Introdução

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ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR POR MEIO DO COMPRIMENTO DO
FOLÍOLO CENTRAL DO FEIJÃO-VAGEM (Phaseolus vulgaris L.) CULTIVADO EM
ESTUFA PLÁSTICA
Ivonete Fátima Tazzo1; Edenir Luis Grimm2; Carina Rejane Pivetta3;
Guilherme Fabiano Maass4; Sidinei Zwick Radons5 e Arno Bernardo Heldwein 6
INTRODUÇÃO
A área foliar é, em geral, um excelente indicador
da capacidade fotossintética de uma planta e a sua
determinação é muito importante em estudos de nutrição,
competição e relações solo-água-planta. É importante
também como índice de crescimento da planta e está
estreitamente correlacionada à acumulação de matéria seca,
metabolismo e produção, assim como à maturação e
qualidade da cultura (BENINCASA et alii,1976).
A busca de métodos fáceis de serem executados,
rápidos e não-destrutivos que estimem a área foliar com
precisão torna-se importante para avaliar o crescimento das
plantas. Estes métodos trazem como vantagem o fato de que
as amostragens poderão ser executadas com as mesmas
plantas durante o seu ciclo de desenvolvimento reduzindo o
erro experimental associado com procedimentos de
amostragens destrutivas (Silva et al., 1998).
Vários são os métodos utilizados na determinação
da área foliar de plantas em condições de campo ou de
laboratório. Os métodos mais comuns requerem a destruição
das plantas e se tornam impraticáveis para ensaios nos quais
o número de plantas é limitado. Esses métodos requerem
ainda tempo e mão-de-obra, que nem sempre estão ao
alcance do experimentador (BENINCASA et alii,1976).
As equações para a determinação da área foliar
são obtidas através de modelos de regressão, utilizando-se
medidas lineares de comprimento e largura das folhas das
plantas da cultura.
O objetivo desse trabalho foi estabelecer modelos
matemáticos que utilizem a medida linear dos folíolos da
planta de feijão para estimar a área foliar.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em estufa plástica de
24 x 10 m, localizada na área experimental do
Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de
Santa Maria. O clima da região é do tipo Cfa , segundo a
classificação de Köppen. A semeadura foi realizada no dia
14/08/2003. A abertura e o fechamento da estufa foram
realizados conforme as condições meteorológicas. Após o
preparo do solo por meio de enxada rotativa foram
realizadas, manualmente, as operações de confecção de
canteiros, abertura de sulcos, adubação e semeadura. A
variedade utilizada para a realização do experimento foi a
Macarrão Baixo. A semeadura foi feita em quatro canteiros
com quatro linhas cada, além de dois canteiros com duas
linhas utilizados como bordadura. Os canteiros tinham
1,20m de largura por 10m de comprimento. A irrigação foi
feita com base em duas baterias de tensiômetros, sendo
estes instalados a 0,10 e 0,20m de profundidade. No início
do experimento o espaçamento utilizado foi de 0,30m entre
1
linhas, e de 0,10m entre plantas. Realizou-se um desbaste
aos 22 dias após a emergência (DAE) deixando-se o sistema
de espaçamento 0,10-0,20-0,10m entre plantas. A adubação
química consistiu na aplicação de NPK usando-se a
formulação 15-20-60, na quantidade de 350 Kg/ha. Essa
quantidade de fertilizante é relativamente pequena para o
feijão, porém deve-se considerar que é um ambiente
protegido, onde a perda de nutrientes por lixiviação é baixa.
Além disso, são feitos dois cultivos por ano, com adubação
para cada um.
Foram feitas quatro coletas de plantas (33, 54, 82
e 101 DAE), nas quais fizeram-se as medidas do
comprimento e da largura de cada folíolo. Depois de feita a
medição, determinou-se a área foliar através do método dos
discos. O calador utilizado foi de 1,8 cm de diâmetro.
Com as medidas do comprimento e da largura do
folíolo central dos trifólios das plantas coletadas e com a
área obtida através do método dos discos, fez-se regressões
simples através do programa estatístico Table Curve,
obtendo-se assim as equações.
Os modelos foram gerados usando-se quatro
métodos os quais relacionavam o comprimento, a largura, o
comprimento x largura e o comprimento + largura, com a
área obtida pelo método dos discos. Para a geração dos
modelos foi utilizado o programa estatístico Table Curve.
Foram selecionados os modelos com maior coeficiente de
determinação (R2) e também os de aplicação mais simples.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os modelos gerados a partir da largura, do
comprimento x largura e do comprimento + largura
apresentaram um baixo índice de correlação (R2), sendo
estes descartados. Os modelos que utilizam o comprimento
do folíolo central de cada trifólio apresentaram um R2
satisfatório. As equações y=9.608+0.0774C^2.354, com
R2= 0.8743 (Equação 2) e y=4.0737+0.230C^2, com R2=
0.8721 (Equação 5), são as mais fáceis de serem aplicadas
em relação às demais.
A tabela abaixo mostra a relação das cinco
melhores equações, com seus respectivos R2, segundo o
ranquing apresentado pelo programa.
Tabela 1: Relação das melhores equações obtidas
utilizando-se o comprimento do folíolo central do trifólio de
plantas de feijoeiro. Santa Maria – 2003.
Equação
R2
1 - y=10.010+0.074C^2lnC
2 - y=9.608+0.0774C^2.354
3 - y=11.461+.049x^(2.5)
4 - y=-2.764+14.318exp(-C/-9.677)
5 - y=4.0737+0.230C^2
Acadêmico do curso de Agronomia, UFSM, bolsista BIC-FAPERGS
Eng. Agr., Dr., Prof. titular do Departamento de Fitotecnia, UFSM,97105-900 Santa Maria,
e-mail:[email protected], bolsista CNPq.
3
Acadêmico do curso de Agronomia, UFSM. Bolsista PIBIC/CNPq/UFSM
4
Eng. Agr., Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Agronomia, UFSM
5
Eng. Agr., doutorando do PPG em Agronomia, UFSM, bolsista CAPES.
6
Acadêmica do curso de Agronomia, UFSM, bolsista FIPE.
2
0.8744
0.8743
0.8738
0.8736
0.8721
Nas equações apresentadas na Tabela 1, C
significa o comprimento do folíolo central dos trifólios das
plantas de feijoeiro.
Na figura 1 verifica-se a relação da área foliar
com o comprimento do folíolo central do trifólio de plantas
de feijoeiro, onde o coeficiente de determinação foi de 0,87.
Área foliar (cm²)
120
SILVA, N.F.; FERREIRA, F. A .; FONTES, P.C.R.;
CARDOSO, A . A. Modelos para estimar a área foliar de
abóbora por meio de medidas lineares. Revista Ceres,
Viçosa, v.45, n.259, p.287-291, mai-jun. 1998.
y = 0,3027x2 - 1,9108x + 15,799
R2 = 0,8743
100
80
60
40
20
0
5
8
11
14
Comprimento (cm)
17
20
Figura 1. Curva de regressão não linear obtida da área
foliar (cm2) obtida pelo método dos discos e
comprimento do folíolo central (cm) de um trifólio de
plantas de feijoeiro. Santa Maria, RS – 2003.
Na reta 1:1 podemos verificar que no início do
ciclo da cultura há uma grande relação entre a área foliar
observada e a área estimada. A partir dos 70 DAE, quando
as folhas tinham maior tamanho, a área estimada pelo
modelo foi superestimada (Figura 2).
120
y = 1,063x - 2,1091
R2 = 0,8338
Estimado
100
80
60
40
20
0
0
20
40
60
80
QUEIROGA, J. L.; ROMANO, E. D. U.; JOSÉ R. P.
SOUZA, J. R. P.; MIGLIORANZA, E. Estimativa da área
foliar do feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) por meio
da largura máxima do folíolo central. Horticultura
Brasileira, vol. 21 Brasília Jan./Mar, 2003.
100
120
Observado
Figura 2: Relação entre a área foliar observada e área foliar
estimada com a reta 1:1. Santa Maria – 2003.
CONCLUSÃO
A área foliar para a cultura do feijoeiro cultivado
em estufa plástica pode ser estimada usando-se apenas a
medida do comprimento do folíolo central dos trifólios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENINCASA, M. M. P.; BENINCASA, M.; LATANZE, R.
J. e JUNQUETTI, M. T. G. Método não destrutivo para
estimativa de área foliar de Phaseolus vulgaris L.
(feijoeiro). Científica, Jaboticabal, v.4, n.1, p.43-48,
1976.
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