quarta-feira, 24 de março de 2010

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Fator Rh.
No início do pré-natal, o médico pedi vários exames de sangue de rotina, e um deles é o de tipagem
sanguínea, para descobrir qual é seu grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) e se você é fator Rh positivo ou
negativo. Quem é Rh positivo possui uma proteína chamada antígeno D na superfície dos glóbulos
vermelhos. Quem não tem esse antígeno é Rh negativo.
A maioria das pessoas é Rh positivo, mas a frequência varia de acordo com a raça. Entre a população
caucasiana mundial, a proporção é de 85 por cento, mas ela é de 94 por cento entre os africanos e de
cerca de 90 por cento entre os asiáticos. No Brasil, por volta de 95 por cento da população é Rh positivo.
O fator Rh só é importante na gravidez se a mãe for Rh negativo e o bebê for Rh positivo (a criança pode
herdar essa característica se o pai for Rh positivo). Se o sangue do bebê entrar na sua corrente
sanguínea, seu sistema imunológico pode reagir contra o antígeno D do sangue do bebê, como se ele
fosse um "invasor", e produzir anticorpos contra ele.
Esse fenômeno é conhecido como "sensibilização" e, embora normalmente não cause problemas numa
primeira gravidez, se você ficar grávida de novo e o bebê também for Rh positivo, os anticorpos do seu
sistema imunológico podem atravessar a placenta e atacar as células do sangue do bebê, provocando
anemia, icterícia ou, em casos mais graves, insuficiência cardíaca ou hepática na criança. O problema
recebe o nome de doença hemolítica perinatal, ou eritroblastose fetal.
Como o sangue do bebê entra no meu sangue?
Em determinadas circunstâncias, o sangue do bebê pode se misturar com o seu, provocando a
sensibilização:
• Se você tiver uma gravidez ectópica, ou tubária
• Em caso de sangramento vaginal ou aborto espontâneo após 12 semanas de gravidez
• Na realização de exames invasivos como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese
• Se você sofrer um forte impacto na barriga durante a gravidez
Durante o parto, é muito provável que seu sangue e o do bebê entrem em contato, especialmente em
caso de cesariana, de um parto normal difícil ou de remoção manual da placenta.
É possível evitar a presença dos anticorpos anti-Rh?
Se você produzir os anticorpos uma vez, eles permanecerão para sempre no seu sangue, por isso é
importante evitar que eles sejam produzidos. Felizmente é possível fazer isso com uma substância
chamada imunoglobulina anti-D, que é dada na forma de injeção muscular, normalmente na coxa.
Essa espécie de vacina age destruindo rapidamente qualquer célula do bebê que esteja na sua
circulação, antes que você comece a produzir anticorpos. Isso significa que você não terá anticorpos que
possam causar a eritroblastose fetal, nem nesta gravidez nem nas posteriores.
A vacina anti-D vem sendo usada há muitos anos, e pode ser aplicada sempre que houver alguma
possibilidade de sensibilização.
Se você já possui os anticorpos (o que pode ser verificado num exame de sangue), não receberá a
vacina, porque ela só tem utilidade para evitar a fabricação de anticorpos -- não destrói os que já existam.
Como vou saber se tenho os anticorpos anti-RH?
Seu médico vai pedir um exame de sangue logo que você engravidar, para verificar a presença de
anticorpos, e um novo exame por volta de 28 semanas de gravidez. Se forem detectados anticorpos, sua
gestação será monitorada para detectar possíveis sinais de anemia no bebê.
O que acontece quando o bebê nasce?
Logo depois do nascimento, é realizado um exame de sangue no bebê para determinar o tipo sanguíneo
e o fator Rh. A amostra de sangue é tirada do cordão umbilical.
Se o bebê for Rh positivo, você receberá outra injeção de imunoglobulina anti-D. Ela deve ser aplicada no
máximo até 72 horas após o parto para que sua resposta imunológica não seja acionada. Seu sangue
também será testado logo depois do parto para detectar a presença de anticorpos.
Caso sejam encontradas grandes quantidades, pode ser necessária uma dose maior de imunoglobulina
anti-D. Se o bebê for Rh negativo como você, a vacina não será necessária.
No caso de eritroblastose fetal já instalada, ou seja, se não tiverem sido tomados os cuidados de
prevenção durante a gestação, o tratamento no bebê inclui transfusões de sangue.
Eritroblastose fetal - Sintomas e tratamento
A destruição das hemácias leva à anemia profunda, e o recém-nascido adquire icterícia
(pele amarelada), devido ao acúmulo de bilirrubina, produzida no fígado a partir de
hemoglobina das hemácias destruídas. Como resposta à anemia, são produzidas e
lançadas no sangue hemácias imaturas, chamadas de eritroblastos. A doença é chamada
de Eritroblastose Fetal pelo fato de haver eritroblastos em circulação ou doença
hemolítica do recém-nascido.
Se o grau de sensibilização da mãe é pequeno, os problemas se manifestam apenas após
a criança nascer. Nesse caso, costuma-se substituir todo o sangue da criança por sangue
Rh-. Com isso, os anticorpos presentes no organismo não terão hemácias para aglutinar.
Como as hemácias têm em média três meses de vida, as hemácias transferidas vão
sendo gradualmente substituídas por outras fabricadas pela própria criança. Quando o
processo de substituição total ocorrer, já não haverá mais anticorpos da mãe na
circulação do filho.
Logo após uma mulher Rh- dar à luz um filho Rh+, injeta-se nela uma quantidade de
anticorpos anti-Rh, imunoglobulina, cuja a função é destruir rapidamente as hemácias
fetais Rh+ que penetram na circulação da mãe durante o parto, antes que elas
sensibilizem a mulher, para que não haja problemas nas seguintes gestações.
A vacina injetada, chamada de Rhogan, na mãe é retirada de apenas um homem no
mundo, James Harrison.
quarta-feira, 24 de março de 2010
JAMES HARRISON - Autraliano de sangue raro!
Dono de sangue raro já salvou 2,2 milhões de bebês
O australiano James Harrison, dono de um tipo sanguíneo raro, já salvou a vida de dois
milhões e 200 mil recém-nascidos, incluindo a do próprio neto. Seu plasma sanguíneo é
usado na criação de uma vacina aplicada em mães para evitar que seus bebês sofram da
doença de Rhesus, também conhecida como doença hemolítica ou eritroblastose fetal.
A doença causa incompatibilidade entre o feto e a mãe. A doença acontece quando o
sangue da mãe é Rh- e, o do bebê é Rh+. Após uma primeira gravidez nestas condições
ou após ter recebido uma transfusão contendo sangue Rh+, a mãe cria anticorpos que
passam a atacar o sangue do bebê. O sangue de Harrison, 74 anos, no entanto, é capaz
de tratar essa condição mesmo depois do nascimento da criança, prevenindo a doença.
Após as primeiras doações à Cruz Vermelha australiana, descobriu-se a qualidade
especial do sangue de Harrison. Foi quando ele ganhou o apelido de "o homem com o
braço de ouro". "Nunca pensei em parar de doar", disse Harrison à mídia local. Em mais
de uma década, ele fez 984 doações de sangue e deve chegar a de número mil ainda
nesse
ano.
Harrison se tornou voluntário de pesquisas e testes que resultaram no desenvolvimento
de uma vacina conhecida como Anti-D, que previne a formação de anticorpos contra
eritrócitos Rh-positivos em pessoas Rh-negativas. Antes da vacina Anti-D, Rhesus era a
causa de morte e de danos cerebrais de milhares de recém-nascidos na Austrália.
Aos 14 anos de idade, Harrison teve de passar por uma cirurgia no peito e precisou de
quase 14 litros de sangue para sobreviver. A experiência foi o que o levou, ao completar
18 anos de idade, a passar a doar com constância o próprio sangue. Seu sangue foi
considerado tão especial que o australiano recebeu um seguro de vida no valor de um
milhão de dólares australianos, o equivalente a R$ 1,8 milhão.
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