UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ UNOCHAPECÓ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Cléia Flores Lucelene Haas Marcili Rosana Klein HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM Chapecó – SC, 2010 CLÉIA FLORES LUCELENE HAAS MARCILI ROSANA KLEIN HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM Relatório de prática assistencial apresentado no Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ, referente à disciplina de Enfermagem Assistencial Aplicada II (Estágio Curricular) como pré-requisito para obtenção do título de Enfermeira, sob orientação da Prof. Leoni Terezinha Zenevicz. Chapecó – SC, 2010 Mensagem “Não sei ... se a vida é curta ou longa demais para nós, Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.” (Cora Coralina) DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho aos nossos familiares. Em especial ao meu esposo Maguino pelo apoio incondicional, e a minha filha Mariana por compreender a minha ausência (Marcili). Em especial a minha família pelo amor incondicional, apoio e dedicação (Lucelene). AGRADECIMENTOS A Deus, pelo dom da vida. Ser supremo, fonte de força e sabedoria, que esteve sempre à frente, guiando nossos passos. Agradeço essa existência que nos possibilitou a cada dia sermos mais humanas e persistentes em nossos objetivos. A nossa família, sempre presente, de cujo incentivo e suporte não podemos prescindir. Com admiração e reconhecimento, à nossa orientadora, Porfª. Drª. Leoni Terezinha Zenevicz, pelo apoio durante toda nossa formação. Obrigada pelo carinho, compreensão e considerações que tanto nos auxiliaram nesse crescimento cientifico e intelectual. Aos amigos que nos deram apoio, estímulo, encorajamento e que se privaram da nossa companhia durante a realização deste trabalho. A toda equipe do CISGE, em especial a Coordenadora Aloiri e a Enfermeira Ana Paula pelo carinho com que nos receberam. Às famílias que nos acolheram carinhosamente, colaborando com o desenvolvimento deste trabalho. À nossa amiga Simone Zardo Grossi que gentilmente elaborou o diagrama do nosso marco conceitual. A todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização deste trabalho. CLÉIA: Às amigas e irmãs do coração Lucelene e Marcili, pelos momentos de alegria, pela amizade, compreensão, aprendizado e companheirismo. Pessoas que me ajudaram em todos os momentos que precisei, levarei comigo para o resto da minha vida o que aprendi nesta caminhada. LUCELENE: Às amigas Cléia e Marcili, irmãs de coração, companheiras de todas as horas. Sempre presentes nos momentos que mais precisei. Incentivando e mostrando com suas atitudes e com seus exemplos. Ao meu pai, exemplo de honestidade e caráter que trabalhou e lutou muito para essa conquista. Á minha mãe, pelo amor incondicional e por todas as barras que enfrentou ao meu lado para que eu não desistisse. Á minha irmã Liliam, exemplo de otimismo e bondade, pelo carinho, apoio incondicional e financeiro, agradecer é pouco, por tudo o que fez por mim. À minha irmã Liziane, exemplo de determinação, que mesmo longe e sempre trabalhando muito, sempre me incentivou. A toda família Haas, onde todos de uma maneira ou de outra torceram e incentivaram para a conquista desta formação acadêmica. MARCILI: Às amigas Cléia e Lucelene, irmãs de coração que estiveram mais próximas, pelo convívio, aprendizado e ensinamentos. Pela dedicação e amizade, fiéis companheiras com quem dividi todas as minhas inquietações. Pessoas que me deram suporte durante toda esta trajetória. Ao Maguino pelo amparo, companheirismo, dedicação, amor, compreensão e carinho. Pelo cuidado, pela torcida. À minha filha Mariana pelo amor e compreensão, por abrir mão de muitas coisas em favor desta conquista e por suprir minha ausência em nosso lar. À minha sogra Zenaide pelo apoio e por acolher minha filha e meu esposo nos momentos de minha ausência. Aos meus pais, por tudo que sou. Às minhas famílias Klein e Melo, por acreditarem em mim, pelo amor e apoio em todos os momentos e pela presença em minha vida. Aos meus compadres Maurício e Grasiela pela amizade, pelas palavras de incentivo, e por compartilharem minha conquista. Aos Pastores Davi e Damaris, pelas orações que tanto me fortalecem. HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM Cléia Flores¹ Lucelene Haas¹ Marcili Rosana Klein¹ Leoni Terezinha Zenevicz² RESUMO Home Care define-se como a prestação de serviços ao cliente, família e grupos sociais em domicílio. Alguns fatores justificam a adoção deste sistema, sejam: o envelhecimento da população, o aumento da necessidade de cuidados em doenças crônicas, aumento do custo de tecnologias diagnósticas e de tratamento e aumento do interesse pelo autocuidado. As atribuições do enfermeiro visam à limitação do dano ou invalidez e a promoção da independência, por meio do comprometimento da família e do cliente nas atividades educativas e de autocuidado, todas voltadas para uma adequada qualidade de vida no domicílio e na comunidade. Preservar a autonomia e manter a independência no maior grau possível é um dos objetivos do cuidado ao adulto e idoso. Para a implementação da prática assistencial utilizamos como modelo teórico de Enfermagem a teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothéa E. Orem a qual constitui a essência da Teoria Geral de Orem por delinear a necessidade da assistência de enfermagem. Foi desenvolvida na cidade de Chapecó (SC), bairro Efapi, ESF área 120 com dezessete famílias nas quais pelo menos uma pessoa apresentava déficit de autocuidado. O objetivo geral foi prestar assistência de enfermagem cuidando em domicílio, pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores num processo dialógico que fomentasse a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada. A assistência de Enfermagem foi prestada em domicílio através de cento e cinco visitas, onde realizamos consultas e técnicas de enfermagem, e orientações quanto a hábitos de vida saudável. As ações foram adaptadas conforme a realidade encontrada e ao cotidiano das relações de cuidado nos diversos âmbitos onde vivem estes pacientes/cuidadores abrangendo as diversas dimensões do cuidado, alcançando com êxito os objetivos propostos. Ao final da prática constatamos que os objetivos foram alcançados efetivamente. Palavras-Chave: HOME CARE, Autocuidado, Enfermagem, Adulto e Idoso. ___________________________________________ ¹ Acadêmicas do 9º período do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ. ² Enfermeira Doutora e Docente do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ. HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE) CIDADE DE CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM Cléia Flores¹ Lucelene Haas¹ Marcili Rosana Klein¹ Leoni Terezinha Zenevicz² ABSTRACT Home Care is defined as the provision of customer services, family and social groups at home.Some factors justify the adoption of this system, like: population aging,increased need for care in chronic diseases, increased cost of diagnostic technologies and treatment and the increased interest in selfcare. The responsibilities of nurse aim the damage limitation or disability and promoting independence, through the involvement of family and client in the educational activities and selfcare, all to an adequate quality of life at home and in the community. Preserve the autonomy and keep the independence at the highest possible level is one of the goals of adult and elderly care. For the implementation of the assistance care practice we used as a theoretical model of nursing the Dorothea Orem`s Self-Care Deficit Theory, which constitutes the essence of the General Theory of Orem by outlining the need for nursing care. Was developed in the Chapecó City (SC), Efapi district, ESF area 120 with seventeen families in which at least one person had self-care deficit. The main objective was provide nursing care caring at patients home with self-care deficit and theirs caregivers in a dialogical process that promote education, reflection, questioning and shared action. The nursing care was provided at home by one hundred and five visits, where we conducted consultations and nursing techniques, and guidance on healthy living habits. The shares were adjusted according to the encountered reality and the daily care relationships in diverse environments where the patients/caregivers live covering the different dimensions of care, reaching with success the proposed goals. At the end of the practice we found that the goals were actually achieved. Keywords: HOME CARE, Self Care, Nursing, Adult and Elderly. ___________________________________________ ¹ Acadêmicas do 9º período do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ. ² Enfermeira Doutora e Docente do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Dorothéa E. Orem......................................................................................................21 Figura 2. Desenho do Marco Conceitual...................................................................................25 Figura 3: Centro de Referência (CISGE)..................................................................................27 Figura 4: Realização de Hemoglicoteste ..................................................................................80 Figura 5: Hemoglicoteste com resultado alterado.....................................................................80 Figura 6: Verificação de Pressão Arterial em atendimento domiciliar.....................................81 Figura 7: Família participante da Prática Assistencial..............................................................81 Figura 8: Cartilhas elaboradas e distribuídas aos participantes da prática assistencial.............82 Figura 9: Lembrancinhas distribuídas às famílias participantes................................................82 Figura 10: Lembrancinhas entregues na Páscoa........................................................................83 Figura 11: Comparativo dos curativos realizados.....................................................................84 LISTA DE ABREVIATURAS ACS - Agente Comunitário de Saúde ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CI - Consentimento Informado CISGE - Centro Integrado De Saúde Grande Efapi COFEN - Conselho Federal de Enfermagem DIA - Diabetes Mellitus ESF - Estratégia Saúde da Família HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica HGT - Hemoglicoteste IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IRC - Insuficiência Renal Crônica PA - Pressão Arterial RDC - Resolução da Diretoria Colegiada SNE - Sonda Nasoenteral SNG - Sonda Nasogástrica SVA - Sonda Vesical de Alívio SVD - Sonda Vesical de Demora TCC - Trabalho de Conclusão de Curso SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................10 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................12 3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................ 21 3.1. Trajetória de Dorothea E. Orem............................................................................21 3.2. Teoria do Autocuidado..........................................................................................23 3.3. Teoria do Déficit de Autocuidado.........................................................................23 3.4. Teoria dos Sistemas de Enfermagem.....................................................................24 3.5. Diagrama do Marco Conceitual.............................................................................24 4. METODOLOGIA DA PRÁTICA ASSISTENCIAL...........................................................26 4.1. Cenário da Prática..................................................................................................26 4.2. Perfil da Clientela..................................................................................................27 4.3. Desenvolvimento da Prática Assistencial..............................................................29 4.3.1. Objetivo Geral.........................................................................................29 4.3.2. Objetivos Específicos..............................................................................30 5. COMPROMISSO ÉTICO.....................................................................................................46 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................47 7. REFERÊNCIA......................................................................................................................49 8. APÊNDICES.........................................................................................................................57 Apêndice I: Questionário aplicado aos cuidadores.....................................................58 Apêndice II: Roteiro para Consulta de Enfermagem..................................................59 Apêndice III: Roteiro para Exame Físico...................................................................60 Apêndice IV: Tabela de procedimentos de Enfermagem realizados..........................62 Apêndice V: Tabela para controle semanal de visitas................................................63 Apêndice VI: Avaliação método Wong-backer.........................................................64 Apêndice VII: Mensagem de Acolhimento................................................................65 Apêndice VIII: Oração................................................................................................66 Apêndice IX: Cartilha Educativa................................................................................67 9. ANEXOS..............................................................................................................................77 Anexo I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................................78 10. IMAGENS..........................................................................................................................79 1. INTRODUÇÃO Este relatório descreve a Prática Assistencial prevista pela disciplina Enfermagem Assistencial Aplicada II (Estágio Curricular II), do 9º período do curso de Enfermagem, contemplando e aprofundando os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, implementando e desenvolvendo ações de enfermagem de acordo com os preceitos de uma Teorista de Enfermagem. A teoria que embasou este trabalho e serviu para programar as ações foi a Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem. O objetivo geral foi prestar assistência de enfermagem cuidando em domicílio adultos e idosos com déficit de autocuidado e seus cuidadores num processo dialógico que fomentasse a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada. O envelhecimento, enquanto fenômeno biológico apresenta-se em cada ser humano de um modo singular. Se for quantificado através dos decréscimos da capacidade de cada órgão, a velhice poderia ser interpretada como uma etapa de falência e incapacidades na vida. Porém enquanto processo natural e previsto na evolução dos seres vivos, percebe-se que a pessoa não fica incapacitada porque envelhece. Isto é, a pessoa não necessita da totalidade de sua reserva funcional para viver bem e com qualidade (MARTINS et al, 2007). O envelhecimento aumenta a susceptibilidade às enfermidades crônicas e incapacidades. Em consequência disso, os idosos passam a depender de cuidados prestados por familiares ou cuidadores em instituições hospitalares, asilares ou no próprio domicílio. Martins e col. (2007) afirmam que: O domicílio não apresenta as características de uma instituição formal de saúde. É o local em que os seres humanos convivem e tornam propícios os cuidados individualizados. Este ambiente é permeado por diversos aspectos culturais, de significância aos seus moradores e frequentadores, portanto, eivado de subjetividades nem sempre compreensíveis para quem não reside ou frequenta aquele ambiente. Tais aspectos, portanto, deve ser considerados toda vez que a equipe de saúde ali adentrar e propor intervenções. 11 Os mesmos salientam que cuidar no domicílio implica em novos modos de fazer e saber dos trabalhadores da saúde. Visto que a postura deve primar por efetivar ações que permitam a integralidade, a intersubjetividade e o cuidado direcionado à família. Com este enfoque, o cuidado domiciliar requer a reorganização dos serviços de saúde com ênfase na promoção e educação, identificando as reais necessidades dos envolvidos, permitindo também a autonomia e a co-responsabilidade, a valorização da subjetividade e a criação de vínculo. Nessa perspectiva e por acreditar-se que ao desenvolver habilidades para o autocuidado, conjunto de ações que o ser humano desenvolve em seu benefício, no sentido de promover, manter a vida, o bem estar e a saúde se estaria afastando do foco biológico e patológico das práticas institucionais que controlam a saúde. Priorizando a assistência desta forma aproxima-se do humanismo, da cidadania, do direito de decisão e da independência do outro é que se realiza essa prática assistencial visando uma melhora na qualidade da assistência de enfermagem, centrada em um enfoque humanizado, tendo como ponto alto do estudo o processo educativo para que os objetivos sejam alcançados. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA HOME CARE Segundo a Resolução do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) nº 267/2001, a enfermagem em Home Care define-se como a prestação de serviços ao cliente, família e grupos sociais em domicílio (Portal COFEN). O desenvolvimento, na área privada, do atendimento domiciliar no Brasil, ocorreu, inicialmente, sem o suporte de um padrão de licenciamento que orientasse o crescimento da modalidade Home Care, de uma forma uniforme e eficaz (LEME, 2009). Por muito tempo havia poucos profissionais com experiência nesta área no Brasil, porém, a realidade vem se transformando, desde que em 26 de janeiro de 2006 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou a RDC nº 11 que forneceu as primeiras diretivas para a prática da modalidade e traz algumas definições: Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio. Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas desenvolvidas em domicílio. Cuidador: pessoa com ou sem vínculo familiar capacitada para auxiliar o paciente em suas necessidades e atividades da vida cotidiana. Alguns fatores justificam a adoção do sistema de Home Care, sejam: o envelhecimento da população, o aumento da necessidade de cuidados médicos em doenças crônicas, aumento do custo de tecnologias diagnósticas e de tratamento, recursos financeiros insuficientes destinados à saúde pelo governo, dificuldades das instituições hospitalares, aumento do interesse pelo autocuidado, necessidade de gerenciamento de custo e risco pelos planos de saúde (LEME, 2009). As atribuições do enfermeiro especialista em Home Care visam à limitação do dano ou invalidez e a promoção da independência, por meio do comprometimento da família e do 13 cliente nas atividades educativas, de autocuidado e de planejamento da alta, todas voltadas para uma adequada qualidade de vida no domicílio e na comunidade (CRUZ, BARROS, FERREIRA, 2001). Alves e col. (2007) afirmam que os grandes desafios para a consolidação do Home Care é o treinamento dos profissionais para trabalhar em equipes interdisciplinares e o relacionamento com o cliente e a família em seu contexto de vida, com suas crenças, valores e subjetividades, tão importantes quanto às técnicas adotadas em outros ambientes terapêuticos. Assistência domiciliar A Assistência Domiciliar é um atendimento multiprofissional ao indivíduo e à família, que acontece em cenários e contextos diferentes, que se configura enquanto elemento e produto de dinâmicas familiares. O mesmo pressupõe habilidades ampliadas para uma intervenção clínica e psicossocial, conforme demandas próprias, de modo a resgatar e a promover a saúde e a qualidade de vida, dentro das melhores possibilidades possíveis (PUSCHEL IDE & CHAVES, 2005). A atenção domiciliar cresce à medida que aumenta a expectativa de vida de nossa população e a incidência das doenças crônicas degenerativas. Possibilita a aproximação com o cliente e seus familiares, facilitando as atividades demonstrativas de treinamento familiar, por se tratar do local onde o autocuidado tem maior potencial de desenvolvimento (SARAT, 2007). Sobre estas questões, Sarat (2007) chama a atenção no sentido que “a família apresenta papel em destaque como suporte e fonte de estímulo para o ensino-aprendizagem, devendo a Enfermagem absorvê-la na capacitação junto ao cliente”. Lima e Vargas (2004) citam que: O cuidado domiciliar intensivo, ou o internacionalmente conhecido Home Care Intensive, tem-se constituído em um processo muito utilizado. E, mesmo que na descrição da história do cuidado domiciliar no Brasil, este tipo de cuidado não é sinalizado como uma prática comum, no início do século, a atividade prioritária no combate às epidemias que assolaram os grandes centros eram as visitas domiciliares. A partir deste fato, foi reconhecida a necessidade de formação de profissionais para este exercício. Mas, esta formação era direcionada à prestação do cuidado para o doente ou para os fatores de risco de determinados agravos e não para orientar a família na compreensão do cuidado a ser prestado dentro do domicílio. 14 Reconhecem-se os avanços do setor saúde do Brasil, mas, também percebemos que há um grande desafio, ou seja, mudar o modelo de atenção à saúde, que atualmente se caracteriza pelo predomínio do processo saúde/doença, unicamente como fenômeno individual, centrado no corpo do paciente, fundamentado na visão biomédica, reforçando o valor da doença e não o doente, como objeto de trabalho dos serviços de saúde (PEREIRA et al, 2005). A experiência de assumir a responsabilidade por pessoas dependentes tem sido colocada pelos cuidadores familiares como uma tarefa exaustiva e estressante. Onde o envolvimento afetivo passa por uma transformação de uma relação anterior de reciprocidade para uma relação de dependência onde o cuidador, ao desempenhar atividades relacionadas ao bem-estar físico e social do indivíduo, passa a ter restrições em relação à sua própria vida (FERNANDES e GARCIA, 2009). Essa realidade demonstra urgência para a realização de ações de enfermagem destinadas a melhorar o enfrentamento familiar diante de situações como as que são impostas pelas doenças crônicas ou sequelas, por meio do ensino sobre saúde e o reforço da colaboração da família no planejamento dos cuidados. Diante desta situação, espera-se que os familiares demonstrem atitudes positivas e criem mecanismos de enfrentamentos adequados para poderem participar efetivamente no processo de reabilitação, encorajando o paciente a buscar sua recuperação e colaborar com o tratamento (ANDRADE et al, 2009). Os conhecimentos que fornecem subsídios para o cuidado domiciliar e seu cuidador familiar incluem o entendimento das necessidades humanas básicas, bem como adequações e mudanças geradas ao longo da vida que, por sua vez, apresentam dimensões biológica, psicológica, social, cultural e espiritual. Assim, ao cuidar do ser idoso e de seu cuidador não se deve focar as ações na patologia, mas priorizar a promoção, manutenção e recuperação da saúde. Respeitar a independência e incentivar a participação do sujeito e de seu cuidador familiar no processo de cuidado, é favorecer uma assistência qualificada (MARTINS et al, 2007). Para Klock (2005), o cuidado domiciliar envolve compreender que a família, a vida doméstica e a comunitária não são isoladas, mas inseridas na dinâmica política e econômica da sociedade como um todo. Assim, os conflitos sociais de classe, raça e sexo, também devem ser abordados pelos trabalhadores da saúde na sua prática. O cuidado no espaço domiciliar inclui fortalecer relações familiares, respeitar vínculos afetivos e redes de solidariedade social específicas de cada local, como é apresentado na abordagem sistêmica da família baseada no modelo. 15 Adulto e Idoso O adulto é um ser que se encontra em uma determinada etapa da vida, ocupando seu espaço, se relacionando de várias maneiras, quer seja consigo mesmo, quer com os outros, na sociedade e com o mundo (FREITAS e RODRIGUES, 1995). É a fase em que a pessoa colhe os frutos de seu trabalho, sendo considerado o auge de sua trajetória. Nesta, vivencia preocupações com a família, com a sociedade e com as gerações futuras. Tem caráter, certeza dos seus sentimentos, respeita e se mantém fiel aos seus princípios. Contudo experimenta também um período de crise, denominado crise da meia idade, envolvendo questões relacionadas à sexualidade, relacionamentos pessoais e familiares e valores profissionais (PIMENTA, 2004; VALLIANT, 1977). O envelhecimento é um processo normal, é quando ocorrem mudanças relacionadas ao tempo, as quais começam ao nascimento e continuam ao longo da vida. Conforme Zenevicz (2008), o envelhecer não é apenas mais um período da existência, mas uma fase onde são acumuladas experiências e sabedoria. Olha-se o mundo com mais tolerância, aceitando os erros e as conquistas com alegria e compreensão, uma época de perdão, a si próprio e aos outros. Portanto, é uma fase de reflexão. Segundo a autora, o idoso é um ser humano especial, que atua no universo expressando os seus desejos, expondo o seu imaginário, criando e recriando formas de superação, experimentando diferentes formas e modos de vida. Com isso também não se espera generalizar, pois uma das mais marcantes e universais características do ser humano é a diferença. Conforme Brunner & Suddarth (2002), o medo do envelhecimento e a incapacidade de muitos de se confrontarem com o próprio processo de envelhecimento podem deflagrar as crenças “idosistas”. A aposentadoria e o pensamento de não produtividade causam sentimentos negativos. Algumas pessoas jovens têm a visão de que o idoso não esta contribuindo para a sociedade e sim somente utilizando os recursos econômicos. Essa imagem negativa é comum na sociedade norte-americana, em que os próprios idosos acreditam nisso. Somente um melhor entendimento do processo de envelhecimento é que irá desmascarar este mito. Para Pavarine (2005) é importante ressaltar que embora a maioria dos idosos apresente pelo menos uma doença crônica, é possível continuar vivendo com qualidade, desde que as doenças sejam controladas. Preservar a autonomia e manter a independência no maior grau possível é um dos objetivos do cuidado ao idoso. Com os avanços tecnológicos 16 principalmente na área da medicina, vê-se a possibilidade de viver a vida com doenças crônicas "controladas", desde que medidas de tratamento e prevenção sejam introduzidas. Para Santos (2001), ao observar as modificações que ocorrem nas pessoas idosas, constata-se que o envelhecimento é um processo lento, progressivo e caracterizado pela diminuição da atividade fisiológica e, assim, são esperados acúmulos de processos patológicos. Esses processos apresentam problemas específicos, que requerem medidas que promovam o bem-estar, podendo ser resolvidos ou diminuídos com a ajuda dos familiares, que são as primeiras prestadoras de cuidados e dos profissionais de saúde. Lima e Tocantins (2009) relatam que no cotidiano do idoso acontecem muitas perdas, e adaptações se fazem necessárias, assim como o contato pessoal, o amor, o apoio e a atenção tais necessidades - humanas são essenciais, e a Enfermagem pode ajudar a pessoa idosa a identificar os grupos sociais e se unirem a eles, com o propósito de ampliar sua rede social. Segundo as autoras o idoso espera da enfermagem predominantemente ações nãotécnicas, caracterizando como necessidade de saúde receber alegria, amizade, tranquilidade, conforto, consolo, felicidade, agrado, carinho e até mesmo levantar sua moral, o espírito, sair da solidão lhe fazendo acordar para o mundo a sua volta. Neste encontro tem a necessidade de poder conversar e resolver seus problemas através do diálogo tanto com os enfermeiros quanto com outros idosos. Cuidadores A inserção da família é importante no processo de tratamento/recuperação dos pacientes, pois desempenha papel central na vida deles, por se caracterizar como um sistema de apoio nos momentos difíceis. Quando um membro da família fica doente todos os outros são afetados. É necessário modificar o estilo de vida frente ao diagnóstico e a família tem a incumbência de proporcionar recursos físicos/emocionais para manter o equilíbrio dentro do espaço familiar (BRUNER E SUDDARTH, 2002). Para Silva e col. (2005), saber cuidar implica aprender a cuidar de si e do outro, tendo sempre noção de nossa realidade, possibilidades e limitações. Antes de sonhar eternamente com um mundo por vir, espera-se por uma sociedade onde os valores se estruturem e se construam ao redor do cuidado com as pessoas, sobretudo, as diferentes culturas, saberes, idéias; com o planeta em que se vive e com as questões que envolvem este viver em relação de cuidado uns com os outros. 17 Graças e Santos (2009) também citam que o cuidado da pessoa que se encontra em situação de doença, revela, originalmente, o sentido da própria existência da enfermagem. É pelo cuidado que se faz a esse ser - paciente que a enfermagem se projeta e se mantém como profissão. É pelo cuidar que a profissão expressa e manifesta o seu corpo de conhecimentos, de habilidades e de atitudes. É pelo cuidar que a enfermagem cria e recria a própria cultura do cuidar, que é, na sua essência, a ética. Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção e de zelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro. Rocha, Vieira, Sena (2008) classificam os cuidadores em duas categorias. Os cuidadores formais prestam cuidados no domicílio com remuneração e com poder decisório reduzido, cumprindo tarefas delegadas pela família ou pelos profissionais de saúde que orientam o cuidado. São profissionais capacitados que contribuem de forma significativa para a saúde das pessoas cuidadas. Esses cuidadores têm, em geral, formação de auxiliar ou técnico de enfermagem, com formação orientada para o cuidado em saúde dos portadores de patologia física ou mental, em função do atendimento de necessidades específicas. Os autores afirmam também que os cuidadores informais são os familiares, amigos, vizinhos, membros de grupos religiosos e outras pessoas da comunidade. São voluntários que se dispõem a cuidar de idosos, sem formação profissional específica, sendo que a disponibilidade e a boa vontade são fatores preponderantes. O cuidar do adulto e do idoso é uma experiência única para a família, que, sozinha ou com apoio de sua rede social mais próxima, vai construindo dia a dia o seu modo próprio de cuidar. A família, de forma geral, já possui um modelo explicativo de saúde-doença, constituído por valores, crenças, conhecimentos e práticas que guiam suas ações na promoção da saúde de seus membros e na prevenção e tratamento das doenças (VIEIRA, MARCON, 2008, p. 752-760). Segundo os autores supracitados, as formas como os indivíduos de uma dada sociedade se situam em relação à doença, ou como a percebem, é fundamental na determinação do modo de enfrentamento desta doença. A doença está intimamente relacionada à cultura e a saúde; a forma de reconhecer e tratar a doença está ligada à visão de mundo do sujeito, a qual é influenciada, em grande parte, por crenças, atitudes e valores culturalmente construídos, que congregam sistemas referencias, tanto populares como científicos, diferenciados entre si. 18 Percebe-se que o cuidador manifesta desejo de manter a pessoa sob os seus cuidados; mas, entretanto, estas vivências demandam aprendizados sobre o cuidar e sobre as relações de convívio. Este processo também exige que o cuidador aprenda a conviver com o sofrimento do outro, tendo, muitas vezes, que esconder a sua própria dor e suas necessidades, pois é preciso fazer quase tudo, mesmo conhecendo quase nada (SILVA, 2007. p.150-154). O significado do cuidado domiciliar, vivenciado pelo familiar cuidador é permeado por sentimentos diversos, como: medo, angústia, tristeza, culpa e insegurança. O impacto destes sentimentos pode acarretar significativas mudanças pessoais, ambientais e familiares. Esse impacto pode tornar-se mais complexo quando o cuidador passa a morar com a pessoa que está doente, pois este envolvimento acaba refletindo nos demais membros da família. Quando o cuidador recebe bens familiares para cuidar, pode gerar dificuldades na hora de solicitar a ajuda das outras pessoas da família, especialmente se a pessoa que necessita de cuidados é obesa ou se demanda vigilância ou cuidados contínuos (SILVA, 2007. p.150154). Autocuidado O autocuidado é a prática de atividades que o indivíduo inicia e executa em seu próprio benefício, na manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. Tem como propósito as ações que, seguindo um modelo, contribuem de maneira específica, para a integridade, funções e desenvolvimento humano. Esses propósitos são expressos através de ações denominadas requisitos de autocuidado (GEORGE, 1993). Para Bub e col. (2006), o cuidado de si mesmo é uma atitude ligada ao exercício da política, o modo de encarar as coisas, de estar no mundo, de relacionar-se com o outro e consigo mesmo; o agir de si para consigo, de modificar-se, purificar-se, se transformar, e transfigurar-se. Esta forma de cuidar-se remete o sujeito a refletir sobre seu modo de ser e agir, conferindo ao cuidado de si, além de uma dimensão política, uma noção da ética como estética da existência. Um dos modelos que pode direcionar as ações assistenciais do enfermeiro e responder as necessidades de portadores de doenças crônicas vem da Teoria do Déficit de Autocuidado, de Dorothea E. Orem. A mesma considera a educação para o autocuidado um processo dinâmico que depende da vontade do cliente e da percepção dele sobre sua condição clínica. A teoria do autocuidado é constituída por três construtos teóricos – autocuidado, déficit de 19 autocuidado e sistemas de enfermagem. O autocuidado descreve e explica a prática de cuidados realizados pela pessoa portadora de uma necessidade para manter a saúde e o bemestar. O déficit de autocuidado constitui a essência da Teoria Geral do Déficit de AutoCuidado por delinear a necessidade da assistência de enfermagem. O sistema de enfermagem descreve e explica como as pessoas são ajudadas por meio da enfermagem (BUB et al, 2006). Assim, ações de autocuidado integram a prática de atividades que os indivíduos desempenham de forma deliberada em seu próprio benefício com o propósito de manter a vida, a saúde e o bem-estar. Essas ações são voluntárias e intencionais, envolvem a tomada de decisões, e têm o propósito de contribuir de forma específica para a integridade estrutural, o funcionamento e o desenvolvimento humano. Essas ações afetadas por fatores básicos, tais como idade, sexo, estado de desenvolvimento e de saúde, orientação cultural, fatores do sistema de atendimento à saúde – modalidades de diagnóstico e de tratamento, fatores familiares e padrões de vida podem dificultar ou até mesmo impossibilitar os indivíduos de realizarem o autocuidado (BUB et al, 2006). Para Fialho (2002), a participação da família para satisfazer à demanda de autocuidado terapêutico do paciente, associada à ação do enfermeiro, é imprescindível, haja vista o paciente encontrar-se com dificuldade de locomoção, possuir déficit de conhecimento relacionado ao seu estado de saúde e necessitar de ajuda para suprir suas necessidades de eliminação e de integridade cutânea, mucosa e de sobrevivência. O mesmo autor cita também que o agente de autocuidado é quem tem poder ou capacidade de satisfazer suas necessidades, identificando suas limitações e definindo o que pode ou deve ser feito. Pode esse agente ser o próprio indivíduo, ou pessoa cuidadora, responsabilizados pelo atendimento às demandas de autocuidado. Os critérios para eleição da pessoa cuidadora são ligados mais ao tempo de permanência junto ao doente, do que por características técnicas ou emocionais. Conforme a Teoria do Autocuidado, existem cinco métodos de ajuda através dos quais, uma pessoa pode compensar ou superar a dependência de ações alheias e sua dependência para o autocuidado. Métodos estes que as enfermeiras usam com pessoas dependentes de cuidados; como agir ou fazer pelo outro; guiar ou direcionar; prover suporte físico ou psicológico; proporcionar e manter um ambiente que dê suporte ao desenvolvimento pessoal; ensinar (BUB et al, 2006 p.152-157). Preparar o familiar do paciente para os cuidados no domicílio é uma estratégia de educação e saúde que visa à manutenção ou à melhora do estado de saúde do doente, oportunizando-lhe condições de autonomia o máximo possível. Por meio da educação, ajuda- 20 se o indivíduo e a família a cooperarem em sua terapia e aprender a resolver problemas, à medida que ele se defronta com novas situações, podendo isso impedir recorrentes hospitalizações que ocorrem com frequência quando desconhecem a importância do autocuidado (GRACIOTO, et al 2006, p.105-108). 3. REFERENCIAL TEÓRICO O marco conceitual é um importante instrumento utilizado para embasar, direcionar e esclarecer ações do enfermeiro e de toda a equipe. Serve de apoio para o desenvolvimento da assistência de enfermagem, estruturando-a de forma coerente com seus conceitos. Tem a finalidade de direcionar os caminhos a serem percorridos pelo profissional para atingir os objetivos da assistência, interligando a assistência aos aspectos teóricos, técnicos e éticos, identificando os vazios no conhecimento para ampliar as possibilidades de cuidado (WESTPHALEN; CARRARO, 2001, p. 33-34) Para a realização da prática assistencial, utilizou-se de um embasamento teórico norteador que auxiliou a clarear dúvidas e apontou caminhos para a superação de desafios, tanto na implementação quanto na realização deste projeto. Na busca de uma teoria que fundamentasse a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), identificou-se com a teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea E. Orem. Figura 1: Dorothea E. Orem Fonte: http://s3.timetoast.com/public/uploads/photos/359050/dorothea_orem_tiny.jpg 3.1. Trajetória de Dorothea E. Orem Dorothea Elizabeth Orem nasceu em Baltimore, Maryland, em 1914. Iniciou sua carreira na Enfermagem na década de trinta, após concluir o curso de Enfermagem pela escola 22 de Enfermagem do Providence Hospital, em Washington. Tornou-se Bacharel em Ciências, em Educação para a Enfermagem em 1939, e Mestre em 1945, pela Catholic University of America. Em sua carreira profissional trabalhou como enfermeira particular, como educadora, administradora e consultora recebendo vários títulos e graus honoríficos (GEORGE, 2000). Orem permaneceu produtiva até o início deste milênio, vindo a falecer em 22 de Julho de 2007, aos 93 anos (SARAT, 2007). Orem apresentou suas concepções de Enfermagem, em 1971 na publicação Nursing: concepts of pratice. Nos anos de 1980-1985, foram apresentadas revisões de sua teoria, ampliando o foco do indivíduo (primeira edição), para unidades multipessoais – famílias, grupos e comunidades (segunda edição), e apresentação da Teoria Geral de Enfermagem (terceira edição) formada por três bases teóricas relacionadas: autocuidado, déficit de autocuidado e sistemas de Enfermagem. Seus escritos incorporaram ênfase sobre a criança, os grupos e a sociedade (quarta edição) (GEORGE, 2000). Na atual edição (sexta), Orem (2001) citada por Rodrigues (2006) “aborda a enfermagem enquanto ciência prática, partindo do geral para o particular, do abstrato ao concreto, da teoria à prática”. Orem citada por George (2000, p.84) descreve em sua teoria geral que: A condição que valida à existência de uma exigência de enfermagem em um adulto é a ausência da capacidade de manter continuamente a quantidade e a qualidade do autocuidado que são terapêuticas a sustentação da vida e da saúde, na recuperação da doença ou da lesão ou no enfrentamento dos seus efeitos [...] Ao desenvolver a teoria de enfermagem do déficit de autocuidado (teoria geral), Orem inter-relacionou três teorias: a teoria do autocuidado - apresenta o conceito de autocuidado e como ele se relaciona com o indivíduo, a teoria do déficit de autocuidado - observada quando há necessidade de ajuda da enfermagem e a teoria dos sistemas de enfermagem - identifica como a enfermagem pode oferecer ajuda nas necessidades de autocuidado, além de alguns conceitos centrais (GEORGE, 2000). A teoria geral de Orem proporciona um sistema para dirigir as atividades de enfermagem colaborando na identificação dos fatores que atuam direta ou indiretamente no autocuidado. Neste sentido, para entender a teoria de Orem é necessário compreender também os conceitos de autocuidado, ação de autocuidado, fatores condicionantes básicos e a exigência terapêutica de autocuidado (GEORGE, 2000). 23 3.2. Teoria do Autocuidado Para Orem citada por George (2000), autocuidado é o uso deliberado das formas válidas para controlar ou regular os fatores internos ou externos que podem afetar a atividade de um indivíduo em realizar o seu processo funcional e de desenvolvimento, ou contribui para o estado de bem-estar o próprio indivíduo. As condições internas incluem estados de saúde, crescimento e desenvolvimento. As condições externas incluem os recursos disponíveis (RODRIGUES, 2006). Para Orem, existem algumas necessidades universais de autocuidado: ingestão suficiente de ar, água e alimentos, processo de eliminação de excremento, equilíbrio entre atividade e repouso, entre solidão e interação social, prevenção de perigos a vida, ao funcionamento e ao bem-estar, promoção do funcionamento e desenvolvimento do ser humano dentro dos padrões da normalidade (GEORGE, 2000). 3.3. Teoria do Déficit de Autocuidado Segundo Foster & Janssens (1993), citado por Torres; Davim e Nóbrega (1999), a teoria de déficit de autocuidado constitui a essência da teoria de Orem, quando a enfermagem passa a ser uma exigência a partir das necessidades de um adulto, e quando o mesmo acha-se incapacitado ou limitado para prover autocuidado contínuo e eficaz. Esses cuidados podem ser oferecidos pela enfermagem quando as habilidades para cuidar sejam menores do que as exigidas para satisfazer uma exigência conhecida de autocuidado. A teorista Orem identificou cinco métodos de ajuda: 1) agir ou fazer para o outro; 2) guiar o outro; 3) apoiar o outro (física ou psicologicamente); 4) proporcionar um ambiente que promova o desenvolvimento pessoal, quanto a tornar-se capaz de satisfazer demandas futuras ou atuais de ação; e 5) ensinar o outro (GEORGE, 2000). A incapacidade para desenvolver o autocuidado pode advir de alguns fatores externos como doença ou a morte de algum parente, ou internos, como idade, que afetam tanto a habilidade da pessoa engajar no autocuidado, como o tipo e a quantidade de autocuidado requerido. Esses determinantes externos e internos ao indivíduo foram denominados “fatores condicionantes”, que são; a idade, estado de desenvolvimento, orientação sociocultural, estado de saúde, sistema familiar, modo de vida, recursos usados para adequação, como rede de suporte social (CADE, 2001). 24 3.4. Teoria dos Sistemas de Enfermagem O sistema de enfermagem planejado pelo profissional está baseado nas necessidades de autocuidado e na capacidade do paciente para a execução de atividades de autocuidado. Para satisfazer os requisitos de autocuidado do indivíduo, Orem identificou três classificações de sistemas de enfermagem que são: o sistema totalmente compensatório, o sistema parcialmente compensatório e o sistema de apoio-educação (GEORGE, 2000). Para Orem, o sistema de enfermagem totalmente compensatório é representado pelo indivíduo incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado. O enfermeiro, através de suas ações, vai atuar na ação limitada do paciente conseguindo o autocuidado do mesmo, compensando sua incapacidade para a atividade de autocuidado através do apoio e da proteção ao paciente (GEORGE, 2000). Para a autora, o sistema de enfermagem parcialmente compensatório está representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quanto o paciente executam medidas ou outras ações de cuidado que envolve tarefas de manipulação ou de locomoção. Através de sua ação, o enfermeiro efetiva algumas medidas de autocuidado pelo paciente, compensa suas limitações de autocuidado atendendo o paciente. O paciente age realizando algumas medidas de autocuidado, regula suas atividades e aceita atendimento e auxílio do enfermeiro (GEORGE, 2000). Segundo Orem, o sistema de enfermagem de apoio-educação ocorre quando o indivíduo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar medidas de autocuidado terapêutico, regula o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado, e o enfermeiro vai promover esse indivíduo a um agente capaz de se autocuidar (GEORGE, 2000). 3.5. Diagrama do Marco conceitual Embasadas na Teoria de Dorothea E. Orem, foi adotado o desenho constituído pela mão, coração e arco-íris. A mão representa o cuidado amplo, entendido na realização desta prática assistencial como o cuidado além da fronteira do cuidado físico ou meramente técnico, mas sim, dando suporte, amparo, abraço e o acolhimento em todas as situações vivenciadas. O coração simboliza o cuidado humanizado. A sensibilidade na percepção do que é o outro, suas diferentes dimensões na prática da doação, da reciprocidade e possibilidade de semear 25 diferentes sentimentos. Pelo arco-íris fomenta-se a esperança e construção de uma aliança com o ser humano, no compromisso do cuidado humanizado onde se inclui a família, sociedade e o ambiente. Na prática utilizou-se o sistema de apoio e educação o qual considerou que a essência da enfermagem fortalecida com o cuidado domiciliar, em forma de ações educativas, onde se proporcionou conhecimento, informação e principalmente o cuidado holístico à pessoa com déficit de autocuidado e seus cuidadores, a fim de promover a autonomia e a melhora na qualidade de vida. Figura 2: Desenho do Marco Conceitual. Simone Z. Grossi (2009). 4. METODOLOGIA DA PRÁTICA ASSISTENCIAL 4.1. Cenário da Prática Conforme previsto em cronograma, a prática assistencial foi desenvolvida no período de fevereiro a junho de 2010, direcionada a adultos e idosos com Déficit de Autocuidado vinculados ao Centro Integrado de Saúde da Grande Efapi (CISGE), município de Chapecó, área 120, (Figura 3). Fundado em 25 de agosto de 1917 pelo Coronel Ernesto Bertaso, Chapecó está localizado na região extremo-oeste de Santa Catarina, a 630 km de Florianópolis, a capital, com uma área de 625,06 Km², população de 179.073 habitantes (Recontagem IBGE 2007). Suas principais etnias são: Italiana, Alemã e Polonesa. É considerado o maior pólo agroindustrial do sul do Brasil e centro econômico, político e cultural do oeste de Santa Catarina, reconhecido internacionalmente pela exportação de produtos alimentícios industrializados de origem animal. Considerada também a Capital Latino Americana de Produção de Aves e Centro Brasileiro de Pesquisas Agropecuárias (portalchapeco.com.br/município.htm). O bairro Efapi é o maior e mais populoso de Chapecó, com 18.500 habitantes³ (BRASIL, 2000). Tem como potencialidades a Unochapecó, os frigoríficos Sadia e Aurora, além de contar com espaços comunitários para a realização de atividades relacionadas à saúde (www.portalsocial.org.br/Projetos/Projeto). O CISGE iniciou sua trajetória em 1994, como uma Unidade de Saúde da Família. Em 1999 foi transformada em Policlínica Arlindo Barella e em 2005, através de um Decreto Municipal, passou a ser chamado CISGE. Tem anexo o serviço Municipal de Diagnósticos Primários e Pronto Atendimento (KÜSTER et al, 2009). ____________________________ ³ Dados da prefeitura municipal de Chapecó, disponível em: WWW.chapeco.sc.gv.br/prefeitura. Acesso em 25 de fevereiro de 2010. 27 Figura 3: Centro de Referência – CISGE; Bairro EFAPI, Chapecó (SC). O pronto atendimento foi fundado em agosto de 2007 e funciona das 19h às 07h. O CISGE é referência para a região da Grande Efapi, visto que dispõe de especialidades como pediatria, ginecologia e realiza pequenas cirurgias. O atendimento oferecido se dá por demanda organizada e espontânea, atuando com quatro equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), dando cobertura a aproximadamente 25.000 pessoas. 4.2. Perfil da Clientela Optou-se por prestar assistência ao adulto por constituir uma faixa etária bastante ampla e por muito tempo desassistida. O interesse pelo atendimento ao idoso se deu pela identificação com esta clientela e por considerar que o maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Esta possibilidade aumenta na medida em que o contexto familiar é considerado, reconhecendo as potencialidades das pessoas (BRASIL, 2006). A prática proposta foi desenvolvida na área 120, pois em conversa com a coordenadora do GISGE, este território foi indicado devido ao número de pacientes cadastrados e por ser o público alvo desta prática. Esta área oferece assistência a 6.220 28 pessoas cadastradas. Destes, 497 têm mais de 60 anos e 3.745 com idade entre 20 e 59 anos (SIAB, 2010). Conforme informações coletadas com a enfermeira da ESF área 120, são atendidos neste local vários pacientes com déficit de autocuidado. Destes, foram selecionadas vinte famílias, nas quais pelo menos uma pessoa apresentava déficit de autocuidado, a partir de prioridades pré-definidas. A prática assistencial foi desenvolvida somente com dezessete famílias, pois um paciente era adolescente, outro morava no interior e o terceiro foi a óbito antes do início da prática. Participaram deste estudo nove adultos, dois do sexo masculino e sete do sexo feminino; e oito idosos, quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Em relação ao estado civil, doze pacientes são casados, quatro viúvos e um solteiro. Os cuidadores são dez do sexo feminino e quatro do sexo masculino, sendo que três pacientes não possuem cuidadores. Destes, oito são o cônjuge, quatro são filhas/os, dois irmãs/aos; e como segundo cuidador, dois pacientes contam com os filhos. Nas visitas domiciliares, foram identificadas situações onde se evidenciou a necessidade de cuidados de enfermagem domiciliares e os déficits dos pacientes (Quadro 1), bem como orientações e educação adequadas para cuidar de adultos e idosos com déficit de auto cuidado nas diferentes patologias. Utilizamos nomes de frutas para preservar a identidade dos pacientes. PACIENTE PATOLOGIAS ASSOCIADAS Maracujá Melancia Sofrimento Psíquico Maçã Figo Tetraplegia Jaca IRC Úlcera em MMII Melão IRC, DM, HAS Pêssego Trauma Raquimedular DM, HAS Úlcera varicosa Manga Mamão DÉFICITS DE AUTOCUIDADO Déficit de locomoção/ utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se, comunicação, higiene pessoal, uso de fralda, déficit de recreação e lazer Déficit de locomoção/utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se, déficit cognitivo, higiene pessoal, uso de fralda, alimentar-se, déficit de recreação e lazer Déficit de locomoção/utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se, déficit cognitivo, higiene pessoal, uso de fralda, alimentar-se, déficit de recreação e lazer Repouso absoluto no leito, afonia, vestir-se/arrumar-se, higiene pessoal, uso de fralda, ausência de recreação e lazer, úlcera por pressão, nutrição enteral, cateterismo vesical de demora, traqueostomia, amputação de MMID Déficit de locomoção, autoestima alterada, hemodiálise, processos familiares alterados, curativo, dor, risco para obesidade, déficit de higiene no domicílio Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se, comunicação, higiene pessoal, alimentar-se, /hemodiálise, impaciência, risco para obesidade Déficit de locomoção, depressão, insônia, vestir-se/arrumar-se, Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se, higiene pessoal, curativo 29 Risco para solidão Risco para desnutrição, nutrição enteral, jejunostomia, quimioterapia Risco para obesidade, desinteresse em cuidados com a saúde, déficit de higiene no domicílio Déficit de conhecimento relacionado a patologia Pêra Uso incorreto da medicação, déficit de higiene no domicilio Goiaba Falta de adesão ao tratamento, dieta inadequada a patologia, processos Ameixa familiares alterados Déficit de higiene/ventilação/iluminação no domicílio, desinteresse pelo Cereja tratamento, curativo, risco para solidão Processos familiares alterados, risco para solidão, curativo, sobrecarga Laranja de responsabilidade/emocional Tabela 1: Pacientes, patologias e déficits de autocuidado. Uva Banana Caqui HAS Câncer de estômago HAS DM DM HAS DM HAS DM Úlcera Varicosa Úlcera Varicosa 4.3. Desenvolvimento da Prática Assistencial Conforme previsto, a prática foi iniciada na segunda quinzena de fevereiro. O primeiro passo foi a programação das atividades que seriam realizadas e o agendamento, bem como a confecção dos instrumentos de trabalho (Apêndices), como o consentimento livre e esclarecido, mensagem de acolhimento, questionário, consulta de enfermagem, roteiro para exame físico, planilhas e tabelas de atendimento e acompanhamento. O contato prévio com os profissionais se deu através de visita ao CISGE, onde comunicou-se à coordenação o retorno para o início das atividades assistenciais. A primeira ação foi uma reunião com as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) da área 120 para realizar o levantamento do número de pacientes com déficit de autocuidado, pois estes dados eram prioritários para organização das visitas domiciliares e a implementação das atividades. Em seguida foi feita a seleção dos pacientes com diferentes graus de déficit de autocuidado. Selecionaram-se quinze pacientes e seus cuidadores e dois pacientes sem cuidadores, para se desenvolver a prática assistencial. 4.3.1. Objetivo Geral ■ Prestar assistência de enfermagem, cuidando em domicílio pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores, num processo dialógico que fomente a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada. 30 4.3.2. Objetivos Específicos ■ Objetivo I: Conhecer as características dos cuidados domiciliares oferecidos aos adultos/idosos com diferentes graus de dependência. Estratégia I: Informar sobre a prática assistencial, seus objetivos e cronograma. Ação I: Realizar visita domiciliar, entregar mensagem de acolhimento e solicitar assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O primeiro contato com a família foi em companhia das ACS, onde foi apresentada a proposta de trabalho, convidando-os a participar. As acadêmicas foram muito bem recepcionadas com aceitação das dezessete famílias previamente selecionadas. Segundo Takahashi e Oliveira citados por Mendonça (2008), a visita domiciliar é um instrumento de intervenção fundamental para se conhecerem as condições de vida e saúde das famílias. É realizada para o cadastramento e para a identificação das características sociais e epidemiológicas, dos problemas de saúde e da vulnerabilidade aos agravos de saúde. Ela permite também conhecer o contexto de vida do usuário, as condições de habitação e as relações familiares. Na realização do cuidado domiciliar prestado, incentiva-se a família e o cliente à retomada de suas atividades rotineiras, integrando a família no cuidado do paciente através de orientações de cuidados específicos com relação à sua patologia, atuando como elo entre o paciente, família e o CISGE. Ao término da prática assistencial somaram-se cento e cinco visitas domiciliares. Foi confeccionada uma mensagem de acolhimento (Apêndice VII), que foi entregue para cada família. Buscou-se uma mensagem que pudesse ser entregue a todos, pequena e de fácil entendimento, procurando abranger na imagem todas as fases da vida. Ao acolher, permite-se o encontro, o estar presente, o relacionamento, a criação de vínculo entre a família/paciente (usuários) e trabalhadores da saúde. O acolhimento gera as relações humanizadas entre quem cuida e quem é cuidado, pois é uma ferramenta tecnológica imprescindível no cuidado em saúde. Mariotti, citado por Bragança (2006) considera que o acolhimento é uma das principais ações para que haja uma humanização da atenção à saúde. Ressaltando especialmente a boa recepção, a resolutividade no sentido de buscar ouvir o usuário do serviço a fim deste conhecer melhor suas necessidades. O autor define acolhimento como “A 31 arte de interagir, construir algo em comum, descobrir a humanidade mais profunda na relação com os outros e com o mundo natural. É deixar que os outros descubram sua humanidade e o mundo mostre sua amplitude”. Após apresentar a proposta de trabalho, solicitou-se que lessem e assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo I). Houve satisfação pelo fato da aceitação de todas as famílias, mesmo sem um vínculo pré-estabelecido com as mesmas. Segundo Biondo-Simoes et al (2007), o Consentimento Informado (CI) é uma decisão voluntária, realizada por uma pessoa autônoma e capaz, tomada após processo informativo e deliberativo visando à aceitação de tratamento específico ou experimentação, sabendo a natureza do mesmo, das suas consequências e dos seus riscos. O exercício do consentimento informado efetiva-se após a junção da autonomia, capacidade, voluntariedade, informação, esclarecimento e o próprio consentimento. Entre os elementos de validade do consentimento informado talvez a informação seja um dos mais importantes; e por isso deve ser clara, objetiva e em linguagem compatível com o entendimento individual de cada paciente. Estratégia II: • Fazer levantamento dos cuidados realizados no domicílio. Ação I: Aplicar um questionário/entrevista para identificar tipos/quais cuidados são realizados no domicílio, fazendo análise estatística. Com o intuito de identificar os cuidados que eram realizados no domicílio pelos pacientes e seus cuidadores, foi elaborado e aplicado um questionário/entrevista (Apêndice I). Optou-se por usar o termo questionário como instrumento para os pacientes e/ou cuidadores alfabetizados. Para os pacientes e cuidadores não alfabetizados, o instrumento foi respondido em forma de entrevista. Diferentes questionários podem ser utilizados na rotina clínica para fins diagnósticos, na monitorização da resposta aos tratamentos instituídos, em estudos epidemiológicos e em pesquisa clínica. São, na sua maioria, internacionais e poucos são validados para a língua portuguesa, o que leva a considerar que erros de interpretação, bem como aspectos culturais possam influenciar para a especificidade e sensibilidade destes métodos (TOGEIRO, SMITH, 2005). Através do questionário /entrevista, são conhecidos os cuidados prestados no domicílio. Destacam-se alguns: banho de leito e auxílio no banho de aspersão, curativo em úlcera varicosa e pé diabético, alimentação por SNE (Sonda nasoenteral), aspiração traqueal, 32 mudança de decúbito, cuidados com úlceras, cuidados com uso de medicação para Diabetes Mellitus (DM), HAS, cuidados com cateteres para hemodiálise, cuidados na alimentação para paciente com IRC, cuidados com jejunostomia, cuidados e uso de O2. O atendimento domiciliar pressupõe ações complexas, exigindo técnica e periodicidade da equipe de saúde, de acordo com as necessidades evidenciadas. Essa modalidade tem resultado em maior conforto e segurança ao paciente e sua família, bem como proporcionado cuidado humanizado e qualidade de vida, se comparada ao atendimento institucional. Marques e Freitas (2009) orientam que a concreção dessa perspectiva requer um diagnóstico situacional favorecedor de informações quantitativas e qualitativas, as quais contribuam efetivamente para o conhecimento da realidade de saúde da população e da sua dinâmica domiciliar e familiar. Gráfico 1: Cuidados realizados no contexto do domicílio, CISGE área 120, Chapecó, 2010. Conforme exposto no gráfico 1, são nove os cuidados realizados no domicílio, onde: 18% são os curativos, 16% auxílio para vestir-se, 14% para auxílio no banho e medicação, 11% troca de fraldas e locomoção, 9% auxílio na alimentação, 5% para cuidados com ostomias e 2% para mudanças de decúbitos. Observou-se que poucos são os pacientes que necessitam de um único tipo de cuidado, e vários são os que dependem totalmente do seu cuidador. Estudos realizados por Aires, Paz e Perosa (2006), apontam que a dependência não é apenas um entrave na vida dos idosos, mas está presente em todas as fases da vida. 33 Estratégia III: Conhecer o cuidador. Ação I: Caracterizar os sentimentos do cuidador potencialidades/dificuldades. Frente à diversidade das situações, compreender as dinâmicas do comportamento humano em sua complexidade é de fundamental importância o estudo das emoções. Para compreender as ações humanas, deve-se considerar não apenas as estruturas e organizações cognitivas e suas formas de interação e combinação, mas também o conteúdo e as origens sociais das mesmas. A emoção não consiste apenas em uma percepção de si próprio, mas também necessita do conhecimento da situação, dos eventos (ou representação destes) em que ocorrem, e o impacto dessa situação merece uma avaliação cognitiva. A emoção é percebida também pelos outros, suscita reações de sua parte e certamente isso tenha por função primordial a comunicação. A tabela 2 descreve os mais diversos sentimentos, mencionados e demonstrados pelos cuidadores, resultante da árdua tarefa de ser cuidador. Consequências Encontra-se cansado Percebe sua saúde piorada Tem que reduzir a jornada de trabalho Sentir-se estressado/deprimido Não ter mais tempo para cuidar-se Aumentar os problemas econômicos Não poder trabalhar fora Reduzir o tempo de lazer Não ter conseqüências que me afetem a vida Frequência 16% 10% 5% 10% 10% 11% 11% 16% 11% Tabela 2: Frequência de consequências advindas da tarefa de cuidar, segundo os familiares cuidadores, no contexto do domicílio, CISGE microárea 120, Chapecó, 2010. Diante ao exposto é possível observar que são poucas as pessoas que conseguem administrar a tarefa de ser cuidador sem que esta interfira no seu cotidiano. Frente a estas circunstâncias colocou-se a disposição para ouvir, em conversas incentivou-se e conscientizou-se da importância de ser cuidador, fortalecendo o elo entre paciente/cuidador. A principal dificuldade mencionada pelos cuidadores está relacionada com o tempo dedicado ao paciente, vindo a ter que dedicar-se continuamente, abrindo mão do trabalho. Um sentimento relatado por uma cuidadora foi preocupante, a mesma relatou que “estou muito cansada, não aguento mais, ninguém dos meus irmãos quer levar ela nem pra 34 passear, confesso que já pensei em tirar a minha própria vida, mesmo que isso seja uma covardia”. Como potencialidade, observou-se o nível de orientação dos cuidadores. A maioria demonstrou conhecimento sobre a patologia, tratamento e cuidados, com exceção de um cuidador que não demonstrava boa vontade em realizar o cuidado e nem em melhorar a maneira de cuidar, relatando que: “tenho muito dó pra fazer o curativo, porque ela sente muita dor”. Estratégia IV: Avaliar grau de dependência. Ação I: Levantar as facilidades e dificuldades na prestação do cuidado. A partir do início das visitas domiciliares e com o passar do tempo, obtendo a confiança tanto do paciente quanto do cuidador através da observação, com conversas e questionamentos, perceberam-se as facilidades e dificuldades na realização do cuidado. Conforme Silva et al (2009) os requisitos universais do autocuidado são comuns para todos os seres humanos e incluem a conservação do ar, água, alimentos, eliminação, atividade e descanso, solidão e interação social, prevenção de risco e promoção da atividade humana. Estes oito requisitos representam os tipos de ações humanas que proporcionam as condições internas e externas para manter a estrutura e a atividade, que apóiam o desenvolvimento e o envelhecimento humano. Quando proporcionado de forma eficaz, o autocuidado, centrado nos requisitos universais, promove a promoção da saúde e do bemestar. O fator que mais interfere na prestação dos cuidados está relacionado à capacidade do paciente para a execução das atividades de autocuidado, onde Orem determina três classificações que permitem identificar as demandas de autocuidado, sendo: o sistema de enfermagem totalmente compensatório, que é representado pelo indivíduo incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado; o sistema de enfermagem parcialmente compensatório que está representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quanto o paciente, executa medidas ou outras ações de cuidado que envolve tarefas de manipulação ou de locomoção; e o sistema de enfermagem de apoio-educação, que ocorre quando o indivíduo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar, medidas de autocuidado terapêutico, que regulam o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado. A tabela 2 representa a classificação dos pacientes. Utilizaram-se nomes de frutas para preservar suas identidades. 35 Sistema totalmente compensatório (24%) Maracujá Melancia Maçã Figo Sistema parcialmente compensatório (29%) Jaca Melão Pêssego Manga Mamão Sistema de apoioeducação (47%) Uva Banana Caqui Pêra Goiaba Ameixa Cereja Laranja Tabela 2: Classificação dos pacientes segundo a teoria dos sistemas de enfermagem de Dorothea E. Orem A principal dificuldade mencionada pelos cuidadores dos pacientes com dependência total está relacionada à movimentação, onde relatam que “é muito difícil pra mim tirá-la da cama e colocar na cadeira ou tirar da cadeira pra por na cama sozinha, por causa do peso”, uma vez que a maioria dos cuidadores também são idosos. Outra dificuldade apontada é o tempo de espera para serem atendidos quando o paciente é levado para o hospital ou unidade de saúde. Como facilidade, foi citada a prática adquirida com o passar do tempo como cuidador e as adaptações que puderam ser realizadas como aquisição de cadeira de rodas. • Avaliação do objetivo I: Para o sucesso da prática, contou-se com o subsídio de vários fatores positivos, dentre eles o acolhimento e a cooperação da equipe da ESF 120. Lembrando que a participação ativa dos pacientes, os quais confiaram na proposta, foi fundamental para o alcance das metas. No decorrer das atividades, como indicador de avaliação, pretendia-se atingir 100% da participação dos pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores. Esta meta foi alcançada satisfatoriamente, pois todos os cuidadores colaboraram e os pacientes participaram dentro de suas possibilidades. Em se tratando da entrevista/questionário, o indicador também era obter 100% de respostas. O resultado foi 100% de participação. O objetivo foi plenamente alcançado, pois através das estratégias e ações planejadas identificou-se o conhecimento dos pacientes e cuidadores, diagnosticando as dificuldades e as facilidades na prestação do cuidado domiciliar. É importante ressaltar que a partir deste objetivo adquiriram-se subsídios concretos para a execução das demais ações previstas para o decorrer da prática assistencial. 36 Concluiu-se que o déficit de conhecimento dos cuidadores em relação às possíveis mudanças no estilo de vida e adaptações no ambiente domiciliar contribuí para o déficit de autocuidado dos pacientes. Neste contexto, o sentido do sistema de apoio – a educação da teorista Dorothea Orem - vem clarear que através do cuidado de enfermagem é possível proporcionar conhecimento, levar informações aos pacientes a fim de que adquiram meios para autocuidarem-se, lembrando ainda que, neste sistema, a pessoa é capaz de desempenhar ou pode e deve aprender a desempenhar, as medidas para o auto cuidado, salientando que não se pode fazer isto sem assistência (OREM apud GEORGE, 2000). Crer nisso fortaleceu o entendimento do papel da enfermagem neste contexto, e estimulou para a continuidade da execução da prática. ■ Objetivo II: Prestar assistência de enfermagem, instrumentalizando para o auto cuidado. Estratégia I: Assistir aos pacientes com déficit de autocuidado de forma sistematizada. Ação I: Fazer Consulta de Enfermagem, Diagnóstico e Prescrição de Enfermagem, Plano Assistencial. A consulta de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro, e este deve estar preparado para oferecer atendimento tanto nos comprometimentos emocionais, psicológicos e sociais, quanto para auxiliar nas adaptações de limitações decorrentes da evolução e/ou tratamento da doença. Foi um momento importante para a exposição de queixas do paciente, para a identificação dos déficits de autocuidado e as capacidades do paciente para o exercício das atividades, permitindo a implementação das ações de forma holística e humanizada. As consultas de enfermagem aos pacientes com déficit de auto cuidado são necessárias quando os mesmos são incapazes de manter, continuamente, a quantidade e a qualidade de cuidado na sustentação da vida e da saúde ou no enfrentamento de seus efeitos (OREM 1991). As consultas (Apêndice II) foram realizadas com o paciente e/ou com o cuidador, com duração média de uma hora. Esta ação possibilitou a identificação dos déficits de autocuidado, as aptidões e dificuldades na realização do mesmo, e assim, conseguir elaborar a Prescrição de Enfermagem e o Plano Assistencial. Durante as consultas, realizou-se o Exame Físico (Apêndice III), orientações e encaminhamentos necessários para que paciente e cuidador adquirissem capacidades para o auto cuidado. Analisando-se os requisitos universais, de desenvolvimento e desvios de saúde 37 pôde-se detectar os déficits de autocuidado, relacionados à alimentação inadequada, excesso de peso, falta de controle de situações de estresse, falta de controle da pressão arterial e diabetes, uso inadequado da terapia farmacológica, atividade física, cuidados com higiene e conforto, realização de curativo. Estas ações exigiram muito o sentido de audição e observação. Para que fosse possível identificar os diagnósticos de enfermagem e realizar as orientações necessárias. O trabalho do profissional de saúde é interpretar, decifrar e perceber o significado da mensagem que o paciente envia para com isso instituir um plano de cuidados adequados e coerentes com as suas necessidades. Para tanto, é preciso estar atento aos sinais de comunicação verbal e não verbal emitido por ele (SILVA, 2007). Estratégia II: Orientar aos familiares/cuidadores a forma correta de prestar os cuidados domiciliares. Ação I: Confeccionar material educativo que contemple os cuidados mais incidentes (cartilha). A intervenção educativa pode contribuir para mudanças no estilo de vida, favorecendo o conhecimento. É um dos meios para vencer os desafios impostos aos pacientes com déficit de auto cuidado, propiciando ao mesmo tempo novas formas de cuidar, ampliando as oportunidades para resgatar seu bem estar físico e emocional. Foi elaborada uma cartilha educativa (Apêndice IX), a qual foi entregue e explicada aos pacientes e cuidadores. Tal instrumento foi uma estratégia para reforçar as orientações realizadas a cada visita domiciliar. Pacheco, Santos e Bregman (2006) ressaltam a importância de uma abordagem educativa para esclarecimento sobre a doença e adoção de hábitos saudáveis, com uma linguagem acessível e forma dialógica, como estratégia para estimular a participação do paciente em seu tratamento, levando-o a entender seu estado e o direito de conhecer as formas de cuidar de si sem imposição ou dificuldades. Tomou-se sempre o cuidado de não desvalorizar as habilidades do paciente e do cuidador, reforçando seu conhecimento sobre o auto cuidado. As orientações foram realizadas de forma que o paciente e ou cuidador pensassem sobre suas ações com a intenção de favorecer sua emancipação. Estratégia III: Executar atividades de competência do enfermeiro. 38 Ação I: Realizar cuidados específicos de competência do enfermeiro e orientações sobre e troca de SNG, SNE, SVD, SVA, curativos. Segundo Dias e col. (2008), os cuidados prestados pela Enfermagem pertencem a duas esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos, e outra subjetiva, que se baseia em sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro ser. Uma das ações realizadas diariamente foi a troca de curativos aos portadores de feridas crônicas. Em um dos casos observou-se a falta de habilidade e desinteresse do cuidador na realização deste procedimento, bem como as precárias condições de higiene no domicílio. Se o mesmo fosse realizado de maneira adequada, poderia ter uma melhora significativa, e até mesmo a cura. Em outro caso, a paciente sem cuidador, vivendo em péssimas condições de higiene, também demonstrava desinteresse em cuidar do curativo, ficava semanas sem retirar a pomada no CISGE, retardando a melhora da ferida. Porém, em outro caso, deparou-se com uma cuidadora extremamente dedicada e informada em relação à patologia e cuidados prestados. Ao invés de ensinar, aprendeu-se muito com ela, a qual forneceu bula das pomadas e placas utilizadas no curativo, além de apresentar um vídeo sobre tratamento de ferida com Câmara Hiperbárica, tratamento disponibilizado na cidade de Erechim/RS. A assistência de enfermagem foi fortalecida aos usuários diabéticos, aos portadores de feridas crônicas, hipertensos, IRC e aos com déficit de locomoção. Com os diabéticos foram realizadas práticas educativas, assistência individual em consultas e Hemoglicotestes (HGTs) semanalmente, num total de 42. Com os hipertensos realizaram-se práticas educativas, assistência individual em consultas e aferição de Pressão Arterial (PA) semanalmente. Aos portadores de feridas crônicas foi realizado curativo semanalmente, demonstrando a eles e aos cuidadores a técnica ideal para a realização, fomentando o autocuidado, num total de 105 curativos. Aos usuários com déficit de locomoção, realizaram-se visitas domiciliares, repassando aos cuidadores orientações que facilitem o cuidado no dia-a-dia, bem como incentivo aos exercícios passivos. Laguna Neto e col. (2009) salientam que o controle intensivo do DM, é essencial para prevenir ou retardar as complicações crônicas da doença e que o monitoramento do DM, por meio da glicemia capilar, é um dos alicerces do controle intensivo. Deparou-se com resultados variados, desde normais até com índices bem elevados, conforme mostra a figura 4. 39 Estratégia IV: Traçar perfil nutricional. Ação I: Encaminhar para avaliação nutricional com acadêmicos de Nutrição da Unochapecó. Conforme Alves e col. (2007), o enfermeiro, ao assumir o cuidado em domicílio, passa a fazer parte do cotidiano das famílias com suas crenças e valores, sendo necessário estabelecer relações de empatia e desenvolver habilidades de observação do contexto. A referência clínica, os treinamentos de um cuidador familiar são responsabilidades pertinentes ao profissional enfermeiro, além de identificar a demanda para outros profissionais como fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional ou médico. Os problemas nutricionais ocorrem em diversas situações: obesidade, doença renal, AIDS, câncer, doença aguda, doença do fígado, pâncreas e vesícula (CASTILHO, CALIRI, 2005). A nutrição inadequada ou má nutrição afetam todo o sistema corporal. Este desequilíbrio pode levar à perda de peso, atrofia muscular e redução da massa tecidual, além de ser um dos fatores mais relevantes no aparecimento das úlceras de pressão, tendência à infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais, diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico (ACUNA e CRUZ, 2004). Foram identificados quatro pacientes com risco nutricional, um com perda de peso devido à patologia associada (Câncer de Estômago) e três por obesidade. O paciente desnutrido estava recebendo dieta enteral e em acompanhamento de nutricionista do Hospital Regional do Oeste; dois dos pacientes obesos devido à patologia associada (IRC) estão em acompanhamento na Clínica Renal. O terceiro paciente obeso não está em acompanhamento, é portador de HAS e DM, não foi realizado o devido encaminhamento, pelo fato de o mesmo não considerar seu estado nutricional como risco a sua saúde, e pelo pouco tempo que se teve para conscientizá-lo dos riscos que a obesidade pode causar a saúde. Havia no cronograma um dia por semana para realizar HGT (Figura 4). Devido ao considerável número de diabéticos e hipertensos identificados, todos eram orientados a ficar em jejum para realizar o exame. Em alguns dias encontraram-se pacientes com HGT alterados para mais (Figura 5) ou para menos. Os mesmos eram orientados quanto à alimentação, prática de atividade física, hábitos alimentares saudáveis e uso correto das medicações. Cervato e col. (2005) definem a educação nutricional como qualquer experiência de ensino desenvolvida para facilitar a adoção voluntária de comportamento alimentar ou outro relacionado à nutrição, com a finalidade de conduzir à situação de saúde e bem-estar. 40 Assim, as orientações devem ser baseadas no cotidiano de cada indivíduo, elaborando uma dieta a partir de alimentos consumidos regularmente e em porções adequadas a cada paciente. Avaliação do objetivo II: Considera-se que este objetivo foi alcançado com êxito, pois realizaram-se 100% das consultas de enfermagem previstas com os pacientes e cuidadores. Houve o reconhecimento de que, como aponta Leopardi (2006), o enfermeiro constrói um método, um caminho para estruturar o processo terapêutico. Com a utilização dos instrumentos formulados, o processo de enfermagem ocorreu de forma prática e objetiva. A possibilidade de realizar a coleta de dados de uma forma sistematizada contribuiu para o levantamento dos problemas, possibilitando estabelecer as devidas intervenções necessárias de acordo com as possibilidades impostas pelos pacientes e cuidadores. Como facilidade, destaca-se a disponibilidade de espaço reservado nos domicílios para a realização das consultas individualizadas, onde o vínculo estabelecido facilitou para que os pacientes se sentissem a vontade. ■ Objetivo III: Interagir com os pacientes esclarecendo suas dúvidas sobre a patologia, medos e expectativas de vida e de morte. Estratégia I: Realizar conversas/assistências individuais com pacientes e cuidadores. Ação I: Proporcionar apoio psicológico com Psicóloga da Clínica Escola da Unochapecó. Para Santeiro (2008), o atendimento propiciado por clínicas-escola tem sido alvo crescente de pesquisas e debates. Por estarem ligadas ao contexto da universidade, aos eixos de desenvolvimento de pesquisas, formação de alunos e serviços de extensão à comunidade, podem se constituir em "laboratórios de excelência". Assim, investigações que busquem desenvolver meios de simultaneamente estender o atendimento a um maior número de pessoas e manter sua qualidade podem ser muito importantes. Os atendimentos oferecidos em clínicas-escola de psicologia incluem, entre outros, triagem, psicodiagnóstico, psicoterapia individual, de casal, familiar, atendimentos preventivos e grupos de espera. 41 Foi solicitado, junto a Clínica Escola de Psicologia, atendimento domiciliar a uma paciente que não pode sair de casa; não foi possível, pois a mesma tem como protocolo atendimento exclusivo na clínica. Ação II: Proporcionar cuidados espirituais (mensagens, orações). De acordo com Gussi, Dytz (2008) “a religião e a espiritualidade, como requisitos para a prática da enfermagem, são pressuposto quase catequético, permeia a trajetória da enfermagem ao longo dos anos e estão impregnados no pensar, no ser e no fazer da profissão”. Os conceitos religioso-espirituais não são consensuais, conforme descreve Panzini e col. (2010): O termo espiritualidade envolve questões quanto ao significado da vida e à razão de viver, não limitado a tipos de crenças ou práticas. A religião é a "crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador do Universo, que deu ao homem uma natureza espiritual que continua a existir depois da morte de seu corpo". Religiosidade é a extensão na qual um indivíduo acredita, segue e prática uma religião. Neste sentido, a espiritualidade pode ser definida como uma propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível: um sentido de conexão com algo maior que si próprio, que pode ou não incluir participação religiosa formal. Moraes (2009), completa afirmando que a espiritualidade permeia toda a vida, o ser humano é alma em um corpo, filho de Deus, e o ideal é que se procure sempre esta ligação com uma força superior, que se busque compreender o sentido da vida, pois auxiliará o indivíduo a viver melhor e, consequentemente, a morrer melhor. No intuito de que o cuidado com qualidade se tornasse a essência desta prática, buscou-se a satisfação dos pacientes através de constante aprimoramento em conversas, procurando ser e estar junto ao paciente, e não apenas realizar as atividades de assistência. Ser portador de doença com prognóstico ruim ou irreversível é sempre um choque e acarreta traumas de natureza física, emocional e social. Em virtude destes, existem as mais diferentes reações. A forma como vai reagir a essas mudanças vai depender de fatores diversos, como sua personalidade e seu contexto social e familiar (CARVALHO, GALVÃO, SILVA, 2010). 42 Os sentimentos podem levar à percepção e despertar a compreensão quanto ao viver, estar e pertencer ao mundo, a partir dos efeitos emocionais e psicológicos do existir, do interagir em sua forma integral. A leitura de mensagens de otimismo e autoajuda permitiram proporcionar ao paciente e cuidador uma reflexão sobre a sua condição de vida no momento, o que significa para cada um “cuidar e ser cuidado”, incentivando-os e encorajando-os a prosseguir. Incentivar o pensamento positivo, por mais dura que seja a realidade, poderá ser mudada com a força criada por cada um (Apêndice VIII). A autoestima é a soma da autoconfiança com o respeito. A mesma reflete o julgamento implícito da capacidade de lidar com os desafios da vida e o direito de ser feliz. Desenvolver a autoestima é desenvolver a convicção de que se é capaz de viver, sendo merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo. Uma fala que chamou para a reflexão foi a de uma paciente de 45 anos, obesa, portadora de IRC e úlceras nos dois MMII (membros inferiores), quando a mesma reclamou que “fui numa festa este final de semana e sentada lá fiquei observando aquelas mulheres de sapatos bonitos, dançando... e eu lá sentada sem poder nem por um calçado nos pés”. Isto faz com que se considere o cuidado, observando que não é apenas o corpo que adoece, mas a pessoa em sua totalidade, o que exige a prestação de cuidado humanizado, integral. Avaliação do objetivo III: A convivência intensa com as famílias assistidas orientou o trabalho para um jeito diferente de conduzir os cuidados. Aprendeu-se a romper com a atitude fria dominante no modelo da biomedicina e criar um vínculo emocional com as pessoas cuidadas. Este envolvimento com as pessoas desencadeou intuições que foram acolhidas e colocadas em operação no trabalho em saúde. Com o tempo, adquiriu-se uma confiança neste agir, orientada também pela emoção e a intuição, aprendendo a valorizar percepções sutis dos sentidos. Também se aprendeu a manejar, de forma equilibrada, a relação entre a razão, a emoção e a intuição na estruturação do cuidado, permitindo acessar saberes acumulados durante todo o processo acadêmico. Este estudo permitiu, também, uma reflexão sobre a questão da espiritualidade no que se refere ao profissional da Saúde, o qual está ligada principalmente à compaixão, ao 43 transcender as máscaras, ao ser você mesmo, a ser um ser humano cuidando de outro ser humano. ■ Objetivo IV: Demonstrar a forma correta da prestação do cuidado com orientações ao paciente adulto/idoso com déficit de autocuidado e ao cuidador/família. Estratégia I: Conhecer a realidade de como é prestado o cuidado. Ação I: Solicitar ao cuidador realizar o cuidado para avaliação. Quando ocorre comprometimento da capacidade funcional a ponto de impedir o cuidado de si, a carga sobre a família pode ser muito grande. Cabe a ela desenvolver formas variadas de apoio e cuidados aos seus dependentes. Nas orientações, os profissionais da saúde devem levar em consideração a especificidade de cada família, como condições socioeconômicas e culturais, a fim de que a assistência seja adequada a sua realidade individual e familiar. Essas orientações podem ser dadas aos cuidadores durante a visita domiciliar. Através da assistência/visita domiciliar, a enfermeira tem as condições favoráveis para formar vínculo profissional com o cuidador e o paciente, transmitindo-lhes segurança e o fortalecimento de orientações. Este profissional também poderá tirar dúvidas que eventualmente vão surgindo, acompanhar a evolução dos pacientes, além de lhes fornecer o apoio emocional, tão necessário para adaptação a essa nova realidade (GIR, REIS, 2001). Acompanhou-se a realização dos cuidados pelos cuidadores, onde surpreendeu-se com uma cuidadora com grande conhecimento, experiência e prática considerada além do esperado. Os demais cuidadores também eram bem instruídos e dedicados, com uma exceção, onde a cuidadora era a filha adolescente sem nenhum preparo e com pouca iniciativa e interesse em aprender a cuidar bem. Ação II: Realizar os cuidados, demonstrando aos cuidadores e pacientes a técnica correta para a realização. Os profissionais reconhecem a importância da presença do cuidador tanto no âmbito hospitalar quanto no domicílio. Porém, identificam-se dificuldades relacionadas à falta de preparo e orientação para a realização destes cuidados. Mesmo assim, os cuidadores julgam ter um importante papel no auxílio ao cuidado. 44 Alves e col. (2007) afirmam que é possível perceber que a família exerce um papel que vai além da fiscalização. Deve ser vista como parceira que, além das dificuldades com a doença do familiar, não tem conhecimento técnico sobre como cuidar melhor do seu ente querido. Necessita ser informada, treinada e acompanhada até ter segurança para que a assistência seja eficaz e eficiente. Assim, é importante observar fatores que promovem ou inibem o cuidador na realização dos cuidados, promovendo a participação familiar, através de suporte emocional e cognitivo, com informações e condições da doença e limitações do paciente. A falta de conhecimento e de habilidade, o medo de errar, a falta de incentivo dos profissionais envolvidos, fatores ambientais e falta de privacidade podem ser fatores que dificultam a realização adequada dos procedimentos desenvolvidos pelos cuidadores. Ação III: Incentivar a realização do autocuidado pelos pacientes. Trabalhar junto a pacientes com déficit de autocuidado tem sido uma experiência gratificante, principalmente no que se refere ao desafio que isso significa. Seguindo a evolução tecnológica nos cuidados em saúde, buscou-se incluir o paciente nesta tarefa, deixando de lado a dicotomia do modelo biomédico, o qual considera a deficiência, a doença ou a anormalidade corporal como fatores que produzem incapacidade. O indivíduo é visto como vítima, necessitando de cuidado, atenção e ajuda de outras pessoas. Sampaio e Luz (2009) salientam que “o modo como os profissionais abordam os pacientes e seus problemas são influenciados pelos modelos conceituais que eles adotam e tem relação com a forma como o conhecimento e a experiência são organizados”. Nesta perspectiva, estimulada gradativamente a colaboração do paciente na realização do seu cuidado. O compromisso do indivíduo com a própria saúde e o seu envolvimento com o autocuidado podem ser avaliados pelo seu interesse na realização do cuidado e nas mudanças no estilo de vida, onde os mesmos passaram a demonstrar consciência da importância do autocuidado para a manutenção da vida. A prática do autocuidado não deve desconsiderar escolhas individuais, pois é uma atitude de cada um. Apesar das informações sobre a doença, alguns indivíduos continuam com estilos de vida que podem dificultar o tratamento, permanecendo, nesses casos, o déficit de autocuidado. 45 Avaliação do objetivo IV: O cuidar de si só é valorizado e percebido como essencial para o ser humano a partir do momento em que as pessoas tomam consciência do seu direito de viver, e do modelo de vida que têm, pois, enquanto encontram-se bem e saudáveis, não se dá à devida importância ao constante exercício do cuidar de si. A enfermagem tem seu ideal centrado em auxiliar as pessoas a enfrentarem ou se adaptarem às suas patologias e limitações, além de transformar o ambiente para reduzir os estressores e ensinar as pessoas a cuidarem da sua saúde. Este objetivo foi contemplado com sucesso, pois conforme as ações planejadas, foram realizados e demonstrados os cuidados em todas as famílias e foi possível conscientizá-las da importância de fazer de forma correta. Foi possível motivar à paciente com ferida crônica, que inicialmente demonstrava desinteresse pelo seu cuidado, a aprender a técnica correta do curativo, o uso contínuo da pomada prescrita, bem como a realização de caminhadas. No final da prática observou-se significativa melhora da ferida conforme exposto na figura 12. O mesmo resultado pode ser observado com a paciente em que a cuidadora era desinteressada (Figuras 11 e 13). Ao fim da prática assistencial, observou-se que as orientações foram seguidas, constatando melhora dos problemas encontrados inicialmente. Assim, quando as práticas do cuidado de si são efetuadas para promover saúde e bemestar, utilizando medidas do cuidado de si, se adota um comportamento ético pela vida, despertando a responsabilidade e a preocupação com o viver. Realizando a prática, percebeu-se que o cuidado não é instrumental, nem tão pouco disciplinar, mas sim reflexivo, contribuindo para o bem e permitindo que o outro se mostre. Considera-se ainda que dentro dessas inúmeras possibilidades é preciso reconhecer as limitações enquanto humanos. 5. COMPROMISSO ÉTICO A realização da prática assistencial proposta foi previamente aprovada pela Secretaria Municipal de Saúde, através de ofício de solicitação da coordenação do curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ e da apresentação do pré-projeto. Com relação às pessoas envolvidas na prática assistencial, na primeira visita domiciliar foram explicados a elas o propósito, os objetivos e procedimentos a serem desenvolvidos na prática. Esclareceu-se a elas sobre a liberdade em aceitar, recusar ou desistir a qualquer momento. Também foi assegurado o sigilo e o anonimato a partir de suas assinaturas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A Prática Assistencial obedeceu rigorosamente às determinações da Resolução 10/196/96 do Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde. Esta prática assistencial foi autorizada pelo protocolo nº 054/10 pelo Comitê de Ética da Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Almejando proporcionar a saúde individual e coletiva da sociedade, diferentes áreas do conhecimento articulam-se no sentido não apenas de produzir novos saberes, mas também de regular e administrar a vida educacional da população, propostas, estratégias e novos vínculos. Ao final desta prática, constatou-se que os objetivos foram alcançados efetivamente. Os conceitos elaborados previamente e alicerçados pelo referencial teórico adotado permearam todos os momentos das atividades realizadas, validando a construção das mesmas. As ações foram adaptadas conforme a realidade encontrada e ao cotidiano das relações de cuidado nos diversos âmbitos onde vivem estes pacientes/cuidadores, abrangendo as diversas dimensões do cuidado. As emoções, atitudes, sentimentos, semelhanças, reciprocidades que permearam a prática alimentaram o prazer de estarjunto, a troca de experiências e vivências, o compartilhar idéias, problemas e indagações, permitindo a reflexão sobre suas vidas, inerentes a um único ser, indivisível, insubstituível. Ampliaram-se os conhecimentos dos cuidadores/pacientes em relação à promoção de saúde e prevenção de doenças, possibilitando-lhes maior autonomia, acreditando que com maior conhecimento terão condições de realizar o seu autocuidado, favorecendo qualidade de vida própria aos pacientes e as pessoas do convívio. A atividade foi concluída com satisfação, pois foi possível relacionar e implementar os conhecimentos adquiridos durante a graduação. A partir dessa vivência enriqueceu-se de informações, práticas e experiências de vida, que servirão de alicerce em futuros campos de atuação. Além desta relação de saberes, cultivaram-se amizades, que certamente ficarão eternizadas, não somente por terem participado deste momento especial da vida, mas pela maneira como recebiam as acadêmicas e pelo carinho demonstrado ao longo da realização desta prática assistencial. 48 A equipe tornou-se referência na comunidade, pois além de prestar assistência as famílias selecionadas, foram solicitadas através das ACS, e dos próprios pacientes para visitar outras pessoas que necessitavam para verificação de PA, avaliação de curativo e orientação a puérperas. A confirmação do reconhecimento do trabalho realizado se deu através do método de avaliação Wong-backer (Apêndice VI), onde o conceito BOM prevaleceu nas respostas de 100% dos participantes. Com isso, ressaltou-se a satisfação e a certeza de que a prática proposta foi realizada e concluída com sucesso. A escolha do referencial teórico veio ao encontro da abrangência do tema, permitindo a socialização dos saberes/fazeres, das experiências vividas e convividas cotidianamente. Também proporcionou o benefício do crescimento/desenvolvimento pessoal e interpessoal dos próprios participantes. 7. REFERÊNCIAS AIRES, Marines; PAZ, Adriana Aparecida; PEROSA, Cleci Terezinha. O grau de dependência e características de pessoas idosas institucionalizadas. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano: publicação multidisciplinar da Universidade de Passo Fundo/Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Grupo de Pesquisa Vivencer/CNPq.-Vol.3, nº2, (Jul-Dez.2006) - Passo Fundo: UPF, 2006-. ISSN16797930. ALVES M. et al. Trabalho do enfermeiro em uma empresa de home care de Belo Horizonte. Invest Educ Enferm. 2007; 25(2): 96-106. Disponível: http://tone.udea.edu.co/revista/ojs/index.php/iee/article/view/13/23. ACUNA, Kátia e CRUZ, Thomaz. 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Há quanto tempo presta estes cuidados? 3. Tem alguma dificuldade na prestação do Cuidado? Quais? 4. Recebe algum tipo de ajuda para a prestação do cuidado? Se sim, quais e de quem? 5. Você se considera capaz de realizar os cuidados? 6. O que sente ao realizar o cuidado/cuidar seu familiar? 59 Apêndice II: Roteiro da Consulta de Enfermagem CONSULTA DE ENFERMAGEM Identificação: Nome:........................................................................................................................................ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:................................................................. Situação Conjugal:......................... Escolaridade:.............................Religião........................... Nº filhos:.................. Profissão/Ocupação:....................................... Exame Físico: Peso:...........kg Altura:.........m.......cm Circunferência Abdominal: .............cm IMC:........ PA:........./.........mmHg T:.......ºC Situação Vacinal:................................................. Doenças Crônicas:......................................................................................................................... Uso de medicamentos:.................................................................................................................. Autocuidado Universal: • Condições de Moradia Casa: ( ) própria ( ) alugada ( ) cedida ( ) outro Nº de cômodos: .......... Banheiro na casa: ( ) sim ( ) não Tipo de construção: ( ) madeira ( ) alvenaria ( ) mista ( ) material reaproveitável Abastecimento de água: ( ) CASAN ( ) poço ou nascente ( ) poço artesiano Esgoto: ( ) fossa séptica ( ) fossa rudimentar ( ) ligada a rede pluvial ( ) céu aberto • Animais domésticos: ............................................................ • Nº de pessoas: ....... crianças ...... adolescentes ...... adultos ...... idosos • Hábitos Alimentares................................................................................................................... Ingestão hídrica............................................................................................................................. Eliminações: vesicais............................................. intestinais...................................................... Recreação/lazer...................................................... sexualidade................................................... Atividade física...................................................... repouso.......................................................... Exames de rotina: 60 Apêndice III: Roteiro para Exame Físico EXAME FÍSICO Avaliação do estado físico geral: Peso: .........................Altura: .............................. IMC:.............................. PA:.................................. Pulso radial: ....................... Respiração: ................. T:.................. Estado Nutricional:................................................Alimentação: ............................................ Nível de consciência: .................................................................................................................. Expressão facial: ........................................................................................................................ Postura no leito: ......................................................................................................................... Movimentação: ........................................................................................................................... Sono/repouso: ............................................................................................................................. Voz/fala: ...................................................................................................................................... Pele: ............................................................................................................................................. Musculatura: ............................................................................................................................... Crânio: ......................................................................................................................................... Couro cabeludo: ......................................................................................................................... Face: ............................................................................................................................................ Orelhas: ...................................................................................................................................... Olhos: .......................................................................................................................................... Nariz: .......................................................................................................................................... Boca: ............................................................................................................................................ Dentição: ..................................................................................................................................... Língua: ........................................................................................................................................ Garganta: .................................................................................................................................... Pescoço: ....................................................................................................................................... Tórax: .......................................................................................................................................... Dorso: .......................................................................................................................................... Abdome: ...................................................................................................................................... MMSS: ......................................................................................................................................... Mãos: ........................................................................................................................................... MMII: .......................................................................................................................................... Pés: ............................................................................................................................................... Geniturinário: ..........................................................................Ânus: ........................................ Eliminações: ................................................................................................................................ 61 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................................... PLANO DE AÇÃO (CONDUTA) ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................... 62 Apêndice IV: Tabela de procedimentos de enfermagem realizados PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM SNG SNE SVD SVA CURATIVO HGT Prevenção / proteção p/ Úlcera de pressão Orientação / Cuidados com Traqueostomia Orientação / Cuidados com Colostomia Orientação / Cuidados com Oxigenioterapia Punção venosa/Fluidoterapia Orientação quanto ao uso de medicação Orientação quanto à nutrição parenteral SV: P – T – R – PA Prescrição de Enfermagem Aplicação de Medicação IM 63 Apêndice V: Tabela para controle semanal de visitas AGENDAMENTO E CONTROLE SEMANAL DE VISITAS Paciente Segunda __/___/__ Terça __/___/__ Quarta __/___/__ _ Quinta __/___/__ Sexta __/___/__ 64 Apêndice VI: Avaliação método wong-backer AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES BOM REGULAR RUIM 1. Quanto às atividades práticas realizadas: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2. Quanto ao material utilizado: ( ) 3. Quanto às orientações transmitidas: ( ) 4. Quanto aos resultados alcançados: ( ) 5. Quanto ao desempenho das acadêmicas: ( ) ( ) ( ) 6. O que você mais gostou? ................................................................................................................................. 7. O que você menos gostou? ................................................................................................................................. 65 Apêndice VII: Mensagem de Acolhimento MENSAGEM DE ACOLHIMENTO 66 Apêndice VIII: Oração ORAÇÃO DO PODER Deus, Senhor de toda a força e poder, dá - me hoje a Segurança do Teu temor e a certeza de que estás comigo. Peço ajuda e Proteção nesta hora tão difícil de minha vida. Preciso de Tua assistência, do Teu Amor e de Tua Misericórdia. Tira de mim o medo, tira de mim esta dúvida, esclarecendo O meu espírito abatido, com a luz que iluminou o Teu Divino Filho Jesus Cristo, aqui na terra. Que eu possa perceber toda a grandeza de Tua presença em mim Soprando o teu Espírito dentro de mim, para que eu me sinta Hora por hora, minuto por minuto. Que eu sinta o Teu Espírito e Tua Voz dentro de mim e ao meu redor. Em minhas decisões e no decorrer deste dia, que eu sinta o Teu maravilhoso poder pela oração e com este poder, Espero pelos milagres que podes realizar em favor dos meus problemas. Não me deixe, levanta meu espírito, quando me encontrar abatido. Entrego - te neste dia a minha vida e a da minha família. Livra - me de minhas moléstias ainda que seja por milagre, Obrigado meu Mestre, meu Senhor, meu Irmão e meu Amigo. Sei que vais me dar a solução de que tanto preciso e desejo Amém!!! Acadêmicas 9º período de Enfermagem: Cléia Flores, Lucelene Haas e Marcili R. Klein Prof. Orientadora: Leoni Zenevicz Apêndice IX: Cartilha Educativa UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ — UNOCHAPECÓ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Brasil. Guia prático do cuidador. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf. Acesso em 05 de mar. 2010. LANDERDAHL, Noeli Terezinha et al. Cuidados pós alta. Hospital Universitário de Santa Maria. NEPE - Educação em Saúde Clínica Médica I. Santa Maria: UFSM. 2009. Disponível em:http://jararaca.ufsm.br/websites/ephusm/download/cartilhas/c.clinicam edica.pdf. Acesso em: 04 mar. 2010. SPINA, Luciana Diniz Carneiro. Cartilha de Orientação Para o Portador de Diabetes. 2006. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-e-bem-estar/cartilha-deorientacao-para-o-portador-de-diabetes-68/artigo/. Acesso em 14 abr. 2010. Acadêmicas: CLÉIA FLORES LUCELENE HAAS MARCILI KLEIN Prof. Orientadora: LEONI ZENEVICZ Enfermagem 9º período/2010. M MA AN NU UA AL LD DE EC CU UIID DA AD DO OSS A AO O PPA AC CIIE EN NT TE EE EC CU UIID DA AD DO OR R CLÉIA FLORES LUCELENE HAAS MARCILI KLEIN ENFERMAGEM 68 PPrreezzaaddoo ppaacciieennttee ee ccuuiiddaaddoorr Cuidar de pessoas é uma tarefa que requer uma atenção especial. Devido ao estado de saúde, as pessoas, na maioria dos casos, encontramse debilitadas e precisam de apoio, paciência e compreensão. Os cuidados com a higiene, alimentação e transporte são fundamentais para evitar problemas que podem surgir durante o tratamento. Manter a limpeza do ambiente, do leito e o cuidado nas trocas de roupas, no banho e no preparo dos alimentos devem ser rotina para evitar infecções e complicações. Este manual traz algumas informações importantes para orientá-lo no cuidado com o paciente. Leia tudo com muita atenção e, caso tenha dúvidas, procure a equipe de saúde para esclarecê-las. Não tenha vergonha de perguntar. 11.. C CU UIID DA AD DO OR R Você na condição de cuidador: ► Evite discussões ou conflitos familiares; ► Mantenha o ambiente tranqüilo, alegre e agradável para a pessoa que você cuida; ► Observar quais as atividades que despertam interesse, satisfação e prazer ao paciente, procure satisfazê-las proporcionando o bem-estar; ► Mantenha o contato social, se possível saia com ele, leve-o para tomar sol, assista filmes, ouça música, assista televisão, leia um jornal; ► Estimular o paciente ao convívio com a família inteirando em tudo que se passa no dia-a-dia, para diminuir o sentimento de solidão; ► Mantenha comunicação, conversando sempre durante e sobre os cuidados; ► Tenha senso de humor, ria, mas sempre com respeito; ► Observe o estado emocional, como tristeza, abatimento, desânimo e isolamento, ou outros sinais que interferem na sua recuperação; ► Respeite a dor do outro, este é um importante sinal; ► Mantenha a pessoa quer você cuida sempre limpa e confortável; ► Tenha coragem, dê carinho, conforto, olhe nos olhos do dependente de cuidados. ATENÇÃO ► Não descarregue seu estresse na pessoa que você cuida; ►Não assuma todos os cuidados, divida as responsabilidades; 69 ►Não hesite em pedir ajuda se algo não estiver bem. · Os olhos devem ser limpos com pano macio ou gaze, utilizando soro ►Reconheça e não ultrapasse os seus limites. fisiológico ou água limpa, (não use sabonete) passando nos olhos sempre no sentido de dentro para fora, para retirar as secreções; 22.. LLA AV VA AG GEEM MD DA ASS M MÃ ÃO OSS · Colocar as mãos do paciente dentro de uma bacia com água morna É o cuidado mais importante a ser feito pelo cuidador e todas as pessoas da pelo menos duas vezes ao dia, lavar entre os dedos e secar bem, isso evita família. maus cheiros e dá conforto ao paciente; LAVAR SEMPRE: · Não deixar a pele com restos de sabão, pois resseca a pele; · ANTES e DEPOIS de preparar e dar alimentos ao paciente, tanto · Secar bem a pele e com suavidade, principalmente as dobras (pescoço, alimentos pela sonda como pela boca; em baixo dos braços, virilhas, entre as nádegas, entre os dedos dos pés e · ANTES e DEPOIS de aspirar, sondar, medicar, fazer curativos, alcançar das mãos); comadre/papagaio ao paciente e outros cuidados; · Ter um maior cuidado com os pés, secar bem entre os dedos, cortar as · ANTES de usar o banheiro (para se proteger) e DEPOIS de usar o unhas e hidratar os calcanhares; banheiro, fazer higiene no paciente e tocar em animais domésticos. · Após o banho, hidratar a pele com creme ou óleo de girassol ou milho, fazendo massagens de conforto principalmente nas costas, nádegas, 33.. H HIIG GIIEEN NEE D DO OC CO OR RPPO O,, BBO OC CA A EE D DEEN NTTEESS calcanhares, cotovelos, joelhos, parte de fora das coxas, este cuidado evita 3.1. HIGIENE CORPORAL feridas; · Dar banho no paciente todos os dias; · Evitar utilizar talcos, pois estes podem provocar alergias respiratórias, · Se houver condições, levar o paciente ao chuveiro, utilizando uma tosse e infecção urinária; cadeira; · A higiene melhora a circulação do sangue, evita infecções e feridas, · Caso a higiene corporal for na cama, utilize água limpa e sabão neutro deixando o paciente mais feliz. iniciando pelo rosto, cabelo, braços e restante do corpo, deixando por último as partes íntimas (genitais); não esqueça de trocar a água do banho 3.2. HIGIENE DA BOCA E DOS DENTES sempre que necessário; · A higiene da boca em pacientes sem condições de realizar a escovação · Nunca utilizar o pano que limpou fezes para lavar o resto do corpo; deverá ser feita pelo familiar; 70 · Esse processo de limpeza da boca deverá ser repetido no mínimo três · Observar mudanças na pele como vermelhidão e bolhas, não deixando o vezes por dia; paciente virado em cima dessas lesões; · Caso o paciente possua dentadura, esta deverá ser retirada no mínimo três · Deixar os lençóis bem esticados, sem dobras; vezes por dia e escovada (na pia do banheiro ou utilize um pote com água · Não deixar o paciente sujo de fezes e urina; só para isso), sendo que a boca também deve ser limpa para a retirada dos · Fazer exercícios dobrando e espichando as pernas e braços do paciente, restos de comida; várias vezes ao dia, para não ficar “entrevado”. · A língua deve ser escovada sempre com escova de dente macia; · Para evitar o ressecamento dos lábios, pode-se usar manteiga de cacau ou óleo mineral. 44.. C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MA A PPEELLEE –– EEV VIITTA AN ND DO O FFEER RIID DA ASS · É muito importante secar bem a pele, principalmente nas dobras e utilizar cremes hidratantes e óleos de girassol ou de milho nos locais onde os ossos estão mais salientes, fazendo massagens delicadas; · Retirar o paciente da cama, sempre que possível, fazendo-o tomar banho de sol, no início da manhã ou à tardinha, estimulando-o a caminhar e fazer pequenos exercícios com as pernas e os braços. Bengala, andador, cadeira e barras de apoio nas paredes, facilitam um andar mais seguro; Para isso faça os seguintes exercícios no paciente pelo menos duas vezes por dia: Para pacientes que ficam somente na cama, os cuidados são muito maiores, por isso não podemos esquecer: 1. Movimente cada um dos dedos dos pés, para cima e para baixo, para os · Colocar colchão piramidal em cima do colchão comum; lados e com movimentos de rotação. · Mudar o paciente de posição de 2 em 2 horas, (sempre com a ajuda de 2. Segure o tornozelo e movimente o pé para cima, para baixo, para os dois outra pessoa), utilizando travesseiros e almofadas entre as pernas e nas lados e em movimentos circulares. costas, para calçá-lo; 3. Dobre e estenda uma das pernas, repita o movimento com a outra perna 71 (sem atritar o calcanhar na cama, que favorece o surgimento de feridas). 55.. C CU UR RA ATTIIV VO OSS D DO OM MIIC CIILLIIA AR REESS 4. Com os pés da pessoa apoiados na cama e os joelhos dobrados, faça · Sempre lavar as mãos antes e depois de fazer o curativo; movimentos de separar e unir os joelhos. · Trocar o curativo logo após o banho e sempre que estiver molhado; 5. Levante e abaixe os braços da pessoa, depois abra e feche. · Utilizar soro fisiológico 0,9 % (comprado em farmácias ou fornecido pelo 6. Faça movimentos de dobrar e estender os cotovelos, os punhos e depois serviço que está acompanhando) levemente morno ou água fervida morna os dedos. ou filtrada. Use sabão neutro (glicerina) em locais de muita sujeira ou 7. Ajude a pessoa a flexionar suave e lentamente a cabeça para frente e restos de fezes e urina (feridas nas nádegas); para trás, para um lado e depois para o outro, isto alonga os músculos do · Limpe sempre da parte mais limpa para a mais suja; pescoço. · Siga a orientação do enfermeiro, se for indicado usar óleos (girassol, milho) ou outro produto; · Após a limpeza utilize gazes ou panos limpos bem passados a ferro e deixe a ferida fechada, evitando contato com animais; Se a ferida estiver muito vermelha, inchada, quente, com pús ou mau cheiro procure um serviço de saúde, ou o serviço que estiver acompanhando, pois pode ser sinal de infecção; · Não coloque roupas apertadas em cima do curativo; · Observe, solicite explicação e aprenda bem a trocar o curativo com o profissional de saúde; 72 66.. D DIIA ABBEETTEESS 2- SE O AÇÚCAR NO SANGUE ESTIVER BAIXO: ( HIPOGLICEMIA) VOCÊ PODERÁ SENTIR: É uma doença de causas variadas, devido a falta total ou parcial de - Tremor, Tontura, Irritabilidade, Fome, Sonolência, Sudorese, Desmaios, insulina (hormônio produzido no pâncreas) e/ou incapacidade da insulina Confusão mental, Batimentos cardíacos acelerados. de exercer suas ações. Como conseqüência as células não aproveitam CAUSAS: adequadamente a glicose no sangue, provocando sua elevação. - Durante ou depois da prática de exercícios físicos - Se você não comer o suficiente 66..11.. C CO OM MPPLLIIC CA AÇ ÇÕ ÕEESS M MA AIISS C CO OM MU UN NSS - Se você tomar medicamento em excesso 1- SE O AÇÚCAR NO SANGUE ESTIVER ALTO: (HIPERGLICEMIA) O QUE FAZER: VOCÊ PODERÁ SENTIR: Tome 1 copo de suco de fruta ou de refrigerante imediatamente. - Volume urinário excessivo, cansaço, dor abdominal, respiração Se estiver inconsciente, deve procurar serviços médicos imediatamente. acelerada, vômitos, sede. Pode-se molhar o dedo com mel e esfregar na parte interna da bochecha. CAUSAS: Informar o acontecimento ao médico para determinar se há necessidade de - Dose insuficiente da medicação, infecção, abusos alimentares, estresse. ajuste da medicação. O QUE FAZER: Não deixe de tomar ou aumente a dosagem do medicamento sem consultar 66..22.. D DIIA ABBEETTEESS:: C CO OM MO OC CU UIID DA AR R?? seu médico caso não tenha orientação para isso. Os 4 pontos principais do tratamento são: Tomar bebidas sem açúcar em abundância para evitar a desidratação. 1- Alimentação balanceada Se não puder comer por causa de vômitos, beba líquidos que contenham 2- Atividade física açúcar para evitar que o açúcar no sangue abaixe demais. 3- Monitorização Se possível verifique o nível de açúcar no sangue cada 4 horas. 4- Medicação Consulte o médico se o os níveis de açúcar mantiverem acima de 240 mg/dl. 73 66..33.. A ALLIIM MEEN NTTA AÇ ÇÃ ÃO O BBA ALLA AN NC CEEA AD DA A == D DIIEETTA A Os alimentos nos dão a energia que necessitamos para viver. Nosso organismo converte a maior parte dos alimentos que comemos em um tipo Evite: - Carne com gordura, Leite integral, Queijo gorduroso, Fritura, Bebidas alcoólicas. de açúcar que se chama glicose, da qual as células necessitam. A insulina ajuda as células a conseguir o açúcar necessário na produção de energia. Também evita que o açúcar se acumule no sangue. Mas, se você tem diabetes, a insulina não funciona como deveria ou talvez nem seja produzida. Mesmo assim, uma dieta saudável pode ajudar seu organismo a manter o nível de açúcar no sangue em equilíbrio: nem muito alto, nem baixo. Alimentação saudável para o diabético: - Frutas e vegetais frescos, Pão e cereais integrais, Feijão e legumes Arroz integral, cevada e aveia, Alimentos com pouca gordura e sal. Procure controlar: - A hora de suas refeições - Os alimentos que come - A sua quantidade - Fazer exercícios com regularidade - Tomar os medicamentos necessários 74 66..44.. EEX XEER RC CÍÍC CIIO OSS FFÍÍSSIIC CO OSS 66..55.. C CU UIID DA AD DO OSS N NEEC CEESSSSÁ ÁR RIIO OSS:: Fazer exercícios aumenta a sensibilidade do corpo à insulina e, portanto tendem a diminuir a glicose no sangue contribuindo no controle do diabetes. Fale com seu médico antes de começar a fazer para saber qual o mais adequado para você. Leve sempre uma identificação médica, pois em caso de emergência, as pessoas saberão que você é diabético. Tente fazer os exercícios regularmente e de maneira freqüente, ou seja no mesmo horário (de 20 a 30 minutos) e todos os dias se possível. OS EXERCÍCIOS AJUDAM A: Use calçados confortáveis que se adaptem bem aos seus pés e sejam - Baixar o nível de açúcar no sangue apropriados para a atividade. (SPINA, 2006). - Evitar as enfermidades do coração - Controlar a pressão arterial - Sentir-se melhor e ter melhor aparência reduzir a tensão (estresse) - Diminuir os níveis de gordura no sangue - Diminuem a necessidades de insulina ou comprimidos - Controlar o peso E se eu não me tratar? • Vida sedentária. • Pressão alta. • Obesidade. Quanto maior o número de fatores de risco, maior a chance de infarto, Exercícios indicados: derrame cerebral e morte. Portanto, sua vida poderá ser muito encurtada - Caminhar, Andar de bicicleta, Dançar por esses fatores. • Gestantes com excesso de peso. • Colesterol ou triglicérides alterados. Se o diabetes não for tratado poderá afetar: • Rins: insuficiência renal > diálise > transplante. • Olhos: catarata > cegueira. • Cérebro: derrame > morte. • Circulação: entupimento das artérias das pernas > amputação. 75 • Coração: aterosclerose > coronária > infarto > dilatação cardíaca > morte. Não fume; Com uma dieta equilibrada e um programa de exercícios físicos você C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MO OSS PPÉÉSS Mantenha a pele limpa; contribuirá para que suas artérias não se obstruam; Observe se você sente dores de cabeça e tem a respiração difícil. Use sapatos e meias adequados (dê preferência aos sapatos de ponta arredondadas); Mantenha os pés secos, suaves e hidratados (esta última característica impede que ocorra o ressecamento da pele e origine uma ferida); Observe-os todos os dias; Observe se você sente dor, se seus pés estão adormecidos e se as feridas C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MO OSS D DEEN NTTEESS Use uma escova de dentes macia; Escove os dentes após cada refeição; Massageie as gengivas; Use fio dental todos os dias e visite periodicamente o dentista. não cicatrizam. C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MO OSS R RIIN NSS Os rins agem como filtros para purificar o sangue. O diabetes descontrolado é muito prejudicial para os rins. Controle sua pressão arterial e conte ao seu médico se há sintomas de infecções: dor, dificuldade ou urgência para urinar, febre ou dor nas costas. C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MO OSS N NEER RV VO OSS C CU UIID DA AD DO OC CO OM MO OSS O OLLH HO OSS Consulte um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. Se sua visão está turva, se enxerga mal, com manchas, se é míope e esta alteração aumenta, ao consultar o oftalmologista informe-o que você é diabético. Se não houver controle adequado do diabetes e a glicemia (nível de açúcar no sangue) permanecer alta, poderá ocorrer lesão nos nervos e prejudicar a condução dos impulsos nervosos. É a neuropatia diabética. Os sintomas mais freqüentes são formigamentos ou amortecimentos, com perda da capacidade de sentir calor, frio e dor. O sistema autonômico (que C CU UIID DA AD DO OSS C CO OM MO OC CO OR RA AÇ ÇÃ ÃO O EE O OC CÉÉR REEBBR RO O inerva os órgãos) também pode ser afetado, ocorrendo digestão lenta ou 76 muito rápida, náuseas e vômitos, constipação ou diarréia. A melhor Prevenção e controle: maneira de prevenir a neuropatia diabética (lesão dos nervos) é mantendo o diabetes controlado. A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para 77.. H HIIPPEER RTTEEN NSSÃ ÃO O cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável: A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os vasos sangüíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ocorre quando a medida da pressão se mantém freqüentemente acima de 140 por 90 mmHg. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: - fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol, falta de atividade física; - além desses fatores de risco, sabe-se que sua incidência é maior na raça negra, aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50 anos, é maior entre mulheres acima de 50 anos, é maior em diabéticos; Sintomas: Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. · manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; - não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos; - praticar atividade física regular; - aproveitar momentos de lazer; - abandonar o fumo; - moderar o consumo de álcool; - evitar alimentos gordurosos; - controlar o diabetes. 9. ANEXOS 78 Anexo I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar de uma prática assistencial intitulada “HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE) NA ESF 120, CIDADE DE CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM que será realizada no Município de Chapecó-SC pelas acadêmicas de enfermagem CLÉIA FLORES, LUCELENE HAAS e MARCILI ROSANA KLEIN sob orientação da Profª. Drª. Leoni Terezinha Zenevicz. O objetivo desta prática é prestar assistência de enfermagem cuidando em domicílio, pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores num processo dialógico que fomente a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada. A sua participação nesta prática consiste em responder a um questionário com perguntas abertas e realizar os cuidados aprendendo a fazê-lo dentro de um nova perspectiva. A assinatura neste consentimento, autoriza a utilização de todos os materiais (fotos, conversas e resultados desta pesquisa) para a publicação de artigos, textos em revistas nacionais e internacionais, mas garantindo o anonimato dos participantes. Esta pesquisa obedece as normas da Resolução 10/196 de Outubro de 1996 e Resolução 251/97 de Agosto de 1997 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, e, que regulamenta a pesquisa e suas complementares e somente será iniciada após o recebimento da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNOCHAPECÓ. Para maiores informações entrar em contato pelo telefone (49)33218215. Igualmente, as acadêmicas e pesquisadora declaram-se ciente destas normas e aceita a publicação dos resultados sejam eles positivos ou negativos. Chapecó – SC ............ de ................................... de 2010. Assinatura do participante ___________________________________________________________________________ Identidade ou CPF ___________________________________________________________________________ 10. IMAGENS 80 Figura 4: Realização de Hemoglicoteste em atendimento domiciliar (12/05/2010). Figura 5: Hemoglicoteste com resultado alterado (14/04/2010). 81 Figura 6: Verificação de Pressão Arterial em atendimento domiciliar (14/04/2010). Figura 7: Família participante da Prática Assistencial (02/06/2010). 82 Figura 8: Cartilhas elaboradas e distribuídas aos participantes da prática assistencial. Figura 9: Lembrancinhas distribuídas às famílias participantes no término das atividades. 83 Figura 10: Lembrancinhas entregues na Páscoa. 84 Comparativo dos curativos realizados Figura 11: 24/03/2010 - 31/05/2010 Figura 12: 24/03/2010 - 31/05/2010 85 Figura 13: 24/03/2010 - 31/05/2010