Cfess Informa Informativo mensal do cfess conselho federal de serviço social oito meses de atitude crítica Lewis Hine (Trabalho 1908-1912) e participação. É apenas o começo. Direitos, trabalho e riqueza no Brasil A articulação entre trabalho, direitos e riqueza nos remete aos princípios e valores do projeto ético-político profissional. O trabalho com direitos tem sido nossa busca maior no que se refere ao acesso às condições de vida da população. A luta contra o desemprego e contra as formas precárias de inserção no universo do trabalho integra a agenda dos movimentos políticos de resistência, mas também representa parte significativa do tempo de vida de homens e mulheres que, obstinadamente, amanhecem todos os dias dedicados à procura de trabalho e emprego, em busca de sua autonomia. EDITORIAL Apresentamos com esse número, o primeiro CFESS Informa da Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta. Com ele, inauguramos a publicação mensal do boletim eletrônico que, eventualmente, será divulgado também em forma impressa. Ele traduz nosso compromisso com a socialização e democratização da informação e se destina a dar visibilidade às posições e ações do CFESS. Esse número tem um caráter de balanço dos oito meses de gestão, indicando nossas principais, mas não exclusivas, frentes de atuação. Neste contexto de forte ofensiva capitalista, que desmonta conquistas históricas da classe trabalhadora, mais do que nunca precisamos ser aguerridos na defesa dos A defesa dos direitos constitui estratégia que se fortaleceu no decurso do tempo, na luta contra regimes ditatoriais na América Latina e contra sistemas centralizadores e negadores da liberdade e da vida. A socialização da riqueza constitui um elemento imprescindível para superação da desigualdade social. Quando nos referimos ao Serviço Social e à luta por trabalho, direito e riqueza, estamos falando a mulheres e homens oprimidos pelo capital, que lutam cotidianamente em busca de emancipação e liberdade. princípios que fundamentam nosso Código de Ética e estão na base do nosso projeto ético-político profissional. O conteúdo aqui apresentado, além do registro na memória histórica, tem o significado de convite à luta em defesa de nossos compromissos com a liberdade, a emancipação humana, a radicalização da democracia e a socialização da riqueza. Convidamos o Conjunto CFESS/CRESS a “organizar a esperança, conduzir a tempestade, romper os muros da noite. Criar sem pedir licença um mundo de liberdade...” (Pedro Tierra) Conselho Federal de Serviço Social – CFESS Gestão Atitude Crítica para Avançar na luta – 2008•2011 Um Conselho transparente e democrático GESTÃO DEMOCRÁTICA E COLETIVA A estrutura dos Conselhos de profissões regulamentadas é, Qualidade no exercício profissional em geral, bastante corporativa e burocrática. No CFESS, O que fazer quando o CRESS descobre que alguém sem nosso compromisso é com a gestão formação está desempenhando a função de assistente pública democrática, participativa e social? Problemas reais como esse transparente. Esse permanente desafio foi a foram discutidos em oficinas durante preocupação central do IV Seminário de Gestão Fiscal, o Seminário Nacional de Capacitação realizado nos dias 21 e 22 de abril. O evento buscou das COFIs, nos dias 22 e 23 de abril. preparar as novas diretorias eleitas A cada dois anos as Comissões de Orientação e dos CRESS para o exercício do mandato Fiscalização se reúnem para discutir questões afetas (2008-2011). O Seminário reforçou a perspectiva que à essa atividade precípua do Conjunto CFESS/CRESS, os processos administrativos são necessários para viabilizar que é a fiscalização do exercício profissional. O o projeto ético-político profissional. Especialistas que marcou o encontro deste ano como a assessora jurídica Sylvia Terra e o assessor contábil Vilmar Medeiros, ministraram oficinas demonstrando que a ação jurídica, fiscal ou administrativa tem também uma conotação ético-política. foi o esforço de potencializar a Política de Fiscalização (criada em 1997 e revisada ano passado) para fundamentar decisões relacionadas à Regulamentação da Supervisão direta de Estágio e ao Exame de Proficiência. As decisões são colegiadas, o processo é transparente e o compromisso é coletivo. Mesmo tendo que prestar contas Outro tema de destaque foi o debate sobre o ao TCU, o CFESS recebe anualmente a avaliação da Comissão Projeto de Lei que prevê a redução Especial, constituída por um CRESS de cada região, para uma da carga horária de trabalho dos (as) fiscalização que transcende o âmbito contábil e analisa a assistentes sociais. O Deputado Mauro Nazif, relator do PL 1890, participou das discussões. relevância das atividades que foram desenvolvidas. O CONJUNTO EM DEBATE Um assistente social entre o juiz e a vítima Exame de Proficiência • Um debate polêmico O tema é polêmico. A criança ou a/o adolescente vítima de Apenas quem termina a graduação em Direito é obrigada a violência pode ser inquirida por assistente social ou psicóloga passar por um exame para poder exercer a profissão. Caso o Projeto de Lei 559/2007, de iniciativa Muitos CRESS organizaram debates que do Deputado Joaquim Beltrão – e contaram com representantes do Conselho atualmente em tramitação na Câmara de Psicologia, promotores e juízes. No dia 12 de dos Deputados – seja aprovado, os junho, um Seminário Nacional sobre o tema trouxe a Brasília o juiz Conselhos que quiserem poderão José Antonio Daltoé César, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do adotar o exame de proficiência por Resolução. Essa possibilidade vem provocando debates no Sul. Foi Daltoé quem elaborou a Metodologia (o), que reproduziria as perguntas de uma autoridade judicial? Serviço Social em todo o Brasil. Entre abril e maio deste ano, os CRESS de todas as regiões organizaram Seminários sobre a Precarização da Formação Acadêmica e Implicações no Exercício Profissional. Foram mais de 4.500 participantes ao todo, entre estudantes, docentes, assistentes sociais e até profissionais de outras áreas. Rio de Janeiro, e Erivã Velasco, Conselheira do CFESS, fizeram uma No dia 13 de junho os debates convergiram para Brasília, no abordagem crítica a respeito de alguns riscos que essa metodologia Seminário Nacional sobre o tema, organizado pelo CFESS. Todos apresenta. As discussões passaram pela do Depoimento Sem Danos. Ele falou ao lado da assistente social Vânea Maria Visnievski, que já trabalha com essa metodologia em Porto Alegre. Andréa Pequeno, do Tribunal de Justiça do os CRESS estiveram representados. possibilidade de perda da autonomia Também participaram conselheiros e profissional, as atribuições privativas assessores (as) do CFESS, profissionais do(a) assistente social e os danos e estudantes do Distrito Federal. O reais para a vítima. Um posicionamento oficial do posicionamento oficial do conjunto CFESS/CRESS sobre a conjunto CFESS/CRESS acontecerá no 37º Encontro Nacional, no questão acontecerá no próximo Encontro Nacional, entre 25 e final de setembro. 28 de setembro em Brasília-DF CFESS NA LUTA PELO TRABALHO CFESS luta para reestruturar o Serviço Social no INSS Redução da carga horária é questão de tempo Quando o CFESS integrou o grupo de trabalho responsável por reestruturar Foi preciso um ano para o projeto de lei o Serviço Social na Previdência (junto com os Ministérios da Previdência Social e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome), ficou constatada que reduz a carga horária de trabalho a defasagem de profissionais nessa área. As discussões dos (as) assistentes sociais completar que aconteciam desde 2006 apontaram para a o trâmite de aprovação na Câmara necessidade de realização de concurso público para 1600 assistentes sociais. O CFESS articulou a dos Deputados e chegar ao Senado realização de uma audiência pública pela Comissão de Seguridade Federal. No dia quatro de setembro o Social da Câmara dos Deputados e defendeu enfaticamente a imediata PL 1890 foi recebido oficialmente na realização do concurso. Logo em seguida, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizaria Casa Revisora, depois de um processo a abertura de 600 vagas para assistentes sociais. longo, que envolveu uma participação Uma articulação do CFESS conseguiu ampliar esse n úmero para 900, o que foi divulgado em decisiva dos (as) assistentes sociais. O 15 de maio. No momento, o INSS vem trabalhando CFESS conclama os profissionais a se no edital do concurso, mas a publicação ainda manter ativos. E vai continuar de olho na forma como não tem data marcada. O CFESS continua atento e vigilante, e marcou audiência com o presidente do INSS para o dia 23 de setembro, os senadores vêm tratando essa iniciativa, com a esperança de consolidar mais uma grande conquista para a categoria. para cobrar a publicação imediata do edital do concurso. PARTICIPAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS UNIDADE NA LUTA O CFESS participou da definição de um plano de lutas em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. Compreende-se que há uma ofensiva neo-liberal que tenta desmobilizar as lutas sociais, por isso a necessidade de organizar a classe trabalhadora e definir ações estratégicas. A Conlutas - coordenação nacional de lutas reúne entidades sindicais, organizações populares e movimentos sociais, o primeiro congresso da conlutas aconteceu de 3 a 6 de julho em Betim, Minas Gerais. Foram 3.500 participantes e mais de 500 entidades representadas. O principal objetivo era discutir estratégias de enfrentamento às contra-reformas que o governo vem promovendo. A articulação com a CONLUTAS já havia sido prevista no Plano de Lutas elaborado em conjunto pelo CFESS, ABEPSS e ENESSO. O CFESS tem um compromisso com o segmento do trabalho não poderia ficar de fora. O encontro foi uma organização da classe trabalhadora, com sua diversidade e complexidade, mas também com sua unidade e força. SERVIÇO SOCIAL BUSCA AMPLIAR ESPAÇO NA SAÚDE O pretexto era comemorar os quinze anos da Estratégia Saúde da Família (ESF), mas a III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família, realizada pelo Ministério da Saúde entre os dias seis e oito de agosto em Brasília, teve mais do que isso. O CFESS marcou presença e fortaleceu a luta pela incorporação do (a) assistente social na equipe do ESF. Além disso, organizou reuniões com assistentes sociais presentes na Mostra para debater a atuação desses profissionais e apresentar o trabalho que está sendo realizado pelo GT Serviço Social e Saúde, que vem se dedicando ao estudo e à elaboração de regulamentações sobre as atribuições do Serviço Social na Saúde. I CONFERÊNCIA NACIONAL LGBT O ESTADO AINDA FECHA OS OLHOS A I Conferência Nacional LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) que aconteceu no mês de junho em Brasília, com o tema: “Direitos Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a cidadania de Gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”, além de diagnosticar a situação vivenciada por esses segmentos no que se refere à violação dos direitos e, sobretudo, à violência em diferentes áreas, como saúde, educação, trabalho e renda, dentre outras, avaliou conquistas e planejou estratégias de ação para superar formas de preconceito historicamente consolidadas no Brasil. Aproximadamente 1000 pessoas participaram da Conferência Nacional sendo mais de 300 observadores de 14 países. Foi possível perceber a presença de muitos sujeitos individuais e coletivos estão profundamente envolvidos com a defesa da livre orientação e expressão sexual. O CFESS participou de atos públicos e aproveitou a oportunidade para reunir assistentes sociais presentes ao encontro. Embora a própria Conferência (a primeira realizada no Brasil) já seja em si uma conquista ético-política, um das mais importantes reivindicações foi a de que o Estado interfira nas políticas públicas, para que estas contemplem a dimensão da orientação sexual e da identidade de gênero. Até agora o PLC 122/2006, que trata da criminalização da homofobia, não foi aprovado. Dessa forma continua sem existir em nível federal qualquer lei que assegure os direitos dos segmentos LGBT. PARTICIPAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS REPRESENTAÇÕES O CFESS participa de diversos espaços de controle social democrático, por meio de suas representações em Conselhos de direitos e de políticas públicas em áreas ligadas aos direitos humanos, como criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência, saúde, assistência social e orçamento público. Essas representações nos permitem acompanhar as ações governamentais e as proposições das entidades da sociedade civil, bem como nos possibilita tencionar os espaços de participação democrática. Conheça um pouco mais sobre alguns desses órgãos e os principais assuntos que foram pauta dos debates nos últimos meses. Criança e Adolescente – 18 anos do ECA e Congresso Mundial no Rio O CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, de natureza deliberativa, reúne diversas entidades da sociedade civil e representações governamentais O aniversário de 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ocupou as reuniões desse período. Mas as últimas assembléias foram marcadas mesmo pelos noticiários recentes sobre abusos e desrespeito à criança, e também sobre o preocupante entendimento, de parte da sociedade, de que as políticas governamentais devem privilegiar medidas punitivas em lugar de políticas educativas e preventivas. As atenções se voltam agora para o Congresso Mundial de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro. Reforma Urbana – Campanha Nacional pela Moradia Digna O Fórum Nacional de Reforma Urbana – FNRU – reúne organizações que pensam a função social da cidade e lutam por direitos básicos para todos, como moradia de qualidade, água e saneamento e transporte eficiente. Uma das principais conquistas foi o Estatuto da Cidade, lei que ficou parada durante doze anos no Congresso e só foi aprovada por pressão popular. Nos últimos meses a mobilização tem acontecido em torno da Política Nacional de Saneamento, do fim dos despejos forçados, e principalmente da Campanha Nacional pela Moradia Digna. Orçamento público – Responsabilidade Fiscal, mas principalmente Social O Fórum Brasil do Orçamento (FBO) vem lutando em favor da transparência dos recursos públicos aplicados na área social e também da ampliação do valor destinado às políticas sociais. Os movimentos sociais articulado no FBO apresentaram uma proposta que obrigaria o governo a dizer claramente quais as metas de redução das desigualdades sociais para o ano, além de informar o montante gasto no período e quanto pretenderia gastar no exercício seguinte. Isso estava previsto na LDO de 2009, mas o Presidente da República vetou o dispositivo. Cabe ao Congresso Nacional derrubar o veto do Poder Executivo. Além disso, espera-se que deputados e senadores aprovem a Lei de Responsabilidade Social, apresentada pelo FBO, que modifica a Lei de Responsabilidade Fiscal, priorizando os gastos sociais e o combate às desigualdades. Fórum dos Conselhos de Profissões Regulamentadas (Conselhão) Composto pelos Conselhos Federais das Profissões Regulamentadas, o Conselhão dedicou a maior parte de suas reuniões nesse ano para discutir e elaborar uma proposta de Projeto de Lei que define o valor mínimo e máximo das anuidades a serem cobradas pelos Conselhos Profissionais. O PL foi discutido em reunião com o Ministro do Trabalho, que contou com a presença do CFESS e do CRESS 7ª Região/ RJ, que veio a Brasília para participar da audiência. CNAS e FNAS – Em defesa da assistência social como direito e dever estatal Em junho desse ano, ocorreu eleição para o CNAS e o CFESS foi reeleito na condição de suplente na representação no segmento dos trabalhadores. Desde 1994, quando o CNAS foi instituído, o CFESS participou de 6 gestões, sendo 4 na titularidade e 2 na suplência. Além do processo eleitoral, esse ano foi marcado pelas denúncias envolvendo algumas entidades e conselheiros/as do CNAS, sobre o que o CFESS divulgou nota pública em 24/03/2008. Também se manifestou favorável ao Projeto de Lei que estabelece os requisitos para a caracterização e certificação das entidades beneficentes de assistência social e regula os procedimentos de isenção de contribuições para a so cial e v e m a c om pa n h a n do os de b at e s sobr e o P L 3 . 077 / 20 0 8, qu e alt e r a a LO A S . O CFE S S foi e le i to, ta m b é m, pa r a c om por a c oor de n a ç ã o do F ó ru m Na cion al de A ssis t ê ncia , a pa rt ir de j u lho. seguridade Saúde – CNS luta contra a privatização Um projeto de lei (PL 92/2007) que tramita na Câmara dos deputados permite que Fundações Estatais de Direito Privado assumam a gestão da saúde e da previdência. O Conselho Nacional de Saúde vem realizando seminários para discutir a questão. O posicionamento do CFESS é radicalmente contrário 15 ANOS DO CÓDIGO DE ÉTICA E DA LEI DA REGULAMENTAÇÃO ao PL, pois avalia que o mesmo abre as portas para a privatização da Saúde. No momento em que se celebram os vinte anos do SUS, o CFESS defende no CNS a recuperação e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, e luta por uma formação de qualidade para os profissionais da área. Nos dias 10 e 11 de novembro acontecerá um seminário sobre a precarização do SUS. As plenárias mensais do CNS podem ser vistas em tempo real no endereço eletrônico do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br). Quem acompanhou as discussões nos últimos meses, viu argumentos fortes em defesa das pesquisas com células-tronco, da Atenção Básica e da saúde pública. O CFESS montou um Grupo de Trabalho, que, além de discutir as representações, tem o objetivo de criar parâmetros de atuação para o assistente social na área. Pelos direitos do Idoso – II Conferência Nacional em Brasília De acordo com os objetivos de acompanhar, fiscalizar e O Código de Ética, em sua configuração atual, foi aprovado em 1993. A verdade é que ele já existia desde 1947, porém, em 1986, com todo o fervor democrático que movia parte da população avaliar a Política Nacional do Idoso, o CNDI – Conselho brasileira, o código foi essencialmente modificado na perspectiva Nacional dos Direitos do Idoso - está organizando a de explicitar o compromisso da profissão com os reais interesses II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, das classes trabalhadoras. Muitas incorporações daquele período prevista PARA acontecer no final de OUTUBRO em Brasília. Durante o encontro será realizada uma avaliação permanecem. Mas foi mesmo no dia 13 de março de 1993, há quinze anos, que o código se tornou mais sintonizado com as lutas por uma nova sociedade e valorização da diversidade humana, com da RENADI – Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa mediações para o entendimento dos novos valores da profissão em Idosa, identificando metas cumpridas e os desafios de sua densidade e complexidade histórica. Comemora-se, portanto, implementar as políticas da área. O CFESS está finalizando sua segunda gestão como membro titular do CNDI o Código de Ética atual como fonte real de inspiração e defesa de princípios e valores emancipatórios para orientar o exercício profissional com qualidade. Caso parecido acontece com a Lei de no dia 4 de outubro. O CNDI vem realizando debates e Regulamentação da profissão. A primeira Lei n. 3252 foi em 1957. ações para concretizar as deliberações da I Conferência Mas a revisão ocorrida em 7 de junho de 1993 assegurou maior Nacional, de 2006. Contribuiu com o estudo preliminar do Programa de Preparação para a Aposentadoria e sintonia entre as dimensões técnica, política e social e as normas que regulamentam as competências e atribuições privativas do (a) Assistente Social, além da alteração na denominação dos órgãos acompanhou o Pacto de Gestão pelo Envelhecimento de fiscalização do exercício profissional para Conselho Federal e Digno e Saudável, celebrado entre os Poderes Executivo, Regional de Serviço Social que formam o conjunto CFESS-CRESS Legislativo e Judiciário, Ministério Público e Conselhos Estaduais dos Direitos da Pessoa Idosa. e “constituem uma entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o objetivo de disciplinar e defender a profissão de Assistente Social em todo o território nacional”(Art.7). O SERVIÇO SOCIAL NA LUTA: FORMAÇÃO ACADÊMICA E TRABALHO DE QUALIDADE Por que não presencial, público e de qualidade? Calcula-se que atualmente existem mais de 10 mil vagas para estudantes que desejam fazer um curso de Serviço Social à distância. A oferta desse tipo de formação vem crescendo. O Ministério da Educação estimula essa modalidade, usando a bandeira da democratização do acesso ao ensino superior. O CFESS se posicionou publicamente contra e no dia 15 de maio lançou um manifesto que chegou a entidades de ensino, centros acadêmicos, profissionais de todo o país e, em alguns estados, foi veiculado pela TV. O ato foi planejado junto com a ABEPSS e a ENESSO. Todas as entidades da categoria questionam a qualidade da graduação a distância, argumentando que para a formação de assistente social é indispensável estabelecer a relação pedagógica com troca de informações, promoção de debates e socialização de experiências entre estudantes e docentes, realização de pesquisa, acompanhamento direto e sistemático das disciplinas específicas e do estágio supervisionado. Com os cursos à distância, a visão crítica e ampla da sociedade e do Serviço Social ficaria comprometida, além disso a estrutura desses cursos não contempla a integralidade de ensino, pesquisa e extensão. E os problemas começam a aparecer: tutores sem formação específica, atividades presenciais limitadas a teleconferências, apostilas com conteúdos superficiais, ausência de supervisão acadêmica direta e presencial nos campos de estágio, enorme quantitativo de estudantes procurando campos de estágio, insuficiência de docentes para orientação de Trabalho de Conclusão de Cursos (TCC), entre outros. O CFESS defende a expansão do ensino superior público e de qualidade para todos, e fez uma notificação ao MEC para saber quais os cursos que têm autorização de funcionar, e exigindo a apresentação dos projetos curriculares e listagem de docentes assistentes sociais. A resposta ainda não veio. Mas os profissionais das primeiras turmas da graduação à distância já estão a caminho e estarão formados até o final do ano. Plano de Lutas em Defesa da Formação O acelerado processo de precarização do ensino levou o CFESS, a ABEPSS e a ENESSO a elaborar um conjunto de estratégias com vistas a consubstanciar um Plano Nacional de Lutas em Defesa da Formação com Qualidade. Surgiu daí o Manifesto contra a Graduação a Distância, divulgado no dia 15 de maio. Outras estratégias foram planejadas como: publicação de textos sobre supervisão de estágio; intensificação de debates sobre supervisão direta de estágio, envolvendo as vice-presidentes regionais da ABEPSS, os CRESS e a instituições de ensino; inserção do tema supervisão direta de estágio nos espaços de discussão do ENPESS; elaboração de diretrizes para uma Política Nacional de Estágio pela ABEPSS, com participação do CFESS no grupo de trabalho; elaboração conjunta pela ABEPSS e CFESS de texto sobre Supervisão em Serviço Social, para o Curso de Especialização à distância; envolvimento de todas as entidades da categoria no debate e elaboração da proposta de resolução de regulamentação da supervisão direta de estágio; articulação com entidades como ANDES, Conlutas e outros movimentos sociais em defesa do ensino superior e contra a precarização da formação; apresentação no Conselhão de proposta de assinatura de nota contra os cursos de graduação à distância por todos os Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas; elaboração e envio ao MEC e Instituições de Ensino Superior de ofício conjunto pela ABEPSS CFESS e ENESSO defendendo abertura de curso de Serviço Social nas universidades públicas, em conformidade com as Diretrizes Curriculares da ABEPSS; atualização, pela ABEPSS, do levantamento sobre as IES públicas que não têm curso de Serviço Social e realização de visitas a estas universidades pelos CRESS, vice-presidentes regionais da ABEPSS e coordenadores (as) da ENESSO, para estimular a abertura de cursos; atualização do levantamento sobre oferta de cursos de serviço social à distância, pelos CRESS e vice-presidentes regionais da ABEPSS; continuidade da notificação realizada pelo CFESS ao MEC; envio de ofício assinado conjuntamente pela ABEPSS, CFESS e ENESSO às instituições que implementam cursos de serviço social à distância solicitando as mesmas informações; buscar articulação com parlamentares da Comissão de Educação. Algumas ações começaram a trazer resultados: a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano aprovaram a abertura de novos cursos de Serviço Social. O CFESS participou dos debates, defendendo que os cursos sigam as diretrizes curriculares da ABEPSS Em formação e exercício Desde o início de 2007, o Conjunto CFESS/CRESS vem discutindo Dia do Assistente Social, dia de luta O Dia do Assistente Social não poderia ser comemorado de outra forma a necessidade e importância de aprovar uma senão com muito debate e reflexão. No 15 de maio deste resolução regulamentando a supervisão ano os CRESS organizaram suas discussões direta de estágio, que constitui uma atribuição privativa de em torno de um tema central: Formação e assistentes sociais. A partir de uma minuta elaborada inicialmente exercício de qualidade. Foi mais uma oportunidade para pelo CFESS, foi constituído Grupo de Trabalho que o CFESS e os Conselhos Regionais debatessem se posicionassem a respeito de questões como a graduação à distância, o exame de com representantes do CFESS e um CRESS de proficiência, a regulamentação da supervisão direta de estágios cada região, que se dedicou a sistematizar e a metodologia do depoimento sem danos. O tema e a arte e analisar as contribuições enviadas pelos do que convencionamos chamar Semana CRESS. O resultado desse trabalho será apresentado no final de do(a) Assistente Social fizeram alusão a setembro ao Encontro Nacional para deliberação. A resolução movimentos sociais que lutaram radicalmente será um importante instrumento na defesa e pela construção de uma nova sociedade, como garantia de condições necessárias à formação foi o caso do “maio de 68” na França, e a força e ao exercício profissional com qualidade. das mensagens do famoso quadro “Guernica”, de Pablo Picasso, pintado em 1937 no contexto da Guerra Civil Espanhola. Desde então, “Guernica” se tornou um símbolo de resistência à violação dos direitos humanos, à opressão e à barbarização da vida, daí sua alusão na arte temática do 15 de maio de 2008, como forma de denúncia a todo tipo de violação de direitos na perspectiva que assistentes sociais em todo o Brasil possam fortalecer os movimentos de resistência. Além de assistentes sociais, docentes e estudantes também participaram dos encontros. O SERVIÇO SOCIAL NO MUNDO 19ª Conferência Mundial de Serviço Social Ellen Wood Professora da Universidade de York CFESS no MERCOSUL Imbuídos do compromisso com a fortalecimento do projeto ético político profissional no Brasil e na América Latina, o CFESS participou da reunião do Comitê Mercosul em julho na cidade de Montevidéu. Lá, repassou a coordenação do Comitê para a Associação dos Trabalhadores Sociais do Uruguai, e defendeu a elaboração conjunta de documentos que expressem a posição dos países do Cone Sul sobre a definição de Serviço Social da FITS, sobre parâmetros comuns na defesa dos direitos humanos, e sobre parâmetros para circulação de profissionais nos países do Mercosul. Tais documentos vão se somar aos Parâmetros Éticos Comuns, já aprovados em 2000 e deverão ficar prontos no primeiro semestre de 2009. José Paulo Netto Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro 19ª Conferência Mundial de Serviço Social A primeira Conferência no Brasil foi também a maior do mundo. Mais de 2700 pessoas de quase 50 países diferentes movimentaram a cidade de Salvador entre os dias 16 e 19 de agosto. A presidente do CFESS Ivanete Boschetti foi eleita membro vogal da FITS. Nomes consagrados como José Paulo Netto, Ellen Wood, Vishantie Sewpaul , Marilda Iamamoto e Lúcia Ba rroco, entre tantos outros, conduziram debates e reflexões com participação efetiva de profissionais e estudantes. Os visitantes saíram da capital baiana ecoando pensamentos sobre uma nova definição de Serviço Social, sobre uma compreensão crítica e ampla da realidade e a importância de desmistificar a desigualdade e a globalização. Mais do que em qualquer outro momento, o Brasil pôde expor aos (as) assistentes sociais de todo o mundo as contradições da sua realidade e os resultados perversos da mundialização do capital na vida da maioria da população. Gestão 2008•2011 Atitude Crítica para Avançar na Luta SCS QUADRA 2 • BLOCO C • ED SERRA DOURADA • SL 312/17 61 3223 1652 FAX 61 3223 2420 • 70300 902 BRASÍLIA DF w w w . cfess . or g . br • cfess @ cfess . or g . br PRESIDENTE: Ivanete Salete Boschetti (DF) • VICE-PRESIDENTE Sâmbara Paula Francelino Ribeiro (CE) • 1ª SECRETÁRIA Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz (SP) 2ª SECRETÁRIA Neile d’Oran Pinheiro (AM) • 1ª TESOUREIRA Rosa Helena Stein (DF) 2ª TE SOUREIRA Telma Ferra z da Silva (BA)• Conselho Fisc a l Silva n a Ma r a Morais dos Santos (RN) • Pedro Alves Fernandes (MG)• K átia Regina Madeira (SC) Conselheiros(as) Suplentes Edval Bernardino Campos (PA) • Rodriane de Oliveira Souza (RJ) • Marinete Cordeiro Moreira (RJ) • Kênia Augusta Figueiredo (MG) E ri v ã Garcia Velasco (M T) • M arcelo S i t co v sk y S a n t os P ereira (P E) Maria Elisa dos Santos Braga (SP)• Maria Bernadette de Moraes Medeiros (RS) Marylucia Mesquita Palmeira (PE) • ASSESSORIA DECOMUNICAÇão efotografias BRUNO COSTA E SILVA • design pulso • ilustração iara sales