Catabolismo de ácidos graxos 4. Em 1904, Franz Knoop realizou algumas experiências que se tornaram exemplos de engenhosidade e pioneirismo na história da Bioquímica. Knoop alimentou cães com ácidos graxos saturados de cadeia linear marcados quimicamente, com um radical fenila ligado ao carbono ômega. Na urina dos cães alimentados com ácidos graxos com número par de átomos de carbono (como fenilbutirato, por exemplo), Knoop encontrou somente ácido fenilacético (na forma de fenil acetil glicina). Na urina dos cães alimentados com ácidos graxos de número impar de átomos de carbono (como fenilpropionato, por exemplo), Knoop encontrou o benzoato (na forma de benzoil glicina, conhecido também como hipurato). Como você interpretaria estes resultados? A partir dos produtos encontrados por Knoop na urina dos cães, proponha um modelo coerente sobre a quebra e utilização dos ácidos graxos. Os átomos de carbono dos ácidos graxos 3 H3 C ω (CH2)n 2 CH2 CH2 β α 1 O C OH Os ácidos graxos são degradados por oxidação do carbono β 5. Em 1913, as observações de Otto Warburg sugeriram que a oxidação de metabólitos por oxigênio molecular ocorria em sistemas enzimáticos altamente organizados que estavam associados à porção particulada, portanto insolúvel, da célula. As experiências de G. H. Hogeboom em 1946 mostraram que as atividades de succinato desidrogenase e citocromo oxidase ocorriam na fração de “grandes grânulos”. Em 1948, G. H. Hogeboom, W. C. Schineider e G.E. Pallade mostraram que esses “grandes grânulos” isolados eram morfologicamente idênticas às mitocôndrias observadas em células intactas. Em 1949, Eugene P. Kennedy e Albert L. Leningher, usando o método de Hogeboom e cols. (1948) para isolamento de grandes grânulos de fígado, estudaram a oxidação de vários compostos pelas diferentes frações. Analise os resultados deste experimento, mostrados na Tabela I, discuta e tire suas conclusões. Atividade de frações sucelulares de fígado de rato na oxidação de intermediários do ciclo de Krebs Substrato Consumo de oxigênio (µMol) Mitocôndria Citrato α-cetoglutarato Piruvato+oxaloacetato nenhuma 7.10 6.30 7.10 0.18 “ppt Nuclear.” Citrato α-cetoglutarato Piruvato+oxaloacetato nenhuma 1.90 1.70 0.98 0.00 Sobrenadante Citrato α-cetoglutarato Piruvato+oxaloacetato nenhuma 0.54 0.00 1.40 0.31 Fração Kennedy e Lehninger estudaram também a oxidação de outros compostos (inclusive o octanoato, um ácido graxo de 8 carbonos), pela fração mitocondrial. Os resultados obtidos são mostrados na Tabela III. Analise estes resultados e tire as conclusões possíveis. Formação de ATP e respiração em preparação de mitocôndria isolada: Consumo de O2 µM Fosfato esterificado (ATP) Experimento No Substrato 1 nenhum Citrato α-cetoglutarato Piruvato+oxaloacetato 0.18 7.1 6.3 7.1 24.2 106 113 113 0.5 37 2 Nenhum (0.0001 M malato adicionado) Octanoato 4.5 121 Os ácidos graxos são oxidados na mitocôndria! γ 6. Em 1949, em um outro trabalho, Kennedy e Lehninger, através de medidas de oxigênio consumido estudaram os requerimentos necessários para a oxidação de oleato. Analise a figura abaixo e tire suas conclusões. Não se esqueça de ter em mente as vias metabólicas que contribuem de maneira efetiva para o consumo de oxigênio na mitocôndria. . Por que na ausência de ATP o consumo de oxigênio é tão mais baixo? Qual o papel do ATP no processo de utilização de ácidos graxos como fonte de energia? Ativação do ácido graxo: acil-CoA sintetase Ativação do ácido graxo e β-oxidação Citosol Palmitato Acil CoA sintetase Mitocôndria ATP β-oxidação Palmitoil-CoA Em 1955 Irving B. Fritz verificou que a oxidação de ácidos graxos em homogenato de fígado era altamente estimulada quando uma pequena fração de homogenato de músculo era adicionada ao meio de reação. Neste mesmo trabalho, Fritz sugeriu que a molécula ativadora era a carnitina, um derivado do metabolismo de aminoácido, extremamente abundante nos tecidos musculares. Em 1963, em um outro artigo, Fritz e Yue realizaram uma série de experimentos para observar como a carnitina participaria no processo de oxidação dos ácidos graxos. No primeiro (tabela 4), eles observaram o efeito da carnitina na oxidação completa de palmitato14C (produção de 14CO2), na presença de cofatores como ATP e CoA. Em seguida, (tabela 3) comparou o efeito da carnitina na respiracão utilizando as formas ativada (Palmitoil-CoA) e não ativada do palmitato na ausência de ATP. Finalmente, testou a respiração de mitocôndrias incubadas com diferentes substratos na presença e ausência de carnitina (figura 2). 7. Com base nos resultados obtidos, proponha um modelo que explique o papel da carnitina na oxidação dos ácidos graxos. Não esqueça de considerar os compartimentos celulares nos quais se encontram os ácidos graxos (palmitato e palmitoil CoA) e aonde ocorre a beta- oxidação. Ácidos graxos são ATIVADOS após a entrada nas células Para ser oxidado o ácido graxo é transportado para o interior das mitocôndrias 8. Descreva em poucas linhas o processo da β-oxidação, incluindo os fatos relevantes do ponto de vista termodinâmico. Quais são os produtos da última volta? Qual a importância, na sua opinião desta última etapa da β -oxidação, ou seja, a tiólise? β-oxidação β-oxidação β-oxidação β-oxidação β-oxidação β oxidação A oxidação dos ácidos graxos - ESTÁGIOS A oxidação dos ácidos graxos – rendimento ESTÁGIO 2 energético 8 Acetil-CoA Cada acetil-CoA gera: ESTÁGIO 1 1 FADH2 7 FADH2 7 NADH 3 NADH 1 GTP ATP Total: 8 FADH2 24 NADH 8 ATPs 28 ATPs 72 ATPs TOTAL: 108 ATPs !!!!