Vargas, o governo que não acabou

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Outubro 2012
11
Sioma Breitman
Baile Popular, Di Cavalcanti
Livros
Samba, no
ritmo do país
Vargas, o governo
que não acabou
Coletânea avalia ideário ligado ao político, como
trabalhismo e presença do Estado na economia
Oscar D’Ambrosio
O
legado de Getúlio
Vargas ainda
desperta muita
discussão. Se, por um lado,
existe o mito, alimentado
inclusive com o suicídio do
caudilho; por outro, não se
pode esquecer que muitas das
instituições fundamentais para
direcionar o desenvolvimento
econômico do país foram
criadas pelo político gaúcho.
Há as organizações surgidas
em seu primeiro governo (19301945) e reforçadas no segundo
(1951-1954), como Vale do Rio
Doce, Companhia Siderúrgica
Nacional, Companhia
Hidrelétrica do São Francisco,
DNER – Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem e
Fundo Rodoviário.
Existem ainda os
programas e projetos que
Vargas lançou em seu segundo
governo, como Petrobras,
Eletrobrás, BNDES, Banco
Ouça as entrevistas
com Pedro Paulo
Zahluth Bastos e Pedro
Cezar Dutra Fonseca
acessando pelo celular
ou tablet com um leitor
QR Code, ou acesse
diretamente pelo seu
navegador de Internet:
http://bit.ly/RZDupi e
http://bit.ly/QxPood
do Nordeste do Brasil e
Capes (antiga Companhia
de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior,
atual Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior), que
tiveram continuidade com
Juscelino Kubitschek.
Organizado por Pedro
Paulo Zahluth Bastos, chefe
do Departamento de Política e
História da Unicamp, e Pedro
Cezar Dutra Fonseca, professor
titular da UFRGS, A Era
Vargas: desenvolvimentismo,
economia e sociedade traz
à tona discussões sobre a
permanência do legado Vargas
na vida política e social do
país. Discute ainda as opiniões
sobre o governante e sua
herança, geralmente marcadas
por elogios ou rejeições mais
emotivos do que técnicos.
O livro, que conta
com o texto “O projeto de
Pedro Paulo Bastos
(http://bit.ly/RZDupi)
desenvolvimento de Vargas,
a Missão Oswaldo Aranha
e os rumos da economia
brasileira”, de Francisco
Luiz Corsi, da Faculdade
de Filosofia e Ciências da
Unesp, Câmpus de Marília,
mergulha em questões vitais
para a história nacional,
como o surgimento do ideário
nacional-desenvolvimentista e
trabalhista, o seu significado
histórico, os dilemas de sua
aplicação, evolução, fracassos
e sucessos, atualidade e
superação.
A Era Vargas:
desenvolvimentismo,
economia e sociedade
Pedro Paulo Zahluth Bastos
e Pedro Cezar Dutra Fonseca
(organizadores); Editora
Unesp; 478 páginas; R$ 69.
Informações: (11) 3242-7171 e
www.editoraunesp.com.br
Músico aponta origem
africana e “branqueamento”
no período varguista
D
outor pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da USP,
percussionista da Orquestra Sinfônica
do Teatro Municipal de São Paulo e diretor
artístico do Ensemble Bissamblazz, Magno Bissoli
Siqueira oferece, em Samba e identidade nacional:
das origens à Era Vargas, uma obra diferenciada.
Inicialmente, o autor mostra que o samba
surgiu na África e estuda como deixou a
marginalidade no começo do século XX para
ser um produto comercial e um ícone do Brasil
contemporâneo. Nesse período, houve um processo
de “branqueamento”, bastante forte na Era Vargas.
A nascente indústria da radiodifusão, da
discografia e do entretenimento teria sido
fundamental para transformar as matrizes
religiosas e lúdicas do samba rumo à construção
de uma identidade nacional que associou o
gênero à brasilidade.
Com uma discografia de 18 títulos como
intérprete e com um método, “O Balanço do
Samba”, que é referência para o ensino do ritmo no
Brasil e no exterior, Bissoli entende que o gênero
tem a matriz vinculada a uma manifestação da
cultura negra de raízes africanas e de registro
predominantemente oral. Essa estrutura, no
entanto, teria se transformado no “samba moderno”,
mesclado com influências do samba urbano carioca
e derivações associadas para servir à construção de
uma manifestação sonora que ajudasse a fortalecer
um pretenso Estado nacional. OD
Samba e identidade nacional:
das origens à Era Vargas
Magno Bissoli Siqueira; Editora Unesp; 287
páginas; R$ 55. Informações: (11) 3242-7171;
www.editoraunesp.com.br
Pedro Cezar Fonseca
(http://bit.ly/QxPood)
Ouça a entrevista
com Magno Bissoli
Siqueira acessando
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