Advento da República – Transformações no século XIX Aula 1 1. Entre os fatores que explicam o fim do regime monárquico no Brasil, podemos destacar dois: • Desenvolvimento da economia capitalista cafeeira no Oeste Paulista: esse desenvolvimento transforma a elite cafeeira na classe economicamente dominante. Para traduzir sua dominação econômica em hegemonia política, esse grupo cafeeiro irá se opor à política centralizadora da Monarquia, propondo medidas descentralizadoras. Essa nova aristocracia rural passará a reivindicar autonomia local, colocando em xeque o próprio regime. • Conflitos surgidos no interior do Estado monárquico: a transição para uma economia baseada no trabalho livre e assalariado, principalmente após a Lei Eusébio de Queirós (1850), proibindo o tráfico de escravos e os esforços para a introdução de imigrantes na remanescente aristocracia escravocrata, que ainda apoiava o regime, a contestação deste, a partir da liquidação da questão servil; a abolição propiciará o fortalecimento das forças republicanas, com os chamados "republicanos do 14 de maio", isto é, escravocratas descontentes com a abolição deixam de apoiar a Monarquia. 2. A cafeicultura estimulou a criação de uma infraestrutura de transportes, especialmente ferrovias, que ligavam os centros produtores aos portos de exportação. Os recursos provenientes das exportações de café geraram excedentes que não só propiciaram a continuidade do plantio do produto, como induziram a um conjunto de outras atividades econômicas de alguma maneira associadas às necessidades das fazendas de café. A cafeicultura foi também responsável pela transição de uma economia escravista para uma economia de trabalho livre. Um outro aspecto muito importante nesse processo foi o fato de que uma parte significativa dos capitais provenientes da cafeicultura financiaram a nascente indústria no país no século XX. O Brasil moderniza-se com o trabalho livre, a industrialização e a urbanização induzidas pela economia cafeeira. 1