TEMPORAIS ATINGEM MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARANÁ: ANÁLISE SINÓTICA DO EVENTO Nesta quinta-feira (07/10) temporais atingiram grande parte do centro-sul do Brasil, principalmente o Estado do Paraná, provocando ventos de 128 km/h, granizo e chuva forte. Os prejuízos foram registrados na queda de árvores em casas e carros e queda de torres de transmissão de energia elétrica. Análise Sinótica Na imagem de satélite da manhã do dia 07/10 pode-se observar nuvens com desenvolvimento vertical isoladas, onde os topos atingem a -70C, na região de Maringá-PR. Isso evidencia o quanto a atmosfera está instável. No horário das 8h local (11 UTC) foram registrados ventos de 128 km/h no aeroporto desse município paranaense, por isso toma-se como representativa esse horário de imagem de satélite. Figura 1- Imagem de satélite Goes-12 do canal infravermelho (realçada pelo DSA-CPTEC-INPE) no horário das 08h local (11 UTC) da Região Sul do Brasil. Essa instabilidade foi gerada pela forte difluência no escoamento em 250 hPa como mostrado na Figura 2. Figura 2 – Carta do nível de 250 hPa. Linhas de corrente (contínuas finas), sombreado região de ventos fortes (correntes de jato) , altura geopotencial (linhas contínuas grossas). Jato Subtropical (linha tracejada vermelha) e Jato Polar Norte (linha tracejada laranja) Na Figura 3 há evidência de uma atmosfera bastante baroclínica a sul de 23S no continente, onde pode-se observar um cavado inclinado entre o norte da Argentina e o leste da Província de Buenos Aires. Também entre o PR, noroeste do RS e sul do Paraguai os ventos estão fortes e significativos como resultado da presença da corrente de Jato Subtropical no Sul do Brasil (figura 1). Figura 3 – Carta do nível de 500 hPa. Ventos superiores a 50 km/h (sombreado), altura geopotencial (linhas contínuas grossas), e linhas de corrente (linhas contínuas finas). Na carta de níveis baixos (850 hPa) nota-se a presença do jato de baixos níveis (linha tracejada em vermelho) estendido entre RO e o sul de SP, que advecta ar quente e úmido da Amazônia e também a presença de ventos fortes do quadrante sul entre o norte da Patagônia Argentina e o noroeste do Paraguai (linha tracejada em azul), que advecta ar frio e seco de latitudes continental mais altas para o Sul do Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai. O posicionamento desses ventos evidenciam uma região de baixa pressão entre o RS e o Paraguai através de um cavado. Figura 4 – Carta de 850 hPa. Jato de baixos níveis (linha tracejada em vermelho) e ventos fortes do quadrante sul representado pela linha tracejada em azul. Esse cavado baroclínico juntamente com o jato de baixos nÍveis (Figura 4) e de forte difluência em altitude, além de temperaturas elevadas em superfície e elevado valor de umidade relativa do ar contribuiram para toda essa instabilidade na região de Maringá-PR.