferentes populações e a técnica de análise desses marcadores foi o SNaPshot. Resultados: Neste trabalho, foram analisados vários casos de investigação de vínculo genético, realizados com STRs, que apresentaram dificuldades na conclusão, como por exemplo, baixos índices de paternidade e presença de mutações, mesmo com o uso locos adicionais. Isoladamente ou associados aos STRs, índices de paternidade satisfatórios foram obtidos. Conclusão: Os SNPs se mostraram excelente ferramenta auxiliar em casos de confirmação da inclusão ou exclusão dos periciandos. Apoio financeiro: FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 54 Analysis of lysyl oxidase expression in gliomas Dos Santos, WG1,2; Fernando, J2; Van Meter, TE2; Fillmore, HL2; Broaddus, WC2 Laboratório de Genética, Campus Avançado de Jataí, Universidade Federal de Goiás, Jataí, GO - Brazil Department of Neurosurgery, Virginia Commonwealth University, Richmond, Virginia, USA [email protected] 1 2 Keywords: lysyl oxidase, gliomas, extracellular matrix, invasion, metastasis Lysyl oxidases (LOX) are enzymes that play an important role in modulating extracellular matrix by catalyzing cross linkage of collagen and elastin. LOX family members are known to be highly expressed in reproductive tissues and recently it has also been shown to be present in some tumor cells and associated to invasiveness. The transition from a localized tumor to an invasive and metastatic tumor represents a landmark in the development of malignant disease and it is usually associated with worse prognosis. Malignant gliomas are among the most invasive tumors whose mechanism is still not well understood. Since the expression of lox genes in this type of tumor has not yet been fully addressed, we investigated the expression of LOX in rodent and human glioma cells grown in culture or isolated from tumor brain tissue obtained from rats previously implanted with these cells. Experiments were approved by VCU research ethical committee. Presence and levels of LOX expression were determined by microarray analysis and western blot/immunohistochemistry, using specific antibodies to the LOX-L2 family member. Our results demonstrated higher levels of LOX expression in brain tumor tissue such as anaplastic astrocytomas, oligodendrogliomas, ependimomas, pylocytic astrocitoma and glioblastoma multiforme than in normal brain. Microarray analysis showed differential expression in rat glioma cells exposed to different doses of radiation treatment. Imunohistochemistry demonstrated strong staining surrounding the tumor. Detection of lysyl oxidases preferentially on the edge of the tumor tissue suggests a possible role of this protein in the invasion of malignant gliomas. Support: MCV Foundation 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 55 Dado genético de 10 X-STR na população de Belo Horizonte-MG (Brasil) Martins, JA1; Costa, JC1; Paneto, GG1; Figueiredo, RF1; Gusmão, L2; Sánchez-Diz, P3; Carracedo, A3; Cicarelli, RMB1 Laboratório de Investigação de Paternidade, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unesp - Univ Estadual Paulista, Brasil IPATIMUP, Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Portugal 3 Institute of Legal Medicine, Genomics Medicine Group, University of Santiago de Compostela, CIBER for Rare Diseases (CIBERER), Santiago de Compostela, A Coruña, Spain [email protected] 1 2 Palavras-chave: Cromossomo X, STR, Frequências alélicas, Identificação humana, Belo Horizonte-MG. Introdução: Os marcadores mais utilizados em genética forense são os STR (Short Tandem Repeats) autossômicos, seguidos pelos STR do cromossomo Y. A análise de STR do cromossomo X (X-STR) é recente e tem se tornado de grande importância em casos complexos de relações biológicas. Os dados genéticos brasileiros para marcadores autossômicos e do cromossomo Y já estão bem estabelecidos, porém, em se tratando de X-STR, poucos trabalhos estão disponíveis na literatura. Assim, a ampliação desses dados faz-se necessária para posterior utilização dos X- STR na rotina forense brasileira. Objetivos: Determinar as frequências alélicas e os parâmetros estatísticos de interesse forense para 10 X-STR (DXS8378, DXS9902, DXS7132, DXS9898, DXS6809, DXS6789, DXS7133, GATA172D05, GATA31E08 e DXS7423) na população de Belo Horizonte-MG e avaliar se existe diferença genética significativa entre tal população e outros grupos relatados na literatura. Métodos: Amostras sanguíneas foram coletadas de 245 indivíduos não aparentados, residentes em Belo HorizonteMG. O DNA foi extraído pela técnica FTA, amplificado em uma reação decaplex e submetido à eletroforese em analisador genético ABI377 (Applied Biosystems). A determinação alélica foi feita com o programa GeneScan (Applied Biosystems) e os programas Excel e Arlequin foram utilizados para análise estatística. Resultados: Não foi observado desvio ao Equilíbrio de Hardy–Weinberg para qualquer um dos loci estudados. O poder de discriminação variou de 0,6829 (DXS8378) a 0,8355 (GATA172D05) e 0,8331(DXS8378) a 0,9512 (GATA172D05) em homens e mulheres, respectivamente. O poder de discriminação combinado foi de 0,9999995 em homens e 0,99999999996 em mulheres e a probabilidade de exclusão a priori foi de 0,99990 em duos e 0,999998 em trios. Comparações genéticas revelaram diferenças significativas entre Belo Horizonte e São Paulo, bem como entre Belo Horizonte e populações de Portugal, Espanha, América Latina e África. Conclusões: Os 10-XTRs constituem uma poderosa ferramenta para a prática forense e testes de paternidade na população de Belo Horizonte-MG. Apoio financeiro: PADC/FCF-UNESP, FAPESP, CAPES, CNPq, Programa Isidro Parga Pondal-INCITE (Xunta de Galicia), Fundação para a Ciência e a Tecnologia – POCI. Agradecimentos: ao HEMOMINAS pelo auxílio na coleta de amostras 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 56 Obtenção de perfil de DNA humano em vestígio previamente tratado com peróxido de hidrogênio (H2O2) Silva, SC2; Brasil, SMV1; Cavalcanti, IA1; Rocha, TCL1; Sobreira, ACM1; Ramos, AT3; Oliveira, DM2 Laboratório de DNA Forense do Estado do Ceará, Perícia Forense do Ceará Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade Estadual do Ceará 3 Laboratório de Bioquímica e Cultura de Células, Universidade Estadual do Ceará [email protected] 1 2 Palavras-chave: genética forense, DNA vestigial, ranhuras de projétil, extração de DNA, perfil genético Amostras vestigiais, tais como pontas de cigarro, saliva e bulbos capilares, são fontes importantes de DNA na genética forense, desde que sejam preservadas e analisadas de forma adequada, evitando-se degradação e contaminação exógena das amostras. A presença de elementos contaminantes e/ou interferentes pode implicar na não amplificação destas amostras. Dentre as substâncias que podem interferir diretamente na extração e amplificação do DNA existente encontra-se o peróxido de hidrogênio (H2O2), que quando utilizado nos vestígios a serem analisados atua como um poderoso agente oxidante danificando a molécula de DNA, dificultando, assim, a obtenção de um perfil genético adequado. Com isso a detenção da cadeia de custódia das amostras forenses faz-se necessária, pois estas podem ser submetidas a procedimentos para outras técnicas forenses onde seja necessária a utilização de substâncias lesivas ao DNA. O Laboratório de DNA Forense do Estado do Ceará recebeu, como amostra questionada, um projétil de arma de fogo proveniente do Núcleo de Balística Forense. Antes da análise balística, a amostra foi submetida a procedimento de limpeza com H2O2 10V. O objetivo pericial aqui reportado foi a determinação dos perfis genéticos da amostra questionada e amostra referência a fim de, por comparação, estabelecer eventual relação de verossimilhança. Ao dar entrada no Laboratório de DNA Forense, o projétil não apresentava vestígio visível, sendo este armazenado em ambiente com temperatura adequada e livre de contato com qualquer contaminante exógeno. A coleta do vestígio ocorreu através do uso de swab úmido passado em toda a superfície do projétil e deixado secar para se iniciar a extração de DNA. Esta foi baseada na utilização de resina de troca iônica Chelex (Coombs, 2003). A amplificação do DNA ocorreu por PCR (Polimerase Chain Reaction), utilizando o sistema Powerplex 16, da Promega Corporations, totalizando 16 loci genéticos. A leitura das sequências foi feita em Analisador Automático ABI 3130 da Applied Biosystems. Ao final de todo procedimento obteve-se, na amostra questionada, perfil genético completo cujos alelos nos loci analisados apresentaram compatibilidade com a amostra referência. Foram realizados Cálculos estatísticos de acordo com o Manual de Padronização de Perícias Criminais (SENASP/2006), baseado na razão de verossimilhança. A frequência encontrada foi de 01 em cada 29.568.314.427.135.600 indivíduos. Considerando os resultados relatados, pode-se concluir que, mesmo passando por procedimentos inadequados para preservação do DNA, a amostra analisada ainda permitiu a recuperação de DNA. Isto provavelmente se deu pela permanência do material genético nas ranhuras que se formam no projétil após o disparo. Destarte, a preservação de quantidades ínfimas de tecido humano em superfície irregular, como a ora relatada, foi suficiente para permitir uma identificação genética inequívoca por obtenção de perfil genético completo e convencional. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 57 Estimativa dos perfis isoenzimáticos de Pediculus capitis em Manaus-AM Bezerra, FC1; Moroni, RB2 ; Santos, JMM3; Maia, JF 3 Universidade Federal do Amazonas Laboratório de Imunologia, Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas 3 Laboratório de Malária e Dengue, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia [email protected] 1 2 Palavras-chave: Isoenzimas, Pediculus capitis, Manaus. A pediculose da cabeça é dos problemas de saúde pública. A prevalência e os níveis de infestação estão relacionados com fatores culturais, sociais, genéticos e a resistência do piolho aos inseticidas químicos. Tal resistência geralmente resulta de mudanças genéticas afetando a síntese de enzimas como: acetil-colinesterase, monooxigenases e esterases não específicas. O trabalho verificou a estimativa do perfil eletroforético de Pediculus capitis utilizando os sistemas isoenzimáticos (Esterase, Fosfoglicomutase, Isocitrato desidrogenase, Fosfoglicose isomerase, Hexoquinase, Malato desidrogenase e Enzima málica). Foram analisados os locos isoenzimáticos (EST 1, EST 2, IDH, PGI, PGM, HK, MDH e ME), de adultos de P. capitis, em eletroforese horizontal, utilizando géis de amido (12,5%) e amido-agarose (2% e 1%,respectivamente), com tampões e colorações específicas. Os perfis eletroforéticos da esterase apresentaram a ocorrência de duas zonas de atividade eletronegativas denominadas EST1 e EST2. Os locos não apresentaram variação sendo codificados respectivamente pelos alelos EST1 e EST2. Para fosfoglicomutase foi detectado uma zona de atividade, eletronegativa, denominada de PGM1. Os indivíduos heterozigotos para este loco mostraram um fenótipo constituído por duas bandas com igual intensidade de coloração, sugerindo estrutura monomérica da proteína. A variação observada sugere que esta região é controlada por dois alelos dominantes: PGM1 *100 e PGM1 *80. A hexoquinase e a enzima málica apresentaram um perfil eletroforético constituído de uma zona de atividade, eletronegativa e de caráter monomórfico. Os locos foram denominados HK e ME respectivamente. Os alelos apresentados por estes sistemas são respectivamente HK1 e ME1. Os sistemas isocitrato desidrogenase, fosfolicose isomerase e malato desidrogenase foram constituídos cada um por uma única zona de atividade denominadas IDH1, PGI1, MDH1, respectivamente, de coloração moderada. Os sistemas foram monomórficos para todos os indivíduos analisados, apresentando os alelos: IDH1, PGi1, MDH1. O perfil eletroforético detectado para a maioria dos sistemas isoenzimáticos foram monomórficos, constituídos de uma única região de atividade, eletronegativa e de coloração moderada, com exceção do sistema esterase, onde foi detectado variação no número de alelos por loco. Tais resultados revelaram embasamento para pesquisas futuras, com a finalidade de verificar a estrutura genética das populações de P. capitis também na região Amazônica. Apoio financeiro: CNPq (edital MCT-Amazônia/2006) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 58 Caracterização molecular dos tipos de papilomavírus humano (HPV), no Município de Porto Velho-RO Período 2008-2009 dos Santos, JC1; Cezar, MRS2; Lisboa, MR3; Holanda, FJ4; Moura, MMF5 Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia CIBEBI, Biólogo e discente do Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental-PGBIOEXP/doutorado da Universidade Federal de Rondônia-UNIR 2 Professora Mestre em Doenças Tropicais do departamento de Medicina DEPMED, do núcleo de Saúde NUSAU, da Universidade Federal de Rondônia e médica ginecologista e obstetrícia 3 Professora do departamento de Medicina DEPMED, do núcleo de Saúde NUSAU, da Universidade Federal de Rondônia, médica ginecologista e mastologista de oncologia 4 Bióloga e discente do Programa de Pós-Graduação nível doutorado da Universidade Federal do Amazonas UFAM 5 Professora Dra. em Genética, Chefe do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia CIBEBI, Docente do departamento de Biologia DBIO, Núcleo de Ciências e Tecnologia-NCT da Universidade Federal de Rondônia UNIR [email protected] 1 Palavras-chave: Câncer uterino, HPV, Grau Oncogênico, Papilomavírus, PCR/RFLP Introdução: O Papilomavírus pertence à família Palillomaviridae, subfamília Papilomavirinae e ao gênero Papilomavírus. Existem mais de 100 tipos virais de HPVs descritos até o momento e, destes, aproximadamente 35 são encontrados no trato anogenital. Os tipos (16 e 18) são os mais comuns encontrados em câncer cervical e precursor de lesões. A infecção por HPV cervical é encontrada em 5-40% das mulheres assintomáticas na idade reprodutiva, bem como 75% dos adultos podem eventualmente ser infectados. Objetivo: Caracterização dos tipos de Papilomavírus Humanos (HPV), no período de agosto de 2008 a agosto de 2009, em mulheres que realizam preventivo no Centro de Referência da Saúde da Mulher-CRSM, localizado nas dependências da Policlínica Rafael Vaz e Silva no Município de Porto Velho, Rondônia-RO. Métodos: O material genético viral (DNA/ HPV) do Papilomavírus humano foi confirmado por PCR com a utilização dos primers universais MY09/MY11. A visualização do fragmento de 450pb correspondente a região conservada do gene L1 foi realizada em gel de agarose a 1,5%, corado com brometo de etidio. Os amplicons foram submetidos à (RFLP) com endonucleases: Bam H I, Dde I, Hae III, Hinf I, Pst I, Rsa I e Sal 3AI. O perfil eletroforético dos tipos de HPVs foi visualizado em gel de agarose a 1,5%. Os resultados moleculares foram relacionados com os da citologia, disponibilizado no próprio laboratório do CRSM, que segue os critérios do sistema de Bethesda (2001). Resultados: Em nossos estudos com 334 mulheres, foi confirmado o DNA/HPV em 29% nas amostras analisadas por PCR. Entretanto o método citológico revela alteração celular com indicativo para HPV em apenas 3% das lâminas analisadas. A correlação dos métodos utilizados revela que apenas 10% de mulheres com HPV são detectadas por métodos citológicos. Em relação ao perfil eletroforético dos HPVs, foi possível verificar a existência de sete (07) tipos distintos de Papilomavírus humano. Os 96 HPVs observados encontram-se distribuídos em dois grupos os HPVs-16, 18, 33 e 58 pertencentes ao grupo de alto risco oncogênico e os HPVs-11, 42 e 53 no grupo de baixo risco oncogênico. Conclusão: O sistema PCR/RFLP demonstrou a existência de HPVs de alto e baixo risco oncológico circulante na população de Porto Velho e resultados falsos negativos nos exames de citologia realizados na população estudada. Por ser uma técnica específica que garante uma maior precisão no diagnóstico para a HPV sua utilização nos laboratórios é de fundamental importância no combate de prevenção ao surgimento do Câncer uterino. Apoio financeiro: CIBEBI / UNIR 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 59 A ancestralidade européia está associada positivamente com alto risco para HBOC na Bahia Abe-Sandes, K1,3; Machado, TMB1; Abe-Sandes, C1,2; Toralles, MBP4; Nascimento, L1,6; Romeo, M4; Campinho, AC4; Freire, SM1; Garicochea, B5; Meyer, R1; Nascimento, ILO1 Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA Universidade Católica do Salvador 3 Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Salvador, BA 4 Serviço de Oncogenética, Hospital Universitário Professor Edgar Santos, UFBA, Salvador, BA 5 Departamento de Medicina Interna, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC, RS 6 Faculdade de Tecnologia e Ciências, FTC [email protected] 1 2 Palavras-chave: Breast cancer; Ancestry; Ancestry informative markers; Hereditary cancer O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Dados epidemiológicos mostram que as mulheres brancas apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama em comparação a mulheres negras e hispânicas. Na Bahia, a proporção de afro-descendentes é de 77,5%, e em Salvador a proporção de pardos e pretos é de 79,8%, segundo IBGE, 2000. O objetivo deste estudo foi estimar a ancestralidade de pacientes com câncer de mama e/ou ovário, com história familiar positiva, atendidas no Ambulatório de Oncogenética do Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES-UFBA) e verificar a existência de associação com ancestralidade européia. A amostra analisada foi composta por 86 pacientes. Todas foram avaliadas pelo geneticista clínico, pelo psicólogo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram obtidas informações sobre a origem dos ancestrais de todas as pacientes (ancestralidade referida). O DNA genômico, foi extraído de sangue periférico, utilizando o Gentra Blood Kit® segundo as recomendações do fabricante. Foram genotipados sete marcadores informativos de ancestralidade (AIMs): AT3, APO, Sb19.3, PV92, CKMM, FYnull e LPL, por PCR convencional e PCR em tempo real. A estimativa da ancestralidade genômica foi avaliada utilizando o programa ADMIX. A média de idade ao diagnóstico de câncer, nesta amostra, foi de 41,5 anos. Quanto à ancestralidade referida, 49% das pacientes informaram origem latino-americana (ancestrais conhecidos nascidos em países da América Latina), 38% origem européia e 5,5% origem africana. Em relação à ancestralidade genômica os resultados encontrados foram 71,1% de contribuição européia, 22,6% africana e 6,4% ameríndia. O grupo que referiu ancestralidade latino-americana (49%), conhecia apenas o local de nascimento dos pais e avós, mas não a origem ancestral, portanto os indivíduos que compõem este grupo podem ter ancestrais europeus, africanos ou ameríndios, não referidos pelos mesmos por desconhecimento. Isto explicaria as diferenças observadas entre os resultados obtidos para ancestralidade referida quando comparado com os da ancestralidade genômica. Os dados da ancestralidade genômica revelam alta contribuição européia, concordante com os dados epidemiológicos que mostram que o câncer de mama é mais prevalente em mulheres brancas. Entretanto são discordantes dos achados prévios para ancestralidade genômica na população da Bahia, onde a contribuição africana observada foi maior (47%), quando comparada com a contribuição européia (37%) e ameríndia (16%). Embora a população da Bahia apresente grande contribuição africana, as pacientes com alto risco para HBOC apresentaram maior contribuição ancestral européia, corroborando os achados epidemiológicos. Apoio financeiro: CNPq; FAPEX; FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 60 TNFa polymorphism frequencies in HPV-associated cervical dysplasia in women with squamous intraepithelial lesions Maia, MMD1; Lima Júnior, SF1; Fernandes, MCM1; Heráclio, SA2; Amorim, MMR2; Souza, PRE1 1 2 Departamento de Biologia –Genética/UFRPE; IMIP-PE Keywords: Polimorfismo, HPV, Displasia Cervical, TNFALFA, Cancer Some estimates indicate that several groups of viruses, including Human Papilomavirus are associated to human cancer and it was proved that cervical cancer is the best example of how a viral infection may progress to cancer. Cervical cancer is initiated by high-risk human papillomaviruses (such as HPV16 and HPV18) but an immune response may control the progression of this disease. Tumor necrosis factor-a (TNFa) is a pro-inflammatory cytokine that has been implicated in several cancers. The aim of this study was evaluate the association between the TNFa promoter polymorphism and the risk for cervical dysplasia. The group was composed by 110 women of Recife-PE presenting squamous intraepithelial lesions (SIL). The positively to HPV was based in the technique of Nested PCR using friestly universal primers MY09 and MY11 followed by second reaction amplification with interns primers GP5 and GP6. The genotyping for the human cytokines TNFa, was analyzed by PCR–RFLP technique. The HardyWeinberg equilibrium was used to verify whether the observed allelic and genotypic frequencies were according with the expected in the studied population. The results for TNF analysis shown that the genotypic frequencies observed in the group of NIC I patients was 16.7% (AA), 56.7% (AG) and 26.7% (GG). In the NIC II/III group, the frequency genotypic was found 15.7% (AA), 61.4% (AG) and 22.8% (GG). However, there were not significant differences between analyzed groups (p= 0.0985). In conclusion, ours results suggest that the presence of -308 allele wasn’t conferred susceptibility to progression of this disease. However, these results need to be replicated in larger series. This study was supported by CNPq and Departamento of Biologia/ UFRPE 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 61 Avaliação funcional de variantes do tipo missense de BRCA1: aperfeiçoamento do ensaio de ativação transcricional De Gregoris, G1,2; Abreu, RBV1,2; Mesquita, RD2; Monteiro, ANA3; Carvalho, MA1,2 Divisão de Farmacologia, Instituto Nacional de Câncer – INCA; 2Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ; 3H. Lee Moffit Cancer Center & Research Institute, Tampa, Flórida [email protected] 1 Palavras-chave: BRCA1; câncer; variantes missense; transativação transcricional. Introdução. O câncer de mama constitui um problema de saúde pública para o Brasil, sendo a principal causa de mortalidade por câncer em mulheres no país. As neoplasias da mama podem ser esporádicas ou hereditárias, sendo que a maioria dos casos hereditários está associada a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. BRCA1 atua em mecanismos de transcrição, no controle do ciclo celular e na resposta ao dano de DNA. O aconselhamento genético baseado na detecção de mutações em BRCA1 pode auxiliar indivíduos afetados a adotarem procedimentos preventivos. No entanto, existe ainda grande impasse quanto à associação de variantes a malignidade. Os estudos funcionais das proteínas variantes constituem uma estratégia que permite, em parte, contornar essa limitação. A avaliação da capacidade de ativação transcricional (TA) de BRCA1 já foi validada por nosso grupo como um sistema confiável para classificação de variantes restritos à região dos exons 13 a 24 (aminoácidos 1395 a 1863 da proteína) – BRCA1 13/24. O ensaio correlaciona a capacidade TA e a integridade estrutural da região C-terminal da proteína, essencial para sua função supressora de tumor. Objetivo. Validar o modelo de ensaio funcional TA a uma porção estendida da proteína de estudo, compreendendo o final do exon 11 ao exon 24 (aminoácidos 1315 a 1863) – BRCA1 11/24. Determinar a funcionalidade de variantes missense naturais não-classificados (UCV) de BRCA1 situados na nova região de estudo. Metodologia. Os mutantes foram gerados por mutagênese sítio-dirigida e adequadamente clonados em vetores para expressão em leveduras (S. cerevisiae) e células animais (HEK293T). BRCA1 fusionado a um domínio heterólogo de ligação ao DNA pode induzir a transcrição de um gene repórter, se estabelecendo uma relação com a funcionalidade da proteína. Para validação do método realizou-se o ensaio com variantes naturais de comportamento conhecido, já descritos na literatura, tanto em construções de BRCA1 13/24 como em BRCA1 11/24, além de variantes não-naturais de comportamento preditivo situados na região de extensão do modelo (aminoácidos 1315-1395). A avaliação do comportamento de UCVs selecionados para o estudo foi conduzido em paralelo aos controles naturais no contexto BRCA1 11/24. Resultados. No ensaio, a atividade dos variantes controles no contexto BRCA1 11/24 se mostrou equivalente ao contexto BRCA1 13/24. Além disso, o comportamento dos variantes não-naturais avaliados até o momento sugere a condição predita, validando o método. A avaliação da atividade dos UCVs e predição de seus perfis (neutro/deletério) está em andamento. Conclusão. O ensaio TA de BRCA1 tem se mostrado um modelo confiável de predição do comportamento de UCVs, inclusive em sítios mais distais à região C-terminal, mas ainda requer melhor análise. Este modelo pode ser tido como uma ferramenta de apoio à avaliação de risco ao câncer, em conjunto a outros modelos de análise in silico e clínicos. Apoio financeiro: CNPq, FAPERJ, IFRJ e INCA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 62 Análise de expressão da proteína DNA polimerase eta em células primárias Lerner, LK1; Soltys, DT1; Francisco, G 2; Chammas, R2; Menck, CFM1 Laboratório de Reparo do DNA, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo Laboratório de Oncologia Experimental , Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Xeroderma Pigmentosum, XP-V, Polimerase eta, luz UV, Reparo por Excisão de Nucleotídeos Xeroderma Pigmentosum (XP) é uma doença autossômica recessiva rara, descrita em 1874. Os principais sintomas são sensibilidade à luz solar, fotofobia, alterações na pigmentação da pele e subseqüente desenvolvimento de neoplasias nas áreas expostas. As anormalidades cutâneas dos pacientes XP são causadas pela deficiência no reparo das lesões induzidas pela luz ultravioleta (UV), principalmente dímeros de pirimidina (CPDs) e (6,4)-fotoprodutos (6,4-PPs). Os pacientes XP apresentam mutações em genes participantes do reparo dessas lesões, a via de Reparo por Excisão de Nucleotídeos (NER); assim, eles podem ser associados a sete grupos de complementação, com mutações nos genes XP-A a XP-G. Mutações no gene codificante para a polimerase POLH estão associadas à forma variante de XP (XP-V), uma vez que esses pacientes não apresentam deficiência em NER. Os pacientes XPV representam 20% dos XPs, e apresentam sintomas mais brandos, assim como aparecimento mais tardio de neoplasias. POLH pertence à família Y de polimerases translesão; essa enzima apresenta menor fidelidade na síntese de DNA íntegro, porém replica fielmente DNA danificado por luz UV, devido à sua capacidade de inserir nucleotídeos corretos na presença de CPDs, reduzindo os efeitos mutagênicos da luz UV. Neste trabalho apresentamos a caracterização molecular, através de ensaios funcionais, de uma cultura primaria de fibroblastos de um paciente de Minas Gerais, estabelecida através de uma biópsia de pele não-exposta. A biópsia foi enviada ao laboratório para confirmação do diagnóstico da dermatologista. Os sintomas cutâneos brandos, assim como a ausência de sintomas neurológicos, levaram a suspeita do paciente pertencer ao grupo XP-V. Experimentos de sobrevivência celular, através de ensaios de XTT, após irradiação das células com 0, 10 e 20 J/m2 UVC, mostraram um aumento da sensibilidade das células do paciente, quando comparada com fibroblastos normais (FHN). Ensaios subseqüentes associando luz UVC com cafeína (1 mM) mostraram um maior aumento na sensibilidade. Ensaios de Western Blot (WB) para a proteína XPV indicaram uma ausência completa da proteína no paciente. Esses resultados preliminares indicam que esse paciente pertença ao grupo XP-V; para confirmação do diagnóstico, serão realizados ensaios de Unscheduled DNA Synthesis (UDS) e seqüenciamento do gene XPV. Os ensaios de WB também indicaram uma possível indução da proteína XPV em células normais (FHN) e deficientes em NER (AS440, XP-G) após 5 e 24 horas de irradiação com doses equitóxicas de UVC. Além disso, ensaios com linhagens de melanoma selvagens (SK-Mel 37) e mutadas (SK-Mel 28)em p53, 8 e 24 horas após tratamento com cisplatina (12,5 mM) e UVB (120 J/ m2) , indicam que a indução possa ser mediada por p53, uma vez que ela não ocorre nas células mutadas. Esses resultados são preliminares e novos ensaios com outras linhagens celulares serão feitos para confirmação dos dados. Apoio financeiro: Fapesp, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 63 Expressão e processamento alternativo do RNAm do gene NLRP12 em pacientes de pênfigo e em indivídos não afetados Piovezan, BZ1; Malheiros, DF1; Petzl-Erler, ML1 Laboratório de Genética Molecular Humana, Setor de Ciências Biológicas, Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná [email protected] 1 Palavras-chave: processamento alternativo, NLRP12, pênfigo. Os membros da família gênica NLR, como NLRP12, aparentemente atuam de maneira semelhante no organismo. Seus produtos pertencem a um conjunto de moléculas conhecidas como receptores de reconhecimento de patógenos, as quais participam da modulação das respostas imunes. Os receptores NLR são capazes de detectar estruturas moleculares derivadas de microrganismos como, por exemplo, lipopolissacarídeos ou peptidoglicanas e, de, induzir uma série de moléculas coestimuladoras e respostas fisiológicas. Já foram caracterizados cinco transcritos do gene NLRP12. Quatro deles variam quanto ao número de repetições dos domínios ricos em leucina (pelo número de repetições, formas R3, R4, R5 e R6) e um (aqui chamado de C) quanto ao início de transcrição. Entretanto, as funções desse gene e o significado de suas isoformas são pouco compreendidos. Para a caracterização dos diferentes transcritos do gene NLRP12 foi extraído o RNA de células mononucleares de sangue periférico (PBMC) e de linfócitos T CD4+ circulantes de pacientes de pênfigo foliáceo e vulgar, doenças autoimunes da epiderme (PBMC, n=22; T CD4+, n=27), e de indivíduos livres de doença (PBMC, n=62; T CD4+, n=9). Foi realizada a retrotranscrição, seguida de amplificação por PCR com oligonucleotídeos iniciadores que hibridam em regiões compartilhadas que flanqueiam a porção variável entre transcritos. Desse modo, os fragmentos resultantes têm comprimentos que diferem conforme o transcrito presente, permitindo sua identificação. Após amplificação, os produtos de PCR foram separados por eletroforese em gel de agarose 1,5% e corados com brometo de etídio para posterior visualização. Todos os transcritos foram encontrados em amostras de PBMC tanto de pacientes como de indivíduos não afetados. Pouca diferença foi observada entre indivíduos quanto aos transcritos presentes. As isoformas R3, R4, R5, e R6 estão presentes em todos os indivíduos, sendo que apenas o transcrito C não esteve sempre presente. Em linfócitos T CD4+, 6 de 27 pacientes e 3 de 9 indivíduos não afetados não apresentaram qualquer expressão aparente de NLRP12. Os demais pacientes apresentaram de um a quatro transcritos e, mesmo considerando apenas os indivíduos com expressão de NLRP12, nenhum deles esteve sempre presente. Já entre os não afetados a isoforma C não foi encontrada e R6 esteve sempre presente nos indivíduos em que RNAm de NLRP12 foi detectado. Essa variação entre indivíduos sugere que a transcrição e o processamento desse gene são regulados de forma sensível e que as diferentes isoformas são necessárias em momentos distintos. Ainda podemos supor que essa variação seja causada, ao menos em parte, pela presença de subpopulações de células T CD4+ que se encontram em diferentes estágios de diferenciação e/ou atividade. Por outro lado, a aparente homogeneidade observada em PBMC pode ser explicada pela heterogeneidade desse conjunto de células. Trata-se de um estudo pioneiro e outros deverão seguir para compreensão desse quadro. Apoio financeiro: CNPq, Fundação Araucária 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 64 Transcrito alternativo de RECK é regulado negativamente por quercetina em células de glioma humano U373MG Amstalden, HG1; Sene, RV2; Jacomasso, T1; Kenski, JCN1; Valdameri, G1; Lima, MT3; Sogayar, MC3; Martinez, GR1; Winnischofer, SMB1 Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular – Universidade Federal do Paraná Departamento de Genética – Universidade Federal do Paraná. 3Departamento de Bioquímica – Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: RECK, MMPs, TIMPs, Quercetina, glioma. O processo invasivo é uma característica importante de diversas neoplasias malignas, relacionado diretamente com o prognóstico dos pacientes. O estabelecimento da invasão celular inclui a capacidade das células em remodelar o espaço extracelular. Os gliomas possuem essa característica, e devido à complexidade anatômica desse tecido a média de sobrevida para pacientes com o grau mais agressivo desse tipo de tumor (grau IV) é de 12 – 15 meses. A invasividade, em geral, é facilitada pela ação das metaloproteases de matriz (MMPs), que degradam a matriz extracelular, favorecendo a invasão. Entre os elementos que podem regular a atividade de MMPs está RECK, uma glicoproteína ancorada à membrana celular. A quercetina, um flavonóide de ocorrência natural na dieta, possui a propriedade de inibir a atividade de MMPs, e desta forma tem potencial para a terapêutica anti-tumoral ou ação quimioprotetora. Neste trabalho foi avaliado o efeito da quercetina em células de glioma humano (U373MG) em relação aos níveis de RNAm de RECK (e seus transcritos alternativos de splicing), MMPs e TIMPs e aos processos de viabilidade, proliferação e morte celular. Foi verificado (por coloração com cristal violeta e análises de citometria de fluxo) que o tratamento das células U373MG com quercetina promoveu a diminuição da proliferação celular de maneira dose e tempo dependentes. Especificamente, o tratamento destas células com 50 µmol/L de quercetina por 48h promoveu um aumento do número de células na fase G1 do ciclo celular e diminuição de células na fase G2-M (p<0,001), com concomitante aumento de células em apoptose (p<0,01). A análise dos perfis de expressão gênica foi investigada através de ensaios de PCR quantitativo em Tempo Real. Os resultados indicaram que o tratamento com quercetina levou a uma diminuição na expressão do transcrito alternativo de RECK (RECK-B) (p=0,0259) e uma tendência de aumento dos níveis de RNAm de RECK-A ( forma canônica). MMP-2 teve sua expressão diminuída (p=0,044) e uma tendência de diminuição de MMP-9 e MT1-MMP. Em relação às TIMPs, ocorreu um aumento da expressão para o tipo 1 (p=0,076) e uma tendência de aumento para o tipo 2. Em conjunto, nossos resultados indicam que o tratamento com quercetina é capaz de reduzir a proliferação de células U373MG, levando à parada de ciclo celular em G1 e indução de morte por apoptose, e sugerem que o gene RECK e seus transcritos alternativos possam ser alvos moleculares importantes modulados por quercetina capaz de contribuir para os efeitos benéficos deste flavonóide. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, Fundação Araucária, INCT Redoxoma 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 65 Expressão de gama-sinucleína e seu papel na progressão do melanoma Monteiro, AC; Souza, CF; Jasiulionis, MG Laboratório Multidisciplinar de Ontogenia e Epigenética, Departamento de Farmacologia, Universidade Federal de São Paulo [email protected] Palavras-chave: Epigenética, Melanoma, Gama-sinucleína. Introdução: Epigenética é definida como padrões de expressão gênica transmitidos que não incluem alterações na sequência de nucleotídios do DNA. Um dos eventos de regulação epigenética mais bem estudados é a metilação do DNA, sendo que vários trabalhos mostram que padrões aberrantes dessa metilação estão relacionados com diversas patologias, como o câncer. É sabido que o promotor do gene γ-sinucleína humana (SNCG) apresenta metilação reduzida em diversos tipos tumorais associado a sua superexpressão. Estudos mostraram que essa superexpressão de γ-sinucleína é encontrada principalmente em estágios avançados dos tumores e está fortemente relacionada com indução da proliferação celular, aumento na mobilidade celular, aumento de invasão e metástase. Assim, essa proteína apresenta-se como potencial alvo terapêutico como biomarcador de agressividade. Um dos cânceres agressivos de alta incidência mundial e que possui poucos tratamentos eficientes disponíveis no momento é o melanoma. O melanoma metastático é muito agressivo e resulta na mortalidade de 90% dos pacientes. Porém não há até o momento estudos sobre a expressão de γ-sinucleína e perfil de metilação de seu promotor em melanomas. Objetivos: Determinar possíveis alterações na expressão e perfil de metilação de γ-sinucleína ao longo da gênese do melanoma e seu possível papel no fenótipo maligno. Métodos: Foram utilizadas as linhagens de melanócitos murinos, melan-a, de melanócito pré-maligno, 4C, de melanoma não metastático, 4C11- e de melanoma metastático, 4C11+. As amostras de RNA das linhagens foram extraídas pelo método Trizol e, após sua conversão em cDNA, foram utilizadas em reações de RT-PCR em Tempo Real. A migração celular foi avaliada pelo ensaio de cicatrização em monocamadas confluentes. Resultados: A expressão de γ-sinucleína está significativamente aumentada (p<0.05) em amostras de melanoma, principalmente metastático, em comparação com amostras de melanócitos não tumorigênicos e pré-malignos. O tratamento com 5-aza-2’-desoxicitidina (Aza), um agente desmetilante e tricostatina A (TSA), um inibidor de desacetilases de histonas causou a re-expressão de SNCG em todas as linhagens, mas de forma mais significativa nas linhagens pré-maligna e tumorigênica não metastática. As linhagens tumorigênicas mostraram grande aumento da capacidade de migração em relação às demais linhagens, sendo a 4C11+ ainda mais migratória. Conclusões: A elevada expressão de γ-sinucleína em células de melanoma correlaciona com fenótipo migratório, metastático e altamente proliferativo (in vitro e in vivo) e pode ser considerada um potencial biomarcador de agressividade deste tipo de tumor. Além disso, a utilização de drogas epigenéticas no tratamento de tumores deve considerar a possibilidade de indução da expressão de genes pró-metastáticos, como a γ-sinucleína. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 66 Análise da expressão gênica do Fator de Elongação (EF1A) em amostras de tecidos de pacientes com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna Alves, PT1; Araújo, TG1; Neves, AF2; Marangoni, K1; Goulart, LR1; Ueira-Vieira, C1 Laboratório de Nanobiotecnologia, Instituto de Genética e Bioquímica – Universidade Federal de Uberlândia - MG Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás – GO [email protected] 1 2 Palavras-chave: EF1A, câncer de próstata, hiperplasia benigna prostática, PCR-tempo real, expressão gênica. O Câncer de Próstata (CaP) tem emergido como uma das principais causas de morte entre homens mais velhos e sua etiologia permanece obscura com tumores variando desde a forma indolente, com baixas taxas de evolução, para formas extremamente agressivas, com rápidas taxas de crescimento. O retardo no diagnóstico tem favorecido a ocorrência de tumores com alta capacidade de invasão local e disseminação tornando-se necessários esforços destinados ao melhor entendimento dos complexos mecanismos moleculares envolvidos na ontogênese e progressão da doença. Mudanças na expressão do Fator de Elongação 1A(EF1A), uma proteína nucleotídica que liga GTP e tRNA aminoacil têm sido relacionadas a fenótipos transformados, inclusive na carcinogênese. O presente estudo objetivou analisar a expressão do gene EF1A e sua relação com o adenocarcima prostático. Foi extraído o RNA total de 38 tecidos de pacientes com CaP e 14 de pacientes com HPB. As médias de idade dos indivíduos com CaP e HPB foram de 65 e 68 anos, respectivamente. A expressão dos genes EF1A e do endógeno B2M foram calculadas por RT-PCR quantitativa em tempo-real utilizando Syber Green. Os níveis transcricionais do gene alvo, normalizados com a expressão do endógeno através da fórmula 2-∆∆Ct, foram comparados entre pacientes com câncer e hiperplasia com posterior correlação com os dados clinico patológicos. Para o controle endógeno não houve diferenças estatisticamente significativas entre os Cts (cycle threshold) das amostras de pacientes com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna, o que corrobora sua utilização como controle endógeno de reação. Foi observada diferença significativa na expressão relativa desse gene entre os tecidos acometidos e os não acometidos pela doença. A média dos níveis relativos dos transcritos de EF1A foi 1.56 vezes maior no câncer do que na doença benigna apresentando uma chance de ocorrência da doença 6 vezes maior em pacientes com níveis de expressão ≥1.0 (p<0.05). Foi verificada uma baixa, porém significativa correlação (p<0.05) entre os dados de expressão e a idade dos pacientes com CaP. Não houve correlação entre os resultados obtidos e os dados histopatológicos ou entre os resultados e os valores de PSA. Conclusões: A maior expressão do gene EF1A em amostras com CaP evidencia sua correlação com a gênese da doença, uma vez que o fator de elongação encontra-se envolvido na organização do citoesqueleto e fuso mitótico. Portanto, novos estudos são necessário para melhor elucidar o real impacto dessa molécula no surgimento do CaP e na evolução metastática da doença. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 67 Perfil da expressão dos genes MMP9 e seu regulador TIMP1 no Câncer de Próstata Reis, ST*¹; Pontes Jr., J¹; de Sousa-Canavez, JM²; Antunes, AA¹; Viana, NI¹; Timoszczuk, LMS¹; Dall’Oglio, MF¹; Srougi, M¹; Leite, KRM¹ 1 - Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia – LIM 55, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2 - Genoa Biotecnologia, São Paulo [email protected] Palavras-chave: Câncer de próstata, Metaloproteinases da Matriz, Marcadores moleculares, Diagnóstico, Prognóstico Introdução: O câncer de próstata (CaP) é o tumor mais freqüente do homem no Brasil. As ferramentas disponíveis para o diagnóstico e prognóstico do CaP não são eficazes, portanto a busca de novos marcadores é crucial. As Metaloproteinases da matriz (MMP) são enzimas proteolíticas, e já foram associadas com neoplasias, são classificadas de acordo com critérios estruturais e funcionais, sendo as mais estudadas as gelatinases que compreendem MMP2 e MMP9. Todas as MMP são inibidas por proteínas, denominadas inibidores tissulares de MMP (TIMP). TIMP1 inibe especificamente a MMP9 e o objetivo deste trabalho é avaliar a expressão dos genes da MMP9 e TIMP1 e correlacionar com o diagnóstico e fatores prognósticos do CaP. Material e Métodos: Foram analisadas amostras de 66 pacientes com CaP e 11 pacientes com HPB utilizadas como controle. O RNA total foi extraído com uso do kit Aqueous®, e o cDNA sintetizado para análise da expressão quantitativa do mRNA através de PCR em tempo real, utilizando sonda TaqMan®. Utilizamos o método DDCT para calcular a expressão dos 2 genes alvo nos tecidos tumorais em relação a HPB. A mudança na expressão gênica em vezes foi calculada como 2-ΔΔCT. Resultados: O gene da MMP9 se mostrou superexpresso em 54 (81,8%) casos e o TIMP1 se mostrou subexpresso em 47 (71,2%) casos. A expressão mediana de MMP9 e TIMP1 foi 4,6 x 100 e 7,4 x 10-1, respectivamente. A diferença de expressão entre os dois genes apresentou significância estatística (p<0,0001). Considerando os fatores prognóstico, a expressão de MMP9 foi associada com PSA pré operatório >10 (p=0,03), podendo ser um marcador de pior prognóstico no CaP. Além disso, quando avaliamos a recidiva bioquímica dos pacientes, a média de expressão de MMP9 nos pacientes que recidivaram foi de 12,6x, enquanto que os pacientes que não recidivaram a média de expressão foi de 5,6x (p=0,09). Conclusão: Demonstramos que no CaP o gene da MMP9 está superexpresso e o seu regulador principal TIMP1 está subexpresso na maioria dos casos, sugerindo que estes genes são potenciais marcadores para diagnóstico desta neoplasia. Além disso, demonstramos uma correlação da expressão do gene da MMP9 com pacientes que apresentavam PSA≥10 e recidiva bioquímica, sendo este gene um potencial marcador de pior prognóstico podendo ser também uma ferramenta importante para identificar pacientes susceptíveis a recidiva bioquímica. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 68 Associação entre o polimorfismo R497K do gene EGFR e variáveis histopatológicas em câncer de mama Leite, MS1,2; Vianna-Jorge, R1,2 1 - Programa de Pós-graduação em Farmacologia e Química Medicinal – Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 - Grupo de Farmacologia Clínica e Assistência Farmacêutica - Centro de Pesquisa, Instituto Nacional do Câncer [email protected] Palavras-chave: Polimorfismos genéticos, EGFR, câncer de mama, perfil histopatológico, prognóstico. O câncer de mama é o mais freqüente entre as mulheres, correspondendo a 20% dos casos novos de câncer no Brasil. Nos estádios mais avançados, o tratamento tende a ser mais agressivo, aumentando, assim, o risco de complicações. Polimorfismos genéticos em processos fisiológicos podem contribuir para a variabilidade no desenvolvimento e na progressão da doença, bem como na resposta clínica ao tratamento antineoplásico. O Receptor do Fator de Crescimento Epidermal (EGFR) tem papel crucial na proliferação tumoral, diferenciação e motilidade de células normais e tumorais. O polimorfismo R497K, Arg497Lys (rs rs11543848) do gene EGFR parece contribuir para diminuição da fosforilação e da ativação deste receptor e está associado a melhor prognóstico em carcinoma colorretal (menor envolvimento linfonodal, menor ocorrência de metástases) e em câncer avançado de pulmão (melhor sobrevida). O presente estudo tem como objetivo avaliar a ocorrência de associação entre o polimorfismo R497K e variáveis histopatológicas com valor prognóstico em câncer de mama. A população do estudo foi composta de uma coorte prospectiva de mulheres com câncer de mama em acompanhamento clínico no HC3/INCA (N = 153; CEP-INCA #129/08). Foi realizado um estudo transversal para caracterização do perfil histopatológico dos tumores no momento do diagnóstico e as variáveis analisadas foram: tipo histológico (ductal ou lobular; invasivo ou in-situ), grau histológico (1-bem diferenciado, 2-moderadamente diferenciado, 3-pouco diferenciado), tamanho do tumor (com base na maior dimensão), número de linfonodos axilares acometidos, status de expressão (positivo ou negativo) de receptores hormonais (estrogênio e progesterona) e status de expressão (positivo ou negativo) de HER-2. Os dados foram obtidos a partir dos prontuários eletrônicos. Amostras de DNA foram extraídas de sangue periférico e analisadas por técnicas de biologia molecular (reação em cadeia da polimerase e digestão por enzima de restrição) para caracterização genotípica do polimorfismo de interesse. A freqüência do alelo variante Lys foi de 0,196 (IC95%= 0,1553 – 0,2444 ), com a distribuição genotípica em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p = 0,334). Foi observada uma associação negativa entre a presença do alelo variante Lys e o status HER-2 positivo (OR = 0,253 e IC95% = 0,080 - 0,806 p = 0,016). Os resultados parciais sugerem que a presença do polimorfismo R497K possa estar associada a um prognóstico favorável quanto à evolução do câncer de mama. Apoio financeiro: CNPq, FAPERJ, CAPES, FAF, INCA-MS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 69 Avaliação de Sobrevida e expressão de c-erbB-2 em pacientes com câncer de mama Ferreira, FA1a; Stival, RA1b; Paganini, J1a; Neto Filho, JL1b; Mühlbeier, DFM1c; Caixeta, GN2,3; Silva, RC1a,2; Paula, EC2; Saddi, VA1ac,2; Ayres, FM1a,3,4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás – aMestrado em Genética, bDepartamento de Medicina e cDepartamento de Biomedicina Associação de Combate ao Câncer em Goiás – Hospital Araújo Jorge – Setor de Anatomia Patológica 3 Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós-Graduação em Biologia 4 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas [email protected] 1 2 Palavras-chave: imuno-histoquímica, fator prognóstico, HER-2/neu, carcinoma, metástase. O câncer de mama é o segundo tipo mais freqüente de câncer no mundo e o mais comum entre mulheres, respondendo por 22% dos casos novos ao ano. Esses tumores são heterogêneos quanto a evolução e resposta terapêutica. A terapia é norteada por fatores prognósticos e preditivos, sendo a expressão da proteína c-erbB-2 um fator auxiliar de pior prognóstico. Neste estudo, prontuários de 287 pacientes do sexo feminino com carcinoma de mama atendidas no Hospital Araújo Jorge (Associação de Combate ao Câncer em Goiás), entre 1979 e 2002, tiveram os dados coletados e tabulados juntamente com os dados de marcação por imuno-histoquímica para detecção da proteína c-erbB-2. A média de idade das pacientes foi 53 anos, variando de 23 a 90 anos. Os tipos histológicos identificados incluíram os carcinomas in situ (0,3%), mucinoso (0,7%), medular (1%), lobular (5,6%), ductal infiltrante (89%) e outros/sem descrição (3,4%). Os estadiamentos clínicos foram relatados como zero (1%), I (10%), II (48%), III (22%), IV (5,6%) e não descritos (13,4%). O grau de anaplasia foi classificado como I (4%), II (5%), III (65%), IV (18%) ou não teve classificação relatada (8%). A expressão c-erbB-2 foi considerada positiva em 47 (16%) casos, sendo que dois casos foram inconclusivos. A sobrevida, após cinco anos de seguimento, foi de 51% para as pacientes que não apresentaram expressão da proteína no tecido tumoral analisado e de 63% para as pacientes sem expressão. Quando agrupadas por estadiamento e detecção de c-erbB-2, as taxas de sobrevida variaram de 100 a 38% para pacientes com estadiamentos I a III. Na ausência de expressão da proteína, as taxas de sobrevida variaram de 58 a 36% também nos estadiamentos I a III. Entre pacientes com estadiamento IV, caracterizado por metástase a distância, a taxa de sobrevida foi zero para casos c-erbB-2 positivos e 42% para os casos c-erbB-2 negativos. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, PUC-GO, UEG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 70 Avaliação da resposta celular à doxorrubicina, pela expressão das enzimas GSH-px e GSTpi, em cultura celular primária de carcinoma mamário Jardim, BV1,2; Leonel, C1,2; Moschetta, MG2; Castro, R2; Gelaleti, GB1,2; Regiani, VR2; Zuccari, DAPC1,2 Programa de Pós-Graduação em Genética – IBILCE – UNESP campus de São José do Rio Preto Centro de Estudos no Prognóstico do Câncer - CEPC – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP [email protected] 1 2 Palavras-chave: quimioterapia, GSH-Px, GSTpi, câncer de mama, cultura celular. A resistência à quimioterapia é um grande obstáculo na eficiência ao tratamento de pacientes com câncer de mama. A expressão de marcadores específicos se aplica à elucidação dos mecanismos de resposta às drogas. Entre os mecanismos envolvidos na resistência, destacam-se enzimas responsáveis pelo estado redox da célula. A Glutationa Peroxidase (GSH-Px) reduz moléculas de H2O2 pela oxidação da Glutationa (GSH). As Glutationa S transferases (GSTs) são uma família de enzimas intracelulares responsáveis pela eliminação de toxinas. Considerase que a superexpressão dessas enzimas aumente a capacidade antioxidante, garantindo às células tumorais, resistência aos quimioterápicos e vantagem proliferativa sobre as células do tecido sadio. Assim, avaliou-se a expressão da GSH-Px e GSTpi em resposta à agressão pela doxorrubicina em 11 tumores mamários cultivados in vitro. As células obtidas de mulheres atendidas no Hospital de Base da FAMERP/SJRP foram cultivadas em meio RPMI 1640 e expostas a 34µL de cloridrato de doxorrubicina 50 mg. A expressão gênica foi determinada antes e após a exposição ao quimioterápico. A origem epitelial foi comprovada imunohistoquimicamente pelos anticorpos anti-citoqueratina (Dako, 1:150) e anti-vimentina (Dako, 1:100). As reações de PCR foram realizadas utilizando o aparelho PCR Real-Time 7500 (Applied Biosystems). As análises dos resultados foram realizadas utilizando o método 2Ct, onde o Ct é a diferença entre o cycle threshold das amostras de interesse e dos controles endógenos (genes HPRT1 e LOC) e Ct é a diferença entre a média das amostras de interesse e das amostras calibradoras. A curva de crescimento foi confeccionada para as células tumorais e amostras-controle. O gene GST-pi mostrou-se subexpresso em 63% das amostras quando comparado à sua expressão antes da exposição ao quimioterápico. Estudos realizados in vitro mostraram que a presença dessa enzima em células mamárias neoplásicas pode promover a eliminação do quimioterápico, levando à diminuição da eficácia desta modalidade terapêutica. Sendo assim sua baixa expressão pode ser sinal de efetividade da droga utilizada. Ao contrário, o gene GSH-Px apresentou alta expressão após a agressão com o quimioterápico em 82% das amostras. Considerando seu perfil protetor, a superexpressão da GSH-Px mostrou a atividade antioxidante imprimida pós agressão pelo quimioterápico o que se traduz pela tentativa de resistência das células alvo. A avaliação conjunta destes com outros marcadores pode identificar a melhor conduta qumioterápica pois esta terapia, além de não obter a resposta esperada, pode induzir à alteração da expressão gênica nas células neoplásicas e com isso favorecer o crescimento do tumor primário e das metástases. Sendo assim, a análise da expressão gênica pode evidenciar as vias de resistência e com isso direcionar para uma melhor escolha terapêutica. Além disso, futuramente, será possível alterar a expressão destes genes alvo para induzir uma resposta mais efetiva das células a este tratamento. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 71 O silenciamento de HJURP (Holliday Junction Recognition Protein) causa parada no ciclo celular e apoptose em células de glioblastoma em cultura Valente, V1,3; Oba-Shinjo, SM2; Marie, SKN2; Paçó-LarsonM ML3; Carlotti Jr, CG1 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Departamento de Neurologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo 3 Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: glioblastoma, células T98G, HJURP, silenciamento gênico e apoptose. Os gliomas malignos são os tumores primários mais comuns do sistema nervoso central. Estes tumores variam bastante no grau de diferenciação e na malignidade, sendo classificados numa graduação de II a IV. Todos eles, entretanto, apresentam um fenótipo inicial invasivo e uma alta resistência à radiação e a uma variedade de drogas, o que compromete a eficácia dos tratamentos utilizados atualmente. Os glioblastomas multiformes (GBMs) são os gliomas mais malignos e freqüentes, normalmente levando os pacientes à óbito em menos de um ano após o diagnóstico. Através de RT-PCR quantitativo, demonstramos que HJURP (Holliday Junction Recognition Protein), uma nova proteína que atua no reparo do DNA e também na formação da cromatina centromérica, é altamente super expressa em gliomas de diferentes graus de malignidade. Vimos ainda que os seus níveis de expressão são preditivos do prognóstico de sobrevida dos pacientes, pois aqueles indivíduos acometidos com tumores que expressam menores níveis de HJURP têm maior chance de sobrevida superior a 18 meses. Através de experimentos de silenciamento de HJURP (transfecção com siRNAs) em células de GBM em cultura (linhagem T98G), demonstramos que uma redução de cerca de 80-90% nos níveis de expressão desta proteína ocasiona uma marcante parada no ciclo celular. Observamos que no terceiro dia após a transfecção houve um aumento de aproximadamente 40% na quantidade de células nas fases G2-M. Demonstramos também que as células silenciadas para HJURP não se recuperam desta interrupção no ciclo celular e entram em processo de apoptose, apresentando uma marcação positiva para anexina quatro vezes maior do que as células controle no quinto dia após a transfecção. Estes resultados suportam a hipótese de que HJURP poderia ter um papel de proteção contra os efeitos deletérios de um nível excessivo de instabilidade genômica e apontam seu potencial como alvo terapêutico para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento para gliomas. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 72 Análise de expressão de genes alterados na carcinogênese gástrica e em lesões precursoras Duarte, MC1; Babeto, E1; Miyazaki, K2; Borim, AA2; Fracassi, MTM3; Rahal, P1; Silva, AE1 Departamento de Biologia, IBILCE/ UNESP, Campus de S. J. Rio Preto, SP Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP 3 Laboratório de Patologia do Hospital Sírio-Libanês, São Paulo, SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer gástrico, metaplasia intestinal, úlcera gástrica, expressão gênica, expressão protéica Introdução: O desenvolvimento do câncer gástrico (CG) está associado a vários fatores genéticos e ambientais, e geralmente é precedido por lesões pré-cancerosas como a metaplasia intestinal (MI) e a úlcera gástrica (UG). O estudo de tais lesões pode auxiliar na compreensão do processo carcinogênico e assim contribuir para estratégias de prevenção futuras. Objetivos: Considerando-se a ocorrência de mudanças nos padrões de expressão gênica durante o processo carcinogênico avaliamos a expressão do RNAm e proteínas dos genes TERT, COX-2, NOS2, HGF, MET e KRAS, em CG, MI e UG, comparadas com suas respectivas mucosas normais (MN). Material: A expressão relativa do RNAm foi avaliada por PCR em tempo real e as proteínas por imuno-histoquímica em 22 amostras de CG, 37 de MI e 30 de UG e respectivas MN. Resultados: Os níveis médios de RNAm foram aumentados em CG comparado com MN para TERT (17,3x), COX-2 (27,6x), NOS2 (12,8x), HGF (1,8x), MET (3,5x) e KRAS (1,7x). A imunohistoquímica mostrou positividade (moderada/forte) em 54,5%, 81,8%, 30% e 70% das amostras de CG para TERT, COX-2, NOS2 e KRAS, respectivamente. No grupo de MI, os níveis de expressão gênica não diferiram do grupo CG para TERT (2x), NOS2 (13,6x), HGF (2,6x) e MET (2,8x), mas diferiu estatisticamente para a expressão de COX-2 (2,1x; P=0,0290). A expressão das proteínas TERT, COX-2 e NOS2 foi positiva em 38,2%, 79,4% e 92,6% dos casos de MI, respectivamente, enquanto para KRAS a expressão mostrou-se fraca/ausente em 100%dos casos. Os níveis de RNAm em UG foram aumentados para TERT (2,7x), COX-2 (2,5x), NOS2 (4,5x), MET (2,8x) e KRAS (2,6x) e normal para HGF (1,0x). Houve diferença estatística entre UG e CG apenas para o gene MET (P=0,0001). A análise protéica revelou positividade em 39,1%, 26,1%, 61,5% e 38,5% das amostras de UG para TERT, COX-2, NOS2 e KRAS, respectivamente. Conclusão: Considerando estes resultados, sugerimos que MI e UG compartilham alterações no padrão de expressão gênica em comum com CG, evidenciada principalmente nos níveis de expressão gênica e protéica de TERT, COX-2, NOS2, HGF e MET. Em úlcera, as alterações nos níveis de expressão gênica podem estar relacionadas com atividades de proteção e reparação da mucosa danificada, pelos processos de proliferação e migração celular. Contudo, não podendo desconsiderar a hipótese de iniciação do câncer gástrico a partir de UG, pois alterações de expressão destes genes também estão associadas com os mesmos processos envolvidos na progressão maligna. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 73 Correlação do perfil de expressão das metiltransferases EZH1 e EZH2 em linhagens de câncer humano e linhagens não tumorais Estrela, MS1; Sakamoto, LHT2; Pittella Silva, F1,3 Laboratório de Farmacologia Molecular. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Hospital de Apoio de Brasília, Núcleo de Genética 3 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília; Brasília, Distrito Federal, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer, epigenética, metiltransferases, EZH1, EZH2 O Brasil classifica-se entre os países com maior incidência de câncer de mama, o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil, em 2010, será de 49.240. Este dado reflete a importância na investigação das alterações que levam à carcinogênese na mama. Processos epigenéticos, como acetilação, metilação, ubiquitinização e fosforilação estão relacionados com o padrão de expressão gênica observado nas células. A desregulação epigenética da expressão gênica está emergindo como um mecanismo-chave para a tumorigênese. Enzimas metiltransferases desempenham um papel epigenético importante neste padrão de expressão. Os genes EZH1 e EZH2 constituem a família EZH - enhancer of zeste homolog (Drosophila), família de metiltransferases que metilam especificamente resíduos de lisinas na extremidade de histonas, com um papel relacionado à repressão da transcrição gênica, silenciando diferentes genes nos organismos. O gene EZH1 está localizado no cromossomo 17 (17q21.1-q21.3), e é um componente do Polycomb Complexo Repressivo 2 (PRC2). O gene EZH2 está localizado no cromossomo 7 (7q35-q36) e codifica um membro da família Polycomb-group (PcG). Os genes EZH1 e EZH2 codificam proteínas homônimas, que atuam na di e trimetilação da lisina 27 da histona H3. Estas proteínas possuem dois domínios conservados: o domínio SET e o domínio EZH2_WD-Binding. O domínio SET é responsável pela interação proteína-proteína e pela atividade enzimática de metiltransferase. O domínio EZH2_WD-Binding é um domínio de reconhecimento altamente conservado em eucariotos, e se liga ao domínio rico em repetições de triptofano (W) e ácido aspártico (D) de EED. EED é um componente do complexo PRC2 que está envolvido com a expressão gênica. Neste trabalho, portanto, investigamos o perfil de expressão das metiltransferases EZH1 e EZH2 em 10 diferentes linhagens celulares, dentre as quais duas pareadas provenientes de tecido tumoral e sua contra-parte não tumoral de uma mesma paciente. Para as análises de expressão, cultivamos as linhagens, extraímos o RNAtotal e sintetizamos o cDNA. Desenhamos primers e sondas específicas para a amplificação dos genes de interesse e analisamos a expressão por PCR em tempo real e PCR semi-quantitativa. O gene EZH1 apresentou-se com expressão aumentada em 50% das linhagens em relação ao controle, enquanto o gene EZH2 apresentou-se super expresso em 70% das linhagens. Na amostra pareada da mesma paciente com câncer de mama, EZH1 estava com expressão elevada, enquanto EZH2 estava downregulado na amostra cancerígena em relação à normal. Estes resultados indicam a desregulação na expressão de tais genes em linhagens cancerígenas e podem servir como plataforma para análise mais aprofundada em amostras clínicas no intuito de indicar novos alvos marcadores moleculares e potenciais alvos para intervenção terapêutica no câncer de mama. Apoio financeiro: CNPq, UnB, FINATEC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 74 Efeito da sincronização celular na análise do transcriptoma de culturas celulares de pacientes portadores de fissura lábio-palatina Kobayashi, GS; Sunaga, DY; Bueno, DF; Cruz, LA; Ferreira, SG; Passos-Bueno, MR Laboratório de Genética do Desenvolvimento Centro de Estudos do Genoma Humano Instituto de Biociências – USP [email protected] [email protected] Palavras-chave: sincronização celular, fissura lábio-palatina, expressão gênica, microarray, células-tronco A análise de perfil de expressão gênica possui grande potencial para ser utilizada no estudo de doenças complexas. Com esta metodologia, é possível identificar padrões de co-expressão gênica e identificar vias biológicas associadas à patogenia dessas doenças. Com o intuito de esclarecer tais aspectos relacionados à fissura lábio-palatina (FLP), uma doença complexa e de alta relevânca dada a sua alta prevalência e morbidade, nosso grupo de pesquisa vem utilizando culturas celulares derivadas de pacientes acometidos por essa condição. Neste contexto, pouco se sabe sobre a relevância do método de sincronização celular para os ensaios de microarray. A obtenção das células em um determinado estágio do ciclo celular pode possibilitar uma maior homogeneidade de expressão, onde o transcriptoma de todas as células se torna referente a apenas um estágio, diminuindo ruídos de expressão associados a outras fases do ciclo. Contudo, os efeitos deste tratamento sobre a análise do perfil de expressão gênica no estudo de doenças complexas, mais especificamente das FLPs, são desconhecidos. Com o objetivo de averiguar tais efeitos, estabelecemos 25 culturas de células-tronco adultas de polpa dentária (12 controles e 13 FLP). Submetemos 6 culturas de pacientes e 6 controles à sincronização celular por carenciamento de soro (t=12). As culturas restantes (6 controles e 7 FLP) foram cultivadas normalmente. O RNA total foi extraído de culturas em 80% de confluência utilizando o kit NucleoSpin II (MACHEREY-NAGEL) e hibridado em chips Human Gene 1.0 ST de microarray da Affymetrix. Os dados foram normalizados com o método RMA. Os genes diferencialmente expressos (GDEs) foram selecionados por 2 métodos distintos: SAM e RankProd, ambos com p-valor < 0.05 ajustados por FDR. Clusters de expressão foram construídos com o método k-means. O tratamento de sincronização celular resultou em 87 GDEs pelo método RankProd e nenhum identificado pelo SAM. A análise de clustering resultou em 9 clusters, onde somente 4 apresentavam alta taxa de homogeneidade (> 0,7). Além disso, algumas amostras de pacientes apresentaram perfil de expressão semelhante ao dos controles. Em contrapartida, na análise das amostras não-carenciadas o método RankProd identificou 211 GDEs (com p-valor mais estringente, < 0.01) e o método SAM identificou 126 GDEs. Estes resultados indicam maior distinção entre os grupos controles e afetados, o que possibilitou a identificação de 13 clusters, 11 deles com homogeneidade > 0,7. Vários genes pertencentes à mesma família gênica foram agrupados nestes clusters, sugerindo co-regulação em células de pacientes. Esses resultados preliminares apontam o tratamento de sincronização do ciclo celular por carenciamento como fator limitante na obtenção e análise de perfis de expressão gênica para o estudo das FLPs. A validação de 10 genes por PCR em tempo real de cada uma das análises será importante para a obtenção das conclusões finais. Apoio: CEPID/FAPESP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 75 Análise do perfil de expressão das metiltransferases da família NSD (WhSC) em linhagens de câncer de mama Moreira, JRL1,3; Henrique, BVM1,3; Diniz, JSV1; Sakamoto, LHT2; Pittella Silva,F1.3 Laboratório de Farmacologia Molecular. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Hospital de Apoio de Brasília, Núcleo de Genética 3 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília; Brasíla, Distrito Federal, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer de mama, epigenética, metiltransferases, NSD1, NSD2, NSD3 A epigenética refere-se a mudanças reversíveis no genoma que não alteram a sequência de nucleotídeos do DNA. Entre os principais mecanismos da epigenética estão as modificações nas histonas que têm um importante papel na regulação da estrutura da cromatina e atividades transcricionais. As enzimas metiltransferases são enzimas que transferem um grupo metil (CH3) da S-adenosil metionina, (SAM) que é o doador universal do grupo metila para os aminoácidos presentes nas histonas (lisinas e arginina). As modificações por metilaçao das lisinas nas caudas das histonas podem resultar na ativação ou repressão da transcrição de genes específicos dependendo do local onde ocorre a modificação. O aumento ou diminuição da expressão de uma metiltransferase pode interferir diretamente nos mecanismos epigenéticos que mantém a homeostase celular, resultando em um processo patológico. Neste estudo analisamos o perfil de expressão das metiltransferaes de lisina da família NSD (WHSC) que compreendem três genes, NSD1, que atua como regulador transcricional bifuncional e contém vários domínios protéicos entre eles o domínio SET encontrado em praticamente todas as metiltransferases de lisina. NSD2 (WHSC1) que interage com o sítio de ligação de DNA no receptor de androgênio via HMG e pode ser o responsável por promover carcinogênese em casos de alta expressão e NSD3 (WHSC1L1) que é encontrado junto com o NUP98 em alguns casos de leucemia aguda mielóide e é amplificado em alguns casos de câncer de mama. Analisamos a expressão destes genes em um painel de sete linhagens de câncer de mama e 3 linhagens não cancerígenas, dentre as quais 1 linhagem de carcinoma ductal da mama e sua contraparte não cancerígena de uma mesma paciente. Para tanto, obtivemos o RNA total de cada linhagem e sintetizamos o cDNA correspondente. Desenhamos e sintetizamos primers e sondas específicas para cada um dos genes, que foram utilizadas nas análises de expressão por PCR semi-quantitativo e por PCR em tempo real. Como resultado, observamos um aumento na expressão do gene NSD1 nas amostras cancerígenas em relação às amostras não cancerígenas. Já os genes NSD2 e NSD3 se comportaram de maneira oposta, com uma redução na expressão nas linhagens cancerígenas em relação às linhagens não cancerígenas. Estes resultados evidenciam a desregulação da expressão dos genes da família NSD nas diversas linhagens cancerígenas e mostram a importância da realização de um estudo mais abrangente no envolvimento de tais genes no processo da carcinogênese da mama. Esperamos que nossos resultados possam servir como base para estudos mais aprofundados em relação aos mecanismos que levam à expressão desregulada de tais enzimas no câncer de mama, visando a identificação de novos alvos terapêuticos e diagnósticos. Apoio financeiro: CNPq, UnB, FINATEC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 76 Evaluation of EpCAM expression in papillary carcinoma of thyroid and thyroid benign nodule Silva, MM1a; Caixeta, GN2a,3; Soares, RBA1ab,2b; Silva, RC1a,2a; Cunha, BCR1c; Leal, CBQS1c; Saddi, VA1ac,2a; Ayres, FM1a,3,4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás – aMestrado em Genética, bDepartamento de Medicina e cDepartamento de Biomedicina Associação de Combate ao Câncer em Goiás – Hospital Araújo Jorge – aSetor de Anatomia Patológica e bLaboratório de Oncogenética e Radiobiologia 3 Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós-Graduação em Biologia 4 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas [email protected] 1 2 Keywords: immunohistochemistry, epithelial cell adhesion, endocrine tumor, EpCAM, papillary carcinoma of thyroid. Papillary carcinoma of thyroid (PCT) is follicular tumor that constitutes 60% of the endocrine tumors. Besides, thyroid benign nodules are tumors of difficult diagnosis and therapeutic protocol. Almost 40% of the thyroid benign nodules are undiagnosed before thyroidectomy. Molecular and genetic markers for prognostic evaluation and cytological diagnosis of these tumors remain an unusual resource. The protein EpCAM is an important marker for epithelial tissue, which signaling pathway is positively correlated with cell proliferation and negatively correlated with cell differentiation, cell adhesion by caderin, and potential tumor dissemination. EpCAM is a 40KDa transmembrane glycoprotein down reagulated in the basolateral cell membrane of normal epithelia, pseudostratify or of transition. In order to evaluate the immune expression of EpCAM in PCT (n = 9) and in thyroid benign nodules (n = 42), immunohistochemistry was performed in paraffin-embedded specimens using ESA antibody (VU-1D9). EpCAM was low and moderately expressed in 80% and 20% of colloid goiter samples, respectively. In follicular adenomas, expression was moderate in 67% of the samples. Most of the thyroid benign nodules associated with chronic thyroiditis showed EpCAM hyper expression. There was no Ep-CAM expression in about 90% of PCT samples. Acknowledgment: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, PUC-GO, UEG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 77 Avaliação da expressão do gene SLC34A2 em linhagens de carcinoma de pulmão do tipo NSCLC (A549) em resposta ao tratamento com 17-Beta-estradiol Cerri, MF1; Rezende, LCD1; Lyra-Júnior, PCM1; Paes, MF1; Silva, D1; Sirtoli, GM1; Tommasi, BO2; Silva, IV3; Rangel, LBA4 1Programa de Pós graduação em Biotecnologia/RENORBIO, Universidade Federal do Espírito Santo 2 Instituto Tommasi de Pesquisa e Desenvolvimento 3 Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Espírito Santo 4 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras-chave: Carcinoma de Pulmão, SLC34A2, NaPi-IIb, 17-Beta-Estradiol. O carcinoma de pulmão (CP) representa um grande desafio à saúde mundial, configurando-se como a principal causa mortis por câncer entre homens e mulheres. No Brasil, são estimados 27.630 novos casos de cânceres de pulmão, traquéia e brônquio no ano de 2010, sendo 500 casos (170 mulheres e 330 homens) esperados para o estado do Espírito Santo. SLC34A2 é um membro da família de genes carreadores de soluto e codifica uma proteína membranar de multi-passagem composta por 690 aminoácidos, o transportador de fosfato do tipo IIb (NaPi-IIb). Tal transportador utiliza o gradiente eletroquímico de íons sódio para realizarem co-transporte de sódio e fosfato e é expresso fisiologicamente em uma variedade de tipos celulares, dentre as quais as células pulmonares alveolares do tipo II. Quanto à importância de NaPi-IIb para o CP, já foi reportado que o gene SLC34A2 tem expressão reduzida em até dez vezes em amostras de câncer de pulmão quando comparada ao pulmão normal. O estrogênio endógeno e o exógeno são reconhecidos fatores de risco ao CP em mulheres, e possivelmente desempenham um papel no desenvolvimento do CP, particularmente, adenocarcinomas. Adicionalmente estudos recentes têm proposto uma possível relação entre a ação estrogênica e a superexpressão de NaPi-IIb em células não cancerosas. Para tal estudo foi utilizada a linhagem de CP A549. Foram testadas 4 concentrações de 17-Beta-Estradiol (100pg/ml; 500pg/ml; 1000pg/ml; 5000pg/ml), além de um controle tratado apenas com o veículo. As células foram lisadas diretamente nas placas de cultura com o reagente TRIZOL e em seguida o RNA foi extraído seguindo protocolo da empresa. O RNA extraído foi utilizado para síntese o DNA complementar (cDNA) empregando-se o High Capacity cDNA Reverse Transcription Kit. A expressão gênica foi analisada pela técnica de qRT-PCR utilizando equipamento 7.300 Real Time PCR Systems e empregando SYBR Green PCR Master Mix como sistema de detecção. A quantificação relativa da expressão gênica foi realizada através do cálculo do delta-delta Ct utilizando dois genes housekeepings: GAPDH e Beta-Actina. Observamos nesse estudo uma expressão baixa de NaPi-IIb na linhagem A549 e ainda uma tendência de diminuição da expressão do gene SLC34A2 em resposta ao tratamento com 17-Beta-Estradiol. Tal tendência é oposta ao que foi descrito na literatura para o tratamento de células intestinais com estrogênio. Todavia, já foi descrito que a diminuição da expressão de NaPi-IIb está associada à transformação maligna no pulmão, e os dados coletados sugerem que a diminuição da expressão de NaPi-IIb pode estar associada à ação pró-carcinogênica do estrogênio no CP. Apoio financeiro: FAPES, FACITEC, CNPq, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 78 Avaliação da expressão do receptor de leptina como candidato a marcador de agressividade tumoral em pacientes com carcinoma epidermóide de boca e orofaringe Silva, AMA1,2; Alves, LU3; Mercante, AMC2; Carvalho, MB2 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Centro Universitário Fundação Santo André, Santo André, SP – Brasil Hospital Heliópolis, Heliópolis, São Paulo – Brasil 3 Bolsista do programa de iniciação científica (PIIC 2008-2009) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Centro Universitário Fundação Santo André, Santo André, SP - Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Carcinoma epidermóide de boca e oroaringe, Receptor de Leptina, Leptina, Imunohistoquímica. Introdução: O carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço representa 90% dos tumores das vias aerodigestivas superiores, relacionado principalmente ao etilismo e tabagismo associados à susceptibilidade genética. Visto a agressividade tumoral desse tipo de carcinoma, o grupo de pesquisa do Projeto Genoma Clínico de Câncer de Cabeça e Pescoço selecionou da lista de genes mais expressos em tumores menos agressivos, através da técnica de microarray, o gene LEPR que codifica o receptor de leptina, responsável pela sensação de saciedade e gasto de energia quando ativado por seu ligante, a leptina. O produto do gene LEPR é um receptor de citosina classe 1 que está envolvido na ativação da trancrição gênica, através de diversas vias de sinalização (STAT, MAPK e P13K). A LEPR junto ao seu ligante atua como mitógeno em diversos tipos de células, como em células neoplásicas e normais epiteliais, de colo de útero e da mama. Atua também no processo de formação de novos vasos sanguíneos em tecidos normais e neoplásicos atuando como promotora na expressão de genes que promovem a angiogênese. Estão também associados com a aparição de diversas outras neoplasias como o câncer de mama, colo, fígado, próstata, pâncreas, rins, estômago e leucemias. Eles estão também associados aos processos de resposta imunológica e inflamatória, reprodução, formação dos ossos, cicatrização dentre outras funções ainda em estudo. Objetivos: Avaliar a expressão do produto do gene LEPR através da técnica de imunohistoquímica em carcinoma epidermóide de boca e orofaringe. Relacionar a expressão do gene LEPR com a agressividade tumoral medida pelo TNM e histologia. Relacionar a expressão do gene LEPR com a sobrevida global e livre de doença nos pacientes com carcinoma epidermóide de boca e orofaringe. Materiais e Métodos: O estudo histológico analisou 85 lâminas contendo material neoplásico proveniente de pacientes com carcinoma epidermóide de boca e orofaringe. As lâminas foram coradas com hematoxilina-eosina e analisadas ao microscópio óptico para a avaliação das características histopatológicas do tecido. O estudo imunohistoquímico contou com a confecção de uma lâmina, através da técnica de tissue micro array, contendo o material tumoral de todos os pacientes. Os materiais foram submetidos ao anticorpo anti-Lepr e analisados no microscópio óptico para avaliação da intensidade e abrangência da marcação. Conclusões: Apesar de diversos trabalhos evidenciarem relação entre o receptor de leptina e diversos tipos de neoplasias, no presente estudo não foi encontrada relação entre agressividade tumoral medida pelo TNM, o estado clinicopatológico do paciente e a sobrevida global e livre de doença com a expressão da LEPR. Novos resultados podem ser obtidos se, em estudos posteriores forem analisados a expressão do receptor de leptina na margem tumoral, livre de doença, dos pacientes com o carcinoma e ou aumentado o número de casos do estudo. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 79 Estudo in vivo de expressão do gene alfa-L-Iduronidase em modelo murino de mucopolissacaridose I utilizando o sistema phiC31. Stilhano, RS1; Matsumoto, PK1; Melo, SM1; Silva, FH1; Pereira, VG2; D’Almeida, V2 e Han, SW1 Departamento Biofísica – CINTERGEN, UNIFESP, São Paulo/SP Departamento de Pediatria, UNIFESP, São Paulo/SP 1 2 Palavras-chave: alfa-l-iduronidase, mucopolissacaridose tipo i, phic31, hidrodinamica, terapia genica Introdução e objetivo: A mucopolissacaridose do tipo I (MPSI) é uma doença lisossomal, sem tratamento eficaz até o momento, causada por mutações no gene que codifica a enzima α-L-iduronidase (IDUA). Dessa forma o objetivo do trabalho foi desenvolver um novo sistema de transferência do gene IDUA para obter alta expressão da enzima em longo prazo em camundongos C57Bl/6, utilizando a integrase phiC31. Métodos e Resultados: Foram construídos os seguintes vetores: uP-IDUA (expressa IDUA sob controle do promotor CMV completo), uP-attB-IDUA (uP-IDUA com o sítio attB), p-attB-CAG-IDUA (expressa IDUA sob controle do promotor CAG), uP-INT (expressa a integrase). Foi feito um ensaio de transferência gênica, utilizando injeção hidrodinâmica na veia da cauda em camundongos C57Bl/6 selvagens tratados ou não com ciclofosfamida (CTX). Nos animais que receberam os plasmídeos uP-INT e uP-attB-IDUA ou p-attB-CAG-IDUA observou-se que a atividade da IDUA caia para 10 U/mL sete dias após a injeção no grupo não tratado com CTX. Nos animais tratados com os plasmídeos uP-INT e p-attB-CAG-IDUA e o imunossupressor a atividade da IDUA permaneceu por 30 dias após a injeção. Os plasmídeos p-attB-CAG-IDUA e uP-INT e a imunossupressão foram testados em 7 animais nocautes para o gene IDUA (KO-IDUA), 15 dias após a injeção a maior parte dos animais apresentaram níveis basais de IDUA, sendo que um animal apresentou a dosagem de 2U/mL 21 dias após a injeção, níveis similares a de um animal heterozigoto. Conclusão: Os nossos resultados indicam que a expressão de IDUA duradoura em animais depende principalmente de dois fatores: do promotor/enhancer do vetor e da resposta imune. O promotor CAG conseguiu sustentar a expressão de IDUA in vivo bem melhor do que o promotor puramente do CMV, mas ainda não se sabe causas da diferença de resposta por estes promotores. A necessidade de pré-tratamento com CTX para manter a expressão in vivo longamente, sugere que as células transfectadas poderão ser alvo de ataque pelo sistema imune do animal. Acredita-se que a resposta imune seja contra a proteína IDUA, mas não se descarta da reação contra o plasmídeo ou da phiC31 recombinase. Investigações estão em andamento para entender estes resultados. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 80 Avaliação da expressão de antígenos Câncer/Testículo (CTAs) em carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço Zamuner, FT1; Karia, BTR1; Carvalho, AL2; Vettore, AL1 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Hospital do Câncer de Barretos [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer de cabeça e pescoço, antígenos câncer/testículo, imunoterapia. Entre os dez cânceres mais freqüentes encontram-se os cânceres de cabeça e pescoço com mais de 500.000 novos casos diagnosticados anualmente no mundo, sendo a maioria (90%) representada pelos carcinomas epidermóides (CECP). Apesar das inúmeras estratégias no tratamento utilizadas para o CECP, a taxa de sobrevida global em 5 anos encontra-se próxima a 50%, sendo que, o desenvolvimento de recorrências loco-regionais é a principal razão para a falha no tratamento. As cirurgias de CECP são, geralmente, mutilantes e requerem extensiva reconstrução. O desenvolvimento de novas terapias e sua integração nas atuais formas de tratamento (incluindo cirurgia, radioterapia e quimioterapia) é de grande interesse para a melhoria da eficácia terapêutica. A imunoterapia pode prover uma alternativa ao modelo estabelecido de tratamento, uma vez que a resposta imune natural pode ser estimulada por uma intervenção imunoterapêutica ativa a qual pode auxiliar no controle da progressão tumoral e das recaídas. Um pré-requisito para o desenvolvimento de abordagens imunoterapêuticas baseadas em antígenos tumorais específicos é a identificação de produtos gênicos imunogênicos expressos predominantemente nas células tumorais. Os antígenos câncer/testículo (CTAs) formam um grupo de peptídeos cuja expressão esta restrita a tumores e células da linhagem germinativa. Portanto, os CTAs são candidatos ideais para o desenvolvimento de imunoterapia mediada por anticorpos ou linfócitos T citotóxicos, pois ocasionam uma resposta imuneespecífica onde os alvos são as células cancerígenas, que expressam os CTAs, poupando células normais, que não os expressam (ou apresentam baixos níveis de expressão). O estudo proposto teve como finalidade determinar os níveis de expressão de 30 CTAs em 27 amostras de carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (CECP) e em 10 amostras de mucosa normal, de indivíduos sem diagnóstico de câncer. Assim, se pretende selecionar possíveis antígenos câncer/testículo que apresentaram altas freqüências de expressão em CECP, e correlacionar esta expressão com os dados clínico-laboratoriais dos pacientes. A expressão foi avaliada através de experimentos de RT-PCR e os produtos obtidos foram visualizados em eletroforese em gel de agarose. Os CTAs MAGEA4, SPANX, MAGEA3/6, MAGEB2 e HORMAD apresentaram especificidade de 100% quando avaliados nas amostras normais, e alta sensibilidade, MAGEA4 (67%), SPANX (59%), MAGEA3/6 (56%), MAGEB2 (52%) e HORMAD (52%). O passo seguinte será avaliar a expressão destes CTAs em cerca de 150 casos de CECP e verificar se existe uma correlação entre as características clínico-patológicas destes pacientes e a expressão destes antígenos. Estes resultados poderão servir de base para a elaboração de estratégias de imunoterapia para o tratamento desta doença maligna. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 81 Estudo da expressão de genes relacionados a pluripotencialidade e à exclusão de drogas em câncer oral Oliveira, SM1; Paula, VHFMS1; Nascimento, LA2; Motoyama, AB1 1.Laboratório de Farmacologia Molecular, Faculdade de Ciências da Saúde 2.Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB) [email protected] Palavras-chave: células-tronco tumorais, genes de pluripotencialidade, transportadores ABC, nanog,oct4. As células-tronco (CT) tumorais foram funcionalmente definidas como aquelas com capacidade de originar novos tumores, sendo assim denominadas pelas suas similaridades com as cognatas normais, sobretudo em: pluripotencialidade e capacidade de exclusão de drogas e corantes. Acredita-se que a pluripotencialidade em células normais possa ser mantida e/ou re-adquirida pela expressão de genes relacionados à primitividade, como os “ fatores de Yamanaka - oct4, klf4, nanog e c-myc” (Takahashi et al 2007), cuja expressão forçada conferiu pluripotencialidade a células já diferenciadas ( fibroblastos humanos). Postula-se que a exclusão de drogas observada em uma reduzida subpopulação (“side population”) se deva à expressão desregulada de canais da família ABC (“ATP-biding cassette”), dos quais o gene mdr-1 (multiple drug resistance-1), é um membro. Embora a relação causa-efeito entre as características de CTs e o aparecimento de tumores ainda seja controverso, tal hipótese tem enormes implicações clínicas. A pluripotencialidade favoreceria o aparecimento de novos tumores, mesmo após remoção cirúrgica ou ablação química da massa tumoral detectável, enquanto a capacidade de exclusão de drogas impediria que as CTs tumorais fossem eliminadas com tratamentos convencionais; característica favorável ao aparecimento de recidivas e metástase. Dessa forma, o conhecimento dos padrões de expressão dos genes de pluripotencialidade e de membros da família ABC possibilitaria o diagnóstico precoce e um prognóstico mais preciso; algo extremamente relevante sobretudo em tipos tumorais cujos marcadores para a detecção molecular são ainda escassos, como o câncer oral. Para ele, formas terapêuticas não avançaram muito nas última décadas, fato atestado pela alta taxa de mortalidade (cerca de 50% dos pacientes sucumbem em até 5 anos pósdiagnóstico). A forma terapêutica mais comumente empregada é radioterapia adjuvante após a remoção cirúrgica, que frequentemente resulta em perdas funcionais e estéticas. Diante da necessidade da correta identificação das CTs a nível molecular, o presente projeto teve como objetivo investigar a expressão de genes envolvidos na pluripotencialidade (oct4, nanog, rex1, sox2, notch3, klf4, c-myc) e de canais transmenbrânicos (abcb1,abcc1 e abcg2) em células tumorais. A expressão desses genes foi analisada em linhagens de carcinoma oral (SCC-3, SCC-4 e SCC-25) e em amostras de 4 pacientes do Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB) por RT-PCR. Resultados preliminares sugerem que gene notch3 parece estar super-expresso em algumas amostras, enquanto que a maioria dos demais genes investigados parece não ter sua expressão alterada em tumores orais. É necessário um maior número de amostras para que se possa avaliar se os genes relacionados a pluripotencialidade e os que codificam para canais de exclusão de drogas podem servir como marcadores para a presença de CTs tumorais. Apoio financeiro: CNPq e Finatec 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 82 Quantificação relativa dos níveis transcricionais do gene TLR4 em pacientes com câncer de próstata Araújo, TG1; Neves, AF2; Marangoni, K1; Alves, PT1; Ueira-Vieira, C1; Goulart, LR1 Laboratório de Nanobiotecnologia, Instituto de Genética e Bioquímica – Universidade Federal de Uberlândia Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás – GO [email protected] 1 2 Palavras-chave: TLR4, câncer de próstata, expressão gênica, sangue periférico, hiperplasia benigna Atualmente, o câncer de próstata (CaP), é o segundo mais diagnosticado após o câncer de pele não melanoma e estima-se, para 2010, cerca de 52 mil novos casos de tumores de próstata no Brasil. Pesquisas têm mostrado que o sistema imunológico pode ser iniciado, nos tumores, por duas vias, sendo a primeira em resposta contra os antígenos associados ao tumor (TAA), e a segunda contra os antígenos específicos ao tumor modificando a estrutura ou expressão de proteínas próprias. A ativação diferencial de TLR4 por ligantes naturais induz uma série de mecanismos subseqüentes que envolvem a expressão de genes inflamatórios e o controle da proliferação e apoptose celulares, mecanismos envolvidos na gênese e progressão em diversos cânceres. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou avaliar os níveis transcrionais do gene TLR4 e sua associação com o desenvolvimento e/ou progressão do CaP. Foi extraído o RNA total do sangue periférico de 54 pacientes com CaP, 23 com hiperplasia prostática benigna (HPB) e em 78 indivíduos jovens (controles saudáveis). A idade dos indivíduos com CaP e HPB variou de 44 a 85 anos, com média de 62 anos e dos controles saudáveis de 18 a 30 anos, com média de 23 anos. A expressão relativa desse gene foi calculada por PCR em tempo real utilizando-se o método Ct comparativo. Os resultados obtidos mostraram que a expressão de TLR4 foi significativamente maior nos indivíduos com hiperplasia do que com câncer ou controles saudáveis. A média dos níveis relativos dos transcritos foi 1.64 vezes maior na doença benigna do que no câncer. Foi verificada uma baixa, porém significativa correlação (p<0.05) entre os dados de expressão e os valores de Gleason. Não houve correlação entre os resultados obtidos e os dados de estadiamento dos tumores ou entre os resultados e os valores de PSA. Conclusões: A maior detecção do gene TLR4 na hiperplasia benigna revela a presença de mecanismos moleculares distintos envolvidos na gênese e desenvolvimento do câncer de próstata e das alterações benignas do órgão. O estudo de seu papel na biologia do tumor e sua participação em mecanismos de sinalização intracelulares pode auxiliar a compreender os multifatores envolvidos na doença. Portanto, pesquisas adicionais são necessárias a fim de identificar seus ligantes e produtos e correlaciona-los com as alterações moleculares e biomarcadores até então identificados. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 83 Avaliação da expressão do gene SLC34A2 em linhagens de Carcinoma de Pulmão do tipo NSCLC (A549 e H460) em resposta ao tratamento com moduladores das vias de sinalização de PKC e PKA Cerri, MF1; Rezende, LCD1; Paes, MF1; Lyra-Junior, PCM1; Silva, D1; Sirtoli, GM1; Coitinho, LB1; Tommasi, BO2; Silva, IV3; Rangel, LBA4 1Programa de Pós graduação em Biotecnologia, Universidade Federal do Espírito Santo 2 Instituto Tommasi de Pesquisa e Desenvolvimento 3 Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Espírito Santo 4 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras-chave: Carcinoma de Pulmão, SLC34A2, NaPi-IIb, PKC, PKA, Calfostina C. O carcinoma de pulmão (CP) representa um grande desafio à saúde mundial, configurando-se como a principal causa mortis por câncer entre homens e mulheres. No Brasil, são estimados 27.630 novos casos de CP, traquéia e brônquio no ano de 2010, sendo 500 casos (170 mulheres e 330 homens) esperados para o estado do Espírito Santo. SLC34A2 é um membro da família de genes carreadores de soluto que codifica uma proteína membranar de multi-passagem composta por 690 aminoácidos, o NaPi-IIb. É sabido que sua expressão alterada ocorre em cânceres de origem epitelial. SLC34A2 tem função conhecida no pulmão, e é expresso de maneira gradativamente maior durante o desenvolvimento pulmonar, e com padrão de expressão gênica com tendência oposta à observada durante o desenvolvimento pulmonar fetal. Assim SLC34A2 tem expressão reduzida em até dez vezes em amostras de CP quando comparada ao pulmão normal. Devido à alta especificidade e à expressão gênica no câncer, tem sido sugerido que SLC34A2 pode representar um marcador tumoral clinicamente útil, contudo ainda carecemos de dados no CP. Sabendo do papel central das isoenzimas de PKC na carcinogênese e aliado a estudos que demonstram que a administração de AMPc estimula a expressão de mRNA de NAPi-IIb em células alveolares tipo II de ratos adultos, propusemos a avaliação da correlação entre PKA (mediador de AMPc) e PKC e os níveis de expressão de NaPi-IIb nas células de CP humanas. Para cada linhagem celular empregada (A549 e H460), foram testadas as ações de reagentes com ação ativadora ou inibitória sobre PKC ou PKA na expressão de NaPi-IIb. Para tanto, utilizou-se PMA, Calfostina C, dB AMPc e KT 5720. As células foram lisadas diretamente nas placas de cultura, em seguida o RNA foi extraído com o reagente TRIZOL, com posterior quantificação. Sintetizou-se o DNA complementar (cDNA) do RNA extraído das linhagens celulares estudadas através do mecanismo de transcrição reversa, empregando-se o High Capacity cDNA Reverse Transcription Kit. A técnica de qRT-PCR foi feita com o equipamento 7.300 Real Time PCR Systems, utilizando-se o SYBR Green PCR Master Mix como sistema de detecção. Em nossas análises, notamos que PKC e PKA não influenciaram a expressão de SLC34A2/NaPi-IIb nas linhagens de NSCLC avaliadas. Observouse, contudo, um aumento considerável na expressão desse gene quando tratado com Calfostina C, provavelmente, por um mecanismo independente de seu papel clássico na inibição de PKC. Sabe-se que Calfostina C pode induzir apoptose em algumas linhagens celulares tumorais por mecanismos que ainda não foram completamente elucidados. Dessa forma, sugerimos um possível envolvimento de NaPi-IIb nessa via pró-apoptótica, que corrobora o fato de tumores do tipo NSCLC apresentarem expressão reduzida de NaPi-IIb quando comparados ao pulmão normal. Apoio financeiro: FAPES, FACITEC, CNPq, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 84 Avaliação da expressão dos genes Bcl2 e FN1 em pacientes com câncer de pele submetidos ao tratamento com terapia fotodinâmica no Distrito Federal Matos, LG¹; Carmo, NG¹,²; Soares, SKP²,4; Morais, PC²; Testeco, AC³; Lacava, ZGM²; Andrade, RV¹ ¹Laboratório de Ciências Genômicas e Biotecnologia - Universidade Católica de Brasília ²Universidade de Brasília.³Universidade de Ribeirão Preto.4Hospital Regional da Asa Norte – HRAN [email protected] Palavras-chave: câncer de pele, neoplasias não melanoma, terapia fotodinâmica, expressão gênica. Dentre todos os tipos de câncer, o câncer de pele é o que ocorre em maior número e aquele cuja incidência mundial tem aumentado rapidamente nas últimas décadas, correspondendo a aproximadamente 25% de todos os tumores registrados no Brasil. Entretanto, a escolha do tratamento depende do tipo histológico da neoplasia, localização, idade, condições clínicas, número de tumores encontrados em um mesmo indivíduo e das condições e equipamentos da unidade de saúde onde o paciente será tratado. Na maioria das vezes, o tratamento de escolha para o câncer de pele é a exérese cirúrgica. Outras modalidades terapêuticas foram desenvolvidas, uma vez que muitos pacientes apresentam mais de um tumor e, dependendo do tipo de neoplasia e localização, as mutilações podem ser grandes. Soma-se o fato do câncer de pele incidir preferencialmente em uma população idosa, em que, devido às condições clínicas do paciente, a cirurgia tradicional é muitas vezes contra-indicada. Neste contexto, a terapia fotodinâmica vem como proposta terapêutica para casos inoperáveis e pacientes sem condições cirúrgicas. Esta se baseia na aplicação tópica na lesão cutânea de um pró-fármaco, o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA), seguida, após um período de oclusão de aproximadamente 3 horas, pela iluminação da lesão com uma luz com comprimento de onda na região da janela terapêutica, por exemplo, em 630 nm. No local da aplicação, por meio de uma série de reações bioquímicas celulares, o 5-ALA é enzimaticamente convertido em um agente fotossensibilizante endógeno ativo, a protoporfirina IX (PPXI), que sensibiliza as células neoplásicas à ação da luz, desencadeando um processo de apoptose. Assim, o presente trabalho tem como objetivo a análise da expressão dos genes Bcl-2 e FN1, por qRT-PCR, em lesões neoplásicas e pré-neoplásicas de pacientes com doença de Bowen e carcinoma basocelular antes e após a aplicação da terapia fotodinâmica. Os resultados obtidos mostram uma alteração significativa na expressão destes genes no pós-tratamento semelhante à expressão do tecido não comprometido, sugerindo que tanto na análise molecular como na análise clínica a terapia fotodinâmica representa uma terapêutica promissora para o tratamento do câncer de pele. Apoio financeiro: HRAN, FAP-DF, UCB, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 85 Clinical implication of EpCAM expression in breast ductal carcinoma Caixeta, GN1a,2; Soares, RBA1b,3ab; Mühlbeier, DFM3a; Silva, RC1a,3a; Fraga Jr., AC1a; Paula, EC1a; Saddi, VA1a,3ac; Ayres, FM2,3a,4 Associação de Combate ao Câncer em Goiás – Hospital Araújo Jorge – aSetor de Anatomia Patológica e bLaboratório de Oncogenética e Radiobiologia 2 Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós-Graduação em Biologia 3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás – aMestrado em Genética, bDepartamento de Medicina e cDepartamento de Biomedicina 4 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas [email protected] 1 Key-words: cancer, immunohistochemistry, epithelial cell adhesion, prognosis, metastasis, survivall. Breast cancer is the second most common tumor in the world and the first among women. In the past two decades, several breast cancer studies focused on the expression and on the possible routes of cellular signaling for the epithelial cell adhesion molecule (EpCAM). This protein was found overexpressed in many malignant tissues of epithelial origin, including breast cancer. The role of EpCAM protein in tumor cells remains controversial. It is hypothesized that cell adhesion by EpCAM reduces metastasis. Although, if the strong cell adhesion by caderin were replaced by the weak homophilic adhesion of EpCAM, it may promote tissue invasion and metastasis. Our study aimed to investigate the clinical implications of EpCAM in breast ductal carcinoma. By immunohistochemistry, we found no EpCAM expression in 10 cases (10,2%), low EpCAM expression in 45 cases (45,9%) and overexpression in 43 cases (43,9%). No correlation was found between EpCAM protein overexpression and the five-year overall survival of breast cancer patients, even for those with axillary lymph node involvement. Similarly, there was no correlation between EpCAM protein expression and classical prognostic factors, including tumor size, axillary lymph node involvement, hormone receptors, c-erbB-2 overexpression and p53 immunedetection. Also, no correlation was found for distant metastasis and EpCAM overexpression Acknowledgment: CAPES, CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, PUC-GO, UEG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 86 Expressão do gene PCA3 envolvendo os exons 3 e 4 em amostras de pacientes com câncer de próstata por RT-PCR convencional e por tempo real Neves, AF1; Araújo, TG2; Marangoni, K2; Goulart, LR2. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás – GO Laboratório de Genética Molecular, Instituto de Genética e Bioquímica – Universidade Federal de Uberlândia [email protected] 1 2 Palavras-chave: PCA3/DD3, RT-PCR, expressão gênica, câncer de próstata, hipertrofia prostática benigna. Introdução: O câncer de próstata (CaP) é o segundo mais comum em homens, e seus índices de incidência aumenta a cada ano. Até o momento, o PCA3 é o marcador mais específico para o CaP. O gene PCA3 apresenta em sua estrutura transcricional quatro exons, sofrendo processamento alternativo do exon 2 em cerca de 95% dos transcritos provenientes de tecidos prostáticos. Os eventos de poliadenilação alternativa podem ocorrer em três diferentes posições do exon 4 (4a, 4b e 4c). O clone de cDNA mais frequentemente encontrado contém os exons 1, 3, 4a and 4b. Contudo, os dados quanto à constituição de exons do PCA3 que está associada ao CaP tem sido controversos. Alguns autores consideram que a região do PCA3 associada à próstata envolve uma variante contendo o exon 4, enquanto outros tem demonstrado que a expressão deste gene é superexpressa e específica de tumores prostáticos humanos utilizando primers localizados nos exons 1 e 3. Objetivo: Diante do exposto, o presente estudo foi realizado a fim de avaliar a utilização clínica de diferentes sequências do PCA3 para diagnóstico do CaP. Métodos: A RT-PCR convencional-Nested foi utilizada em 34 amostras de sangue periférico de pacientes com CaP (N= 24) e hiperplasia benigna (HPB, N= 10) e a quantificação fluorescente por RT-PCR em Tempo-Real foi realizada em 38 amostras de biópsia prostática (CaP N= 30 e HPB N= 8). No sangue periférico foram testadas as combinações de primers que se anelam nos exons 1 e 4; e exons 1 e 3, gerando produtos de 277 e 90-pb, respectivamente; enquanto no tecido prostático foi testada a combinação exons 1 e 3. A escolha de um amplicon menor do PCA3 nas reações por Tempo-Real foi realizada com intuito de favorecer a performance da reação pelo uso de sondas fluorescentes TaqMan, com dupla marcação 5’-FAM e 3’-TAMRA. Resultados: No sangue periférico, quatro dos 24 pacientes de CaP foram PCA3 positivos enquanto todos os casos de HPB foram PCA3 negativos, apresentando completa concordância de resultados entre as sequências geradas pelas combinações contendo o exon 3 ou o exon 4. No tecido prostático, o PCA3 foi superexpresso nos casos de CaP comparado à HPB. Discussão: O trabalho apresentado confirma que ambos, os exons 3 e 4 são regiões do PCA3 próstata específicas e o RNA deste gene é específico do CaP podendo apresentar expressão aumentada de forma independente de qual sequencia foi amplificada. Conclusão: Desta forma, tanto a RT-PCR Nested realizada no sangue periférico, como a RT-PCR por Tempo Real realizada em fragmentos prostáticos para amplificação de cDNA a partir de oligos desenhados nos exons 3 ou 4 do gene PCA3 são valiosas ferramentas moleculares para diagnóstico do CaP em importantes amostras biológicas. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG. No. resumo: 29215 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 87 Análise de expressão comparativa de genes da família MLL codificadores de metiltransferases em carcinomas de mama Almeida, CLV1.2.; Henrique, BVM1,2. ; Diniz, JSV1; Pittella Silva, F1,2. Laboratório de Farmacologia Molecular. Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal. Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: epigenética, câncer de mama, MLL(ALL-1), MLL2, MLL3, MLL4, MLL5, expressão gênica. O conhecimento e o estudo da epigenética são importantes para a verificação da regulação de expressão gênica. As alterações epigenéticas são as alterações da cromatina e do DNA que não alteram a seqüencia dos nucleotídeos e são estáveis nas divisões celulares. A família de genes MLL (Mixed-Lineage Leukemia) é composta por cinco membros: MLL(ALL-1), MLL2, MLL3, MLL4 e MLL5. Desses cinco, quatro possuem atividade de metiltransferase de lisina, metilando a histona H3 da lisina 4, exceto o MLL5 cuja atividade ainda não foi elucidada. A família MLL tem como característica um domínio SET (suppressor-enhancer of zeste trithorax) conservado em todos os genes. A análise de genes codificadores de metiltransferase assume papel importante para um maior aprofundamento da relação entre a metilação das histonas com a expressão gênica, com controle epigenético e conseqüentemente com doenças como o câncer. Neste trabalho analisamos o perfil de expressão dos cinco genes da família em linhagens de câncer de mama em comparação com linhagem não cancerígena. Para verificar a expressão gênica da família MLL codificadoras de metiltransferase em carcinomas de mama, foram cultivadas linhagens de carcinoma mamário e linhagens normais. A partir dessas culturas, foi extraído o RNA total dessas células que foi utilizado para síntese de cDNA com transcriptase reversa. Para os ensaios de expressão foram desenhados primers específicos para cada gene da família MLL. A expressão comparativa de cada gene foi realizada por PCR semi-quantitativo e confirmadas por PCR em tempo real. Verificamos alterações nos padrões de expressão de cada gene dependendo da linhagem analisada. Avaliando-se a expressão geral dos cinco genes, a maioria está com a sua expressão diminuída em linhagens cancerígenas em comparação com as linhagens não cancerígenas. Essa análise comparativa de expressão dos genes da família MLL em linhagens de câncer de mama são de relevada importância para estudos dessa nova classe enzimática nos fenômenos que levam à carcinogênese. Os dados obtidos neste trabalho servirão de base para a análise de expressão em amostras clínicas de pacientes e sua provável correlação com a carcinogênese mamária. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 88 Expressão dos genes DNMT1, DNMT3A e DNMT3B em glioblastoma Moreno, DA1; Queiroz, RGP1; Scrideli, CA1; Tone, LG1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Palavras-chave: Glioblastoma, câncer, metilação, DNMTs, expressão gênica Introdução: O glioblastoma é um dos tipos de tumor do sistema nervoso central de comportamento mais agressivo e de pior prognóstico. Apesar dos avanços nas estratégias atuais de tratamento, a sobrevida de pacientes é extremamente baixa. Uma das características deste tumor é a instabilidade genômica que pode ser provocada por alterações no padrão normal de metilação do DNA. A hipometilação representa um evento importante na transformação maligna promovendo reativação de elementos transponíveis e surgimento de aneuploidias comprometendo a estabilidade genômica. Esses eventos podem resultar de mutações ou expressão anormal dos genes das DNA metil-transferases (DNMTs) que estão envolvidos no processo de metilação do DNA. Muitos trabalhos têm associado alterações na expressão dos genes das DNMTs a instabilidade genômica em diversos tipos de neoplasias, entretanto pouco se sabe a respeito da atividade desses genes em glioblastomas.O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil de expressão dos genes DNMT1, DNMT3a e DNMT3b em linhagens de glioblastoma. Foram utilizadas 6 linhagens de glioblastoma e uma amostra de substância branca não-neoplásica. A quantificação do mRNA foi realizada através da técnica de PCR em tempo real pelo método TaqMan. Foram utilizados 2 genes de referência (HPRT e TBP) e uma amostra de substância branca não-neoplásica como calibrador das reações. Foi observada uma expressão relativa menor dos genes DNMT1 (0,49) e DNMT3A (0,09) nas linhagens de glioblatoma (U87; U343; SF188; T98G; LN319 e U251) comparando-se com a amostra de substância branca não neoplásica. A expressão do gene DNMT3B variou de 0,27 a 4,22 entre as linhagens e a média foi de 2,45 vezes em relação à substância branca. Os resultados deste trabalho sugerem que a expressão dos genes das DNMTs pode estar associada ao desenvolvimento do glioblastoma e que podem representar um alvo importante para o estudo desta patologia. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 89 Seleção de peptídeos específicos para o futuro desenvolvimento de biomarcadores para câncer de próstata Fujimura, PT1; Capparelli, FE1; Priuli, AS1; Reis, CF1; Siquieroli, ACS1; Campos, TA1; Goulart, LR1; UeiraVieira,C1 1 Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia Palavras-chave: Phage display, marcadores tumorais, microesferas, câncer de próstata, motivo FPWL O câncer de próstata é a segunda causa de óbitos por tumor em homens, sendo superado apenas pelo câncer de pulmão. Atualmente, o único marcador sérico na avaliação clínica é o PSA. Assim, identificação de novos antígenos ou genes específicos do câncer de próstata, o estudo sobre o reconhecimento molecular em câncer, e a inovação dos diagnósticos, pode prover o desenvolvimento de novos biomarcadores, de terapias específicas, e bem como, fornecer resultados de diagnósticos mais rápidos a fim de auxiliar os médicos. Neste trabalho, foi executada uma seleção de peptídeos a partir de um repertório de anticorpos circulantes associados ao tumor por meio da metodologia de Phage Display, e padronizou-se o acoplamento dos fagos à microesferas para o desenvolvimento de uma plataforma de diagnóstico. Foram isolados peptídeos reconhecidos por anticorpos purificados a partir do soro de pacientes com câncer de próstata para a obtenção de biomarcadores ou na descoberta de novas etiologias para o tumor. Para seleção dos peptídeos foi realizado um bioppaning subtrativo, seguida de uma seleção positiva utilizando uma biblioteca de peptídeos Ph.D.-C7C expressa na superfície do fago filamentoso M13. O DNA dos fagos selecionados foi seqüenciado, traduzido, e os diversos clones foram submetidos aos ensaios de ELISA e bioinformática. A análise das seqüências de clones selecionados apresentou um motivo comum FPWL, os quais, relacionavam com o estadiamento do tumor pT1 e pT2, e especificamente com câncer associado a neoplasia intra-epitelial prostática. Um clone com a seqüência diferente reconheceu o tumor e estadiamento T4 nenhum para pT3. Dessa forma, explorar a resposta humoral diferencial do câncer pode sugerir, através de marcadores e alvos moleculares, a intervenção diagnóstica e terapêutica adequada. Apoio financeiro: FAPEMIG, CAPES, CNPq, UFU 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 90 Hiper-expressão de genes específicos em margens cirúrgicas de pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço: correlação com o desenvolvimento de recidiva local e segundos tumores primários de Carvalho, AC1; Soares, FA2; Kowalski, LP4; de Carvalho, TG1; Carvalho, AL3; Vettore, AL1 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo Departamento de Patologia, Hospital A.C. Camargo 3 Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Hospital do Câncer de Barretos 4 Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Hospital A.C. Camargo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Carcinoma Epidermóide de Cabeça e Pescoço, Margens cirúrgicas, Expressão gênica, Segundo tumor primário, Recidiva local O carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (CECP) é uma doença com alta incidência e mortalidade. O desenvolvimento de recorrências loco-regionais é a principal razão para a falha no tratamento e a presença de tumor microscópico nas margens cirúrgicas contribui com o aumento da taxa de recorrência local e redução da sobrevida global. Por isso, a obtenção de margens cirúrgicas livres de tumor é de extrema importância para a sobrevida livre de doença destes pacientes. A extensão da ressecção cirúrgica é determinada durante a cirurgia através de exame histológico de tecido congelado corado com Hematoxilina-Eosina (H&E) cuja baixa sensibilidade não permite a detecção de alterações moleculares que não impliquem em alterações histológicas nas margens. Uma vez que as alterações genéticas precedem as alterações histológicas, marcadores moleculares podem ser úteis para identificar células que já tenham iniciado o processo de transformação maligna sem que ainda tenham causado alterações histológicas. Assim, este estudo verificou a utilidade de marcadores “específicos” para o CECP em detectar alterações moleculares em 61 margens cirúrgicas com histologia negativa, através de estudo de expressão gênica por PCR em Tempo Real. Os genes LGALS1, MMP9, MET, PTHLH e TACSTD1 mostraram níveis aceitáveis de especificidade quando avaliados em amostras normais e estavam frequentemente hiper-expressos nas amostras tumorais. A análise das amostras de margem cirúrgica encontrou estes genes hiper-expressos em 31%, 25%, 18%, 13% e 10% das amostras avaliadas, respectivamente. Pacientes com hiper-expressão do gene MMP9 nas margens cirúrgicas desenvolveram, mais frequentemente, segundos tumores primários, enquanto que pacientes que apresentaram hiperexpressão do gene PTHLH tiveram diminuição significativa da sobrevida livre de doença local. Estes resultados mostram a possível utilidade da análise molecular das margens cirúrgicas como uma ferramenta para identificar e monitorar subgrupos de pacientes com um risco elevado de desenvolvimento de segundos tumores primários e de recidivas locais, assim como para a escolha do tratamento adjuvante mais adequado. Apoio financeiro: Fapesp 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 91 Avaliação da expressão das Polo-like quinases e inibição com o BI2536 em Gliomas Pezuk, JA1; Brassesco, MS2; Morales, AG1; Oliveira, JC1; Queiroz, RP2; Suazo, VK2; Machado, HR3; Carlotti Jr, CG3; Scrideli, CA2; Tone, LG1,2 Departamento de Genética Departamento de Puericultura e Pediatria 3 Departamento de Cirurgia e Anatomia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Email: [email protected] 1 2 Palavras-chave: Gliomas, Polo-like quinase, expressão gênica, ciclo celular, linhagem celular. Os gliomas são os tumores mais comuns do sistema nervoso. Segundo a Organização Mundial de Saúde estão subdivididos em Astrocitoma Pilocítico (grau I), Astrocitoma Difuso (grau II), Astrocitoma Anaplásico (grau III) e Glioblastoma (grau IV). Esta classificação reflete o comportamento biológico do tumor e estima o grau de severidade do mesmo. Os gliomas de alto grau estão caracterizados por uma alta heterogeneidade celular e genética, e ausência de delimitação anatômica o que faz destes tumores uns dos mais difíceis de tratar. As Polo-like quinases (PLK1, PLK2, PLK3 e PLK4) pertencem a uma família de quinases serina/treonina, as quais desempenham papéis fundamentais no controle da progressão do ciclo celular. O objetivo deste trabalho foi determinar a expressão das PLKs em 9 linhagens celulares (7 Grau IV, 1 grau II e 1 grau I) e 8 amostras de pacientes (5 grau IV e 3 grau I) comparando-as com um pool de 4 substâncias brancas extraídas de tecido não neoplásico. Concomitantemente, foi analisado o efeito do inibidor especifico de PLKs, o BI2536, na eficiência da formação de colônias e na proliferação celular em combinação ou não com temozolomida em 2 linhagens celulares (T98G e SF188). A avaliação da expressão das PLKs foi analisada pela técnica de PCR em tempo real. O teste de proliferação foi realizado utilizando o método XTT em quatro tempos (24, 48, 72 e 96hs) e o ensaio clonogênico foi obtido por meio da coloração com Giemsa. Todos os genes PLKs apresentaram expressão alterada em todas as linhagens e amostras estudadas. O gene PLK1 foi encontrado com expressão aumentada (mais de 5 vezes) em todas as linhagens e amostras. PLK2 estava hiperexpresso em 5 linhagens e hipoexpresso em 2 amostras. O Plk3 teve sua expressão aumentada somente em 1 amostra, mas foi encontrado diminuído em 5 linhagens e 3 amostras. PLK4 apresentou hiperexpressão em 3 linhagens e 1 amostra. Os resultados in vitro, mostraram que BI2536 inibe a proliferação celular em concentrações tão baixas quanto 50nM (p<0.001) em todos os tempos, e que em combinação com temozolomida (250µM) o efeito de inibição foi maior (p<0.001). A inibição com BI2536 reduziu a formação de colônias em concentrações de 5 nM (p<0.001). Estes resultados sugerem que as PLKs poderiam ser utilizadas como alvos terapêuticos em combinação ou não com outras drogas, com o intuito de melhorar o tratamento destas neoplasias. No entanto, mais estudos devem ser realizados para validar estes dados. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 92 Perfil de expressão do gene GDF15 em linhagens celulares de glioblastoma Andrade, AF1; Moreno, DA1; Silveira, VS2; Queiróz, RGP2; Scrideli, CA2; Tone, LG1, 2 Departamento de Genética Departamento de Puericultura e Pediatria, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: glioblastoma, RQ-PCR, GDF15, expressão gênica, linhagens celulares Tumores astrocíticos são os tumores cerebrais mais frequentes em crianças e adultos e representam um grupo heterogêneo de neoplasias que podem diferir em sua progressão e localização dentro do sistema nervoso central, assim como em seu potencial de crescimento e invasão. O glioblastoma multiforme (astrocitoma grau IV de acordo com a Organização Mundial de Saúde) pode se desenvolver sem nenhuma evidência de lesões precursoras (primário) ou a partir de astrocitomas de grau II ou III (secundário) e acomete mais frequentemente adultos. Apesar dos esforços para o desenvolvimento de novos modelos terapêuticos, o glioblastoma apresenta um comportamento extremamente maligno, bem como uma alta taxa de mortalidade, com média de sobrevivência que raramente excede 12 meses. O padrão de expressão gênica pode fornecer informações importantes relacionadas com as alterações moleculares que levam ao estabelecimento e à progressão desses tumores, permitindo assim a identificação de novos alvos terapêuticos. Em estudos preliminares, nosso grupo descreveu o perfil de expressão gênica de diversos genes em amostras de glioblastoma primário e dentre eles destacou-se o gene GDF15 que apresentou-se hiperexpresso quando comparado com o controle (substância branca normal). Outros estudos descritos pela literatura indicam a possível associação entre a expressão do gene GDF15 e o processo de tumorigênese, demonstrando sua hiperexpressão em diversos tipos de neoplasias como câncer de mama, coloretal e principalmente em câncer de próstata. Além disso, a hiperexpressão do gene tem sido associada com alterações genéticas clássicas como a deleção do PTEN e TP53 e a hiperexpressão do gene EGFR. Tendo em vista a importância do gene GDF15, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a sua expressão em diversas linhagens celulares de glioblastoma (LN319, SF188, T98G, U251, U343 e U87) e meduloblastoma pediátrico (UW402 e UW473). As linhagens celulares foram cultivadas em meio HAMF10 suplementado com SBF (10%) e posteriormente submetidas à extração de RNA e à síntese de cDNA. A análise do perfil de expressão foi realizada por RT-PCR quantitativa, utilizando-se o reagente SYBR GREEN®. Como gene de referência endógena foi utilizado o gene HPRT e como calibrador foi utilizado uma amostra de substância branca normal. A análise demonstrou um perfil de hiperexpressão do gene GDF15 nas linhagens SF188, T98G, U251 e U343, que apresentaram uma expressão média de 170 vezes maior em relação à amostra controle. Estes resultados reafirmam os dados encontrados anteriormente e agrega conhecimentos fundamentais sobre o perfil de expressão deste gene nas linhagens celulares estudadas. Além disso, esses dados contribuem para a realização de ensaios subseqüentes in vitro, que poderiam esclarecer a participação do gene GDF15 nos mecanismos moleculares envolvidos na patogênese do glioblastoma. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP e FAEPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 93 Expressão de genes de antígenos tumorais em células tímicas epiteliais medulares (mTECs) Rostock, ACM1; Macedo, C1; Passos, GAS1 Laboratório de Imunogenética Molecular - Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: expressão gênica, timo, antígenos tumorais, câncer, células tímicas epiteliais medulares. Introdução: Os dois subconjuntos de células tímicas epiteliais (TECs) que são as corticais (cTECs) e as medulares (mTECs), definem dois compartimentos do timo : córtex e a medula. A medula tímica impõe a tolerância das células T ao repertório nascente por meio da seleção negativa de timócitos auto-reativos. O timo é o principal local de indução de tolerância aos antígenos relacionados a tecidos (TRAs) cuja função está relacionada à expressão gênica promíscua desses TRAs. Neste processo, os timócitos são apresentados aos TRAs pelas células mTECs, e os clones auto-reativos são eliminados por apoptose, o que leva à tolerância imunológica ao próprio. Mas as células mTEC também podem expressar genes de antígenos tumorais. O nível de expressão desses genes no timo pode ter conseqüências na tolerância/reatividade imune contra o câncer. Os objetivos desse estudo é o de avaliar se células tímicas mTEC expressam genes de antígenos tumorais. Os resultados contribuirão com um melhor entendimento das bases genético-moleculares da tolerância ou resposta imune contra o câncer. Métodos: Células murinas mTEC 3.10 foram cultivadas até a confluência em meio RPMI-1640 10% SFB em atmosfera de 5% CO2 a 37OC. O RNA total foi extraído com o kit mirVana PARIS ® (Ambion) e o controle de qualidade foi realizado por espectrofotometria UV e micro-eletroforese num bioanalizador Agilent 2100 (Agilent Technologies). As amostras serviram como molde para síntese de cDNA utilizando a enzima transcriptase reversa SuperScript (Invitrogen). Os genes que codificam antígenos tumorais no camundongo M. musculus selecionados foram: Cav1, Igf1r, Folh1, Trip6 e Mmp11 além dos constitutivos Hprt e Gapdh. Os primers reverse e forward para reações de qRT-PCR foram desenhados com o uso do software Primer 3 (http://biotools.umassmed.edu/bioapps/primer3_www.cgi) observando a localização em éxons diferentes. As reações de qRT-PCR foram realizadas em triplicata amostral num equipamento 7500 Real Time PCR System (Applied Biosystems) utilizando SYBR® Green. O teste estatístico One-way ANOVA foi utilizado para a análise da significância estatística dos dados usando o programa estatístico GrphPad Prism 4.0 (http://graphpad.com/prism/ prism.htm). Resultados: Observamos expressão significativa em células mTEC 3.10 dos genes de antígenos tumorais Trip6, Mmp11, Cav1 e Igf1R com exceção do gene Folh1 que não é expresso nessas células. Comparativamente, o gene Trip6 apresentou o maior nível de expressão, seguido pelo gene Cav1. Os genes com menores níveis de expressão foram Igf1R e Mmp11, respectivamente. Conclusões: Células tímicas mTEC apresentam expressão diferencial de genes que codificam antígenos tumorais. O perfil diferencial observado pode ter conseqüências na eliminação de clones de timócitos auto-reativos e conseqüentemente na tolerância ou reatividade imune contra o câncer. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 94 miR-142-3p expression is associated with imatinib resistance and c-flip anti-apoptotic gene expression in chronic myeloid leukemia patients Ferreira, AF1; Simões, BP2; da Silva Júnior, WA3; Silva, IT4; Zanichelli, MA5; Colassanti, MD5; Hamerschlak, N6; Covas, DT2;4; Kashima, S4; de Souza, AM1; de Castro, FA1 DACTB-Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP Departamento de Clínica Médica-FMRP-USP 3 Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP 4 Centro Regional de Hemoterapia de Ribeirão Preto-HCFMRP-USP 5 Hospital Brigadeiro, São Paulo 6 Sociedade Beneficente Israelita e Brasileira Hospital Albert Einstein, São Paulo [email protected] 1 2 Keywords: microrna, leucemia mielóide crônica, BCR-ABL, apoptose, mesilato de imatinibe BACKGROUND: Chronic myeloid leukemia (CML) is a myeloproliferative disease characterized by the presence of the Philadelphia chromosome and Bcr-Abl oncoprotein. Bcr-Abl is a tyrosine kinase (TK) with a deregulated activity which results in leukemic cells proliferation and apoptosis resistance. miRNAs are small non-protein-coding molecules which regulate gene expression at the translational level and have essential roles in cell differentiation, proliferation and apoptosis. c-flip is an antiapoptotic gene, member of Bcl-2 family, that has been reported as miR142-3p target. This microRNA is also observed underexpressed in myeloid lineages, indicating the significance of miRNAs in human hematopoetic diseases. AIMS: 1) To verify miR-142-3p and c-flip expression in healthy subjects (controls), CML patients in different phases of the disease, in patients who achieved complete cytogenetic response (CCR) and imatinib (IM) resistant. 2) To correlate c-flip mRNA levels with miR-142-3p expression in CML patients. METHODS: CML patients’and healthy subjects’ peripheral blood mononuclear cells (PMBC) were submitted to RNA extraction by trizol method and reverse transcription was performed with specified primers RT stem loop for miR-142-3p. TaqMan Universal PCR master mix kit was used for miR-142-3p expression assay at ABIPRISM 7500 Real Time PCR. SYBR Green PCR master mix kit was used for c-flip expression assay. The miR-142-3p and c-flip expressions were given as 2-ddCt. Kruskal-Wallis (Dunns post-test) and Mann-Whitney tests were used for statistical analysis. RESULTS: CML patients, in chronic (median=0.95) and advanced phases (median=1.08) presented lower miR-142-3p expression when compared to control group (median=3.48). However, no difference in miRNA levels was observed among patients in chronic and advanced phases of disease. miR-142-3p was decreased in CML patients resistant to IM (median=0.66) when compared to patients who achieved CCR (median= 1.48); (p=0.04). c-flip mRNA levels were higher in CML patients (median=6.77 and 3.00, in chronic and advanced phases, respectively) in comparison to control group (median=1.00). CONCLUSIONS: miR-142-3p might be regulated by Bcr-Abl once its expression was lower in CML patients than in controls. miR-142-3p expression was associated with IM response. We speculate that miR-142-3p can modulate c-flip expression in IM resistant CML patients. Supported by FAPESP: 06-50094-8 and 08-52049-5 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 95 Sequence analysis to find microRNAs binding sites in HLA-G 3´UTR region Navarro, FN1; Evangelista, AF1; Massaro, JD2; Martelli-Palomino, G2; Castelli, E2; Passos, GAS1; Guiliatti, S3; Donadi, EA2 Molecular Immunogenetics Group, Department of Genetics, Faculty of Medicine USP, Ribeirão Preto, SP, Brazil Division of Clinical Immunology, Department of Medicine, School of Medicine USP, Ribeirão Preto, SP, Brazil 3 Laboratory of Bioinformatics, Department of Genetics, Faculty of Medicine USP, Ribeirão Preto, SP, Brazil [email protected]; [email protected] 1 2 Keywords: HLA-G, Bioinformatic, microRNAs, 3’ untranslated region, MFE <= -30kcal/mol HLA-G is a non-classical molecule of MHC complex, which is envolved in several developmental and pathogenic processes. It has been previously reported by our group that microRNAs have allele-specific targeting for the 3’ untranslated region (3’UTR) of the HLA-G. MicroRNAs represent a novel class of endogenous ~22-nucleotide non-coding RNAs that negatively regulate gene expression by inhibiting translation of target mRNAs. Given that HLA-G has immunomodulatory properties, the understanding of the HLA-G gene regulation spanning a larger downstream region from, and including it, HLA-G 3’UTR is necessary. The objective of this study was to perform a sequence analysis of 2Kb downstream from stop codon, including HLA-G 3’UTR region, to find the binding sites of microRNAs. The methodology used was (i) Retrieved the sequences from NCBI and EBI databases. (ii) Databases: Miranda, Pictar, miRBase, Mirtarget2, Tarbase and Targetscan to find microRNAs targeting HLA-G. (iii) By using these microRNAs and other previously found by our group, we used the RNAhybrid software for alignment. We have selected only microRNAs with MFE <= -30kcal/mol. (iv) MySQL database curate results returned the best 92 microRNAs including hsa-miR-324-3p, hsa-miR-483, hsa-miR-518b, hsa-miR-370, hsa-mir-296 and hsa-miR-324-5p, which can bind to HLA-G 3’UTR. Finally microRNAs were positioned in their respective binding sites considering polymorphic and non-polymorphic HLA-G regions. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 96 Expressão do miRNA no desenvolvimento do câncer de próstata. Da neoplasia intra-epitelial prostática a metástase Piantino, C1; Tomiyama, A1; Reis, ST1; Sousa-Canavez, J2; Sañudo, A1; Dall’Oglio, M1; Pontes Jr., J1; Srougi, M1; Leite, KRM1 Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia – LIM 55, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Genoa Biotecnologia, São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer de próstata, miRNA, Marcadores Moleculares, Prognóstico Introdução – O processo de carcinogênese do câncer de próstata (CaP) tem sido estudado há muitos anos, e algumas anormalidades tem sido descritas. A metilação de GSTP1, translocação de TMPRSS2-ETS e a reativação da telomerase são descritas na transição da neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau para o câncer invasivo. Outros genes comumente alterados na maioria dos cânceres atuam somente em estágios avançados do CaP como PTEN, p53, c-myc e Her2/neu. miRNAs são pequenas moléculas não codificantes responsáveis pelo controle da expressão de mais de um terço dos genes humanos. Eles estão em sua maioria, localizados em locais do DNA suscetíveis a amplificação, deleção e translocação. O objetivo deste trabalho é identificar o perfil dos miRNAs relacionados com o desenvolvimento do CaP a partir da neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau para o câncer invasivo. Materiais e Métodos – Foram analisadas 15 amostras de pacientes com neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau, 14 com CaP de baixo risco (Gleason ≤6, pT2), 34 com CaP de alto risco (GS≥7, pT3), 6 metástases e linhagens celulares de CaP . O nível de expressão de 14 miRNAs foi avaliado através de PCR em tempo real . Os miRNAs analisados foram os seguintes: miR-100, miR-143, miR-145, miR-146a, miR-15a, miR-16, miR-191, miR-199, miR-206, miR-21, miR-218, miR-25, miR-32 and miR-let7c. Resultados – Alterações significantes na expressão dos miRNAs, miR-100, miR-146, miR-16 e miR-21 foram observadas nas amostras de neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau e nas de CaP de baixo risco. Observou-se superexpressão na neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau e sub-expressão durante a transição do CaP de alto risco para o metastático. miR-143, miR-145 e miR-let7c mostraram-se progressivamente subexpresso na transição do CaP de alto grau para o metastático. Somente miR-206 apresentou alterações na expressão do CaP de baixo para alto risco e do CaP de alto risco para o metastático. Conclusão – Demonstramos diferentes perfis de expressão dos miRNAs na carcinogênese do CaP, a maior delas durante a transição da neoplasia intra-epitelial prostática de alto grau para o CaP de baixo risco, e do CaP de alto risco para o metastático. A identificação de genes-alvos controlados por esses miRNAs pode esclarecer importantes eventos responsáveis pelo desenvolvimento e progressão do CaP permitindo a descoberta de novos marcadores de prognóstico e terapia-alvo. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 97 RNAs não-codificadores intrônicos longos correlacionados com carcinogênese e sobrevida em câncer de rim Fachel, AA1; Tahira, AC1; Maracajá-Coutinho, V1; Gimba, ERP2; Vignal, GM2; Campos, FS2; Louro, R1; Reis, EM1; Verjovski-Almeida, S1 Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, SP Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, RJ [email protected] 1 2 Palavras-chave: RNAs não-codificadores de proteína, transcritos intrônicos, expressão gênica, microarranjos, câncer de rim, marcadores moleculares. Modificações transcricionais associadas à carcinogênese e à progressão do câncer de rim ainda não foram completamente elucidadas. Além dos oncogenes e genes supressores de tumor, RNAs não-codificadores (ncRNAs) recentemente foram apontados como importantes reguladores da expressão gênica em humanos, e podem ter um papel importante na transformação maligna do câncer de rim. O carcinoma de célula renal (RCC) subtipo célula clara é o câncer mais letal e prevalente do sistema urinário. O diagnóstico deste tipo de câncer frequentemente é tardio em conseqüência da falta de sintomas perceptíveis aos pacientes. Para analisar a expressão gênica de ncRNAs e de genes codificadores para proteína foram utilizados dois microarranjos desenvolvidos por nosso grupo, enriquecidos em sondas para ncRNAs. Uma das plataformas possui 4 mil sondas de cDNA, das quais 822 sondas são para ncRNAs mapeando em regiões intrônicas. Outra possui 44 mil elementos e combina sondas de oligonucleotídeos (60-mer) intrônicas e exônicas de um mesmo locus genômico. Análises estatísticas foram feitas com a ferramenta Significance Analysis of Microarrays (q ≤ 0,05) combinadas ou com a técnica de “patient leave-one-out” (genes com presença em 100% dos subconjuntos), ou alternativamente com o teste discriminante de Golub (p ≤ 0,01 ou p < 0,05). Com a plataforma de 4 mil sondas foram estudadas 28 amostras de tecido renal de 14 pacientes com RCC subtipo célula clara. Um conjunto de 35 ncRNAs foi identificado como diferencialmente expresso entre amostras tumorais e não-tumorais. Uma assinatura de 208 genes codificadores de proteínas foi identificada, indicando possíveis novos marcadores moleculares. Uma análise estatística supervisionada com dados de 16 pacientes identificou uma assinatura de ncRNAs correlacionada com sobrevida de 5 anos, formada por 27 ncRNAs com significativa expressão alterada em pacientes livres da doença em comparação com pacientes que morreram em função da doença. Uma assinatura de 64 genes codificadores de proteínas também foi identificada como significativamente correlacionada com o acompanhamento clínico dos pacientes. Com a plataforma de 44 mil sondas foram analisados 17 pacientes, com amostras pareadas de tecido renal tumoral e não-tumoral agrupadas em 8 pools, sendo 4 de amostras tumorais e 4 de não-tumorais. Um conjunto de 66 ncRNAs parcialmente intrônicos antisenso e outro de 52 ncRNAs totalmente intrônicos antisenso foram identificados como diferencialmente expressos. Identificamos um subconjunto de 28 ncRNAs totalmente intrônicos antisenso e senso cuja expressão do gene codificador de proteína do mesmo locus estava simultaneamente alterada. Estes dados apontam para possíveis redes de regulação da expressão gênica dos ncRNAs em câncer. A extensa lista de ncRNAs e de genes codificadores para proteína identificados neste estudo podem ser promissores marcadores moleculares de carcinoma renal subtipo célula clara. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 98 MicroRNA let-7b is downregulated in the retina of diabetic rats Sousa, TA1; Silva, VAO1; Mitsuo, K2; Paula-Gomes, S1; Tragante, V1; Zanon, NM1; Wang M2; Kettelhut, IC1; Natarajan R2; De Lucca, FL1; Faculdade de Medicina-USP, Ribeirão Preto, SP Beckman Research Institute of City of Hope, Duarte, CA, USA [email protected] 1 2 Keywords: microRNA, Diabetes mellitus, Diabetic retinopathy, let-7b, Akt. Introduction and objective: MiRNAs are endogenous non-coding RNAs (21-25 nucleotides) that regulate gene expression via specific sites at the 3’-untranslated region (3’-UTR) of target mRNAs, causing translational repression or mRNA degradation. It has been estimated that miRNAs regulate approximately 30% of human genes. During recent years, miRNAs have emerged as important regulators of a variety of biological processes as well as human diseases. It is known that diabetes mellitus is a chronic condition that can lead to complications over time. Diabetic retinopathy is one of the most common complications of diabetes, but the molecular mechanisms underlying this ocular pathology are only partly understood. The serine/threonine protein kinase Akt is involved in a variety of cellular processes including cell proliferation, survival, metabolism and gene expression. In the retina, Akt promotes vascular endothelial growth factor (VEGF)-mediated angiogenesis contributing for the establishment of retinopathy. Our in silico analysis indicated that Akt1 is a potential target of let-7b. Thus, we investigate the expression of let7b in the retina of diabetic rats and we also carried out experiments to validate Akt1 as a mRNA target. Methods: Retinas were obtained from normal and diabetic rats (n=6) at 1, 6, 10, 15, 22, 28 and 35 days after intravenous injection of streptozotocin (STZ). Expression of mature let-7b was evaluated by real-time RT-PCR. The luciferase assay was performed using a psiChek-2 vector with the Akt1 3’UTR (or Akt1 3’UTR mutated at seed region) cloned downstream Renilla luciferase gene before poliA site. Rat myoblast cells (L6) were used for transfection experiments. The endogenous expression of Akt of L6 cells transfected with let-7b mimic was evaluated by Western blot and realtime PCR. Results and conclusions: We found that let-7b is downregulated (>50%) in the retina of diabetic rats after 22 and 28 days of STZ injection when compared with control animals. The results of luciferase assay indicate that let-7b interacts directly with the 3’UTR of Akt-1 mRNA, demonstrating that Akt-1 is a direct target of let-7b. This relevant finding was confirmed by inhibition of Akt-1 endogenous expression in the L6 cells transfected with let7b mimic. Our results suggest that let-7b acts protecting against VEGF-mediated angiogenesis in diabetic retina and the intravitreal injection of let-7b mimic could be a novel therapeutic strategy for the diabetic retinopathy. Supported by: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 99 SRC (Small RNA para Cancer): banco de dados de pequenos RNA não-codificante relacionados ao desenvolvimento do câncer em humano Cruz, AMP1,2; Paradela, LS1; Ribeiro-dos-Santos, A1,2; Darnet, S1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará Laboratório de Biologia Computacional, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 2 Palavras-chave: pequenos RNA não codificantes, classes, banco de dados, câncer. Inúmeros estudos experimentais e computacionais vêm revelando diversos transcritos que não codificam proteínas (ncRNA). Precursores de RNA não codificantes de pequeno tamanho estão envolvidos em funções importantes como no desenvolvimento e diferenciação celular, na expressão gênica e na patogênese de algumas doenças, como o câncer. Nos últimos dois anos, com o desenvolvimento de plataformas de análises genéticas de nova geração, o acesso as análises do transcriptoma completo de humano permitiu quantificar a expressão dos RNA de pequeno tamanho, bem como identificar novas classes destes expressos. Nestas entidades, há cerca de 40.000 seqüencias com expressão diferencial entre tecidos normais e tumorais. Paralelo ao estudo funcional dos RNAs de pequeno tamanho, surgiu a necessidade de catalogar entidades e suas classes, bem como comparar sua distribuição nos tecidos humanos, uma vez que os bancos de dados disponíveis encontram-se desatualizados ou incompletos. No presente trabalho, pretende-se estabelecer um banco de dados atualizado destinado ao conhecimento e localização de pequenas entidades de ncRNA nos diversos tecidos humanos. Para isso os dados foram minerados nos bancos de dados de bioinformática pré-existente (NONCODE V.2, RNAdb, miRBase ), na literatura e em análise de seqüenciamento em plataformas de nova geração. Como resultado, observou-se 37 classes de ncRNA catalogadas nos bancos de dados em 2007, sendo acrescidas nos últimos três anos, de mais 11 novas classes validadas experimentalmente e descritas na literatura e duas (2) subclasses pertencentes a snoRNA. Embora estas novas categorias de RNAs de pequeno tamanho tenham sido identificadas, seus papéis ainda permanecem desconhecidos na carcinogênese. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 100 Efeito do hormônio andrógeno sobre a transcrição de RNAs não codificadores intrônicos em linhagem tumoral de próstata Beckeddorff, FC; Moreira,YB; Oliveira, ACA; Verjovski-Almeida, S Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, 05508-900 São Paulo, SP, Brasil [email protected] Palavras-chave: regulação da expressão gênica, RNA não-codificador, próstata, microarray, andrógeno. Trabalhos recentes têm revelado que uma porção significativa das mensagens transcritas dos organismos superiores é composta por longos RNAs que tem pouco ou nenhum potencial codificador. Estes são denominados RNAs nãocodificadores (ncRNAs) e muitos deles são transcritos de regiões intrônicas e intergênicas do genoma. Tem sido postulado que, possivelmente, desempenham papéis específicos na célula, mas até agora pouco elucidados. Assim, neste trabalho nós investigamos o perfil de expressão temporal de alguns ncRNAs intrônicos regulados por andrógeno, em uma linhagem de adenocarcinoma de próstata metastático (LNCaP), através de hibridização do RNA extraído das células em cultura em oligoarrays intron-exon de 44k. Foi realizado o tratamento com o hormônio (teste) ou seu veículo (controle), cada um em duas culturas independentes de LNCaP, e uma validação do tratamento foi realizada por qRT-PCR utilizando primers específicos para transcritos codificadores e não-codificadores de proteínas, já descritos na literatura como regulados por andrógeno. A hibridização foi realizada com 7 tempos selecionados (0, 1, 3, 6, 12, 18 e 24 hrs), totalizando 28 amostras. Nas análises, encontramos 869 genes diferencialmente expressos usando SAM (Significance Analysis of Microarrays), com taxa de falsos positivos menor ou igual a 0,5%. Destes, 771 (88,7%) e 98 (11,3%) são transcritos que mapeiam no genoma em regiões de genes codificadores de proteínas e ncRNAs intrônicos, respectivamente. A fim de encontrar possíveis ncRNAs candidatos reguladores da transcrição do gene codificador de mesmo lócus, buscamos por transcritos codificadores de proteína e não codificadores diferencialmente expressos com expressão oposta no mesmo lócus. Interessantemente encontramos uma fração de 21 pares de transcritos com direção oposta, o que aponta para uma possível regulação do gene codificador de proteína pelo ncRNA. Alguns trabalhos, na literatura e em nosso grupo, têm indicado que ncRNAs intrônicos antisenso ao gene codificador de proteína podem afetar a regulação do splicing alternativo no mesmo lócus como aqui indicado. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 101 Comparação do Padrão da Expressão Gênica em Linhagens Celulares Leucêmicas com e sem o Fenótipo de Resistência a Múltiplas Drogas Bagni, C1,2; Pinho, MB3; Pinto-Silva, FE4; Rumjanek, VM4; Moreira, MAM1 Divisão de Genética, Centro de Pesquisa, INCA, RJ Departamento de Genética, Instituto de Biologia, UFRJ, RJ 3 Laboratório de Bioinformática e Biologia Computacional, Divisão de Pesquisa Clínica, Centro de Pesquisa, INCA, RJ 4 Instituto de Bioquímica Médica, UFRJ, RJ [email protected] 1 2 Palavras-chave: expressão gênica, resistência a múltiplas drogas, MDR, microarray, linhagens leucêmicas. O fenótipo de Resistência a Múltiplas Drogas (MDR) confere às células mecanismos de resistência simultânea a diferentes agentes citotóxicos não relacionados, resultando na incapacidade da droga em induzir a morte celular, permitindo que células tumorais sobrevivam, afetando a resposta dos pacientes ao tratamento quimioterápico. Existem múltiplos mecanismos que contribuem para este fenótipo: falha na regulação da apoptose, aumento na detoxificação intracelular, alteração no reparo de danos ao DNA, e ativação ou superexpressão de proteínas transportadoras de drogas. Neste trabalho procuramos compreender os mecanismos de desenvolvimento de resistência a múltiplas drogas de maneira global, utilizando a metodologia dos microarranjos de DNA. Foi feita uma análise comparativa da expressão global entre três linhagens celulares leucêmicas: duas linhagens MDR (Lucena, selecionada com vincristina e FEPS, selecionada com daunorubicina) e uma linhagem sensível parental (K562). Utilizando a plataforma Affymetrix, o RNA total das linhagens foi hibridado em microarranjos de oligonucleotídeos e os dados de expressão gênica foram analisados através do programa R e a classificação da ontologia gênica pelo software Ingenuity Pathway Analysis. Quando comparadas à linhagem parental, Lucena apresentou 130 genes diferencialmente expressos (65 induzidos e 65 reprimidos) e FEPS apresentou 932 genes diferencialmente expressos (288 induzidos e 644 reprimidos). Ao comparar as linhagens resistentes entre si, cultivadas na presença e ausência de droga, nenhum gene mostrou-se diferencialmente expresso. Entre Lucena e FEPS foi possível observar 1211 genes diferencialmente expressos, 459 induzidos e 752 reprimidos em FEPS. O gene diferencialmente expresso com maior valor absoluto de expressão nas comparações entre as linhagens MDR e a linhagem parental foi MDR1, o gene que codifica Pgp, principal mecanismo relacionado ao fenômeno MDR, confirmando os fenótipos das linhagens resistentes já descritos na literatura. As vias funcionais que mais se destacaram entre os genes diferencialmente expressos em Lucena e FEPS foram: morte celular (apoptose), desenvolvimento celular, crescimento celular e proliferação, e ciclo celular, que são vias relacionadas à viabilidade e sobrevivência celular. Apoio Financeiro: Ministério da Saúde, CNPq, FAPERJ, FAF, Convênio INCA/FIOCRUZ e Swiss Bridge Foundation. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 102 Perfil da Expressão Gênica Global em Leiomiossarcomas e Sarcomas Pleomórficos Villacis, RAR1; Silveira, SM1; Cunha, IW2; Soares, FA2; Rogatto, SR1,3 Departamento de Pesquisa, Fundação Antonio Prudente, Hospital AC Camargo, São Paulo, SP Departamento de Anatomia Patológica, Fundação Antonio Prudente, Hospital AC Camargo, São Paulo, SP 3 Departamento de Urologia, FMB, UNESP- Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: Sarcoma pleomórfico, leiomiossarcoma, expressão gênica, microarrays, marcadores moleculares. Os sarcomas pleomórficos (SP), anteriormente denominados de “Fibrohistiocitomas Malignos” (FHM), são neoplasias raras que apresentam comportamento altamente agressivo, com taxas elevadas de recorrência e metástase. O diagnóstico destes tumores é realizado por exclusão e, atualmente considera-se que os SP não representam uma entidade tumoral única, mas um grupo heterogêneo de tumores pobremente diferenciados sem uma linhagem específica, que inclui variantes de leiomiossarcomas (LM), lipossarcomas e fibrossarcomas. A despeito disso, dados citogenéticos e moleculares se mostram inconsistentes, limitando sua utilização na identificação de marcadores genéticos em SP. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de expressão gênica em larga escala em um grupo de sarcomas com características histológicas semelhantes (sarcomas pleomórficos e leiomiossarcomas) e correlacionar os resultados da pesquisa com os achados clínico-patológicos a fim de identificar marcadores prognósticos e diagnósticos. O perfil de expressão gênica foi avaliado utilizando-se a plataforma Whole Human Genome 4x44K (Agilent) em 12 amostras de LM e oito de SP. O teste estatístico Significance Analysis for Microarray (SAM) com 1000 permutações e FDR=0 foi utilizado para identificar os genes diferencialmente expressos entre os grupos tumorais. Para avaliação de agrupamentos utilizou-se o Hierarchical Clustering com suporte, utilizando a Correlação de Pearson. Análises supervisionadas e não supervisionadas dos dados mostraram dois grupos distintos, entretanto, quatro sarcomas pleomórficos foram agrupados entre os LM. Desses quatro sarcomas pleomórficos, um provavelmente correspondia a uma mestástase de LM também avaliado neste estudo, e que pela análise de expressão gênica mostrou padrão semelhante. Dois SP apresentaram morfologia de padrão mixóide e não com característica pleomórfica e o último apresentou uma morfologia mais típica e ficou agrupado entre os SP. A análise supervisionada mostrou 25 genes diferencialmente expressos que separavam o grupo composto apenas de SP do grupo composto de SP e LM. Destes genes, 12 têm como função zinc ion binding e um está relacionado com diferenciação muscular (TPM3). Todos os genes que diferenciavam os dois grupos fazem parte de vias relacionadas a câncer. Estes achados poderão contribuir para a descoberta de novos marcadores diagnósticos ou terapêuticos . Apoio financeiro: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 103 Fatores de transcrição identificados por metanálise de microarranjos de cDNA em glioblastoma Donaires, FS1; Puthier, D3,4; Sakamoto-Hojo, ET1,2 Departamento de Genética – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP Departamento de Biologia – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP., Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil 3 Inserm U928, TAGC, Parc Scientifique de Luminy, Marseille 4 ESIL, Université de Provence et de la Méditerranée, Marseille, França [email protected] 1 2 Palavras-chave: microarranjos, metanálise, assinaturas de expressão, glioblastoma, fatores de transcrição. A tecnologia de microarranjos de cDNA tem sido amplamente aplicada a diversas situações experimentais em escala genômica, nas quais se pretende estudar os níveis de expressão de milhares de genes simultaneamente, incluindo o estudo de doenças como o câncer, gerando grande quantidade de dados. Nesse contexto, análises integrativas, como a metanálise, em que vários experimentos de microarranjos são analisados conjuntamente, proporcionam uma nova abordagem capaz de extrair informações complementares dos dados. Algumas análises integrativas têm por alvo o estabelecimento de relações entre os genes diferencialmente expressos, associando-os, por exemplo, a fatores de transcrição (FTs) que são reguladores comuns desses genes. Essa abordagem aplicada ao câncer permite reduzir assinaturas complexas de expressão em pequenos números de elementos transcricionais ativados, auxiliando a compreensão dos mecanismos de desenvolvimento neoplásico, além de fornecer alvos potenciais de intervenção terapêutica. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma metanálise a partir de um conjunto de dados de glioblastoma (obtido no GEO, uma base de dados pública de experimentos de microarranjos do NCBI – identificador GSE4290), comparando-o a um banco de dados e associando os genes significativamente modulados a FTs em comum. O conjunto de dados utilizado refere-se a um estudo comparativo entre diferentes tipos de glioma. Utilizou-se as amostras de glioblastoma (81 amostras) e um grupo controle (constituído por 23 amostras de tecido cerebral de pacientes com epilepsia). O método estatístico SAM foi aplicado aos dados, gerando uma lista de 1830 genes diferencialmente expressos (p ≤ 0,05). Essa lista de genes foi utilizada para a realização de uma análise enriquecida. Por meio do teste exato de Fisher, a lista de genes foi comparada com toda a base de dados (incluindo experimentos com outros tipos de tumores e doenças), com o intuito de encontrar as assinaturas de expressão mais relacionadas à lista inicial. Foram obtidas 7913 assinaturas (p ≤ 0,01), centenas das quais eram provindas de conjuntos de dados de diferentes tipos de câncer, incluindo glioblastoma. A metanálise dessas assinaturas foi realizada, focalizando a identificação dos sítios de ligação de FTs comuns aos genes de cada assinatura. Diversos FTs foram relacionados às assinaturas, dentre eles o HNF1A (já relacionado na literatura a diabetes e cancer), o IRF7 (relacionado ao processo de resposta imune), e o E2F1 e E2F4 (participantes no controle do ciclo celular, também apontados como relacionados a diversos tipos de cancer, inclusive glioma), além de outros FTs como ELK1, GABPA, IRF1, IRF2, ELF1, MYC e XBP1. Os FTs preditos nessa análise podem desempenhar um importante papel nos mecanismos moleculares envolvidos nas respostas celulares do glioblastoma, sendo potenciais biomarcadores para a doença. Esses resultados apresentam-se relevantes e podem fornecer subsídio para estudos futuros relacionados principalmente à validação de biomarcadores e intervenção terapêutica. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP, FAEPA (FMRP-USP). 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 104 Superoxide anion modulates dnmt1 level via Ras/MEK/ ERK pathway during melanocyte malignant transformation associated with sustained anchorage blockade Molognoni, F1; Melo, FHM1; Morais, AS1; Batista, W2; Monteiro, HP2; Jasiulionis, MG1 Disciplina de Farmacologia Centro Interdisciplinar de Terapia Gênica; Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP [email protected] 1 2 Palavras-chave: Superoxide anion, DNA methylation, Ras, oxidative stress, DNMT1 A transformation model of murine melanocytes was developed in our laboratory. In this model, melanoma cell lines were obtained after submitting a nontumorigenic melanocyte lineage, melan-a, to sequential cycles of anchorage blockade. Our group has already showed increased global DNA methylation as well increased dnmt1 (DNA methyltransfase 1) protein levels few hours after melan-a anchorage blockade. Additionally, this increase seems to be related with high amounts of superoxide anion produced during this process (Campos et al., 2007). One of the key regulators of oxidative stress is Ras oncogene, once Rac 1, one of its downstream regulators, makes part of NADPH oxidase multienzymatic complex, one of the superoxide anion sources. Previous works have related Ras activation with DNA methylation, suggesting that ras activation could silence genes through DNA methylation (Macleod et al., 1995; Esteller et al., 2000). Therefore, the aim of this work is to study the relation among RAS/MEK/ ERK signaling pathway, oxidative stress and DNA methylation during melan-a anchorage blockade. We showed that RAS and Erk are already activated 3 hours after melan-a anchorage blockade and treating melan-a cells during this process with FTI ( farnesil transferase inhibitor) or U0126 (Erk inhibitor) abrogates superoxide anion increase. Furthermore, global DNA methylation levels decrease during melan-a deadhesion after treating cells with anion superoxide scavenger (MnTBAP) or FTI. Moreover, dnmt1 protein levels are also decreased after treating melan-a cells during anchorage blockade with FTI or U0126. RAS/MEK/ERK signaling pathway seems to be regulated by and regulates superoxide anion production during melan-a anchorage blockade and its activation could be responsible for the high dnmt1 protein level and changes in global DNA methylation during the loss of cell adhesion. This aberrant signaling seems to have a significant impact in epigenetic alterations and melanoma genesis in our model since no malignant transformation is observed when melanocytes pre-treated with the demethylating agent 5AzaCdR before each deadhesion cycle are submitted to sequential cycles of anchorage blockade. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 105 Identificação de perfis diferenciais de metilação do DNA na endometriose por microarranjos de ilhas CpG Zimbardi, D1; Fabro, AT2; Monteiro, JP1; Silva, A3; Poppe, AC3; Rogatto, SR4; Abrão, MS3; Rainho, CA1 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, UNESP – Botucatu Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP – Botucatu 3 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, USP – São Paulo 4 Laboratório Neogene, Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina, UNESP - Botucatu e Hospital do Câncer A.C. Camargo, São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: endometriose, epigenética, microarray, ilha CpG, metilação A endometriose constitui uma doença de etiologia incerta, caracterizada pela presença de tecido endometriótico fora da cavidade uterina. É uma causa comum de morbidade, atingindo 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva. A metilação anormal na região promotora de genes específicos e os níveis de expressão alterados das DNA metiltransferases (DNMTs) compõem o conjunto de evidências recentes indicando a endometriose como uma doença epigenética. O presente estudo propôs a investigação do perfil diferencial de metilação do DNA na endometriose, utilizando uma abordagem genômica de alta resolução baseada na metodologia de microarrays. Foram selecionadas dez amostras pareadas de endométrio eutópico e de endometriose intestinal profunda: cinco casos foram submetidos ao enriquecimento das sequências não metiladas (digeridos com a enzima de restrição dependente de metilação McrBC) e nove ao enriquecimento das sequências metiladas (digeridos com um coquetel de enzimas sensíveis à metilação do DNA AciI, HinP1I, HpyCH4IV e HpaII). Os ensaios foram realizados em duplicatas totalizando 28 hibridações independentes na plataforma disponível comercialmente Human CpG Island ChIP-on-Chip Set 244K (Agilent Technologies). Um total de 925 genes apresentou metilação diferencial (843 hipermetilados e 82 hipometilados), sendo que 55 foram recorrentes em dois ou mais casos. Vários destes genes exercem funções relacionadas a fatores de transcrição (MSX1, EMX2, HOXB13, HOXD8 e HOXD9), remodeladores da cromatina (MAD1L1, WDR5 e BCOR) ou regulação do ciclo celular e/ou apoptose (BMP4). Estes dados indicam que alterações na metilação do DNA são adquiridas durante o desenvolvimento da endometriose e podem levar à identificação de novos biomarcadores para a doença. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 106 Avaliação do perfil de metilação do gene CLDN7 em carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço Nagado, AA; de Carvalho, AC; Carvalho, AL; Vettore, AL Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Hospital do Câncer de Barretos [email protected] Palavras-chave: metilação, CECP, CLDN7, MSP, hipermetilação Introdução: Os carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço (CECP) encontram-se entre os dez tipos mais freqüentes de neoplasias malignas. A identificação de marcadores moleculares pode contribuir para a maior compreensão das alterações biológicas associadas a estes tumores. Claudinas (CLDN) são proteínas transmembrânicas responsáveis pela adesão célula-célula em tecidos epiteliais com expressão alterada em diversos carcinomas. Análises por IHQ e PCR em tempo real mostraram a proteína CLDN7 hipoexpressa em CECP. O tratamento de uma linhagem celular com o agente desmetilante 5-aza-citidina levou a re-expressão de CLDN7, sugerindo que o mecanismo de metilação aberrante pode estar envolvido com a hipoexpressão de CLDN7 em CECP. Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar o perfil de metilação do gene CLDN7 em CECP. Resultados: Através de estudos com linhagens celulares, demonstramos que a metilação do gene CLDN7 está diretamente associada à perda de expressão gênica. Além disto, análises preliminares, mostraram o CLDN7 metilado em 29% (26/90) das amostras de CECP e em 0% (0/10) das amostras de mucosa normal avaliadas. Conclusão: Estes resultados sugerem que a metilação aberrante de CLDN7 participa do processo de carcinogênese destes tumores. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 107 Análise do padrão de metilação da região DMRH19 em pacientes com síndrome de Beckwith-Wiedemann (BWS) e/ou Tumor de Wilms (TW): comparação entre amostras de DNA provenientes de sangue periférico e de tumor fresco Pereira, HS1; Cardoso, LCA1,2; Vargas, FR1,3 Divisão de Genética – Instituto Nacional de Cãncer/INCA Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ 3 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UniRio [email protected] 1 2 Palavras-chave: Tumor de Wilms, imprinting, metilação, domínio H19, enzimas de restrição. O TW, tumor renal maligno mais frequente na infância, tem incidência de 1:10.000 afetados. É uma doença primordialmente esporádica, e que pode se associar a malformações congênitas tais como: síndrome de WAGR, síndrome de Denys-Drash e BWS. As frequentes alterações de BWS envolvem mudanças no status do imprinting dos genes IGF2 e H19, presentes em 11p15. Nesta região há um domínio telomérico que apresenta os genes que sofrem imprinting IGF2, que codifica um fator de crescimento fetal e é expresso somente no alelo paterno, e H19 que codifica um RNA cuja função ainda é incerta e é expresso somente no alelo materno. A expressão desses genes é regulada pelo domínio diferencialmente metilado H19 (DMRH19), geralmente metilado somente no alelo paterno. A perda de imprinting de IGF2 resulta numa aberrante ativação do alelo materno, normalmente não expresso. Esta ativação ocorre devido à hipermetilação da região DMRH19. A perda da heterozigosidade ou a perda do imprinting em 11p15 é observada em cerca de 40% dos TWs. Neste trabalho, epimutações constitutivas e somáticas, da região DMRH19 foram investigadas a partir de ensaio com a enzima de restrição sensível a metilação HpaII em pacientes com TWs e/ou BWS. Para isso, o padrão de metilação alelo-específico foi avaliado pela presença do RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) de HhaI após a digestão do DNA proveniente de sangue periférico e tumor com a enzima HpaII e amplificação por PCR. Os alelos foram visualizados a partir da eletroforese em gel de agarose 2%. O estudo de metilação foi desenvolvido em 49 amostras controle, 57% delas mostraram-se heterozigotas, ou seja, informativas para o RFLP de HhaI, enquanto 43% foram não informativas. Foi feita uma análise comparativa da metilação, de amostras de DNA provenientes tanto de sangue periférico, quanto de tumor em 12 pacientes. Sete dos 12 casos mostraram-se não informativos para o RFLP, tanto no DNA proveniente de sangue periférico, quanto no tumoral. No entanto, o paciente 11, apresentou uma hipermetilação na sua amostra tumoral e heterozigose no DNA oriundo do sangue periférico. Já o paciente 13, que é heterozigoto para o RFLP em sua amostra proveniente de sangue, mostrou homozigose no tumor. As amostras de DNA (sangue e tumor) do paciente 17 indicaram hipermetilação desta região. Desse modo, pode-se concluir que, mesmo a maioria dos casos sendo não informativa para o RFLP, as diferenças observadas auxiliam na compreensão das alterações constitutivas e somáticas nos pacientes. O método empregado é eficiente e rápido, porém a análise quantitativa, que será feita pela técnica de PCR em tempo real associada a ensaios com a enzima de restrição HpaII, é importante para desvendar possíveis metilações parciais da DMRH19. Esta pesquisa certamente ampliará a acuidade diagnóstica no processo do aconselhamento genético. Órgão Financiador: Ministério da Saúde; FAPERJ; CNPq; CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 108 Análise epigenética integrada: expressão gênica, metilação do DNA e imunoprecipitação da cromatina na caracterização de genes supressores tumorais em 3p21.3 Prando, EC1; Aguiar, G1; Cavalli, LR2; Rainho, CA1 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, UNESP - Botucatu, SP Lombardi Comprehensive Cancer Center, Georgetown University Medical Center - Washington DC [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer de mama, regulação epigenética, genes supressores tumorais, RASSF1, PCR em tempo real, ChIP. Alterações epigenéticas, incluindo as alterações da metilação do DNA e as modificações das histonas, são eventos frequentes em células tumorais e estão associadas às mudanças da estrutura da cromatina e dos níveis de expressão gênica. A perda da expressão do gene supressor tumoral RASSF1, localizado em 3p21.3, constitui um dos principais exemplos de genes inativados tanto por mecanismos genéticos quanto epigenéticos em vários tipos de cânceres humanos. Este gene codifica uma proteína com domínio de associação a RAS com função na regulação da fase G1/S do ciclo celular, transdução de sinal, trocas e transporte de íons, apoptose e morte celular. A hipermetilação da ilha CpG presente na sua região promotora foi detectada em até 90% dos carcinomas mamários. Com a finalidade de investigar a provável regulação epigenética de um agrupamento gênico contendo outros prováveis supressores tumorais mapeados upstream ao gene RASSF1 (SEMAB3, HYAL3, HYAL1, HYAL2 e TUSC2) e downstream (ZMYND10A, TUSC4, TMEM115 e CACNA2D2) foram analisados seus níveis de expressão em 10 linhagens celulares derivadas de carcinomas mamários (MDA-MB-134 IV, MDA-MB-453, MDA-MB-157, MDA-MB-231, MDA-MB-468, MCF7, BT-549, BT-483, Hs 578T e SK-BR-3), uma linhagem celular não-tumorigênica (MCF-10A) e 2 linhagens celulares derivadas de tecido mamário normal (184A1 e 184B5). Os níveis de expressão destes dez genes foram quantificados utilizando a técnica de qRT-PCR (quantitative real time Reverse Transcriptase-Polymerase Chain Reaction), nas 13 linhagens celulares tratadas ou não com as drogas 5-aza-2’-desoxicitidina, um agente desmetilante, e tricostatina A (TSA), um inibidor das desacetilases de histonas. Os genes GAPDH e PPIA foram utilizados como controles endógenos e a quantificação relativa foi obtida pelo método ∆∆Ct. Os dados de expressão foram comparados com a análise do padrão de metilação do gene RASSF1 em cinco linhagens celulares (MDA-MB-134 IV, MDA-MB-453, MDA-MB-231, MCF7 e SK-BR-3) não submetidas à ação das drogas e a imunoprecipitação da cromatina (ChIP) com os anticorpos para se detectar a acetilação e a metilação da lisina 9 da histona H3 (H3K9ac e H3K9me3) da região promotora do gene RASSF1, na linhagem MDA-MB-231. Após o tratamento com Aza seguido ou não do tratamento com TSA observou-se um aumento da expressão do gene RASSF1 positivamente correlacionada com a re-expressão dos genes TUSC2, TUSC4, TMEM115 e ZMYND10 (correlação não-paramétrica de Spearman, p<0,05). Adicionalmente, a linhagem MDA-MB-231 foi a que mostrou os maiores níveis de metilação do DNA e de metilação H3K9 e baixos níveis de acetilação deste aminoácido. Em conjunto, esses dados preliminares sugerem a inativação epigenética dos genes localizados próximos ao gene RASSF1 em carcinomas mamários. Apoio Financeiro: FAPESP e Capes 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 109 Metilação global do DNA e metabolismo do folato em mães de indivíduos com síndrome de Down Mendes, CC1; Biselli, JM1; Zampieri, BL1; Eberlin, MN2; Haddad, R2; Riccio, MF2; Carvalho, VM3; Vannucchi, H4; Goloni-Bertollo, EM1; Pavarino-Bertelli, EC1 Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular - UPGEM, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP 3 Centro de Medicina Diagnóstica Fleury, São Paulo 4 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP [email protected] 1 2 Palavras-chave: síndrome de Down, metilação de DNA, polimorfismo genético, folato. A síndrome de Down (SD) é resultante, em 95% dos casos, da não-disjunção meiótica materna. Estudos sugerem que a ocorrência da SD independente da idade materna está relacionada à hipometilação do DNA como consequência do metabolismo anormal do folato. Esse estudo teve como objetivo detectar e comparar o conteúdo de metilação global do DNA entre mães de indivíduos com SD (n=10) e mães com filhos sem a síndrome (n=10), bem como avaliar a associação desta variável com o polimorfismo Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) C677T e as concentrações de homocisteína (Hcy) e ácido metilmalônico (MMA) plasmáticos e folato sérico. A quantificação da metilação global do DNA foi realizada por meio do Imprint Methylated DNA Quantification Kit (Sigma Aldrich). O polimorfismo MTHFR C677T foi investigado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase – Polimorfismos de Comprimentos de Fragmentos de Restrição (PCR-RFLP). As concentrações de folato sérico foram determinadas por imunoensaio competitivo, e de Hcy e MMA plasmáticos por cromatografia líquida/espectrometria de massas seqüencial. O conteúdo de metilação global do DNA não diferiu entre os grupos (p=0,19) e esta variável não foi associada com o polimorfismo MTHFR C677T e com as concentrações de Hcy, MMA e folato (p>0,05). Para o nosso conhecimento, esse é o primeiro estudo que avalia o conteúdo de metilação global do DNA na etiologia da SD e estudos como esse contribuem para o melhor entendimento dos fatores de risco materno associados à síndrome. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, FAMERP/FUNFARME. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 110 Padrão de metilação do gene CDKN2B em meningiomas na população paraense Bastos, CEMC1,3; Borges, BN4; Pieczarka, JC1,2; Brito, JR5; De Oliveira, EHC2,6; Nagamachi, CY1,2; Anselmo, NP4 Laboratório de Citogenética, ICB, UFPA Pesquisador do CNPq 3 Bolsista CNPq de doutorado em Neurociências e Biologia Celular 4 Laboratório de Biologia Molecular, ICB, UFPA; 5Hospital Ofir Loyola; 6Instituto de Ciências Exatas e Naturais, UFPA [email protected] 1 2 Palavras-chave: meningioma, metilação, CDKN2B; p15; câncer. Meningiomas estão entre as neoplasias mais comuns do sistema nervoso central, compreendendo cerca de 25% de todos os tumores primários intracranianos e com uma incidência anual estimada em seis em cada cem mil indivíduos, com predominância em mulheres. A maioria dos meningiomas tem perfil benigno e crescimento lento. Estudos recentes têm demonstrado a importância das alterações epigenéticas no processo da tumorigênese, com ênfase na metilação aberrante das ilhas CpG na região promotora dos genes. A hipermetilação dessas regiões mostrou estar associada com o silenciamento gênico, resultando na inativação de importantes genes supressores tumorais. O gene CDKN2B, também conhecido como p15, é um supressor de tumor que induz a parada do ciclo celular pela inibição da atividade das cinases dependente de ciclina 4 e 6 em fosforilar a proteína RB. Hipermetilação das ilhas CpG na região promotora desse gene tem sido descrita para diversos tipos de tumores e linhagens celulares. Esse trabalho teve como objetivo analisar o padrão de metilação no promotor do gene CDKN2B em meningiomas. Amostras de tecidos tumorais de 28 pacientes atendidos no Hospital Ophir Loyola (Belém – Pará) foram coletadas, e seu DNA genômico foi obtido usando a digestão convencional com proteinase K e o método de extração com fenol/clorofórmio. Para análise do padrão de metilação do gene foi utilizada a técnica do bissulfito com kit comercial. O gene então foi amplificado com iniciadores específicos, e seqüenciado pelo método de terminação de cadeia. Foi obtido um fragmento de 210 pares de bases, contendo 17 sítios CpG. Apesar da metilação da região promotora do CDKN2B ter sido relatada como um fenômeno importante na tumorigênese em alguns tipos tumorais, como nos tumores ependimais e leucemias, as análises qualitativas dos estudos descritos na literatura mostram uma tendência à hipometilação desta região em meningiomas, variando de 2% na população alemã a 4% na população chinesa e 5% na americana. Em nossa análise quantitativa das ilhas CpG da região promotora do CDKN2B, nenhum sítio apresentou-se metilado nas amostras analisadas, corroborando assim com os dados descritos anteriormente na litaratura. Esse resultado indica que, se houver uma inativação do CDKN2B, esta não ocorra pelo processo de hipermetilação, e que o silenciamento deste gene não parece ser um evento essencial na tumorigênese e/ou progressão tumoral em meningiomas. Apoio Financeiro: CNPq e UFPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 111 Análise da inativação da via ARF-MDM2-p53 no Linfoma não Hodgkin B Pediátrico Robaina, MCS1; Arruda, VO1; Machado, ASCM1; Apa, AG2; Rezende, LMM3; Klumb CE1,2 Laboratório de Hemato-Oncologia Celular e Molecular – Programa de Pesquisa em Hemato-Oncologia Molecular – CGTC Serviço de Hematologia – Hospital do Câncer I – Instituto Nacional de Câncer – INCA 3 Divisão de Patologia – Instituto Nacional de Câncer – INCA [email protected] 1 2 Palavras-chave: metilação do DNA, P16INK4a, P14ARF, TP53, Linfoma não Hodgkin B pediátrico. Introdução: Os Linfomas não Hodgkin B (LNH-B) constituem um grupo de neoplasias agressivas de origem linfóide. Na infância, os subtipos prevalentes são: Linfoma de Burkitt (LB) (65%) e Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) (24%). O LB é caracterizado pela ativação do oncogene MYC que resulta no aumento da proliferação celular. A presença do vírus Epstein Barr (EBV) também contribui como co-fator para a patogênese do LB. Durante a fase inicial da gênese do tumor ocorre a ativação de MYC com indução da expressão de ARF e p53 e aumento da apoptose. Em sequência a via ARF-MDM2-p53 é inativada. Alterações dos genes P14 ARF e P16 INK4a, que estão nesta via de ativação têm sido investigadas no LB. Ambos os genes são codificados pelo mesmo lócus (INK4a/ ARF). A proteína p14 liga-se à MDM2, impedindo que a mesma degrade p53. A proteína p16 atua como supressor tumoral, regulando a progressão da fase G1 para S no ciclo celular. A inativação de p14 e p16 pode ocorrer por mutação, deleção ou metilação da região promotora em vários tipos de câncer e inclusive nos linfomas. Metilação do DNA acarreta alteração na conformação da cromatina, podendo inibir ou ativar a expressão gênica. Objetivos: Avaliar o status de metilação de genes envolvidos na via ARF/MDM2-p53 e a associação com o EBV em pacientes com LNH-B da infância. Material e Métodos: Foram utilizadas amostras tumorais de 19 pacientes do Serviço de Hematologia do Hospital do Câncer I no Rio de Janeiro. Após a extração, o DNA tumoral foi quantificado e tratado com bissulfito de sódio (Epitect Bissulfit Kit, Qiagen). O status de metilação foi avaliado pela reação de PCR específica para metilação (MSP). Ambas as análises de mutação de TP53 e da presença do EBV nas amostras tumorais foram realizadas previamente. Resultados: De 19 amostras analisadas para o gene P14 ARF, cinco (35%) encontravam-se metiladas e 14 (65%) não metiladas. Já para o P16 INK4a, 10/12 (83,3%) das amostras analisadas apresentavam metilação. Em relação à presença de mutação de TP53 o percentual observado foi de 31,2%, 5/16. A positividade do EBV nas amostras tumorais foi de cerca de 35%, 6/17. Apenas oito pacientes foram estudados nos três pontos da via: mutação de TP53, metilação de P14 ARF e metilação de P16 INK4a e deste grupo, apenas um paciente não apresentou alteração em nenhum dos três pontos. Conclusões: Nossos dados preliminares indicam que a inativação de p16 por metilação parece ter um importante papel na tumorigênese dos LNH-B. Por outro lado, a inativação de p14 por metilação provavelmente não está associada à patogênese desses linfomas. Apoio financeiro: Capes, Ministério da Saúde, Swiss-Bridge Foundation, INCT. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 112 Genes differentialy expressed due to aberrant epigenetic patterns along melanoma genesis Morais, AS1; Molognoni, F1; Jasiulionis, MG1 Departamento de Farmacologia - UNIFESP [email protected] 1 Palavras-chave: Epigenetic, DNA methylation, histone, melanoma, methylight Introduction: Cutaneous melanoma represents the most dangerous form among the skin cancers. Although the early diagnosis allows treatment with high potential of cure, the clinical extreme, metastatic melanoma, detains the worst prognosis being a chemoresistant form. It is known that the loss of homeostatic balance between keratonocytes and melanocytes has effective participation in the appearance of melanoma. Hypotheses for this disturbance deal with not only specific genetic events, but also environmental influences. Recently, it has been suggested that epigenetic events under interference of microenvironment could play an important role in melanoma genesis. Epigenetic regulation has extreme importance in development of the organism, and besides the dynamic and reversible ability to change this program makes it viable target for interventions. In general, hipermethylation of certain genes is tissue- or tumor-specific, being able to be more easily detected than genetic changes and, in this way, the identification of DNA methylation patterns in different types of cancer might be used as molecular markers and might be valuable in the diagnosis and prognosis of melanoma. Objective: To identify genes aberrantly expressed along melanocyte malignant transformation due aberrant epigenetic patterns. Methodology: Patterns of methylation in some gene promoters were evaluated by Methylight technique in cells representing different phases of murine melanocyte malignant transformation. To validate expression genes with significant alterations in promoter methylation along the tumor progression were used RT- PCR and Real-time PCR assays from cells treated or not with demethylating agent, 5-Aza-CdR, and histone deacetylase inhibitor, Trichostatin A. Results: For the most of selected genes, like Cdkn2a, Cbs, Chd1, Snai1, the expression level validation by RT PCR and Real Time PCR confirmed the results obtained by Methylight assay. The next step will be analyze the methylation pattern of CpG islands in these genes by bisulfite sequencing. Conclusion: Analysis of these results may bring relevant information about epigenetic alterations associated with malignant transformation and melanoma progression, revealing also great instruments for diagnosis and treatment of this neoplasia. Supported by FAPESP. Organ donor: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 113 Avaliação do perfil de metilação como marcador molecular para o diagnóstico precoce de recidivas em pacientes com tumores de cabeça e pescoço Longo, ALB1; Rettori, M1; Cavalare, M1; Carvalho, AL2; Kowalski, LP3; Vettore, AL1 Laboratório de Biologia Molecular do Câncer - Universidade Federal de São Paulo Hospital do Câncer de Barretos 3 Hospital do Câncer AC Camargo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Metilação, câncer, Carcinoma Epidermóide de cabeça e Pescoço, epigenética. Os cânceres de cabeça e pescoço encontram-se entre os dez tipos mais freqüentes, sendo que a variante mais comum é o carcinoma epidermóide localizado em vias aerodigestivas superiores. As estratégias terapêuticas para o carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (CECP) baseiam-se fundamentalmente na localização do tumor e no sistema de estadiamento TNM. Entretanto, em muitos casos, tumores com mesmo estadiamento clínico e localização, tratados pelo mesmo método, apresentam padrões de recorrência e riscos de óbito diferentes. A presença de hipermetilação nas regiões promotoras dos genes está associada à supressão da expressão gênica e tem sido considerada como um potencial marcador molecular para vários tipos tumorais, incluindo os CECP. Por essa razão, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o perfil de metilação de genes freqüentemente metilados em CECP em amostras de tumor e de escovados da lesão primária coletadas antes do ato cirúrgico, logo após o ato cirúrgico e nas consultas semestrais pós-tratamento. Desta forma, se pretende avaliar se um método pouco invasivo, simples e econômico de diagnóstico pode ser uma ferramenta útil para a detecção precoce de recidivas tumorais. Foi avaliado o perfil de metilação de 25 genes em amostras de escovado de mucosa normal e de escovado da lesão primária. Desses 25 genes, foram identificados e selecionados 12 genes com valores elevados de especificidade, que foram analisados em 102 amostras de escovado coletadas no momento do diagnóstico. Desses resultados foram selecionados 5 genes, CCNA1, DCC, TIMP3, THBS1 e MGMT que apresentaram elevados valores de sensibilidade e especificidade, sugerindo bons candidatos para um painel de metilação. Esses genes selecionados foram analisados em mais 68 amostras de tumor, 98 amostras coletadas após o último tratamento curativo e 96 amostras de escovado da cicatriz da lesão coletadas nos retornos semestrais. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 114 Avaliação do padrão de metilação da região promotora do gene ESR2 na endometriose Meyer, JL1; Zimbardi, D1; Fabro, AT3; Silva, A2; Poppe, AC2; Rogatto, SR4; Abrão, MS2; Rainho, CA1 Instituto de Biociências, Departamento de Genética, UNESP – Botucatu Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, USP – São Paulo 3 Faculdade de Medicina, Departamento de Patologia, UNESP – Botucatu 4 Laboratório Neogene, Departamento de Urologia, Faculdade de Medicina, Unesp - Botucatu e Hospital do Câncer A.C. Camargo, São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: endometriose, epigenética, metilação do DNA, MSP-PCR A endometriose é uma doença inflamatória estrógeno-dependente que afeta de 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva. É caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina e está associada à dismenorréia, dor pélvica e infertilidade. Embora a etiologia e o exato mecanismo para o seu desenvolvimento sejam incertos, evidências recentes sugeriram o envolvimento de alterações epigenéticas. Os níveis de receptores nucleares SF1 ( fator esteroidogênico 1) e dos receptores de estrógeno α, β e de progesterona estão alterados no tecido endometriótico comparado ao endométrio normal. Essas diferenças podem ser determinadas, em parte, por alterações na metilação do DNA, que ocorre preferencialmente nas ilhas CpG presentes nas regiões promotoras destes genes. Estudos prévios relataram que os genes SF1 e ESR2 (receptor de estrógeno β) são altamente metilados e assim silenciados em células endometriais normais sendo que a perda da metilação do gene ESR2 na endometriose foi associada com níveis aumentados de expressão desse receptor nuclear. Com base nesses fatos, o presente trabalho avaliou o padrão de metilação da região promotora do gene ESR2 em sete amostras pareadas de endométrio eutópico e ectópico de mulheres portadoras de endometriose profunda intestinal pela análise de MSP-PCR (methylation-specific PCR). Esta abordagem consiste na modificação do DNA pelo bissulfito de sódio, convertendo citosinas não metiladas em uracila. A região de interesse foi posteriormente amplificada por PCR utilizando-se oligonucleotídeos específicos para alelos metilados ou não metilados. O padrão de metilação foi analisado com base na presença e/ou ausência do produto detectado após eletroforese em gel de poliacrilamida a 6% e coloração com nitrato de prata. A média das idades das pacientes foi de 37,85 anos (±9,57). Quatro pacientes apresentavam estadiamento grau 4, duas estadiamento grau 1 e uma grau 2. Em todas as amostras foram observados a presença de alelos metilados e não metilados, não havendo diferença no padrão de metilação entre o endométrio eutópico e tecido endometriótico pareado. Esses achados estão de acordo com um modelo recentemente proposto no qual fatores genéticos ou ambientais levariam a mudanças na metilação no DNA durante a diferenciação embrionária do trato genital feminino e promoveriam o aparecimento de um fenótipo alterado predispondo ao desenvolvimento da endometriose na idade adulta. Apoio: CAPES e FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 115 Caracterização da expressão da proteína Anexina-1 (ANXA1) na inflamação e tumorigênese gástrica Jorge, YC1,2,3; Rossi, AFT1,3; Araujo, LP2,3; Fazzio, CSJ4; Oliani, SM2,3; Silva, AE1,3 Laboratórios de Citogenética e Biologia Molecular Humana Laboratório de Imunomorfologia 3 Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Departamento de Biologia, Universidade Estadual Paulista, UNESP- São José do Rio Preto, SP 4 Serviço de Patologia e Medicina Legal, Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: Expressão protéica, Anexina, Imuno-histoquímica, inflamação, câncer gástrico. A inflamação crônica tem sido apontada como fator preponderante na carcinogênese e, muitas neoplasias surgem a partir de locais de irritação crônica e inflamação. O microambiente mantido pelas células inflamatórias parece ser um componente importante no processo neoplásico, uma vez que nele ocorrem processos como a proliferação, sobrevivência e migração celular. A carcinogênese do estômago pode progredir por meio de uma cascata de lesões precursoras, iniciando-se pela inflamação da mucosa gástrica em associação com a bactéria Helicobacter pylori. Na resposta inflamatória à infecção pela bactéria ocorre a expressão de proteínas anti-inflamatórias como a Anexina-1 (ANXA1), a qual tem sido associada com a progressão tumoral, sugerindo um papel na regulação da migração/ invasão das células epiteliais. Contudo, no câncer de estômago, ainda há poucos estudos, sendo os resultados discordantes e, em lesões precursoras como a gastrite crônica, tais estudos são inexistentes. Desse modo, o presente estudo caracterizou a expressão protéica da ANXA1 por método imuno-histoquímico em dez amostras de câncer gástrico-CG, vinte de gastrite crônica-GC e dez de mucosa gástrica normal-MN. Nessa reação utilizamos o anticorpo policlonal rabbit anti-ANXA1 (Zymed Laboratories, Cambridge, UK) na diluição de 1:2000 em BSA 1% e, após, coloração com Hematoxilina de Harris. A análise qualitativa evidenciou imunomarcação positiva para ANXA1 no endotélio vascular; neutrófilos; plasmócitos; células parietais e as porções finais das glândulas foveolares de modo semelhante para os três grupos. Contudo, evidenciamos expressão diferencial nos grupos CG e GC aumentada para o epitélio e o estroma em relação a MN, cuja imunomarcação foi menos acentuada. Outro resultado importante foi imunomarcação da ANXA1 nas células tumorais no citoplasma, núcleo e membrana plasmática. Portanto, os resultados indicam que a proteína ANXA1 apresenta expressão baixa em mucosa gástrica normal e elevada no processo inflamatório da gastrite e no câncer gástrico, sugerindo uma mudança no padrão de expressão dessa proteína na carcinogênese do estômago. Esses dados sugerem que essa proteína pode exercer um papel importante na progressão tumoral como proliferação, migração, angiogênese e apoptose. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 116 Epigenetic pattern and protein expression of E-cadherin and Caveolin-1 in gastric adenocarcinoma Gigek, CO1; Leal, MF1; Silva, PNO1; Lisboa, LCF1; Lima, EM2; Calcagno, DQ3; Borges, BN3; Assumpção, PP4; Burbano, RR3; Smith, MAC1 Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia e Genética, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP Departamento de Biologia, Campus Ministro Reis Velloso/Parnaíba, Universidade Federal do Piauí, Parnaíba, PI 3 Laborátorio de Citogenética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, PA 4 Serviço de Cirurgia, Hospital Universitário João de Barros Barreto, Universidade Federal do Pará, Belém, PA [email protected] 1 2 Keywords: E-cadherin, Caveolin-1, protein expression, CDH1, CAV1, methylation, epigenetic, gastric cancer. Plasma membrane proteins are potential drug targets and diagnostic markers. E-cadherin is a member of calciumdependent adherins and contributes to cell-cell adhesion and Caveolin-1 is an integral membrane protein in caveolae, which are invaginations in the plasma membrane. The E-cadherin gene (CDH1) is one of the most important tumor suppressor genes in gastric cancer. Genetic alterations such as mutations and chromosomal deletions as well as epigenetic modifications have been reported to be involved in CDH1 inactivation. The Caveolin-1 gene (CAV1) has shown that exons 1 e 2 are embedded within CpG islands, being potential sites for epigenetic regulation by DNA methylation Epigenetic modifications have a central role in several types of cancer, including gastric adenocarcinoma. Gastric adenocarcinoma has poor prognosis and high mortality, therefore remaining a health issue. This study aimed to evaluate E-chaderin and Caveolin-1 protein expression and to elucidate the epigenetic mechanism involved in these genes’ regulation in gastric adenocarcinoma. Immunohistochemistry was analyzed in 58-57 gastric cancer and in 20-18 normal gastric mucosa samples. CpG island methylation was investigated through methylation specific PCR in 43-106 gastric samples, including tumor and normal adjacent gastric tissue. Lack of E-cadherin was associated with gastric carcinogenesis and with metastasis, whereas Caveolin-1 expression was associated with gastric cancer and with H. pylori infection in diffuse type gastric cancer. CDH1 and CAV1 methylation patterns did not differ between gastric cancer and normal mucosa. Our data showed an inverse relationship between E-cadherin and Caveolin-1 expression. E-cadherin was associated with gastric cancer and with a metastatic phenotype and Caveolin-1 seems to have a role as a pro-tumorigenic factor. Apoio Financeiro: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 117 Avaliação do padrão de metilação da DMR do gene H19 em carcinomas uroteliais Ramos, PMM1; Negraes, PD1; Camargo, JLV2; Rainho, CA1 1 2 Departamento de Genética, Instituto de Biociências - IBB UNESP- Botucatu-SP Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina - FMB UNESP - Botucatu-SP Palavras-chave: imprinting genômico, metilação do DNA, gene H19, marcador prognóstico O gene H19 é regulado por imprinting, está localizado em 11p15.5 adjacente ao gene IGF2 (insulin-like growth factor 2 – somatomedin A) e codifica um transcrito não codificador de proteínas (micro RNA miR-675). Uma DMR (Differentially Methylated Region) atua na determinação do imprinting recíproco e na expressão mutuamente exclusiva destes genes. Sob condições normais, a metilação da DMR no homólogo paterno atuaria como um centro de inativação que “silenciaria” a expressão do gene H19, enquanto a ausência da metilação no cromossomo materno permitiria a ligação da proteína CTCF e a expressão do mesmo. Estudos anteriores sugeriram que somente o sexto sítio de ligação do fator CTCF apresenta metilação parental específica e que a perda do imprinting do gene H19 estava associada com a hipometilação do alelo paterno em tumores de bexiga. No presente estudo, o padrão de metilação do gene H19 foi determinado em duas regiões distintas: no sexto sítio de ligação do fator CTCF contido na DMR (análise de qMSP ou quantitative real time Methylation Specific Polymerase Chain Reaction) e no primeiro éxon do gene H19 (abordagem de MSP-CTPP ou Methylation Specific Polymerase Chain Reaction with Confontring Two Pair-Primers). Foram analisadas 52 amostras pareadas de tecidos normais e tumorais de carcinoma de bexiga, provenientes de 51 pacientes, coletadas junto ao Serviço de Urologia do Hospital Amaral Carvalho de Jaú-SP. A metilação bialélica do sexto sítio de ligação do fator CTCF foi detectada em duas amostras tumorais, sendo que em uma delas, este padrão também estava presente no tecido normal. A análise conjunta dos dados revelou uma tendência a níveis maiores de metilação desta região no tecido tumoral em comparação ao normal. Estes dados sugerem hipermetilação do sexto sítio de ligação da proteína CTCF em um subgrupo de carcinomas de bexiga. Este estudo também detectou variação inter-individual no padrão de metilação no éxon 1 do gene H19: seis amostras mostraram metilação bialélica, cinco mostraram metilação monoalélica e em apenas uma amostra houve discordância entre o tecido tumoral (metilação monoalélica) e normal (metilação bialélica). Novos estudos são necessários para se investigar o efeito dos padrões de metilação nos níveis de expressão do gene H19. Auxílio Financeiro: CAPES, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 118 Avaliação in silico de mutações no gene RB1 e suas prováveis implicações na estrutura da proteína RB em pacientes com retinoblastoma Barbosa, RH1,2; Aguiar, FCC1,2; Bittar, CM5; Prolla, PA5; Vargas, FR1,3; Bonvicino, CR1,4; Seuanéz, H1,5 Programa de Genética, Coordenação de Pesquisa - Instituto Nacional de Câncer Programa de pós-graduação - Instituto Nacional de Câncer 3 Departamento de Genética - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 4 Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ 5 Departamento de Genética - Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: gene RB1, mutações, pRB, retinoblastoma, modelagem molecular A proteína Retinoblastoma (pRB) é o produto do gene RB1, um supressor tumoral fundamental na regulação do ciclo celular. O RB1 contem 27 éxons em 180kb e codifica uma fosfoproteína de 110kD (pRB) composta de 928 aminoácidos. A pRB age como supressor da proliferação celular atuando durante a fase G1 do ciclo celular interagindo com fatores de transcrição da família E2F. O fenômeno da supressão está vinculado ao grau de fosforilação da pRB. Quando hipofosforilada é capaz de ligar-se aos fatores de transcrição E2F, impedindo a transcrição de genes específicos. Quando fosforilada torna-se inativa, liberando o fator de transcrição possibilitando a proliferação celular. Mutações no RB1 podem causar a perda da função de pRB em células retinianas imaturas, e o desenvolvimento do Retinoblastoma, um tumor ocular maligno que acomete crianças menores que sete anos de idade. Os objetivos deste trabalho foram: detectar mutações no RB1 em pacientes portadores de retinoblastoma e familiares; analisar in silico de que forma as mutações patogênicas afetam a pRb em seu plano estrutural e/ou sua interação com E2F e efetuar uma correlação genótipo-fenótipo nestes indivíduos. Foi realizado o rastreamento de mutações no RB1 através do sequenciamento dos 27 éxons e regiões intrônicas adjacentes em DNA genômico, isolado a partir de sangue periférico dos portadores de retinoblastoma e familiares. Para analisar os efeitos das mutações na estrutura da pRB foi utilizado o programa Deep View - Swiss Pro, no qual foi inserida uma estrutura tridimensional da pRB utilizada como molde para inferir mutações detectadas no genoma dos pacientes. Foram analisados 100 pacientes com retinoblastoma e familiares dentre os quais, 67 apresentaram 29 diferentes mutações constitutivas. Destas, 6 foram do tipo missense: D287N, K447E, I524F, e D856N A525G, R661W sendo as 4 primeiras não descritas na literatura. Nestes casos a troca de aminoácido ocorreu em regiões críticas da pRB, acarretando em modificações nas ligações de hidrogênio, alterações significativas no potencial eletrostático e da superfície molecular, que provavelmente interfere na interação da proteína com fatores de transcrição, afetando de forma negativa sua atividade biológica. Estas mutações afetaram, em sua maioria, pacientes com retinoblastoma bilateral na forma mais agressiva. A triagem de mutações no RB1, além de servir como subsídio para o aconselhamento genético das famílias acometidas, é uma fonte de estudos para a modelagem e dinâmica molecular. A modelagem molecular por homologia da pRB com as mutações acima descritas mostrou-se eficaz na visualização das alterações com a finalidade de verificar de que forma elas afetam a proteína em seu plano estrutural. E ainda, demonstrar a importância da integração dos dados experimentais e in silico para um melhor entendimento das alterações moleculares associadas a doenças decorrentes de mutações genéticas. Apoio Financeiro: CAPES ; Ministério da Saúde - MS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 119 Análise molecular de mutações complexas no gene RB1 em pacientes com retinoblastoma Sena, PP1,2; Aguiar, FCC2; Barbosa, RH2; Bonvicino, CR2,3; Vargas, FR1,2 Departamento de Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Programa de Genética, CPQ, Instituto Nacional de Câncer 3 Lab. Biol. Parasitol. Mam. Reserv. Silv., IOC, FIOCRUZ, Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: Retinoblastoma, RB1, mutações germinativas, MLPA, anomalias genéticas. Retinoblastoma é um tumor infantil de incidência anual estimada em 1 caso a cada 15.000/20.000 nascidos vivos. O principal gene relacionado à neoplasia é o RB1, supressor tumoral em 13q14, que apresenta 27 éxons. Portadores de mutações germinativas patogênicas no gene tendem a desenvolver retinoblastoma bilateral e/ou multifocal. Cerca de 15% dos portadores de tumor unilateral também são portadores de mutações germinativas. Devido a não detecção por sequenciamento de mutações constitutivas no gene RB1 em alguns pacientes, esse estudo objetivou pesquisar, através da utilização da metodologia “SALSA MLPA KIT P047 RB1”, a presença de anomalias genéticas que pudessem ser classificadas como o primeiro evento mutacional que levou ao desencadeamento do tumor. Quatro amostras de ADN de portadores de retinoblastoma, com sequenciamento negativo para mutações pontuais, já estavam disponíveis no laboratório. Além dessas, foi isolado ADN de sangue de outras quatro amostras de pacientes pela técnica de extração por sal. As amostras foram submetidas à reação em cadeia da polimerase, sendo realizadas inicialmente as três primeiras etapas de amplificação do gene, que compreendem 16 dos 27 éxons. As amostras amplificadas foram purificadas e seqüenciadas em seqüenciador automático. Paralelamente ao sequenciamento foi aplicada a técnica de MLPA, que permite a análise de todos os éxons do gene RB1 em uma só reação. O sequenciamento dos oito pacientes não apresentou alterações e a análise por MLPA revelou a deleção de todo o gene RB1 e regiões flanqueadoras em dois pacientes e uma provável deleção do éxon 22 em um paciente. A padronização e aplicação da técnica de MLPA às amostras dos pacientes, cujas seqüências não revelaram mutações pontuais, foram importantes para elucidar a primeira mutação constitutiva (quando presente) ocorrida no gene RB1 dos mesmos. A aplicação desta técnica aumenta o espectro de mutações detectáveis, o que melhora, portanto, a compreensão de parte da via de eventos que culmina na formação do tumor. Apoio Financeiro: CNPq/PRONEX. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 120 Amplificação dos Oncogenes NMYC, MDM2 e MDM4 em Amostras Tumorais de Pacientes com Retinoblastoma Reis, AHO1; Bonvicino, CR1; Seuanez, HN1,2; Vargas, FR1 Instituto Nacional de câncer (INCA), Divisão de Genética Universidade Federal do rio de Janeiro (UFRJ), Departamento de Genética [email protected] 1 2 Palavras-chave: Retinoblastoma, MDM2, MDM4, NMYC, amplificação, tumor O retinoblastoma é um tumor maligno intra-ocular infantil originado de retinoblastos. A incidência estimada é de um caso para cada 15.000/20.000 nascidos vivos. As formas hereditária e esporádica da doença são causadas por mutações no gene RB1. Além do gene RB1, outros genes foram propostos de estarem envolvidos na progressão do retinoblastoma, tais como MDM2 e MDM4, que regulam negativamente o gene RB1 e o gene TP53, envolvidos na supressão tumoral e NMYC, que codifica um fator que regula a transcrição de genes envolvidos na supressão tumoral. Dada a importância de se caracterizar outros fatores envolvidos no retinoblastoma, a amplificação dos oncogenes MDM2, MDM4 e NMYC foi pesquisada em amostras tumorais. A metodologia de Hibridização in situ por fluorescência (FISH) foi realizada, com sondas para os genes MDM2, MDM4 e NMYC, em núcleos interfásicos de amostras tumorais emblocadas em parafinas, obtidas de 33 pacientes com retinoblastoma, enucleados no Instituto Nacional de Câncer. Estes pacientes foram previamente analisados quanto à presença ou ausência de mutações constitucionais no gene RB1, sendo encontradas mutações em 20 deles. Foram encontradas amplificações para o gene MDM2 em um paciente, para o gene NMYC em 6 pacientes e um paciente apresentou amplificação em ambos os genes. Para o gene MDM4 não foram encontradas amplificações. Após a análise das características histopatológicas dos tumores observamos que a amplificação do gene NMYC parece não estar associada à invasão das câmaras anterior e posterior do globo ocular pela neoplasia e que a presença concomitante de amplificação dos genes MDM2 e MDM4 pode estar relacionada a lesão exofítica. A ausência de amplificação do gene MDM4 pode indicar a não associação deste gene com a neoplasia, enquanto que a regulação de TP53 é exercida pelo gene MDM2. Outros pacientes estão sendo investigados para aumentar a representatividade da amostra. O conhecimento dos dados cito-moleculares por FISH é de grande importância visto que no caso de outros tipos de câncer como o neuroblastoma, a amplificação de NMYC é utilizada, internacionalmente, para a escolha do tratamento adequado. Apoio financeiro: Ministério da Saúde, INCT para controle do câncer (FAPERJ/CNPq) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 121 Alterações epigenéticas nos genes p15INK4B e p16INK4A em síndrome mielodisplásica primária na infância Seixas, TSF1; Rodrigues, EF1; Mencalha, A1; Fernandez, CS2; Santos-Rebouças, CB3; Pimentel, M3; Tavares, RC1; Dobbin, J1; Sobral, E4; Bouzas, LF 1; Abdelhay, E1 Instituto Nacional de Câncer, INCA Instituto de Matemática,Universidade Federal Fluminense (UFF) 3 Departamento de Genética Humana, UERJ. 4 Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG),UFRJ [email protected] 1 2 Palavras-chave: síndrome mielodisplásica, infância, epigenética. A síndrome mielodisplásica primária (SMD) é uma doença clonal de célula tronco hematopoética, que ocorre predominantemente em idosos, sendo rara na infância. Alterações epigenéticas em genes supressores de tumor, incluindo p15INK4B e p16INK4A, têm sido descritas desempenhando um papel importante no desenvolvimento da SMD, no entanto a maior parte destes estudos foi baseada em pacientes adultos, existindo poucos estudos em SMD na infância. Este trabalho apresentou como objetivo analisar a frequência de metilação na região promotora dos genes p15INK4B e p16INK4A em crianças com SMD, correlacionar com a evolução da doença para leucemia mielóide aguda (LMA) e verificar a significância estatística desses dados. Foram analisadas amostras de medula óssea de 47 pacientes, com idade entre 5 meses-18 anos, que apresentaram o diagnóstico de SMD primária. A presença de metilação dos genes p15INK4B e p16INK4A foi realizada qualitativamente pela técnica de reação em cadeia da polimerase específica para metilação (MSP) e confirmada por sequenciamento. Para as amostras positivas para metilação foi realizada uma análise quantitativa utilizando as metodologias: “combined bisulfite restriction analysis” (COBRA) e “quantitative methylation specific-PCR” (QMS-PCR). A análise estatística dos resultados envolvendo a metilação do gene p15INK4B foi realizada pelo método do X2 e dos resultados envolvendo a metilação do gene p16INK4A foi realizada pelo método do X2 com a correção de Yates. A análise estatística da correlação entre os níveis de metilação e os subtipos da doença foi feita pelo teste de ANOVA. A análise molecular revelou que 15 pacientes (32%) apresentaram metilação para o gene p15INK4B e apenas 4 (8 %) para o gene p16INK4A. A distribuição da metilação do gene p15INK4B de acordo com a classificação de SMD na infância foi: CR (5/30); AREB (5/9), AREB-t (5/8). A metilação do gene p16 esteve presente em AREB (2/9) e AREB-t(2/8). A metilação nos genes p15INK4B e p16INK4A esteve presente com maior frequência nos subtipos mais avançados da doença (AREB, AREB-t), sendo p<0,003 e p<0,05, respectivamente. Evolução da doença foi verificada em 17 (36%) dos 47 pacientes. Verificamos uma forte associação entre a presença de metilação no gene p15INK4B e a evolução da doença (p<0,008). Das 4 crianças apresentando metilação no gene p16INK4A,, todas apresentaram evolução da doença (p<0,05). Conclusão: Nossos resultados sugerem que a presença de metilação em p15INK4B e p16INK4A está associada com mau prognóstico, sendo estas alterações epigenéticas, marcadores biológicos de evolução da doença. Apoio Financeiro: Ministério da Saúde e FAPERJ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 122 Nova t(7;12)(p11.1;q11.1) e i(12)(q10) durante crise blástica linfóide de paciente com leucemia mielóide crônica Ph+ Leite-Cueva, SD1,3; Oliveira, FM2,3; Palma, LO2; Costa, LD2; Falcão, RP2,3; Fontes, AM3;Simões, BP2 Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP Departamento de Clínica Médica, FMRP USP 3 Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular 1 2 Palavras-chave: LMC, crise blástica, citogenética, SKY. A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa, resultante de uma expansão clonal na célula tronco hematopoética, que compreende 15-20% das leucemias adultas. Na fase inicial caracteriza-se pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), resultante da translocação t(9;22)(q34;q11.2). Durante sua progressão pode manifestar-se com fenótipo mielóide ou linfóide. Na fase acelerada alterações cromossômicas adicionais são freqüentes, como i(17q) e +8, as quais estão associadas a um prognóstico geralmente desfavorável. A LMC tratada com busulfan está associada à alta incidência de +8 quando comparadas com pacientes tratados com hidroxiuréia. Nesta investigação descrevemos um paciente com LMC e associação de crise blástica linfóide para uma nova anormalidade cromossômcia, t(7;12)(p11.1;q11.1) identificada pelas técnicas clássicas e moleculares da citogenética. Trata-se de um homem de 27 anos com manifestações de fadiga, leucocitose e esplenomegalia. Os parâmetros hematológicos inicialmente foram: hemoglobina 13.1g/dl, leucócitos 199.000/mm3, 2% de blastos, plaquetas 220.000/mm3, medula óssea apresentava proliferação das três linhagens hematopoéticas e ausência de infiltração por blastos. Análise de RTPCR para BCR/ABL1 foi positiva e citogenética clássica confirmou a t(9;22)(q34;q11) em 11/20 metáfases analisadas. O paciente foi submetido ao tratamento com mesilato de imatinib e após um mês obteve resposta hematológica completa. Posteriormente, apresentou crise blástica linfóide. Parâmetros hematológicos foram: hemoglobina 10.2g/ dl, leucócitos 20.300/mm3 com 73% de blastos e plaquetas 63.000/mm3. A medula óssea apresentava-se infiltrada por blastos (80%). Imunofenotipagem apresentou blastos positivos para CD10, CD19, CD38, CD45, CD79a, TdT e HLA-DR e negativo para CD2, CD3, cCD3, CD11b, CD33, CD34, CD42a, CD117, kappa, Lambda e MPO. A análise citogenética revelou cariótipo: 46,XY,t(7;12)(p11.1;q11.1),t(9;22)(q34;q11.2),i(12)(q10)[14]/46,XY[6][cp14]. A validação dos achados citogenéticos foram realizadas por SKY e CGH que confirmou os desequilíbrios genômicos associados à t(7;12)(p11.1;q11.1) e i(12)(q10). O paciente apresentou refratariedade ao tratamento anterior e foi submetido a um protocolo de tratamento para LLA, com adição de dasatinibe. Após um ano de tratamento ainda apresenta BCR/ABL1 positivo, porém, com resposta hematológica e citogenética completa. Anormalidades secundárias são geralmente consideradas por conferirem uma vantagem proliferativa na LMC. A trissomia do 8 está associada com a hiperexpressão do gene MYC, localizado em 8q24. Deleção do 17p, antecede a formação do i(17q), sugere que ambas anormalidades tenham papel importante na progressão da LMC. Defeito na regulação do ciclo celular pode permitir acúmulo de eventos citogenéticos adicionais e sobrevida das células malignas, contribuindo para evolução e complexidade da doença.Anormalidades cromossômicas do paciente são inéditas e sem significado claro, quando comparadas às anormalidades comumente vistas durante transformação da LMC. Entretanto, pode-se inferir que a presença destas pode está condicionada a refratariedade ao tratamento com mesiltado de imatinibe e transformação linfóide, dado que há relatos na literatura da presença da t(7;12)(p11.1;q11.1) em neoplasias linfóides. Apoio Financeiro: FAPESP, INCTC (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 123 Polimorfismos de enzimas de fase 1 e 2 do metabolismo de fármacos em pacientes portadores de Linfoma Difuso de Grandes Células B Levy, D1; Oliveira-Souza, P1; Maciel, FVR2; Xavier, FD2; Pereira, J2; Bydlowski, SP1 Laboratório de Genética e Hematologia Molecular – Lim 31 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Laboratório de Imunopatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: Linfoma Difuso de Grandes Células B; metabolismo de fármacos; Polimorfismos; GSTM, NQO, MDR; CYP, PON1 O LNH é a quinta forma mais comum de neoplasia maligna no Brasil, sendo o subtipo difuso de grandes células B (LDGCB) o mais comum. O LDGCB é uma doença agressiva com considerável heterogeneidade biológica e clínica, totalizando quase 40% de todos os LNH. O objetivo é avaliar a relação entre polimorfismos do CYP3A5 (A6986G), CYP2B6 (G516T e A785G), MDR1 (C3435T e C1236T), PON1 (Q192R), NQO1 (C609T), GSTP1 (A105G e C114T), GSTT1 (+/-) e GSTM1 (+/-) e a variabilidade na resposta farmacológica a quimioterapia CHOP e R-CHOP em pacientes portadores de LDGCB. Foram estudados 122 pacientes diagnosticados LDGCB, de ambos os sexos, com idade entre 16 e 95 anos tratados com quimioterapia CHOP e R-CHOP. O DNA genômico foi extraído dos leucócitos do sangue periférico, utilizando o método de precipitação com solução saturada de NaCl conforme descrito por Miller et al. (1988) modificado. Os polimorfismos foram analisados através de PCR-RFLP. Pacientes GSTM1 positivos apresentaram maior chance de resposta ao tratamento R-CHOP (OR=12.02777; IC95%= 2.59-55.85), enquanto pacientes GSTM1 negativos apresentaram maior chance de resposta ao tratamento CHOP (OR=0.143454; IC95%= 0.04-0.517). Para GSTP1 (A105G), foi observado que homozigotos (AA) apresentam mais chance de remissão da doença quando comparado aos heterozigotos (AG) (OR=0.262; IC50%= 0.103-0.663) e homozigotos (GG) (OR=0.080; IC95%=0.016-0.406) em relação ao tratamento R-CHOP. Para MDR1 (C3435T), indivíduos homozigotos (CC) apresentam maior chance de remissão da doença quando comparado aos heterozigotos (CT) (OR=0.101; IC95%= 0.023-0.435) e homozigotos (TT) (OR=0.048; IC95%= 0.008-0.299) em relação ao tratamento R-CHOP. O mesmo foi observado para MDR1 (C1236T) (CC/CT OR=19.401 e IC50%= 3.998-94.147; CC/TT OR=46.997 e IC50%=5.848377.507). Em relação ao NQO1, indivíduos homozigotos (CC) apresentam menor chance de remissão da doença quando comparado aos heterozigotos (CT) (OR=6.112 IC50%= 2.53-14.762). Porém os pacientes heterozigotos apresentaram pior sobrevida global dos que os indivíduos homozigotos para o NQO1 (p>0.001). Indivíduos que apresentam sítios extranodal envolvidos têm menos chance de remissão da doença quando comparado aos indivíduos sem esse envolvimento (OR= 0.247; IC50%=0.097-0.629). Outro resultado é sugestivo de que o sexo masculino tem maior chance de remissão da doença em relação ao sexo feminino (OR=1.87; IC50%=0.83-4.216), embora não tenha sido encontrada associação entre sexo e resposta. Com esse estudo foi possível observar que os polimorfismos nos genes das enzimas metabolizadoras de fármacos apresentam importante papel na resposta ao tratamento quimioterápico. Esses resultados mostram uma importante relação dos SNPs e o tratamento do LDGCB. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 124 Avaliação do genótipo de virulência CagA da Helicobacter pylori em lesões gástricas Mataruco, MM1; Jorge, YC1; Duarte, MC1; Silva, AE1 Laboratório de Citogenética Humana e Biologia Molecular, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista-UNESP, São José do Rio Preto, SP [email protected] 1 Palavras-chave: Lesões gástricas, Carcinogênese gástrica, Helicobacter pylori, Fator de virulência, CagA. Introdução: A bactéria Helicobacter pylori infecta cerca de 50% da população mundial e está associada como principal fator de risco de lesões gástricas como a gastrite crônica, úlcera péptica, linfoma MALT e câncer gástrico. Neste processo são considerados os fatores genéticos do hospedeiro, fatores de virulência da bactéria e fatores de estilo de vida. O fator de virulência CagA, presente em cerca de 60 a 70% das cepas de H. pylori, tem sido destacado como o principal fator da bactéria associado com a carcinogênese gástrica. CagA provoca proliferação anormal, motilidade e mudanças citoesqueléticas nas células epiteliais gástricas, assim como induz a produção de interleucinas e citocinas e altera a expressão de proto-oncogenes. Diferenças populacionais na ocorrência desta cepa conjuntamente com outras cepas de virulência já descritas como VacA, IceA e BabA podem estar relacionadas com maior risco de progressão do câncer gástrico. Objetivos: Investigar a ocorrência de infecção pela H. pylori em pacientes com lesões gástricas (gastrite crônica, úlcera gástrica e metaplasia intestinal) e a frequência do genótipo CagA nas amostras H. pylori positivas. Métodos: Foram coletadas biópsias da mucosa gástrica durante exame endoscópico (região do antro e corpo) de 81 pacientes com lesões gástricas (27 gastrites crônicas-GC, 36 úlceras gástricas-UG e 18 metaplasias intestinais-MI). Destes pacientes, 47% são do sexo masculino e 53% do sexo feminino com idade média de 57±13 anos. O DNA foi extraído utilizando kit comercial (Trizol) e amplificado por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para os genes HpX da bactéria e CYP1A1 (gene constitutivo humano) que resultam em fragmentos de 150 pb e 226 pb, respectivamente. As amostras positivas para o gene bacteriano (Hp+) foram submetidas à nova amplificação para o gene CagA, resultando em um fragmento de 348 pb. Resultados: Das 81 amostras de lesões gástricas analisadas cerca de 47% (38/81) eram H. pylori positivas. Para o genótipo CagA, cerca de 58% (22/38) das amostras apresentaram o genótipo de virulência da bactéria, sendo 6/10 (60%) das gastrites, 10/21 (48%) das úlceras e 6/7 (86%) das metaplasias. Conclusão: Os resultados confirmam a infecção da H. pylori como prevalente na população estudada e sugerem uma variação na frequência do genótipo CagA nas diferentes lesões gástricas, com maior frequência nas metaplasias, que corresponde às etapas mais avançadas da progressão de lesões pré-cancerosas ao câncer gástrico. Portanto, destaca-se o papel importante deste fator de virulência na carcinogênese do estômago. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 125 Carcinoma Papilífero de Tireóide Familiar: Um estudo de caso Azevedo, BM¹; Silva, GPC¹; Nogoceke, LC¹; Alexandre, RB¹; Faucz FR¹ ¹ Laboratório de Genética Humana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná [email protected] Palavras-chave: BRAF, mutação, câncer de tireóide, família, neoplasia. Geralmente, carcinomas diferenciados da tireóide são esporádicos. Porém, para este trabalho foram coletadas amostras de 31 indivíduos da mesma família, sendo que 6 destes tem histórico de nódulos na tireóide, relatando uma forma rara da doença, a forma familiar. Para este estudo foi utilizado um gene que tem se apresentado frequentemente associado a carcinoma papilífero de tireóide esporádico, o gene BRAF. Este gene esta localizado no cromossomo 7 na posição 7q34, possui 18 éxons e é responsável pela produção de uma proteína serina/treonina quinase. A mutação estudada no gene BRAF envolve uma translocação de timina para adenina na posição 1799 do éxon 15 (c.1799T>A), que leva a substituição na posição 600 do aminoácido valina por ácido glutâmico (p.V600E). Foi realizada extração de DNA genômico, PCR e seqüenciamento direto para a análise de todo o grupo amostral. Os resultados mostraram que a probabilidade desta mutação estar relacionada com Cacinoma Papilífero de Tireóide Familiar para este grupo é inferior a 5%. Dados de exames clínicos dos afetados relataram as condições hormonais antes e após a cirurgia de retirada total e parcial da tireóide e indicaram a associação da forma maligna com outras patologias da tireóide. Os familiares dos afetados também apresentaram outras patologias da tireóide como tireoidite de Hashimoto, hipotireoidismo e hipertireoidismo. Assim, este trabalho pode vir a colaborar com outros estudos, visto que na literatura não há um gene mais frequentemente associado com esta doença. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 126 Avaliação do potencial fitoterápico da Euphorbia tirucalli no tratamento do câncer de cabeça e pescoço Cunha, BR1; Pereira, MC2; Rodrigues-Lisoni, FC2 Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, São Paulo, Brasil Departamento de Biologia e Zootecnia, FEIS/UNESP, Ilha Solteira, SP, Brasil, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer de cabeça e pescoço, tratamento fitoterápico, Euphorbia tirucalli, avelóz. O câncer de cabeça e pescoço inclui as neoplasias que surgem na cavidade oral, faringe e laringe e a maioria é do tipo histológico espinocelular. Mundialmente, este é o sexto tipo de câncer mais comum, e compreende cerca de 6% entre todos os tipos de câncer. Mais de 500.000 casos novos e cerca de 300.000 óbitos por tumores de cabeça e pescoço são estimados por ano. O tratamento para câncer de cabeça e pescoço inclui cirurgia, terapia por irradiação e quimioterapia. Quando a doença está avançada, o tratamento é normalmente com quimioterapia, ou cirurgia seguida de radio-quimioterapia. A cirurgia é o método mais antigo utilizado como tratamento do câncer, mas é um método altamente invasivo, podendo causar lesões estéticas irrecuperáveis, com um significativo comprometimento funcional. Em função disso, algumas plantas vêm sendo utilizada no tratamento do câncer e uma delas tem despertado interesse científico, a Euphorbia tirucalli L. (E. tirucalli), conhecida popularmente como avelóz, utilizada no tratamento fitoterápico de asma, úlceras, verrugas e tumores em geral. Em função da importância da atividade antitumoral do látex da E. tirucalli, incluindo seus elementos químicos, foi proposto o presente trabalho que teve como objetivo geral avaliar a influência desse fitoterápico nas células neoplásicas sobre a morfologia, progressão e a metastatização do câncer. Para isso foram utilizadas duas linhagens celulares de carcinoma epidermóide de laringe e faringe (Hep-2 e Fadu) e analisadas a morfologia e o índice de proliferação celular após o tratamento com a E. tirucalli. Realmente, o fitoterápico diminui em quase 50% a proliferação celular em carcinomas epidermóides de laringe e faringe, porém não foram observadas alterações na morfologia celular. Em função dos resultados obtidos com o tratamento da E. tirucalli nas células neoplásicas novos ensaios tornam-se fundamentais para o entendimento dos mecanismos pelos quais esse fitoterápico atua, inclusive os mecanismos genéticos e suas interações nas diferentes cascatas de sinalização. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 127 Antiproliferative effects of Tubi-bee propolis in glioblastoma cell lines Borges, KS1*; Brassesco, MS2; Scrideli, CA2; Soares, AEE1; Tone, LG1,2 Department of Genetics, School of Medicine of Ribeirao Preto, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, SP, Brazil Division of Pediatric Oncology, Department of Pediatrics, School of Medicine of Ribeirao Preto, University of Sao Paulo, Ribeirao Preto, SP, Brazil [email protected] 1 2 Keywords: propolis, glioblastoma, U251, U343, treatment. Propolis is resine formed by a complex chemical composition that bees collect from plants. Since ancient times propolis has been used in folk medicine, due to tits biological properties, that include antimicrobial, antiinflammatory, antioxidant, antitumoral and immunomodulatory activities. Glioblastoma (GBM) is the most common human brain tumor. Despite the improvements in GBM standard treatment (surgery followed by radiotherapy with adjuvant chemotherapy with temozolomide (TMZ), a DNA alkylating agent), patients’ prognosis is still very adverse. The aim of this work was to evaluate in vitro the Tubi-bee propolis effects on human GBM (U251 and U343) and fibroblast (MRC) cell lines. Proliferation, clonogenic capacity and apoptosis were analyzed after treatment with 1mg/mL and 2mg/mL propolis concentrations for different time periods. Data showed an antiproliferative effect of tubi-bee propolis against glioblastoma and fibroblast cells, in a dose- and time dependent manner, although the time-dependence effect was less intense in the fibroblast cell line. Combination of propolis with TMZ caused a synergic effect. Moreover, propolis caused decrease in colony formation glioblastoma cell lines. Propolis treatment had no effects on apoptosis, demonstrating a cytostatic action. Further investigations are needed to elucidate the molecular mechanism of the antitumor effect of propolis and the study of its individual constituents may reveal specific molecules with antiproliferative capacity. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 128 Percepção de risco para câncer e comportamentos preventivos em uma amostra de usuários de um ambulatório de aconselhamento genético oncológico Alvarenga, LM¹; Silva, TBC¹; Júnior, LC²; Ferraz, VEF³; Nascimento, LC4; Flória-Santos, M4 ¹ Mestrandos pelo Programa de Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) ² Graduando de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) ³ Professor Doutor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) e chefe do Ambulatório de Aconselhamento Genético do Câncer da Unidade de Genética Médica do Hospital das Clínicas da FMRP/USP 4 Professoras Doutoras do Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) [email protected] Palavras-chave: risco, neoplasias, predisposição genética para doença, enfermagem. O presente estudo investigou a percepção de risco para o desenvolvimento de neoplasias e os comportamentos preventivos em indivíduos com suspeita de síndromes neoplásicas hereditárias. Teve como objetivos: descrever a percepção de risco e causas das principais neoplasias relacionadas a síndromes de câncer hereditário em usuários de um serviço de aconselhamento genético para câncer; associar comportamentos adotados para prevenção de tumores e história familiar dessa patologia; traçar um panorama da realização de exames preventivos e do acesso a informações sobre os mesmos na população estudada; e descrever o interesse desses indivíduos em ações educativas, no aconselhamento genético e na realização de testes genéticos preditivos para síndromes neoplásicas hereditárias. Foi selecionada uma amostra de conveniência, constituída de 51 usuários atendidos junto ao Ambulatório de Aconselhamento Genético do Câncer da Unidade de Genética Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de um instrumento desenvolvido para ser utilizado junto a população latina norte-americana, adaptado culturalmente para a realidade brasileira. A maioria da amostra foi composta por sujeitos do sexo feminino (68,6%), com idade variável ente 18 e 40 anos. Os respondentes consideraram seu risco de câncer igual ao da população em geral, independente da história pessoal e/ou familiar dessa patologia. Os fatores emocionais/psicológicos foram apontados como a principal causa de câncer, seguido pela hereditariedade e o tabagismo, sendo que as mulheres consideram que a genética exerce um forte efeito sobre o risco da doença (c2=5,38, p=0,02). Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre a realização de exames preventivos e a história familiar de malignidades. A maior parte da amostra (n=38) relatou não ter as informações que necessita sobre o rastreamento de tumores e todos expressaram interesse em obter mais orientações sobre o seu risco pessoal para desenvolver câncer. A busca por esclarecimentos demonstra a preocupação dos clientes acometidos por neoplasias familiais ou hereditárias em compreender melhor os aspectos genéticos de sua doença. Os achados desse estudo evidenciam a necessidade de intervenção dos profissionais de saúde, em especial do enfermeiro, o qual pode desenvolver atividades educativas junto a essa clientela, como um dos componentes essenciais para o cuidado de enfermagem em oncogenética. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 129 NMR as a tool for predicting the outcome of patients treated for acute lymphoblastic leukemia Melo, CPS1,2,3; Brandalise, SR1; Yunes, JA1,3; Zeri, AC2,3 Laboratório de Biologia Molecular, Centro Infantil Boldrini Laboratório Nacional de Biociências, Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais 3 Universidade Estadual de Campinas [email protected] 1 2 Palavras-chave: Metabolomic, Acute Lymphoblastic Leukemia, Chemotherapy Resistance, NMR, Asparaginase Early response to therapy has consistently shown independent prognostic significance in pediatric Acute Lymphoblastic Leukemia (ALL) and can be attributed primarily to the intrinsic resistance/sensitivity of leukemic lymphoblasts to chemotherapy. A metabolomic approach, combining Nuclear Magnetic Resonance Spectroscopy (NMR) and multivariate statistic analysis, may become an important tool for the earlier identification of ALL resistance to chemotherapy. Objectives: To investigate whether resistance/sensitivity to asparaginase (ASP), which is a major component of ALL therapy, is somehow reflected by specific NMR metabolic signatures, in a retrospective study. Methods: Viable ALL primary cells from 16 patients were cultured in RPMI 1640 medium plus 10% FBS, supplemented or not with ASP (0.8IU/ml), in a concentration of 2 x 108 cells/ml. After 24hs, samples were centrifuged and the medium was kept for NMR analysis. Cells survival was accessed by flow cytometry assay. 1H spectra of samples were acquired using a 500 MHz Varian NMR spectrometer. Data treatment and quantitative analyses were done with Chenomx NMR Suite 4.6 software (Chenomx Inc., Edmonton, Canada). Principal Component Analysis (PCA) and Partial Least Squares for Discriminant Analysis (PLS-DA) were done in Pirouette 4.0 (Infometrix Inc., Washington, USA). Results: PCA, an unsupervised data analysis, showed a slight separation between patients who relapsed versus those in continuous remission. Through the loading plots of PLS-DA analysis, we selected peaks that contributed more for this separation while eliminating noisy information. These peaks were identified and their concentrations were then used to make a new PCA. Scores plot of these new PCA showed, in addition to the former separation, one related to the immunophenotype of ALL cells (B vs T). Independent analysis of B-derived ALL revealed that the group of patients who relapsed was characterized by higher levels of dimethylamine, among other compounds. This compound can be found in human urine and has the ability to undergo nitrosation to dimethylnitrosamine, a potent carcinogen, traces of which are excreted in normal human urine. In the other hand, the group of patients who did not relapse presented higher levels of pyroglutamate, whose elevated blood levels is somehow associated with problems in glutamine or glutathione metabolism. Glutamine is a very important amino acid to tumor cells survival and its synthesis was suggested to be related with resistance of sarcoma cells to ASP. Conclusion: A possible NMR metabolic signature associating in vitro ALL cell resistance to asparaginase and patients’ prognostic was identified. Experiments will be recapitulated to increase the number of samples. This methodology may have a great potential in the ALL patients’ classification into risk groups avoiding wrong and unnecessary chemotherapy. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 130 Há um aumento no número de cópias de sequências de DNA (copy number variation – CNV) em famílias com predisposição a câncer? Rosenberg, C1; Gonçalves, A2; Santos, EMM2; Capelli, L2; Costa, S1; Achatz, MIW2; Brentani, RR2; Krepischi, ACV2 Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, IB-USP, São Paulo, Brasil Fundação Antonio Prudente, Hospital A.C. Camargo, São Paulo, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: array-CGH, cancer familial, CNV, síndrome Li-Fraumeni, câncer de mama e ovário hereditária Variações raras ou únicas no número de cópias de segmentos de DNA (Copy number variations – CNVs) podem conter genes de susceptibilidade em famílias com predisposição a câncer. Exemplos já foram descritos para neuroblastomas e tumores de mama, próstata e pâncreas. Por outro lado, indivíduos dessas famílias podem apresentar aumento no número de CNVs como resultado de mutações em genes relevantes para câncer. Especificamente, um trabalho recente documentou que o número de CNVs em pacientes com síndrome de Li-Fraumeni é três vezes maior do que em controles normais. Para determinar a quantidade e conteúdo gênico das CNVs constitutivas em pacientes com predisposição a câncer, nós investigamos por array-CGH usando uma plataforma com ~180.000 oligonucleotídeos (4x180K Agilent) as CNVs germinativas (em DNA de sangue periférico) em 130 probandos não relacionados de famílias com diagnóstico clínico de predisposição a câncer: 60 indivíduos de câncer de mama e ovário hereditário e 70 de famílias Li-Fraumeni e Li-Fraumeni like. Esses dados foram comparados com os de uma amostra de 100 indivíduos controle. Os probandos das famílias de câncer de mama e ovário hereditário foram previamente testados para mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 gene, enquanto os indivíduos de famílias Li-Fraumeni foram testados para mutações no gene TP53; indivíduos com mutações em qualquer desses genes foram excluídos. As CNVs detectadas nesse estudo foram subdivididas em “comuns” e “raras”, sendo consideradas raras aquelas que estão documentadas ≤ 3 vezes no Database Genome Variants (DGV), o que corresponde a ~15% dos eventos de detecção de CNVs. Os resultados iniciais sugerem um aumento modesto do número médio de CNVs por indivíduo em pacientes com câncer (8.2 para câncer hereditário de mama e ovário e 9.3 para Li-Fraumeni), quando comparado à média de controles (6.8). Ademais, os dados preliminares da categoria designada como “alterações raras” indicam uma diferença maior entre os grupos, ocorrendo aproximadamente duas vezes mais em pacientes de câncer familial (média 0.96±1.28 por indivíduo) do que em controles (média 0.42±0.67 por indivíduo). Alguns dos genes contidos nessas CNVs foram previamente descritos como alterados em tumores, embora não linhagem constitutiva. Concluindo, nossos resultados indicam uma freqüência de CNVs constitutivas um pouco aumentada em pacientes com câncer em relação a controles, com um efeito mais acentuado notado na categoria de “CNVs raras”. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 131 Avaliação do risco em mulheres com e sem história familiar para câncer de mama Paleari, RG¹; Peres, RMR¹; Heinrich, JKR¹; Sarian, LOZ² ¹ Laboratórios Clínicos Especializados -Área de Citogenética - Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Universidade Estadual de Campinas ² Departamento de Tocoginecologia - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas [email protected] Palavras-chave: Câncer de mama, Cálculo de risco, Teste molecular, Aconselhamento genético, Ferramenta seletiva Introdução: A etiologia do câncer de mama é multifatorial, sendo o resultado da interação de fatores genéticos com o estilo de vida, hábitos reprodutivos e o meio-ambiente. Acredita-se que 5% a 10% dos casos tenham componentes hereditários. Vários softwares, com modelos estatísticos de predição de risco a suscetibilidade genética, estimam a probabilidade de haver uma mutação através da história familiar e de outros fatores de risco pessoais. Objetivo: Calcular os escores de risco individual de mulheres com câncer de mama e avaliar estes valores frente à presença ou ausência de história familiar para a doença. Métodos: Após o diagnóstico de carcinoma invasivo da mama, aplicou-se um questionário sobre fatores reprodutivos e história familiar para a doença a 85 mulheres, submetidas a tratamento no Ambulatório de Mastologia do Hospital da Mulher (CAISM) da UNICAMP. O cálculo do risco individual foi realizado através do software IBIS Breast Cancer Risk Evaluation Tool. Resultados: De 85 mulheres, 24 (28%) apresentaram história familiar para a doença. A idade média das mulheres com história foi de 58 anos, variando de 27 a 84, enquanto para o grupo de mulheres sem história foi de 62 anos, com uma variação de 27 a 88. Da amostra total, 12% mulheres eram nuliparas, 26% tiveram menarca antes dos 12 anos e 26% estavam na pré menopausa. Quanto à exposição hormonal exógena, 60% mulheres usavam ou já usaram contraceptivos hormonais e 20% realizavam ou já realizaram terapia hormonal. A média do escore de risco de desenvolver a doença durante a vida para mulheres com história familiar foi de 14%, variando de 1,7% a 79,8%. Já a média do escore para mulheres sem história familiar foi de 7,7%, variando de 0,4% a 46,2%. Conclusões: Modelos de predição de risco podem fornecer suporte para que opções preventivas sejam utilizadas além do aconselhamento genético individual e familiar, mesmo quando não se tem a possibilidade de realizar o teste para investigação das mutações. Paralelamente, torna-se uma ferramenta seletiva eficaz para auxiliar na proposta de protocolos para a implantação de testes moleculares em serviços de mastologia que não possuem requisitos financeiros necessários para disponibilizá-los a todos os pacientes, no contexto do atendimento assistencial. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 132 Investigação de marcadores moleculares em carcinoma de pênis Candido, NM1; Babeto, E1; Calmon, MF1; Tasso, M1; Peitl, P1; Bonilha, JL2; Cunha, IW3; Soares, FA3; Vassalo, J4; Rahal, P1 Laboratório de Estudos Genômicos, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto 2 Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, FAMERP, São José do Rio Preto 3 Departamento de Patologia, Fundação Antonio Prudente, Hospital AC Camargo, São Paulo 4 Departamento de Patologia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas [email protected] 1 Palavras-chave: Carcinoma de pênis, RaSH, PCR em tempo real, Expressão gênica, ANX1. O carcinoma de pênis (CP) é um tumor epitelial invasivo de considerável variação geográfica em relação à sua prevalência e incidência, representando mais de 10% dos tumores malignos em homens em alguns países em desenvolvimento, principalmente no Brasil. Diversos fatores socioeconômicos e a falta de acesso aos sistemas de saúde podem contribuir para discrepâncias na incidência desta enfermidade. Sem tratamento, os pacientes com CP geralmente morrem dentro de dois anos após o diagnóstico da lesão primária por conseqüência de um descontrole locorregional ou de metástases distantes. Devido à falta de padronização das condutas clínicas, aos diferentes sistemas de estadiamento e à ausência de estudos prospectivos que permitam estabelecer os procedimentos mais adequados nos diversos estádios da enfermidade, pode-se verificar a necessidade de melhor caracterização molecular para esse tipo tumoral. Dessa forma, o estudo procurou identificar potenciais marcadores moleculares em CP. Para isso, foram utilizadas amostras tumorais e normais a partir das quais foi extraído o RNA e, logo após, obteve-se o cDNA por meio da transcriptase reversa. Posteriormente, a metodologia de RaSH (Rapid Hybridization Subtraction) foi realizada afim de encontrar genes diferencialmente expressos. A partir desta técnica foram revelados 57 genes diferencialmente expressos, sendo 30 genes na amostra tumoral e 27 genes no tecido normal. Dentre os genes diferencialmente expressos em tumor de pênis, enfatizamos o gene PBEF1 (pre-B-cell colony enhancing factor 1) e a ANX1 (annexin 1), que estão associados à regulação positiva da proliferação celular e a efeitos anti-apoptóticos, respectivamente. Além disso, o gene RPL6 (ribossomal protein L6) está relacionado com a regulação da transcrição e tradução protéica e o gene KIAA1033 codifica proteína com função ainda desconhecida, representando um possível alvo para estudos futuros. A biblioteca reversa também mostrou genes diferencialmente expressos nas amostras normais e que se encontram supostamente reprimidos nas amostras de CP. Nessa biblioteca foi destacado o gene p16 (INK4α), um importante supressor tumoral que está frequentemente mutado ou deletado em vários tipos de tumores, consequência esta de possíveis mecanismos envolvidos na supressão deste gene. Finalmente, a expressão dos genes selecionados foi confirmada pela técnica de PCR em tempo real. Todas as reações foram normalizadas com o gene endógeno α-TUB e somente a ANX1 foi validada com superexpressão em 80% das amostras. Portanto, os resultados obtidos são capazes de revelar diferenças nos padrões de expressão gênica entre os tecidos tumoral e normal, sugerindo que tais genes possam estar correlacionados à carcinogênese contribuindo para a progressão tumoral. Estas informações contribuirão para diagnósticos e prognósticos mais eficazes, facilitando o desenvolvimento de terapias dirigidas contra a ANX1, possível marcador molecular para CP. Além disso, mais estudos são necessários para melhor caracterização molecular desse tipo tumoral. Apoio financeiro: CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 133 Association of CDKN1B gene with sporadic prostate cancer in Southern Brazilian Population Accordi, ED1; Alexandre, RB1; Azevedo, B1; Silva, GPC1; Horvath A2; Faucz, FR1,2 Laboratory of Molecular Genetics, Core for Advanced Molecular Investigation (NIMA), Center for Health and Biological Sciences (CCBS), Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba – PR – Brazil 2 Section of Endocrinology and Genetics, Program on Developmental Endocrinology & Genetics (PDEGEN), Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health & Human Development (NICHD), National Institutes of Health (NIH), Bethesda, MD, USA [email protected] 1 Keywords: Prostate, cancer, CDKN1B, SNP, Brazilian Population. A multigenic model of prostate cancer susceptibility has been proposed, in which common polymorphic variants of genes, such as the androgen and vitamin D receptor, contribute to tumorigenesis. The discovery of additional genetic factors involved in the prostate cancer predisposition is essential for the development of new diagnostic and therapeutic molecular tools. We examined a single nucleotide polymorphic variants in codon 109 of CDKN1B [c.326T>G (p.V109G) rs2066827] for association with sporadic prostate cancer in a Southern Brazilian population. Fifty-two cases and 110 controls were analyzed using PCR amplification and Single Strand Conformation Polimorphysm (SSCP) analysis; to characterize the patterns initially, a direct sequencing was applied on 15% of the samples using the MegaBACE™ 1000 sequencer (GE Healthcare). The CDKN1B genotype was scored as T/T, T/G, or G/G. The T allele showed association with an increased risk of sporadic prostate carcinoma (p=0.015, OR 1.84, 95% confidence interval, 1.09-3.09). An association between CDKN1B T/T genotype and advanced prostate carcinoma has been reported in the context of androgen-independent disease, suggesting that a restricted group of advanced cases might be informative to explore the above association. The complete analysis of CDKN1B genotypes, in a more deep way, might determine the patients that are at risk for developing advanced prostate carcinoma and therefore provide a previous screening, prophylaxis, and early treatment. Apoio Financeiro: SETI - Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 134 Polimorfismo do gene da MMP2 é associado com o prognóstico de Câncer de Próstata Timoszczuk, LMS¹; Reis, ST¹; Pontes Jr., J¹; Antunes, AA¹; Silva, IA¹; Ribeiro-Filho, LA¹; Dall’oglio, MF¹; Abe, DK¹; Srougi, M¹; Leite, KRM¹ Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia – LIM 55, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: Câncer de próstata, Metaloproteinases da Matriz, Marcadores Moleculares, Diagnóstico, Prognóstico Introdução: O Câncer de Próstata (CP) é o tumor mais freqüente do homem no Brasil. Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNP) foram demonstradas na região promotora de genes da metaloproteinases de matriz (MMP) e têm sido associados com o desenvolvimento e a progressão de alguns tipos de câncer. Neste estudo, nosso objetivo foi investigar uma possível relação entre o polimorfismo da região promotora do gene MMP2 (1526 C/T) e parâmetros prognósticos clássicos no câncer de próstata. Material e Métodos: O DNA genômico foi extraído utilizando protocolos convencionais de extração a partir de 100 pacientes submetidos à prostatectomia radical para o tratamento de CP localizado e de sangue de um total de 100 homens, sem evidência de CP como controle. A seqüência de DNA contendo o sítio polimórfico foi amplificado por Real-Time PCR, utilizando sondas fluorescentes (Taqman ®). Os espécimes de prostatectomia radical foram analisados em Toto pelo mesmo uropatologista para a determinação do escore de Gleason e estágiamento do tumor (TNM 2002). Resultados: O alelo polimórfico do gene MMP2 (C1526T) foi mais freqüente em tumores estadiados pT3 (p = 0,026) e escore de Gleason ≥ 7 (p = 0,042). Conclusões: Demonstramos que o polimorfismo de MMP2 está relacionado ao Cp com características patológicas desfavoráveis do CP que poderiam ser usados para identificar pacientes com pior prognóstico. Nossos resultados ilustram o uso potencial de SNP no gene da MMP2 como um marcador molecular para esta neoplasia. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 135 Features of genomic architecture close to PTEN may facilitate acquisition of somatic genomic rearrangements and deletions in prostate cancer Squire, JA1; Ludkovski, O2; Evans, A2; Sircar, K3; Bismar, T4; Nuin, P1; Yoshimoto, M1 Dept. of Pathology, Queen’s University, Kingston, Ontario, Canada Dept. Pathology, Princess Margaret Hospital, Toronto 3 MD Anderson Cancer Center, Texas, USA 4 Dept. Pathology, University of Calgary, Alberta, Canada [email protected] 1 2 Keywords: prostate cancer, PTEN, rearrangement, microdeletion, genomics. Genomic interstitial microdeletions of several hundred kb and focal rearrangements close to the PTEN locus at 10q23 are frequent and strongly associated with both initiation and progression in prostate cancer (CaP). However, the genomic mechanism leading to PTEN losses in this region of chromosome 10 are poorly understood. We propose that genomic architecture and clusters of sequence identity in this region of the chromosome may form recombinational hotspots that facilitate genomic rearrangements and loss of PTEN as part of CaP tumorigenesis. To investigate this hypothesis, the present study examines the role of segmental duplications (SD), copy number variations (CNV) and fragile sites in the vicinity of PTEN and flanking loci to determine whether significant regions of microhomologies could facilitate non-allelic homologous recombinational repair errors and initiate deletion events. We mapped the breakpoint regions associated with PTEN deletions in CaP by FISH (n=330) and available online SNP databases (n=117). FISH analyses showed that 41% of tumors had an interstitial genomic deletion of PTEN with a maximum size of 2Mb. Mapping the size of copy number transitions based on SNP array data indicated that interstitial deletions always centered on PTEN and typically encompassed ~700kb within this cytoband. Within this deleted region there were a rare fragile site (FRA10A), and at least three clusters of nonredundant regions of microhomology neighboring the deleted region by paired intrachromosomal SDs with sequence homology >95% and alignment >10kb in length. Thus, the most remarkable findings of this study were the location of high-density regions of SDs and CNVs flanking the genomic region frequently involved in CaP-associated breaks. Phylogenetic analysis of these SDs clusters when compared to other species might indicate these genomic regions are evolutionary conserved. Thus the model being developed suggests that somatic defects of a homology-dependent repair pathways in undifferentiated prostate cancer progenitors utilizes tracts of microhomology to trigger the initial genomic rearrangements that lead to PTEN genomic losses in tumor initiating cells. Collectively these data highlight the role of sequence microhomology clusters surrounding PTEN locus on genomic stability in CaP in the predisposition to deletion events that lead to the decreased gene dosage of pten, essential for CaP initiation and clinical progression. Grant support from Canadian Cancer Society. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 136 O polimorfismo de microssatélite (STR) (TA)n do gene do receptor de estrogênio alfa (REα) e o câncer de ovário (OVCA) Coitinho, LB; Araújo, KL; Almeida, LS; Cerri, MF; Rangel, LBA; Silva, IV Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras-chave: câncer de ovário, polimorfismo, microssatélite, receptor de estrogênio alfa, estrogênio O OVCA representa a 8ª malignidade entre as mulheres, porém a 5ª causa de morte por câncer entre elas. A relação de polimorfismos genéticos do ESR1 com o risco de doenças geram grande interesse, pois tal receptor parece estar ligado às doenças associadas ao envelhecimento da mulher. Acredita-se que o tamanho do STR (TA)n (n=n° de repetições), localizado na região promotora do REa, tenha relevância fisiológica por afetar o uso do promotor. O STR (TA)n mostrou exercer influência em doenças cardiovasculares, na osteoporose, na endometriose e tem sido recentemente associado ao risco de desenvolvimento de câncer de mama e próstata. O objetivo deste estudo é investigar a influência do STR (TA)n no OVCA. Através do HUCAM, do HSRC, Vitória/ES e do INCa, Rio de Janeiro/ RJ, 53 pacientes foram selecionadas e as respectivas amostras de ovário parafinadas foram resgatadas do setor de Patologia desses hospitais. Essas pacientes apresentaram as seguintes medianas de idade (em anos): OVCA 55,5; tumor borderline (BOR) 48,5; adenoma (ADE) 39 e ovário normal (OVNO) 41. Entre as pacientes com OVCA, 61% apresentaram estadiamento 3 e 4 na data do diagnóstico. Dessas mulheres, 82% foram ao óbito ( sobrevida = 13 meses), enquanto que nenhuma com ADE ou BOR sucumbiu. As amostras parafinadas forneceram DNAs degradados, com sucesso da amplificação em 28 delas, fornecendo fragmentos de aproximadamente 100pb. A maioria das amostras mostrou grande variação alélica dos fragmentos amplificados quando observadas em gel de agarose 2%. Algumas amostras (n=10) foram sequenciadas (CENARGEN) e os OVCA apresentaram média de 9 repetições TA, enquanto OVN apresentou 7 repetições. Corroborando com os dados mundiais, as mulheres no climatério foram as mais acometidas pelo OVCA e apresentaram baixa sobrevida. A presença de dois fragmentos amplificados revelados no gel de agarose 2% denota que as amostras estudadas possuem grande variação alélica do tamanho da repetição (TA)n. Apesar das evidências que o STR (TA)n exerce influência em diversas doenças, nossos resultados ainda não são conclusivos para o OVCA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 137 Possível associação de combinações específicas de genótipos e haplótipos de p16ink4a com lesão intraepitelial de alto grau e câncer cervical Vargas-Torres, SL1; Portari, EA2; Gayer, CRM1; Pinto, AC1; Santos-Rebouças, CB3; Camargo, MJ4; Russomano, FB4; Macedo, JMB1 Laboratório de Biologia Molecular, Departamento de Bioquímica, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, UERJ Departamento de Patologia e Laboratórios, Faculdade de Ciências Médicas, UERJ 3 Serviço de Genética Humana, Departamento de Genética, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, UERJ 4 Laboratório de Patologia Cervical, Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ 1 2 [email protected] Palavras-chave: gene p16, polimorfismo, neoplasias cervicais. O câncer de colo do útero é o segundo carcinoma mais frequente em mulheres no mundo e, acompanhando a estimativa mundial, é um dos cânceres femininos mais prevalentes no Brasil. Tem sido demonstrado que a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) se mostra necessária mas não suficiente para a progressão do câncer cervical, o que sugere que outros fatores, incluindo os de natureza genética, sejam determinantes para o desenvolvimento da doença. A proteína p16INK4a, codificada pelo gene p16INK4a, participa da via ciclina D-CDK/ INK4/pRb/E2F, que se mostra importante no controle do ciclo celular. Em lesões pré-malignas e malignas do colo do útero, tem sido observado um aumento considerável da sua expressão, possivelmente devido à presença de oncoproteínas virais. Na literatura, não há descrição de qualquer estudo envolvendo alterações estruturais no gene p16INK4a em neoplasias cervicais. No entanto, alguns poucos polimorfismos já foram identificados, destacando-se p16 540C>G e p16 580C>T, ambos localizados na região 3’ não traduzida (3’UTR), que está envolvida na regulação pós-transcricional da expressão gênica. O objetivo deste estudo foi avaliar as possíveis associações entre as variantes polimórficas do gene p16INK4 e lesões cervicais. Para isso, foram coletadas amostras de sangue em um grupo de 252 mulheres residentes no Rio de Janeiro, submetidas ao exame de colposcopia no Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz) por terem apresentado citologia cervical alterada. Após extração do DNA genômico e amplificação da região de interesse por PCR (Polymerase Chain Reaction), os polimorfismos p16 540C>G e p16 580C>T foram analisados, respectivamente, por MspI e HaeIII RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism). Os produtos da digestão com as endonucleases foram analisados por eletroforese em gel de poliacrilamida 8% corado com brometo de etídeo. O grupo de estudo obedeceu ao princípio de HardyWeinberg. As distribuições genotípica e haplotípica se mostraram diferentes entre o grupo composto por mulheres com lesão intraepitelial de alto grau (HSIL), carcinoma escamoso e adenocarcinoma em comparação ao grupo formado por mulheres com lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL) (p=0,03084 e p=0,03308, respectivamente). Os resultados preliminares sugerem que mulheres com combinação genotípica C/G C/C e combinação haplotípica C-C/G-C apresentam aproximadamente 2,5 maior chance de desenvolver HSIL e câncer cervical (OR=2,47; IC95% 1,17-5,28; p 0,0096 e OR=2,54; IC95% 1,21-5,43; p=0,0073, respectivamente) quando comparadas às mulheres com LSIL. A análise da expressão da proteína p16 nas amostras de colo do útero está em andamento e será considerada, juntamente com inúmeros fatores de risco clássicos para neoplasias cervicais, em análises futuras. Apoio financeiro: CNPq, CAPES e UERJ. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 138 Micronucleus as a biomarker to evaluate the risk of malignant transformation in uterine cervix Aires, GMA1; de Oliveira, PC1; Oliveira, JL1; Meireles, JRC2; Cerqueira, EMM2 Laboratory of Toxicological Genetics. University of Feira de Santana Department of Biological Science. Laboratory of Toxicological Genetics. University of Feira de Santana [email protected] 1 2 Keywords: cervical cancer, micronucleus, apoptosis. This study aimed to evaluate the micronucleus occurrence in women presenting normal smear and women with different kinds of cervical alterations: inflammatory process; low and high grade squamous intraepithelial lesions (LSIL and HSIL).The sample included sixty nine women attended in a public medical service for cervical cancer prevention of Feira de Santana-Bahia-Brazil. Diagnosis was established by cytological, colposcopic and when indicated histhopatological examination. Cytogenetic analysis was done in two thousand cells and included the compute of micronucleus and nuclear degenerative alterations indicative of apoptosis (karyorrhexis, pyknosis and condensed chromatin). Micronucleus frequency was significantly higher in women with HSIL as compared with women without cervical alterations or inflammatory process (p<0.001) or women with LSIL (p<0.005). Apoptosis occurrence was similar in women without cervical alterations and women presenting HSIL (p>0.50) and significantly lower in these women when compared with those presenting inflammatory process or LSIL (p<0.0001). These results indicate that MN analysis, beside Papanicolaou cervical cytology, may be utilized to screening women under risk to cervical cancer development. The results also suggest that the compute of nuclear degenerative alterations indicative of apoptosis increase the sensibility of this test. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 139 Análise por citometria de imagem da ploidia de DNA em núcleos de epitélio cervical uterino suspeitos de malignidade: relato de caso Duarte, CEM1; Carvalho, CR1; Silva-Filho, AL2 Laboratório de Citogenética e Citometria, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil Faculdade de Medicina – Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: citometria de imagem, ploidia de DNA, diagnóstico, câncer de colo uterino, valor C O câncer de colo uterino é o segundo tipo de tumor mais comum entre as mulheres em todo o mundo, com cerca de 500.000 novos casos e 250.000 mortes a cada ano. A citometria de imagem (CI) tem sido utilizada com sucesso em mais de 40 países, como metodologia adjuvante, principalmente por apresentar alta especificidade e sensibilidade na detecção de lesões pré-malignas em diferentes tecidos. No presente relato, pretendeu-se analisar por meio da CI um caso clinico suspeito de malignidade. A paciente havia sido previamente diagnosticada pela citologia convencional como portadora de lesão intra-epitelial de alto grau. A avaliação histológica identificou um carcinoma cervical microinvasor. A análise da ploidia de DNA foi executada sem o conhecimento prévio dos resultados da citotopatologia. Para a execução da análise via CI, três lâminas de suspensão celular da amostra foram preparadas via citocentrifugacão, contendo em cada uma delas células de referência do epitélio oral em regiões opostas da mesma lâmina. O material foi submetido à reação de Feulgen. As imagens dos núcleos foram digitalizadas pelo sistema de análise de imagens Image Pro® Plus 6.1 e os valores das densidades ópticas de cada núcleo processados automaticamente pelo algoritmo do software e convertidos em densidades ópticas integradas (DOI). Esses valores foram reescalonados em termos de conteúdo relativo de DNA (valor C) a partir dos quais foram plotados histogramas para visualização e avaliação estatística dos picos G0/G1 e G2/M. No total, 644 núcleos foram analisados, detectouse 21 células com conteúdo de DNA excedente a 5C (5cEE) e uma célula excedente a 9C (9cEE). O coeficiente de variação da razão entre a MODA da DOI das células de referência e das células não-patológicas G0/G1 obtido foi de 1,5%, adequando-se ao limiar de 5%, internacionalmente proposto pela European Society for Analytical Cellular Pathology. A detecção de células com conteúdo de DNA > 5C corresponde a uma ploidia anormal, e a presença de pelo menos um 9cEE, qualifica a lesão como aneuplóide, prospectivamente maligna. Tem sido reportada que eventos excedentes a 9C estão associados exclusivamente com infecção por papilomavírus de alto risco. Os resultados obtidos ratificam a utilidade da citometria de imagem como ferramenta adjuvante para o diagnóstico de lesões cervicais. Órgão Financiador: CNPq, UFV 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 140 Análise da inserção Alu c.156_157insAlu e de ancestralidade em pacientes com síndrome de câncer de mama e/ou ovário hereditário na Bahia Abe-Sandes, C1,2; Abe-Sandes, K1, 3; Machado, TMB; Toralles, MBP1, 4; Meyer, L1,6; Romeo, M4; Canguçú, AKF4; Freire, SM1; Garicochea, B5; Meyer, R1; Nascimento, I1 Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, BA Universidade Federal da Bahia 3 Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Salvador, BA 4 Serviço de Oncogenética, Hospital Universitário Professor Edgar Santos, UFBA, Salvador, BA 5 Departamento de Medicina Interna, Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC, RS 6 Faculdade de Tecnologia e Ciências, FTC [email protected] 1 2 Palavras-chave: inserção Alu, câncer de mama; câncer hereditário, ancestralidade, BRCA2 Cerca de 5 a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários e 80% destes são devido a mutações germinativas pontuais e/ou grandes rearranjos genômicos, nos genes BRCA1 e BRCA2. Os grandes rearranjos representam de 8% a 40% de todas as mutações no gene BRCA1, mas apenas sete rearranjos foram descritos no BRCA2 em famílias com história para câncer de mama e/ou ovário hereditários. Estima-se que uma em 600 mutações causadoras de doenças são inserções Alu. A inserção Alu c. 156_157insAlu no gene BRCA2, é o rearranjo mais frequente em pacientes portugueses com câncer de mama e ovários hereditários e foi considerada por Machado et. al. 2007 como uma mutação fundadora portuguesa. Com objetivo de identificar a inserção Alu c. 156_157insAlu e estimar a ancestralidade genômica 86 pacientes com câncer de mama e/ou ovário e com história familiar positiva, atendidas no Ambulatório de Oncogenética do Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES-UFBa) foram analisadas. Todas as pacientes foram avaliadas pelo geneticista clínico, pelo psicólogo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, antes da coleta do material biológico. O DNA genômico, foi extraído a partir de 5 ml de sangue periférico, com o auxílio do Gentra Blood Kit® segundo as recomendações do fabricante e estocado à temperatura de -20ºC. A mutação c.156_157insAlu foi analisada por PCR (Polimerase Chain Reaction) utilizando primers específicos para a inserção. Para estimar a ancestralidade foram estudados sete marcadores informativos de ancestralidade – AIMs (AT3, APO, Sb19.3, PV92, CKMM, FYnull e LPL) e o cálculo realizado no programa ADMIX. A estimativa de mistura mostrou 71,1% de contribuição européia, 22,6% africana e 6,4% ameríndia. Apesar da contribuição européia predominante e de 32,53% das pacientes terem referido ancestralidade portuguesa não encontramos esta mutação em nenhuma das amostras analisadas. A ausência da inserção Alu possivelmente é devido à região de origem dos migrantes portugueses que vieram para a Bahia e/ou efeito fundador. Apoio Financeiro: CNPq, FAPEX 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 141 Estudo do polimorfismo do gene MTHFR e sua relação com o câncer de mama e câncer de ovário Maia, LM1; Louro, ID1 Laboratório de Genética Humana e Molecular - Núcleo de Genética Humana e Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo 1 [email protected] Palavras-chave: Câncer de Mama, Câncer de Ovário, gene MTHFR, Polimorfismo C677T, PCR-RFLP. Introdução: Em todo mundo mulheres são acometidas por malignidades, entre elas pode-se destacar o câncer de mama e o câncer de ovário. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Além de ser muito freqüente constitui um grave problema de saúde pública. É, provavelmente, o câncer mais temido pelas mulheres, devido à possível mutilação pelo tratamento, afetando a sexualidade e a imagem pessoal. O câncer de ovário é a oitava neoplasia maligna mais diagnosticada em mulheres no Brasil, consiste no segundo tipo de câncer ginecológico mais comum e representa a principal causa de morte entre todos os tipos de tumores ginecológicos, isto ocorre porque muitos poucos cânceres de ovário são detectados em uma fase precoce. Acredita-se que a variação da expressão normal de um gene desempenha um papel central na susceptibilidade a doenças, como exemplo pode–se destacar o MTHFR que acredita estar relacionado com o desenvolvimento tanto do câncer de ovário quanto do câncer de mama. Objetivos: Verificar a presença do polimorfismo C677T do gene MTHFR em pacientes com câncer de mama e de ovário, estimando a freqüência do polimorfismo nestes tumores e analisar a possível associação desse polimorfismo com o desenvolvimento das neoplasias analisadas. Materiais e Métodos: O DNA das amostras de tecido tumoral de mama e ovário foram extraídas a partir de blocos de parafina ou tecido fresco seguindo o protocolo de fenol-clorofórmio ou pelo Kit QIAamp ® DNA mini kit, respectivamente. Análise do polimorfismo foi através do processo de PCR-RFLP, no qual o produto de PCR foi digerido com a enzima de restrição HINF I em banho-maria a 37ºC overnight. Os produtos resultantes foram submetidos à eletroforese vertical em gel de poliacrilamida 7% em 220 volts por um período de 1 hora e 30 minutos, corado com nitrato de prata 0,1% para visualização de bandas. Resultados: Das 12 amostras analisadas até o presente momento, para o câncer de mama foi observado o seguinte resultado: 58, 33% das amostras analisadas, não possuíam o polimorfismo enquanto que 41,67% das amostras apresentavam o polimorfismo, sendo que não foi encontrada nenhuma paciente homozigota para o polimorfismo.Para as 9 amostras de câncer de ovário, analisadas até o presente momento, observou-se a seguinte distribuição: 88, 89% das amostras não apresentavam o polimorfismo, enquanto que 11,11% das amostras o polimorfismo estava presente, sendo que não foi encontrada nenhuma paciente homozigota para o polimorfismo.Conclusão: Pode-se supor uma baixa associação entre o polimorfismo C677T do gene MTHFR com o desenvolvimento tanto do câncer de mama quanto do câncer de ovário, porém o estudo continuará para se obter um resultado mais exato e confiável. Apoio Financeiro: UFES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 142 Avaliação clínica e imunoistoquímica de pacientes com neoplasia mamária – estudo retrospectivo Castro, R1; Regiani, VR2; Leonel, C2; Gelaleti, GB2; Jardim, BV2; Moschetta, MG2; Bertollo, EMG1; Zuccari, DAPC2 Unidade de Pesquisas Genéticas e Biologia Molecular – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP Centro de Estudos no Prognóstico do Câncer - CEPC/FAMERP-– Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer de mama, Imunoistoquímica, Neoplasia mamária, Laminina-5, Caveolina-1, Interleucina-8, Maspin. A cada ano, 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres desde 1979 com progressivo aumento. O carcinoma invasivo de mama é definido como um grupo de tumores epiteliais malignos caracterizados por invadir o tecido adjacente, com marcada tendência à metástase tanto local, quanto a distância, favorecida pela angiogênese tumoral. Para auxiliar na eficácia do tratamento e do diagnóstico precoce da doença, o estudo da expressão de marcadores prognósticos e preditivos do câncer de mama têm se revelado importante ferramenta de trabalho na rotina diagnóstica e de pesquisa. Um estudo retrospectivo foi realizado com 88 pacientes de carcinoma mamário e quatro marcadores (Lm-5; Cav-1, IL-8 e Maspin) pela técnica de Imunoistoquímica. A expressão destas proteínas foi avaliada juntamente com características e evolução clínica. Não houve significância estatística quando relacionados à expressão dos marcadores estudados com a sobrevida, tipo histológico ou reposição hormonal (p>0,05). Foi verificada significância quando relacionados os fatores metástase local/óbito e quimioterapia/ sobrevida (p<0,004). Com isso percebemos que a busca por novos marcadores que possam auxiliar em um bom diagnóstico ou sinalizadores para um rápido tratamento de neoplasias mamárias se faz cada vez mais necessária. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 143 Perfil genômico de metástases mamárias no linfonodo sentinela Torresan, C1,2; Ribeiro, EMSF1; Santos, SC1; Silveira, RL3; Urban, C3; Wall, R4; Haddad, BR2; Cavalli, IJ1; Cavalli, LR2 Departamento de Genética-Universidade Federal do Paraná Lombardi Comprehensive Cancer Center, Georgetown University, Washington DC, EUA 3 Serviço de Oncologia do Hospital Nossa Senhora das Graças, Curitiba, Paraná 4 Serviço de Anatomia Patológica do HC da UFPR, Curitiba, Paraná. [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer de mama, linfonodo sentinela, marcadores moleculares, CGH, CGH-array, FISH O câncer de mama é considerado uma das principais doenças potencialmente letais em mulheres. O linfonodo sentinela (LNS) é o primeiro linfonodo da cadeia linfática axilar, e o primeiro a apresentar células malignas nos cânceres de mama que metastatizam. A presença de células tumorais no LNS é um indicativo para a dissecção axilar completa. Apesar dos avanços metodológicos para detecção de células tumorais neste sítio, ainda existe um significativo número de casos falso-negativos, principalmente no caso de micrometástases. Portanto, há a necessidade do desenvolvimento de métodos com maior poder resolutivo, baseados em marcadores moleculares, para a detecção com alta sensibilidade e seguranca de células tumorais no LNS. Neste trabalho, utilizamos CGH (Hibridização Genômica Comparativa) (12 amostras pareadas) e array-CGH (Agilent 44K) (9 amostras pareadas) para caracterizar metástases em LNS quanto à presença e ao padrão de alterações genéticas, comparando-as com as encontradas nos correspondentes tumores primários (TP). A validação de dois genes que estão associados ao desenvolvimento de metástases mamárias linfonodais (BP1 e HER2/NEU) foi realizada em 14 amostras pareadas utilizando o método de FISH (Hibridização in situ por Fluorescência). As análises iniciais revelaram alterações de número de cópias de DNA em todos os casos analisados. Uma grande similaridade foi observada entre os perfis genômicos do LNS e do TP de um mesmo paciente, apesar de uma grande heterogeneidade genética ser observada entre os casos. Ganhos de regiões cromossômicas foram mais frequentes que perdas e envolveram 1p, 1q, 3q, 6p, 8q, 9q, 11p, 13q, 16p, 17q e Xp nos TP, e 3p, 5p, 5q, 6q, 8q, 9p, 13q e Xq nos LNS. A análise dos mesmos casos por arrayCGH revelou tanto deleções como amplificações de regiões cromossômicas, envolvendo 1p (genes KLHL17, NOC2L, PPIAL4), 9q (ANKRD20A, COL5A), 11p (PSMD13, SIRT3), 17q (BP1, HER2/NEU, TOB1, HOXB), 19p (MUC16, AZU1) e 20q (PSMA7). A análise por FISH dos genes BP1 e HER2/NEU validou os resultados de array-CGH em 60% dos casos. A validação dos demais genes significantemente alterados está sendo realizada por TaqMan-Copy Number Assays (Applied Biosystems). Alterações do número de cópias de DNA nos LNS podem representar as alterações genômicas iniciais envolvidas no processo de metastatização mamária, contribuindo para a identificação de pacientes de risco. Apoio financeiro: CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 144 Associação entre os polimorfirmos GLY388ARG (FGFR4), C282Y (HFE), H63D (HFE), C677T (MTHFR) e o câncer de mama Gomide, NC1; Batschauer, AP1; Fonseca, FC1; Santos, IR1; Alves, MT1; Fernandes, AP1; Oliveira, VC3; Maia, AM3; Ferreira, ACS3; Torres, PORT3; Carvalho, MG1; Gomes, KB1,2 Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais 3 Departamento de Genética Humana do Hermes Pardini [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer de mama, FGFR4 , MTHF, HFE, PCR-RFLP Introdução: O câncer de mama é uma doença em que fatores ambientais e genéticos se correlacionam e desencadeiam uma série de alterações moleculares, envolvendo complexos mecanismos de regulação celular. Polimorfismos como Gly388Arg no gene FGFR4, que codifica um receptor transmembrânico para fator de crescimento de fibroblastos; C282Y e H63D no gene HFE, envolvidos no aumento do ferro sérico; e C677T no gene MTHFR, responsável pela síntese da enzima metilenotetraidrofolato redutase envolvida na metilação do DNA, têm sido relacionados ao desenvolvimento, bem como a um pior prognóstico de inúmeras neoplasias, dentre elas o câncer de mama. Objetivo: Avaliar a associação entre os polimorfismos Gly388Arg no gene FGFR4, C282Y e H63D no gene HFE e C677T no gene MTHFR com o desenvolvimento de câncer de mama e a ocorrência de metástases ou óbito. Materiais e Métodos: Foram avaliadas 68 mulheres com diagnóstico clínico e histológico de câncer de mama, e um grupo controle formado por 85 mulheres sem o histórico da doença. Todas as mulheres eram naturais de Santa Catarina – Brasil. A detecção dos polimorfismos foi realizada através da técnica de PCR-RFLP com enzima de restrição BstNI para Gly388Arg; BclI para H63D, RsaI para C282Y e HinfI para C677T.Os fragmentos, após eletroforese, foram visualizados pela coloração com nitrato de prata. A comparação entre o grupo de pacientes e controle quanto à presença/ ausência do polimorfismo foi realizada através do teste de qui-quadrado e a análise de regressão múltipla foi realizada para avaliar a associação com metástase/óbito. Resultados: Não foi encontrada diferença significativa na freqüência dos polimorfismos entre os dois grupos estudados - Gly388Arg (p= 0,78); C282Y (p=0,34); H63D (p= 0,50); C677T (p= 0,23). Utilizando a análise de regressão logística múltipla para avaliar a associação independente entre os polimorfismos e a ocorrência de metástase ou óbito, observou-se que apenas o polimorfismo FGFR4 está associado significativamente à ocorrência desses eventos (p= 0,01; OD = 4,44; IC = 1,40-14,17). Exceto para o polimorfismo C282Y, em que nenhum homozigoto foi observado nos grupos estudados, os polimorfismos podem influenciar individualmente na ocorrência de metástase ou óbito com a seguinte probabilidade: 30,91% para FGFR4; 17,55% para MTHFR; 12,95% para H63D e quando associados (MTHFR+FGFR4+H63D) a probabilidade foi de 58,32 %. Conclusão: Os dados encontrados sugerem que não existe associação entre os polimorfismos Gly388Arg no gene FGFR4, C282Y e H63D no gene HFE e C677T no gene MTHFR com o desenvolvimento de câncer de mama. Porém, a presença do polimorfismo Gly388Arg no gene FGFR4 pode estar relacionada ao pior prognóstico da doença, com uma probabilidade de 30,91% de ocorrência de metástase ou óbito. Já a associação dos polimorfismos aumenta a probabilidade de ocorrência de metástase/óbito em 58,32% nas mulheres com câncer de mama. Apoio Financeiro: FAPEMIG; PROGRAD - UFMG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 145 Caracterização Funcional de Alterações na Região Promotora do Gene BRCA1 em Pacientes com Câncer de Mama Hereditário Fernandes, LR1,2; Costa , ECB2; Moreira MAM1 Divisão de Genética, Coordenação de Pesquisa, Instituto Nacional de Câncer Departamento de Genética, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer de mama hereditário; BRCA1; Região Promotora; 5’UTR; Regulação da transcrição e tradução. Mutações germinativas no gene BRCA1 podem ser identificadas por sequenciamento direto em aproximadamente 64% das famílias que apresentam síndrome de predisposição ao câncer de mama e/ou ovário. Outros fatores associados ao desenvolvimento do câncer de mama e/ou ovário hereditários são alterações que não afetam a função do gene BRCA1, mas sua expressão. A região promotora do gene BRCA1 possui dois promotores, promotor Alfa e promotor Beta, além de dois primeiros éxons alternativos, denominados 1A (5’UTR-a) e 1B (5’UTR-b), que codificam regiões que são transcritas mas não são traduzidas. A estrutura da região 5’UTR-b do gene BRCA1 revela mecanismos potenciais a regulação de sua expressão. Outro elemento capaz de regular a expressão de BRCA1 é o estrogênio, principalmente através de Erα. A relação entre as vias de BRCA1 e ERα forma uma intrincada rede envolvida na proliferação celular e estabilidade genômica, mantendo um balanço entre dois efeitos opostos: oncogênico e supressor de tumor. Recentemente foram descritas assinaturas ou perfis de expressão gênica com valor clínico para o prognóstico adequado ou para a caracterização preditiva de pacientes ou de tumores. Apesar do padrão de expressão de BRCA1 já ter sido proposto como um novo e útil marcador de prognóstico em casos câncer de mama esporádico, nenhuma alteração na região promotora desse gene que afetasse seu padrão de expressão foi descrita em casos de câncer de mama hereditário. O objetivo desse estudo é a avaliação da influência de variações na sequência da região promotora de BRCA1 na transcrição e tradução de genes repórteres em linhagem celular eucariótica. Para isso, as regiões promotoras e UTRs variantes, assim como as selvagens, foram clonadas em vetor pGL3-Basic ou pEGFP-N1. Os plasmídeos recombinantes foram transfectados em linhagem celular MCF7, na presença e ausência de estrogênio. A análise do perfil de expressão dos transfectados com os plasmídeos recombinantes contendo as 5’UTRs (pEGFP-N1) foram analisados através de citometria de fluxo. Já os transfectados com os plasmídeos contendo as regiões promotoras (pGL3-Basic) foram analisados através de ensaios de bioluminescências. Ambos transfectados foram analisados através de PCR quantitativo. Através desses ensaios observamos que o estrogênio é capaz de estimular a expressão de BRCA1 através da regulação positiva da transcrição e não da tradução. Além disso, a tradução de BRCA1 pode ser inibida pela 5’UTR-b, de forma independente da ativação de sua transcrição. Por fim, reiteramos que a regulação da expressão de BRCA1 ocorre tanto na transcrição e quanto na tradução e que o transcrito contendo 5’UTR-a apresenta tradução três vezes mais eficiente que o contendo 5’UTR-b in vivo. Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERJ, Convênio INCA-FIOCRUZ e MS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 146 Triagem mutacional do gene TP53 em tumores de ovário Tovar, TT1; Aguiar, VRC1; Sartori, MPD1; Louro, ID1 Nucleo de genética humana e molecular, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] 1 Palavras-chave: Triagem mutacional, Tumor, Ovário, TP53, p53, DGGE, Mutação. O câncer de ovário é o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado precocemente, o que resulta em alta letalidade. É freqüentemente chamado de “assassino silencioso” por causar poucos sintomas até que tenha metastizado para dentro da cavidade peritonial, momento no qual a chance de cura é drasticamente reduzida. Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados com o aparecimento desses tumores, sendo a história familiar o fator de risco isolado mais importante. Há dois tipos de genes envolvidos no processo de carcinogênese: oncogenes e genes supressores de tumor. Em relação ao câncer de ovário, o gene supressor de tumor TP53 tem sido muito estudado no que diz respeito ao prognóstico e a predição da resposta clínica à quimioterapia. Mutações neste gene conferem um mau prognóstico e estão presentes em aproximadamente 50% dos casos avançados de carcinomas de ovário. Sua detecção é rotineiramente realizada através de técnicas de imunocoloração, que apresetam alto índice de resultados falso positivo e falso negativo ou através da técnica de Conformação de Fita Simples (SSCP), que possui baixo potencial de detecção de mutações em fragmentos com tamanho superior a 200pb. Com base nestes fatos, o presente trabalho propõe a utilização da técnica de Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE) para análise da frequência mutacional dos éxons 6 a 8 do gene TP53 em tumores de ovário, por ser uma técnica com maior sensibilidade e especificidade do que as técnicas de triagem rotineiramente utilizadas. As amostras de DNA foram extraidas pela técnica de fenol-clorofórmio a partir de 134 amostras de tumores de ovário incluídos em blocos de parafina, provenientes do Instituto Nacional do Câncer (Rio de Janeiro-RJ) e do Hospital Santa Rita de Cássia (Vitória-ES). A frequência de alterações genéticas detectada nos éxons estudados foi de: 14,9% para o éxons 6; 3,3% para o éxon 7 e 16,2% para o éxon 8. Conclusão: A triagem mutacional do gene TP53 em tumores de ovário é uma interessante pesquisa de base na identificação do potencial agressivo do tumor e quando realizada por técnicas de triagem sensíveis, como o DGGE, conferem um resultado mais apurado da freqüência mutacional. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 147 Associação entre polimorfismos do gene da ciclooxigenase-2 (PTGS2) e o perfil histopatológico de tumores de mama Festa-Vasconcellos, JS1,2; Piranda, DN1,2; Murta, L1; Vianna-Jorge, R1,2 Divisão de Farmacologia/ CPQ/ INCA Instituto de Ciências Biomédicas/ UFRJ [email protected] 1 2 Palavras-chave: ciclooxigenase-2; polimorfismos; câncer; dados histológicos; expressão A enzima ciclooxigenase-2 (COX-2) tem sua expressão aumentada em diversos tipos de tumores e, em câncer de mama, está associada a parâmetros de agressividade, incluindo tamanho tumoral, status nodal positivo e menor sobrevida. A COX-2 é codificada pelo gene PTGS2, que apresenta polimorfismos na região promotora (RP), próximos a sítios de ligação para fatores de transcrição, e na região 3’-não traduzida (3´-UTR), responsável pelo controle da estabilidade do RNAm. Tais variantes genéticas podem contribuir para maior transcrição ou maior estabilidade do RNAm, modulando a expressão da enzima. Nosso grupo caracterizou a freqüência dos polimorfismos PTGS2 na população brasileira e realizou um estudo caso-controle para avaliação do impacto dos quatro polimorfismos mais frequentes (três localizados na RP: -1290AG, -1195AG, -765GC e um na região 3´UTR: 8473TC) sobre o risco de câncer de mama. Nossos resultados sugeriram um aumento do risco de câncer de mama associado ao polimorfismo 8473TC (OR = 1,44; IC95% = 1,01-2,06; P = 0,043). O presente estudo tem como objetivos analisar a associação entre os quatro polimorfismos PTGS2 (e seus diferentes haplótipos) e: 1) parâmetros histopatológicos com valor prognóstico sobre a evolução clínica do câncer de mama; 2) expressão de COX-2 no tecido tumoral. A população do estudo foi composta das pacientes do estudo caso-controle prévio (N = 229; CEPINCA #116/07) e de uma coorte prospectiva de mulheres com câncer de mama em acompanhamento clínico no HC3/INCA (N = 198; CEP-INCA #129/08). Foi realizado um estudo transversal para caracterização do perfil histopatológico dos tumores no momento do diagnóstico e as variáveis analisadas foram: tipo histológico (ductal ou lobular; invasivo ou in-situ), grau histológico (1-bem diferenciado, 2-moderadamente diferenciado, 3-pouco diferenciado), tamanho do tumor (com base na maior dimensão) e número de linfonodos axilares acometidos. Os dados foram obtidos a partir dos prontuários eletrônicos. A expressão de COX-2 no tecido tumoral foi analisada por imunohistoquímica em espécimes parafinadas e o grau de expressão foi definido pela área e pela intensidade de marcação. Com relação à distribuição das características histopatológicas, houve predominância de carcinoma ductal invasivo (94,8%), com comprometimento linfonodal em 70,9% das pacientes e tamanho superior a 2cm em 69,1 % dos tumores. Em relação ao grau histológico, houve 14,2% de grau 1; 41% de grau 2 e 44,8% de grau 3. A presença dos polimorfismos PTGS2 (analisados isoladamente) não alterou a distribuição das variáveis histopatológicas no momento do diagnóstico. A avaliação de associação entre os diferentes haplótipos PTGS2 e o perfil histopatológico ou o padrão de expressão tumoral de COX-2 encontra-se em andamento, tendo sido realizada análise imunohistoquímica de 58 amostras até o momento. Os resultados parciais sugerem que os polimorfismos PTGS2 não afetam a caracterização do prognóstico quanto à evolução do câncer de mama. Apoio Financeiro: CNPq, FAPERJ, FAF, MS-INCA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 148 Avaliação da associação de polimorfismos dos genes MDR-1, TP53, CYP17, CYP1B1, CYP1A1 e COMT com câncer de mama Carvalho, FP1; Andrade ES2; Massaro, JD2; Santos, RA1; Mayorano, MB1; Carrara, HHA3; Andrade, JM3; Takahashi, CS1,4 Laboratório de Citogenética e Mutagênese, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Laboratório de Genética Bioquímica, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 3 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 4 Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: polimorfismos, câncer de mama, CYP1B1, associação, marcador preditivo. Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. No Brasil, a incidência é de 51 casos a cada 100 mil mulheres. Polimorfismos como os Single Nucleotide Polimorphisms (SNPs) em genes envolvidos no reparo do DNA, controle do ciclo celular ou apoptose (como o TP53), em genes participantes da via metabólica do estrógeno (CYP17, CYP1B1, CYP1A1 e COMT) ou ainda em genes envolvidos no metabolismo e eliminação de drogas (como o MDR-1), causam alterações que resultam em proteínas modificadas que podem influenciar o desenvolvimento do câncer e a resposta a agentes terapêuticos. Objetivo: Verificar a existência de associação dos SNPs: C3435T em MDR-1, Arg72Pro em TP53, T1931C em CYP17, Val432Leu em CYP1B1, Iso432Val em CYP1A1 e Val158Met em COMT com a susceptibilidade ao câncer de mama, por meio da comparação de amostras de 59 pacientes com carcinoma ductal invasivo e 89 controles. Métodos: O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue periférico utilizando-se o kit de extração WIZARD®. Em seguida foi realizada a técnica de PCR-RFLP (com digestão por endonucleases). Os produtos de amplificação foram visualizados por eletroforese em gel de poliacrilamida 10% não-desnaturante e corados em nitrato de prata. As análises estatísticas foram realizadas com o uso dos softwares GENEPOP (Freqüências alélicas, Diferenciação gênica e genotípica e Equilíbrio de Hardy-Weinberg), Arlequin (Diversidade genética, FST e Desequilíbrio de Ligação) e Fstat (Heterozigose). Resultados: As freqüências alélicas não diferiram entre as pacientes e o grupo controle, com exceção do gene CYP1B1, no qual o alelo selvagem (58,4%) foi mais freqüente que o alelo mutante (41,6%) no grupo controle. Este mesmo SNP foi o único, dentre os estudados, capaz de diferenciar os dois grupos (p = 0,0357) quanto às freqüências genotípicas. Os demais genes estudados não apresentaram diferenciação gênica ou genotípica. Dois SNPs apresentaram desvios em relação ao Equilíbrio de Hardy-Weinberg: um no gene TP53 (desequilíbrio no grupo controle devido à deficiência de heterozigotos, p = 0,0359) e outro no gene CYP1B1 (desequilíbrio no grupo controle decorrente do excesso de heterozigotos, p = 0,0004). A heterozigose variou de 0,311 (CYP1A1) a 0,487 (CYP1B1) no grupo controle e de 0,347 (CYP1A1) a 0,503 (CYP1B1) nas pacientes. A heterozigose total (considerando-se conjuntamente os dois grupos) variou de 0,327 (CYP1A1) a 0,506 (CYP1B1). Conclusão: Embora não tenha sido observada nenhuma associação alélica entre os genes estudados, o polimorfismo Val432Leu no gene CYP1B1 pode ser um marcador preditivo para indicar pacientes com susceptibilidade ao câncer de mama, uma vez que apresentou diferenças nas freqüências alélicas e genotípicas entre os dois grupos analisados. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, FAEPA e CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 149 Polimorfismo no gene CYP17 em mulheres com padrão mamográfico sugestivo de normalidade, atendidas em serviço de referência de Cuiabá-MT Lucca, RMR¹; Almeida, S²; Mariotto, LCR²; Gonçalves, MC²; Araujo, DF³; Carvalho, HAU4; Santo, GE5; Moreno Neto, FC6; Galera, BB7 Mestrando em Ciências da saúde UFMT-FCM Biólogas UNIC 3 Mestranda em Biologia molecular UNIFESP 4 Médica Radiologista Clínica Mamorad 5 Cirurgião Oncológico UNIC 6 Graduando em medicina UNIC 7 Professora do Departamento de Ciências Básicas e da Saúde UFMT-FCM [email protected] 1 2 Palavras-chave: polimorfismo, CYP17, câncer de mama, mamográfia, estradiol O câncer de mama (CM) é a neoplasia mais freqüente no mundo entre as mulheres, sendo que os principais fatores de risco incluem a menarca precoce, menopausa tardia, histórico familiar, tabagismo, etilismo, terapias hormonais, exposição aos poluentes ambientais e predisposição genética. Para um diagnostico rápido, a mamografia tem sido amplamente utilizada na identificação de neoplasias, tornando-se um método importante no rastreio de CM. Grande maioria dos casos de CM é esporádica, muitas vezes aparecendo em mulheres com estilo de vida sadio. O polimorfismo em alguns genes tem sido apontado como fatores predisponentes para esta neoplasia e muitas outras. Os polimorfismos são variações em um gene que se encontra em proporção maior a 1% na população que podem ou não alterar o fenótipo do individuo. As pesquisas que utilizam de polimorfismos genéticos como fatores de risco para doenças têm sido amplamente realizadas visando um aprimoramento no diagnóstico e prevenção de diferentes condições nosológicas principalmente do câncer, um bom exemplo seria os genes BRCA1 e BRCA2 relacionados ao CM hereditário. A biossíntese e metabolização do estrogênio desempenham um importante papel na carcinogênese e na progressão do CM, sendo assim, genes relacionados a esta função; como o CYP17; auxiliariam de forma expressiva no desenvolvimento desta neoplasia. O polimorfismo A2 do gene CYP17 pode influenciar significativamente a biodisponibilidade de estradiol, aumentando consequentemente o risco do desenvolvimento de CM. O objetivo do presente trabalho foi definir a prevalência do polimorfismo A2 do gene CYP17 em 254 mulheres atendidas em um Serviço de Diagnóstico Imagenológico de Cuiabá em relação a algumas variáveis. As mulheres incluídas no estudo não apresentavam CM observado pela avaliação clínica e exames radiográficos. Todas foram submetidas a uma entrevista para coleta de variáveis do estudo. As mulheres tiveram amostras de sangue periférico coletadas para extração de DNA que foram utilizadas para técnica de PCR-RFLP do gene CYP17 e posterior genotipagem. Em um total de 254 mulheres com média de idade de 49,6 anos, O polimorfismo A2 do CYP17 foi encontrado em 41,73% das mulheres somando-se os homozigotos (A2A2) e heterozigotos (A1A2) dentre estas encontrou-se 24,4% de raça negra, 25% da raça branca e 50,6% marcaram outras opções; quanto ao tabagismo 86,22% disseram não fazer uso de tabaco; em relação ao etilismo, as que não consumiam bebida alcoólica eram de 92,91%; 88,18% das mulheres pesquisadas não apresentava histórico familiar de CM. Quanto à característica da densidade mamográfica, foi observado que grande parte das mulheres (41,73%) apresentava mamas gordurosas com tecido fibroglandular remanescente. Um diagnostico precoce e um acompanhamento clínico mais criterioso tem sido proposto para estas mulheres em Cuiabá, assim como um possível aconselhamento genético e uma mudança do seu estilo de vida evitando possivelmente o desenvolvimento desta neoplasia. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 150 Armadilha genética: A presença de instabilidades nos DNAs nuclear e mitocondrial em tecidos tumorais mamários esporádicos provenientes de mulheres do estado do Rio de Janeiro Costa, GS5; Moreira, CC5; Paradela, ER; Figueiredo, ALS; Avvad, E3; de Vitto, H4; Rumjanek, FD4; de Moura Gallo, CV5; Góes, AC1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Ensino de Ciências e Biologia, Rio de Janeiro, Brasil Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brasil 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Bioquímica Médica, Rio de Janeiro, Brasil 5 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Genética, Rio de Janeiro, Brasil [email protected] 1 3 Palavras-chave: Câncer de mama, instabilidade em microssatélite, perda de heterozigose, STR, forense, heteroplasmia, instabilidade mitocondrial. Amostras arquivadas de tecidos tumorais podem ser utilizadas como fonte de informação genética para fins de análise forense, como testes de paternidade ou identificações, na ausência de outras fontes. Entretanto, essas amostras podem gerar um falso resultado devido às instabilidades genéticas. Neste estudo, foram analisados 67 pares de amostras, provenientes de biópsia de tecido mamário fresco congelado (tumoral e não-tumoral) com o intuito de determinar a freqüência de instabilidade genética em carcinomas mamários. Para a análise do DNA nuclear, foram tipados 7 dos loci STR recomendados pelo CODIS: D16S539, D3S1358, D7S820, D13S317, FGA, TH01, TPOX e para a análise do DNA mitocondrial foi seqüenciada a região HVI. Dos 67 pacientes, 17 (25%) apresentaram instabilidades no DNA nuclear. O locus TPOX não apresentou alterações, já o locus D13S317, apresentou a maior freqüência (17,3% LOH e 3,0% MSI) de instabilidade genômica. 21 pacientes (31,3%) apresentaram instabilidade no DNA mitocondrial, sendo 14 heteroplasmias e 7 mutações em amostras tumorais. A instabilidade no DNA mitocondrial em amostras de carcinomas mamários provenientes da população brasileira está ligeiramente associada (p=0,0669) ao haplogrupo Europeu. Não foi verificada associação entre as instabilidades nuclear e mitocondrial. Apesar dos DNAs provenientes de biópsias tumorais usualmente não serem empregados em testes de paternidade e de identificação humana, os nossos resultados ratificam a atenção especial que se deve ter na utilização destas amostras. Apoio financeiro: FAPERJ, CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 151 Análise da perda de heterozigose nas regiões 3p e 9p em tumores Phyllodes primários e recorrentes e em fibroadenomas mamários Torrezan, GT¹; Lima, RS²; Urban, CA²; Ribeiro, EMSF¹; Cavalli, IJ¹. Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética, Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná. Hospital nossa Senhora das Graças, Curitiba/PR. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Fibroadenoma, tumor Phyllodes, LOH, 3p, 9p. Tumores Phyllodes são neoplasias fibroepiteliais mamárias histologicamente semelhantes aos fibroadenomas, mas com um componente estromal neoplásico, monoclonal e com um amplo espectro de comportamento clínico, podendo ser localmente agressivos e malignos. As características genéticas e moleculares destes tumores não foram elucidadas. A inativação de genes supressores de tumor é um evento importante na carcinogênese e muitas vezes envolve a mutação de um alelo e perda de um segmento cromossômico contendo o outro alelo. Perdas de heterozigose (LOH) em alguns loci podem estar associadas com a progressão patológica em tumores phyllodes e fibroadenomas. Este estudo teve como objetivo determinar a frequência de LOH em 6 tumores phyllodes e 146 Fibroadenomas em sete marcadores microssatélites em 3p (D3S1274, D3S1079, D3S1300, D3S1581, D3S1286, D3S1263 e D3S1307) e cinco em 9p (D9S1749, D9S1748, D9S171, D9S169 e D9S200). Foram utilizadas amostras de sangue periférico (referência normal) e de tecido tumoral. As análises foram realizadas através de amplificação por PCR com iniciadores fluorescentes e corrida eletroforética em sequenciador de capilar Megabace 1000. Teste de Qui-quadrado, teste exato de Fisher e teste t foram usados para analisar a associação entre LOH e parâmetros clínicos e histopatológicos das pacientes (idade, tamanho do tumor e número de nódulos). Não houve associação entre as frequências de LOH e os parâmetros clínicos e histopatológicos. Em tumores phyllodes, a LOH foi frequente e extensa, uma vez que 50% (06/03) dos tumores apresentaram LOH em três ou mais marcadores. Em contraste, apenas 15% (22/146) dos fibroadenomas apresentaram LOH em um ou mais marcadores. Com base na baixa frequência de LOH observada nos fibroadenomas, nossos resultados sugerem que LOH nas regiões 3p e 9p não são alterações importantes na etiologia desses tumores. Não houve homogeneidade entre os locais de perda de tumores phyllodes de pacientes diferentes. Em um caso com tumor primário e recorrência da mesma paciente foram encontradas regiões comuns de LOH, indicando uma origem comum das lesões. Em contraste, a maioria dos casos dos fibroadenomas metacrônicos (n = 9) tinha padrões de LOH diferentes. Apenas em uma paciente encontramos o mesmo padrão de LOH em duas lesões ipsilaterais, o que poderia indicar que uma pequena proporção de fibroadenomas pode ter componentes de origem clonal e compartilhada. Apoio Financeiro: Capes e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 152 Caracterização de um grupo de pacientes em risco para câncer de mama e cólon hereditários quanto à prevalência da deleção 1100C no gene CHEK2 Koehler-Santos, P1; Abud, J1; Ewald, IP1; Cossio, SL1; Rossi, C1; Vargas, FR2; Moreira, MA2; Achatz, MIW3; Palmero EI4; Ashton-Prolla, P1,5; Prolla, JC6. Laboratório de Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, RJ. 3 Hospital do Câncer A C Camargo, São Paulo, SP. 4 Laboratorio de Oncologia Molecular, Hospital de Câncer de Barretos, SP. 5 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS. 5 Programa de Pós-Graduação em Ciências Gastroenterológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer Hereditário, Câncer Colorretal, Câncer de Mama, Gene CHEK2. Introdução: Estima-se que cerca de 5% a 10% de todos os cânceres estejam associados à predisposição hereditária. O reconhecimento do caráter hereditário da neoplasia intestinal é de grande importância, pois geralmente predispõem à ocorrência de mais de um tipo de câncer em um mesmo indivíduo e estão associados a um maior risco para outros familiares. O Rio Grande do Sul (RS) tem uma das maiores taxas de incidência de câncer de mama e mortalidade de todo o País, sendo uma das principais causas de morte entre mulheres jovens (30-49 anos). Em famílias com câncer de mama e cólon, um gene freqüentemente alterado é o gene CHEK2. Esse gene é um supressor tumoral que codifica uma proteína quinase envolvida no controle dos pontos de checagem do ciclo celular. Objetivos: O presente estudo transversal tem por objetivo determinar a prevalência da deleção 1100C no gene CHEK2 em uma amostra de conveniência composta por indivíduos brasileiros com diagnóstico clínico de síndrome de predisposição hereditária ao câncer de mama e cólon (HBCC). Metodologia: Extração de DNA genômico foi realizada por precipitação com sais a partir de sangue periférico. A região de interesse foi amplificada utilizando metodologia de PCR de longo alcance com a enzima Elongase® (estratégia para eliminar amplificação de pseudogenes), seguida de segunda amplificação em torno do exon 10 de CHEK2 onde se encontra a deleção. Os fragmentos foram submetidos a seqüenciamento automatizado para detecção da mutação específica 1100delC conforme protocolos já estabelecidos. Resultados e Conclusão: 59 pacientes não-relacionados foram estudados. Apesar de apenas um indivíduo apresentar a mutação 1100delC no gene CHEK2, foi identificada uma outra alteração do exon 10 em 23,7% dos pacientes (14/59) não descrita anteriormente. Esta variante provoca mudança no quadro de leitura, correspondendo mais provavelmente a uma deleção ou inserção de um pequeno número de bases. Estudos adicionais de caracterização desta variante e análise de regiões adjacentes estão em andamento. A caracterização de famílias com múltiplos casos de câncer de mama e cólon é fundamental para direcionar as estratégias de aconselhamento genético e manejo dos indivíduos em risco. A caracterização da nova mutação identificada poderá resultar na identificação de um fator de risco particularmente freqüente para a população brasileira. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 153 Síndromes Genéticas de Predisposição ao Câncer - relato de caso de paciente com critérios clínicos para Síndrome de Li Fraumeni-Like (LFL), Síndrome de câncer de mama e ovário hereditário (HBOC) e Síndrome de Predisposição ao câncer de mama e câncer colorretal (HBCC) Beserra, BA1; Ewald, IP1,2; Bittar, C3; Giacomazzi, J1,2; Cossio, SL1,4; Netto, CBO3; Prottas, J2,5; Goldim, JR5; Ashton-Prolla, P1 Laboratório de Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clinicas de Porto Alegre. PPG em Medicina: Ciências Médicas, UFRGS. 3 Serviço de Genética Médica, Hospital de Clinicas de Porto Alegre. 4 Pós-doutorado INaGemp. 5 Laboratório de Bioética e Pesquisa, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. [email protected] 1 2 Palavras-chave: oncogenética, BRCA1, BRCA2 e TP53. Introdução: As síndromes genéticas de predisposição ao câncer de mama estão associadas a mutações germinativas em genes supressores de tumor de alta penetrância e são herdadas de forma autossômica dominante. Entre as principais podemos citar a Síndrome de Li-Fraumeni e suas variantes (Li Fraumeni-Like,LFL), associada a mutações germinativas no gene TP53 e a Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditário (HBOC), associada a mutações germinativas em BRCA1 ou BRCA2. Objetivos: Descrever a investigação clínica e molecular em uma família que preenche critérios clínicos de HBOC, LFL e HBCC. Materiais e Métodos: A avaliação clínica foi feita em consulta de aconselhamento genético no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Heredograma e confirmação da história de câncer com laudos anatopatológicos, demonstraram critérios para HBOC, HBCC e LFL. DNA genômico foi extraído a partir de sangue periférico para realização das análises moleculares de BRCA1, BRCA2 e TP53. As análises realizadas incluiram MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) utilizando os kits P002B e P045 (MRC-Holland); PCR para a identificação da mutação fundadora c.156_157insAlu no exon 3 do gene BRCA2 sequenciamento completo bi- direcional de BRCA1, BRCA2, e TP53. Resultados preliminares: Apesar da forte história familiar da paciente (3 familiares com câncer de mama: aos 55 anos, aos 56 anos e aos 46 anos, e 1 familiar com múltiplos tumores _ próstata, rim e melanoma aos 66, 73 e 74 anos, respectivamente) as análises preliminares realizadas até o momento não evidenciaram mutação germinativa na probanda. Estas incluíram seqüenciamento de toda sequencia codificadora e analise de rearranjos de BRCA1 e BRCA2, e análise de rearranjos de TP53. Conclusão: Este caso ilustra a complexidade da investigação molecular em oncogenética e ressalta a necessidade de investigação molecular ampla, considerando o envolvimento de mais de um gene de predisposição ao câncer no diagnostico diferencial de uma família. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 154 Detecção e tipagem molecular de Papilomavírus humano em Carcinomas de Hipofaringe Carvalho, BP1; Vilanova-Costa, CAST1,2; Pereira, FC1; da Silva, CC2,3; Curado, MP4; da Cruz, AD 2,3,4 Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás - UFG, Goiânia, Goiás, Brasil; 2 Núcleo de Pesquisas Replicon, Departamento de Biologia, Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-GO, Goiânia, Goiás, Brasil; 3 LaGene-Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular,SuLeide, SES-GO, Brasil; 4 Registro de Câncer de Base Populacional, Associação de Combate ao Câncer em Goiás, Brasil. [email protected] 1 Palavras-chave: Papilomavírus humano, oncogênese, genotipagem viral, carcinomas, hipofaringe. Estudos desenvolvidos desde o início da década de 1980 até a atualidade, apesar de extensos e aprofundados, ainda não nos permitem definir com total precisão qual o possível papel do HPV na carcinogênese de cabeça e pescoço. Dentre os fatores que geram controvérsias, podemos destacar o achado freqüente de variados tipos de HPV em mucosa oral normal, numa incidência que varia de 0% a quase 100% em diversos estudos. A importância da infecção pelo HPV na carcinogênese de células epiteliais é suportada pela capacidade dos HPVs de alto risco, principalmente os tipos 16 e 18, de imortalizar os queratinócitos orais, quando em análise in vitro. O processo de imortalização pode envolver a desativação de proteínas supressoras de tumores pré-formadas pelas oncoproteínas virais, o bloqueio da transcrição de genes supressores de tumores como resultado da inserção do oncogene do HPV, ou a estimulação da transcrição do oncogene celular pela inserção de seqüênci­as ativadoras de transcrição derivadas do próprio genoma do HPV. No presente estudo, o grupo amostral foi constituído de 24 pacientes diagnosticados com carcinoma de hipofaringe. Os casos foram obtidos do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia/GO da Associação de Combate ao Câncer em Goiás. Todos os pacientes considerados foram diagnosticados como carcinomas de hipofaringe (CID-O: C12.0 a C13.9). Todas as amostras foram submetidas a uma PCR com os primers genéricos MY09/11 e GP05/06 para detecção em amplo espectro do genoma de HPV. Posteriormente, utilizou-se a mesma abordagem, com os primers tipo-específico para HPVs 6, 11, 16, 18, 33, 35, 45 e 58. Em 9 das 24 amostras utilizadas, foi observada amplificação com os primers genéricos, identificandose o genoma de HPV em 37,5% (6/24) dos casos. Em 67% (6/9) das amostras, o genoma viral foi detectado por MY09/11 e em 33% (3/9) pelos primers GP05/06. As amostras positivas foram então submetidas a uma segunda PCR para a genotipagem dos HPVs, tendo sido observados os tipos 16, 18 e 45. Os tipos virais mais associados ao câncer da hipofaringe, no presente estudo, foram os HPV 16 e 18, presentes em 6 amostras e o HPV45, encontrado em 1 amostra. Em um paciente foi observada a co-infecção de tipos virais de HPVs 16 e 18. Contudo, mesmo diante de tantas pesquisas realizadas, há muito para ser explorado, apesar de uma hipótese possível para a carcinogênese ser a interação sinérgica de carcinógenos químicos, virais, oncogenes e genes supressores de tumores. Apoio financeiro: NPR / PUC-GO / LaGene / ACCG / IARC / CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 155 Efeito antiproliferativo da proteína anexina A1 mediada pelo receptor FPRL1 nos neutrófilos do carcinoma epidermóide de laringe humano Gastardelo, TS1; Cury, PM2; Maniglia, JV3; Tajara, EH4; Oliani, SM 1,5 Pós-graduação em Morfologia – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil. Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil; 3 Departamento de Otorrinolaringologia, Faculdade de Medicina, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil; 4 Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil; 5 Departamento de Biologia – Universidade Estadual Paulista (UNESP), São José do Rio Preto, Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Anexina A1, receptor FPRL1, cancer, inflamação, neutrófilos Várias evidências demonstram que o desenvolvimento e a progressão do câncer dependem não somente de suas características genéticas, mas também de interações das células tumorais e inflamatórias. No desenvolvimento tumoral, a proteína anti-inflamatória anexina A1 (ANXA1) tem sido associada com a progressão em alguns tumores invasivos, sugerindo um papel na regulação da migração/invasão das células neoplásicas. Recentes estudos, propostos para entender a terapia anti-inflamatória, têm sugerido que a ação regulatória da ANXA1 pode ser mediada por meio dos receptores para peptídeos formilados (nFPRs). Com essas considerações, nós investigamos o papel dos neutrófilos no câncer e a expressão intracelular da ANXA1 e do receptor FPRL1 nessas células. As análises morfológicas e quantitativas dos neutrófilos foram realizadas em amostras controle, peritumoral e tumoral de vinte pacientes com carcinoma epidermóide de laringe humano. Nessas amostras, realizamos reações imunocitoquímicas com os anticorpos anti-ANXA1 e anti-FPRL1 e analisadas no Microscópio Eletrônico de Trasmissão. Nas laringes controle e peritumoral, observamos poucos neutrófilos, na sua maioria, intravasculares. Enquanto, no tecido tumoral, estas células estavam em maior número e extravasados no estroma. As reações imunocitoquímicas ultra-estruturais mostraram alta expressão da ANXA1 e do receptor no citoplasma e núcleo, e baixa na membrana plasmática. O aumento da expressão dessas moléculas foi significativo nas amostras tumorais em relação às controle e peritumorais. As co-localizações ANXA1/FPRL1 observadas na membrana, citoplasma e núcleo não apresentaram diferenças significativas entre as amostras estudadas. Nossos dados sugerem que os neutrófilos, células efetoras da resposta inflamatória, apresentam um importante papel regulatório na proliferação das células tumorais, possivelmente por meio da interação funcional entre a ANXA1 e o seu receptor FPRL1. Os mecanismos de ação pelos quais a ANXA1 atua na biologia tumoral são pouco conhecidos e, considerando o seu papel nos processos antiinflamatórios/antiproliferativos, novos estudos poderão ocasionar terapias alternativas no tratamento do câncer. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 156 Avaliação do polimorfismo 3’ UTR do gene TS em câncer gástrico na população paraense Araújo, MD1; Harada, ML1. Laboratório de Biologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará. [email protected] 1 Palavras-chave: Câncer gástrico, TS e polimorfismo. O câncer gástrico é uma importante causa de morte no Brasil. Em 2010, segundo o INCA, são previstos 21.500 novos casos, destes 650 no Estado do Pará. Este tipo de câncer é uma doença influenciada por fatores intrínsecos, como fatores genéticos e infecção por H. pylori e extrínsecos, como alimentação e uso de cigarro. A enzima codificada pelo gene Timidilato Sintase, TS, está envolvida no metabolismo do folato, podendo influenciar no processo de síntese e reparo do DNA. Este gene possui diversos polimorfismos, dentre eles uma deleção/inserção de 6pb na região 3’ não traduzida, sendo a deleção relacionada com a baixa expressão intratumoral in vivo e diminuição da estabilidade in vitro do mRNA. Em diversos estudos este polimorfismo tem sido relacionado com a susceptibilidade ao câncer. O presente trabalho teve como objetivo analisar o polimorfismo da região 3’ UTR do gene da TS, relacionando-o com características histopatológicas . Amostras de 44 pacientes submetidos à gastrectomia e de um grupo controle de 84 pessoas foram analisadas a partir da extração de DNA, seguida de amplificação por PCR. O produto de PCR foi digerido com a enzima de restrição Dra I e a identificação genotípica foi realizada em gel de poliacrilamida a 10%. As análises estatísticas foram realizadas no programa Biostat 4.0, usando os testes de Qui-quadrado e Oddsratio. A frequência dos alelos del6 e ins6 foram, respectivamente, 0.39 e 0.61 nas amostras tumorais e 0.43 e 0.57 no grupo controle. Estas freqüências estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A análise comparativa revelou que indivíduos com genótipo del6/ins6 possuem risco de aproximadamente 2.5 vezes maior de desenvolver câncer gástrico do tipo difuso quando comparados com homozigotos del6 e ins6. Graziano et al. (2004) encontraram uma associação entre o genótipo del6/ins6 e o risco de desenvolver a carcinogênese gástrica bem como uma presença significativamente maior do alelo del6 em paciente com câncer do tipo difuso, semelhante aos resultados obtidos no presente estudo,o que sugere o envolvimento do polimorfismo 3’UTR na susceptibilidade ao câncer gástrico. Apoio financeiro: FAPESPA, CNPq e UFPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 157 Estudo da imunorreatividade da proteína p53 e de mutações do gene TP53 em amostras de adenocarcinoma gástrico dos Estados do Pará e Ceará Seabra, AD1; Araújo, TMT1; Mello Junior, FAR1,Lima, GNF1; Rabenhorst, SHB2; de Assumpção, PP3 Burbano, RR1; Khayat, AS1 Laboratório de Citogenética Humana, Universidade Federal do Pará. Laboratório de Genética Molecular, Universidade Federal do Ceará. 3 Hospital Universitário João de Barros Barreto, Universidade Federal do Pará. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer gástrico, TP53, Mutação, Imunohistoquímica e Sequenciamento. Introdução: No Brasil, o câncer gástrico é a terceira neoplasia em taxa de óbito e frequência entre os homens, e a quinta entre mulheres. Dentre os genes que, quando acometidos por alterações, venham a implicar em processos carcinogênicos, o TP53 é encontrado modificado em 50% das neoplasias humanas. Esse gene é responsável por mecanismos, entre outros, de bloqueio de ciclo celular e de apoptose. Por meio de estudos com imunohistoquímica podemos evidenciar a potencial insuficiência funcional da proteína p53, observada como uma superexpressão protéica. Esta superexpressão protéica se deve ao fato da p53 não ter sido degradada durante o período tido como padrão das células somáticas, sendo esta degradação intermediada pela mdm2, que tem função ubiquitinadora sobre a p53. Esta degradação, que ocorre por indução da p53 à transcrição de MDM2, pode ser inviabilizada por alterações no TP53 que impeçam a indução desta transcrição ou que alterem o sítio de ligação na p53, onde a mdm2 faria sua ligação. Objetivo: Assim, este trabalho visa pesquisar a sequência nucleotídica do TP53, codificante do domínio de ligação ao DNA – éxons 5 ao 9, correlacionando os resultados com dados imunohistoquímicos e clínico-patológicos. Material e métodos: Foram analisadas 50 amostras de câncer gástrico, de ambos os tipos histológicos de Lauren e abrangendo todos os estádios patológicos e localizações anatômicas. As sequências nucleotídicas foram obtidas por sequenciamento direto em sequenciador ABI 3130 (Apllied Biosystems, CA - USA). A expressão da proteína p53 foi avaliada por imunohistoquímica, com uso do anticorpo DO-7 (DakoCytomation, UK). Resultados e discussão: Os resultados evidenciaram a presença de mutações de sentido trocado T150K, A161T, P177L, G185S, T230A, G244S, G286L, E286K, P295H, P295R e H296N, assim como mutações silenciosas R248R e E286E, sendo estas mutações já observadas por outros autores. Foram encontradas também algumas mutações, ainda não descritas nos principais bancos de dados existentes. A correlação entre os aspectos clínico-patológicos, os resultados imunohistoquímicos e as análise do sequenciamento não evidenciou significâncias estatísticas. Algumas das alterações nucleotídicas observadas no gene TP53, como a troca de glicina por serina no códon 244, podem vir a gerar um sítio de fosforilação. Este novo sítio de fosforilação pode ter potencial para levar a modificações severas na atividade protéica, e até mesmo inativá-la. Assim, alterações nestas regiões podem ter papéis fundamentais no aumento da expressão protéica nuclear, além de poderem estar relacionadas com o inicio ou progressão da carcinogênese gástrica. Apoio financeiro: CNPq e UFPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 158 Citocinas pró e anti-inflamatórias: TNF-b e IL-10 e risco para gastrite crônica e câncer gástrico Oliveira, JG1; Nascimento, PP; Silva, AE1 Laboratório de Citogenética e Biologia Molecular Humana - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Departamento de Biologia, Universidade Estadual Paulista, UNESP Campus de S.J. Rio Preto. [email protected] 1 Palavras-chave: câncer gástrico, gastrite, polimorfismo, citocinas. O câncer gástrico é uma doença caracterizada como multifatorial associada a fatores ambientais e genéticos. A carcinogênese do estômago pode progredir de uma inflamação crônica da mucosa gástrica, resultante da infecção pela bactéria Helicobacter pylori que ativa a resposta inflamatória do hospedeiro. Assim, tem-se avaliado a associação de polimorfismos gênicos de fatores envolvidos no processo inflamatório, os quais podem modular o padrão de resposta imune do hospedeiro, como as citocinas, implicadas no processo carcinogênico. Neste estudo, avaliou-se a associação de lesões gástricas (gastrite crônica e câncer gástrico) e fatores ambientais ( fumo, etilismo e infecção pela H. pylori) com dois polimorfismos, TNFB+252A/G e IL-10-592 C/A (rs1800872) em genes de citocinas pró- e anti-inflamatórias, respectivamente.Os polimorfismos foram genotipados pela técnica de PCR- RFLP (Polymerase Chain Reaction/Restriction Fragment Length Polymorphism), avaliando-se o padrão eletroforético a partir de DNA de sangue periférico, em cerca de 675 indivíduos (200 com câncer gástrico-CG; 229 com gastrite crônica-GC e 246 controles-C). O SNP (Single Nucleotide Polymorphism) TNFB+252A/G não foi associado com risco de gastrite crônica ou câncer gástrico, não sendo observadas diferenças significantes das frequencias dos alelos TNFβ+252 A e G entre os grupos: 0,68 e 0,32 no grupo CG, 0,65 e 0,35 no GC e 0,70 e 0,30 no C, respectivamente. Da mesma forma as frequencias genotípicas foram similares entre os grupos casos e controle para os genótipos TNFβ+252 A/A, A/G e G/G respectivamente (grupos CG: 51,2%, 37,8% e 11%; GC: 44%, 41,5% e 14,5% e C: 51,2%, 37,8%, e 11%). Entretanto, para o SNP IL-10-592C/A as frequencias alélicas e genotípicas foram significantemente diferentes no grupo CG em comparação ao grupo C (p<0,01) e entre os grupos GC e C (p<0,01), respectivamente. As frequencias alélicas IL-10-592 C e A foram 0,70 e 0,30 em ambos grupos CG e GC e 0,84 e 0,16 no grupo C, enquanto as freqüências genotípicas IL-10-592 C/C, C/A e A/A foram respectivamente 50,5%, 40% e 9,5% no grupo CG; 46,3%, 46,3% e 7,4% em GC e 70%, 27% e 3% no grupo C. As análises da regressão logística multivariada mostraram que o sexo masculino (OR=2,56; 95% IC= 1,60-4,08; p<0,01), o hábito etilista (OR= 3,09; 95% IC=1,91-5,00; p<0,01) e o alelo polimórfico IL-10-592A (OR=2,52; 95% IC=1,64-3,88; p<0,01) estavam associados com maior suscetibilidade ao risco de desenvolvimento do câncer gástrico. Também foi observada associação positiva no grupo de GC com o polimorfismo IL-10-592C/A (OR= 2,77; 95%IC=1,87-4,11; p= 0,00) em relação ao grupo C. Conclusões: Assim, a variante polimórfica IL-10-592A pode estar associada ao risco aumentado para gastrite crônica e câncer gástrico nesta amostra da população brasileira, considerando que este polimorfismo pode reduzir o nível de expressão do gene e conseqüentemente menor atividade anti-inflamatória. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 159 Estudo dos polimorfismos PIN3 e PEX4 do gene TP53 em amostras de câncer gástrico Araújo, TMT1; Mello Jr; FAR1; Lima; GNF1; Seabra; AD1; Paiva, SC2; dos Santos, NPC2; Burbano, RR1; Khayat, AS1. Laboratório de Citogenética Humana, Universidade Federal do Pará. Laboratório de Genética Humana e Médica, Universidade Federal do Pará. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Câncer gástrico, TP53, Polimorfismo, PEX4, PIN3, Sequenciamento. Introdução: O câncer gástrico é a quarta causa mais frequente de câncer no mundo. O Estado do Pará possui uma alta incidência desta neoplasia e sua capital Belém já esteve na 11ª posição, em frequência, entre todas as cidades do mundo. Dentre os genes que, quando acometidos por alterações, estão envolvidos em processos carcinogênicos, o TP53 é o que se encontra alterado em 50% das neoplasias humanas. Há relatos de que um polimorfismo no gene TP53, o PIN3 ins16pb (rs17878362), que consiste em uma inserção de 16pb (alelo A2) no íntron 3, tenha influência nos efeitos carcinogênicos de algumas neoplasias, sendo observado no aumento de risco em câncer de mama e por outro lado, a ausência da inserção (alelo A1) foi associada ao aparecimento precoce de neoplasias em indivíduos com Síndrome de Li-Fraumeni. Outro polimorfismo, no códon 72 (rs1042522) do éxon 4 (PEX4 ou P72R) deste mesmo gene, é considerado como fator de risco para as principais doenças neoplásicas em humanos. Suas variantes, Arg e Pro, supostamente afetam diferencialmente a sobrevida em diferentes neoplasias. Portanto, estes dois polimorfismos muito comuns têm demonstrado contribuir para a suscetibilidade e comportamento tumoral. Objetivo: O propósito deste estudo é avaliar a frequência do PEX4 e PIN3 em amostras de adenocarcinoma gástrico, bem como realizar um estudo correlativo entre estes polimorfismos e os aspectos clinico-patológicos destas neoplasias. Material e métodos: Foram analisadas 50 amostras de tumores gástricos primários submetidos à ressecção cirúrgica. A análise do polimorfismo PEX4 foi realizada utilizando a técnica de sequenciamento direto e a análise do polimorfismo PIN3 foi realizada empregando a técnica de PCR, genotipado no sequenciador ABI3130 utilizando o programa GeneMapper ID v3.2 (Applied Biosystems). Resultados e discussão: Foi observada uma frequência de 60% do genótipo Arg-Arg/A1A1, 20% do Pro-Pro/A1A1, 16% do Arg-Pro/A1A1, 2% do Arg-Arg/ A1A2 e 2% do Pro-Pro/A2A2. Apesar da baixa frequência, a presença do alelo A2 foi observada em estadiamentos avançados. As frequências alélicas achadas neste estudo estão de acordo com os dados descritos em populações de hígidos, embora não corroborem com achados de outras neoplasias, como o câncer de mama. Conclusão: Não foi observada correlação estatística entre o aparecimento das variantes polimórficas em PIN3 e PEX4, assim como entre estes polimorfismos e os aspectos clínico-patológicos das amostras de câncer gástrico estudadas. Apoio Financeiro: CNPq e UFPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 160 Genética de populações de IL8 e seus receptores e susceptibilidade genética ao câncer gástrico Pereira, L; Lyon-Freire, F; Zamudio, R; Tarazona-Santos, E Laboratório de Diversidade Genética Humana, Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais Palavras-chave: IL8, IL8RB, câncer gástrico, susceptibilidade genética, polimorfismos. O câncer gástrico, principalmente o adenocarcinoma, é uma neoplasia com grande incidência e mortalidade no Peru. Vários fatores estão relacionados com esta patologia, como infecção por H. pylori, dieta e polimorfismos genéticos. A infecção da mucosa gástrica por H. pylori resulta em inflamação e como consequência os níveis de proliferação e angiogênese aumentam. Em um tecido normal durante a inflamação são produzidas citocinas próinflamatórias, como a interleucina 8 (IL8) e após a recuperação do tecido são produzidas citocinas anti-inflamatórias para cessar a reação inflamatória. Se o tecido não for recuperado, como acontece em uma inflamação crônica, as células continuam a proliferação, ficam mais expostas a agentes carcinogênicos e podem sofrer uma transformação maligna. As células tumorais produzem citocinas, essas citocinas recrutam leucócitos e os leucócitos produzem mais citocinas mantendo o processo inflamatório. A identificação de polimorfismos em genes envolvidos no processo inflamatório pode ser importante na identificação de indivíduos com maior predisposição ao câncer gástrico. Com o objetivo de avaliar a susceptibilidade genética ao câncer gástrico na população peruana, nós realizamos uma análise do padrão de diversidade da região promotora de IL8 e seus receptores IL8RA e IL8RB. Foram incluídos 125 peruanos miscigenados (78 com câncer gástrico e 47 controles) e 25 ameríndios (Peru – grupo étnico Quéchua), além de dados de sequências do SeattleSNP de duas populações parentais (24 africanos e 23 europeus). Foram sequenciados 721 pb do gene IL8 (promotor, 5´UTR) e 931 e 921 pb dos promotores dos genes IL8RA e IL8RB, respectivamente. A partir das análises das sequências foram calculadas frequências genotípicas e haplotípicas e análise de desequilíbrio de ligação de 7 SNPs do gene IL8 e 5 SNPs do gene IL8RB. Todos os SNPs estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg, exceto 1 SNP no IL8. As frequências genotípicas de 2 SNPs (rs3890158 - IL8RB e rs4073 - IL8) encontradas nas amostras de ameríndios, casos e controles foram muito diferentes das frequências nas populações africana e européia. Foram inferidos 7 haplótipos em IL8 e 11 em IL8RB. Análise da diversidade interpopulacional mostrou que os indivíduos peruanos miscigenados (casos e controles) possuem maior semelhança com a população ameríndia, e provavelmente recebeu maior contribuição do pool gênico dessa população parental para sua formação. Testes de Neutralidade realizados com dados de sequenciamento mostraram que a diversidade observada na população do estudo pode ser explicada pelo equilíbrio mutação-deriva. A análise das sequências do gene IL8RA está sendo finalizada. A partir desses resultados os SNPs rs3890158 e rs4073 estão sendo estudados em uma amostra maior de indivíduos (389 casos e 314 controles) para um estudo de associação com o câncer gástrico. Apoio financeiro: FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 161 Polimorfismo na região reguladora do gene TNF-α –857C/T e risco de câncer gástrico. Nizato, DM1; Oliveira, JG1; Silva, AE1 Laboratório de Citogenética Humana e Biologia Molecular, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista- UNESP, São José do Rio Preto, SP. [email protected] 1 Palavras-chave: polimorfismo genético, câncer gástrico, gastrite, TNF-α –857, citocinas Introdução: A carcinogênese do estômago pode ser ativada por processo inflamatório iniciado a partir da gastrite crônica desencadeada pela infecção por Helicobacter pylori. O aumento do risco de progressão maligna está associado ainda com fatores ambientais, como a dieta, o tabagismo e o etilismo. Durante a resposta do hospedeiro ao processo inflamatório induzido pela H. pylori ocorre a participação de um conjunto de citocinas pró e anti-inflamatórias, que modulam a resposta imune e as quais também podem estar implicadas no processo carcinogênico. Portanto a interação entre fatores ambientais e variantes genéticas polimórficas de genes de citocinas pode determinar maior suscetibilidade ao desenvolvimento desta neoplasia. Objetivos: Avaliar a ocorrência de associação da variante –857C/T da região promotora do gene da citocina pró-inflamátoria TNF-α ao maior risco de desenvolvimento da carcinogênese do estômago, comparando para isso, grupos de pacientes com câncer gástrico-CG e gastrite crônicaGC ao grupo de indivíduos saudáveis-C. Além disso será investigada a ocorrência de interação desse polimorfismo com fatores ambientais como tabagismo, etilismo e infecção pela H. pylori. Material: Foi utilizado DNA de sangue periférico de 614 indivíduos (160 com CG, 224 com GC e 230 C) para genotipagem do polimorfismo pela técnica de PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction/Restriction Fragment Length Polymorphism), e posterior avaliação do padrão eletroforético. Resultados: O polimorfismo não foi associado com o risco de gastrite ou câncer gástrico, não sendo observadas diferenças significantes das frequências dos alelos C e T entre os grupos: 0,78 e 0,22 no grupo CG, 0,80 e 0,20 no grupo GC e 0,80 e 0,20 no grupo C, respectivamente. As frequências genotípicas nos grupos CG, GC e C para TNF-α C/C, C/T e T/T, também não mostraram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (grupos CG: 59,37%; 35,63% e 5,00%; GC: 65,18%; 30,80% e 4,02%; C: 69,13%; 23,04% e 1,83%, respectivamente). No grupo CG, a análise de regressão logística multivariada evidenciou que o etilismo (OR=4,19; 95% IC = 2,05 - 8,56; p = 0,0001) está associado a uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento da neoplasia gástrica. Conclusão: Apesar da indicação de que polimorfismos na região reguladora da citocina pró-inflamatória TNF-α leva ao aumento de atividade transcricional, podendo estar envolvida na patogênese e progressão do câncer, os resultados não evidenciaram associação do polimorfismo -857C/T com risco aumentado de câncer gástrico na população avaliada. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 162 Avaliação da instabilidade de microsatélites em indivíduos com câncer coloretal de Minas Gerais Caxito, FA1; Rasuck, CG1,2; Leite, SMO3; Oliveira, VC1,2; Gomes, KB2,4 Hermes Pardini – Belo Horizonte, MG; Pós-Graduação em Genética, ICB/UFMG – Belo Horizonte, MG; 3 Santa Casa de Belo Horizonte – Belo Horizonte, MG; 4 COLTEC/UFMG – Belo Horizonte, MG [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer coloretal, genes de reparo, instabilidade de microssatélite, HNPCC, reparo Introdução: O câncer coloretal (CCR) corresponde ao terceiro tipo de câncer mais comum no mundo ocidental, sendo o segundo em número de mortes. O CCR pode ser divido em: esporádico, onde o paciente não possui histórico familiar e corresponde à 85% das neoplasias coloretais; e o câncer hereditário, que corresponde de 10 a 15% do total de casos. O HNPCC (Hereditary nonpolyposis colorectal câncer), ou Síndrome de Lynch, constitui a principal síndrome hereditária de predisposição ao câncer coloretal, e se devolve em decorrência de mutações em genes de reparo - MMR (Mismacht Repair). Estes genes são responsáveis pela correção dos erros na replicação do DNA e, quando mutados, perdem sua função ativa. A presença de metilação na região promotora ou mutações em regiões codificadoras dos MMR’s pode ser avaliada através da instabilidade de microsatélites. Essa instabilidade é classificada como alta (MSI-High) quando mais de 40%, de no mínimo cinco marcadores do tipo microsatélite analisados, apresentam instabilidade. O uso de critérios clínicos (Amsterdam II e Bethesda), que foram criados com o intuito de aumentar a sensibilidade do diagnóstico de pacientes com HNPCC, nem sempre são claros, recomendando-se assim, análise de instabilidade de microsatélites. Objetivo: avaliar a instabilidade de microsatélites em pacientes de Minas Gerais diagnosticados, pelos critérios de Amstredam II e Bethesda, como HNPCC. Materiais e métodos: Foram analisadas amostras de 79 pacientes com HNPCC, onde o tecido tumoral foi comparado ao tecido normal de cada paciente, utilizando-se 6 marcadores microsatélites: BAT25, BAT26, BAT40, D2S123, D17S250 e APC. Resultados: Dentre os casos analisados, 21,5% dos pacientes apresentaram alta instabilidade de microsatélites. O marcador BAT25 apresentou a maior frequência de instabilidade (26,6% dos pacientes classificados como MSI-High), sendo, portanto o mais sensível, enquanto o marcador APC apresentou a menor frequência de instabilidade (15,2%). Conclusão: Como em todo tipo de câncer, a possibilidade de diagnosticar previamente a doença relaciona-se diretamente com uma porcentagem mais alta de sobrevivência. Assim, a análise da instabilidade de microsatélites é de extrema importância para diagnosticar o HNPCC. No entanto, estudos visando à validação de novos marcadores genéticos são necessários, uma vez que a análise de microsatélites não apresenta sensibilidade para diagnosticar o HNPCC em todos os casos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 163 Estudo da mutação V600E no gene BRAF no rastreamento do câncer colorretal hereditário: resultados preliminares Macedo, GS1,4; Koehler-Santos, P1,2; Maia, ALS3; Ashton-Prolla, P1,2,4,5 Laboratório de Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 Programa de Pós Graduação em Endocrinologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 4 Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 5 Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer colorretal, síndrome de lynch, BRAF, V600E, câncer hereditário Mutações germinativas em genes de reparo do malpareamento do DNA (MMR – Mismatch Repair) são causadoras da Síndrome de Lynch, uma síndrome hereditária de predisposição ao câncer. Perda de expressão de alguma das proteínas deste sistema de reparo leva a uma instabilidade em regiões repetitivas do genoma, evento esse conhecido como instabilidade de microssatélites (IMS). IMS é encontrada em aproximadamente 90% dos casos de pacientes com Síndrome de Lynch, e ocorre em 15-20% dos casos esporádicos de câncer colorretal. Devido às implicações no tratamento e manejo dos pacientes, e seus familiares, a correta identificação da etiologia do tumor (esporádico x hereditário) se faz necessária. Recentemente, mutações no oncogene BRAF têm sido descritas em vários tipos de câncer. BRAF é uma proteína quinase serina/treonina que faz parte de uma via de sinalização envolvida na proliferação, diferenciação, secreção e morte celular. Mutações no gene BRAF, predominantemente no códon 600 (troca de uma valina por glutamato), têm sido encontradas em aproximadamente 10% dos cânceres de cólon. Esta mutação ocorre quase que exclusivamente em tumores que apresentam hipermetilação do promotor de hMLH, e raramente estão associadas a mutações germinativas nos genes MMR. Alguns trabalhos têm sido publicados mostrando que tumores colorretais positivos para BRAF V600E seriam esporádicos e esse achado poderia excluir a indicação de pesquisa de mutações em genes MMR. Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo estimar a frequência da mutação V600E no oncogene BRAF em uma amostra de pacientes com câncer colorretal e verificar se a sua ocorrência, especialmente nos casos sem expressão colônica normal de hMLH1 e/ou com metilação do promotor de hMLH1, corresponde à descrita na literatura. Até o momento, foram incluídos 75 indivíduos com diagnóstico clínico de câncer colorretal esporádico (tumor diagnosticado acima de 60 anos de idade e ausência de história familiar de câncer, 23 casos) e câncer colorretal hereditário (critérios de Amsterdam e Bethesda, 18 e 34 casos, respectivamente). A análise da alteração V600E do gene BRAF foi realizada em DNA genômico de tumor emblocado em parafina por PCR, seguido de seqüenciamento direto da região de interesse. A análise foi concluída para os primeiros 37 casos (5/18 Amsterdam, 12/34 Bethesda e 20/23 dos CCR esporádicos), não sendo identificada a mutação (V600E-BRAF) em nenhum dos casos analisados. Este resultado negativo pode estar relacionado ao pequeno tamanho amostral até o momento, fenótipo hereditário de um número significativo dos casos ou então, a mutação pode ser menos prevalente em nossa série de casos. Além disso, no único caso de CCR desta série que apresentou metilação da região promotora do gene hMLH1, a mutação em BRAF não foi identificada. Outras 100 amostras de tumores esporádicos serão incluídas no estudo. Fomento: FIPE-HCPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 164 Associação entre o polimorfismo do gene da proteína catiônica eosinofílica e a eosinofilia tecidual associada aos tumores em carcinomas espinocelulares de boca Pereira, MC1,2; Oliveira, DT1; Olivieri, EHR3; Rogatto, SR4; Carvalho, AL5; Landman, G6; Kowalski, LP7 Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São João Del Rei – Campus Centro-Oeste Dona Lindu, 3 Departamento de Genética – Instituto de Biociências – Universidade Estadual Paulista e Hospital do Câncer A.C. Camargo, 4 Departamento de Urologia – Faculdade de Medicina – Universidade Estadual Paulista e Hospital do Câncer A.C. Camargo, 5 Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – Fundação Pio XII – Hospital do Câncer de Barretos, 6 Departamento de Patologia - Hospital do Câncer A.C. Camargo, 7 Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço - Hospital do Câncer A.C. Camargo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Carcinoma espinocelular, Eosinófilos, Polimorfismo genético, Proteína catiônica eosinofílica, Prognóstico. Introdução: A proteína catiônica eosinofílica (ECP) presente nos grânulos específicos dos eosinófilos apresenta atividade citotóxica, particularmente para células tumorais, entretanto a função exata dos eosinófilos e de seus produtos nas neoplasias malignas continua obscura. Objetivos: Investigar a prevalência do polimorfismo 434(G>C) do gene ECP em pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) de boca e sua correlação com a eosinofilia tecidual associada aos tumores (TATE), bem como com as características demográficas, clínicas e microscópicas. Métodos: O genótipo 434 do gene ECP em 165 pacientes saudáveis e em 157 pacientes com CEC de boca, tratados no Hospital do Câncer A.C. Camargo entre 1984 a 2002, foi detectado pela clivagem da seqüência específica de DNA amplificada com a enzima de restrição PstI e análise dos produtos de clivagem pela eletroforese em gel de agarose. A TATE foi determinada por análise morfométrica. A associação entre os genótipos, a intensidade da TATE e as variáveis demográficas, clínicas e microscópicas foi avaliada pelo teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher. As análises das sobrevidas global, livre de doença e específica por câncer foram feitas pelo estimador limite de KaplanMeier e a comparação das curvas de sobrevida foi realizada utilizando-se o teste log-rank. Resultados: Notou-se uma predominância dos indivíduos heterozigotos para o polimorfismo 434(G>C) do gene ECP. Nenhuma diferença estatística significativa foi obtida entre os diferentes genótipos, a intensidade da TATE e as variáveis demográficas, clínicas e microscópicas. Uma maior freqüência de esvaziamento cervical bilateral, recidiva local, embolização vascular, comprometimento das margens cirúrgicas e realização de radioterapia pós-operatória foi observada nos pacientes com CEC de boca, TATE intensa e genótipos 434GC/CC. Não houve correlação estatística significativa entre os diferentes genótipos 434 do gene ECP e as sobrevidas global, livre de doença e específica por câncer. Conclusões: Houve uma tendência de os pacientes com CEC de boca, intensa eosinofilia tecidual e genótipos 434GC/CC do gene ECP apresentarem uma evolução clínica desfavorável, quando comparados aos indivíduos com genótipo 434GG, provavelmente pela presença de uma variante genética dessa proteína com propriedades citotóxicas alteradas. Apoio financeiro: FAPESP e Capes. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 165 Busca de marcadores de agressividade em carcinomas de cabeça e pescoço: uma abordagem proteômica Tajara, EH1,6; Polachini, GM1; Vidotto, A1; Mercante, AMC2; Leopoldino, AM3; Henrique, T1; Kuramoto, ACK4; Cunha-Neto, E4; Kalil, J4; GENCAPO, HNGP5 Faculdade de Medicina, São José do Rio Preto; 2 Hospital Heliópolis, São Paulo; 3 Faculdade de Ciências Farmacêuticas, USP, Ribeirão Preto; 4 Instituto do Coração - INCOR, USP, São Paulo; 5http://ctc.fmrp.usp.br/clinicalgenomics/cp/group.asp; 6 Instituto de Biociências, USP, São Paulo; SP, Brazil [email protected] Palavras-chave: carcinoma de cabeça e pescoço, proteômica Os carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço estão fortemente relacionados ao consumo de tabaco e álcool e possuem taxas elevadas de mortalidade. A presença de metástase em linfonodos regionais é o fator prognóstico mais importante, mas nem sempre passível de detecção por análises clínica e laboratorial. Esse fato enfatiza a necessidade de identificação de biomarcadores que possam efetivamente contribuir para diagnóstico precoce e previsão da progressão tumoral. No presente estudo, analisamos o perfil protéico de 245 amostras de carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço com (N+) ou sem (N0) metástases linfonodais e de suas mucosas adjacentes normais, bem como 32 amostras de linfonodos e amostras de saliva e soro de 22 pacientes e 32 controles saudáveis. Para atingir o objetivo proposto, realizamos eletroforeses uni e bidimensional, DIGE, espectrometria de massas, Western blot e imuno-histoquímica. Na comparação de tumores N+ e N0 e tecido normal, foram observadas proteínas diferencialmente expressas, incluindo anexina A1, calgranulinas, cofilina, galectina, glutationa S-transferase P e alguns tipos de citoqueratina. Essas proteínas estão envolvidas em sinalização, resposta inflamatória, apoptose, adesão, diferenciação e proliferação celulares. Os perfis de tumores pequenos, mas já metastáticos, e de tumores grandes não-metastáticos foram similares, mas não idênticos, com diferenças de expressão de algumas proteínas que podem estar relacionadas ao fenótipo agressivo. Os linfonodos N+ e N0 também mostraram alteração de expressão de proteínas associadas a desenvolvimento da epiderme, proliferação celular, migração, adesão, apoptose e resposta inflamatória, algumas delas também alteradas nos tecidos tumorais, como glutationa S-transferase P, galectinas e citoqueratinas, além de outras como calreticulina, transtirretina, profilina e FABP. Os dados sobre enzimas do metabolismo glicolítico sugeriram um efeito do microambiente sobre a reprogramação metabólica da célula neoplásica. Em relação a saliva e soro, os perfis protéicos de pacientes foram distintos daqueles observados em controles, com mudanças de expressão de componentes da resposta inflamatória e da adesão celular. Do nosso conhecimento, este é o primeiro estudo proteômico de linfonodos em carcinomas de cabeça e pescoço que também avaliou tecido tumoral, saliva e soro. Seus resultados podem ajudar no entendimento dos mecanismos de agressividade desses carcinomas em nível molecular e, somados aos dados de fluidos corporais, auxiliar no desenvolvimento de novos testes diagnósticos . Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, FINEP, CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 166 Investigação de polimorfismos dos genes TC2, BHMT, MTHFD1, MTHFR, CBS, RFC1 e MTR envolvidos no metabolismo do folato e a suscetibilidade ao câncer de cabeça e pescoço Silva, LMRB1; Galbiatti, ALS1; Ruiz, MT1,3; Biselli-Chicote, PM1; Fernandes, GMM1; Raposo, LS2; Pavarino-Bertelli, EC1,3; Goloni-Bertollo, EM1,3 Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular – UPGEM, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP. Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP. 3 Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP. [email protected] 1 2 Palavras-chave: câncer de cabeça e pescoço, polimorfismos, metabolismo do folato, genes, suscetibilidade O carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço é considerado um dos tumores mais freqüentes em países em desenvolvimento e tem como principais fatores de risco o consumo de tabaco e de álcool, seguidos de uma dieta inadequada e infecções virais. Alterações no metabloismo do folato resultam em modificações na metilação do DNA e na estabilidade genômica, podendo contribuir para o processo de carcinogênese. Polimorfismos em genes que codificam enzimas envolvidas na via do folato podem interferir nas concentrações de homocisteína, S-adenosilmetionina e outros produtos do metabolismo, importantes para a síntese de DNA e reações de metilação celular. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência de nove polimorfismos da via do folato TC2 C776G, TC2 A67G, BHMT G742A, MTHFD1 G1958A, CBS 844ins68, MTR A2756G, RFC1 A80G, MTHFR A1298C e MTHFR C677T no risco para o carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, e verificar a associação entre estes polimorfismos, os parâmetros clínicos e fatores de risco. Foram analisados os dados epidemiológicos como gênero, idade, tabagismo e etilismo de 645 indivíduos (191 pacientes com a doença e 454 indivíduos sem história de neoplasia). As técnicas de PCR-RFLP e PCR em Tempo Real foram utilizadas para análise molecular. A comparação entre os grupos e a associação dos fatores de risco e parâmetros clínicos com os polimorfismos foi realizada pelo teste estatístico de regressão logística múltipla. Os resultados entre os grupos mostraram que as variáveis fumo (OR:2,91; IC95%=1,77-4,79), idade acima de 42 anos (OR:30,05; IC95%=12,53-72), gênero masculino (OR:2,44; IC95%=1,31-4,53), e o polimorfismo RFC1A80G (OR:1,90; IC95%=1,18-3,06), estão associadas com o risco para o câncer de cabeça e pescoço (p<0,05). A análise dos fatores de risco e dos polimorfismos, mostrou associação entre: o hábito de fumar e MTR A2756G (OR:2,16; IC95%=1,17-3,98) e RFC1 A80G (OR:2,18; IC95%=1,213,94); o gênero masculino e MTHFR A1298C (OR:1,80; IC95%=1,09-2,96) e RFC1 A80G (OR:2,20; IC95%=1,283,77); e a idade superior a 42 anos e MTR A2756G (OR:1,77; IC95%=1,10-2,83) e RFC1A80G (OR:1,84; IC95%=1,162,92) (p<0,05). Quanto aos parâmetros clínicos o polimorfismo TC2 A67G esteve em menor proporção em pacientes que apresentaram a faringe como sítio primário (OR:0,13; IC95%=0,03-0,48) (p<0,05). Em conclusão, há associação entre polimorfismos da via do folato e o risco para o carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP; apoio - FAMERP/FUNFARME 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 167 Polimorphism analysis of GSTP1 gene in patients with carcinoma squamous cell carcinoma of larynx Amancio, AP¹; Silva, DC¹; Reis, AAS1; Melo, COA1; da Cruz, AD1 ¹Pontifícia Universidade Católica de Goiás – Departamento de Biologia - Núcleo de Pesquisas Replicon [email protected] Palavras-chave: susceptibility, xenobiotics, larynx, carcinoma e GSTP1. Squamous cell carcinoma of the larynx is one of the most common tumors of head and neck, damaging important functions such as speech, swallowing, breathing and protecting the lower airways. This incidence is related to exogenous factors such as smoking, alcoholism and even individual genetic susceptibility. Polymorphism of the gene encoding the enzymatic phase of detoxification of carcinogens may modify the biometabolismo of these agents. In this study we compared the allelic frequency of the GSTP1 gene in case-control groups and investigate the degree of susceptibility of patients diagnosed with squamous cell carcinoma of the larynx by the Serviço de Cabeça e Pescoço do Hospital Araújo Jorge. We analyzed 50 patients with laryngeal cancer and 50 individuals with no history of previous neoplasia. Genomic DNA was extracted and subjected to PCR, generating a fragment of 176pb. Subsequently, PCR products were subjected to Enzymatic Restriction. For the evaluation of the case group, the genotypes (Ile / Ile) were 52%, for genotypes (Val / Val) were 14% and (Ile / Val) had 34%, while the control group patients for genotype (Ile / Ile) were 56% for genotype (Val / Val) were 04% and (Ile / Val) were 40% respectively. Conclusions, there were no statistically significant associations of variants of GSTP1 gene genotype with squamous cell carcinoma of the larynx, and additional studies would promote a better statistical analysis involving the enzymes encoded by this gene. Apoio: FAPEG; PROPE/PUC-GO 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 168 Correlação clínica do polimorfismo do códon 72 do gene TP53 em pacientes com câncer colorretal Lima, FCC1a; Mota, ED2; Ferreira, FA1a; Silva, ER2; Leal, CBQS1b; Cunha, BCR1b; Saddi, VA1ab,2; Ayres, FM1a,3 Pontifícia Universidade Católica de Goiás – aMestrado em Genética e bDepartamento de Biomedicina. Associação de Combate ao Câncer em Goiás – Hospital Araújo Jorge – Setor de Anatomia Patológica. 3 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas. [email protected] 1 2 Palavras-chave: sobrevida, fator prognóstico, metástase, genótipo, tabagismo, etilismo. O câncer colorretal (CCR) é o terceiro mais incidente no mundo e o segundo mais freqüente em países desenvolvidos. Mais de 50% dos casos atinge pessoas acima de 60 anos, sendo 20 a 50% mais incidente em homens. A sobrevida global média em 5 anos varia entre 40 e 50%. No Brasil, o CCR é a quinta causa de morte em ambos os sexo, com taxas de mortalidade crescentes nas últimas décadas. Aqui, nós investigamos o polimorfismo do códon 72 do gene TP53, dados clínicos e de estilo de vida de 80 pacientes com CCR atendidos entre 1998 e 2002 pela Associação de Combate ao Câncer em Goiás. Esse polimorfismo é caracterizado por um alelo codante de prolina (TP53 Pro) e outro de arginina (TP53 Arg). O TP53 Arg apresenta alta resistência a malignização devida à eficiência mitocondrial pró-apoptótica. Enquanto o homozigoto TP53 Pro/Pro foi relacionado ao desenvolvimento de doenças malignas e maior tempo de vida. Desses 80 pacientes, 48% era do sexo feminino e 52% do sexo masculino, 34% era fumante, 28% era etilista. As frequências genotípicas foram 76, 21 e 3% para TP53 Arg/Arg, Arg/Pro e Pro/ Pro, respectivamente. A média de idade dos pacientes foi de 60 anos, variando de 25 a 87 anos. A relação de risco de desenvolvimento do CCR por idade e por genótipo não foi significante. Entretanto, pacientes com genótipo TP53 Pro/Pro desenvolveram CCR mais tardiamente que os pacientes com genótipos TP53 Arg/Arg e TP53 Arg/Pro. Os estadiamentos clínicos foram classificados como I (28%), II (11%), III (36%), IV (15%) ou não foram descritos (10%). A genótipo TP53 Arg/Arg foi o mais frequente em todos os estadiamentos, variando de 67 a 83%. As taxas de sobrevida dos pacientes, em 5 anos, foram 24, 15 e 50% para os genótipos TP53 Arg/Arg, Arg/Pro e Pro/Pro, respectivamente. Diferença estatística não foi observada entre as curvas de sobrevida para os diferentes genótipos, bem como para o histórico familiar. Esses resultados foram contrastados com os dados de 85 controles considerados saudáveis, sem que relevância fosse observada entre os dois grupos quanto aos fatores sexo, etilismo e tabagismo. Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 169 Investigação de sete marcadores INDEL, em genes associados a diversos tipos de câncer, na população de Belém Paiva, SC1; Santos, NPC1; Alencar, DO1; Santos, S1 Universidade Federal do Pará, Instituto Ciências Biológicas, Laboratório de Genética Humana e Médica. [email protected] 1 Palavras-chave: neoplasia, INDEL, TP53, XRCC1, CYP2E1 As neoplasias malignas são responsáveis por praticamente 17% dos óbitos de causa conhecida. No Pará, estimase cerca de 7.720 novos casos de neoplasias para o ano de 2010, e assim como na população brasileira, o Estado apresenta o câncer de pele não melanoma como o mais prevalente (2.010 novos casos), seguido do câncer de colo do útero (790); do câncer de próstata (700); câncer gástrico (650) e outros (3.570). Atualmente, o controle e a prevenção do câncer estão entre os maiores desafios lançados à ciência e à gestão pública. O acúmulo de mutações no genoma e mudanças epigenéticas, que desregulam o controle feito por alguns genes, são consideradas as principais causas de câncer. Nos últimos anos, polimorfismos de inserção/deleção (INDEL) tem sido o foco de diferentes pesquisas de associações com doenças e já foram relatados vários INDEL associados com a predisposição ao câncer, e ao risco elevado de desenvolver esta patologia. No presente estudo, investigamos a presença de polimorfismos bialélicos (INDEL) presentes em sete genes (CASP8; TP53; XRCC1; CYP19A1; TYMS; CYP2E1 e IL1α;), todos eles associados com o maior risco de desenvolver diferentes tipos de câncer, com o objetivo de conhecer a distribuição destes marcadores na população de Belém do Pará. A amostra foi constituída de 100 indivíduos da população de Belém. De cada indivíduo foram coletadas amostras de 5mL de sangue periférico. O DNA foi extraído segundo método fenol-clorofórmio, descrito por Sambrook (1989). As amostras foram genotipadas após uma única reação de PCR multiplex. Os fragmentos de DNA foram separados utilizando-se o analisador genético ABI PRISM 3130 (Applied Biosystems) e analisados com o programa GeneMapper ID v3.2 (Applied Biosystems). A partir do grupo de indivíduos estudados foram obtidas as freqüências alélicas, por simples contagem. Desta maneira, as freqüências dos alelos com a deleção, nos genes investigados, são demonstradas a seguir: 82% do gene TP53, 33% do TYMS, 26% do XRCC1, 59% do CYP19A1, 39% do IL-1α, 41% do CASP8 e 92% do CYP2E1. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 170 Polimorfismo +61A/G e nível sérico de EGF em pacientes com glioma tratados com álcool perílico Lopes, BA¹; Silveira, FCA²; Lázaro-Silva, DN¹; Teixeira, FO¹; Caetano, RLO¹; Da Fonseca, CO³; Quirico-Santos, TF¹; Amorim, LMF¹ ¹ Departamento de Biologia Celular e Molecular, ² Pós-Graduação em Neurociências, ³ Departamento de Cirurgia Geral e Especializada, Universidade Federal Fluminense. [email protected] Palavras-chave: EGF, polimorfismo, glioma, álcool perílico, glioblastoma. Gliomas são tumores cerebrais e sua progressão está relacionada a fatores de crescimento, como a proteína EGF. Estudos mostraram que o polimorfismo na região não-traduzida do gene EGF (substituição de G por A na posição +61) leva a uma variação na expressão deste gene, onde homozigotos GG produzem mais EGF do que heterozigotos e homozigotos AA. Neste sentido, procuramos relacionar o polimorfismo no gene EGF com risco de desenvolvimento de glioma, além de correlacionar o polimorfismo e os níveis de EGF com a progressão e resposta ao tratamento ao álcool perílico (POH), droga em fase de estudo que vem sendo utilizada como alternativa no tratamento de tumores cerebrais. Objetivos: Avaliar e relacionar a frequência do polimorfismo +61 A/G no gene EGF (rs4444903) com o risco de desenvolvimento de gliomas e os níveis séricos de EGF. Métodos: Os pacientes incluídos no ESTUDO FASE II DO MONOTERPENO ÁLCOOL PERÍLICO EM PACIENTES COM GLIOBLASTOMA MULTIFORME (CONEP registro 9681 nº 25000.009267/2004-25, 12 de julho, 2004) doaram 5 mL de sangue para extração de DNA seguindo metodologia descrita por Salazar (Clin. Chem.44:1748, 1998). A região do polimorfismo foi amplificada por PCR e o produto digerido pela enzima AluI. A classificação genotípica dos pacientes foi realizada após separação dos fragmentos digeridos em gel de agarose 2,5% seguida de visualização em transiluminador UV. Para a reação imunoenzimática foi realizado ensaio de ELISA para detecção de hEGF, segundo protocolo da PreproTech. Resultados: Um total de 84 controles sem câncer com idade média de 42,6 anos (± 10,5) e 55 pacientes com idade média de 53,1 anos (± 18,0) foram genotipados. Os pacientes foram diagnosticados como portadores de GBM (76%), Oligodendroglioma (9 %) e Astrocitoma grau II (15%), sendo 30 do sexo masculino e 25 do sexo feminino. Para os pacientes, a frequência genotípica foi 38,2 % para A/A, 43,6% para A/G e 18,2 para G/G e a frequência alélica 53,2% e 46,8% para os alelos A e G, respectivamente. Ao camparar a frequência entre casos e controles foi possível observar que pacientes tinham maior frequência do genótipo AA (p=0,0026). Os níveis séricos de EGF em pacientes (n=47) com gliomas antes do início do tratamento com álcool perílico são maiores para o genótipo homozigoto AA e heterozigoto, quando comparados com o homozigoto GG (p=0,0453 e 0,0234 respectivamente). Conclusões: No presente trabalho o alelo A foi relacionado como fator de risco para o desenvolvimento de gliomas em nossa população, além de apresentar maior produção de EGF. Análises estão sendo realisadas com o objetivo de avaliar se o polimorfismo ou o nível de EGF pode ser relacionado com sobrevida ou resposta ao tratamento com POH. Apoio Financeiro: FAPERJ, PROPPi/UFF. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 171 MMP-9 e o prognóstico em Câncer de Bexiga Viana, NI*¹; Reis, ST¹; Pontes Jr, J¹; Piovesan, LF¹; Silva, IA¹; Sousa-Canavez, JM²; Antunes, AA¹; Dall’Oglio, MF¹; Abe, DK¹; Nesrallah, AJ¹; Srougi, M¹; Leite, KRM¹ ¹ Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia –LIM 55, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. ² Genoa Biotecnologia, São Paulo [email protected] Palavras-chave: Câncer de Bexiga, Metaloproteinases da Matriz, Marcadores moleculares, Prognóstico. Introdução: O câncer de bexiga é um problema de saúde mundial, com 375 mil casos estimados em 2009. Existem muitos marcadores associados com a progressão do carcinoma da bexiga, e os mais importantes são o estágio do tumor, invasão angiolinfática e grau histológico da neoplasia. No entanto, nem sempre esses marcadores estão discriminados nos resultados do tumor. Os marcadores moleculares têm se mostrado importantes na determinação da progressão do tumor, sendo o mais importante a perda de genes supressores de tumor, principalmente p53 e Rb. As metaloproteinases da matriz (MMP) são uma família de endopeptidades que são capazes de degradar a maioria dos componentes da matriz extracelular (MEC). Entre eles, a gelatinase B (MMP-9) é capaz de degradar proteínas da matriz extracelular, incluindo colágeno tipo IV. MMP-9 tem sido relacionada à invasão celular e ao desenvolvimento de metástases. O presente estudo foi realizado para avaliar o valor prognóstico da MMP-9 através da sua expressão gênica em câncer de bexiga. Métodos: O nível de expressão de MMP-9 foi analisado por QRT-PCR em amostras de tumor fresco congelado, coletado de 23 pacientes com câncer de bexiga, submetidos à ressecção transuretral de tumor de bexiga. A idade média dos pacientes foi de 73.9 anos, variando de 62 a 85 anos. Onze pacientes (47.8%) tiveram carcinoma urotelial de baixo grau e doze pacientes (52.2%) tiveram de alto grau. Dezoito (78.3%) possuíam estádio PTA ou pT1 e os cinco restantes (21.7%) possuíam estádio pT2. Apenas quatro pacientes (17.4%) tinham invasão neoplásica microvascular. O grupo controle consistiu de tecido normal da bexiga de cinco pacientes submetidos à prostatectomia transvesical para tratar a hiperplasia benigna da próstata (HPB). Resultados: MMP-9 apresentou subexpressão (1.35 x 10¹), no câncer de bexiga quando comparados com os controles normais. O gene MMP-9 foi subexpresso em tumores de alto grau, com média de 17.61 (SD35.20-10.16) quando comparados aos tumores de baixo grau, com média de 0.31 (SD 0.41-1.14) (p = 0.002). Não houve diferença na expressão gênica considerando o estádio patológico (p = 0.25) ou invasão neoplásica microvascular (p = 0.21). Conclusão: Demonstramos que a expressão do gene MMP-9 está relacionado ao grau de tumor em carcinoma de bexiga. Não houve diferença na expressão gênica considerando o estádio patológico ou invasão microvascular. Maior número de pacientes deve ser estudado, a fim de confirmar nossos resultados. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 172 Detecção de micrometástase na medula óssea de pacientes com câncer colorretal por meio de metilação tumor-específica Asprino, PF1; Habr-Gama, A2,3; Parmigiani, RB1; Quevedo, BS1; Felicio, NM2; Moura, RP1; Perez, RO3,4; Camargo, AA1; Gama-Rodrigues, J 2,3 Laboratório de Biologia Molecular e Genômica – Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, 3 Instituto Angelita & Joaquim Gama , 4 Faculdade de Medicina USP 1 2 Palavras-chave: micrometástase, metilação, medula óssea, coloretal, câncer A principal forma de tratamento de tumores primários colorretais é a ressecção cirúrgica que pode ou não ser seguida de tratamento adjuvante. O uso da terapia adjuvante depende de análises histopatológicas para definição do estadiamento do tumor removido e da classificação proposta pela UICC que divide a doença em 4 estádios. Ainda assim, pacientes classificados em estádios iniciais (UICC I e II) não são submetidos a terapia adjuvante no entanto apresentam recorrência da doença ou desenvolvem metástase em cerca de 30% dos casos. Esta alta taxa de recorrência evidencia a atual limitação do método de prognose utilizado para estes tumores.Muitos estudos têm procurado melhorar a detecção de doença residual mínima através da busca por células tumorais circulantes ou residentes na medula óssea de pacientes e, para tal, fazem uso de metodologias como imunohistoquímica e PCR. Estas abordagens, entretanto, apresentam limitações técnicas intrínsecas, como baixa sensibilidade e falta de especificidade ao tumor. A metilação do DNA também tem sido usada em diferentes estudos para a detecção de células tumorais circulantes, com a vantagem de ser um método altamente sensível e específico. Este trabalho objetiva usar o padrão de metilação identificado em amostras de tumor colorretal para a localização micrometástases na medula óssea destes pacientes. Até o momento contamos com amostras de tumor primário e medula de 284 pacientes. Um painel de genes frequentemente metilados em diversos tipos de tumor foi padronizado por PCR em tempo real. Inicialmente analisamos o padrão de metilação destes genes em 12 amostras de linfócitos de indivíduos sadios e 12 amostras de cólon normal para confirmar que a metilação destes genes é um evento tumor-específico. Dez genes não apresentaram metilação em nenhuma das amostras e passaram a constituir nosso painel final: ADAM23, MINT1, MINT2, MINT31, MLH1, MLH1, RASSF1, RBP1, RUNX3, THBS. Em seguida, o painel foi avaliado em 10 amostras de tumor primário de cólon e 80% dos pacientes apresentaram metilação em pelo menos 1 gene. São pacientes como estes que terão suas medulas analisadas na próxima etapa.A capacidade de detecção de moléculas de DNA metiladas em meio a moléculas não metiladas é algo de grande importância. Para os primers escolhidos esta capacidade variou entre 0,2-5%, confirmando a alta sensibilidade desta metodologia. Estamos iniciando a análise de metilação nas amostras de medula para posteriormente comparar com os dados clínicos dos pacientes. Com esta abordagem esperamos detectar de maneira mais robusta, sensível e específica micrometástases na medula óssea e, com isso, aprimorar o prognóstico e o tratamento de pacientes acometidos pela doença. Apoio Financeiro: Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Instituto Angelita e Joaquim Gama. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 173 Prevalência da mutação TP53 p.R337H em crianças com carcinoma adrenocortical no Hospital de Clínicas de Porto Alegre Giacomazzi, J1,2; Paskulin, DD2,3; Netto, C4; Rossi, C2,5; Roth, D6; Selistre, SG7; Greggianin, L7; Bezerra, BA2; Koehler dos Santos, P1,2; Achatz, MIW8; Goldim, JR9; Camey, SA10; Hainaut, P11; Ashton-Prolla, P1,2,3,4; Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas, UFRGS; Laboratório Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clinicas de Porto Alegre; 3 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS; 4 Serviço de Genética Médica, Hospital de Clinicas de Porto Alegre; 5 Faculdade de Medicina, UFRGS; 6 Programa de Pós-Graduação em Medicina: Pediatria, UFRGS; 7 Serviço de Oncologia Pediátrica, Hospital de Clinicas de Porto Alegre; 8 Hospital do Câncer AC Camargo; 9 Laboratório de Bioética, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clinicas de Porto Alegre; 10 Instituto de Matemática, Departamento de Estatística, UFRGS; 11 Laboratório de Carcinogênese Molecular, International Agency for Research on Cancer (IARC). 1 2 Palavras-chave: carcinoma adrenocortical; mutação TP53 p;R337H; Síndrome de Li-Fraumeni/Li Fraumeni-Like. A exata contribuição das mutações germinativas no gene TP53 para o risco de diversos tipos de câncer está parcialmente compreendida. Estudos envolvendo a população brasileira demonstraram que a mutação germinativa TP53 p.R337H, associada à Síndrome de Li-Fraumeni/Li Fraumeni-Like, apresenta penetrância incompleta e está presente em cerca de 1 em cada 300 indivíduos da população geral, uma prevalência significativamente superior à de qualquer outra mutação germinativa já descrita neste gene. As evidências existentes são provenientes de estudos em poucas famílias portadoras de mutações comuns e altamente penetrantes no gene TP53. Objetivos: avaliar a prevalência da mutação germinativa TP53 p.R337H e de polimorfismos modificadores de risco, e verificar a presença de alelo fundador em crianças com carcinoma adrenocortical (comumente encontrado em famílias com estas síndromes) no Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Metodologia: o DNA genômico foi extraído de sangue periférico. As análises genotípicas foram realizadas por qPCR usando o ensaio taqman, por PCR-RFLP e por seqüenciamento bi direcional. Todos os casos estão sendo genotipados para os polimorfismos modificadores MDM2-SNP309 e 3 polimorfismos no gene TP53: G/C no intron 2, uma duplicação de 16 no intron 3 e p.R72P. A haplotipagem com 29 Tag SNPs será realizada para determinar a presença de alelo fundador p.R337H. Resultados: até o momento foram incluídas no estudo 10 crianças com carcinoma adrenocortical com idades entre 4 meses e 17 anos. Destas, 8 são portadoras da mutação TP53 p. R337H, sendo 7 heterozigotas AG para TP53 p.R337H e 1 homozigota AA para TP53 p.R337H. Análises dos heredograma indicaram que 6/10 probandos preenchem critérios clínicos para Li FraumeniLike - Chompret e Chompret Modificado e 4/10 preenchem critérios para Li-Fraumeni-Like - Eeles 1, Chompret e Chompret Modificado. Conclusão: análises preliminares dos pacientes incluídos demonstraram uma alta freqüência da mutação TP53 p.R337H em casos de carcinoma adrenocortical. Nesse estudo encontrou-se um caso de uma portadora homozigota AA para TP53 p.R337H, até então, não descrito na literatura. Estudos adicionais estão em andamento para definição do risco para esses pacientes com base nas análises de polimorfismos modificadores e no acompanhamento dos pacientes e familiares em risco para outros tipos de tumores. Apoio financeiro: FAPERGS; FIPE-Hospital de Clínicas de Porto Alegre, GlaxoSmithKline. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 174 Investigação do polimorfismo MTHFR C677T em portadoras da Síndrome de Turner como fator de risco a não-disjunção Bispo-Brito, AVS1; Silva, HA1,2; Santos, LO1; Burégio-Frota, P1,3; Lourenço, SFG1; Leal, GF3; Resende, AD3; Muniz, MTC2,4; Santos, N1. Departamento de Genética/CCB/UFPE – Recife,PE Centro de Oncohematologia Pediátrica de Pernambuco/HUOC/UPE– Recife, PE 3 Serviço de Genética Médica, Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) – Recife, PE 4 Departamento de Fisiologia/ICB/UPE – Recife, PE [email protected] 1 2 Palavras-chave: aneuploidia; metilação do DNA; metilenotetrahidrofolato redutase; síndrome de Turner; não-disjunção. Folatos são vitaminas essenciais do complexo B requeridos em processos celulares biossintéticos e epigenéticos. Disfunções no metabolismo do folato podem resultar em mutações de ponto, quebras cromossômicas, alterações no padrão de metilação do DNA e segregação anormal dos cromossomos. Dessa forma, polimorfismos genéticos que alteram enzimas envolvidas neste metabolismo, como metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), têm sido considerados uma possível causa de não-disjunção cromossômica por hipometilação. A síndrome de Turner (ST) é um importante modelo para investigar a associação entre polimorfismos do gene MTHFR e não-disjunção devido à alta frequência de mosaicismo cromossômico entre as pacientes com esta síndrome. O objetivo deste estudo foi verificar a associação entre o polimorfismo C677T do gene MTHFR em portadoras da ST com a não-disjunção somática. Foram analisadas 33 pacientes com ST, sendo 22 com monossomia do X e 11 mosaicos, e o grupo-controle formado de 56 indivíduos do sexo feminino e faixa etária semelhante. A análise molecular foi realizada pela técnica de PCR-RFLP e os resultados avaliados estatisticamente pelo Teste G. A frequência dos genótipos CC, CT e TT do gene MTHFR nas portadoras ST foram 67,74%, 25,81% e 6,45%, respectivamente. No grupo controle a distribuição genotípica foi de 32,14% CC, 58,93% CT e 8,93% TT. As frequências genotípicas foram significativamente diferentes entre pacientes e controles (Teste G= 10.29 / p=0,0058), sendo esta diferença atribuída a maior prevalência do genótipo 677CC nas portadoras da ST. Diversos estudos têm sido publicados com o objetivo de elucidar a função dos polimorfismos do MTHFR no risco das aneuploidias cromossômicas, mas os resultados são frequentemente conflitantes, principalmente devido ao tamanho da amostra. Neste trabalho não foi possível estabelecer uma associação entre o polimorfismo C677T do gene MTHFR e a aneuploidia cromossômica, demonstrando que esta mutação pode não representar uma importante contribuição para os mecanismos de não-disjunção somática na ST. Auxílio Financeiro: FACEPE 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 175 Identificação dos polimorfismos MTHFR A1298C e MTR A2756C do metabolismo do folato em pais de indivíduos com síndrome de Down Cordeiro, FB; Naves, LL; Navarro, GC; Silva-Grecco, RL; Balarin, MAS. Disciplina de Genética Humana – Laboratório de Citogenética Humana e Molecular, Universidade Federal do Triângulo Mineiro. [email protected] Palavras-chave: síndrome de Down, polimorfismo, MTHFR A1298C, MTR A2756G, folato. As cromossomopatias podem ser pré-zigóticas ou pós-zigóticas. Cerca de 15% a 20% das concepções humanas são cromossomicamente anormais e conseqüentes a não-disjunção meiótica. Dentre as cromossomopatias a Síndrome de Down é a causa genética mais comum de deficiência mental. Os mecanismos moleculares envolvidos na não-disjunção meiótica e que levam à trissomia do cromossomo 21 são ainda pouco compreendidos, e um mecanismo proposto consiste em defeitos na metilação do DNA com consequente hipometilação centromérica. Dos fatores genéticos que podem estar relacionados à hipometilação centromérica estão as variantes polimórficas de enzimas na via metabólica da metionina/homocisteína, tais como metilenotetraidrofolato redutase - MTHFR e metionina sintase – MTR, que podem indicar uma predisposição à não disjunção cromossômica e ser um fator de risco de um filho com Síndrome de Down. O objetivo do presente estudo foi avaliar as freqüências destes dois polimorfismos indicados e associar estas freqüências ao risco de se ter um filho com síndrome de Down. O grupo de estudo foi composto por 45 indivíduos, entre homens e mulheres e o controle por 17 casais (34 indivíduos). Para o polimorfismo MTHFR A1298C as freqüências dos genótipos A/A, A/C e C/C foram, respectivamente, 64,4%; 29,0%; e 6,6% no grupo de estudo e 44,1%; 50,0% e 5,9% no controle. Para o polimorfismo MTR A2756G as freqüências dos genótipos A/A, A/G e G/G foram, respectivamente, 69,0%; 26,6% e 4,4% no grupo de estudo e 70,6%; 29,4% e 0%. Não houve diferença estatisticamente significativa entre o grupo de estudo e o controle. Entretanto, para o polimorfismo do gene MTHFR A1298C o genótipo AA foi mais frequente no grupo de estudo. Devido à importância do folato no metabolismo e divisão celulares e o envolvimento de vários genes nesta via metabólica, outros polimorfismos poderiam ser analisados e possivelmente correlacionados com a predisposição a não disjunção cromossômica. Apoio financeiro: FAPEMIG. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 176 O polimorfismo C1858T no gene PTPN22 e o risco de desenvolvimento de inibidores em pacientes com hemofilia A grave Rosset, C2; Agostini, D1; Leiria, LB1; Salzano, FM1,2; Bandinelli, E2. 1 2 Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Palavras-chave: Hemofilia A, inibidores, fator VIII, PTPN22, polimorfismo Introdução: A hemofilia A é uma das doenças hemorrágicas mais frequentes da cascata de coagulação sanguínea. Ela é causada pela redução da atividade do fator VIII da coagulação, devido a alterações no gene desse fator. O tratamento envolve terapia de reposição do fator VIII, e é efetivo na maioria dos casos. Entretanto, 25-30% dos pacientes graves desenvolverão anticorpos contra o fator infundido, denominados inibidores. Esses inibidores tornarão o tratamento ineficaz e representam a complicação mais severa apresentada por esses pacientes. Tanto fatores genéticos quanto não-genéticos influenciam a suscetibilidade ao desenvolvimento de inibidores. Em particular, o tipo de mutação no gene do FVIII parece contribuir consideravelmente para o risco, sendo as inversões dos introns 1 e 22 as mais associadas com o quadro. O genótipo HLA e de outros genes que regulam o sistema imune também têm papel importante no desenvolvimento dos anticorpos. O gene da proteína tirosina fosfatase não receptora tipo 22 (PTPN22) codifica uma proteína tirosina fosfatase hematopoiética, conhecida por regular a sinalização através do receptor de células T, atenuando a ativação das mesmas. Polimorfismos nesse gene podem afetar a resposta imune. Entre eles, o SNP C1858T causa uma substituição de aminoácido na proteína, de arginina para triptofano, podendo levar a respostas patogênicas dependentes de células T, aumentando a chance de desenvolver inibidores. Há relatos de associação do polimorfismo com várias doenças autoimunes. O objetivo do estudo é avaliar se o polimorfismo C1858T no gene PTPN22 pode conferir suscetibilidade ao desenvolvimento de inibidores em pacientes hemofílicos A graves. Materiais e métodos: Foram estudados 171 pacientes eurodescendentes, provenientes do HEMOCENTRO-RS e previamente genotipados para as inversões nos introns 1 e 22, dentre os quais 53 com inibidores. O DNA genômico foi extraído de amostras de sangue por um método de salting-out. O polimorfismo foi genotipado por PCR/RFLP. O teste de χ2 foi utilizado para comparar as freqüências alélicas do polimorfismo em pacientes com e sem inibidores, e análise de regressão logística foi empregada para estimar o risco de desenvolvimento de inibidores. Resultados: A distribuição dos genótipos está em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Nos grupos com inibidores e sem inibidores a frequência do alelo 1858T foi, respectivamente, 0,13 e 0,12. As diferenças nessas frequências não foram significativas (p = 0,27). Além disso, não houve interação entre o polimorfismo e a presença das inversões no desenvolvimento de inibidores (p = 0,29), e, considerando somente os pacientes com inversões, o polimorfismo também não influenciou o desenvolvimento de inibidores (p = 0,08). Conclusão: Nosso estudo não encontrou associação entre o polimorfismo no gene PTPN22 e o desenvolvimento de inibidores em pacientes hemofílicos A graves do sul do Brasil, corroborando com os resultados de um estudo prévio realizado na Itália. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 177 Estudo da associação do polimorfismo TGFA/Taq I e fatores ambientais nas fissuras orais não sindrômicas Souza, LT1, 3; Kowalski, TW1; Vanz, AP2; Giugliani, R2,3,4; Félix, TM1,2. Laboratório de Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clinicas de Porto Alegre Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre 3 Programa de Pós Graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil 4 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Fissuras orais, Fatores ambientais, Polimorfismo TGFA/TaqI, Fissura de palato, Fissura de lábio e palato A Fissura oral (FO) é uma malformação craniofacial comum na espécie humana. Tem uma prevalência mundial geral de 1 a cada 600 nascidos vivos, variando segundo a região geográfica. Ocorrem devido à formação incompleta do lábio e/ou palato no processo da embriogênese facial. Ocorrem por etiologia multifatorial associando fatores genéticos e ambientais. Crianças afetadas precisam de cuidados multidisciplinares. Clinicamente, os pacientes têm dificuldades na alimentação, fala, audição, deglutição, respiração e problemas odontológicos, além de sequelas sociais e psicológicas durante a vida adulta. Um dos primeiros genes estudados demonstrando associação com FO foi gene TGFA (alelo C2 no sítio de restrição da Taq I). Sua relevância biológica como candidato para FO é amparada por seu padrão de expressão em tecidos palatinos, especialmente na junção mediana e mesênquima subjacente palatino, principalmente no momento da fusão dos tecidos, pois promove a síntese de matriz extracelular e migração de células mesenquimais. O gene TGFA parece ter um papel importante em alguns grupos, principalmente quando associado a fatores ambientais, principalmente uso de álcool e fumo durante idade gestacional. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel do polimorfismo TGFA/ TaqI e fatores ambientais em fissuras orais não sindrômicas. Foram incluídas neste estudo pacientes da Unidade Craniofacial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e seus pais, no total foram 175 núcleos familiares sendo que 96 trios completos (propósito, pai e mãe) quando foram coletos dados clínicos e amostras de DNA. Para identificação do polimorfismo foi utilizada a técnica de PCR/ RFLP com a enzima de restrição TaqI. 52 % dos propósitos 52% eram do sexo masculino. As Fissuras de lábio e/ ou palato (FL/P) foram mais frequente no sexo masculino (56,5%) enquanto que fissura de palato isolado (FPI) foi mais frequente no sexo feminino. Foi também observada maior proporção de FL/P (147 casos) comparado com FPI (28 casos). Neste estudo nós não encontramos associação do polimorfismo TGFA/TaqI com fissuras orais, pois o teste de desequilíbrio de transmissão (TDT) não foi estatisticamente significativo (p=0,335). Quando comparado os fatores ambientais (exposição ao álcool e ao fumo durante o período gestacional) com o genótipo e o fenótipo do propósito, nós também não encontramos diferença significativa entre os grupos de propósitos expostos e não expostos. Portanto, concluímos que o polimorfismo TGFA/TAQI não tem papel relevante nas FO no Sul do Brasil. Apoio Financeiro: CAPES, FIRCA/NIH. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 178 Análise do SNP rs987525 (8q24.21) e susceptibilidade à fissura labial e/ou palato não-sindrômica na população brasileira Silva, CBF1; Brito, LA1; Rocha, KM1; Schlesinger, D1; Meyer, D1; Cruz, LA1; Kobayashi, LB1; Aguena, M1; Bueno, DF1; Bertola, D2; Alonso, N2; Passos-Bueno, MR1 1 2 Universidade de São Paulo Hospital das Clínicas - São Paulo Palavras-chave: SNP, Fissura Labial, Marcadores de ancestralidade, Admixture Mapping, 8q24.21 A fissura lábio palatina não-sindrômica (FL/P NS) é uma doença complexa, de herança multifatorial. É a malformação facial mais freqüente, com uma incidência de 1:1000 nascimentos em populações européias, mas que varia de acordo com o grupo étnico, geográfico e sócio-econômico. Recentemente, foi encontrada associação entre o SNP rs987525, mapeado em 8q24, e FL/P NS. Esse SNP, localizado em um deserto gênico, consiste de uma troca A/C, sendo A o alelo de risco nas populações estudadas. O objetivo deste projeto é testar a associação entre o SNP e a FL/P NS na população brasileira, que, por ser miscigenada, recomenda-se abordagens como Admixture Mapping e casocontrole corrigido para estrutura populacional. Para tanto, foram genotipados 611 pacientes de 5 localidades do Brasil (Rio de Janeiro-RJ, n=116; Maceió-AL, n=107; Barbalha-CE, n=63; Fortaleza-CE, n=234 e Santarém-PA, n=91) e 284 controles provenientes do Hospital das Clínicas (FMUSP, São Paulo-SP) para 40 marcadores de ancestralidade do tipo indel, além do SNP rs987525. A genotipagem dos marcadores foi feita por meio de PCR e subseqüente análise no sequenciador automático ABI 3730 DNA Analyser (Applied Biosystems), sendo, mais tarde, analisadas com o uso do programa GeneMapperâ Software Version 4.0. O SNP rs987525 foi discriminado utilizando o sistema TaqMan® SNP Genotyping Assays (Applied Biosystems, EUA). Como método de análise dos resultados obtidos, utilizamos os programas Structure 2.3.3, para identificar as proporções de ancestralidade de cada indivíduo, e Strat, para testar a associação da FL/P NS com os marcadores e o SNP. Com a metodologia utilizada, foram identificadas as freqüências alélicas do SNP e as contribuições ancestrais para cada indivíduo. Nos pacientes, a freqüência do alelo A é de 0,353, enquanto que, nos controles, é de 0,327.A porcentagem das contribuições ancestrais média para os pacientes foi de 12,29% indígena, 57,83% europeu e 29,88% africano e para os controles, 8,60% indígena, 67,01% europeu e 24,39% africano. Considerando a amostra total dos pacientes, não foi detectada associação do SNP com FL/P NS. Quando a análise foi separada para cada localidade, foi encontrada associação positiva em Barbalha e Santarém (P<0.01), sugerindo que a contribuição deste alelo para a predisposição da FL/P NS varia de acordo com a origem geográfica dos pacientes. Os resultados obtidos serão também analisados com o software Admixture Mapping, que busca fatores genéticos relacionados à doença por meio da identificação de desvios de ancestralidade no genoma dos pacientes. Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 179 Relação entre o Polimorfismo +61 G/A do gene EGF e o Risco para Fissura de Lábio e/ou Palato Lopes, TS1; Romanos, HF1; Kuchler, EC1; Amorim, LMF2; Granjeiro, JM1; Falagan-Lotsch, P1 Laboratório Biologia Celular e Molecular, Núcleo de Terapia Celular, Unidade de Pesquisa Clínica, Hospital Universitário Antonio Pedro, Universidade Federal Fluminense. 2 Laboratório de Oncologia Molecular, Departamento de Biologia Celular e Molecular, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense. [email protected] 1 Palavras-chave: anomalias craniofaciais, fissura de lábio e/ou palato, polimorfismo, EGF, PCR-RFLP As anomalias craniofaciais as são malformações congênitas mais comuns nos seres humanos. Dentre elas destacamse as fissuras de lábioe/ou palato (FL/P), cuja incidência pode variar de 1/500 a 1/2500 nascimentos. As FL/Ps apresentam um caráter multifatorial, sendo seu aparecimento determinado por fatores genéticos e ambientais. Vários estudos de associação foram realizados analisando alterações em genes candidatos e a susceptibilidade a doença. O gene EGF exerce um papel fundamental na embriogênese e formação do palato, participando da vias de transdução de sinal que culminam em crescimento e proliferação celular. Um polimorfismo na região +61 do gene EGF foi descrito em 2002 e é caracterizado por uma troca de G (guanina) para A (adenina). Esta variação foi correlacionada a uma alteração na produção da proteína EGF, sendo que células de indivíduos com genótipo AA apresentavam menor produção da proteína in vitro. Assim, o presente trabalho objetiva, através de um estudo caso-controle, verificar a associação entre o polimorfismo funcional na região +61 G/A e a susceptibilidade as FL/ Ps. O DNA genômico foi extraído de células bucais a partir de bochecho, utilizando Proteinase K, e quantificado por espectrofotometria. A técnica de PCR foi utilizada para amplificar o fragmento especifico da região de interesse do gene EGF. Os fragmentos obtidos foram submetidos a digestão com a enzima AluI e analisados por eletroforese em gel de agarose 2,5% corado com brometo de etídeo. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste exato de Fisher. Até o momento foram analisados 312 indivíduos, sendo 150 pacientes com FL/P e 162 controles. As freqüências genotípicas em casos e controles foram: 26,0% AA, 53,3% AG, 20,7% GG e 24,0% AA, 52,0%AG, 24,0%GG, respectivamente. O alelo A apresentou uma freqüência maior no grupo de pacientes com FL/P (0.53) do que no grupo controle (0,5). Não houve diferença significativa nas distribuições alélicas e genotípicas dos grupos analisados. Para verificar o real papel do polimorfismo +61 G/A no gene EGF na susceptibilidade à FL/P um número maior de indivíduos será analisado. Vale ressaltar que este é o primeiro estudo de associação entre este polimorfismo do gene EGF e as FL/Ps. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 180 Identificação de vias de sinalização associadas à predisposição às fissuras lábio-palatinas não sindrômicas Cruz, LA1; Sunaga, DY1; Bueno, DF1; Kobayashi, GS1; Aguena, M1; Ferreira, S1; Amaral, CER2; Brito, LA1; Passos- Bueno, MR1. Laboratório de Genética do Desenvolvimento Humano, Centro de Estudos do Genoma Humano, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Instituto de Cirurgia Plástica Craniofacial – SOBRAPAR, Campinas, Brasil. 1 Palavras-chave: expressão gênica, vias gênicas, fissuras lábio palatinas, células tronco, malformações craniofaciais As fissuras lábio palatinas não sindrômicas (FL/P NS) são as malformações craniofaciais congênitas mais comuns, com prevalência mundial de 1 afetado a cada 1000 nascimentos e possuem ampla variabilidade clínica, desde cicatrizes labiais até o comprometimento da região dente-alveolar e palatal. As FL/P NS são decorrentes de erros na migração e organização celular dos primórdios faciais, que resultam na junção incompleta das proeminências fronto-nasais. Possuem herança multifatorial, ou seja, que envolve fatores ambientais e genéticos, com vários loci já descritos como candidatos. Com o intuito de identificar e investigar genes e vias de suscetibilidade às FL/P NS, neste trabalho analisamos o transcriptoma de células tronco mesenquimais de polpa de dente de 7 afetados em relação a 6 controles, através da técnica de microarray (Affymetrix). Para a identificação dos genes diferencialmente expressos (DEGs), utilizamos 2 métodos distintos: o SAM (Significance Analysis of Microarray) e o RankProd, ambos disponíveis no programa MeV (Multiexperiment Viewer) do pacote de ferramentas TM4. Aplicamos um filtro de dados onde somente 30% dos genes de maior variância foram utilizados nas análises. O SAM é um método mais conservador que o RankProd, por isso adotamos o p-valor corrigido por FDR ≤0,05 e ≤0,01, respectivamente. Foram identificados 125 DEGs pelo SAM e 210 DEGs pelo RankProd, sendo 109 DEGs comuns aos dois métodos. Utilizamos o total de 228 DEGs, sendo que 2 deles, PTCH2 e MTHFD2, já foram associados a esta malformação em estudos anteriores. Em seguida fizemos uma análise de agrupamento com o método K-means (k=10) para a identificação de grupos de genes com perfil de expressão similar. Um dos grupos foi formado por 46 DEGs (homogeneidade = 0,827). Quinze destes genes foram modelados numa única rede gênica com o programa IPA (Ingenuity Pathways Analysis), corroborando a hipótese do agrupamento de que genes co-regulados podem participar de um mesmo processo/rede biológico. Além disso, estes genes estão ligados na rede a outros genes candidatos à FL/P NS, como o SHH, NOTCH1 e BMP1. A esta rede também foram associadas funções importantes para a etiologia da doença: desenvolvimento (SHH, PTCH2), matriz extracelular (MMPs, ACAN, LAMA), proliferação celular (AMIGO2, CDC, SMAD3) e metabolismo do folato (MTHFD2). Em seguida, associamos fatores de transcrição ao resultado do agrupamento através da ferramenta PRIMA do programa Expander. Vinte e um DEGs do grupo de 46 foram associados ao fator de transcrição ETF/TEAD2, 10 DEGs ao fator E2R e 7 DEGs ao fator ER. Estes resultados indicam pela primeira vez a participação de redes gênicas associadas às fissuras lábio-palatinas, abrindo novas perspectivas para a elucidação da etiologia desta malformação. Iniciaremos a validação destas redes por PCR em tempo real. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 181 Associação tabagismo-dependente do polimorfismo D9N do gene da Lipoproteína Lipase com a obesidade em Afrodescendentes do estado da Bahia Britto, FA¹; Maia, RR¹; Carneiro, CS¹; Chung-Filho, AA¹; Rosa, ASS¹; Matos, EJMO¹; Silva, KS2; Guimarães, LO2; Korontai, LLS2; Magalhães-Oliveira, MCA3; Rios, LDS1,3 ¹Laboratório de Genética Humana - Departamento de Ciências da Vida – Campus I. Universidade do Estado da Bahia. 2 Laboratório de Genética Humana – Departamento de Ciências Biológicas. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. 3 Programa de Pós-graduação em Biotecnologia. Universidade Estadual de Feira de Santana. [email protected] Palavras-chave: obesidade, tabagismo, Lipoproteína Lipase, Afrodescendentes, D9N, polimorfismos A obesidade é um problema de saúde pública que alcança elevados níveis de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Epidemiologicamente, a doença atinge cerca de 50% da população brasileira e gera elevados gastos públicos devido à grande mortalidade por suas complicações sistêmicas, prioritariamente as cardiovasculares. Sabe-se que a obesidade é uma patologia multifatorial e que tanto os fatores genéticos, como os ambientais contribuem para o seu desenvolvimento. Nos últimos anos, aumentaram-se as buscas pelos fatores genéticos que podem predispor o indivíduo a obesidade e, portanto, as suas complicações. Um dos alvos desses estudos é a LPL (Lipoproteína Lipase), enzima que regula o metabolismo lipídico, a partir da hidrólise de triglicerídeos em ácidos graxos livres, necessários para absorção nos adipócitos. Estudos comprovam que, em indivíduos obesos, a produção de LPL, pelo tecido adiposo, se encontra aumentada, favorecendo o acúmulo de gordura e impedindo a perda de peso. Além disso, diversas variantes funcionais da LPL têm sido estudadas profundamente como possíveis preditores genéticos da obesidade e hiperlipidemia. Dentre essas variantes funcionais, está o polimorfismo D9N. Indivíduos com tal polimorfismo são portadores de uma mutação do gene da LPL, que altera aminoácido 9 de asparagina para ácido aspártico. Alguns estudos têm demonstrado a sua associação com a obesidade, principalmente em brancos. O presente trabalho tem como objetivo investigar o papel do polimorfismo D9N no gene da LPL em Afrodescendentes tendo em vista que são raros os estudos realizados neste grupo étnico. Foram estudados 333 Afrodescendentes fumantes e 305 não fumantes provenientes do estado da Bahia com média de idade de 54,5 ±7,6 anos. O polimorfismo D9N no gene LPL foi estudado através da amplificação por PCR, usando primers, descritos na literatura, seguido de digestão com a enzima de restrição TaqI e eletroforese em gel de poliacrilamida 8% para visualização dos fragmentos e determinação do genótipo. A frequência dos portadores da mutação 9N foi maior entre tabagistas com Índice de Massa Corpórea (IMC=peso/altura2) ³ 25 (36,4%) quando comparadas aos tabagistas com IMC < 25 (22,4%; p=0,010). Nos não tabagistas com IMC ³ 25 a freqüência dos portadores 9N foi 27,9% enquanto que a observada nos com IMC < 25 foi 32,4% (p=0,490). O presente estudo demonstrou uma associação da mutação D9N do gene LPL com a obesidade/sobrepeso que foi dependente do tabagismo em Afrodescendentes do estado da Bahia. Apoio Financeiro: FAPESB, CNPq e UNEB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 182 O polimorfismo 45T>G no gene da adiponectina aumenta o risco de doença cardiovascular em pacientes com obesidade mórbida Nascimento, GS1; Almeida, GE1; Rosseto, AS2; Silva, TL2; Carvalho, PS3; Pereira, LC1; Silva, PP1; Rabbi-Bortolini, E2; Bueno, MRP4; Errera, FIV1 Centro de Pesquisa EMESCAM; FAESA; 3 HUCAM – UFES; 4 USP. [email protected] e [email protected] 1 2 Palavras-chave: obesidade, doença cardiovascular, adiponectina-polimorfismo A obesidade e as Doenças cardiovasculares (DC) são doenças complexas que dependem de fatores de risco ambientais e genéticos para se manifestarem. A adiponectina, uma proteína secretada pelo tecido adiposo é reduzida conforme aumenta a massa adiposa visceral, possui ações protetoras sobre as células endoteliais e parece prevenir contra os efeitos deletérios da obesidade. Estudos associam polimorfismos no gene ADIPOQ, dentre eles o SNP45T>G, e a presença de DC em pacientes obesos. Este trabalho teve como objetivos levantar as doenças cardiovasculares existentes em pacientes com obesidade; analisar nesses pacientes a frequência da história familial (HF) positiva de DC; calcular em uma amostra de 100 obesos as frequências gênicas e genotípicas para o SNP 45T>G em pacientes obesos em relação à presença de DC, classificando-os em casos (obesos com DC) e não-casos (obesos sem DC). Métodos: O estudo foi aprovado pelo CEP-EMESCAM e foi realizado com um banco de dados clínicos e de DNA de pacientes do ambulatório de obesidade do HUCAM-UFES. Os genótipos para o SNP 45T>G foram obtidos por PCR/RFLP. Os pacientes que apresentaram o genótipo para o SNP45T>G disponível no banco de dados foram separados como: casos (71,43%-85/119) e não casos (28,57%-34/119). A distribuição dos genótipos TT, GG e TG foi verificada nos dois grupos em relação à hipertensão, infarto, angina e acidente vascular cerebral (AVC). Resultados: A presença de DC em pai e mãe simultaneamente, não diferiu entre não casos e casos. Contudo, a HF materna positiva estava significativamente mais presente em casos 62,3%(43/69) do que em não casos 48%(12/25) (p=0,0350; OR=2,167). A amostra está em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A distribuição dos genótipos TT, TG e GG foi de 30,59% (26/85), 55,29% (47/85) e 14,12% (12/85) nos casos e 20,59% (7/34), 55,88% (19/34) e 23,53% (8/34) nos não casos respectivamente. Dentre os casos, 10 pacientes apresentaram angina, sendo 5 deles homozigotos TT (19,23%) e 5 heterozigotos TG (10,64%). O único paciente que sofreu infarto 1/26 (3,84%) apresenta o genótipo TT. Os pacientes que tiveram AVC (2/85) apresentaram os genótipos TT 1/26 (3,84%) e de heterozigotos TG 1/47 (2,13%). O genótipo GG não foi observado em pacientes com infarto, angina ou AVC. A presença do alelo T foi associada a presença de DC (p=0,0001; OR=2,132). Conclusões: Os dados demonstram a importância da HF materna em obesos com DC e sugerem efeito protetor do genótipo da adiponectina contra as DC e que a presença do alelo G teria efeito benéfico, o que neste estudo pode ser evidenciado pelo fato da ausência de homozigotos GG com DC. Apoio financeiro: PIBIC-EMESCAM; FACITEC, PPSUS-FAPES e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 183 Associação dos Polimorfismos MAOAu-VNTR, MAOA T941G e COMT Val158Met com Ingestão Alimentar em Crianças Almeida, S 1,2; Galvão, ACS1; Krüger, RC1; Campagnolo, PDB3; Mattevi, VS1,2; Vitolo, MR3; *. ¹Laboratório de Biologia Molecular, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; 2 Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; 3 Departamento de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. [email protected] Palavras-chave: COMT; MAOA; obesidade, ingestão alimentar; genética de doenças multifatoriais. O aumento da prevalência de obesidade em todo o mundo é um dos mais importantes fenômenos da atualidade. Evidências obtidas, a partir de estudos com humanos e modelos animais, indicam a importância da função dopaminérgica no desenvolvimento da obesidade por seu papel na regulação do apetite. As enzimas monoaminoxidase-A (MAOA) e catecol-O-metiltransferase (COMT) controlam a disponibilidade de dopamina na fenda sináptica, os genes que codificam estas enzimas têm variantes funcionais bem caracterizadas. Desta forma, polimorfismos nos genes destas enzimas podem estar relacionados diretamente com a disponibilidade de dopamina e, consequentemente, com a ingestão alimentar. O objetivo deste estudo foi investigar a associação das variantes MAOA-u VNTR, MAOA T941G e COMT Val158Met com aspectos relacionados à obesidade e a ingestão alimentar. Participaram deste estudo transversal 354 crianças entre 3 e 4 anos de idade, das quais foram obtidos dados alimentares e antropométricos. O DNA foi extraído, a partir de sangue periférico, os polimorfismos foram analisados por métodos baseados na PCR, os genótipos foram visualizados posteriormente a eletroforese em gel de agarose ou acrilamida. As comparações das médias foram realizadas por ANOVA, Kruskal Wallis ou Mann-Whitney de acordo com a distribuição dos dados. Para analisar os polimorfismos no gene da MAOA a amostra foi dividida em meninos e meninas, pois o gene MAOA está localizado no cromossomo X. Na amostra de meninos, o alelo longo do polimorfismo MAOA-u VNTR foi associado com maior consumo de alimentos com alto teor de gordura (LDF) (134.97 kcal [26.43–270.16]) e açúcar (SDF) (100.45 kcal [54.40–163.32]) quando comparado ao curto (LDF: 60.1 kcal [0.00–192.31]; p = 0.009; SDF: 80.01 kcal [37.45–127.11]; p = 0.034). Na amostra de meninas, o polimorfismo MAOA-u VNTR não foi associado com a ingestão alimentar e dados antropométricos. No polimorfismo COMT Val158Met os portadores do alelo Val tiveram um consumo maior de LDF em comparação aos homozigotos para o alelo Met (p = 0.008), as medianas foram 133.79 kcal [44.23–265.80] e 83.37 kcal [0.00–252.95], respectivamente. Estes achados indicam a associação dos alelos que codificam enzimas de maior atividade com a ingestão de alimentos mais palatáveis, estando de acordo com o esperado pela hipótese da deficiência de recompensa. Financiadores: FAPERGS, CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 184 Associação do polimorfismo C161T no gene PPAR-gama e obesidade em afro-descendentes do estado da Bahia Magalhães-Oliveira, MCA3; Maia, RR¹; Britto, FA¹; Chung-Filho, AA¹; Rosa, ASS¹; Silva, KS2; Guimarães, LO2; Korontai, LLS2; Rios, LDS1,3 ¹Laboratório de Genética Humana - Departamento de Ciências da Vida – Campus I. Universidade do Estado da Bahia. 2 Laboratório de Genética Humana – Departamento de Ciências Biológicas. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. 3 Programa de Pós-graduação em Biotecnologia. Universidade Estadual de Feira de Santana. Palavras-chave: Polimorfismo, Obesidade, C161T, PPAR-gama, Afrodescendentes O receptor ativado por proliferadores de peroxissoma tipo gama (PPAR-gama) é um fator de transcrição que está envolvido no metabolismo e homeostase da glicose, lipídeos e inflamação, sendo relacionado à patogênese da resistência à insulina, aterosclerose e obesidade. Observou-se que a substituição no exon 6 de “C” para “T” (C161T) do gene PPAR-gama em mulheres coreanas conferiu proteção à dislipidemias, com níveis de HDLcolesterol maiores. Este polimorfismo isoladamente não foi relacionado com obesidade, alteração de níveis lipídicos e níveis de leptina no plasma em um estudo com crianças obesas japonesas. Já em franceses obesos observou-se maiores níveis de leptina no plasma quando na presença do alelo T. Em afro-descendentes, no entanto, os estudos são escassos sendo necessárias mais pesquisas para compreender a associação deste polimorfismo com a obesidade neste grupo etnico. Foram estudados 312 mulheres e 438 homens afrodescencentes provenientes do estado da Bahia, com média de idade de 54,5 ±7,6 anos. O polimorfismo C161T foi estudado através da amplificação por PCR, usando primers, descritos na literatura, seguido de digestão com a enzima de restrição PmaC I e eletroforese em gel de poliacrilamida 8% para visualização dos fragmentos e determinação do genótipo. A freqüência do alelo 161T não diferiu significantemente nas mulheres com Índice de Massa Corpórea (IMC=peso/altura2) < 25 (11,4%) quando comparadas as mulheres com IMC ³ 25 (9,2%; p=0,487). Nos homens com IMC < 25 a freqüência do alelo 161T foi 10,2% enquanto que a observada nos com IMC ³ 25 foi 13,8% (p=0,153). Em afrodescedentes do estado da Bahia, o polimorfismo C161T não foi associado a obesidade/sobrepeso. Apoio financeiro: CNPq/FAPESB e UNEB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 185 Avaliação da influência dos polimorfismos 5-HTTLPR e 5-HTTVNTR do gene do transportador de serotonina (5-HTT) com ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade em crianças de 3 e 4 anos Krüger, RC1; Galvão, ACS1,2; Mattevi, VS1,2; Campagnolo, PDB2; Vítolo, MR2; Almeida, S1,2 Laboratório de Biologia Molecular, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação Heitor Cirne Lima, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. [email protected] 1 Palavras-chave: Ingestão alimentar, obesidade, 5-HTTLPR, 5-HTTVNTR, Sistema Serotoninérgico Introdução: O sistema serotoninérgico exerce um papel crítico na regulação do apetite e alterações em sua disponibilidade e/ou ação têm sido associadas com desordens alimentares. O transportador de serotonina (5-HTT) regula a disponibilidade deste neurotransmissor. O gene do 5-HTT (SLC6A4) possui duas regiões polimórficas que são amplamente investigadas: um polimorfismo funcional na região promotora (5-HTTLPR) que possui dois alelos alelo longo (L - inserção de 44pb) e alelo curto (C – deleção) – e o polimorfismo 5-HTTVNTR, que contém uma unidade de repetição de 17pb, resultando em três variantes alélicas já descritas: 9, 10 e 12 repetições. Objetivos: Investigar a associação dos polimorfismos 5-HTTLPR e 5-HTTVNTR com ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade de crianças entre 3 e 4 anos de idade. Métodos: O DNA foi extraído de amostras de sangue de 324 crianças utilizando o método de precipitação com alta concentração de sal. Os polimorfismos foram analisados por reação em cadeia da polimerase (PCR) com primers específicos, seguida de eletroforese em gel de agarose corado com brometo de etídio e visualização sob luz ultravioleta. As frequências alélicas e genotípicas foram comparadas por qui-quadrado. As médias de ingestão alimentar e dos dados antropométricos entre os genótipos foram comparadas por análise de variância ou Kruskal-Wallis de acordo com a distribuição dos dados. Resultados: As distribuições das frequências genotípicas encontradas estão de acordo com o esperado sob equilíbrio de Hardy-Weinberg. Para o polimorfismo 5-HTTLPR, as frequências para o alelo L (longo) nos indivíduos brancos e não-brancos foram 0,580 e 0,503 (χ² com correção de Yates = 0,9863; p=0,3206), respectivamente. As crianças da amostra de não-brancos com o genótipo CC apresentaram maior ingestão energética total/dia (1665,3 ± 415,1 kcal/dia) do que as crianças com genótipos LC e LL (1455,7± 358,5 e 1423,0 ± 374,4 kcal/dia, respectivamente; PostHoc Tukey HSD p=0,010). Elas também apresentaram maior escore Z do IMC (PostHoc Tukey HSD p=0,042) e circunferência da cintura (PostHoc Tukey HSD p=0,013) do que as portadoras do alelo L. As análises para o polimorfismo 5-HTTVNTR estão em andamento, e até o momento foram genotipadas 158 amostras. As freqüências dos alelos 9, 10 e 12 foram, respectivamente, 0,04, 0,35 e 0,60 em indivíduos brancos e 0,01, 0,28 e 0,70 em indivíduos não-brancos. Conclusões: O genótipo CC do polimorfismo 5-HTTLPR está associado com o aumento da ingestão alimentar, do IMC e circunferência da cintura em crianças não-brancas. Este achado reforça o papel do transportador de serotonina na regulação da ingestão alimentar e como fator de risco potencial para obesidade neste grupo, sugerindo possibilidades de novos caminhos para seu tratamento farmacológico ou medidas ambientais preventivas. Contudo, ainda são necessários mais estudos para elucidar a influência destes polimorfismos na ingestão alimentar e parâmetros de adiposidade. Apoio financeiro: FAPERGS, CNPq e PIBIC-CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 186 A associação do polimorfismo HindIII da LPL com a obesidade/ sobrepeso em população afrodescendente do Estado da Bahia Chung-Filho, AA¹; Rosa, ASS¹; Matos, EMO¹, Maia, RR¹; Britto, FA¹; Carneiro, CS1; Silva, KS2; Guimarães, LO2; Korontai, LLS2; Magalhães-Oliveira, MCA3; Rios, LDS1,3 ¹Laboratório de Genética Humana - Departamento de Ciências da Vida – Campus I. Universidade do Estado da Bahia. 2 Laboratório de Genética Humana – Departamento de Ciências Biológicas. 3 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Programa de Pós-graduação em Biotecnologia. Universidade Estadual de Feira de Santana. [email protected] Palavras-chave: Lipase lipoprotéica, polimorfismo, HindIII, obesidade, afrodescendente. A lipase lipoprotéica (LPL) é a principal responsável pela hidrólise dos triglicerídeos presentes em quilomícrons e lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL). Devido à importância desta enzima no metabolismo das lipoproteínas, o gene da LPL, localizado no cromossomo 8p22.7, possivelmente está associado à patogênese da obesidade central e de dislipidemias. Mais de 60 polimorfismos deste gene já foram descritos, entre eles, o HindIII, uma mutação localizada no íntron 8 do gene. Muitos estudos têm encontrado associações entre a presença deste polimorfismo e a frequência de dislipidemias, obesidade e problemas relacionados, como resistência à insulina e aterosclerose, principalmente em populações de orígem européia e asiática. Em populações afrodescendentes, porém, estes estudos são escassos. O estudo buscou analisar a relação entre a presença do polimorfismo HindIII e a frequência de obesidade/sobrepeso em uma amostra de 259 mulheres e 350 homens afrodescendentes do Estado da Bahia, com média de idade de 54,5 ± 7,6 anos. O polimorfismo foi analisado pela amplificação do DNA de interesse por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), seguida da técnica do polimorfismo de tamanho de fragmento de restrição (RFLP), através de digestão com a enzima de restrição HindIII, como descritos na literatura. Foi considerado com sobrepeso/obesidade, o indivíduo que possuísse índice de massa corpórea (IMC) ³ 25 kg/m2, e eutrófico o indivíduo com IMC < 25 kg/m2. A freqüência do alelo HindIII + foi de 57,3% nas mulheres eutróficas e 60,2% (p=0,604) nas com obesidade/sobrepeso não sendo estatisticamente significante esta diferença. Nos homens a freqüência do alelo HindIII foi de 61,8% nos eutróficos e 56,1% (p=0,171) nos com obesidade/sobrepeso não sendo significante esta diferença. Portanto, não verificou-se relação entre o polimorfismo hindIII do gene LPL e obesidade/sobrepeso em afrodescendentes do estado da Bahia. Apoio financeiro: FAPESB/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 187 Estudo da Influência de Polimorfismos dos Genes APOC1, APOC2 e APOC4 no Perfil Lipídico de Estudantes de Sapucaia do Sul/RS Fontana, C1; Zandoná, M1; Vitolo, MR2; Rotta, LN3; Almeida, S1,4 Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. 3 Departamento de Métodos Diagnósticos, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. 4 Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Dislipidemia, APOC1, APOC2, APOC4, perfil lipídico. Introdução: As doenças cardiovasculares (DCVs) exercem um papel preponderante na morbimortalidade mundial e tem como fatores de risco a aterosclerose e a dislipidemia, que podem resultar de condições primárias ou secundárias. A dislipidemia é uma condição caracterizada por concentrações anormais de lipídeos ou lipoproteínas no plasma. As apolipoproteínas C (apoC) localizam-se na superfície das lipoproteínas e estão intimamente envolvidas no metabolismo lipídico. A apoC-I está envolvida na inibição da ligação das lipoproteínas a seus receptores teciduais, enquanto a apoC-II ativa a lipase lipoproteica nos capilares teciduais, causando a liberação de ácidos graxos. A função da apoC-IV ainda não está clara. Objetivo: Investigar a associação dos polimorfismos 317insCGTT do gene APOC1, C3548T do gene APOC2 e T3139C do gene APOC4 nas concentrações lipídicas em 615 estudantes de Sapucaia do Sul/RS. Métodos: Os fragmentos gênicos contendo os polimorfismos de interesse foram amplificados pela reação em cadeia da polimerase e submetidos à digestão por enzimas de restrição sítio específicas. Os genótipos foram determinados após eletroforese em gel de agarose. As frequências genotípicas e alélicas foram obtidas por contagem simples e testadas para o equilíbrio de Hardy-Weinberg através do teste qui-quadrado de ajustamento. As médias das concentrações de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos foram comparadas entre os diferentes genótipos pela análise de variância de uma via (ANOVA). A análise estatística foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for Social Sciences versão 16.0 (SPSS®, Chicago, IL, USA), sendo considerado como significante um valor p<0,05. Resultados: A frequência do alelo variante H2 do gene APOC1 foi de 0,2072, 0,6002 para o alelo variante T2 do gene APOC2 e 0,5912 para o alelo variante C do gene APOC4. As frequências gênicas encontradas estão de acordo com as esperadas pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg. Na comparação entre as médias das concentrações de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos com os diferentes genótipos não foram observadas associações estatisticamente significantes. Conclusões: As análises de associação para cada polimorfismo demonstraram que isoladamente estes polimorfismos não estão associados com o perfil lipídico de crianças e adolescentes. Como a concentração dos lipídios séricos é uma característica multifatorial, esta ausência de associação pode ser explicada por um tempo curto de exposição a uma dieta rica em gorduras destas crianças. Para conclusões mais definitivas serão realizadas análises dos três polimorfismos em conjunto, controlando com os dados de ingestão alimentar. Apoio financeiro: FAPERGS, CNPq e PIC-UFCSPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 188 Oxidative stress in hypercholesterolemia and its association with Ala16Val superoxide dismutase gene polymorphism Duarte, MMMF¹; Gollo, AL²; Moresco, RN²; Duarte, T²; Santi, A²; Bagatini, MD²; Schetinger, MRC²; Loro, VL²; Manica-Cattani, MF²; Montagner, GFFS²; Cruz, IBM² ¹Universidade Luterana do Brasil. ²Laboratório de Biogenômica, Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] Keywords: Hypercholesterolemia, Oxidative stress, MnSOD, Biomarkers, Polymorphism Clinical studies have demonstrated that patients with hypercholesterolemia present antioxidant activity decreased when compared with normal subjects. Therefore, the aim of this study was to investigate the lipid peroxidation, protein oxidation and the antioxidant system in hypercholesterolemic patients and health subjects. We also evaluated the influence of genotype manganese superoxide dismutase (Ala16Val) polymorphism on oxidative stress biomarkers. To investigate the role of oxidative stress, the role of the antioxidant system, and the influence of the manganese superoxide dismutase (Ala16Val) polymorphism in hypercholesterolemia. Levels of glucose, lipid, high-sensitivity C reactive protein (hs-CRP), thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), carbonyl protein, thiols, reduced glutathione (GSH), catalase (CAT), superoxide dismutase (SOD), vitamin C, vitamin E, and the presence of the manganese superoxide dismutase (Ala16Val) polymorphism were determined in 40 subjects with hypercholesterolemia and 40 controls. Lipid profile, hs-CRP, glucose, TBARS, carbonyl protein, CAT, and vitamin E were significantly higher in subjects with hypercholesterolemia. In contrast, GSH and SOD were lower. TBARS, carbonyl protein, thiols, CAT, and vitamin E were significantly higher in hypercholesterolemic subjects with VV genotype for MnSOD, while GSH, SOD, and vitamin C were lower in these subjects. Conclusions: We suggest an association between the VV genotype of MnSOD, hypercholesterolemia, and oxidative stress biomarkers. Financial Support: CNPq, CAPES e FAPERGS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 189 Associação do polimorfismo -1131T>C no gene da apolipoproteína A5 (APOA5) em indivíduos com dislipidemia em Minas Gerais Santos, IR1; Ferreira, CN1; Coelho, FF1; Cruz, NG1; Rodrigues, KF1; Pinheiro, PS1; Sóter, MO1; Fernandes, AP1; Sousa, MO1; Gomes, KB1,2 Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 2 Colégio Técnico, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. [email protected] 1 Palavras-chave: Apolipoproteína A5, polimorfismo -1131T>C, PCR, dislipidemia, DAC. Introdução: As apolipoproteínas são proteínas que se associam aos lipídes permitindo seu transporte pelo plasma. A apolipoproteína A5 (ApoA5) é detectada nas partículas de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), de alta densidade (HDL) e quilomícrons, participando da modulação dos níveis plasmáticos de triglicérides por propiciar sua chegada ao fígado, onde serão metabolizados. Polimorfismos no gene dessa apolipoproteína têm sido associados ao aumento dos níveis de triglicérides plasmáticos. Estudos mostram que estas alterações metabólicas são fatores de risco para a Doença Arterial Coronariana (DAC), uma das causas de morte mais comuns em nossa população. Alguns trabalhos descreveram a relação entre o polimorfismo -1131T>C no gene da ApoA5 e variações nos níveis de triglicérides. Objetivos: Comparar a frequência do polimorfismo -1131T>C no gene da ApoA5 entre um grupo dislipidêmico e um grupo controle normolipêmico, a fim de avaliar a associação deste polimorfismo com a dislipidemia. Metodologia: Participaram deste estudo 108 pacientes dislipidêmicos, com idade de 30 a 40 anos, e um grupo controle normolipêmico constituído por 107 indivíduos saudáveis na mesma faixa etária. Após extração de DNA do sangue periférico, as amostras foram submetidas à técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para a realização das análises moleculares, seguida por digestão com enzima de restrição MseI, eletroforese em gel de poliacrilamida e revelação com solução de nitrato de prata. As dosagens bioquímicas foram realizadas segundo métodos enzimáticos colorimétricos. Foram utilizadas como ferramentas estatísticas, o teste de Qui-Quadrado ou Teste Exato de Fisher, quando apropriado, e a análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste Student-Newman-Keuls (SNK). Resultados: Os dois grupos apresentaram-se sob o equilíbrio de Hardy-Weinberg. A frequência encontrada para o alelo C no grupo de pacientes (0,278) foi maior do que aquela observada no grupo normolipêmico (0,182, p=0,019). Quando comparada a freqüência do alelo C no grupo dislipidêmico em relação ao grupo normolipêmico levando-se em consideração o gênero, foi observada significância apenas entre os homens (p=0,037). A análise das freqüências genotípicas, entre os grupos estudados, revelou diferença unicamente para o genótipo heterozigoto TC (p=0,009), sendo maior no grupo de dislipidêmicos. Foi observada ainda uma associação dos parâmetros lipídicos com a presença do alelo C para o colesterol total (p=0,046), triglicérides (p=0,049), VLDL-c (p=0,022) e fração não HDL-c (p=0,019). Conclusões: Os resultados obtidos até o momento sugerem que o polimorfismo -1131T>C está associado aos aumentos de colesterol total, triglicérides, VLDL-c e fração não HDL-c. O alelo C mostrou-se mais freqüente entre dislipidêmicos, sendo esta diferença destacada no grupo do sexo masculino. Apoio financeiro: FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 190 Associação de marcadores moleculares com a hipertensão arterial sistêmica e suas variáveis de risco na região amazônica Raiol-Moraes, M1; Freitas, NSC1; Marinho, A1; Santos, N1; Santos, S1; Callegari-Jacques, S2; Ribeiro-Dos-Santos, A1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará. Departamento de Estatística, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Hipertensão, PON1, ECA, NOS3, fatores ambientais. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das áreas de investigação médica mais relevante em termos mundiais, ocupando papel importante na saúde pública e na economia. É considerada uma doença crônicodegenerativa de caráter multigênico e multifatorial. Diferentes estudos sobre o controle da pressão arterial têm evidenciado um complexo mecanismo de interação que envolve proteínas, moléculas, sistemas fisiológicos, fatores ambientais e genéticos. Os polimorfismos genéticos constituem um destes elementos, principalmente àqueles relacionados com a enzima óxido nítrico sintetase endotelial que produz o óxido nítrico, um importante agente vasodilatador, cujo gene responsável é denominado NOS3. O gene ECA é outro polimorfismo do tipo inserção/deleção responsável pela conversão de Angiotensina I e Angiotensina II, um potente vasoconstritor, também está envolvido no aumento da pressão. A enzima paraoxonase 1 (PON1) adere a molécula de HDL, na circulação sanguínea e impede que os lipídios sofram oxidação. Sua baixa atividade enzimática tem sido correlacionada com diversas doenças, entre as quais a HAS. No presente trabalho, investigaram-se três genes PON1, ECA e NOS3 e seus polimorfismos, em 400 indivíduos hipertensos e normotensos da população de Belém, PA (Brasil). As amostras de DNA foram extraídas pela técnica fenol-clorofórmio, em seguida foram realizadas técnicas básicas de biologia molecular e discriminação alélica por PCR em Tempo Real (Life Technologies, CA, US). Como resultado observou-se que o risco de desenvolver HAS é 1,8 vezes maior em indivíduos que apresentaram o genótipo ECA*DD em relação aos indivíduos que apresentaram outros genótipos deste marcador, ajustado pelos fatores ambientais, laboratoriais e demais loci. Da mesma forma, diferentes fatores genéticos e ambientais (idade, diabetes mellitus, índice de massa corpórea, concentrações de triglicerídeos e concentrações de uréia) parecem favorecer o desenvolvimento de HAS. Apesar do pequeno número amostral, neste estudo, métodos de diagnóstico e de prevenção como o utilizado poderiam indicar indivíduos com maior risco de desenvolvimento de HAS, auxiliando na individualização e orientação destes indivíduos em relação à qualidade de vida. Apoio financeiro: UFPA, FAPESPA e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 191 Variabilidade do gene NOS3 (endothelial nitric oxide synthase) e haplótipos de suscetibilidade à hipertensão Luizon, MR1; Sandrim, VC2; Izidoro-Toledo, TC1; Coelho, EB3; Tanus-Santos, JE1. Departmento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, USP, Ribeirão Preto-SP. Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte-MG. 3 Departmento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, USP, Ribeirão Preto-SP. [email protected] 1 2 Palavras-chave: hipertensão, óxido nítrico sintase endotelial, haplótipos, tagSNPs, caso-controle A hipertensão afeta centenas de milhões de pessoas no mundo e é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares que, por sua vez, são a principal causa de mortalidade na sociedade Ocidental. O óxido nítrico (NO) desempenha um papel essencial na regulação da homeostase vascular e é produzido nas células endoteliais pela enzima óxido nítrico sintase endotelial, eNOS. Portanto, anormalidades na atividade da eNOS podem levar a deficiência do NO e causar hipertensão. Haplótipos do gene da eNOS (NOS3) foram previamente associados à hipertensão. Estes haplótipos foram formados por dois SNPs (Single Nucleotide Polymorphisms) funcionais (T-786C na região promotora-rs2070744 e Glu298Asp no exon 7-rs1799983-G/T) e um VNTR (Variable Number of Tandem Repeats) no intron 4 (b/a). Entretanto, polimorfismos no gene NOS3 não investigados previamente podem contribuir para as associações relatadas. Portanto, nosso objetivo foi avaliar a eventual associação da hipertensão com haplótipos extendidos do gene NOS3 formados por tagSNPs. Estes são SNPs que representam a informação de outros SNPs adjacentes, em uma região do genoma com alto desequilíbrio de ligação, i.e., a associação não aleatória de alelos em dois ou mais loci. Quatro tagSNPs (rs3918226-C/T, rs3918188-A/C, rs743506-A/G e rs7830A/C) com frequência do menor alelo >10% foram selecionados a partir do Banco de dados SeattleSNPs no intuito de capturar >60% da variabilidade ao longo do gene NOS3, includindo as regiões promotora, codificadora e 5´ e 3´ não traduzidas. Hipertensos (81 brancos e 53 negros) e normotensos (83 brancos e 43 negros) foram avaliados. Diferenças interétnicas significativas foram observadas na distribuição dos polimorfismos do gene NOS3. Portanto, foram realizadas análises considerando a amostra total ou somente os indivíduos brancos (52-65%). A genotipagem foi feita usando TaqMan® SNP Genotyping Assays e para o VNTR do intron 4 por PCR e PAGE 10%, e coloração por nitrato de prata. As frequências alélicas e genotípicas foram comparadas pelo teste do qui-quadrado, mas não foram observadas diferenças entre hipertensos e normotensos. As frequências dos haplótipos foram estimadas pelo programa Haplo.stats, cuja função haplo.score gera testes de associação específicos para cada haplótipo, considerando p<0,05. O haplótipo “CCbGCGA” foi mais comum em normotensos que em hipertensos, tanto quando consideradas a amostra total (3% vs. zero, respectivamente; p=0,05) ou somente os indivíduos brancos (6% vs. zero, respectivamente; p=0,007). Além disso, o haplótipo “TCbGAGC” foi mais comum na amostra total de hipertensos do que em normotensos (8% vs. zero, respectivamente; p=0,02). O mesmo haplótipo também foi mais comum em hipertensos brancos do que em normotensos brancos, embora esta diferença não tenha sido significativa (p>0,05). Estes resultados sugerem um haplótipo do gene NOS3 que confere suscetibilidade à hipertensão e outro haplótipo associado com um efeito protetor contra a hipertensão, a despeito da classificação em brancos e negros. Agência de fomento: FAPESP (BP.PD 2007/55908-6) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 192 Associação do polimorfismo A1166C no gene AT1R com a hipertensão arterial sistêmica em afro-descendentes do estado da Bahia Araujo, LJ1; Meira, DO2; Pereira, JF1; Oliveira, PB2; Barbosa, AAL2; Sousa, SMB3; Rios, DLS1,4. Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (UEFS/FIOCRUZ-BA), Departamento de Ciências Biológicas - UESB, 3 Departamento de Ciências Biológicas – UESC, 4 Departamento de Ciências da Vida – UNEB. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Receptor tipo 1 da angiotensina II (AT1R), Hipertensão, Polimorfismo, Sistema Renina-Angiotensina, Afro-descendente. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença comum e multifatorial com forte impacto na saúde pública devido ao seu papel no risco de outras doenças como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. O sistema renina-angiotensina (RAS) possui papel importante na regulação da pressão sanguínea e a angiotensina II é o agente fundamental na seqüência de reações que culminam no controle da pressão arterial, como este agente tem como seu principal receptor o AT1R, seus genes tornam-se elementos importantes nos estudos que avaliam o papel do sistema RAS e a hipertesão. O gene que codifica o receptor tipo I da Angiotensina II está situado no cromossomo 3 e possui um polimorfismo na posição do nucleotídeo 1166 que corresponde a uma transversão A®C. Este estudo teve como objetivo verificar a associação do polimorfismo A1166C no gene do AT1R com a HAS em uma amostra composta por 458 indivíduos Afro-descendentes do estado da Bahia. Aqueles que apresentaram níveis de Pressão Arterial Sistólica ³ 140mmHg e/ou Diastólica ³ 90 mmHg e/ou que faziam uso de medicações anti-hipertensivas foram considerados como casos e aqueles cujos níveis tensionais foram normais (>140X90 mmHg) e que não faziam tratamento com medicações anti-hipertensivas foram incluídos na amostra controle. O DNA genômico foi extraído segundo protocolo de LAHIRI & NURNBERGER (1991). O estudo do polimorfismo do gene AT1R foi realizado pela técnica da PCR/RFLP utilizando a enzima de restrição DdeI. O produto de restrição foi analisado em gel de poliacrilamida 8% seguido de coloração com brometo de etídio; as bandas foram visualizadas com luz ultravioleta. As análises estatísticas foram feitas utilizando-se o programa SPSS ver. 10 e as freqüências gênicas e genotípicas foram comparadas entre os grupos utilizando o teste do c2. Foi utilizada a análise de regressão logística multivariada para estimativas dos odds ratio associados aos genótipos. As freqüências genotípicas observadas do polimorfismo AT1R estavam de acordo com as esperadas para o Equilíbrio de Hardy-Weinberg. Não houve diferenças significantes nas freqüências do polimorfismo 1166 A®C no gene AT1R entre casos e controles para a HAS. As freqüências do alelo 1166C no gene AT1R foram de 26% nos casos e de 27% nos controles, não sendo significantes esta diferença (P= 0,616). Mesmo após correção para o efeito de outras co-variáveis em regressão logística multivariada, o polimorfismo 1166A>C não foi associado com a hipertensão entre os Afro-descendentes. Este resultado confirma estudos anteriores que não mostraram associação do mesmo polimorfismo com a hipertensão na população brasileira (Freitas et al., 2007), na Malásia (Rehman et al., 2007) e em estudo de Cohort com mulheres caucasianas (Conen et al., 2008). Entretanto, mais estudos em Afro-descendentes são necessários para confirmar estes resultados neste grupo étnico. Apoio financeiro: CAPES e FAPESB. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 193 Associação entre polimorfismos nos genes AGT e SCNN1B com hipertensão arterial em afrodescendentes no estado do Pará Matos, BS; Carvalho TAC; Guerreiro, JF. Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará. [email protected] Palavras-chave: Hipertensão, Afrodescendentes, Polimorfismos, AGT,SCNN1B. A hipertensão é uma doença crônica de elevado custo sócio-econômico por suas complicações, sendo uma das causas mais freqüentes de óbito relacionadas ao sistema cardiovascular. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a pressão arterial é considerada alta quando igual ou superior a 140 mmHg durante a sístole e/ou superior a 90 mmHg durante a diástole. Registros na literatura demonstram que indivíduos afrodescendentes apresentaram maior risco para desenvolvimento da hipertensão em comparação aos de descendência européia. Fatores ambientais e genéticos contribuem em conjunto para a elevação da pressão arterial. O gene AGT está localizado no cromossomo 1 (posição 1q42-q43) e é responsável pela síntese de angiotensinogênio. Essa proteína é um componente essencial do sistema renina-angiotensina, que atua na queda da pressão arterial e tem como principal agente a angiotensina II, promovendo a liberação de aldosterona e retenção de sódio nos rins. Os canais epiteliais de sódio são proteínas compostas por subunidades homólogas (a, b e l) e são reguladores do balanço da ingestão e eliminação de sódio. O gene da subunidade b dos canais epiteliais de sódio (SCNN1B) está localizado no cromossomo 16 (posição 16p12.1-p12.2). Mutações no gene SCNN1B foram associadas com elevação da reabsorção de sódio no néfron distal e desenvolvimento de hipertensão. Existe uma lacuna acerca de informações referentes às causas genéticas da hipertensão essencial em populações região Norte, onde a obtenção desses dados poderá facilitar o desenvolvimento de estratégias para um melhor diagnóstico genético para a doença. Dessa forma, foi investigada a relação de polimorfismos presentes no gene AGT (-6AG e M235T) e no gene SCNN1B (T594M) em indivíduos provenientes de comunidades remanescentes de quilombos nos municípios de Oriximiná e Inhangapi, no estado do Pará. Foram analisados 399 indivíduos, dentre os quais 199 indivíduos classificados como hipertensos e 200 como controles (pressão sanguínea normal), pareados por faixa etária e sexo. Coletouse uma alíquota de sangue para posterior extração de DNA. Os polimorfismos selecionados foram pesquisados por PCR, seguida de sequenciamento de DNA. As mutações no gene AGT (- 6ag e M235T) e no gene SCNN1B (T594M) apresentaram, isoladamente, correlação positiva com a patologia da hipertensão arterial (p=0,004; p=0,034; p=0,019 respectivamente). A análise por regressão logística revelou associação entre a hipertensão o polimorfismo no AGT-6a, IMC (↑ 25), circunferência da cintura (↑ 0,77m ♀ e ↑ 0,8m ♂) e índice de gordura (↑ 26,2% ♀ e ↑ 23,2% ♂) com p=0,0177. Os dados apresentados sugerem uma correlação positiva entre valores de pressão arterial elevados em indivíduos afrodescendentres com os polimorfismos nos genes AGT e SCNN1B, com um fator de risco aproximado de 1,9 para o AGT-6a, 5,3 para o 594M e 1,5 para 235M. Estudos mais aprofundados acerca da contribuição destes e outros polimorfismos nos genes investigados e a patologia da hipertensão poderão aumentar o conhecimento dos fatores genéticos relacionados a essa patologia em afrodescendentes no Brasil. Apoio financeiro: CNPq, FADESP, FAPESPA e UFPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 194 Análise de haplótipos dos polimorfismos T-786C, VNTR 4a/b e GLU298ASP do gene da óxido nítrico sintase endotelial (ENOS) em pacientes com insuficiência cardíaca e indivíduos saudáveis Martinelli, NC1; Santos, KG1,2; Silvello, D1; Cohen, CR1; Porta VL1; Biolo, A3; Clausell, N3; Rohde, LE3 Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Centro de Pesquisas em Ciências Médicas, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). 3 Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). [email protected] 1 2 Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), polimorfismos, haplótipos, suscetibilidade. A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome multifatorial caracterizada por disfunção miocárdica. O óxido nítrico desempenha importante papel cardioprotetor na IC e é produzido pela óxido nítrico sintase endotelial (eNOS). Os polimorfismos mais estudados no gene da eNOS são uma substituição de base na região promotora (T-786C), uma repetição de 27pb no intron 4 (VNTR 4a/b) e uma troca de aminoácido no éxon 7 (Glu298Asp). O haplótipo -786C/4b/ Glu298 foi associado a menores concentrações plasmáticas de nitritos em indivíduos saudáveis. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação dos haplótipos do gene da eNOS com a IC. Para isso, foram analisados 310 pacientes com IC por disfunção sistólica (220 caucasianos e 90 afro-descendentes), acompanhados no Ambulatório de Insuficiência Cardíaca e Transplante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O grupo controle era composto por 361 indivíduos doadores de sangue (280 caucasianos e 81 afro-descendentes) atendidos no Serviço de Hemoterapia do HCPA. A análise dos polimorfismos foi realizada pela técnica de PCR (intron 4) ou PCR-RFLP (promotor e éxon 7). As freqüências alélicas e genotípicas observadas para o polimorfismo T-786C não diferiram entre pacientes e controles caucasianos. Entre os afro-descendentes, embora o alelo C tenha sido mais freqüente nos controles do que nos pacientes (31% contra 21%, respectivamente; p=0,048), o mesmo não ocorreu entre os genótipos (p>0,05). Quanto à variante 4a/b (intron 4), as freqüências alélicas e genotípicas foram semelhantes entre os diferentes grupos (p>0,05). Da mesma maneira, as freqüências alélicas e genotípicas do polimorfismo Glu298Asp foram similares entre os pacientes e controles de ambas etnias (p>0,05). Os haplótipos mais freqüentes em controles e pacientes caucasianos foram: -786T/4b/Glu298 (47% e 43%, respectivamente) e -786T/4b/Asp298 (21% e 22%, respectivamente). De forma similar, entre os controles e pacientes afro-descendentes, as combinações mais freqüentes foram: -786T/4b/Glu298 (61% e 54%, respectivamente) e -786T/4b/Asp298 (12% e 20%, respectivamente). Para ambas etnias, não se verificou diferença estatisticamente significativa nas freqüências haplotípicas entre pacientes e controles (p>0,05). Entre os pacientes caucasianos não houve qualquer associação dos haplótipos com a mortalidade total ou por IC. Entretanto, na análise de sobrevida dos pacientes afro-descendentes, a presença de um dos haplótipos -786C/4b/Asp298 ou -786C/4a/Asp298 estava associada com uma menor mortalidade total quando comparada com os outros haplótipos (6% contra 38%, respectivamente; log rank=0,032). Ajustando para idade, sexo, infarto agudo do miocárdio prévio, sódio sérico, duração do complexo QRS, fração de ejeção do ventrículo esquerdo e diâmetro diástolico final do ventrículo esquerdo, o haplótipo acima citado se manteve como fator de proteção associado a uma menor mortalidade por todas as causas neste grupo de pacientes (HR=0,11, IC 95% 0,01-0,85; p=0,03). Com isso, sugere-se uma associação dos haplótipos -786C/4b/Asp298 e -786C/4a/Asp298 com a mortalidade por todas as causas nos afro-descendentes. Apoio: CNPq, FIPE-HCPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 195 Evaluation of interleukin-6 promoter polymorphism -174G>C and development of angina pectoris Amorim, FG1; Campagnaro, BP1; Tonini, CL1; Norbim, APOC2; Arruda, JA2; Louro, ID3; Vasquez, EC1,4; Meyrelles, SS1 Lab. Transgenes & Cardiovascular Control (Federal University of Espírito Santo - UFES) Intercath-Meridional 3 Human Molecular Genetics Core (Federal University of Espírito Santo - UFES) 4 EMESCAM, Health College of Sciences [email protected] 1 2 Keywords: -174G>C, IL6, polymorphism, angina pectoris, cardiovascular disease The polymorphism in the promoter region -174 of interleukin-6 (IL6) gene involves a change of a single base, from G to C. IL6 is a pro-inflammatory cytokine that participates in the worsening of cardiovascular diseases (CVD). To date the involvement of this polymorphism between patients (stable or unstable angina) compared to subjects without angina pectoris has not been evaluated. Therefore, this study aimed to evaluate the correlation between -174G>C polymorphism of IL6 gene and angina pectoris in individuals in the region of Grande Vitória-ES (Brazil). Methods: This study was previously approved by Institutional Human Research Ethics Committee (CEP-UFES). A total of 143 patients were recruited, submitted to evaluation of cardiovascular parameters and separated into two groups: without angina (n=71) and angina (n=72) and genotyped for the region -174G> C through PCR-RFLP with the enzyme NlaIII. The genotypes (GG, GC and CC) were observed in 10% polyacrylamide stained with silver. Statistical analysis was performed through Student t test, chi-square, multiple logistic regression and odds ratios (OR), as appropriated. Results: Genotype distribution was consistent with that predicted by Hardy-Weinberg equilibrium in both groups. There were no differences between groups when risk factors for CVD were compared. On the other hand, the genomic study showed that GG genotype was higher in group without angina (58%) when compared with angina group (40%), while the IL6 polymorphism (GC + CC) was observed in greater number in the group with angina (60%) when compared to the group without angina (42%). In the group with angina, the OR of 2.02 for GC+CC genotype (95% CI: 1.041 - 3.945; p= 0.036) compared with GG genotype was achieved. According the OR results, the presence of C allele increases 2 fold the risk of angina onset in these patients. Conclusion: Our results suggest that in our patients population the polymorphism -174G>C of IL6 gene seems to be involved in the appearance of angina. Financial Support: CAPES, CNPq, FACITEC, FAPES-PPSUS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 196 Relação dos polimorfismos funcionais do gene do receptor dos produtos finais de glicação avançada (RAGE) com a patogênese da insuficiência cardíaca Cohen, CR1; La Porta, VL1; Diel, VBN2; Martinelli, NC1; Biolo, A3; Clausell, N3; Rohde, LE3; Santos, KG1,2 Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Centro de Pesquisas em Ciências Médicas, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) 3 Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) [email protected] 1 2 Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, Receptor dos produtos finais de glicação avançada (RAGE), Doença arterial coronariana (DAC), Polimorfismos genéticos, Susceptibilidade. A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica multifatorial, decorrente de várias doenças que comprometem o desempenho cardíaco. O receptor dos produtos finais de glicação avançada (RAGE) é um membro da superfamília das imunoglobulinas e o aumento na sua expressão está relacionado ao desenvolvimento e progressão de várias doenças, como o diabetes mellitus, a doença arterial coronariana (DAC) e a IC. Os polimorfismos -429T>C, -374T>A e uma inserção/deleção de 63pb (I/D), localizados na região promotora do gene do RAGE, parecem afetar a expressão desse gene. Sugere-se que os alelos -429C e -374A estão associados com a redução de risco para a DAC. Assim, o objetivo do presente estudo é avaliar o papel desses polimorfismos genéticos na susceptibilidade e progressão da IC em pacientes ambulatoriais do Estado do Rio Grande do Sul. Para isso, foram estudados 307 pacientes consecutivos com IC (casos) do Ambulatório de Insuficiência Cardíaca e Transplante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com IC por disfunção sistólica e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤45%. Destes pacientes, 215 eram caucasianos e 92 afro-descendentes. Também foram analisados 286 indivíduos caucasianos e 83 afro-descendentes, provenientes do Centro de Hemoterapia do HCPA (controles), sem história pessoal ou familiar de doença cardíaca ou morte súbita. A genotipagem foi realizada utilizando a técnica de PCRRFLP. As freqüências genotípicas dos polimorfismos -429T>C e -374T>A foram semelhantes entre casos e controles em ambos os grupos étnicos (p>0,05 para todas as comparações). Porém, a freqüência do genótipo I/I (63pb I/D) foi diferente entre casos e controles afro-descendentes (97% e 87%, respectivamente; p=0,02) e semelhante nos indivíduos caucasianos (p>0,05). As freqüências dos alelos -374A, -429C e 63bp D foram similares entre casos (caucasianos 0,35, 0,13 e 0,02; afro-descendentes 0,25, 0,11 e 0,03, respectivamente) e controles (caucasianos 0,33, 0,15 e 0,01; afro-descendentes 0,28, 0,11 e 0,07, respectivamente) (p>0,05). No entanto, entre os pacientes caucasianos, observou-se que a FEVE foi menor nos portadores do alelo D (63bp I/D) do que nos homozigotos II (24±7% contra 32±8%, p=0,016). Do mesmo modo, os pacientes caucasianos portadores do alelo -374T apresentaram maiores diâmetros ventriculares sistólico e diastólico quando comparados aos AA (5,6±1,0mm contra 5,0±1,0mm, p=0,026; 6,7±1,0mm contra 6,1±1,0mm, p=0,018, respectivamente). A análise da sobrevida dos pacientes não demonstrou associação entre a mortalidade total e os polimorfismos estudados. Em suma, os polimorfismos -429T>C e -374T>A do gene do RAGE não parecem estar associados com a susceptibilidade à IC. Contudo, nossos dados apontam uma maior freqüência do genótipo I/I 63bp nos pacientes afro-descendentes. Além disso, os polimorfismos 63bp I/D e -374T>A contribuem para a variabilidade da manifestação clínica dos pacientes com IC. Outras análises com um tamanho amostral maior são necessárias para elucidar o papel desses polimorfismos na patofisiologia da IC. Apoio financeiro: CNPq e FIPE-HCPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 197 Análise da frequência alélica de 30 polimorfismos de inserção Alu em amostras de coronariopatas do estado da Bahia Pereira, JF1; Araújo, LJ1; Meira, DO3; Souza, JS3; Souza, Carvalho, KN3 Barbosa, AAL3; Sousa, SMB4; Rios, DLS1, 2 Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – UEFS/ FIOCRUZ, Departamento de Ciências da Vida – Universidade do Estado da Bahia - UNEB, 3 Departamento de Ciências Biológicas - UESB, 4 Departamento de Ciências Biológicas – UESC. [email protected]. 1 2 Palavras-chave: Polimorfismos, Inserção Alu, Ancestralidade, Afro-brasileiros e PCR-multiplex. Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIMs - do inglês Ancestry Informative Markers) são aqueles que apresentam uma diferença nas freqüências alélicas entre duas populações com valor superior a 0,45. Os polimorfismos de inserção Alu escolhidos para este trabalho são altamente informativos e podem ser utilizados para caracterizar a composição genética de diferentes povos, uma vez que possui freqüências diferenciadas para cada etnia. A análise das inserções Alu foi realizada com intuito de verificar as freqüências alélicas dos 30 polimorfismos estudados e quantificar a diversidade genética intrapopulacional em amostras casos-controle de coronariopatas do estado da Bahia. Foram analisados 30 marcadores em 539 pacientes coronariopatas (364 euro-brasileiros e 175 afro-brasileiros) e em 302 controles (164 euro-brasileiros e 138 afro-brasileiros). O DNA genômico foi amplificado utilizando o método de PCR-multiplex e os produtos amplificados foram corados com nitrato de prata. Estes dados foram utilizados para cálculos de freqüências alélicas, Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW), diferenciações gênica e genotípica e diversidade intrapopulacional. As análises estatísticas foram realizadas com o uso dos programas GENEPOP e FSTAT. Os loci Ya5AC1982, Ya5ACA1400, Ya5ACA1441, Ya5ACA1555, Ya5ACA1184, Ya5_541F e Ya5NBC354 foram os que apresentaram maior freqüência alélica para ausência da inserção Alu em todas as amostras analisadas. Dos 30 loci analisados, apenas sete (Ya5ACA733, Yb8NBC157, Ya5NBC150, Ya5ACA1242, Yb8NBC67, Ya5ACA862 e Ya5NBC354) apresentam uma frequência maior que 50% para o componente afro-americano. Porém, do total de loci analisados, 16 diferenciam exclusivamente os afro-americanos dos europeus e asiáticos. Os 30 polimorfismos de seqüência Alu foram escolhidos por apresentarem altos diferenciais de freqüências entre as populações asiáticas, afro-americanas e européias. Seria esperada uma maior distribuição de alelos freqüentes em africanos, considerando-se a história de formação de populações da Bahia. Talvez estes resultados estejam relacionados com os marcadores utilizados, uma vez que a maior parte deles (24) é indicativa de ancestralidade européia e asiática. Foram observados desvios significativos para o equilíbrio de Hardy-Weinberg em todas as amostras analisadas sendo que a maioria pode ser explicada por déficit de heterozigotos. Efeitos de amostragem, mistura étnica recente, amplificação preferencial dos alelos menores por conta da quantidade de DNA utilizado na PCR poderiam também explicar os desvios observados nestas amostras. A diferenciação gênica e genotípica não apresentou valores significativos. A diversidade gênica esperada (HS) variou de 0,415 nos casos afro-brasileiros no locus Ya5_541F a 0,503 em casos afro-brasileiros no locus Ya5ACA866. Uma maior diversidade genética seria esperada entre os afro-brasileiros, pois populações africanas apresentam altos valores de diversidade. Os afro-americanos apresentam altos valores de heterozigose, provavelmente resultante do processo de miscigenação envolvendo estas populações. As inserções Alu analisadas apresentaram um grande diferencial de freqüência entre os grupos étnicos formadores da população brasileira. Apoio Financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 198 Avaliação dos níveis plasmáticos e do polimorfismo 4G5G na região promotora do gene do PAI-1 e níveis de proteina C reativa (PCR) em pacientes com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Sabino, AP1,2; Ribeiro, DD3; Gadelha, T4; Carvalho, MG2; Fernandes, AP2 Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de São João Del Rei. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Mina Gerais. 3 Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Mina Gerais. 4 Departamento de Medicina Interna, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro. [email protected] 1 2 Palavras-chave: PAI-1, Polimorfismo, PCR, Doença arterial, AVC A inserção/deleção 5G4G localizado a 675 pb antes do sítio de inicio da transcrição, na região promotora do gene do inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1 (PAI-1), tem sido associado à doença arterial, no entanto há controvérsias em relação à ocorrência de acidente vascular cerebral. Neste estudo foi investigado a freqüência deste polimorfismo e sua associação com os níveis plasmáticos de PAI-1, bem como os níveis de proteina C reativa (PCR), como marcador de processo inflamatório, em pacientes jovens que tiveram acidente vascular cerebral isquêmico (AVCisq). Os níveis plasmáticos de PAI-1 e PCR e a frequência do polimorfismo 4G5G foram analizados em um grupo de 127 pacientes com AVCisq e em 201 indivíduos sem história de trombose venosa ou arterial que constituiram o grupo controle. Níveis plasmáticos significativamente elevados foram observados para PCR(p<0.001) e PAI-1 (p< 0.001) entre os pacientes, quando comparados com o grupo controle. Entretanto, após ajustes para as variáveis sexo, idade, tabagismo e hipertensão, em um modelo de regressão logística múltipla, somente os níveis plasmáticos de PAI-1 foram independemente associados ao risco de ACVisq (OR 3.40; 95% CI 1.49 – 7.74; p = 0.001). A frequência do genótipo 4G4G foi maior entre os indivíduos do grupo controle, quando comparado aos pacientes (OR 0.41; 95% CI 0.24 – 0.68; p < 0.001), no entanto nenhuma correlação foi observada entre a presença do polimorfismo e os níveis plasmáticos de PAI-1. Os dados obtidos neste estudo sugerem que, embora os níveis plasmáticos de PAI-1 estejam associados ao desenvolvimento de AVCisq em pacientes jovens, eles não são influenciados pelo polimorfismo 4G5G. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 199 Haplótipos do Gene VKORC1 como Fatores de Risco para o Desenvolvimento de Trombose Venosa Gorziza, RP¹; Botton, MR¹; Bandinelli, E¹ ¹Laboratório de Hemostasia, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] Palavras-chave: VKORC1, Trombose, 1173C>T, -1639G>A, haplótipo A trombose venosa (TV) é uma patologia multifatorial, decorrente de fatores genéticos e adquiridos. Alterações da hemostasia, que provocam hipercoagulação, são fatores de risco para TV. A subunidade 1 do complexo da vitamina K epóxido redutase (VKORC1) tem um importante papel na regulação da hemostasia. O VKORC1 é responsável pela conversão da vitamina K epóxido à vitamina K reduzida, sua forma ativa. A vitamina K reduzida atua como cofator para a gama-glutamil-carboxilase, enzima que realiza a carboxilação de fatores de coagulação ( fatores II, VII, IX e X) e dos inibidores fisiológicos da coagulação (proteínas C e S). O polimorfismo -1639G>A, localizado no promotor do gene VKORC1, diminui a transcrição do gene, reduzindo a produção de vitamina K ativa e, conseqüentemente, a carboxilação das proteínas da coagulação. O polimorfismo 1173C>T localiza-se no íntron 1 do gene VKORC1 e encontra-se em desequilíbrio de ligação com o polimorfismo -1639G>A. Alguns estudos têm relatado que essas variantes podem estar relacionadas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a TV, a doença arterial coronariana e o acidente vascular cerebral. O objetivo deste trabalho é verificar se os polimorfismos -1639G>A e 1173C>T estão associados à TV. Foram estudados 213 pacientes eurodescendentes com TV, pareados por sexo e idade com um grupo controle. Os polimorfismos foram identificados pela técnica de PCR/RFLP, utilizando-se as enzimas de restrição MspI ou StyI. Para verificar a associação entre casos e controles foi feito o teste de c2. O software MLocus foi utilizado para estimar os haplótipos. A distribuição genotípica está em equilíbrio de HardyWeinberg, em ambos grupos, para os dois polimorfismos. As freqüências do alelo -1639A em pacientes e controles foram 39,4% e 40,1%, respectivamente (p= 0.91). Para o alelo 1173T, as freqüências encontradas foram 40,4% e 41,1%, para pacientes e controles, respectivamente (p= 0.91). Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre essas freqüências, para ambos polimorfismos. O valor de D’ encontrado foi de 0.889 (p< 0.001), indicando que os polimorfismos -1639A>G e 1173C>T estão em forte desequilíbrio de ligação. Foram encontrados quatro haplótipos, sendo que dois deles (GC e AT) corresponderam a 96% dos cromossomos nos pacientes e a 94% nos controles. Quanto aos diplótipos, as combinações mais freqüentes encontradas foram os conjuntos GC/GC, GC/ AT e AT/AT. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre casos e controles, tanto para os haplótipos (p= 0.75) quanto para os diplótipos (p= 0.37). Assim, esses dados indicam que não há associação entre os polimorfismos -1639A>G e 1173C>T e a TV na nossa população. Os resultados discordam de um estudo previamente publicado, o qual encontrou associação entre o polimorfismo 1173C>T e a TV. Entretanto, nossos resultados corroboram com outros trabalhos, os quais relatam a ausência de associação destes polimorfismos com a doença. Apoio Financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 200 Pesquisa de variantes do gene CDKN1C em pacientes portadoras de síndromes hipertensivas gestacionais Soares, MR1; Araujo, FM1; Kaneto, CM2; Galerani, MAV2; Ferreira, CA3; Marques, AA3; Quiapim, AC4; Goldman, MH4; Duarte, G1; da Silva Junior, WA2; Ramos, ES1,2 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. 3 Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. 4 Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP [email protected] 1 2 Palavras-chave: síndromes hipertensivas gestacionais, gene CDKN1C, polimorfismo, epigenética, seqüenciamento automático As síndromes hipertensivas gestacionais (SHG) [hipertensão arterial crônica (HAC), hipertensão arterial gestacional (HAG), pré-eclâmpsia/eclâmpsia (PE/E) e PE/E sobreposta à HAC] estão entre as maiores causas mundiais de morte materna e fetal. A etiologia das SHG permanece desconhecida, mas há crescentes evidências da influência da predisposição genética e epigenética no desenvolvimento dessas síndromes. Vários estudos que dizem respeito a genes candidatos têm sido realizados; todos na tentativa de associar dados epidemiológicos ao modelo de transmissão. O gene CDKN1C (cyclin-dependent kinase inhibitor 1C), também denominado P57Kip2, sofre marcação (imprinting) genômica e está mapeado no cromossomo 11p15.5 em humanos. Nesta região encontram-se também os genes IGF2 (insulin-like growth factor-2), H19, KvLQT1 e LIT1. O CDKN1C possui um importante papel na inibição da proliferação do trofoblasto. Estudos em camundongos mostraram que alterações da PE talvez sejam induzidas por proliferação do trofoblasto resultante da perda de expressão deste gene. O presente trabalho verificou a associação de SHG com variantes do gene CDKN1C. Foram selecionadas 357 mulheres grávidas, sendo 168 pertencentes ao grupo controle, 66 portadoras de HAG, 43 portadoras de HAC, 75 com PE e 4 com eclâmpsia. Também foram analisados 302 indivíduos (204 do sexo feminino e 98 do sexo masculino) saudáveis com idades entre 18 e 35 anos da população geral como um segundo grupo controle. Após extração do DNA de sangue periférico, foram utilizadas técnicas de Biologia Molecular [Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), Polimorfismo Conformacional de Fita Simples (SSCP) e seqüenciamento automático] para o estudo do genótipo das pacientes e controles. Foram encontradas quatro novas variantes no exon 2 do gene CDKN1C humano (uma no grupo controle de mulheres grávidas, uma em uma mulher do grupo controle da população geral e duas em portadoras de HAC), e todas as mutações causaram mudanças na seqüência de aminoácidos. Embora o presente estudo não tenha envidenciado associação de variantes do gene CDKN1C diretamente com as SHG, mostra que esse gene pode estar envolvido no desenvolvimento de HAC (4,65% dos casos) e, portanto, deveria ser avaliado em casos de hipertensão arterial não relacionada à gravidez. Apoio financeiro: FAPESP (2007/01911-6), CNPq, CAPES e FAEPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 201 O polimorfismo Fok1 do gene vdr como fator de risco para endometriose Lerner, TG; Mafra, FA; Brandes, A; Christofolini, DM; Bianco, B; Barbosa, CP Disciplina de Ginecologia Patológica e Reprodução Humana – Departamento de Ginecologia e Obstetrícia – Faculdade de Medicina do ABC, Santo André/SP [email protected] Palavras-chave: Endometriose, Vitamina D, gene VDR, polimorfismo. Introdução: Estudos recentes têm relacionado a vitamina D com a regulação do sistema imunológico. Polimorfismos no gene VDR, do receptor de vitamina D, corroboram com as teorias imunológicas que explicam o desenvolvimento da endometriose, uma vez que alterações no sistema imune poderiam alterar a capacidade de eliminar o endométrio da cavidade pélvica. Poucos estudos foram realizados associando a endometriose e o sistema da vitamina D e, até o momento, não há estudos na literatura relacionando os polimorfismos do gene VDR com a doença. Objetivo: Avaliar a freqüência do polimorfismo Fok1 (T2C) do gene VDR em mulheres inférteis com endometriose, mulheres inférteis sem endometriose e no grupo controle. Métodos: Foram estudadas 220 mulheres inférteis com endometriose, 63 mulheres com infertilidade idiopática e um grupo controle composto por 147 mulheres férteis. O polimorfismo Fok1 do gene VDR foi identificado por reação em cadeia de polimerase (PCR) seguida de digestão com endonuclease de restrição, eletroforese em gel de agarose e visualização em luz UV. O teste qui-quadrado foi utilizado para comparar as freqüências alélicas e genotípicas entre os grupos e para calcular o equilíbrio de Hardy-Weinberg. O nível de significância considerado foi 0,05 (p>0,05). Resultados: Os genótipos TT, TC e CC do polimorfismo FokI apresentaram, respectivamente, freqüência de 42,2%, 46,4% e 11,4% nas mulheres inférteis com endometriose (p=0,142), 39,7%, 55,5% e 4,8% (p=0,574) nas mulheres com infertilidade idiopática, enquanto que no grupo controle, 46,9% apresentaram genótipo normal (TT), 47,6% heterozigoto (TC) e 5,5% mutado (CC). Em relação aos alelos, o alelo T estava presente em 65,5% das mulheres inférteis com endometriose, 67,5% das mulheres com infertilidade idiopática e em 70,7% das mulheres do grupo controle, enquanto que o alelo 5G estava presente em 34,5% das mulheres inférteis com endometriose (p= 0,155, OR=1,28, 95% IC=0,93-1,76), 32,5% das mulheres com infertilidade idiopática (p=0,578, OR=1,17, 95% IC=0,74-1,83) e 29,3% do grupo controle. Tanto o grupo de endometriose, como o grupo de infertilidade idiopática e o grupo controle estavam equilíbrio de Hardy-Weinberg. Conclusão: Os resultados sugerem que o polimorfismo Fok1 do gene VDR não está relacionado com predisposição à endometriose ou a infertilidade na população estudada. Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP No. 2010/00459-5 e No. 2010/01104-6) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 202 Análise do polimorfismo MspI do gene CYP1A1m1 (citocromo P450) e sua possível associação com a infertilidade em portadoras de endometriose Souza, SR1,2; Silva RCPC1,2,3; Costa, IR1,2; Barbosa, AM1,2; Frare, AB1,2 ; Bordin, BM1,5; Júnior, CLR1; Moura, KKVO1,4,5 Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Núcleo de Pesquisas Replicon Mestrado em Genética - UCG 3 Laboratório de Reprodução Humana – Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Goiás 4 Departamento de Biomedicina – UCG 5 Profª. Dra.-UCG [email protected] 1 2 Palavras-chave: endometriose, citocromo P450 (CYP450), polimorfismo MspI e infertilidade. A endometriose é uma enfermidade que afeta a população feminina na idade reprodutiva. Esta patologia é caracterizada pela presença de tecidos de estruturas semelhante a do endométrio fora do útero e á ação de hormônios. Presume-se que no genoma humano tenham em torno de 60 a 100 genes codificadores de enzimas P450, e em grande número deles estejam envolvidos na codificação de enzimas que metabolizam compostos exógenos. Sucessivamente tem sido associada de alguma forma a infertilidade com a endometriose, tornando-se comum em mulheres com esta doença. Objetivo: Analisar a freqüência alélica o polimorfismo do gene CYP1A1m1 e relacionar com endometriose e suas manifestações clínicas. Métodos: Foram analisadas 52 amostras de portadoras de endometriose com idade entre 25 e 35 anos, e 30 amostras sem endometriose com idade entre 25 e 57 anos, utilizando a análise molecular através da técnica da PCR (polymerase chain reaction). Resultados: As freqüências genotípicas do gene CYP1A1m1 nas pacientes com endometriose (n = 52) para o genótipo homozigoto selvagem W1/W1 foi de 67,30% (35/52), 28,85 % (15/52) do genótipo W1/m1 e 3,85% (2/52) do genótipo m1/m1. As freqüências genotípicas do gene CYP1A1m1 nas pacientes do grupo controle para o genótipo W1/W1 foi de 100% (30/30), para o grupo controle com genótipo heterozigoto W1/m1 e para o genótipo com homozigoto m1/m1 foi de 0,0% (0/30).67,30% (35/52). Conclusão: Parece haver uma relação entre o polimorfismo estudado e a endometriose. Apoio Financeiro: FAPEGO E PUC-GOIÁS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 203 Caldesmon aumentado em lesões endometrióticas Meola, J1; Hidalgo, GS1; Rosa e Silva, JC1; Paz, CCP2; Ferriani, RA1 Laboratório de Biologia da Reprodução - Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP [email protected] 1 2 Palavras-chave: CALD1, endometriose, expressão gênica, PCR em tempo real, tecido ectópico. Background: A endometriose é uma doença ginecológica benigna, estrógeno dependente, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina (ectópico). Acomete 10% da população feminina e sua sintomatologia é variada. Possui etiologia complexa e multifatorial. Estudo da expressão de genes envolvidos em vias que possam levar ao desenvolvimento e manutenção do tecido ectópico pode esclarecer eventos envolvidos com a doença. Várias funções, direta ou indiretamente, vêem sendo associadas ao gene CALD1 (caldesmon), como: inibição da contratilidade celular e adesão dependente de sinalização; estabilização das fibras de stress afetando a morfologia, crescimento e motilidade celular; há controvérsias quanto sua regulação na formação de podossomos, estruturas altamente dinâmicas que são encontradas em células móveis e invasivas, e na invasão celular; e regulação da migração celular. Objetivo: Avaliar a expressão do gene CALD1 indicado como desregulado previamente por nosso grupo em lesões endometrióticas (Meola et al., 2010). Casuística: As pacientes foram divididas em dois grupos. Grupo I: composto por 40 pacientes com endometriose, das quais foram feitas 40 biopsias pareadas de endométrio eutópico (20 fase proliferativa e 20 fase secretora) e 40 de tecido ectópico (20 lesões peritoneais e 20 endometriomas ovariano). Grupo II: composto por 15 mulheres saudáveis, das quais se coletou duas biopsias de endométrio pareadas de acordo com a fase do ciclo menstrual, sendo 15 biópsias na fase proliferativa e 15 na fase secretora do ciclo menstrual. Métodos: A expressão foi analisada por PCR em tempo real. O nível de expressão do gene foi calculado para cada amostra de acordo com o método de 2-ΔΔCT. Análise Estatística: A variável expressão gênica foi transformada pelo log10. Utilizamos o teste de t pareado e t não pareado para comparar a expressão do CALD1 entre os tecidos. Foram feitas análises de t não pareado para comparar os níveis de expressão gênica obtidos nos tecidos ectópicos com o estadiamento das lesões, estadios iniciais (I + II) e avançados (III + IV). Foi feita correlação de coeficiente de Pearson para comparar as expressões entre os genes. Foram considerados significantes P < 0,05. Resultados: Diferenças significativas de expressão para o gene foi encontrada quando comparamos: 1) o grupo controle com o endométrio eutópico de pacientes com endometriose na fase secretora do ciclo menstrual (P=0.0232); 2) endométrio eutópico com o ectópico peritoneal de mulheres com endometriose nas fases proliferativa (P=0.0109) e secretora do ciclo (P=0.0034); 3) as lesões ovarianas com o tecido eutópico nas fases proliferativa (P=0.0046) e secretora (P=0.0024). Conclusão: a desregulação do CALD1 nas lesões endometrióticas pode ser responsável pela perda da homeostase celular nas células ectópicas, contribuindo para seu desenvolvimento, estabelecimento e manutenção. Apoio: FAPESP e FAEPA. Referência Meola J et al. (2010) Differentially expressed genes in eutopic and ectopic endometrium of women with endometriosis. Fertil Steril, 93: 1750-73. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 204 Estudo da via de sinalização de p53 em mulheres com infertilidade e endometriose: papel dos polimorfismos nos genes TP53, MDM2 e LIF Paskulin, DD1,2; Koehler-Santos, P1,3; Cunha-Filho, JS4; Achatz, MI5; Hainaut, P6; Ashton-Prolla, P1,2,3,7 Laboratório de Medicina Genômica, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 4 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre 5 Departamento de Oncogenética do Hospital AC Camargo 6 Molecular Carcinogenesis Group, International Agency for Research on Cancer; 7Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre [email protected] 1 2 Palavras-chave: Infertilidade, Endometriose, TP53, MDM2, LIF Conhecido como “o guardião do genoma”, o gene supressor tumoral TP53 atua regulando genes que controlam a progressão do ciclo celular, angiogênese e apoptose. TP53 codifica uma proteína nuclear fosforilada de 53kD, com propriedades de ligação ao DNA, que responde a uma grande variedade de estresses como danos ao DNA por radiação ionizante e luz UV, situações de hipóxia, privação nutricional e perda telomérica, e pela ativação de oncogenes como Ras e Fas. Estudos demonstraram que alelos dos genes TP53 e de seu regulador negativo MDM2 estão sofrendo processo de seleção positiva, sugerindo que a atuação de gene supressor tumoral não seja a função original do gene TP53. Uma ação anteriormente desconhecida de p53 foi recentemente descoberta: a proteína possui importante papel no processo gestacional através da regulação do fator inibidor de leucemia (LIF). LIF é a citocina mais importante no processo de implantação e o aumento de sua expressão coincide com o momento da implantação do blastocisto. Sendo a falha da implantação a causa mais frequente de perda gestacional após transferência embrionária e fertilização in vitro (FIV), nossa hipótese é que mulheres inférteis, com ou sem endometriose, apresentem frequências alélicas e genotípicas de polimorfismos nos genes TP53, MDM2 e LIF distintas de mulheres férteis. Nosso objetivo é verificar a frequência de polimorfismos nos genes TP53 (rs1642785, rs17878362 e rs1042522), MDM2 (rs2279744) e LIF (rs929271) em diferentes grupos de mulheres com e sem infertilidade (Grupo 1- mulheres normais férteis; Grupo 2 - mulheres inférteis submetidas à FIV; e Grupo 3: mulheres inférteis com endometriose). Para determinação dos genótipos e dos haplótipos definidos pelos 3 polimorfismos do gene TP53, será utilizada a técnica de Amplification Refractory Mutation Syste e a técnica TaqMan SNP Genotyping Assay será utilizada para identificação dos SNPs rs2279744 e rs929271. Os resultados preliminares da análise dos polimorfismos do gene TP53 demonstram que a frequência dos alelos PIN3-A1 e PEX4-72Pro é significativamente maior nas mulheres inférteis com endometriose (n=81) em comparação com mulheres normais férteis (n=79) (χ2=33.809; P<0.001 e χ2=7.206; P<0.027, respectivamente), o que explicaria a recorrente falha da implantação devido a menor atividade da citocina LIF. O tamanho amostral será incrementado até n=130 em cada grupo e as análises serão complementadas com genotipagem de MDM2 e LIF. A caracterização de polimorfismos da via de sinalização de TP53, que tem um importante papel no processo de implantação do embrião, poderá ser de grande auxílio no entendimento da etiopatogenia da endometriose e da infertilidade associada a anormalidades neste período gestacional, com consequente impacto na decisão sobre estratégias de tratamento para estas condições. Fomento: CNPq, FIPE-HCPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 205 O polimorfismo 4G/5G do gene PAI-1 em mulheres com endometriose Brandes, A; Teles, JS; Lerner, TG; Christofolini, DM; Bianco, B; Barbosa, CP Disciplina de Ginecologia Patológica e Reprodução Humana – Departamento de Ginecologia e Obstetrícia – Faculdade de Medicina do ABC [email protected] Palavras-chave: Endometriose, infertilidade, gene PAI-1, polimorfismo. Introdução: Há evidências de que a alteração da atividade fibrinolítica no endométrio eutópico das mulheres com endometriose resultaria em fragmentos do endométrio com um elevado potencial de adesão ao peritônio, degradação dos componentes da matriz extracelular e migração celular do tecido circundante. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a freqüência do polimorfismo 4G/5G do gene PAI-1 em um grupo de mulheres com ou sem endometriose e controles. Pacientes e Métodos: Foram triadas 219 mulheres inférteis com endometriose, 63 mulheres com infertilidade idiopática e 148 mulheres férteis sem história de endometriose que compuseram o grupo controle. O polimorfismo 4G/5G do gene PA-1 foi estudado por PCR-RFLP (Restriction fragment lengh polymorphism). O teste qui-quadrado foi utilizado para comparar as freqüências alélicas e genotípicas entre os grupos. O nível de significância considerado foi 0,05 (p>0,05). Resultados: Os genótipos 4G/4G, 4G/5G e 5G/5G do polimorfismo 4G/5G do gene PAI-1 apresentaram freqüência de 42,5%, 36,1% e 21,4% nas mulheres inférteis com endometriose (p=0,001), 79,4%, 12,7% e 7,9% nas mulheres com infertilidade idiopática (p=0,029) e 60,8%, 20,3% e 18,9% no grupo controle. Em relação aos alelos, o alelo 4G estava presente em 60,5% das portadoras de endometriose, 85,7% das mulheres com infertilidade idiopática e em 70,9% das mulheres do grupo controle, enquanto que o alelo 5G estava presente em 39,5% das portadoras de endometriose (p= 0,004, OR=1,59, 95% IC=1,16–2,19), 14,3% das mulheres com infertilidade idiopática (p=0,002, OR=0,41, 95% IC=0,23–0,71) e 29,1% do grupo controle. Conclusão: Os dados mostraram que o polimorfismo 4G/5G na região promotora do gene PAI-1 está associado com um risco aumentado de desenvolvimento de endometriose e infertilidade em mulheres Brasileiras. Agradecimentos: CNPq/PIBIC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 206 Análise do polimorfismo PROGINS em mulheres com endometriose Barbosa, AM1; Costa IR1; Frare, AB1; Souza, SR1; Bordin, BM1; Silva, CTX1; Silva, RCPC1; Júnior, CLR1; Moura, KKVO2 Núcleo de Pesquisas Replicon – PUC Goiás – Goiânia – Go – Brasil Professora Doutora da PUC Goiás – Goiânia – Go – Brasil [email protected], [email protected] 1 2 Palavras-chave: endometriose, receptor de progesterona, polimorfismo, PROGINS, PCR. A endometriose é definida como aparecimento de focos de tecido endometrial com características glandulares e/ou estromais idênticos aos da cavidade uterina em outras localizações, que não o endométrio, apresentando um forte componente genético. Incide principalmente em mulheres em idade reprodutiva, podendo estar relacionada com infertilidade em 30% a 40% dos casos. É uma patologia de diagnóstico histológico, devendo o mesmo, confirmar as suspeitas clínicas e os achados macroscópicos encontrados em cirurgias. Pode afetar vários órgãos, sendo por isso mesmo denominada atualmente de multi-sistêmica. A expressão exagerada de receptores de estrogênio e defeitos no receptor de progesterona são consequências da anormalidade do efeito progestacional sobre o endométrio tópico e ectópico. Alterações da sua função podem, portanto, facilitar o aparecimento da moléstia porque, no sentido amplo, deixa de antagonizar os efeitos proliferativos dos estrogênios. Recentemente, vários polimorfismos do receptor de progesterona têm sido descritos. Dentre eles destaca-se o polimorfismo PROGINS que consiste em uma inserção Alu de 306 pb no íntron G entre o exon 7 e 8 do gene do receptor de progesterona humano. Este estudo tem como objetivo verificar a possível correlação entre a endometriose e o Polimorfismo do Gene do Receptor de Progesterona (PROGINS). O grupo endometriose foi composto por 54 pacientes de um centro de referência em videolaparoscopia e infertilidade de Goiânia (FÉRTILE). O grupo controle incluiu 45 mulheres sem diagnóstico de endometriose por anamnese. Os genótipos para o polimorfismo PROGINS (A1/A1, A1/A2 e A2/ A2) foram determinados por PCR. A frequência dos genótipos polimórficos (A1/A2 e A2/A2) é duas vezes maior nas pacientes com endometriose (33,3%) do que no grupo controle (15,5%). Houve significância estatística que indicasse a associação entre o polimorfismo PROGINS e a patologia endometriose (P = 0,0351). 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 207 Estudo dos polimorfismos TaqI E ApaI do gene VDR como fatores de risco para a endometriose e infertilidade Mafra, FA; Teles, JS; Christofolini, DM; Bianco, B; Barbosa, CP Disciplina de Ginecologia Patológica e Reprodução Humana – Departamento de Ginecologia e Obstetrícia – Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) [email protected] Palavras-chave: Endometriose, Auto-imunidade, Vitamina D, polimorfismos, infertilidade feminina. INTRODUÇÃO: A endometriose tem sido considerada por alguns autores como uma doença auto-imune devido a freqüente associação com a presença de auto-anticorpos e doenças auto-imunes associadas. Polimorfismos no gene do receptor da vitamina D (VDR) têm sido associados com a susceptibilidade a diferentes doenças autoimunes e infecções. OBJETIVOS: Avaliar a freqüência dos polimorfismos TaqI e ApaI do gene VDR em mulheres inférteis com endometriose, mulheres inférteis sem endometriose e no grupo controle. MÉTODOS: Foram estudadas 257 pacientes inférteis com endometriose, 49 pacientes com infertilidade idiopática e 176 pacientes férteis sem endometriose e/ou doença auto-imune provenientes como controles. Os polimorfismos TaqI (T1056C) e ApaI (G1025-49T ) do gene VDR foram identificados por análise de polimorfismos de fragmentos de restrição. O teste qui-quadrado foi utilizado para comparar as freqüências alélicas e genotípicas entre os grupos. O nível de significância considerado foi p>0,05. RESULTADOS: Os genótipos TT, TC e CC do polimorfismo TaqI apresentaram, respectivamente, freqüência de 40,1%, 49,0% e 10,9% nas mulheres inférteis com endometriose (p=0,691), 40,8%, 46,9% e 12,2% (p=0,698) nas mulheres com infertilidade idiopática, enquanto que no grupo controle, 38,1% apresentaram genótipo normal (TT), 52,8% heterozigoto (TC) e 9,1% mutado (CC). Os alelos T e C estavam presentes em 64,6% e 35,4% das mulheres inférteis com endometriose (p=1,0, OR=1,0, 95% IC=0,75-1,32), 64,3% e 35,7% das mulheres com infertilidade idiopática (p= 0,920, OR=1,01, 95% IC=0,63-1,61) e em 64,5% e 35,5% das mulheres do grupo controle. Considerando o polimorfismo ApaI, os genótipos GG, GT e TT apresentaram, respectivamente, freqüência de 37,0%, 52,9% e 10,1% nas mulheres inférteis com endometriose (p=0,729), 28,6%, 52,3% e 12,5% (p=0,680) nas mulheres com infertilidade idiopática, enquanto que no grupo controle, 35,2% apresentaram genótipo normal (GG), 52,3% heterozigoto (GT) e 12,5% mutado (TT). Os alelos G e T estavam presentes em 63,4% e 36,6% das mulheres inférteis com endometriose (p=0,584, OR=0,92, 95% IC=0,69-1,21), 57,1% e 42,9% das mulheres com infertilidade idiopática (p= 0,522, OR=1,19, 95% IC=0,76-1,88) e em 61,4% e 38,6% das mulheres do grupo controle. CONCLUSÃO: Esse é o primeiro estudo que faz associação entre os polimorfismos do gene VDR e a endometriose. Os resultados não mostraram associação entre os polimorfismos do gene VDR com a endometriose e a infertilidade. Apoio Financeiro: FAPESP (2010/00459-5) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 208 Estudo dos polimorfismos C677T e A1298C do gene MTHFR e A66G do gene MTRR relacionados ao metabolismo do folato na infertilidade masculina idiopática Teles, JS1; de Paiva, CP1; Gava, MM1,2; Christofolini, DM1; Bianco, B1; Barbosa, CP1 Disciplina de Ginecologia Patológica e Reprodução Humana – Departamento de Ginecologia Disciplina de Urologia – Departamento de Cirurgia Faculdade de Medicina do ABC – FMABC [email protected] 1 2 Palavras-chave: infertilidade masculina, polimorfismo, MTHFR, MTRR. INTRODUÇÃO: Aproximadamente 30% das causas de infertilidade estão relacionadas a fatores masculinos e dessas, cerca de 15% são genéticas e incluem aberrações cromossômicas e mutações gênicas. O metabolismo do folato é crucial para a reprodução humana e alterações do seu status podem afetar a espermatogênese. As vias desse metabolismo podem ser modificadas por polimorfismos em genes relevantes como: MTHFR (metilenotratraidrofolato redutase) e MTRR (metionina sintetase redutase). Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a freqüência dos polimorfismos dos genes MTHFR (C677T e A1298C) e MTRR (A66G) em homens com infertilidade idiopática e controles. MÉTODOS: Foram estudados 83 homens com infertilidade idiopática sendo 54 com oligozoospermia grave e 29 com azoospermia não-obstrutiva (NOA) provenientes do Ambulatório de Andrologia do Serviço de Reprodução Humana da FMABC e um grupo controle composto por 208 homens férteis do Ambulatório de Planejamento Familiar da FMABC. Os polimorfismos A1298C e C677T do gene MTHFR e A66G do gene MTRR foram identificados por qPCR. Os resultados foram analisados estatisticamente através do teste qui-quadrado e o nível de significância considerado foi 0,05. Os homens com anormalidades cromossômicas e microdeleções do cromossomo Y foram excluídos do estudo. RESULTADOS: As freqüências dos genótipos MTHFR 677CC, 677CT e 677TT no grupo NOA foram 55.2%, 37.9% e 6,9% (p=0.0007); 40,7%, 44,4% e 14,8% (p=<0,0001) em relação aos oligozoospérmicos graves e 83,2%, 11,5% e 5,3% no grupo controle. Os alelos C e T estavam presentes em 74,1% e 25,9% dos homens com NOA (p=0,0032, OR=2,81, 95% IC=1,45-5,44), em 63,0% e 37,0% dos homens com oligozoospermia grave (p=<0,0001, OR=4,73, 95% IC=2,88-7,77) e em 88,9% e 11,1% do grupo controle. Quanto ao polimorfismo A1298C, as freqüências dos genótipos 1298AA, 1298AC e 1298CC no grupo NOA foram de 24,1%, 58,6% e 17,2% (p=o,0026); 14,8%, 46,3% e 38,9% (p=<0,0001) entre os grupo oligozoospérmicos graves e 5,8%, 77,4% e 16,8% no grupo controle. Os alelos A e C estavam presentes em 53,5% e 46,5% dos homens com NOA (p=0,2524, OR=0,70, 95% IC=0,40-1,21), em 38,0% e 62,0% dos homens com oligozoospermia grave (p=0.2674, OR=1,31, 95% IC=0,852,02) e em 44,5% e 55,5% do grupo controle. Já os genótipos MTRR 66AA, 66AG e 66GG apresentaram freqüências de 17,2%, 48,3% e 34,5% (p=0,5827) no grupo NOA; 11,1%, 53,7% e 35,2% (p=0,0593) entre os oligozoospérmicos graves e 25,0%, 39,9% e 35,1% no grupo controle. Os alelos A e G estavam presente em 41,4% e 58,6% do grupo NOA (p=0,6101, OR=1,16, 95% IC=0,66-2,02), 38,0% e 62,0% dos homens com oligozoospermia grave (p=0,1923, OR=1,33, 95% IC=0,86-2,06) e 44,9% e 55,1% do grupo controle. CONCLUSÂO: Os resultados sugerem que os polimorfismos C677T e A1298C do gene MTHFR são importantes fatores genéticos envolvidos na predisposição à infertilidade masculina idiopática. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 209 Análise do polimorfismo de presença/ausência dos genes GSTM1 e GSTT1 na patologia endometriose Frare, AB1; Souza, SR1; Barbosa, AM1, Silva, CTX1; Costa, IR1; Silva, RCPC1; Bordin, BM1, Júnior, CLR1; Moura, KKVO1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – PUC Goiás – Goiânia – Go – Brasil Professora Doutora da PUC Goiás – Goiânia – Go – Brasil [email protected], [email protected] 1 2 Palavras-chave: endométrio, infertilidade, glutationa S-transferase, GSTM1 e GSTT1 Endometriose é a presença funcional das glândulas estromais do endométrio em locais fora da cavidade uterina. Sua etiologia é desconhecida, embora uma origem multifatorial, resultante da contribuição de fatores imunológicos, genéticos e ambientais, é considerada a mais plausível. A teoria mais aceita para a patogênese da endometriose é a de Sampson (1927), conhecida como mestruação retrógrada. Como os mecanismos celulares e moleculares envolvidos na endometriose ainda estão sendo descobertas, a classificação desta patologia evoluiu de transtorno local para complexo, doença crônica sistêmica. A prevalência da endometriose em mulheres assintomáticas é de 2-50% dependendo do critério de diagnóstico utilizado e da população estudada, já nas mulheres com dismenorréia é de 40-60%. Em mulheres com subfertilidade a prevalência é de 20-30%. A endometriose é a causa mais comum de dor pélvica e ocorre em 13-33% das mulheres com infertilidade e sua prevalência e gravidade são relatadas a aumentar nos países em desenvolvimento. Encontrar variantes genéticas que contribuem para doenças complexas, como a endometriose, diabetes ou doenças cardíacas é muito mais difícil porque a contribuição de genes individuais é pequeno, muitos genes contribuem para o risco de um indivíduo de desenvolver a doença e o risco da doença é muitas vezes modificado pelo ambiente. Nos últimos anos, tem sido procurado exaustivamente o papel dos polimorfismos da glutationa S- transferase (GST) como fator de risco para a endometriose. GST são enzimas chave da fase II, que catalisam a conjugação de glutationa a inúmeros compostos potencialmente genotóxicos. Apesar de não ser totalmente coerente, vários estudos sugerem que há uma correlação entre a endometriose e o genótipo GSTM1 ou GSTT1. O objetivo deste estudo é analisar o polimorfismo de presença/ausência dos genes GSTM1 e GSTT1 em um grupo de mulheres com endometriose e outro sem apresentar a patologia. Através de amplificação por PCR, foram analisados os genes GSTM1 e GSTT1, em amostras de DNA de 50 pacientes, com idade entre 27 e 37 anos, todas portadoras de endometriose, e 47 amostras de DNA de pacientes em que não foi diagnosticado endometriose. As amostras foram submetidas a extração de DNA utilizando Wizard® Genomic DNA Purification Kit. O produto da amplificação foi visualizado após eletroforese em gel de agarose 2% e corado com brometo de etídio. Para a análise estatística foi utilizado o teste do x2. Das pacientes portadoras de endometriose, 16% apresentaram ausência para os genes GSTM1 e GSTT1, nas pacientes não portadoras 49% apresentaram ausência dos dois genes. O resultado do teste do x2, foi significativo (p=0,0049), indicando a influência do polimorfismo dos genes GSTM1 e GSTT1 na endometriose. Apoio Financeiro: FAPEGO E PUC-GOIÁS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 210 Relação entre o polimorfismo -402G/A no gene do Fator VII e a ocorrência de pré-eclâmpsia Coelho, FF1; Godoi, LC1; Alpoim, PN1; Carvalho, MG1; Fernandes, ASM1; Dusse, LMS1; Gomes, KB1,2 Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia - Universidade Federal de Minas Gerais Colégio Técnico - Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: Pré-eclâmpsia, fator VII, -402 G/A, PEc, FVII. Introdução: A pré-eclâmpsia (PEc) é uma doença caracterizada pelo aparecimento em grávida normotensa, após a vigésima semana de gestação, da tríade sintomática: hipertensão, proteinúria e edema. A PEc constitui a principal causa de morte materna em diversos países do mundo e contribui significativamente para a prematuridade e aumento da mortalidade neonatal. O estado de hipercoagulabilidade fisiológico na gravidez normal torna-se ainda mais exacerbado na PEc. O fator VII da coagulação (FVII) constitui o principal iniciador do processo de coagulação, sendo ativado quando ocorre lesão tecidual e liberação de fator tissular (FT). Estudos sugerem que o polimorfismo -402G/A, presente na região promotora do gene do FVII, esteja relacionado ao aumento plasmático desse fator favorecendo, dessa forma, a hipercoagulabilidade. Objetivos: Elucidar a relação entre a presença do polimorfismo -402G/A no gene do FVII e a ocorrência de PEc em gestantes. Métodos: Foram avaliados 3 grupos de mulheres da Maternidade Odete Valadares, Belo Horizonte-MG; Grupo I: gestantes com PEc grave (n=79); Grupo II: gestantes normotensas (n=56); Grupo 3: mulheres não gestantes (n=61). A pesquisa do polimorfismo -402G/A foi feita através da técnica de PCR-RFLP. Resultados: No grupo I foram encontradas 16 gestantes com o polimorfismo em heterozigose e uma em homozigose. A frequência genotípica foi 0,784 G/G, 0,203 G/A e 0,013 A/A. A frequência gênica foi 0,114 para o alelo A e 0,886 para o alelo G. No grupo II foram observadas 17 mulheres com o polimorfismo em heterozigose e 4 em homozigose. A frequência genotípica foi 0,625 G/G, 0,304 G/A e 0,071 A/A. A frequência gênica foi 0,223 para o alelo A e 0,777 para o alelo G. Já no grupo III, 17 gestantes apresentavam o polimorfismo em heterozigose e uma em homozigose. A frequência genotípica foi 0,705 G/G, 0,279 G/A e 0,016 A/A. A frequência gênica foi 0,156 para o alelo A e 0,844 para o alelo G. Na análise estatística, realizada pelo teste de qui-quadrado considerando a presença ou ausência da mutação entre os grupos I e II, obteve-se p=0,042, OR=0,457 e IC=0,215-0,972. Realizando-se a mesma análise entre os grupos I e III, obteve-se p=0,327; OR=0,655 e IC=0,306-1,401. Conclusão: Constatou-se uma relação inversa entre a presença do polimorfismo -402 G/A no gene do FVII e a pré-eclâmpsia. Isto sugere que a presença do polimorfismo diminui a chance de ocorrência da pré-eclâmpsia por desfavorecer o processo de coagulação. Apoio Financeiro: CNPq e FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 211 Avaliação da influência dos polimorfismos H19/RsaI e IGF2/ApaI no peso da placenta de pacientes com Síndromes Hipertensivas Gestacionais Leite, SBP1; Araujo, FM2, Soares, MR2; Duarte, G2; Galerani, MAV1; Ramos, ES1,2 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: síndromes hipertensivas gestacionais, gene H19, gene IGF2, peso, placenta Em humanos, a região cromossômica 11p15.5 apresenta domínios com genes controlados por um processo epigenético conhecido como imprinting genômico. Dentre esses genes, o H19 e o IGF2 são importantes no desenvolvimento embrionário e fetal assim como na formação placentária. Alguns distúrbios durante a gravidez, como as Síndromes Hipertensivas Gestacionais (SHG), que incluem hipertensão arterial gestacional (HAG), hipertensão arterial crônica (HAC) e pré-eclâmpsia/eclâmpsia (PE/E), estão entre as principais causas de morte materna e fetal em todo o mundo. A PE, em especial, ainda tem etiologia desconhecida, porém, alguns estudos relatam um forte componente genético ao mesmo tempo em que outros apontam para a influência de fatores epigenéticos. O objetivo deste trabalho foi avaliar se há influência dos polimorfismos H19/RsaI e IGF2/ApaI sobre o peso das placentas assim como seu possível impacto no desenvolvimento das SHG. Para tanto, foram coletadas amostras de sangue e pesadas as placentas de 167 pacientes (70 do grupo controle, 32 com PE/E, 23 com HAC e 32 com HAG) atendidas no HCFMRP-USP. O DNA extraído foi submetido à reação em cadeia da polimerase (PCR) e às enzimas de restrição RsaI para a seqüência do gene H19 (diferenciando em alelos A e G) e ApaI para o IGF2 (também alelos A e G), seguidos por eletroforese para visualização dos resultados. A classificação do percentil para o peso das placentas foi feita de acordo com valores internacionais. Os resultados foram avaliados pelos testes estatísticos do Qui-quadrado e exato de Fisher e pela análise de haplótipos. Observou-se uma maior freqüência do alelo G, assim como uma baixa freqüência genotípica de AA, para ambos os polimorfismos. Não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) para a associação entre o peso das placentas e os diferentes genótipos, assim como não se observaram diferenças dos genótipos em relação às SHG. Apesar da influência dos genes IGF2 e H19 no desenvolvimento placentário, nosso estudo não mostrou diferenças estatisticamente significativas dos genótipos em relação aos pesos das placentas e no desenvolvimento das SHG. Apoio financeiro: FAEPA, FAPESP, CNPq, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 212 Índice de positividade no diagnóstico molecular de contatos domiciliares de pacientes com hanseníse no município de São Luis - Maranhão Rivas, PMS1; Pinho, JD1; Rodrigues, TMS1; Soares, RP1; Almeida, LP1; Lima, MIS1; Aquino, SMC2; Figueredo, IA2; Paiva, MFL2; Nunes, SPH1; Goulart, IMB3; Pereira, SRF1 Laboratório de Genética e Biologia Molecular (LabGeM), Universidade Federal do Maranhão Ambulatório de Dermatologia 3 Centro de Referência em Dermatologia Sanitária e Hanseniase [email protected] 1 2 Palavras-chave: hanseníase, Mycobacterium leprae, diagnóstico molecular, contatos domiciliares, monitoramento epidemiológico. Introdução: A hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, constitui um problema de saúde pública em diversos países. O Brasil ocupa o segundo lugar do mundo em número absoluto de casos de hanseníase, sendo o primeiro das Américas. O Estado do Maranhão é classificado como região hiperendêmica pelo Ministério da Saúde. Segundo a Secretária de Saúde do Maranhão, o Estado registrou 6,26 milhões, no ano de 2007 e apresentou um índice médio de detecção de 6,7 casos por 10.000 habitantes. Dos 4.175 casos registrados, 384 estavam abaixo de 15 anos de idade (1,6 casos/10.000). Objetivo: Detectar o DNA do M. leprae em amostras de swab bucal e nasal de contatos domiciliares de pacientes com hanseníase da cidade de São Luís-MA, utilizando o método de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), para gerar fragmentos de 130pb da região RLEP3 (X17153) e utilizar os dados obtidos para monitoramento da epidemia no município de São Luis - MA. Métodos: Foram coletadas 50 amostras das mucosas bucal e 50 amostras da mucosa nasal de contatos de pacientes com hanseníase no Ambulatorio de Dermatolgia do HU-UFMA e processadas no LabGeM da UFMA. O DNA total das amostras foi extraído, quantificado e os fragmentos de 130pb do DNA de M. leprae foram separados por eletroforese em gel de agarose 2%, corados com brometo de etídio e fotodocumentados. Resultados: 8,0% das amostras de swab bucal foram positivas para M. leprae, onde 50% dos contatos conviviam com pacientes de forma clínica multibacilar e 50% paucibacilar. Por outro lado, nenhuma das 50 amostras de swab nasal foi positiva para M. leprae. Conclusões: Os resultados indicam que a forma predominante de transmissão na cidade de São Luis pode ser por via oral. Estes dados remetem à importância da aplicação de tecnologias moleculares para o entendimento dos mecanismos de transmissão e epidemiologia da doença no estado do Maranhão para o tratamento precoce, contribuindo para a diminuição dos casos de hanseníase no estado. Apoio financeiro: CNPQ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 213 Estudo dos polimorfismos de deleção/inserção de 14 pb del/ins e +3142C/+3142G na molécula HLA-G em pacientes infectados com os vírus das hepatites B e C Toledo, SS1; Soares, CP2; Donadi, EA3; Souto, FJD4; Bassi, CL5 Instituto de Biociências de Mato Grosso (IB-UFMT) Depto. Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP-Araraquara) 3 Depto. Clínica Médica da FMRP-USP 4 Depto. de Clínica Médica da FCM-UFMT 5 Depto. de Ciências Básicas em Saúde da FCM-UFMT [email protected] 1 2 Palavras-chave: hepatite B e C, HLA-G, polimorfismo, 14pb, +3142 As hepatites B e C são importantes problemas de saúde mundial. A molécula HLA-G tem sido descrita como um mecanismo utilizado pelas células virais para escapar do sistema imune do hospedeiro, mas o papel desta molécula nas hepatites virais ainda não foi investigado. O objetivo deste trabalho foi determinar a freqüência do polimorfismo 14pb del/ins e do polimorfismo +3142C/+3142G em indivíduos portadores dos vírus HBV e HCV, comparando com indivíduos não infectados. O polimorfismo de 14pb del/ins foi avaliado em amostras de DNA de 100 pacientes com HBV e 90 com HCV, além de 115 controles, enquanto que o polimorfismo +3142C/+3142G foi avaliado em 50 pacientes com HBV, 30 com HCV e 50 controles. Os polimorfismos foram determinados utilizando-se as técnicas de PCR (14pb) e PCR-RFLP (+3142), sendo o resultado das amplificações/digestões visualizadas em gel de poliacrilamida a 10% corado com nitrato de prata. Não houve diferença estatisticamente significativa quando os grupos de pacientes foram comparados com os controles para os dois polimorfismos analisados (p>0,05). Embora existam evidências que os polimorfismos 14pb ins e +3142G estejam relacionados com diminuição na expressão da molécula HLA-G, o que poderia facilitar a eliminação do vírus, os dados obtidos até o momento neste estudo não sugerem que possam conferir maior proteção para a infecção crônica pelos vírus da hepatite B ou C. No entanto, a análise num número maior de amostras, bem como a verificação da associação desses polimorfismos com manifestações clínicas da doença, são imprescindíveis para elucidar o papel destes polimorfismos nas hepatites virais. Apoio: FAPEMAT, CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 214 Associação entre o Loco TNFα com Dengue Neurológica em Rondônia, Amazônia Ocidental Brasileira Delani, D1; Krauze, A4; Guimarães, MS1; Andrade-Casseb, A1,3; Engracia, V1,2 Laboratório de Genética Humana – Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais, IPEPATRO Universidade Federal de Rondônia/ Departamento de Medicina – UNIR 3 Universidade Federal de Rondônia/ Departamento de História e Arqueologia – UNIR 4 Centro de Pesquisa em Medicina – CEPEM [email protected] 1 2 Palavras-chave: TNFα, Dengue Neurológica, Suscetibilidade Genética. O gene TNFα, localizado do cromossomo 6p21.3, mostrou uma associação significante com as formas graves de infecção pelo vírus causador de Dengue (Sierra, e colb. 2010). Por apresentar extensa variabilidade de SNPs, tornou-se ferramenta genética essencial para estudos de ligação e/ou associação em composição e frequência dentro e entre diferentes grupos étnicos (Vejbaesya, e cols. 2009). Visando a genotipar os SNPs -238 e -308 localizados na região promotora deste gene e observar a associação genética entre indivíduos infectados por Dengue, foram coletadas 108 amostras sanguíneas de indivíduos residentes nos municípios de Cacoal e Jaru, ambos do estado de Rondônia, cujo projeto foi aprovado sob o número CONEP 13.356. A extração do DNA foi realizada através do protocolo descrito por Higuchi e a análise das amostras ocorreu pelas técnicas de PCR (reação em cadeia da polimerase), RFLP (análise do polimorfismo do fragmento de restrição), seguidos de eletroforese em PAGE a 6% corados com AgNO. Os dados estatísticos foram obtidos utilizando-se o programa Genepop (Version 4,0). A frequência alélica observada foi de 0.936 para -238G, e 0.0640 para -238A, correspondendo à observada em populações européias (0.068 e 0.932 respectivamente; NCBI, 2010). Em pacientes com dengue a presença deste alelo mutante -238A está relacionada à proteção (Oliveira 2004). Neste estudo não foi detectada associação significante (p>0,05). O alelo -308G apresentou uma frequência de 0.878 e o alelo -308A de 0.122, similar à descrita para afro-americanos (0.123 e 0.877 respectivamente; NCBI, 2010), confirmando a heterogeneidade étnica da população em estudo. Não foi possível estabelecermos uma base biológica de suscetibilidade/resistência em relação ao TNFα, mesmo havendo dados na literatura (Fernández, 2004). Novas abordagens moleculares e estatísticas serão realizadas para que a associação dengue/ TNFα possa ser analisada, de maneira a confirmar, ou não, dados da literatura. Apoio: CNPq; IPEPATRO, UNIR. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 215 Polimorfismos do gene da ß-defesina 1 na susceptibilidade à infecção pelo HTLV-1 Kamada, AJ1; Campos, AV1; Brandão, LAC1; Guimarães, RL1; Loureiro, P2; Arraes, LC3; Crovella, S4,5 Setor de Virologia - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) – UFPE, Recife Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco – HEMOPE, Recife 3 Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP, Recife 4 Medical Genetic Service, Institute for Maternal and Child Health - IRCCS Burlo Garofolo (Trieste, Italy) 5 Departamento de Genética, UFPE, Recife [email protected] 1 2 Palavras-chave: DEFB1, ß-defesina 1, HTLV-1, SNP. O sistema imune inato humano atua como a primeira linha de defesa durante a infecção por microorganismos, sendo capaz de promover a detecção e a resposta aos patógenos de forma direta e inespecífica. No sítio inicial de uma infecção viral, esta função pode ser exercida por certos tipos de peptídeos antimicrobianos catiônicos conhecidos como defensinas, que atuam tanto na ruptura de membranas e de envelopes virais, como pode desempenhar um eficiente papel quimiotático, promovendo a modulação da resposta imunológica. Respostas diferenciais às infecções virais têm sido atribuídos às variações do gene codificante da ß-defesina 1 (DEFB1), expresso constitutivamente em diversos epitélios e mucosas. Com o intuito de caracterizar um dos fatores genéticos envolvidos na susceptibilidade à infecção pelo HTLV-1 (vírus T-linfotrópico humano tipo I), foram investigados polimorfismos genéticos funcionais do gene DEFB1 na população da Região Metropolitana do Recife. O grupo de estudo foi composto por 107 pacientes portadores do HTLV-1 e 98 indivíduos saudáveis provenientes do HEMOPE, com a devida caracterização clínica e da carga proviral dos pacientes. Os polimorfismos de base única (SNPs) do gene DEFB1 (-52G/A, -44C/G e -20G/A), foram determinados através do seqüenciamento direto pelo MegaBACE™ 750 (Amershan Bioscience). As freqüências dos SNPs no grupo de estudo foram analisadas estatisticamente pelos testes do X2 e de Fisher para a avaliação do equilíbrio de Hardy-Weinberg e da susceptibilidade, respectivamente; e a análise dos haplótipos formados pelos três SNP’s da DEFB1 foi realizada através do software Arlequin (versão 3.5). Diferenças significativas das freqüências do SNP -44C/G entre os grupos sugerem um papel protetor tanto do alelo G (p=0.046, O.R.=1.802), quanto do haplótipo GGG (p=0.010) à infecção pelo HTLV-1. A ausência de associação entre as freqüências genotípicas e haplotípicas com relação à carga proviral dos pacientes, foi avaliada através do teste de Kruskall-Wallis. Embora a identificação de fatores genéticos na resposta às doenças infecciosas apresente inúmeros desafios, foi possível ratificar a importância da ß-defesina 1 como um dos componentes importantes da imunidade inata na proteção à infecção pelo HTLV-1. Apoio financeiro: FACEPE, CNPq, UFPE-LIKA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 216 Estudo de mutações no gene da CCR5 e sua associação com a infecção pelo HIV-1 Costa, GCS1,2; Jesus, JG2; Santos, ES2; Castro-Filho, BG1,2; Alcantara, LCJ1,2 Laboratório Avançado de Saúde Pública, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, Bahia Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências, Salvador, Bahia [email protected] 1 2 Palavras-chave: HIV-1, CCR5, mutações Introdução: Vários fatores relacionados ao hospedeiro e/ou ao vírus podem contribuir para a susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e para a evolução para a AIDS em indivíduos infectados. Modificações pós-traducionais, como sulfatação de tirosinas e O-glicosilação, no domínio N-Terminal da proteína CCR5 (co-receptor do HIV-1) são cruciais para mediação das interações com a proteína do envelope do HIV-1. Além disso, algumas mutações na região gênica que codifica para o domínio C-Terminal da CCR5 podem resultar na produção de uma proteína truncada que pode não ancorar na membrana celular. Objetivos: Analisar variações nos domínios N e C-Terminal da proteína CCR5 e associá-las à infecção pelo HIV-1. Métodos: Os domínios N e C-Terminal da CCR5 foram analisados, até o momento, em 119 e 124 indivíduos infectados pelo HIV-1 provenientes de Feira de Santana, Bahia, Brasil e em 24 e 25 indivíduos não-infectados de Salvador, Bahia, Brasil, respectivamente, através de sequenciamento. Sítios de sulfatação e O-glicosilação e outros sítios de modificações pós-traducionais foram analisados utilizando a ferramenta Prosite implementada no software GeneDoc. Resultados: Os estudos do domínio N-Terminal da proteína CCR5 revelaram a existência de uma mutação sem sentido, ainda não descrita na literatura, na posição 246 do gene que altera o aminoácido 82 da proteína em duas amostras de indivíduos não-infectados ( freqüência alélica de 4,0%). Esta mutação caracteriza-se pela substituição pontual de uma Timina por uma Adenina o que gera uma troca de uma Lisina (L) para uma Glutamina (Q) na posição 82 da proteína, não resultando em modificação pós-traducional. Quando os grupos de indivíduos infectados e não-infectados pelo HIV-1 foram comparados, a freqüência do alelo mutante (A) foi maior nos indivíduos não-infectados do que nos infectados, apresentando uma diferença estatisticamente significante (p=0,031). Três novas mutações silenciosas foram observadas na região C-Terminal da CCR5 nos indivíduos infectados pelo HIV-1: C3765T, A3777T e A3831G. As freqüências alélicas das três mutações não apresentaram uma diferença estatisticamente significante entre controles e indivíduos infectados pelo HIV-1. Conclusão: Estes resultados sugerem que a nova mutação L82Q no domínio N-Terminal da CCR5 pode ter um importante papel na infecção pelo HIV-1 não relacionado com modificações pós-traducionais. Apoio financeiro: Ministério da Saúde 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 217 Mutações no promotor do gene da Langerina afetam a infecção pelo HIV-1? Jesus, JG2; Costa, GCS1,2; Santos, ES2; Castro-Filho, BG1,2; Alcantara, LCJ1,2 Laboratório Avançado de Saúde Pública, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador, Bahia Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências, Salvador, Bahia [email protected] 1 2 Palavras-chave: HIV-1, langerina, mutações. Introdução: A entrada do HIV-1 na célula hospedeira depende da interação de suas glicoproteínas do envelope com moléculas receptoras e co-receptoras da célula. A langerina, uma lecitina do tipo C, presente nas células de Langerhans (LCs), as quais são abundantes em mucosas e no canal vaginal, constitui uma das vias de entrada do HIV-1 nestas células. Estudos evidenciam que a langerina impede a infecção pelo HIV-1, uma vez que atua na remoção deste vírus dos tecidos, destruindo-o no interior das LCs através da formação dos grânulos de Birbeck. Vários fatores relacionados ao hospedeiro e/ou ao vírus podem contribuir para a susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e para a evolução para a AIDS em indivíduos infectados. As alterações na região promotora do gene da Langerina podem influenciar a infecção pelo HIV-1 e modificar o curso da progressão para AIDS por comprometerem a regulação gênica, afetando a ligação de fatores de transcrição e/ou a expressão da proteína na superfície celular. Objetivos: Analisar variações na região promotora do gene da Langerina e associá-las à infecção pelo HIV-1. Métodos: A região promotora do gene da Langerina foi analisada, até o momento, em 55 amostras de indivíduos infectados pelo HIV-1 provenientes de Feira de Santana, Bahia, Brasil e em 44 indivíduos não-infectados de Salvador, Bahia, Brasil através de sequenciamento. Sítios de ligação de fatores de transcrição foram analisados utilizando a ferramenta MatInspector implementada no software Genomatix. Resultados: Os estudos na região promotora do gene da Langerina revelaram a existência da mutação -223T>C, localizada no sítio de ligação do fator de transcrição da família V$FKHD, que apresentou a uma freqüência de 2,7% do alelo C nos indivíduos infectados pelo HIV-1, e da mutação -297T>C, localizada no sítio de ligação do fator de transcrição da família V$AIRE, a qual apresentou freqüências do alelo C de 7,2% e 25% em indivíduos infectados e não infectados pelo HIV-1, respectivamente. As freqüências alélicas das duas mutações observadas apresentaram uma diferença estatisticamente significante quando os grupos de indivíduos infectados e não-infectados foram comparados (p<0,05). Conclusão: Estes dados sugerem que as mutações -223T<C, observada apenas nos indivíduos infectados pelo HIV-1, e -297T<C, encontrada em uma freqüência muito maior nos indivíduos não-infectados pelo HIV1, pode apresentar um papel importante no mecanismo de infecção pelo vírus por, possivelmente, alterar a ligação de fatores de transcrição na região promotora do gene da Langerina, afetando a regulação gênica. Apoio financeiro: Ministério da Saúde, FAPESB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 218 Polimorfismos associados com a resposta inflamatória e susceptibilidade a meningite bacteriana Araújo, LF1; Fontes, FL1; Silva, TA1; Souza, FRS1; Coutinho, LG1; Agnez-Lima, LF1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte, Laboratório de Biologia Molecular e Genômica [email protected] 1 Palavras-chave: Polimorfismos, Susceptibilidade, Meningite Bacteriana, Resposta Inflamatória, Enzimas de Reparo. As meningites são doenças infecto-contagiosas com alta prevalência na faixa etária pediátrica. A susceptibilidade e sequelas da meningite podem estar associadas a características genéticas individuais como polimorfismos. Foram analisados 8 polimorfismos em genes que refletem eventos patofisiológicos durante a meningite, podendo estar determinando a ocorrência da doença. São eles: TNFα -308G/A, TNFα -857C/T, CXCL8/IL-8 -251A/T, KATII +401C/T e MMP9 -1562C/T, consistindo em citocinas e proteínas da resposta inflamatória, e APE1/Ref1+148T/G, OGG1+326C/G e PARP1+762T/C, enzimas de reparo do DNA. Estudos relacionaram enzimas de reparo com alterações nos níveis de citocinas e mudança de classe de imunoglobulinas. Amostras sanguíneas coletadas no Hospital Giselda Trigueiro (Natal-RN) e de indivíduos saudáveis, utilizados para controle, foram processadas para extração de DNA genômico. Foram efetuadas PCR ou PIRA-PCR, seguido por RFLP. Associou-se freqüências alélicas e genotípicas com níveis de citocinas, mensurados por xMAP (Bio-Plex 200), e imunoglobulinas. Análises individuais de cada polimorfismo mostraram maior incidência dos alelos polimórficos dos genes da APE1/Ref1+148T/G, OGG1+326C/G e PARP1+762T/C, KATII +401C/T e MMP9 -1562C/T nos pacientes com meningite. Para polimorfismos no TNFα observou-se maior frequência dos alelos polimorficos no grupo controle. Níveis de IgG e IgA foram alterados na presença do polimorfismo em APE1/Ref-1+148T/G e OGG1+326C/G, e houve diminuição dos níveis de CCL2/MCP-1 e CXCL8/IL-8 nos paciente com polimorfismo para a APE1/Ref-1+148T/G. Nos pacientes homozigotos polimórficos para KATII+401C/T houve diminuição nos níveis de TNF-α e IL-6. Análises para CXCL8/ IL-8 -251A/T demonstraram o alelo polimórfico T diminuindo os níveis de algumas quimiocinas (CXCL8/IL-8, CCL3 e CCL4) e celularidade total no liquor dos pacientes. Nos pacientes portadores do polimorfismo TNFα-308G/A e TNFα -857C/T encontrou-se correlação de níveis mais altos de cito/quimiocinas estatisticamente significativa quando comparado com os pacientes portadores apenas do alelo selvagem. Nas combinações dos genótipos foram observadas as seguintes correlações: TNFα -308GG/ APE1/Ref-1 TG/GG p= < 0,0001, TNFα -308GG/ APE1/Ref1 +148TG/GG/ OGG1+326CGGG p= 0,0004, APE1/Ref-1+148TGGG/ OGG1+326CGGG/ PARP1+762TCCC p= 0,0112, TNFα -308GG/KATII +401CTTT p= 0,0001 e TNFα -308GAAA/ TNFα -857CTCC p= 0,0002, CXCL8/IL-8 -251ATTT/ APE1/Ref-1 +148TGGG p= 0,0046. Nossos dados indicam que a avaliação extensiva das variabilidades desses genes podem contribuir para aumentar a compreensão da susceptibilidade à meningite bacteriana. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 219 Tuberculose óssea torácica: Relato de caso diagnosticado através de STNPCR Santos, FCF1; Lima, JFC1; Nascimento, ALA1; Lima, AS1; Montenegro, RA1; Lira, LAS1; Guarines, KM1; Vasconcelos, RHT1; Montenegro, LML1; Schindler, HC1 Departamento de Imunologia, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz [email protected] 1 Palavras-chave: Tuberculose, Diagnóstico, STNPCR A tuberculose é uma enfermidade infecciosa que pode acometer seres humanos, causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, e que permanece como umas das maiores causas de mortalidade entre as doenças infecciosas e parasitárias no Brasil e no mundo. A tuberculose comumente se localiza nos pulmões, embora possa acometer qualquer órgão, sendo então denominada tuberculose extrapulmonar. A tuberculose óssea é uma forma de tuberculose extrapulmonar que pode ocorrer através de disseminação hematogênica ou erosão de linfonodos caseosos adjacentes após uma infecção primária pulmonar. No esqueleto, a coluna vertebral é a sede mais comum de acometimento, seguida pelo quadril. O diagnóstico desta forma de tuberculose é freqüentemente complicado pelas dificuldades associadas à cultura do patógeno causador da doença através de material obtido da punção com agulha do sítio da lesão. A confirmação diagnóstica através do uso da Reação de Cadeia da Polimerase (PCR) tem permitido o diagnóstico mais rápido e seguro nos casos de suspeita de tuberculose óssea. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de tuberculose na coluna vertebral em uma criança, com diagnóstico confirmado através de Nested-PCR em único tubo (STNPCR). Paciente do sexo feminino, de 12 anos de idade, foi admitida no ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco com suspeita de tuberculose óssea torácica. Amostras de aspirado de T9 e T10, sangue periférico e urina foram encaminhadas ao Departamento de Imunologia do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz para realização de testes moleculares. O DNA alvo foi extraído de todas as amostras através do QIAamp DNA Minikit® (Qiagen), segundo as instruções do fabricante. O DNA extraído foi submetido a protocolo de STNPCR tendo como alvo o elemento de inserção IS6110, segundo Figueirêdo et al. 2009. As amostras de aspirado de T9 e T10 e urina foram positivas para o complexo M. tuberculosis. Com os resultados do exame molecular, a equipe médica do ambulatório decidiu iniciar o esquema terapêutico para tuberculose óssea. A paciente apresentou melhora clínica evidente e está sendo acompanhada mensalmente até conclusão do tratamento. Apoio Financeiro: Fiocruz, Facepe 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 220 Polimorfismos do gene L-SIGN (exon 4) associados com a susceptibilidade e proteção a tuberculose Silva, RC1,2; Cruz, HLA3; Crovella, S1,2 Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco, Brasil. Departamento de Genética – Centro de Ciências Biológicas (CCB) – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco, Brasil 3 Laboratório de Imunoepidemiologia - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CpqAM – Fiocruz), Recife, Pernambuco, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Polimorfismos, L-SIGN, Tuberculose, PCR, Associação. A tuberculose é uma doença multifatorial e infecto-contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, o qual burla os mecanismos de defesa da árvore respiratória, alcançando os alvéolos pulmonares, onde se instala e dar início a patologia. Apesar da existência profilaxia específica, a tuberculose é responsável por aproximadamente 3 milhões de mortes anuais em todo o planeta, sendo uma das mais importantes causas globais de morbidade e mortalidade. A identificação de genes, relacionados com infecções, é de extrema importância para o entendimento dos mecanismos genéticos envolvidos na resposta do hospedeiro frente ao patógeno, bem como, no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. O gene codificador do receptor L-SIGN, pertence à família gênica CD209, localizada no cromossomo 19 e é formado por 8 éxons. Funcionalmente, promove o reconhecimento de inúmeros patógenos pelo sistema imune inato, incluindo M. tuberculosis. O éxon 4 do L-SIGN é caracterizado por apresentar um número variável de repetições em tandem. Variações no comprimento dessa região, podem influenciar a afinidade de ligação do patógeno ao receptor. Visando associar os polimorfismos genéticos presentes éxon 4 do gene L-SIGN com a susceptibilidade e/ou proteção a tuberculose, conduziu-se um estudo com 121 pacientes diagnosticados com tuberculose e 151 controles saudáveis, oriundos de Pernambuco. Os polimorfismos foram identificados por PCR e genotipados por eletroforese em gel de agarose, sendo, posteriormente, analisados através do teste do X2 e o Exato de Fisher, utilizando o programa R. A população apresentou 7 alelos distintos, variando de 5 a 10 repetições, sendo que os mais freqüentes, entre os pacientes, foram: 7, 8 e 9 (33,1%; 20,7% e 17,4%), destes, apenas o alelo 9 diferiu significativamente do controle (17,4% vs 5,3%, p=0,01). Foram identificados também, um provável alelo de risco, o alelo 9 (p=9.26e-06, odds=3.745, IC95%=1.9967.345), e um provável alelo de proteção a doença, o alelo 4 (p=0.048, odds=0.153, IC95%=0.003-1.154). Quanto aos genótipos, encontrou-se 22 tipos, sendo que os mais frequentes, entre os pacientes, foram: 7/7, 7/6 e 9/8 (17,36%, 10,74% e 10,74%, respectivamente), os quais, não diferiram significativamente do controle (10,6%, 10,6%, 4,64%). Os demais genótipos, também não apresentaram diferenças significativas do controle, exceto o genótipo 9/9 (p=0.04). Pacientes com genótipos contendo de 10 a 13 repetições (p=0,004; odds=0.478; IC95%=0.279-0.808) e 17 a 19 repetições (p=0.01; odds=2.708; IC95%=1.23-6.28) apresentaram diferenças significativas em relação ao controle, podendo ser considerados, respectivamente, como fatores de proteção e de risco. Quanto à homozigosidade e heterozigosidade, não foram evidenciadas diferenças significativas entre os grupos estudados. Os resultados sugerem que polimorfismos presentes no éxon 4 do L-SIGN, em pacientes pernambucanos, podem estar associados à tuberculose, conduzindo o indivíduo portador a uma maior susceptibilidade ou/e a uma maior resistência à doença. Entretanto, faz-se necessária ampliação do número de pacientes e replicação em outras populações. Apoio financeiro: CNPq, LIKA-UFPE, CpqAM. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 221 Co-Infecção pelo HTLV-1 diminui a expressão de IL-17 na Tuberculose Lima, R¹; Ramasawmy, R¹ ²; Souza, A¹; Bastos, Mª L¹; Santos, S¹ ³; Cardoso, T¹; Carvalho, EM¹ Serviço de Imunologia, Hospital Universitário Professor Edgar Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil Divisão de Imunologia Clínica e Alergia, Departamento de Medicina, Universidade de São Paulo Escola de Medicina 3 Universidade Estadual de Feira de Santana [email protected] 1 2 Palavras-chave: Tuberculose, HTLV-1, IL-17, Co-infecção, RNAm Tuberculose (TB) é um grande problema de saúde publica no Brasil e no mundo. M. tuberculosis é um patógeno intracelular obrigatório de macrófagos que induz uma forte resposta Th1 com elevada produção de citocinas proinflamatorias e complementarmente IL-17 (Sutherland 2009). O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) infecta preferencialmente células T CD4 e está etiologicamente relacionado ao linfoma de células T do adulto (ATL) e a mielopatia associada ao HTLV. Existem evidências que a infecção pelo HTLV-1 conduz a uma imunossupressão e a uma maior susceptibilidade às doenças infecciosas. Indivíduos co-infectados por TB/HTLV1 podem apresentar menor resposta Th1 e Th17, com maior progressão da infecção por TB. Visto que a IL-17 tem efeito protetor na infecção pelo M. tuberculosis (Khader 2007/Scriba 2008), o objetivo deste estudo é avaliar o papel da co-infecção pelo HTLV-1 na expressão de IL-17 de indivíduos com TB. Células mononucleares de sangue periférico de indivíduos infectados com TB (n=2) e pacientes co-infectados TB/HTLV-1(n=3) foram separados e mantidos em cultura com e sem estimulo com PPD (0,5µg/ml). Após 72 horas as células foram colhidas com trizol para posterior extração de RNA. Após conversão do RNAm em cDNA, realizou-se a determinação da expressão de IL-17 por PCR em tempo real. A análise dos dados foi realizada através do software Graph-Pad. Embora não tenha sido observada diferença estatística significante, células de pacientes com TB infectados pelo HTLV-1 após estimulo com PPD, apresentaram uma menor expressão de Rnam para IL-17 do que em indivíduos infectados somente com TB. Indivíduos infectados pelo HTLV-1 cursam com imunossupressão e desenvolvem infecção mais grave pelo M. tuberculosis. Pacientes com TB co-infectados pelo HTLV-1 apresentam uma menor expressão de RNAm para IL-17 do que pacientes infectados somente com TB. É possível que a co-infecção HTLV-1/TB diminua o efeito protetor de IL-17 e que a diminuição da proteção conferida pela IL-17 conduza a um pior prognóstico da infecção pelo TB. Faz-se necessário um maior recrutamento de pacientes para confirmação dos dados apresentados. Apoio financeiro: CNPQ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 222 Associação da Alfa-1-antitripsina com tuberculose pulmonar Silva, TC1; Assunção-Silva, AC1; Garate, JP2; Santos, DP2; Oliveira, JCC2; Pagotto, RC1,3 Laboratório de Genética do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia da Universidade Federal de Rondônia Departamento de Medicina da Universidade Federal de Rondônia 3 Departamento de Biologia da Universidade Federal de Rondônia 1 2 Palavras-chave: Tuberculose; Rondônia; polimorfismo; inibidor de protease A deficiência da Alfa-1-Antitripsina (DAAT, DA1AT) é uma doença de origem genética que tem diversas implicações quanto ao aumento do risco de desenvolvimento de uma variedade de patologias, afetando especialmente pulmões e fígado. Em relação à tuberculose poucos trabalhos relacionam esta doença a proteínas reativas de fase aguda como A1AT, proteína cujo aumento significativo dos níveis séricos foi identificado em pacientes com TB, porém sem nenhuma referência ao polimorfismo da mesma. No presente trabalho, foi investigado, a partir de uma verificação de prontuários de pacientes com TB positivos atendidos nas Unidades Básicas de Saúde de Porto Velho (RO) nos anos de 2007 a 2008, o perfil epidemiológico da doença no referido município e a ocorrência dos principais alelos determinantes da DAAT em uma amostra de pacientes. Foram analisados inicialmente 227 prontuários, cuja idade média dos pacientes foi de 35,4 anos (dp= 16,35), sendo 37,4% dos pacientes atendidos nos períodos de avaliação, do sexo feminino. Foram identificadas falhas nos registros desta doença, sendo observados prontuários incompletos com ausência de informações pessoais, resultados de exames básicos de TB, teste de HIV, bem como as informações clínicas do quadro atual do paciente. A genotipagem molecular para os alelos PI*S e PI*Z da A1AT (n=66), realizada pela técnica de PCR-RFLP, possibilitou a estimativa das freqüências de PI*S e PI*Z, respectivamente, de 0, 0379 e 0,0227. Não houve diferença estatisticamente significativa entre as freqüências observadas e as esperadas segundo a Lei de Equilíbrio de Hardy-Weinberg (p= 0,2072; dp= 0,0059). O calculo do risco relativo de desenvolver TB entre os pacientes e indivíduos da população de Porto Velho não foi estatisticamente significante (p=0,448), indicando a necessidade de maiores estudos para que se possa concluir com segurança em relação à associação dos alelos PI e a suscetibilidade a TB. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 223 Avaliação dos polimorfismos 14pb deleção/inserção e +3142 C/G da molécula de imunohistocompatibilidade G (HLA-G) em pacientes com hanseníase Leotti, NF1; Ramos, JMH1; Donadi, EA2; Souto, FJD3; Soares, CP4; Toledo, SS5; Dadalto, JD5; Bassi, CL6 Pósgradução em Ciências Médicas, FCM-UFMT Depto. Clínica Médica, FMRP-USP 3 Depto. de Clínica Médica, FCM-UFMT 4 Depto. Análises Clínicas, FF-UNESP 5 IB-UFMT 6 Depto. de Ciências Básicas e da Saúde, FCM-UFMT [email protected] 1 2 Palavras-chave: Hanseníase, HLA-G, Polimorfismo 14pb del/ins, Polimorfismo +3142 C/G, miRNA. Por apresentar uma multiplicidade de formas clínicas, a hanseníase leva o organismo do indivíduo infectado a desenvolver padrões imunológicos distintos. A predominância de uma defesa mais ou menos eficiente, vai depender do tipo de subpopulação de células T em atividade no momento do processo infeccioso, em resposta à progressão da doença; no entanto, pouco se sabe sobre a base genética dessas respostas. Vários estudos nos últimos anos sugerem que a molécula de imunohistocompatibilidade G (HLA-G) pode ser um modulador da resposta imune. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência dos polimorfismos 14pb deleção/inserção e +3142 C/G na molécula HLA-G em pacientes com hanseníase, bem como, nas manifestações clínicas da doença. Para tanto, 162 pacientes com hanseníase foram avaliados para o polimorfismo de 14pb deleção/inserção por PCR e 161 para o polimorfismo +3142 C/G PCR-RFLP, além dos 185 controles saudáveis. Não houve associação do polimorfismo 14pb deleção/inserção com a doença ou suas manifestações clínicas. No entanto, foi observada uma maior frequência do polimorfismo +3142C em pacientes em relação aos controles, sugerindo que esse alelo confere suscetibilidade à doença (p=0,03). Existem evidências que o polimorfismo +3142G favorece a ligação de microRNAs que agem reduzindo a expressão de HLA-G. Portanto, indivíduos com o polimorfismo +3142C possivelmente apresentam maior expressão de HLA-G em comparação com aqueles apresentando o polimorfismo +3142G, e, consequentemente, uma resposta Th1 menos eficiente, dificultando a eliminação do parasito. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMAT. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 224 Hanseníase e Interleucina 17A Garcia, PA1; Alencar, DO1; Hamoy, IG1; Santos, NPC1; Ribeiro-dos-Santos, AKC1; Santos, S1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Hanseníase, IL17A, Th17, Paucibacilar, Multibacilar. Introdução: Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sintomas dermatoneurológicos. O comprometimento dos nervos periféricos é a característica diferencial da doença, conferindo assim, potencial para provocar incapacidades físicas irreversíveis. Seu agente etiológico, o Mycobacterium leprae, é uma bactéria intracelular obrigatória com tropismo por macrófagos e células de Schwann. Em 2008, WHO registrou 249.007 novos casos de hanseníase no mundo. No Brasil, em 2007, a taxa de incidência chegou a 21,08/100.000 habitantes, apresentando o Pará o 5º maior coeficiente, quando comparado aos demais estados brasileiros. A imunobiologia da hanseníase sempre esteve associada com as subpopulações Th1 (próinflamatória) e Th2 (anti-inflamatória) de linfócitos TCD4+ e com suas respectivas citocinas. Recentemente, uma nova subpopulação TCD4+ foi reconhecida (Th17), mas ainda não há dados sobre a relação deste novo perfil imune com as manifestações clínicas de hanseníase. A subpopulação Th17 é altamente próinflamatória, o que a aproxima da subpopulação Th1. Três citocinas participam diretamente da formação e manutenção do perfil Th17: IL1β, IL23 e IL17. A produção da IL17A já foi confirmada em infecções humanas causadas pelo Mycobacterium tuberculosis. Objetivos: Investigar a associação do polimorfismo da IL17A (A-197G; rs 2275913) com a progressão da hanseníase, tendo por base a classificação operacional do Ministério da Saúde (Paucibacilar - PB e Multibacilar MB). Métodos: Amostras de DNA foram extraídas de 139 pacientes hansênicos (PB, N=30; MB N=109) do Estado do Pará, através da técnica de fenol-clorofórmio. A quantificação do DNA ocorreu com auxílio do Espectrophotometer NanoDrop™ 1000 (Thermo Scientific). A genotipagem foi realizada pela técnica de PCR em tempo real com sistema de sonda TaqMan® (Applied Biosystems). As análises estatísticas foram executadas empregando o programa Arlequin 3.1. e SPSS versão 8.0. Resultados: No grupo PB, as frequências alélicas para A e G foram 0.17 e 0.83, respectivamente. As frequências genotípicas observadas foram 33.33% para AG e 66.67% para GG. A distribuição genotípica no referido grupo encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p=0.56). No grupo MB, as frequências alélicas para A e G foram 0.22 e 0.78, respectivamente. As frequências genotípicas foram 5.52% para AA, 33.03% para AG e 61.45% para GG. A distribuição genotípica neste grupo também está em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p=0.79). O teste x2 (p=0,42) mostrou que não há diferença significativa nas frequências dos genótipos do referido polimorfismo entre os grupos PB e MB. Conclusão: Apenas com os dados desta pesquisa não é possível associar o polimorfismo da IL17A A-197G (rs 2275913) a nenhum dos grupos representativos da progressão da hanseníase. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 225 PCR multiplex sequência-específica revela associação entre haplótipos de MASP2 e a susceptibilidade à Doença de Chagas crônica Boldt, ABW¹; Luz, PR¹; Grisbach, C¹; de Messias-Reason, IJT¹ ¹Laboratório de Imunopatologia Molecular, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná - R. General Carneiro, 181, CEP 80060900, Curitiba, PR [email protected] Palavras-chave: PCR multiplex, PCR-SSP, doença de Chagas, MASP2, polimorfismo. A doença de Chagas (DC) é causada pela infecção intracelular do Trypanosoma cruzi. Há 109 milhões de pessoas em situação de risco na América Latina, principalmente nas classes sociais menos favorecidas. 60-74% dos infectados permanecem indefinidamente na fase ‘indeterminada’ (DCI), 20-30% progridem para a forma cardíaca, 10-15% desenvolvem danos digestivos, e uma pequena percentagem apresenta a forma associada. Em estudos prévios do nosso grupo, encontrou-se associação entre altos níveis de lectina ligande de manose (MBL) e a gravidade da cardiomiopatia chagásica. MBL inicia a via das lectinas do sistema complemento através do reconhecimento dos padrões moleculares associados aos patógenos e da ativação da serina protease 2 associada a MBL (MASP-2). Sabese que o polimorfismo p.D120G de MASP2 codifica uma molécula não funcional associada com susceptibilidade a doenças infecciosas. Para a avaliação do efeito dos polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) de MASP2, investigou-se 169 pacientes chagásicos (87,6% euro-brasileiros, 10,6% afro-brasileiros e 1,8% ameríndios, com idade média de 56,4 anos [34-90]), sendo 92 pacientes crônicos sintomáticos (DCCDA) e 77 DCI. O grupo controle constituiu-se de 169 indivíduos saudáveis (87,6% euro-brasileiros e 12,4% afro-brasileiros, com idade média de 40,6 anos [26-69]). Os SNPs rs7548659 do promotor; p.R99Q e p.P126L do exon 3; rs17409276 do intron 8; p.D371Y e p.V377A do exon 9; p.R439H e rs1782455 no exon 11 foram genotipados, simultaneamente, através de duas reações de PCR multiplex com iniciadores sequencia-específicos (SSPs), além da amplificação por PCR-SSP de p.D120G. A dosagem sérica de MASP-2 e MBL funcional foi obtida através de kits de ensaio de imunoadsorbância enzimática (ELISA). A distribuição dos genótipos apresentou-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Para os pacientes chagásicos, os genótipos sem o haplótipo ARDPCYVRT, mas com CRDPCDVRC e/ou CRDPCDART, foram associados com DCCDA (0,01% para DCI e 0,12% para DCCDA; P=0,006, OR=10,91 [IC95%=1,41-81,9]). O diplótipo CD (intron 8 - exon 9), associado com níveis séricos mais baixos de MASP-2, também foi observado com maior frequência em pacientes DCCDA (5,6% vs. 13,9%; P=0,007; OR=2,71 [IC95%=1,24-5,95]). Para o grupo controle, os genótipos CRDPCYVRT ou CRDPTDVRC sem CRDPCDVRC e ARDPCYVRT, associados com as concentrações séricas mais elevadas de MASP-2, apresentaram-se associados com a susceptibilidade à doença de Chagas per se (4,32%; P=0,0073, OR= 1,41, [IC95%=1,28-7,56]) e à proteção ao desenvolvimento das formas crônicas (22,22% para DCI; 6,98% para DCCAD; P=0,02; OR = 0,162 [IC95%=0,114-0,862]). Houve uma correlação altamente significativa entre os níveis séricos de MBL (previamente determinados pelo nosso grupo) e a capacidade de ativação do complemento. Isto leva-nos a sugerir que MASP-2 possui um papel importante no desenvolvimento crônico da DC, sendo este o primeiro estudo de associação com outros polimorfismos de MASP2, além de p.D120G. Apoio Financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 226 Investigação de polimorfismos das interleucinas 1α e 1β e fatores de susceptibilidade à periodontite crônica nas aldeias Xingu e Apterewa – Pa Queiroz, MG1; Rodrigues, TMS1; Carvalho, TAA1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Interleucina 1α, Interleucina 1β, Periodontite crônica, Xingu, Apterewa. A periodontite crônica é uma doença multifatorial, cuja caracterização clínica é resultado da ação de citocinas, principalmente as pro-inflamatórias, liberadas em resposta à infecção bacteriana localizada no biofilme dental subgengival. Determinados alelos de citocinas pro-inflamatórias são responsáveis por uma maior produção das mesmas durante o processo inflamatório, tais como a mutação C->T na posição -889 no gene da interleucina 1a (IL1A), e a substituição de C->T na posição 3954 do gene da interleucina 1β (IL1B). As IL-1a e IL-1β são duas formas estruturalmente distintas da interleucina 1, codificadas por genes localizados no braço longo do cromossomo 2. A população estudada foi constituída por 90 indivíduos das aldeias Xingu e Apyterewa, da etnia Parakanã, na bacia do Xingu, nos municípios de Altamira e São Félix do Xingu, Estado do Para, nos quais foram encontrados casos de periodontite crônica, porém com baixo grau de severidade, apesar de frequentes hábitos culturais que levam ao aumento da gravidade da doença como o tabagismo. O objetivo deste trabalho foi investigar a associação dos polimorfismos IL1A (-889) e IL1B (+3954) e de alguns outros fatores considerados de risco, tais como o hábito de fumar, gênero e idade, com a susceptibilidade à periodontite crônica nesta população. As amostras de DNA foram extraídas a partir de sangue periférico pela técnica fenol-clorofórmio, e os polimorfismos foram investigados por meio de amplificação por PCR seguido de digestão enzimática e visualização em gel de poliacrilamida. Foi realizada a análise de regressão logística com as informações sobre hábito de fumar, gênero, idade e o genótipo, utilizando o software SPSS. O alelo 3954 T (IL1B) não foi identificado, enquanto que o alelo -889 T (IL1A) apresentou frequência de 0,08%. Das variáveis analisadas, apenas a idade mostrou associação significativa com periodontite crônica (OR=0,3387, p=0,0002), sendo 96% do grupo de doentes composto por indivíduos com mais de 35 anos, enquanto que o grupo saudável apresentou 31,25% de indivíduos nessa faixa etária. Tal associação pode ser justificada pelo fato de que a periodontite começa sem sintomas muito aparentes, passando a ter sintomatologia evidente em estágios mais tardios. As variáveis sexo, tabagismo e a presença do alelo -889 T (IL1A) apresentaram os seguintes valores de p: 0,0872; 0,2887 e 0,90773, respectivamente. Esses resultados contradizem as estatísticas mundiais que apontam uma maior frequência de casos de periodontite em homens. O tabagismo é considerado fator de risco, contudo dados da literatura não têm encontrado associação com a periodontite crônica, como no presente estudo. Os polimorfismos estudados também são descritos em trabalhos recentes como associados à doença, porém, tais resultados são contraditórios em diferentes grupos étnicos. Conclui-se que não é possível generalizar fatores intrínsecos de predisposição à periodontite crônica, mas sugere-se que estes possam estar ligados à etnia. Apoio Financeiro: CNPq / UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 227 Polimorfismo da Alfa-1-antitripsina (Alelos PI*S e PI*Z) em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e em uma amostra populacional de Porto VelhoRondônia Assunção-Silva, AC1 ; Costa-da-Silva, T1; Souza, RCP 1; Moura, MMF1,2; Pagotto, RC1,2 Laboratório de Genética do Centro Interdepartamental de Biologia Experimental e Biotecnologia da Universidade Federal de Rondônia (CIBEBI-UNIR) 2 Departamento de Biologia-Núcleo de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Rondônia [email protected] 1 Palavras-chave: Sistema inibidor de protease / DPOC / freqüência alélica/ A1AT /Amazônia As doenças respiratórias são as principais causas de internação no SUS do Brasil. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma e pneumonia juntas são responsáveis por cerca de 12% de todas as Autorizações de Internamento Hospitalar no SUS. A DPCO é considerada uma doença relacionada ao tabagismo, contudo somente cerca de 10 a 20% dos fumantes é que desenvolvem a DPOC sintomática, outros fatores, como predisposição genética, também podem estar relacionados ao desenvolvimento desta. A deficiência da Alfa-1-antitripsina (A1AT), determinada pela homozigose do alelo PI*Z, é considerada a principal causa genética para a DPOC. Não há estudos na região a respeito da freqüência dos alelos PI*S e PI*Z na população normal ou em pacientes com DPOC. Este trabalho visa descrever a distribuição das freqüências alélicas do polimorfismo da A1AT em uma amostra da população de Porto Velho. A realização da coleta de amostras foi previamente aprovada pelo CEP-NUSAU-UNIR. Pacientes com diagnóstico de DPOC foram identificados a partir da análise dos prontuários de pacientes agendados para consultas nos ambulatórios de clínica geral do hospital Marcelo Cândia e ambulatório de pneumologia da Policlínica Oswaldo Cruz (POC), município de Porto Velho/RO. Foram encontrados 76 pacientes com DPOC com agendamento no ano de 2007, dos quais 12 foram contatados a partir das informações dispostas nos prontuários e genotipados para a presença dos alelos PI*S ou PI*Z, bem como outras 46 amostras, provenientes de supostos pais e mães, previamente utilizadas em trabalho de teste de paternidade realizado no CIBEBI em anos anteriores. Para extração e purificação do DNA utilizou-se o método de precipitação de proteínas. A detecção dos alelos PI*S e PI*Z foi realizada pela técnica de PCR/RFLP (Lucotte & Sesboüe, 1999). Das 46 amostras de indivíduos da população geral, encontramos 6 heterozigotos PI*MS e 1 heterozigoto PI*MZ, o que equivale a uma freqüência gênica, respectivamente, 0,065 e 0,011 para os alelos PI*S e PI*Z. A amostra estudada apresenta aderência ao modelo de equilíbrio de Hardy-Weimberg (p~10). Não foi detectada a presença dos alelos PI*S ou PI*Z no grupo de pacientes. Devido ao pequeno número de amostras analisadas não é possível afirmar ou descartar a possibilidade da ocorrência, em Porto Velho, de pacientes com DPOC em que esta esteja associada ou agravada pela deficiência de A1AT. Apoio financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 228 Distribuição do polimorfismo da IL-17A em pacientes com doença periodontal em uma amostra da população de Belém Barros-Lopes, C1; Barroso, RF12; Ribeiro-dos-Santos, A1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências da Saúde, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 2 Palavras-chave: IL17A, TH17, doença periodontal, resposta imune, população Amazônica A doença periodontal (DP) é a doença inflamatória de maior prevalência na cavidade oral, de progressão lenta e destrutiva. Acomete os tecidos de proteção, a gengiva e de suporte dos dentes (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar). Clinicamente apresenta sangramento gengival, presença ou não do biofilme dentário e presença de bolsa periodontal, formada em conseqüência da perda óssea e migração do epitélio juncional. De acordo com Ministério da Saúde (2003), a periodontite está presente em 15 a 20% da população com mais de 35 anos de idade. E acomete principalmente a população adulta, representando a maior causa de perda de dentes nessa faixa etária. O fator etiológico da doença se inicia pela ação de bactérias, o que desencadeará diferentes respostas imunes. Estas podem estar associadas com a resposta imune do tipo TH1 e TH2. Recentemente, uma nova subpopulação TCD4+ foi descrita, a TH17, entre as quais encontram-se as citocinas da família IL-17 (relacionada com doenças autoimunes). Polimorfismos genéticos presentes nessas citocinas, podem estar associados ou podem ser funcionalmente responsáveis pela diferença na resposta imune, frente as infecções. Desta forma, as variações nas citocinas tanto quantitativa como qualitativa também podem estar associadas com a susceptibilidade do hospedeiro à doença periodontal. No presente trabalho, investigou-se por meio da PCR em Tempo Real, os polimorfismos presentes no gene da IL17A (-197 A-G) na doença periodontal, assim como em uma amostra saudável da população em geral. A presente amostra foi composta por 90 pacientes da população de Belém (PA): 52 com doença periodontal (DP); e ii) 38 controles saudáveis (CS). A extração do DNA foi realizada pelo método orgânico fenol-clorofórmio, o DNA foi quantificado com auxílio do Espectrophotometer NanoDrop™ 1000 (Thermo Scientific, CA, US), seguida da análise por PCR em Tempo Real. Esta amplificação foi realizado pela metodologia de discriminação alélica com sistema de sondas TaqMan® (Life Technologies, CA, US). Todos os dados clínicopatológicos e genéticos foram analisados estatisticamente pelos programas Arlequin 3.1 e SPSS. Como resultado, observou-se uma freqüência alélica para o alelo de risco (G) de 0,16 e 0,24 nos grupos DP e CS, respectivamente. Em relação as frequências genotípicas observou-se 27,5% para a combinação AG e 2% para GG, no grupo da DP. No grupo CS, as frenquências observadas foram 38,5% para a combinação genotípica AG e 5,1% para GG. A distribuição genotípica em ambos os grupos encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O fator de risco do alelo IL17A*197 G na DP não apresentou valores significativos (X2=1.939; p=0.121). Entretanto, a análise de regressão logística mostrou valores significativos em relação a presença do biofilme dentário (p=0.000). Estes dados confirmam os observados na literatura em relação a presença do biofilme dentário no desenvolvimento da DP. Adicionalmente, estes foram os primeiros resultados de análise genética para o polimorfismo IL17A(-197 A-G) na Doença Periodontal. Apoio Financeiro: CNPq, UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 229 Associação de polimorfismos nos genes MSX1 e PAX9 com agenesia dentária Boeira Júnior, BR; Rohr, R; Echeverrigaray, S Instituto de Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul, RS Palavras-chave: agenesia dentária, gene msx1, gene pax9, mutação, polimorfismo Agenesia dentária, a falha do desenvolvimento do germe dentário causando ausência definitiva do elemento dentário, é a anomalia craniofacial humana mais comum, podendo afetar até um quarto da população em geral. Entre os sinais clínicos e sintomas envolvidos observam–se injúrias à oclusão dentária, sintomatologia dolorosa orofacial e na articulação temporomandibular (ATM), ineficiência mastigatória determinando disfunção no aparelho digestivo e baixa autoestima devido à estética facial não agradável. Os indivíduos afetados com mais de 6 ausências dentárias – oligodontia – normalmente apresentam esses sinais e sintomas de forma acentuada. Na maioria dos casos, é segregada de maneira autossômica dominante; entretanto, a herança autossômica recessiva e a ligada ao X também podem estar envolvidas. O aspecto etiológico principal parece estar relacionado à função anormal de genes específicos que desempenham atividades fundamentais durante a odontogênese, particularmente os genes MSX1 e PAX9. Apesar da alta prevalência da agenesia dentária, até o momento, somente um número restrito de mutações nestes genes tem sido associadas à hipodontia e/ou oligodontia. O objetivo deste estudo foi analisar, por meio de sequenciamento, as regiões codificantes dos genes MSX1 e PAX9 em busca de mutações ou polimorfismos relacionados à agenesia dentária. Para tanto, foi avaliada uma amostra composta por seis indivíduos, os quais apresentavam oligodontia ou hipodontia – ausência de até seis elementos dentários – não sindrômica. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O DNA foi obtido a partir de células do epitélio bucal provenientes de raspagens com swab na mucosa jugal. Após o isolamento do DNA, procedeu–se a amplificação dos fragmentos alvos (regiões exônicas dos genes avaliados) por meio de PCR. Em seguida, foi realizado o sequenciamento em Sequenciador ABI Prism®, e os resultados foram analisados com auxílio do software BioEdit®. Os resultados das sequências do exon 2 do gene MSX1 permitiram evidenciar a presença de um polimorfismo no indivíduo 3, previamente descrito na literatura, e de uma mutação no indivíduo 6. Já os resultados das sequências do gene PAX9 permitiram evidenciar três polimorfismos e três mutações. Os mesmos polimorfismos foram observados em todos os indivíduos da amostra. Contudo, as três mutações foram encontradas em somente quatro dos seis participantes. Estas mutações levam a alterações de aminoácidos – mutações missense que podem influenciar a atividade da proteína PAX9. Devido à natureza e recorrência das mutações encontradas, sugere–se que as mesmas apresentam associação com o fenótipo identificado nos indivíduos estudados. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 230 Variantes genéticas da calpaína-10 relacionadas ao DM2 em uma tribo indígena da Amazônia brasileira Oliveira, TF1; Diniz, IG1; Silva, ANLM1; Almeida, NCA1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Calpaína10, Diabetes Mellitus tipo 2, Asuriní. O Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos e ambientais. A hiperglicemia é secundária à disfunção progressiva das células β pancreáticas e à capacidade reduzida das células do organismo de utilizarem a insulina. Vários genes estão envolvidos na patogênese dessa doença e tornase crescente o número de genes identificados em diferentes estudos associados ao DM2. Cada conjunto de genes apresenta um pequeno papel no desencadeamento do DM2. O gene da calpaína 10 tem sido associado a DM2 e algumas síndromes metabólicas em diferentes populações. Este gene é sintetizado em vários tecidos do corpo (incluindo coração, fígado, músculo esquelético e pâncreas), está situado no cromossomo 2q 37.3 e codifica uma protease neutra cálcio-ativada que coordena a ativação ou inibição de inúmeras proteínas implicadas na sinalização intracelular, proliferação, diferenciação (incluindo adipocítica) e nos mecanismos de secreção de insulina. A combinação de haplótipos 112/121, definidos pela presença (1) e ausência (2) dos polimorfismos nucleotídicos simples (UCSNP-43[G/A], UCSNP-19[del/ins] e UCSNP-63[C/T]) no gene CAPN10 foi descrito como associado a DM2 em indivíduos Mexicano-Americanos, mas esse efeito não foi observado em amostras da Corea, Japão, Reino Unido, Polônia, México e Samoa. Por outro lado, dois novos diplótipos, incluindo 111/121 e 121/121, demonstraram estar associados a diabetes tipo 2 em coreanos e europeus. O objetivo deste trabalho foi investigar a frequência dos polimorfismos do gene CAPN10 (UCSNP-43, UCSNP-19, UCSNP-63) em 28 indivíduos (5 com DM2) pertencentes a tribo indígena Asuriní, município de Altamira, PA. O DNA foi obtido de leucócitos por método de extração com o kit comercial NeoIsoColumn (Neoscience®) e a genotipagem foi realizada por PCR-RFLP utilizando enzimas de restrição HhaI (UCSNP-63) e NsiI (UCSNP-43) e posterior visualização em gel de agarose. O polimorfismo CAPN19 (inserção de 32 pb) foi analisado por PCR seguida de visualização em gel de agarose. As frequências haplotípicas foram calculadas pelo programa Mlocus. Apenas o diplótipo de risco 112/121(0,086) foi identificado, no grupo controle. Nesse grupo os diplótipos mais comuns foram 221/122 (0,170) e 221/211 (0,210). Entre os pacientes foram encontrados os diplótipos 211/111 (20%), 221/112 (20%), 221/121 (40%) e 221/122 (20%). Apoio financeiro: CNPq, CAPES e UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 231 Variante -116A DO GENE DA BUTIRILCOLINESTERASE (BCHE) e atividade da butirilcolinesterase (BChE) em amostras de pacientes com Diabetes Mellitus gestacional (DMG) e de grávidas não diabéticas Guimarães, LO1; Brandão, MB1; Bono, GF1; Setoguchi, TE1; Santoos, ICR2; Picheth, G2; Souza, RLR1; Furtado-Alle, L1 Departamento de Genética, Setor de Ciências Biológicos – UFPR Departamento de Patologia Médica, Setor de Ciências da Saúde – UFPR [email protected] 1 2 Palavras-chave: butirilcolinesterase, diabetes gestacional, gene BCHE, variante -116A, atividade enzimática. A butirilcolinesterase (BChE) é uma esterase sérica, codificada pelo gene BCHE (3q26.1-q26.2) que possui quatro exons formados por 2.445 pares de bases. Sua função no organismo e o seu substrato natural permanecem desconhecidos, mas já foi associada ao metabolismo de lípides, à proteção da acetilcolinesterase e a patologias como obesidade, diabetes, doença coronariana, câncer e Hanseníase. O exon 1 do gene BCHE contém um sítio polimórfico no nucleotídeo -116 (TGC/TAC), conhecido como variante -116A, associado com a redução da atividade da enzima. O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é caracterizado por intolerância à glicose com início ou primeiro diagnóstico durante o segundo ou terceiro trimestres da gestação e sua incidência é estimada em 3% a 8% das gestantes. O presente estudo analisou a atividade da BChE e a freqüência da variante -116A do gene BCHE em amostra de pacientes com DMG (N=116) e em grávidas não-diabéticas (N=293), ambas provenientes da cidade de Curitiba – PR. A atividade enzimática foi quantificada em espectrofotômetro e a pesquisa da variante no sítio -116 foi realizada por PCR em tempo real. As freqüências alélicas e genotípicas foram obtidas por contagem direta e as análises estatísticas foram feitas no programa Statistica para Windows. As freqüências genotípicas para a variante -116A estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg e não diferem entre pacientes com DMG e controles (χ2= 0,976, p>0,25; χ2= 0,0001, p>0,99, respectivamente). A frequência do alelo -116A não diferiu entre pacientes e controles (8,2% ± 2% e 5,8% ± 1%, respectivamente, χ2= 2,4, p>0,50). A média de atividade enzimática é significativamente mais alta no grupo controle (2,83 KU/L ± 0,05) que no grupo de gestantes com DMG (2,24 KU/L ± 0,05; t= 8,21, p= 3,17 x10-15), mas nos dois grupos é significativamente menor que a média da atividade na população de Curitiba (4,76 KU/L ± 1,63; t=13,69 e p<0,0001 para grávidas não diabéticas; t=17,96 e p<0,00001 para pacientes com DMG). Nos dois grupos avaliados, a média da atividade da BChE foi significativamente mais alta nos indivíduos homozigotos para o alelo usual do que nos indivíduos heterozigotos com o alelo -116A (2,30 KU/L ± 0,60 e 1,93 KU/L ± 0,39; t=2,33, p=0,02, para gestantes com DMG; e 2,87 KU/L ± 0,88 e 2,40 KU/L ± 0,81; t=2,9, p=0,004, para grávidas nãodiabéticas, respectivamente). Estudos anteriores sugerem que a atividade da BChE é aumentada em pacientes com o Diabetes Mellitus, entretanto essa relação com o DMG não está tão bem definida, pois existem poucos estudos de associação entre a BChE e esta patologia. A gravidez sabidamente leva a uma diminuição da atividade desta enzima e a mutação -116A, quando somada a esse estado continua associada à redução da atividade da BChE. Apoio financeiro: Capes/REUNI 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 232 Estudo de associação do polimorfismo 869T>C (Leu10Pro) no gene do TGFB1 com a retinopatia e nefropatia diabéticas em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 Giordani, CH1; Manica, MB1; Carvalho, PS1; Gonçalves, MH1; Crispim, D2; Canani, LH2; Santos, KG1,3 Centro de Pesquisas em Ciências Médicas, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) 3 Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) [email protected] 1 2 Palavras-chave: diabetes mellitus tipo 2, retinopatia diabética, nefropatia diabética, polimorfismo, TGFB1. O fator de crescimento transformante b1 (TGFB1) é uma citocina multifuncional que regula a proliferação, a diferenciação, a formação da matriz extracelular e outras funções em vários tipos celulares. Como o polimorfismo 869T>C (Leu10Pro) localiza-se no peptídeo sinal, uma região que sinaliza a exportação do TGFβ1 recémsintetizado através da membrana do retículo endoplasmático, acredita-se que modificações na seqüência de aminoácidos podem afetar a sua polaridade, levando a diferentes taxas de exportação desta proteína. Entretanto, os poucos estudos que investigaram a relação deste polimorfismo com as complicações crônicas do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) obtiveram resultados contraditórios. Assim, o objetivo deste estudo de caso-controle é analisar a associação do polimorfismo 869T>C no gene do TGFB1 com a presença e a gravidade da retinopatia (RD) e nefropatia (ND) diabéticas, em pacientes ambulatoriais com DM2. Para isso, 371 caucasianos com DM2 provenientes de três centros médicos gaúchos (209 com e 133 sem RD; 182 com e 155 sem ND) foram genotipados para o polimorfismo 869T>C por meio de PCR em tempo real, utilizando “primers” e sondas contidas em ensaio comercial de discriminação alélica específico para a genotipagem desta variante (TaqManÒ, Applied Biosystems, EUA). As análises estatísticas foram realizadas por meio do teste de qui-quadrado nos programas estatísticos PEPI e SPSS. As freqüências alélicas e genotípicas obtidas para o polimorfismo 869T>C nos pacientes com RD não diferiram significativamente daquelas observadas nos pacientes sem RD, mesmo quando a análise levou em consideração a gravidade desta complicação (p>0,05 para todas as comparações). Da mesma forma, os pacientes com e sem ND também não apresentaram diferenças estatisticamente significativas nas freqüências alélicas e genotípicas. No entanto, quando a gravidade da ND foi analisada, observou-se que o alelo C foi bem menos freqüente entre os 15 pacientes com insuficiência renal crônica (23,3%) do que entre os 155 normoalbuminúricos (41,6%), 86 microalbuminúricos (50,6%), 35 macroalbuminúricos (42,9%) e entre os 46 pacientes em diálise (50,0%) (p=0,036). Além disso, nenhum homozigoto para o alelo C foi observado entre os pacientes com insuficiência renal crônica quando comparados aos demais grupos de pacientes. Esse resultado deve-se, provavelmente, a um viés de mortalidade, pois os portadores do alelo C que progrediram para a insuficiência renal crônica podem ter sobrevivido menos, e isso se refletiu na menor prevalência deste alelo entre os pacientes com doença renal avançada. Como o tamanho amostral analisado até o momento é pequeno, novas análises são necessárias para avaliar o papel do polimorfismo 869T>C no gene do TGFB1 na patogênese das complicações crônicas do DM2. Apoio financeiro: CNPq e ULBRA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 233 Associação do polimorfismo SW19 do gene da apolipoproteína A5 e o diabetes mellitus tipo 2 Pinheiro, PS1; Sóter, MO1; Fernandes, AP1; Carvalho, MG1; Sousa, MO1; Gomes, KB1,2 Departamento de Análises Clínicas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil 2 Colégio Técnico, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: gene APOA5, polimorfismo SW19, apolipoproteína A5, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia. O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é caracterizado como uma síndrome de etiologia múltipla, devido a produção deficiente de insulina e/ou redução da sensibilidade dos tecidos alvo ao efeito bioquímico da insulina, descrito como resistência insulínica. Portadores de DM2 apresentam mortalidade três vezes maior do que a população em geral e a dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular em pacientes diabéticos. As alterações lipídicas mais frequentes na população diabética são aumento de triglicérides (TG), diminuição de colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) e alterações qualitativas nas lipoproteínas, tais como a formação de partículas de lipoproteína de baixa densidade (LDLc) pequenas e densas. O gene da apolipoproteína A5 (APOA5) é um membro recentemente descoberto no grupo ApoA1/C3/A4/A5, e o seu produto, a apoA5, parece ativar a hidrólise intravascular dos TG pela lipoproteína lipase e inibir a produção hepática de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDLc). Polimorfismos do gene APOA5, como o SW19, têm sido associados com variações nos níveis plasmáticos de TG em diferentes populações. Dessa forma, como a principal alteração no perfil lipídico de diabéticos é o aumento de TG, justifica-se a investigação do polimorfismo SW19, bem como a avaliação da correlação destes polimorfismos com perfil lipídico de pacientes portadores de DM2. O estudo objetivou a análise da frequência do polimorfismo SW19 do gene APOA5 em 156 indivíduos portadores de DM2, selecionados no Hospital de Especialidades Médicas do Instituto de Previdência Social de Minas Gerais (IPSEMG) e 163 indivíduos hígidos (controles), confirmados por exames laboratoriais, selecionados no Banco de Dados e Amostras Biológicas da Faculdade de Farmácia-UFMG. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética da UFMG. Após extração de DNA do sangue periférico, as amostras foram submetidas à PCR-RFLP. A análise genética mostrou que 14,1% e 16,0% dos indivíduos diabéticos e controles, respectivamente, eram heterozigotos para o polimorfismo SW19. Indivíduos homozigotos não foram detectados em nenhum dos grupos. As freqüências do alelo S foram de 0,93 e 0,92 e a do alelo W de 0,07 e 0,08 nos grupos diabéticos e controle, respectivamente. Não foram observadas diferenças significativas nas frequências do polimorfismo entre os dois grupos estudados (p=0,644; OR=0,865; IC=0,470-1,592; teste Qui-quadrado). Esses dados indicam que o polimorfismo SW19 do gene APOA5 parece não ser associado ao desenvolvimento de DM2. Patrocínio: FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 234 Associação de polimorfismos na região promotora do gene da interleucina 18 com a Diabetes Mellitus do tipo 1, em pacientes do Estado de Pernambuco – Brasil Tavares, NAC1; Serafim-Silva, SP1, Brandão, LAC1; Guimarães, RL1; Crovella, S1, 2 Laboratório de Variabilidade Genética - Laboratório de Imunopatologia Keiso Asami, Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco [email protected] 1 2 Palavras-chave: Diabetes melittus tipo 1, auto – imune, IL – 18, SNPs, mecanismos patogenéticos. O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune, caracterizada pela destruição seletiva de células Beta pancreáticas, produtoras de insulina. Atualmente, a DM1 é classificada como uma doença crônica multifatorial dependente da complexa interação entre a resposta imunológica, fatores genéticos e a influência do meio-ambiente que estão associados para a produção do fenótipo final. Um dos componentes de fundamental importância na imunomodulação e polarização da resposta imune de linfócitos T são a Interleucina (IL) -18. A IL-18 é uma potente citocina pró-inflamatória. Polimorfismos no gene para a IL-18 têm sido associados com susceptibilidade a DM1. As variações genéticas estudadas são encontradas na posição -607 (A / C) (rs1946518) e -137 (C / G) (rs187238) da região promotora da IL-18. O presente estudo tem como principal objetivo, avaliar a associação de polimorfismos funcionais na região promotora do gene IL18 com a susceptibilidade ao desenvolvimento da DM1 em crianças e adolescentes do Estado de Pernambuco e esclarecer os mecanismos patogenéticos envolvidos com a promoção do seu quadro auto-imune. As amostras foram processadas e tiveram o seu DNA genômico humano extraído de acordo com as instruções do fabricante do Kit comercial. Em seguida, foi realizada uma reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando primers específicos para a região promotora do gene IL18. Os produtos obtidos foram seqüenciados em analisador genético Mega BACE (TM) 750. As freqüências alélicas do SNP G-137C (n=96) do grupo controle foram: C=27% (53/192) e G=72% (139/192), com as freqüências genotípicas sendo: C/C=10% (10/96), C/G=33% (33/96) e G/G=55% (53/96). As freqüências alélicas do SNP C-607A (n=96) foram: C=57% (110/192) e A=42% (82/192); enquanto as freqüências genotípicas foram C/C=33% (32/96), C/A=48% (46/96) e A/A=19% (18/96). As freqüências observadas no grupo controle para ambos os polimorfismos estudados estão em conformidade com o Princípio de Hardy-Weinberg. Foram construídos os haplótipos possíveis para os SNPs, observando-se as seguintes freqüências: AC = 27%, CG = 57% e AG = 15%. Comparando-se nossos resultados às freqüências dos haplótipos possíveis para os SNPs -607/-137 com os de Segat et al. (2009), que utilizaram um grupo controle composto por brasileiros diferente do nosso, observamos grande semelhança na distribuição dos haplótipos. O seqüenciamento das amostras do grupo de pacientes DM1 pertencente ao grupo de estudo já foi realizada. A genotipagem está sendo realizada para permitir a comparação estatística com o grupo controle, dessa forma, será possível traçarmos um perfil genético dos grupos e compreender a função do gene IL18 como marcador no desenvolvimento da DM1. A genotipagem do grupo controle será ainda aumentada para ampliar nosso número amostral. Conclusões: O entendimento progressivamente mais detalhado da patogenia dessa doença culminará com estratégias terapêuticas cada vez mais efetivas. Apoio financeiro: Facepe 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 235 Associação entre o gene da butirilcolinesterase e diabete melito tipo 1 Fernandes, AB1; Almeida, ACR2, Réa, RR2; Furtado-Alle, L1; Souza, RLR1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná [email protected] 1 2 Palavras-chave: butirilcolinesterase, diabete melito tipo 1. A butirilcolinesterase (BChE) é codificada pelo gene BCHE que apresenta dezenas de alelos, sendo alguns polimórficos. O diabete melito (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade desta exercer adequadamente seus efeitos levando a vários distúrbios metabólicos. O objetivo deste estudo foi buscar informações que levem à indicação mais precisa do possível envolvimento do gene BCHE na susceptibilidade ao diabete melito ou se existe outro gene de susceptibilidade na região proximal ao gene BCHE. Foram utilizadas duas amostras de pacientes com DM1, uma já coletada em estudo anterior (N=71) e outra coletada para o presente estudo (N=103), com suas respectivas amostras controle. Ambas as amostras de DM1 foram coletadas no Hospital de Clínicas, Curitiba, PR. As amostras controle são de doadores de sangue de Curitiba, coletadas no HEMEPAR. A nova amostra de pacientes com DM1 foi genotipada para as mutações K (rs1803274), -116 (rs1126680), já genotipadas para a amostra antiga e controles, e os 4 SNPs (para as duas amostras e respectivos controles) em torno do gene BCHE (rs2863381 e rs4440084 a montante do gene e rs7624915 e rs4387996 a jusante do gene) utilizando a técnica de genotipagem por PCR em tempo real. Fazendo a análise conjunta das duas amostras, foram encontradas diferenças significativas, entre DM1 e seus controles, na freqüência genotípica (rs1803274 e rs7624915) e na freqüência alélica (rs7624915 e rs4387996). Em estudo anterior de nosso laboratório, com a amostra antiga, foi encontrada diferença na freqüência da mutação K e -116 quando a amostra de DM1 foi separada pela mediana da idade de aparecimento de DM1. Com as amostras agrupadas, esse resultado não se repetiu, no entanto, foi encontrada diferença para o SNP rs7624915. Esse SNP é o mesmo que apresentou diferenças alélica e genotípicas entre DM1 e seus controles. Como esse SNP, assim como o outro que apresentou diferença na freqüência alélica ficam a jusante do gene BCHE, pode ser que a associação encontrada seja com outro gene próximo ao gene. Apoio financeiro: CAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 236 Associação de polimorfismos na região codificadora do gene FYB (Fyn Binding Protein) com a susceptibilidade ao lupus eritematoso sistêmico Addobbati, CJC¹; Brandão, LAC¹;Guimarães, RL¹; Pancotto, JAT2; Donadi, EA2; Crovella, S1,3, Sandrin-Garcia, P¹ Laboratório de Imunologia Keizo Asami LIKA/Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Depto de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo (USP) 3 Depto de Genética/ Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) [email protected] 1 2 Palavras-chaves: FYB, Lupus Eritematoso Sistêmico, SNP, auto-imunidade e PCR em tempo real Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença auto-imune que afeta diversos órgãos e sistemas. Embora os fatores que contribuem para a patogenia da doença não estejam esclarecidos, sabe-se que o LES é um distúrbio multifatorial que envolve a ativação de células B e T auto-reativas contra uma variedade de componentes intracelulares. Desse modo, o gene FYB pode estar envolvido no desencadeamento da doença, uma vez que codifica uma proteína sinalizadora da cascata de células T e participa da modulação da expressão de interleucina-2A. O presente estudo investigou a associação de 13 SNPs localizados em diferentes exons do gene FYB com a susceptibilidade ao LES. Métodos: As genotipagens foram realizadas através da PCR em tempo real, utilizando a tecnologia de sondas TaqMan e o Rotor Gene 3000 como plataforma (Uniscience, Corbett Research). O grupo de estudo foi composto por 143 pacientes com LES e 185 indivíduos saudáveis como grupo controle. As frequências obtidas foram analisadas pelo genotype transposer e teste exato de Fisher para avaliar o Equilíbrio de Hardy-Weinberg (HW) e a associação ao LES, respectivamente. Resultados: Todos os grupos analisados estavam em equilíbrio de HW. Foram observadas diferenças significativas entre as frequências alélicas do grupo controle e dos pacientes para o SNP [C/T] encontrado no exon 1 (rs6863066) e para os SNPs [A/G] e [C/T] localizados no exon 19 (rs2161612 e rs358501, respectivamente). As freqüências alélicas observadas para o SNP no exon 1 foram C=62,94% e T=37,06% nos pacientes e C=25,5% e T=74,5% nos controles (p<2.2e-16, OR=4.95). Para o SNP [A/G] no exon 19 foram obtidas as freqüências A=26,92% e G=73,08% nos pacientes e A=69,8% e G=30,2% nos controles (p<2.2e-16, OR=6.26). Para o SNP [C/T] no exon 19, observamos as freqüências C=24,8% e T=75,2% nos pacientes e C=16,3% e T=83,7% nos controles (p= 0, 007, OR=1.69). Não foi observada associação entre os outros SNPs estudados e a susceptibilidade ao LES. Conclusão: Existe associação entre SNPs na região codificadora do gene FYB e o aumento do risco de desenvolvimento de LES. Entretanto, futuros estudos para investigar uma possível função da proteína codificada pelo gene ainda são necessários para a compreensão da fisiopatologia da doença, aperfeiçoamento de métodos diagnósticos e tratamentos terapêuticos para a doença. Apoio Financeiro: FACEPE (Bolsa BIC-0760-2.01/09)/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 237 Análise de polimorfismos no gene MBL2 (MannoseBinding Lectin) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatóide Fernandes, KM1; Fragoso, TS2; Dantas, AT2; Duarte, ALBP2; Crovella, S1,3; Sandrin-Garcia, P1 Laboratório de Imunologia Keizo Asami LIKA/Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas/Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 3 Depto de Genética/ Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) [email protected] 1 2 Palavras-chaves: MBL2, LES, AR, polimorfismo e PCR em tempo real Introdução: Doenças autoimunes acometem cerca de 3 a 5% da população em geral. O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e Artrite Reumatóide (AR) são duas importantes doenças autoimunes responsáveis por uma considerável parcela de morbilidade e mortalidade em todo mundo. Tanto LES quanto AR são doenças sistêmicas, inflamatórias e progressivas, com manifestações clínicas múltiplas. A herança é multifatorial, sendo que vários fatores estão implicados no desencadeamento dessas doenças como genéticos, ambientais, hormonais e imunológicos. O gene MBL2 tem papel fundamental no sistema imune inato humano, em processos inflamatórios, e já foi relatada a associação entre a freqüência aumentada de alelos mutantes neste gene em pacientes com doenças auto-imunes, como LES e AR. Desta forma, devido à associação do gene MBL2 com doenças auto-imunes, e uma vez que a patogenia de LES e AR não é completamente conhecida, o gene MBL2 é considerado um forte candidato a estar envolvido na susceptibilidade, atividade de doença e prognóstico do LES e AR. Objetivos: Genotipagem dos polimorfismos do exon 1 (A/O) (codons 52, 54 e 57) do gene da MBL2 em pacientes brasileiros com LES e AR utilizando a técnica de PCR em tempo real. Métodos: As genotipagens foram realizadas através da PCR em tempo real, pela metodologia da curva de quantificação e de melting, respectivamente, usando o Rotor Gene 3000 como plataforma (Uniscience, Corbett Research). O grupo de estudo foi composto por 38 pacientes com LES e 23 pacientes com AR e grupos controles com 38 e 23 indivíduos saudáveis para cada grupo de pacientes. As frequências obtidas foram analisadas pelo genotype transposer e teste exato de Fisher para avaliar o Equilíbrio de Hardy-Weinberg (HW) e a associação ao LES e AR, respectivamente. Resultados: Tanto o grupo analisado para LES quanto para AR estavam em Equilíbrio de Hardy-Weinberg. As freqüências alélicas observadas para LES foram A=63,2% e O=36,8% nos pacientes e A=68,4% e O=31,6% nos controles (p=0,60). As freqüências alélicas observadas para AR foram A=63% e O=34% nos pacientes e A=71,7% e O=28,3% nos controles (p=0.50). Os resultados obtidos não mostraram associação entre os polimorfismos analisados e a susceptibilidade ao LES e AR. Conclusão: Não foram observadas diferenças significativas entre as frequências alélicas e genotípicas dos grupos controles e dos pacientes com LES e AR. Apoio Financeiro: FACEPE(APQ-0087-2.02/08)/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 238 Influência do polimorfismo BAT1 -22 no desenvolvimento da Doença de alzheimer na população de Vitória–ES Almeida, LD1; Camporez, D1; Belcavello, L1; Almada, BVP1; Morelato, RL2,3; Paula, F1 1 Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM), Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) 2 Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) 3 Hospital da Santa Casa de Misericórdia (HSCM) [email protected]; [email protected] Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Estudo de associação; BAT 1; Doenças multifatoriais; Vitória-ES A Doença de Alzheimer (DA) é a doença mais comum do envelhecimento. O aumento da longevidade assegura que sua prevalência crescerá ainda mais. A DA é uma desordem neurodegenerativa progressiva caracterizada por declínio cognitivo global, incluindo a perda progressiva da memória, raciocínio e linguagem. É uma doença multifatorial resultante da combinação de envelhecimento, predisposição genética, exposição a um ou mais agentes ambientais como traumatismo craniano, vírus e/ou toxinas, fatores sociodemográficos como nível de educação/estudo, inteligência, estilo de vida, aspectos de nutrição, condicionamento aeróbico e exercício mental. Estudos com gêmeos sugerem que cerca de 74% de risco para DA de início tardio (início após os 65 anos) é genético. Estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar as variáveis genéticas associadas à DA e como elas atuam no seu desenvolvimento. O presente trabalho é um estudo de associação, em pacientes e controles de Vitória-ES, que analisou o polimorfismo na posição -22 da região promotora do gene BAT1, substituição de uma Guanina (G) por uma Citosina (C), apontado em estudos anteriores como fator de proteção para a DA. O gene BAT1 é um membro da família DEAD-box de RNA helicases, localizado no Complexo Principal de Histocompatibilidade no cromossomo 6, numa região que afeta várias desordens imunopatológicas e é considerado um regulador negativo de inflamação. Esse gene parece regular a produção de citocinas inflamatórias associadas com a DA. A amostra conta com 264 indivíduos não consangüíneos dentre eles 82 são pacientes com diagnóstico de DA de acordo com os critérios NINCDS-ADRDA e 182 são controles pareados em relação à idade e sexo. A proporção sexual entre pacientes foi 54 mulheres e 28 homens com idade média de 80.28 ± 7.44 e entre controles 132 mulheres e 50 homens com média de idade de 78.18±8.29. Até o momento foi analisada 87% da amostra, sendo que a mesma foi submetida ao método PCR-RFLP com a enzima de restrição Alw44I, analisada em gel de poliacrilamida a 7% e coradas com nitrato de prata. A frequência dos alelos G e C foi de 65% e 35%, respectivamente, na amostra total estudada. Os resultados estatísticos dos genótipos GG, CG e CC, foram, respectivamente: OR= 1.537, 95% IC.: 0.83352.823, p= 0.2016; OR=0.6902, 95% IC.: 0.3758-1.267, p= 0.2677 e OR= 0.5328, 95% IC.: 0.02521-11.262, p= 1.0000. Esses resultados sugerem que o polimorfismo estudado é, estatisticamente, não significativo. Polimorfismos associados à doenças multifatoriais podem se comportar de diferentes formas (risco, proteção neutro), dependendo do grupo populacional estudado, em função do perfil genético de cada grupo étnico. Assim, estudos de diferentes populações são importantes para identificar fatores relacionados a doenças específicas. Nesse estudo os resultados sugerem que o polimorfismo BAT1 -22 não apresenta associação com DA em pacientes de Vitória-ES. Agência financiadora: FACITEC, Arcelor Mital Brasil, FAHUCAM. Apoio: UFES, EMESCAM e HSCM. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 239 Investigação da mutação c.1448T>C (p.L444P) no gene GBA como fator de risco para a Doença de Parkinson Pereira, ACV1; Santos, AV1; Santos, FL1; Rodrigues, FC1; Guimarães, BC1; Campos Jr. , M1; Santos, JM1; Pereira, JS3; Nicaretta, DH3,4; Rosso, ALZ2; Santos-Rebouça, CB1; Pimentel, MMG1 Departamento de Genética, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro 3 Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro 4 Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: Doença de Parkinson, GBA, L444P, Glicocerebrosidase. A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente depois da Doença de Alzheimer e afeta aproximadamente 1% da população com idade superior a 65 anos. Caracteriza-se pela presença de tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular, instabilidade postural, decorrente da perda seletiva de neurônios dopaminérgicos e da formação de agregados de alfa-sinucleína (corpúsculos de Lewi). A DP é uma desordem complexa, resultante da interação de fatores ambientais e genéticos. Entre estes, podemos destacar mutações no gene GBA, localizado em 1q21, codificador da enzima glicocerebrosidase. Temos como objetivo determinar a freqüência da mutação p.L444P em pacientes com DP, em comparação com uma amostra controle, visando analisar se esta mutação constitui um fator de risco para a doença na população brasileira. Foram analisados 206 pacientes com DP, de ambos os sexos e uma amostra controle de 155 indivíduos. A extração de DNA foi realizada a partir de amostras de sangue periférico ou de saliva. A triagem molecular da referida mutação foi realizada através da técnica de PCR-RFLP, seguida por digestão enzimática com a enzima NciI e análise em gel de agarose 2%. Identificamos 7 pacientes DP com a mutação L444P (3,39%), não sendo esta encontrada em nenhum individuo da amostra controle. Até o momento, nossos resultados, apóiam a hipótese de que esta mutação pode constituir um fator de risco para a doença na população brasileira. Apoio financeiro: Ministério da Saúde, CNPq, FAPERJ, CEPUERJ. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 240 Estudo de associação entre o polimorfismo genético da interleucina 1β e a osteoporose em idosos Poli-Frederico, RC1; Carvalho, LCL1; Ruzzon, E1, Valério, ACB1; Araújo, ACG1; Souza,RDN1; Marquez, AS1; Maciel, SM1 Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Norte do Paraná [email protected] 1 Palavras-chave: Polimorfismo genético, Interleucina 1β, Osteoporose, Idosos. O processo de envelhecimento é um fenômeno complexo resultando em inúmeras alterações fisiológicas, afetando a integridade do organismo e permitindo o surgimento das doenças crônicas, com impacto sobre a saúde e a qualidade de vida do idoso. Polimorfismos em genes que codificam mediadores da resposta imunológica têm sido associados a parâmetros de densidade mineral óssea e à incidência de desordens comuns ao metabolismo ósseo, em particular, a osteoporose. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar a associação entre as frequências alélicas e genotípicas do gene da interleucina 1b e a osteoporose em idosos atendidos em unidades básicas de saúde de Londrina/PR. Foram extraídos DNAs a partir de leucócitos do sangue periférico de 41 idosos de ambos os gêneros. O polimorfismo no gene da IL-1β foi avaliado por meio da reação em cadeia da polimerase seguida por digestão com a enzima de restrição TaqI. Foi utilizado o teste do c2. e a correlação de Spearman para a análise das freqüências alélicas e genotípicas da IL-1b e a osteoporose. Maior parcela dos idosos pertencia ao gênero feminino (54%) e à etnia branca (68%), possuindo entre 60 e 75 anos de idade (76%). 58% reportaram fazer uma baixa ingestão de cálcio e 56% não tinham o hábito de fumar. Dos 41 idosos, 9,8% eram portadores da doença osteoporose. Em relação ao genótipo, a maioria (75%) era representada por heterozigotos para o gene da IL1-B. Foram encontradas uma associação estatisticamente significante (p = 0,007) e uma moderada correlação (r = 0,34) entre a osteoporose e o genótipo somente para o gênero feminino. Pode ser verificado que 67% das idosas com osteoporose eram homozigotas para o alelo 1, em contra partida, as que eram heterozigotas ou homozigotas para o alelo 2 não apresentaram esta comorbidade. Futuros estudos deverão ser conduzidos em um número maior de indivíduos, assim como, avaliar outros polimorfismos genéticos envolvidos na predisposição à osteoporose. Apoio Financeiro: Funadesp e UNOPAR 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 241 Estudo de associação do polimorfismo TNFA -850T na Doença de Alzheimer na população de Vitória-ES Camporez, D1; Almeida, LD1; Belcavello, L1; Almada, BVP1; Morelato, RL2,3; Paula, F1 1 Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM), Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) 2 Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) 3 Hospital da Santa Casa de Misericórdia (HSCM) Palavras-chave: Doença de Alzheimer; TNFA; Vitória-ES A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa, progressiva que compromete o cérebro causando alterações comportamentais profundas, com efeitos devastadores sobre o doente e sobre a família. A Doença de Alzheimer esporádica (DAE) é causada por fatores genéticos e ambientais, juntamente com fatores de predisposição de cada indivíduo. Estudos estão sendo desenvolvidos sobre o mal de Alzheimer para identificar as causas de predisposição genéticas da doença, dentre os genes estudados pode-se citar o polimorfismo -850T do gene TNFA (Fator de Necrose Tumoral alfa), que substitui uma Citosina (C) na posição -850 da região promotora do gene TNFA por uma Timina (T) localizado no cromossomo 6p21.3. A proteína TNFA age nos mecanismos imunológicos e inflamatórios, desempenhando um papel importante na causa da DA. Tendo isso em vista esse projeto de pesquisa tem como objetivo à análise do polimorfismo -850T no gene TNFA em portadores de Alzheimer na população da grande Vitória-ES, por meio de métodos de associação (caso: controle). A amostra é composta por 264 indivíduos não consangüíneos dentre esses 82 são pacientes com diagnostico de DAE de acordo com os critérios NINCDS-ADRDA e 182 são controles pareados em relação á idade e sexo. A proporção sexual entre pacientes foi de 54 mulheres e 28 homens com idade média de 80.28 ± 7.44 e entre controles 132 mulheres e 50 homens com média de idade de 78.18±8.29. As amostras foram submetidas ao método PCR-RFLP, analisados em gel de poliacrilamida 7% com a enzima de restrição HincII e coradas com nitrato de prata. Foi analisada, até o momento, 70% da amostra. As freqüências dos alelos C e T foram de 85% e 15%, respectivamente, na amostra total estudada. Os resultados estatísticos dos genótipos CC, CT e TT foram, respectivamente: OR= 1.605, 95% IC.: 0.8358-3.080, p= 0.1743; OR=0.6570, 95%IC.:0.3298-1.309, p=0.2775 e OR=0.6667, 95% IC.:0.18102.456, p= 0.5067. Esses resultados sugerem que o polimorfismo estudado é, estatisticamente, não significativo. O gene TNFA, uma citocina pró-inflamatória, é um importante regulador da resposta imune na inflamação de múltiplos tecidos do organismo, incluindo o cérebro. Na população da Austrália o polimorfismo TNFA -850T se comporta como um fator de risco para a doença de Alzheimer (Anastazita et al., 2008). Polimorfismos de risco para doenças multifatoriais podem se comportar como um polimorfismo neutro dependendo do grupo populacional estudado em função do perfil genético de cada grupo étnico. Assim, estudos de diferentes populações são importantes para identificar os alelos de risco para doenças específicas. Nesse estudo os resultados sugerem que o polimorfismo TNFA -850T não apresenta associação com DAE em pacientes de Vitória-ES. Agência financiadora: FACITEC, Arcelor Mital Brasil, FAHUCAM. Apoio: UFES, EMESCAM e HSCM. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 242 Influência dos genes APOE e HTR2A sobre escores de memória no envelhecimento Schuch, JB1; da Silva, VK2; Constantin, PC2; Orlandini, D3; DallaCosta, F3; Tisser, L3; de Andrade, FM2 Doutoranda em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Feevale 3 Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, Letras e Arte, Universidade Feevale [email protected] 1 2 Palavras-chave: memória, capacidade de aprendizado, APOE, HTR2A. Alterações da memória são uma das queixas mais freqüentes durante o processo de envelhecimento, têm etiologia multifatorial e envolvem fatores endógenos e exógenos. A etiologia desta característica ainda não está esclarecida, mas sabe-se que fatores genéticos estão envolvidos nos processos metabólicos que a influenciam, e dentre estes estão os genes relacionados aos neurotransmissores. O gene do receptor 2A do neurotransmissor serotonina (HTR2A) tem sido relacionado com alterações da memória. O bloqueio deste receptor parece estar associado a um singelo benefício à memória imediata e tardia. Outro gene candidato é o gene da APOE, que codifica a apolipoproteína E, sendo produzida em abundância no cérebro pelos astrócitos. O objetivo do presente trabalho é analisar se algum destes polimorfismos possui influência sobre os escores de memória em indivíduos com idade superior a 50 anos. A amostra conta com 112 indivíduos da região metropolitana do Rio Grande do Sul. Foi coletado sangue venoso para as análises genéticas. Para a avaliação da memória foram realizados os testes de Weschler de memória verbal e visual imediata e tardia, e o teste de aprendizado de Rey, sendo que valores inferiores a -1 foram considerados como déficit de memória. A genotipagem foi realizada através da técnica de PCR-RFLP na Universidade Feevale. Os escores de memória foram ajustados para idade, sexo e nível educacional através de regressão linear múltipla. Escores ajustados de memória foram comparados entre genótipos através de ANOVA e teste t. Freqüências alélicas e genotípicas foram comparadas entre grupos com e sem déficit de memória através do teste de qui-quadrado. As análises estatísticas foram realizadas através do programa SPSS versão 15.0. A freqüência do alelo 102C do polimorfismo T102C do gene HTR2A foi de 58,2%. Não foi possível observar a influência deste gene sobre os escores de memória e sobre a capacidade de aprendizado. Em relação ao gene APOE, a freqüência do alelo E*2 foi de 10,7% e do alelo E*4 de 8,2%. Indivíduos E*2E*3 apresentaram piores escores para a memória visual imediata e tardia em relação a homozigotos E*3E*3 (respectivamente, p=0,01; p=0,02). Portadores do alelo E*2 foram mais freqüentes nas amostras com déficit de memória visual imediata (p=0,037). Não foi observada nenhuma influência do alelo E*4 neste estudo. O trabalho continua em andamento, e o aumento da amostra poderá determinar novas associações. Apoio financeiro: CNPq, Feevale, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 243 Estudo 80+: identificação de genes associados à dominância motora em idosos cognitivamente saudáveis Naslavsky, MS1; Schlesinger, D1,2; Mendes, TAB2,3; Forbes, JF4; Amaro Jr, E2; Zatz, M1 Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo (USP) Instituto do Cérebro, Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein 3 Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina da USP 4 Instituto de Psicanálise Lacaniana [email protected] 1 2 Palavras-chave: envelhecimento saudável, genômica populacional, dominância motora, fMRI, estudo de associação No Brasil a população idosa em 2050 representará 30% da população total. Os componentes genéticos que participam do desenvolvimento da assimetria funcional do cérebro e contribuem para a manutenção da função cognitiva em idosos não são completamente conhecidos. Sabe-se que a dominância motora e a lateralidade cerebral estão intimamente relacionadas com características fenotípicas da cognição e com predisposição a doenças diversas. A proposta do Estudo 80+ é analisar dados fenotípicos de mil voluntários com mais de 80 anos, cognitivamente saudáveis (MMSE ≥ 26), contemplando dados sobre dominância motora e cognição. Será realizada a genotipagem de polimorfismos no genoma inteiro com o objetivo de identificar as variantes associadas às características fenotípicas testadas. Os voluntários serão estudados em ressonância magnética de 3 Tesla, com aquisições volumétricas, tratográficas e funcionais ( fMRI), o que deverá enriquecer os dados fenotípicos quantitativamente e qualitativamente. Os dados de dominância motora serão complementados com dominância de áreas de linguagem conforme resultado da fMRI. Os resultados parciais obtidos a partir de levantamento bibliográfico sugerem a genotipagem de 150 SNPs localizados em 77 genes ao longo do genoma. Adicionalmente, foram selecionados para a análise dois genes assimetricamente expressos entre os hemisférios cerebrais (HEY1 e LMO4), em busca de variantes associadas a lateralidade, e em paralelo a genotipagem do gene ApoE, importante marcador do declínio da função cognitiva. A média de idade dos voluntários entrevistados até o momento é de 85,4 anos, indivíduos os quais, após levantamento do histórico familiar, declararam ter parentes próximos (pais, tios e irmãos) com grande longevidade, mantendo-se ativos e sem evidências de declínio cognitivo. Os voluntários também se auto-avaliam como otimistas, condição associada previamente com o variante 5-HTTLPR, polimorfismo localizado em um transportador de serotonina. Estes indícios apontam para a herdabilidade de variantes associadas ao envelhecimento saudável. Desta maneira, a medida que o número de voluntários recrutados pelo estudo atinja um patamar de significância estatística, o cruzamento dos dados de genótipos e fenótipos, questionários e neuroimagens, permitirá a conclusão do estudo de associação. A análise de componentes genéticos associados à assimetria cerebral poderá contribuir para complementar o conhecimento sobre o envelhecimento e a manutenção da capacidade cognitiva em idosos. Apoio financeiro: FAPESP/CEPID, INCT e CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 244 Polimorfismos 5-HTTVNTR e 5-HTTLPR no gene do transportador de serotonina: depressão pós-parto e avaliação das concentrações salivares de cortisol Zimmermann-Peruzatto, JM1; Pinheiro, RT2; Silva, RA2; Oses, JP2; Giovenardi, M3; Almeida, S3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Católica de Pelotas 3 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 1 2 Palavras-chave: depressão pós-parto, transportador de serotonina, polimorfismo 5-httlpr, polimorfismo 5-httvntr, cortisol Introdução: A depressão pós-parto (DPP) é um importante problema de saúde pública que pode provocar a ruptura do vínculo entre a mãe e o bebê. A DPP é multifatorial e o seu surgimento pode ser favorecido por componentes hormonais, genéticos e ambientais. O ciclo gravídico-puerperal é considerado um período de risco. O risco de DPP é aumentado em mulheres que possuem histórico de depressão na família, logo, um componente genético determina maior suscetibilidade. Segundo o DMS-IV, existe uma relação entre a sintomatologia depressiva e as alterações na concentração cerebral de neurotransmissores, com destaque para serotonina (5HT). O transportador de serotonina (SERT) controla a intensidade e duração da re-captação da 5-HT nas sinapses serotonérgicas e, diversos trabalhos associam os polimorfismos do gene do SERT (SLC6A4) com transtornos mentais, como unipolar, bipolar, depressão e esquizofrenia. Objetivo: Investigar a associação dos polimorfismos 5-HTTVNTR e 5-HTTLPR no gene SLC6A4 com as concentrações salivares de cortisol (cort) e DPP. Material e Métodos: A amostra foi constituída por 128 mulheres brancas da cidade de Pelotas/RS, triadas em ambulatórios do SUS. O diagnóstico foi feita através de entrevista psiquiátrica usando-se o Inventário de Depressão de Beck (BDI). A região promotora do gene contendo o polimorfismo 5-HTTLPR e a região do segundo intron contendo o polimorfismo 5-HTTVNTR foram amplificadas através da reação em cadeia da polimerase. A dosagem do cort foi realizada a partir da saliva por técnica de ELISA utilizando kit específico. A mediana e o intervalo interquartil das concentrações salivares do cort entre os portadores dos diferentes genótipos foram comparados entre os grupos estudados usando o teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. A comparação das freqüências alélicas e genotípicas dos polimorfismos estudados entre as mulheres que apresentarem ou não DPP foi feita pelo teste do Qui-quadrado, com correção de Yates quando necessário. Resultados e Conclusões: Nossos resultados apontam para a não existência de associação entre o polimorfismo 5-HTTLPR do gene SLC6A4 e o diagnóstico de DPP em mulheres brancas nos modelos co-dominante (p=0,48), dominante (p=0,48) e recessivo (p=1,00) do alelo curto (S). Além disso, não verificamos associação entre o polimorfismo 5-HTTVNTR utilizando-se o modelo co-dominante (p=0,77) e o diagnóstico de DPP. Em relação às concentrações salivares de cort não observamos diferença significativa na associação destas e os modelos co-dominante (p=0,41), dominante (p=0,25) e recessivo (p=0,32) do alelo (S) do polimorfismo 5-HTTLPR. Por outro lado, houve diferença significativa entre as concentrações salivares de cort e o modelo co-dominante (p=0,03) do polimorfismo 5-HTTVNTR do gene SLC6A4. Ao melhor de nosso conhecimento, este é o primeiro estudo investigando a associação destes polimorfismos com DPP e concentrações de cortisol em mulheres no período pós-parto, mais estudos devem ser realizados para que conclusões definitivas. Agências Financiadoras: CNPq, PROAP/UFCSPA, 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 245 Polimorfismo no gene do receptor nicotínico subunidade α5 (CHRNA5) na suscetibilidade a dependência de substâncias Polina, ER; Contini, V; Bau, CHD Departamento de Genética, Instituto de Biociências, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil Palavras-chave: alcoolismo, tabagismo, D398N, nicotina, acetilcolina O uso de álcool e tabaco está amplamente correlacionado em humanos, estima-se que 80-90% dos dependentes de álcool sejam tabagistas. A prevalência de fumantes em pacientes dependentes de álcool é maior que na população em geral. Além disso, é observada uma maior gravidade na dependência de álcool entre os fumantes, como uma maior frequência e quantidade de álcool consumida. As dependências de álcool e nicotina possuem envolvimento de componentes genéticos e ambientais, podendo haver uma suscetibilidade genética compartilhada. Os receptores nicotínicos neuronais de acetilcolina (nAChRs) são expressos no sistema nervoso central e periférico e são os principais alvos da nicotina. Estudos farmacológicos e neuroquímicos sugerem que o etanol também pode interagir com os nAChRs. Os receptores nicotínicos são componentes importantes do sistema de recompensa dopaminérgico, o qual pode ser um elemento comum de muitos tipos diferentes de dependência. Uma alta concentração desses receptores está presente nos neurônios dopaminérgicos, sendo que o subtipo α4α5β2 é o mais expresso. A subunidade α5 forma somente receptores funcionais quando presente com outras subunidades α e β, e a presença dessa subunidade parece alterar as propriedades funcionais dos nAChRs através de mudanças conformacionais. O gene CHRNA5 codifica a subunidade α5 de receptor nicotínico e está localizado na região cromossômica 15q25. O polimorfismo D398N (rs16969968) é uma substituição não sinônima (G>A) que resulta na troca de aminoácido no códon 398 (Asp398Asn). Foi observado que as formas variantes da subunidade α5 alteram a função do receptor sem afetar a expressão do receptor. Este trabalho tem por objetivo verificar uma possível associação entre o polimorfismo D398N e a dependência de substâncias. A amostra (ainda em obtenção) consiste de 104 dependentes de álcool tabagistas, 118 tabagistas e 107 controles, sendo todos do sexo masculino e eurodescendentes. A genotipagem do polimorfismo foi realizada através do sistema de discriminação alélica TaqMan. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico SPSS. Não foi observada diferença estatisticamente significante nas frequências genotípicas entre os dependentes de substâncias e o grupo controle (alcoolistas tabagistas x controle: x2= 5,256 p= 0,072; alcoolistas tabagistas x tabagistas x controle: x2= 6,774 p= 0,148; tabagistas x controle: x2= 2,048 p= 0,359). Nossos resultados preliminares não evidenciam associação do polimorfismo com a dependência de álcool e o tabagismo. Apoio financeiro: CNPq, PRONEX, FAPERGS, CAPES, HCPA, DECIT/SCTIE/MS/PPSUS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 246 Análise da Transferência gênica da esquizofrenia em pacientes psiquiátricos na cidade de Manaus Britto-Jr, A¹; Vieira, DM¹; Oliveira, ACL de ¹; Moraes, LC de ¹; Ribeiro, HCT²; Fajardo, LB³; Souza, AQL de¹ ¹Laboratório de Genética Humana da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA) ²Laboratório de Genômica e Proteômica do Mestrado em Biotecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (MBT/UEA) ³Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER) [email protected] Palavras-chave: Psiquiatria, Esquizofrenia, Transferência Gênica, Heredograma, Manaus. A esquizofrenia (ESQ) é uma das mais intrigantes doenças psiquiátricas e tem prevalência de cerca de 1% nas diversas populações e geralmente acomete indivíduos durante o ápice dos seus processos produtivos. A idade na primeira admissão hospitalar é mais precoce para os homens (média de 25 anos) do que para as mulheres (média de 30 anos). A ESQ, assim como outras doenças complexas, é causada por uma série de fatores, incluindo o ambiente e a herança gênica. De acordo com o modelo multifatorial, há vários genes envolvidos no desenvolvimento do transtorno que podem agir de forma aditiva e sofrer influências ambientais, aumentando a susceptibilidade à doença e/ou agravando o quadro do paciente. Este modelo requer também a existência de um limiar de suscetibilidade, a partir do qual a doença passa a ocorrer. Estudar os padrões genéticos de pacientes esquizofrênicos através da produção de heredogramas e analisar, para cada família, o risco de transferência gênica dos padrões da esquizofrenia para os descendentes, foram os objetivos desta pesquisa na cidade de Manaus. Foram investigações de casos de esquizofrenia na família de oito pacientes do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro através de entrevistas com estes, parentes e responsáveis no Ambulatório Psiquiátrico Dra. Rosa Blaya, as quais serviram de informação para a construção de heredograma das famílias de cada um dos pacientes que participaram do estudo. A partir da análise dos dados foi possível a construção dos heredogramas com 3-5 gerações, cada família contendo de 15-52 indivíduos num universo total de 245 pessoas, destas 21 com diagnóstico de esquizofrenia. Estudos mostram claramente que o risco de desenvolver esquizofrenia está aumentado nos familiares dos probandos esquizofrênicos, sendo o risco mais marcado para os familiares de 1º grau e menor nos de 2º grau, o mesmo foi visto em todas as famílias, tendo o predomínio de afetados entre parentes de 1º grau, afetando irmãos, primos e tios principalmente. Foi observado que não há alternância de geração, marca freqüente encontrada em heranças de cunho dominante exceto para a família 8. A ESQ atinge tanto homens quanto mulheres (9 homens e 12 mulheres) avaliados nas 8 famílias, característica de herança autossômica e a depressão aparece como uma das características fenotípicas mais freqüente nos afetados e em seus familiares. Esta pesquisa destaca-se por ser a primeira que estuda as relações genéticas de pacientes esquizofrênicos na cidade de Manaus e terá continuidade em 2010-11 ampliando a amostragem para 30 famílias. Espera-se poder contribuir para a compreensão do padrão de caracteres fenotípicos ligados a esquizofrenia na cidade de Manaus. Apoio: Fapeam, Susam, UEA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 247 Determinação da frequência alélica e genotípica do polimorfismo G20210A do gene protrombina em indivíduos com epilepsia provenientes do Estado de Alagoas Born, JPL1; Almeida, DH1; De Mendonça, LR1; Gitaí, LLG3; Machado, LCH4; Gameleira, FT3; Andrade, TG2; Gitaí, DLG1 Setor de Genética e Biologia Molecular, ICBS, UFAL, Maceió Laboratório de Biologia Molecular e Expressão Gênica, UFAL, Arapiraca 3 Setor de Neurologia, HUPAA, UFAL, Maceió 4 Setor de Histologia e Embriologia, ICBS, UFAL, Maceió [email protected] 1 2 Palavras-chave: Epilepsia Mioclônica Juvenil, polimorfismos genéticos, RFLP, SNP e Protrombina. Epilepsia é uma desordem neurológica caracterizada pela presença de crises espontâneas e recorrentes, que afeta 2 a 3% da população mundial. As crises epilépticas refletem atividade elétrica anormal e paroxística, que podem ser causadas por inúmeras patologias estruturais ou neuroquímicas. Por ser de natureza complexa e multifatorial, a epilepsia apresenta diferentes etiologias, sejam associadas a lesões cerebrais específicas, como no caso das epilepsias sintomáticas; ou a alterações genéticas, como no caso das epilepsias idiopáticas. No entanto, postula-se que, em ambas as situações, um limiar genético de susceptibilidade é essencial para o estabelecimento das crises epilépticas. Assim, a identificação de variantes alélicos associados a este limiar é fundamental para o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos na predisposição ou proteção às crises. Uma abordagem para identificação desses alelos baseia-se na análise direta do material genético, através de estudos de associação. Neste contexto, exploramos o Banco de DNA de indivíduos epilépticos e não-epilépticos da UFAL para investigar se o polimorfismo G20210A do gene da protrombina está associado à Epilepsia Mioclonica Juvenil. Este variante provoca uma hipertrombinemia que tem sido caracterizada como um fator de risco a trombofilias. Além do mais, a trombina, uma serina-protease envolvida no processo de coagulação, está associada à indução de crises epilépticas. A genotipagem está sendo realizada por RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) que possibilita a detecção dos variantes G ou A. Até o presente momento, 53 amostras de DNA de indivíduos com Epilepsia Mioclônica Juvenil foram analisadas. O variante G apresentou uma freqüência de 99,06 % (105 alelos) e o variante A de 0,94 % (1 alelo). As freqüências genotípicas dos homozigotos GG e AA e do heterozigoto GA foram as seguintes: 98.11%, 0 % e 1,89 %, respectivamente. Embora estes dados ainda não tenham sido confrontados com os dos indivíduos não-epilépticos da população alagoana, a freqüência do variante A na população estudada é comparável às obtidas em estudos com outras populações. A comparação das freqüências alélicas e genotípicas entre as populações epiléptica e não-epiléptica do Estado de Alagoas permitirá avaliarmos se o variante polimórfico G20210A do gene protrombina está associado ao limiar genético de susceptibilidade ou proteção à Epilepsia Mioclônica Juvenil, uma das síndromes epilépticas idiopáticas mais freqüentes no Estado de Alagoas. Apoio financeiro: FAPEAL e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 248 Participação do gene PRODH na patogênese da esquizofrenia Bellucco, FTS1; Belangero, SIN1,2; Gadelha, A2,3; Ota, VK1; Christofolini, DM1; Santoro, ML1; Rocha, DMFL2,3; Mari, JJ3; Smith, MAC1; Bressan, RA2,3; Melaragno, MI1 Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia e Genética, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LiNC), Departamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil 3 Departamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil 1 2 Palavras-chave: Esquizofrenia, PRODH, polimorfismos, prolina A esquizofrenia é um transtorno mental grave e incapacitante, sendo uma das principais causas de anos perdidos de vida saudável e que acomete 0,3 a 1,6% da população. Existem evidências de associação entre a esquizofrenia e polimorfismos do gene PRODH, embora a sua ação na patogênese não esteja muito clara. Esse gene, localizado em 22q11.2, codifica a enzima POX (prolina oxidase) envolvida na degradação da prolina, catalisando sua conversão em Δ1-pirolina-5-carboxilato (P5C). Essa enzima da membrana mitocondrial se expressa nos rins, no fígado e no cérebro. Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre polimorfismos do gene PRODH com a esquizofrenia. Nós estudamos 188 portadores de esquizofrenia, acompanhados no Programa de Esquizofrenia (PROESQ) da UNIFESP e 155 indivíduos saudáveis, selecionados pelo Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LiNC), utilizados como controles. A extração de DNA do sangue periférico foi realizada utilizando o kit Gentra da Qiagen®. Foram estudados 16 polimorfismos do gene PRODH: rs4819756 no éxon 5, L289M no éxon 8, rs2870987, rs2870986, rs2870985, rs34603845, rs16983466, rs2238731, rs2904552, rs2904551, rs3970559, rs1807467, rs2870984 e rs2870983 no éxon 12, rs450046 no éxon 14 e rs372055 no éxon 15 por meio de PCR em Tempo Real com sistema de detecção Taqman®, Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP) e seqüenciamento gênico. Para verificar se os polimorfismos se encontram em equilíbrio de Hardy-Weinberg e para o estudo de associação dos polimorfismos com a doença, utilizamos o teste Qui-Quadrado com índice de significância p<0,05. Nos polimorfismos rs2870987, rs2870986, rs2870985 os alelos polimórficos não foram encontrados em nenhum dos grupos e no rs34603845 o alelo polimórfico não foi encontrado no grupo de controles. Todos os polimorfismos se encontraram em equilíbrio de Hardy-Weinberg com exceção do rs4819756. Foi observada uma associação entre portadores do alelo G do polimorfismo rs2904552 (p=0,004) e do alelo A do rs2870983 (p=0,0188) com a esquizofrenia, mas nenhuma associação entre os outros polimorfismos e a doença. Esses dados mostraram que o gene PRODH parece participar na patogênese da esquizofrenia, sendo que polimorfismos funcionais nesse gene podem levar à alteração na estrutura proteica e também à predisposição à doença. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 249 Polimorfismos funcionais do gene DGCR2 e sua possível relação com reduções no córtex insular e temporal em pacientes com esquizofrenia Belangero, SIN1,2; Gadelha, A2,3; Ota, VK1; Christofolini, DM1; Bellucco, FTS1; Santoro, ML1; Mazzotti, DR1; de Assunção, IB2,3; Rocha, DMLV2,3; Bressan, RA2,3; Melaragno, MI1; Smith, MAC1; Jackowski, AP2,3; Mari, JJ3 Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia e Genética, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LiNC), Departamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil 3 Departamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil 1 2 Palavras-chave: Esquizofrenia, DGCR2, Ressonância Magnética Estrutural, Ínsula, Córtex Temporal. A esquizofrenia é um transtorno mental grave e incapacitante e acomete 0,3 a 1,6% da população. Existem evidências de associação entre a esquizofrenia e o gene DGCR2, embora sua ação na patogênese não esteja muito clara. Esse gene, localizado em 22q11.2, codifica uma proteína transmembrânica com função ligante e parece participar na migração das células da crista neural. Nosso objetivo foi investigar a relação entre polimorfismos do gene DGCR2, tanto com a esquizofrenia quanto com a estrutura cerebral de pacientes. Estudamos 193 portadores de esquizofrenia, acompanhados no Programa de Esquizofrenia da UNIFESP e 156 indivíduos saudáveis, utilizados como controles. A extração de DNA do sangue periférico foi realizada utilizando o kit Gentra da Qiagen®. A genotipagem de três polimorfismos (rs2073776, rs807759 e rs2072123) desse gene foi realizada por PCR em Tempo Real com sistema de detecção Taqman®. Para verificar se os polimorfismos encontravam-se em equilíbrio de HardyWeinberg e para o estudo de associação dos polimorfismos com a doença, utilizamos o teste Qui-Quadrado com índice de significância p<0,05. Dos 193 pacientes, 139 foram submetidos ao exame de ressonância magnética (RM) estrutural em um aparelho de 1.5T. As imagens de RM foram analisadas através de morfometria baseada em voxel utilizando SPM5, normalizadas ao template T1 e suavizadas utilizando um filtro Gaussiano isotrópico de 10 mm. Os mapas probabilísticos da substância cinzenta foram comparados voxel-a-voxel usando uma análise de covariância, na qual o volume encefálico foi utilizado como covariável. Para análise exploratória de imagens cerebrais, os indivíduos foram separados de acordo com seus genótipos de cada polimorfismo genético estudado. O valor de significância utilizado foi p<0.05 corrigido para múltiplas comparações, utilizando correções para pequenos volumes. Todos os polimorfismos se encontraram em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Observamos uma associação entre portadores do alelo T do polimorfismo rs2073776 e a esquizofrenia, mas nenhuma associação entre os outros dois polimorfismos (rs2072123 e rs807759) e a doença. As análises dos mapas de substância cinzenta revelaram uma redução significativa da ínsula direita (Z=3.33, pFDR<0.01) e dos giros temporais bilaterais (Z=4.05, pFDR<0.01) nos sujeitos com genótipo GG, quando comparado com AG e AA para o rs2072123. O mesmo padrão de achados foi encontrado nos sujeitos com o genótipo TT em comparação com CT e CC para o rs2073776. Portadores do alelo T do polimorfismo rs2073776 apresentam risco para a esquizofrenia e quando em homozigose, este alelo pode promover também uma redução do volume cerebral nas regiões da ínsula e dos giros temporais. Portadores do alelo G em homozigose do polimorfismo rs2072123 também apresentaram redução do volume das mesmas regiões cerebrais. Esses achados, tomados em conjunto, reforçam a idéia de que o gene DGCR2 pode, não só estar relacionado à patogênese da doença, como também atuar no neurodesenvolvimento normal. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 250 Estudo de associação entre polimorfismo do gene GABRG2 e Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ) em população do Estado de Alagoas Almeida, DH1; Born, JPL1; Silva, LRP1; Marques, TEBS3; Gitaí, LLG2; Gameleira, FT2; Andrade, TG3; Machado, LCH4; Gitaí, DLG1 Setor de Genética e Biologia Molecular, ICBS, UFAL, Maceió Setor de Neurologia, HUPAA, UFAL, Maceió 3 Setor de Genética e Biologia Molecular, UFAL, Arapiraca 4 Setor de Histologia e Embriologia, ICBS, UFAL, Maceió [email protected] 1 2 Palavras-chave: Epilepsia Mioclônica Juvenil, polimorfismos genéticos, PCR-RFLP, estudo de associação e GABRG2. Epilepsia é uma desordem neurológica caracterizada pela presença de crises espontâneas e recorrentes, que afeta 2 a 3% da população mundial. Por ser de natureza complexa e multifatorial, a epilepsia apresenta diferentes etiologias, sejam associadas a lesões cerebrais específicas, como no caso das epilepsias sintomáticas; ou a alterações genéticas, como no caso das epilepsias idiopáticas. No entanto, postula-se que, em ambas as situações, um limiar genético de susceptibilidade é essencial para o estabelecimento das crises epilépticas. Assim, a identificação de variantes alélicos associados a este limiar é fundamental para o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos na predisposição ou proteção às crises. Uma abordagem para identificação desses alelos baseia-se na análise direta do material genético, através de estudos de associação. Neste contexto, exploramos o Banco de DNA de indivíduos epilépticos e não-epilépticos da UFAL para investigar se o polimorfismo SNP211037 (Asn196Asn) do gene que codifica a subunidade γ2 do receptor do ácido γ-aminobutírico (GABRG2) está associado à Epilepsia Mioclonica Juvenil. Objetivo: avaliar as freqüências alélicas e genotípicas do polimorfismo SNP211037 do gene GABRG2 na população de indivíduos com Epilepsia Mioclônica Juvenil e indivíduos controle. Metodologia: até o momento, 40 amostras de DNA de indivíduos com epilepsia e 36 amostras de DNA de indivíduos controle foram genotipados quanto ao polimorfismo de interesse através de PCR-RFLP. As freqüências alélicas, genotípicas e análises estatísticas foram determinadas através da plataforma SnpSTAT. Resultados e discussão: Para a população de indivíduos com EMJ estudada, o variante (SNP211037)-C do gene GABRG2 apresentou uma freqüência de 71% (57 alelos) e o variante (SNP211037)-T de 29 % (23 alelos). As freqüências genotípicas dos homozigotos CC e TT e do heterozigoto CT foram, respectivamente: 50%, 7,5% e 42.5%. Para a população de indivíduos controle o variante (SNP211037)-C do gene GABRG2 apresentou uma freqüência de 71% (51 alelos) e o variante (SNP211037)-T de 29 % (21 alelos). As freqüências genotípicas dos homozigotos CC e TT e do heterozigoto CT foram, respectivamente: 50% (18 alelos), 8.3% (3 alelos) e 41.7% (15 alelos). As diferenças das freqüências alélicas e genotípicas - entre os grupos epiléptico e controle - não foram estatisticamente significantes. Desde que, em estudo independente, foi descrito a associação do polimorfismo SNP211037 do gene GABRG2 à Epilepsia Idiopática Generalizada numa população Taiwanesa; a não associação deste polimorfismo à EMJ na população Alagoana pode ser explicada por diferenças entre o background genético das populações. Conclusão: o estudo em desenvolvimento, portanto, sugere fortemente que o polimorfismo SNP11037 (Asn196Asn) do gene GABRG2 não está associado à Epilepsia Mioclônica Juvenil na população Alagoana. Entretanto, para melhor avaliar esse dado, expandiremos as análises para um total de 70 amostras de cada grupo experimental. Apoio financeiro: FAPEAL e CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 251 Estudo da variabilidade do gene DRD4 em alcoolistas e em indivíduos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) Tovo-Rodrigues, L1; Roman, T1; Bau, CHD1; Callegari-Jacques, SM1,2; Hutz, MH1 Departamento de Genética; Instituto de Biociências; Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Estatística; Instituto de Matemática; Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] 1 2 Palavras-chave: DRD4, VNTR, heterogeneidade alélica, alcoolismo, TDAH O consumo de álcool é reconhecido como um importante problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haja cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo que consumam bebidas alcoólicas e 76,3 milhões de indivíduos com enfermidades relacionadas ao uso do álcool. Entre elas, o TDAH representa um fator de risco para problemas com uso de bebidas alcoólicas, principalmente durante a adolescência. O gene DRD4, que codifica o Receptor de Dopamina D4, tem sido amplamente estudado na susceptibilidade genética de ambas as patologias. Seu terceiro éxon contém um polimorfismo do tipo VNTR de 48 pb cujas variantes apresentam uma grande diversidade em populações humanas. O alelo de 7 repetições (7R) apresenta menor resposta à dopamina e é considerado uma variante de risco, apesar de haver resultados conflitantes. Além disso, internos ao VNTR, muitos polimorfismos do tipo SNPs são observados, totalizando 74 diferentes haplótipos descritos em humanos até o momento. Um excesso de haplótipos raros no alelo 7R foi descrito para indivíduos com TDAH, mas o mesmo não foi observado para autistas, sugerindo que variantes raras possam ser específicas de TDAH. O objetivo deste estudo é comparar a variabilidade da região do VNTR do alelo 7R entre indivíduos com TDAH, alcoolistas e controles. De uma amostra composta por 125 alcoolistas, 650 indivíduos com TDAH e 330 controles, tiveram seu DNA sequenciado os indivíduos homozigotos para o alelo 7R, totalizando 7 alcoolistas, 31 indivíduos com TDAH e 15 controles. A amplificação do alelo 7R foi realizada pela técnica de PCR e o sequenciamento através da empresa Macrogen Inc. Os haplótipos foram derivados pelo método Bayesiano implementado no programa Phase 2.1. A comparação da distribuição dos alelos entre casos e controles foi feita por Teste G. Dois diferentes haplótipos foram observados em controles (6 sítios variáveis), três em alcoolistas (6 sítios variáveis) e 10 em indivíduos com TDAH (33 sítios variáveis). As análises revelaram diferenças envolvendo a distribuição de haplótipos envolvendo o alelo 7R entre os três grupos (P = 0,042). Entretanto, quando os grupos foram comparados entre si, a diferença se mostrou significante entre controles e TDAH (P = 0,028), mas não entre alcoolistas e controles (P = 0,123). Os resultados sugerem que variantes raras possam ser TDAH-específicas e que elas possam apresentar uma maior contribuição para a etiologia do TDAH do que para o alcoolismo. Dessa maneira, heterogeneidade alélica pode estar atuando na região do VNTR do gene DRD4 e as variantes raras possam ter um efeito confundidor nos estudos de associação com o TDAH. Apoio financeiro: CNPq, Institutos do Milênio, PRONEX e FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 252 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e estudo de associação com os polimorfismos -141C ins/del e TaqIA da região DRD2/ANKK1 Nuss, A1; Akutagava-Martins, GC1; Genro, JP1; Salatino-Oliveira, A1; Polanczyk, G2; Zeni, C2; Rohde, LAP2; Hutz, MH1; Roman, T1 1 2 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Palavras-chave: TDAH, DRD2, ANKK1, sistema dopaminérgico, suscetibilidade O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais comuns da infância e adolescência, com prevalência mundial estimada em 5% das crianças em idade escolar. Esse transtorno apresenta três subtipos clínicos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e combinado, onde sintomas das duas outras áreas estão presentes. Etiologicamente, o TDAH é considerado uma doença complexa, pois tanto fatores genéticos como ambientais são necessários para a manifestação dos sintomas. Estima-se que sua herdabilidade seja de aproximadamente 76%. Evidências neurobiológicas sugerem que genes codificadores de componentes do sistema dopaminérgico sejam os principais candidatos para estudos moleculares com o TDAH, dentre eles o gene que codifica o receptor D2 de dopamina (DRD2). O estudo teve enfoque em dois polimorfismos: TaqIA (rs1800497), SNP originalmente descrito na região flanqueadora 3’ do DRD2 mas localizado no gene ANKK1 (ankyrin repeat and kinase domain containing 1) e -141C ins/del (rs1799732), inserção/deleção localizada na região promotora do gene DRD2. O presente estudo buscou verificar a possibilidade de associação destes polimorfismos com o TDAH numa amostra composta por 478 crianças e/ou adolescentes diagnosticados pelo Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (ProDAH-HCPA) de acordo com o DSM-IV e seus pais biológicos. Os polimorfismos foram genotipados por PCR seguido de clivagem com as endonucleases de restrição TaqI e MvaI, respectivamente. A hipótese de associação foi verificada por método baseado em famílias, através do programa FBAT. As frequências gênicas do polimorfismo -141C ins/Del foi de 0,11 para o alelo 1 e de 0,89 para o alelo 2. As freqüências gênicas obtidas para o polimorfismo TaqIA foi de 0,21 para o alelo 1 e 0,79 para o alelo 2. As freqüências genotípicas de ambos os polimorfismos se encontraram em Equilíbrio de Hardy-Weinberg e de acordo com o descrito na literatura. Os resultados não indicaram associação de nenhum dos polimorfismos com o TDAH. Apesar do resultado de associação ter sido negativo na amostra estudada, não podemos afirmar que o gene DRD2 não contribui para a patofisiologia do TDAH, uma vez que dados da literatura sugerem que seja um gene relacionado com comportamentos caracterizados por impulsividade. É necessário um maior estudo de toda a região genômica DRD2/ANKK1 para definir se a mesma influencia ou não no TDAH, através do estudo de outros polimorfismos e estudo de haplótipos. Apoio financeiro: PROPESQ, FAPERGS, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 253 Estudo de associação entre o gene ADRA2A e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Baumont, AC1; Ferraz, G1; Akutagava-Martins, GC1; Genro, JP1; Guimarães, APM1; Salatino-Oliveira, A1; Polanczyk, G2; Zeni, C2; Schmitz, M2; Chazan, R2; Rohde, LA2; Hutz, MH1; Roman, T1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] 1 2 Palavras-chave: TDAH, ADRA2A, associação, polimorfismos, doença complexa O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições psiquiátricas mais comuns da infância e adolescência, afetando cerca de 5% das crianças em idade escolar e sendo caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. É considerado um fenótipo complexo e de herança multifatorial, no qual a presença tanto de genes como de fatores ambientais é necessária para a manifestação dos sintomas. A herdabilidade está entre as mais altas observadas em transtornos psiquiátricos, sendo estimada em 76%. Estudos neurobiológicos indicam que pacientes com TDAH apresentam volume e atividade diminuídos no lobo frontal, estriado e cerebelo, regiões nas quais as catecolaminas são os principais neurotransmissores atuantes. Com base nessas evidências, acredita-se que mecanismos noradrenérgicos contribuam para a fisiopatologia do TDAH, influenciando principalmente em aspectos cognitivos e de atenção. Projeções noradrenérgicas do locus coeruleus para o córtex pré-frontal parecem modular diferentes funções nesta região. Ademais, níveis ótimos de noradrenalina atuando especificamente através de receptores adrenérgicos do tipo α2A, parecem ser essenciais para o funcionamento adequado do córtex pré-frontal, o que torna o gene que codifica o receptor adrenérgico α2A (ADRA2A) um bom candidato para estudos moleculares. Este gene, particularmente o SNP MspI (rs1800544), já foi investigado na nossa população, tendo sido obtidos resultados positivos em diferentes amostras e através de diferentes abordagens. O objetivo do presente estudo foi aprofundar o estudo do gene ADRA2A na nossa população, aumentando a amostra de TDAH genotipada para o MspI (rs1800544) e verificando a possibilidade de associação com dois outros SNPs, HhaI (rs1800545) e DraI (rs553668). Para tanto, foi investigada uma amostra composta por 478 crianças e/ou adolescentes, diagnosticadas como casos de TDAH de acordo com os critérios do DSM-IV e provenientes do Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, assim como seus pais biológicos. Os polimorfismos foram genotipados por PCR-RFLP. A hipótese de associação foi verificada por método baseado em famílias, através do programa FBAT, para o grupo total de pacientes, pacientes apenas do subtipo combinado, pacientes apenas do subtipo desatento e pacientes que apresentavam comorbidade com transtorno de oposição desafio e/ou conduta. Não houve nenhuma evidência de associação entre os polimorfismos estudados e o TDAH, seja como um todo ou subtipos (valores de P entre 0.066 e 0.898). Entretanto, os resultados aqui apresentados são preliminares, havendo a necessidade de outras análises, tais como estudo dessas variantes em haplótipos e análises de dimensões de sintomas entre pacientes de diferentes genótipos, principal abordagem utilizada em nossos estudos anteriores. Assim, apesar dos resultados negativos, a continuidade das análises será fundamental para compreender melhor o envolvimento do gene ADRA2A na etiologia do TDAH em nossa população. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 254 Variantes em genes da rota do metabolismo do folato e a suscetibilidade para os Transtornos do Espectro Autista Godoy, BA1; Longo, D1; dos Santos, PAC1; Brandalize, APC1; Lima, ZSF1; Schuler-Faccini, L1 1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil Palavras-chave: autismo, transtornos do espectro autista, folato, gene mtrr, suscetibilidade Introdução: Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) formam um grupo heterogêneo de transtornos do desenvolvimento caracterizado pelo prejuízo na interação social e comunicação, e por padrões restritos de comportamentos e interesses. A prevalência na população é de ~1/300–1/500 e sua etiologia permanece desconhecida, sendo apontados como possíveis fatores de risco genes envolvidos no desenvolvimento fetal, bem como fatores ambientais presentes no período do desenvolvimento neurológico de indivíduos geneticamente suscetíveis. Entre os fatores genéticos apontados, estão os genes polimórficos que codificam enzimas envolvidas no metabolismo do ácido fólico. O folato é uma vitamina do complexo B que desempenha um papel importante no desenvolvimento neurológico, agindo como co-fator na manutenção e reparo do genoma, regulação da expressão gênica, metabolismo de aminoácidos, formação da mielina e síntese de neurotransmissores. O objetivo deste estudo é investigar os polimorfismos MTR A2756G, MTRR A66G, CBS 844ins68 e RFC-1 A80G, envolvidos no metabolismo do folato, e a suscetibilidade para os TEA em uma amostra do sul do Brasil. Material e métodos: A análise caso-controle envolveu 152 pacientes com diagnóstico prévio de TEA idiopático, avaliadas clinicamente e diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-IV-TR (American Psychiatric Association, 2000) e/ou do questionário ASQ (Autism Screening Questionnaire), e 197 controles sem diagnóstico de TEA. O DNA genômico foi obtido de amostras de sangue periférico e a genotipagem foi realizada através de PCR, seguida de clivagem com enzima de restrição específica e posterior visualização dos fragmentos em gel de poliacrilamida ou agarose. Freqüências alélicas foram estimadas por contagem direta e as freqüências genotípicas, com exceção daquelas estimadas para o sistema MTRR, estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Resultados e discussão: A freqüência do alelo 66G do MTRR (53,3% em casos e 36,5% em controles), bem como o genótipo homozigoto GG (20,3% em casos e 6,0% em controles), foram significativamente maiores nos indivíduos com TEA (P=0,0003; P=0,00007). Quando comparados os genótipos GG vs. AA+AG, observa-se um risco quatro vezes maior para os indivíduos com genótipo homozigoto GG (OR:4,01; CI:1,52-11,21; P=0,0015). Para os demais polimorfismos, não foram observadas diferenças significativas entre caso e controle. Nosso estudo é o primeiro a encontrar uma evidência de que o polimorfismo MTRR A66G representa um fator de risco para desenvolvimento de TEA. Esse resultado está de acordo com dados da literatura que sugerem alterações no metabolismo do folato como mecanismo envolvido na etiologia do autismo. Apoio financeiro: FIPE-HCPA, CNPq, CAPES, FAPERGS e CNPq-Institutos do Milênio. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 255 As bases genéticas da dificuldade do aprendizado da matemática Miranda, M; Costa, LL; Couy, MF; Bretas, RV; Ferreira, FO; Locke, JFA; Micheli, LR; Júlio, A; Viana, VN; Costa, DS; Pinheiro-Chagas, P; Moura, RJ; Oliveira, LFS; Haase, VG; Carvalho, MRS Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Psicologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: dificuldade de aprendizagem da matemática, Discalculia, déficit na memória de trabalho, déficit no processamento quantitativo, déficit viso-espacial Introdução: A dificuldade de aprendizagem da matemática (DAM) é um transtorno cognitivo, que afeta a população infanto-juvenil em idade escolar, sendo responsável pelo elevado índice de repetência e abandono do processo de escolarização, além de contribuir para a baixa auto-estima e salários inferiores à média. As principais características da DAM são: déficits de processamento quantitativo numérico, memória de trabalho, função executiva, orientação viso-espacial e habilidades verbais (estas associadas à dislexia). A freqüência populacional da DAM é de 3,5 a 6%. Objetivos: Investigar as bases genéticas e os mecanismos de transmissão hereditária da DAM. Materiais e Métodos: A amostra é aleatória e representativa da população em idade escolar de Belo Horizonte. A testagem inicial é feita com o TDE (teste de desempenho escolar) e teste de transcodificação, aplicado em toda a turma. Uma vez estabelecido a média e desvio-padrão para cada turma de cada escola, os alunos com resultados abaixo do percentil 25 (P25) são submetidos a uma bateria de avaliação, que inclui testes de inteligência, estado mental, função executiva, memória, memória de trabalho, percepção viso-espacial, coordenação motora fina, orientação e função somato-sensorial e linguagem. A avaliação da cognição matemática é feita através de tarefas computadorizadas e de lápis e papel, que incluem estimação de magnitudes, comparações simbólicas e não-simbólicas, leitura de números arábicos, ditado de numerais verbais, cálculos aritméticos simples e resolução de problemas formulados verbalmente; além da coleta da história familiar. Até o presente momento 1.433 indivíduos foram triados, pelo TDE e transcodificação. Dos indivíduos abaixo do P25, 111 já foram submetidos a testagem completa. Destes, 19 (1,3%) apresentam retardo mental, 74 (5,2%) apresentaram dificuldade de matemática, leitura e escrita (DAMEL), e 37 (2,6%) apresentaram DAM isolada. Das 23 famílias de indivíduos com DAM ou DAMEL, 7 famílias eram de casos isolados e em 16 houve recorrência familiar. Quanto ao mecanismo de herança das 16 famílias com recorrência familiar: 02 famílias haviam apenas irmãos afetados, dois em cada. Nas demais houve múltiplos afetados. Em duas houve transmissão homem a homem, caracterizando herança autossômica dominante (AD). As demais são sugestivas de herança autossômica dominante com penetrância incompleta. Estes resultados sugerem heterogeneidade etiológica, com parte dos casos devidos a herança monogênica e parte devida a herança multifatorial e/ou agentes ambientais. Perspectivas: A coleta de famílias prossegue com vistas à análise de segregação complexa. Apoio: FAPEMIG, CNPq, CAPES, CAPES-DAAD (PROBRAL) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 256 Influência do polimorfismo Ala16Val do gene da enzima superóxido dismutase dependente de manganês na taxa de hemólise produzida pela exposição in vitro ao nitroprussiato sódico Montagner, GFFS¹; Silva, AMB¹; Mostardeiro, CP¹; Krewer, CC¹; Rocha, MIUM¹; Vencato, MS¹; ManicaCattani, MF¹; Algarve, TD¹; Duarte, MMMF²; Cruz, IBM¹ ¹Laboratório de Biogenômica, Universidade Federal de Santa Maria ²Universidade Luterana do Brasil Palavras-chave: Hemólise, Nitrupussiato, Polimorfismo, SOD2, Estresse Oxidativo A enzima superóxido dismutase dependente de manganês (SOD2) é uma molécula antioxidante que protege as células da ação do radical superóxido. Investigações observaram que células-tronco do sistema hematopoiético que não são capazes de produzir SOD2 dão origem a animais com uma anemia hemolítica persistente caracterizada por aumento no dano oxidativo nas hemáceas. Estudos prévios in vitro sugerem que o genótipo VV do polimorfismo Ala16Val-SOD2 em humanos está associado à maior nível de peroxidação lipídica in vitro em linfócitos expostos a radiação UV. O quanto este polimorfismo poderia afetar a fisiologia e a resposta ao estresse oxidativo das hemáceas ainda não foi descrito. Avaliar in vitro a taxa de hemólise de hemáceas oriundas de indivíduos com diferentes genótipos Ala16Val-SOD2 submetidas a tratamento com nitroprussiato sódico (NS). Após genotipagem de 50 indivíduos saudáveis e com perfil de estilo de vida similar, foram selecionados 12 indivíduos (04 de cada genótipo) do qual foram feitas as coletas de sangue. Ainda que não ocorra proliferação celular o sangue obtido foi colocado em condições de cultura por 72h, em estufa CO2 a fim de estabilizar as condições oxidativas ambientais das hemáceas. Após este período a amostra foi incubada com NS (2, 5 a 10mM) por um período de 2h e a taxa de hemólise foi determinada pela concentração de hemoglobina em espectrofotometria (590nm). A taxa de hemólise foi significativamente maior nas VV (0,431±0,006) do que nas hemáceas AA (0,256±0,0105) e AV(0,384±0,005) (p=0,0001). Entretanto, os tratamentos com 5mM e 10mM de NS só aumentaram a taxa de hemólise do grupo AA (p=0.004) sem ocorrência de efeito nos demais genótipos. Conclusões: parece que o polimorfismo Ala16Val-SOD2 afeta a qualidade da hemacea produzida bem como a resposta toxicológica a agentes oxidativos geradores de superóxido como o NS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 257 Caracterização do gene NAT2 em uma população exposta ao Urânio, município de Prainha, Estado do Pará Amador, MAT1; Alencar, DO1; Santos, NPC1; Burbano, RMR2; Aguiar, JC1; Ribeiro-dos-Santos, AKC1 Laboratório de Genética Humana e Médica/Laboratório de Antropologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará 2 Laboratório de Citogenética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: NAT2, radiações ionizantes, urânio, câncer, susceptibilidade As enzimas N-acetiltransferases 2 (NAT2) são responsáveis pela metabolização de substâncias endógenas e xenobióticos, como drogas, carcinógenos ambientais e substâncias químicas. Polimorfismos nos genes responsáveis pela codificação dessas enzimas estão relacionados à presença de diferenças individuais na metabolização de drogas, eventos de toxicidade e susceptibilidade a diversos tipos de câncer. O sinergismo entre os polimorfismos do gene NAT2 e outros genes do biometabolismo também é referido como fator de susceptibilidade ao desenvolvimento do câncer. O município de Prainha localiza-se em uma região que contém reservas naturais de urânio, e seus moradores estão expostos às radiações ionizantes emitidas por este elemento. Essas radiações podem causar danos ao material genético, conferindo maior risco para o desenvolvimento de processos carcinogênicos. O objetivo do presente trabalho é investigar mutações no gene NAT2 que caracterizem os fenótipos de acetilação rápida, intermediária e lenta, assim como inferir seus efeitos de riscos, em uma amostra populacional exposta ao urânio (Prainha, PA). O gene NAT2 foi seqüenciado ( forward e reverse) em 32 indivíduos não relacionados, por meio do sequenciamento direto do produto da PCR. Os resultados revelaram sete mutações (G590A, A803G, G857A, G191A, C282T, T341C e C481T). As mutações que apresentaram as maiores freqüências foram NAT2*803G e NAT2*341C, com 21,05% cada. A mutação NAT2*191A foi a que apresentou a menor freqüência, 1,75%. Os resultados mostraram ainda, que os haplótipos/alelos mais frequentes foram NAT2*5C e NAT2*4, ambos com frequência de 15,62%. Em relação ao fenótipo, os acetiladores lentos representam 34,37% da amostra, os acetiladores intermediários 31,25%, enquanto os acetiladores rápidos 6,25%. E em seis haplótipos novos (28,12% dos genótipos obtidos) não foi possível identificar o perfil de acetilação. O predomínio de acetiladores lentos nesta população pode representar um risco aumentado ao desenvolvimento de câncer. Desta forma, faz-se necessário investimentos preventivos na área de saúde, nas populações cronicamente expostas às radiações ionizantes do urânio, para que ocorra uma melhor caracterização molecular dos principais genes de biometabolismo presente na região, assim como das doenças e terapias utilizadas. Fonte de apoio: CNPq, PIBIC/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 258 Histórico familiar como fator de risco para o desenvolvimento de asma entre crianças de 9 a 11 anos Pereira, RD1; Albuquerque, LARS2; Ferriani, VPL3; Giuliatti, S4 Laboratório de Bioinformática, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP Departamento de Puericultura e Pediatria Serviço de Imunologia, Alergia e Reumatologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP [email protected] 1, 4 2,3 Palavras-chave: Asma, reações alérgicas, fatores genéticos, banco de dados, diagnóstico clínico e funcional A asma é uma doença heterogênea e sabe-se que diferentes fatores e estímulos são capazes de induzir reações alérgicas e não alérgicas no trato respiratório. Estudos recentes sugerem que fatores genéticos, fumo durante a gestação, prematuridade, fumo no período pós-natal, assim como as infecções virais, poluentes ambientais e exposição a alérgenos intradomiciliares estão envolvidos na fisiopatologia da asma. Associação de estudos em indivíduos não aparentados também identificaram mais de 100 genes associados com a alergia e asma. Dados recentes dos Estados Unidos sugerem que o prolongado aumento da prevalência, hospitalizações e mortalidade por asma entre crianças de 0 a 17 anos têm apresentado um incremento importante nos últimos anos. Entretanto, para alguns grupos, particularmente crianças de 0 a 4 anos e crianças negras, há um aumento desproporcional na prevalência. Além disso, os índices de morbidade e mortalidade por asma não têm mostrado tendência à estabilização em determinadas regiões. O objetivo deste trabalho foi criar um banco de dados e um sistema de apoio à analise, afim de estabelecer relações entre o histórico familiar de 80 indivíduos que apresentaram episódios de sibilância entre 0 e 2 anos e o desenvolvimento de asma entre os 9 e 11 anos. Durante a pesquisa outros fatores de risco (associados a fatores genéticos e ambientais) envolvidos na fisiopatologia da asma foram avaliados. Para criação do banco de dados e do sistema foram utilizados o Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) MySQL, e as linguagens de programação PHP e JavaScript. Os resultados obtidos através do sistema mostram que trinta e oito por cento dos pacientes que apresentaram episódio agudo de chiado nos dois primeiros anos de vida tornaram-se asmáticos seguindo parâmetros clínicos e funcionais de diagnóstico de asma, sendo possível, portanto, corelacionar as variáveis envolvidas afim de auxiliar o diagnóstico e tratamento da doença. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 259 Polimorfismos no gene IL10 e o risco de desenvolvimento de inibidores do Fator VIII em hemofílicos A graves do Rio Grande do Sul Agostini, D1; Bandinelli, E2; Rosset, C2; Botton, MR1; Salzano, FM1, 2 1 2 Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Palavras-chave: Hemofilia, IL10, -1082G>A, -819C>T, -592C>A A hemofilia A é uma doença hemorrágica hereditária causada pela redução da atividade do fator VIII da coagulação (FVIII). Uma das principais complicações no tratamento de hemofílicos é o desenvolvimento de anticorpos (inibidores) contra o FVIII administrado, o que leva à diminuição da qualidade e expectativa de vida dos pacientes. O desenvolvimento de inibidores contra o fator VIII é uma resposta imune multifatorial complexa, envolvendo tanto fatores de risco genéticos quanto não-genéticos. Genes que influenciam no funcionamento do sistema imune podem ser importantes na formação desses inibidores. A interleucina 10 (IL10) é uma importante citocina antiinflamatória que exerce um amplo espectro de atividades. Ela aumenta a produção in vitro de todos os tipos de imunoglobulinas pelas células mononucleares do sangue periférico em pacientes com determinadas doenças autoimunes, e sua concentração sérica está correlacionada com a atividade da doença nesses pacientes. O gene da IL10 está localizado no cromossomo 1, e apresenta três principais SNPs na região promotora: -1082G>A, -819C>T, e -592C>A. O objetivo do nosso trabalho foi estudar a associação entre estes polimorfismos e o desenvolvimento de inibidores em pacientes com hemofilia A grave. Foram investigados 161 pacientes, dentre os quais 50 apresentavam inibidores. Os polimorfismos foram identificados por PCR em tempo real. As frequências foram comparadas pelo teste χ2. O software MLocus foi utilizado para estimar os haplótipos. A distribuição genotípica está em equilíbrio de Hardy-Weinberg para os três polimorfismos, tanto no grupo de pacientes com inibidores quanto no sem inibidores. No grupo de pacientes com inibidores e no grupo sem inibidores, as frequências do alelo -1082G foram, respectivamente, 41,0% e 65,9% (p=0,28). Para o alelo -819T, essas freqüências foram 30,0% e 28,3% (p=0,86), e para o alelo -592A, foram 29,0% e 28,7% (p=0,09). Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre essas frequências em nenhum dos polimorfismos. Todos os pares de polimorfismos comparados estão em forte desequilíbrio de ligação (D´= 1,0; p<0,001). Foram encontrados três haplótipos (GCC, ACC e ATA) tanto no grupo de pacientes com inibidores quanto no sem inibidores. Não foi encontrada associação entre esses haplótipos e o desenvolvimento de inibidores (p=0,35). Quanto aos diplótipos, foram encontradas seis combinações. Também não houve associação entre nenhum diplótipo e o desenvolvimento de inibidores (p=0,51). Nossos resultados discordam do trabalho realizado por Chaves et. al. (International Journal of Immunogenetics, 37: 79-82, 2009), no qual foi encontrada associação entre o diplótipo GCC/ACC e a ocorrência de inibidores em hemofílicos A, e o diplótipo GCC/ATA foi relacionado com o grupo de pacientes sem inibidores. Logo, mais estudos são necessários para que o papel desses polimorfismos na etiologia dessa complicação seja esclarecido. Apoio financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 260 Metilação e resistência a drogas em pacientes com leucemia mieloide aguda Mac-Cormick, TM1,2; Bagni, C1; Maia RC1; Moreira, MAM1 Divisão de Genética – Instituto Nacional do Câncer Departamento de Genética – Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: MDR1, Metilação, Leucemia, CpG O fenômeno conhecido como Resistência a Múltiplas Drogas (MDR) é um dos principais obstáculos ao uso intensivo de quimioterápicos em pacientes com câncer. Um dos responsáveis por esse fenótipo é o gene MDR1, o qual codifica uma proteína (Pgp 1) envolvida no desenvolvimento de resistência ao tratamento quimioterápico de diferentes tipos de tumores. Sabe-se que um fator que influencia na expressão do gene MDR1 é o padrão de metilação na região promotora proximal, situada a 3’ do exon 1a, já que a metilação das citosinas em sequências 5`-CpG-3` está relacionada à compactação da cromatina nestas regiões, inviabilizando o acesso de fatores de transcrição, e que o aumento da expressão de MDR1 está relacionado à hipometilação desta região em pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA). Neste trabalho, verificamos o padrão de metilação em um segmento da região promotora do gene MDR1 em pacientes com LMA. Para isso, foram utilizadas amostras de DNA provenientes do sangue periférico de pacientes com LMA do Serviço de Hematologia do INCA., às quais foram aplicadas a técnica de tratamento do DNA genômico com Bissulfito de Sódio, utilizando o Kit “CpGenome Fast DNA Modification Kit” (Chemicon), onde somente as citosinas não metiladas são convertidas em uracila. Posteriormente, o DNA tratado foi amplificado através da técnica de PCR-em-ninho, utilizando iniciadores específicos para a região promotora de MDR1. Os fragmentos gerados foram clonados em plasmídeos pMOS-Blue, e os clones, submetidos a Mini-Prep e PCR-colony. Posteriormente, os produtos foram sequenciados e os eletroferogramas gerados foram analisados. Até o presente momento, 3 pacientes foram sequenciados: 2 apresentaram um padrão de demetilação clara de seus sítios CpG compreendidos na região de análise; no terceiro, o sequenciamento mostra uma aparente demetilação destes sítios, porém o resultado ainda é inconclusivo devendo repetir a técnica para confirmação. Devemos ressaltar ainda que um dos sítios CpG analisados se mostrou metilado em 1 clone de um paciente; e que o sequenciamento das amostras submetidas a PCR-colony se apresentou melhor que o das amostras submetidas a Mini-Prep. O próximo passo de nosso trabalho é continuar a investigação acerca dos sítios CpG da região promotora proximal do gene MDR1 dos demais pacientes através do sequenciamento e correlacioná-los com os dados de expressão e atividade da Pgp 1. Apoio financeiro: CNPq, Ministério da Saúde, Convênio INCA-FIOCRUZ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 261 Efeito de polimorfismos do gene DAT1 sobre dose equivalente e complicações do uso crônico de levodopa em pacientes com doença de Parkinson Altmann, V1; Schuh, AS2; Rieck, M1; Francisconi, CLM2; Monte, TL2; Rosso, ALZ3; Nicaretta, DH4; Pereira, JS5; Bastos, IC6; Pimentel, M5; Rebouças, CBS5; Rieder, CRM2; Hutz, MH1 Laboratório de Genética Humana, Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Serviço de Neurologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 3 Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro 4 Santa Casa de Misericórdia 5 Laboratório de Genética, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 6Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] 1 2 Palavras-chave: DAT1, Parkinson, VNTR, SNP, levodopa A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente e é a única que possui tratamento sintomático eficaz. A levodopa é a principal medicação para o controle dos sintomas motores. Entretanto, seu uso continuado pode provocar o surgimento de fenômenos indesejados, como a flutuação motora, a discinesia e a alucinação, que dificultam o manejo e prejudicam a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a dose ótima para o controle adequado dos sintomas apresenta grande variação individual. O transportador de dopamina tem importante papel na ação deste neurotransmissor por ser responsável pela sua recaptação pré-sináptica. Acredita-se que polimorfismos no gene deste receptor possam influenciar a variabilidade na resposta ao uso de levodopa. O objetivo deste estudo é avaliar a influencia de um VNTR de 40bp mapeado na região 3’-UTR do gene e um polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) na região promotora (-839 C>T) do gene DAT1. Foram incluídos 165 pacientes em atendimento em clínicas de Distúrbios do Movimento de hospitais universitários de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, com diagnóstico de doença de Parkinson idiopática, com idade de início dos sintomas acima de 45 anos e uso mínimo de 200mg de dose equivalente de levodopa por dia. As amostras de DNA foram extraídas pelo método de salting out, a partir de sangue periférico. Os polimorfismos foram amplificados pela técnica de PCR. Para identificar os genótipos do VNTR, os produtos de amplificação foram submetidos diretamente a eletroforese em gel de agarose a 2,5% contendo brometo de etídio. Os produtos de amplificação do SNP da região promotora foram clivados com MspI. Os fragmentos foram separados por eletroforese em gel de agarose a 3% corado com brometo de etídio. A frequencia do alelo de 9 repetições do VNTR na região 3’ UTR foi de 32,4% para a amostra do RS e de 40,6% para a amostra do RJ. A dose equivalente de levodopa, controlando para tempo de doença, foi menor nos pacientes portadores do alelo de 9 repetições (665,80mg+370 vs 763,31mg+-441,3; p=0,042). Essa diferença não foi observada quando as amostras de Porto Alegre e do Rio de Janeiro foram analisadas independentemente, possivelmente devido ao pequeno tamanho amostral de cada uma. Em 155 pacientes, a frequencia do alelo T da região promotora foi de 37,5% para a amostra do RS e de 36,2% para a amostra do RJ. Verificou-se que em homozigotos para o alelo C a frequencia de alucinações era maior em comparação com os portadores do alelo T(OR 5,17 CI 95% 1,45-18,41 p=0,01). Os resultados obtidos até o momento sugerem que o gene DAT1 apresenta importante papel na farmacogenética da doença de Parkinson idiopática. Apoio financeiro: CNPq, FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 262 Polimorfismos no gene do receptor de dopamina D2 na doença de Parkinson Rieck, M1; Schuh, AF2; Altmann, V1; Francisconi, C2; Monte, TL2; Rieder, CRM2; Hutz, MH1 Laboratório de Genética Humana, Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Serviço de Neurologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Parkinson, DRD2, Taq1A, -141C Ins/Del, Levodopa, Farmacogenética A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais freqüente e é caracterizada por tremor de repouso, bradicinesia e rigidez muscular. Esse é o único distúrbio neurodegenerativo que possui tratamentos sintomáticos eficazes. A levodopa é o principal e o melhor medicamento para o controle dos sintomas motores. Entretanto, seu uso continuado pode provocar o surgimento de fenômenos indesejados, como as flutuações motoras e alucinações, que dificultam o manejo e prejudicam a qualidade de vida dos pacientes. A levodopa é um precursor da dopamina, substância que está diminuída no circuito nigroestriatal pela degeneração das células produtoras da substantia nigra em pacientes com Parkinson. O receptor de dopamina D2 (DRD2) é reconhecido como um dos maiores sítios de ação da dopamina no sistema nigroestriatal, controlando funções relacionadas ao movimento. Os polimorfismos – 141C Ins/Del na região promotora e o Taq1A a 3’ do gene são os mais estudados. O objetivo do presente trabalho é investigar a relação dos polimorfismos -141C Ins/Del e Taq1A do gene DRD2 com a resposta a levodopa em 131 pacientes portadores de Parkinson idiopático, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). Foram selecionados e avaliados pacientes do ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com diagnóstico de doença de Parkinson idiopática. Foram incluídos nesse estudo apenas pacientes que possuíam 45 anos ou mais no momento do diagnóstico da doença e que tomam mais de 200mg de dose equivalente de levodopa por dia. As amostras de DNA foram extraídas pelo método de salting out, a partir de sangue periférico. Os polimorfismos foram amplificados pela técnica de PCR e os produtos clivados por endonucleases de restrição. Os fragmentos foram separados por eletroforese em gel de agarose a 2% corado com brometo de etídio. A freqüência do alelo -141C Ins foi de 86,26%. Utilizando um modelo dominante, portadores do alelo Del, quando controlados por tempo de doença e dose equivalente do medicamento, estão influenciando na ocorrência de discinesia, uma complicação do uso crônico de levodopa (P=0,007). A freqüência do alelo Taq1 A2 foi de 73,7%. Utilizando um modelo dominante, portadores do alelo A1 necessitam doses maiores de levodopa, quando essa variável é controlada por tempo de doença e sexo, (P=0,039). Os resultados obtidos até o momento sugerem que o gene DRD2 apresenta importante papel na farmacogenética da doença de Parkinson idiopática. Apoio financeiro: CNPq, FINEP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 263 Influência de fatores genéticos e não-genéticos na variação da dose de varfarina: proposta de um algoritmo para a predição da dose na população do sul do Brasil Botton, MR1; Bandinelli, E1; Rohde, LE2; Amon, LC3; Hutz, MH1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS, Brasil, 3Serviço de Medicina Interna, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: CYP2C9, VKORC1, CYP4F2, F2, varfarina, farmacogenética Introdução: A varfarina é um anticoagulante oral muito utilizada na profilaxia de doenças tromboembólicas. Existe uma grande variação interindividual na resposta à varfarina, uma vez que sua farmacocinética e farmacodinâmica variam de acordo com fatores ambientais e genéticos. As enzimas CYP2C9 (metabolização do fármaco) e VKORC1 (alvo da varfarina) estão diretamente envolvidas na farmacocinética e farmacodinâmica do medicamento, respectivamente. A enzima CYP4F2, envolvida na metabolização de vitamina K, atua de forma indireta na farmacodinâmica do medicamento. O fator II é um fator de coagulação dependente de carboxilação, sendo sua funcionalidade dependente da atuação da varfarina. Polimorfismos nestes genes estão relacionados com variação na resposta ao medicamento. Objetivos: Investigar a influência dos polimorfismos CYP2C9*2 e CYP2C9*3 no gene CYP2C9, -1639G>A, 1173C>T e 3730G>A no gene VKRC1, 1347C>T no gene CYP4F2 e 494C>T no gene F2 na dose/ resposta de varfarina de forma independente assim como elaborar um modelo incluindo fatores genéticos e nãogenéticos capazes de predizer a dose de varfarina necessária a cada paciente. Métodos: Foram estudados 279 pacientes anticoagulados provenientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com descendência européia. Todos os SNPs foram identificados pelo sistema TaqMan de discriminação alélica através de PCR em tempo real. Resultados e Conclusões: Em análises univariadas e multivariadas observou-se que os polimorfismos CYP2C9*2 (P<0,001) e CYP2C9*3 (P<0,001) no gene CYP2C9, -1639G>A (P<0,001) e 1173C>T (P<0,001) no gene VKORC1 e 494C>T (P<0,001) no gene F2 são responsáveis pela necessidade de uma dose menor do anticoagulante. Em contrapartida, os SNPs 1347C>T (P<0,001) no gene CYP4F2 e 3730G>A (P<0,001) no gene VKORC1 são responsáveis pela necessidade de uma dose maior de varfarina. Já os resultados referentes aos polimorfismos nos genes CYP4F2 e F2 foram observados apenas na análise multivariada, após controlar por confundidores, pois na análise univariada estes polimorfismos não apresentaram associação com a dose de varfarina. A partir destes polimorfismos e de algumas variáveis clínicas foi elaborado um algoritmo que explica 63,3% da variação de dose de varfarina. Este algoritmo incluiu os fatores: peso, idade, uso de anlodipino, amiodarona, carbamazepina, β-bloqueadores, diuréticos de alça e polimorfismos nos genes CYP2C9, VKORC1, CYP4F2 e F2. A média da diferença absoluta entre a dose predita e a dose observada foi de 6,9 mg/semana e a correlação entre as doses predita e observada foi rs=0,77. O modelo sugerido é um dos que apresenta maior coeficiente de determinação entre os descritos na literatura, porém, para que seja possível um futuro uso clínico é necessário que seja validado em uma amostra independente. Mais estudos são necessários para determinar quais são os outros fatores genéticos/ambientais que explicam os demais 40% da variação de dose. Apoio financeiro: CNPq, PRONEX, FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 264 Análise populacional de polimorfismos farmacogenéticos relacionados a drogas utilizadas no tratamento da leucemia linfoide aguda Chiabai, MA1; Lins, TC2; Pereira, RW1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília Programa de Pós-Graduação em Patologia Molecular, Universidade de Brasília [email protected] 1 2 Palavras-chave: SNP, população brasileira, polimorfismos farmacogenéticos, HapMap, leucemia linfoide aguda A variabilidade de resposta aos medicamentos ocorre tanto dentro de populações como entre populações. A análise de polimorfismos genéticos que possam explicar tal variação é estudada no contexto da farmacogenética. Neste trabalho, a proposição foi investigar em uma amostra da população brasileira a frequência de polimorfismos farmacogenéticos envolvidos na resposta a drogas utilizadas no tratamento da leucemia linfoide aguda (LLA). A LLA é o tipo de câncer infantil mais comum, correspondendo a 25% dos casos de câncer infantil, com taxa atual de sobrevida em torno de 80%. A amostra utilizada neste estudo foi composta por 200 indivíduos representando as cinco regiões geopolíticas do Brasil. Para esta amostra conhecia-se a ancestralidade biogeográfica estimada com 28 SNPs informativos de ancestralidade. Desta forma foi possível buscar por correlações entre os polimorfismos genéticos estudados e a ancestralidade biogeográfica. Foram genotipados 20 SNPs relacionados a drogas utilizadas no tratamento da LLA, principalmente o metotrexato. Não foi encontrado nenhum loco em desequilíbrio de Hardy-Weinberg na população brasileira. As amostras foram divididas em cinco grupos de acordo com as regiões geopolíticas brasileiras, e não foi encontrado valor de Fst significativo entre elas, indicando que do ponto de vista dos locos farmacogenéticos estudados nossa amostra representa uma população homogênea. Considerando as amostras das cinco regiões geopolíticas como uma única amostra foi realizada a comparação com populações obtidas em banco de dados do projeto HapMap. A comparação entre a população brasileira e as populações do HapMap apontou que do ponto de vista dos locos farmacogenéticos estudados nossa população está mais próxima da população europeia. A análise molecular de variância loco a loco mostrou locos com Fst significativo até mesmo entre populações pertencentes a uma mesma região geográfica, indicando que apesar de mais próximas elas se diferenciam em alguns locos e não podem ser agrupadas como uma só nem os dados sobre os locos extrapolados de uma para a outra. Não foi encontrada correlação alta entre os polimorfismos e a ancestralidade nas amostras da população brasileira, sendo encontrada correlação baixa em poucos locos e a ancestralidade. Os resultados de estrutura populacional e de correlação com ancestralidade encontrados neste trabalho apontam para a necessidade de genotipar SNPs farmacogenéticos e não basear-se em atalhos para diferenças na resposta a drogas. Atalhos como cor de pele, ancestralidade auto-referida e mesmo a ancestralidade genômica são preditores pobres do genótipo que um indivíduo apresenta para os locos farmacogenéticos de interesse. Apoio financeiro: FAP/DF, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 265 Influência de polimorfismos nos genes PPARA, RXRA, NR1I2 e NR1I3 sobre o perfil lipídico e a farmacogenética de estatinas Lima, LO1,2; Bruxel, EM1,3; Hutz, MH1; Van der Sand, CR4; Van der Sand, LC4; Ferreira, MEW4; Pires, RC4; Almeida, S2,5; Fiegenbaum, M2, 3,5 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Laboratório de Biologia Molecular, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 3 Laboratório de Biologia Molecular, Centro Universitário Metodista do IPA 4 Centro de Diagnóstico Cardiológico - CDC, Porto Alegre 5 Departamento de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre [email protected] 1 2 Palavras-chave: receptores nucleares, níveis lipídicos, farmacogenética de estatinas Introdução: Os receptores nucleares são fatores de transcrição ligante-ativados capazes de participar da regulação da expressão de múltiplos genes. Dessa forma, podem estar envolvidos em uma vasta gama de vias metabólicas, incluindo as vias relacionadas à metabolização e homeostase de lipídios, e as vias de metabolização de xenobióticos. Objetivos: Investigar a associação de variantes genéticas nos genes codificadores dos receptores nucleares PPARα (PPARA rs1800206; L162V), RXRα (RXRA rs11381416), PXR (NR1I2 rs1523130 e rs2472677) e CAR (NR1I3 rs2307424 e rs2501873) com níveis lipídicos basais, e com resposta hipolipemiante e segurança de inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas). Métodos: A amostra foi composta por 286 pacientes dislipidêmicos, descendentes de europeus da região metropolitana de Porto Alegre, submetidos ao tratamento com sinvastatina ou atorvastatina. Destes, 240 fizeram uso de estatinas por aproximadamente 6 meses, permitindo a avaliação da resposta hipolipemiante; 98 mantiveram-se sob tratamento por mais de um ano e não desenvolveram efeitos adversos, sendo considerados controles para o desenvolvimento de tais eventos; e 30 desenvolveram mialgia, elevação dos níveis séricos de creatina fosfoquinase e/ou alteração da função hepática. O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue total por método de precipitação com alta concentração de sal. Os pacientes foram genotipados para os polimorfismos de interesse através das técnicas de PCR-RFLP ou PCR em Tempo Real (sistema TaqMan). A associação dos genótipos com o nível lipídico basal e com a modificação percentual de cada variável após o tratamento foi testada pelo método General Linear Model utilizando o tipo III de soma dos quadrados (ajustando para covariáveis). A distribuição dos genótipos entre pacientes controles e que desenvolveram efeito adverso foi avaliada por teste do qui-quadrado. Resultados: Heterozigotos para o polimorfismo NR1I2 rs1523130 apresentaram níveis basais de colesterol total (261,81 ± 39,92mg/dL versus 241,52 ± 41,39mg/dL; P=0,001) e LDL-colesterol (179,46 ± 36,01mg/dL versus 160,12 ± 35,10mg/ dL; P=0,001) mais elevados que homozigotos CC. Homozigotos AA para o polimorfismo NR1I3 rs2501873 tiveram uma menor redução nos níveis de LDL-colesterol após o tratamento com estatina do que portadores do alelo G (-37,63 ± 16,79% versus -29,82 ± 21,66%; P=0,026). O genótipo heterozigoto do polimorfismo NR1I3 rs2307424 foi o mais frequente entre os pacientes que apresentaram efeito adverso, e não foram observados homozigotos T nesse grupo, sendo encontrada uma diferença significativa da distribuição genotípica entre os pacientes que desenvolveram efeitos adversos e o grupo controle (P=0,007). Conclusões: Em suma, nossos resultados sugerem a influência de uma variante genética no NR1I2 sobre o perfil lipídico basal, e de variantes genéticas no NR1I3 sobre a farmacogenética de estatinas; porém, estudos posteriores devem ser realizados para confirmar as associações encontradas. Apoio financeiro: CNPq, FAPERGS, PROAP-CAPES, Programa de Bolsas REUNI/UFCSPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 266 Associação entre polimorfismo no gene SREBP-1c e a ocorrência de lipohipertrofia em euro-descendentes portadores do HIV sob terapia antirretroviral Trinca, JR1; Sprinz, E2; Lazzaretti, RK2; Hutz, MH3; Kuhmmer, R2; Almeida, S1; Mattevi, VS1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS 3 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS [email protected] 1 2 Palavras-chave: lipodistrofia, TARV, farmacogenômica, HIV, PPARG, SREBP Introdução: Os avanços terapêuticos no tratamento da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) estão modificando a percepção desta patologia, de uma doença fatal para uma condição crônica. A síndrome da lipodistrofia (LD) associada à terapia antirretroviral (TARV) é caracterizada por alterações parciais ou generalizadas no desenvolvimento e/ou distribuição do tecido adiposo, normalmente acompanhadas por disfunções metabólicas (dislipidemia e resistência à insulina). Estas alterações podem levar a um aumento no risco de doenças cardiovasculares, além de modificações estéticas, responsáveis por uma fração considerável da não-adesão à TARV. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo investigar associação entre polimorfismos em dois genes que codificam fatores de transcrição envolvidos na diferenciação dos adipócitos, PPARG (peroxissome proliferator-actived receptor gamma) e SREBP-1c (sterol regulatory element binding protein-1c) e a ocorrência de LD e dislipidemia em pacientes infectados com HIV sob TARV. Métodos: Genótipos de 410 indivíduos portadores do HIV, sob TARV há pelo menos um ano, provenientes do Ambulatório HIV/AIDS do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram analisados. Os pacientes foram classificados em relação a ocorrência de LD e seus subtipos (lipoatrofia, lipohipertrofia ou ambos) através de avaliação clínica e de parâmetros bioquímicos (perfil lipídico e glicose plasmáticos) e antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura e soma de pregas subcutâneas). Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para estimar a contribuição dos polimorfismos PPARG Pro12Ala (rs1801282) e SREBP-1c 3322C>G (rs2297508) para a ocorrência de lipoatrofia e lipohipertrofia separadamente. Resultados: A prevalência de LD foi superior em descendentes de europeus (61,1%) quando comparada com a prevalência em afro-descendentes (42,7%; P<0,001). As frequências genotípicas do polimorfismo SREBP-1c 3322C>G foram diferentes entre euro e afro-descendentes (P=0,024). A presença do alelo G do polimorfismo SREBP-1c 3322C>G foi associada com maior risco de desenvolvimento de lipohipertrofia em euro-descendentes (razão de prevalências=1,41; P=0,039), não contribuindo para este fenótipo em afro-descendentes. Os polimorfismos PPARG Pro12Ala e SREBP-1c 3322C>G não contribuíram significativamente para a ocorrência de lipoatrofia em ambas as etnias. Conclusões: Este é o primeiro trabalho demonstrando associação entre o polimorfismo SREBP-1c 3322C>G e lipohipertrofia relacionada à TARV em pacientes infectados pelo HIV. Nenhuma evidência de associação entre o polimorfismo PPARG Pro12Ala e o desenvolvimento de LD foi encontrada. Os resultados aqui obtidos sugerem que o gene SREBP-1c é um candidato promissor na etiologia da LD associada à TARV e justificam estudos mais aprofundados envolvendo o mesmo. Apoio financeiro: Programa Nacional DST/AIDS, CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 267 Influência do polimorfismo C3435T do gene MDR1 sobre as doses terapêuticas do anticoagulante varfarina Oliveira, VC1,2; Borges, KBG3; Ferreira, ACS2; Ribeiro, DD4; Caxito, FA2; Godard, ALB1 Laboratório de Genética Humana e Animal. Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais; Minas Gerais, Brasil 2 Departamento de Genética Humana, Hermes Pardini, Minas Gerais, Brasil; 3 Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil 4 Ambulatório de Hematologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: Farmacogenética, Varfarina, Gene MDR1, Polimorfismo C3435T, Terapia anticoagulante O gene MDR1 codifica o transportador de efluxo unidirecional MDR1, que exporta seus substratos do interior para o exterior das células, protegendo-as de inúmeras substâncias e metabólitos tóxicos. O polimorfismo C3435T de MDR1 reduz ligeiramente a expressão e função de transporte de MDR1, afetando a farmacocinética e a efetividade terapêutica das inúmeras drogas que são substratos deste transportador, entre elas, o anticoagulante varfarina. A influência de inúmeros fatores genéticos e ambientais sobre a ação da varfarina resulta em uma ampla variabilidade de resposta à mesma. Por este motivo, a terapia anticoagulante requer monitorização laboratorial e ajuste de dose periódicos e individualizados, a fim de minimizar o risco de hemorragia e/ou de recorrência de eventos tromboembólicos. Portanto, conhecer as fontes de variação individual da resposta à varfarina é essencial para a segurança e efetividade do tratamento anticoagulante. O objetivo deste trabalho foi investigar a associação entre o polimorfismo C3435T e a dose de varfarina requerida semanalmente por 110 pacientes trombofílicos e anticoagulados. As amostras de DNA foram extraídas por precipitação alcoólica e, em seguida, submetidas à reação em cadeia da polimerase, restrição enzimática com Bsp143I (Unisciense®) e eletroforese em acrilamida. As frequências alélica e genotípica da variante C3435T dos pacientes com doses de varfarina < 70 e ≥ 70 mg/semana foram comparadas utilizando o Teste Exato de Fisher. Foi observado que o genótipo T3435T é 3,82 vezes mais frequente nos pacientes com dose ≥ 70 mg/varfarina/semana, quando comparado aos pacientes com dose < 70 mg/varfarina/semana (p = 0,009, OR = 3,82). Também foi observado que a variante alélica 3435T é 3,13 vezes mais frequente nos pacientes com dose ≥ 70 mg/varfarina/semana do que nos pacientes com dose inferior a 70 mg/ varfarina/semana (p = 0,007, OR = 3,134). As doses de varfarina mostraram correlação crescente com a presença da variante 3435T, segundo as análises de Correlação de Spearman. Neste sentido, estes resultados inéditos na literatura permitem concluir que o polimorfismo C3435T apresenta ser um importante fator de influência sobre a terapia anticoagulante, principalmente, nos casos de requerimentos de varfarina maiores que 70mg por semana e que deve ser considerado nos próximos estudos farmacogenéticos de estimativa de dose personalizada de varfarina. Apoio financeiro: Instituto Hermes Pardini 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 268 O gene COMT e o TDAH: Estudo de suscetibilidade e farmacogenética Salatino-Oliveira, A1; Genro, JP1; Guimarães, AP1; Zeni, C2; Polanczyk, G2; Roman, T1; Callegari-Jacques, SM3; Rohde, LA2; Hutz, MH1 Departamento de Genética Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, Hospital de Clinicas de Porto Alegre 3 Departamento de Estatística, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: COMT, TDAH, Farmacogenética, Metilfenidato, Catecolaminas O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença psiquiátrica comum na infância e adolescência, caracterizada por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Vários estudos sugerem que a prevalência de comorbidade entre o TDAH e transtornos disruptivos do comportamento (TDC), situa-se em torno de 50%. O TDAH envolve o efeito de muitos genes, além de contribuição ambiental. A hipótese mais provável é que crianças com TDAH apresentem desequilíbrio nos níveis de catecolaminas do córtex pré-frontal (CPF). O fármaco mais utilizado no tratamento dessa patologia é o metilfenidato (MPH), que age no aumento dos níveis de catecolaminas na fenda sináptica. O gene catecol-O-metiltransferase (COMT) codifica uma enzima que atua na degradação das catecolaminas, sendo responsável por aproximadamente 60% do catabolismo de dopamina do CPF. O polimorfismo Val158Met causa uma substituição de aminoácido afetando a atividade enzimática da COMT. O alelo Valina codifica uma enzima que possui quatro vezes mais atividade do que a isoforma codificada pelo alelo Metionina. O objetivo do trabalho foi analisar se o polimorfismo Val158Met está associado com a presença de TDC como comorbidade em crianças com TDAH e se pode influenciar na melhora clínica dos sintomas de oposição em meninos com TDAH tratados com MPH. A amostra consiste de 473 pacientes que passaram por avaliação clínica pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Destes, 112 meninos com dados de melhora clínica dos sintomas de oposição no tratamento com MPH foram analisados no estudo farmacogenético. A genotipagem foi realizada por discriminação alélica por PCR em tempo real. O genótipo Val/Val foi 16% mais freqüente nas crianças com TDAH e TDC do que em crianças com TDAH sem essa comorbidade (p=0.017). Utilizando o modelo de equações de estimação generalizadas verificou-se que existe um efeito significativo do gene COMT (p = 0.027) e da interação entre o genótipo e o tempo de tratamento (p = 0.01) na melhora clínica observada nos sintomas de oposição em meninos com TDAH após três meses de tratamento. Crianças com TDAH e genótipo Val/Val parecem ser mais suscetíveis a desenvolver TDCs do que crianças portadoras do alelo Met. Além disso, meninos portadores do alelo Met, quando comparados aos homozigotos para o alelo Val, obtiveram uma melhora significativamente maior dos sintomas de oposição após três meses de tratamento com MPH. Este estudo enfatiza a presença de heterogeneidade genética no TDAH e o papel do gene COMT na melhora clínica dos sintomas de oposição em meninos com TDAH tratados com MPH. Auxílio financeiro: CNPq, Institutos do Milênio, FAPERGS 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 269 Ancestralidade genética e polimorfismos farmacogenéticos em pacientes com leucemia linfoide aguda Filiatre, JM1; Marques, TM1; Leite, TM1; Chiabai, MA1; Magalhães, IMQS2; Sakamoto, LHT2; Cordoba, JCM2; Pereira, RW1 Programa de Pós Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília – UCB Núcleo de Oncologia Pediátrica, Hospital de Apoio de Brasília [email protected] 1 2 Palavras-chave: LLA, polimorfismos farmacogenéticos, AIM, ancestralidade, SNaPshot A leucemia linfóide aguda (LLA) é o tipo de câncer infantil mais comum, correspondendo a 25% dos casos de câncer infantil e com taxa de sobrevida de 80%. No intuito de melhorar o tratamento da LLA, estudos farmacogenéticos têm sido realizados através da análise de polimorfismos genéticos em genes envolvidos na resposta a medicamentos. Essa diversidade de resposta a drogas pode acontecer tanto em indivíduos de uma mesma população como entre populações diferentes. Dados encontrados em uma população não podem necessariamente ser extrapolados para outras, principalmente quando estas forem miscigenadas, como a brasileira, para evitarem-se resultados espúrios. Neste estudo, foram genotipados 21 polimorfismos de base única (SNPs) informativos de ancestralidade (AIMs) em 95 crianças com LLA para ser estimada a ancestralidade dos pacientes. Nestas mesmas amostras também foram genotipados, nove SNPs relacionados à resposta a drogas utilizadas no tratamento da LLA, com enfoque no metotrexato. Ambas as genotipagens utilizaram o sistema SNaPshot. Locos em desequilíbrio de HardyWeinberg foram encontrados nos AIMs, sendo este um indício de miscigenação recente. Em contrapartida, não foi encontrado nenhum loco farmacogenético em desequilíbrio de Hardy-Weinberg nas crianças de LLA. Através do cálculo de diferenciação genética (Fst), valores significativos foram encontrados para os AIMs e os pacientes de LLA e as cinco regiões do país com maior enfoque no Sul e no Sudeste. Quanto ao cálculo da ancestralidade, a européia se mostrou ser a de maior influência representando 51,7% e a africana com 32 % apresentou valores superiores em relação às diversas regiões do Brasil. Ao compararmos os locos farmacogenéticos com os AIMs nos pacientes de LLA, uma baixa correlação foi encontrada em três dos nove locos estudados, reafirmando a importância da genotipagem do SNPs farmacogenéticos em relação a outros critérios, tais como a ancestralidade. Por outro lado, a genotipagem dos AIMs é necessária para determinar a ancestralidade dos pacientes estudados, no intuito de evitar falsos resultados, principalmente em estudos de caso-controle, onde as populações estudadas devem ser homogêneas, o que pode não ocorrer em populações miscigenadas como a brasileira. Apoio financeiro: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 270 Influência de polimorfismos nos genes PROC e F7 na dose terapêutica da varfarina Borsatto, T1; Botton, MR1; Hutz, MH1; Rohde2, LE; Amon, LC3; Bandinelli, E1 Instituto de Biociências, Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre 3 Serviço de Medicina Interna, Hospital de Clínicas de Porto Alegre [email protected] 1 2 Palavras-chave: varfarina, farmacogenética, polimorfismos, PROC, F7 Introdução: A varfarina é o anticoagulante oral mais utilizado para prevenção e tratamento de pacientes com desordens tromboembólicas arteriais ou venosas. Ela bloqueia a regeneração da vitamina K oxidada à forma reduzida, e assim impede a carboxilação de fatores de coagulação dependentes de vitamina K ( fatores II, VII, IX e X) e de inibidores fisiológicos da coagulação (proteína C e proteína S). Sem a carboxilação, essas proteínas não são funcionais. A dose de varfarina é ajustada por tentativa e erro até que o paciente atinja o seu INR alvo, uma vez que há uma grande variação interindividual na resposta ao anticoagulante. Sua farmacocinética e farmacodinâmica são influenciadas por fatores ambientais e genéticos, entre os quais peso, idade, uso de outros medicamentos, polimorfismos nos genes CYP2C9 (metabolizador da varfarina) e VKORC1 (alvo da varfarina). Tais fatores explicam parte da variação da dose terapêutica. Polimorfismos em outros genes envolvidos na farmacodinâmica da varfarina, como o da proteína C (PROC) e do fator VII (F7), também já foram relacionados com a dose. Os objetivos desse estudo foram investigar a influência dos polimorfismos PROC -1654C>T e F7 1238G>A na dose de varfarina em pacientes do sul do Brasil e, verificar a interação entre eles e outros fatores genéticos e não-genéticos previamente estudados na mesma amostra. Materiais e métodos: Foram analisados 279 pacientes descendentes de europeus do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, todos usuários de varfarina com INR dentro do alvo. As genotipagens foram feitas por PCR/RFLP. O teste qui-quadrado foi realizado para verificar o Equilíbrio de HardyWeinberg, ANOVA para analisar a influência dos genótipos na dose terapêutica da varfarina, e regressão linear múltipla para verificar a interação dos polimorfismos PROC -1654C>T e F7 1238G>A com outras variáveis. Resultados: A dose semanal média de varfarina foi 33,5mg (amplitude 7,5mg-85mg). A distribuição genotípica dos polimorfismos estudados está em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Para o polimorfismo PROC -1654C>T, a dose semanal média de varfarina por genótipo foi: 32,9mg para CC, 34,5mg para CT e 31mg para TT; essas diferenças não foram significativas (p=0,47). Quanto ao polimorfismo F7 1238G>A, a dose semanal média de varfarina por genótipo foi: 33,7mg para GG, 32,5mg para GA, e 35,8mg para AA; essas diferenças também não foram significativas (p=0,74). Na regressão linear múltipla foram incluídos, além dos genótipos de PROC e F7, dados clínicos (idade, peso, uso de amiodarona, carbamazipina, β-bloqueador, anlodipino, diuréticos) e genéticos (genótipos do CYP2C9, VKORC1, CYP4F2 e F2). Nesta análise, os polimorfismos PROC -1654C>T e F7 1238G>A em interação com outros fatores continuaram sem influência sobre a dose do fármaco. Conclusão: Os resultados desse estudo indicam que os polimorfismos investigados não estão associados com a dose terapêutica de varfarina na população do Sul do Brasil. Apoio financeiro: BIC-UFRGS, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 271 Investigação farmacogenômica dos principais efeitos adversos da terapia antirretroviral combinada em pacientes infectados pelo HIV Mattevi, VS1; Gasparotto, AS¹; Kayser, M¹; Turatti, L¹; Lazzaretti, RK2; Kuhmmer, R2; Almeida, S1; Giovenardi, M1; Agnes, G¹; Silveira, JM³; Basso, RP³; Pinheiro, CAT4; Silveira, MF4; Sprinz, E2 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS 3 Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr., Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS 4 Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS [email protected] 1 2 Palavras-chave: farmacogenômica, HIV, terapia antirretroviral, efeitos adversos, tecido adiposo Introdução: A terapia antirretroviral combinada (TARV) protagonizou uma revolução no tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que passou do status de infecção fatal para o de doença crônica. No entanto, a utilização prolongada da TARV tem sido acompanhada de efeitos adversos graves, os quais podem comprometer a adesão dos pacientes e a eficácia da terapia. Dentre estes incluem-se a lipodistrofia, caracterizada por alterações na distribuição do tecido adiposo corporal, acompanhada por distúrbios metabólicos (dislipidemia e resistência à insulina), a toxicidade mitocondrial, que pode se manifestar com o desenvolvimento de lipoatrofia, anemia, neuropatia periférica, acidose láctica e esteatose hepática, e a hiperbilirrubinemia. Objetivos: Investigar a associação entre os principais efeitos adversos da TARV e a presença de polimorfismos em genes candidatos envolvidos no metabolismo mitocondrial e do tecido adiposo e na regulação dos níveis de ferro e de bilirrubinas no organismo. Métodos: A população-alvo consistiu em pacientes infectados pelo HIV sob TARV em Serviços de referência localizados no estado do Rio Grande do Sul, nos municípios de Porto Alegre, Rio Grande e Pelotas. Os critérios de inclusão foram: idade igual ou superior a 18 anos, utilização regular da TARV há pelo menos um ano e carga viral abaixo do limite de detecção do teste. A amostra foi constituída de 614 indivíduos. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, de parâmetros bioquímicos, hematológicos, imunológicos e antropométricos. Para a realização das análises genéticas, as regiões de interesse de cada gene candidato foram amplificadas pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Os polimorfismos foram detectados por clivagem com endonucleases de restrição, eletroforese capilar em sequenciador ou PCR em tempo real, de acordo com a necessidade. As variáveis bioquímicas e antropométricas foram comparadas entre os genótipos através de análises de covariância. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para estimar a contribuição dos polimorfismos para a ocorrência de cada um dos efeitos adversos avaliados. Resultados: Os efeitos adversos mais prevalentes investigados foram lipodistrofia, síndrome metabólica, anemia e hiperbilirrubinemia. Foram analisados treze polimorfismos localizados em sete diferentes genes: receptores de estrógeno alfa (ESR1) e beta (ESR2), gene da hemocromatose (HFE), uridina difosfato glicuronosil-transferase 1A1 (UGT1A1) e proteínas desacopladoras 1 (UCP1), 2 (UCP2) e 3 (UCP3). A variante UGT1A1 (TA)n apresentou uma associação significativa com a hiperbilirrubinemia severa. Observou-se uma associação significativa entre a presença do genótipo heterozigoto de um polimorfismo do gene ESR1 (rs2813544) e a ocorrência de síndrome metabólica. Conclusões: Dos sete genes investigados, foram encontradas associações com efeitos adversos da TARV para dois. Em relação aos demais, a sua contribuição para os efeitos adversos deve ser esclarecida com a investigação de outras variantes nos mesmos e de polimorfismos localizados em outros genes candidatos. Apoio financeiro: Programa Nacional DST/AIDS, CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 272 Suscetibilidade e farmacogenética da hanseniase em pacientes no Estado do Pará Pinto, PD1; Ferreira, AM1; Alencar, DO1; Salgado, CG2; Santos, S1; Hutz, MH3; Ribeiro-dos-Santos, A1 Laboratório de Genética Humana e Médica/Laboratório de Antropologia Molecular, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará 2 Laboratório de DermatoImunologia, UEPA/UFPA/MC 3 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [email protected] 1 Palavras-chave: Hanseniase, Poliquimioterapia, Suscetibilidade, Farmacogenética, GSTM1, CYP2E1, SLC11A1 O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos registrados e em prevalência de hanseníase, particularmente o estado do Pará atinge níveis elevados. O tratamento indicado ao paciente com hanseníase é a poliquimioterapia (PQT - rifampicina, dapsona, clofazimina). Entretanto, é comum a observação de efeitos adversos em resposta a utilização desses medicamentos que podem ocorrer em função da presença de polimorfismos genéticos. Os genes GSTM1 e CYP2E1 que traduzem enzimas de metabolização de Fase I e II desempenham um papel fundamental no metabolismo celular, bem como na modificação e eliminação de compostos eletrofílicos reativos, como fármacos e xenobióticos. O SLC11A1 (N-RAMP1) constitue um gene da família SLC (Solute Carrier Family) que codifica uma proteína transmembranar, que funciona como transportador de metal de transição divalente (Fe+2 e Mg+2, entre outros). Está envolvido no mecanismo de resistência de algumas bactérias como o Micobacterium leprae. Polimorfismos em genes que participam de mecanismos de detoxificação celular, ou como proteínas carreadoras de soluto na membrana podem influenciar o mecanismo de resposta ao tratamento da hanseníase, assim como a suscetibilidade as suas formas clinicas. No presente trabalho, investigou-se os possíveis efeitos dos polimorfismos nos genes GSTM1, CYP2E1 e SLC11A1 em 140 pacientes com Hanseníase, selecionados de acordo índice bacilar (IB) do hospital Marcelo Cândia e do município de Dom Eliseu (PA). As amostras de DNA foram extraídas pela técnica fenol-clorofórmio e posteriormente quantificadas, em seguida foram analisadas utilizando-se de técnicas básicas de biologia molecular, como reação em cadeia da polimerase, e também análise em gel de poliacrilamida e agarose. As análises estatísticas foram feitas com o programa SPSS 8.0. O resultado da comparação entre os alelos GSTM1*1 (presença) e GSTM1*0 (ausência) demonstraram significância (p=0,0276) em relação ao índice bacilar elevado (IB), assim como o alelo GSTM1*0 demonstrou ser um fator de proteção (OR<1). Em relação aos genes CYP2E1 (INSERÇÃO) e SLC11A1 (TGTG-3’UTR) não se observou significância para a suscetibilidade da hanseníase. Os polimorfismos presentes em genes de reação de Fase II, dificultam a eliminação dos fármacos utilizados na PQT, deixando-os mais tempo na circulação sanguínea e em contato com os patógenos dessa doença. Isto pode levar ao desenvolvimento de resistência a tais fármacos, ocasionando uma elevação do índice bacilar para níveis críticos, principalmente naqueles pacientes multibacilares. Genes de reação Fase I, tornam as moléculas mais eletrofílicas, deixando-as mais reativas e passiveis de conjugação com moléculas orgânicas ( facilita a eliminação). Desta forma, os resultados encontrados em relação ao gene GSTM1 podem sugerir sua importância pré-clínica (avaliação farmacogenética), na formulação de tratamentos individualizados, a fim de ser obter uma farmacoterapêutica eficaz e com menos reações adversas. Fonte financiadora: CNPq, PIBIC/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 273 Transleitura do códon de parada prematura do alelo CYP2C19*3: um modelo farmacogenético Fuchshuber-Moraes, M1; Carvalho, MA1,2; Carvalho, RS1,2 3; Rimmbach, C4; Rosskopf, D4 Suarez-Kurtz, G1 Laboratório de Farmacologia - Instituto Nacional de Câncer Coordenação de Biotecnologia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro 3 Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho – Universidade Federal do Rio de Janeiro 4 Institut für Pharmakologie – Universität Greifswald [email protected] 1 2 Palavras-chave: Mutação nonsense, transleitura, aminoglicosídeos, parada prematura, farmacogenética Introdução: Mutações nonsense são responsáveis por diversos casos de doenças genéticas, tais como a fibrose cística e a distrofia muscular de Duchenne. Estudos demonstram que os aminoglicosídeos são capazes de induzir os ribossomos a transleitura de códons de parada prematura (transleitura), permitindo assim a elongação da cadeia completa da proteína e parcial recuperação da atividade biológica da proteína. O alelo farmacogenético CYP2C19*3 é caracterizado por um códon de parada prematura, originado a partir do polimorfismo G6363A, que dá origem a uma proteína inativa. Objetivo: Investigar o efeito de aminoglicosídeos como indutores de transleitura do códon de parada prematura do alelo farmacogenético CYP2C19*3. Metodologia: O alelo CYP2C19*3 foi gerado por mutagênese sítio-dirigida a partir do alelo selvagem. Estes foram clonados no vetor de expressão pQCXIH fusionados a egfp na porção C-terminal e as construções transfectadas em linhagem celular HeLa. Os clones celulares de expressão estável foram obtidos por pressão seletiva. A expressão gênica foi medida por Real Time RTPCR e Western blotting. A indução de transleitura foi realizada por tratamento das células com G418 e gentamicina em concentrações variadas por 48 horas e as análises realizadas por técnicas de citometria de fluxo, imunoblotting e microscopia de epifluorescencia. Resultados: As análises de expressão gênica mostram que as células transfectadas com as construções CYP2C19/egfp apresentam expressão dos alelos investigados quanto ao mRNA. Em relação à expressão de proteínas, células transfectadas com a construção pQCXIH-CYP2C19*WT/egfp apresentaram expressão detectável, o que não ocorreu com o alelo variante, uma vez que a mutação introduz um códon de parada prematura, produzindo uma proteína truncada. Os ensaios de transleitura demonstram que após os tratamentos, as células portadoras do alelo variante apresentaram expressão detectável da proteína de cadeia completa por todas as técnicas aplicadas, sendo este efeito de dose-resposta. Conclusões: O modelo gerado para o estudo é aplicável aos ensaios de transleitura e, de acordo com os resultados obtidos, os aminoglicosídeos são agentes indutores de transleitura do códon de parada prematura do alelo CYP2C19*3. A próxima etapa será a validação do modelo para estudos de farmacologia clínica, avaliando a atividade enzimática da proteína obtida após o processo de transleitura. Apoio financeiro: INCA/FAF/CNPq/CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 274 Associação do polimorfismo PlA1/A2 da integrina plaquetária GP IIb/IIIa e a resistência ao ácido acetilsalicílico em pacientes diabéticos Alves, MT1; Gonçalves, LH1; Freitas, FRD1; Fernandes, AP1; Carvalho, MDG1; Gomes, KB1,2 Laboratório de Biologia Molecular, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais Colégio Técnico, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: AAS, eventos trombóticos, Diabetes Mellitus tipo 2, GP IIb/IIIa, PIA1/A2 O ácido acetilsalicílico (AAS) é um dos principais agentes antiplaquetários utilizados para a prevenção de eventos tromboembólicos. Pacientes com diabetes Mellitus tipo 2 apresentam maior predisposição à ocorrência desses eventos, sendo preconizado o uso do AAS em baixas doses. Apesar de o AAS ser capaz de reduzir o risco de eventos trombóticos, sua atividade como antiagregante plaquetário apresenta variação interindividual, sendo que, em alguns casos, o paciente apresenta resistência ao medicamento. A resposta insatisfatória ao AAS, avaliada através da medida do metabólito 11-dihidro-tromboxano urinário, pode estar relacionada a uma ativação plaquetária independente da formação de tromboxano A2, possivelmente ligada aos polimorfismos de receptores plaquetários ou de moléculas pró-agregantes. A integrina da membrana plaquetária GP IIb/IIIa é essencial para a interação das plaquetas às proteínas do plasma e à matriz extracelular durante o processo de coagulação, cujo gene apresenta o polimorfismo plaqueta-específico PlA1/A2. O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre o polimorfismo PlA1/A2 e os níveis de 11-dihidro-tromboxano em pacientes diabéticos sob terapia com o AAS. Participaram deste estudo 69 pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 em tratamento preventivo com o AAS. As análises moleculares foram realizadas por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), seguida por digestão com enzima de restrição HspI e visualização dos fragmentos através de gel de poliacrilamida e coloração com nitrato de prata. O 11-dihidro-tromboxano urinário foi medido utilizando ensaio imunoenzimático (ELISA). A resistência ao AAS foi considerada quando a redução de 11-dihidro-tromboxano foi inferior a 90%. A análise mostrou que 18 pacientes eram heterozigotos e 2 eram homozigotos para o polimorfismo PlA1/A2. Foi observado que 15 pacientes com o polimorfismo mostraram redução do 11-dihidro-tromboxano inferior a 90%, enquanto que apenas 5 pacientes com o polimorfismo tiveram redução de 11-dihidro-tromboxano superior a 90%. Não foi encontrada diferença significativa na freqüência do polimorfismo quando comparados os pacientes com redução de 11-dihidro-tromboxano maior ou menor que 90% (p = 0,57, OR = 0,16, IC = 0,51-4,93), no entanto, um número maior de pacientes com o polimorfismo apresentou resistência ao AAS. Os dados obtidos não confirmaram a associação significativa entre o polimorfismo PlA1/A2 no gene GP IIb/IIIa e a resposta ao AAS em pacientes diabéticos. No entanto, a análise em um grupo amostral maior deve ser realizada a fim de confirmar a tendência observada. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 275 Estudo da relação do polimorfismo C50T no gene da ciclooxigenase 1 (COX-1) e a resistência ao ácido acetilsalicílico em pacientes diabéticos Rodrigues, KF1; Gonçalves, LH1; Fernandes, AP1; Carvalho, MG1; Gomes, KB1,2 Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG, Brasil 2 Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: Ciclooxigenase 1, Ácido acetilsalicílico, Diabetes mellitus tipo 2, Tromboxano A2, Nested-PCR Introdução: A enzima ciclooxigenase 1 (COX-1) é uma prostaglandina sintase que catalisa a conversão do ácido aracdônico num intermediário instável, a prostaglandina H2, precursor de prostanóides como tromboxano A2 (TXA2). O TXA2 é um potente vasoconstritor e indutor da agregação plaquetária. O AAS reduz a ativação das plaquetas pela acetilação irreversível da COX-1, em nível pré-sistêmico, reduzindo a produção de TXA2 plaquetário. A prevenção de eventos trombóticos pode ser feita a partir da administração diária de pequenas doses de ácido acetilsalicílico (AAS). Estudos mostram que um haplótipo da enzima COX-1 (-A842G/C50T, em desequilíbrio de ligação) está significativamente associado com a diminuição da resposta de pacientes ao uso diário de AAS. A resistência ao ASS pode ser determinada pela redução da produção dos metabólitos de TXA2, através das dosagens de 11-dihidro TXB2 urinário. Objetivos: Determinar a frequência gênica e genotípica do polimorfismo C50T da COX-1 em pacientes de Minas Gerais com diabetes mellitus tipo 2, em uso recente de AAS; e relacionar a presença do polimorfismo com a redução da produção de TXA2, através da dosagem de 11-dihidro TXB2 urinário. Métodos: Participaram desse estudo 58 pacientes, de ambos os sexos, idade média de 57,3 ± 4,9 anos, com diagnóstico recente de diabetes mellitus tipo 2. O DNA genômico foi extraído a partir de amostras de sangue total colhidas com EDTA e submetidas à técnica de Nested PCR associada à RFLP, com enzima de restrição AciI, eletroforese em gel de poliacrilamida 8% e revelação com solução de nitrato de prata. A dosagem de 11-dihidro TBX2 foi realizada em amostras de urina utilizando o kit diagnóstico 11-dehydro Thromboxane B2 EIA Kit (Cayman Chemical®). Cada paciente coletou amostra de urina, primeira da manhã, antes de iniciar o uso de AAS e após 15 dias do início da terapia, a fim de verificar a redução da produção de 11-dihidro TBX2. Resultados: A análise revelou que 55 pacientes (0,948) não apresentavam o polimorfismo C50T, 2 (0,035) apresentavam o polimorfismo em homozigose e 1 (0,017) em heterozigose. A frequência gênica encontrada para o alelo selvagem foi 0,96 e para o alelo polimórfico 0,04. A presença do polimorfismo C50T, tanto em homozigose quanto em heterozigose, não mostrou associação com a redução na produção de 11-dihidro TBX2. Conclusões: O trabalho permitiu a padronização da técnica de Nested PCR–RFLP para o estudo do polimorfismo C50T. No entanto, não foi observada associação entre a presença do polimorfismo e a resistência ao AAS no grupo estudado. Apoio financeiro: Fapemig 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 276 Células tronco mesenquimais como modelo para screening de drogas para o tratamento da síndrome de Apert Atique, RFT; Yeh, E; Fanganiello, R; Passos-Bueno MR Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: Apert, Células-tronco, Osteogênese, Craniossinostose, Proliferação Introdução: A síndrome de Apert é uma doença genética autossômica dominante, causada em geral por 2 mutações de troca de aminoácido no gene FGFR2, as quais diminuem a especificidade de ligação do receptor, aumentando sua afinidade tanto por seus ligantes quanto por outros FGFs que normalmente não se ligariam. Um dos principais sinais da síndrome é a fusão das suturas coronais ao nascimento, responsável pelas deformações craniofaciais desses pacientes. Atualmente o único tratamento para a síndrome de Apert são as intervenções cirúrgicas, nas quais as suturas fusionadas são reabertas. No entanto as suturas voltam a se fechar, fazendo necessárias várias cirurgias durante a vida do paciente. Acredita-se que o fechamento das suturas coronais na síndrome de Apert ocorre pelo aumento da proliferação e diferenciação osteogênica das células tronco mesenquimais causadas pela mutação. Sendo assim, drogas capazes de reverter esse fenótipo têm grande potencial para auxiliar no tratamento pós-cirúrgico de portadores da síndrome. Metodologia: Duas drogas foram testadas, 5-Hidroxitriptamina (Serotonina) e PD173074, um inibidor do domínio Tirosina-quinase dos FGFRs. Foram verificados os efeitos das drogas sobre a proliferação celular com a contagem total de células durante 4 dias. Foram utilizadas 3 culturas de pacientes com Apert e 3 controles. A diferenciação osteogênica foi verificada indiretamente pela deposição de cálcio na matriz extracelular por coloração com Vermelho de Alizarina. Resultados: A Serotonina não foi capaz de causar diferenças significativas na proliferação celular ou na deposição de cálcio na matriz. O PD173074 foi capaz de diminuir significativamente a proliferação celular tanto em células de pacientes quanto nas controles. Conclusões: As células tronco mesenquimais se mostraram sensíveis a pelo menos uma das drogas, o que demonstra que são capazes de evidenciar diferenças no fenótipo celular que leva à síndrome, no entanto estudos in vivo ainda são necessários para corroborar os resultados encontrados in vitro. Apoio financeiro : FAPESP, FINEP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 277 Uso de células-tronco mesenquimais no estudo da ação de antipsicóticos associados ao ganho de peso Suzuki, AM; Passos-Bueno, MR; Gattaz, WF; Sertié, AL Laboratório de Genética do Desenvolvimento, Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo Palavras-chave: antipsicóticos, ganho de peso, células-tronco mesenquimais derivadas de tecido adiposo humano, adipogênese Introdução: Os antipsicóticos têm sido fundamentais no tratamento e prognóstico de distúrbios mentais como esquizofrenia e transtorno bipolar. De maior uso na atualidade, os antipsicóticos de segunda geração (ASG) apresentam amplo perfil de ação e maior eficácia no tratamento dos sintomas neurológicos quando comparados aos antipsicóticos convencionais. Contudo, efeitos colaterais importantes associados ao uso dos ASG constituem o ganho significativo de peso e o desenvolvimento de distúrbios metabólicos, fatores que levam ao abandono do tratamento. A magnitude do ganho de peso varia conforme o medicamento e a dosagem, mas fatores como genética e ambiente também contribuem para essa variabilidade. Estudos recentes sugerem que além da ação central sobre sistemas de neurotransmissores, os ASG apresentam ação direta sobre o tecido adiposo, promovendo maior diferenciação de pré-adipócitos e acúmulo de lipídios em adipócitos maduros. Contudo, modelos experimentais para estudo dos efeitos de diferentes antipsicóticos sobre a biologia do tecido adiposo humano são escassos, e os mecanismos moleculares associados são pouco conhecidos. Objetivos: Comparar alterações no potencial adipogênico de células-tronco mesenquimais humanas tratadas com os ASG clozapina e olanzapina (associados com os mais altos riscos de ganho de peso), e com o antipsicótico convencional haloperidol (não associado com ganho de peso significativo). Métodos: Células-tronco mesenquimais de tecido adiposo subcutâneo (n=5 mulheres controles) foram isoladas e cultivadas em meio DMEM-LG/10% SFB. Quando confluentes na quarta passagem em cultura, as células foram cultivadas em meio adipogênico acrescido ou não de clozapina, olanzapina, e haloperidol (20μM a 100μM) e mantidas em cultura durante: a) 3 dias; b) 7 dias, e mais 7 dias adicionais somente com meio adipogênico, totalizando 14 dias de diferenciação. O RNA foi extraído (kit NuCleoSpin RNA II), o cDNA sintetizado (Super Script II), e genes específicos de adipócitos (PPARγ2, LPL e CEBP/β) quantificados (PCR em Tempo Real). Resultados| O tratamento das células-tronco humanas com meio adipogênico suplementado com os três antipsicóticos resultou em aumentos da expressão dos genes analisados de forma similar e dosagem-dependente. Assim, concentrações maiores de olanzapina, clozapina e haloperidol induziram respectivamente: a) no dia 3 do processo de diferenciação, aumentos médios de expressão de PPARγ2 de 2.7, 2.3 e 2.5 vezes; e de CEBP/β de 2.0, 1.8 e 2.3 vezes; b) no dia 14, aumentos médios de expressão de PPARγ2 de 1.8, 2.2 e 1.8 vezes; e de LPL de 3.1, 2.6 e 1.9 vezes. Conclusões: Alteração no controle transcricional da adipogênese parece não ser um mecanismo pelo qual antipsicóticos associados ao ganho de peso atuam, já que haloperidol (antipsicótico não relacionado a esse efeito) também estimula similarmente a expressão de genes relacionados à adipogênese. Estamos no momento medindo a quantidade de lipídios armazenados nas células e averiguando a ação desses antipsicóticos no metabolismo de adipócitos maduros. Apoio financeiro: Fapesp, Capes, USP/IB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 278 Análise da atividade de fármacos anti-estrogênicos no nível de metilação global em linhagens celulares de carcinomas mamários Aguiar, G1; Ierardi, DF1; Jasiulionis, MG1 Laboratório de Ontogenia e Epigenética, Departamento de Farmacologia, Universidade Federal de São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: Câncer de mama, epigenética, metilação de DNA, drogas anti-estrogênicas Introdução: O desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas que ajudem no diagnóstico precoce do câncer, em geral, são de suma importância. Os tumores de mama ainda hoje apresentam índices elevados de incidência, sendo que, no Brasil, é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres. Apesar de ser uma doença extremamente heterogênea, atualmente já é possível a utilização de biomarcadores na avaliação do prognóstico e na escolha terapêutica. Um biomarcador extensamente usado nos tumores de mama é o receptor de estrógeno e entre os biomarcadores em fase de estudo estão as modificações epigenéticas. Epigenética é definida como mudanças na estrutura da cromatina que não envolvem alterações na sequência de nucleotídeos e são reversíveis e herdáveis. A metilação do DNA é um dos mecanismos epigenéticos mais estudados e está relacionada com a interferência na expressão gênica quando concentrada em regiões críticas para a transcrição. Os tumores em geral apresentam hipometilação global do DNA, o que está relacionado com instabilidade cromossômica e desmetilação de genes que deveriam estar silenciados, como oncogenes. Objetivo: Analisar a variação no nível global de metilação do DNA na linhagem de carcinoma mamário SKBr-3 antes e após o tratamento com as drogas Fulvestranto, Anastrozol, 17-β-estradiol, Tamoxifeno, 5-aza-2´-deoxicitidina e Tricostatina A. Métodos: O teste de viabilidade celular utilizando MTT foi utilizado para padronizar a concentração das drogas usadas nos diferentes tratamentos. Foi realizada a extração do DNA através a técnica de fenol-clorofórmio e a análise do nível global de metilação do DNA foi realizada pela técnica methylation-specific restriction enzyme (MSRE), baseada na digestão do DNA com as enzimas MspI (não sensível à metilação)e HpaII (sensível à metilação). Resultados: O ensaio demonstrou diminuição no nível global de metilação do DNA na linhagem SKBr3 após os tratamentos com 5-aza-2´-deoxicitidina, Tamoxifeno e Fulvestranto. Após os tratamentos com 17-β-estradiol e Anastrozol, a metilação global parece não sofrer alteração. Conclusões: Análises mais detalhadas estão em andamento em nosso laboratório com o objetivo de validar e compreender o efeito de drogas como o tamoxifeno e o fulvestranto na metilação do DNA e seu impacto no tratamento de pacientes com carcinoma de mama. Apoio financeiro: Fapesp, CAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 279 TNF induz a expressão de HEY1, HES1 e GATA3 em células-tronco hematopoéticas durante a linfopoiese T de forma dependente da via Notch Schiavinato, JLS1,2,3; Oliveira, LHB1,3; Araujo, AG¹; Orellana, MD³; Palma, PVB³; Covas, DT³; Zago, MA1,3; Panepucci, RA1,3 Laboratório de Hematologia e Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 3 Hemocentro de Ribeirão Preto, Centro de Terapia Celular – CTC [email protected] 1 2 Palavras-chave: Células-tronco hematopoéticas, CD34+, cocultivo, OP9-DL1, HEY1, HES1, GATA3, Notch Previamente mostramos que células-tronco hematopoéticas (CTH) do sangue de cordão umbilical (SCU), quando comparadas as de medula óssea, expressam elevados níveis dos componentes e dos alvos transcricionais das vias Notch e NF-kB. Essas diferenças se relacionam com o maior potencial das CTH do SCU de gerar linfócitos T. O tratamento das CTH com TNF-a (agonista de NF-kB) aumenta a geração de células T. Entretanto, os mecanismos moleculares pelos quais o TNF-a promove linfopoiese T são desconhecidos. Avaliamos a influência do TNF-a na sinalização de Notch. Assim, CTH CD34+ foram isoladas imunomagneticamente do SCU e cocultivadas (12h) com células expressando o ligante de Notch, Delta like 1 (OP9-DL1), ou não (OP9), em presença ou ausência de TNF-a (0,25ng/ml) e do inibidor de Notch, DAPT (10nM). As mesmas condições de cultura foram empregadas com CTH pré-tratadas com inibidor de síntese protéica, cicloheximidina (CHX). A quantificação dos alvos transcricionais de Notch (HEY1, HES1 e GATA3) foi realizada por PCR em tempo real. O nível de GAPDH foi utilizado para a normalização, e a expressão relativa foi obtida em relação às CTH cocultivadas com OP9. O nível transcricional de HEY1 e HES1 foi induzido pelo cocultivo com OP9-DL1. Interessantemente, esses níveis foram ainda maiores na presença de TNF-a, mas apenas na ausência de DAPT, indicando efeito positivo da dependência de Notch. Como esperado para alvos diretos de Notch, a indução pelas OP9-DL1 ocorreu mesmo com o prétratamento das CTH com CHX, entretanto, esse tratamento aumenta a expressão de HES1 enquanto, reduz HEY1. Esses resultados indicam que proteínas sintetizadas durante o período de cocultivo atuam negativamente na transcrição de HES1 e positivamente sobre HEY1. Além disso, o efeito de TNF-a na expressão de HES1 quando CTH recebem pré-tratamento com CHX foi maior do que quando as células não foram pré-tratadas enquanto que, sobre a expressão de HEY1 foi menor nas pré-tratadas. Apesar dessas mudanças, o efeito positivo de TNF-a foi presente mesmo nas células pré-tratadas com CHX, o que indica a existência de um mecanismo de sinalização molecular independente da síntese de novo proteína. Para GATA3, a indução não foi evidente em CTH cocultivadas apenas com OP9-DL1, entretanto, CHX e TNF-a induziram a expressão de GATA3. Finalmente, em presença de ambos, CHX e TNF-a, DAPT reduz a expressão de GATA3, indicando sinalização dependente de Notch. Nossos resultados indicam que: o efeito positivo de TNF-a na linfopoiese T pode derivar parcialmente de um mecanismo de sinalização molecular dependente de Notch (independente da síntese de novo de proteínas) que contribui para a indução transcricional de alvos de Notch; a expressão de HEY1 e HES1 é controlada por mecanismos de feedback positivo e negativo, respectivamente, dependentes da síntese de novo de proteínas. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 280 Análise da Expressão Gênica durante a diferenciação osteogênica de células mesenquimais estromais da medula óssea de pacientes portadores de Osteogênese Imperfeita Kaneto, CM1; Lima, PSP2; Prata, KL1; Lorenzi, JCC1; Silva, VAO1; Paula, FJA3; Silva-Jr, WA1 Departamento de Genética – FMRP Departamento de Genética – FMRP 3 Departamento de Genética - FMRP 1 2 A osteogênese imperfeita (OI) é caracterizada como uma desordem genética das células mesenquimais na qual uma osteopenia generalizada leva a deformidades ósseas, fragilidade óssea excessiva e baixa estatura. As células mesenquimais estromais multipotentes (CTMs) são precursores presentes na medula óssea adulta capazes de se diferenciar em osteoblastos, adipócitos e mioblastos que passaram a ter grande importância como fonte terapia celular. O projeto tem como objetivos: 1) analisar o perfil de expressão gênica de células CTMs isoladas de medula óssea de pacientes com Osteogênese Imperfeita, durante a diferenciação em osteoblastos, e 2) realizar análises funcionais em um grupo de genes associado com a osteogênese anormal. Foram coletadas amostras de três indivíduos normais e quatro amostras de pacientes portadores de Osteogênese Imperfeita. As células mononucleares (CMN) foram isoladas para a obtenção de células mesenquimais que foram expandidas em 8 garrafas na terceira passagem e então iniciou-se o estímulo para diferenciação osteogênica. Também foram realizadas análises para contagem de CFU-F e para três das quatro amostras de pacientes portadores de OI, o número de CFU-F observado foi inferior ao geralmente encontrado para amostras de doadores normais. Foram coletadas células de uma garrafa para análises de imunofenotipagem celular por citometria de fluxo e o RNA foi extraído de outra garrafa originando a amostra denominada D0. As garrafas restantes tiveram suas células estimuladas para diferenciação osteogênica. Após um dia em cultura com estímulo, mais uma garrafa teve o RNA de suas células extraído (D+1), e o mesmo procedimento foi realizado nos dias 2 (D+2), 7 (D+7), 12 (D+12), 17 (D+17) e 21 (D+21). Todas as amostras demonstraram possuir potencial de diferenciação in vitro em osteoblastos e adipócitos. A imunofenotipagem de células mesenquimais foi realizada pela montagem de um painel contendo os seguintes marcadores: CD45 FITC, CD14 PE, CD29 PE, CD105 PE, CD90 PE, CD34 PE, CD31 FITC e CD73 PE. As amostras de todos os pacientes apresentaram perfil imunofenotípico compatível com trabalhos anteriores. Para avaliar a diferenciação das células mesenquimais em osteoblastos foram realizadas reações de PCR em Tempo Real para os genes ALPL ( fosfatase alcalina), VDR (receptor de vitamina D) e MSX2. Utilizando-se deste tipo de técnica, alguns estudos têm sido conduzidos com o objetivo de se identificar genes com expressão exclusiva ou diferenciada durante o processo de diferenciação osteogênica, a fim de se estabelecer padrões de expressão potencialmente alterados nos diversos tipos de displasias ósseas existentes. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 281 Estudo dos níveis de expressão de microRNAs preditos para DNMT3B/Dnmt3b e MECP2/Mecp2 durante a diferenciação de células-tronco embrionárias humanas e murinas Schoof, CRG1,2; Vergani, N2; Oliveira, MT1; Fraga, AM2; Pereira, LV2; Vasques, LR1 1 2 Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP Universidade de São Paulo, USP Palavras-chave: epigenética, metilação do DNA, DNMT3B, MECP2, microRNAs Durante o início do desenvolvimento embrionário, há uma reprogramação epigenética e, salvo regiões parentais específicas, ocorre uma onda de desmetilação global do DNA. Após a implantação, concomitante com o início da diferenciação, um novo padrão de metilação passa a ser estabelecido. Uma importante metiltransferase envolvida neste processo é a DNMT3B. O DNA metilado é reconhecido por proteínas como a MECP2, que então recrutam as desacetilases de histonas (HDACs) que, por sua vez, levam à compactação da cromatina e à repressão transcricional.De acordo com o descrito na literatura, tanto a Dnmt3b, como Mecp2 têm padrão de expressão modulado neste início do desenvolvimento, porém sua regulação ainda não foi elucidada. Com a descoberta de uma nova classe de moduladores transcricionais, os microRNAs (miRNAs), foi objetivo deste trabalho: comparar a expressão de Dnmt3b e Mecp2 e de miRNAs preditos para alvejarem seus RNAs, em células tronco-embrionárias humanas (hESC) e murinas (mESC) antes e depois da diferenciação.A expressão dos genes foi realizada por PCR em tempo real. Além disso, foi analisada a expressão de Oct4 nas diferentes linhagens para confirmação de seu estado de diferenciação. A expressão do RNAm do gene DNMT3B/Dnmt3b apresentou-se diminuída em células humanas e murinas submetidas à diferenciação em cerca de 97% e 70%, respectivamente, quando comparada às células indiferenciadas, o que está de acordo com a literatura. No caso de MECP2/Mecp2, os níveis de seu RNA encontraram-se diminuídos em cerca de 50% após a diferenciação em humanos , tendo ocorrido o inverso em células murinas, nas quais ocorreu um aumento de cerca de 5 vezes. Dos miRNAs preditos para alvejarem, tanto os RNAm de MECP2/Mecp2 quanto DNMT3B/Dnmt3b, foram escolhidos alguns fortes candidatos por programas de predição: miR-26a, miR-26b, miR-29a, miR-29b, miR-29c e miR-203.Em hESC, foi observada uma forte expressão inversa dos microRNAs miR-26a, miR-26b e miR-203 em relação aos de seus potenciais genes-alvo, tendo os outros microRNAs apresentado um aumento discreto ou manutenção da expressão em células diferenciadas em comparação às indiferenciadas. No caso de células-tronco murinas, foi observada expressão inversa entre o microRNAs miR-26a e , em menor proporção, dos microRNAs miR-26b, miR-29c e miR-203 em relação aos níveis de RNAm de Dnmt3b, indicando um possível alvejamento destes RNAs pelos microRNAs estudados. A expressão inversa entre um miRNA e seus possíveis alvos parte da premissa de que um miRNA regula negativamente seus RNAm alvos, sendo um indício de alvejamento que deve ser validado com novos experimentos. Assim, o presente trabalho indica possíveis microRNAs inversamente expressos em relação ao RNAm de genes da maquinaria epigenética, abrindo caminho para novos estudos ligando estes dois mecanismos regulatórios, tão importantes no início do desenvolvimento embrionário, bem como no desenvolvimento de diversas doenças, como o câncer. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 282 Perfil de Expressão de microRNAs em Linfócitos T CD4+ Infectados pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas Tipo 1 (HTLV-1) Otaguiri, KK1; Zanette, D1; Azevedo, R1; Pinto, MT1,3; Takayanagui, OS2; Silva Jr, WA1,2; Covas, DT1,2,3; Kashima, S1,2. Centro de Hemoterapia de Ribeirão Preto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (USP) 3 Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil 1 2 Palavras-chave: miRNA, HTLV-1, regulação gênica, linfócito T CD4+, HAM/TSP Introdução: O vírus linfotrópico da célula T humana tipo-1 (HTLV-1) está etiologicamente associado a uma doença neurológica crônica progressiva denominada mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP). Atualmente, uma abordagem promissora tem sido a avaliação da função de microRNAs (miRNAs) no entendimento da fisiopatogênese das infecções virais. A literatura relata a importância dos linfócitos T CD4+ na infecção pelo HTLV e no desenvolvimento da HAM/TSP, no entanto, poucos dados relacionam a função dos miRNAs nesta infecção. Objetivos: Este trabalho propõe identificar e avaliar o perfil de expressão de hsa-miRNAs em células T CD4+ provenientes de indivíduos infectados pelo HTLV-1, e associar os miRNAs diferencialmente expressos com mecanismos de desencadeamento da doença. Métodos: A partir das células mononucleares de sangue periférico (PBMC) foram isolados os linfócitos T CD4+ por meio de colunas imunomagnéticas. O RNA total foi extraído e a expressão dos hsa-miRNAs foi determinada por PCR em tempo real. Em seguida, foram eleitos 56 hsa-miRNAs diferencialmente expressos nos grupos estudados: controles, assintomáticos e HAM/ TSP para validação da expressão. Resultados: Foram analisados os padrões de expressão de 196 miRNAs em três pools de amostras: assintomáticos (HAC), pacientes HAM/TSP e grupo controle (indivíduos não-infectados). Foram identificados um total de 56 miRNAs diferencialmente expressos, destes 20 apresentaram expressão ≥ 1,5X no grupo HAM/TSP quando comparados ao grupo HAC, e 36 com expressão ≤1,5X. Esta diferença de expressão foi confirmada para sete miRNAs. Conclusão: Estes resultados demonstram que há uma desregulação de miRNAs em linfócitos T CD4+ entre os diferentes grupos avaliados. Estes dados sugerem que miRNAs participem nos processos de infecção e desenvolvimento de HAM/TSP. Assim, esta abordagem pode fornecer informações acerca dos mecanismos moleculares utilizados pelos vírus/hospedeiro durante a infecção/doença. Suporte financeiro: FUNDHERP, CNPq, CTC/FAPESP, INCTC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 283 Superexpressão do LOXL1 em lesões endometrióticas Hidalgo, GS1; Meola, J1; Rosa e Silva, JC1; Ferriani, RA1 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRP-USP [email protected] 1 Palavras-chave: Endometriose, LOXL1, expressão gênica, PCR em tempo real INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença ginecológica benigna de etiologia complexa e multifatorial, que acomete de 10 a 15% da população feminina. A LOX (lysyl oxidase) é uma cobre-amino oxidase que catalisa a formação de aldeído, a partir de resíduos de lisina, de precursores de elastina e colágeno. Efeitos celulares e extracelulares desta família de enzimas vêm sendo sugeridos como: adesão celular, migração, proliferação e malignidade. O gene LOXL1 é membro desta família. O RNAm do LOXL1 é particularmente superexpresso no coração, placenta, pâncreas, músculo esquelético, próstata, ovário, osso e colo do útero. Trabalhos prévios vêm associando a participação deste gene com a fisiopatologia da endometriose. Objetivo: Avaliar a expressão do gene LOXL1 em lesões endometrióticas. Material e métodos: As pacientes foram divididas em dois grupos. Grupo I: composto por 40 pacientes com endometriose, das quais foram feitas 40 biopsias pareadas de endométrio eutópico (20 fase proliferativa e 20 fase secretora) e 40 de tecido ectópico (20 lesões peritoneais e 20 endometriomas ovariano). Grupo II: composto por 15 mulheres saudáveis, das quais se coletou duas biopsias de endométrio pareadas de acordo com a fase do ciclo menstrual, sendo 15 biópsias na fase proliferativa e 15 na fase secretora do ciclo menstrual. As expressões do gene foi medida por PCR em tempo real. O nível de expressão para o gene analisado foi calculado para cada amostra de acordo com o método de 2-ΔΔCT. Resultados: No presente trabalho, a maior expressão significativa do gene foi detectada em lesão endometriótica quando comparada com o tecido autólogo na fase secretora (P=0.0329 para lesões peritoneais e P=0.01 para lesão ovariana). Além disso, o gene é significativamente menos expresso no endométrio controle que no eutópico tanto na fase proliferativa (P=0.046) quanto na secretora (P=0.0325). Ainda, uma regulação positiva significativa do gene foi encontrada na fase proliferativa em relação à fase secretora do ciclo menstrual quando se comparou os endométrios controles (P<0.0001). Devido às funções do LOXL1 de renovação e estabilização da matriz extracelular era esperada esta maior expressão no endométrio proliferativo. Conclusões: O endométrio sofre regenerações cíclicas envolvendo constantes alterações da matriz extracelular. O gene LOXL1 pode estar envolvido indiretamente neste processo, assim é possível que o desbalanço na expressão deste gene em lesões endometrióticas permita o estabelecimento e a manutenção do tecido ectópico. Suporte financeiro: FAPESP, FAEPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 284 Diferenciação neuronal de células-tronco derivadas de dentes deciduos de pacientes com a síndrome de Angelman Cruvinel, EM1; Secco, M1; Almeida, CAN1; Zatz, M1; Cassola, AC2; Koiffmann, CP1 Departmento de Genética e Biologia Evolutiva, Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil 2 Departamento de Fisiologia e Biofísica, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: Células-tronco, Síndrome de angelman, Diferenciação neuronal, Polpa de dente, UBE3A A síndrome de Angelman (AS) é uma doença neurocomportamental caracterizada por atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, retardamento mental grave, deficiência na fala, epilepsia, ataxia, aspecto feliz com crises de riso facilmente motivadas, microcefalia, braquicefalia, macrostomia e prognatismo. A AS é causada pela perda de função do gene UBE3A localizado no cromossomo 15 materno. UBE3A codifica uma ubiquitina ligase (E6-AP) e apresenta imprinting tecido-específico: transcrito predominantemente materno é encontrado em regiões do cérebro, mas nos demais tecidos a expressão é bialélica. Um RNA antisenso paterno que é expresso no cérebro é considerado o responsável pelo imprinting. Quatro mecanismos diferentes podem resultar na AS: aproximadamente 70-75% dos pacientes apresentam deleção materna do segmento 15q11-q13, 2-3% UPD(15) paterna, cerca de 5% têm defeito no (centro de imprinting (IC) do cromossomo 15 materno e, finalmente, 8% apresentam mutação no gene UBE3A. Recentemente, células-tronco de pacientes com diferentes doenças genéticas têm sido investigadas visando a compreensão dos mecanismos que levam às patologias e ao desenvolvimento de terapias. O objetivo deste trabalho é analisar e comparar neurônios derivados de células-tronco de dente decíduos (SHEDs) de pacientes com AS e controles normais. Foram estabelecidas 3 linhagens de SHEDs de pacientes AS com deleção. Todas as linhagens foram caracterizadas como células-tronco: mostram capacidade de se auto-renovar, expressam proteínas de membrana de células mesenquimais e se diferenciam em adipócitos, condrócitos e osteoblastos. As SHEDs já expressam nestina, que é um marcador neuronal imaturo, e algumas linhagens expressam MAP2, que é uma proteína de neurônio maduro. As SHEDS foram submetidas a um protocolo já descrito de diferenciação neuronal. As células diferenciadas continuaram expressando nestina e algumas linhagens tiveram aumento da expressão de MAP2. A imunocitoquímica mostrou que SHEDs diferenciadas de controles normais apresentaram aumento da expressão de MAP2 e TUJ1, enquanto que linhagens de pacientes não apresentaram aumento da expressão protéica de MAP2 e em 2 linhagens não houve aumento da expressão de TUJ1. Resultados de medidas eletrofisiológicas (técnica de “patch-clamp”. configuração “whole-cell” voltage clamp) mostraram que SHEDs diferenciadas em neurônios apresentam correntes de sódio e potássio passando por canais dependentes de voltagem, característicos de células excitáveis. Mesmo, células não diferenciadas também apresentavam tais correntes. O fato das SHEDs expressarem constitutivamente algumas proteínas neuronais, incluídas as dos canais pelos quais passam estas correntes, sugerem que são células que já possuem alguma característica de diferenciação neuronal. Além disso, nossos resultados indicam que as células dos pacientes respondem diferentemente ao protocolo de diferenciação neuronal. Apoio financeiro: CEPID-FAPESP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 285 Estudo comparativo de linhagens celulares do aparelho reprodutor feminino como Feeder-layers de células tronco embrionárias humanas Pelatti, M; Secco, M; Zatz, M; Jazedje, T Laboratório de Células Tronco, Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. [email protected] Palavras-chave: Feeder-layers, MEF, Células tronco embrionárias Células Tronco Embrionárias Humanas (CTEH) apresentam um grande potencial de auto-renovação e diferenciação, podendo originar qualquer um dos 216 tecidos do corpo humano. O cultivo das CTEH necessita de uma camada de células que auxiliam no seu desenvolvimento, as chamadas feeder-layers. Dentre as várias possibilidades de feeder-layers disponíveis, o fibroblasto de embrião de camundongo (MEF – murine embryonic fibroblast) é o mais utilizado. Visando mimetizar ao máximo o ambiente de desenvolvimento do embrião humano, o objetivo do nosso trabalho é testar três diferentes linhagens de células do aparelho reprodutor feminino humano como feeder-layers de CTEH: células tronco de trompa, de sangue menstrual e de endométrio. Fazendo uma análise comparativa entre estas três linhagens celulares e as linhagens controle (MEF e fibroblasto de pele humana) estamos avaliando quais destas células conferem um melhor suporte para o crescimento das CTEH, qualitativa (através da morfologia, diâmetro e quantidade colônias) e quantitativamente (dosando os fatores liberados pelas feeder-layers). A capacidade tumorigênica de todas as linhagens celulares utilizadas neste estudo foram avaliadas in vivo, no modelo de camundongo imunossuprimido (nude). Neste momento, verificamos que: (1) nenhuma das feeder-layers propostas causou tumores nos animais nude; (2) as células tronco de trompa apresentaram melhores resultados, sendo inclusive melhores do que a MEF em relação ao número de colônias e número total de células, e melhores do que o fibroblasto de pele humana, em relação ao diâmetro e morfologia das colônias. Avaliaremos, ainda, a expressão dos fatores: bFGF (basic Fibroblast Growth Factor), LIF (Leukemia Inhibitor Factor), TGF-β (Transforming Growth Factor), WINTs 2, 4 e 8b, através de Elisa e Western Blot, e os marcadores específicos: Oct-4, Nanog, SSEA-3, SSEA-4, TRA-1-60, TRA-1-81 e SOX2, através de RT-PCR e Realtime. Com estes resultados, esperamos contribuir para o melhoramento não apenas do cultivo de CTEH em ambiente livre de contaminantes de origem animal, como também propor uma nova alternativa para o cultivo de embriões humanos. Apoio financeiro: FAPESP/CEPID, INCT, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 286 Identificação de possíveis pontos de transcrição intergênica através da análise em bancos de dados de ESTs humanas Amendro, MF1; Rios, AFL1 Laboratório de Biotecnologia (LBT), Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Avenida Alberto Lamêgo, 2000, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro [email protected]; [email protected] 1 Palavras-chave: Epigenética, ncRNA, miRNA, Ilhas CpGs, Transcrição Intergênica A análise dos dados gerados pelo seqüenciamento do genoma humano revelou que o mesmo é constituído por aproximadamente 98% de seqüências não codificadoras de proteína. Diversos estudos têm demonstrado que aproximadamente 60% do genoma humano são constituídos por seqüências transcritas, no entanto, apenas 1.2% correspondem a seqüências codificadoras de proteínas. Esses dados apontam para a presença de um número inesperado de RNAs não codificadores de proteína (ncRNAs). Os ncRNAs têm emergido como importantes moléculas no controle da expressão gênica desde o bloqueio da tradução, na degradação de RNA mensageiro ou mesmo estabelecendo padrões epigenéticos específicos na cromatina. O presente estudo teve por objetivo identificar pontos de transcrição intergênica (PTIs) através de análise in silico em regiões regulatórias de genes codificadores de fatores de transcrição (TF) associados à diferenciação celular embrionária. Para identificação de possíveis PTIs, foram realizadas análise das seqüências candidatas através do programa Megablast contra o banco de dados de ESTs (Expressed Sequence Tags) humanas depositadas no GenBank. Foram realizadas análises através de programas de bioinformática para a identificação de: a) possíveis seqüências precursoras de miRNAs (MFold e CIDmiRNA); b) identificação de seqüências relacionadas a elementos genômicos repetitivos (Repeatmasker); c) presença de ilhas CpGs (MethPrimer). Foram identificados hits de ESTs em 50 dos 55 genes (~90%) analisados totalizando 121 hits. A média do comprimento dos hits foi de 420 pb, com o comprimento máximo encontrado de 1002 pb e o mínimo de 43 pb. A estrutura secundária de várias das seqüências identificadas demonstra que as mesmas poderiam constituir novos miRNAs ainda não identificados. Os resultados da análise com Repeatmasker indicam que em 56.5% (26/46) dos genes, onde supostos pontos de transcrição foram encontrados, continham segmentos de elementos genômicos repetitivos. Outro dado encontrado é a associação em 63% dos genes estudados das seqüências supostamente transcritas com ilhas CpGs. Os dados do presente estudo apontam para a possibilidade da presença de novos transcritos intergênicos associados a regiões regulatórias de diversos genes codificadores de TFs envolvidos na diferenciação celular durante o desenvolvimento embrionário. Os dados aqui apresentados poderão corroborar em futuros estudos in vitro com a hipótese da existência de um forte componente de RNA no estabelecimento de programas de expressão gênica e memória celular em mamíferos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 287 Células-tronco embrionárias humanas reduzem marcadores de pluripotência em sistema de co-cultivo com OP9 Costa, EBO1,2; Orellana, MD1; Magalhães, DAR1; Picanço-Castro, V1,2; Covas, DT1 Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-tronco, INCTC, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Células-tronco Embrionárias, Células progenitoras hematopoéticas, Diferenciação celular, Células-tronco pluripotentes, Células estromais OP9 Introdução: As células-tronco embrionárias humanas (hCTEs) são caracterizadas por sua ilimitada capacidade de auto-renovação e diferenciação em todas as células especializadas do indivíduo adulto. A alta potencialidade de diferenciação dessas células em linhagens celulares específicas por métodos de indução in vitro, faz delas grandes promessas para o desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis à medicina regenerativa e terapia celular. Imunofenotipicamente, as hCTEs são caracterizadas pela elevada expressão dos marcadores de pluripotência SSEA3, SSEA-4, TRA-1-60, TRA-1-81 e do fator de transcrição Oct-4. Quando co-cultivadas com células OP9 de estroma de camundongo, as hCTEs são capazes de se diferenciarem em células precursoras hematopoéticas. Objetivo: este trabalho procurou caracterizar imunofenotipicamente as células diferenciadas obtidas a partir do co-cultivo de hCTEs com células OP9. Material e Métodos: hCTEs mantidas em cultura em estado indiferenciado foram cocultivadas com células OP9 de estroma de camundongo em meio α-MEM 10% SFB + 100µM Monoatilglicerol durante 4 dias. Após esse período, as colônias diferenciadas foram desagregadas manualmente e submetidas à digestão enzimática com tripsina-EDTA (0,05%). As células foram analisadas quanto ao seu perfil imunofenotípico por citometria de fluxo e quanto ao potencial de formação de CFUs em metilcelulose suplementada com G-CSF, SCF, BMP-4, FLt3lig, IL-6, IL-3 e EPO. Resultados e Discussão: Colônias de hCTEs foram mantidas em cultivo durante 40 passagens e apresentaram morfologia de células indiferenciadas. Quando analisadas por citometria de fluxo, as células apresentaram elevados níveis dos marcadores de pluripotência: TRA-1-60 (26,7%), TRA-1-81 (29%), Oct-4 (7,2%), e foram negativas para o marcador KDR, um receptor de VEGF que têm sua expressão aumentada durante os estágios iniciais de diferenciação das hCTEs em células progenitoras hematopoéticas durante o cocultivo com OP9. Após o co-cultivo com células OP9 por 4 dias, as colônias de hCTEs passaram a apresentar morfologia de células mais diferenciadas e mostraram uma redução evidente nos marcadores de pluripotência, TRA-1-60 (14,2%), TRA-1-81 (15,1%), Oct-4 (0,2%), e um leve aumento na expressão de KDR (0,52%). No entanto não foi observada a formação de CFUs na metilcelulose, possivelmente pela quantidade mínima de células diferenciadas obtidas. Conclusões: hCTEs passam a adquirir morfologia de células mais diferenciadas e têm seus marcadores de pluripotência diminuídos quando co-cultivadas com células estromais OP9, indicando que estas células estromais podem dar suporte à diferenciação hematopoética in vitro. O sutil aumento na expressão do marcador KDR, pode ser um indício de que essas células estejam se diferenciando na linhagem hematopoética/ endotelial, visto que o método de cultivo é indutor desse processo. Ainda é necessária uma adequação do método para a obtenção de um número maior de células diferenciadas e análises de expressão gênica por PCR em Tempo Real estão sendo realizadas para verificar com maior precisão em qual tipo celular as hCTEs estão se diferenciando. Apoio financeiro: FAPESP, FINEP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 288 A Imunomodulação dos linfócitos T pelas Células Tronco Mesenquimais: o papel do marcador CD69 e da adenosina Araujo, FS1; Panepucci, RA1; Haddad, R1; Ferreira, FIS2; Araujo, AG1; Palma, PV1; Queiroz, RHC2; Covas, DT1; Zago, MA1 INCTC-FUNDHERP, FMRP-USP, Brasil FCFRP-USP, Brasil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Células tronco mesenquimais, microarray, linfócitos, adenosina, CD69 As células tronco mesenquimais (CTMs) exercem um efeito imunoregulatório e suprimem a proliferação dos linfócitos T. Um dos mecanismos pelo qual esse efeito ocorre é a pela indução de linfócitos regulatórios (Tregs). O CD69 é um marcador de ativação linfocitária controlado pela via canônica de NK-KB. Entretanto a expressão estável desse receptor esta relacionada à imununoregulação. Nosso objetivo foi investigar novos mecanismos de imunoregulação promovidos pela CTMs sobre os linfócitos T. Para isso, linfócitos T foram isolados e ativados com uso de beads anti-CD3/CD28 e cultivados ou não com CTMs. Após cinco dias de cultivo, isolamos os linfócitos TCD4 e realizamos uma análise transcricional em larga escala, por microarray (triplicata biológica). Entre os genes diferencialmente expressos, encontramos componentes da adenosina (potente imunosupressor); como o receptor de adenosina (ADORA2A) e a enzima adenosina deaminase (ADA) e o marcador CD69. Para investigação do papel da adenosina nesse contexto, utilizamos a técnica de RT-PCR para validar os achados do microarray, citometria de fluxo para analisar a expressão das ecto-enzimas CD39/CD73 (produtoras de adenosina) e cromatografia liquida de alta pressão para quantificar a adenosina nos meios de cultura dos linfócitos co-cultivados ou não com CTMs. A investigação da geração de linfócitos CD69+ foi feita por uso de citometria de fluxo e relacionamos essa expressão a participação da via não-canônica de NF-KB, usando como ferramentas RT-PCR, inibidor químico (BAY11-7082) e siRNA contra componentes da via canônica de NF-KB. Os linfócitos co-cultivados com CTMs expressam maiores níveis de ADORA2A e menor de ADA do que os linfócitos cultivados isoladamente. Em linha, os Tregs gerados pelas CTMs possuem elevada expressão de CD39/CD73, assim como há maior concentração de adenosina na condição de co-cultivo, comparada a cultura isolada de linfócitos. Demonstramos ainda que CTMs cultivadas em meio de cultura obtido de linfócitos ativados (ambiente inflamatório) produzem elevados níveis de adenosina. A investigação da indução de linfócitos CD69+ pelas CTMs, revelou que esses linfócitos estão expressos entre vários subtipos de Tregs (CD4+CD25hi, CD8+CD25hi e Cd8CD28-) e que diferentemente do papel de ativação, essas células CD69+ são controladas pela via não-canônica de NF-KB. Conclusão: demonstramos claramente, que em situações inflamatórias, as CTMs podem promover uma passagem da via canônica para não-canônica de NF-KB e induzir a expressão do CD69 nos linfócitos e esse mecanismo pode estar envolvido com a geração de Tregs periféricas. Por fim, a porcentagem de linfócitos expressando CD39 e CD73 e de CTMs expressando CD39, aumentou significantemente após co-cultivo, indicando produção de adenosina. Em suma, a regulação de CD39/CD73 e de ADORA2A nos linfócitos e de CD39 nas CTMs apontam para um novo mecanismo imunoregulatório promovido pelas CTMs. Apoio financeiro: CNPq & FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 289 Enriquecimento de queratinócitos secretores de mGH em células-tronco mediante adesão rápida ao colágeno Oliveira, NAJ; Cecchi, CR.; Higuti, E; Bartolini, P; Peroni, CN Departamento de Biotecnologia, IPEN-CNEN, São Paulo, SP, Brasil [email protected] Palavras-chave: colágeno IV, hormônio de crescimento de camundongo, queratinócitos, terapia gênica, camundongos lit/scid Introdução: A obtenção de níveis persistentes de secreção de hormônio de crescimento (GH) in vivo é um dos principais desafios para que a terapia gênica baseada em queratinócitos modificados geneticamente possa ser empregada em seres humanos. A rápida queda dos níveis circulatórios de GH produzido por queratinócitos humanos primários transduzidos pode ser atribuída ao: baixo número de células-tronco transduzidas, inativação de componentes do vetor utilizado ou transporte ineficiente da proteína produzida para a circulação. Objetivos: Investigar se o enriquecimento da população de queratinócitos em células-tronco é um pré-requisito importante para a manutenção da expressão da proteína transgênica in vivo. Métodos: Uma das metodologias utilizadas para enriquecer uma determinada população de queratinócitos em células menos diferenciadas é a rápida adesão destas células progenitoras a substratos derivados de diferentes tipos de colágeno, utilizando-se a técnica da rápida adesão destas células a substratos derivados de colágeno IV. Os queratinócitos humanos foram cultivados e transduzidos com o gene do hormônio de crescimento de camundongo (mGH), seguindo protocolo padrão estabelecido em nosso laboratório. As células transduzidas foram semeadas em placas de cultura celular, previamente recobertas com colágeno humano tipo IV, e aquelas que não se aderiram em 5 e 15 minutos foram removidas e contadas, sendo assim determinada a porcentagem de células aderidas. Posteriormente foi avaliada a viabilidade celular e a produção de mGH in vitro e in vivo, mediante a construção de culturas organotípicas e implante desses enxertos em camundongos anões imunodeficientes (lit/scid). Resultados: As células tratadas com o colágeno por 5 min. apresentaram uma produtividade média de 3,1± 0,8 µg mGH/106 cél./dia, enquanto as não tratadas de 3,2 ± 1,2 µgmGH/106 cél./dia. Em termos de aumento da produção de mGH não foi portanto obtida uma diferença significativa entre as células tratadas e as não tratadas, resultado similar foi obtido com o tratamento por 15 min. Quanto à viabilidade celular, foi verificado que as células tratadas puderam ser cultivadas por um número maior de passagens do que as não tratadas: as células não tratadas entraram em senescência na 12ª passagem, enquanto as células tratadas por 5 min com colágeno estão atualmente na 18ª passagem. As culturas organotípicas derivadas dos queratinócitos transduzidos e enriquecidos pelo método de aderência ao colágeno apresentaram um valor médio de produção de mGH, após 1 hora do implante, de 14,0 ng/ml ± 6,8(n=3); enquanto os não enriquecidos apresentaram um valor médio de 13,0 ng/ml ± 2,0(n=3). Conclusões: Os queratinócitos enriquecidos pelo método de aderência ao colágeno mostraram maior viabilidade celular in vitro do que os não enriquecidos. Mais estudos são necessários para determinar se o aumento de viabilidade que ocorre in vitro também ocorre in vivo, e se este fato implica numa maior durabilidade da secreção do mGH. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 290 Construção de ferramentas de interferência de RNA para investigar o papel dos marcadores endocíticos Appl1 e Ocrl1 em células-tronco embrionárias e na diferenciação neural Da-Fonseca, HLS1; Do-Amaral, MJ1; Reis, SA1; Bonamino, MH3; Rehen, SK4; Lopes, UG2; De-Melo, LDB1,2 Instituto Federal do Rio de Janeiro, Campus Maracanã, Rio de Janeiro, RJ Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, CCS, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ 3 Instituto Nacional do Câncer, CPQ, Rio de Janeiro, RJ 4 Instituto de Ciênicas Biomédicas, CCS, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ [email protected] 1 2 Palavras-chave: células-tronco; lentivírus; APPL1; OCRL1, diferenciação neural Introdução: A utilização eficiente de células-tronco embrionárias humanas (hESC) como alternativa terapêutica em doenças neurodegenerativas como o mal de Parkinson, depende da compreensão das vias de sinalização que definem o estabelecimento de interações neuronais, e o controle do potencial proliferativo das célulastronco. A diferenciação e migração neuronal são controladas pela transdução de sinal mediada por receptores de membrana. Neste trabalho será analisada a participação das proteínas endocíticas APPL1 e OCRL1 na internalização e reciclagem de receptores neuronais para TrkA e Netrin-1.Objetivo: Construir as ferramentes moleculares necessárias para realizar interferência de RNA em hESC e analisar a conseqüência da depleção das proteínas APPL1 e OCRL1 ao longo da diferenciação neural clássica. Metodologia: Clonagem de shRNA contendo sequência alvo para APPL1 e OCRL1 no vetor constitutívo pLVTHM, e subclonagem no vetor indutível pLVETtTR-KRAB. De posse das construções, obtenção de partículas virais por co-transfecção de células HEK-293T com pMDL g/p RRE, pRSV-Rev e VSV por precipitação com cloreto de cálcio. Validação do RNAi constitutivo em HEK-293T com os vírus VSV-shRNAAppl1-1574, VSV-shRNAAppl1-1441, VSV-shRNAOcrl1-2820, VSVshRNAOcrl1-2382. Verificação da eficiência dos shRNA por western blotting. Posterior transdução de células-tronco embrionária humana H9 com os vírus para expressão induzível: VSV-shRNAAppl1-1441, VSV-shRNAOcrl-2382, VSVshRNAOcrl-2820. Conclusão: Comprovamos a eficiência do shRNAAppl1-1441 na redução da expressão de APPL1, enquanto o shRNAAppl1-1574 não demonstrou a mesma capacidade. Por outro lado, a expressão de shRNAOcrl-2382 e shRNAOcrl-2820 mostraram-se letais para as células HEK293T. No momento, está em curso a seleção das linhagens hESC H9 transduzidas com os vírus VSV-shRNAAppl1-1441, VSV-shRNAOcrl-2382, VSVshRNAOcrl-2820. Esperamos observar alterações na capacidade endocítica das células-tronco transduzidas, assim como, alterações na expressão de receptores de membrana e em marcadores da diferenciação neuronal. Financiamento: CNPq, IFRJ e FAPERJ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 291 LM-Database: uma base de conhecimento sobre lamininas e seus receptores Golbert, DCF 1,2,3; Linhares-Lacerda, L2; Almeida, LGP3; Mundstein, AS3; Savino, W2; Vasconcelos, ATR1,3 Departamento de genética, Universidade Federal do Rio de Janeiro Laboratório de pesquisa sobre o timo, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Crus, Rio de Janeiro 3 Laboratório Nacional de Computação Científica [email protected] 1 2 Palavras-chave: Banco de dados, Lamininas, Bioinformática, Receptores de laminina e Sistema linfo-hematopoiético Laminina (LM) é uma família de proteínas da matriz extracelular, constituindo o principal componente não colágeno da membrana basal. Atuam em diversos processos biológicos, incluindo adesão, diferenciação, migração e proliferação celular, e metástase. Esses efeitos são, em grande parte, mediados pela ligação a diferentes receptores presentes na superfície celular. No sistema linfo-homatopoiético, exercem importante papel nas interações que medeiam a migração celular. As lamininas são um heterotrímero composto por três cadeias, alfa (α), beta (β), e gama (γ), que se associam fornecendo diferentes isoformas de lamininas. As isoformas são designadas por numerais arábicos seguindo a ordem de descoberta da proteína, como a laminina 111 (α1B1γ1). Atualmente, existe uma enorme quantidade de informações sobre essas proteínas dispersas na literatura e em diversos bancos de dados. A criação do “LM-Database” tem como objetivo unificar todos esses conhecimentos num único local, facilitando a busca de informações, além de fornecer uma ótima fonte de referências que ajuda e estimula estudos com essas proteínas, com particular ênfase para o sistema linfo-hematopoiético. O LM-Database é mais do que uma fonte de dados, uma vez que todas as informações serão cuidadosamente curadas e anotadas, com muitos dos dados sendo especialmente processados e estocados localmente. O LM-Database fornecerá informações básicas sobre cada proteína e seu respectivo gene (lamininas, receptores, ligantes extracelulares e outras proteínas relacionadas). As informações sobre proteína compreendem os nomes, RefSeq, número de acesso no PubMed, dados sobre gel 2D, modificações de aminoácidos, estrutura, função e interações com outras proteínas e domínios funcionais. A seção de genes foi dividida em estrutura e expressão gênica. Na parte de estrutura estão dados como o RefSeq do nucleotídeo, anotação sobre a identificação do gene, estrutura e localização cromossomal, variantes de splicing, SNPs, conservação, além de serem disponibilizados acessos a browsers de visualização no genoma. Em expressão gênica serão disponibilizados diferentes dados experimentas, além de sequencias de primers. Outra seção é sobre distribuição nos tecidos e terapêutica, com informações sobre imunoistoquímica, anotação sobre uso terapêutico da proteína, os anticorpos disponíveis e inibidores da síntese ou da ligação proteína-receptor. Além disso, o LMDatabase proverá informações sobre as relações moleculares das proteínas em diferentes vias metabólicas, e os mais recentes conhecimentos sobre microRNAs que estão regulando a expressão do gene em questão. Serão recuperados da literatura todos os links de artigos sobre cada proteína do banco, e disponibilizados na seção PubMed. Além disso, o banco também abrange novos conhecimentos sobre a laminina no que diz respeito a sua atuação no sistema linfo-hematopoiéico, com dados gerados pelo projeto/PRONEX intitulado “Laminina e migração celular no sistema linfo-hematopoiético: papel funcional e potencial terapêutico”. Atualizações regulares serão realizadas. A perspectiva é disponibilizar a versão on line do LM-Database no ano de 2010. Apoio financeiro: CNPq, Fiocruz, FAPERJ, LNCC 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 292 Novo RNA antissenso intrônico candidato a regulador da expressão do gene RASSF1 Crocci-Souza, R1; Beckeddorff, FC1; Oliveira, ACA1; Verjovski-Almeida, S1 Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, 05508-900 São Paulo, SP, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: RNA não-codificador, regulação gênica, RASSF1, super-expressão, caracterização funcional Trabalhos recentes têm revelado que uma porção significativa das mensagens transcritas dos organismos superiores é composta por RNAs não-codificadores (ncRNA), que, possivelmente, desempenham papéis definidos, mas até agora pouco elucidados. Nosso grupo tem empregado abordagens in silico baseadas em mapeamento genômico e clustering de ESTs, juntamente com experimentos de microarray utilizando oligoarrays intron/exon, para catalogar cerca de 78000 ncRNAs longos intrônicos; expressos em orientação antisenso em relação ao mRNA codificador para proteína. Neste trabalho, nós estudamos um desses novos ncRNA que é transcrito na fita oposta do gene supressor tumoral RASSF1. Confirmamos a expressão desse ncRNA antisenso por experimentos de RT-PCR fita-específica em duas linhagens de células humanas, HeLa e HEK293; o ncRNA é mapeado no genoma em um intron do gene RASSF1A upstream do sítio de iniciação da transcrição da isoforma RASSF1C. Este novo ncRNA foi chamado de RASSF1-AS RNA. Caracterizamos que ele é transcrito pela RNA polimerase II, uma vez que a sua transcrição foi inibida quando as células HeLa foram tratados com α-amanitin; mostramos que ele não apresenta CAP na sua extremidade 5’, com experimentos quantitativos usando tobacco acid pyrophosphatase e terminator 5´-phosphate-dependent exonuclease. Os níveis de expressão dos genes RASSF1A e RASSF1-AS RNA foram determinados por experimentos de PCR em tempo real nas duas linhagens de células. Curiosamente, uma correlação negativa entre os níveis de expressão desses transcritos foi encontrada, sugerindo que o ncRNA poderia regular a expressão de RASSF1A. Para responder esta questão, super-expressamos RASSF1-AS RNA em células HeLa. Dois ensaios independentes de transfecção foram realizados e, em ambos os casos, a super-expressão de RASSF1-AS RNA promoveu uma diminuição nos níveis de RASSF1A. A fim de descobrir se a regulação do gene RASSF1A promoveu um efeito fenotípico nas células, foram realizados ensaios de proliferação em células HeLa, com e sem super-expressão de RASSF1-AS RNA. Detectamos que as células super-expressando o ncRNA proliferaram mais rapidamente, com um aumento da taxa de proliferação de, em média, 1,17 vezes. Identificamos ainda uma provável sequência promotora para RASSF1-AS RNA através de análise in silico e clonagem desta região upstream ao gene da luciferase em um vetor repórter de promotor. A atividade do promotor do RNA intrônico antisenso foi confirmada em células HeLa. Este estudo auxilia na elucidação de novos mecanismos que envolvem ncRNAs como importantes peças na regulação da transcrição. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 293 Estudo da biogênese e distribuição sub-celular de RNAs não-codificadores intrônicos em células HeLa e MCF-10A Oliveira, ACA; Verjovski-Almeida, S; Reis, EM Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo [email protected] Palavras-chave: ncRNAs, intrônicos, núcleo, expressão gênica, cap 5’ Estudos recentes têm demonstrado que uma fração significante do transcriptoma de mamíferos é composta por RNAs longos (>200 nt) que tem pouco ou nenhum potencial codificador (ncRNAs), sendo muitos deles originados de regiões intrônicas e intergênicas do genoma. Pouco ainda é sabido sobre a biogênese e função dos ncRNAs intrônicos. Portanto, o estudo de sua localização sub-celular e a avaliação da existência de modificações póstranscricionais nas extremidades 5’ e 3´ características de mRNAs nesses transcritos podem contribuir com novas pistas sobre sua possível função biológica.Neste trabalho nós investigamos a distribuição de ncRNAs intrônicos nos compartimentos nuclear e citoplasmático de células HeLa e MCF-10A, combinando fracionamento celular seguido da análise do RNA presente nas frações sub-celulares através da hibridização com oligoarrays intronexon customizados. Foram identificados 7.100 e 5.820 transcritos diferencialmente distribuídos (FDR ≤ 1%) entre as frações nucleares e citoplasmáticas de células HeLa e MCF-10A, respectivamente. Destes, 1.604 (19,4%) e 1.869 (20,1%) são ncRNAs que mapeiam em regiões intrônicas e 5.496 (50,9%) e 3.951 (37,3%) mapeiam em regiões exônicas, em células HeLa e MCF-10A, respectivamente. A maior parte dos transcritos intrônicos (78% em HeLa e 86,8% em MCF-10A) e exônicos (83,8% em HeLa e 79,3% em MCF-10A) representados no oligoarray e diferencialmente distribuídas entre as frações nuclear e citoplasmática nas duas linhagens celulares mostrouse enriquecida no núcleo. Experimentos utilizando as enzimas tobacco acid pyrophosphatase (TAP) e terminator 5´-phosphate-dependent exonuclease têm revelado que alguns desses ncRNAs intrônicos são dotados da estrutura cap em sua extremidade 5’, indicando um processamento pós-transcricional semelhante ao encontrado em mRNAs transcritos pela RNA Polimerase II. A análise de enriquecimento de categorias funcionais entre os loci gênicos que possuem ncRNAs intrônicos predominantemente localizados no núcleo indicou a super-representação (p < 0,05) de genes relacionados ao metabolismo de RNA, regulação da expressão da gênica, genes que codificam proteínas localizadas no compartimento nuclear, incluindo speckles nucleares que estão envolvidas com splicing de RNA. Não foi observado o enriquecimento significativo de categorias funcionais quando analisados os transcritos enriquecidos na fração citoplasmática de células HeLa e MCF-10A. Potencialmente, os ncRNAs intrônicos enriquecidos no núcleo das células HeLa e MCF-10A podem afetar a regulação da expressão gênica através de remodelamento da cromatina, edição do mRNA e/ou splicing alternativo do pre-mRNA. Os ncRNAs intrônicos nucleares identificados neste trabalho constituem-se em interessantes candidatos para testar estas hipóteses. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 294 Expressão Alterada dos Genes NUMB, TXNIP, SGPL1, MSH2, FOXO3, RHOG e MIF em Células da Medula Óssea de Pacientes com Anemia Refratária com Excesso de Blastos Freitas, PC1; Mendiburu, CF1; Silva Jr, WA2; Ricci Jr, O3; Fett-Conte, AC4 Departamento de Biologia, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 3 Departamento de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. 4Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto [email protected] 1 2 Palavras-chave: SMD, AREB, expressão gênica, SAGE, PCR em tempo real Introdução: Anemia Refratária com Excesso de Blastos (AREB) é um estágio avançado de Síndrome Mielodisplásica (SMD). Esta última compreende um conjunto heterogêneo de desordens clonais, que têm origem em células multipotentes e resultam em doenças hematopoéticas que podem evoluir para leucemia mielóide aguda. A incidência anual é estimada entre dois e 12 casos por 100.000 pessoas da população em geral, com até 50 casos por 100.000 em indivíduos com idades superiores a 70 anos, o que evidencia um aumento proporcional à idade. Contudo, a etiologia, especialmente a base molecular, permanece desconhecida. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de expressão gênica de AREB e identificar os genes com expressão alterada. Método: Foi construída uma biblioteca SAGE AREB, que foi comparada com a biblioteca SAGE de células da medula óssea normal. Os genes candidatos foram selecionados e a expressão foi validada por PCR em tempo real. Resultado: Um total de 59.459 tags foram seqüenciadas na biblioteca SAGE AREB. Vários genes apresentaram expressão alterada e sete foram selecionados por estarem relacionados com carcinogênese. Os genes FOXO3, NUMB, MSH2, TXNIP e SGPL1 estavam hipoexpressos, enquanto os genes MIF e RHOG estavam hiperexpresso. Os resultados foram validados por PCR em tempo real. Discussão: Estes genes são importantes na regulação do ciclo celular, manutenção da homeostase e supressão tumoral. Alteração na sua expressão sugere que podem desempenhar um papel na patogênese e/ou evolução de AREB. Apoio financeiro: CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 295 Defining mRNA targets of microRNAs during osteoblastic differentiation of human mesenchymal stem cells by microarray transcriptional interaction networks Octacílio-Silva, S1,2; Marques, MM1; Evangelista, AF1; Magalhaes, DA1; Dernowsek, JA1; Bombonato-Prado, KF3; Passos, GAS1,3 Molecular Immunogenetics Group, Department of Genetics, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, USP. Laboratory of Morphophysiological and Molecular Investigation, Department of Morphology, Biological and Health Sciences Center, UFS, São Cristóvão, SE, Brazil 3 Dept. Morphology, School of Dentistry of Ribeirão Preto, USP [email protected], [email protected] 1 2 Keywords: microRNA, miRNA-mRNA interaction, gene network, microarrays, stem cells, differentiation Studies on transcriptional profiling during differentiation have successfully elucidated the role of key genes and their signaling pathways. The fine control of this process is mainly exerted by microRNAs (miRNAs) at post-transcriptional level, which interact with target mRNAs inhibiting protein translation. In mammalian cells, imprecise base-pairing between miRNAs and 3’-UTR region of mRNAs allow the possibility of different mRNA targets. Accordingly, specific miRNA-mRNA interactions need be experimentally determined depending on the model-system focused. To access this hypothesis, we employed the microarray method to study the differential expression of 640 miRNAs and 4500 mRNAs of human umbilical cord mesenchymal stem cells (ucMSC) during the in vitro osteoblastic differentiation at different times (0 to 48 hours and to 7 days in culture). The expression profiling data were analyzed by bioinformatic programs as SAM and Cluster-TreeView allowing determining the differentially expressed miRNAs and mRNAs during the differentiation process. In order to determine specific mRNA targets, the data were re-analyzed using GenMir algorithm allowing reconstruction miRNA-mRNA interaction networks along osteoblastic differentiation. At early differentiation (24 h), the DTX1 mRNA, which is involved in negative regulation of differentiation, was a target of a group of miRNAs (miR135a, miR520h, miR24, miR7g, miR527, miR152 and miR515_5p). Subsequently (48h), SQSTM1 mRNA involved in NF-kB regulation, interacts with miR191*, miR449a, miR491, miR365, miR95 and miR425*. Late cultures (7d) featured large density of differentiated osteoblasts and showed that the up-regulated BGLAP mRNA, which is involved in bone differentiation and metabolism, is regulated by miR135a, miR-let7a, miR363* and miR95. These results indicate that reconstruction of networks based on actual microarray data is adequate to determine miRNA-mRNA interactions defining specific mRNA targets. We demonstrated that fine molecular regulation of osteoblastic differentiation is an on-off-like process in which key mRNAs can play a role as negative (e.g. DTX1, SQSTM1) or positive (BGLAP) controllers and that these can be targets of several miRNAs. Financial support: CNPq, MCT, MS, FAPESP and CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 296 Caracterização da interação entre RNAs não codificadores (ncRNAs) intrônicos e complexos protéicos modificadores da cromatina Amaral, MS1; Verjovski-Almeida, S1 Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: regulação da expressão gênica, RNAs não-codificadores de proteína, transcritos intrônicos, complexos modificadores da cromatina, tumorigênese Trabalhos recentes têm revelado que uma fração significativa do transcriptoma dos organismos superiores é composta por RNAs não codificadores de proteínas (ncRNAs), que possuem função regulatória na expressão gênica em situações normais e patológicas. Uma das classes destes RNAs é composta por transcritos longos, expressos em trechos intrônicos em orientação antisenso em relação ao RNA mensageiro codificador de proteína transcrito no mesmo locus genômico. Entre as funções já descritas desempenhadas por estes ncRNAs estão a regulação do splicing alternativo, a estabilização de RNAs codificadores de proteína e a geração de microRNAs. No entanto, um possível mecanismo de ação pouco estudado é a interação destes ncRNAs com proteínas. Neste trabalho temos como objetivo estudar a possível interação destes ncRNAs com complexos protéicos, selecionados com base nos seguintes critérios: presença na proteína de domínios de ligação a RNA, envolvimento em processos relacionados à regulação da expressão gênica por meio de modificação da cromatina e à tumorigênese e disponibilidade de anticorpos comerciais. Os complexos protéicos PRC2 (Polycomb Repressive Complex 2) e Ash1-like (absent, small or homeotic-like) foram selecionados e, inicialmente, estabelecemos a linhagem celular a ser utilizada nos experimentos. Para tanto, quantificamos os níveis dos transcritos codificadores para estes complexos, além de transcritos não codificadores sabidamente ligados a eles (HOTAIR e TRE para PRC2 e Ash1-like, respectivamente) em diferentes linhagens celulares. PCR quantitativo em tempo real (qPCR) indicou que a linhagem celular HEK-293 apresenta os níveis mais altos dos transcritos analisados. Em seguida, realizamos imunoprecipitações dos complexos ribonucleoprotéicos com anticorpos dirigidos a componentes dos dois complexos selecionados, além de anticorpos não relacionados (controle) em paralelo. Por meio de qPCR, observamos um enriquecimento de aproximadamente 170 vezes do transcrito HOTAIR entre os RNAs co-imunoprecipitados com anticorpo dirigido a um dos componentes do complexo PRC2, quando comparado à fração imunoprecipitada com anticorpo não relacionado. Além disso, o transcrito TRE foi identificado por meio de RT-PCR na fração imunoprecipitada com anticorpo anti-Ash1, mas não na fração imunoprecipitada com anticorpo não relacionado. Em paralelo, realizamos western blot e confirmamos a imunoprecipitação dos componentes dos complexos. Para identificarmos os RNAs co-imunoprecipitados com cada um destes complexos, utilizaremos lâminas Agilent de microarranjo contendo sondas de oligonucleotídeos 60-mer, desenhada em nosso grupo, com 244 mil elementos representando regiões intrônicas, intergênicas e exônicas do genoma humano. Concluímos que a imunoprecipitação dos complexos ribonucleoprotéicos é eficiente, e a marcação e hibridização nos microarranjos dos RNAs co-imunoprecipitados é o próximo passo a ser realizado neste estudo. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 297 Terapia Celular do Enfisema Pulmonar induzido experimentalmente Longhini dos Santos, N1; Faria, CA2; Alves-de-Moraes, LBC2; Frei, F1; Nogueira, MFG1; Stessuk, T1; Marcelino, MY2; Oliveira, ALD 3; Barbosa de Oliveira, VA1; Ribeiro-Paes, JT1 Departamento de Ciências Biológicas, Unesp - Campus de Assis Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia, USP – IPT – Butantan –SP 3 Universidade Paulista, Campus de Assis [email protected] 1 2 Palavras-chave: Enfisema Pulmonar, DPOC, Células-tronco, Terapia Celular No espectro da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o enfisema é caracterizado pela destruição das paredes alveolares, com diminuição da superfície de troca gasosa e dispnéia progressiva. Os aspectos epidemiológicos (como alta prevalência) e o impacto econômico-social vinculados a essa condição patológica têm motivado uma série de estudos visando novas alternativas terapêuticas clínicas e cirúrgicas. Não se logrou, no entanto, até o presente, um tratamento clínico efetivo. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a eficiência da terapia celular com pool de células mononucleares da medula óssea (BMMC) em modelo animal de enfisema pulmonar. O enfisema foi induzido em camundongos fêmeas da linhagem C57Bl/6 por instilação intranasal de elastase. Após 21 dias, os camundongos receberam BMMC de camundongos machos transgênicos EGFP+, com background genético da linhagem C57Bl/6. Os animais receptores de BMMC foram sacrificados aos 7, 14 e 21 dias posteriores à infusão das células. Os grupos controle e experimental foram avaliados comparativamente, considerando-se a medida do intercepto linear médio dos alvéolos pulmonares (Lm). Os valores obtidos de Lm foram submetidos à análise de variância (Kruskal-Wallis), sendo observadas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre os grupos tratados com BMMC e avaliados após 7, 14 e 21 dias. Por meio da análise das medianas dos diferentes grupos, o resultado mais expressivo, caracterizado por uma melhor recuperação histológica do tecido pulmonar, foi diretamente proporcional ao tempo, ou seja, obtido no grupo tratado com BMMC e avaliado após 21 dias. Entre os grupos controle, tratados apenas com elastase e/ou uma dose de meio DMEM, não foi observada diferença estatisticamente significativa. A análise dos cortes histológicos por fluorescência demonstrou presença expressiva das células infundidas (GFP +) no pulmão dos animais receptores. Nos testes de imunohistoquímica, houve marcação de metaloproteinase 9 (MMP9) somente nos cortes dos grupos controle, indicando uma possível diminuição do processo inflamatório nos animais tratados. Os resultados obtidos mostram a recuperação morfológica do parênquima pulmonar após infusão de BMMC em animais com enfisema pulmonar induzido experimentalmente. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 298 GAS1 como novo gene candidato para Holoprosencefalia Ribeiro-Bicudo, LA1,2,3; Quiezi RG1,2; Nascimento A1; Bertolacini CDP1,2; Richieri-Costa A1 Laboratório de Genética Molecular – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo, Bauru –SP Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Área de Concentração em Genética, Universidade Estadual Paulista, Botucatu-SP 3 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação – Área de Concentração em Fissuras Orofaciais e Anomalias Relacionadas, Universidade de São Paulo, Bauru-SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: HPE, HPE-Like, SHH, GAS1, variantes O termo Holoprosencefalia foi proposto por DeMeyer et al. (1963) para definir o envolvimento dos componentes do prosencéfalo - telencéfalo e o diencéfalo e caracteriza-se por um defeito da linha média do prosencéfalo embrionário devido à falha do crescimento ou segmentação do final do tubo neural anterior. De acordo com a gravidade das malformações cerebrais são definidos quatro tipos: 1) HPE alobar, 2) HPE semilobar, 3) HPE lobar e 4) fusão interhemisférica média. Um fenótipo diverso e mais leve espectro holoprosencefálico, foi descrito recentemente, e foi denominado de HPE-“like”. As faces desses portadores apresentam características da HPE (hipotelorismo, incisivo central superior único, fissura labiopalatina, hipoplasia da face média, microcefalia) acompanhada de sistema nervoso central íntegro ou com pequenos desvios da normalidade. O fenótipo da holoprosencefalia é bastante variável abrangendo um espectro contínuo desde manifestações severas envolvendo graves anomalias do cérebro e face até indivíduos clinicamente normais. O modelo principal relacionado com as HPE refere-se à rede sinalizadora do gene Sonic Hedgehog (SHH), o qual controla decisões celulares críticas em relação ao destino de múltiplos sistemas, particularmente nas células tronco e a partir delas, funcionando como um “interruptor” – inibidor ou facilitador – ditando o destino celular desde etapas iniciais do embrião até a vida adulta. Os genes mais conhecidos relacionados à rede sinalizadora do SHH compreendem o ZIC2, TGIF, PTCH, GLI2, FAST1, TDGF, SUFU e o DHCRT, entretanto diversos outros genes tem sido indicados como genes candidatos. O gene GAS1 codifica uma glicoproteína, a glicosil-fosfatidil-inositol, a qual é reprimida em resposta ao Shh e tem sido demonstrado que, in vitro, tem um efeito antagonista na sinalização do Shh nos somitos. O gene GAS1 humano está mapeado na região 9q21.3-q22, um lócus associado a diversas desordens humanas envolvendo defeitos dentro da região craniofacial. O gene GAS1 tem sido indicado como um modificador do Sonic Hedgehog. O objetivo desse trabalho foi analisar o gene GAS1 em 60 casos de holoprosencefalia. O gene GAS1 possui apenas 1 éxon, e foi dividido em 3 fragmentos. Para amplificação dos fragmentos de interesse utilizou-se a técnica do PCR (Polymerase Chain Reaction), sendo seguida da purificação e sequenciamento direto dos mesmos utilizando-se o analisador genético ABI 3130 (Applied Biosystems- CA, USA). Identificamos 5 variantes não sinônimas as quais foram consideradas como possivelmente patogênicas pela análise do programa PolyPhen. Dois desses pacientes também apresentaram mutação no gene SHH, previamente analisado. Esse é o primeiro relato de variações no DNA no gene GAS1 em pacientes com HPE. As manifestações clínicas apresentadas por estes pacientes estabelecem o gene GAS1 como um dos candidatos para a HPE humana. Apoio financeiro: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 299 Sistema de auxilio a análise de dados de doenças reumáticas pediátricas Souza, IGS1; Ferriani, VPL2; Melo, JML2; Giuliatti, S1 Laboratório de Bioinformática, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Puericultura e Pediatria, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Doenças Reumáticas, Análise de Dados, Base de dados, Banco de Dados Inteligência Artificial Introdução: A grande quantidade de dados obtidos através de pesquisas utilizando um grupo de oito doenças reumáticas pediátricas como Artrite, Esclerodermia e Dermatomiosite Juvenil, fazem parte do grupo de doenças pesquisadas em estudos com pacientes do Departamento de Pediatria e Puericultura da Universidade de São Paulo, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A Dermatomiosite Juvenil não possuem causa conhecida, mas o seu desenvolvimento está relacionado a um distúrbio imunológico e associado a uma predisposição genética. Tais doenças estão incluídas entre as doenças raras e com grande repercussão funcional e na qualidade de vida, causando ônus econômico e social. A elevada quantidade de informações coletadas e geradas por meio desses dados é utilizada para estudos em pacientes do hospital e para as pesquisas e estudos de alunos, mestrandos e doutorandos do departamento. No intuito de facilitar o registro epidemiológico destas doenças raras, é de grande importância o desenvolvimento de uma base de dados. Faz-se necessário também um sistema que auxilie na classificação do perfil dos pacientes. Para isso a Inteligência Artificial tem como objetivo desenvolver métodos que simulem a capacidade humana de resolver problemas, buscando implementar algumas características humanas nos sistemas de computação. Objetivo: O presente projeto tem como objetivo a análise e criação de um sistema voltado para o auxílio na padronização de medidas clínicas propiciando a base logística para delineamento provendo ao grupo maiores oportunidades de financiamento e de cooperação científicotecnológica na formação acadêmica de novos especialistas. O sistema para o auxílio, análise e transferência de dados inicialmente coletados localizados e armazenados em planilhas eletrônicas é utilizada no intuito de auxiliar os envolvidos do grupo de pesquisa agindo como um serviço na investigação de patologias em um conjunto de informações que crescem exponencialmente e que tendem a variar de acordo com a quantidade de pacientes envolvidos. Para isso, fez-se necessário a utilização de recursos indispensáveis na criação do sistema. Metodologia: Para a transcrição e armazenamento de dados de planilhas para o sistema gerenciados de banco de dados, será utilizado o MySQL 5.0, o Preprocessor Hypertext Protocol (PHP) para processamento de grandes quantidades de texto e Asynchronous Javascript and Xml (AJAX) para criação de scripts do sistema e o servidor APACHE para armazenar o sistema. Conclusões: O sistema trabalha atualmente com inserção, deleção e atualização automática de pacientes, operação facilmente concedida através da iteração com o banco de dados. No momento a fase de seleção de atributos e classificação está em andamento. Estudos, incluindo informações genéticas poderão ser incluídos para pesquisas mais abrangentes e avaliações na influência da interação entre esses dados. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 300 Genética e genômica na atenção básica à saúde: necessidade de saúde atual Lopes-Junior, LC1; Carvalho-Júnior, P1; Alvarenga, LM; 2Nascimento, LC2; Ferraz, VE3; Flória-Santos, M2 FAMEMA - Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP 3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP [email protected] 1 2 Palavras-chave: Genética, Genômica, Defeitos congênitos, Aconselhamento Genético, Saúde Pública Introdução: Os defeitos congênitos apresentam relevância crescente para a saúde pública brasileira. As causas infecciosas como responsáveis pela taxa total de óbitos na infância vêm decaindo, resultando no aumento da proporção de mortes atribuíveis a esses defeitos, que se configuram como a segunda causa de mortalidade infantil no país. Com o intuito de organizar uma rede de atenção aos mesmos, o Ministério da Saúde propôs a implantação da Portaria GM/MS nº 81/20 jan/2009, instituindo, no âmbito do Sistema Único de Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica (PNAIGC), que se constituí em dois níveis de atenção: básica e especializada. Ressalta-se a importância da atenção básica no processo de estruturação desta rede, que por ser a porta de entrada do sistema, pode incorporar estratégias cruciais para a prevenção das doenças genéticas na Estratégia Saúde da Família (ESF). Objetivo: conhecer a formação em genética e levantar o conhecimento de profissionais, médicos e enfermeiros, que atuam na ESF, em relação às propostas da PNAIGC. Método: pesquisa de campo, descritiva-exploratória, com abordagem quantitativa. Após aprovação do CEP, no período de dezembro de 2009, foi aplicado um questionário estruturado, com dados sociodemográficos e questões de conhecimento a 30 médicos e 30 enfermeiros de 30 unidades da ESF, em uma cidade do interior paulista. Resultados: a maioria dos respondentes era do sexo feminino (78,4%), 56,9% enfermeiros, 43,1% médicos; 86,3% tiveram conteúdos de genética na graduação, que ocorreu entre 2000 e 2009 para 60,7% dos sujeitos. Muitos (71,5%) reconheceram a importância da realização de aconselhamento genético (AG) e 46% já haviam desenhado heredograma. Grande parte dos profissionais (81,6%) não apresentava experiência em genética clínica, 70% nunca ouviram falar da PNAIGC e 78% não se sentem preparados para prestar cuidado e/ou avaliar um caso de anomalia congênita ou de deficiência mental. Ressalta-se que 92% gostariam de participar de um curso de capacitação sobre doenças genéticas e AG. Conclusões: a regulamentação da Portaria possibilitará a implantação de um novo modelo de atenção à população, com perspectivas inovadoras e implicações na organização da atenção em genética no SUS e na capacitação da força de trabalho para a escuta das necessidades de saúde dos usuários. Torna-se urgente o oferecimento de oportunidades de educação, com base em competências essenciais em genética/genômica, para os profissionais de saúde, independentemente do seu nível de formação, especialidade e cenário de atuação. Espera-se que esses conhecimentos e habilidades sejam incorporados na prática profissional, favorecendo o planejamento e as ações programáticas nessa área ainda desassistida, possibilitando avanços frente aos desafios dessa problemática no Brasil. Apoio financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 301 Análise retrospectiva de pacientes com Síndrome de Down e avaliação da idade das avós maternas como fator de risco Pereira, CS1; Pola, L1; Santos, SA1; Laureano, LAF2; Paz, CCP1,3; Martelli, L1 1: Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP 2: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP 3: Instituto de Zootecnia – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios [email protected] Palavras-chave: Síndrome de Down, fator de risco, aneuploidia, idade materna, cromossomo 21. A trissomia do cromossomo 21, responsável pela síndrome de Down (SD), é a aneuploidia mais frequente em nascidos vivos, com incidência entre 1/500 a 1/1000 nascimentos. A trissomia livre do cromossomo 21 é responsável por cerca de 95% dos pacientes com SD, sendo 5% originados por translocações robertsonianas e mosaicismo. Desde a sua descrição, em 1959, esta cromossomopatia tem sido alvo de diversos estudos. A idade materna ainda permanece como um dos poucos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento de gestações aneuplóides. A geração de um maior número de oócitos aneussômicos conforme o aumento da idade é atribuída à deterioração de fatores celulares e moleculares associados ao controle meiótico. Contudo, estudos recentes evidenciaram um baixo nível de mosaicismo gonadal na população feminina em geral, demonstrando que o erro mitótico (pré-meiótico) pode contribuir consideravelmente para a formação de aneuploidias. Paralelamente aos estudos de famílias com mosaicismo gonadal, foi verificada uma possível influência da idade das avós de pacientes com Síndrome de Down, sugerindo que as filhas dessas mulheres apresentariam mosaicismo em alguns tecidos, sem expressão fenotípica, porém com maiores chances de ter um filho com alterações cromossômicas. No presente estudo, realizamos um levantamento de 10.454 pacientes atendidos no ambulatório de Genética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP no período de 1976 a 2005, encaminhados para estudo citogenético com suspeita de cromossomopatia. Dentre eles, 8.131 (77%) apresentaram cariótipo informativo, sendo que 983 tiveram confirmação do diagnóstico de SD, constituindo 13,16% do total analisado e 72,12% das aneuploidias. Não houve prevalência maior de um dos sexos, sendo 54% do sexo masculino e 46% feminino. Adicionalmente realizamos um estudo da idade das avós maternas dos pacientes com SD em 65 famílias e comparamos a idade das avós no momento da gestação das mães que tiveram filhos com SD com idade <35 anos (grupo I) e >35 anos (grupo II). Apesar da média da idade das avós maternas do grupo I ser maior (29,3 anos), o aumento não foi significativo em relação à idade das avós do grupo II (25,3 anos). Nossos resultados não corroboram estudos anteriores que demonstraram correlação entre idade avançada das avós maternas e a maior incidência de SD. Meio século após sua caracterização cromossômica, a Síndrome de Down ainda apresenta diversos questionamentos e os mecanismos responsáveis pelas aneuploidias cromossômicas permanecem não identificados. Auxílio financeiro: CNPq, FAEPA HCFMRP-USP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 302 Distribuição geográfica e tendências temporais na gemelaridade de Cândido Godói- RS e sua possível relação com o médico nazista Joseph Mengele Oliveira, M1,2; Tagliani-Ribeiro, A1,3; Fagundes, NJR1,3;Matte, U1,4; Koslovski-Sassi, A1,2; Schüler-Faccini, L1,3 Instituto Nacional de Genética Médica Populacional (INAGEMP) Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) 3 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 4 Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) [email protected] 1 2 Palavras-chave: gemelaridade, Cândido Godói, distribuição geográfica, tendência temporal, Joseph Mengele. Apesar de terem sido objeto de diversas investigações, a etiologia de nascimentos gemelares em seres humanos ainda é desconhecida. O município de Cândido Godói (CG), situado no nordeste do Rio Grande do Sul, possui uma alta taxa de gemelaridade, cerca de 2%, em comparação com a média de 1% em todo país, tal fato a faz ser conhecida como a “Cidade dos Gêmeos”. Além disso, uma das localidades do município (Linha São Pedro - LSP) parece concentrar o nascimento de gêmeos. Algumas hipóteses já foram levantadas a respeito desta frequência elevada, e a mais controversa liga o fenômeno da gemelaridade a supostos experimentos do médico nazista Joseph Mengele, que teria atuado como médico no município durante a década de 1960. Esse trabalho teve como objetivo analisar epidemiologicamente nascimentos gemelares em CG, testando padrões temporais e geográficos que permitam verificar se esses dados poderiam fornecer algum subsídio aos rumores que ligam Mengele ao município. Os registros de nascidos vivos foram obtidos a partir dos livros de batismo de igrejas católicas do município no período entre 1927-2008. A proporção relativa de gêmeos dizigóticos e monozigóticos foi estimada de acordo com a fórmula de Weinberg. A heterogeneidade no número de nascimentos de gêmeos entre as localidades do município foi testada com um teste qui-quadrado utilizando apenas os nascimentos ocorridos após 1959, por serem dados confiáveis. As variações temporais nas freqüências de nascimentos duplos foram analisadas com um teste G seguido de um teste de tendência, agrupando-se os nascimentos em períodos de 5 anos e considerando apenas os nascimentos pós-1959. De fato, LSP é a localidade que concentra o nascimento de gêmeos (7,5% em comparação com 1,5% em todo município de CG) (P<10-4). Além disso, a proporção de gêmeos DZ é significativamente maior em LSP (P=0,0004). A análise dos registros de batismo mostra que nascimentos gemelares já eram bastante freqüentes muito antes da década de 60. A taxa de nascimentos duplos em CG não mostra uma heterogeneidade temporal significativa (P=0,65). Para LSP, a heterogeneidade temporal é significativa (P=0,003), com tendência de aumento (P=0,001). Em conjunto, esses resultados claramente refutam qualquer possibilidade de que uma possível experiência realizada na década de 60 tenha produzido um efeito agudo no nascimento de gêmeos em CG. Uma hipótese alternativa para a alta taxa de nascimentos gemelares em CG está relacionada a um efeito fundador decorrente da colonização de CG por poucas famílias de imigrantes alemães no início do século XX. Apoio financeiro: INAGEMP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 303 Análise de polimorfismos possivelmente associados à gemelaridade na cidade de Cândido Godói-RS, a “Terra dos Gêmeos” Tagliani-Ribeiro, A1,2; Fagundes, NJR1,2; Matte, U2,3; Schüler-Faccini, L1,2 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto Nacional de Genética Médica Populacional (INAGEMP) 3 Centro de Terapia Gênica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre [email protected] 1 2 Palavras-chave: gemelaridade, genes candidatos, Cândido Godói A cidade de Cândido Godói está localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul e é conhecida como a “Terra do Gêmeos” devido às altas taxas de nascimentos duplos. Até agora, não há explicações científicas para a ocorrência aumentada de nascimentos gemelares nesse município, porém o alto grau de parentesco entre os moradores e a existência de uma grande recorrência familiar de nascimentos gemelares sugerem o envolvimento de fatores genéticos. Sabe-se que o município de Cândido Godói foi fundado por poucas famílias de imigrantes de origem alemã. Existem na literatura variantes genéticas que poderiam explicar as causas da gemelaridade, tanto aquelas envolvidas na poli-ovulação quanto relacionadas ao sucesso da implantação do (s) óvulo(s) fecundado no útero. O objetivo desse trabalho é realizar um estudo de associação através da análise de polimorfismos em três genes candidatos comparando se há diferença nas frequências alélicas ou genotípicas entre mulheres com e sem gestações gemelares. Para o gene FSHr, possivelmente associado à poli-ovulação, será estudado o polimorfismo na posição 680 do éxon 10. Para os genes MTHFR e TP53, possivelmente associados ao sucesso de implantação do(s) blastocisto(s) no útero, estão sendo estudados, respectivamente, os polimorfismos C677T e P72R. A amostra consiste em 42 mulheres com histórico de gestação dupla e 101 mulheres que só tiveram gestações simples, todas residentes de Cândido Godói. As genotipagens estão sendo feitas por PCR em tempo real e as freqüências alélicas e genotípicas comparadas entre os grupos pelo teste do qui-quadrado. A análise do gene MTHFR já foi concluída em 39 mães de gêmeos e 97 controles. O grupo de mães de gêmeos apresentou a freqüência do alelo T de 0,29 e o grupo controle de 0,34, valores muito próximos àqueles encontrados em outras populações brasileiras de origem européia, não havendo diferença estatisticamente significativa nas freqüências alélicas (P=0,52) nem genotípicas (P=0,77) entre os dois grupos em estudo. Assim, este resultado não aponta o polimorfismo C677T do gene MTHFR como um fator de suscetibilidade na gemelaridade em Cândido Godói. A conclusão das genotipagens dos outros dois polimorfismos propiciará uma análise mais abrangente. Da mesma forma, serão realizadas novas análises levando em conta o histórico familiar para gemelaridade dentro do grupo controle. Apoio financeiro: CNPq, CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 304 Análise dos dados do “Campo 34” da Declaração de Nascidos Vivos Oliveira, CIF1; Fett-Conte, AC2 Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Laboratório de Genética, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto [email protected] 1 2 Palavras-chave: “Campo 34”, Recém-nascido, Anomalia Congênita, Anomalia Cromossômica, Defeito Congênito. Introdução: Os defeitos congênitos afetam cerca de 3 a 5% dos recém-nascidos e são considerados como uma das causas principais de morbidade e mortalidade no primeiro ano de vida, além de serem responsáveis por uma frequência elevada de perdas embrionárias e fetais. Dados brasileiros sobre a prevalência de defeitos congênitos são escassos e incompletos. O “campo 34” da Declaração de Nascidos Vivos é uma estratégia para detecção de defeitos de nascimento, pois questiona ao profissional de saúde se alguma anomalia congênita e/ou anomalia cromossômica foi observada no recém-nascido. Objetivos: Investigar se o “campo 34” foi preenchido corretamente nos casos de recém-nascidos com defeitos congênitos no Hospital de Base de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. Métodos: Foram analisados os prontuários de todos recém-nascidos com defeitos congênitos em um período de um ano. Resultados: O preenchimento do “campo 34” foi realizado em 97% dos casos de recém-nascidos com defeitos congênitos. No entanto, o preenchimento deste campo estava incorreto em 28%, pois a criança possuía um ou mais defeitos visíveis ao nascimento que não foram registrados. A opção “desconhecida” não foi assinalada para nenhum dos pacientes com defeitos congênitos, e em apenas dois casos, o campo foi deixado em branco. Conclusões: O Sistema de Informação (SINASC) é uma fonte de dados para estudos sobre a prevalência de defeitos de nascimento e o problema envolvendo dados incorretos no “campo 34” observado em um hospital escola da região mais desenvolvida do Brasil, provavelmente também ocorre em outros hospitais do país, subestimando os dados oficiais. Assim, há necessidade de desenvolver estratégias de sensibilização para o preenchimento correto do “campo 34”, cujos dados podem ser úteis para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde, de estratégias de prevenção de defeitos de nascimento no Brasil e encaminhamento de casos para o Aconselhamento Genético. Apoio financeiro: CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 305 Defeitos congênitos em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil Menezes, CD1; Brites, PC1; Machado, DTM1; Bordignon, S1; Holthausen, R1; Skolaude, AR1 Curso de Biologia da Universidade Luterana do Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: defeitos congênitos, anomalias isoladas, síndrômico, síndrome de Down, síndrome de Edwards. São conhecidos aproximadamente 4.000 defeitos congênitos, sendo que essas anomalias constituem uma das causas de morte no primeiro ano de vida. As anomalias congênitas de seres humanos atingem cerca de 3% de todos os nascidos vivos. Do ponto de vista biológico, representam um grupo heterogêneo de distúrbios do desenvolvimento embrio-fetal, no qual cerca de 60% dos casos são de causa desconhecida. As de etiologia genética são as mais conhecidas e abrangem as cromossômicas (6%) e as com herança mendeliana (20%). O objetivo desta pesquisa foi determinar a frequência dos defeitos congênitos em todos os nascimentos ocorridos no município de Cachoeira do Sul – RS. Este foi um estudo descritivo de base populacional realizado no Centro Obstétrico da Maternidade do Hospital do município de Cachoeira do Sul. Foram considerados como investigados todos os recém-nascidos (RN), vivos ou mortos, de 500g ou mais de peso, durante 5 anos. Foi considerado defeito congênito toda alteração morfológica, interna ou externa, clinicamente diagnosticáveis, com um aceitável grau de certeza antes da alta hospitalar. Nesse período ocorreram 5027 nascimentos e ocorreram 42 casos de RN com defeitos congênitos, com uma incidência de 0,84%. Peso médio dos RN foi de 2.828g, 12 RN com peso menor que 2.500g. A estatura média foi de 46,5 cm. Quanto ao sexo: 64,3% eram do sexo masculino e 35,7% do sexo feminino, sendo 1,8:1 homens:mulheres. Quanto à sazonalidade: 78% dos portadores de defeitos congênitos nasceram no período de outono/inverno. A idade média das mães foi de 29,6 anos, sendo 19% entre 10-19 anos, 54,8% entre 20-35 anos e 26,2% Idade materna maior do que 35 anos. Os RN com defeitos congênitos foram descritos como sindrômicos e em RN com anomalia única. Dos RN sindrômicos verificou-se 20 casos, sendo 14 casos com síndrome de Down, 01 para cada 359 nascimentos, as mães dos portadores de síndrome de Down, sendo que 57% tinham com idade superior a 35 anos; 02 casos com síndrome de Edwards, 01 para cada 2513 nascimentos; e 03 casos de RN com anomalias múltiplas. Foram observados 23 casos de anomalias únicas, sendo divididos em 04 casos com anomalias maiores, e 07 casos possuindo anomalias menores. Foi verificado que em 05 anos de monitoramento não houve um alarme quanto à ocorrência de defeitos congênitos. Mas quanto à ocorrência de síndrome de Down essa é considerada alarmante, pois está acima do esperado. Esse tipo de estudo serve como referência para estudos comparativos e para programas de vigilância epidemiológica, que constituem o eixo norteador na pesquisa da etiologia dos defeitos congênitos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 306 Prospecção de doenças genéticas na Paraíba (Nordeste - Brasil) Pereira, JC; Franca, LN; Almeida, ES; Alves, AMM; Brasileiro, RA; Soares, MTO; Melo, US; Weller, M; Santos, S Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Departamento da Biologia, Campus Universitário do Bodocongô, 58429600 Campina Grande, Paraíba, Brasil [email protected] Palavras-chave: Prospecção, doenças genéticas, Paraíba, epidemiologia genética, SIAB. No sertão do Rio Grande do Norte, foram descritas duas doenças genéticas novas, a Sindrome Spoan (OMIM 609541) e Sindrome Santos (OMIM 613005). A primeira afeta 70 pessoas de uma mesma família. A pesquisa dessas doenças envolveu abordagem prospectiva que difere do atendimento ambulatorial. Os estudos prospectivos são realizados em regiões de difícil acesso e nas quais não são oferecidos serviços de diagnóstico e aconselhamento genético. Neste trabalho, descrevemos os procedimentos e resultados da prospecção de doenças genéticas realizada em dez municípios da Paraíba. De agosto de 2009 a maio de 2010, foram visitadas famílias com repetições de casos de deficiências físicas em um núcleo familiar, indicadas pelos agentes de saúde de dez municípios com menos de 10.000 habitantes na macrorregião de Campina Grande (PB). Para prospecção, foram selecionados os municípios com menor número de habitantes e maior frequências de indiviudos com deficiência segundo o banco de dados do SIAB/DATASUS. Após seminário com profissinais do PSF das secretarias de saúde, os agentes de saúde indicavam famílias para entrevista com pesquisadores. Algumas delas participaram posteriromente de uma ação de avaliação clínica, sendo ou não escolhidas para continuidade de estudos clínico-genéticos. Durante a prospecção, foram preenchidas 80 fichas e registrado 129 indivíduos com alguma deficiência. Desse total, foram selecionados para avaliação clínico-genética 22 indivíudos afetados por doenças neuromusculares pertencentes a cinco famílias de quatro municípios diferentes; 30 pessoas com deficiencia auditiva, sendo 16 delas pertencentes a uma mesma família; 20 indivíduos com retardo mental, sendo 80% deles concentrados em dois municípios do Cariri paraibano e 19 casos de deficiências múltiplas. Os estudos prospectivos se mostraram efetivos para localização de famílias nas quais há repetição de indivíduos acometidos por uma mesma doença genética. O relativo isolamento geográfico, pouca mobilidade populacional e baixa densidade populacional contribuem para manutenção de endocruzamentos nas famílias e isto eleva os riscos de nascimento de indivíduos acometidos por diferentes doenças genéticas. A maior parte desses indivíduos não possuem acesso aos centros de referência em genética humana e não possuem diagnóstico e aconselhamento genético sobre as doenças que os acometem. Apoio financeiro: FAPESQ/PRPGP-UEPB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 307 Análise de recém-nascidos portadores de dismorfologia congênita na cidade de Manaus Moraes, LC de1; Cavalcanti, SS1; Britto-Jr, A1; Ribeiro, HCT2; Souza, AQL de1 ¹Laboratório de Genética Humana da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA) ²Laboratório de Genômica e Proteômica do Mestrado em Biotecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (MBT/UEA) ³Serviço de Arquivo Médico e Estatístico da Maternidade Ana Braga (SAME) [email protected] Palavras-chave: Malformações, congênito, recém-nascidos, maternidades,síndrome. O conhecimento da genética do embrião, incluindo os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento humano normal tem sido o alvo de pesquisa de pesquisadores interessados em elaborar avaliações diagnósticas e prognósticas mais eficazes no tratamento de pacientes portadores de defeitos congênitos. A dismorfologia é o estudo dos defeitos congênitos que alteram a formação ou a forma de uma ou mais partes do corpo de uma criança recém-nascida. As dismorfologias são classificadas em três categorias: malformações; deformações e disrupções. A presente pesquisa é a primeira realizada com recém-nascidos portadores de malformações congênitas na cidade de Manaus/AM, onde se procurou conhecer os tipos e a freqüência de malformações em recém-nascidos, contribuir com a orientação da equipe médica, sobre a solicitação de exames genéticos e o enquadramento do diagnóstico preciso. Os levantamentos foram realizados através dos dados do livro de entrada na maternidade e do centro cirúrgico. Foram observados 58 casos anotados, no período de 12 meses (maio/2009 – abril/2010) na maternidade Ana Braga da Zona Leste da cidade, com 23 diferentes dismorfologias, sendo que as maiores prevalências são de casos não identificados (14) alguns apenas com a descrição de faces sindrômicas, seguido de sete casos de pé torto congênito (sendo um bilateral), sete casos de gastroquise, cinco de hidrocefalias e cinco de lábios leporinos. Há uma prevalência em recém-nascidos do sexo masculino (69%). Esta pesquisa é a primeira realizada na cidade de Manaus sobre mal formação congênitas e será ampliada para mais duas maternidades estaduais. Tendo sido solicitada a sua inclusão numa maternidade municipal, onde podemos contribuir com o diagnóstico de um recém-nascido com síndrome de Apert e outro com síndrome de Patau, além do período da amostragem ser ampliado para dois anos. Suporte Financeiro: FAPEAM. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 308 Levantamento das síndromes genéticas presentes nas APAEs da região do Alto Tietê Gouveia, MC1,2; Silva, JH1,2; Bracarense, CF1,2; Monteiro, MS1,2; Nascimento, T1,2; Abondanza,TS3 Graduanda do curso de Biomedicina da Universidade de Mogi das Cruzes Membro da Liga de Genética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. 3 Professora Coordenadora da Liga de Genética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes Professor orientador: [email protected] 1 2 Palavras-chave: Síndromes Genéticas, APAEs, Alto Tiête, Síndrome de Down, pré-natal, diagnóstico. Introdução: O censo do IBGE (2000) aponta que 24,6 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência, demonstrando que 14,5 % da população brasileira têm algum tipo de deficiência física, mental, sensorial, surdocegueira, ou múltipla. Dentre as causas dessas condições, muitas são geneticamente determinadas, algumas mais freqüentes na população e outras raras. Em uma rápida pesquisa na base de dados DataSUS, sobre as cidades do Alto Tietê, percebeu-se que não há informações específicas desta região; os indivíduos Diagnosticados com Síndromes Genéticas (DSG) integram os números de malformação congênita; os que apresentam alterações cromossômicas numéricas ou estruturais não aparecem descritos; erros de alteração gênica, como de metabolismo, nem sequer são descriminados. Observou-se ainda que a região é considerada integrnate da grande São Paulo, o que contribui para a dificuldade em obter dados desta área. Objetivos: Coletar dados sobre a população com síndromes genéticas na região do Alto Tietê atendidos pelas APAEs, no perído de 2005 a 2008. Metodologia: O estudo consistiu em visitar as instituições de amparo a população objeto da região e coletar dados sobre as síndromes genéticas da população alvo. Na sequencia, realizou-se uma entrevista com os responsáveis pelos indivíduos. Resultados: De acordo com o DataSUS, no periodo de 2005 a 2008, houve um total de 93.582 nascidos vivos e 444 indivíduos com anomalias congênitas. Desse total 9,6% apresentam síndromes genéticas, sendo que a de maior frequencia é a Síndrome de Down, seguida do X–Frágil. Conclusão: As anomalias congênitas da população alvo em comparação com o total de nascidos vivos, no período analisado, são representativas. Dos dez municípios pesquisados, oito apresentaram um serviço direcionado para a população objeto. Observou-se que há dificuldade em obter o diagnóstico genético na maior parte dos casos. Identificou-se que a limitada capacidade de atendimento deste provoca uma espera na admissão. Constatou-se que a criação dos serviços, deu-se por iniciativa dos responsáveis pelos indivíduos com síndromes genéticas. Verificou-se que as instituições não dispõem de geneticista para atendimeto à população. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 309 The prevalence of endogamy and physical disability in populations of Paraíba, North-Eastern Brazil, is associated with geographic isolation Tanieri, M; Melo, US; Martins, A; Almeida, ES; Franca, LN; Pereira, JC; Azevedo RB; Santos, S; Weller M Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Departamento da Biologia, Campus Universitário do Bodocongô, 58429-500 Campina Grande, Paraíba, Brasil [email protected] Keywords: endogamy, consanguinity, physical disability, geographic isolation, human populations Consanguineous unions cause in general an increase of recessive genetic disorders and are associated with the occurrence of rare genetic syndromes. The marriage between close relatives is still practiced in many communities of North-Eastern Brazil and recent studies revealed communities with up to 32% of consanguineous unions (Santos et al., 2010). This high frequency may be influenced by cultural, economic and demographic factors. Previous studies postulated that the affected populations are characterized by reduced gene flow due to their geographic isolation. Furthermore, it was postulated that geographic regions with low population densities are characterized by elevated physical disability (PD). The present study aimed to analyse the influence of geographic isolation on communities and regions (r1, r2, r3 and r4), defined by the public health system in the state of Paraíba. We addressed the question of geographic isolation affecting both the degree of endogamy and the total PD. Questionnaires were elaborated, in cooperation with local public health agencies, to estimate the degree of endogamy in communities of Paraíba. The data to calculate PD and population density were obtained by the Information System of Basic Attention (SIAB) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IGBE), respectively. Analysis of data was performed applying PASW STATISTICS, version 18, (SPSS Inc., IBM company). The division of all 223 communities in two groups, below and above 50 habitants/km2, revealed significant more disabilities in the communities with lower population densities (p50 < 0.037). Regression analysis indicated that smaller communities with lower population densities have a higher PD (p < 0.021). The mean PD varied between 1.32% (r1), 1.36% (r2), 1.46% (r3) and 1.71% (r4) in the different regions. Regression analysis revealed a significant increase of PD in the communities localized more distantly to the coast and generally characterized by lower population densities (p < 0.013). The difference of mean endogamy values (F) varied considerably from 0.004826 to 0.01206, between communities with low and high population densities, respectively (not significant). Analysis revealed a correlation between PD and the degree of endogamy (p < 0.007). We postulate that low population densities affect the degree of endogamy in the same way as they do it in the case of PD. More data are elaborated actually to test this hypothesis. Population density could serve as a demographic parameter to foresee increased frequencies of genetic disorders in Brazilian communities. The interpretation of correlation between PD and endogamy has to be taken with care, as both factors could be influenced independently by socio economical factors and not being related directly to each other. Future studies will reveal if endogamy and PD are really correlated by direct estimations of the contribution of consanguineous unions to the total number of deficiencies. This work was supported by the Paraíba State University (UEPB) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 310 Análise do impacto da endogamia na freqüência alélica da fenilcetonúria em Minas Gerais Santos, LL1,4; Lopes DO4; Castro-Magalhães, M1; Fonseca, CG1; Vaintraub, MT2; Vaintraub, P2; Januário, JN3; Aguiar, MJB3; Carvalho, MRS1 Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais GENETICENTER - Centro de Genética e Reprodução 3 NUPAD - Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais 4 Laboratório de Biologia Molecular, Campus centro-oeste Dona Lindu, Universidade Federal de São João Del-Rei [email protected] 1 2 Palavras-chave: Endogamia, freqüência alélica, PKU, Minas Gerais Introdução: A Fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo que tem sido incluída na maioria dos programas de triagem neonatal pois leva ao retardo mental, se não tratada. Em MG, o programa de triagem neonatal tem sido realizado desde 1993 e é considerado o mais eficiente do Brasil, com uma cobertura média de aproximadamente 98% dos nascimentos no Estado. Devido a alta cobertura do programa uma boa estimativa da freqüência da PKU é possível, sendo esta de 1:20.000. Geralmente, as estimativas das freqüências alélicas para doenças recessivas são baseadas na freqüência de indivíduos afetados, entretanto, podem ser fortemente desviadas dependendo da endogamia presente na população. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da endogamia sobre a freqüência do alelo PKU em Minas Gerais. Métodos: Foram estudadas duas amostras da população de Minas Gerais. A primeira é composta por 76 pacientes com PKU seqüencialmente triados de 19932004. A segunda amostra é composta de 104 indivíduos não aparentados que realizaram teste de paternidade na Geneticenter, MG. O coeficiente de endogamia das amostras controle e PKU foram estimados através de microssatélites. Foram testados 11 loci microssatelites (CSF1PO, TPOX, TH01, vWA, D16S539, D7S820, D13S317, D3S1358, D14S1434, D22S1045 e D10S1248). As análises estatísticas foram realizadas pelos softwares GenePop e FSTAT. A diferenciação das populações foi estimada pelos índices de fixação de Wright Fit, FST e Fis. A freqüência do alelo q para PKU foi estimada com a fórmula i = qF + q2 (1- F). Resultados: A heterozigosidade observada variou de 0,49 (CSF1PO) a 0,64 (vWA) na amostra PKU e 0,62 (D22S1045) a 0,85 (D13S317) na amostra controle. Os valores de Fis para cada locus na amostra PKU variaram de -0,035 para o locus TH01 até +0,18 para D13S317. Na amostra controle, Fis variou de -0,050 para D13S317 até +0,063 para D16S539. O valor global Fis para os pacientes com fenilcetonúria e a amostra controle foram de 0,042 e 0,003, respectivamente, apesar da baixa diferenciação genética total entre as amostras (Fst 0,0018). A estimativa Fit para ambas as amostras em conjunto foi de 0,02. Nenhuma diferenciação genética foi observada entre as amostras. No entanto, o valor de Fis encontrado para a amostra de pacientes com fenilcetonúria (0,042) foi quase 15 vezes maior que a encontrada entre os controles (0,003). Com a incidência da PKU estimada pelo programa de triagem neonatal do Estado, a freqüência do alelo q seria 0.0071 e 2pq seria 0.0141. Quando a freqüência do alelo PKU é corrigida pelo coeficiente de endogamia encontrado entre os controles, esta diminuiu de 0,0071 para 0,0057. Conclusões: Os resultados nos permite inferir que pelo menos 35% dos pacientes com PKU de Minas Gerais podem ser devido a casamentos consangüíneos. Apoio financeiro: FAPEMIG, GENETICENTER, NUPAD 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 311 Consanguineous unions in communities of Paraíba, North-Eastern Brazil, indicate preferential kinship marriage systems Tanieri, M; Melo, US; Martins, A; Almeida, ES; Franca, LN; Pereira, JC; Azevedo, RB; Santos, S; Weller M Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Departamento da Biologia, Campus Universitário do Bodocongô, 58429-500 Campina Grande, Paraíba, Brazil Keywords: human populations, endogamy, consanguineous unions, kinship systems, first-cousin unions. Consanguinity is a widespread phenomenon even in modern human societies. There exist two main reasons for the prevalence of consanguineous unions: First, many societies maintain the tradition of consanguineous marriage for cultural reasons (Bittles and Black, 2010). Second, geographic isolation, accompanied by high rates of emigration and the absence of immigration, may play a crucial role in maintaining high levels of endogamy within human populations. The latter aspect may lose its importance due to the high mobility of modern societies, but still might be important to explain different patterns of consanguinity. Previous studies of communities in NorthEastern Brazil with elevated frequencies of endogamy indicated that both, geographic and cultural aspects might be important for consanguineous unions (Santos et al., 2010). Previous studies of Brazilian populations indicated that first-cousin unions (F= 0.0625) are preferentially practised between the son and daughter of brothers (FreireMaia, 1953 e 1961). The present study aimed to test the hypothesis of these preferential kinship systems among first-cousin couples in Paraíba, North-Eastern Brazil. Questionnaires were elaborated and applied in cooperation with local public health agencies of 19 communities. In these questionnaires first-cousin couples were asked about the kinship of their parents. It was discriminated between the four possible kinship systems: 1. Both fathers of the first-cousin couple were brothers (FF). 2. The father of the husband and the wife’s mother were sisters (FFMM). 3. The mother of the husband and the wife’s father were sisters (MFFM). 4. The mothers of the first-cousin couple were sisters (MM). The analysis of data was performed applying PASW STATISTICS, version 18, (SPSS Inc., IBM company). Altogether, within the 4368 couples interviewed, 489 had a first-cousin kinship. The mean values of the different first-cousin kinship systems were 4.74 in FF, 3.47 in FFMM, 5.58 in MFFM and 5.63 in MM. The data revealed significant differences between the both pairs FFMM/MFFM and FFMM/MM, respectively (p< 0.010 and p< 0.029). All the other differences between single data sets, including FF/MM and also the grouping of data, did not indicate significant differences. The analysis of data did not support the idea that consanguineous kinship relations are mainly maintained in maternal or paternal lineages (MM/FF). Instead the data showed that husbands of consanguineous couples preferentially have a mother (MFFM and MM) instead of a father (FFMM and FF) with a kinship relation to the wife’s mother or father. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 312 HIpotireoidismo congênito: perfil epidemiológico e análise da consanguinidade no estado da Paraíba Araujo, DC1; Souza, RS1; Araujo, RMS1; Medeiros, GM2; Andrade, R2; Porto, MLS2; Rocha, AM2; Pontes, AAN2; Santos-Lopes, SS1 Departamento de Biologia - Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Hospital Universitário Alcides Carneiro – HUAC- UFCG [email protected] 1 2 Palavras-chave: c, Índice de consangüinidade, perfil epidemiológico. O hipotireoidismo congênito (HC) é um distúrbio causado pela produção deficiente de hormônios da tireóide, devido a um defeito na formação da glândula, ou a um déficit da síntese dos hormônios tireoidianos (disormonogênese). O padrão de transmissão das mutações para HC é bastante heterogêneo com mutações ligadas ao X, autossômicas recessivas e dominantes. O HC é uma das causas mais freqüentes de retardo mental em crianças, com sério detrimento do desenvolvimento cognitivo e motor, que pode ser evitado com o início precoce do tratamento. A incidência do HC é 1:3000 a 1:4000,com maior frequência em mulheres (2:1a 4:1). A incidência encontrada na Paraíba foi de 1:2300 nascidos vivos em 2005. No intuito de verificar o perfil epidemiológico e o índice de consanguinidade de pacientes com hipotireoidismo congênito no estado da Paraíba analisamos 20 pacientes (casos esporádicos e familiares) tratados no Hospital Universitário Alcides Carneiro - HUAC/UFCG. Na análise das genealogias dos pacientes encontramos um índice de consanguinidade de 33%, considerado elevado em comparação aos demais estados brasileiros cujo índice é de apenas 1 a 2%, demonstrando a tradição ainda presente de casamentos entre aparentados no Nordeste. Cerca de 30% dos pacientes têm pais consanguíneos, sendo 25% de primos em 1º grau. A média de idade dos pacientes foi 22,8 anos (DP 14.61711, p<0,05). Entre os 20 pacientes pesquisados não observamos prevalência do sexo feminino (50% mulheres). Destes 75% não haviam sido submetidos ao teste do pezinho, implantado em 1998 no estado, o que pode ser justificado pela média elevada de idade da nossa amostra e a baixa cobertura do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) na Paraíba, com apenas 32,2% de cobertura no município de Campina Grande-PB em 2001. A idade de diagnóstico variou entre 22 dias a 33 anos e 35% dos pacientes tiveram o desenvolvimento psicomotor alterado, com a idade de diagnóstico tardio acima de 180 dias; apenas 20% deram início ao tratamento antes do 3º mês de vida. No presente trabalho podemos verificar que o diagnóstico precoce e o tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor normal das crianças com HC. O rastreamento do HC na Paraíba através do teste do pezinho identificou 37 casos tratados e 9 novos no ano 2007. Podemos concluir que o elevado índice de consanguinidade e o diagnóstico tardio são os fatores que corroboram para o aumento da incidência de HC e do numero de crianças com retardo no desenvolvimento psicomotor na Paraíba. Esse trabalho serve de alerta para a necessidade da antecipação do tratamento e uso do aconselhamento genético para prevenir danos irreversíveis aos pacientes. Apoio financeiro: PROPESQ/UEPB e CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 313 Avaliação da ação da Ciclosporina A modificada (CsAm) no tecido muscular estriado esquelético de cães GRMD Freitas, CL1; Caetano, HVA1; Bonaldo, GL1; Landini e Silva, VP1; Andrade, T1; Zatz, M1 Laboratório de Doenças Neuromusculares, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo 1 Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (CEGH/IBUSP) [email protected] 1 Palavras-chave: Distrofia Muscular, Duchenne, fármaco, CsAm, cães GRMD A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença letal ligada ao cromossomo X, caracterizada pela ausência de distrofina nas fibras musculares que causa degeneração progressiva na musculatura esquelética. Cães Golden Retriever possuem a mutação genética (GRMD) que gera um quadro homólogo à distrofia muscular de Duchenne (DMD) em humanos. Os GRMD são considerados modelos experimentais para estudo desta doença humana. Até agora não foi desenvolvido tratamento eficiente para a DMD e novos fármacos têm sido testados em modelos animais visando a terapia da doença. Recentemente surgiu um novo fármaco, derivado da ciclosporina A (CsAm), que regula o mecanismo celular de degeneração das fibras musculares mas, sem atividade imunossupressora. O objetivo desse trabalho foi avaliar a ação do fármaco CsAm no tecido muscular estriado esquelético em cães GRMD. Para isso, cães GRMD, portadoras, afetados e normais, receberam diariamente o fármaco CsAm (10mg/kg) em um período de tratamento de oito meses. Amostras de músculo esquelético foram obtidas através de biópsias do bíceps femoral, processadas e coradas com hematoxilina e eosina (H.E) como de rotina para a obtenção de cortes histológicos. Esses cortes foram avaliados quanto à organização e morfologia das fibras musculares (desordem das fibras, taxas de nucleação central e tamanho e variabilidade das fibras) comparando o animal tratado do animal não tratado. Até o presente momento, analisando-se os parâmetros acima entre o grupos tratado e controle, não foi possível observar melhora clínica no grupo tratado. Apoio financeiro: FAPESP/CEPID, INCT, ABDIM, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 314 Dupla mutação no DNA mitocondrial de paciente com miopatia Gamba, J1; Kiyomoto BH1; Tengan, CH1 Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, Laboratório de Neurobiologia Molecular, Universidade Federal de São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: doença mitocondrial, DNAmt, mutação de ponto, tRNA, dupla mutação. Introdução: As doenças mitocondriais formam um grupo altamente heterogêneo de doenças humanas causadas por um ou múltiplos defeitos no sistema de fosforilação oxidativa levando a danos no metabolismo energético. São caracterizadas por um amplo espectro clínico e promovem comprometimento multissistêmico, mas principalmente muscular, como no caso das miopatias, causadas principalmente por rearranjos e mutações de ponto no DNA mitocondrial (DNAmt). Apesar de inúmeras mutações de ponto já terem sido descritas em vários genes do DNAmt, como as mutações A3243G, A8344G e T8993G, os genes mitocondriais que codificam RNAs transportadores (tRNAs) são considerados preferenciais quanto à ocorrência de mutações patogênicas. A presença de dupla mutação pode ocorrer em alguns casos, como na neuropatia óptica hereditária de Leber, mas é extremamente rara em outros genes, especialmente em genes codificadores de tRNA. Objetivo: Relatar a ocorrência de dupla mutação rara em genes codificadores de tRNA em paciente com doença mitocondrial. Materiais e Métodos: Um screening de mutações em toda a sequência codificante do DNAmt foi realizado em um grupo de 24 pacientes. DNA genômico foi extraído de biópsias musculares e utilizado para Southern blotting, PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction – Restriction Fragment Length Polymorphism) e seqüenciamento. As sequências obtidas foram comparadas com a sequência do genoma mitocondrial normal utilizando dois bancos de dados (www.MITOMAP.org e mamit-trna.u-strasbg.fr). Análise de atividades específicas mitocondriais e expressão de proteínas mitocondriais foram realizadas por estudos de histoquímica e imunohistoquímica de biópsia de músculo. Resultados: A dupla mutação foi identificada em somente um paciente dentre o total de 24. As mutações encontradas foram T5628C (tRNAAla) e A8348G (tRNALis), e também não foram encontradas de forma única nos outros pacientes. A análise específica do paciente com a dupla mutação mostrou que se tratava de uma mulher, com manifestação de oftalmoplegia externa crônica progressiva de início aos 35 anos de idade, sem história familiar. A biópsia muscular mostrava a presença de proliferação mitocondrial com RRF (ragged red fibers) (13%), com 10% de fibras citocromo-c-oxidase (COX) negativas (deficiência do complexo IV da cadeia respiratória), e o estudo de imunohistoquímica demonstrou que as fibras COX negativas tinham uma expressão reduzida da COX-II (subunidade codificada pelo DNAmt) e normal de COX-IV (subunidade codificada pelo DNA nuclear). Os pacientes estudados não apresentavam rearranjos do DNAmt por Southern blotting. Conclusão: Este estudo relata a ocorrência rara de uma dupla mutação em genes codificadores de tRNA. Não há estudos anteriores que descrevam estas duas mutações em um mesmo paciente. A patogenicidade de cada mutação deverá ser estudada futuramente através da análise da proporção de DNAmt mutado em fibras musculares isoladas. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 315 Identificação de alelos expandidos longos no gene DMPK Gheno, TC1,2; Furtado, GV1,2; Jardim, LB1,2,3,4; Saraiva-Pereira, ML1,2,4,5 Laboratório de Identificação Genética – Centro de Pesquisa Experimental – Hospital de Clínicas de Porto Alegre Departamento de Genética – Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 Departamento de Medicina Interna – Universidade Federal do Rio Grande do Sul 4 Serviço de Genética Médica – Hospital de Clínicas de Porto Alegre 5 Departamento de Bioquímica – Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] 1 2 Palavras-chave: DM1, alelos expandidos longos, TP-PCR Introdução: A distrofia miotônica tipo 1 (DM1) é uma doença multissistêmica, de herança autossômica dominante, caracterizada por fraqueza muscular mas que afeta também a visão, o coração, o sistema endócrino e o sistema nervoso central. O gene associado à DM1 é denominado DMPK (dystrophia myotonica protein kinase) e se caracteriza por apresentar repetições trinucleotídicas CTG na porção 3’ terminal. O número dessas repetições é polimórfico e, quando acima da faixa de normalidade, é a causa primária de casos de DM1, cujo mecanismo patológico é de ganho de função. As CTG repetições variam de 5 a 38 em indivíduos normais e de 50 a mais de 2500 em indivíduos afetados. Regiões com repetições trinucleotídicas podem ser identificadas pela reação em cadeia da polimerase (PCR) quando o comprimento da região repetitiva não é muito longo. Porém, em indivíduos com um grande número de repetições, a PCR pode não ser eficiente na amplificação do alelo longo. Mais recentemente, uma variação da técnica de PCR, denominada triplet repeat primed PCR (TP-PCR), foi desenvolvida para aplicação em casos em que a expansão nucleotídica pode produzir alelos muito longos. Objetivos: Identificar alelos mutantes longos através de TP-PCR em amostras de pacientes com suspeita clínica de DM1. Métodos: Amostras de DNA foram obtidas de 18 indivíduos não relacionados. Os critérios de inclusão foram: (1) suspeita clínica de DM1 e (2) identificação de apenas um alelo normal após a análise de PCR. As amostras de DNA foram submetidas à técnica de TP-PCR, que se caracteriza por utilizar 3 primers, sendo que um deles é marcado com um composto fluorescente. Após a amplificação, as amostras foram submetidas à eletroforese capilar no analisador genético ABI 3130xl (Applied Biosystems) e analisadas pelo programa GeneMapper v4.0 (Applied Biosystems) tendo como padrão o GeneScan-500-Liz. Resultados: Quinze (83,3%) dos 18 indivíduos foram identificados como portadores de um perfil compatível com a presença de um alelo expandido. Os outros 3 indivíduos apresentaram perfil de alelos normais. Não foi possível determinar o número exato do número de repetições nucleotídicas pelo fato que o TP-PCR é uma técnica que avalia o perfil da amostra e não permite uma análise quantitativa. Porém, uma amostra padrão com 78 repetições CTG foi identificada pela PCR, o que indica que o número de repetições das nossas amostras deve ser maior do que o encontrado nessa amostra. Conclusões: A metodologia empregada foi adequada para identificar alelos expandidos longos, sendo aplicada com sucesso no diagnóstico de DM1. Portanto, amostras com suspeita clínica de DM1 devem ser analisadas por uma combinação das duas metodologias (PCR e TP-PCR) para permitir a identificação de alelos longos, frequentemente encontrados em pacientes com DM1. Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq e FIPE-HCPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 316 Utilização de microssatélites intragênicos inéditos para análise indireta de portadores de mutações causadoras de Distrofia Muscular de Duchenne Sarlo, LG1; Machado, FB2; Cerqueira, A3; Passos-Bueno, MR3; Zatz, M3; Medina-Acosta, E1 Núcleo de Diagnóstico e Investigação Molecular. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Avenida Alberto Lamego 2000, Parque Califórnia, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP 28013-602, Brasil 2 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto, SP, CEP 14049-900, Brasil 3 Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Butantan, Rua do Matão 277, Cidade Universitária, São Paulo, SP, CEP 05508-090, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: Análise de ligação, Distrofia Muscular de Duchenne, microssatélites, X-STRs, análise indireta. A Distrofia Muscular Duchenne (OMIM #310200) é a doença monogênica recessiva ligada ao sexo mais frequente em humanos. Ela é causada por mutações no gene DMD (GeneID: 1756), localizado na região Xp21.2-Xp21.1, que codifica a distrofina. O diagnóstico indireto de portadores de mutação é feito pela análise de segregação de até 15 microssatélites dinucleotídeos. A designação alélica de locos de microssatélites dinucleotídeos é dificultada pela ocorrência de produtos que diferem em tamanho por múltiplos da unidade de repetição do alelo verdadeiro. Os microssatélites dinucleotídeos geralmente exibem maiores taxas de mutação do que locos tetranucleotídeos e pentanucleotídeos. O presente trabalho visou à identificação e utilização de microssatélites intragênicos para análise indireta de portadores de mutações causadoras de Distrofia Muscular de Duchenne. Foi realizada mineração in silico para microssatélites intragênicos tri-, tetra-, penta- e hexanucleotídeos, aplicando critérios de predição de polimorfismo. Foram identificados 13 locos intrônicos inéditos, compreendidos em uma região de 1,95 Mb (intervalo genético de 8,8 cM). Os locos foram polimórficos e informativos pela análise de ligação em cinco núcleos familiares com pelo menos um acometido utilizando um novo ensaio multiplex da Reação Quantitativa Fluorescente em Cadeia da Polimerase (QF-PCR). As taxas de heterozigose foram determinadas. A taxa combinada de heterozigose permitiu diferenciar todos os cromossomos X tipados. Uma mutação de uma repetição foi detectada em dois locos microssatélites em um único núcleo familiar. O ensaio multiplex desenvolvido permite a designação alélica acurada, com maior precisão do que a tipagem com os microssatélites disponíveis. Apoio financeiro: Universidade Estadual do Norte Fluminense, Núcleo de Diagnóstico e Investigação Molecular, Hospital Escola Álvaro Alvim, FAPERJ, FAPESP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 317 Recorrência de fissura labiopalatina não sindrômica: estudo genético-clínico de 307 famílias brasileiras Santos, DVC1; Lauris, JRP2; Kokitsu-Nakata, NM1 Seção de Genética Clínica, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - Universidade de São Paulo Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: fissura labiopalatina não sindrômica, recorrência familial, recorrência de fissura labiopalatina não sindrômica, recorrência de fissura palatina, fissuras orais As fissuras labiopalatinas constituem uma das anomalias congênitas mais frequentes, envolvendo o complexo craniofacial e podendo se manifestar isoladamente ou fazer parte do espectro fenotípico de várias síndromes. Cerca de 30% a 40% das fissuras labiopalatinas apresenta-se na forma não sindrômica. Estudos têm mostrado diferentes riscos de recorrência familial de fissura labiopalatina, dificultando o aconselhamento genético. Diante do vasto universo de pacientes cadastrados no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, o objetivo deste estudo foi investigar, sob o ponto de vista genético-clínico, 307 famílias brasileiras com fissura labiopalatina não sindrômica (FLPNS), com o intuito principal de se estabelecer a frequência de recorrência familial dessa anomalia. Os critérios mínimos para a inclusão neste estudo retrospectivo foram: presença de FLPNS (associada, no máximo, a duas anomalias menores) e existência de filhos biológicos dos propósitos. A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo I ( fissura de lábio com ou sem fissura de palato – FL+/-FP) e Grupo II ( fissura de palato – FP). No Grupo I, observou-se 234 indivíduos com FL+/-FP (116M e 118F) e, no Grupo II, 73 indivíduos com FP (19M e 54F). Analisando o total de 234 indivíduos, do Grupo I, 28 (17M/9F) apresentaram recorrência familial (propósito/filhos). Esses 28 própositos com recorrência tiveram um total de 74 filhos, dos quais 28 (37.84%) nasceram com FL+/-FP. Já, em relação ao Grupo II, o total de 15 filhos dos 4 propósitos com recorrência, 4 crianças (26.67%) nasceram com fissura, sendo 3 com fissura de palato e 1 com fissura de lábio. Consanguinidade entre o propósito e seu cônjuge foi observada, apenas no Grupo I, em 5 indivíduos, os quais tiveram filhos sem fissura labiopalatina. Este estudo mostrou que a frequência de recorrência de FLPNS foi maior no Grupo I (11.96%) do que no Grupo II (5.48%); que a consanguinidade parental não foi significativa como fator de risco e, aparente hipertelorismo ocular e discreta micrognatia foram as anomalias menores mais frequentemente associadas à fissura labiopalatina no Grupo I e II, respectivamente. Expansão da casuística para posterior cálculo dos riscos de recorrência de fissura labiopalatina será de grande relevância, principalmente no tocante ao adequado aconselhamento genético às famílias envolvidas. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 318 Estudo do gene SOD1 em formas esporádicas de esclerose lateral amiotrófica Andrade, HSP1; Lazar, M1; Mitne-Neto, M1; Machado, M2; Oliveira, ASB2; Silva, HCA2; Callegaro, D3; Zatz, M1 Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares, Universidade Federal de São Paulo 3 Divisão de Neurologia, Hospital das Clínicas, Universidade de São Paulo [email protected] 1 2 Palavras-chave: esclerose lateral amiotrófica, forma esporádica, SOD1, doença do neurônio motor, análise de mutações. A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é a doença do neurônio motor mais comum, com início tardio, acometendo 1:100.000 nascidos vivos. É caracterizada pela esclerose da região lateral da medula espinhal decorrente da morte dos neurônios motores superiores e fraqueza dos músculos, que se tornam atróficos devido à morte dos neurônios motores inferiores. Com causas ainda pouco conhecidas, a ELA hoje é uma doença incurável que leva os pacientes a óbito, aproximadamente, cinco anos após início dos sintomas. A forma esporádica da doença representa 90% dos casos mundiais e, deste percentual, 7,0% apresentam alterações no gene SOD1. Esse gene codifica a CuZn superóxido dismutase, enzima antioxidante que atua na conversão de íons superóxido em peróxido de hidrogênio. Mais de 140 mutações foram descritas no SOD1, sendo que elas alteram a estrutura da proteína, que passa a ter função tóxica no neurônio. Objetivos: Avaliar a frequência de mutações no gene SOD1 na forma esporádica de ELA, a fim de traçar o perfil genético dos pacientes brasileiros, e comparar com a frequência de outros países. Pacientes e Métodos: Os pacientes foram avaliados por neurologistas da Unifesp e Hospital das Clínicas (SP); 85 pacientes preencheram os critérios estabelecidos, entre eles ausência de histórico familiar e diagnóstico de ELA definida, provável ou possível. Amostras de sangue foram coletadas e o DNA foi extraído pela técnica de Miller. Em seguida, foram executados os seguintes procedimentos: amplificação das regiões codificantes do gene SOD1 por PCR, reação de sequenciamento e sequenciamento dos amplicons no sequenciador automático ABI 3730. As sequências foram analisadas com a ajuda do programa Sequencher. Para os 100 indivíduos controles, realizou-se a triagem de mutações no amplicon 5 utilizando a técnica de SSCP (Single Strand Conformation Polymorphism). Resultados: Dos 85 pacientes testados, 1 paciente (1,2%) apresentou uma alteração no exon 5 (358C>T). Esta alteração leva à troca de uma valina por uma leucina na posição 119 da proteína (V119L), até então não descrita nos bancos de dados mundiais. Esta mesma alteração não foi encontrada em nenhum dos 100 controles testados. Outros 6 pacientes (7,0%) apresentaram o polimorfismo de base única intrônico rs2234694. Conclusão: A frequência de mutações no gene SOD1 observada nos pacientes brasileiros com ELA esporádica é menor que aquela encontrada no restante dos países (7,0%). A alteração V119L não foi encontrada nos indivíduos controle, sugerindo a patogenicidade da alteração. Além disso, estudos mostram que alterações próximas, nos resíduos 118 e 124, conduzem à alteração na conformação da proteína, levando a casos de ELA. A frequência do polimorfismo rs2234694 é maior que aquela encontrada na população caucasóide (3,5%), e será investigada. A amostra está sendo ampliada e mais genes serão testados para traçarmos o perfil genético dos pacientes brasileiros da forma esporádica de ELA. Apoio financeiro: CEPID/FAPESP e CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 319 DNA damage and polymorphic sites of genes responsible for DNA repair (XRCC1 and XRCC4) in patients with systemic sclerosis Martelli Palomino, G1; Bassi, CL2; Wastowski, IJ1,6; Xavier, DJ3; Lucisano-Valim, YM1;4; Crispim, JCO1; Rassi, DM1; Marques-Neto JF5; Sampaio- Barros, PD5; Saddi. VA6; Donadi, EA1 Program of Basic and Applied Immunology, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo (FMRP-USP), Brazil Department of Basic Sciences in Health, Faculty of Medical Sciences, Federal University of Mato Grosso (UFMT), Brazil 3 Department of Genetics, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo (FMRP-USP), Brazil 4 Department of Physical and Chemical, Faculty of Pharmaceutical Sciences of Ribeirão Preto (FCFRP-USP), Brazil 5 Unit of Rheumatology, Department of Internal Medicine, Faculty of Medical Sciences, State University of Campinas, (UNICAMP), Brazil 6 Master’s Program in Genetics. Pontifical Catholic University of Goiás (PUC-GO), Brazil [email protected] 1 2 Keywords: Systemic sclerosis, Autoimmunity, DNA damage, XRCC1 and XRCC4 Patients presenting with systemic sclerosis (SSc) exhibit increased toxicity when exposed to genotoxic agents and present genomic instability even before disease onset. Considering that no previous study has reported DNA damage in SSc patients, this study analyzed DNA damage (comet assay) and polymorphic sites of the DNA repair genes XRCC1 (Arg/Gln) and XRCC4 (Ile/Thr). Allele and genotype frequencies of XRCC1 and XRCC4 genes were studied in 177 patients and 191 controls; 56 patients and 36 controls were also used to evaluate DNA damage (tail moment-TM). Statistical analyses were performed using the GraphPad Instat and SigmaStat softwares. Compared to controls (TM = 3.50), SSc patients exhibited increased DNA damage (TM= 28.30; p<0.001). After stratifying patients according to clinical variants (limited or diffuse), clinical manifestations (organ or tissue involvement) and laboratory findings (autoantibodies), no significant differences were observed. Compared to controls, the frequency of the mutant XRCC1 Gln allele was increased in limited SSc patients as well as in those presenting modified Rodnan skin score higher than 12 or cutaneous manifestations (p<0.001 for each comparison). In addition, the XRCC1 Gln/Gln genotype frequency was also increased in limited SSc patients (p=0.0147). XRCC4 allele and genotype frequencies observed in SSc patients were not significantly different from those observed in controls. DNA damage was not influenced by the XRCC1 genotypes among patients; however, XRCC4 Ile/Thr heterozygotes exhibited increased DNA damage (TM= 80.04) when compared to the wild or mutant Ile/Ile and Thr/Thr homozygous (p<0.001 for each comparison). Among controls, the XRCC1 Arg/Gln and XRCC4 (Ile/Thr) genotypes exhibited increased DNA damage (TM= 11 and 15. 52, respectively) in relation to individuals presenting other genotypes (p<0.001). The present results clearly show the presence of genomic instability in SSc lymphocytes, being the XRCC1 Gln and XRCC4 Thr alleles associated with DNA repair inefficiency. Financial support: CNPq and CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 320 Panorama de gravidade pulmonar na fibrose cística (FC) mediado por genes modificadores de gravidade clínica distribuídos por agrupamento genotípico do gene CFTR Marson, FAL¹; Ribeiro, JD¹; Bertuzzo, CS²; Ribeiro, AF¹ ¹Departamento de Pediatria - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) ²Departamento de Genética Médica - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) [email protected] Palavras-chave: ACE, GCLC, GST (M1, T1, P1), NOS-1, ADRB2R Introdução: O genoma humano apresenta milhões de polimorfismos, sendo que, virtualmente todo gene apresenta alguma variação. Enquanto a maior parte da variação não apresenta consequência funcional, em muitos genes, formas variantes, garantem resposta diferenciada a agentes diversos, podendo levar a variabilidade na apresentação clínica de algumas doenças como a FC. Nesse estudo, foram selecionados os genes ACE(atividade pró-inflamatória), GCLC(polimorfismos-129C/T e -350A/G) e GST(M1,T1,P1)(atuantes no ciclo da glutationa-GSH), NOS-1(resposta antimicrobiana decorrente do óxido nítrico- polimorfismos de repetição em tandem AAT,TG1 e TG2) e ADRB2R(resposta a broncodilatação, polimorfismos-46A/G e -79C/G) como possíveis modificadores da FC. Objetivo: Associar os polimorfismos com a gravidade pulmonar da FC em grupos de pacientes distribuídos de acordo com a mutação do gene CFTR. Método: 184fibrocísticos, idade média17,5anos, sexo masculino50,3%. Técnicas: PCR para análise dos polimorfismos de deleção, juntamente ao NESTED de PCR e PCR multiplex. Para os polimorfismos do tipo SNPs utilizou-se a digestão por endonucleases. O gene ADRB2R foi analisado pela PCR ARMS e o NOS-1 pela genotipagem(sequenciador MegaBace1000®). Parâmetros clínicos:Escores de Kanga(EK), Shwachman-Kulczycki(ES) e Bhalla, IMC(para idade), diagnóstico, inicio dos sintomas(pulmonar/digestivo), microrganismos isolados, espirometria(CVF, VEF1, CVF/VEF1 e FEF25-75%) e saturação de oxigênio(SaO2). Análise estatística:teste de regressão multivariada logística e linear, 5% de significância. Resultados:Pacientes foram agrupados de acordo com o genótipo CFTR em 3 grupos(portadores de duas, uma ou nenhuma mutação grave)para minimizar a influência desta variável na análises. Genes GSTM1, GCLC(polimorfismo129C/T) e GSTP1 não apresentaram correlação significativa. Genes GSTT1*M1:portadores do alelo codificante apresentaram menor IMC(OR:3,08; IC=1,35-7,09) e com ambos alelos nulos menor SaO2(OR:4,27;IC=1,2-20,09) e ES(OR:9,0;IC=1,47-5,07). O alelo nulo para T1 foi associado à infecção pela Pseudomonas aeruginosa não mucóide e mucóide(OR:3,1,IC=1,28-7,56; OR:4,8;IC=1,69-13,74; respectivamente). GCLC350(A/G):o genótipo A/A foi associado com pior classificação na SaO2(OR:5,8; IC=2,31-14,54), EK(p=0,02) e espirometria[FEF25-75%(p=0,01), VEF1/ CVF(p=0,02) e VEF1(OR:4,6;IC=1,3-5,2)]. ACE:portadores do alelo D tiveram o diagnóstico e o inicio do quadro digestivo precoces(OR:3,07;IC=1,1-2,61; OR:8,2;IC=1,4-1,46, respectivamente). O genótipo DD foi associado com pior ES(OR:6,8;IC=1,19-34,21) e infecção pulmonar pelo Achromobacter xylosoxidans(OR:4,5;IC=1,20-17,05). ADRB2R: polimorfismo +79C/G teve o genótipo C/C(Gln/Gln) associado ao inicio do quadro pulmonar, digestivo e diagnóstico precoce(p=0,04) e o genótipo G/G(Glu/Glu) a pior classificação para o EK(p=0,04) e ES(p=0,04). O genótipo A/A(Arg/ Arg) do polimorfismo +46A/G foi associado com a redução do FEV1/CVF(%) após o uso do broncodilator(p=0,02), diagnóstico(p=0,02), idade da primeira manifestação(p=0,04) e inicio do quadro pulmonar(p=0,02) precoces. NOS-1: mais que 12 repetições no polimorfismos AAT associou-se com o inicio das manifestações(p=0,03) e da doença pulmonar(p=0,01) precocemente, menor valor do FEV1(p=0,04) e SaO2(p=0,03) e infecção pela Bulkoderia cepacia(OR=2,6;IC:1,23-2,40). Polimorfismo TG1:pacientes com mais que 16 repetições tiveram valores elevados para o FVC(p=0,03) e FEV1(p=0,04), porém isolou-se a B. cepacia precocemente (p=0,03). Já pacientes com mais que 25 repetições no TG-2 tiveram o A. xylosoxidans isolado precocemente (p=0,03) e presença crônica do Staplylococcus aureus (OR=2.15). Conclusão:Polimorfismos em diferentes genes podem modular a gravidade da FC. Apoio financeiro: FAPESP, FUNCAMP e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 321 Frequência do polimorfismo (TG)m-Tn em pacientes com Fibrose Cística clássica e atípica Simon, L1; Kiehl, MF 1,2; Bock, H1; Dalcin, P3; Abreu e Silva, F3; Sanseverino, MT4; Saraiva-Pereira, ML1,3 Laboratório de Identificação Genética – Centro de Pesquisa Experimental – Hospital de Clínicas de Porto Alegre Departamento de Genética – Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 Serviço de Pneumologia – Hospital de Clínicas de Porto Alegre 4 Serviço de Genética Médica – Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 5Departamento de Bioquímica - Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] 1 2 Palavras chaves: Fibrose Cística, CFTR, (TG)m-Tn Introdução: A Fibrose Cística (FC) é a doença autossômica recessiva mais comuns em euro-descendentes, sendo causada por mutações no gene regulador da condutância transmembrânica da fibrose cística (CFTR), o qual funciona como um canal de cloreto regulado por cAMP na superfície apical da célula. A FC clássica se caracteriza pela presença de pelo menos uma mutação grave em cada cópia do gene CFTR, enquanto uma mutação branda em combinação com uma mutação grave ou outra mutação branda estão associadas à FC atípica. Além das mutações responsáveis pela FC, genes modificadores e polimorfismos podem atuar parcialmente na penetrância fenotípica da doença. O polimorfismo (TG)m-Tn localizado no íntron 8, próximo ao sítio aceptor de splicing do éxon 9, pode determinar a perda deste éxon durante a transcrição, resultando em uma proteína anormal. Três alelos comuns são conhecidos na região de politiminas (T5, T7 e T9), associados a repetições de 10 a 13 (TG)m localizadas imediatamente ajusante do lócus Tn. Um número menor de timinas associado com longas repetições (TG)m aumenta a proporção de perda do éxon 9 e pode determinar fenótipos atípicos de FC. Objetivos: Avaliar o polimorfismo (TG)m-Tn em 89 pacientes com diagnóstico clínico de FC clássica e 25 pacientes com diagnóstico clínico de FC atípica, provenientes do Serviço de Pneumologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Métodos: O DNA genômico dos pacientes foi extraído pela técnica de salting-out e quantificado pelo método fluorimétrico QuantiT (Invitrogen). A região polimórfica foi amplificada por PCR e submetida ao sequenciamento direto seguida por eletroforese capilar no analisador genético ABIPrism 3130xl (Applied Biosystems). Resultados: O alelo T5 apresentou frequência de 0,011 entre os pacientes com diagnóstico clínico de FC clássica, enquanto nenhum dos pacientes com fenótipo atípico da doença apresentou a variante. As variantes T7 e T9 foram encontradas com frequências de 0,840 e 0,160 nos pacientes com FC atípica e com frequências de 0,489 e 0,500 nos pacientes com FC clássica. Nos grupos analisados, 10, 11 e 12 repetições TG foram observadas. Os alelos T5 encontrados nessa estavam associados com 11 repetições TG. Conclusões: Através desse trabalho, 2 pacientes com FC foram identificados como portadores do alelo T5. Os aspectos clínicos e genotípicos desses pacientes estão sendo analisados para permitir a comparação dos dados encontrados. O presente trabalho avaliou o polimorfismo (TG)m-Tn no gene CFTR, o qual está associado com modificações na manifestação fenotípica da doença em pacientes com FC. Apoio financeiro: CNPq, FIPE-HCPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 322 Variante da Síndrome Ullrich-Turner e Neurofibromatose Tipo I Huber, J1,3; Ramos, ES1,2; Laureano, LAF1; Machado, ML2; Martelli, LR1,2 Setor de Genética Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP 3 Disciplina de Genética Médica do Curso de Medicina do Centro Universitário Barão de Mauá 1 2 Keywords: Neurofibromatose, Noonan, Ullrich-Turner, Síndrome, Cariótipo. A Neurofibromatose tipo I (NF1) é uma doença monogênica caracterizada pela presença de múltiplas manchas café-com-leite, efélides (sardas) axilares e/ou inguinais, neurofibromas e nódulos de Lisch em íris. Alguns pacientes portadores de NF1 tem sobreposto um fenótipo da síndrome de Noonan (baixa estatura, hipertelorismo ocular, fendas palpebrais obliquas para baixo, orelhas baixo implantadas, pescoço alado e estenose pulmonar) que possui um conjunto de alterações físicas muito semelhantes às da Síndrome de Ullrich-Turner (SUT). Alguns autores consideram esta associação de fenótipos como uma entidade nosológica distinta denominada síndrome Neurofibromatose-Noonan. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de um paciente de 16 anos de idade com diagnóstico clínico de NF1 apresentando manchas café-com-leite em tronco e membros, nódulos de Lisch em iris e, ainda, baixa estatura, pescoço curto, nevi melanocíticos em tronco e valgismo cubital. Não há história familiar de NF1. O estudo citogenético com bandeamento GTG em linfócitos obtidos em sangue periférico foi 45,X[28]/46,XY[72]. O US de bolsa escrotal revelou testículos de dimensões reduzidas. Há raros casos descritos na literatura médica de pacientes portadoras de SUT e NF1 e sugerindo o cariótipo das meninas com a associação dos dois fenótipos (Noonan e NF1). Neste trabalho os autores concluem que o estudo citogenético deve ser realizado não só em pacientes do sexo feminino com a associação de fenótipo NF1 e estigmas de Noonan, mas também em pacientes do sexo masculino. Apoio: FAEPA, Centro Universitário Barão de Mauá. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resum