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ENSAIO SOBRE O MÉTODO ANTROPOLÓGICO E AS FRONTEIRAS
EXISTENTES NAS CIÊNCIAS SOCIAIS.
Jacqueline Cristina da Silva, UFV, MG/BRASIL.
RESUMO
Este artigo é um ensaio sobre as fronteiras existentes nas ciências sociais, dentre as três
áreas de estudo, sociologia, política e antropologia no Brasil. Diante dos levantamentos
feitos neste artigo busca–se analisar antropologicamente as fronteiras interdisciplinares
que se esbarram nas disciplinas e na aplicação.
Palavras-chave: Ciências sociais, fronteiras, método.
INTRODUÇÃO
A institucionalização das Ciências Sociais manteve– se em um rumo
diferenciado e novo ao seguir dos anos. Segundo Peirano (2000) a antropologia social
feita nas regiões brasileiras procura ter esse olhar para a alteridade, onde é seu objeto
principal. Encontrar as fronteiras interdisciplinares nas disciplinas de ciências sociais
remete a um olhar diferenciado por um país que cada dia afirma sua identidade.
Buscando pensar o Brasil com um olhar amplo e reflexivo.
As Ciências Sociais buscam compreender a sociedade em sua totalidade.
Segundo Vianna as ciências sociais nascem fora da universidade, vocacionadas para o
tema da reforma social em contexto de democracia política, conquistando
posteriormente a sua institucionalização na vida acadêmica (VIANNA, 1994). Vemos
que cada uma das três disciplinas abarca um desenvolvimento institucional diferenciado
e também na visão do mercado de trabalho. Sociologia, política e antropologia
encontram–se unidas uma à outra, buscando uma autonomia em suas abordagens
teóricas.
As ciências sociais hoje alinham suas fronteiras interdisciplinares nas questões
da diversidade e diferença e diante das perspectivas apontadas, o cientista social deve
buscar uma ciência que abrange o país e suas delimitações, compreendendo as raízes
sociológicas, antropológicas e políticas de um povo que ainda vive uma democracia
nova e abrangente, onde a construção de nação em relação á uma identidade nacional
reflete nos estudos sociais hoje. Esbarramos as fronteiras interdisciplinares nas ciências
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sociais na questão do método e sua aplicação e com base em uma visão antropológica
analisaremos sua base e perspectiva.
BASE TEÓRICA
As fronteiras no ensino se esbarram principalmente na construção do espaço, do
território, da identidade. A antropologia nasceu com caráter de compreender as
sociedades e diante dos questionamentos sociológicos vigentes, as fronteiras
interdisciplinares são visíveis no modo como cada uma das áreas analisa seu objeto de
estudo.
Eu tenho uma visão diferente. Penso que a Antropologia tem um papel
importante em diversos cursos e carreiras. É parte integrante da formação em
Ciências Sociais, mas tem um papel importante e ás vezes essencial em
outras carreiras, tais como Serviço Social, Arquitetura, algumas áreas da
saúde, Educação Física, Jornalismo, Psicologia – papel esse que não é
exatamente o de ensinar a fazer pesquisa em Antropologia. O papel da
Antropologia nesses cursos é apresentar um outro modo de pensar os
problemas que são próprios dessas carreiras, e oferecer informações sobre a
diversidade cultural no Brasil, especialmente no que diz respeito às classes
sociais, à questão da pobreza e da violência, entre outras. (DURHAM, 2006,
pág. 207)
Observamos que a interdisciplinaridade nas ciências sociais aparece na formação
e aplicação dos conhecimentos acadêmicos em campo. Com base em uma análise
antropológica faremos uma abordagem do trabalho do antropólogo. Geertz, em A
Interpretação das Culturas, abriu um novo olhar para a antropologia onde as
interpretações feitas pelo antropólogo, perpassa por signos, símbolos que em sua
descrição devem ser analisadas com um olhar para os campos do saber das ciências
sociais.
O MÉTODO
O método deve quebrar as fronteiras entre antropólogo e seu objeto de estudo e
trazer uma visão ampla sobre como a sociologia e a política, podem complementar os
estudos antropológicos e fazer com que as etnografias se complementem. A
antropologia no Brasil fortemente influenciada pela etnologia pode primeiramente
buscar com a criação dos cursos de pós-graduação, uma visão ampla sobre o trabalho do
antropólogo. Darcy Ribeiro, Roberto da Matta, Gilberto Velho, entre outros
profissionais abriram as portas para uma antropologia brasileira que se institucionalizou
e que nos últimos anos se internacionalizou.
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Refletindo sobre essas questões Peirano questiona em seu texto:
Mas se, então, a antropologia se define por alguma noção de alteridade (sem
a qual a disciplina não se reconhece a si própria) e, mais, se no Brasil
abordagens antropológicas e sociológicas são percebidas como distintas, fica
a questão: onde se aninha a diferença no Brasil? (PEIRANO, 2000)
O método e sua aplicação nas pesquisas brasileiras levantam um questionamento
sobre como as aplicações em campo têm sido relevantes para o país. Analisando
Feldman – Bianco esse contato com as pesquisas antropológicas de outros países podem
fortalecer os estudos antropológicos e pode - se considerar essa interdisciplinaridade
entre as disciplinas.
O Brasil continua sendo um laboratório de pesquisas, mas as relações
mudaram, e a antropologia brasileira galgou espaços internacionais mais
horizontais. Pela ação pioneira da ABA, que resultou na criação do World
Council of Anthropological Associations, as antigas relações com a
antropologia francesa, inglesa e norte-americana foram redefinidas e novos
diálogos institucionais e acadêmicos foram iniciados com antropologias de
outros continentes. Como corolário, temos estimulado, nesta gestão, a prática
de diálogos críticos globais. (FELDMAN – BIANCO, 2013)
A internacionalização da antropologia é uma característica que a autora Feldman
– Bianco aponta como uma mudança para romper com as fronteiras entre as disciplinas,
buscar essa internacionalização, publicar em outras línguas quebra os paradigmas nas
ciências sociais e faz que haja um crescimento entre as áreas, ocorrendo o
reconhecimento. O método é totalmente influenciado por essa internacionalização.
METODOLOGIA
Através de análise bibliográfica e levantamento de dados procurou – se analisar
as fronteiras interdisciplinares existentes entre as três áreas das ciências sociais.
CONCLUSÃO
A antropologia é uma área aberta para os saberes. Com a internacionalização das
ciências sociais, principalmente no campo antropológico, podemos observar que o
método, ou seja, o trabalho de campo mudou seu foco em relação ás outras disciplinas.
As fronteiras disciplinares existentes em relação ao método de pesquisa antropológico
nos remete á uma compreensão de que não há ciências sociais sem essa ligação das três
áreas abordadas. Sociologia, Ciência Política e Antropologia.
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Todo antropólogo está, portanto, constantemente reinventando a
antropologia; cada pesquisador, repensando a disciplina. E isto desde sempre:
de Malinowski encontrando o kula entre os trobriandeses; Evans-Pritchard, a
bruxaria entre os azande; Florestan, revendo a guerra tupinambá nos
arquivos. Antropólogos hoje, assim como nossos antecessores, sempre
tivemos/temos que conceber novas maneiras de pesquisar – o que alguns
gostam de nominar "novos métodos etnográficos". Métodos (etnográficos)
podem e serão sempre novos, mas sua natureza, derivada de quem e do que
se deseja examinar, é antiga. Somos todos inventores, inovadores. A
antropologia é resultado de uma permanente recombinação intelectual.
(PEIRANO, 2014, pág. 5)
O método etnográfico e sua aplicação em campo depende também de uma
análise completa do grupo de estudo, enriquecendo assim, a pesquisa. O método
etnográfico na antropologia com a interdisciplinaridade entre as áreas do saber nas
ciências sociais deve encontrar junto com a internacionalização quebrar as fronteiras
entre si e fazer das ciências sociais no Brasil um campo amplo para a pesquisa.
REFERÊNCIAS
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maio, 1973. *Esta pesquisa é parte de minha tese de doutorado "Identidade profissional
e mercado de trabalho dos cientistas sociais", defendida no IFCH/Unicamp em maio de
1993. Contei com o apoio da FAPESP, do CNPq e da Fulbright Commission por meio
dos respectivos programas de bolsas de doutoramento. Recebi também dotações para
pesquisa provenientes dos recursos do INEP/MEC, do NPP/FGV e da Fundação
Ford/Anpocs. Agradeço à ASESP a gentileza de colocar seu arquivo de dados à
disposição deste estudo.
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¹E.
Bariani
&
J.A.
Segatto
–
http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=1149
Outubro,
2009
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