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CAPÍTULO 44
O
Segundo Reinado brasileiro
(1840-1889): cafeicultura e
modernização conservadora
Queremos Pedro II,
Ainda que não tenha
idade.
A nação dispensa a lei.
Viva a Maioridade
Por subir Pedrinho ao
trono,
Não fique o povo
contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma
gente.
NADA DE
MEXER NA
GRANDE
PROPRIEDADE!!
NEM NO
TRABALHO
ESCRAVO!!
BASE ECONÔMICA DO 2º REINADO
Permaneceu o plantation, impulsionado pelo cultivo e exportação do café
Lavrador de Café, Candido Portinari, 1934
Origem do café
A história do café é vaga e obscura. Uma das
lendas em torno da descoberta do efeito estimulante
do café é a do pastor Kaldi. Ao ver a agitação das
cabras de seu rebanho, após a ingestão de alguns
frutos do cafeeiro, Kaldi provou os frutinhos
avermelhados, comprovando seu poder excitante.
Isso teria ocorrido no ano 850. Outras fontes,
entretanto, contam ter sido um monge árabe o
primeiro a preparar uma infusão com sementes de
café, a fim de livrar-se do sono que o impedia de
realizar suas orações noturnas.
Cultivado pelos árabes, era conhecido dos
europeus desde o séc XVI e já no início do séc.
XIX tornou-se o “carro chefe” da economia
brasileira.
Cultivado inicialmente no NE, chegou às regiões
vizinhas do RJ (Angra dos Reis e Parati) e de SP
(Ubatuba e Caraguatatuba), onde prosperou,
devido:
a) mão-de-obra disponível, conseqüência
da desagregação da mineração.
b) grande quantidade de animais de
transporte (mulas).
c) proximidade do porto que facilitava o
escoamento do produto para o exterior.
A cafeicultura utilizou os próprios recursos
existentes e disponíveis, diferente da economia
açucareira que demandava grandes investimentos
dos senhores de engenho, descapitalizando-os
para o comércio. Foi o primeiro esforço
caracterizadamente brasileiro para a criação de
riqueza.
A EXPANSÃO CAFEEIRA
Vale do Paraíba
Clima adequado, regularidade das chuvas = “O Brasil é o vale”.
Promovendo uma cultura extensiva e predatória rapidamente o
solo da região esgotou-se e a cultura cafeeira ali entrou em
declínio.
Oeste paulista
Início aproximadamente a partir de 1850. Campinas
(Central/Oeste Velho), difundindo-se para Moji-Guaçu
e chegando à região de Ribeirão Preto (Oeste/Oeste
novo) por volta de 1880.
É o apogeu cafeeiro, devido:
- existência de terra roxa (decomposição de
rochas vulcânicas)
- regularidade do relevo
- Redes viárias disponíveis – construção de
várias estradas de ferros pelos próprios
cafeicultores: São Paulo Railway, ligando
Santos a Jundiaí (1868), a Ituana (Itú a
Campinas – 1873); a Mogiana e a Sorocabana
(início da construção 1875)
- Valorização do porto de Santos
Com o avanço do café, ocorreu a modernização:
a) Dos meios de transporte (ferrovias e
navegação a vapor)
b) Nos equipamentos utilizados no
NOVA
beneficiamento de café
c) Incremento da rede bancária, do comércio e
serviços
Brasil: Segundo Reinado
O CAFÉ E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO
FEPASA
REDE FERROVIÁRIA FEDERAL E PAULISTA (SÉCS. XIX-XX)
ATENÇÃO: Apesar de termos um crescimento
superior aos EUA e a Europa Ocidental na 2ª
metade do séc. XIX, a miséria que estava
consolidada no Brasil definiu o papel de
subdesenvolvido ao país.
O sistema agrário-exportador foi modernizado,
mas não foi transformado em sistema industrial;
a sociedade aristocrática foi modernizada, porém
não foi transformada em sociedade burguesa
AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Motivos pelos quais o Brasil não se industrializou, no
século XIX:
a)Faltavam ao país as condições mínimas – econômicas,
financeiras, sociais e políticas – para iniciar um
processo de industrialização.
b) Apesar disso, era possível um número relativamente
elevado de fábricas
surto industrial ≠ processo industrial
Primeira fase (1822-1843)
Brasil ainda estava preso aos Tratados de 1810
Taxas alfandegárias:
Inglaterra: 15%
Portugal: 16%
Nações Amigas: 24%
1822 (Independência do Brasil): Pressão dos países
europeus para pagarem menor taxa alfandegária
Segunda fase (1844-1875)
- Tarifa Alves Branco: por esta lei, produtos diferentes pagariam
impostos com taxas diferenciadas – dos 15% alguns produtos
foram taxados em até 60%), tinha um caráter fiscalista, procurava
ampliar a arrecadação de impostos.
No entanto, causou o encarecimento dos produtos estrangeiros =>
protecionismo alfandegário.
Lei Eusébio de Queiróz (que proibiu o tráfico de escravos para o
Brasil), ocorreu a liberação de capitais que foram redirecionados
para a aplicação no mercado interno. Destaque para Irineu
Evangelista de Sousa – Barão de Mauá – que fundou uma fundição
e um estaleiro naval em Niterói
A pressão dos capitalistas ingleses aliada à dos
comerciantes importadores e à indiferença da elite
dominante, possibilitou a queda das taxas impostas
pela Tarifa Alves Branco, o Barão de Mauá, proprietário
de fundição, estaleiro, faliu em 1873
Atentar para o Liberalismo
Terceira fase (1875-1900)
1880 – Os industriais se uniram para defender seus interesses e
fundaram a Associação Industrial e passaram a pressionar o
governo, visando o protecionismo alfandegário.
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