Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA-MT - Em defesa da meio ambiente – Instituto Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento – IBRAD Curso de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas 01-12/12/2008 – Cuiabá - MT Indicadores Ambientais I – Conceitos: Indicadores Ambientais: “Ferramentas de acompanhamento de alteração de padrões ambientais e de estratégias de ação sobre o meio ambiente através da análise sistemática e da expressão sintética das evoluções temporais e/ou espaciais, em relação a uma situação de referência, com o objetivo de estabelecer metas e verificar eficiência e eficácia das ações” Índices Ambientais: “Índices ambientais são funções matemáticas baseadas em duas ou mais variáveis. Eles são os resultados numéricos de um indicador.” Porque precisamos de indicadores? Identificar danos e ameaças à saúde humana e aos ecossistemas; Ferramentas para tomadas de decisão e formulação de políticas; Ferramentas para elaborar e avaliar objetivos de programas; Informar o público sobre questões ambientais, de forma não técnica e de fácil entendimento; Responder ao direito de informação do público a respeito do estado do seu meio ambiente. Processo de desenvolvimento de indicador Identificação temática: Interesse científico, pauta de discussões internacionais, preocupações do público interno Metas das políticas públicas Definição das interface e dos critérios de seleção: Interconexões chaves; marco conceitual; critérios de seleção; e validação Consulta aos tomadores de decisão e especialistas para garantir: relevância, objetividade e credibilidade Consulta aos usuários/beneficiários para assegurar; acesso a informação e participação nas respostas Divulgação juntos aos interessados: Interpretação e correlação com outras experiências Credibilidade depende de transparência, assim os dados e métodos devem estar disponíveis para pronto exame (drill down) Critérios para a escolha de indicadores Confiabilidade: Validade científica e consistência teórica Flexível à mudanças Representativo de um amplo elenco de questões Interrelaciona “pressão-condição-resposta” Praticidade: Precisão da série histórica dos dados disponíveis Relação custo/benefício (tempo, tecnologia, custo, facilidade de monitorar) Utilidade Complexidade simplificada, com facilidade de domínio público Comparável com outros, do mesmo nível de organização, local, região. Aplicável em larga e pequena escala geográfica Relacionável à metas, parâmetros mínimos e padrões Integra os fatores sociais, econômicos e ambientais Modelos de indicadores ambientais Os métodos mais usados para desenvolver indicadores ambientais são: Pressão – Estado - Resposta (PSR), método desenvolvido e adotado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); Forças motrizes, Pressão, Estado, Exposição, Impacto, Ações (DPSEEA), desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU); Quantificação do Capital Natural (recursos + sistemas vivos + serviços do ecossistema) Múltiplas Exposições/Múltiplo Efeitos ( MEME) Enfoque dos Serviços do Ecossistema Qualidade do Ar: uso do DPSEEA Construindo uma série de Indicador Ambiental de Saúde, relacionando qualidade do ar e saúde: •Total de Quilômetros percorridos (driving forces) • Emissões de poluentes do ar (pressure) • Concentração ambiental da poluição do ar, por exemplo, concentração de PM2.5, PM10, ozônio, etc. (state) • Exposição da população ao nível excedente do máximo de poluição aceitável (exposure) • Mortalidade/morbidade de população devido à doenças respiratórias e ou cardiovascular (effect) • Acordos, iniciativas e programas (action) Modelo PSR para IA O quê acontece? (estado) (Como, onde, quando, quanto?) O quê se faz e quão eficaz se é? (resposta) Porquê acontece? (pressão) Modelo para IA no Brasil O método adotado no Brasil é o da OCDE: PSR Estado (alteração no meio ambiente. Ex: Mudança Climática, Contaminação da Água) Pressão (atividade antrópica. Ex: emissão de CO₂, efluentes industriais) Resposta (reação da sociedade. Ex: Taxação de fontes de energia, taxação do poluidor) Modelo PSR – classificação (o que indicam – expressam?) Indicadores de pressão : avaliam a pressão exercida por atividades humanas sobre meio ambiente (ex : emissões de CO e poeiras (parâmetros) no ar (critério); Indicadores de estado : oferecem uma descrição da situação ambiental (ex : concentração em nitratos na água de um rio) ; Indicadores de resposta: avaliam os esforços para resolver um problema ambiental (ex : financiamentos destinados à despoluição de solos). Usando o Método Delphi (pesquisa e validação técnica-científica) Os indicadores propostos são submetidos a grupos de tomadores de decisão e especialistas, que atribuem valores segundo os conceitos (somente um): 1 – Dispensável 2 – Não prioritário 3 – Desejável 4 – Importante 5 – Muito Importante Outros Métodos Método misto (pesquisa e validação técnicocientífica + consulta político-social) Exemplo: Seatle Sustentável Método ténico-monocrático (pesquisa + decisão técnica + validação política) Princípios dos Indicadores Qualificação e quantificação de parâmetros: Determinação direta Determinação indireta (balanço de massa) Processamento : Transformação: de dados em informação Agregação de parâmetros para cada critério (com ponderação de parâmetros) Agregação global dos critérios (com ponderação de critérios) Eventual tratamento estatístico de dados Avaliação Histórico dos IAs ANO EVENTO 1968 “A Tragédia dos Comuns” – Garret Hardin 1972 “Os limites do Crescimento” – MIT/Clube de Roma Conferências das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano – Estocolmo - Suécia 1982 Carta Mundial da Natureza 1988 Canadá – Identificação e desenvolvimento de indicadores 1992 Eco-92 – Carta da Terra e Agenda 21 - CBD 1995 Banco Mundial: Monitoring Environmental Progress – A Report on Work in Progress Princípios de Bellagio Pegada Ecológica – Willian Rees e Marhis Warckenagel 2000 CDS-ONU – 57 indicadores 2007 Relatório do IPCC/ONU IDS – CDS ONU Os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IDS da Comissão de Desenvolvimento Sustentável – CDS/ONU, começaram a ser desenhados em 1995, e somavam 134, constantes do Livro Azul Em 2002, com a adoção de um novo marco referencial ajustado dos IDS , este foram reduzidos à 57, organizados em 4 dimensões, 15 temas e 38 subtemas: • Ambiental: Ar, Solo, Água, Mares e Oceanos, Biodiversidade; • Social: Equidadade, Saúde, Educação, Habitação, Segurança, Demografia; • Econômica: Padrões de Consumo e Produção; • Institucional: Marco Institucional, Capacidade Institucional. Pegada Ecológica – “ecological footprint” É definido pelo “uso do espaço ambiental, nacional, regional, local ou per capita, necessário para produzir os níveis de vida que existem nos assentamento humanos, em relação às capacidades de carga cos ecossistemas” A pegada de um país ou cidade é calculada considerando a área em hectares, necessária para sustentar o consumo e a absorção dos resíduos resultantes deste consumo, para uma dada população. PE = hectares necessários para sustentar a produção localmente consumida e absorver os resíduos gerados; Consumo local: Produção + Importação – Importação Relação Norte-Sul: Sustentabilidade dos “países desenvolvidos” baseada na “importação de espaço ambiental”. Marco Referencial para o Modelo de Matriz de Aspectos e Impactos: ISO 14001 Avaliação Análise dos impactos significativos: FER Diagrama Metodológico Marco Referencial Pré-seleção de Indicadores Consulta Delphi Avaliação Crítica dos Resultados Avaliação/Sistematização Seleção final e definição do pesos dos Indicadores Proposição do Modelo Final Seleção e Atribuição de Peso dos Indicadores Aplicação Medição dos Indicadores Avaliação de Desempenho Retorno Definição de Padrões de Desempenho Mudanças Climáticas “O economista limita o seu campo de observação a processos parciais, pretendendo ignorar que esses processos provocam crescente modificação no mundo físico. A maioria deles transforma energia livre ou disponível, sobre a qual o homem tem perfeito comando, em energia não disponível. Demais das conseqüências de natureza diretamente econômica, como seja o encarecimento das fontes alternativas de energia, esse processo provoca elevação da temperatura média de certas áreas do planeta cujas conseqüências a mais longo prazo dificilmente podem ser exageradas” Celso Furtado – O mito do desenvolvimento econômico - 1974 Referências bibliográficas Indicadores Ambientais para Países em Desenvolvimento, José Cláudio Junqueira Ribeiro e Leo Heller www.bvsde.paho.org/bvsAIDIS/PuertoRico29/junque.pdf Importância dos Indicadores Ambientais na Avaliação Ambiental Estratégica. Tadeu Fabrício Malheiros – FS/USP, 2006. www.fiesp.com.br/download/palestras/03_tadeu_fabricio_malheiros.pdf OECD Key Environmental Iindicators, 2008, OECD www.oecd.org/dataoecd/32/20/31558547.pdf Indicadores e Índices Ambientais, Paula Antunes ,Universidade Nova de Lisboa http://ecoman.dcea.fct.unl.pt/disciplinas/gestao/files/indicadores.pdf Canadian Experiences in Evironmental Reporting. Kerri Henry www.semad.mg.gov.br/images/stories/arquivos/Indicadores_Ambientais_no_Canada_Ke rry_Henry.pdf