UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
UNOCHAPECÓ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Cléia Flores
Lucelene Haas
Marcili Rosana Klein
HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT
DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO
INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE
CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM
Chapecó – SC, 2010
CLÉIA FLORES
LUCELENE HAAS
MARCILI ROSANA KLEIN
HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT
DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO
INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE
CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM
Relatório de prática assistencial apresentado no
Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ,
referente
à
disciplina
de
Enfermagem
Assistencial Aplicada II (Estágio Curricular)
como pré-requisito para obtenção do título de
Enfermeira, sob orientação da Prof. Leoni
Terezinha Zenevicz.
Chapecó – SC, 2010
Mensagem
“Não sei ... se a vida é curta
ou longa demais para nós,
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocarmos
o coração das pessoas.”
(Cora Coralina)
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares.
Em especial ao meu esposo Maguino pelo
apoio incondicional, e a minha filha Mariana
por compreender a minha ausência (Marcili).
Em especial a minha família pelo amor
incondicional, apoio e dedicação (Lucelene).
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida. Ser supremo, fonte de força e sabedoria, que esteve sempre à
frente, guiando nossos passos. Agradeço essa existência que nos possibilitou a cada dia
sermos mais humanas e persistentes em nossos objetivos.
A nossa família, sempre presente, de cujo incentivo e suporte não podemos prescindir.
Com admiração e reconhecimento, à nossa orientadora, Porfª. Drª. Leoni Terezinha
Zenevicz, pelo apoio durante toda nossa formação. Obrigada pelo carinho, compreensão e
considerações que tanto nos auxiliaram nesse crescimento cientifico e intelectual.
Aos amigos que nos deram apoio, estímulo, encorajamento e que se privaram da nossa
companhia durante a realização deste trabalho.
A toda equipe do CISGE, em especial a Coordenadora Aloiri e a Enfermeira Ana Paula pelo
carinho com que nos receberam.
Às famílias que nos acolheram carinhosamente, colaborando com o desenvolvimento deste
trabalho.
À nossa amiga Simone Zardo Grossi que gentilmente elaborou o diagrama do nosso marco
conceitual.
A todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização deste trabalho.
CLÉIA: Às amigas e irmãs do coração Lucelene e Marcili, pelos momentos de alegria, pela
amizade, compreensão, aprendizado e companheirismo. Pessoas que me ajudaram em todos
os momentos que precisei, levarei comigo para o resto da minha vida o que aprendi nesta
caminhada.
LUCELENE: Às amigas Cléia e Marcili, irmãs de coração, companheiras de todas as horas.
Sempre presentes nos momentos que mais precisei. Incentivando e mostrando com suas
atitudes e com seus exemplos.
Ao meu pai, exemplo de honestidade e caráter que trabalhou e lutou muito para essa
conquista.
Á minha mãe, pelo amor incondicional e por todas as barras que enfrentou ao meu lado para
que eu não desistisse.
Á minha irmã Liliam, exemplo de otimismo e bondade, pelo carinho, apoio incondicional e
financeiro, agradecer é pouco, por tudo o que fez por mim.
À minha irmã Liziane, exemplo de determinação, que mesmo longe e sempre trabalhando
muito, sempre me incentivou.
A toda família Haas, onde todos de uma maneira ou de outra torceram e incentivaram para a
conquista desta formação acadêmica.
MARCILI: Às amigas Cléia e Lucelene, irmãs de coração que estiveram mais próximas, pelo
convívio, aprendizado e ensinamentos. Pela dedicação e amizade, fiéis companheiras com
quem dividi todas as minhas inquietações. Pessoas que me deram suporte durante toda esta
trajetória.
Ao Maguino pelo amparo, companheirismo, dedicação, amor, compreensão e carinho. Pelo
cuidado, pela torcida.
À minha filha Mariana pelo amor e compreensão, por abrir mão de muitas coisas em favor
desta conquista e por suprir minha ausência em nosso lar.
À minha sogra Zenaide pelo apoio e por acolher minha filha e meu esposo nos momentos de
minha ausência.
Aos meus pais, por tudo que sou.
Às minhas famílias Klein e Melo, por acreditarem em mim, pelo amor e apoio em todos os
momentos e pela presença em minha vida.
Aos meus compadres Maurício e Grasiela pela amizade, pelas palavras de incentivo, e por
compartilharem minha conquista.
Aos Pastores Davi e Damaris, pelas orações que tanto me fortalecem.
HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT
DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO
INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE), ESF 120, CIDADE DE
CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM
Cléia Flores¹
Lucelene Haas¹
Marcili Rosana Klein¹
Leoni Terezinha Zenevicz²
RESUMO
Home Care define-se como a prestação de serviços ao cliente, família e grupos sociais em domicílio. Alguns
fatores justificam a adoção deste sistema, sejam: o envelhecimento da população, o aumento da necessidade de
cuidados em doenças crônicas, aumento do custo de tecnologias diagnósticas e de tratamento e aumento do
interesse pelo autocuidado. As atribuições do enfermeiro visam à limitação do dano ou invalidez e a promoção
da independência, por meio do comprometimento da família e do cliente nas atividades educativas e de
autocuidado, todas voltadas para uma adequada qualidade de vida no domicílio e na comunidade. Preservar a
autonomia e manter a independência no maior grau possível é um dos objetivos do cuidado ao adulto e idoso.
Para a implementação da prática assistencial utilizamos como modelo teórico de Enfermagem a teoria do Déficit
de Autocuidado de Dorothéa E. Orem a qual constitui a essência da Teoria Geral de Orem por delinear a
necessidade da assistência de enfermagem. Foi desenvolvida na cidade de Chapecó (SC), bairro Efapi, ESF área
120 com dezessete famílias nas quais pelo menos uma pessoa apresentava déficit de autocuidado. O objetivo
geral foi prestar assistência de enfermagem cuidando em domicílio, pacientes com déficit de autocuidado e seus
cuidadores num processo dialógico que fomentasse a educação, a reflexão, o questionamento e ação
compartilhada. A assistência de Enfermagem foi prestada em domicílio através de cento e cinco visitas, onde
realizamos consultas e técnicas de enfermagem, e orientações quanto a hábitos de vida saudável. As ações foram
adaptadas conforme a realidade encontrada e ao cotidiano das relações de cuidado nos diversos âmbitos onde
vivem estes pacientes/cuidadores abrangendo as diversas dimensões do cuidado, alcançando com êxito os
objetivos propostos. Ao final da prática constatamos que os objetivos foram alcançados efetivamente.
Palavras-Chave: HOME CARE, Autocuidado, Enfermagem, Adulto e Idoso.
___________________________________________
¹ Acadêmicas do 9º período do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ.
² Enfermeira Doutora e Docente do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ.
HOME CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT
DE AUTOCUIDADO E SEUS FAMILIARES, CADASTRADOS NO CENTRO
INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE) CIDADE DE CHAPECÓ-SC,
FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM
Cléia Flores¹
Lucelene Haas¹
Marcili Rosana Klein¹
Leoni Terezinha Zenevicz²
ABSTRACT
Home Care is defined as the provision of customer services, family and social groups at home.Some factors
justify the adoption of this system, like: population aging,increased need for care in chronic diseases, increased
cost of diagnostic technologies and treatment and the increased interest in selfcare. The responsibilities of
nurse aim the damage limitation or disability and promoting independence, through the involvement of family
and client in the educational activities and selfcare, all to an adequate quality of life at home and in the
community. Preserve the autonomy and keep the independence at the highest possible level is one of the goals
of adult and elderly care. For the implementation of the assistance care practice we used as a theoretical
model of nursing the Dorothea Orem`s Self-Care Deficit Theory, which constitutes the essence of the General
Theory of Orem by outlining the need for nursing care. Was developed in the Chapecó City (SC), Efapi district,
ESF area 120 with seventeen families in which at least one person had self-care deficit. The main objective was
provide nursing care caring at patients home with self-care deficit and theirs caregivers in a dialogical process
that promote education, reflection, questioning and shared action. The nursing care was provided at home by
one hundred and five visits, where we conducted consultations and nursing techniques, and guidance on
healthy living habits. The shares were adjusted according to the encountered reality and the daily care
relationships in diverse environments where the patients/caregivers live covering the different dimensions of
care, reaching with success the proposed goals. At the end of the practice we found that the goals were
actually achieved.
Keywords: HOME CARE, Self Care, Nursing, Adult and Elderly.
___________________________________________
¹ Acadêmicas do 9º período do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ.
² Enfermeira Doutora e Docente do Curso de Enfermagem da UNOCHAPECÓ.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Dorothéa E. Orem......................................................................................................21
Figura 2. Desenho do Marco Conceitual...................................................................................25
Figura 3: Centro de Referência (CISGE)..................................................................................27
Figura 4: Realização de Hemoglicoteste ..................................................................................80
Figura 5: Hemoglicoteste com resultado alterado.....................................................................80
Figura 6: Verificação de Pressão Arterial em atendimento domiciliar.....................................81
Figura 7: Família participante da Prática Assistencial..............................................................81
Figura 8: Cartilhas elaboradas e distribuídas aos participantes da prática assistencial.............82
Figura 9: Lembrancinhas distribuídas às famílias participantes................................................82
Figura 10: Lembrancinhas entregues na Páscoa........................................................................83
Figura 11: Comparativo dos curativos realizados.....................................................................84
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitário de Saúde
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CI - Consentimento Informado
CISGE - Centro Integrado De Saúde Grande Efapi
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
DIA - Diabetes Mellitus
ESF - Estratégia Saúde da Família
HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica
HGT - Hemoglicoteste
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IRC - Insuficiência Renal Crônica
PA - Pressão Arterial
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
SNE - Sonda Nasoenteral
SNG - Sonda Nasogástrica
SVA - Sonda Vesical de Alívio
SVD - Sonda Vesical de Demora
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................12
3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................ 21
3.1. Trajetória de Dorothea E. Orem............................................................................21
3.2. Teoria do Autocuidado..........................................................................................23
3.3. Teoria do Déficit de Autocuidado.........................................................................23
3.4. Teoria dos Sistemas de Enfermagem.....................................................................24
3.5. Diagrama do Marco Conceitual.............................................................................24
4. METODOLOGIA DA PRÁTICA ASSISTENCIAL...........................................................26
4.1. Cenário da Prática..................................................................................................26
4.2. Perfil da Clientela..................................................................................................27
4.3. Desenvolvimento da Prática Assistencial..............................................................29
4.3.1. Objetivo Geral.........................................................................................29
4.3.2. Objetivos Específicos..............................................................................30
5. COMPROMISSO ÉTICO.....................................................................................................46
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................47
7. REFERÊNCIA......................................................................................................................49
8. APÊNDICES.........................................................................................................................57
Apêndice I: Questionário aplicado aos cuidadores.....................................................58
Apêndice II: Roteiro para Consulta de Enfermagem..................................................59
Apêndice III: Roteiro para Exame Físico...................................................................60
Apêndice IV: Tabela de procedimentos de Enfermagem realizados..........................62
Apêndice V: Tabela para controle semanal de visitas................................................63
Apêndice VI: Avaliação método Wong-backer.........................................................64
Apêndice VII: Mensagem de Acolhimento................................................................65
Apêndice VIII: Oração................................................................................................66
Apêndice IX: Cartilha Educativa................................................................................67
9. ANEXOS..............................................................................................................................77
Anexo I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................................78
10. IMAGENS..........................................................................................................................79
1. INTRODUÇÃO
Este relatório descreve a Prática Assistencial prevista pela disciplina Enfermagem
Assistencial Aplicada II (Estágio Curricular II), do 9º período do curso de Enfermagem,
contemplando e aprofundando os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso,
implementando e desenvolvendo ações de enfermagem de acordo com os preceitos de uma
Teorista de Enfermagem. A teoria que embasou este trabalho e serviu para programar as ações
foi a Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem.
O objetivo geral foi prestar assistência de enfermagem cuidando em domicílio adultos
e idosos com déficit de autocuidado e seus cuidadores num processo dialógico que
fomentasse a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada.
O envelhecimento, enquanto fenômeno biológico apresenta-se em cada ser humano de
um modo singular. Se for quantificado através dos decréscimos da capacidade de cada órgão,
a velhice poderia ser interpretada como uma etapa de falência e incapacidades na vida. Porém
enquanto processo natural e previsto na evolução dos seres vivos, percebe-se que a pessoa não
fica incapacitada porque envelhece. Isto é, a pessoa não necessita da totalidade de sua reserva
funcional para viver bem e com qualidade (MARTINS et al, 2007).
O envelhecimento aumenta a susceptibilidade às enfermidades crônicas e
incapacidades. Em consequência disso, os idosos passam a depender de cuidados prestados
por familiares ou cuidadores em instituições hospitalares, asilares ou no próprio domicílio.
Martins e col. (2007) afirmam que:
O domicílio não apresenta as características de uma instituição formal de
saúde. É o local em que os seres humanos convivem e tornam propícios os
cuidados individualizados. Este ambiente é permeado por diversos aspectos
culturais, de significância aos seus moradores e frequentadores, portanto,
eivado de subjetividades nem sempre compreensíveis para quem não reside
ou frequenta aquele ambiente. Tais aspectos, portanto, deve ser considerados
toda vez que a equipe de saúde ali adentrar e propor intervenções.
11
Os mesmos salientam que cuidar no domicílio implica em novos modos de fazer e
saber dos trabalhadores da saúde. Visto que a postura deve primar por efetivar ações que
permitam a integralidade, a intersubjetividade e o cuidado direcionado à família. Com este
enfoque, o cuidado domiciliar requer a reorganização dos serviços de saúde com ênfase na
promoção e educação, identificando as reais necessidades dos envolvidos, permitindo também
a autonomia e a co-responsabilidade, a valorização da subjetividade e a criação de vínculo.
Nessa perspectiva e por acreditar-se que ao desenvolver habilidades para o
autocuidado, conjunto de ações que o ser humano desenvolve em seu benefício, no sentido de
promover, manter a vida, o bem estar e a saúde se estaria afastando do foco biológico e
patológico das práticas institucionais que controlam a saúde. Priorizando a assistência desta
forma aproxima-se do humanismo, da cidadania, do direito de decisão e da independência do
outro é que se realiza essa prática assistencial visando uma melhora na qualidade da
assistência de enfermagem, centrada em um enfoque humanizado, tendo como ponto alto do
estudo o processo educativo para que os objetivos sejam alcançados.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
HOME CARE
Segundo a Resolução do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) nº 267/2001, a
enfermagem em Home Care define-se como a prestação de serviços ao cliente, família e
grupos sociais em domicílio (Portal COFEN).
O desenvolvimento, na área privada, do atendimento domiciliar no Brasil, ocorreu,
inicialmente, sem o suporte de um padrão de licenciamento que orientasse o crescimento da
modalidade Home Care, de uma forma uniforme e eficaz (LEME, 2009).
Por muito tempo havia poucos profissionais com experiência nesta área no Brasil,
porém, a realidade vem se transformando, desde que em 26 de janeiro de 2006 a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou a RDC nº 11 que forneceu as primeiras
diretivas para a prática da modalidade e traz algumas definições:
Atenção domiciliar: termo genérico que envolve ações de promoção à saúde,
prevenção, tratamento de doenças e reabilitação desenvolvidas em domicílio.
Assistência domiciliar: conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e
continuadas desenvolvidas em domicílio.
Cuidador: pessoa com ou sem vínculo familiar capacitada para auxiliar o paciente em
suas necessidades e atividades da vida cotidiana.
Alguns fatores justificam a adoção do sistema de Home Care, sejam: o
envelhecimento da população, o aumento da necessidade de cuidados médicos em doenças
crônicas, aumento do custo de tecnologias diagnósticas e de tratamento, recursos financeiros
insuficientes destinados à saúde pelo governo, dificuldades das instituições hospitalares,
aumento do interesse pelo autocuidado, necessidade de gerenciamento de custo e risco pelos
planos de saúde (LEME, 2009).
As atribuições do enfermeiro especialista em Home Care visam à limitação do dano ou
invalidez e a promoção da independência, por meio do comprometimento da família e do
13
cliente nas atividades educativas, de autocuidado e de planejamento da alta, todas voltadas
para uma adequada qualidade de vida no domicílio e na comunidade (CRUZ, BARROS,
FERREIRA, 2001).
Alves e col. (2007) afirmam que os grandes desafios para a consolidação do Home
Care é o treinamento dos profissionais para trabalhar em equipes interdisciplinares e o
relacionamento com o cliente e a família em seu contexto de vida, com suas crenças, valores e
subjetividades, tão importantes quanto às técnicas adotadas em outros ambientes terapêuticos.
Assistência domiciliar
A Assistência Domiciliar é um atendimento multiprofissional ao indivíduo e à família,
que acontece em cenários e contextos diferentes, que se configura enquanto elemento e
produto de dinâmicas familiares. O mesmo pressupõe habilidades ampliadas para uma
intervenção clínica e psicossocial, conforme demandas próprias, de modo a resgatar e a
promover a saúde e a qualidade de vida, dentro das melhores possibilidades possíveis
(PUSCHEL IDE & CHAVES, 2005).
A atenção domiciliar cresce à medida que aumenta a expectativa de vida de nossa
população e a incidência das doenças crônicas degenerativas. Possibilita a aproximação com o
cliente e seus familiares, facilitando as atividades demonstrativas de treinamento familiar, por
se tratar do local onde o autocuidado tem maior potencial de desenvolvimento (SARAT,
2007).
Sobre estas questões, Sarat (2007) chama a atenção no sentido que “a família
apresenta papel em destaque como suporte e fonte de estímulo para o ensino-aprendizagem,
devendo a Enfermagem absorvê-la na capacitação junto ao cliente”.
Lima e Vargas (2004) citam que:
O cuidado domiciliar intensivo, ou o internacionalmente conhecido Home
Care Intensive, tem-se constituído em um processo muito utilizado. E,
mesmo que na descrição da história do cuidado domiciliar no Brasil, este tipo
de cuidado não é sinalizado como uma prática comum, no início do século, a
atividade prioritária no combate às epidemias que assolaram os grandes
centros eram as visitas domiciliares. A partir deste fato, foi reconhecida a
necessidade de formação de profissionais para este exercício. Mas, esta
formação era direcionada à prestação do cuidado para o doente ou para os
fatores de risco de determinados agravos e não para orientar a família na
compreensão do cuidado a ser prestado dentro do domicílio.
14
Reconhecem-se os avanços do setor saúde do Brasil, mas, também percebemos que há
um grande desafio, ou seja, mudar o modelo de atenção à saúde, que atualmente se caracteriza
pelo predomínio do processo saúde/doença, unicamente como fenômeno individual, centrado
no corpo do paciente, fundamentado na visão biomédica, reforçando o valor da doença e não
o doente, como objeto de trabalho dos serviços de saúde (PEREIRA et al, 2005).
A experiência de assumir a responsabilidade por pessoas dependentes tem sido
colocada pelos cuidadores familiares como uma tarefa exaustiva e estressante. Onde o
envolvimento afetivo passa por uma transformação de uma relação anterior de reciprocidade
para uma relação de dependência onde o cuidador, ao desempenhar atividades relacionadas ao
bem-estar físico e social do indivíduo, passa a ter restrições em relação à sua própria vida
(FERNANDES e GARCIA, 2009).
Essa realidade demonstra urgência para a realização de ações de enfermagem
destinadas a melhorar o enfrentamento familiar diante de situações como as que são impostas
pelas doenças crônicas ou sequelas, por meio do ensino sobre saúde e o reforço da
colaboração da família no planejamento dos cuidados. Diante desta situação, espera-se que os
familiares demonstrem atitudes positivas e criem mecanismos de enfrentamentos adequados
para poderem participar efetivamente no processo de reabilitação, encorajando o paciente a
buscar sua recuperação e colaborar com o tratamento (ANDRADE et al, 2009).
Os conhecimentos que fornecem subsídios para o cuidado domiciliar e seu cuidador
familiar incluem o entendimento das necessidades humanas básicas, bem como adequações e
mudanças geradas ao longo da vida que, por sua vez, apresentam dimensões biológica,
psicológica, social, cultural e espiritual. Assim, ao cuidar do ser idoso e de seu cuidador não
se deve focar as ações na patologia, mas priorizar a promoção, manutenção e recuperação da
saúde. Respeitar a independência e incentivar a participação do sujeito e de seu cuidador
familiar no processo de cuidado, é favorecer uma assistência qualificada (MARTINS et al,
2007).
Para Klock (2005), o cuidado domiciliar envolve compreender que a família, a vida
doméstica e a comunitária não são isoladas, mas inseridas na dinâmica política e econômica
da sociedade como um todo. Assim, os conflitos sociais de classe, raça e sexo, também
devem ser abordados pelos trabalhadores da saúde na sua prática. O cuidado no espaço
domiciliar inclui fortalecer relações familiares, respeitar vínculos afetivos e redes de
solidariedade social específicas de cada local, como é apresentado na abordagem sistêmica
da família baseada no modelo.
15
Adulto e Idoso
O adulto é um ser que se encontra em uma determinada etapa da vida, ocupando seu
espaço, se relacionando de várias maneiras, quer seja consigo mesmo, quer com os outros, na
sociedade e com o mundo (FREITAS e RODRIGUES, 1995).
É a fase em que a pessoa colhe os frutos de seu trabalho, sendo considerado o auge de
sua trajetória. Nesta, vivencia preocupações com a família, com a sociedade e com as
gerações futuras. Tem caráter, certeza dos seus sentimentos, respeita e se mantém fiel aos seus
princípios. Contudo experimenta também um período de crise, denominado crise da meia
idade, envolvendo questões relacionadas à sexualidade, relacionamentos pessoais e familiares
e valores profissionais (PIMENTA, 2004; VALLIANT, 1977).
O envelhecimento é um processo normal, é quando ocorrem mudanças relacionadas ao
tempo, as quais começam ao nascimento e continuam ao longo da vida.
Conforme Zenevicz (2008), o envelhecer não é apenas mais um período da existência,
mas uma fase onde são acumuladas experiências e sabedoria. Olha-se o mundo com mais
tolerância, aceitando os erros e as conquistas com alegria e compreensão, uma época de
perdão, a si próprio e aos outros. Portanto, é uma fase de reflexão.
Segundo a autora, o idoso é um ser humano especial, que atua no universo
expressando os seus desejos, expondo o seu imaginário, criando e recriando formas de
superação, experimentando diferentes formas e modos de vida. Com isso também não se
espera generalizar, pois uma das mais marcantes e universais características do ser humano é
a diferença.
Conforme Brunner & Suddarth (2002), o medo do envelhecimento e a incapacidade de
muitos de se confrontarem com o próprio processo de envelhecimento podem deflagrar as
crenças “idosistas”. A aposentadoria e o pensamento de não produtividade causam
sentimentos negativos. Algumas pessoas jovens têm a visão de que o idoso não esta
contribuindo para a sociedade e sim somente utilizando os recursos econômicos. Essa imagem
negativa é comum na sociedade norte-americana, em que os próprios idosos acreditam nisso.
Somente um melhor entendimento do processo de envelhecimento é que irá desmascarar este
mito.
Para Pavarine (2005) é importante ressaltar que embora a maioria dos idosos apresente
pelo menos uma doença crônica, é possível continuar vivendo com qualidade, desde que as
doenças sejam controladas. Preservar a autonomia e manter a independência no maior grau
possível é um dos objetivos do cuidado ao idoso. Com os avanços tecnológicos
16
principalmente na área da medicina, vê-se a possibilidade de viver a vida com doenças
crônicas "controladas", desde que medidas de tratamento e prevenção sejam introduzidas.
Para Santos (2001), ao observar as modificações que ocorrem nas pessoas idosas,
constata-se que o envelhecimento é um processo lento, progressivo e caracterizado pela
diminuição da atividade fisiológica e, assim, são esperados acúmulos de processos
patológicos. Esses processos apresentam problemas específicos, que requerem medidas que
promovam o bem-estar, podendo ser resolvidos ou diminuídos com a ajuda dos familiares,
que são as primeiras prestadoras de cuidados e dos profissionais de saúde.
Lima e Tocantins (2009) relatam que no cotidiano do idoso acontecem muitas perdas,
e adaptações se fazem necessárias, assim como o contato pessoal, o amor, o apoio e a atenção
tais necessidades - humanas são essenciais, e a Enfermagem pode ajudar a pessoa idosa a
identificar os grupos sociais e se unirem a eles, com o propósito de ampliar sua rede social.
Segundo as autoras o idoso espera da enfermagem predominantemente ações nãotécnicas, caracterizando como necessidade de saúde receber alegria, amizade, tranquilidade,
conforto, consolo, felicidade, agrado, carinho e até mesmo levantar sua moral, o espírito, sair
da solidão lhe fazendo acordar para o mundo a sua volta. Neste encontro tem a necessidade de
poder conversar e resolver seus problemas através do diálogo tanto com os enfermeiros
quanto com outros idosos.
Cuidadores
A inserção da família é importante no processo de tratamento/recuperação dos
pacientes, pois desempenha papel central na vida deles, por se caracterizar como um sistema
de apoio nos momentos difíceis. Quando um membro da família fica doente todos os outros
são afetados. É necessário modificar o estilo de vida frente ao diagnóstico e a família tem a
incumbência de proporcionar recursos físicos/emocionais para manter o equilíbrio dentro do
espaço familiar (BRUNER E SUDDARTH, 2002).
Para Silva e col. (2005), saber cuidar implica aprender a cuidar de si e do outro, tendo
sempre noção de nossa realidade, possibilidades e limitações. Antes de sonhar eternamente
com um mundo por vir, espera-se por uma sociedade onde os valores se estruturem e se
construam ao redor do cuidado com as pessoas, sobretudo, as diferentes culturas, saberes,
idéias; com o planeta em que se vive e com as questões que envolvem este viver em relação
de cuidado uns com os outros.
17
Graças e Santos (2009) também citam que o cuidado da pessoa que se encontra em
situação de doença, revela, originalmente, o sentido da própria existência da enfermagem. É
pelo cuidado que se faz a esse ser - paciente que a enfermagem se projeta e se mantém como
profissão. É pelo cuidar que a profissão expressa e manifesta o seu corpo de conhecimentos,
de habilidades e de atitudes. É pelo cuidar que a enfermagem cria e recria a própria cultura do
cuidar, que é, na sua essência, a ética.
Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de
atenção e de zelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, responsabilidade e de
envolvimento afetivo com o outro.
Rocha, Vieira, Sena (2008) classificam os cuidadores em duas categorias. Os
cuidadores formais prestam cuidados no domicílio com remuneração e com poder decisório
reduzido, cumprindo tarefas delegadas pela família ou pelos profissionais de saúde que
orientam o cuidado. São profissionais capacitados que contribuem de forma significativa para
a saúde das pessoas cuidadas. Esses cuidadores têm, em geral, formação de auxiliar ou técnico
de enfermagem, com formação orientada para o cuidado em saúde dos portadores de
patologia física ou mental, em função do atendimento de necessidades específicas.
Os autores afirmam também que os cuidadores informais são os familiares, amigos,
vizinhos, membros de grupos religiosos e outras pessoas da comunidade. São voluntários que
se dispõem a cuidar de idosos, sem formação profissional específica, sendo que a
disponibilidade e a boa vontade são fatores preponderantes.
O cuidar do adulto e do idoso é uma experiência única para a família, que, sozinha ou
com apoio de sua rede social mais próxima, vai construindo dia a dia o seu modo próprio de
cuidar. A família, de forma geral, já possui um modelo explicativo de saúde-doença,
constituído por valores, crenças, conhecimentos e práticas que guiam suas ações na promoção
da saúde de seus membros e na prevenção e tratamento das doenças (VIEIRA, MARCON,
2008, p. 752-760).
Segundo os autores supracitados, as formas como os indivíduos de uma dada
sociedade se situam em relação à doença, ou como a percebem, é fundamental na
determinação do modo de enfrentamento desta doença. A doença está intimamente
relacionada à cultura e a saúde; a forma de reconhecer e tratar a doença está ligada à visão de
mundo do sujeito, a qual é influenciada, em grande parte, por crenças, atitudes e valores
culturalmente construídos, que congregam sistemas referencias, tanto populares como
científicos, diferenciados entre si.
18
Percebe-se que o cuidador manifesta desejo de manter a pessoa sob os seus cuidados;
mas, entretanto, estas vivências demandam aprendizados sobre o cuidar e sobre as relações de
convívio. Este processo também exige que o cuidador aprenda a conviver com o sofrimento
do outro, tendo, muitas vezes, que esconder a sua própria dor e suas necessidades, pois é
preciso fazer quase tudo, mesmo conhecendo quase nada (SILVA, 2007. p.150-154).
O significado do cuidado domiciliar, vivenciado pelo familiar cuidador é permeado
por sentimentos diversos, como: medo, angústia, tristeza, culpa e insegurança. O impacto
destes sentimentos pode acarretar significativas mudanças pessoais, ambientais e familiares.
Esse impacto pode tornar-se mais complexo quando o cuidador passa a morar com a pessoa
que está doente, pois este envolvimento acaba refletindo nos demais membros da família.
Quando o cuidador recebe bens familiares para cuidar, pode gerar dificuldades na hora de
solicitar a ajuda das outras pessoas da família, especialmente se a pessoa que necessita de
cuidados é obesa ou se demanda vigilância ou cuidados contínuos (SILVA, 2007. p.150154).
Autocuidado
O autocuidado é a prática de atividades que o indivíduo inicia e executa em seu
próprio benefício, na manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. Tem como propósito as
ações que, seguindo um modelo, contribuem de maneira específica, para a integridade,
funções e desenvolvimento humano. Esses propósitos são expressos através de ações
denominadas requisitos de autocuidado (GEORGE, 1993).
Para Bub e col. (2006), o cuidado de si mesmo é uma atitude ligada ao exercício da
política, o modo de encarar as coisas, de estar no mundo, de relacionar-se com o outro e
consigo mesmo; o agir de si para consigo, de modificar-se, purificar-se, se transformar, e
transfigurar-se. Esta forma de cuidar-se remete o sujeito a refletir sobre seu modo de ser e
agir, conferindo ao cuidado de si, além de uma dimensão política, uma noção da ética como
estética da existência.
Um dos modelos que pode direcionar as ações assistenciais do enfermeiro e responder
as necessidades de portadores de doenças crônicas vem da Teoria do Déficit de Autocuidado,
de Dorothea E. Orem. A mesma considera a educação para o autocuidado um processo
dinâmico que depende da vontade do cliente e da percepção dele sobre sua condição clínica.
A teoria do autocuidado é constituída por três construtos teóricos – autocuidado, déficit de
19
autocuidado e sistemas de enfermagem. O autocuidado descreve e explica a prática de
cuidados realizados pela pessoa portadora de uma necessidade para manter a saúde e o bemestar. O déficit de autocuidado constitui a essência da Teoria Geral do Déficit de AutoCuidado por delinear a necessidade da assistência de enfermagem. O sistema de enfermagem
descreve e explica como as pessoas são ajudadas por meio da enfermagem (BUB et al, 2006).
Assim, ações de autocuidado integram a prática de atividades que os indivíduos
desempenham de forma deliberada em seu próprio benefício com o propósito de manter a
vida, a saúde e o bem-estar. Essas ações são voluntárias e intencionais, envolvem a tomada de
decisões, e têm o propósito de contribuir de forma específica para a integridade estrutural, o
funcionamento e o desenvolvimento humano. Essas ações afetadas por fatores básicos, tais
como idade, sexo, estado de desenvolvimento e de saúde, orientação cultural, fatores do
sistema de atendimento à saúde – modalidades de diagnóstico e de tratamento, fatores
familiares e padrões de vida podem dificultar ou até mesmo impossibilitar os indivíduos de
realizarem o autocuidado (BUB et al, 2006).
Para Fialho (2002), a participação da família para satisfazer à demanda de
autocuidado terapêutico do paciente, associada à ação do enfermeiro, é imprescindível, haja
vista o paciente encontrar-se com dificuldade de locomoção, possuir déficit de conhecimento
relacionado ao seu estado de saúde e necessitar de ajuda para suprir suas necessidades de
eliminação e de integridade cutânea, mucosa e de sobrevivência.
O mesmo autor cita também que o agente de autocuidado é quem tem poder ou
capacidade de satisfazer suas necessidades, identificando suas limitações e definindo o que
pode ou deve ser feito. Pode esse agente ser o próprio indivíduo, ou pessoa cuidadora,
responsabilizados pelo atendimento às demandas de autocuidado. Os critérios para eleição da
pessoa cuidadora são ligados mais ao tempo de permanência junto ao doente, do que por
características técnicas ou emocionais.
Conforme a Teoria do Autocuidado, existem cinco métodos de ajuda através dos
quais, uma pessoa pode compensar ou superar a dependência de ações alheias e sua
dependência para o autocuidado. Métodos estes que as enfermeiras usam com pessoas
dependentes de cuidados; como agir ou fazer pelo outro; guiar ou direcionar; prover suporte
físico ou psicológico; proporcionar e manter um ambiente que dê suporte ao
desenvolvimento pessoal; ensinar (BUB et al, 2006 p.152-157).
Preparar o familiar do paciente para os cuidados no domicílio é uma estratégia de
educação e saúde que visa à manutenção ou à melhora do estado de saúde do doente,
oportunizando-lhe condições de autonomia o máximo possível. Por meio da educação, ajuda-
20
se o indivíduo e a família a cooperarem em sua terapia e aprender a resolver problemas, à
medida que ele se defronta com novas situações, podendo isso impedir recorrentes
hospitalizações que ocorrem com frequência quando desconhecem a importância do
autocuidado (GRACIOTO, et al 2006, p.105-108).
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O marco conceitual é um importante instrumento utilizado para embasar, direcionar e
esclarecer ações do enfermeiro e de toda a equipe. Serve de apoio para o desenvolvimento da
assistência de enfermagem, estruturando-a de forma coerente com seus conceitos. Tem a
finalidade de direcionar os caminhos a serem percorridos pelo profissional para atingir os
objetivos da assistência, interligando a assistência aos aspectos teóricos, técnicos e éticos,
identificando os vazios no conhecimento para ampliar as possibilidades de cuidado
(WESTPHALEN; CARRARO, 2001, p. 33-34)
Para a realização da prática assistencial, utilizou-se de um embasamento teórico
norteador que auxiliou a clarear dúvidas e apontou caminhos para a superação de desafios,
tanto na implementação quanto na realização deste projeto. Na busca de uma teoria que
fundamentasse a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), identificou-se com a
teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea E. Orem.
Figura 1: Dorothea E. Orem
Fonte: http://s3.timetoast.com/public/uploads/photos/359050/dorothea_orem_tiny.jpg
3.1. Trajetória de Dorothea E. Orem
Dorothea Elizabeth Orem nasceu em Baltimore, Maryland, em 1914. Iniciou sua
carreira na Enfermagem na década de trinta, após concluir o curso de Enfermagem pela escola
22
de Enfermagem do Providence Hospital, em Washington. Tornou-se Bacharel em Ciências,
em Educação para a Enfermagem em 1939, e Mestre em 1945, pela Catholic University of
America. Em sua carreira profissional trabalhou como enfermeira particular, como educadora,
administradora e consultora recebendo vários títulos e graus honoríficos (GEORGE, 2000).
Orem permaneceu produtiva até o início deste milênio, vindo a falecer em 22 de Julho
de 2007, aos 93 anos (SARAT, 2007).
Orem apresentou suas concepções de Enfermagem, em 1971 na publicação Nursing:
concepts of pratice. Nos anos de 1980-1985, foram apresentadas revisões de sua teoria,
ampliando o foco do indivíduo (primeira edição), para unidades multipessoais – famílias,
grupos e comunidades (segunda edição), e apresentação da Teoria Geral de Enfermagem
(terceira edição) formada por três bases teóricas relacionadas: autocuidado, déficit de
autocuidado e sistemas de Enfermagem. Seus escritos incorporaram ênfase sobre a criança, os
grupos e a sociedade (quarta edição) (GEORGE, 2000).
Na atual edição (sexta), Orem (2001) citada por Rodrigues (2006) “aborda a
enfermagem enquanto ciência prática, partindo do geral para o particular, do abstrato ao
concreto, da teoria à prática”.
Orem citada por George (2000, p.84) descreve em sua teoria geral que:
A condição que valida à existência de uma exigência de enfermagem em um
adulto é a ausência da capacidade de manter continuamente a quantidade e a
qualidade do autocuidado que são terapêuticas a sustentação da vida e da
saúde, na recuperação da doença ou da lesão ou no enfrentamento dos seus
efeitos [...]
Ao desenvolver a teoria de enfermagem do déficit de autocuidado (teoria geral), Orem
inter-relacionou três teorias: a teoria do autocuidado - apresenta o conceito de autocuidado e
como ele se relaciona com o indivíduo, a teoria do déficit de autocuidado - observada quando
há necessidade de ajuda da enfermagem e a teoria dos sistemas de enfermagem - identifica
como a enfermagem pode oferecer ajuda nas necessidades de autocuidado, além de alguns
conceitos centrais (GEORGE, 2000).
A teoria geral de Orem proporciona um sistema para dirigir as atividades de
enfermagem colaborando na identificação dos fatores que atuam direta ou indiretamente no
autocuidado. Neste sentido, para entender a teoria de Orem é necessário compreender também
os conceitos de autocuidado, ação de autocuidado, fatores condicionantes básicos e a
exigência terapêutica de autocuidado (GEORGE, 2000).
23
3.2. Teoria do Autocuidado
Para Orem citada por George (2000), autocuidado é o uso deliberado das formas
válidas para controlar ou regular os fatores internos ou externos que podem afetar a atividade
de um indivíduo em realizar o seu processo funcional e de desenvolvimento, ou contribui para
o estado de bem-estar o próprio indivíduo. As condições internas incluem estados de saúde,
crescimento e desenvolvimento. As condições externas incluem os recursos disponíveis
(RODRIGUES, 2006).
Para Orem, existem algumas necessidades universais de autocuidado: ingestão
suficiente de ar, água e alimentos, processo de eliminação de excremento, equilíbrio entre
atividade e repouso, entre solidão e interação social, prevenção de perigos a vida, ao
funcionamento e ao bem-estar, promoção do funcionamento e desenvolvimento do ser
humano dentro dos padrões da normalidade (GEORGE, 2000).
3.3. Teoria do Déficit de Autocuidado
Segundo Foster & Janssens (1993), citado por Torres; Davim e Nóbrega (1999), a
teoria de déficit de autocuidado constitui a essência da teoria de Orem, quando a enfermagem
passa a ser uma exigência a partir das necessidades de um adulto, e quando o mesmo acha-se
incapacitado ou limitado para prover autocuidado contínuo e eficaz. Esses cuidados podem
ser oferecidos pela enfermagem quando as habilidades para cuidar sejam menores do que as
exigidas para satisfazer uma exigência conhecida de autocuidado.
A teorista Orem identificou cinco métodos de ajuda: 1) agir ou fazer para o outro; 2)
guiar o outro; 3) apoiar o outro (física ou psicologicamente); 4) proporcionar um ambiente
que promova o desenvolvimento pessoal, quanto a tornar-se capaz de satisfazer demandas
futuras ou atuais de ação; e 5) ensinar o outro (GEORGE, 2000).
A incapacidade para desenvolver o autocuidado pode advir de alguns fatores externos
como doença ou a morte de algum parente, ou internos, como idade, que afetam tanto a
habilidade da pessoa engajar no autocuidado, como o tipo e a quantidade de autocuidado
requerido. Esses determinantes externos e internos ao indivíduo foram denominados “fatores
condicionantes”, que são; a idade, estado de desenvolvimento, orientação sociocultural,
estado de saúde, sistema familiar, modo de vida, recursos usados para adequação, como rede
de suporte social (CADE, 2001).
24
3.4. Teoria dos Sistemas de Enfermagem
O sistema de enfermagem planejado pelo profissional está baseado nas necessidades
de autocuidado e na capacidade do paciente para a execução de atividades de autocuidado.
Para satisfazer os requisitos de autocuidado do indivíduo, Orem identificou três
classificações de sistemas de enfermagem que são: o sistema totalmente compensatório, o
sistema parcialmente compensatório e o sistema de apoio-educação (GEORGE, 2000).
Para Orem, o sistema de enfermagem totalmente compensatório é representado pelo
indivíduo incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado. O enfermeiro, através de suas
ações, vai atuar na ação limitada do paciente conseguindo o autocuidado do mesmo,
compensando sua incapacidade para a atividade de autocuidado através do apoio e da
proteção ao paciente (GEORGE, 2000).
Para a autora, o sistema de enfermagem parcialmente compensatório está
representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quanto o paciente executam
medidas ou outras ações de cuidado que envolve tarefas de manipulação ou de locomoção.
Através de sua ação, o enfermeiro efetiva algumas medidas de autocuidado pelo paciente,
compensa suas limitações de autocuidado atendendo o paciente. O paciente age realizando
algumas medidas de autocuidado, regula suas atividades e aceita atendimento e auxílio do
enfermeiro (GEORGE, 2000).
Segundo Orem, o sistema de enfermagem de apoio-educação ocorre quando o
indivíduo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar medidas de autocuidado
terapêutico, regula o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado, e o
enfermeiro vai promover esse indivíduo a um agente capaz de se autocuidar (GEORGE,
2000).
3.5.
Diagrama do Marco conceitual
Embasadas na Teoria de Dorothea E. Orem, foi adotado o desenho constituído pela
mão, coração e arco-íris. A mão representa o cuidado amplo, entendido na realização desta
prática assistencial como o cuidado além da fronteira do cuidado físico ou meramente técnico,
mas sim, dando suporte, amparo, abraço e o acolhimento em todas as situações vivenciadas. O
coração simboliza o cuidado humanizado. A sensibilidade na percepção do que é o outro, suas
diferentes dimensões na prática da doação, da reciprocidade e possibilidade de semear
25
diferentes sentimentos. Pelo arco-íris fomenta-se a esperança e construção de uma aliança
com o ser humano, no compromisso do cuidado humanizado onde se inclui a família,
sociedade e o ambiente.
Na prática utilizou-se o sistema de apoio e educação o qual considerou que a essência
da enfermagem fortalecida com o cuidado domiciliar, em forma de ações educativas, onde se
proporcionou conhecimento, informação e principalmente o cuidado holístico à pessoa com
déficit de autocuidado e seus cuidadores, a fim de promover a autonomia e a melhora na
qualidade de vida.
Figura 2: Desenho do Marco Conceitual. Simone Z. Grossi (2009).
4. METODOLOGIA DA PRÁTICA ASSISTENCIAL
4.1. Cenário da Prática
Conforme previsto em cronograma, a prática assistencial foi desenvolvida no período
de fevereiro a junho de 2010, direcionada a adultos e idosos com Déficit de Autocuidado
vinculados ao Centro Integrado de Saúde da Grande Efapi (CISGE), município de Chapecó,
área 120, (Figura 3).
Fundado em 25 de agosto de 1917 pelo Coronel Ernesto Bertaso, Chapecó está
localizado na região extremo-oeste de Santa Catarina, a 630 km de Florianópolis, a capital,
com uma área de 625,06 Km², população de 179.073 habitantes (Recontagem IBGE 2007).
Suas principais etnias são: Italiana, Alemã e Polonesa.
É considerado o maior pólo agroindustrial do sul do Brasil e centro econômico,
político e cultural do oeste de Santa Catarina, reconhecido internacionalmente pela exportação
de produtos alimentícios industrializados de origem animal. Considerada também a Capital
Latino Americana de Produção de Aves e Centro Brasileiro de Pesquisas Agropecuárias
(portalchapeco.com.br/município.htm).
O bairro Efapi é o maior e mais populoso de Chapecó, com 18.500 habitantes³
(BRASIL, 2000). Tem como potencialidades a Unochapecó, os frigoríficos Sadia e Aurora,
além de contar com espaços comunitários para a realização de atividades relacionadas à saúde
(www.portalsocial.org.br/Projetos/Projeto).
O CISGE iniciou sua trajetória em 1994, como uma Unidade de Saúde da Família. Em
1999 foi transformada em Policlínica Arlindo Barella e em 2005, através de um Decreto
Municipal, passou a ser chamado CISGE. Tem anexo o serviço Municipal de Diagnósticos
Primários e Pronto Atendimento (KÜSTER et al, 2009).
____________________________
³ Dados da prefeitura municipal de Chapecó, disponível em: WWW.chapeco.sc.gv.br/prefeitura. Acesso em 25
de fevereiro de 2010.
27
Figura 3: Centro de Referência – CISGE; Bairro EFAPI, Chapecó (SC).
O pronto atendimento foi fundado em agosto de 2007 e funciona das 19h às 07h. O
CISGE é referência para a região da Grande Efapi, visto que dispõe de especialidades como
pediatria, ginecologia e realiza pequenas cirurgias.
O atendimento oferecido se dá por demanda organizada e espontânea, atuando com
quatro equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), dando cobertura a aproximadamente
25.000 pessoas.
4.2. Perfil da Clientela
Optou-se por prestar assistência ao adulto por constituir uma faixa etária bastante
ampla e por muito tempo desassistida. O interesse pelo atendimento ao idoso se deu pela
identificação com esta clientela e por considerar que o maior desafio na atenção à pessoa
idosa é conseguir contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer,
elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade
possível. Esta possibilidade aumenta na medida em que o contexto familiar é considerado,
reconhecendo as potencialidades das pessoas (BRASIL, 2006).
A prática proposta foi desenvolvida na área 120, pois em conversa com a
coordenadora do GISGE, este território foi indicado devido ao número de pacientes
cadastrados e por ser o público alvo desta prática. Esta área oferece assistência a 6.220
28
pessoas cadastradas. Destes, 497 têm mais de 60 anos e 3.745 com idade entre 20 e 59 anos
(SIAB, 2010).
Conforme informações coletadas com a enfermeira da ESF área 120, são atendidos
neste local vários pacientes com déficit de autocuidado. Destes, foram selecionadas vinte
famílias, nas quais pelo menos uma pessoa apresentava déficit de autocuidado, a partir de
prioridades pré-definidas. A prática assistencial foi desenvolvida somente com dezessete
famílias, pois um paciente era adolescente, outro morava no interior e o terceiro foi a óbito
antes do início da prática.
Participaram deste estudo nove adultos, dois do sexo masculino e sete do sexo
feminino; e oito idosos, quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Em relação ao
estado civil, doze pacientes são casados, quatro viúvos e um solteiro.
Os cuidadores são dez do sexo feminino e quatro do sexo masculino, sendo que três
pacientes não possuem cuidadores. Destes, oito são o cônjuge, quatro são filhas/os, dois
irmãs/aos; e como segundo cuidador, dois pacientes contam com os filhos.
Nas visitas domiciliares, foram identificadas situações onde se evidenciou a
necessidade de cuidados de enfermagem domiciliares e os déficits dos pacientes (Quadro 1),
bem como orientações e educação adequadas para cuidar de adultos e idosos com déficit de
auto cuidado nas diferentes patologias. Utilizamos nomes de frutas para preservar a
identidade dos pacientes.
PACIENTE
PATOLOGIAS
ASSOCIADAS
Maracujá
Melancia
Sofrimento Psíquico
Maçã
Figo
Tetraplegia
Jaca
IRC
Úlcera em MMII
Melão
IRC, DM, HAS
Pêssego
Trauma
Raquimedular
DM, HAS
Úlcera varicosa
Manga
Mamão
DÉFICITS DE AUTOCUIDADO
Déficit de locomoção/ utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se,
comunicação, higiene pessoal, uso de fralda, déficit de recreação e lazer
Déficit de locomoção/utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se,
déficit cognitivo, higiene pessoal, uso de fralda, alimentar-se, déficit de
recreação e lazer
Déficit de locomoção/utiliza cadeira de rodas, vestir-se/arrumar-se,
déficit cognitivo, higiene pessoal, uso de fralda, alimentar-se, déficit de
recreação e lazer
Repouso absoluto no leito, afonia, vestir-se/arrumar-se, higiene pessoal,
uso de fralda, ausência de recreação e lazer, úlcera por pressão, nutrição
enteral, cateterismo vesical de demora, traqueostomia, amputação de
MMID
Déficit de locomoção, autoestima alterada, hemodiálise, processos
familiares alterados, curativo, dor, risco para obesidade, déficit de
higiene no domicílio
Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se, comunicação, higiene
pessoal, alimentar-se, /hemodiálise, impaciência, risco para obesidade
Déficit de locomoção, depressão, insônia, vestir-se/arrumar-se,
Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se
Déficit de locomoção, vestir-se/arrumar-se, higiene pessoal, curativo
29
Risco para solidão
Risco para desnutrição, nutrição enteral, jejunostomia, quimioterapia
Risco para obesidade, desinteresse em cuidados com a saúde, déficit de
higiene no domicílio
Déficit de conhecimento relacionado a patologia
Pêra
Uso incorreto da medicação, déficit de higiene no domicilio
Goiaba
Falta de adesão ao tratamento, dieta inadequada a patologia, processos
Ameixa
familiares alterados
Déficit de higiene/ventilação/iluminação no domicílio, desinteresse pelo
Cereja
tratamento, curativo, risco para solidão
Processos familiares alterados, risco para solidão, curativo, sobrecarga
Laranja
de responsabilidade/emocional
Tabela 1: Pacientes, patologias e déficits de autocuidado.
Uva
Banana
Caqui
HAS
Câncer de estômago
HAS
DM
DM
HAS
DM
HAS
DM
Úlcera Varicosa
Úlcera Varicosa
4.3. Desenvolvimento da Prática Assistencial
Conforme previsto, a prática foi iniciada na segunda quinzena de fevereiro. O primeiro
passo foi a programação das atividades que seriam realizadas e o agendamento, bem como a
confecção dos instrumentos de trabalho (Apêndices), como o consentimento livre e
esclarecido, mensagem de acolhimento, questionário, consulta de enfermagem, roteiro para
exame físico, planilhas e tabelas de atendimento e acompanhamento.
O contato prévio com os profissionais se deu através de visita ao CISGE, onde
comunicou-se à coordenação o retorno para o início das atividades assistenciais.
A primeira ação foi uma reunião com as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) da
área 120 para realizar o levantamento do número de pacientes com déficit de autocuidado,
pois estes dados eram prioritários para organização das visitas domiciliares e a implementação
das atividades.
Em seguida foi feita a seleção dos pacientes com diferentes graus de déficit de
autocuidado. Selecionaram-se quinze pacientes e seus cuidadores e dois pacientes sem
cuidadores, para se desenvolver a prática assistencial.
4.3.1. Objetivo Geral
■ Prestar assistência de enfermagem, cuidando em domicílio pacientes com déficit de
autocuidado e seus cuidadores, num processo dialógico que fomente a educação, a
reflexão, o questionamento e ação compartilhada.
30
4.3.2. Objetivos Específicos
■ Objetivo I: Conhecer as características dos cuidados domiciliares oferecidos aos
adultos/idosos com diferentes graus de dependência.
Estratégia I: Informar sobre a prática assistencial, seus objetivos e cronograma.
Ação I: Realizar visita domiciliar, entregar mensagem de acolhimento e solicitar assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido.
O primeiro contato com a família foi em companhia das ACS, onde foi apresentada a
proposta de trabalho, convidando-os a participar. As acadêmicas foram muito bem
recepcionadas com aceitação das dezessete famílias previamente selecionadas.
Segundo Takahashi e Oliveira citados por Mendonça (2008), a visita domiciliar é um
instrumento de intervenção fundamental para se conhecerem as condições de vida e saúde das
famílias. É realizada para o cadastramento e para a identificação das características sociais e
epidemiológicas, dos problemas de saúde e da vulnerabilidade aos agravos de saúde. Ela
permite também conhecer o contexto de vida do usuário, as condições de habitação e as
relações familiares.
Na realização do cuidado domiciliar prestado, incentiva-se a família e o cliente à
retomada de suas atividades rotineiras, integrando a família no cuidado do paciente através de
orientações de cuidados específicos com relação à sua patologia, atuando como elo entre o
paciente, família e o CISGE. Ao término da prática assistencial somaram-se cento e cinco
visitas domiciliares.
Foi confeccionada uma mensagem de acolhimento (Apêndice VII), que foi entregue
para cada família. Buscou-se uma mensagem que pudesse ser entregue a todos, pequena e de
fácil entendimento, procurando abranger na imagem todas as fases da vida.
Ao acolher, permite-se o encontro, o estar presente, o relacionamento, a criação de
vínculo entre a família/paciente (usuários) e trabalhadores da saúde. O acolhimento gera as
relações humanizadas entre quem cuida e quem é cuidado, pois é uma ferramenta tecnológica
imprescindível no cuidado em saúde.
Mariotti, citado por Bragança (2006) considera que o acolhimento é uma das
principais ações para que haja uma humanização da atenção à saúde. Ressaltando
especialmente a boa recepção, a resolutividade no sentido de buscar ouvir o usuário do
serviço a fim deste conhecer melhor suas necessidades. O autor define acolhimento como “A
31
arte de interagir, construir algo em comum, descobrir a humanidade mais profunda na relação
com os outros e com o mundo natural. É deixar que os outros descubram sua humanidade e o
mundo mostre sua amplitude”.
Após apresentar a proposta de trabalho, solicitou-se que lessem e assinassem o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo I). Houve satisfação pelo fato da aceitação de
todas as famílias, mesmo sem um vínculo pré-estabelecido com as mesmas.
Segundo Biondo-Simoes et al (2007), o Consentimento Informado (CI) é uma decisão
voluntária, realizada por uma pessoa autônoma e capaz, tomada após processo informativo e
deliberativo visando à aceitação de tratamento específico ou experimentação, sabendo a
natureza do mesmo, das suas consequências e dos seus riscos.
O exercício do consentimento informado efetiva-se após a junção da autonomia,
capacidade, voluntariedade, informação, esclarecimento e o próprio consentimento. Entre os
elementos de validade do consentimento informado talvez a informação seja um dos mais
importantes; e por isso deve ser clara, objetiva e em linguagem compatível com o
entendimento individual de cada paciente.
Estratégia II: • Fazer levantamento dos cuidados realizados no domicílio.
Ação I: Aplicar um questionário/entrevista para identificar tipos/quais cuidados são
realizados no domicílio, fazendo análise estatística.
Com o intuito de identificar os cuidados que eram realizados no domicílio pelos
pacientes e seus cuidadores, foi elaborado e aplicado um questionário/entrevista (Apêndice I).
Optou-se por usar o termo questionário como instrumento para os pacientes e/ou cuidadores
alfabetizados. Para os pacientes e cuidadores não alfabetizados, o instrumento foi respondido
em forma de entrevista.
Diferentes questionários podem ser utilizados na rotina clínica para fins diagnósticos,
na monitorização da resposta aos tratamentos instituídos, em estudos epidemiológicos e em
pesquisa clínica. São, na sua maioria, internacionais e poucos são validados para a língua
portuguesa, o que leva a considerar que erros de interpretação, bem como aspectos culturais
possam influenciar para a especificidade e sensibilidade destes métodos (TOGEIRO, SMITH,
2005).
Através do questionário /entrevista, são conhecidos os cuidados prestados no
domicílio. Destacam-se alguns: banho de leito e auxílio no banho de aspersão, curativo em
úlcera varicosa e pé diabético, alimentação por SNE (Sonda nasoenteral), aspiração traqueal,
32
mudança de decúbito, cuidados com úlceras, cuidados com uso de medicação para Diabetes
Mellitus (DM), HAS, cuidados com cateteres para hemodiálise, cuidados na alimentação para
paciente com IRC, cuidados com jejunostomia, cuidados e uso de O2.
O atendimento domiciliar pressupõe ações complexas, exigindo técnica e
periodicidade da equipe de saúde, de acordo com as necessidades evidenciadas. Essa
modalidade tem resultado em maior conforto e segurança ao paciente e sua família, bem como
proporcionado cuidado humanizado e qualidade de vida, se comparada ao atendimento
institucional.
Marques e Freitas (2009) orientam que a concreção dessa perspectiva requer um
diagnóstico situacional favorecedor de informações quantitativas e qualitativas, as quais
contribuam efetivamente para o conhecimento da realidade de saúde da população e da sua
dinâmica domiciliar e familiar.
Gráfico 1: Cuidados realizados no contexto do domicílio, CISGE área 120, Chapecó, 2010.
Conforme exposto no gráfico 1, são nove os cuidados realizados no domicílio, onde:
18% são os curativos, 16% auxílio para vestir-se, 14% para auxílio no banho e medicação,
11% troca de fraldas e locomoção, 9% auxílio na alimentação, 5% para cuidados com
ostomias e 2% para mudanças de decúbitos. Observou-se que poucos são os pacientes que
necessitam de um único tipo de cuidado, e vários são os que dependem totalmente do seu
cuidador. Estudos realizados por Aires, Paz e Perosa (2006), apontam que a dependência não
é apenas um entrave na vida dos idosos, mas está presente em todas as fases da vida.
33
Estratégia III: Conhecer o cuidador.
Ação I: Caracterizar os sentimentos do cuidador potencialidades/dificuldades.
Frente à diversidade das situações, compreender as dinâmicas do comportamento
humano em sua complexidade é de fundamental importância o estudo das emoções. Para
compreender as ações humanas, deve-se considerar não apenas as estruturas e organizações
cognitivas e suas formas de interação e combinação, mas também o conteúdo e as origens
sociais das mesmas.
A emoção não consiste apenas em uma percepção de si próprio, mas também necessita
do conhecimento da situação, dos eventos (ou representação destes) em que ocorrem, e o
impacto dessa situação merece uma avaliação cognitiva. A emoção é percebida também pelos
outros, suscita reações de sua parte e certamente isso tenha por função primordial a
comunicação.
A tabela 2 descreve os mais diversos sentimentos, mencionados e demonstrados pelos
cuidadores, resultante da árdua tarefa de ser cuidador.
Consequências
Encontra-se cansado
Percebe sua saúde piorada
Tem que reduzir a jornada de trabalho
Sentir-se estressado/deprimido
Não ter mais tempo para cuidar-se
Aumentar os problemas econômicos
Não poder trabalhar fora
Reduzir o tempo de lazer
Não ter conseqüências que me afetem a vida
Frequência
16%
10%
5%
10%
10%
11%
11%
16%
11%
Tabela 2: Frequência de consequências advindas da tarefa de cuidar, segundo os familiares cuidadores, no
contexto do domicílio, CISGE microárea 120, Chapecó, 2010.
Diante ao exposto é possível observar que são poucas as pessoas que conseguem
administrar a tarefa de ser cuidador sem que esta interfira no seu cotidiano. Frente a estas
circunstâncias colocou-se a disposição para ouvir, em conversas incentivou-se e
conscientizou-se da importância de ser cuidador, fortalecendo o elo entre paciente/cuidador.
A principal dificuldade mencionada pelos cuidadores está relacionada com o tempo
dedicado ao paciente, vindo a ter que dedicar-se continuamente, abrindo mão do trabalho.
Um sentimento relatado por uma cuidadora foi preocupante, a mesma relatou que
“estou muito cansada, não aguento mais, ninguém dos meus irmãos quer levar ela nem pra
34
passear, confesso que já pensei em tirar a minha própria vida, mesmo que isso seja uma
covardia”.
Como potencialidade, observou-se o nível de orientação dos cuidadores. A maioria
demonstrou conhecimento sobre a patologia, tratamento e cuidados, com exceção de um
cuidador que não demonstrava boa vontade em realizar o cuidado e nem em melhorar a
maneira de cuidar, relatando que: “tenho muito dó pra fazer o curativo, porque ela sente
muita dor”.
Estratégia IV: Avaliar grau de dependência.
Ação I: Levantar as facilidades e dificuldades na prestação do cuidado.
A partir do início das visitas domiciliares e com o passar do tempo, obtendo a
confiança tanto do paciente quanto do cuidador através da observação, com conversas e
questionamentos, perceberam-se as facilidades e dificuldades na realização do cuidado.
Conforme Silva et al (2009) os requisitos universais do autocuidado são comuns para
todos os seres humanos e incluem a conservação do ar, água, alimentos, eliminação, atividade
e descanso, solidão e interação social, prevenção de risco e promoção da atividade humana.
Estes oito requisitos representam os tipos de ações humanas que proporcionam as
condições internas e externas para manter a estrutura e a atividade, que apóiam o
desenvolvimento e o envelhecimento humano. Quando proporcionado de forma eficaz, o
autocuidado, centrado nos requisitos universais, promove a promoção da saúde e do bemestar.
O fator que mais interfere na prestação dos cuidados está relacionado à capacidade do
paciente para a execução das atividades de autocuidado, onde Orem determina três
classificações que permitem identificar as demandas de autocuidado, sendo: o sistema de
enfermagem totalmente compensatório, que é representado pelo indivíduo incapaz de
empenhar-se nas ações de autocuidado; o sistema de enfermagem parcialmente compensatório
que está representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quanto o paciente,
executa medidas ou outras ações de cuidado que envolve tarefas de manipulação ou de
locomoção; e o sistema de enfermagem de apoio-educação, que ocorre quando o indivíduo
consegue executar, ou pode e deve aprender a executar, medidas de autocuidado terapêutico,
que regulam o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado. A tabela 2
representa a classificação dos pacientes. Utilizaram-se nomes de frutas para preservar suas
identidades.
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Sistema totalmente compensatório
(24%)
Maracujá
Melancia
Maçã
Figo
Sistema parcialmente
compensatório (29%)
Jaca
Melão
Pêssego
Manga
Mamão
Sistema de apoioeducação (47%)
Uva
Banana
Caqui
Pêra
Goiaba
Ameixa
Cereja
Laranja
Tabela 2: Classificação dos pacientes segundo a teoria dos sistemas de enfermagem de Dorothea E. Orem
A principal dificuldade mencionada pelos cuidadores dos pacientes com dependência
total está relacionada à movimentação, onde relatam que “é muito difícil pra mim tirá-la da
cama e colocar na cadeira ou tirar da cadeira pra por na cama sozinha, por causa do peso”,
uma vez que a maioria dos cuidadores também são idosos. Outra dificuldade apontada é o
tempo de espera para serem atendidos quando o paciente é levado para o hospital ou unidade
de saúde.
Como facilidade, foi citada a prática adquirida com o passar do tempo como cuidador
e as adaptações que puderam ser realizadas como aquisição de cadeira de rodas.
• Avaliação do objetivo I:
Para o sucesso da prática, contou-se com o subsídio de vários fatores positivos, dentre
eles o acolhimento e a cooperação da equipe da ESF 120. Lembrando que a participação ativa
dos pacientes, os quais confiaram na proposta, foi fundamental para o alcance das metas.
No decorrer das atividades, como indicador de avaliação, pretendia-se atingir 100% da
participação dos pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores. Esta meta foi
alcançada satisfatoriamente, pois todos os cuidadores colaboraram e os pacientes participaram
dentro de suas possibilidades.
Em se tratando da entrevista/questionário, o indicador também era obter 100% de
respostas. O resultado foi 100% de participação.
O objetivo foi plenamente alcançado, pois através das estratégias e ações planejadas
identificou-se o conhecimento dos pacientes e cuidadores, diagnosticando as dificuldades e as
facilidades na prestação do cuidado domiciliar.
É importante ressaltar que a partir deste objetivo adquiriram-se subsídios concretos
para a execução das demais ações previstas para o decorrer da prática assistencial.
36
Concluiu-se que o déficit de conhecimento dos cuidadores em relação às possíveis
mudanças no estilo de vida e adaptações no ambiente domiciliar contribuí para o déficit de
autocuidado dos pacientes. Neste contexto, o sentido do sistema de apoio – a educação da
teorista Dorothea Orem - vem clarear que através do cuidado de enfermagem é possível
proporcionar conhecimento, levar informações aos pacientes a fim de que adquiram meios
para autocuidarem-se, lembrando ainda que, neste sistema, a pessoa é capaz de desempenhar
ou pode e deve aprender a desempenhar, as medidas para o auto cuidado, salientando que não
se pode fazer isto sem assistência (OREM apud GEORGE, 2000). Crer nisso fortaleceu o
entendimento do papel da enfermagem neste contexto, e estimulou para a continuidade da
execução da prática.
■ Objetivo II: Prestar assistência de enfermagem, instrumentalizando para o auto
cuidado.
Estratégia I: Assistir aos pacientes com déficit de autocuidado de forma sistematizada.
Ação I: Fazer Consulta de Enfermagem, Diagnóstico e Prescrição de Enfermagem, Plano
Assistencial.
A consulta de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro, e este deve estar
preparado para oferecer atendimento tanto nos comprometimentos emocionais, psicológicos e
sociais, quanto para auxiliar nas adaptações de limitações decorrentes da evolução e/ou
tratamento da doença. Foi um momento importante para a exposição de queixas do paciente,
para a identificação dos déficits de autocuidado e as capacidades do paciente para o exercício
das atividades, permitindo a implementação das ações de forma holística e humanizada.
As consultas de enfermagem aos pacientes com déficit de auto cuidado são necessárias
quando os mesmos são incapazes de manter, continuamente, a quantidade e a qualidade de
cuidado na sustentação da vida e da saúde ou no enfrentamento de seus efeitos (OREM 1991).
As consultas (Apêndice II) foram realizadas com o paciente e/ou com o cuidador, com
duração média de uma hora. Esta ação possibilitou a identificação dos déficits de
autocuidado, as aptidões e dificuldades na realização do mesmo, e assim, conseguir elaborar a
Prescrição de Enfermagem e o Plano Assistencial.
Durante as consultas, realizou-se o Exame Físico (Apêndice III), orientações e
encaminhamentos necessários para que paciente e cuidador adquirissem capacidades para o
auto cuidado. Analisando-se os requisitos universais, de desenvolvimento e desvios de saúde
37
pôde-se detectar os déficits de autocuidado, relacionados à alimentação inadequada, excesso
de peso, falta de controle de situações de estresse, falta de controle da pressão arterial e
diabetes, uso inadequado da terapia farmacológica, atividade física, cuidados com higiene e
conforto, realização de curativo.
Estas ações exigiram muito o sentido de audição e observação. Para que fosse possível
identificar os diagnósticos de enfermagem e realizar as orientações necessárias. O trabalho do
profissional de saúde é interpretar, decifrar e perceber o significado da mensagem que o
paciente envia para com isso instituir um plano de cuidados adequados e coerentes com as
suas necessidades. Para tanto, é preciso estar atento aos sinais de comunicação verbal e não
verbal emitido por ele (SILVA, 2007).
Estratégia II: Orientar aos familiares/cuidadores a forma correta de prestar os cuidados
domiciliares.
Ação I: Confeccionar material educativo que contemple os cuidados mais incidentes
(cartilha).
A intervenção educativa pode contribuir para mudanças no estilo de vida, favorecendo
o conhecimento. É um dos meios para vencer os desafios impostos aos pacientes com déficit
de auto cuidado, propiciando ao mesmo tempo novas formas de cuidar, ampliando as
oportunidades para resgatar seu bem estar físico e emocional.
Foi elaborada uma cartilha educativa (Apêndice IX), a qual foi entregue e explicada
aos pacientes e cuidadores. Tal instrumento foi uma estratégia para reforçar as orientações
realizadas a cada visita domiciliar.
Pacheco, Santos e Bregman (2006) ressaltam a
importância de uma abordagem educativa para esclarecimento sobre a doença e adoção de
hábitos saudáveis, com uma linguagem acessível e forma dialógica, como estratégia para
estimular a participação do paciente em seu tratamento, levando-o a entender seu estado e o
direito de conhecer as formas de cuidar de si sem imposição ou dificuldades.
Tomou-se sempre o cuidado de não desvalorizar as habilidades do paciente e do
cuidador, reforçando seu conhecimento sobre o auto cuidado. As orientações foram realizadas
de forma que o paciente e ou cuidador pensassem sobre suas ações com a intenção de
favorecer sua emancipação.
Estratégia III: Executar atividades de competência do enfermeiro.
38
Ação I: Realizar cuidados específicos de competência do enfermeiro e orientações sobre e
troca de SNG, SNE, SVD, SVA, curativos.
Segundo Dias e col. (2008), os cuidados prestados pela Enfermagem pertencem a duas
esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos,
e outra subjetiva, que se baseia em sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro
ser.
Uma das ações realizadas diariamente foi a troca de curativos aos portadores de
feridas crônicas. Em um dos casos observou-se a falta de habilidade e desinteresse do
cuidador na realização deste procedimento, bem como as precárias condições de higiene no
domicílio. Se o mesmo fosse realizado de maneira adequada, poderia ter uma melhora
significativa, e até mesmo a cura. Em outro caso, a paciente sem cuidador, vivendo em
péssimas condições de higiene, também demonstrava desinteresse em cuidar do curativo,
ficava semanas sem retirar a pomada no CISGE, retardando a melhora da ferida.
Porém, em outro caso, deparou-se com uma cuidadora extremamente dedicada e
informada em relação à patologia e cuidados prestados. Ao invés de ensinar, aprendeu-se
muito com ela, a qual forneceu bula das pomadas e placas utilizadas no curativo, além de
apresentar um vídeo sobre tratamento de ferida com Câmara Hiperbárica, tratamento
disponibilizado na cidade de Erechim/RS.
A assistência de enfermagem foi fortalecida aos usuários diabéticos, aos portadores de
feridas crônicas, hipertensos, IRC e aos com déficit de locomoção. Com os diabéticos foram
realizadas práticas educativas, assistência individual em consultas e Hemoglicotestes (HGTs)
semanalmente, num total de 42. Com os hipertensos realizaram-se práticas educativas,
assistência individual em consultas e aferição de Pressão Arterial (PA) semanalmente. Aos
portadores de feridas crônicas foi realizado curativo semanalmente, demonstrando a eles e aos
cuidadores a técnica ideal para a realização, fomentando o autocuidado, num total de 105
curativos. Aos usuários com déficit de locomoção, realizaram-se visitas domiciliares,
repassando aos cuidadores orientações que facilitem o cuidado no dia-a-dia, bem como
incentivo aos exercícios passivos.
Laguna Neto e col. (2009) salientam que o controle intensivo do DM, é essencial para
prevenir ou retardar as complicações crônicas da doença e que o monitoramento do DM, por
meio da glicemia capilar, é um dos alicerces do controle intensivo. Deparou-se com
resultados variados, desde normais até com índices bem elevados, conforme mostra a figura 4.
39
Estratégia IV: Traçar perfil nutricional.
Ação I: Encaminhar para avaliação nutricional com acadêmicos de Nutrição da Unochapecó.
Conforme Alves e col. (2007), o enfermeiro, ao assumir o cuidado em domicílio, passa
a fazer parte do cotidiano das famílias com suas crenças e valores, sendo necessário
estabelecer relações de empatia e desenvolver habilidades de observação do contexto. A
referência clínica, os treinamentos de um cuidador familiar são responsabilidades pertinentes
ao profissional enfermeiro, além de identificar a demanda para outros profissionais como
fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional ou médico.
Os problemas nutricionais ocorrem em diversas situações: obesidade, doença renal,
AIDS, câncer, doença aguda, doença do fígado, pâncreas e vesícula (CASTILHO, CALIRI,
2005).
A nutrição inadequada ou má nutrição afetam todo o sistema corporal. Este
desequilíbrio pode levar à perda de peso, atrofia muscular e redução da massa tecidual, além
de ser um dos fatores mais relevantes no aparecimento das úlceras de pressão, tendência à
infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca,
diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais,
diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico (ACUNA e CRUZ, 2004).
Foram identificados quatro pacientes com risco nutricional, um com perda de peso
devido à patologia associada (Câncer de Estômago) e três por obesidade. O paciente
desnutrido estava recebendo dieta enteral e em acompanhamento de nutricionista do Hospital
Regional do Oeste; dois dos pacientes obesos devido à patologia associada (IRC) estão em
acompanhamento na Clínica Renal. O terceiro paciente obeso não está em acompanhamento,
é portador de HAS e DM, não foi realizado o devido encaminhamento, pelo fato de o mesmo
não considerar seu estado nutricional como risco a sua saúde, e pelo pouco tempo que se teve
para conscientizá-lo dos riscos que a obesidade pode causar a saúde.
Havia no cronograma um dia por semana para realizar HGT (Figura 4). Devido ao
considerável número de diabéticos e hipertensos identificados, todos eram orientados a ficar
em jejum para realizar o exame. Em alguns dias encontraram-se pacientes com HGT alterados
para mais (Figura 5) ou para menos. Os mesmos eram orientados quanto à alimentação,
prática de atividade física, hábitos alimentares saudáveis e uso correto das medicações.
Cervato e col. (2005) definem a educação nutricional como qualquer experiência de
ensino desenvolvida para facilitar a adoção voluntária de comportamento alimentar ou outro
relacionado à nutrição, com a finalidade de conduzir à situação de saúde e bem-estar.
40
Assim, as orientações devem ser baseadas no cotidiano de cada indivíduo, elaborando
uma dieta a partir de alimentos consumidos regularmente e em porções adequadas a cada
paciente.
Avaliação do objetivo II:
Considera-se que este objetivo foi alcançado com êxito, pois realizaram-se 100% das
consultas de enfermagem previstas com os pacientes e cuidadores. Houve o reconhecimento
de que, como aponta Leopardi (2006), o enfermeiro constrói um método, um caminho para
estruturar o processo terapêutico.
Com a utilização dos instrumentos formulados, o processo de enfermagem ocorreu de
forma prática e objetiva. A possibilidade de realizar a coleta de dados de uma forma
sistematizada contribuiu para o levantamento dos problemas, possibilitando estabelecer as
devidas intervenções necessárias de acordo com as possibilidades impostas pelos pacientes e
cuidadores.
Como facilidade, destaca-se a disponibilidade de espaço reservado nos domicílios para
a realização das consultas individualizadas, onde o vínculo estabelecido facilitou para que os
pacientes se sentissem a vontade.
■ Objetivo III: Interagir com os pacientes esclarecendo suas dúvidas sobre a patologia,
medos e expectativas de vida e de morte.
Estratégia I: Realizar conversas/assistências individuais com pacientes e cuidadores.
Ação I: Proporcionar apoio psicológico com Psicóloga da Clínica Escola da Unochapecó.
Para Santeiro (2008), o atendimento propiciado por clínicas-escola tem sido alvo
crescente de pesquisas e debates. Por estarem ligadas ao contexto da universidade, aos eixos
de desenvolvimento de pesquisas, formação de alunos e serviços de extensão à comunidade,
podem se constituir em "laboratórios de excelência". Assim, investigações que busquem
desenvolver meios de simultaneamente estender o atendimento a um maior número de
pessoas e manter sua qualidade podem ser muito importantes.
Os atendimentos oferecidos em clínicas-escola de psicologia incluem, entre outros,
triagem, psicodiagnóstico, psicoterapia individual, de casal, familiar, atendimentos
preventivos e grupos de espera.
41
Foi solicitado, junto a Clínica Escola de Psicologia, atendimento domiciliar a uma
paciente que não pode sair de casa; não foi possível, pois a mesma tem como protocolo
atendimento exclusivo na clínica.
Ação II: Proporcionar cuidados espirituais (mensagens, orações).
De acordo com Gussi, Dytz (2008) “a religião e a espiritualidade, como requisitos para
a prática da enfermagem, são pressuposto quase catequético, permeia a trajetória da
enfermagem ao longo dos anos e estão impregnados no pensar, no ser e no fazer da
profissão”.
Os conceitos religioso-espirituais não são consensuais, conforme descreve Panzini e
col. (2010):
O termo espiritualidade envolve questões quanto ao significado da vida e à
razão de viver, não limitado a tipos de crenças ou práticas. A religião é a
"crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador do
Universo, que deu ao homem uma natureza espiritual que continua a existir
depois da morte de seu corpo". Religiosidade é a extensão na qual um
indivíduo acredita, segue e prática uma religião.
Neste sentido, a espiritualidade pode ser definida como uma propensão humana a
buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível: um sentido
de conexão com algo maior que si próprio, que pode ou não incluir participação religiosa
formal.
Moraes (2009), completa afirmando que a espiritualidade permeia toda a vida, o ser
humano é alma em um corpo, filho de Deus, e o ideal é que se procure sempre esta ligação
com uma força superior, que se busque compreender o sentido da vida, pois auxiliará o
indivíduo a viver melhor e, consequentemente, a morrer melhor.
No intuito de que o cuidado com qualidade se tornasse a essência desta prática,
buscou-se a satisfação dos pacientes através de constante aprimoramento em conversas,
procurando ser e estar junto ao paciente, e não apenas realizar as atividades de assistência.
Ser portador de doença com prognóstico ruim ou irreversível é sempre um choque e
acarreta traumas de natureza física, emocional e social. Em virtude destes, existem as mais
diferentes reações. A forma como vai reagir a essas mudanças vai depender de fatores
diversos, como sua personalidade e seu contexto social e familiar (CARVALHO, GALVÃO,
SILVA, 2010).
42
Os sentimentos podem levar à percepção e despertar a compreensão quanto ao viver,
estar e pertencer ao mundo, a partir dos efeitos emocionais e psicológicos do existir, do
interagir em sua forma integral.
A leitura de mensagens de otimismo e autoajuda permitiram proporcionar ao paciente
e cuidador uma reflexão sobre a sua condição de vida no momento, o que significa para cada
um “cuidar e ser cuidado”, incentivando-os e encorajando-os a prosseguir. Incentivar o
pensamento positivo, por mais dura que seja a realidade, poderá ser mudada com a força
criada por cada um (Apêndice VIII).
A autoestima é a soma da autoconfiança com o respeito. A mesma reflete o
julgamento implícito da capacidade de lidar com os desafios da vida e o direito de ser feliz.
Desenvolver a autoestima é desenvolver a convicção de que se é capaz de viver, sendo
merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa
vontade e otimismo.
Uma fala que chamou para a reflexão foi a de uma paciente de 45 anos, obesa,
portadora de IRC e úlceras nos dois MMII (membros inferiores), quando a mesma reclamou
que “fui numa festa este final de semana e sentada lá fiquei observando aquelas mulheres de
sapatos bonitos, dançando... e eu lá sentada sem poder nem por um calçado nos pés”.
Isto faz com que se considere o cuidado, observando que não é apenas o corpo que
adoece, mas a pessoa em sua totalidade, o que exige a prestação de cuidado humanizado,
integral.
Avaliação do objetivo III:
A convivência intensa com as famílias assistidas orientou o trabalho para um jeito
diferente de conduzir os cuidados. Aprendeu-se a romper com a atitude fria dominante no
modelo da biomedicina e criar um vínculo emocional com as pessoas cuidadas. Este
envolvimento com as pessoas desencadeou intuições que foram acolhidas e colocadas em
operação no trabalho em saúde. Com o tempo, adquiriu-se uma confiança neste agir, orientada
também pela emoção e a intuição, aprendendo a valorizar percepções sutis dos sentidos.
Também se aprendeu a manejar, de forma equilibrada, a relação entre a razão, a emoção e a
intuição na estruturação do cuidado, permitindo acessar saberes acumulados durante todo o
processo acadêmico.
Este estudo permitiu, também, uma reflexão sobre a questão da espiritualidade no que
se refere ao profissional da Saúde, o qual está ligada principalmente à compaixão, ao
43
transcender as máscaras, ao ser você mesmo, a ser um ser humano cuidando de outro ser
humano.
■ Objetivo IV: Demonstrar a forma correta da prestação do cuidado com orientações ao
paciente adulto/idoso com déficit de autocuidado e ao cuidador/família.
Estratégia I: Conhecer a realidade de como é prestado o cuidado.
Ação I: Solicitar ao cuidador realizar o cuidado para avaliação.
Quando ocorre comprometimento da capacidade funcional a ponto de impedir o
cuidado de si, a carga sobre a família pode ser muito grande. Cabe a ela desenvolver formas
variadas de apoio e cuidados aos seus dependentes.
Nas orientações, os profissionais da saúde devem levar em consideração a
especificidade de cada família, como condições socioeconômicas e culturais, a fim de que a
assistência seja adequada a sua realidade individual e familiar. Essas orientações podem ser
dadas aos cuidadores durante a visita domiciliar.
Através da assistência/visita domiciliar, a enfermeira tem as condições favoráveis para
formar vínculo profissional com o cuidador e o paciente, transmitindo-lhes segurança e o
fortalecimento de orientações. Este profissional também poderá tirar dúvidas que
eventualmente vão surgindo, acompanhar a evolução dos pacientes, além de lhes fornecer o
apoio emocional, tão necessário para adaptação a essa nova realidade (GIR, REIS, 2001).
Acompanhou-se a realização dos cuidados pelos cuidadores, onde surpreendeu-se com
uma cuidadora com grande conhecimento, experiência e prática considerada além do
esperado. Os demais cuidadores também eram bem instruídos e dedicados, com uma exceção,
onde a cuidadora era a filha adolescente sem nenhum preparo e com pouca iniciativa e
interesse em aprender a cuidar bem.
Ação II: Realizar os cuidados, demonstrando aos cuidadores e pacientes a técnica correta
para a realização.
Os profissionais reconhecem a importância da presença do cuidador tanto no âmbito
hospitalar quanto no domicílio. Porém, identificam-se dificuldades relacionadas à falta de
preparo e orientação para a realização destes cuidados. Mesmo assim, os cuidadores julgam
ter um importante papel no auxílio ao cuidado.
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Alves e col. (2007) afirmam que é possível perceber que a família exerce um papel
que vai além da fiscalização. Deve ser vista como parceira que, além das dificuldades com a
doença do familiar, não tem conhecimento técnico sobre como cuidar melhor do seu ente
querido. Necessita ser informada, treinada e acompanhada até ter segurança para que a
assistência seja eficaz e eficiente.
Assim, é importante observar fatores que promovem ou inibem o cuidador na
realização dos cuidados, promovendo a participação familiar, através de suporte emocional e
cognitivo, com informações e condições da doença e limitações do paciente.
A falta de conhecimento e de habilidade, o medo de errar, a falta de incentivo dos
profissionais envolvidos, fatores ambientais e falta de privacidade podem ser fatores que
dificultam a realização adequada dos procedimentos desenvolvidos pelos cuidadores.
Ação III: Incentivar a realização do autocuidado pelos pacientes.
Trabalhar junto a pacientes com déficit de autocuidado tem sido uma experiência
gratificante, principalmente no que se refere ao desafio que isso significa. Seguindo a
evolução tecnológica nos cuidados em saúde, buscou-se incluir o paciente nesta tarefa,
deixando de lado a dicotomia do modelo biomédico, o qual considera a deficiência, a doença
ou a anormalidade corporal como fatores que produzem incapacidade. O indivíduo é visto
como vítima, necessitando de cuidado, atenção e ajuda de outras pessoas.
Sampaio e Luz (2009) salientam que “o modo como os profissionais abordam os
pacientes e seus problemas são influenciados pelos modelos conceituais que eles adotam e
tem relação com a forma como o conhecimento e a experiência são organizados”. Nesta
perspectiva, estimulada gradativamente a colaboração do paciente na realização do seu
cuidado.
O compromisso do indivíduo com a própria saúde e o seu envolvimento com o
autocuidado podem ser avaliados pelo seu interesse na realização do cuidado e nas mudanças
no estilo de vida, onde os mesmos passaram a demonstrar consciência da importância do
autocuidado para a manutenção da vida.
A prática do autocuidado não deve desconsiderar escolhas individuais, pois é uma
atitude de cada um. Apesar das informações sobre a doença, alguns indivíduos continuam
com estilos de vida que podem dificultar o tratamento, permanecendo, nesses casos, o déficit
de autocuidado.
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Avaliação do objetivo IV:
O cuidar de si só é valorizado e percebido como essencial para o ser humano a partir do
momento em que as pessoas tomam consciência do seu direito de viver, e do modelo de vida
que têm, pois, enquanto encontram-se bem e saudáveis, não se dá à devida importância ao
constante exercício do cuidar de si.
A enfermagem tem seu ideal centrado em auxiliar as pessoas a enfrentarem ou se
adaptarem às suas patologias e limitações, além de transformar o ambiente para reduzir os
estressores e ensinar as pessoas a cuidarem da sua saúde.
Este objetivo foi contemplado com sucesso, pois conforme as ações planejadas, foram
realizados e demonstrados os cuidados em todas as famílias e foi possível conscientizá-las da
importância de fazer de forma correta.
Foi possível motivar à paciente com ferida crônica, que inicialmente demonstrava
desinteresse pelo seu cuidado, a aprender a técnica correta do curativo, o uso contínuo da
pomada prescrita, bem como a realização de caminhadas. No final da prática observou-se
significativa melhora da ferida conforme exposto na figura 12. O mesmo resultado pode ser
observado com a paciente em que a cuidadora era desinteressada (Figuras 11 e 13).
Ao fim da prática assistencial, observou-se que as orientações foram seguidas,
constatando melhora dos problemas encontrados inicialmente.
Assim, quando as práticas do cuidado de si são efetuadas para promover saúde e bemestar, utilizando medidas do cuidado de si, se adota um comportamento ético pela vida,
despertando a responsabilidade e a preocupação com o viver.
Realizando a prática, percebeu-se que o cuidado não é instrumental, nem tão pouco
disciplinar, mas sim reflexivo, contribuindo para o bem e permitindo que o outro se mostre.
Considera-se ainda que dentro dessas inúmeras possibilidades é preciso reconhecer as
limitações enquanto humanos.
5. COMPROMISSO ÉTICO
A realização da prática assistencial proposta foi previamente aprovada pela Secretaria
Municipal de Saúde, através de ofício de solicitação da coordenação do curso de Enfermagem
da UNOCHAPECÓ e da apresentação do pré-projeto.
Com relação às pessoas envolvidas na prática assistencial, na primeira visita domiciliar
foram explicados a elas o propósito, os objetivos e procedimentos a serem desenvolvidos na
prática. Esclareceu-se a elas sobre a liberdade em aceitar, recusar ou desistir a qualquer
momento. Também foi assegurado o sigilo e o anonimato a partir de suas assinaturas do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A Prática Assistencial obedeceu rigorosamente às determinações da Resolução
10/196/96 do Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde. Esta prática assistencial foi
autorizada pelo protocolo nº 054/10 pelo Comitê de Ética da Universidade Comunitária da
Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Almejando proporcionar a saúde individual e coletiva da sociedade, diferentes áreas
do conhecimento articulam-se no sentido não apenas de produzir novos saberes, mas também
de regular e administrar a vida educacional da população, propostas, estratégias e novos
vínculos.
Ao final desta prática, constatou-se que os objetivos foram alcançados efetivamente.
Os conceitos elaborados previamente e alicerçados pelo referencial teórico adotado
permearam todos os momentos das atividades realizadas, validando a construção das mesmas.
As ações foram adaptadas conforme a realidade encontrada e ao cotidiano das relações
de cuidado nos diversos âmbitos onde vivem estes pacientes/cuidadores, abrangendo as
diversas dimensões do cuidado.
As emoções, atitudes, sentimentos, semelhanças, reciprocidades que permearam a
prática alimentaram o prazer de estarjunto, a troca de experiências e vivências, o compartilhar
idéias, problemas e indagações, permitindo a reflexão sobre suas vidas, inerentes a um único
ser, indivisível, insubstituível.
Ampliaram-se os conhecimentos dos cuidadores/pacientes em relação à promoção de
saúde e prevenção de doenças, possibilitando-lhes maior autonomia, acreditando que com
maior conhecimento terão condições de realizar o seu autocuidado, favorecendo qualidade de
vida própria aos pacientes e as pessoas do convívio.
A atividade foi concluída com satisfação, pois foi possível relacionar e implementar os
conhecimentos adquiridos durante a graduação. A partir dessa vivência enriqueceu-se de
informações, práticas e experiências de vida, que servirão de alicerce em futuros campos de
atuação.
Além desta relação de saberes, cultivaram-se amizades, que certamente ficarão
eternizadas, não somente por terem participado deste momento especial da vida, mas pela
maneira como recebiam as acadêmicas e pelo carinho demonstrado ao longo da realização
desta prática assistencial.
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A equipe tornou-se referência na comunidade, pois além de prestar assistência as
famílias selecionadas, foram solicitadas através das ACS, e dos próprios pacientes para visitar
outras pessoas que necessitavam para verificação de PA, avaliação de curativo e orientação a
puérperas.
A confirmação do reconhecimento do trabalho realizado se deu através do método de
avaliação Wong-backer (Apêndice VI), onde o conceito BOM prevaleceu nas respostas de
100% dos participantes. Com isso, ressaltou-se a satisfação e a certeza de que a prática
proposta foi realizada e concluída com sucesso.
A escolha do referencial teórico veio ao encontro da abrangência do tema, permitindo
a socialização dos saberes/fazeres, das experiências vividas e convividas cotidianamente.
Também proporcionou o benefício do crescimento/desenvolvimento pessoal e interpessoal
dos próprios participantes.
7. REFERÊNCIAS
AIRES, Marines; PAZ, Adriana Aparecida; PEROSA, Cleci Terezinha. O grau de
dependência e características de pessoas idosas institucionalizadas. Revista Brasileira de
Ciências do Envelhecimento Humano: publicação multidisciplinar da Universidade de Passo
Fundo/Universidade de Passo Fundo, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Grupo de
Pesquisa Vivencer/CNPq.-Vol.3, nº2, (Jul-Dez.2006) - Passo Fundo: UPF, 2006-. ISSN16797930.
ALVES M. et al. Trabalho do enfermeiro em uma empresa de home care de Belo
Horizonte.
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25(2):
96-106.
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http://tone.udea.edu.co/revista/ojs/index.php/iee/article/view/13/23.
ACUNA, Kátia e CRUZ, Thomaz. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e
situação nutricional da população brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2004,
vol.48, n.3, pp. 345-361. ISSN 0004-2730. doi: 10.1590/S0004-27302004000300004.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302004000
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8. APÊNDICES
58
Apêndice I: Questionário aplicado aos cuidadores
IDENTIFICAÇÃO
Nome do cuidador:......................................................................................................................
Nome do paciente:.......................................................................................................................
QUESTIONÁRIO
1. Quais cuidados são prestados no domicílio?
2. Há quanto tempo presta estes cuidados?
3. Tem alguma dificuldade na prestação do Cuidado? Quais?
4. Recebe algum tipo de ajuda para a prestação do cuidado? Se sim, quais e de quem?
5. Você se considera capaz de realizar os cuidados?
6. O que sente ao realizar o cuidado/cuidar seu familiar?
59
Apêndice II: Roteiro da Consulta de Enfermagem
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Identificação:
Nome:........................................................................................................................................
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Idade:.................................................................
Situação Conjugal:......................... Escolaridade:.............................Religião...........................
Nº filhos:.................. Profissão/Ocupação:.......................................
Exame Físico:
Peso:...........kg
Altura:.........m.......cm
Circunferência Abdominal: .............cm
IMC:........
PA:........./.........mmHg
T:.......ºC
Situação Vacinal:.................................................
Doenças Crônicas:.........................................................................................................................
Uso de medicamentos:..................................................................................................................
Autocuidado Universal:
• Condições de Moradia
Casa: ( ) própria ( ) alugada ( ) cedida
( ) outro
Nº de cômodos: .......... Banheiro na casa: ( ) sim ( ) não
Tipo de construção: ( ) madeira ( ) alvenaria ( ) mista ( ) material reaproveitável
Abastecimento de água: ( ) CASAN ( ) poço ou nascente ( ) poço artesiano
Esgoto: ( ) fossa séptica ( ) fossa rudimentar ( ) ligada a rede pluvial ( ) céu aberto
• Animais domésticos: ............................................................
• Nº de pessoas: ....... crianças ...... adolescentes ...... adultos ...... idosos
• Hábitos Alimentares...................................................................................................................
Ingestão hídrica.............................................................................................................................
Eliminações: vesicais............................................. intestinais......................................................
Recreação/lazer...................................................... sexualidade...................................................
Atividade física...................................................... repouso..........................................................
Exames de rotina:
60
Apêndice III: Roteiro para Exame Físico
EXAME FÍSICO
Avaliação do estado físico geral:
Peso: .........................Altura: .............................. IMC:..............................
PA:.................................. Pulso radial: ....................... Respiração: ................. T:..................
Estado Nutricional:................................................Alimentação: ............................................
Nível de consciência: ..................................................................................................................
Expressão facial: ........................................................................................................................
Postura no leito: .........................................................................................................................
Movimentação: ...........................................................................................................................
Sono/repouso: .............................................................................................................................
Voz/fala: ......................................................................................................................................
Pele: .............................................................................................................................................
Musculatura: ...............................................................................................................................
Crânio: .........................................................................................................................................
Couro cabeludo: .........................................................................................................................
Face: ............................................................................................................................................
Orelhas: ......................................................................................................................................
Olhos: ..........................................................................................................................................
Nariz: ..........................................................................................................................................
Boca: ............................................................................................................................................
Dentição: .....................................................................................................................................
Língua: ........................................................................................................................................
Garganta: ....................................................................................................................................
Pescoço: .......................................................................................................................................
Tórax: ..........................................................................................................................................
Dorso: ..........................................................................................................................................
Abdome: ......................................................................................................................................
MMSS: .........................................................................................................................................
Mãos: ...........................................................................................................................................
MMII: ..........................................................................................................................................
Pés: ...............................................................................................................................................
Geniturinário: ..........................................................................Ânus: ........................................
Eliminações: ................................................................................................................................
61
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
PLANO DE AÇÃO (CONDUTA)
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
62
Apêndice IV: Tabela de procedimentos de enfermagem realizados
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM
SNG
SNE
SVD
SVA
CURATIVO
HGT
Prevenção / proteção p/ Úlcera de pressão
Orientação / Cuidados com Traqueostomia
Orientação / Cuidados com Colostomia
Orientação / Cuidados com
Oxigenioterapia
Punção venosa/Fluidoterapia
Orientação quanto ao uso de medicação
Orientação quanto à nutrição parenteral
SV: P – T – R – PA
Prescrição de Enfermagem
Aplicação de Medicação IM
63
Apêndice V: Tabela para controle semanal de visitas
AGENDAMENTO E CONTROLE SEMANAL DE VISITAS
Paciente
Segunda
__/___/__
Terça
__/___/__
Quarta
__/___/__
_
Quinta
__/___/__
Sexta
__/___/__
64
Apêndice VI: Avaliação método wong-backer
AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES
BOM
REGULAR
RUIM
1. Quanto às atividades práticas realizadas:
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
2. Quanto ao material utilizado:
( )
3. Quanto às orientações transmitidas:
( )
4. Quanto aos resultados alcançados:
( )
5. Quanto ao desempenho das acadêmicas:
( )
( )
( )
6. O que você mais gostou?
.................................................................................................................................
7. O que você menos gostou?
.................................................................................................................................
65
Apêndice VII: Mensagem de Acolhimento
MENSAGEM DE ACOLHIMENTO
66
Apêndice VIII: Oração
ORAÇÃO DO PODER
Deus, Senhor de toda a força e poder, dá - me hoje a
Segurança do Teu temor e a certeza de que estás comigo.
Peço ajuda e Proteção nesta hora tão difícil de minha vida.
Preciso de Tua assistência, do Teu Amor e de Tua Misericórdia.
Tira de mim o medo, tira de mim esta dúvida, esclarecendo
O meu espírito abatido, com a luz que iluminou o Teu Divino
Filho Jesus Cristo, aqui na terra.
Que eu possa perceber toda a grandeza de Tua presença em mim
Soprando o teu Espírito dentro de mim, para que eu me sinta
Hora por hora, minuto por minuto.
Que eu sinta o Teu Espírito e Tua Voz
dentro de mim e ao meu redor.
Em minhas decisões e no decorrer deste dia, que eu sinta o Teu
maravilhoso poder pela oração e com este poder,
Espero pelos milagres que podes realizar
em favor dos meus problemas.
Não me deixe, levanta meu espírito,
quando me encontrar abatido.
Entrego - te neste dia a minha vida e a da minha família.
Livra - me de minhas moléstias ainda que seja por milagre,
Obrigado meu Mestre, meu Senhor, meu Irmão e meu Amigo.
Sei que vais me dar a solução de que tanto preciso e desejo
Amém!!!
Acadêmicas 9º período de Enfermagem: Cléia Flores, Lucelene Haas e Marcili R. Klein
Prof. Orientadora: Leoni Zenevicz
Apêndice IX: Cartilha Educativa
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA
REGIÃO DE CHAPECÓ —
UNOCHAPECÓ
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Brasil. Guia prático do cuidador. Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf.
Acesso em 05 de mar. 2010.
LANDERDAHL, Noeli Terezinha et al. Cuidados pós alta. Hospital
Universitário de Santa Maria. NEPE - Educação em Saúde Clínica Médica
I.
Santa
Maria:
UFSM.
2009.
Disponível
em:http://jararaca.ufsm.br/websites/ephusm/download/cartilhas/c.clinicam
edica.pdf. Acesso em: 04 mar. 2010.
SPINA, Luciana Diniz Carneiro. Cartilha de Orientação Para o
Portador
de
Diabetes.
2006.
Disponível
em:
http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-e-bem-estar/cartilha-deorientacao-para-o-portador-de-diabetes-68/artigo/. Acesso em 14 abr.
2010.
Acadêmicas:
CLÉIA FLORES
LUCELENE HAAS
MARCILI KLEIN
Prof. Orientadora: LEONI ZENEVICZ
Enfermagem 9º período/2010.
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CLÉIA FLORES
LUCELENE HAAS
MARCILI KLEIN
ENFERMAGEM
68
PPrreezzaaddoo ppaacciieennttee ee ccuuiiddaaddoorr
Cuidar de pessoas é uma tarefa que requer uma atenção especial.
Devido ao estado de saúde, as pessoas, na maioria dos casos, encontramse debilitadas e precisam de apoio, paciência e compreensão.
Os cuidados com a higiene, alimentação e transporte são fundamentais
para evitar problemas que podem surgir durante o tratamento.
Manter a limpeza do ambiente, do leito e o cuidado nas trocas de roupas,
no banho e no preparo dos alimentos devem ser rotina para evitar
infecções e complicações.
Este manual traz algumas informações importantes para orientá-lo no
cuidado com o paciente.
Leia tudo com muita atenção e, caso tenha dúvidas, procure a equipe de
saúde para esclarecê-las. Não tenha vergonha de perguntar.
11.. C
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Você na condição de cuidador:
► Evite discussões ou conflitos familiares;
► Mantenha o ambiente tranqüilo, alegre e agradável para a pessoa que
você cuida;
► Observar quais as atividades que despertam interesse, satisfação e
prazer ao paciente, procure satisfazê-las proporcionando o bem-estar;
► Mantenha o contato social, se possível saia com ele, leve-o para tomar
sol, assista filmes, ouça música, assista televisão, leia um jornal;
► Estimular o paciente ao convívio com a família inteirando em tudo que
se passa no dia-a-dia, para diminuir o sentimento de solidão;
► Mantenha comunicação, conversando sempre durante e sobre os
cuidados;
► Tenha senso de humor, ria, mas sempre com respeito;
► Observe o estado emocional, como tristeza, abatimento, desânimo e
isolamento, ou outros sinais que interferem na sua recuperação;
► Respeite a dor do outro, este é um importante sinal;
► Mantenha a pessoa quer você cuida sempre limpa e confortável;
► Tenha coragem, dê carinho, conforto, olhe nos olhos do dependente
de cuidados.
ATENÇÃO
► Não descarregue seu estresse na pessoa que você cuida;
►Não assuma todos os cuidados, divida as responsabilidades;
69
►Não hesite em pedir ajuda se algo não estiver bem.
· Os olhos devem ser limpos com pano macio ou gaze, utilizando soro
►Reconheça e não ultrapasse os seus limites.
fisiológico ou água limpa, (não use sabonete) passando nos olhos sempre
no sentido de dentro para fora, para retirar as secreções;
22.. LLA
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· Colocar as mãos do paciente dentro de uma bacia com água morna
É o cuidado mais importante a ser feito pelo cuidador e todas as pessoas da
pelo menos duas vezes ao dia, lavar entre os dedos e secar bem, isso evita
família.
maus cheiros e dá conforto ao paciente;
LAVAR SEMPRE:
· Não deixar a pele com restos de sabão, pois resseca a pele;
· ANTES e DEPOIS de preparar e dar alimentos ao paciente, tanto
· Secar bem a pele e com suavidade, principalmente as dobras (pescoço,
alimentos pela sonda como pela boca;
em baixo dos braços, virilhas, entre as nádegas, entre os dedos dos pés e
· ANTES e DEPOIS de aspirar, sondar, medicar, fazer curativos, alcançar
das mãos);
comadre/papagaio ao paciente e outros cuidados;
· Ter um maior cuidado com os pés, secar bem entre os dedos, cortar as
· ANTES de usar o banheiro (para se proteger) e DEPOIS de usar o
unhas e hidratar os calcanhares;
banheiro, fazer higiene no paciente e tocar em animais domésticos.
· Após o banho, hidratar a pele com creme ou óleo de girassol ou milho,
fazendo massagens de conforto principalmente nas costas, nádegas,
33.. H
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calcanhares, cotovelos, joelhos, parte de fora das coxas, este cuidado evita
3.1. HIGIENE CORPORAL
feridas;
· Dar banho no paciente todos os dias;
· Evitar utilizar talcos, pois estes podem provocar alergias respiratórias,
· Se houver condições, levar o paciente ao chuveiro, utilizando uma
tosse e infecção urinária;
cadeira;
· A higiene melhora a circulação do sangue, evita infecções e feridas,
· Caso a higiene corporal for na cama, utilize água limpa e sabão neutro
deixando o paciente mais feliz.
iniciando pelo rosto, cabelo, braços e restante do corpo, deixando por
último as partes íntimas (genitais); não esqueça de trocar a água do banho
3.2. HIGIENE DA BOCA E DOS DENTES
sempre que necessário;
· A higiene da boca em pacientes sem condições de realizar a escovação
· Nunca utilizar o pano que limpou fezes para lavar o resto do corpo;
deverá ser feita pelo familiar;
70
· Esse processo de limpeza da boca deverá ser repetido no mínimo três
· Observar mudanças na pele como vermelhidão e bolhas, não deixando o
vezes por dia;
paciente virado em cima dessas lesões;
· Caso o paciente possua dentadura, esta deverá ser retirada no mínimo três
· Deixar os lençóis bem esticados, sem dobras;
vezes por dia e escovada (na pia do banheiro ou utilize um pote com água
· Não deixar o paciente sujo de fezes e urina;
só para isso), sendo que a boca também deve ser limpa para a retirada dos
· Fazer exercícios dobrando e espichando as pernas e braços do paciente,
restos de comida;
várias vezes ao dia, para não ficar “entrevado”.
· A língua deve ser escovada sempre com escova de dente macia;
· Para evitar o ressecamento dos lábios, pode-se usar manteiga de cacau ou
óleo mineral.
44.. C
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· É muito importante secar bem a pele, principalmente nas dobras e utilizar
cremes hidratantes e óleos de girassol ou de milho nos locais onde os ossos
estão mais salientes, fazendo massagens delicadas;
· Retirar o paciente da cama, sempre que possível, fazendo-o tomar banho
de sol, no início da manhã ou à tardinha, estimulando-o a caminhar e fazer
pequenos exercícios com as pernas e os braços. Bengala, andador, cadeira
e barras de apoio nas paredes, facilitam um andar mais seguro;
Para isso faça os seguintes exercícios no paciente pelo menos duas
vezes por dia:
Para pacientes que ficam somente na cama, os cuidados são muito
maiores, por isso não podemos esquecer:
1. Movimente cada um dos dedos dos pés, para cima e para baixo, para os
· Colocar colchão piramidal em cima do colchão comum;
lados e com movimentos de rotação.
· Mudar o paciente de posição de 2 em 2 horas, (sempre com a ajuda de
2. Segure o tornozelo e movimente o pé para cima, para baixo, para os dois
outra pessoa), utilizando travesseiros e almofadas entre as pernas e nas
lados e em movimentos circulares.
costas, para calçá-lo;
3. Dobre e estenda uma das pernas, repita o movimento com a outra perna
71
(sem atritar o calcanhar na cama, que favorece o surgimento de feridas).
55.. C
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4. Com os pés da pessoa apoiados na cama e os joelhos dobrados, faça
· Sempre lavar as mãos antes e depois de fazer o curativo;
movimentos de separar e unir os joelhos.
· Trocar o curativo logo após o banho e sempre que estiver molhado;
5. Levante e abaixe os braços da pessoa, depois abra e feche.
· Utilizar soro fisiológico 0,9 % (comprado em farmácias ou fornecido pelo
6. Faça movimentos de dobrar e estender os cotovelos, os punhos e depois
serviço que está acompanhando) levemente morno ou água fervida morna
os dedos.
ou filtrada. Use sabão neutro (glicerina) em locais de muita sujeira ou
7. Ajude a pessoa a flexionar suave e lentamente a cabeça para frente e
restos de fezes e urina (feridas nas nádegas);
para trás, para um lado e depois para o outro, isto alonga os músculos do
· Limpe sempre da parte mais limpa para a mais suja;
pescoço.
· Siga a orientação do enfermeiro, se for indicado usar óleos (girassol,
milho) ou outro produto;
· Após a limpeza utilize gazes ou panos limpos bem passados a ferro e
deixe a ferida fechada, evitando contato com animais;
Se a ferida estiver muito vermelha, inchada, quente, com pús ou mau
cheiro procure um serviço de saúde, ou o serviço que estiver
acompanhando, pois pode ser sinal de infecção;
· Não coloque roupas apertadas em cima do curativo;
· Observe, solicite explicação e aprenda bem a trocar o curativo com o
profissional de saúde;
72
66.. D
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2- SE O AÇÚCAR NO SANGUE ESTIVER BAIXO: ( HIPOGLICEMIA)
VOCÊ PODERÁ SENTIR:
É uma doença de causas variadas, devido a falta total ou parcial de
- Tremor, Tontura, Irritabilidade, Fome, Sonolência, Sudorese, Desmaios,
insulina (hormônio produzido no pâncreas) e/ou incapacidade da insulina
Confusão mental, Batimentos cardíacos acelerados.
de exercer suas ações. Como conseqüência as células não aproveitam
CAUSAS:
adequadamente a glicose no sangue, provocando sua elevação.
- Durante ou depois da prática de exercícios físicos
- Se você não comer o suficiente
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- Se você tomar medicamento em excesso
1- SE O AÇÚCAR NO SANGUE ESTIVER ALTO: (HIPERGLICEMIA)
O QUE FAZER:
VOCÊ PODERÁ SENTIR:
Tome 1 copo de suco de fruta ou de refrigerante imediatamente.
- Volume urinário excessivo, cansaço, dor abdominal, respiração
Se estiver inconsciente, deve procurar serviços médicos imediatamente.
acelerada, vômitos, sede.
Pode-se molhar o dedo com mel e esfregar na parte interna da bochecha.
CAUSAS:
Informar o acontecimento ao médico para determinar se há necessidade de
- Dose insuficiente da medicação, infecção, abusos alimentares, estresse.
ajuste da medicação.
O QUE FAZER:
Não deixe de tomar ou aumente a dosagem do medicamento sem consultar
66..22.. D
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seu médico caso não tenha orientação para isso.
Os 4 pontos principais do tratamento são:
Tomar bebidas sem açúcar em abundância para evitar a desidratação.
1- Alimentação balanceada
Se não puder comer por causa de vômitos, beba líquidos que contenham
2- Atividade física
açúcar para evitar que o açúcar no sangue abaixe demais.
3- Monitorização
Se possível verifique o nível de açúcar no sangue cada 4 horas.
4- Medicação
Consulte o médico se o os níveis de açúcar mantiverem acima de 240
mg/dl.
73
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Os alimentos nos dão a energia que necessitamos para viver. Nosso
organismo converte a maior parte dos alimentos que comemos em um tipo
Evite:
- Carne com gordura, Leite integral, Queijo gorduroso, Fritura,
Bebidas alcoólicas.
de açúcar que se chama glicose, da qual as células necessitam. A insulina
ajuda as células a conseguir o açúcar necessário na produção de energia.
Também evita que o açúcar se acumule no sangue. Mas, se você tem
diabetes, a insulina não funciona como deveria ou talvez nem seja
produzida. Mesmo assim, uma dieta saudável pode ajudar seu organismo a
manter o nível de açúcar no sangue em equilíbrio: nem muito alto, nem
baixo.
Alimentação saudável para o diabético:
- Frutas e vegetais frescos, Pão e cereais integrais, Feijão e legumes
Arroz integral, cevada e aveia, Alimentos com pouca gordura e sal.
Procure controlar:
- A hora de suas refeições
- Os alimentos que come
- A sua quantidade
- Fazer exercícios com regularidade
- Tomar os medicamentos necessários
74
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Fazer exercícios aumenta a sensibilidade do corpo à insulina e,
portanto tendem a diminuir a glicose no sangue contribuindo no controle
do diabetes. Fale com seu médico antes de começar a fazer para saber qual
o mais adequado para você.
Leve sempre uma identificação médica, pois em caso de emergência, as
pessoas saberão que você é diabético.
Tente fazer os exercícios regularmente e de maneira freqüente, ou seja no
mesmo horário (de 20 a 30 minutos) e todos os dias se possível.
OS EXERCÍCIOS AJUDAM A:
Use calçados confortáveis que se adaptem bem aos seus pés e sejam
- Baixar o nível de açúcar no sangue
apropriados para a atividade. (SPINA, 2006).
- Evitar as enfermidades do coração
- Controlar a pressão arterial
- Sentir-se melhor e ter melhor aparência reduzir a tensão (estresse)
- Diminuir os níveis de gordura no sangue
- Diminuem a necessidades de insulina ou comprimidos
- Controlar o peso
E se eu não me tratar?
• Vida sedentária.
• Pressão alta.
• Obesidade.
Quanto maior o número de fatores de risco, maior a chance de infarto,
Exercícios indicados:
derrame cerebral e morte. Portanto, sua vida poderá ser muito encurtada
- Caminhar, Andar de bicicleta, Dançar
por esses fatores.
• Gestantes com excesso de peso.
• Colesterol ou triglicérides alterados.
Se o diabetes não for tratado poderá afetar:
• Rins: insuficiência renal > diálise > transplante.
• Olhos: catarata > cegueira.
• Cérebro: derrame > morte.
• Circulação: entupimento das artérias das pernas > amputação.
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• Coração: aterosclerose > coronária > infarto > dilatação cardíaca > morte.
Não fume;
Com uma dieta equilibrada e um programa de exercícios físicos você
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Mantenha a pele limpa;
contribuirá para que suas artérias não se obstruam;
Observe se você sente dores de cabeça e tem a respiração difícil.
Use sapatos e meias adequados (dê preferência aos sapatos de ponta
arredondadas);
Mantenha os pés secos, suaves e hidratados (esta última característica
impede que ocorra o ressecamento da pele e origine uma ferida);
Observe-os todos os dias;
Observe se você sente dor, se seus pés estão adormecidos e se as feridas
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Use uma escova de dentes macia;
Escove os dentes após cada refeição;
Massageie as gengivas;
Use fio dental todos os dias e visite periodicamente o dentista.
não cicatrizam.
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Os rins agem como filtros para purificar o sangue. O diabetes
descontrolado é muito prejudicial para os rins. Controle sua pressão arterial
e conte ao seu médico se há sintomas de infecções: dor, dificuldade ou
urgência para urinar, febre ou dor nas costas.
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Consulte um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. Se sua visão está
turva, se enxerga mal, com manchas, se é míope e esta alteração aumenta,
ao consultar o oftalmologista informe-o que você é diabético.
Se não houver controle adequado do diabetes e a glicemia (nível de
açúcar no sangue) permanecer alta, poderá ocorrer lesão nos nervos e
prejudicar a condução dos impulsos nervosos. É a neuropatia diabética. Os
sintomas mais freqüentes são formigamentos ou amortecimentos, com
perda da capacidade de sentir calor, frio e dor. O sistema autonômico (que
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inerva os órgãos) também pode ser afetado, ocorrendo digestão lenta ou
76
muito rápida, náuseas e vômitos, constipação ou diarréia. A melhor
Prevenção e controle:
maneira de prevenir a neuropatia diabética (lesão dos nervos) é mantendo o
diabetes controlado.
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser
controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para
77.. H
HIIPPEER
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cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é
imprescindível adotar um estilo de vida saudável:
A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os
vasos sangüíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos
rins. Ocorre quando a medida da pressão se mantém freqüentemente acima
de 140 por 90 mmHg. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos,
mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre
eles:
- fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande
consumo de sal, níveis altos de colesterol, falta de atividade física;
- além desses fatores de risco, sabe-se que sua incidência é maior na raça
negra, aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50 anos, é
maior entre mulheres acima de 50 anos, é maior em diabéticos;
Sintomas:
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão
sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas,
zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
· manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
- não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor
dos alimentos;
- praticar atividade física regular;
- aproveitar momentos de lazer;
- abandonar o fumo;
- moderar o consumo de álcool;
- evitar alimentos gordurosos;
- controlar o diabetes.
9. ANEXOS
78
Anexo I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado a participar de uma prática assistencial intitulada “HOME
CARE: CUIDANDO E ASSISTINDO AO ADULTO E IDOSO COM DÉFICIT DE
AUTOCUIDADO
E
SEUS
FAMILIARES,
CADASTRADOS
NO
CENTRO
INTEGRADO DE SAÚDE GRANDE EFAPI (CISGE) NA ESF 120, CIDADE DE
CHAPECÓ-SC, FUNDAMENTADO NA TEORIA DE DOROTHEA E. OREM que será
realizada no Município de Chapecó-SC pelas acadêmicas de enfermagem CLÉIA FLORES,
LUCELENE HAAS e MARCILI ROSANA KLEIN sob orientação da Profª. Drª. Leoni
Terezinha Zenevicz. O objetivo desta prática é prestar assistência de enfermagem cuidando
em domicílio, pacientes com déficit de autocuidado e seus cuidadores num processo dialógico
que fomente a educação, a reflexão, o questionamento e ação compartilhada. A sua
participação nesta prática consiste em responder a um questionário com perguntas abertas e
realizar os cuidados aprendendo a fazê-lo dentro de um nova perspectiva. A assinatura neste
consentimento, autoriza a utilização de todos os materiais (fotos, conversas e resultados desta
pesquisa) para a publicação de artigos, textos em revistas nacionais e internacionais, mas
garantindo o anonimato dos participantes. Esta pesquisa obedece as normas da Resolução
10/196 de Outubro de 1996 e Resolução 251/97 de Agosto de 1997 do Conselho Nacional de
Saúde/Ministério da Saúde, e, que regulamenta a pesquisa e suas complementares e somente
será iniciada após o recebimento da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
UNOCHAPECÓ. Para maiores informações entrar em contato pelo telefone (49)33218215.
Igualmente, as acadêmicas e pesquisadora declaram-se ciente destas normas e aceita a
publicação dos resultados sejam eles positivos ou negativos.
Chapecó – SC ............ de ................................... de 2010.
Assinatura do participante
___________________________________________________________________________
Identidade ou CPF
___________________________________________________________________________
10. IMAGENS
80
Figura 4: Realização de Hemoglicoteste em atendimento domiciliar (12/05/2010).
Figura 5: Hemoglicoteste com resultado alterado (14/04/2010).
81
Figura 6: Verificação de Pressão Arterial em atendimento domiciliar (14/04/2010).
Figura 7: Família participante da Prática Assistencial (02/06/2010).
82
Figura 8: Cartilhas elaboradas e distribuídas aos participantes da prática assistencial.
Figura 9: Lembrancinhas distribuídas às famílias participantes no término das atividades.
83
Figura 10: Lembrancinhas entregues na Páscoa.
84
Comparativo dos curativos realizados
Figura 11: 24/03/2010 - 31/05/2010
Figura 12: 24/03/2010 - 31/05/2010
85
Figura 13: 24/03/2010 - 31/05/2010
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