O empreendedor - Instituto de Economia

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Instituto de Economia - UFRJ
IEE 531 - Economia do Empreendedorismo 2016.2
Professora: Renata La Rovere
Tutor: Guilherme de Oliveira Santos
Bibliografia
JULIEN, P.A. Empreendedorismo Regional e
Economia do Conhecimento. São Paulo:
Saraiva, 2010. Cap.3
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ
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Sobre o autor
Pierre-André Julien

Professor Emérito da Université du Québec à Trois-Rivières, do Canadá;

Um dos fundadores do Institut de Recherche sur les PME, em Québec, da
AIREPME (Association Internationale de Recherche em Entrepreneuriat et
PME) e da Revue Internationale PME

Colaborador,
desde
1989,
da
Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Participou da elaboração da Carta de Bolonha sobre Políticas para as PMEs,
adotada por 47 países

Publicou só ou com colaboradores 22 livros e mais de cem artigos científicos

Um dos artigos, “Information trasformation:some missing links”, foi
classificado como um dos Top 50 Papers de 2007 pela Emerald Management
Reviews

É internacionalmente reconhecido por seu notório conhecimento no campo do
empreendedorismo
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Organização
para
Cooperação
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e
Os empreendedores
• Não existe um padrão de comportamento;
• Em comum: buscam independência;
• Necessitam de um meio para agir para ter ideias, recursos
para o desenvolvimento e novas informações para darem
prosseguimento ao negócio;
• Existe
uma
confusão
na
literatura:
misturam
o
significado do empreendedor com o do empreendimento;
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Os empreendedores
O inato, o adquirido e o construído
•
Ninguém nasce empreendedor, torna-se um;
•
Sua história lhe dá sentido e rumo;
•
O ambiente (meio) possibilita e apoia;
Não é fruto do acaso, nem da racionalidade redutora (de
escolhas) da teoria econômica clássica (egoísmo + lucro =
empresário);
•
Liderança em brincadeiras na infância não é indicativo de
futuro empreendedor;
•
Imersão
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Os empreendedores
O inato, o adquirido e o construído
Empreendedor ou empreendedores – sozinho ou em grupo, em
dado momento:
• Se lançam para a construção de uma nova
empresa;
• Autônomos que mantém um mínimo possível de
estruturas organizacionais;
• Herdam empresas já montadas;
• Transformam suas empresas;
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Os empreendedores
Pontos que influenciam o nascimento de um empreendedor:
Saúde:
•Certas atividades exigem muita energia;
•Longas horas de trabalho;
•Alta carga de responsabilidade;
•Estresse mental/físico;
Meio de vida:
Família:
•Herança de valores;
•Formas de ver o mundo;
•Desenvolvimento de hábitos, conscientes ou não;
Espaço de socialização:
Compartilhamento de convenções, referências comuns,
comportamentos – vizinhos, bairros, escolas, trabalho, cidades;
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hábitos
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e
Os empreendedores
Formação e experiências que afetam comportamentos:
•Escola;
•Amigos;
•Colegas
de trabalho;
•Namoro;
Jovens atuais não tendem a seguir uma via linear como a de
seus pais e avós, principalmente:
•
Pulam entre disciplinas;
•
Largam um curso para fazer outro;
•
Deixam a escola para voltar mais tarde;
•
Experimentam, experimentam, experimentam;
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Os empreendedores
Tipos de influências sociais sobre o empreendedor potencial ou
efetivo:
INFLUÊNCIAS
ORIGEM
EFEITOS
POSITIVAS
NEGATIVAS
Afetivas
Família, amigos
etc.
Laços fortes de
segurança
Encorajamento
Dissuasão
Simbólicas
Educação,
trabalho
Normas, crenças,
modelos
Segurança
Conservadorismo
Sociológicas
Trabalho,
experiência,
redes
Enraizamento ou
imersão em um
meio
Recursos
disponíveis
Obstáculos
potenciais
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Os empreendedores
Os detonadores ou as razões pessoais e sociais para empreender:
Segurodesemprego
Deslocamento
(Shapero, 1975)
Oportunidade
&
Necessidade
Tempo
Motivações
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Os empreendedores
Motivações
Nem sempre claras e precisas:
•Desejo de se afirmar? Distinguir?
•Se identificar com uma obra?
•Busca pela autonomia e independência?
•Busca pelo poder? Ambição?
•Enfrentamento de desafios?
•Viver uma aventura?
•Necessidades sociais e de amparo aos familiares?
•Necessidade de criar empregos para uma comunidade?
•E o Lucro?
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Os empreendedores
Quaisquer que sejam as razões, não são únicas, nem confinadas
em um dado período:
•Razões
se desenvolvem;
•Mudam;
•Trocam;
•Variam
de acordo com o grau de persistência, interesses em
jogo e oportunidades complementares ou opostas;
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Os empreendedores
•Razões
•O
empreendedor, nas suas experiências acadêmicas e
profissionais:
•Aumenta as habilidades;
•Usa para amadurecimento pessoal;
•Usa em passatempos/férias;
•Usa para participação em atividades voluntárias em
organizações sociais;
Desenvolve sentido para dirigir e organizar habilidades
que se aperfeiçoam com a prática, além de facultar a
possibilidade de guardar ideias para serem usadas no
futuro;
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O empreendedor
• Oportunidades se distinguem pela origem e evolução:
• Criadas x Aproveitadas;
• Desenvolvidas e aplicadas rapidamente x Evoluem devagar
antes de nascerem;
• Decisão de criar uma empresa exige atenção e vigilância, além
da capacidade de associar ideias ou recombinar elementos
conhecidos com informações complementares;
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O empreendedor
•Motivações
•Os
pioneiros (Marris, 1971);
•A
ideia de fazer melhor, fazer de outra forma ou fazer outra
coisa construída gradualmente, em um vai e vem complexo
entre o conhecido e a novidade;
•A
criação deliberada e gestada/ ideias estão “no ar”
(Marshall);
•O
empreendedor Schumpeteriano;
Motivação
Habilidades
Oportunidades
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O empreendedor
Muda a si próprio, porque interiorizam a sua criação, deixandose transformar por ela
Reflexibilidade ou aprendizagem na e pela ação
“Co-ação”, coevolução
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O empreendedor
Os quatro grandes tipos de empreendedor
muita
Empreendedor
de imitação
20% a 30%
Empreendedor
de aventura
1%
Empreendedor
de reprodução
30% a 40%
Empreendedor
de valorização
5% a 20%
AMBIENTE NOVO,
HOSTIL OU COM FORTES
BARREIRAS À ENTRADA
IMPORTÂNCIA DA
MUDANÇA
pouca
pouca
AMBIENTE TRADICIONAL,
RECEPTIVO OU EM
MUDANÇA LENTA
muita
IMPORTÂNCIA DO VALOR NOVO
CRIADO OU DA INOVAÇÃO NO
AMBIENTE
Observações:
Os setores não são iguais:
Biotecnologia não existe empresas imitadoras, a maior parte é de aventura
Manufatureiro, contabilidade, agronegócio, etc, existem, imitadores e de
reprodução
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O empreendedor
Classificação de Kirchhoff, 1994
PMEs ofuscantes e
fascinantes = gazelas
Crescimento rápido, perda
de controle e autonomia
PMEs limitadas pelos
recursos próprios e baixa
capacidade do
empreendedor
PMEs + recursos +
ambição
+ crescimento e inovação
regulares
PMEs métier específico,
crescimento lento,
inovação rara. Privilegiam
o controle em detrimento
do crescimento
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O empreendedor
Críticas aos traços:
1. Os defensores dessa teoria esperam encontrar “o elemento místico que
gera a renda do empreendedor”, qualquer que seja;
2. São instantâneos, quando na verdade as características ou qualidades de
qualquer indivíduo evoluem de acordo com a idade ou o estágio de
desenvolvimento da empresa, ao ponto de alguns se tornarem cada vez
menos empreendedores e cada vez mais gestores;
3. Retratam uma lista de qualidades que não diz se o empreendedor deve têlas todas nem o que fazer caso lhe faltem algumas;
4. Traços particulares não podem valer para qualquer ambiente;
5. Essa teoria se destrói por si mesma, uma vez que descreve traços que,
em princípio, deveriam garantir o sucesso àqueles que os possuem, quando
na realidade o maior número de empreendedores fecha suas
empresas nos dez primeiros anos de existência;
6. E quanto ao segundo tipo de empreendedor do projeto GEM, o dito “por
necessidade”? Eles repentinamente adquiriram essas características porque
foram afastados ou porque não encontravam emprego quando saíram do
mercado de trabalho?;
7. Considera o empreendedor como o personagem-chave do
empreendedorismo e como um ser à parte, quando na verdade o
empreendedorismo é um fenômeno coletivo;
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O empreendedor
•Processo de criação:
•Iniciação: pode ser mais ou menos longa, forjada na ou pela família +
informação do meio;
•Maturação: se desenvolve de maneira mais ou menos consciente,
junto com as aspirações e os objetivos do empreendedor potencial. Está
no nível mental;
•Decisão: pode ser gradual ou súbita, a depender das circunstâncias:
disponibilidade de local, recursos humanos e equipamentos, acesso a
subsídios ou financiamento etc. O lançamento pode ser gradual ou súbito
e pode ser irreversível, dependendo da quantidade de recursos e tempo
demandados;
•Finalização: ocorre quando a empresa começa a fazer os primeiros
testes, produzir os primeiros bens ou prestar os primeiros serviços,
quando o empreendedor dá os primeiros passos para dirigi-la;
•Consolidação: descreve a velocidade de ação no mercado e a
necessidade de recursos para atuar no mesmo.
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O empreendedor
O itinerário do empreendedor ou as condições de manutenção
do espírito empreendedor:
O desenvolvimento da empresa depende:
•da capacidade do empreendedor e
•de alguns elementos-chave da própria empresa
•do itinerário que o empreendedor tomou
•do meio
O desenvolvimento continua
ao mesmo tempo em que o
empreendedor muda
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Aversão ao risco
O empreendedor
Condições para manutenção do espírito
empreendedor:
• Manter o “faro”;
• Conservar certa paixão;
• Adquirir experiência;
• Apoio constante de pessoas próximas;
• Apoio e estímulo do meio;
• Conservar o espírito de liderança;
• Renovar o senso de iniciativa;
• Ter certa humildade diante da sorte;
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O empreendedor
DISCUTIR o itinerário ou fazer
qualquer outra análise do
empreendedor isolado é falsear a
perspectiva;
O empreendedor é um ser social e a
criação da empresa liga-se a atos
coletivos – criação e retomada afeta
o empreendedor, que muda com ela;
O desenvolvimento e a
manutenção do espírito
empreendedor perpassam,
obrigatoriamente, pelo dinamismo
da organização
O meio pode ser estimulante ou
não;
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Trabalho
• Pensar em perguntas para a entrevista com o
empreendedor (roteiro);
•
Categorias:
•Empreendedor;
•Meio;
•Negócio;
•Processo;
•Obstáculos e Desafios;
•Recursos;
•Conselhos;
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