HISTOPATOLOGIA DA HEPATITES VIRAIS BeC Luiz Antônio Rodrigues de Freitas Fundação Oswaldo Cruz (CPqGM – Bahia) Faculdade de Medicina da UFBA HEPATITES CRÔNICAS RACIONAL PARA INDICAÇÃO DE BIÓPSIA HEPÁTICA Falta de correlação: parâmetros clínicos/bioquímicos X lesão hepática Gradação da atividade histológica: Estadiamento Marcadores etiológicos: histopatológicos e imunoistoquímicos Avaliação da eficácia terapêutica Monitorização de pacientes em estudos longitudinais História natural da doença: patogênese HEPATITES CRÔNICAS PELOS VÍRUS B E C ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS INFLAMAÇÃO PORTAL INFLAMAÇÃO PERI-PORTAL NECROSE PERI-PORTAL ATIVIDADE NECRO-INFLAMATÓRIA ACINAR FIBROSE PORTAL FIBROSE SEPTAL CIRROSE HEPATITES CRÔNICAS PELOS VÍRUS B E C ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS INFLAMAÇÃO PORTAL Infiltração de células mononucleares linfócitos T e B macrófagos plasmócitos ATIVIDADE PERIPORTAL/PERISEPTAL HEPATITE DE INTERFACE NECROSE EM SACA BOCADO PIECEMEAL NECROSIS INFLAMAÇÃO PORTAL Inflamação + fibrose discreta Inflamação + fibrose moderada estrelar INFLAMAÇÃO PORTAL + ATIVIDADE DE INTERFACE HEPATITE DE INTERFACE HEPATITE DE INTERFACE ALTERAÇÕES NO PARÊNQUIMA APOPTOSE NECROSE BALONIZAÇÃO INFLAMAÇÃO ESTEATOSE INFLAMAÇÃO PORTAL E ATIVIDADE PARENQUIMATOSA ATIVIDADE NECRO-INFLAMATÓRIA NO PARÊNQUIMA LINFOCITOSE INTRA-SINUSOIDAL ESTEATOSE FIBROSE PORTAL SEPTAL FIBROSE PORTAL FIBROSE SEPTAL FIBROSE SEPTAL FIBROSE SEPTAL COM NÓDULO CIRROSE HEPÁTICA HEPATITES CRÔNICAS MARCADORES ETIOLÓGICOS MARCADORES DO VÍRUS B Hepatócitos em vidro fosco Proliferação de RE contendo abundante HBsAg CO-LOCALIZAÇÃO AgHBs – Lyt T CD8 + VÍRUS C AgCoreVHC (AcRb246) AgCoreVHC em “hepatite de interface” MARCADORES HISTOLÓGICOS DE PROGRESSÃO GRAU DA ATIVIDADE NECRO-INFLAMATÓRIA ESTADIAMENTO DA FIBROSE ESTEATOSE Hepatology 1996; 23:1334-40 70 pacientes HVC + Follow-up: 1-20 anos (média 8,8 anos) Número de biópsias: 2-8 Avaliação histológica: Atividade periportal + lobular: 0-8 Estadio da fibrose: 1-4 50% desenvolveram cirrose: 100% dos com grau > 5 em 10 anos 96% dos com grau 3,5-4,5 em 17 anos 30% dos com grau < 3,4 em 13 anos 100% dos com fibrose septal e nódulos incompletos em 10 anos Yano, M et al Hepatology 1996; 23:1334-40 Yano, M et al Hepatology 1996;23:1334-40 Yano, M et al Hepatology 1996;23:1334-40 PARTE II SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS HEPATITES CRÔNICAS GRADUAÇÃO X ESTADIAMENTO ETIOLOGIA Graduação: Atividade necro-inflamatória Flutuante , reflete a gravidade atual da agressão Estadiamento: Fibrose e alteração estrutural Conseqüência da agressão no tempo KNODELL MODIFICADO POR ISHAK (1995) A. Hepatite de interface Ausente Discreta (focal, poucos EP) Discreta/moderada (focal, maioria EP Moderada (contínua em torno <50% EP e septo) Intensa (contínua em torno >50% EP e septo) B. Necrose Confluente Ausente Focal Zona 3 algumas áreas Zona 3 maioria das áreas Zona 3 + ocasional pontes P-C Zona 3 + múltiplas pontes P-C Panacinar ou multiacinar C. Necrose lítica focal, apoptose e inflamação focal Ausente Um foco ou menos por objetiva de 10X Dois a quatro focos por objetiva de 10X Cinco a 10 focos por objetiva de 10X Mais de 10 focos por objetiva de 10X D. Inflamação Portal Ausente Discreta Moderada Moderada/intensa Intensa Grau máximo Grau 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 18 Ishak Estadiamento Sem fibrose Alargamento de poucos EP Alargamento de muitos EP Pontes P-P Pontes P-C Esboço de nódulos Cirrose 0 1 2 3 4 5 6 METAVIR Atividade PMN= 0 PMN= 1 LN= 0 LN= 1 LN= 2 LN= 0, 1 LN= 2 PMN= 2 LN= 0, 1 LN= 2 PMN= 3 LN= 0, 1, 2 A= 0 A= 1 A= 2 A= 1 A= 2 A= 2 A= 3 Bedossa & Poynard, Hepatology 24:289-293,1996 Poynard & Bedossa Seminars in Liver Disease 20(1):47-55, 2000 Fibrous in Patients with Chronic Hepatitis C: Detection and Significance F0 no fibrosis F1 portal fibrosis without septa F2 portal fibrosis with rare septa F3 numerous septa without cirrhosis F4 cirrhosis SISTEMA METAVIR (1996) Simples Reproduzível Atividade = interface + atividade no parênquima Os critérios de atividade são frouxos quantitativamente Foi desenvolvida para aplicação na hepatite C SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA I. Alterações Estruturais Arquitetura normal Expansão fibrosa dos EP Fibrose dos EP com septos P- P Fibrose dos EP c/ septos P- P e P-C com esboço de nódulos Cirrose II. Inflamação Portal Raros mononucleares Discretos infiltrado Moderado infiltrado Moderado/ Intenso infiltrado 0 1 2 3 4 0 1 2 3 III. Atividade Periportal / periseptal Ausência de inflamção/lesão Discreta infiltração sem lesão PMN discreta (focal em poucos EP) PMN moderada ( focal em vários EP ou moderada em poucos EP) PMN intensa ( extensa em vários EP) 3 4 IV. Atividade no Parênquima Normal Discreta (raros focos de necrose) Moderada(necrose focal múltipla) Necrose confluente focal Necrose confluente extensa 0 1 2 3 4 0 1 2 Gayotto, LCC et al.: GED 2000,19: 137-40 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA Simples Funciona como um algoritmo Não soma variáveis de significados biológicos desconhecidos Fácil aplicabilidade Parâmetros bem definidos Aplicável nas hepatites crônicas de diversas etiologias PROBLEMAS COMUNS AOS SISTEMAS DE GRADAÇÃO HISTOLÓGICA DAS HEPATITES 1. Necessidade de validação científica: os valores atribuídos às variáveis são arbitrários e categóricos. 2. Variação entre observador(es). 3. Variabilidade das amostras. 4. Não podem ser considerados equivalentes de testes laboratoriais quantitativos, mas indicativos de gravidade relativa EQUIVALÊNCIA DOS ESCORES DE ESTADIAMENTO Metavir SBP/ SBH F0 0 F1 1 F1 1 F2 2 F3 3 F4 4 F4 4 CORRESPONDÊNCIA ENTRE AS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES * em ISHAK, o escore de fibrose vai até 6, enquanto na METAVIR e na SBP/SBH vai até 4. **correspondendo à atividade periportal para SBP/SBH e ISHAK, e um misto de periportal e lobular para METAVIR; na METAVIR, o escore de atividade vai até 3 enquanto em ISHAK e SBP/SBH vai até 4. O SISTEMA IDEAL Simples de entender e aplicar Comunicar ao clínico informações relevantes