PRECONCEITO (de classe) SOCIAL

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PRECONCEITO (de classe) SOCIAL
por juny kp!
conceito
O preconceito de classe social está relacionado ao
poder aquisitivo, ao acesso à renda, à posição
social, ao nível de escolaridade, ao padrão de vida,
entre outros.
darcy ribeiro
Em sua obra intitulada O
Povo Brasileiro, o
antropólogo Darcy Ribeiro
afirma que “apesar da
associação da pobreza com a
negritude, as diferenças
profundas que separam e
opõem os brasileiros em
extratos flagrantemente
contrastantes são de natureza
social”. (RIBEIRO, 2006, p.
215).
darcy ribeiro
Isso sugere que, para além do
preconceito racial tão discutido
no Brasil, há outro que está
pautado na posição social dos
indivíduos, conforme seu acesso
à renda, poder aquisitivo, padrão
de vida e nível de escolaridade.
Em outras palavras, no Brasil
também existe o chamado
preconceito de classe social.
Como qualquer outro tipo de preconceito, este, motivado
pela situação econômica, também se manifesta como um
tipo de violência, da mesma forma que aquele dado pela
cor da pele, tão comum à sociedade brasileira.
Aliás, para Darcy Ribeiro, “não é como negros que eles
operam no quadro social, mas como integrantes das
camadas pobres, mobilizáveis todas por iguais
aspirações de progresso econômico e social [...].
Acresce, ainda, que [...] mais do que preconceitos de
raça ou de cor, têm os brasileiros arraigado preconceito
de classe”. (ibidem, p. 216).
Essa breve observação é importante uma vez que
podemos encontrar trabalhadores urbanos que, embora
sejam todos proletários, por possuírem faixas de renda
diferentes, podem manifestar preconceito de classe em
relação aos que possuem um status inferior em relação ao
poder aquisitivo, seja por ocuparem funções inferiores,
seja por terem menor grau de instrução.
Naturalmente, a possibilidade do preconceito dos mais
ricos (donos de meios de produção, empresários,
banqueiros) em relação aos mais pobres estaria mais
próxima desse antagonismo de classes tão discutido por
Marx.
um exemplo
Para se ter uma ideia, em 2011, na cidade de São Paulo, houve
uma polêmica quanto à construção de uma estação de metrô em
uma região nobre, mais precisamente no bairro de Higienópolis.
Moradores dessa localidade manifestaram-se contra as obras pelo
simples fato de temerem a presença de pessoas “estranhas” pelas
redondezas, alegando que a estação de metrô colocaria em risco a
segurança e a tranquilidade locais. A polêmica gerada ganhou o
noticiário, pois, apesar da coerência do argumento em relação aos
possíveis reflexos na região como o aumento do número de
transeuntes, tratava-se de um ponto de vista preconceituoso em
relação à grande massa trabalhadora usuária desse tipo de
transporte público. Mais do que isso, esse discurso (talvez não de
uma maioria, mas de um grupo de moradores) deixaria implícita a
tentativa de uma “demarcação territorial” por uma determinada
classe desejosa em se manter isolada, longe do que lhe parece
inferior.
um exercício
Sugiro nos arriscarmos e
pensarmos também em outros
tipos de agrupamentos
sociais: aplicamos
“GENERALIZADAMENTE”
as características arquetípicas
do grupo ao indivíduo,
descartando as suas
possibilidades individuais?
“No Brasil temos inúmeros tipos de preconceitos.
Todo cigano é ladrão.
Todo índio é preguiçoso.
Negro gosta de feitiçaria.
Judeu é avarento.
Nordestino tem cabeça chata.
Se consultarmos o dicionário sobre o significado da palavra
preconceito, encontraremos provavelmente como resposta: opinião
ou ideia preconcebida sobre algo ou alguém, sem conhecimento ou
reflexão; atitude genérica de discriminação ou rejeição, em relação a
sexo, religião, raça, ou classe social.
Dentre os preconceitos existentes no Brasil, há um que sempre
existiu e continua a existir. Ele me preocupa. É o preconceito de
classe da elite contra o operariado, na forma de um autoritarismo
social que temos o dever de observar e combater. Por que ? Porque
ele nos transforma numa sociedade doente, ao não perceber que o
poder não é privilégio de uma classe só.” (Chico Vigilante)
rio preto ama o camarote!
rio preto ama condomínio!
rio preto ama sobrenome!
você sabe com quem está falando?
imagética
sebastião salgado
referências:
RIBEIRO, Paulo Silvino. "Preconceito de
classe social"; Brasil Escola. Disponível
em <http://brasilescola.uol.com.br/
sociologia/preconceito-classe-social.htm>.
Acesso em 22 de fevereiro de 2016.
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