Infecções congênitas na gestação 2016 PARTE I

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INFECÇÕES CONGÊNITAS
NA GESTAÇÃO
Parte I
Profª Drª ELIANE T ROCHA MENDES
AGENTE
Gestante
susceptível
Contiguidade
canal do parto
sangue
infecção
saúde
Anemia
Hepatomegalia
Esplenomegalia
Púrpura
Microcefalia
CFR
morte
aborto
natimorto
FETO
malformado
SNC
cardio
Oto
Ocular
AMNIOCENTESE PCR
Sinais específicos
 Cultura
 Presença de IgM
específica
 Identificação do
RNA viral
 Hibridização ou
PCR
Sinais inespecíficos
Ig M total elevada
Anemia
Eritroblastose fetal
Trombocitopenia
Gama GT, DHL e
Interferon elevados
Pesquisa: Toxoplasmose, Rubéola, CMV, Herpes, Parvovírus, Outras
Contra-indicadas: HIV e Hepatites
SÍFILIS
Distribuição dos casos notificados de sífilis
congênita, no período de 1995 a 2000.
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
95
96
97
98
99
2000
212
369
1964
3859
4101
4067
Casos Notif.
Fonte:SINAN
MS, entre 2005 e junho de 2012, foram notificados
no Sinan 57.700 casos de sífilis em gestantes
TOTAL DE CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS
CONGÊNITA E TRATAMENTO DAS MÃES
NO PRÉ-NATAL
Inadequado
Tto ignorado
31%
"Tratada"
56%
Não tratada
13%
Fonte: CVE-SP, 1996
Adequado
TOTAL DE CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS
CONGÊNITA - TRATAMENTO DOS PARCEIROS
Inadequado
17%
Tto ignorado
64%
"Tratado"
12%
Adequado
83%
Não tratado
24%
Fonte: CVE-SP, 1996
Diagnóstico laboratorial da sífilis
Técnica de diagnóstico VDRL.1946 1957
Deacon descreveu a reação FTA (Anticorpo Treponêmico Fluorescente).
Rathiev desenvolve a técnica de hemaglutinação indireta ou passiva.1965 1970
A. Teste imunoenzimático– ELISA.
B. ELISA no Brasil.1990 2000
Testes de quimioluminescência.
TESTE RÁPIDO SÍFILIS
REAGENTE
NÃO REAGENTE
EVOLUÇÃO DA SÍFILIS
SÍFILIS
Infecção transplacentária pelo Treponema pallidum
Taxa de transmissão vertical: 30% a 100%
 Sífilis primária – 70%
 Sífilis secundária – 70 a 100%
 Sífilis latente e terciária – 10 a 30%
1º e 2º trimestres: 40% de óbito
3º trimestre: 60% assintomáticas
Programa DST / AIDS - MS, 1992
Pinhata MMM, Yamamoto AY, 1999
SÍFILIS PRIMÁRIA
Cancro duro em colo uterino
Cancro duro
SÍFILIS - SECUNDÁRIA
SÍFILIS TERCIÁRIA
NEUROSÍFILIS
Sífilis Congênita Precoce
Início até 2 anos :

febre

hepatoesplenomegalia

alterações ósseas (50-95%)

rinite muco-sanguinolenta (após 1a semana)

rouquidão

exantema maculopapular

acometimento de SNC

nefrose, nefrite

anemia hemolítica, trombocitopenia, leucopenia
Sífilis congênita tardia
Início após 2 anos (rara)






alterações dentárias
ceratite intersticial
Tríade de Hutchinson
surdez neural
fronte olímpica, nariz em sela, tíbia em sabre
perfuração palato duro
lesões cutâneas
SEGUIMENTO SOROLÓGICO
OBRIGATÓRIO
Tratamento imediato e adequado à fase clínica
Tratar parceiro
SOROLOGIA PARA SÍFILIS (VDRL E TPHA OU FTA-ABS) NO INÍCIO DO
PRÉ-NATAL E DO 3º TRIMESTRE
SOROLOGIA PARA SÍFILIS NA ADMISSÃO PARA PARTO OU ABORTO
Pesquisar outras DST (HBV, HIV, HCV)
VDRL < 1/8
TPHA
POSITIVO
NEGATIVO
HISTÓRIA
ANTECEDENTES
FALSO POSITIVO
DO VDRL
INVESTIGAR
COLAGENOSES,etc
HISTÓRIA
CONHECIDA E
TRATAMENTO
ADEQUADO
CICATRIZ
SOROLÓGICA
HISTÓRIA
IGNORADA
?
VDRL > 1/8
TPHA POSITIVO
HISTÓRIA IGNORADA
LUES LATENTE DE
PERÍODO INDETERMINADO
NEURO LUES
ASSINTOMÁTICA
CONDOM
TRATAMENTO DA PACIENTE E DO PARCEIRO
SEGUIMENTO SOROLÓGICO
REALIZAR LÍQUOR ???
TRATAMENTO DA SÍFILIS
Sífilis primária
Penicilina benzatina - 2.400.000 U IM - DU
Sífilis secundária ou latente recente
Penicilina benzatina - 2.400.000 U IM, 1x /
sem.,
2 semanas seguidas
Sífilis latente tardia ou indeterminada
Penicilina benzatina - 2.400.000 U IM, 1x/sem.,
3 semanas seguidas
Minist. Saúde, 1999
Toxoplamose Congênita
homem
esporogonia nas fezes
oócitos
placenta
Infecção ag
Infecção cr
TOXOPLASMOSE

Infecção sistêmica causada pelo
Toxoplasma gondii

Prevalência em gestantes: 1 – 3 %

80% das gestantes são assintomáticas

Gestante imunocompetente  infecção 1ária
na gestação

Gestante imunocomprometida  reativação
Programa Mãe Curitibana, 2000 / Ravel R, 1998
TOXOPLASMOSE
Risco de transmissão fetal:
 1º


trimestre: 12% a 20%
2º trimestre: 30% a 50%
3º trimestre: 60% a 80%
Com tratamento da gestante:
 risco de transmissão em 50%

risco de seqüelas graves em 20%
80% dos RNs são assintomáticos e 10% tem
seqüelas graves
Programa Mãe Curitibana, 2000 / Ravel R, 1998
TOXOPLASMOSE
Repercussões fetais
Tétrade de Sabin
Hidrocefalia ou microcefalia;
Coriorretinite bilateral, macular,
perimacular ou simétrica;
Calcificações intracranianas
Retardo mental.
TOXOPLAMOSE CONGÊNITA
Manifestações clínicas iniciais
 oculares
- 70 a 80%
 microcefalia
 calcificações
intracranianas - 10 a 15%
 hidrocefalia
 convulsões
 anemia,
icterícia,
 hepatoesplenomegalia
TOXOPLAMOSE CONGÊNITA
Manifestações clínicas tardias
 retardo
mental
 convulsões
 espasticidade
 alterações
visuais
 hidrocefalia
 surdez
e paralisias
ou microcefalia
- 20%
Protocolo de assistência - Toxoplasmose
IgG +
IgM -
Imune
Rotina
pré-natal
IgG IgM -
IgG +
IgM +
Susceptível
Infecção aguda?
Teste de avidez
Espiramicina
Orientação hig. dietética
repetir exame- 20ª e 30ªs
conf.
ou
?
Soroconversão *
Espiramicina
não
TOXOPLASMOSE
Conduta em Gestantes
Avidez de IgG: válida para afastar infecção
recente
Baixa ou Fraca afinidade (<30%)  Infecção recente 
tratar
Alta ou Forte afinidade (>60%)  Infecção antiga
PCR do líquido amniótico: Hohlfeld P, Daffos F, 1994 / Foulon W, Perion JM, 1999
Sensibilidade: 81%
Especificidade: 96%
Protocolo de assistência - Toxoplasmose
Soroconversão (Teste de avidez- Elisa)
Espiramicina
amniocentese
(a partir de 20ª sem gestação)
PCR, identificação do DNA viral
Infectado
Não infectado
Tratamento específico Espiramicina até termo
USG 2/2 sem
USG 4/4 sem
Tratamento pós-natal
Investigação pós-natal
TOXOPLASMOSE
Tratamento Específico:
 Feto infectado:
Pirimetamina (Daraprin®) 50 mg/d
Sulfadiazina (Sulfadizina®) 3g/d e 3sems.
ácido folínico 15 mg/d
alternando com:
Espiramicina (Rovamicina®)- 3g/d
3 sems.
até o termo
* colher HMG cada 2 semanas- anemia megaloblástica.
RUBÉOLA
RUBÉOLA
RUBÉOLA
MODO DE TRANSMISSÃO
- Contato com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.
-É pouco freqüente a transmissão através do contato indireto com
objetos recém contaminados com secreções naso-cutâneas, sangue,
urina ou fezes.
RUBÉOLA CONGÊNITA
- Taxas de infeções congênitas
Idade
Infecção
gestacional
neonatal
primoinfecção
acometimento Risco total
< 11 sem
100
90
90
11 - 12 sem
73
50
34
13 -16 sem
54
33
17
17 – 18 sem
38
38
03
>18 sem
32-82
0
0
RUBÉOLA CONGÊNITA
Repercussões fetais

SURDEZ
 ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS
 MICROCEFALIA
 RETARDO MENTAL
 CARDIOPATIAS (PCA)
 PÚRPURA
 HEPATOESPLENOMEGALIA / ICTERÍCIA
 OSTEOPATIA RADIOLÚCIDA
Rubéola congênita
Tratamento
Prevenção:
Pesquisar perfil sorológico antes de
engravidar
VACINAS: RA (27/3)
Imunoglobulina após o contato???
Vacinar pós parto
HEPATITES
A hepatite viral é uma doença de distribuição
mundial com alta morbidade, constituindo
importante problema de saúde pública.
As várias formas de hepatite viral são
clinicamente similares, mas podem ser
distinguidas por ensaios sorológicos
HEPATITES
Hepatites A e E: Infecciosas, disseminadas em grande
parte pela via fecal-oral, associadas a condições
sanitárias precárias, esporadicamente causam
hepatite autolimitada.
Hepatites B e C: Formas séricas disseminadas, em
grande parte, pelas vias parenterais e, menos
comumente, pela exposição íntima ou sexual; não
são altamente contagiosas, de ocorrência esporádica;
são capazes de levar à hepatite crônica e, por fim, à
cirrose e ao carcinoma hepatocelular (Chufallo et al., 2006)
HEPATITE B e C
No pré-natal, todas as gestantes devem ser
rastreadas rotineiramente para o HbsAg e
para anti-HBc na primeira consulta. Se
forem negativos, repetem o HbsAg no
terceiro trimestre
HEPATITE B
Hepatite B - Maior determinante de doença hepática
aguda e crônica do mundo, especialmente se
contraído por transmissão vertical.
O período de incubação é de 50 a 80 dias.
Transmitido pela inoculação de sangue infectado e,
está presente na saliva, sêmenes, secreções
vaginais, e pelo leite materno
HEPATITE B
As gestantes infectadas transmitem o vírus através
da placenta para o feto e durante o nascimento.
Tem maior probabilidade de ocorrer infecção
aguda, especialmente no terceiro trimestre que
equivale a 75% dos casos.
HEPATITE B
Apesar de o vírus existir no leite materno,
parece não haver risco do RN ser
amamentado, mesmo que a mãe seja HBS-e,
principalmente naqueles RNs que receberam
imunoglobulina da hepatite B não sendo
necessário contra-indicar o aleitamento
materno.
HEPATITE B
As atuais medidas de prevenção da transmissão
vertical do VHB envolvem estratégias de
imunização ativa e passiva
Está indicado o uso de imunoglobulina hiperimune
em gestante soro negativo que relata história de
acidente com material contaminado, relações
sexuais com parceiro em fase aguda ou em vítima
de violência sexual
HEPATITE C
Período de incubação: oito semanas.
A principal via de contágio é através de sangue
contaminado (por uso de drogas injetáveis,
transfusões sanguíneas antes 1992 e outras
exposições percutâneas como tatuagens e
piercings).
HEPATITE C
A taxa de transmissão vertical do HCV tem sido
estimada em 5%, com taxas mais altas em
mulheres com infecção por HCV co-infectadas
pelo vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV).
Esse tipo de transmissão pode ocorrer nos casos
de gestante com infecção crônica (2-3%) ou
infecção aguda no 3º trimestre.
HEPATITE C
No pré-natal, a sorologia deve ser limitada às
pacientes de risco (usuário e/ou parceiras
de usuários de drogas ilícitas por
intravenosa)
• Abordagem quanto ao tipo de parto
• Amamentar ou não?
INFECÇÕES CONGÊNITAS
NA GESTAÇÃO
Conclusão:
 Rastrear as doenças infecto-contagiosas na gestação
 Orientar prevenções: higiene, dieta, vacinas
 Tratamento adequado / profilaxia pós parto
 Investigação fetal
OBRIGADA!
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