Aplicações da Web Semântica nas Redes Sociais André

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APLICAÇÕES DA WEB SEMÂNTICA NAS REDES SOCIAIS
SEMANTIC WEB APPLICATION IN SOCIAL NETWORKS
André Dsessards Jardim1
Centro Politécnico, Universidade Católica de Pelotas( UCPel), Rio Grande do Sul
Luiz Antonio Moro Palazzo2
Centro Politécnico, Universidade Católica de Pelotas( UCPel), Rio Grande do Sul
Resumo
O presente trabalho descreve a construção de uma ontologia para Redes Sociais. Também apresenta um
estudo geral sobre os pontos em que se tangenciam Web Semântica, Redes Sociais e Ontologias, com o
objetivo de verificar como Redes Sociais podem ser potencializadas na Web Semântica e de como no futuro
a Web Semântica e as Redes Sociais irão se integrar. O grande desafio consiste em modelar este domínio de
uma forma que facilite o desenvolvimento de aplicações para ele utilizando tecnologias e ferramentas já
disponíveis.
Palavras-chave: Web Semântica, Web 2.0, Redes Sociais, Ontologias.
Abstract
This work aims to build an ontology for Social Networks. It also describes a general study on Semantic Web,
Social Networks and Ontologies, in order to see how Social Networks can be enhanced through Semantic
Web Technologies, and how in the future and the Semantic Web and Social Networks could be integrated.
The big challenge is to mold this field in a manner that facilitate the development of innovative applications
using technologies and tools already available for the Semantic Web.
Key words: Semantic Web, Web 2.0, Social Networks, Ontologies.
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[email protected]
[email protected]
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1. Introdução
A organização da imensa vastidão de conteúdo disponível atualmente na Internet, de uma forma
simples, eficiente e focada em nossas necessidades, se tornou um problema. Dessa necessidade
surgiu a Web Semântica. Sua principal aplicação se refere à capacidade de os sistemas
computacionais interpretarem o conteúdo disponível nos sites da Internet e conseguir entender de
forma diferenciada uma página em que a palavra bala é um doce ou é um projétil de armas, por
exemplo. Ou seja, o conteúdo é interpretado de acordo com seu contexto (Clicko, 2008).
A Web Semântica representa a evolução da Web atual. Enquanto esta última foi desenvolvida para
ser compreendida somente pelos usuários, a Web Semântica está sendo projetada e construída
para ser entendida também pelas máquinas. Este entendimento se dá na forma de agentes
computacionais capazes de operar eficientemente sobre as descrições das informações
(metadados), conseguindo entender seus significados e, portanto, auxiliando os usuários em suas
atividades e operações na Web [Dziekaniak et al., 2004].
De acordo com [Berners-Lee et al., 2001], os computadores necessitam ter acesso a coleções
estruturadas de informações (dados e metadados) e de conjuntos de regras de inferência que
ajudem no processo de dedução automática para que seja administrado o raciocínio automatizado,
ou seja, a representação do conhecimento.
Estas regras são especificadas através de Ontologias, as quais permitem representar
explicitamente a semântica dos dados. Através de ontologias é possível representar grandes redes
de conhecimento humano, complementando o processamento da máquina e, portanto, melhorando
qualitativamente o nível de serviços na Web.
As principais pesquisas nesta área estão focadas na construção da Web Semântica, baseada
diretamente nas percepções cognitivas e no modo de ver o mundo por meio da informação de cada
usuário. Uma rede adaptativa, flexível, e principalmente visível [Saad, 2008]. Isto significa que a
Web está cada vez mais Semântica. O impacto desta mudança nas Redes Sociais é muito grande e
necessita ser sistematicamente estudado para ser compreendido e facilitar o desenvolvimento de
futuras aplicações.
Atualmente Ontologias são utilizadas diversas áreas do conhecimento, com o objetivo de organizar
a informação. Segundo [Lima, 2001], Ontologias fornecem um entendimento comum e
compartilhado de um domínio, que pode ser comunicado através de pessoas e sistemas de
aplicação, tornando-se fator chave para o desenvolvimento da Web Semântica.
Ontologias são muito utilizadas como representações de dados para bases de conhecimento e
marcação de dados na Web Semântica [Dziekaniak et al., 2004]. Abordagens baseadas em
ontologias mostraram as vantagens da integração de informações e interoperabilidade de sistemas
incluindo reusabilidade, análise de verificação, etc. Dessa forma, foi desenvolvida uma Ontologia
do Domínio das Redes Sociais, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento de novas aplicações
utilizando as ferramentas e recursos da Web Semântica.
O artigo está estruturado da seguinte forma: a seção 2 introduz sucintamente a Web Semântica,
suas características e os formalismos que tornam possível sua existência, como XML e RDF. A
seção 3 aborda as definições e características da Web 2.0, com ênfase nas Redes Sociais,
mostrando seu impacto e as oportunidades e desafios que surgem da sua utilização. A seção 4
apresenta conceitos e definições de Ontologias. Na seção 5 é apresentada a Ontologia do Domínio
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das Redes Sociais, a qual constitui o foco principal deste trabalho. Também são apresentadas na
seção 6 as considerações finais e trabalhos futuros.
1.1. Trabalhos Relacionados
Após uma revisão de literatura, foi encontrado apenas um trabalho que possui algumas
similaridades com o trabalho proposto aqui, trabalhando com Ontologias e Redes Sociais. É
brevemente explicado a seguir.
O SIOC – Semantically-Interlinked Online Communities [SIOC, 2009], o que significa
Comunidades On-line Semanticamente Interligadas. É um framework que tem por objetivo
conectar sites de comunidades online e discussões baseadas na Internet. Segundo os autores,
comunidades on-line (blogs, fóruns, etc) são como ilhas – elas contém valiosa informação, mas não
são bem conectadas. SIOC permite aos autores interligar estes sites, e habilita a extração de
informação mais rica de vários serviços de discussão.
O núcleo do SIOC é uma Ontologia: um vocabulário que contêm conceitos necessários para
expressar a informação contida em sites de comunidades on-line. Estes sites então fornecem
informação sobre sua estrutura e conteúdos para o mundo exterior.
Esta informação é lida
por máquina e estruturada utilizando a ontologia SIOC, e pode ser utilizada por ferramentas que
entendam os dados SIOC para sugerir informações relacionadas a partir de outros sites de
comunidades. O modelo do SIOC é apresentado na figura 1.
Figura 1 – Modelo do SIOC - Semantically-Interlinked Online Communities
Fonte: SIOC, 2009
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2. Web Semântica
A Web Semântica, também conhecida por Web 3.0, consiste na materialização da proposta de Tim
Berners-Lee, o criador da Web de dotar a Web com uma representação semântica compartilhada,
de uma forma que pudesse ser interpretada simultaneamente por seres humanos e máquinas,
permitindo assim a inferência automática de conteúdo, futuros estados e ações.
De acordo com [Berners-Lee, 2007], o modo mais simples de explicar a Web Semântica é o
seguinte: “No seu computador você tem seus arquivos, os documentos que você lê, e existem
arquivos de dados como agendas, programas de planejamento financeiro, planilhas de cálculo.
Estes programas contêm dados que são usados em documentos fora da Web. Eles não podem ser
colocados na Web”.
Segundo o mesmo autor, “a Web Semântica é sobre a colocação de arquivos de dados na Web. Não
é apenas uma Web de documentos, mas também de dados. A tecnologia de dados da Web
Semântica terá muitas aplicações, todas interconectadas. Pela primeira vez haverá um formato
comum de dados para todos os aplicativos, permitindo que os bancos de dados e as páginas da
Web troquem arquivos”.
Segundo [Berners-Lee et al., 2001], grande parte do conteúdo da Web atual é projetada para o
entendimento humano apenas, não para programas de computador manipulá-los
significativamente, pois as máquinas ainda não possuem um método seguro para processar a
semântica. De acordo com ele, o objetivo da Web Semântica é trazer estrutura para o conteúdo das
páginas Web, aumentando-lhes o significado, criando um ambiente onde agentes de software
podem fluir de página a página, cumprindo sofisticadas tarefas para os seus usuários.
O mesmo autor ainda afirma: “A Web Semântica é uma extensão da Web atual, onde a informação
possui um significado claro e bem definido, possibilitando uma melhor interação entre
computadores e pessoas”. Deste modo, é evidente que o objetivo final da Web Semântica é atender
as pessoas e não os computadores, mas para isso torna-se necessário construir instrumentos que
forneçam sentido lógico e semântico para as máquinas. Assim, pode-se verificar que a Web
Semântica é uma tentativa inversa de solução, comparando-se com as tradicionalmente
desenvolvidas, onde a idéia é pensar nas máquinas para que estas possam servir aos humanos de
maneira mais eficiente [Ramalho, 2006].
A Web Semântica representa a evolução da Web atual. A Web tradicional foi desenvolvida para ser
entendida apenas pelos usuários, já a Web Semântica foi idealizada para ser compreendida
também pelas máquinas. Para isso utiliza diversas tecnologias, que são capazes de operar de
maneira eficiente sobre as informações, podendo entender seus significados, assim, auxiliando os
usuários em operações na Web [Dziekaniak et al., 2004]. Ela tem como objetivo fornecer
estruturas e dar significado semântico ao conteúdo das páginas Web, criando um ambiente
cooperativo, onde agentes de software e usuários possam atuar juntos.
De acordo [Ramalho, 2006], uma das bases da Web Semântica reside na utilização de Ontologias,
de modo que se espera que, com o desenvolvimento de ontologias formais, seja possível descrever
as informações semânticas dos recursos Web, possibilitando o compartilhamento e a manipulação
de informações que possam ser interpretadas computacionalmente de maneira automática, a partir
da utilização de regras lógicas.
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A figura 2 mostra a evolução da Web, com uma projeção até o ano de 2020. O eixo horizontal
mostra o aumento da conectividade social, enquanto o eixo vertical mostra o aumento da
conectividade de conhecimento e raciocínio. Começa no canto inferior esquerdo, mostrando a Web,
que conecta informações. No canto inferior direito está e Web Social, que conecta pessoas. No
canto superior esquerdo se encontra a Web Semântica, que conecta conhecimento. E por fim, no
canto superior direito está a Web Ubíqua, que conecta inteligência.
Figura 2 – A evolução da Web
Fonte: Davis, 2008
Para que a existência da Web Semântica se torne possível, alguns formalismos são necessários.
Tais formalismos são o XML e o RDF.
XML (eXtensible Markup Language) é uma recomendação da W3C (World Wide Web Consortium)
para gerar linguagens de marcação para necessidades especiais. É um subtipo de SGML (Standard
Generalized Markup Language) capaz de descrever diversos tipos de dados. Seu propósito
principal é a facilidade de compartilhamento de informações através da Internet.
Atualmente, a linguagem XML é uma das tecnologias mais amplamente adotadas para intercâmbio
e representação de informações na Web, com a vantagem de permitir, a cada um, criar suas
próprias tags, rótulos ocultos que anotam as páginas Web, ou seções de texto em uma página.
A RDF é um padrão recomendado pelo W3C que usa notação XML como sintaxe de codificação
para descrição de metadados. RDF é uma aplicação XML que serve como uma base para o
processamento de metadados. Seu principal objetivo é o de facilitar o intercâmbio de informações,
que podem ser interpretadas por máquinas, entre aplicativos via Web.
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O RDF é um sistema para auxílio ao desenvolvimento de metadados cuja finalidade é promover a
interoperabilidade entre aplicações que compartilham informações que sejam entendidas por
sistemas na Web [Dziekaniak et al., 2004]. Metadados representados em RDF são utilizados para
dar significado aos recursos da Web Semântica por permitir que estes sejam manipulados e
compreendidos por máquinas.
3. Redes Sociais
Web 2.0 é um termo cunhado em 2004 pela empresa estadunidense O’Reilly Media para designar
uma segunda geração de comunidades e serviços baseados na plataforma Web, como wikis,
aplicações baseadas em folksonomia e Redes Sociais. Embora o termo tenha uma conotação de
uma nova versão para a Web, ele não se refere à atualização nas suas especificações técnicas, mas
a uma mudança na forma como ela é encarada por usuários e desenvolvedores [Wikipedia, 2009a].
Segundo [O’Reilly, 2006], Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um
entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais
importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores
quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.
Umas das principais características é que ela pode ser utilizada como uma plataforma, isto é,
viabilizando funções online que antes só poderiam ser conduzidas por programas instalados em um
computador. Isso significa ver a Web não como um programa, mas sim como um ambiente
dinâmico onde o usuário não acessa dados simplesmente, mas pode criar e editar conteúdos.
A segunda geração da Internet é movida a dados. A chave para a vantagem competitiva em
aplicativos para Internet é permitir que os usuários complementem dados já disponíveis com seus
próprios. Assim, a “arquitetura de participação” vai além do desenvolvimento de software, com
usuários envolvidos de forma a criar conteúdo na plataforma, assim como na divulgação desta
Um dos pontos principais da Web 2.0 é a Consumer-Generated Media (CGM) ou mídia gerada
pelo consumidor é um termo utilizado para descrever o conteúdo que é criado e divulgado pelo
próprio consumidor. Com o surgimento da Internet e o avanço das tecnologias digitais, da mesma
maneira que o acesso dos consumidores à informação teve um aumento significativo, aumentou
também a facilidade dos consumidores em expressar suas opiniões.
Na Internet o CGM está presente em comentários, fóruns, lista de discussões, blogs e fotologs,
comunidades, grupos, sites participativos, no YouTube, na própria Wikipedia. Os consumidores
utilizam todas as ferramentas disponíveis (Messenger, sites, blogs, e-mails, mensagens, celulares,
etc.) para divulgar, sobretudo, suas experiências pessoais e opiniões em relação a produtos,
serviços, marcas, empresas, notícias.
Segundo [Wikipédia, 2009b], Redes Sociais na Internet são as relações entre os indivíduos na
comunicação mediada por computador. Esses sistemas funcionam através da interação social, com
o objetivo de conectar pessoas e proporcionar sua comunicação, sendo utilizados, portanto, para
forjar laços sociais. As organizações sociais geradas pela comunicação mediada por computador
podem atuar também de forma a manter comunidades de suporte que, sem a mediação da máquina,
não seriam possíveis porque são socialmente não-aceitas.
De acordo com [Cardozo, 2008] a questão central das redes é a valorização dos elos informais e
das relações, em detrimento das estruturas hierárquicas. Redes Sociais representam um conjunto
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de participantes autônomos, unindo idéias e recursos em torno de valores e interesses
compartilhados. As Redes Sociais constituem exatamente as relações entre os indivíduos na
comunicação mediada por computador. Esses sistemas funcionam através da interação social,
tendo como objetivo conectar pessoas e proporcionar sua comunicação e, portanto, podem ser
utilizados para forjar laços sociais.
3.1 Impactos
Um estudo mostrou que campanhas online partindo de Redes Sociais podem ter um impacto 500
vezes maior do que quando partem dos sites das empresas. Segundo dados do IBOPE//NetRatings,
somente em maio de 2008, 18,5 milhões de pessoas navegaram em sites relacionados a
comunidades. Se forem acrescidos a este número os fotologs, videologs e as mensagens
instantâneas, o valor aumenta para 20,6 milhões de brasileiros por mês acessando algum tipo de
Rede Social. Esse número representa cerca de 90% do total de usuários que acessam a Internet
mensalmente [MetaAnálise, 2008].
O site MetaAnálise [MetaAnálise, 2008] ainda fornece um exemplo: se as montadoras realizassem
uma campanha para impulsionar o consumo de automóveis e, para isso, utilizassem seus sites,
falariam para cerca de 2 milhões de pessoas duplicadas em um mês; já se os membros de
comunidades relacionadas às marcas de veículos decidissem fazer uma campanha a favor ou
contra o consumo de veículos, atingiriam 1.000.000.000 de pessoas duplicadas, ou seja, 500 vezes
ou 49.9% mais impactos do que as montadoras.
No que diz respeitos às empresas, a figura 3 mostra uma pesquisa realizada em 2006, em empresas
que utilizam tecnologias de Web 2.0 e Redes Sociais, mostrando a razão pela qual as empresas
adotaram tais tecnologias. A pergunta foi a seguinte: Quais das seguintes razões descreve melhor
por que sua empresa adotou tecnologias de Redes Sociais e Web 2.0? Com mais de 80%, a
principal resposta foi “Porque elas aumentam a eficiência de nossos negócios”, seguido de:
“Sentimos que era uma necessidade competitiva”; “Elas resolvem problemas em nossos
negócios”; “Foram recomendadas por parceiros”; “Clientes, funcionários e parceiros exigiram”;
e “Elas vieram incluídas em produtos que adquirimos”. Daí a importância de seu estudo.
3.1 Oportunidades e Desafios
De acordo com o relatório da Nielsen Company “Global Faces and Networked Places” (Nielsen,
2009), o crescimento das Redes Sociais é duas vezes maior que qualquer outro dos quatro maiores
setores (busca, portais, software para PC e e-mail). Visitado por mais de dois terços (67%) da
população on-line mundial, os “Members Communities” que englobam as redes de relacionamento
e blogs se tornaram a quarta categoria on-line mais popular – à frente do e-mail pessoal.
Ainda de acordo com o relatório da Nielsen [Nielsen, 2009], o Facebook – a rede de
relacionamento mais popular no mundo – é acessado por três em cada 10 pessoas on-line por mês,
em nove mercados onde a Nielsen pesquisa o uso da rede de relacionamento. O Orkut no Brasil
possui o maior alcance on-line doméstico (70%) que qualquer outra rede de relacionamento nestes
mercados.
“As redes de relacionamento não estão apenas crescendo rapidamente, mas também evoluindo em
abrangência de audiência assim como adquirindo novas funções,” diz Alex Burmaster, autor do
estudo e Diretor de Comunicações através da EMEA para a Nielsen Online. “Nos sentimos
obrigados a analisar o status do mercado global das redes de relacionamentos e considerar quais
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as implicações que isto traz para nossos clientes, editores e publicitários", acrescenta Burmaster
[Nielsen, 2009].
Entre os mercados que a Nielsen mensurou, a penetração das visitas as redes de relacionamentos e
blogs foram maiores no Brasil, onde 80% da audiência on-line acessa tais sites.
A participação do tempo geral na internet nas redes de relacionamento e blogs também foram
maiores no Brasil, onde quase um em quatro (23%) minutos gastos on-line são usados nestes tipos
de sites.
Tudo indica que a utilização de mídias sociais já não é mais uma simples tendência. Por este
motivo, empresas estão investindo em profissionais que entendam desse tipo de comunicação e que
vivam realmente essa realidade. De acordo com essas empresas não adianta apenas participar de
fóruns, colocar vídeos na rede ou criar blogs corporativos. É fundamental que a equipe inteira
acompanhe esse movimento que está revolucionando a forma de se comunicar.
Figura 3 – Adoção das tecnologias de Web 2.0 e Redes Sociais nas empresas americanas
Fonte: Davis, 2008
4. Ontologias
Ontologias são utilizadas em inteligência artificial, Web Semântica, engenharia de software,
arquitetura da informação e em diversas outras áreas da Informática, como uma forma de
representação de conhecimento sobre o mundo ou alguma parte deste. A sua utilização tem como
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objetivo estruturar de forma organizada as informações de um determinado domínio de
conhecimento e refletir um entendimento semântico de situações do mundo real.
Os computadores necessitam ter acesso a coleções estruturadas de informações (dados e
metadados) e de conjuntos de regras de inferência que auxiliem no processo de dedução
automática [Dziekaniak et al., 2004].
Estas regras são especificadas através de Ontologias, as quais permitem representar
explicitamente à semântica dos dados. Através dessas Ontologias torna-se possível a elaboração de
uma enorme rede de conhecimento humano, complementando o processamento da máquina, além
de melhorar qualitativamente o nível de serviços na Web.
Ontologias são muito importantes na Web Semântica. Segundo [Berners-Lee et al., 2001], as
ontologias típicas para a Web têm uma taxonomia e um conjunto de regras de inferência. A
taxonomia define classes de objetos e relações entre eles. Pode-se expressar um grande número de
relações entre entidades assinalando propriedades para as classes e permitindo que subclasses
herdem suas propriedades. Regras de inferência fornecem poder adicional às Ontologias.
Os portais podem se favorecer do uso de ferramentas baseadas em Ontologias e da marcação
semântica das páginas da Web de várias maneiras. [Berners-Lee et al., 2001], citado em [Jorge,
2005], afirma que as Ontologias podem aumentar a funcionalidade da Web das seguintes formas:
• Podem ser usadas de uma maneira simples para melhorar a eficácia de pesquisas na Web.
O programa pesquisador olha hoje apenas para as páginas que contêm o termo preciso, ao
invés de olhar para todas aquelas que usam termos equivalentes;
• Páginas podem ser direcionadas para outras páginas, cuja Ontologia define como
informações relacionadas. As informações são processadas e podem ser usadas para
responder questões que normalmente exigiriam intervenção de um humano
• Adicionalmente, as marcações com significados específicos tornam mais fácil o
desenvolvimento de programas de software que podem responder a questões complexas
cujas soluções não residem em uma página Web simples.
Uma importante ferramenta na construção de Ontologias é a OWL (Web Ontology Language). A
OWL é uma linguagem utilizada para definir e instanciar ontologias na Web. Uma ontologia OWL
pode incluir descrições de classes e suas respectivas propriedades e seus relacionamentos. Foi
projetada para o uso por aplicações que precisam processar o conteúdo da informação ao invés de
apenas apresentá-la aos humanos.
As linguagens de Ontologias, representadas, sobretudo, pela linguagem OWL, permitem que se
escrevam conceituações formais e explícitas de modelos de domínio, empregando, como requisitos
básicos, uma sintaxe bem definida, uma semântica formal e alto nível de expressividade,
fornecendo apoio eficiente ao processo de inferência de significado.
5. Ontologia do Domínio das Redes Sociais
O objetivo desta pesquisa é construir uma Ontologia do Domínio das Redes Sociais, utilizando o
ambiente Protege Beta 3.1.1. Através da análise do domínio foi possível identificar os termos
importantes e relevantes para o contexto. Um exemplo disso são os conceitos e propriedades que,
antes de serem representados formalmente, devem ser identificados e especificados de maneira
informal.
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O principal desafio consiste modelar este domínio de uma forma que possa permitir facilmente o
desenvolvimento de aplicações futuras para ele com a tecnologia e as ferramentas da Web
Semântica. A Ontologia poderá ser utilizada em várias aplicações, como por exemplo, na
construção de bases de dados tecnológicas. A seguir apresenta-se o nível mais alto da Ontologia e
os principais relacionamentos binários, assim como uma breve descrição de cada conceito.
Para atingir os objetivos descritos acima, as seguintes atividades foram realizadas: Revisão
bibliográfica sobre Web Semântica, Web 2.0, Redes Sociais e Ontologias; Estudo e criação de uma
Ontologia do Domínio das Redes Sociais, descrevendo conceitos e como se relacionam entre si.
Na fase inicial do trabalho, foi decidido que todos os conceitos dentro da Ontologia seriam
considerados como recursos. Então, Resource é o nível mais alto da Ontologia. Tais recursos
possibilitam e disponibilizam todos os serviços na Web. Dentro deste nível estão os demais
conceitos. Os mais importantes são mostrados na Tabela 1.
Tabela 1: Descrição das classes principais da Ontologia do Domínio das Redes Sociais
Fonte: Jardim, 2009.
Classe
Agent
API
Service
Artifact
Network
Technology
Descrição
Diz respeito a quem utiliza a Web, seja usuário ou máquina (na forma de
um programa ou aplicação). Possui dois tipos de usuários – person e
machine – são considerados agentes, sem os quais a Web 2.0 e as Redes
Sociais não podem existir.
Interface de Programação de Aplicativos - é um conjunto de rotinas e
padrões estabelecidos por um software para a utilização das suas
funcionalidades por programas aplicativos. Após uma extensiva pesquisa
na Web, a lista de API foi feita de acordo com a lista do site Technology
Magazine (http://techmagazine.ws/full-web-20-api-list/).
São os serviços oferecido na Web. A escolha do serviços mostrados na
ontologia foi feita após extensiva pesquisa na Web. Os termos e conceitos
foram
retirados
do
site
All
Things
Web
2.0
(http://www.allthingsweb2.com/), que possui uma grande e atualizada lista
de serviços disponíveis na Web 2.0. Todas as listagens, classificações,
comentários, e comparações são feitos pelos usuários finais,
desenvolvedores, investidores e empresários.
Consiste em qualquer objeto concreto utilizado na Web (text, video, photo,
sound, etc). Todas as classes da ontologia utilizam este conceito.
Uma rede de computadores consiste de 2 ou mais computadores e outros
dispositivos conectados entre si de modo a poderem compartilhar seus
serviços, que podem ser: dados, impressoras, mensagens (e-mails), etc. Diz
respeito às Redes Sociais (na forma de Comunidades Virtuais) e às Redes
Físicas
É um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as
ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal
conhecimento. Diz respeito às técnicas, conhecimentos, métodos, materiais,
ferramentas, e processos usados para resolver problemas ou ao menos
facilitar a solução dos mesmos na Web. Descreve as tecnologias
necessárias para criar e gerenciar os sites na Web. O conhecimento de tais
tecnologias (HTML, XML, Multimedia, Browsers, etc) é fundamental para
as tarefas citadas.
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Na figura 4 é mostrada uma pequena rede semântica com as principais classes da Ontologia,
mostrando os relacionamentos das classes Agent e Technology com as demais classes.
Figura 4. Relacionamento das classes Agent e Technology com as demais classes da Ontologia
Fonte: Jardim, 2009. página 53.
Para relacionar estes conceitos, foram criados três tipos de relacionamentos binários, sendo que
na hierarquia de relacionamentos, Supports é o mais importante, pois indica se determinado
conceito suporta algum outro conceito, como por exemplo, a tecnologia XML suporta RDF;
seguido de Relevant_to, que diz se o conceito é ou não relevante à determinada classe ou
instância; e Relates_to, que indica a qual classe ou instância o conceito se relaciona.
Segundo [Jorge, 2005], portais semânticos aparecem como uma evolução natural dos tradicionais
portais Web e podem ser entendidos como portais de informações que utilizam os padrões de
representação de informação propostos pelo W3C para a chamada Web Semântica. As Ontologias
formam a base desses novos portais Web, propiciando melhor organização das informações, além
de outras vantagens.
A Ontologia apresentada neste trabalho será utilizada no Servidor Semântico de Redes Sociais
(Social Networks Semantic Server). Consiste em um conjunto de serviços semânticos estruturados
em uma meta-ontologia para criar e administrar redes sociais. Este servidor deve permitir a
construção de Esquemas de Redes Sociais segundo a especificação de uma ontologia que configura
por instanciação: perfis básicos de usuários e grupos e políticas de modelagem automática;
serviços e recursos a disponibilizar e; esquema da base de conhecimento: informação dinâmica da
rede acadêmica. O Servidor Semântico está sendo construído com o objetivo de validar a
ontologia.
O projeto do Servidor Semântico está apenas no início, com ainda muitas modificações a serem
feitas. A arquitetura atual do servido é mostrada na figura 5. Na parte externa esquerda estão o
Supervisor Meta-Raciocínio, Gerenciamento de Contexto e Ferramentas e Serviços. Dentro da
Interface se encontra a Meta-Ontologia para Redes Sociais. Ainda dentro da Interface está a Base
de Dados, composta de três itens: Modelos de Usuários e Grupos, Motor de Busca Semântica e
Classificador Descritor/Anotador.
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Figura 5 – A evolução da Web
Fonte: Jardim, 2009. página 54.
Abaixo são apresentadas algumas características desejáveis para o Servidor Semântico, de acordo
com o projeto original.
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Foco na Academia: As relações, processos e serviços que o projeto deve suportar são os
que ocorrem na área acadêmica. O modelo empregado será semântico (no caso, baseado
na ontologia apresentada aqui), orientado a serviços e precisa “aprender” e se aprimorar
automaticamente com o uso.
Invisível / Minimamente Intrusivo: É um aspecto fundamental para suportar os contextos
pervasivos previstos para um futuro próximo. Protocolos de login, por exemplo, devem ser
automáticos, tanto quanto possível.
Gestão e Compartilhamento de Conhecimento (Full): Indispensável uma Base de
Conhecimento integrada e em permanente assessment, isto é, sendo continuamente avaliada
em busca de relações e conhecimento implícito relevante. É um bom contexto para
data/text-mining.
Modelos Dinâmicos de Usuários: Ontologias representativas dos usuários devem ser
dinâmicas, isto é, aprender e atualizar-se automaticamente com a interação.
Meta-Busca Automática: Um serviço relativamente simples, mas indispensável, que toma
por base o modelo do usuário.
Base de Recursos: Recursos e serviços on-line de ótima qualidade podem ser descritos
nesta base, a partir da Ontologia do Domínio Acadêmico.
Interfaces Gráficas / Mashups: A interface e a configuração das fontes de informações e
serviços precisa ser amplamente flexível e da forma mais automatizada possível . O sistema
deve verificar automaticamente o contexto e agir de acordo. Canais de serviços devem ser
abertos/removidos/agendados, conforme a necessidade e disponibilidade.
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Áudio/Vídeo/TV/Games: Acesso privilegiado, semântico e automático a esses recursos, de
forma integrada, incremental e automática.
Read/Write online: Uma Web read/write. O usuário pode editar diretamente sua
homepage e sites que compartilha a partir dos grupos formados na rede acadêmica.
Aprendizagem Automática: É um ponto crucial. O sistema precisa ter a perspectiva da
aprendizagem automática.
Cadastro: Questões éticas, segurança e privacidade das informações.
Configurador de Redes: Sistema especialista para configurar Redes Semânticas
Acadêmicas.
6. Considerações Finais
As Redes Sociais e a Web 2.0 possuem grande importância, pois com a chamada “arquitetura de
participação” os usuários não só criam, mas também divulgam conteúdo na Web. As Redes Sociais
criaram meios poderosos para as pessoas se comunicarem e trocarem informações. Os sites de
Redes Sociais são usados regularmente por centenas de milhões de pessoas, e estão se tornando
parte integral do dia-a-dia das pessoas.
As Redes Sociais já possuem grande impacto tanto na vida pessoal, como nos negócios. As
empresas já estão utilizando tecnologias de Web 2.0 e de redes sociais, pois aumentam a eficiência
dos negócios, são uma necessidade competitiva, resolvem problemas nos negócios, e às vezes são
exigidas por funcionários e parceiros de negócios.
Neste trabalho argumentou-se que uma Ontologia, além de permitir a organização de um domínio
do conhecimento, pode melhorar a recuperação da informação e permitir representação formal em
lógica e mecanismos de inferência. O uso de Ontologias se mostra eficiente na definição de um
vocabulário comum onde o conhecimento a ser compartilhado pode ser representado.
Um dos principais objetivos deste trabalho foi verificar como as Redes Sociais podem ser
potencializadas através da Web Semântica. Também foi realizado um estudo de como, no futuro, a
Web Semântica e as redes sociais irão se integrar. Essa potencialização das Redes Sociais pode ser
alcançada com o auxílio do Servidor Semântico, mostrado na seção 5, sendo foco para trabalhos
futuros. Como já foi dito, este servidor consiste em um conjunto de serviços semânticos
estruturados em uma Meta-Ontologia para criar e administrar Redes Sociais. Deve permitir a
construção de Esquemas de Redes Sociais segundo a especificação de uma Ontologia que
configura por instanciação. A partir daí, surge a integração entre a Web Semântica e as Redes
Sociais.
Espera-se contribuir com este trabalho para um maior entendimento sobre Web Semântica, Web
2.0, Redes Sociais e Ontologias, e também servir como base para outras pesquisas, além de
fornecer um conjunto de referências a serem exploradas com mais detalhes.
A Ontologia do Domínio das Redes Sociais está implementada no seu nível mais alto. As próximas
etapas do trabalho incluem um refinamento da Ontologia e uma proposta de vocabulário para
Redes Sociais. Foi feita uma extensa pesquisa na Web e verificou-se que ainda não existe um
vocabulário para Redes Sociais. Através do vocabulário proposto, qualquer Rede Social poderá ser
descrita na Ontologia realizada neste trabalho, após ter sido realizado o refinamento da mesma.
7. Referências Bibliográficas
14
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