Confira aqui os resumos.

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APRESENTAÇÃO
A Universidade Severino Sombra ao longo dos anos vem apresentando um histórico de vários acontecimentos e, dentre eles, a Jornada Severino Sombra – evento esse patrocinado pela Pró – Reitoria de Extensão,
que a 11 anos faz história enriquecendo nossa academia. Anteriormente denominada Semana Severino Sombra,
sendo criada pela presidência da FUSVE em homenagem ao seu fundador e primeiro Reitor da Universidade
Prof. Severino Sombra de Albuquerque, logo após seu falecimento, com objetivo de enaltecer a memória, obra
e patrimônio deixado para o público que aqui vem buscar o conhecimento e a realização de um sonho, a partir
de 2011, passa a ser denominada Jornada Severino Sombra, devido à importância acadêmica do evento, sendo
marcada por várias atividades que visam o aculturamento, integração e exposição das atividades realizadas na
academia, no Colégio de Aplicação e na comunidade em geral.
No período de 25 de Maio a 8 de Junho de 2015, aconteceu dentro do espaço da Universidade a V Jornada Severino Sombra, intitulada: “INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA”, quando foram realizadas várias atividades, entre elas a submissão e apresentação
de resumos em forma de Pôster, que após a apresentação vem agora ser demonstrada em forma de publicação.
Agradecemos aos senhores gestores, corpo docente, discente, Administrativo e comunidade pelo pronto atendimento as nossas solicitações, o que garante todos os anos o sucesso da Jornada Severino Sombra.
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E HUMANAS
Reflexões sobre o processo de cuidar do paciente com Alzheimer
Lorrayny Bello da Silva¹, Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O Alzheimer é uma doença do cérebo que afeta a memória e em consequência influencia na qualidade de vida,
sobretudo, na família do paciente em questão. O estudo tem por objetivo refletir como a doença Alzheimer pode
interferir na qualidade de vida dos cuidadores. A Metodologia que auxilia é a abordagem qualitativa, a partir de estudo
reflexivo, com análise documental. O estudo é parte integrante de um trabalho sobre Alzheimer, desenvolvido durante
o curso de Enfermagem. Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva na análise de artigos e documentos publicados
sobre Alzheimer, Demência e Cuidadores. Para análise dos dados recorreremos ao referencial teórico na Análise do
Conteúdo de Bardin. Buscamos subsídios para auxiliar na análise sobre o cuidado prestado ao portador de Alzheimer.
Palavras-Chave: Enfermagem. Demência Mental. Alzheimer. Cuidador.
Introdução
O aumento da expectativa de vida, seja pelo
processo de urbanização, pelo avanço tecnológico ou
medicinal levou a uma grande incidência de idosos,
que na sua maioria são acometidos por doença crônicodegenerativas que afeta o sistema cognitivo e causa
incapacidade e dependência, como o Alzheimer (Freitas
et al, 2008; Fonseca e Soares 2007).
De acordo com Oliveira (2005) a causa mais
comum da demência é a doença de Alzheimer, que pode
ter vária causas, como: idade, sexo, fatores genéticos,
hereditários, traumatismos cranianos, dentre outros
fatores.
A doença de Alzheimer afeta mais as mulheres do
que os homens. À medida que a doença avança, surge
a demanda por cuidadores especiais, função importante
desempenhada para aqueles que acompanharão o sujeito
acometido pelo Alzheimer. Estudos apontam que grande
parte dos cuidados com os pacientes com a doença
Alzheimer são providos pela família (Haley, 1997).
Sobre o conceito de cuidador, apesar de ser
discutido, ainda há muito que avançar sobre sua
definição, há interferências nas pesquisas sobre o próprio
ato de cuidar. De acordo com Garrido e Almeida (1999)
o cuidador é definido como o principal responsável
por prover ou ordenar os recursos requeridos ou
demandados por paciente. Gerando portanto, um outro
fator importante causado pela demência do paciente,
que diz respeito a sobrecarga dos cuidadores de doença
de Alzheimer (Grafstrom et al, 1992; Taub et al, 2004).
De acordo com essas premissas, cabe referir
que a sobrecarga física e psíquica que são expostos os
cuidadores de pacientes com diagnóstico de demência,
a qualidade de vida, tanto do portador de doença
Material e Métodos
A Metodologia que auxilia é a abordagem
qualitativa, a partir de estudo reflexivo, com análise
documental. O estudo é parte integrante de um trabalho
sobre Alzheimer, desenvolvido durante o curso de
Enfermagem. Utilizamos uma perspectiva crítica e
reflexiva na análise de artigos e documentos publicados
sobre Alzheimer, Demência e Cuidadores.
Resultados e Discussão
As consequências mais comuns do impacto de
cuidar de um portador de demência são os problemas
sociais, piora da saúde física e psíquica, preditores para
a institucionalização do sujeito que apresenta demência,
mesmo nos estágios iniciais. Nesse sentido o cuidador
desempenha um papel essencial na vida diária dos
portadores da doença de Alzheimer, se envolvendo
praticamente em todos os aspectos dos cuidados e
assumindo responsabilidades adicionais de maneira
crescente (Engelhardt, Dourado e Lacks, 2005).
A medida que a doença vai avançando o cuidador,
além de se envolver em atividade de vida diária como
administrar finanças e medicamentos, tem aumentada,
consequentemente, suas responsabilidades básicas,
como tarefa de cuidado pessoal de higiene, banho e
1. Universidade Severino Sombra, Acadêmica do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
4
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
de Alzheimer e, sobretudo, no cuidador, podem ser
comprometidas. Indaga-se: quais são as dificuldades
enfrentadas pelo cuidador familiar mediante o paciente
com Alzheimer, uma vez que há incapacidade de o doente
cuidar de si? O cuidador se encontra preparado técnica
e psicologicamente para dedicar sua vida ao cuidado do
portador de doença de Alzheimer? Assim, objetivamos
com o estudo refletir em como a doença Alzheimer pode
interferir na qualidade de vida dos cuidadores.
alimentação (Haley, 1997).
Algumas questões ainda estão sendo analisadas
como: em que a doença de Alzheimer pode influenciar
em relação a qualidade de vida dos cuidadores? Ações
desenvolvidas pelo enfermeiro podem melhorar a
qualidade de vida dos cuidadores?
Neurology,48(5),1997.
OLIVEIRA J.H.B. Psicologia do Envelhecimento e do idoso. Porto: Legis,
2005.
TAUB A., ANDREOLI, S.B. & BERTOLUCCI, P.H. Dementia caregiver
burden: Reliability of the Brazilian version of the Zarit caregiver burden
interview, 2004.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
O estudo buscou refletir como a doença Alzheimer
pode interferir na qualidade de vida dos cuidadores.
Compreendemos que a qualidade de vida tanto de
pacientes quanto dos cuidadores, é determinante para
a avaliação da saúde, tanto na perspectiva social quanto
individual com nos casos das doenças degenerativas, já
que a eficácia do tratamento reflete na qualidade de vida
dos anos vividos.
Em síntese, ações de promoção da saúde devem
ser desenvolvidas por profissionais de Enfermagem,
levando-se em consideração a qualidade de vida de todos
os sujeitos envolvidos, uma vez que estes profissionais
estão engajados no processo de prevenção e promoção
de saúde. A Enfermagem tem um importante papel
neste processo no que diz respeito, principalmente,
à assistência ao paciente e a família do portador de
Alzheimer. Assim, será possível a identificação de
problemas no processo de cuidados e sugerir soluções, a
partir da atuação do enfermeiro junto à família, enquanto
facilitadores de todo o processo do cuidar.
Como a atenção dos cuidadores é dirigida ao
sujeito fragilizado em função da doença, os cuidadores/
profissionais apresentam também sofrimentos. O estudo
aponta alguns elementos presentes no processo de cuidar
que precisam ser enfrentados. Buscaremos discutir mais
detidamente a temática e apontar algumas necessidades
para realização de novas investigações sobre a doença
de Alzheimer.
Referências
ENGELHARDT, E.; DOURADO, M.; LACKS, J. A doença de Alzheimer
e o impacto nos cuidadores. Revista brasileira de Neurologia, 14(2): 5-11,
2005.
FONSECA, A.M; SOARES, E. Interdisciplinaridade em grupos de apoio a
família e cuidadores do portador da doença de Alzheimer. Rev. Saúde. Com.
V.3, n.1, p. 3-11, RJ, 2007.
FREITAS I.C., PAULA K.C.C., SOARES A.C.M.P., PARENTE, A.C.M.
Convivendo com o portador de Alzheimer: perspectivas do familiar cuidador.
Rev Bras Enferm. 61(4): 508-13, 2008.
GARRIDO, R.; ALMEIDA, O.P. Distúbios de comportamento em pacientes
com demência: impacto na vida do cuidador. Arquivos de neuropsiquiatria,
57 (2B), 427-434, 1999.
GRAFSTROM, M.; FRATIGLIONI, L.; SANDMAN, P.O.; WINBLAD, B.
Health and social consequences for relatives of demented and non-demented
elderly: a population study. Jounal Clinical of Epidemiology, 45(8), 861-870,
1992.
HALEY, W. The family caregiver’s role in Alzheimer’s disease.
5
Saúde Ambiental – dilema dos resíduos
Caroline de Oliveira Correia¹, Matheus Fernandes de Siqueira Figueira², Lorene Ferreira de Figueiredo¹,
Anna Clara Coelho de Sousa², Helena Marinho Kelzer Yacoub², Marilei de Melo Tavares e Souza³
Resumo
O estudo tem por objetivo refletir sobre um tema extremamente relevante, pautado na relação do homem
com a produção de resíduos, especialmente naqueles produzidos nas residências. Trata-se inicialmente de
um estudo reflexivo sobre importância das ações em saúde na prevenção dos agravos à saúde da população.
Compreende-se que a prevenção de doenças está relacionada ao desenvolvendo de diversas atividades educativas
desenvolvidas na área da saúde ambiental, que utilizam diferentes métodos para realizar o controle das doenças
mais prevalentes entre a população. Pretendemos como o estudo refletir sobre a consciência ambiental com
jovens estudantes visando promoção da saúde. Em síntese, entendemos que a direção para solucionar esse dilema
é investir em atividades educativas visando prevenção e combate no controle das doenças junto a população.
Introdução
principal consequência, o lançamento destes resíduos a
céu aberto. Essa atitude aumenta o risco de contato e
de contaminação tanto da população próxima, ao solo,
bem como às pessoas que sobrevivem dos lixões, o que
as tornam mais vulneráveis ainda, por viverem do que
encontram nos lixões que estão expostas e suscetíveis a
contrair doenças, como tétano, hepatite e AIDS (SNIS,
2010).
Levando-se em consideração o exposto acima,
o estudo tem por objetivo refletir sobre um tema
extremamente relevante, pautado na relação do homem
com a produção de resíduos, especialmente naqueles
produzidos nas residências.
Seres humanos produzem uma enorme e
diversificada quantidade de resíduos conhecidos como
lixo. Contudo, o lixo muitas vezes, tem sido descartado
em qualquer lugar, causando danos ao ambiente e à
saúde da população. O lixo, gerado nas residências
podem apresentar resíduos tão infectantes quanto alguns
resíduos produzidos no sistema de saúde. Isso ocorre
porque o lixo pode conter em sua composição materiais
prejudiciais à saúde humana, como medicamentos
vencidos ou produtos perfurocortantes, como o
barbeador, vidros quebrados, utensílios fragmentados,
sobras de remédios e seringas, substâncias infectantes,
alimentos vencidos, pilhas, baterias, entre outros.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), o lixo pode ser classificado em
cinco grupos distintos: A, B, C, D ou E. Grupo A,
resíduos que possuem agentes biológicos ou substâncias
infectantes. Grupo B, aqueles que apresentam risco
potencial à saúde pública, devido a sua composição
química. Grupos C e D rejeitos radioativos e comuns.
E grupo E, os resíduos perfurocortantes, como agulhas,
seringas e brocas (ANVISA, 2004).
No Brasil, os resíduos produzidos nas residências
têm gerado debates por ser um problema de saúde
coletiva, principalmente pela forma de descarte e
coleta do resíduo lixo, sem preocupação com a devida
orientação sobre a maneira correta de descarte e o
destino. Atualmente, o resíduo domiciliar é descartado
em aterro sanitário sem nenhum controle. Em geral, nas
residências, os moradores pouco sabem o que fazer com
o resíduo, muitas vezes nem percebem o risco ambiental
(BRASIL, 2006).
Falta de informação pode também gerar, como
Material e Métodos
Busca-se, a partir de uma estratégia educativa,
informar adolescentes a respeito de questões sobre
resíduo domiciliar. Inicialmente, realizou-se uma
busca exploratória bibliográfica parcial, de produções
cientificas sobre resíduos, contaminação, legislação,
saúde coletiva, saúde ambiental.
A estratégia inclui uma atividade elaborada e
ministrada por alunos do Programa Jovens Talentos
e do Programa Institucional Iniciação Científica,
Tecnológica e Inovação Júnior, direcionado a
adolescentes atendidos na Atenção Básica de Saúde de
Vassouras, com orientação adequada sobre riscos no
descarte de resíduo domiciliar. Inclui uma atividade
em grupo sobre saúde ambiental e resíduos, para se
discutir os principais dilemas relacionados ao descarte
de resíduo domiciliar. Para tanto, busca-se levantar
alguns questionamentos como: que cuidados jovens
estudantes tem com sua saúde? Que conhecimentos têm
sobre descarte adequado de resíduo domiciliar visando
1. Universidade Severino Sombra, Pré-Iniciação Científica - Jovens Talentos para a Ciência, FAPERJ.
2. Universidade Severino Sombra, Programa Institucional Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação Júnior, PICTI-JR.
3. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem (Orientadora), Vassouras-RJ, Brasil.
6
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Ambiente. Saúde Coletiva. Resíduo Domiciliar. Risco. Contaminação.
prevenção de doenças? A atividade tem como meta
sensibilizar, informar e, sobretudo, promover saúde,
para que os jovens percebam a importância de cuidar
de sua saúde, com autonomia e responsabilidade; uma
discussão com os estudantes sobre as consequências da
falta de informação sobre prevenção de doenças a partir
de orientações sobre o descarte adequado de resíduos e
saúde ambiental.
Resultados
Espera-se com os resultados do estudo, após o
desenvolvimento da atividade direcionada aos jovens
estudantes, contribuir com a saúde ambiental e saúde
coletiva voltadas a orientações adequadas para descarte
de resíduo domiciliar.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Buscamos com o estudo refletir sobre um tema
extremamente relevante, pautado na relação do homem
com a produção de resíduos, especialmente naqueles
produzidos nas residências. Compreendemos que
a direção para solucionar esse dilema é investir em
atividades educativas, bem como ações na área de saúde
ambiental, voltados para jovens, visando prevenção e
combate no controle das doenças junto a população.
Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 306, DE
7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ministério da Saúde.
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Reunião
realizada em 6 de dezembro de 2004. Disponível em: http://portal.anvisa.
gov.br
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério
da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério
da Saúde, 2006. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/manual_gerenciamento_residuos.pdf
GOUVEIA, N. Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde
ambiental.
Saúde e Sociedade, v.8, n.1, p.49-61, 1999.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico, 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.
INPEV. Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias.
Disponível em: <http://www.inpev.org.br/>. Acesso em: 30 mar. 2015.
INSTITUTO PÓLIS. Dimensões de gênero no manejo de resíduos domésticos
em áreas urbanas e peri urbanas. Relatório FASE 1 – diagnóstico rápido, lixo
e resíduos na cidade de São Paulo. São Paulo: Instituto Pólis, 2009.
JACOBI, Pedro Roberto, BESEN, Gina Rizpah. Gestão de resíduos sólidos
em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estudos Avançados, 25 (71),
2011.
SNIS. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Programa de
moderniza-ção do setor de saneamento: diagnóstico da gestão e manejo
de resíduos sólidos urbanos – 2008. Brasília: MCidades, SNSA, 2010.
7
Reflexões sobre o Cuidado Paliativo
Luã Gianine Moreira³, Eliara Adelino Silva², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida. O estudo tem por objetivo refletir
sobre os cuidados paliativos prestado ao paciente e sua família e quais os dilemas vividos pelo profissional de enfermagem
na prestação dos cuidados. Estudo reflexivo a partir de análise documental, com abordagem qualitativa. Para análise dos
dados recorreremos ao referencial teórico na Análise do Conteúdo de Bardin. Entendemos que os cuidados paliativos
frente a doença que ameace a vida, auxilia no alívio do sofrimento, tratamento de dor e demais sintomas biopsicossociais.
Palavras-Chave: Enfermagem. Cuidados Paliativos. Família. Saúde do Adulto e Idoso.
Introdução
cuidados requeridos pelo paciente, evidenciando para o
enfermeiro a necessidade da escuta de seu sofrimento e
disposição para o aprendizado no lidar com o problema.
Assim sendo, as ações de enfermagem têm como objetivo
ajudar a família a descobrir suas próprias soluções para
os problemas, proporcionando suporte às necessidades
apresentadas por esta clientela especifica.
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), cuidados paliativos consistem na assistência
promovida por uma equipe multidisciplinar que
objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente
e seus familiares, diante de uma doença que ameace a
vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da
identificação precoce, avaliação impecável e tratamento
de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e
espirituais (BRASIL, 2002).
O estudo tem por objetivo refletir sobre os cuidados
paliativos prestado ao paciente e sua família e quais os
dilemas vividos pelo profissional de enfermagem na
prestação dos cuidados.
BRASIL, Ministério da Saúde.
Maria da Gloria dos Santos Nunes; Benedita Maria Rêgo Deusdará
Rodrigues. Tratamento Paliativo: Perspectiva Da Família. Rev. Enferm. Uerj,
20(3): 338-43, jul/set, 2012. Disponível em:<http://www.e-publicacoes.uerj.
br/index.php/enfermagemuerj/article/view/3312/2880>Acesso em 06 março
2015
Material e Métodos
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva
na análise de artigos e documentos publicados
sobre cuidados paliativos, saúde do adulto e Idoso e
cuidadores.
Resultados e Discussão
No momento não apresenta resultados e discussão
por ser uma prévia do artigo.
Conclusão
O estudo buscou refletir como o cuidado paliativo
pode interferir na qualidade de vida dos cuidadores. É
possível compreender que a inserção do familiar durante
todo o processo de tratamento é fundamental para os
3. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
8
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Referências
Gengivectomia estética
Adriane Richa, Ágatha Carvalho da Silva, Hanna Aragão Viana, Ana Paula Grimião Queiroz, Caio Soares, Elisa
Soares, Felipe Brando, Marina Rodrigues, Nilton Oliveira Junior
Resumo
No presente trabalho a paciente em questão apresentava condição bucal satisfatória, relação desarmônica entre
o comprimento dos dentes, estatura da paciente (longilínea) e exposição gengival excessiva. A paciente foi
submetida a radiografias periapicais que mostravam diferença média de 2mm entre o comprimento das coroas
clínicas e das coroas anatômicas dos dentes anteriores superiores. Após avaliação foi sugerido a paciente a cirurgia
de gengivectomia com finalidade estética na respectiva região. Após a cirurgia, os dentes, além de mais longos,
trouxeram maior harmonia ao sorriso da paciente, que mostrou satisfação com o resultado estético obtido.
Introdução
condição bucal satisfatória, relação desarmônica
entre o comprimento dos dentes, estatura da paciente
(longilínea) e exposição gengival excessiva. A paciente
foi submetida a radiografias periapicais que mostravam
diferença média de 2mm entre o comprimento das
coroas clínicas e das coroas anatômicas dos dentes
anteriores superiores.
Sugeriu-se à paciente a cirurgia de gengivectomia
com finalidade estética na respectiva região. Sob
anestesia local infiltrativa e papilar foi realizada
determinação dos pontos sangrantes com sonda
milimetrada de Goldman Fox. Com o cabo de bisturi
n.º 3 e lâmina 15C foi feita a incisão primária linear
a bisel externo, depois incisão intrassucular, excisão
do tecido com Cureta MC Call e para finalizar foi
feita a gengivoplastia com alicate Goldman Fox para
uma melhor anatomia da margem gengival. Após
compressão da área com gaze umedecida em soro
fisiológico estéril por cinco minutos para hemostasia,
foi colocado cimento cirúrgico Periobond cobrindo a
ferida (que foi retirado após sete dias). A paciente foi
orientada a tomar analgésico, em caso de dor, e a fazer
compressas geladas no dia da intervenção.
A gengivectomia é uma cirurgia que otimiza
a estética dental que envolve a remoção da gengiva
para deixar os dentes com uma aparência maior e a
linha da gengiva proporcional. Uma linha da gengiva
desproporcional pode fazer com que os dentes tenham
tamanhos diferentes, o que não deixa o sorriso com uma
aparência muito atraente.¹
A exposição excessiva da gengiva durante o
sorriso, conhecida por sorriso gengival, pode resultar
em problemas estéticos. Pacientes com dentes curtos
parecem não gostar do seu sorriso e necessitam de
aumento de coroa clínica. O planejamento da técnica
cirúrgica para posicionar a margem gengival mais
apicalmente, sem expor a superfície radicular, baseiase na quantidade de gengiva queratinizada e na relação
da junção cemento-esmalte com a margem gengival e
com a crista óssea alveolar. A criação do arranjo dental
deve estar em harmonia com a gengiva, lábios e o rosto
do paciente; e a formulação de dentes, é fundamental
para que haja o diagnóstico e o planejamento integrado
das causas que alteram o sorriso, bem como o
desenvolvimento de técnicas restauradoras adequadas
à devolução da harmonia bucal. Esses conceitos são
muito importantes na indicação e realização da cirurgia
periodontal ressectiva com finalidade de aumento de
coroa clínica para a estética.²
Resultado
Após a cirurgia, os dentes, além de mais longos,
trouxeram maior harmonia ao sorriso da paciente, que
mostrou satisfação com o resultado estético obtido.
Relato de caso
Conclusão
Paciente branca estudante de Odontologia da
USS, gênero feminino, 24 anos de idade, compareceu à
clínica odontologia para avaliação, com queixa principal
de achar seus dentes pequenos. A paciente apresentava
A gengivectomia é um procedimento cirúrgico,
mas de fácil execução com pós-operatório indolor e
resultado estético satisfatório em casos de sorrisos
Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
9
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Gengivectomia. Cirurgia. Paciente.
gengivais.
Referência
1. http://www.dentemergencia.com.br/ver_materias.asp?materia=1478
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
2. Pedron I.G , Utumi E.R ,Tancredi A.R.C , Perrella A , Perez F.E.G,Sorriso
gengival: cirurgia ressectiva coadjuvante à estética dental , .Odonto
2010;18(35):87-95
10
A Saúde Ambiental no âmbito da Saúde Coletiva
Thiago Pontes de Oliveira César4, Paulo César Rodrigues Cassino², Marilei de Melo Tavares e Souza³
Resumo
O estudo tem por objetivo refletir sobre a saúde coletiva, com a finalidade de identificar como vem se constituindo as
questões ambientais e sua influência na prevenção de agravos a saúde da população. Trata-se de um estudo reflexivo sobre
importância das ações dos profissionais de saúde coletiva na prevenção dos agravos à saúde da população. Compreendese que a prevenção de doenças está relacionada ao desenvolvendo diversas atividades educativas desenvolvidas por
profissionais de saúde coletiva que atuam na Atenção Básica, que utilizam diferentes métodos para realizar o controle das
doenças mais prevalentes entre a população. Pretendemos como o estudo refletir sobre a saúde ambiental a partir da Saúde
Coletiva visando promoção da saúde. Em síntese, atividades educativas além de se utilizarem de diferentes métodos
para realizar controle das doenças mais prevalentes, é passo fundamental para novas abordagens interventivas na área.
Introdução
ambiental, atenção básica de saúde e saúde coletiva.
Muito embora alguns aspectos da saúde pública
estejam relacionados a um conceito moderno, suas raízes
remontam às civilizações antigas. Desde os primórdios
da civilização humana, reconheceu-se que a doença
podia ser ocasionada pela água contaminada e pela
propagação de vetores devido ao descarte inadequado
de resíduos (Gidey,Taju e Hagos, 2005).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define
como saúde ambiental os agravos causados à saúde
decorrente da interação do homem com o meio ambiente
físico, natural. Contudo, existe ainda a possibilidade de
se conferir à relação entre saúde e ambiente caráter
apenas ecológico, deixando à parte outros aspectos
importantes no processo (Gouveia,1999).
No âmbito do SUS, as ações de promoção
da saúde devem ser implementadas levando-se em
consideração o ambiente onde as pessoas residem e
trabalham. Assim, para que os riscos ambientais sejam
tratados como um problema para a saúde, o ambiente
deve ser internalizado à política, ao diagnóstico, ao
planejamento e às ações de saúde.
Levando-se em consideração essas premissas e
ciente da importância social das ações dos profissionais
de saúde coletiva na prevenção dos agravos à saúde da
população, o estudo visa refletir sobre a saúde coletiva,
com a finalidade de identificar como vem se constituindo
as questões ambientais e sua influência na prevenção de
agravos a saúde da população.
Resultados e Discussão
Apresentam-se breves definições sobre questões
ambientais relacionadas à atenção básica de saúde,
contudo, recomendam-se novas investigações destinadas
a avaliar, mais detidamente, de forma exploratória, a
temática em questão.
O termo Saúde Coletiva passou a ser utilizado
no Brasil, em 1979, fundado com orientação teórica,
metodológica e política que privilegiava o social por um
grupo de profissionais da saúde pública e da medicina
preventiva e social (Campos, 2000).
Campo de práticas teóricas e de intervenções
concretas na realidade, tendo por objeto o processo
saúde-doença nas coletividades. Com a função de
produção de conhecimento e tecnologias sobre a
doença e seus determinantes, integrando as dimensões
biológicas, ecológicas, social, psíquica; bem como
intervenção concreta na coletividade, no indivíduo e no
contexto. A Saúde Coletiva traz um novo enfoque para
o processo saúde-doença, transformação permanente, e
de acordo com Tambellini & Câmara (1998) a ação se
dá em um meio dinâmico, transformável.
Questões ambientais são um problema de saúde,
já que a busca pelo desenvolvimento econômico na
maioria das vezes não é acompanhada pela devida
preocupação com o meio ambiente. Muitas vezes os “[...]
seres humanos são responsáveis pelos danos causados à
natureza, por isso se torna necessária a reflexão acerca
do bem-estar ecológico e humano” (Bezerra et al, 2010,
p. 849).
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
Material e Métodos
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva na
análise de artigos e documentos publicados sobre saúde
4. Universidade Severino Sombra, Mestrando em Ciências Ambientais, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Mestrado em Ciências Ambientais, Vassouras-RJ, Brasil.
3. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
11
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Saúde Coletiva. Ambiente. Atenção Básica.
fatores de riscos, que podem contribuir ou determinar
repercussões negativas sobre a saúde.
Muito embora tenha havido desenvolvimento
de cidades, importante para elevar o padrão de vida
dos indivíduos e, consequentemente, o aumento na
expectativa de vida, devido às melhores condições de
vida e saúde. Quadro esse que vem se revertendo devido
à degradação do ambiente urbano, aumento da pobreza,
introdução de novas ameaças à saúde e o ressurgimento
de males antigos, considerados sob controle.
Desta forma, a crescente escassez de água, o
crescimento populacional e as alterações demográficas e
urbanísticas tendem a afetar o fornecimento de água e a
capacidade dos sistemas e serviços de saneamento. Não
há dúvida da necessidade de adequação da infraestrutura
atuais e elaboração de projetos para modernização dos
sistemas e serviços existentes.
Em síntese, a relação saúde/doença e ambiente,
é uma questão complexa, mas que requer ações dos
profissionais de saúde coletiva na prevenção dos agravos
à saúde da população. Desenvolver diversas atividades
educativas, além de se utilizarem de diferentes métodos
para realizar o controle das doenças mais prevalentes, se
atentando para as multicausalidades e contextualização
de questões socioambientais e culturais essenciais para
o entendimento e formulação de estratégias é passo
fundamental para novas abordagens interventivas na
área.
Referências
BESERRA, EP; ALVES, MDS; PINHEIRO, PNC. Educação ambiental e
enfermagem: uma integração necessária. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 63, n.
5, p. 848-52, set./out., 2010.
BRASIL. MS. Política Nacional de atenção integral à saúde. Princípios e
diretrizes. Brasília: MS, 2011.
CAMPOS, GWS. Saúde pública e saúde coletiva: Campo e núcleo de saberes
e práticas. Sociedade e Cultura, v. 3, n. 1 e 2. 2000, p. 51-74
GIDEY, G; TAJU, S; HAGOS, A. Introduction to public health. Ethiopia:
Mekelle University, 2005.
GOUVEIA, N. Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde
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de desenvolvimento do campo da saúde coletiva: aspectos históricos,
conceituais e metodológicos. Ciência & Saúde Coletiva 1998;3(2):47-59.
Conclusão
Estudar a saúde coletiva, com a finalidade de
identificar como vem se constituindo as questões
ambientais e sua influência na prevenção de agravos a
saúde da população, é passo fundamental para identificar
12
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
ressalta que a Atenção Básica caracteriza-se por um
conjunto de ações de saúde no âmbito individual e
coletivo que abrangem a promoção e proteção da
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde (BRASIL, 2011).
Uma questão ambiental importante que produz
efeito sobre a coletividade e que têm sido motivo
de preocupação entre os pesquisadores da área é o
saneamento e água potável, como expresso no relatório:
“Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013”,
editado pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
advertindo que em 2015 cerca de 2,4 bilhões de pessoas
ainda terão que conviver sem saneamento básico.
Acesso à água potável é um componente crítico para
a saúde humana, o desenvolvimento socioeconômico
e bem-estar individual. Conforme a OMS a qualidade
da água potável é um poderoso determinante de saúde
ambiental. A garantia da segurança da água potável é a
base para a prevenção e controle de doenças transmitidas
pela água, tais como a diarreia, cólera, disenteria, febre
tifoide entre outras (WHO, 2013).
Embora, globalmente, tenha havido grande
progresso em relação ao aumento do acesso a fontes
melhoradas de água potável. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS) pessoas no
mundo inteiro ainda não usufruem de saneamento
adequado, onde fazer necessidades a céu aberto, com
grande incidência entre as comunidades de áreas rurais
ainda é uma realidade.
Para promover a prevenção de doenças entre
a população, os profissionais de saúde coletiva que
atuam na Atenção Básica, buscam ao longo do tempo,
desenvolver atividades educacionais com diferentes
métodos para realizar o controle das doenças mais
prevalentes entre a população. O que nos leva a refletir
se os profissionais da saúde possuem uma concepção de
ambiente como espaço de interação na atenção básica?
Tem clareza acerca dos impactos da atual problemática
ambiental e suas consequências na saúde das pessoas?
Como tem lidado com as demandas ambientais na sua
prática profissional? Ao mesmo passo é indispensável
ainda refletir perguntas condutoras, igualmente comuns,
como: qual a percepção e o conhecimento que os sujeitos
expostos têm sobre os problemas de saúde coletiva que
se apresentam? Que ações podem ser implementadas
pelo profissional da saúde coletiva para que ocorram
mudanças de curto, médio e longo prazos como medidas
de prevenção?
Prótese parcial removível não convencional - PPR flex – uma
alternativa para edêntulos parciais
Ana Paula Clementino de Oliveira, Oswaldo Luiz Cecílio Barbosa, Carla Cristina Neves Barbosa
Resumo
Os pacientes edêntulos parciais podem ser reabilitados de diversas formas, dentre elas podemos citar as próteses
fixas, as próteses removíveis e as próteses implantossuportadas. Porém algumas limitações podem interferir na
escolha de um sistema. Em decorrência disso a PPR torna-se o tratamento de eleição mesmo apresentando algumas
desvantagens. Entretanto, algumas evoluções em sua confecção, como desenho da estrutura, mudança do eixo de
inserção, qualidade dos dentes utilizados e o material para sua confecção vieram para melhorar a adaptação do
paciente com a prótese. Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre o que de mais atual
há nos tipos de PPRs não convencionais, assim como suas vantagens, desvantagens, indicações e contraindicações.
Introdução
do paciente.
Dentre as vantagens da PPRnc estão estética
e satisfação; estética gengival: a resina flexível é
translúcida, o que permite a mistura de sua cor com à da
gengiva do paciente; resistência: devido a sua estrutura
flexível a fratura dos componentes ocorre com dificuldade
e persiste aos inúmeros ciclos de inserção e remoção,
sem perder a capacidade retentiva e são mais leves que
as PPR convencionais; cicatrização: sua característica
resiliente diminui a concentração de forças no rebordo,
favorecendo a regeneração e a remodelação óssea pósexodontia e cirurgia de implantes, quando comparada à
PPRc provisória; ausência de monômeros: diminuindo
a toxidade e as reações alérgicas; menor sorção de
água: apresentam menor sorção de água que as resinas
convencionais e a adição de nylon na sua estrutura
molecular, confere ao material característica mais
higiênica, menor acúmulo de placa e movimentação mais
suave dos tecidos bucais3,4,5,6,7.
Com isso, o uso das resinas flexíveis para confecção
de PPRnc apresenta grande utilidade em casos em que há
comprometimento estético, próteses confeccionadas para
uso imediato temporário, pacientes com dificuldade de
abertura de boca ou com disfunção motora8.
Sendo assim, sugere-se que mais estudos possam
ser realizados com planejamento antecipado e análise das
vantagens e desvantagens que são peculiares à cada caso
no intuito de auxiliar cirurgiões-dentistas a utilizarem um
material eficaz e seguro.
Atualmente, no Brasil, a proporção de idosos
cresce mais rapidamente do que a proporção de crianças,
podendo chegar ao número de 30 milhões de idosos em
2050¹. Tendo em vista este fato, cirurgiões-dentistas, ao
longo dos anos, aprimoraram técnicas odontológicas,
a fim de restabelecer a função de dentes perdidos e
reagrupá-los de maneira harmoniosa. Dentre as opções
de tratamento disponíveis no mercado destacam-se
a prótese parcial removível convencional (PPRc) e a
prótese parcial removível não convencional (PPRnc)
que são associadas a implantes osseointegrados, sobre
raízes, overlays e as próteses do tipo flexíveis².
Com a perda dos dentes, o indivíduo passa por
alterações que irão modificar todo seu padrão mastigatório
como dificuldade de dicção, mastigação, deglutição e
alterações estéticas que podem levar a uma reclusão do
meio social onde se encontra inserido. Contudo, embora
a maioria dos cirurgiões-dentistas façam uso da PPR no
seu cotidiano clínico, ainda poucos são diferenciados o
suficiente para aplicar as denominadas próteses parciais
removíveis não convencionais (PPRnc).
Discussão
O planejamento adequado do trabalho deverá ser
realizado com cuidado, pois a estética, função e conforto
estão diretamente relacionados ao sucesso do trabalho e
à satisfação do paciente. Alguns requisitos devem ser
seguidos, como o respeito aos conceitos biomecânicos,
controle posterior e a manutenção da higiene por parte
Conclusão
Diante do exposto, sugere-se que a resina flexível
1. Graduanda em Odontologia pela Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Professor do Centro de Ciências de Saúde do Curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra.
3. Professora do Centro de Ciências de Saúde do Curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
13
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Prótese parcial removível. Prótese Dentária. Estética dentária.
pode ser uma opção para confecção de próteses e
reposição de elementos dentários perdidos em pacientes
parcialmente dentados. Contudo, para as PPRs
confeccionadas com resinas flexíveis serem consideradas
substitutas das PPRs de cobalto-cromo (Co-Cr) e de
resinas acrílicas, ainda são necessários mais estudos
clínicos longitudinais controlados para avaliação do
comportamento do material flexível e das condições dos
dentes remanescentes e dos tecidos adjacentes diante do
seu uso. Indiquem-se, portanto, com cautela até que o
assunto seja mais bem elucidado.
Referências
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nation’s oral health: mid-decade assessment of Healthy People 2000. J Public
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V JORNADA SEVERINO SOMBRA
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of some denture base polymers. J Dent. 1980; 8(4): 292-306.
8. Kaplan P. Flexible removable partial dentures: design and clasp concepts.
Dent Today, São Paulo. 2008; 27(12):120-2.
14
Risco de contaminação humana por fungos e bactéria no âmbito do
PSF
Diego Lima Candido da Silva5, Marilei de Melo Tavares e Souza², Ulisses Rodrigues Dias6, Marcelo Flores
Catelli³
Resumo
O estudo tem por objetivo analisar o risco de contaminação humana por fungos e bactérias presentes em ambiente
de saúde estudando a relação entre microrganismos encontrados no PSF e o risco de contaminação em trabalhadores
de Enfermagem. O estudo integra o projeto de pesquisa intitulado: a relação entre gênero e trabalho e a instabilidade
do vínculo trabalhista das enfermeiras do Programa Saúde da Família (PSF). Os resultados preliminares apontam que
profissionais que atuam no âmbito da saúde estão mais suscetíveis à exposição e contaminação por microrganismo
e que a maioria das instituições de saúde não identifica as espécies de Estafilococos Coagulase Negativa (ECN) de
rotina, dada a necessidade de execução de inúmeros testes bioquímicos. Em síntese, trabalhadores que atuam no
âmbito do PSF estão expostos a alguns fatores de risco, como fungos e bactérias presentes nos ambientes de saúde.
Introdução
dispositivo público de atendimento em saúde. Foi
realizada uma busca de artigos publicados em periódicos
nacionais e internacionais indexados nas seguintes bases
de dados: Bases de Dados de Enfermagem (BDENF),
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online /Biblioteca Virtual em
Saúde (MEDLINE) e Scientific Eletronic Library
Online (SciELO). Descritores utilizados: enfermagem,
microbiologia, Programa Saúde da Família. Foram
selecionados 09 artigos publicados nos últimos quatro
anos.
O principal propósito do Programa Saúde da
Família é reorganizar a prática da atenção à saúde em
novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a
saúde para mais perto da família e, com isso, melhorar
a qualidade de vida da população. A estratégia do PSF
prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação
da saúde das pessoas, de forma integral e contínua.
O presente estudo tem por objetivo analisar o
risco de contaminação humana por fungos e bactérias
presentes em ambiente de saúde, estudando a relação
entre microrganismos encontrados no PSF e o risco
de contaminação em trabalhadores de Enfermagem.
Busca-se realizar um estudo com microrganismos, como
fungos e bactérias presentes no ambiente de Unidade de
Saúde.
Resultados e Discussão
Apresentam-se breves definições sobre microorganismos e exposição em ambientes de saúde, contudo,
buscaremos discutir mais detidamente a temática e
apontar algumas necessidades para realização de novas
investigações sobre risco de contaminação humana por
fungos e bactérias presentes em ambiente de saúde.
Os resultados preliminares apontam que
profissionais que atuam no âmbito da saúde estão mais
suscetíveis à exposição e contaminação por microorganismo e que a maioria das instituições de saúde
não identifica as espécies de Estafilococos Coagulase
Negativa (ECN) de rotina, dada a necessidade de
execução de inúmeros testes bioquímicos (Silva et al,
2012).
Material e Métodos
Pesquisa exploratória descritiva de abordagem
quantitativo-qualitativa. Para entender questões que
influenciam na configuração da instabilidade do trabalho
de enfermeiras no âmbito do SUS, como trabalho
insalubre, exposição a microrganismos e à saúde
ambiental. Realizou-se um levantamento bibliográfico
inicial de produções cientificas. Este estudo integra o
projeto de pesquisa intitulado “A relação entre gênero
e trabalho e a instabilidade do vínculo trabalhista das
enfermeiras do Programa Saúde da Família (PSF)”.
Compõe o cenário da pesquisa o Programa Saúde da
Família do município de Vassouras. A escolha ocorreu
em função do Programa Saúde da Família encontrarse 100% implantado, constituindo-se no principal
Conclusão
Buscamos com o estudo investigar fatores de
5. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Biomedicina, Iniciação Científica-IC, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
3. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Biomedicina, Vassouras-RJ, Brasil.
15
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Microbiologia. Programa Saúde da Família.
risco a que estão expostos os trabalhadores que atuam
na Estratégia Saúde da Família, como fungos e bactérias
presentes no ambiente de saúde. Trabalhadores que
atuam no âmbito do PSF estão expostos a alguns
fatores de risco, como fungos e bactérias presentes no
ambientes de saúde. Tendo em sua essência a noção
de que o ambiente influencia mais do que somente na
presença ou ausência de doença, relaciona-se com a
questão central de promoção de saúde, buscando um
equilíbrio entre os diferentes atores envolvidos na rede
de cuidado.
Referências
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V JORNADA SEVERINO SOMBRA
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escola de Pernambuco. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2012, vol.46, n.1,
pp. 132-137.
16
A importância da visita domiciliar para o processo ensinoaprendizagem do acadêmico do curso de Odontologia: a percepção
do preceptor
Leandro Morais Coelho de Oliveira¹, Rachel Ferreira Bello¹, Rachel Coutinho Pierre¹, Michele Dittz¹, Lécio
Lima Yacoub, Lívia Meneleu Conti¹
Resumo
Os cursos de Odontologia em todo o Brasil têm se adequado às orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais,
buscando a formação de futuros profissionais generalistas, capazes de cuidar de indivíduos e não somente prestar
assistência a doentes, aptos a trabalhar em equipes multiprofissionais, em espaços de trabalhos variados e não
restritos apenas ao consultório odontológico. O objetivo desse trabalho é mostrar o impacto das Visitas Domiciliares
(VD) no processo ensino-aprendizagem dos acadêmicos do curso de odontologia da Universidade Severino
Sombra, sob a percepção do cirurgião-dentista preceptor de Estágio Supervisionado nas unidades Estratégia
Saúde da Família (ESF). Os dados foram obtidos através dos depoimentos individuais dos preceptores e agrupados
por temas. A visita domiciliar mostrou-se um instrumento efetivo para o processo ensino-aprendizagem porque
aproximou os alunos da realidade socioeconômica, cultural e sanitária da população e oportunizou a construção do
conhecimento em locais onde efetivamente acontecem as ações de saúde, além de constituir recurso facilitador da
construção do conceito de compreensão ampliada do processo saúde-doença pelo aluno do curso de Odontologia.
Introdução
para ações de assistência à saúde aos usuários que
estejam impossibilitados de comparecer à unidade de
saúde por doença, desconforto ou falta de tempo.
O objetivo desse trabalho é mostrar o impacto das
visitas domiciliares na aprendizagem dos acadêmicos
de odontologia na ótica do preceptor de Estágio
Supervisionado.
Os cursos de Odontologia em todo o Brasil têm
se adequado às orientações das Diretrizes Curriculares
Nacionais para os cursos de graduação (DCN), buscando
a promoção de uma formação acadêmica atrelada a
referenciais epidemiológicos, sociais, econômicos e
culturais, dirigindo sua atuação para a transformação
dessa realidade em benefício da sociedade. Buscando a
formação de futuros profissionais generalistas, capazes
de cuidar dos indivíduos e não somente de prestar
assistência a doentes, aptos a trabalhar em equipes
multiprofissionais, em espaços de trabalhos variados e
não restritos apenas ao consultório odontológico.
O aprendizado baseado no serviço à comunidade
tem sido comum entre as estratégias utilizadas na
educação odontológica favorecendo a responsabilidade
social durante a formação do aluno. A Visita Domiciliar
(VD), ação integrante das realizadas pelo cirurgião
dentista da equipe da Estratégia de Saúde da Família
(ESF), representa recurso privilegiado do processo de
ensino-aprendizagem discente, contribuindo para a
construção da concepção ampliada de saúde.
A VD constitui um instrumento de atenção à saúde
que possibilita, a partir do conhecimento da realidade do
usuário do sistema de saúde e de sua família, fortalecer
os vínculos entre profissional e indivíduo, viabilizar
ações integradas de vigilância à saúde, reabilitação e
promoção de saúde, além das atividades de promoção
de saúde. Além disso, a VD representa uma alternativa
Material e Métodos
Este trabalho é um relato da percepção
dos cirurgiões-dentistas preceptores de Estágio
Supervisionado realizado nas unidades ESF sobre a
importância da Visita Domiciliar para o processo ensinoaprendizagem do acadêmico do curso de Odontologia.
Por meio de convênio, as unidades ESF no município
de Vassouras servem de campo para desenvolvimento
da disciplina Estágio Supervisionado para os alunos do
6.º período do curso de Odontologia da Universidade
Severino Sombra (USS). Os alunos estagiam em seis
unidades ESF, uma vez por semana, com carga horária
de cinco horas semanais. O programa curricular da
disciplina Estágio Supervisionado tem, entre seus
objetivos, instrumentalizar o aluno para o aprimoramento
cognitivo e motor que contribuam para a realização de
atividades educativas preventivo-promocionais, para
a execução de atividades clínicas reabilitadoras nos
diferentes cenários vinculados às ESF, que constituem
locus de planejamento de VD, realizadas pelos alunos,
sob supervisão dos preceptores, e com acompanhamento
1. Cirurgião-dentista. Preceptor de estágio supervisionado nas unidades Estratégia de Saúde da Família do Município de Vassouras-RJ.
17
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Estratégia Saúde da Família. Visita Domiciliar. Visita com Preceptor.
no sistema.
de um agente comunitário de Saúde (ACS), elo entre os
profissionais da equipe de saúde bucal e a comunidade
do território adstrito à unidade de saúde.
Neste contexto, em 2014 foi criado um grupo
integrado pelos seis preceptores de estágio nas Unidades
de Saúde da Família, cenários de pratica curricular do
curso. Ao final do período acadêmico, cada preceptor
deu seu depoimento, por escrito, sobre as percepções
relacionadas aprendizagem dos acadêmicos com o
desenvolvimento da visita domiciliar.
Foi realizada a leitura de cada depoimento,
posteriormente agrupados por temas apontados.
Conclusão
A VD mostrou-se um instrumento efetivo para o
processo ensino-aprendizagem, porque aproximou os
alunos da realidade socioeconômica, cultural e sanitária
da população e deu oportunidade à construção do
conhecimento em locais onde efetivamente acontecem
as ações de saúde. Constituiu-se em oportunidade de
otimizar a compreensão do conceito ampliado de saúde
e mostrou-se efetiva, não só para formação profissional,
mas também para o reconhecimento de atitudes e valores
relacionados ao compromisso social dos profissionais
de saúde.
Resultados e Discussão
Através dos depoimentos emergiram os seguintes
temas:
Referências
Tema 1: Visão ampliada do processo saúdedoença.
No contato com as famílias, percebeu-se que
saúde e doença não são processos estáticos e isolados;
é possível ter saúde mesmo apresentando algumas
limitações. As experiências dos alunos baseadas na
comunidade podem levar mudanças de atitudes e um
melhor entendimento dos determinantes de saúde.
Sugere o entendimento de que as condições sociais
são barreiras e que o processo saúde-doença é altamente
influenciado pelo social e não pelo biológico.
Foi percebido como é importante para o
reconhecimento dos determinantes de saúde, a ampliação
da visão sobre o processo saúde-doença.
FARIAS, M. R. de; SAMPAIO, J.J.C. Papel do cirurgião-dentista na equipe
de saúde da família. RGO - Rev Gaúcha Odontol., v.59, n.1, p.109-115,
jan./mar., 2011.
Tema 2: Importância do vínculo profissionalpaciente.
Com o desenvolvimento das VD, os alunos
perceberam uma maior possibilidade de contato e
entendimento da realidade do usuário e do serviço.
A visita domiciliar favoreceu o desenvolvimento do
vínculo e do acolhimento, o que é difícil de conseguir
somente no procedimento técnico, pois este é limitado.
Tema 3: Realidade como base do aprendizado.
A visita domiciliar foi importante para o aluno
enxergar a realidade e a interferência dos fatores
socioeconômicos e culturais; esses conhecimentos
auxiliam o diagnóstico clínico e elaboração de planos
de tratamentos mais adequados e condizentes com a
realidade dos usuários.
Foi importante para a transformação de imagens
e conceitos muitas vezes negativos que os alunos têm
sobre o sistema. A visita é importante, pois se presenciam
a realidade da população e dos profissionais que atuam
18
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
GONSALVES, E.M.B.; Oliveira, A.E. O processo de trabalho do cirurgiãodentista na estratégia saúde da família: uma contribuição à construção do
SUS. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde.; v. 11, n.3, p. 44-51,
2009.
Estudo preliminar sobre o tratamento da Tuberculose
Luiz Henrique Guerra7, Marilei de Melo Tavares e Souza², Sebastião Jorge da Cunha Gonçalves²
Resumo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Tuberculose é apontada como um dos problemas de saúde
mais importantes do mundo. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ainda
apresenta casos de tuberculose (TB) com taxas de incidência elevadas nas regiões Sudeste, Norte, Sul e Nordeste. O
Ministério da Saúde tem seguido a recomendação da OMS, de estimular a produção científica em relação à Tuberculose.
Por ser a Tuberculose a quarta causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte dentre as doenças
infecciosas definidas dos pacientes com Aids (Brasil, 2015), o presente estudo tem por objetivo investigar as principais
causas que levam ao abandono do seu tratamento. Busca-se a partir do estudo divulgar informações sobre desafios
e ações para o controle da Tuberculose, tendo em vista que a doença leva a 4.000 (quatro mil mortes) por ano.
Introdução
enfrentamento da doença e do estigma, valorizando
as experiências e realidades locais, constituem uma
importante estratégia para o desenvolvimento de ações
conjuntas de modo a enfrentar os determinantes sociais
relacionados à tuberculose, em especial, os que possuem
relação direta com a pobreza e a dificuldade de acesso
(FPBCT, 2015).
De acordo com a Portaria n.º 1.378/2013, que
regulamenta as responsabilidades e define diretrizes
para execução e financiamento das ações de Vigilância
em Saúde, a integração com a Atenção à Saúde é uma
das diretrizes a serem observadas, com desenvolvimento
de um processo de trabalho condizente com a realidade
local, que preserve as especificidades dos setores e
compartilhe suas tecnologias, com vistas a racionalizar e
melhorar a efetividade das ações de vigilância, proteção,
prevenção e controle de doenças e promoção em saúde.
Algumas ações de vigilância podem ser desenvolvidas
em serviços de saúde tanto pública como privada, nos
vários níveis de atenção, em laboratórios, ambientes de
estudo e trabalho e na própria comunidade, bem como
o desenvolvimento de estratégias e implementação de
ações de educação, comunicação e mobilização social;
fomento e execução da educação permanente em seu
âmbito de atuação (Brasil, 2013).
Mesmo com a descentralização do tratamento
para a Atenção Básica, que pode ser apontada como
uma das causas da redução nos índices da doença, e de o
Sistema Único de Saúde (SUS), que pode disponibilizar
gratuitamente o tratamento contra a Tuberculose, para
atingir a cura, o paciente deve realizá-lo durante seis
meses, sem interrupção. A tuberculose continua na
pauta da discussão mundial sobre saúde, tendo em vista
que Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que,
atualmente, existam no mundo nove milhões de casos
novos da doença.
Apontada como um dos problemas de saúde
mais importantes do mundo, a Tuberculose tem como
principal sintoma a tosse por mais de três semanas,
com ou sem catarro, são mais vulneráveis à doença as
populações indígenas, presidiários, moradores de rua,
devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às
condições específicas de vida – desafio para o combate
da doença; além das pessoas vivendo com o HIV. De
acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Brasil ainda apresenta casos de tuberculose
(TB), com taxas de incidência elevadas nas regiões
Sudeste, Norte, Sul e Nordeste. O Ministério da Saúde
tem seguido a recomendação da OMS, de estimular
a produção científica em relação à Tuberculose. Uma
vez que a Tuberculose é a quarta causa de morte por
doenças infecciosas e a primeira causa de morte dentre
as doenças infecciosas definidas dos pacientes com Aids
(Brasil, 2015).
A partir de uma manifestação de apoio à estratégia
da Organização Mundial de Saúde (OMS) convocando
"solidariedade e ação global" para apoiar uma nova
estratégia de 20 anos, que tem como objetivo acabar
com a epidemia global de Tuberculose. A Carta aberta
à população, alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a
Tuberculose de 24 de março 2015, aponta que, apesar dos
esforços e avanços em relação às ações no enfrentamento
da Tuberculose no Brasil, aponta que ainda há muito a
ser feito para seu efetivo controle e neste sentido, para
o fortalecimento do enfrentamento da TB no Brasil.
Uma vez que a doença apresenta consequências para
as famílias afetadas e agravando as desigualdades. O
aumento na participação das organizações da sociedade
civil e grupos de pessoas afetadas no processo de
7. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Técnico de Enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde de Vassouras/Centro de Vigilância Epidemiológica.
Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
19
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Tuberculose. Tratamento. SUS.
Diante o exposto, e cientes da importância das
ações dos profissionais de enfermagem na prevenção dos
agravos à saúde da população, bem como no tratamento
e combate à Tuberculose, fomos levados a refletir sobre
as ações em saúde, desenvolvidas pelo enfermeiro para
o combate à Tuberculose. Elas têm sido efetivas para
auxiliar o paciente no tratamento da Tuberculose? Para
tanto temos como objetivo investigar as principais
causas que podem levar ao abandono do tratamento da
Tuberculose.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo preliminar a partir da
análise documental de artigos e de produções científicas
relacionadas ao tratamento da Tuberculose, publicados
entre 2010 e 2015.
Resultados e Discussão
O estudo apresenta-se em fase de busca, em
relação ao levantamento inicial, como estratégia
metodológica de adequação do projeto para auxiliar a
fase de elaboração, bem como nos resultados da pesquisa
a serem apresentados em seu relatório final.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusão
Entendemos que há desafios no tratamento da
Tuberculose que precisam ser enfrentados, mas com
ações concretas com participação de vários atores
envolvidos para o enfrentamento da Tuberculose.
Sobretudo, para o fortalecimento das ações visando
à garantia do tratamento e estratégias incluem fatores
sociais e econômicos para que os pacientes não
abandonem o tratamento.
Referências
BRASIL, Ministério da Sáude. Meta do Ministério da Saúde trabalhar para
reduzir em 95% os óbitos pela doença até 2035. Brasília. MS, 2015. Disponível
em:< http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agenciasaude/17137-taxa-de-mortalidade-> Acesso em 28 abr. 2015.
BRASIL, Ministério da Sáude. PORTARIA Nº 1.378, DE 9 DE JULHO DE
2013. Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução
e financiamento das ações de Vigilância em Saúde. Gabinete do Ministro.
Brasília, Gabinete do Ministro. MS, 2013. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2013/prt1378_09_07_2013.html> Acesso
em 28 abr. 2015.
SOUZAA MVN, VASCONCELOS TRA. Fármacos no combate à tuberculose:
passado, presente e futuro. Quim. Nova. 2005; 28 (4): 678-682.
FPBCT, Foum Parceria Brasileira Contra a Tuberculose. Carta aberta a
população alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Tuberculose – 24 de março,
2015. Stop TB Brasil < http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/
arquivos/anexos/ 65769deb233bd84eda3a8489aad5c302d05ecc39.PDF>
20
A representação da tecnologia no corpo do enfermeiro subjacentes
ao trabalho no PSF
Isack Bruno Marques9, Thiago Pontes de Oliveira César10, Pamela dos Santos Costa³, Thiago Augusto Soares
Monteiro da Silva­4, Marilei de Melo Tavares e Souza5
Resumo
O estudo tem por objetivo discutir a representação do trabalho na Enfermagem relacionado às tecnologias e como tem
influenciado na subjetividade e no corpo do enfermeiro. Pesquisa de Campo de abordagem qualitativa com trabalhadores
de Enfermagem que atuam em PSF. Análise dos dados a partir do referencial teórico de Christophe Dejours. Os
resultados preliminares indicam que a tecnologia modela o corpo do trabalhador, adequando-o ao que é disponibilizado
e transformando-o por cada novo aparato que surge. O corpo, por ser o lugar da subjetividade, caracteriza-se como um
conjunto de possibilidades interligadas - experiências, produzindo diversos significados. O corpo enquanto objeto, força de
trabalho associado à precarização e ao uso de tecnologia produz representações de sofrimento. Contudo, o uso de tecnologias
pode potencializar a relação com o corpo quando dá lugar a outros dispositivos que possam produzir subjetividade.
Palavras-Chave: Enfermagem. Tecnologia. Subjetividade. PSF.
Introdução
No âmbito do Programa Saúde da Família, os
profissionais estão expostos a trabalho insalubres tanto
no sentido material quanto subjetivo, submetidos a
condições de trabalho precário e à baixa qualidade
de vida, sendo submetidos a situações nas quais a
manutenção da saúde está prejudicada.
A sociedade comporta-se de forma que afetam
a saúde, desenvolve-se tecnologias e forma recurso
humano, bem como oferta de serviços e da formação de
recursos humanos (Fleury e Ouverney, 2008).
A marca do trabalho em saúde, do fazer e das
relações e ações humanas que se processam em diferentes
cenários de prática do enfermeiro, consolidam os espaços
de trabalho e produção de cuidados. Como ocorreu
no mundo do trabalho a tecnologia tem transformado
nosso modo de viver, pensar, comunicar, trabalhar e
cuidar. Essa mudança tem levado à ajustes no plano
comportamental e no modo de subjetivação, indicando
transformações no trabalho e no corpo. O desempenho
do trabalho e a satisfação dos trabalhadores relacionamse com aspectos que afetam a vida laboral.
Levando-se em consideração essas premissas
o estudo visa discutir a representação do trabalho
na enfermagem relacionado às tecnologias e como
tem influenciado na subjetividade e no corpo do
enfermeiro.
Resultados e Discussão
Os resultados preliminares indicam que as
contradições e dificuldades que permeiam o processo
de trabalho em saúde na contemporaneidade podem ser
compreendidas como parte de um contexto maior em
que se insere o mundo do trabalho hoje. Os enfermeiros
que atuam no Programa de Saúde da Família (PSF)
estão precarizados em suas modalidades de contratação,
o que se encontra em contradição com o discurso de
construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Em
2004, através da portaria n.º 198, o Ministério da Saúde
institui a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para
a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para
o setor visando alcançar a integralidade da atenção à
saúde, princípio fundamental do SUS (Brasil, 2004).
A tecnologia modela o corpo do trabalhador,
adequando-o ao que é disponibilizado e transformando-o
por cada novo aparato que surge. O corpo por ser o lugar
da subjetividade caracteriza-se como um conjunto de
possibilidades interligadas - experiências, produzindo
diversos significados. O corpo enquanto objeto, força de
trabalho, associado a precarização e ao uso de tecnologia
produz representações de sofrimento.
Material e Métodos
Pesquisa exploratória descritiva com abordagem
9. Universidade Severino Sombra, Discente do curso de Medicina, Iniciação Científica-IC, Vassouras-RJ, Brasil.
10. Universidade Severino Sombra, Mestrando em Ciências Ambientais, Vassouras-RJ, Brasil.
3. Universidade Severino Sombra, Enfermeira, Vassouras-RJ, Brasil.
4. Universidade Severino Sombra, Mestre em Enfermagem, Enfermeiro do HUSF, Vassouras-RJ, Brasil.
5. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
21
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
qualitativa com trabalhadores de enfermagem que atuam
em PSF. Parte integrante de um projeto maior intitulado:
a relação entre gênero e trabalho e a instabilidade do
vínculo trabalhista das enfermeiras do Programa Saúde
da Família. Leitura analítica e analise dos dados com
base no método de análise do referencial teórico de
Christophe Dejours (Dejours, 2004).
Conclusão
Buscamos com o estudo discutir precarização e
representação do trabalho na enfermagem relacionado
às tecnologias e como tem influenciado na subjetividade
e no corpo.
Verificamos que o desempenho do trabalho e
a satisfação dos trabalhadores SE relacionam com
aspectos que afetam a vida laboral dos enfermeiros. A
intensificação laboral e a insegurança gerada pelo medo
do desemprego fazem com que as pessoas se submetam
a regimes e contratos de trabalho precários, percebendo
baixos salários e arriscando sua vida e saúde em
ambientes insalubres.
O uso de tecnologias pode potencializar a relação
com o corpo quando dá lugar a outros dispositivos que
possam produzir subjetividade, transformando-o, como
imaginação, criatividade, inventividade, requerendo
dos corpos implicação pessoal, dedicação efetiva e
capacidade de estabelecer conexões, redes.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
FLEURY, S.; OUVERNEY, A.M. Política de Saúde: uma política social. In:
GIOVANELLA, L.; ESCOREL, S.; LOBATO, L.V.C.; NORONHA, J.C.;
CARVALHO, A.I. (org.) Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de
Janeiro: Ed. Fiocruz, Cebes, 2008.
DEJOURS, C. Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção, v. 14, n. 3,
p. 027-034, Set./Dez. 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de atenção integral à saúde.
Princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2004.
22
Bullying no meio acadêmico de uma universidade particular
Priscila Rocha Ribeiro11, Eliara Adelino da Silva², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo identificar entre os acadêmicos de saúde da Universidade Severino Sombra, no município de
Vassouras a opinião acerca da participação no Bullying universitário e situações relacionadas de constrangimento. A partir
de uma prévia experimentação realizada durante o curso de Enfermagem. A violência no meio acadêmico tem sido alvo
de uma preocupação crescente nas últimas duas décadas notam-se um grande aumento da investigação sobre o tema, em
especial sobre um tipo específico de violência acadêmica. O bullying pode ser definido como uma ação em que um ou mais
indivíduos agridem física, verbal ou emocionalmente outro indivíduo. O fenômeno se apresenta como um padrão repetido de
intimidação física e psicológica, cuja intenção é provocar mal-estar, dominar socialmente (e fisicamente) o outro e demonstrar
poder perante o grupo social. Os conflitos provenientes do bullying afetam as relações formais e informais entre os alunos
podendo atingir situações de agressividade e violência. A Metodologia que auxilia o estudo foi de abordagem qualitativa.
Palavras-Chave: Enfermagem. Violência. Escola.
Introdução
Sombra no município de vassouras a opinião acerca da
participação no Bullying universitário e as situações de
constrangimento a isto relacionadas.
A temática da violência escolar tem sido alvo
de uma preocupação crescente nas últimas duas
décadas, tanto por parte da sociedade em geral quanto,
especificamente, por parte da comunidade escolar.
Neste tipo de comportamento estão envolvidos o
agressor, o agredido, o grupo dos colegas, a própria
instituição (professores, gestores escolares) e as famílias
(a do agressor, a da vítima e os pais, em geral). Essa
preocupação com a temática da violência traduz-se
no grande aumento da investigação sobre o tema, em
especial sobre um tipo específico de violência escolar
– o bullying, que pode ser definido como uma ação
em que um ou mais indivíduos agridem física, verbal
ou emocionalmente outro indivíduo. O fenômeno se
apresenta como um padrão repetido de intimidação
física e psicológica, cuja intenção é provocar malestar, dominar socialmente (e fisicamente) o outro e
demonstrar poder perante o grupo social (Smith, 1994;
Cleary, Sullivan & Sullivan, 2003; Pereira, 2008).
Os conflitos podem se transformar em
comportamentos de bullying afetando as relações
formais e informais entre os alunos, envolvendo por
vezes, atos de extorsão, violência física ou verbal, roubo
e vandalismo. Vale ressaltar que o bullying compreende
todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas,
que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por
um ou mais estudantes contra outro (s), causando dor e
angústia, e executadas dentro de uma relação desigual
de poder, tornando possível a intimidação da vítima
(Lopes & Saavedra, 2003).
O objetivo deste estudo foi identificar entre
os acadêmicos de Saúde da Universidade Severino
A metodologia que auxilia o estudo é de
abordagem qualitativa. Inicialmente, realizamos
uma busca bibliográfica nas bases de dados: Bireme,
Mendeley, repositório da UERJ e Google acadêmico.
Resultados e Discussão
Os resultados preliminares à média de idade
dos estudantes foi compatível para a classificação de
adulto jovem, que corresponde à idade de ingresso na
universidade. A pesquisa avaliou apenas os acadêmicos
matriculados no primeiro ano de graduação do curso
de formação em Enfermagem. Verificou-se que 25%
dos estudantes apresentaram idade compreendida entre
17 e 18 anos, considerados adolescentes, conforme
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
instituído no Brasil em 1990 – que considera essa
fase como a compreendida entre 12 e 18 anos. Os
estudantes universitários com idades entre 18 e 24 anos
correspondem ao grupo mais frequentemente exposto a
situações que envolvem diferentes tipos de violência.
Têm maior acesso ao consumo de álcool e drogas e, ao
mesmo tempo, são menos supervisionados pelos pais,
quando comparados aos grupos etários mais jovens.
A participação frequente em eventos violentos pode
prejudicar seriamente os estudantes universitários, tanto
físicos como psicologicamente.
11. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
23
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Metodologia
Conclusão
A atividade tem uma perspectiva crítica
e contribui, pois aponta competências a serem
desenvolvidas durante a graduação. Evidenciando que
é preciso promover ações de incentivo para promover
uma atividade e abordar, mas sobre o Bullying no meio
acadêmico.
Referências
ABRAMOVAY, M. (Org). (2002). Escola e Violência. Brasilia: Unesco /
Ucb.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
ABRAPIA, (2002). Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a
Infância e Adolescência. Acedido em 29 de Maio de 2009 em www.abrapia.
org.br
24
Câncer de mama – desafios diante diagnóstico
Nayara Cristina Ferreira12, Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O câncer é um dos problemas de saúde pública dos mais complexos enfrentados pelo sistema de saúde brasileira,
devido a sua malignidade epidemiológica, social e econômica. Estudos apontam que pelo menos um terço dos
casos novos de câncer que ocorrem atualmente no mundo, poderiam ser prevenidos. O presente estudo tem por
objetivo refletir sobre o desafio da enfermagem diante o diagnóstico de câncer de mama. Busca-se compreender o
impacto da doença e as repercussões para o cuidado. Estudo reflexivo a partir de uma análise documental realizada
durante o curso de enfermagem. A Metodologia que auxilia o estudo é a abordagem qualitativa. Para análise
dos dados recorremos ao referencial teórico na Análise do Conteúdo de Bardin. Busca-se a partir do material
produzido divulgar informações sobre os desafios enfrentados pela enfermagem no tratamento do câncer de mama.
Palavras-Chave: Enfermagem. Câncer de Mama. Diagnótico. Cuidado.
Introdução
compreender o impacto da doença e as repercussões
para o cuidado voltado ao paciente e à família.
De acordo com Organização Mundial da Saúde
(OMS) com o crescente aumento de novos casos de
câncer de mama em todo o mundo, mais comum entre
mulheres, apesar de ocorrer em homens. No Brasil, de
acordo com registros de informações sobre o câncer de
mama, apontam um aumento significativo deste tipo de
câncer principalmente em mulheres (Brasil, 2004).
O Câncer de mama é considerado a primeira causa
de morte entre as mulheres. Para o Instituto Nacional de
Câncer (INCA) a detecção precoce do câncer, aliado à
garantia de recursos diagnósticos e tratamento, do ponto
de vista de Saúde Pública, é apontada como estratégia
efetiva para prevenção do Câncer de Mama (Brasil,
2002).
O impacto da doença precisa ser compreendido
pelos profissionais que prestam assistência ao paciente,
mas que podem estender a seus familiares. Contudo,
devem ser consideradas as condições emocionais,
socioeconômicos e culturais, visto que é nesse contexto
que emerge a doença, e é com essa estrutura sociofamiliar
que vão responder à situação de doença. A constatação
da doença traz sofrimento para todos os familiares, seja
pelo comprometimento da doença em si, como também
pelo estigma ainda presente. Onde vivenciar o processo
da doença, pode significar privação da sociabilidade
cotidiana, interrupção do curso normal da vida para
os enfermos e seus familiares e um novo processo e
adaptação e aceitação do tratamento e as perspectivas
de cura.
Diante o exposto e ciente da importância da
enfermagem na assistência ao portador de câncer, o
estudo visa refletir sobre o desafio da enfermagem
diante o diagnóstico de câncer de mama. Busca-se
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva
na análise de artigos e documentos publicados sobre
Saúde Pública e Câncer de Mama, a partir da análise
documental realizada em um estudo no decorrer do
curso de enfermagem. A Metodologia que auxilia o
estudo é a abordagem qualitativa. Para análise dos
dados recorremos ao referencial teórico na Análise do
Conteúdo de Bardin. Busca-se a com os resultados,
divulgar informações sobre os desafios enfrentados pela
enfermagem no tratamento de câncer de mama junto ao
paciente e sua família, como subsídio para a prática de
enfermagem voltada à oncologia.
Resultados e Discussão
O estudo apresenta-se em fase de busca parcial,
em relação ao levantamento inicial, para adequação do
projeto.
Os resultados preliminares baseado em questões
que norteiam o estudo, como as consequências do
impacto da doença na vida do paciente e sua família.
Apontam, para o fato, de ao receber o diagnóstico de
câncer, pode ocorrer uma sobrecarga emocional tanto
para o paciente, bem como para o familiar, podendo
provocar vários transtornos, como depressão e ansiedade
(Costa et al, 2012, p.32).
Outras questões ainda estão sendo analisadas
como: a presença da família pode ajudar o paciente
no transcorrer do tratamento? Como a equipe de
12. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
25
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
enfermagem tem feito para dar suporte os familiares e
pacientes recebem o diagnóstico de câncer? Há carência
de qualificação dos profissionais de Enfermagem? Os
questionamentos serão analisados em conjunto aos
demais resultados da pesquisa a serem apresentados em
seu relatório final.
FEIJÓ, Aline Machado; SCHWARTZ, Eda; JARDIM, Vanda Maria da Rosa;
LINCK, Caroline de Leon; ZILLMER, Juliana Graciela Vestena; LANGE,
Celmira. O papel da família sob a ótica da mulher acometida por câncer de
mama. Ciênc. cuid. saúde; 8(supl): 79-84, dez. 2009.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Buscamos uma breve reflexão sobre o desafio da
enfermagem diante do diagnóstico de câncer de mama,
impacto da doença e repercussões para o cuidado
voltado ao paciente e à família.
Compreendemos que paciente e sua família
sofrem um grande impacto em suas vidas dando lugar
a sentimentos e a condições objetivas de desamparo. O
atendimento aos pacientes e seus familiares em atividades
em grupos ou individualizadas, podem auxiliar,
enquanto estratégia, na aceitação e compreensão do
que está acontecendo no decorrer do tratamento. Além
disso, pacientes necessitam de suporte familiar para
enfrentar a doença/tratamento. Para tanto, disponibilizar
um ambiente que favoreça a participação da família é
fundamental, seja pelas necessidades que o paciente
possa requerer, como pela possibilidade da família
também se sentir apoiada, perceber que suas duvidas,
perspectivas, cuidados, questionamentos e medo, serão
acolhidos pelo profissional de Enfermagem.
Espera-se que a pesquisa venha trazer
contribuições para a discussão sobre a temática e apontar
para a necessidade de realização de novas investigações
na área, destinadas a avaliar, mais detidamente, o tema
câncer de mama.
Referências
BRASIL, Ministério da Saúde. Controle de Câncer de Mama documento
de consenso. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer
(INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV). Rio
de Janeiro, 2004.Disponível em: http://www.inca.gov.br/publicacoes/
consensointegra.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Atlas de
mortalidade por câncer no Brasil 1979-1999. Secretaria Nacional de
Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Coordenação
de Prevenção e Vigilância (CONPREV). Rio de Janeiro, 2002. Disponível
em:http://www.inca.gov.br/atlas/docs/introducao.pdf
COSTA, Wagner Barreto; VIEIRA, Marta Raquel Mendes; NASCIMENTO,
Weide Dayane Marques; PERERIA, Luciana Barbosa; LEITE, Maisa
Tavares de Souza. Mulheres com câncer de mama: interações e percepções
sobre o cuidado do enfermeiro, REME rev. min. enferm; 16(1): 31-37, jan.mar. 2012.
FURTADO, Soraya Bezerra; LÔBO, Sâmya Aguiar; SANTOS, Míria
Conceição Lavinas; SILVA, Anna Paula Sousa da; FERNANDES, Ana
Fátima Carvalho. Compreendendo sentimentos acerca do câncer de mama:
relato de enfermeiras Rev. RENE; 10(4): 45-51, oct.-dec. 2009.
RODRIGUES, Simone Braga. Sistematização da consulta de enfermagem na
admissão do cliente no setor de oncologia clínica. Trabalho apresentado ao
Instituto Nacional de Câncer para obtenção do grau de Especialista. Rio de
Janeiro; s.n; INCA, 2010. 21p.
26
Controle da Infecção Neonatal: Principais Causas
Victoria Pereira Daniel13, Jannaina Sther Leite Godinho², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo apresentar a partir de revisão bibliográfica, as principais causas da infecção neonatal
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A partir de uma prévia do Trabalho de Conclusão de Curso
realizado na Enfermagem. Busca-se a partir desse trabalho mostrar o papel do enfermeiro na conduta da
prevenção na infecção neonatal. A Metodologia que auxilia o estudo é de abordagem qualitativa. Integra uma
busca de artigos durante o decorrer da Disciplina Projeto de Pesquisa no Curso de Graduação em Enfermagem
da Universidade Severino Sombra no ano de 2014. Concluímos que a atividade numa perspectiva crítica contribui,
pois aponta competências a serem desenvolvidas durante a graduação. Evidenciando que é preciso promover ações
de incentivo a melhoria dos fatores de infecção neonatal, através das causas relacionadas à infecção neonatal.
Introdução
Material e Métodos
A Neonatologia vem do latim: neo - novo; nato
- nascimento e logia - estudo, é o ramo da Pediatria que
se ocupa das crianças desde o nascimento até aos 28
dias de idade.
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é
um local onde o serviço é altamente qualificado e
técnico para o tratamento de recém-natos/neonatos
que apresentam disfunções clínico-cirúrgicas desde o
nascimento até aos 28 dias de vida. É muito importante
com essa clientela ter o cuidado nas 24 horas do dia. O
Ministério da Saúde com a Portaria n.º 466, 4 de junho
de 1998, define UTI como "um conjunto de elementos
funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento
de pacientes graves ou de risco que exijam assistência
médica e de enfermagem ininterruptas, além de
equipamento e recursos humanos especializados".
As infecções neonatais são doenças ou síndromes
de diferentes etiologias que apresentam semelhanças
clínicas,
representadas
principalmente
pelos
clássicos agentes que compõem o acrônimo TORCH
(Toxoplasmose, Outros: Sífilis. Doença de chagas,
Malária, Hepatite B, Echerovirose, Rubéola congênita).
A neonatologia é o ramo da Pediatria que se ocupa das
crianças desde o nascimento até aos 28 dias de idade.
Temos por objetivo apresentar a partir de revisão
bibliográfica, as principais causas da infecção neonatal,
identificar as medidas de controle da infecção hospitalar,
analisar os fatores que contribuem para a infecção,
propondo ações resolutivas para a UTIN.
A metodologia que auxiliou o estudo foi de
abordagem qualitativa, trata-se de uma revisão da
literatura referente à infecção hospitalar em Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal. O método escolhido
permitiu a identificação e análise de dados escritos em
livros, artigos de revistas, dentre outros. A busca do
material foi na base de dados do Scientific Electronic
Library Online (SciELO), Mendeley, Google Acadêmico
e o Repositório da UERJ, utilizando como limitações
os textos completos no idioma português e os tipos
de assuntos mais relacionados com a pesquisa. Foram
utilizadas as palavras-chave: Infecção Hospitalar,
UTI Neonatal, Neonatologia, Pediatria, conforme
apresentação do vocabulário contido nos Descritores
em Ciências da Saúde (DECS). Nesses termos foram
selecionados, de forma sistemática e criteriosa, um total
inicial de 15 artigos pertinentes ao tema abordado e
cinco Resoluções do Ministério da Saúde.
Resultados e Discussão
Os resultados preliminares apontam que a
principal medida de prevenção para a infecção neonatal
é a lavagem das mãos, o uso dos equipamentos de
proteção individual (EPI), procedimentos invasivos e
antibiótico profilaxia.
Conclusão
A atividade numa perspectiva crítica contribuirá,
pois aponta medidas que auxiliam as competências dos
enfermeiros diante da infecção neonatal. Evidenciando
13. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Técnico de Enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde de Vassouras/Centro de Vigilância Epidemiológica. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
27
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Recém-nascido. Neonatologia. Unidade de terapia intensiva neonatal.
que é preciso promover ações de incentivo as melhorias
no trabalho para prevenção da infecção na UTIN .
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde . Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Neonatologia: Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência
à Saúde Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos
Adversos (UIPEA) Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde
(GGTES). 2010. Acesso em 10 abr. 2015.
CARVALHO, M. M. et al. Infecções hospitalares nas Unidades de Terapia
Intensiva em um hospital publico. Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI,
Teresina. 2011. Acesso em 06 abr. 2015.
Santos, FM. Gonçalves, VMS. Lavagem Das Mãos No Controle Da Infecção
Hospitalar: um estudo sobre a execução da técnica. Revista Enfermagem
Integrada Ipatinga. 2009. Acesso em 08 abr. 2015.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Tomaz VS, Neto FHC, Almeida PC, Maia RCF, Monteiro WMS, Chaves
EMC. Medidas de prevenção e controle de infecções neonatais: opinião
da equipe de enfermagem. Rev. Rene, Fortaleza, 2011. Acesso em 03 abr.
2015.
28
Avaliação do conhecimento da comunidade do Ipiranga, Barra do
Piraí, sobre zoonoses
Paula Ouverney Diniz¹, Scárlet Ruela Pereira¹, Jéssica dos Santos Brito¹, Flávia Clare Goulart de Carvalho²,
Álvaro Alberto Moura Sá dos Passos², Nadia Rossi de Almeida²
Resumo
A crescente aquisição de cães e gatos como animais de companhia e sua concentração em pequenos grupos ou em
colônias têm proporcionado o surgimento das zoonoses. Os estudos epidemiológicos locais possuem relevância
para as medidas de prevenção e controle das zoonoses em comunidades. O objetivo do presente estudo foi avaliar
o conhecimento da comunidade Ipiranga sobre as principais zoonoses. Um questionário com perguntas abertas
sobre as principais zoonoses foi elaborado e os resultados da pesquisa revelaram que a maioria da população havia
nível de conhecimento satisfatório sobre a raiva, leptospirose e escabiose. O mesmo não foi observado para as
zoonoses esporotricose, salmonelose e giardíase, as quais eram desconhecidas ou de discreto conhecimento nesta
comunidade. A pesquisa identificou uma fragilidade de conhecimento da comunidade Ipiranga sobre as principais
zoonoses envolvidas em comunidades carentes e evidenciou a necessidade da educação em saúde nesta população.
Palavras-Chave: Prevenção. Inquérito. Doenças. Cães. Gatos.
Introdução
comportamental, e sanitária da população. O objetivo
do presente trabalho foi avaliar o conhecimento da
comunidade Ipiranga sobre as principais zoonoses.
Entende-se por zoonoses toda doença transmitida
do animal ao homem e deste, ao animal (LANGONI,
2004), através do contato direto com animais ou indireto
pelo contato com secreções, fezes, urina presentes na
água ou em alimentos contaminados, além de produtos
de origem animal (MOREIRA et al., 2013). A estreita
relação dos animais de estimação com os seus respectivos
proprietários, a falta de saneamento básico, de educação
sanitária e de métodos de profilaxia aumentam o índice
das zoonoses nas comunidades (MORAES et al., 2013).
Isso ocorre com maior frequência em comunidades
carentes, principalmente, por falta de conhecimento,
controle sanitário e prevenção dessas doenças (LIMA
et al., 2010), tornando-se uma constante preocupação
do poder público e da sociedade devido ao risco
inerente à população (MOREIRA et al., 2013). Estudos
epidemiológicos locais que buscam traçar um perfil
da cadeia de transmissão e avaliação de conhecimento
da população sobre zoonoses e comportamento de
determinadas enfermidades têm importante papel
para aplicação de ações preventivas em comunidades,
levando-se em conta que o conhecimento sobre zoonoses
nem sempre alcança a população mais exposta aos riscos
constates (LIMA et al., 2010).
Segundo Langoni (2004), raiva, leptospirose,
leishmaniose, toxoplasmose e doença de chagas são
zoonoses de maior importância e devido à escassez
do conhecimento epidemiológico sobre zoonoses
visa-se a conscientização para os riscos que esses
patógenos podem causar, através de educação social,
O presente estudo foi realizado na comunidade
Ipiranga, situada no município de Barra do Piraí. No
mês de abril de 2014 foram entrevistadas 28 pessoas
as quais eram as responsáveis por suas residências.
Um questionário sobre o conhecimento da população
sobre as principais zoonoses foi elaborado contendo
perguntas abertas utilizando uma linguagem simples e
acessível pelos alunos do curso de medicina veterinária
da Universidade Severino Sombra (USS). As doenças
abordadas no questionário foram: a raiva, escabiose,
esporotricose, giardíase, salmonelose e leptospirose.
Dados relacionados à quantidade de moradores por
residência bem como de animais também foram
coletados. Logo após o questionário a população
participante foi instruída sobre o controle e prevenção
destas zoonoses. A análise dos dados foi realizada de
maneira descritiva e os mesmos apresentados em gráfico
utilizando-se o programa excel versão 2010.
Resultados e Discussão
Os resultados da pesquisa revelaram que a média
de moradores por residência na comunidade foi de 4,8
(132/28) e de animais (cães e gatos) foi de 2,7 (76/28).
Todos os moradores souberam responder às questões
1. Discentes de graduação do curso de Medicina veterinária da Universidade Severino Sombra.
2. Docentes do curso de Medicina veterinária da Universidade Severino Sombra.
29
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
aplicadas sobre as zoonoses citadas.
A crescente aquisição de cães e gatos como
animais de companhia e sua concentração em colônias
têm proporcionado o surgimento das zoonoses. Para
Lima et al. (2010), a relação tão próxima do homem com
seu animal de estimação seja um fator relevante para
preocupação, com formas de evitar que esse convívio
não se torne um fator de risco. Segundo Moreira et al.
(2013) há uma escassez de informações das populações
mais carentes sobre a transmissão das zoonoses.
O presente estudo revelou que aproximadamente
85,7% da população havia conhecimento sobre a raiva,
os quais 27 dos 28 responsáveis pelas suas residências
afirmaram que os seus animais foram vacinados com
as vacinas anti-rábicas de campanhas de vacinação.
A maioria relatou que esta profilaxia era realizada
anualmente. A leptospirose também foi uma zoonose
conhecida pela maioria dos entrevistados (89,25%) os
quais tinham posse das informações básicas de controle
da doença. A leptospirose está intimamente associada
à deficiência de saneamento básico, que constitui um
fator essencial para a proliferação de roedores. Segundo
Moreira et al. (2013) os grupos socioeconômicos menos
privilegiados são os que apresentam maior risco de
contrair a infecção. A comunidade do Ipiranga carece
de saneamento básico e pode-se observar presença de
lixo nas proximidades de córregos, indicando um forte
fator de risco para o surgimento da doença devido ao
favorecimento da proliferação de roedores.
Durante o questionamento acerca da giardíase
e salmonelose, alguns entrevistados relataram serem
frequentes os episódios de enterites, principalmente em
crianças menores de dois anos. A população foi instruída
a consumir produtos de origem animal com prévio
procedimento de esterilização. Para a prevenção da
salmonelose houve a instrução do consumo de ovos com
gema totalmente cozida e para a prevenção da Giardíase
foi falada sobre a importância da desvermifugação dos
animais e das pessoas, bem como o consumo de água
potável.
A escabiose foi de conhecimento da maioria da
população e foram observadas lesões sugestivas em cães
domiciliados e errantes desta comunidade. Somente
17,9% dos entrevistados possuíam alguma informação
sobre a esporotricose. Esta doença acomete felinos que
têm acesso à rua e é transmitida aos humanos pelo contato
direto, principalmente por mordeduras e arranhaduras
(LARSSON, 2011). Determinantes culturais como
os comportamentais contribuem para a difusão e
manutenção de doenças, como o hábito de criar animais
soltos na rua, alimentá-los com restos de comida que
podem conter micro-organismos patogênicos, jogar lixo
nas ruas, acumular entulhos em quintais e a utilizar de
terrenos baldios como depósitos de lixo (LIMA et al.,
2008) como foi observado na comunidade Ipiranga. É
preciso uma sensibilização das autoridades para que
se promova a promoção em saúde nestas populações
carentes a fim de prevenir a veiculação de zoonoses e
contribuir para a formação de uma população saudável.
Conclusões
A pesquisa identificou uma fragilidade no
conhecimento da comunidade Ipiranga sobre as
principais zoonoses envolvidas em comunidades
carentes e evidenciou a necessidade da educação em
saúde nesta população como prevenção das zoonoses.
Apoio e auxílio financeiro
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (FAPERJ)
CUNHA, M.C.M.; DUARTE, R.; SILVA, D. Conhecimentos, atitudes e
práticas de moradores de um bairro, Betim (MG) sobre bem-estar animal,
controle de zoonoses e controle populacional de cães. In: I CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIOÉTICA E BEM ESTAR ANIMAL E I SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA E BIOTECNOLOGIA ANIMAL,
2008, Recife. Anais... Recife: CFMV, 2008.
LANGONI, H. Zoonoses and human beings, Journal of Venomous Animal
Toxins incl Tropiacal Diseases, v.10, n.2, p.111, 2004.
LARSSON, A.E. Esporotricose. Brazilian Journal Veterinary Research
Animal Science, Sao Paulo, v. 48, n. 3, p. 250-259, 2011.
LIMA, F. F.; KOIVISTO, M. B.; PERRI, S. H. V.; BRESCIANI; K. D. S.; O
conhecimento de idosos sobre parasitoses em Instituições não governamentais
do município de Araçatuba, SP. Revista Ciência em Extensão, v.4, n.1, p.83,
2008.
LIMA, A.M.A., ALVES, L.C., FAUSTINO, M.A.G., LIRA, N.M.S. Percepção
sobre o conhecimento e profilaxia das zoonoses e posse responsável em pais
de alunos do pré-escolar de escolas situadas na comunidade localizada no
bairro de Dois Irmãos na cidade do Recife (PE). Ciência & Saúde Coletiva,
v. 15, Supl. 1, p.1457-1464, 2010.
MOREIRA, F. R. C.; MORAES, N. R. L.; OLIVEIRA, F. L. M.; SOUZA,
M.Z.; LIMA, M.S.; COSTA.; MOREIRA, P.V.S.Q.; GÓIS, J.K. Avaliação
do conhecimento de algumas zoonoses em alunos de escolas públicas nos
municípios de Apodi, Felipe Guerra e Severiano Melo (RN) – BRASIL,
HOLOS, Ano 29, v. 2, n.66, 2013.
30
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Referências
Levantamento da ocorrência de anemia infecciosa equina (AIE) na
microrregião Sul Fluminense
Pedro Henrique Evangelista Guedes¹, Ponan Mattoso Rubin², Glenda Ribeiro de Oliveira³, Fábio Sartori4,
Nadia Rossi de Almeida4
Resumo
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é considerada uma das principais doenças infectocontagiosas da equideocultura
brasileira e gera enorme prejuízo econômico aos criadores. É causada por um retrovírus transmitido por insetos
hematófagos. O diagnóstico é feito pelo teste de IDGA e os animais positivos devem ser notificados ao órgão
competente e sacrificados. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de casos notificados de
AIE no Estado do Rio de Janeiro e na Microrregião Sul-Fluminense entre os anos de 2004 a 2008 e 2007 a 2012,
respectivamente. Os dados obtidos através da pesquisa nos órgãos fiscalizadores confirmaram o Estado do Rio
de Janeiro como endêmico para a doença. Já na região sul fluminense foram observados casos isolados de AIE.
Uma política mais eficaz no controle da doença deve ser instituída com o objetivo de aumentar o credenciamento
das propriedades e o número de animais testados e melhorar a vigilância sobre o sacrifício de animais positivos.
Palavras-Chave: Epidemiologia. Equípideos. Retrovírus. Notificação.
Introdução
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é considerada
uma das principais doenças infectocontagiosas da
equideocultura brasileira, para a qual não há vacina e
tratamento (MAIA et al., 2011). A doença é causada por
um vírus da Família Retroviridae, gênero Lentivirus,
que tem distribuição mundial, ocorrendo especialmente
em regiões úmidas e montanhosas de clima tropical e
subtropical as quais se encontram grande quantidade
de vetores. Os hospedeiros da AIE são os equinos,
asininos e muares e os principais vetores são insetos
hematófagos, incluindo tabanídeos (Tabanus spp.) e a
mosca-dos-estábulos (Stomoxys spp) (KARAM et al.,
2010).
A AIE foi diagnosticada pela primeira vez no
Brasil em 1968, por Dupont e desde então, representa
um grande obstáculo para o desenvolvimento da
equideocultura por causar prejuízos aos criadores e
dificultar o acesso ao mercado internacional (ALMEIDA
et al., 2006). O vírus está presente em todas as secreções
e excreções de animais infectados (incluindo colostro,
leite, saliva, urina e sêmen) e a transmissão pode ocorrer,
também por via iatrogênica, via transplacentária ou pela
monta natural (KARAM et al., 2010). O diagnóstico da
AIE deve ser feito através do teste IDGA (Imunodifusão
em Gel de Ágar), também conhecido como “Teste
de Coggins”. Trata-se de uma prova qualitativa,
preconizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) e pela Organização Mundial de
Sanidade Animal, para certificar animais como livres da
doença e permitir seu transporte e exportação (KARAM
et al., 2010). A notificação aos órgãos competentes e a
Material e Métodos
Através de dados obtidos junto à Secretaria de
Defesa e Sanidade Animal - SEDESA/SFA-RJ, foi
possível analisar os casos de AIE notificados no Estado
do Rio de Janeiro, durante o período de 2004 a 2008
(último estudo epidemiológico realizado). Os dados de
notificação de casos de AIE dos anos de 2007 a 2012,
na microrregião sul fluminense (Vassouras, Mendes,
Engenheiro Paulo de Frontin e Miguel Pereira) foram
cedidos pelo Núcleo de Defesa Agropecuária/Vassouras
(NDA-Vassouras). A notificação da AIE foi baseada na
soropositividade das amostras testadas por IDGA em
laboratórios credenciados pelo MAPA.
Resultados e Discussão
O número de notificações anuais de AIE no Estado
do Rio de Janeiro, no período de 2004 a 2008, variou
entre 100 a 317 casos, sendo o menor valor referente
ao ano de 2006 e o maior ao ano de 2007. O número de
casos anuais no período de 2007 a 2012 na microrregião
Sul-Fluminense variou de 1 a 6, sendo o menor valor
referente ao ano de 2010 e o maior ao ano de 2008.
1. Discente de graduação do curso de medicina veterinária da Universidade Severino Sombra.
2. Médico veterinário autônomo.
3. Médica veterinária do Núcleo de Defesa Agropecuária.
4. Docentes do curso de medicina veterinária da Universidade Severino Sombra.
31
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
eutanásia de animais positivos são obrigatórias para o
controle da doença (BRASIL, 2004).
O objetivo deste trabalho foi realizar um
levantamento de casos notificados de AIE na
Microrregião Sul Fluminense no período de 2007 a 2012,
comparando-se com os últimos dados de notificações
no Estado do Rio de Janeiro.
Em ambos os levantamentos de casos (estado
e microrregião), houve oscilações nos números de
notificações nos períodos avaliados, porém em relação
ao estado houve decréscimo considerável de 2007 para
2008 enquanto na microrregião, no mesmo período,
houve ligeiro aumento. A possível explicação para a
oscilação dos números está no fato de que os proprietários
só realizam o teste diagnóstico em períodos próximos
às exposições agropecuárias ou eventos equestres,
o que faz com que a quantidade de animais testados
sofra variações dentro de um mesmo ano ou em anos
subsequentes.
Os dados de notificação de AIE na microrregião
sul-fluminense expressam um limitado número de casos
nos anos de 2007 a 2012. Cabe ressaltar que poucos
animais desta região foram testados uma única vez, ou
mesmo rotineiramente, se comparado com o tamanho
do rebanho equídeo da região. Do total de 17 animais
soropositivos para a AIE, 15 eram equinos e 2 eram
asininos. Oito pertenciam ao município de Vassouras,
7 do município de Miguel Pereira, um do município
de Mendes e um do município de Engenheiro Paulo de
Frontin.
Outra dificuldade nos estudos de prevalência
da AIE está relacionada aos dados do quantitativo
do rebanho brasileiro, uma vez que grande parte das
propriedades não é registrada pelo IBGE e fiscalizadas
pelos órgãos fiscalizadores do MAPA. Portanto, não foi
possível afirmar que o número de notificações no estado
ou na microrregião está aumentando ou diminuindo.
Os problemas evidenciados referentes à falta de um
programa efetivo de controle da entrada e saída de
animais nas propriedades, sorologia periódica dos
animais, de medidas de controle e profilaxia referentes
aos fômites existentes nas propriedades devem-se, em
grande parte, à ausência de um responsável técnico
veterinário (KARAM et al., 2010). Outro fator negativo
relacionado à aplicabilidade da atual legislação vigente
foi a falta de anestésicos para a eutanásia de animais
positivos neste período de estudo. Dos animais
diagnosticados, muitos continuaram vivos atuando
como fontes de infecção.
A importância do diagnóstico sorológico está
nos animais portadores assintomáticos, que podem
soroconverter tardiamente, e desta forma, somente
o monitoramento preconizado pelo MAPA garante
a identificação desses animais, portanto, somente os
produtores de equídeos que adotarem o programa em
sua propriedade podem certificar legalmente que seus
animais estão livres da doença (SANTOS et al, 2012).
ou diminuição no número de notificações de AIE na
microrregião Sul-fluminense, entretanto, os dados
sugerem que o estado do Rio de Janeiro ainda é endêmico
para a AIE. Uma política mais eficaz no controle da
doença deve ser instituída com o objetivo de aumentar
o credenciamento das propriedades e o número de
animais testados, além de melhorar a vigilância sobre o
sacrifício de animais soropositivos.
Referências
ALMEIDA, V. M. A.; GONÇALVES, V. S. P.; MARTINS, M. F.; HADDAD,
J. P. A.; DIAS, R. A.; LEITE, R. C.; REIS, J. K. P. Anemia infecciosa equina:
prevalência em equídeos de serviço em Minas Gerais. Arquivo Brasileiro
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 58, n. 2, p. 141148, 2006.
BRASIL. Instrução Normativa da Secretaria de Defesa Agropecuária do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento número 45, de 15
de Junho de 2004.
KARAM, C. H. V.; ROLIM, M. F.; GRAÇA, F. A. S.; ARAGÃO, A.
P. Anemia infecciosa equina no estado do Rio de Janeiro: aspectos
epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Revista Eletrônica Novo
Enfoque, v. 09, n. 09, p. 01- 13, 2010.
SANTOS, R.M.L.; REIS, J.K.P.; SANTOS, F.G.A.; OLIVEIRA, I.C.S.
Frequência de anemia Infecciosa em equinos do Acre, 1986 a 1996. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 53, n.
3, jun. 2001.
Conclusão
Não foi possível confirmar um perfil
epidemiológico que tenha representado um aumento
32
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
MAIA, C.A.; GARCIA, C.A.; ROSSI, D.A.; ROBERTA TORRES MELO,
R.T.; MENDONÇA, E.P.; COELHO, L.R.; MONTEIRO, G.P.; NALEVAIKO,
P.C. Anemia Infecciosa Eqüina – Revisão de literatura. PUBVET, Londrina,
v. 5, n. 11, Ed. 158, Art. 1067, 2011.
Saúde do enfermeiro na atenção básica de saúde
Andreia Silva Scrobatz14, Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
Objetiva-se refletir quais os riscos que estão expostos os enfermeiros da área da saúde, a partir de artigos já publicados.
A Metodologia que auxilia o estudo é de abordagem qualitativa, a partir de uma revisão bibliográfica, utilizando
as bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Mendeley e Google Acadêmico. Foram identificados 34
artigos publicados de 2009 a 2013. Para a busca foram utilizados os descritores: enfermagem do trabalho, riscos
ocupacionais, estratégia saúde da família. Para análise dos dados recorremos ao referencial teórico na Análise
do Conteúdo de Bardin. Os resultados preliminares apontam que os enfermeiros estão expostos a riscos físicos,
químicos, biológicos e ergonômicos. Busca-se a partir do material produzido divulgar informações sobre os riscos
presentes no âmbito da saúde, a qual os enfermeiros estão expostos. Entendemos que ações de educação permanente
voltadas à orientação e proteção dos trabalhadores da saúde, é passo fundamental para promoção da saúde.
Introdução
levantamento de informações na pesquisa bibliográfica
ora apresentada: quais os riscos ocupacionais a que
estão expostos os trabalhadores que atuam nas unidades
de Saúde Pública? Assim, objetivamos refletir quais
os riscos que estão expostos os enfermeiros da área da
saúde, a partir de artigos já publicados.
Material e Métodos
A Metodologia que auxilia o estudo é a abordagem
qualitativa. A partir de uma pesquisa bibliográfica
realizada por meio de consulta na base de dados LILACS
(Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde), DEDALUS (Banco de Dados Bibliográficos
da USP) e no Banco de Teses da Universidade de São
Paulo (USP). Para a busca utilizamos os descritores:
saúde pública, riscos ocupacionais, acidentes de
trabalho, doenças ocupacionais e enfermagem.
Para análise dos dados recorremos ao referencial
teórico na Análise do Conteúdo de Bardin. Inicialmente,
fez-se a leitura dos resumos para identificar a pertinência
ao tema estudado, posteriormente, fez-se a busca dos
artigos na íntegra.
A assistência de Saúde Pública no Brasil é
estruturada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja,
pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais,
e municipais, da administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo poder público.
Na estrutura do SUS existem vários programas de
atenção ao usuário como Programa de Saúde da Família
(PSF), Hipertensão Arterial, Diabetes, Programa de
Saúde do Trabalhador, entre outros.
No âmbito da Atenção Básica de Saúde os
enfermeiros estão expostos a diferentes tipos de riscos.
Neste cenário os riscos ocupacionais que acometem os
trabalhadores das instituições de saúde são oriundos de
fatores físicos, químicos, psicossociais, ergonômicos, e
biológicos. Sendo estes muitas das vezes, responsáveis
pelos sofrimentos vividos pelos profissionais da saúde.
Diante do exposto, indagamos se os trabalhadores
da equipe de saúde pública estão preparados para
identificar problemas de saúde de outros profissionais,
se nem mesmo eles estão conscientizados dos riscos
ocupacionais de seu próprio trabalho?
Nosso ponto de partida está estruturado na
constatação empírica de nossa vivência na prática de
trabalho em Instituições de Saúde e nas evidências
da literatura que indicam que muitos profissionais de
saúde, em especial, os da Enfermagem, têm dificuldade
em aceitar ou reconhecer os riscos no ambiente laboral e
nas atividades que executam, as quais são consideradas
insalubres e expõem o trabalhador a fatores de risco
ocupacional.
Frente ao exposto, traçamos a seguinte questão para
Resultados e Discussão
O estudo apresenta-se em fase de análise, em
relação ao levantamento inicial, para adequação do
projeto, para auxiliar como nos resultados da pesquisa a
serem apresentados em seu relatório final.
Os resultados preliminares apontam que a
maioria dos estudos analisados abordou, de maneira
conjunta, todos os fatores de risco a que estão expostos
os trabalhadores que atuam em Unidades Básicas
de Saúde, Unidades Básicas e Distritais de Saúde e
Programas de Saúde da Família, assim encontrou-se a
14. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Técnico de Enfermagem do HUSF. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
33
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem do Trabalho. Riscos ocupacionais. Estratégia saúde da Família.
identificação de mais de um fator de risco nos estudos
analisados. Dentre eles estão os riscos psicossociais, com
predominância de estudos sobre o estresse e a violência
ocupacional; riscos biológicos, considerados como um
frequente fator de periculosidade e insalubridade neste
ambiente de trabalho; e riscos físicos, seguidos pelos
riscos químicos e por fatores relacionados a condições
ergonômicas.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Buscamos com o estudo refletir sobre os riscos a
que estão expostos os enfermeiros da área da saúde, a
partir de artigos já publicados.
Nesse sentido, entendemos que ações de
educação permanente voltadas à orientação e proteção
dos trabalhadores da saúde, é passo fundamental para
promoção da saúde. Contudo para o planejamento de
medidas preventivas, visando à promoção da saúde dos
trabalhadores nessa área, torna-se fundamental fazer o
diagnóstico dos riscos ocupacionais.
Recomendamos novos estudos na área com a
finalidade de contribuir para a aquisição de conhecimentos
que possam subsidiar melhorias nas condições de
trabalho e para a elaboração de estratégias educativas
direcionadas aos trabalhadores, visando à identificação
dos riscos ocupacionais a que estão expostos e que
medidas de segurança devem ser adotadas.
Referências
ALMEIDA, L.G.N.; TORRES, S.C.; Santos, C.M.F. Riscos Ocupacionais na
atividade dos profissionais de Saúde da Atenção Básica. Revista Enfermagem
Contemporânea, Salvador, dez. 2012; 1(1): 142-154.
BESSA M.E.P., ALMEIDA M.I., ARAÚJO M.F.M., SILVA M.J. Riscos
ocupacionais do enfermeiro atuante na estratégia saúde da família. Rev.
enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 out/dez; 18(4): 644-9.
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990, Lei
orgânica da Saúde – alterada. Brasília: Ministério da Saúde; 1990. Disponível
em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1990/8080.htm>
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único
de Saúde - NOB - SUS 1/96. Gestão plena Acta Paul Enferm 2006; 19(2):
212-7.
PERES, R.R.; CAMPONOGARA, S.; CIELO, C; SILVA, N.M.; LOURENSI
C.M.; ROSSATO, G.C. Percepções de trabalhadores e estudantes atuantes
em um pronto-socorro, sobre meio ambiente e saúde. Rev. Min. Enferm;
18(1): 27-40, 2014.
RODRIGUES, L.M.C.; SILVA, C.C.S.; SILVA, V.K.B.A.; MARTINIANO,
C.S.; SILVA, A.C.O.; MARTINS, M.O. Riscos Ocupacionais: Percepção de
Profissionais de Enfermagem da Estratégia Saúde da Família. Volume 16
Número 3 Páginas 325-332 2012.
SILVA, M.K.D.; ZEITOUNE, R.C.G. Riscos ocupacionais na perspectiva da
enfermagem. Esc Anna Nery Ver Enferm. 2009; 3:279-86.
34
A saúde do Homem na Atenção Primária à saúde
Fabiana de Souza Leal15, Sebastião Jorge da Cunha Gonçalves², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo refletir sobre a importância da atenção primária junto as necessidades de saúde de homens
usuários na Unidade Básica de Saúde. É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo assim, a
promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis. A Metodologia que auxilia o estudo é a pesquisa qualitativa
de caráter exploratório, que envolve a coleta e a análise sistemática de materiais descritivos mais sugestivos. Buscamos
entender como tem se dado o acolhimento por profissionais de saúde no âmbito do SUS, traduzido e constituído pelo
cuidado contínuo e adequado para as necessidades de saúde desse público. Acreditamos que para que os homens se
reconheçam como sujeitos, ou seja, atentando para suas demandas, torna-se necessário estabelecer estratégias voltadas
a prevenção e promoção da saúde do homem, com ações de incentivo para o autocuidado com sua própria saúde.
Palavras-Chave: Enfermagem. Política de saúde. Saúde do homem. SUS.
Introdução
imposto pelo pesquisador. O método qualitativo segue
uma sistematização progressiva de conhecimento até a
compreensão da lógica interna do grupo ou do processo
em estudo.
Atualmente, vários estudos comparativos entre
homens e mulheres têm comprovado o fato de que os
homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às
enfermidades graves e crônicas, e que morrem mais
precocemente que as mulheres (Nard et all, 2007;
Courtnay, 2007; IDB, 2006 Laurenti et all, 2005; Luck
et all, 2000). A despeito da maior vulnerabilidade e
das altas taxas de morbimortalidade, os homens não
buscam, como as mulheres, os serviços de atenção
básica (Figueiredo, 2005; Pinheiro et all, 2002). O
reconhecimento de que os homens adentram o sistema
de saúde por meio da atenção especializada tem como
consequência o agravo da morbidade pelo retardamento
na atenção e maior custo para o SUS. Muitos agravos
poderiam ser evitados caso os homens realizassem,
com regularidade, as medidas de prevenção primária.
A resistência masculina à atenção primária aumenta
não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas
também, o sofrimento físico e emocional do paciente e
de sua família.
De acordo com essas premissas, o estudo tem por
objetivo refletir sobre a importância da atenção primária
junto às necessidades de saúde de homens usuários na
Unidade Básica de Saúde.
O estudo está em fase de busca bibliográfica
para adequação do projeto, para tanto os resultados
serão apresentados posteriormente com a finalização do
estudo.
Preliminarmente entendemos que o importante
nesse processo é a potencialidade do trabalho em saúde
de construir junto aos homens condições para que eles
possam reconhecer suas vulnerabilidades e serem ativos
na satisfação de suas necessidades. Para que isso seja
possível, é necessário que haja uma intencionalidade de
reconhecer necessidades de saúde, de construir práticas
menos prescritas, considerando a autoria dos sujeitos no
processo saúde-doença, assim como a inserção social
desses indivíduos.
Conclusão
Buscamos entender como tem se dado o
acolhimento por profissionais de saúde no âmbito do
SUS, traduzido e constituído pelo cuidado contínuo e
adequado para as necessidades de saúde desse público.
Conclui-se que a presente política enfatiza a necessidade
de mudanças de paradigmas no que concerne à percepção
da população masculina em relação ao cuidado com a
sua saúde e a de sua família.
Consideramos essencial que, além dos aspectos
educacionais, entre outras ações, os serviços públicos
Material e Métodos
Este estudo se caracteriza como uma pesquisa
qualitativa de caráter exploratório descritivo que
envolve a coleta e a análise sistemática de materiais
descritivos mais sugestivos, utilizando procedimentos
nos quais a intenção é de um mínimo de controle
15. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Técnica de Enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde de Vassouras, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
35
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Resultados e Discussão
de saúde sejam organizados de modo acolher e fazer
com que o homem sinta-se parte integrante deles.
Mobilizar a população masculina brasileira pela
luta e garantia de seu direito social à saúde, tornando os
homens protagonistas de suas demandas, consolidando
seus direitos de cidadania.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento
de ações programáticas estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde do Homem (princípios e diretrizes)/Ministério da Saúde, Brasília:
Ministério da Saúde, 2008. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_home m.pdf . <acesso em 21
abril 2014>.
MACHIN, Rosana; COUTO, Márcia Thereza; DA SILVA, Geórgia Sibele
Nogueira; SCHRAIBER, Lilia Blima; GOMES, Romeu ; FIGUEIREDO,
Wagner dos Santos ; VALENÇA, Otávio Augusto; PINHEIRO, Thiago
Félix . Concepções de gênero, masculinidade e cuidados em saúde:
estudo com profissionais de saúde da atenção primária. Ciências e saúde
coletiva,16(11): 4503-4512,2011.Disponível em www.mendeley.com/
library/viewer/?fileId=0cb7ee84-8ba2-83b7-7157- 930ac077ec9f<Acesso
em: 15 mar 2015>.
MINAYO, M.C.; DESLANDES, S.F.; NETO, O.C.; GOMES, R. Pesquisa
social. Teoria,
método e criatividade. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed.
Vozes, 1994.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
MOURA, Erly Catarina de; LIMA Aline Maria Peixoto; URDANETA,
Margarita. Uso de indicadores para o monitoramento das ações de promoção
e atenção da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
(PNAISH). Ciências e saúde coletiva 17(10): 2597-2606, 2012. Disponível
em: www.mendeley.com/library/viewer/?fileId=6189ad11-9e0b-55a3-6c13dd4a35aeb799< Acesso em 15 mar 2015>.
36
Assistência de Enfermagem ao paciente renal crônico em tratamento dialítico e sua família
Cláudia Inácio Fidelis16, Carlos Marcelo Balbino², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo descrever situações de cuidado entre o enfermeiro e o cliente renal crônico, abordar o
conhecimento em saúde dos familiares de pacientes com doença renal crônica em tratamento dialítico e dificuldades no
processo de cuidar a partir de uma prévia experimentação realizada durante o curso de enfermagem. Busca-se a partir do
material produzido divulgar informações sobre o papel do enfermeiro no âmbito da saúde. A Metodologia que auxiliou o
estudo foi de abordagem qualitativa. Os resultados preliminares evidenciam que para o cuidado do cliente renal crônico
é evidente o uso da tecnologia e uma série de procedimentos prestados por meio da equipe de enfermagem. Em síntese,
cabe ao enfermeiro assistir ao cliente de forma holística e humanizada e oferecer apoio e segurança ao familiar que
exerce o papel de cuidador, reduzindo sua ansiedade, angústia e o medo diante do quadro em que o paciente se encontra.
Introdução
crônica ou pelo tratamento são sempre rigorosas e o
grau de assimilação e de adesão ao tratamento é sempre
diversificado, dependendo do valor que o indivíduo
atribui a si próprio e à sua vida, do modo como as
pessoas que fazem parte de sua rede familiar e social
encaram essa condição e o apoio que oferecem nessa
trajetória (GUALDA, 1998).
Neste contexto, consideramos de máxima
importância a atuação do enfermeiro que estará em
contato direto com o paciente, família e demais
membros da equipe multiprofissional. Para tanto, tornase imprescindível que ele utilize a comunicação de
maneira adequada, com a finalidade de tentar acessar
e compreender a experiência do estar doente ou de ter
que viver com o doente, facilitando seu desempenho
junto ao paciente, família e, também, para melhorar
o seu relacionamento com os membros da equipe
multiprofissional. Vale ressaltar que o relacionamento
interpessoal enfermeiro– paciente, no contexto da
hemodiálise, devido ao contato prolongado, favorece o
estabelecimento de um vínculo terapêutico. Ao utilizarse apropriadamente da comunicação, aliada a este
vínculo terapêutico, o enfermeiro tem ampliada sua
capacidade de observação, podendo detectar expressões
verbais e não verbais indicativas de situações relevantes,
sobre as quais poderá interagir ou não, que passariam
despercebidas por outros profissionais.
Frente ao exposto acima, objetivamos descrever
situações de cuidado entre o enfermeiro e o cliente
renal crônico, abordar o conhecimento em saúde dos
familiares de pacientes com doença renal crônica em
tratamento dialítico e suas dificuldades no processo de
cuidar.
Atualmente, a doença renal crônica (DRC) é
considerada um grande problema de saúde publica
no Brasil. O diagnóstico de DRC causa um impacto
profundo nos indivíduos e seus familiares, com risco
de provocar desequilíbrio emocional, prejuízos físicos
e em seu convívio social. O tratamento dialítico implica
numa carga significativa nas famílias em que um de seus
membros necessita do mesmo, pois resulta num estresse
e sobrecarga, principalmente para aquele familiar que
acompanha mais de perto o doente em sua peregrinação
imposta pelo tratamento. Por isso o mesmo impacto
sofrido pelo indivíduo doente também é observado em
sua família, culminando com a necessidade de uma
assistência diferenciada, minimizando o sofrimento
emocional de ambos (Barreto et al, 2011).
O paciente renal crônico, quando em programa
de hemodiálise, convive diariamente junto ao fato de
ser portador de uma doença crônica que o obriga a um
tratamento doloroso, de longa duração e que provoca,
juntamente com a evolução da doença, alterações de
grande impacto, tanto na sua vida quanto na de seus
familiares. Devido às alterações fisiológicas, tornam-se
necessárias mudanças de hábitos e costumes, até então
usuais, de maneira radical. O paciente renal crônico sofre
mudanças nos hábitos alimentares, sendo necessária
a adoção de uma dieta com diminuição de ingestão
proteica, sódio, potássio e água. A sua autoimagem
também é alterada pela necessidade de instalação de
uma via de acesso para a diálise, ou seja, a criação de
uma fístula arteriovenosa ou a inserção de cateter de
duplo lúmen. As restrições impostas pela doença renal
16. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
37
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Insuficiência Renal Crônica. Diálise Renal. Enfermagem em Nefrologia.
Material e Métodos
JÚNIOR, H.M.M.; RIMOLI, J.; FRANCO, T.B.; BUENO, W.S. O trabalho
em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. 4.ª ed. São Paulo:
Editora Hucitec, 2007.
A metodologia que auxiliou o estudo foi de
abordagem qualitativa. Inicialmente realizamos uma
busca bibliográfica nas bases de dados: Bireme,
Mendeley, e Google acadêmico entre 2009 e 2012.
Parte integrante de um trabalho sobre Doença Renal
Crônica, desenvolvido durante o curso de enfermagem.
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva na
análise de artigos e documentos publicados sobre
Insuficiência renal crônica, diálise renal e Enfermagem
em nefrologia.
REZENDE R.C., PORTO I.S. Cuidado de enfermagem para clientela em
hemodiálise: suas dimensões instrumentais e expressivas. Rev. Eletr. Enf.
[Internet].11(2):266-74. 2009.
Resultados e Discussão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Os resultados preliminares apontam a presença do
uso de tecnologia no cuidado do cotidiano da equipe de
enfermagem. Foi possível também identificar existência
de cuidados não técnicos, “ tecnologia leves”. Cuidado
realizado junto ao cliente, quando os integrantes da
equipe ouviram e interagiram durante a sessão de
hemodiálise, usando o toque, as palavras, as expressões
faciais e os olhares (Merhy, 2007; Barreto e Porto, 2009;
Barreto e Marcon, 2012).
Conclusão
O estudo buscou descrever situações de cuidado
entre o enfermeiro e o cliente renal crônico, abordar
o conhecimento em saúde dos familiares de pacientes
com doença renal crônica em tratamento dialítico e
dificuldades no processo de cuidar.
Ao fazermos uma reflexão sobre a problemática
atual que envolve a pessoa portadora de insuficiência
renal crônica, em programa de hemodiálise, percebemos
que a utilização da comunicação empática torna-se
fundamental no trabalho do enfermeiro. Diante da
discrepância de sentimentos relacionados ao futuro e ao
tratamento do familiar, cabe aos profissionais de saúde,
em especial aos enfermeiros, oferecer uma assistência
diferenciada e qualificada a essas famílias.
Referências
BARRETO M.S., AUGUSTO M.A., SEZEREMETA D.C., BASÍLIO G.,
MARCON S.S. Conhecimentos em saúde e dificuldades vivenciadas no
cuidar: perspectiva dos familiares de pacientes em tratamento dialítico.
CiencCuid Saúde,10(4):722-30, 2011
BARRETO, M.S; MARCON, S.S. Doença Renal Crônica: Vivências e
Expectativas do Cuidador. Recebido em: 16.04.2011 – Aprovado em:
08.09.2011 Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jul/set; 20(3):374-9. 2012.
GUALDA, D.M.R. A Humanização no processo de cuidar. In:
CIANCIRULLO, T.I., FUGULIN, F.M.T.; ANDREONI, S. A hemodiálise
em questão: opção pela qalidade assistencial. São paulo: Ícone, 1998.
MERHY, E.E. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar
em novos modos de fabricar os modelos de atenção. In: MERHY, E.E.;
38
A teoria e a prática na construção de um projeto político pedagógico – a
busca por uma escola inclusiva
Tais Curytiba Amorim¹, Rafael Carneiro de Moura Barbosa¹, Catielen dos Santos Castro¹, Marcela Aparecida
da Silva Cordovino¹, Suzane de Moura Souza¹, Mônica de Carvalho Teixeira1,2
Resumo
Um tema que gera grandes discussões na educação é a crença na dissociação entre teoria – conteúdo estudado na
academia - e a prática – as ações pedagógicas - exercitada nas escolas. Visando estudar e entender o porquê se julga a
dissociabilidade entre teoria e prática no cotidiano do curso de Pedagogia é que surgiu a possibilidade de estudarmos um
documento, cuja normatização legal, faz com que as escolas precisem possuir: o projeto político pedagógico. Longe de ter
este estudo como resposta geral às situações escolares, julgamos que o estudo deste documento nos forneceu pistas para
compreender a filosofia de trabalho da escola e, consequentemente como se forja a prática pedagógica no interior da mesma.
Palavras-Chave: Teoria. Prática. Educação Infantil. Pedagogia.
Introdução
Na disciplina Fundamentos Teóricos e
Metodológicos da Educação Infantil, estudada ao longo
do semestre de 2014/2, foi solicitado um trabalho com
a orientação de analisar um Projeto Político Pedagógico
(PPP) de uma escola de educação infantil, escolhida
pelo grupo. Evitando ficar apenas no discurso teórico,
este trabalho teve o objetivo de verificar no referido
documento a teoria estudada em sala de aula e, a prática
(ainda que descrita em um documento oficial) de uma
escola de educação infantil, percebendo até que ponto
há uma dissociação ou não das teorias estudadas,
promovendo ou não a inclusão das crianças que estão
sob responsabilidade da escola.
Em trabalhos como este, conseguimos entender
que há uma intencionalidade no trabalho pedagógico,
iniciando este entendimento a partir do estudo da
concepção de um documento, como o Projeto Político
Pedagógico, possibilitando assim, que ao longo dos
estudos, os acadêmicos do curso de Licenciatura em
Pedagogia, promovam debates sobre a integração entre
teoria e prática.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996, (LDBEN) é de fundamental
importância que o PPP seja construído/reconstruído,
operacionalizado e avaliado permanentemente e
coletivamente pelo dirigente escolar, o pedagogo, o
professor, os pais dos alunos e a comunidade em geral.
Neste processo os diversos segmentos que compõem
a escola e a criação de espaços e mecanismos de
participação são prerrogativas fundamentais para o
exercício do jogo democrático na construção de um
Material e métodos
A atuação de uma das componentes do grupo, em
uma escola de educação infantil a professora permitiu o
acesso ao documento estudado.
Foram feitas algumas cópias do documento e
entregues aos integrantes do grupo para realizar leituras
individualmente e, em alguns momentos presenciais,
nos encontrávamos para conversar sobre as impressões
do grupo sobre a leitura feita e, traçar as diretrizes de
trabalho, normatizando as teorias que utilizaríamos para
reflexão e entendimento do documento em questão.
Resultados e discussão
O PPP da escola escolhida foi discutido e
elaborado em reuniões pedagógicas e reuniões de
pais, não houve dificuldades na elaboração e, havendo
necessidade de realizar alterações ao longo do ano letivo
ou posteriormente, será feito por meio de enquetes e
questionários.
O Projeto Político Pedagógico analisado mostrou
que a filosofia deste é pautada na visão de Vigotski, um
dos autores da teoria ‘histórico cultural’, pois visa o
1. Universidade Severino Sombra, Pedagogia, Vassouras-RJ, Brasil.
2. FAETERJ, Três Rios-RJ, Brasil.
39
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
processo de gestão democrática.
Entender as prerrogativas de criação do referido
documento, a filosofia de trabalho pedagógico nele
inserida, a previsão ou não de formação continuada para
os profissionais da educação e as concepções de cuidar
e educar nele elencadas são as bases de orientação do
trabalho em questão.
Conclusões
contato com o meio cultural com o qual a criança está
inserida desenvolvendo sua autonomia e identidade
interagindo com o outro.
Sua proposta pedagógica levou em conta a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9.394/96, a Constituição Brasileira, o Estatuto
da Criança e do Adolescente - ECA, o disposto nos
parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, de acordo
com a Lei Municipal de Ensino e Regimento Interno da
Secretaria Municipal de Educação e Cultura, tendo em
vista a interação entre os diversos campos do saber e o
cotidiano da criança. A prática é desenvolvida de forma
consciente, pois se entende que a educação não é um
fim em si mesmo.
A instituição proporcionou programa de
formação continuada para todos os profissionais, dado
que, semanalmente, as professoras e as recreadoras de
educação infantil tiveram um encontro com o orientador
pedagógico para serem orientadas individualmente.
Bimestralmente é realizado o encontro pedagógico que
tem como objetivo discutir e avaliar o projeto do ano
vigente.
Pudemos dizer que o Projeto Político Pedagógico
é a alma da escola, pois se foi coletivamente elaborado,
pôde ajudar o grupo escolar e a comunidade a pensar a
construção de uma prática pedagógica mais solidificada
e coerente com a realidade dos que fazem parte da
comunidade escolar.
Os espaços físicos foram organizados de forma a
motivar o envolvimento da criança neste mesmo espaço,
promovendo uma escola inclusa com um ambiente que
assegurou a acessibilidade universal e que garantiu a
autonomia tanto de alunos quanto professores e demais
funcionários. Os espaços construídos para criança e
com a criança foram explorados pela mesma, em uma
relação de interação total, de aprendizagem, de troca de
saberes entre os pares, de liberdade de ir e vir, de prazer,
de individualidades, de partilhas, enfim, de se divertir
aprendendo.
O documento estudado seguiu a orientação
prescrita nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil de 2009 (DCN) de acordo com o
conceito de que o educar e o cuidar estão ligados isto é,
que ambos se complementam e juntos contribuem para
o bem estar da criança e o seu desenvolvimento integral
cooperando para a elaboração de sua identidade e sua
autonomia.
1 – A construção coletiva do PPP permitiu maior
integração entre os membros da comunidade escolar e a
realização de uma gestão democrática;
2 – Ao possibilitar mecanismos de formação
continuada para os profissionais da educação, a escola
em questão mostra que prima pela sua valorização;
3 - Mesmo que, por questões históricas a
creche seja vista como assistencialista, quando as
ações pedagógicas e de cuidado são desempenhadas
separadamente, o documento estudado mostrou-nos que
não há dissociação entre cuidar e educar.
Referências
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil:
Resolução n.º 5 de, 17 de Dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil
Disponível
em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&id=12579%3Aeducacao-infantil&Itemid=859
Acessado em: 21 de Outubro de 2014
CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gládis E. (org.) Educação Infantil: Pra
que te quero? Porto Alegre : Artmed, 2001.
PRESTES, Zoia. Quando não é quase a mesma coisa – traduções de Lev
Semionovitch Vigotski no Brasil. Campinas, SP.: Autores Associados, 2012.
RUIZ, Jucilene de Souza. Educação Infantil e as Práticas de Cuidar e Educar
no Contexto das Políticas Educacionais. Revista HISTEDBR on-line.
Campinas, abr. 2005.
Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/
jornada7/_GT2%20PDF/EDUCA%c7%c3O%20INFANTIL%20E%20
AS%20PR%c1TICAS%20DE%20CUIDAR%20E%20EDUCAR%20
NO%20CONTEXTO%20DAS.pdf
Acessado em: 19 de Agosto de 2014
A indissociabilidade entre as práticas de cuidar e
educar requer que ambos os profissionais tenham os
mesmos objetivos em suas ações, de modo que juntas
proporcionem o desenvolvimento infantil nos aspectos
físicos, emocional, afetivo, cognitivo, linguístico
e social e assegure em sua totalidade, a identidade
e a autonomia das crianças, livre de preconceitos e
ideologias de caráter dominante. (RUIZ, 2005, p. 19-20)
40
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.° 9394/96,
de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.
pdf
Acessado em: 28 de Outubro de 2014
Inclusão na velhice – ações multidisciplinares em educação e saúde
para promoção da qualidade de vida
Fátima Niemeyer da Rocha, Maria Elisa Carvalho Bartholo, Melissa Mana Marques, Lilia Marques Simões
Rodrigues, Eliara Adelino Silva, Renata Freitas dos Santos, Diego de Oliveira Santos, Ivana de Oliveira
Resumo
Em 2014, no projeto de Extensão “Educação e Qualidade de Vida na Velhice”, foram desenvolvidas ações inclusivas
junto aos velhos que frequentam o Centro de Convivência do Idoso de Vassouras. As oficinas realizadas foram:
“Enfermagem como sensibilizador da promoção e na educação para o idoso portador de diabetes”, “Sentido de
vida e superação dos desafios da velhice”, “Cine-debate do filme ‘Elsa e Fred’”, “Os alimentos funcionais: quais
são e como usá-los” e “A melhoria da locomoção do idoso: a adequação do vestuário e do ambiente”. Objetivou-se
possibilitar aos velhos oportunidades de discussão e reflexão sobre qualidade de vidas e questões que envolvem o
envelhecimento, como amor entre idosos e relações familiares, sentido de vida e superação dos desafios da velhice,
cuidado e prevenção de doenças, como diabetes, uso dos alimentos funcionais e melhoria da locomoção na velhice.
Palavras-Chave: Inclusão. Velhice. Educação, Saúde. Qualidade de vida.
Introdução
o diabetes; as principais questões que envolvem o
envelhecimento; o uso dos alimentos funcionais; e a
melhoria da sua locomoção, com vista à adequação do
seu vestuário e do ambiente em que vive.
As ações realizadas no ano de 2014, pelo grupo
que desenvolve o projeto de Extensão “Educação e
Qualidade de Vida na Velhice”, se inserem no âmbito
da Inclusão Social, tendo em vista o fenômeno, de
amplitude mundial, do acelerado envelhecimento da
população, sendo que os dados do Censo Demográfico
do IBGE, do ano 2000, informam que a população
brasileira com idade superior a 65 anos está em torno de
10 milhões de pessoas.
A percepção de qualidade de vida envolve
conhecimentos, experiências e valores de indivíduos
e coletividades, dependendo do momento histórico, da
classe social e da cultura na qual o velho está inserido.
A Organização Mundial da Saúde definiu qualidade de
vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na
vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos
quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações”, incluindo os domínios saúde
física, estado psicológico, níveis de independência,
relacionamento social, características ambientais e
padrão espiritual.
Assim, faz parte da responsabilidade social da
universidade possibilitar aos velhos da comunidade
vassourense a oportunidade de reflexão sobre a
qualidade de suas vidas, com foco na relação entre
saúde e educação de um ponto de vista multidisciplinar.
Nesta perspectiva, as ações de extensão objetivaram
possibilitar aos velhos uma oportunidade de reflexão
sobre a qualidade de suas vidas, através de discussões
sobre: o sentido de suas vidas e a superação dos desafios
da velhice; o cuidado e a prevenção de doenças como
As ações foram realizadas no Centro de
Convivência do Idoso do Município de Vassouras e
no campus da USS. A Oficina “Enfermagem, como
sensibilizador da promoção e educação para o idoso
portador de diabetes”, girou em torno do cuidado
integral ao portador de Diabetes Mellitus, que pode ser
realizado por meio de prevenção de fatores de risco,
como sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares
não saudáveis, com a identificação e o tratamento
de indivíduos de alto risco para essa síndrome,
a identificação de casos não diagnosticados para
tratamento, e a intensificação do controle de portadores
para complicações agudas e crônicas.
A Oficina “Sentido de vida e superação dos
desafios da velhice” discutiu a resiliência, definida como
a capacidade humana de enfrentar as adversidades, as
pressões e as situações de estresse sem se abater, ser
resistente, ir adiante e permitir a autorreconstrução.
A resiliência auxilia o velho a enfrentar os desafios
dos caminhos da sua existência, sendo importante
o fortalecimento das suas capacidades, por meio do
desenvolvimento do seu potencial criativo, das emoções
positivas, do engajamento em relações interpessoais
saudáveis e da identificação o seu sentido de vida.
Assim, é possível ao velho aprender a ser resiliente,
1.Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
41
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
como também, aumentar, fortalecer e desenvolver o seu
nível de resiliência por meio de seus recursos internos,
tendo em vista que os desafios que encontra ao longo da
vida podem ser reconhecidos como oportunidades para
a adoção de decisões melhores e mais responsáveis,
mantendo-se íntegro nas adversidades, não só superandoas, como também, se transformando e crescendo e se
reinventando a partir delas.
A Oficina “Cine-debate do filme ‘Elsa e Fred’”
se iniciou com a apresentação do filme, como fator
sensibilizador do público para a discussão a respeito
de questões pertinentes ao universo dos idosos. Após a
projeção, os idosos expressaram sua opinião, refletindo
sobre o tema do amor entre idosos, geralmente envolto
em silencio, o que propiciou a troca de experiências
entre os participantes. Além disso, espelhando-se nos
personagens, foi suscitada uma reflexão sobre a tutela
exercida pela família sobre as pessoas mais velhas,
impossibilitando-as de levar uma vida autônoma, como
também sobre questões relativas à doença e à morte.
Na Oficina "Os alimentos funcionais: quais são
e como usá-los”, foi proferida uma palestra sobre a
importância da boa alimentação em todas as etapas da
vida, principalmente, na velhice, com foco nos Alimentos
Funcionais. Demonstrou-se que as cores dos alimentos
podem, além da apresentação dos pratos, facilitar o
reconhecimento de uma nutrição que traz melhorias
para a qualidade de vida, minimizando as dificuldades
apresentadas, naturalmente, com o avanço da idade. Em
seguida foram apresentados trabalhos de reciclagem e
sustentabilidade, sendo distribuídas lembranças para
os idosos, como exemplos do reaproveitamento de
alimentos que, normalmente, são descartados pelas
pessoas – como cascas e folhas -, que representa também
uma forma de cuidar da saúde.
E a Oficina “A melhoria da locomoção do idoso:
a adequação do vestuário e do ambiente” apresentou
uma dramatização, com danças e brincadeiras que
permitiram o entrosamento do grupo de velhos. Também
foi realizada a aplicação das “Escala de equilíbrio de
Berg” (para determinar a capacidade dos idosos para
manter seu equilíbrio) e a “Escala de Tinetti” (para
identificar componentes do equilíbrio e da mobilidade
que afetam as atividades da vida diária), seguidos de
entrevistas com os idosos sobre a avaliação ambiental e
atividades do seu cotidiano.
Em todas as ocasiões, foram realizados Serviços
Farmacêuticos, com aferição de pressão arterial e de
glicemia.
instrumentos de educação em saúde, para a promoção,
prevenção e controle de doenças, o uso de alimentos
funcionais e a adequação do vestuário e do ambiente
para a melhoria da locomoção do idoso.
Foram discutidos temas relevantes para
a manutenção da qualidade de vida do velho,
principalmente, no sentido da melhoria de sua
capacidade de enfrentar os problemas do seu cotidiano,
de se autorreconstruir para enfrentar os desafios da
sua existência. A discussão desses temas proporcionou
uma visão mais acurada do seu potencial criativo, da
importância das emoções positivas, a necessidade de
manter relações interpessoais saudáveis e de identificar
o seu sentido de vida.
E foi oportuno o enfoque de questões pertinentes
ao universo dos idosos, como as relações amorosas na
velhice, as diferenças de personalidade entre as pessoas,
as vivências e condições familiares, a tutela exercida
pela família sobre os velhos que, por vezes, impede sua
vida autônoma, e sobre o adoecimento e a morte.
As atividades alcançaram seus objetivos e
possibilitaram aos velhos:
- A livre expressão de suas percepções acerca dos
temas discutidos nas oficinas.
- A reflexão sobre a qualidade de suas vidas, a
relação entre saúde e educação de um ponto de vista
multidisciplinar e a respeito de questões que envolvem
o envelhecimento.
- A melhoria da qualidade de suas vidas,
favorecendo a troca de experiências e incentivando
a socialização dos velhos, através de atividades
socioambientais.
- A ampliação do seu conhecimento sobre seus
direitos enquanto cidadãos.
- A percepção da importância da realização de um
trabalho mútuo e participativo junto com a comunidade
acadêmica da USS.
Em cada ação contamos com a participação de,
em média, vinte velhos que frequentam o Centro de
Convivência do Idoso do Município de Vassouras.
Referências
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Estatuto do idoso. Lei nº 10.741. Brasília, 2003.
CÔRTE, B.; MERCADANTE, E.; ARCURI, I. (Orgs.) Velhice,
envelhecimento, complex(idade). São Paulo: Vetor, 2005.
Resultados e Discussão
DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice. São Paulo: EDUSP, 2004
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. The world health
report. Genebra, 2001.
As Oficinas realizadas implementaram a interação
entre professores, alunos e os velhos, com dinâmicas
de grupo, palestras, exposição de filme e debates, como
PEREIRA, R. J. et al. Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e
ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Revista de Psiquiatria
42
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusões
do Rio Grande do Sul, v.28, n.1, p.27-38, abr., 2006.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
XAVIERA, F. M. F.; FERAZ, M. P. T.; MARC, N. et al. A definição dos
idosos de qualidade de vida. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.25, n.1,
p.31-39, mar., 2003.
43
Técnica de cimentação de cerâmicas: vítreas e não vítreas
Letícia de Oliveira Santos, Ingrid Rodrigues Monteiro de Castro, Larissa da Costa de Souza, Jessica Pereira
dos Santos, Natalia Stelman de Jesus Araujo, Fagner da Silva, Larissa Félix
Resumo
A porcelana odontológica convencional é uma cerâmica vítrea que tem como principais componentes químicos minerais
cristalinos. Já para as não vítreas, a literatura é vasta em informações sobre a aplicação da zircônia na Odontologia.
Este trabalho tem por objetivo apresentar os tipos de técnicas de cimentação das cerâmicas vítreas e não vítreas
Na cimentação de cerâmicas vítreas, o método de cimentação será adesiva e tem que fazer um ataque ácido e depois a silanização,
obtendo uma boa adesividade. As não vítreas não necessitam de ataque ácido e ferulização, dentre as opções de agentes de
cimentação e adesivos, os fosfatados têm demonstrado maior efetividade do que os convencionais e autocondicionantes.
Podemos concluir que as cerâmicas vítreas apresentam grande potencial estético. Permitem preparos mais
conservadores indicados para áreas estéticas, já as não vítreas são altamente resistentes, de baixa adesividade
estética e translucidez comprometidas. Indicados para confecção de copings, depois recobertos por cerâmicas.
Introdução
químico na etapa de cimentação. Sistemas cerâmicos
ricos em alumina ou zircônia: altamente resistentes, de
baixíssimo potencial adesivo. Estética e translucidez
comprometidas pela estrutura rica em óxido de alumínio
e/ou óxido de zircônio. Indicados para confecção de
infraestrutura e copings, depois recobertos por cerâmicas
matizadas. Não são sensíveis ao condicionamento ácido
e ferulização. Todo processo de condicionamento das
peças protéticas deve ser realizado posteriormente à sua
prova clínica, caso contrário, a superfície condicionada
pode ser alterada ou contaminada, diminuindo a força
final de adesão. Estudos têm sugerido técnicas de
cimentação específicas para as cerâmicas a base de
zircônia, não vítreas. Essas técnicas incluem métodos
de tratamento de superfície a exemplo do jateamento
com óxido de alumínio ou com partículas de sílica, além
do uso concomitante de materiais que promovam união
química ao dióxido de zircônio. A realização de um
tratamento de superfície aumentou consideravelmente
os valores de resistência de união entre a cerâmica
de zircônia e os cimentos resinosos de uma maneira
geral, sendo que quando associado ao uso de primers
ou cimentos, os valores de resistência de união são
ainda melhores. A aplicação de sílica na cerâmica
como tratamento superficial prévio à cimentação, foi
observado que aumentava os valores de resistência. As
pesquisas dos últimos cinco anos mostram que ainda
não há um protocolo definido de cimentação. Contudo,
os resultados apontam para uma associação de métodos
para que a união adesiva seja obtida. Dentre as opções
de agentes de cimentação e adesivos, os fosfatados têm
demonstrado maior efetividade do que os convencionais
e autocondicionantes, devido à afinidade química que
A porcelana odontológica convencional é uma
cerâmica vítrea que possui como principais componentes
químicos minerais cristalinos como o feldspato, quartzo,
alumina (óxido de alumínio), e, eventualmente, caolin
em uma matriz vítrea. As proporções de cada produto
variam conforme o tipo particular de cada porcelana
(alta, média ou baixa fusão). Já as não vítreas, a
literatura é vasta em informações sobre a aplicação
da zircônia na odontologia e, apesar de apresentar um
desempenho mecânico (resistência à fadiga) superior,
existem alguns problemas associados à zircônia, como
por exemplo, a adesão (THOMPSON et al., 2011).
Técnicas de cimentação convencional utilizadas com a
zircônia não promovem valores de resistência adesiva
suficiente (BLATZ et al., 2003; BLATZ et al., 2004).
A cimentação é uma das etapas do protocolo clínico
restaurador indireto que mais sofreu modificações na
transição do uso de sistemas convencionais para os
sistemas chamados estéticos-adesivosos ou metal-free.
A cimentação, agora adesiva, é a responsável não só
pela retenção das peças remanescentes dental, como
também pelo selamento dentinário, distribuição de
forma homogênea das cargas oclusais no conjunto denterestauração e restabelecimento de parte da resistência
mecânica do dente perdida pelos processos de cárie,
fratura e pela redução estrutural durante o preparo
protético. Apresentam ainda um enorme potencial
estético. São denominados cerâmicos feldspáticas ou
cerâmicas vítreas. Permitem preparos dentais mais
conservadores e são sensíveis a condicionamento
1. Universidade Severino Sombra, Discente, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente, Vassouras-RJ, Brasil.
44
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Técnica. Cimentação. Vítrea. Não Vítreas.
apresentam. Na cimentação de cerâmicas vítreas, o
método de cimentação será adesiva e tem de fazer um
ataque ácido para criar microrretenções e depois fazer
a silanização, obtendo uma boa adesividade, tendo
consciência de que o sucesso será alcançado, se o
profissional tiver os cuidados necessários.
Este trabalho tem por objetivo apresentar os tipos
de técnicas de cimentação das cerâmicas vítreas e nãovítreas.
pincel, sonda e fio dental;
13) Completar a polimerização por 40 segundos,
no mínimo, por face do dente;
14) Ajustes oclusais e polimento devem ser feitos
com instrumentos rotatórios e refrigeração;
15) O polimento de cerâmicas ajustadas póscimentação é fundamental a fim de regularizar a
superfície e reduzir o potencial de desgaste dos dentes
antagonistas.
Material e Métodos
Técnica das não vítreas
UNIÃO ENTRE CIMENTOS RESINOSOS
Técnica das Vítreas
Cerâmicas Vítreas ou Feldspáticas
A cimentação pode ser feita com cimentos
adesivos ou convencionais, dependendo do substrato
adesivo do preparo dental (dente, preenchimento, núcleo
metálico, núcleo cerâmico). A retenção da estrutura
interna da peça ao cimento escolhido, mesmo quando
adesivo, é apenas micromecânica.
Todo processo de condicionamento das peças
protéticas deve ser realizado posteriormente à sua prova
clínica. Caso contrário, a superfície condicionada pode
ser alterada ou contaminada, diminuindo a força final de
adesão. A única manobra de condicionamento realizada
já no laboratório é o jateamento interno das peças com
óxido de alumínio entre 50 e 100m para a limpeza e
aumento da superfície interna do contato.
1- Limpeza interna da peça em cuba ultrassônica
ou álcool isopropílico (já vem jateada do laboratório);
2-Secar e aplicar o cimento escolhido. Sugestão:
Cimentos ionomêricos convencionais o reforçados
por resina: Meron, Relyx Luting Cement ,Fuji Luting
Cement, Ketac Cem
1) Prova da peça. (Se isolamento absoluto foi
utilizado, repetir a prova pós-isolamento. Interferências
do grampo, lençol ou amarrilha podem impedir
assentamento correto da peça);
Cimentação Adesiva
Pode ser obtida apenas com uso de materiais
cimentantes que contenham monômeros fosfatados
1OMBP.
Material sugerido:
Cleafill Silane Kite
+PANAVIA F(Kuraray Co)
1- Limpeza interna da peça em cuba ultrassônica
ou álcool isopropílico (já vem jateada do laboratório);
2- Secar e aplicar agente silanizador (Clearfill
SE Bond Primer+ Silano)
3- Manipular e aplicar o cimento
4- Após inserção da peça e remoção de excessos
mais grosseiras, cobrir as margens com gel bloqueador
de oxigênio.
2) Lavagem da peça em água corrente ou cuba
ultrassônica;
3) Aplicação de ácido hidrofluorídrico gel 9-12%
pelo tempo determinado pelo fabricante. Os tempos
variam de 20s a 2 minutos;
4) Lavagem abundante. Pode-se lavar a peça a
cuba ultrassônica ou aplicar-se jato de bicarbonato de
sódio para remoção total e neutralização de ação de
ácido;
5) Secar fortemente até obter superfície branca e
opaca;
6) Aplicar silano já hidrolizado por, no mínimo,
60seg e secar;
7) Aplicar uma fina camada de Bond certificarse da remoção de excessos que possam comprometer a
adaptação da peça e polimerizar por 20s;
8) Condicionamento de esmalte e dentina
conforme abordado anteriormente;
9) Preparar cimento e aplicá-lo sobre a superfície
interna da peça;
10) Inserção e estabilidade da peça.
11) Lembrar-se da fragilidade das cerâmicas
vítreas
12) Pré-polimerizar por 2 a 3 segundos por face,
a fim de facilitar a remoção de excessos maiores com
Cimentação Convencional
Limpeza interna da peça em cuba ultrassônica ou
álcool isopropílico ( já vem jateada do laboratório);
Secar e aplicar o cimento escolhido. Sugestão:
Cimentos ionomêricos convencionais o reforçados
por resina: Meron, Relyx Luting Cement ,Fuji Luting
Cement, Ketac Cem.
Cimentação Adesiva
Pode ser obtida apenas com uso de materiais
cimentantes que contenham monômeros fosfatados
1OMBP.
Material sugerido: Cleafill Silane Kite +PANAVIA
F(Kuraray Co)
1) Limpeza interna da peça em cuba ultrassônica
45
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Cimentação Convencional
ou álcool isopropílico (já vem jateada do laboratório);
2) Secar e aplicar agente silanizador (Clearfill
SE Bond Primer+ Silano)
3) Manipular e aplicar o cimento
4) Após inserção da peça e remoção de excessos
mais grosseiros, cobrir as margens com gel bloqueador
de oxigênio.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Podemos concluir que a aplicação de sílica na
cerâmica não vítrea, como tratamento superficial prévio
à cimentação, aumentava os valores de resistência. As
pesquisas dos últimos cinco anos mostram que ainda
não há um protocolo definido de cimentação, contudo
os resultados apontam a uma associação de métodos
para que a união adesiva seja obtida. Dentre as opções
de agentes de cimentação e adesivos, os fosfatados têm
demonstrado maior efetividade do que os convencionais
e autocondicionantes, devido à afinidade química que
apresentam.
Na cimentação de cerâmicas vítreas, o método de
cimentação será adesiva e há de se fazer um ataque ácido
para criar microrretenções e depois fazer a silanização,
obtendo uma boa adesividade, tendo consciência de
que o sucesso será alcançado, se o profissional tiver os
cuidados necessários.
Referências
1 – Malheiros AS , Fialho FP , Tavarez RRJ. Cerâmicas ácido resistentes: a
busca por cimentação resinosa adesiva. Cerâmica. V 59. P 124 – 128. 2013
2 – Mudado FA. Cimentação adesiva de cerâmicas à base de zircônia.
Monografia. Belo Horizonte. 2012.
3 - De Freitas WM , Torres BL. Tratamento de superfície e cimentação adesiva
de cerâmicas aluminizadas: revisão de literatura. Revista de odontologia da
UNESP. V 38. N 2. P 93 – 98. 2009.
46
Vivência dos acadêmicos de Enfermagem frente à imunização do
adulto e do idoso dentro das visitas domiciliares
Michael Aubert Cordeiro, Victoria Pereira Daniel, Fabiana de Souza Leal, Eliana Pereira Silva, Mônica de
Almeida Carreiro, Sebastião Jorge da Cunha Gonçalves
Resumo
Objetivou-se relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem referente ao Estágio Curricular
Supervisionado, a uma comunidade assistida, por uma Unidade Básica de Saúde da Família. As atividades foram
desenvolvidas através de visitas domiciliares, por meio de um projeto universitário, à luz dos referenciais teóricos do
Ministério da Saúde, para a aquisição de habilidades na saúde do Adulto e do Idoso, com foco de avaliar e levantar a
situação atual das cadernetas de vacinação. A imunização é uma ação preventiva direcionada à proteção específica de
saúde. Assim, este estudo teve por objetivo identificar a situação vacinal de idosos quanto às vacinas em atraso. É preciso
pensar na formação de enfermeiros questionadores e participativos, profissionais com qualidade formal e política, capazes
de estabelecer diálogo entre a diversidade de saberes que se encontram no cotidiano da Estratégia de Saúde da Família.
Palavras-Chave: Enfermagem. Imunização. Estratégia Saúde da Família. Visita Domiciliar. Educação em Enfermagem.
Introdução
aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da
sociedade. Este projeto é uma prática que atende aos
princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS),
ou seja, a universalidade, a integralidade, e a equidade
de atenção à saúde.
O Estágio Curricular Supervisionado é uma
disciplina que dá suporte ao estagiário no processo
de ensino-aprendizagem, para que este desenvolva a
capacidade de construir e reconstruir conhecimentos
científicos, a partir da teoria, de que serão desenvolvidas
as habilidades de observar, criticar, planejar e executar
atividades pedagógicas capazes de contribuir para a
transformação da realidade em ação.
A visita domiciliar é um conjunto de ações de
saúde voltadas para o atendimento, seja ele assistencial
ou educativo. É uma dinâmica utilizada nos programas
de atenção à saúde, visto que acontecem no domicílio
da família (Mattos, 1995).
A assistência no domicílio deve conceber a família
em seu espaço social privado e doméstico, respeitando
o movimento e a complexidade das relações familiares.
Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da
vida familiar, cabe uma atitude de respeito e valorização
das características peculiares daquele convívio humano.
A abordagem integral faz parte da assistência domiciliar
por envolver múltiplos fatores no processo saúde–
doença da família, influenciando as formas de cuidar.
As vacinas permitem a prevenção, o controle, a
eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis,
assim como a redução da morbimortalidade por
certos agravos, sendo a sua utilização bastante custoefetiva. O desenvolvimento de políticas sociais e ações
programáticas podem contribuir para a diminuição de
mortes prematuras no envelhecimento, na melhoria da
qualidade de vida e na inclusão dos adultos e idosos nos
O presente estudo caracteriza-se por um relato de
experiência vivenciado por acadêmicos do 7.º período
de Enfermagem, da Universidade Severino Sombra, na
assistência a algumas famílias da comunidade do bairro
Matadouro e Conjunto Habitacional no Município de
Vassouras-RJ, através de um projeto em que se buscou
verificar o estado vacinal das famílias acompanhadas,
com a intenção de promover a prevenção de doenças
como o tétano acidental e a hepatite B. Inicialmente,
foi feito o levantamento junto ao cliente, para saber se
havia cartão de vacina e se este se encontrava atualizado.
Após a investigação no prontuário do paciente José
Ferreira de Souza, na Estratégia Saúde da Família, no
bairro Carvalheira, confrontamos os dados informados
pelos clientes, com os registros nos prontuários.
Assim, iniciamos o levantamento do quantitativo de
vacinas a serem administradas e os materiais de insumo
necessários, como: seringas, agulhas, Descarpak,
cadernetas de vacinação, mapa de vacinas aplicadas.
Logo após agendamos visita aos clientes com a
necessidade de atualização. A ação em saúde teve data
e horário marcado previamente, para que os mesmos se
organizassem em suas residências.
Universidade Severino Sombra, Curso de enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
47
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Materiais e Métodos
Resultados
Das 40 famílias acompanhadas por nós,
acadêmicos, 44 usuários tinham alguma vacina em
atraso. Nos dois dias em que a ação foi desenvolvida,
obtivemos uma atualização de 70% dos casos em
atraso encontrados (31) usuários. Já os 30% de não
cobertura foram por recusa, horário não compatível
com o agendado, ou até a procura, independentemente
da atualização antes da ação.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Com esta atividade, nós estagiários, percebemos
o valor e a necessidade de uma maior conscientização
da importância da vacinação por parte da sociedade em
geral, tendo em vista que esta é essencial para o alto
desempenho na prevenção e no controle de doenças
imunopreveníveis. Podemos contribuir diretamente
com a promoção e prevenção da saúde de nossa clientela
adulta e idosa assistida no programa, que foi de suma
importância participar desta ação, já que estamos num
período de formação e tivemos como função orientar,
educar e sensibilizar a população quanto à magnitude
da vacinação, prestando assistência à clientela com
responsabilidade e segurança.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em http://189.28.128.100/dab/docs/
publicacoes/geral/cad_vol1.pdf acedido em 14/04/2015 às 15:36
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas
e Procedimentos para Vacinação. Brasília: 2014. Disponível em http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
acedido em 13/04/2015 às 16:00
Mattos TM. Vista Domiciliaria. In KawamotoEE, Santos MCH, Mattos TM.
Enfermagem comunitária. São Paulo; EPU; 1995. 200p. p.35-9.
MOURA, Ana Débora Assis. Estratégia saúde da família : experiência de
acadêmicos de enfermagem em estágio curricular. Rev Rene, Fortaleza, n.
12(2), p. 409-416, abr./jun., 2011. Disponível em: http://www.repositorio.
ufc.br/ri/handle/riufc/4019 acedido em 13/04/2015 às 15:40
SANTOS, Beatriz Regina Lara dos et al. Situação vacinal e associação com
a qualidade de vida, a funcionalidade e a motivação para o autocuidado em
idosos. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2009, vol.12, n.4, pp. 533-540. ISSN
1980-5497 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v12n4/03.pdf
acedido em 13/04/2015 às 15:30
48
Vem com a gente!
Cláudia Inácio Fidelis, Joice de Oliveira Lopes, Luã Gianine Moreira, Priscila Ribeiro Rocha, Mônica de
Almeida Carreiro, Sebastião Gonçalves, Lilia Marques Simões Rodrigues
Resumo
A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas orientados para a prevenção de doenças e
promoção da saúde. O estudo tem por objetivo estimular adultos e idosos com doença não transmissíveis à reflexão
sobre o tratamento destas doenças e orientar quanto à finalidade e uso regular dos medicamentos por meio de uma
atividade educativa. Estudo reflexivo a partir de análise documental, com abordagem qualitativa. Para análise dos
dados recorremos ao referencial teórico na análise do conteúdo de Bardin. Entendemos que educação em saúde
utiliza o conhecimento científico de profissionais da saúde a fim de intervir na vida cotidiana das pessoas com
intuito destes adotarem novos hábitos e condutas de saúde por meio da compreensão do processo saúde-doença.
Introdução
modalidade de atenção, o que implica adequar certos
aspectos na organização do seu processo de trabalho,
bem como agregar certas tecnologias necessárias para
realizar o cuidado em saúde no ambiente domiciliar
(BRASIL, 2012 p.32).
As doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT)
são doenças de longa duração que vão ocorrendo no
decorrer da vida com longa duração sendo multifatoriais.
São responsáveis por 74% das mortes no Brasil (dados
de 2012). Consumo nocivo de álcool, tabagismo,
inatividade física e alimentação não saudável são os
principais fatores de risco para o desenvolvimento das
DCNT.
O tabagismo é um importante fator de risco
para o desenvolvimento de uma série de doenças
crônicas, como câncer, doenças pulmonares e doenças
cardiovasculares, desse modo o uso do tabaco permanece
como líder global entre as causas de mortes evitáveis.
Evidências associam, também, a exposição passiva ao
tabaco a esse mesmo grupo de doenças.
Os padrões de atividade física da população
brasileira passaram a ser estudados recentemente. A
prática de, no mínimo, 150 minutos de atividade física
semanal de intensidade moderada, entre os adultos
residentes das capitais do Brasil, passou de 30,3% em
2009 para 33,8% em 2013. Os homens, pessoas jovens
e de maior escolaridade são os mais ativos. Em 2013,
16,2% dos adultos foram considerados inativos e 28,6%
relataram assistir três ou mais horas de televisão por
dia.
Dados obtidos em quatro grandes pesquisas
representativas sobre compras de alimentos pelas
famílias do Brasil, entre meados da década de 1970 e
meados da década de 2000, sugerem uma redução na
O presente trabalho foi elaborado por acadêmicos
do grupo C do estágio da disciplina de Enfermagem
do Adulto e do Idoso, do 7.° período do curso de
Enfermagem da Universidade Severino Sombra, com
orientação dos professores Sebastião Gonçalves e
Mônica de Almeida Carreiro.
O objetivo foi estimular adultos e idosos com
doenças crônicas não transmissíveis, da Rua Francisco
de Assis – Centro - Vassouras-RJ, pela Estratégia Saúde
da Família José Ferreira de Souza- Carvalheira, à
reflexão sobre o tratamento destas doenças e orientar
quanto à finalidade e uso regular dos medicamentos por
meio de uma atividade educativa na comunidade no dia
18 de Março de 2015, das 9 às 10h, na raia de malha
próxima a rua.
A educação em saúde constitui um conjunto
de saberes e práticas orientados para a prevenção de
doenças e promoção da saúde (Costa & López, 1996).
Utiliza-se o conhecimento científico de profissionais da
saúde a fim de intervir na vida cotidiana das pessoas
com intuito destes adotarem novos hábitos e condutas
de saúde por meio da compreensão do processo saúdedoença.
Foram realizadas visitas domiciliares à
comunidade onde se encontraram os seguintes
problemas: não compreensão da importância do
tratamento para o controle das doenças e não adesão ao
tratamento medicamentoso.
A atenção domiciliar é atividade inerente ao
processo de trabalho das equipes de atenção básica,
sendo necessário que estejam preparadas para identificar
e cuidar dos usuários que se beneficiarão dessa
Universidade Severino Sombra, Curso de enfermagem,Vassouras-RJ, Brasil.
49
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Educação em Saúde. Estratégia Saúde da Família. Tratamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
Adesão a Medicação.
Avaliação
compra de alimentos tradicionais básicos, como arroz,
feijão e hortaliças, e aumentos notáveis na compra
de alimentos processados, acarretando aumento no
consumo de gorduras saturadas e sódio.
Para a realização do projeto foram escolhidas
pessoas da comunidade que possuíam dificuldade de
adesão ao tratamento. Um grupo de 11 pessoas, sendo
7 mulheres, 1 homem e 4 crianças que acompanharam
os pais e também participaram da atividade. Todos
participaram ativamente, fizeram perguntas referentes
às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, tiraram
suas dúvidas quanto à prevenção das doenças. Em
destaque ficaram as perguntas referentes ao tratamento
medicamentoso para o controle da pressão arterial, e
tratamento para controle do diabetes, todas as dúvidas
foram esclarecidas no momento pelos acadêmicos
de Enfermagem. Quando o tema tabagismo que foi
abordado ouve um entusiasmo maior de uma integrante
do grupo que tinha interesse em deixar de ser tabagista
e tinha muita dificuldade de controlar o vício, a mesma
relatou que a palestra serviu como um grande incentivo
para ela.
Atividades:
Estratégia
Recursos utilizados
Alimentação
Alimentos saudáveis a serem
provados na
hora.
Frutas diversas (banana,
laranja, uva) sobre a mesa,
torradas, sucos de baixa
caloria e baixo teor de sódio, água disponíveis para
serem consumidos na hora
e para levar para casa.
Consumo de
sódio e açúcar
em excesso
Cartazes e palestra.
Cartazes coloridos informativos sobre o consumo
de adequado de sódio por
dia e exemplos de alimentos que contém sódio em
excesso.
Palestra ministrada com
objetivo de demonstrar os
malefícios do consumo
excessivo de refrigerantes/
sucos industrializados.
Adesão ao
tratamento
medicamentoso
Tabagismo
Dinâmica da
bola.
Palestra.
Conclusão
Em síntese, o estudo buscou elaborar de forma
educativa e dinâmica uma conscientização sobre as
DCNT, buscando informá-los sobre os seus riscos à
saúde e tirando suas dúvidas quanto ao tratamento, afim
de que possam melhorar sua qualidade de vida.
O projeto teve grande contribuição para os
acadêmicos de Enfermagem, sendo uma prova de que
é possível atuar ativamente na promoção da saúde da
comunidade de forma educativa, onde se possa atuar
de acordo com as necessidades de cada comunidade,
respeitando seu perfil e necessidade do momento.
Dinâmica feita por meio de
uma roda, onde se coloca
uma música para tocar e
vão passando a bola em
sequência, um para o outro.
Quando a música para a
pessoa estoura a bola e lê o
papel que contém uma pergunta. A pessoa responde a
pergunta e o profissional da
saúde corrige a resposta se
necessário ou parabeniza se
a resposta for correta.
As perguntas foram
referentes ao tratamento
do Diabetes, Hipertensão
Arterial e Estratégia Saúde
da Família.
Referências
Alves,V.S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da
Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial,
Interface – Comunic, Saúde, Educ, v.9, n 16, p 39-52, set 2004/fev 2005.
BRASIL. Diretrizes e Recomendações para o Cuidado Integral de Doenças
Crônicas Não-Transmissíveis: Promoção da Saúde, Vigilância, Prevenção e
Assistência, Série Pactos pela Saúde, Ministério da Saúde, v. 8, Brasília –
DF, 2008.
Palestra de incentivo contra
o tabagismo por meio de
cartazes, informando os
malefícios do tabaco para o
organismo de acordo com
os dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS)
BRASIL, Caderno de Atenção Domiciliar, Ministério da Saúde, v.2, Brasília
– DF, 2013.
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/
svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis. Acessado em 14/03/2015 às 15h.
50
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Tema
Na rota do Aedes aegypti: educação e cultura
Marise Maleck1,2,3, Igor Luiz Souza da Cruz1,3, Bárbara Mendes Pardal1,3, Nayara Batista de Oliveira1,3, Antônio
José da Cruz Junior1,3, Michele Teixeira Serdeiro1,4, Jacenir Reis dos Santos Mallet4, Simone Pereira Alves¹
Resumo
Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) é considerado o principal transmissor do vírus da dengue. O objetivo deste
trabalho é promover a educação em saúde para o controle do mosquito vetor do vírus da dengue, através de eventos em
centros culturais no município de Vassouras - RJ, utilizando como ferramentas atividades didáticas e lúdicas. Em 2012 foram
desenvolvidas diversas atividades com crianças, jovens e a população, no Centro Cultural da Fundação Severino Sombra,
Universidade Severino Sombra. Este evento contou com a presença de 725 visitantes. De acordo com este dado torna-se
importante realizar novamente o evento “Na rota do Aedes aegypti: educação e cultura” com novas propostas e atividades.
Introdução
Materiais e Métodos
O culicídeo Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus,
1762) é considerado o principal transmissor do vírus da
dengue. Este vetor se reproduz em ambientes domésticos
e peridomésticos que disponham de recipientes que
acumulem água, encontrados facilmente nas ruas e
nos lixos das cidades. A dengue é uma doença febril
aguda que vem sendo considerada a arbovirose mais
importante do mundo e o problema mais grave de
saúde pública (WHO, 2012) No Brasil, em 2015, foram
registrados 224.101 casos notificados de dengue até 9º
semana epidemiológica (SE) (01/03/2015 a 07/03/2015)
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, BRASIL). Embora
pesquisas estejam em andamento, ainda não há vacina
eficaz para o uso preventivo contra o vírus da dengue,
sendo o controle da transmissão restringido apenas ao
controle do mosquito vetor (CARVALHO et al, 2011).
Campanhas envolvendo promoção em saúde são uma
das alternativas utilizadas para tentar minimizar os surtos
de dengue. A educação e a transmissão de conhecimento
são fortes ferramentas capazes de transformar e induzir
novos comportamentos em uma comunidade em relação
a várias doenças, tendo as instituições de ensino um
papel fundamental na formação destas comunidades
como cidadãos disseminadores de práticas a favor da
promoção em saúde. “Temas relacionados a doenças
endêmicas e/ou epidêmicas precisam ser abordadas de
maneira consistente, criativa, e adequadas às realidades
locais” (LENZI e COURA, 2004). O objetivo deste
trabalho é promover o evento “Na rota do Aedes aegypti:
educação e cultura” com novas propostas e atividades a
fim de sensibilizar novos multiplicadores no controle do
mosquito vetor do vírus da dengue.
Foram desenvolvidas diversas atividades
com crianças, jovens e a população do município
de Vassouras, no Cecult/FUSVE/USS em 2012. A
equipe trabalhou com várias atividades direcionadas à
educação, esclarecimento de dúvidas e disseminação
de ideias conscientizadoras a respeito da importância
da prevenção do mosquito da dengue. Estas atividades
constaram de peça teatral, caixa de Pandora, corrida
maluca, lupa mágica, labirinto, caça-palavras, jogo da
memória e confecção de máscaras, além da realização
de palestras, exposição de material sobre o ciclo de
vida do mosquito, história em quadrinhos “O Mosquito
Dengoso” e uma música de mesmo nome.
Resultados e Discussão
O evento Educação Antidengue realizado no
Cecult no ano de 2012 contou com a participação de 725
pessoas. As atividades foram marcadas pela presença de
crianças, adolescentes, docentes, discentes e moradores
da região, e cidades vizinhas. Seu ápice foi alcançado
com o sucesso obtido pela peça teatral “O Mosquito
Dengoso”, que interagiu com o dinamismo dos atores e
a participação dos visitantes. Foi observado que a caixa
de Pandora, o labirinto, e a corrida maluca foram as
atividades mais atrativas pelos estudantes. A exposição
do material (in vitro), observação das formas imaturas
do culicídeo por meio de microscopia óptica atraiu todos
os presentes, principalmente os jovens e adultos. As
ações educativas realizadas nas escolas finalizaram os
resultados a confecção e exposição de cartazes a partir
do aprendizado adquirido e os mesmos expostos neste
1. Laboratório de Insetos Vetores, Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores, Universidade Severino Sombra, Vassouras, RJ, Brasil.
2. Mestrado Profissional em Ciências Ambientais, Universidade Severino Sombra, Vassouras, RJ.
3. Pró-Reitoria da Ciências da Saúde, Universidade Severino Sombra, Vassouras, RJ.
4. Laboratório de Transmissores de Leishmanioses, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, RJ.
51
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Aedes aegypti. Educação e cultura. Dengue.
evento científico. Posteriormente os resumos e textos
foram publicados na forma on-line no sítio institucional.
Todas as dinâmicas foram realizadas de forma acessível
e divertida, já que o objetivo foi educar, conscientizar e
mobilizar os jovens cidadãos a serem contribuintes de
um futuro melhor.
Conclusões
Os dados apresentados neste trabalho
demonstraram que os objetivos propostos de
conscientização não apenas de crianças e adolescentes,
mas como também da população em geral foram
atingidos em sua totalidade. A combinação entre
educação, diversão e cultura demonstrou a necessidade
da realização de novos eventos a fim de instruir e
conscientizar as pessoas com relação a temas sérios e de
grande importância para a promoção em saúde através
de meios alternativos e divertidos.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
CARVALHO, G.H.F.; SILVA, H.H.G.; CUNHA, L.C.; SILVA, I.G. Atividade
inseticida do extrato bruto etanólico de Persea americana (LAURACEAE)
sobre larvas e pupas de Aedes aegypti (DIPTERA, CULICIDAE). Revista
de Patologia Tropical. v.40, n.4, p. 348-361, 2011.
LENZI, M.F.; COURA, L.C. Prevenção de dengue: a informação em foco.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.v.37, n.4, 343-350,
2004.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global Strategy for Dengue
Prevention and Control 2012-2020. Geneva: Who, 2012. Disponível em:
http://www.who.int/immunization/sage/meetings/2013/april/5_Dengue_
SAGE_Apri2013_Global_Strategy.pdf
MINISTÉRIO DA SAÚDE/BRASIL. 2015. Disponível em: http://
portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/13/Boletim-DengueSE09-2015.final.pdf
52
Análise microbiológica da água coletada em distintas fontes do distrito de Nossa Senhora do Amparo, município de Barra Mansa - RJ
Lidiane Magalhães Pinto Mituiassu¹, Alessandra Souza¹, Renato Barreto de Oliveira¹, Rosana Canuto
Gomes²
Resumo
A água potável adequada para o consumo humano, infelizmente, em muitas regiões do país ainda está aquém do que se
considera ideal. Portanto, este estudo objetivou Identificar a microbiota da água consumida pelos habitantes do distrito de
Nossa Senhora do Amparo, pertencente ao município de Barra Mansa - RJ. Foram coletadas quatro amostras em distintos
lugares do distrito, descritas nesta pesquisa como amostra1: poço/cisterna: o qual armazena água do distrito, amostra 2:
poço residencial, amostra 3: bebedouro do colégio, amostra 4: domicílio. Nestas amostras realizaram-se testes presuntivos
e confirmatórios para coliformes totais e teste para detecção de coliformes termotolerantes. Observou-se, portanto, que
das quatro amostras, apenas em uma delas a água estava própria para consumo, representada pela amostra 2. As demais
apresentavam contaminação tanto por coliformes totais quanto por coliformes fecais- termo tolerantes. Realizou coloração
de Gram para classificação das colônias em Gram + e Gram-, além de observação microscópica. Para melhor caracterização
das bactérias encontradas nas amostras contaminadas, foi feito provas bioquímicas e caracterização dos possíveis gêneros.
Introdução
Mansa, nos locais descritos como: amostra 1: poço/
cisterna: o qual armazena água do distrito, amostra 2:
poço residencial, amostra 3: bebedouro do colégio,
amostra 4: domicílio.A amostragem foi realizada no
mês de setembro 2014.Para contagem presuntiva de
coliformes totais as amostras diluídas, em tubos com
Caldo Lauril Sulfato Triptose (L.S. T) e em caldo
Bile Verdes Brilhante 2% (V.B), com tubos de Durhan
invertidos, foram incubadas a 37ºC entre 24-48 horas,
para teste confirmatório de coliformes totais. Para
detecção de coliforme termo tolerante as amostras
com bactérias crescidas nos meios L.S.T e V.B foram
repicadas para tubos com o Caldo Escherichia coli
(E.C), incubados no tubo de ensaio a 45ºC com leitura
em 24 horas.
A observação das colônias crescidas que
apresentavam
características
diferentes
foram
selecionadas e, após, realizado a coloração de Gram,
assim, as bactérias foram classificadas como sendo do
grupo das bactérias Gram+ ou Gram -, além de ter sido
analisada a sua morfologia.
Para realização das
provas bioquímicas foram utilizados tubos testes
contendo ágar TSI (triplo açúcar ferro), ágar citrato
simmons,SIM,VM (vermelho de metila) e VP(voges
Proskauer), a partir das colônias crescidas em meio
BHI. Para a catalase, as colônias crescidas em meios
BHI foram também inoculadas em caldo nutritivo onde
permaneceram por 24-48hs e, após, realizado a prova
supracitada.
É importante tratar a água destinada ao consumo
humano, pois esta é capaz de veicular grande quantidade
de contaminantes, cujo consumo tem sido associado
a diversos problemas de saúde1. A qualidade da água
tornou-se uma questão de saúde pública devido às
consequências provocadas pelas diferentes formas de
contaminantes e pelo grande impacto sobre a saúde
humana. No Brasil, morrem 29 pessoas ao dia por
doenças decorrentes da qualidade da água e do não
tratamento de esgotos2 e estima-se que cerca de 80%
das enfermidades no mundo são contraídas devido
à água poluída. Um método utilizado para análise da
qualidade da água para consumo são os parâmetros
microbiológicos, que servem para avaliar dentre outros,
a quantificação de coliformes totais e termo tolerante
(Escherichia coli), além da contagem de bactérias
heterotróficas. Sendo assim, especificações legais
definem que a água para consumo humano é aquela
livre de E.coli ou coliformes termo tolerantes, sendo
recomendada a sua ausência em 100 mL3,4.Portanto,
este estudo objetivou Identificar a microbiota da água
consumida pelos habitantes do distrito de Nossa Senhora
do Amparo, e se esta é adequada para consumo.
Metodologia
As amostras foram coletadas no distrito de Nossa
Senhora do Amparo pertencente ao município de Barra
1. Discente do curso de Mestrado Profissional em Ciências Ambientais da Universidade Severino Sombra.
2. Docente da Universidade Severino Sombra.
53
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Água potável. Microbiologia. Coliformes.
Resultados e Discussão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Das quatro amostras colhidas em diferentes
pontos do distrito de Nossa Senhora do Amparo, no mês
de setembro de 2014, somente 25% não apresentaram
contaminação por coliformes totais e fecais, a qual
representada pelo local descrito como 2 na pesquisa que
representa um poço residencial. As demais amostras,
que somam 75%, apresentaram contaminação tanto por
coliformes totais quanto fecais. Estudo microbiológico
realizado em águas de abastecimento de escolas públicas
do município de Ibiúna-SP mostra que 21,42% de
contaminação com coliformes totais e 14,28% com E.
coli, fato que pode está relacionado com as condições
de armazenamento e/ou oferta desta água , sendo assim,
possível fazer uma analogia aos dados encontrados na
amostra 3 deste estudo. Dados do estudo realizado em
Santa Fé - MG demonstrou que 43% das cisternas dos
domicílios encontram-se impróprias para consumo. O
que corrobora com os dados deste estudo com relação à
amostra 4. Em relação aos testes bioquímicos realizados
em amostras positivas de coliformes termotolerantes
obtidas nos meios confirmativos para o Caldo EC.
Observou-se a presença dos possíveis gêneros: Klebsiella,
Shigella,Escherichia, Citrobacter, Enterobacte,Hafinia.
Conclusão
- Os dados citados acima reafirmam que a água
se encontra imprópria para consumo, principalmente pela
presença do gênero Eschericha, principal bioindicadora
de dejetos fecais.
- A água de consumo desses reservatórios expõe a
comunidade a riscos para a saúde, por meio de doenças
de veiculação hídrica; por isso se faz necessário um
acompanhamento sistemático na fonte fornecedora e
reservatórios para manutenção da higiene e controle
microbiológico de água desses locais.
Referências
1-Scuracchio, P.A. Qualidade da água utilizada para consumo em escolas no
município de São Carlos-SP.Dissertação.Araraquara,2010.
2- BARCELLOS, Christovam et al. Inter-relacionamento de dados
ambientais e de saúde: análise de risco à saúde aplicada ao abastecimento
de água no Rio de Janeiro utilizando Sistemas de Informações Geográficas
. Cad. Saúde Pública vol.14 n.3 Rio de Janeiro July/Sept. 1998.3- LEITE, M.
O.; ANDRADE, N. J.; SOUZA, M. R.; FONSECA, L. M.; CERQUEIRA, M.
M. O. P.; PENNA, C. F. A. M. Controle de qualidade da água em indústrias
de alimentos. Leite & Derivados, v.69, p.38-45, 2003.
3- BRASIL. Portaria n° 518, de 25 de março de 2004. Legislação para águas
de consumo humano. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 26 de mar. 2004. Seção 1.
4- Brasil. Resolução RDC n° 275, de 22 de setembro de 2005. Aprova o
“Regulamento Técnico de Características Microbiológicas para Água
Mineral Naturale Água Natural.Brasília;ANVISA,2005.Disponível
em:http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php. Acessado
em:
20/10/2014.
54
A teoria e a prática na construção de um projeto político pedagógico – a busca por uma escola inclusiva.
Tais Curytiba Amorim¹, Rafael Carneiro de Moura Barbosa¹, Catielen dos Santos Castro¹, Marcela Aparecida
da Silva Cordovino¹, Suzane de Moura Souza¹, Mônica de Carvalho Teixeira1,2
Resumo
Um tema que gera grandes discussões na educação é a crença na dissociação entre teoria – conteúdo estudado na
academia - e a prática – as ações pedagógicas - exercitada nas escolas. Visando estudar e entender o porquê se julga a
dissociabilidade entre teoria e prática no cotidiano do curso de Pedagogia é que surgiu a possibilidade de estudarmos um
documento, cuja normatização legal, faz com que as escolas precisem possuir: o projeto político pedagógico. Longe de ter
este estudo como resposta geral às situações escolares, julgamos que o estudo deste documento nos forneceu pistas para
compreender a filosofia de trabalho da escola e, consequentemente como se forja a prática pedagógica em seu interior.
Palavras-Chave: Teoria. Prática. Educação Infantil. Pedagogia.
Introdução
Entender as prerrogativas de criação do referido
documento, a filosofia de trabalho pedagógico nele
inserida, a previsão ou não de formação continuada para
os profissionais da educação e as concepções de cuidar
e educar nele elencadas são as bases de orientação do
trabalho em questão.
Na disciplina Fundamentos Teóricos e
Metodológicos da Educação Infantil, que foi estudada
ao longo do semestre de 2014/2, foi solicitado um
trabalho com a orientação de analisar um Projeto Político
Pedagógico (PPP) de uma escola de educação infantil,
escolhida pelo grupo. Evitando ficar apenas no discurso
teórico, este trabalho teve o objetivo de verificar no
referido documento a teoria estudada em sala de aula e
a prática (ainda que descrita em um documento oficial)
de uma escola de educação infantil, percebendo até que
ponto há uma dissociação ou não das teorias estudadas,
promovendo ou não a inclusão das crianças que estão
sob responsabilidade da escola.
Em trabalhos como este, conseguimos entender
que há uma intencionalidade no trabalho pedagógico,
iniciando este entendimento a partir do estudo da
concepção de um documento, como o Projeto Político
Pedagógico, possibilitando assim, que ao longo dos
estudos, os acadêmicos do curso de Licenciatura em
Pedagogia, promovam debates sobre a integração entre
teoria e prática.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, de 1996 (LDBEN) é de fundamental
importância que o PPP seja construído/reconstruído,
operacionalizado e avaliado permanente e coletivamente
pelo dirigente escolar, pelo pedagogo, pelo professor,
pelos pais dos alunos e pela comunidade. Nesse
processo, os diversos segmentos que compõem a escola
e a criação de espaços e mecanismos de participação
são prerrogativas fundamentais para o exercício do jogo
democrático na construção de um processo de gestão
democrática.
A atuação de uma das componentes do grupo,
em uma escola de educação infantil como professora,
permitiu o acesso ao documento estudado.
Foram feitas algumas cópias do documento e
entregue aos integrantes do grupo para realizar leituras
individualmente e, em alguns momentos presenciais,
nos encontrávamos para conversar sobre as impressões
do grupo sobre a leitura feita e, traçar as diretrizes de
trabalho, normatizando as teorias que utilizaríamos para
reflexão e entendimento do documento em questão.
Resultados e Discussão
O PPP da escola escolhida foi discutido e
elaborado em reuniões pedagógicas e reuniões de
pais, não houve dificuldades na elaboração e, havendo
necessidade de realizar alterações ao longo do ano letivo
ou posteriormente, será feito por meio de enquetes e
questionários.
O Projeto Político Pedagógico analisado mostrou
que sua filosofia é pautada na visão de Vigotski, que
é um dos autores da teoria histórico-cultural, pois visa
o contato com o meio cultural no qual a criança esta
inserida e em que desenvolve sua autonomia e identidade
1. Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. FAETERJ/Três Rios-RJ, Brasil.
55
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
Conclusões
e interage com o outro.
Sua proposta pedagógica levou em conta a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9.394/96, a Constituição Brasileira, o Estatuto
da Criança e do Adolescente - ECA, o disposto nos
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, de acordo
com a Lei Municipal de Ensino e Regimento Interno da
Secretaria Municipal de Educação e Cultura, tendo em
vista a interação entre os diversos campos do saber e o
cotidiano da criança. A prática é desenvolvida de forma
consciente, pois se entende que a educação não é um
fim em si.
A instituição proporcionou programa de formação
continuada para todos os profissionais, dado que,
semanalmente as professoras e as recreacionistas de
educação infantil tiveram um encontro com o orientador
pedagógico para serem orientadas individualmente.
Bimestralmente é realizado o encontro pedagógico que
tem como objetivo discutir e avaliar o projeto do ano
vigente.
Podemos dizer que o Projeto Político Pedagógico
é a alma da escola, pois se este foi coletivamente
elaborado, pôde ajudar o grupo escolar e a comunidade
a pensar a construção de uma prática pedagógica mais
solidificada e coerente com a realidade dos que fazem
parte da comunidade escolar.
Os espaços físicos foram organizados de forma a
motivar o envolvimento da criança neste mesmo espaço,
promovendo uma escola inclusa com um ambiente que
assegurou a acessibilidade universal e que garantiu a
autonomia tanto de alunos quanto professores e demais
funcionários. Os espaços construídos para a criança e
com a criança foram explorados por ela mesma, em uma
relação de interação total, de aprendizagem, de troca de
saberes entre os pares, de liberdade de ir e vir, de prazer,
de individualidades, de partilhas, enfim, de se divertir
aprendendo.
O documento estudado seguiu a orientação
prescrita nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil de 2009 (DCN) de acordo com o
conceito de que o educar e o cuidar estão ligados isto é,
que ambos se complementam e juntos contribuem para
o bem estar da criança e o seu desenvolvimento integral
cooperando para a elaboração de sua identidade e sua
autonomia.
1 – A construção coletiva do PPP permitiu maior
integração entre os membros da comunidade escolar e a
realização de uma gestão democrática;
2 – Ao possibilitar mecanismos de formação
continuada para os profissionais da educação, a escola
em questão mostra que prima pela sua valorização;
3 - Mesmo que, por questões históricas a
creche seja vista como assistencialista, quando as
ações pedagógicas e de cuidado são desempenhadas
separadamente, o documento estudado mostrou-nos que
não há dissociação entre cuidar e educar.
Referências
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil:
Resolução nº 5 de 17 de Dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil
Disponível
em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&id=12579%3Aeducacao-infantil&Itemid=859
Acessado em: 21 de Outubro de 2014
CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gládis E. (org.) Educação Infantil: Pra
que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
PRESTES, Zoia. Quando não é quase a mesma coisa – traduções de Lev
Semionovitch Vigotski no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados,
2012.
RUIZ, Jucilene de Souza. Educação Infantil e as Práticas de Cuidar e Educar
no Contexto das Políticas Educacionais. Revista HISTEDBR on-line.
Campinas, abr. 2005.
Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/
jornada7/_GT2%20PDF/EDUCA%c7%c3O%20INFANTIL%20E%20
AS%20PR%c1TICAS%20DE%20CUIDAR%20E%20EDUCAR%20
NO%20CONTEXTO%20DAS.pdf
Acessado em: 19 de Agosto de 2014
A indissociabilidade entre as práticas de cuidar e
educar requer que ambos os profissionais tenham os
mesmos objetivos em suas ações, de modo que juntas
proporcionem o desenvolvimento infantil nos aspectos
físicos, emocional, afetivo, cognitivo, lingüístico
e social e assegure em sua totalidade, a identidade
e a autonomia das crianças, livre de preconceitos e
ideologias de caráter dominante. (RUIZ, 2005, p. 19-20)
56
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n°9394/96
de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.
pdf
Acessado em: 28 de Outubro de 2014
Hemangiossarcoma Canino – Relato de caso
Jéssica Cristina Ferreira Pereira, Stephane do Carmo Lima, Fabio Sartori, Ana Paula Martinez de Abreu
Resumo
Com o aumento do tempo médio de vida dos animais, cresce também a incidência de doenças relacionadas à
idade. Dentre elas, as neoplasias. O hemangiossarcoma (HSA) é uma neoplasia maligna com alto potencial
metastático, de origem endotelial vascular que acomete preferencialmente o baço; entretanto, fígado e coração
são frequentemente sítios primários, sendo a forma cutânea a mais rara. Este trabalho tem por objetivo, relatar o
caso de uma cadela, da raça Pitbull, de nome Sasha, que veio a óbito, em decorrência, provavelmente de um HSA.
Palavras-Chave: Hemangiossarcoma. HSA. Cães. Neoplasias.
Introdução
avaliação bioquímica hepática e renal, é importante
a realização de um coagulograma devido a possível
ocorrência de CID. O diagnóstico definitivo é obtido a
partir de exame histopatológico e é recomendável que
se proceda a biópsia excisional da massa, por esta ser
uma medida ao mesmo tempo diagnóstica e terapêutica.
O presente trabalho tem por objetivo, relatar o caso de
uma cadela, de nome Sasha, que teve sua necropsia
realizada no Hospital Veterinário da Universidade
Severino Sombra,
Os avanços ocorridos ao longo do tempo no
campo da Medicina Veterinária contribuíram para
o estabelecimento e consolidação de melhorias nas
condições de nutrição, imunização, prevenção e
tratamento de doenças dos animais de companhia
acompanhadas por maior interação entre proprietários
e seus animais, especialmente os cães, permitindo-lhes
aumentar sua expectativa de vida. Com estes fatores,
surge também a necessidade de se dedicar maior
atenção às afecções consideradas outrora raras devido
à concentração de sua prevalência em indivíduos de
idade avançada. As neoplasias se enquadram neste
contexto, tornando-se cada vez mais encontradas na
rotina da clínica veterinária (Ferraz, et al., 2008). O
hemangiossarcoma (HSA) é uma neoplasia maligna com
alto potencial metastático, de origem endotelial vascular
que acomete preferencialmente o baço; entretanto,
fígado e coração são frequentemente sítios primários,
sendo a forma cutânea a mais rara (BROWN et al.,
1985). Por se originar do endotélio de vasos sanguíneos,
o hemangiossarcoma pode ocorrer em qualquer região
vascularizada do corpo. Pele, pericárdio, pulmões, rins,
cavidade oral, músculos, ossos, bexiga urinária e peritônio
também são possíveis sítios para essa neoplasia. O HSA
de átrio direito é a neoplasia cardíaca mais comum. Os
sinais clínicos decorrentes do HSA variam de acordo
com o local do tumor primário. O diagnóstico iniciase na anamnese do animal, onde se devem observar
sintomas sugestivos a um hemangiossarcoma, deve-se
também identificar possíveis massas, tumores, assim
como volume abdominal. O tratamento de eleição para
o HSC é a cirurgia. A excisão cirúrgica completa de um
tumor localizado cura mais paciente que qualquer outra
forma de tratamento. Além de exames laboratoriais
pré-cirúrgicos rotineiros, como hemograma completo,
Foi realizada a necropsia no Hospital Veterinário
da Universidade Severino Sombra, de uma cadela, da
raça Pitbull, de nome Sasha, no dia 30 de março do ano
de 2014. O animal não apresentava um histórico clínico
e veio a óbito no dia 19 de março do ano de 2014. O
procedimento foi realizado pelas alunas Jéssica Pereira
e Stephane Lima, durante a aula da matéria de Anatomia
Patológica Especial, do curso de Medicina Veterinária.
Inicialmente foi realizado um exame externo, em
seguida, a necropsia foi iniciada com o animal em
decúbito lateral esquerdo, onde, primeiramente os
membros foram rebatidos e uma incisão mento-pubiana
foi realizada. As cavidades foram expostas após o
rebatimento do esterno e em seguida os órgãos foram
removidos, inicialmente os orais e cardiorrespiratórios,
seguidos pelos órgãos abdominais e por último os do
sistema nervoso. A análise dos órgãos foi realizada por
meio de uma divisão de sistemas, onde se analisou:
1.º
Oral e cardiorrespiratório;
2.º
Omento e baço;
3.º
Intestinos;
4.º
Fígado e estômago;
5.º
Geniturinário e ânus;
6.º
Sistema nervoso.
Universidade Severino Sombra, Medicina Veterinária.
57
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
a um caso de Hemangiossarcoma, com o corrimento de
metástases, o que, comprova o alto grau de malignidade
do HSA, assim como sua capacidade metastática.
Ressalta-se então a necessidade de prevenção e
diagnóstico precoce dos animais acometidos por tal
neoplasia.
A coleta para histopatologia foi realizada por
meio de imprint de acúmulos de células suspeitas no
baço do animal.
Resultados e Discussão
Referências
O animal apresentava um edema na pata esquerda.
Nódulos em diafragma e pulmão; pontos hemorrágicos
na região torácica; alteração dos linfonodos mandibular,
axilar direito e pré-escapular direito; linfonodo
mandibular hemorrágico e mucosas hipocoradas.
Esôfago hemorrágico; traqueia hemorrágica e contendo
espuma; hemotórax e granuloma de 5° costela. Intestinos
delgado e grosso hemorrágico. Tumor no fígado;
degeneração hepática, estômago hemorrágico e tumor
esplênico. Rim esquerdo edemaciado e hemorrágico;
bexiga hemorrágica; alteração de glândula mamária
e alteração de linfonodos inguinais e poplíteos. Na
leitura da lâmina para leitura histopatológica do
tumor esplênico, através de microscópio óptico,
visualizou-se massa constituída por células altamente
pleomórficas, variando de fusiformes a poliédricas,
com núcleo grande e hipercromáticos, apresentando
anisocitose e multinucleação. O diagnostico foi um
hemangiossarcoma.
Com o diagnóstico de hemangiossarcoma no baço
do animal, e o fato do animal apresentar nódulos, com
características sugestivas a HSA, ou seja, nódulos de
coloração vermelha escuro, moles, pouco circunscritos,
não encapsulados e aderidos a órgãos adjacentes,
deduz-se que a possível causa mortem do animal foi
complicações advindas de um hemangiossarcoma, uma
neoplasia maligna comum em raças de grande porte,
o que condiz com o caso citado, onde se descreve um
animal da raça Pitbull. O edema na pata esquerda possui
características sugestivas a um hemangiossarcoma
subcutâneo, ou seja, edemas que se apresentam com
a camada de pele sobreposta, o que conserva a sua
aparência normal, o que vai de encontro a relatos que
citam o Pitbull como uma das raças predispostas a
desenvolver o HSA cutâneo. A ocorrência de nódulos
disseminados em órgãos como baço, pulmão, fígado
e subcutâneo, confirma o potencial metastático da
neoplasia citada na literatura. O baço é citado como o
principal sítio de crescimento de hemangiossarcoma,
assim como fígado e pulmões, fato que condis com o
caso examinado. A hemorragia generalizada é citada
na literatura como a principal causa de complicações
causadas pelo hemangiossarcoma, fato observado no
presente trabalho.
FERRAZ, J.R.S.; ROZA, M.R. CAETANO, J.J.; COSTA, C.A.
Hemangiossarcoma canino: revisão de literatura. Jornal Brasileiro de Ciência
Animal, v.1, n.1, p. 35-48, 2008.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BROWN, N. O.; PATNAIK, A. K.; MACEWEN, E. G. Canine
hemangiossarcoma: Retrospective analysis of 104 cases. Journal of the
American Veterinary Medical Association, v. 186, n. 1, p. 56-58, Jan. 1985.
Conclusão
Os achados macro e microscópios são condizentes
58
Aleitamento materno exclusivo e a relação com a redução de internações
Michael Aubert Cordeiro17, Jannaina Sther Leite Godinho², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo busca apresentar inicialmente uma revisão bibliográfica, com objetivo analisar em artigos já publicados
um comparativo sobre crianças que receberam aleitamento materno exclusivo até os 06 meses de vida e as que
não tiveram esta dieta exclusiva, relacionado ao processo de hospitalização. Parte integrante de uma pesquisa
que investiga a relação entre a amamentação em seio materno de livre demanda com a redução das internações,
além do significado do profissional enfermeiro como multiplicador dos benefícios do leite materno. A Metodologia
que auxilia o estudo é de abordagem qualitativa, a partir de uma revisão bibliográfica, utilizando as bases de dados:
LILACS, Bireme, Mendeley e Google Acadêmico. Utilizamos o referencial teórico da Análise do Conteúdo de Bardin,
para análise. Os resultados preliminares apontam para aumento na prevalência de aleitamento materno, relacionado
a uma redução das taxas de internação hospitalar por pneumonia entre as crianças com menos de 01 ano de vida.
Introdução
Dessa forma, a compreensão dos motivos pelos
quais muitas mulheres deixam de amamentar seus
filhos e a atuação junto à nutriz na tentativa de intervir
nos aspectos que levam à decisão do desmame e à
introdução precoce de outros líquidos ou alimentos na
dieta do recém-nascido são importantes desafios das
equipes de Saúde.
Neste sentido, o que deve ser explorado pelos
profissionais de saúde, e mesmo pelas instituições
e órgãos de apoio ao aleitamento materno, é o fato
deste não ser apenas um ato instintivo e puramente
biológico. Trata-se de um processo multidimensional,
que incorpora várias facetas da realidade vivenciada
para mãe-mulher, devendo ser abordado a partir de uma
visão ampla, sob a égide do trinômio mãe-filho-família
e do entorno social, histórico, cultural e econômico no
qual o trinômio está inserido.
Com a complexidade da prática da amamentação,
se faz necessária a atuação da equipe de Saúde em
diversas frentes, integrando todo o serviço e mobilizando
todos os profissionais. Nesse sentindo, justifica-se o
trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF), já que
é possível, por meio do vínculo família-profissional de
saúde, realizar o acompanhamento e o aconselhamento
das nutrizes, adequando suas ações à cultura, hábitos,
crenças e posição socioeconômica, entre outros aspectos
específicos das comunidades, bem como perceber as
construções sociais das mães acerca do processo saúdedoença.
Diante desta problemática, buscamos analisar os
números de internação e realizar um comparativo entre
crianças que receberam aleitamento materno exclusivo
até os seis meses de vida e as que não tiveram esta dieta
Considerada uma das primeiras ações para
garantir a saúde da criança, a amamentação é o melhor
e mais adequado alimento que possa ser oferecido nos
primeiros anos de vida. Apesar de estudos apresentarem
um aumento significativo para a prática do aleitamento
materno nas últimas décadas. Muito ainda deve ser
feito nessa direção, para que possam atingir as metas
propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
com ações em saúde que devem ser intensificadas
para que mais mulheres percebam a importância de
amamentar (Azeredo et al, 2008).
No Brasil, iniciativas têm contribuído para
consolidar a prática do aleitamento materno, como
a Estratégia Rede Cegonha do Ministério da Saúde,
instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde,
consiste numa rede de cuidados assegurando direitos
para mulher e à criança o desenvolvimento saudável
(Brasil, 2011).
Contudo, muitos fatores contribuem para o
desmame precoce. No entanto, a falta de conhecimento
sobre aleitamento materno por parte das mães tem
representado um papel importante na redução da
duração dessa prática. O conhecimento da mulher é, de
fato, importante frente às inúmeras situações que lhe
estão por vir, mas, por si só, não garante mudança de
atitude no que concerne à amamentação.
A atuação dos profissionais de saúde também pode
ter influência negativa no estabelecimento e manutenção
do aleitamento materno, caso tais profissionais não
sejam capazes de enxergar além do manejo clínico e,
com isto, oferecer o suporte necessário às mães.
17. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Técnico de Enfermagem, Hospital Municipal Darcy Vargas/ São Gonçalo/ Rio de Janeiro/ Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
59
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Aleitamento Materno. Internação.
exclusiva.
J.) [online], vol.87, n.5, pp. 399-404, 2011.
Material e Métodos
SILVEIRA FJ, LAMOUNIER JA. Fatores associados à duração do
aleitamento materno em três municípios na região do Alto Jequitinhonha,
Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica; 22:69-77, 2006.
Realizou-se um estudo de revisão parte integrante
de um estudo maior, a partir de um levantamento
bibliográfico de artigos publicados nas bases de dados
LILACS, Bireme, Mendeley, Google Acadêmico, entre
2003 e 2015. Optou-se por trabalhos neste período por
se tratar de um assunto pouco publicado dentro do foco a
ser explorado. Foram utilizados os seguintes descritores
para a busca: aleitamento, enfermagem; internação.
Resultados e Discussão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
O estudo apresenta-se em fase de busca, em
relação ao levantamento inicial, como estratégia
metodológica para adequação do projeto, para auxiliar
nos resultados da pesquisa a serem apresentados em seu
relatório final.
Os resultados preliminares apontam que em
cidades que tem altas prevalências de aleitamento
materno exclusivo, mas baixas prevalências de
aleitamento materno, ou vice-versa, ocorreu um discreto,
mas significativo aumento nas taxas de internação
por pneumonia, o que pode ser indicativo de que uma
população, para estar protegida, deve ter maiores
prevalências de ambas as práticas de aleitamento
(Occolini et al, 2011).
Conclusão
Entendemos que há desafios na prática do
aleitamento, e para que haja aumento nas prevalências de
aleitamento materno e redução das taxas de internação
entre as crianças com menos de 1 ano de vida. Ainda
é preciso avançar em direção a ações concretas com
participação de vários atores envolvidos para a garantia
do aleitamento materno exclusivo.
Referências
AZEREDO, Catarina Machado et al. Percepção de mães e profissionais de
saúde sobre o aleitamento materno:encontros e desencontros. Rev. paul.
pediatr. [online], vol.26, n.4, pp. 336-344, 2008.
BRASIL, Ministério da Saúde. Poertaria n.º 1.459, de 24 de junho de 2011.
Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha.
Brasília. Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: < http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/ prt1459_24_06_2011.html>
ESCUDER, Maria Mercedes Loureiro; VENANCIO, Sonia Isoyama and
PEREIRA, Julio César Rodrigues.Estimativa de impacto da amamentação
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OCCOLINI, Cristiano Siqueira; CARVALHO, Márcia Lazaro de;
OLIVEIRA, Maria Inês Couto de and BOCCOLINI, Patricia de Moraes
Mello. O papel do aleitamento materno na redução das hospitalizações
por pneumonia em crianças brasileiras menores de 1 ano. J. Pediatr. (Rio
60
A humanização na assistência de Enfermagem junto ao recémnascido
Nayara Cássia dos Santos Costa18, Alessandra Souza2, Marilei de Melo Tavares e Souza2
Resumo
O estudo tem por objetivo realizar uma revisão bilbliográfica sobre o processo de humanização dos cuidados
prestado pela equipe de Enfermagem que atua na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). O estudo é parte
integrante de um Trabalho desenvolvido durante o curso de enfermagem. A Metodologia que auxilia o estudo
é de abordagem qualitativa. A análise dos dados se dará a partir do referencial teórico na Análise do Conteúdo
de Bardin. Os resultados preliminares apontam na direção da necessidade da promoção da atenção humanizada
ao recém-nascido de baixo peso, a partir de um conjunto de ações que envolve o paciente, sua família e os
profissionais de saúde. A assistência humanizada ao recém-nascido (RN), depende do investimento no acolhimento,
baseado no diálogo. Entendemos que estudos voltados à área da humanização ao recém-nascido contribuem,
pois aponta competências a serem desenvolvidas durante a graduação para atuação do enfermeiro na UTIN.
Introdução
que compreenda a dor do RN e que saiba minimizar o
sofrimento e a dor do paciente e dos familiares. Ainda
que promova atenção humanizada ao recém-nascido de
baixo peso e gere um conjunto de ações na assistência
que envolve o paciente, sua família e os profissionais
de saúde.
A assistência humanizada ao recém-nascido
depende do investimento no acolhimento, baseado no
diálogo. A valorização da satisfação das necessidades
com vistas ao bem-estar físico e emocional e das
manifestações de atenção, carinho e paciência,
associando-o à afetividade própria do ser humano,
integra a humanização no cuidado de Enfermagem.
Para se avançar na direção à humanização e assegurar
qualidade da assistência, torna-se essencial considerar
as condições de oferta dos serviços e a qualificação dos
trabalhadores (Chernicharo, Freitase e Ferreira, 2013).
Atualmente,
empreendemos
esforços
significativos de cuidado diante da dor do recém-nascido;
os RN internados na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN) que, são expostos rotineiramente a
inúmeros procedimentos e intervenções que causam
estresse e dor; indicadores de qualidade na infraestrutura
da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, preconizada
pela Política Nacional de Atenção ao paciente crítico
(Brasil, 2009).
Temos por objetivo realizar uma revisão
bibliográfica sobre o processo de humanização dos
cuidados prestado pela equipe de enfermagem que atua
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Material e Métodos
Conclusão
A metodologia que auxilia o estudo é a
abordagem qualitativa. O estudo integra um trabalho
em desenvolvimento durante o curso de graduação
em Enfermagem. A partir de um levantamento inicial,
de artigos consultados nas bases de dados LILACS,
Mendley e Google Acadêmico, utilizando os seguintes
descritores: humanização, cuidado, bebê, Enfermagem.
O tratamento dos dados se dará a partir do referencial
teórico na Análise do Conteúdo de Bardin.
Buscamos realizar uma revisão bibliográfica
sobre o processo de humanização dos cuidados prestado
pela equipe de Enfermagem que atua na Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal.
É passo fundamental, estimular ações em saúde
voltadas para a qualidade das relações humanas,
utilizando os preceitos da humanização nas práticas
assistenciais de Enfermagem direcionadas, sobretudo
ao recém-nascido.
Entendemos que estudos voltados à área da
humanização ao recém-nascido contribuem, pois
aponta competências a serem desenvolvidas durante a
graduação, contribuindo com o processo de formação,
Resultados e Discussão
Os resultados preliminares apontam para a
necessidade de profissionais capacitados e sensíveis,
18. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
61
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Humanização. Cuidado. UTI. Recém-Nascido.
fortalecendo a atuação do enfermeiro na UTIN.
Referências
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Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas
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mar 2015.
62
Comportamento familiar diante do laudo positivo oncológico pediátrico
William Silva Brum19, Alessandra de Souza Silva², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo apresentar, inicialmente, a partir de uma revisão bibliográfica, como os familiares enfrentam e
vivenciam o laudo positivo oncológico. Metodologia com abordagem qualitativa a partir de pesquisas nas bases de dados. A
Metodologia que auxilia o estudo é a abordagem qualitativa. O levantamento bibliográfico inicial é parte integrante de um
trabalho sobre câncer infantil, desenvolvido no curso de graduação em Enfermagem. Os resultados preliminares apontam
diferentes histórias familiares bem como desfechos em relação as experiências vividas pelos familiares, contudo o fio condutor é
o sofrimento. Experiências estressantes e carregadas de sofrimento, para a criança e sua família. Entendemos que a assistência
prestada a criança e seu familiar diante da doença, deve considerar diferentes enfoques para o desfecho do sofrimento.
Palavras-Chave: Enfermagem. Oncologia. Família. Leucemia. Pediatria.
Introdução
os familiares enfrentam e vivenciam o laudo positivo
oncológico, a partir de uma revisão bibliográfica.
Leucemias são grupos de doenças caracterizadas
pelo acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e
na corrente sanguínea (Hoffbrand et al, 2008).
A leucemia linfoblástica Aguda (LLA) é o tipo
de câncer mais comum na infância. Embora as causas
para o desenvolvimento de leucemia ainda não sejam
bem conhecidas, existem evidências para alguns
fatores de risco, como exposição à radiação ionizante,
medicamentos utilizados em quimioterapia e exposição
ocupacional ao benzeno. O diagnóstico é feito
primeiramente por hemograma, porém as alterações
na quantidade dos leucócitos não são aparentes, por
este motivo é de suma importância que outros exames
laboratoriais sejam colhidos, a fim de diagnosticar
precocemente a doença e dar inicio ao tratamento
(LEITE, 2007).
O tratamento da LLA é prolongado, variando
de dois a três anos. Embora os esquemas terapêuticos
possam mudar de centro para centro, os protocolos
modernos invariavelmente são constituídos de cinco
grandes fases: indução da remissão, intensificaçãoconsolidação, reindução, prevenção da leucemia
no sistema nervoso central (SNC) e continuação ou
manutenção da remissão (Pedrosa et al., 2002).
Frente o diagnóstico de LMA, a família junto à
criança vive uma experiência impactante, um momento
de sofrimento intenso. Diante desse fato, indagamos
como a família lida com o diagnóstico e tratamento
do câncer infantil? Quais estratégias para lidar com o
sofrimento vivenciado? Como tem feito o enfrentamento
da doença? Como a Enfermagem poderá auxiliar a
família frente a um laudo positivo de câncer infantil?
Assim, o estudo objetiva compreender como
Material e Métodos
Resultados e Discussão
O estudo se apresenta em fase de busca parcial,
em relação ao levantamento inicial, para adequação
do projeto, demais resultados da pesquisa serão
apresentados no relatório final.
Contudo, os resultados preliminares apontam
diferentes histórias familiares bem como desfechos
em relação às experiências vividas pelos familiares,
contudo, o fio condutor é o sofrimento. Experiências
estressantes e carregadas de sofrimento para a criança
e sua família. O câncer infantil demanda cuidados
e necessidades de mudanças, os quais podem levar a
criança, o adolescente e seus familiares a um estado de
depressão, isolamento, desesperança (Nascimento et al,
2010).
Conclusão
O estudo buscou descrever e compreender como
os familiares enfrentam e vivenciam o laudo positivo
oncológico, a partir de uma revisão bibliográfica.
O estudo ainda está em fase preliminar, contudo
19. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
63
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
A metodologia que auxiliou o estudo foi a
abordagem qualitativa. Foi realizado um levantamento
bibliográfico inicial como parte integrante de um
trabalho sobre câncer infantil, desenvolvido no curso de
graduação em enfermagem.
entendemos que a família sofre ao receber o diagnóstico
do câncer infantil. Nesse sentido a assistência prestada a
criança e seu familiar diante da doença, deve considerar
diferentes enfoques para o desfecho do sofrimento.
Referências
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Musachio. Rio de Janeiro: Atheneu, 1988. 331p.
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dados dos registros de base populacional e de mortalidade. Rio de
Janeiro: INCA; 2008.
LIMA, R.A.G. O processo de trabalho da Enfermagem na assistência
a criança com câncer: análise das transformações em um HospitalEscola. Ribeirão Preto, 1990. 124p. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
NASCIMENTO, L.C.; OLIVEIRA, F.C.S.; MORENO, M.F.; SILVA, F.M.
Cuidado espiritual: componente essencial da prática da enfermeira
pediátrica na oncologia. Acta paul. enferm. [online]. 2010, vol.23, n.3, pp.
437-440.
64
Câncer de mama masculino: conhecimentos, mitos e implicações
para o cuidado de enfermagem
Lília Marques Simões Rodrigues, Stephanie Silva Ramos
Resumo
O câncer é uma neoplasia ocasionada por uma ruptura dos mecanismos regulares da multiplicação celular, uma célula
começa a crescer e a se dividir desordenadamente, insensíveis aos mecanismos reguladores normais (INCA 2008).
As neoplasias podem acometer diversas partes do corpo sendo a mama um local de grande frequência e incidência
desta manifestação. O que é de pouco conhecimento da população é o acometimento da doença entre os homens, que
pode ocorrer apesar de rara e com aumento significativo nos últimos anos. Objetivo: Identificar o conhecimento do
homem sobre o câncer de mama no sexo masculino. Identificar a percepção do homem sobre sua mama. Analisar as
implicações para os cuidados de Enfermagem. Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa.
Palavras-Chave: Enfermagem. Neoplasia. Mama- masculina.
Introdução
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Sua relevância baseia-se na ampliação do
conhecimento de ensino acadêmico, profissionais
formados e presentes no sistema de saúde e na expansão
do conhecimento e informação da doença entre o público
masculino e sociedade.
O presente estudo nasceu a partir de lacunas
identificadas numa revisão de literatura, e assim,
despertaram o interesse sobre o conhecimento da
população masculina com relação ao câncer de mama
presente no gênero, seus mitos e os fatores culturais que
o rondam.
De acordo com o Ministério da Saúde (2009), o
homem tem maiores taxas de mortalidade e morbidade,
por fatores externos como acidentes de transito e
violência ou ainda por doenças, apresentando uma
expectativa de vida de 69,11 anos, enquanto para as
mulheres esta expectativa é de 76,71 anos.
A incidência do câncer de mama masculino
aumentou significativamente de 0,86 a 1,06 por 100.000
homens ao longo de 26 anos sendo as taxas mais altas
presentes na América do Norte e Europa. A média de
idade entre os clientes homens com esta patologia é
de 58 anos, sendo a média de idade no momento do
diagnóstico de 67 anos, cinco anos a cima da média do
diagnostico para mulheres. (HASS e col., 2009).
O presente trabalho tem como objeto de estudo
o câncer de mama masculino; seus objetivos são
identificar o conhecimento do homem sobre o câncer
de mama no sexo masculino. Identificar a percepção do
homem sobre sua mama.
Trata-se de uma pesquisa exploratória com
abordagem qualitativa. O estudo foi desenvolvido por
meio de trabalho de campo, no mês de abril de 2015,
tendo como instrumento um roteiro com questionários
compreendendo questões abertas e fechadas, os sujeitos
serão 30 homens de idade entre 18 e 60 anos vinculados
a Universidade Severino sombra. Tendo o projeto sido
Foram obtidos como resultados preliminares da
pesquisa o déficit no conhecimento masculino sobre
a existência do câncer de mama no gênero. Indo ao
encontro de Moura et al, 2006 que deslumbra sobre o
conhecimento do homem sobre o tema para que haja
possibilidades de um diagnóstico precoce.
Conclusão
De acordo com a pesquisa desenvolvida foi
possível perceber o desconhecimento da população
masculina em relação à existência do câncer de mama no
gênero. O que mostra o grande desafio multiprofissional
e principalmente do enfermeiro, profissional que trabalha
com a educação da população e prevenção relacionada
à saúde, na divulgação e promoção voltada a doença.
A fim de munir a população de conhecimento, visando
à percepção de fatores de risco e de sinais que possam
indicar a doença além de promover o auto cuidado.
Referências
BARDIN L. Análise de conteúdo. Lisboa (Portugal): Edições 70 LDA,
2009.
Universidade Severino Sombra - curso de graduação em Enfermagem.
65
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Resultados e Discussão
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publicacoes/acoes_enfermagem_controle_cancer.pdf Acesso em: 06 maio.
2014
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Homem. Princípios e Diretrizes. 2009, Brasília- DF.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
MOURA, A.R.; CARDOSO, A.L.H.; COSTA, A.L.; ZAGO, M.A.B.S.;
BROTE M.C.; A saúde do homem em pauta: análise do conhecimento
dos homens sobre o câncer de mama masculino. Ensaios e Ciência, 2006.
66
Avaliação da eficácia do tratamento multidisciplinar da síndrome
do respirador bucal em longo prazo
Ariadna Andrade¹, Carla Cristina Neves Barbosa²
Resumo
A respiração oral pode se originar de uma hipertrofia de adenoide, rinite alérgica, desvio de septo, bronquite,
entre outros. E pode ter como características olhar triste, lábios hipotônicos e ressecados, alterações posturais
cefálico-corporais e orofaciais, boca aberta, artresia maxilar e acentuação do crescimento facial vertical. Esse
relato tem por objetivo avaliar se o tratamento multidisciplinar da Síndrome do respirador bucal após cinco anos
finalizado mantém a estabilização e a eficácia. Conclui-se que o tratamento multidisciplinar em respiradores
bucais tem resultados positivos se realizado de forma correta, na dependência da cooperação do paciente, e que
os resultados obtidos logo após o tratamento também são observados em longo prazo nas maiorias dos casos.
Palavras-Chave: Respirador bucal. Tratamento multidisciplinar. Síndrome da face longa. Terapia fonoaudiológica.
Terapia fisioterápica.
Introdução
Gimenez e Nishimura, 2010).
Esse trabalho tem por objetivo avaliar se o
tratamento multidisciplinar da Síndrome do respirador
bucal após cinco anos finalizado mantém a estabilização
e a eficácia.
A respiração normal é através da via nasal,
ocorrendo da seguinte maneira: entrada de ar pelo nariz,
passando pela faringe, laringe e chegando aos pulmões.
Mas o indivíduo pode adquirir o hábito inadequado
da respiração por algum motivo, seja ele orgânico,
funcional ou neurológico. A síndrome do respirador
bucal tem como causas: hipertrofia de adenóide, rinite
alérgica, desvio de septo, sinusite, bronquite, hipertrofia
dos cornetos nasais e infecções crônicas das amígdalas
palatinas (Menezes et al 2011 e Correa, 2012).
A síndrome tem mais prevalência em crianças,
a respiração pode ser mista ou predominantemente
bucal, é vista como um fator simples de se tratar, mas
que em longo prazo pode acarretar problemas físicos,
estomatognáticos, psicológicos e sociais.
As principais características que podemos
observar em um respirador bucal são: olhar triste e
desatento, dificuldade de concentração com repercussão
na aprendizagem, olheiras profundas, lábios hipotônicos
e ressecados, alterações posturais cefálico-corporais
e orofaciais, boca aberta, entre outras. Além disso,
observa-se com frequência: artresia maxilar, arco
maxilar em formato de “V”, dentes protrusos e
acentuação do crescimento facial vertical, o que pode
ser considerado um fator agravante em pacientes
genética e estruturalmente dolicocefálicos (face longa e
estreita), algumas dessas características podem se tornar
irreversíveis como as alterações posturais, alterações
cardiovasculares como hipertensão arterial sistêmica,
craniofaciais, oclusais, vocais e articulares (Correa et
al, 2012, Ferreira et al, 2007, Bertolini et al, 2005/2006,
Paciente J.M.P, 20, gênero masculino, compareceu
à clínica odontológica da Universidade Severino Sombra
para tratamento odontológico onde sua queixa principal
era que os “dentes se encontravam muito para fora”.
No exame facial foi observada face comprida e estreita
(dolicofacial), lábios hipotônicos, o não selamento dos
lábios, atresia das narinas, olheiras profundas, lábios
curtos, lábio inferior invertido, semblante de cansaço.
No exame corporal observaram-se ombros arquiados,
pitose abdominal e alteração postural. No exame dental
foram notadas as seguintes características: classe II
bilateral primeira divisão, overjet aumentado (relação
horizontal entre os dentes superiores e inferiores
anteriores), apinhamento anteroinferior, atresia maxilar,
arco maxilar em formato de “V”. Foi proposto assim um
tratamento multidisciplinar englobando fonoaudiólogo,
fisioterapeuta e ortodontista.
No plano de tratamento ortodôntico foi indicado
a montagem da aparelhagem fixa nos arcos superior
e inferior e o aparelho acessório Quadrihélice. O
tratamento resultou não alinhamento e nivelamento
dos arcos e na correção da má-oclusão de classe II,
proporcionando um bom engrenamento entre os arcos. A
sobressaliência aumentada foi normalizada. Os molares
passaram a exibir uma relação de classe I.
1. Acadêmica do curso de graduação de Odontologia da Universidade Severino Sombra.
2. Mestre em ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares e professora do curso de graduação de Odontologia da Universidade Severino Sombra.
67
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Relato do caso
Também
foi
realizado
o
tratamento
fonoaudiológico para avaliar se havia interposição
lingual na fala e se havia algum hábito deletério e controle
deste, o tratamento foi realizado em três etapas.
E no tratamento fisioterapeutico foi realizado em
três sessões por semana, de 30 minutos durante dois
meses.
Após cinco anos do tratamento foram realizado
novamente os exames, nesses exames podemos
observar os seguintes resultados: em relação ao
tratamento ortodôntico observamos resultados
positivos, pois obtivemos a manutenção do alinhamento
e nivelamento, da expansão maxilar, da diminuição do
overjet e da relação anteroposterior; sobre o tratamento
fonoaudiológico foi possível observar resultado
satisfatório, pois manteve o selamento labial sem
esforço do músculo mentoniano; porém, o tratamento
fisioterápico não teve uma manutenção eficaz, pois ainda
foram observados ombros arquiados, pitose abdominal
e alteração postural, este resultado pode ter ocorrido por
ser um tratamento fraco para resultados a curtos prazos,
não desenvolvendo corretamente a musculatura.
cefálico-corporais e orofaciais, boca aberta, atresia
maxilar, arco maxilar em formato de “V”, dentes
protrusos e acentuação do crescimento facial vertical
(Correa et al, 2012, Bertolini et al, 2005/2006, Gimenez
e Nishimura, 2010). No estudo demonstrado foram
observadas as características: face comprida, estreita
(dolicofacial), o não selamento dos lábios, atresia das
narinas, olheiras profundas, lábios curtos, lábio inferior
invertido, semblante de cansaço, ombrosarquiados,
pitose abdominal, alteração postural, classe II bilateral
primeira divisão, apinhamento anteroposterior, atresia
maxilar, arco maxilar em formato de “V”.
A síndrome se origina no período pré-natal, no
parto ou durante o crescimento (Abreu et al, 2008), essa
alteração atinge indistinvamente qualquer idade (Santos
et al, 2008). Observamos que o paciente relatado com
distúrbio foi observado durante a infância.
Conclui-se que o tratamento multidisciplinar
em respiradores bucais tem eficácia se realizado de
forma correta e que os resultados obtidos logo após o
tratamento também são observados em longo prazo nas
maiorias dos casos, e para que o tratamento seja realizado
de forma correta é necessário uma anamnese detalhada,
exame clínico minucioso, o bom planejamento e a
cooperação do paciente.
Discussão
O tratamento multidisciplinar de um respirador
bucal deve contar com a colaboração de odontopediatras,
fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, fisioterapeuta,
nutricionista e psicólogo (Santos et al 2008), porém
também pode englobar pediatra, alergista, ortodontista
(Bertolini et al, 2005/2006) nesse relato foi associado
ortodontista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
A respiração bucal tem como causas mais
frequentes: hipertrofia de adenoide, rinite alérgica,
desvio de septo, sinusite, bronquite, hipertrofia dos
cornetos nasais e infecção crônicas das amígdalas
palatinas (Correa et al, 2007; Gimenez e Nishimura,
2010 e Hennig et al 2009), a forma mais comum seria
a obstrução crônica de vias aéreas (Correa et al, 2007 e
Yi et al, 2008) e entretanto a principal causa seria o uso
de mamadeira (Santos et al, 2008). No paciente relatado
foi observado que não havia nenhum desvio de septo
ou obstrução das vias aérea superiores, há indícios que
a síndrome pode ter sido causada por alguma alergia
durante a infância.
A maioria dos profissionais diagnostica a
síndrome durante a anamnese (Menezes et al, 2011),
porém o diagnóstico dessa síndrome é essencialmente
clínico (Correa et al, 2012), concordando assim, pois o
diagnóstico do caso reportado foi por meio da consulta
com o ortodontista.
As características dos respiradores bucais seriam
olhar triste e desatento, dificuldade de concentração
com repercussão na aprendizagem, olheiras profundas,
lábios hipotônicos e ressecados, alterações posturais
Referências
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Abreu RR, Rocha RL, Lamounier JA, Guerra AF, Etiology,
clinical manifestations and concurrent findings in mouth-breathing
children. J Pediatr. Rio de janeiro, v. 84, n.º 6, p.529-535, 2008.
68
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusão
Acompanhamento Farmacoterapêutico de pacientes portadores de
doenças crônicas atendidas pela Estratégia de Saúde da Família
(ESF)
Melissa Manna Marques¹, Renata Freitas dos Santos², Allan da Silva Martins², Jessica Batista da
Silva², Gisele de Almeida Maia², Gessica Figueira Vieira²
Resumo
A pesquisa vislumbrou novo modelo de atuação do farmacêutico baseada em atitudes mais humanísticas e reflexivas,
com contato direto com o paciente, abordando a prática da Atenção Farmacêutica (AF) como instrumento de educação
em saúde na Estratégia de Saúde da Família de Barão de Vassouras, Vassouras-RJ. Objetivo da referida pesquisa foi
prestar AF através do Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) durante as visitas domiciliares, incluindo práticas
de promoção da saúde, detecção de problemas relacionados aos medicamentos (PRM), promover o uso racional de
medicamentos, realização serviços farmacêuticos e garantir adesão à farmacoterapia. A metodologia utilizada foi o AFT
durante as visitas domiciliares (VD), com a realização dos serviços farmacêuticos e confecção de potes ilustrativos. O AFT
com 13 idosos foi feito durante seis meses, e adesão à farmacoterapia ficou evidenciada com a melhora da pressão arterial
e relatos feitos por eles durante AFT, incluindo a resolução de PRM, melhorando a qualidade de vida dos acompanhados.
Introdução
(PRM) com a finalidade de garantir o sucesso da
farmacoterapia (MACHUCA et al, 2005).
A Assistência Farmacêutica (ASF) já estava
inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1990,
quando a Lei 8080 “Lei Orgânica da Saúde” surgiu. O
profissional farmacêutico tornou-se mais fortalecido
com a prática da ASF, o que favoreceu também
sua inserção em outras estratégias de saúde. Como
exemplo o Programa de Saúde da Família (PSF), agora
denominado Estratégia de Saúde da Família (ESF) cuja
atuação se baseia na ASF.
No ESF, os serviços básicos de saúde começam a
focar na família como importante unidade programática
de saúde, retirando o foco do indivíduo e introduzindo
a família como um todo (ROSA et al, 2005). Uma vez
que o conhecimento dos aspectos biopsicossociais em
que estão inseridas estas famílias serve como facilitador
para promover práticas de orientação à saúde englobando
a realidade em que estão sendo submetidos.
A dispensação de medicamentos não é apenas a
entrega ao usuário. Compreende uma orientação correta
sobre o uso dos medicamentos incluindo todas as
informações necessárias para o URM. Por esse motivo
surgiu o interesse de prestar AF para os idosos com
farmacoterapia em ambiente não formal de educação em
saúde como é feito no ESF durante as VDs, uma vez que
a população assistida é humilde e muitos residem em
casas quase em condições desumanas. Além da inserção
de medidas educativas facilitadoras para a promoção em
A reorientação da prática farmacêutica voltada
para a assistência e atenção farmacêutica requer uma
atitude mais humanística, assistencial e responsável
para promover educação e orientação à saúde para a
população visando uma melhora na qualidade de vida
do usuário de medicamento.
A evolução da Atenção Farmacêutica (AF), que
pode também ser considerado uma revolução para a
profissão, não requer um farmacêutico dispensador de
medicamento, mas orientador, educador, assistencial,
humanizado compatível com a nova realidade
profissional em que a responsabilidade se volta para a
classe. E, para o paciente com a finalidade de uma terapia
medicamentosa racional permitindo uma melhora na
qualidade de vida do usuário. O cuidado relacionado
com a terapêutica passa a ser desejado pela sociedade
(CORDEIRO et al, 2005).
Nesse processo, AF tem o Acompanhamento
Farmacoterapêutico (AFT) como estratégia e o foco
da AF deve ser o paciente e o medicamento que este
está utilizando, para promover o Uso Racional de
Medicamentos (URM). Esse URM pressupõe que
o paciente receba o medicamento correto, na dose e
posologia adequadas, pelo tempo necessário e ao menor
custo possível. Além dessas informações, colhidas
no momento da dispensação, a AF também delimita
possíveis problemas relacionados aos medicamentos
1. Docente Farmácia USS; Membro LAAF- Liga de Assistência e Atenção Farmacêutica.
2. Discente Farmácia USS; Membro LAAF – Liga de Assistência e Atenção Farmacêutica.
69
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Atenção Farmacêutica. Estratégia de Saúde da Família. Uso Racional de Medicamento. Problema
Relacionado aos medicamentos. Visita domiciliar.
possível diabetes.
Durante o AFT, foram detectados PRM em 5
pacientes:
saúde, realização dos Serviços Farmacêuticos e melhora
da qualidade de vida da população.
Objetivo
O objetivo do referido trabalho foi prestar
Atenção Farmacêutica (AF) através do AFT durante as
visitas domiciliares. Realizar práticas de promoção da
saúde, detectar/solucionar problemas relacionados aos
medicamentos (PRM – resultados negativos derivados
da farmacoterapia), promover o uso racional de
medicamentos (URM), realizar serviços farmacêuticos
e garantir adesão à farmacoterapia.
Materiais e Métodos
A metodologia usada foi o AFT através de visitas
domiciliares para os pacientes inseridos no ESF, que
tinham dificuldade de locomoção e/ou acamados. Além
da realização dos Serviços Farmacêuticos, que de
acordo com a Resolução n.º 499 de, 17 de dezembro
de 2008, foram definidos como: Elaboração do perfil
farmacoterapêutico, avaliação e acompanhamento da
terapêutica farmacológica de usuários de medicamentos;
Determinação quantitativa do teor sanguíneo de glicose,
por punção capilar; Verificação de pressão arterial
(PA); Verificação de temperatura corporal; Prestação
de assistência farmacêutica domiciliar. Esse trabalho
faz parte de um projeto de Extensão – Atendimento
Comunitário à Saúde.
O AFT foi realizado de julho a dezembro de 2014,
com uma VD semanal. Em detrimento da simplificação
dos esquemas de administração dos medicamentos
como medida facilitadora para os pacientes idosos, foi
realizada confecção de potes ilustrativos, para cada
medicamento, informando o horário e a quantidade dos
mesmos, com intuito de facilitar a farmacoterapia e
intensificar a adesão ao tratamento.
As informações prestadas durante as VD
contribuíram também para o esclarecimento sobre a
gravidade da doença e a necessidade de um tratamento
contínuo e correto. Brito e colaboradores (2008)
mostrou que o conhecimento sobre a doença gera mais
responsabilidade para o paciente, intensificando a sua
aceitação e contribuindo para ações e práticas educativas
de promoção em saúde. Esses pacientes são estimulados
em promover o autocuidado, aumentando a adesão à
farmacoterapia, com a confecção de potes ilustrativos
como facilitadores para utilização dos medicamentos, e
melhorando sua qualidade de vida.
Conclusão
Resultados e Discussão
Após o acompanhamento feito com os pacientes
de Barão de Vassouras ficou evidenciado que a educação
em saúde deve ser contínua e insistente. A demora para
conscientizar as pessoas sobre a importância da adesão
à farmacoterapia, incluindo o bem-estar e a qualidade
de vida proporcionados por essa adesão, corroborou
para o interesse do trabalho e sua continuidade. Com
o AFT humanizado foi criada uma confiança e de certa
forma, uma dependência dos pacientes durante as
visitas domiciliares realizadas. O fato de proporcionar
a atenção ao paciente como práticas afetivas facilitou
a aceitação do AFT e contribuiu para metas, seguidas
pelos próprios pacientes, de melhorar os problemas de
hipertensão e diabetes, além da detecção dos PRMs e
intervenções Farmacêuticas realizadas para melhoria da
qualidade de vida desses pacientes.
Dos 13 pacientes acompanhados (todos idosos)
três são do sexo masculino e dez, do feminino. Todos
são hipertensos e apenas dois, hipertensos e diabéticos.
Durante o AFT, a aferição da PA foi realizada e em
apenas um dos pacientes houve um valor acima da
normalidade, segundo a Sociedade de Brasileira de
Hipertensão (acima de 140 x 90 mmHg).
Em relação à verificação da glicemia capilar, três
pacientes apresentaram valores acima da normalidade,
segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (valores
de glicemia < 100 mg/dl). Desses pacientes, dois são
diabéticos e um não. Porém, foi feita uma Intervenção
Farmacêutica solicitando exames para pesquisa de
70
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
3 pacientes com PRM 1 – neste caso, o paciente
apresentou um problema de saúde por não utilizar a
farmacoterapia que necessita – desses 3 pacientes, 2
por não terem sido diagnosticados corretamente e 1
por falta de adesão à farmacoterapia (MACHUCA et
al, 2005).
1 paciente com PRM 3 – neste caso, o paciente apresentou um problema de saúde por uma inefetividade
não quantitativa da farmacoterapia, ou seja, a medicamento prescrito não foi eficaz para a enfermidade
da paciente (MACHUCA et al, 2005).
1 paciente com PRM 5, ou seja, o paciente apresentou um problema de saúde por uma insegurança não
quantitativa do medicamento, ou seja, foi detectada
uma reação adversa ao medicamento (RAM) e foi
realizada uma Intervenção Farmacêutica para o prescritor mostrando a insegurança do medicamento para
essa paciente. Foi realizada a troca do medicamento
(MACHUCA et al, 2005).
Referências
CORDEIRO, B. C. LEITE, S. N. (org.) O farmacêutico na atenção à saúde.
Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 189p, 2005.
COSTA, E. M. A. da; CARBONE, M. H. Saúde da Família – uma
abordagem interdisciplinar. Rio de Janeiro. Editora Rúbio, 92P. 7-17,
2004.
KERBER, N. P. da C.; KIRCHHOF, A. L. C.; VAZ, M. R. C. Considerações
sobre a atenção domiciliária e suas aproximações com o mundo do trabalho
na saúde. Cad. Saúde Pública, 24(3): 485-493, mar, 2008.
MACHUCA, M.; FERNÁNDEZ-LLIMÓS, F.; FAUS, M. J. Método Dáder.
Guía de seguimiento fármacoterapéutico. GIAF-UGR, 2005.
MEROLA, Y. L.; EL-KHATIB, S.; GRANJEIRO, P. A. Atenção Farmacêutica
como Instrumento de Ensino. Infarma 17(7/9):70-72, 2005.
OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. Proposta: Consenso Brasileiro
de Atenção Farmacêutica. Atenção Farmacêutica no Brasil: “trilhando
caminhos”. Brasília: OPAS, 2002.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRITO, D. M. S. de; ARAUJO, T. L. de; GALVAO, M. T. G.. Qualidade
de vida e percepção da doença entre portadores de hipertensão arterial.
Cad. Saúde Pública, abr. vol.24, no.4, p.933-940, 2008.
71
Estudo preliminar sobre a Intervenções Familiares no Tratamento
da Dependência Química
Fabrícia de Mello Cordeiro Moura20, Eliara Adelino Silva², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
A inclusão de intervenções focadas na família, através da terapia unifamiliar, ou da terapia multifamiliar
(TGMF) vem crescendo como uma forma de enfrentar um problema tão grave e complexo como é a dependência
química. Buscamos fazer um estudo retrospectivo de levantamento de dados, coletados de intervenções que
têm sido realizadas com a família do dependente químico. As bases de dados Scielo e Medline foram utilizadas
para a composição do presente estudo, considerando artigos indexados. Todo o material coletado, que constou
de 11 artigos foi analisado quanto à sua contribuição para o objetivo do estudo. Ao pesquisar ficou evidenciado
que a família cumpre um papel relevante, constituindo-se fator de risco ou proteção em relação à saúde de seus
membros. Concluímos que atividades em grupo para reabilitação do dependente, com função primordial a
proteção de seus membros, tendo potencial para oferecer apoio emocional para resolução de problemas e conflitos.
Introdução
Considerando que a família representa um grupo social
primário que influencia e é influenciado por outras
pessoas e instituições, o engajamento desta no tratamento
é enfatizado por pesquisadores que compartilham da
premissa que, com a participação da família, aumentamse as chances de sucesso no tratamento.
O estudo tem por objetivo fazer uma retrospectiva
do levantamento de dados das intervenções que têm
sido realizadas com a família do dependente químico.
Discorrer sobre a importância da família no tratamento
das dependências e enfatizar a necessidade de sua
participação no contexto do tratamento do dependente
químico para que os resultados sejam satisfatórios.
O uso de substâncias psicoativas é uma prática
antiga e presente em várias culturas desde os tempos préhistóricos; portanto, faz parte da história da humanidade.
Alguns povos faziam uso dessas substâncias para
fins terapêuticos, outros as usavam em seus ritos
religiosos. As substâncias psicoativas eram utilizadas
por sociedade, conforme sua cultura, época, seus
conhecimentos, e, ainda hoje, seu consumo se encontra
bastante evidente e comum em algumas sociedades.
Entretanto, o uso de substâncias psicoativas está cada
vez mais disseminado nas sociedades, é comum deparar
com a notícia de que um amigo ou familiar se tornou
dependente químico. Os primeiros estudos que analisei
sobre dependência química lançavam seu foco apenas
no dependente, não considerando o papel da família
e suas implicações nesse processo. Atualmente, os
familiares constituem uma excelente fonte de ajuda no
tratamento da dependência, a partir do momento em que
se considera a família como um sistema que necessita de
orientação e acompanhamento para que o resultado do
tratamento seja mais eficiente e eficaz. As intervenções
mais utilizadas no trabalho com familiares de usuários
de substâncias psicoativas têm tido como base a visão
sistêmica, a teoria cognitivo-comportamental e os
grupos de autoajuda. Essa abordagem sistêmica busca
intervir na dinâmica familiar, procurando compreender
de que forma o uso de drogas está sendo utilizado para
manter a homeostase das relações. Os grupos de AutoAjuda (Al-Anon, Nar-Anon), foram criados para que os
familiares recebessem apoio, uma vez que suas vidas
eram afetadas pelo comportamento do dependente.
Metodologia
Estudo de revisão utilizando as bases de dados
Scielo e Medyline, considerando artigos indexados,
utilizando os termos: família; tratamento e abuso de
substância. Todo o material coletado, que constou de 11
artigos sobre o tema em questão foi analisado e avaliado
quanto à sua contribuição para o objetivo do estudo. Em
todo o material pesquisado, a família cumpre um papel
relevante, constituindo-se fator de risco ou proteção em
relação à saúde de seus membros.
Resultados e Discussão dos dados
A dependência química e problemas relacionais
são quase sinônimos, portanto, as famílias quando
necessitam internar um familiar fazem com muito
sofrimento e com sentimentos ambivalentes de raiva,
1. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
72
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Dependência química. Família. Tratamento.
dor, fracasso, impotência e um desejo enorme de ajudar.
Estudo realizado em Montreal (De Civita, Dobkin &
Robertson, 2000) ilustra essas contradições banalizadas
muitas vezes pelo contexto terapêutico que se reduzem
a uma tradução no mínimo simplista: “são famílias
resistentes”. Ackerman, citado por Dualib (2006),
entende a família como um grupo intermediário entre
o indivíduo e a sociedade, portanto, as perturbações de
personalidade e distúrbios na adaptação social seriam
influenciadas continuamente pela interação familiar.
Para Stanhope (1999), a família protege a saúde dos
seus membros, dando apoio e resposta às necessidades
básicas em situações de doença.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Buscamos fazer uma retrospectiva do
levantamento de dados das intervenções que têm sido
realizadas com a família do dependente químico.
As
pesquisas
evidenciam
a
etiologia
multideterminada da dependência química e a família
como um desses fatores determinantes. Existem
poucas pesquisas associando a dependência química
às intervenções focadas na família e na rede social,
apesar da preocupação da sociedade com o aumento de
problemas relacionados ao uso e abuso de substâncias,
e consequentemente à existência de muitas famílias
envolvidas.
Em síntese, concluímos que atividades em grupo
para reabilitação do dependente, com função primordial
a proteção de seus membros, tendo potencial para
oferecer apoio emocional para resolução de problemas
e conflitos.
Referências
DUALIB, C. Acolhimento para Familiares de Dependentes: Um Olhar
Sistêmico no Trabalho com Famílias. In: SILVEIRA. D. X; MOREIRA F. G.
Panorama Atual de Drogas e Dependências. São Paulo, Atheneu, 2006.
FIGLIE, Neliana et al . Filhos de dependentes químicos com fatores de risco
bio-psicossociais: necessitam de um olhar especial?. Rev. psiquiatr. clín.,
São Paulo, v. 31, n. 2, 2004. Disponível em:. Acesso em: 26 Maio 2007.
SCHENKER, Miriam; MINAYO, Maria Cecília de Souza. A implicação da
família no uso abusivo de drogas: uma revisão crítica. Ciênc. saúde coletiva.,
Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, 2003. Disponível em: . Acesso em: 26 Maio 2007.
SILVA, E. A. (2001). Abordagens familiares. Jornal Brasileiro de Dependência
Química, 2 (Supl. 1), 21-24. Sluzki, C. E. (1997). La red social: frontera de la
practica sistemica. São Paulo: Casa do Psicólogo.
ZWEBEN, A. “Aconselhamento Motivacional com Casais Alcoolistas”.
In: MILLER, W.R. Entrevista Motivacional: preparando as pessoas para a
mudança de comportamentos adictivos. Porto Alegre: ARTMED, 2001.
73
Um estudo sobre Cirurgia Bariátrica
Joice de Oliveira Lopes21, Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo buscou realizar uma revisão na literatura sobre a cirurgia bariátrica, identificando o perfil demográfico,
clínico e as doenças de maior ocorrência. Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva na análise de artigos e
documentos publicados. Parte integrante de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório, desenvolvido durante
o curso de Enfermagem. Foi realizada uma revisão nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde - LILACS, Medical Literature - MEDLINE e Scientific Eletronic Library On-line-SCIELO.
Palavras-Chave: Enfermagem. Obesidade. Cirurgia bariátrica.
Introdução
Material e Métodos
A obesidade é uma doença crônica e vem se
constituindo como fenômeno mundial relevante de
saúde pública. Sua prevalência dobrou nos últimos
30 anos, é considerada a primeira epidemia do século
XXI(1). Em 2008, a OMS estimou aproximadamente
2.3 bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700
milhões de obesos no mundo. O crescimento desse
fenômeno também ocorre no Brasil. Ao longo dos
últimos 30 anos o país deixou para trás índices históricos
de desnutrição para ocupar lugar de destaque no ranking
mundial da obesidade. Recente informação divulgada
pelo Ministério da Saúde indica que o sobrepeso já
atinge mais de 50% da população brasileira (Rodrigues
et al, 2012).
Atualmente, a obesidade representa um conjunto
dos problemas mais preocupantes, uma vez que
constitui um comprometimento orgânico complexo,
de causas diversas e de tratamento difícil. Ela se
desenvolve ao longo da vida, está geralmente associada
às comorbidades e nem sempre é reversível com
intervenção terapêutica.
A obesidade é considerada uma doença crônica,
de origem metabólica e genética, definida como
um estado anormal de saúde, associado ao excesso
de gordura corporal e atualmente considerada uma
epidemia global.
Frente às indagações, quais as dificuldades
encontradas pelos profissionais da unidade básica de
saúde com relação ao obeso de alto risco? Com isso,
objetivamos realizar uma revisão na literatura sobre a
cirurgia bariátrica, identificando o perfil demográfico,
clínico e as doenças de maior ocorrência.
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva
na análise de artigos e documentos publicados sobre
obesidade e cirurgia bariátrica. Parte integrante de um
estudo desenvolvido durante o Curso de enfermagem,
como estratégia metodológica para avançar no
aprofundamento sobre a temática.
O estudo apresenta-se em fase de busca parcial,
em relação ao levantamento inicial, para adequação
do projeto. Os resultados serão apresentados junto ao
relatório final.
Conclusão
Buscamos com o estudo realizar uma revisão
na literatura sobre a cirurgia bariátrica, identificando
o perfil demográfico, clínico e as doenças de maior
ocorrência.
Entendemos a importância em realizar estudo
para auxiliar na busca de informações sobre a cirurgia
bariátrica. Neste sentido, as ações da enfermagem
voltadas aos sujeitos que buscam a cirurgia bariátrica,
auxiliando no processo de orientações e promoção da
saúde.
Referências
COSTA, Anna Christina Charbel. IVO Maria Lúcia. CANTERO Wilson
de Barros TOGNINI João Ricardo Filgueiras. Obesidade em pacientes
candidatos a cirurgia bariátrica. Acta Paul Enferm 2009;22(1):55-9.
Disponivel em: <http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/
article/view/1268> Acessado em: 23/03/2015.
21. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
74
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Resultados e Discussão
LEITE MA, VALENTE DC. Tratamento cirúrgico da obesidade mórbida:
indicações, seleção e preparo dos pacientes. Programa de Auto-Avaliação.
Bol Inform Col Bras Cir. 2003;2(Supl 3):5-9. Assistência ao paciente obeso
mórbido submetido à cirurgia bariátrica: dificuldades do enfermeiro. Acta
Paul Enferm 2009; 22(5):618-23.
MOREIRA R A N, BARROS L M B, A Bezerra Rodrigues, Joselany Áfio
Caetano Diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem no pósoperatório de cirurgia bariátrica. Submetido: 29/04/2013 Aceito: 04/07/2013
Rev Rene. 2013; 14(5):960-70.
OLIVEIRA Michelle Santos. LIMA Eliane de Fátima Almeida. LEITE
Franciéle Marabotti Costa. PRIMO Cândida Caniçali. PERFIL DO
PACIENTE OBESO SUBMETIDO À CIRURGIA BARIÁTRICA. Cogitare
Enferm. 2013 Jan/Mar; 18(1):90-4
PEREIRA J M; BURIOLA A A; Expectativas de Jovens obesos frente a
realização de cirurgia bariatrica. Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão,
Presidente Prudente, 17 a 20 de outubro, 2011 Colloquium Vitae, vol. 3
n. Especial, jul–dez, 2011. Disponível em: <http://www.unoeste.br/site/
pos/enapi/2011/suplementos/documentos/VitaePDF/CDEnfermagem.pdf>
Acesso em: 20/03/2015
VASCONCELOS, P O, NETO S B C; Qualidade de vida de pacientes obesos
em preparo para a cirurgia bariátrica. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 39,
n. 1, pp. 58-65, jan./mar. 2008. Disponível em: <https://www.mendeley.com/
library/viewer/?fileId=383bc6ef-a953-db0d5c36020421f05877> Acesso em:
20/03/2015
RODRIGUES, Renata Tavares Franco et al. transoperatória nas cirurgias
de redução de peso: revisão integrativa da literatura. Rev. esc. enferm.
USP [online]. 2012, vol.46, n.spe, pp. 138-147. ISSN 0080-6234.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
GASTROMED. Instituto Zilbernstein. Obesidade. São Paulo. 2005.
Disponível em: < http://www.gastromed.com.br/br/obesidade/conceitos_
iniciais.php> Acesso 17 abr
75
Reflexões fatores de risco predisponentes ao câncer em Homens
Francieli Nasciemento de Souza22, Carlos Marcelo Balbino², Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
Objetivou-se avaliar fatores de risco para câncer em homens a partir de um estudo reflexivo. Utilizamos uma
perspectiva crítica e reflexiva na análise de artigos e documentos publicados sobre fatores de risco predisponentes
ao câncer em homens. Parte integrante de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório, desenvolvido durante
o Curso de Enfermagem, que inclui busca de informações sobre a faixa etária, tabagismo, alcoolismo, hábitos
alimentares, hábitos sexuais, medicamentos, fatores ocupacionais, radiação solar, peso, hereditariedade. Daí,
a necessidade de enfermeiros mostrarem mais efetividade no reconhecimento precoce dos fatores de risco.
Palavras-Chave: Neoplasias. Fatores de Risco. Diagnóstico de Enfermagem.
Introdução
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100
doenças que têm em comum o crescimento desordenado
(maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do
corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem
a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a
formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou
neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno
significa simplesmente uma massa localizada de células
que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao
seu tecido original, raramente constituindo um risco de
vida (Inca 2015).
Os diferentes tipos de câncer correspondem
aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo,
existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele
é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer
tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas
ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos
conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é
chamado de sarcoma (Inca, op.cit).
Diante o exposto objetivamos com o estudo
avaliar fatores de risco para câncer em homens a partir
de um levantamento bibliográfico.
Buscamos com o estudo avaliar fatores de risco
para câncer em homens a partir de um estudo reflexivo.
Entendemos que os hábitos de vida e consumo
estão diretamente relacionados com o desenvolvimento
das neoplasias. Por exemplo, o tabagismo segundo a
Organização Mundial de Saúde é a principal causa de
morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por
63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não
transmissíveis. Dessas 30% por diversos tipos de câncer
(pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim,
bexiga, colo de útero, estômago e fígado).
Material e Métodos
Referências
Utilizamos uma perspectiva crítica e reflexiva
na análise de artigos e documentos publicados sobre
fatores de risco predisponentes ao câncer em homens.
INCA. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa da incidência e mortalidade
por câncer no Brasil. Disponível em: http://www.inca.org.br
Conclusão
MONTEIRO CA, MOURA EC, JAIME PC, LUCCA A, FLORINDO AA,
FIGUEIREDO ICR, et al. Monitoramento de fatores de risco para doenças
crônicas por entrevistas telefônicas. Rev Saúde Pública 2005;39(1):47-7.
Resultados e Discussão
SILVA, A.P.S.; PINTO, F.J.M.; SOUSA, F.S., MOURÃO, C.M.L., LOPES,
M.V.O.; FERNANDES, A.F.C. Fatores de risco para câncer de mama em
mulheres de uma Unidade Básica de Saúde: estudo descritivo. Universidade
Federal do Ceará, CE, Brasil; Universidade Estadual do Ceará, CE, Brasil;
Os resultados preliminares apontam para uma
22. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Enfermagem. Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
76
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
relação do surgimento das neoplasias com hábitos de
vida dos indivíduos.
As causas externas predisponentes ao câncer são
o ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um
ambiente social e cultural. As causas internas são, na
maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas,
estão ligadas à capacidade do organismo de se defender
das agressões externas. Esses fatores causais podem
interagir de várias formas, aumentando a probabilidade
de transformações malignas nas células normais (Inca,
2015).
Universidade Estadual da Paraíba, PB, Brasil.
THULER LC. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama
feminino. Rev Bras Cancerol 2003;49(4):227-38. Ministério da Saúde (BR).
Estimativa 2012: Incidência de Câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro:
INCA; 2011 [acesso em 17 de abril de 2012015]. Disponível em: http://
www.inca.gov.br/estimativa/2012/estimativa20122111.pdf
GOMES R. Sexualidade masculina e saúde do homem: proposta para uma
discussão. Ciênc Saúde Coletiva. 2003;8(3):825-9.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
PINTO B.K. Etal.Identidade do homem resiliente no contexto de adoecer por
câncer de próstata: uma perspectiva cultural Rev Bras Enferm. 2014 novdez;67(6):942-8. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2014670612.
77
Atuação do enfermeiro no âmbito do setor hoteleiro
Aline Araújo Silva23, Marilei de Melo Tavares e Souza²
Resumo
O estudo tem por objetivo estudar o papel da enfermagem e as ações de cuidar específicas do enfermeiro voltadas para
saúde do trabalhador no âmbito do setor hoteleiro. Trata-se de um estudo reflexivo a partir de uma análise documental
realizada durante o curso de Enfermagem. A Metodologia que auxilia o estudo é a abordagem qualitativa. Para
análise dos dados recorremos ao referencial teórico na Análise do Conteúdo de Bardin. Busca-se a partir do material
produzido divulgar informações sobre o papel do enfermeiro no âmbito do setor hoteleiro. Entendemos que traçar
o perfil das queixas relacionadas ao trabalho no setor hoteleiro, apontando questões relacionadas à saúde laboral, é
fundamental para realizar uma ação educativa e de prevenção mais eficaz com o objetivo de minimizar seus efeitos.
Auxiliando na adoção de novas medidas de segurança para possíveis riscos relacionados ao trabalho no setor hoteleiro.
Introdução
de inquéritos sanitários, coleta de dados estatísticos
de morbidade e mortalidade de trabalhadores e etapas
precedentes aos estudos epidemiológicos.
Executa e avalia programas de prevenções de
acidentes de trabalho e de doenças profissionais ou não
profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho
do menor e da mulher, para propiciar a preservação de
integridade física e mental do trabalhador.
E não é diferente no setor hoteleiro, onde o
enfermeiro atua também com uma equipe de funcionários
que a todo tempo estão em contato com um público que
requer muito esforço físico e mental e que precisam de
cuidados específicos e direcionados para lidarem com
as situações diversas de stress, euforia, desgaste físico,
pressão hierárquica, saúde no trabalho, entre outros
fatores (Silva, Kurcgan Queiroz, 2010).
Sendo assim, o enfermeiro como promotor da
saúde no trabalho deve está antenado com sua equipe
e ser conhecedor de seus limites, além de dominar as
áreas de conhecimento que o embase em todas as suas
condutas.
No Brasil, a atividade hoteleira começou no
período colonial, os viajantes hospedando-se nos
casarões das cidades, nos conventos, nas grandes
fazendas e, principalmente, nos ranchos à beira da
estrada. A chegada da corte real portuguesa ao Rio de
Janeiro, em 1808 e, posteriormente, à abertura dos portos
levaram a um aumento do fluxo de pessoas, fazendo com
que casas de pensão, hospedarias e tavernas abrissem
suas portas aos viajantes (Popp et al, 2009).
Levando-se em consideração essas premissas
temos por objetivo estudar o papel da enfermagem e as
ações de cuidar específicas do enfermeiro voltadas para
saúde do trabalhador no âmbito do setor hoteleiro.
Material e Métodos
A Metodologia que auxilia o estudo é a
abordagem qualitativa. Utilizamos uma perspectiva
crítica e reflexiva na análise de artigos e documentos
publicados sobre o assunto em questão. Para análise
dos dados recorremos ao referencial teórico na Análise
do Conteúdo de Bardin. Busca-se a partir do material
produzido divulgar informações sobre o papel do
enfermeiro no âmbito do setor hoteleiro.
Conclusão
Buscamos estudar o papel da Enfermagem e as
ações de cuidar específicas do enfermeiro voltadas para
saúde do trabalhador no âmbito do setor hoteleiro.
Entendemos que traçar o perfil das queixas
relacionadas ao trabalho no setor hoteleiro, apontando
questões relacionadas à saúde laboral, é fundamental
para realizar uma ação educativa e de prevenção
mais eficaz com o objetivo de minimizar seus efeitos.
Auxiliando na adoção de novas medidas de segurança
para possíveis riscos relacionados ao trabalho no setor
Resultados e Discussão
O enfermeiro estuda e observa condições de
higiene, periculosidade e segurança no ambiente de
trabalho, além de planejar e executar ações de prevenção
de riscos e acidentes com os trabalhadores. Cabe a ele
a coleta de dados de doenças ocupacionais, realização
23. Universidade Severino Sombra, Acadêmica do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
78
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Enfermagem. Saúde do trabalhador. Hotelaria.
hoteleiro.
Referências
BENI, Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 2ª edição. São Paulo:
Senac, 1998. CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 8ª edição.
RODRIGUES, Rosa Maria .Enfermagem compreendida como vocação e sua
relação com as atitudes dos enfermeiros frente às condições de trabalho. Rev
Latino-am Enfermagem 2001 novembro-dezembro; 9(6): 76-82.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
SILVA, Vanda Elisa Felli da; KURCGANT, Paulina and QUEIROZ, Vilma
Machado de. O desgaste do trabalhador de enfermagem: relação trabalho
de enfermagem e saúde do trabalhador. Rev. bras. enferm. [online]. 1998,
vol.51, n.4, pp. 603-614.
79
Risco de infecção apresentado pelo colchão da maca no pronto
atendimento de emergência: Um estudo de enfermagem
Eliana Pereira Silva¹, Monica de Almeida², Marilei de Melo Tavares e Souza³
Resumo
Trata se de um estudo de revisão bibliográfica sobre a contaminação da maca no pronto atendimento de emergência e
sua relação com o risco para desenvolver infecção no paciente, com o objetivo de verificar como a temática vem sendo
abordada. A revisão bibliográfica incluiu estudos realizados sobre o tema entre 2008 e 2015 e foi realizada no período
de março de 2015. Para a seleção dos artigos utilizou-se três bases de dados, Medline, Google acadêmico e Lilacs e a
amostra desta revisão foi constituída de cinco artigos e uma tese de mestrado. Usamos a combinação dos descritores
infecção, politraumatizado, hospital, emergência e maca. Foram incluídos artigos que falavam sobre o assunto direta ou
indiretamente. Nos estudos realçou-se a presença de bactérias em objetos que direta ou indiretamente tem contato com
o paciente. Essas evidências reforçam a necessidade de conhecimento e controle de fontes de patógenos no ambiente
hospitalar. Não foram encontrados artigos que falassem diretamente da contaminação presente na maca na emergência.
Introdução
de longa permanência, e a limpeza terminal, aquela
realizada na unidade sempre que o paciente deixa o
leito definitivamente, seja por óbito, seja por alta ou
transferência. Devido ao grande fluxo e ser um lugar
utilizado para o primeiro atendimento, esta ultima devera
ser a mais comum no pronto atendimento de emergência.
Nas grandes urgências e emergências, observamos que o
período de tempo que a enfermeira tem para preparar o
micro espaço do doente para um novo atendimento, por
vezes, é mínimo ou nenhum, interferindo na realização
do procedimento de desinfecção terminal, em geral do
espaço, do colchão e da maca, de acordo com a técnica
protocolar.
Diante desta problemática, buscamos identificar
publicações que indiquem as condições bacteriológicas
e os riscos que os profissionais da saúde podem estar
submetendo o paciente, ao colocá-los em macas
com colchões no pronto atendimento de urgências e
emergências.
Os estabelecimentos de saúde e as superfícies
inanimadas que cercam o paciente guardam íntima
relação com as infecções relacionadas à assistência
e a saúde, sendo importantes focos de contato e de
transmissão de agentes patogênicos e podem ser
transferidos para as mais diversas superfícies através do
contato direto e indireto. Existem inúmeras pesquisas
que retratam que os artigos hospitalares podem se
tornar veículos de disseminação, comprometendo a
segurança do paciente. Embora as principais causas de
infecção hospitalar estejam relacionadas com o doente
susceptível à infecção e com os métodos-diagnósticos e
terapêuticos utilizados não se pode deixar de considerar
a parcela de responsabilidade relacionada aos padrões
de assepsia e de higiene do ambiente hospitalar.
Nos serviços de emergência os riscos inerentes
à prestação da assistência de Enfermagem aumentam
consideravelmente o índice de infecções, visto que os
profissionais e clientes são expostos a um ambiente de
trabalho que facilita o surgimento de infecções cruzadas,
pela grande demanda de pacientes politraumatizados,
com sangramentos e eliminações.
Dentre as atividades executadas no cotidiano
dos hospitais há a limpeza de unidade, reconhecendo-a
como uma das formas de manter o ambiente hospitalar
biologicamente seguro. A unidade do paciente tem
sido definida como o conjunto de espaços e de móveis
destinados a cada paciente.
A limpeza realizada nos leitos pode ser
dividida em dois tipos: a limpeza concorrente, que
é realizada diariamente nas unidades de pacientes
Material e Método
Realizou-se um estudo de revisão, a partir de um
levantamento bibliográfico de artigos publicados nas
bases de dados, Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature
Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) Google
acadêmico, no período de março de 2015, utilizando
como palavras chaves infecção, politraumatizado,
hospital, maca e emergência. Foram incluídos os artigos
científicos que estavam relacionados ao tema direta ou
indiretamente, com identificação de contaminação de
1. Universidade Severino Sombra, Acadêmica do Curso de Enfermagem. Técnica de Enfermagem/Socorrista, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro/Paracambi,
Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Doutora em enfermagem, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Enfermeira da UNIRIO, Brasil.
3. Universidade Severino Sombra, Mestre em psicologia e Doutoranda em enfermagem e biociências, Docente do Curso de Enfermagem, Vassouras-RJ, Brasil.
80
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Infecção. Politraumatizado. Hospitalar. Emergência e maca.
superfícies relacionada à infecção hospitalar na maca
na emergência, ter sido publicado entre 2008 e 2015
e exclusos os artigos científicos que disponibilizava
somente o resumo ou que não estava relacionado com a
área da saúde ou que mesmo sendo da área da saúde não
abordasse o tema direta ou indiretamente. Seguindo os
critérios estabelecidos, chegou-se então a seleção de sete
artigos e uma tese de mestrado que abordam a temática.
Todos os artigos, indexados e aprovados encontrados
foram pré-selecionados e em seguida, fez-se uma leitura
exploratória dos resumos com o objetivo de verificar se
o artigo obtido interessava ao estudo, respeitando os
critérios de inclusão estabelecidos. Desse modo foram
selecionados 03 artigos que falavam indiretamente sobre
o assunto. Os artigos foram lidos na íntegra de forma a
serem utilizados como referencial e marco teórico para
a discussão e ampliação dos conceitos sobre o tema
abordado no estudo.
problema que pode se agravar. Em relação à maca da
emergência ser um foco de contaminação neste estudo
não foi possível avaliar, as publicações encontradas não
responderam diretamente ao objetivo, foi um estudo
preliminar sendo necessário ampliá-lo em novas bases
de dados nacionais e internacionais de forma que possa
explorar adequadamente a temática.
Resultados e Discussão
CARREIRO Mônica de Almeida, FIGUEIREDO Nébia Maria Almeida,
BRANDÃO Marcos Antônio Gomes. Cuidados de enfermagem com o
colchão hospitalar - segurança do cliente no ambiente terapêutico. Rev. Enf.
Profissional 2014. jan/abr, 1 (1): 165-184. <www.seer.unirio.br/index.php/
enfermagemprofissional/article/view/3539> Acessado em: 15/03/2015 as
13h50min.
Referências
ANDRADE Denise de, ANGERAMIA Emília LS, PADOVANIB Carlos
Roberto. Condição microbiológica dos leitos hospitalares antes e depois de
sua limpeza. Rev Saúde Pública 2000; 34(2) : 163-9. Disponível em: <http://
www.scielosp.org/pdf/rsp/v34n2/1952.pdf> Acesso em: 15 Mar 2015.
Os artigos revisados mostram que os resultados
preliminares apontam que, diversos micro-organismos
são capazes de sobreviver durante semanas em
superfícies dos estabelecimentos de saúde, sendo estas
constantemente tocadas pelos profissionais de saúde,
como grades de cama, garrotes, mesas, macas e outros
objetos, e que os colchões mantêm a carga microbiana
mesmo depois de sua limpeza, consequentemente,
contaminarão as mãos ou luvas com micro-organismos
que podem ser multirresistentes, contribuindo para a
disseminação deles para os pacientes.
Os estudos reforçam que a infecção continua
sendo a maior causa de morbidade e de mortalidade
em pacientes traumatizados ou submetidos à cirurgia
de emergência, apesar dos esforços na prevenção e nos
avanços na terapia antimicrobiana. A infecção pode
surgir no local do trauma ou na via de acesso para o
tratamento cirúrgico, mas, a mais importante é a infecção
hospitalar, que ocorre em geral fora do sítio cirúrgico ou
do local de trauma, como as pneumonias, infecções do
trato urinário e relacionadas às punções vasculares.
FERREIRA Natalia Cristina. Condições bacteriológicas da superfície
das poltronas hematológicas para hemodiálise. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Medicina de Botucatu, SP 2014. Disponível em:
<http://base.repositorio.unesp.br/handle/11449/113878> Acessado em:
22/03/2015 às 15h20min.
OLIVEIRA Adriana Cristina de; DAMASCENO Quésia Souza. Superfícies
do ambiente hospitalar como possíveis reservatórios de bactérias
resistentes: uma revisão.Rev. esc. enferm. USP vol.44 no. 4 São Paulo
Dec. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0080-6234201 0000400038> Acessado em: 22/03/2015 às
18h20min.
SILVAL Nayara de Oliveira; FERRAZL Patricia de Campos; SILVAL
André LuizTeodoro de; MALVEZZILL Cristiane Karine; POVEDALLL
Vanessa de Brito. Avaliação da técnica de desinfecção dos colchões de
uma unidade de atendimento a saúde. Rev. Min. Enferm; 15(2), abril,
2011. Disponível em: <http://reme.org.br/artigo/detalhes/31> Acessado
em: 23/03/2015 às 14h20min.
Conclusão
Em síntese, conclui-se que no serviço de
emergência, a exposição a material biológico é uma
realidade que se agrava, pois nos estudos, realçou-se a
presença de bactérias em muitos objetos que direta ou
indiretamente tem contato com o paciente. Porém, não
se pode deixar de considerar a realidade das grandes
urgências e emergências, que possuem alta rotatividade
dos leitos com a necessidade de serem ocupados logo
após sua vacância, e cuja limpeza do colchão não
tem merecido a atenção necessária, acarretando um
81
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
CARVALHO Andriela Lima,OLIVEIRA Jéssica Tavares, SILVA Pamela
Manoela de Freitas, BRASILEIRO Marislei Espíndula, LÀZARA Cristina
Carvalho Prado. A enfermagem no atendimento emergencial: riscos e
medidas preventivas de infecção. Revista Eletrônica de Enfermagem do
Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2011 agodez 3(3) 1-16. Disponivel em: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica>.
Acessado em 16/04/2015 às 14h30min.
Enfermagem perante as boas práticas da aspiração de vias aéreas
Janine Oliveira dos Santos, Lilia Marques Simões Rodrigues
Resumo
A ventilação mecânica reduz o desconforto respiratório e consiste em um método de suporte para o tratamento
de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica, esta associada à pneumonia nosocomial em UTI
e apresenta elevada causa de morte. A presente pesquisa tem como objeto de estudo a enfermagem perante as boas
práticas de aspiração aos pacientes com ventilação, sendo esses os que mais atuam nesse tipo de procedimento,
assim é necessário que estejam capacitados a executar a técnica de maneira correta. O presente estudo tem como
objetivo investigar o conhecimento dos profissionais de Enfermagem sobre a técnica de aspiração com pacientes em
ventilação mecânica e analisar o impacto do cuidado de enfermagem realizado no paciente com ventilação mecânica.
A abordagem metodológica trata de uma pesquisa do tipo exploratória descritiva com abordagem quantitativa. O
projeto será submetido a avaliação pelo comitê de ética da Universidade Severino Sombra e atendera a resolução
416/12. A pesquisa conduzida em um centro de terapia intensiva CTI adulto, a população estudada é a equipe de
enfermagem. A coleta de dados será por técnica de questionário com respostas fechadas, onde os sujeitos deverão
responder o questionário na frente do pesquisador, evitando assim a interferência de consulta a qualquer literatura.
Introdução
de traqueostomia, na ventilação não invasiva, utilizase uma máscara como interface entre o paciente e o
ventilador artificial (CARRILHO,2006).
Os profissionais de Enfermagem devem utilizar
seus conhecimentos para prevenir a pneumonia
associada a ventilação mecânica, e as boas praticas estão
associadas a isso como uma boa higiene das mãos e oral,
prevenir a broncoaspiração de secreções, e elevação
da cabeceira 30 a 45°, cuidados com a aspiração e
circuito ventilatório, e conhecer a ventilação mecânica,
classificação e porque o método é utilizado.
A presente pesquisa tem como objeto de estudo
a enfermagem perante as boas práticas de aspiração
ao pacientes com ventilação, sendo esses os que mais
atuam nesse tipo de procedimento, assim é necessário
que estejam capacitados a executar a técnica de maneira
correta. Trago como questões norteadoras as seguintes
indagações: Como a Enfermagem se comporta durante
o procedimento de aspiração? Qual o conhecimento
científico e técnico da enfermagem quanto a aspiração
de vias aéreas?
Este projeto foi escolhido por afinidade com
Unidade de Terapia Intensiva e no estágio ao conhecer
o ambiente os procedimentos invasivos realizados, os
pacientes graves intubados e a ventilação mecânica, a
interação da equipe de Enfermagem.
A unidade de terapia intensiva é um ambiente
hospitalar onde as tecnologias duras são predominantes,
a equipe de enfermagem deve estar sempre capacitada
para atuar com as inovações tecnológicas, assim como
toda a equipe multiprofissional que atua nesse ambiente,
a fim de prestar um cuidado de qualidade ao paciente
ali, preservando a vida e a segurança.
A ventilação mecânica é definida como suporte
ventilatório, consiste em um método de suporte para o
tratamento de pacientes com insuficiência respiratória
aguda ou crônica agudizada.Tem por objetivos,
manutenção das trocas gasosas, correção da hipoxemia
e da acidose respiratória associada à hipercapnia: aliviar
o trabalho da musculatura respiratória ,evitar a fadiga
da musculatura respiratória, oferecer o consumo de
oxigênio adequado ao paciente, dessa forma reduzindo
o desconforto respiratório e permitir a aplicação de
terapêuticas específicas. É classificada em dois grupos
ventilação mecânica invasiva e ventilação não invasiva.
Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida
com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas.
A diferença entre elas fica na forma de liberação de
pressão: enquanto na ventilação invasiva utiliza-se
uma prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo
oro ou nasotraqueal (menos comum) ou uma cânula
Contribuição do Estudo
Espera-se com o estudo a ser desenvolvido traga
para discussão as “Boas Práticas” de Enfermagem na
aspiração de pacientes com ventilação mecânica, para
que seja oferecido a esses profissionais um melhor
conhecimento científico e técnico especifico sobre o
assunto, de forma que possa contribuir com a diminuição
da pneumonia associada à ventilação mecânica, visto
que a aspiração endotraqueal é uma pratica realizada
Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
82
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Ventilação Mecânica. Cuidados de Enfermagem. Aspiração endotraqueal.
muitas das vezes pelo profissional da enfermagem,
visando assim melhoria na qualidade do atendimento ao
prestado ao paciente.
GONÇALVES,Fernanda Alves Ferreira et al. ; BRASIL,Virginia
Visconde et al.; MINAMISAVA,Ruth et al.; Caixeta,Carlos Roberto;
Oliveira,Lizete Malagoni de Almeida Cavalcante; Cordeiro,Jacqueline
Andréia Bernardes Leão.Eficácia de estratégias educativas para ações
preventivas da pneumonia associada à ventilação mecânica. Esc Anna
Nery [online]. 2012 out/dez;[citado 2013 mar 13];16(4):802-8. Disponível
em:http://revistaenfermagem.eean.edu.br/detalhe_artigo.asp?id=821 [Links]
Abordagem Metodológica
MOLINARO,Laura Cristina. A Enfermagem e a Avaliação dos Parâmetros
Oxihemodinâmicos diante da Aspiração Traqueal de Pacientes com
Ventilação Mecânica. Rio de Janeiro, Sn,dez.2009. 79 p. Graf.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória
descritiva, de abordagem quantitativa. O objetivo do
estudo é capacitar a equipe de Enfermagem a executar,
de maneira correta, o procedimento de aspiração, e
através da pesquisa solucionar os problemas envolvidos
na execução da técnica de aspiração endotraqueal.
O projeto será submetido à avaliação pelo Comitê
de Ética da Universidade Severino Sombra e atenderá
a Resolução 466/12. Essa pesquisa será conduzida em
um Centro de Terapia Intensiva (CTI) de adultos, em
hospital de ensino, de médio porte, localizado na região
centro-sul fluminense.
A população estudada será a equipe de
enfermagem. Todos os integrantes da equipe do CTI
serão convidados a participar da pesquisa e serão
informados com relação a: objetivos, importância de
sua colaboração para o desenvolvimento da pesquisa,
caráter confidencial de suas respostas, fidedignidade
com que os dados seriam trabalhados e o direito de
desistir de participar do estudo a qualquer tempo. Os
participantes que voluntariamente consentirem sua
participação assinarão o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (Apêndice I) e serão incluídos no estudo.
Para a coleta de dados optou-se pela técnica
de questionário com respostas fechadas, onde os
sujeitos deverão responder o questionário na frente do
pesquisador, evitando assim a interferência de consulta a
qualquer literatura. A coleta de dados será realizada pela
própria pesquisadora nos meses de agosto e setembro de
2015, durante os plantões diurnos e noturnos.
Para o tratamento dos dados será utilizada
a estatística descritiva e a análise será guiada pela
literatura pertinente à temática.
Referências
ÁGUAS, Eliane da Silva et al. ; CUNHA, Mayara Fernandes et al.;
VITORINO, Priscila Valverde de Oliveira e al. . Avaliação da aspiração
traqueobrônquica em uma unidade de terapia intensiva da cidade de
Goiânia. Revista Movimenta ISSN – v. 4 – n. 1 – 2011;
CARRILHO, C et al. Ventilator-associated pneumonia in surgical
Intensive Care Unit. Rev Bras Ter Intensiva. 2006; 18(1):38-44;
CARVALHO, Carlos et al. Ventilação mecânica: princípios, análise
gráfica e modalidades ventilatórias. J. bras. pneumol. vol.33 suppl.2 São
Paulo July 2007;
COSTA, D. ,Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu, 2004;
SILVA,Sabrina Guterres da et al.; NASCIMENNTO, Eliane Regina Pereira
do et al.; SALES,Raquel Kuerten. Pneumonia associada à ventilação
mecânica: discursos de profissionais acerca da prevenção. Esc. Anna
Nery Ver. Enferm; Apr-Jun/2014.18(2):295-295.
83
Epidemiologia de raiva bovina na microrregião Sul Fluminense
Ponan Mattoso Rubin¹, Roberto Francisco Silva Moreira², Pedro Henrique Evangelista Guedes²,
Glenda Ribeiro de Oliveira³, Fábio Sartori4, Lidiane Castro Soares, Nadia Rossi de Almeida4
Resumo
A Raiva é uma doença viral, causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, que afeta mamíferos
e que se caracteriza por encefalomielite de curso agudo e fatal. Possui grande importância tanto econômica, trazendo
prejuízos à pecuária, quanto em saúde pública por se tratar de uma zoonose fatal. O objetivo do presente trabalho foi fazer
o levantamento epidemiológico dos casos positivos para Raiva bovina da microrregião sul fluminense no período entre
2005 e 2012 e estudar os possíveis fatores epidemiológicos associados à infecção. Os resultados apontaram 30 casos de
Raiva bovina no período estudado, sendo que 50% dos animais infectados situavam-se na faixa etária menor que 12 meses
e 67,5% dos infectados foram fêmeas. Demonstra-se que tais problemas interferem no fechamento do diagnóstico e que se
pode estabelecer um controle de maior eficácia através de convênios e programas de incentivo à vacinação de rebanhos.
Introdução
Para o controle da doença existe uma variedade de
atividades que podem ser realizadas, sendo a prevenção
à exposição e a vacinação os principais métodos de
controle. A notificação de casos suspeitos é obrigatória.
O objetivo do presente trabalho foi realizar um
levantamento epidemiológico dos casos positivos
para Raiva bovina da microrregião sul fluminense, no
período de 2005 a 2012 e estudar os possíveis fatores
epidemiológicos associados à infecção.
A Raiva é uma patologia viral cujo agente
etiológico é um vírus de RNA envelopado pertencente
à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus que possui
elevado tropismo pelo sistema nervoso central e causa
diversos sinais clínicos neurológicos associados à
encefalomielite aguda que culminam com a morte
dos animais e pessoas infectados. Segundo a OIE
(Organização Internacional de Epizootias), a doença é
responsável pela morte de cerca de 70 mil pessoas no
mundo. É, portanto, uma enfermidade de importância
mundial e uma zoonose de grande relevância em saúde
pública.
Sua elevada importância econômica se traduz na
morte dos animais afetados e nas consequentes perdas
com a produção de carne e leite e, indiretamente, no
controle e profilaxia rigorosos, já que são necessárias
as campanhas de vacinação das espécies susceptíveis
e das pessoas que tem envolvimento direto com os
animais, como os veterinários, tratadores e alunos de
veterinária. Na América do Sul, a transmissão se dá,
sobretudo, por vetores quirópteros hematófagos, sendo
as espécies equina e bovina as mais afetadas. Os sinais
clínicos variados são muitas vezes indistinguíveis de
outras síndromes neurológicas e tornam indispensável
à realização de um diagnóstico laboratorial. O teste de
imunofluorescência direta (IFD) é utilizado como teste
de triagem, devido à sua rapidez e acurácia, e a prova
biológica (PB), onde há a inoculação intracerebral de
amostra suspeita em camundongos, é considerada a
prova de diagnóstico definitiva por apresentar uma alta
sensibilidade.
Material e Métodos
Os dados para a realização do presente trabalho
foram cedidos pelo Núcleo de Defesa Agropecuária/
Vassouras (NDA-Vassouras) em parceria com o Centro
Estadual de Pesquisa e Sanidade Animal – Geraldo
Manhães Carneiro, com a chancela da Dr.ª Glenda Ribeiro
de Oliveira. Foram analisadas 30 fichas de notificação
de casos positivos para Raiva bovina na microrregião
sul fluminense (Vassouras, Mendes, Miguel Pereira,
Paty do Alferes e Barra do Piraí, durante o período
de 2005 a 2012. A técnica diagnóstica realizada para
confirmação da Raiva bovina nos casos encontrados foi
a IFD e, para os resultados inconclusivos, fez-se ainda a
PB em camundongos lactentes.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos através do levantamento
epidemiológico de 30 casos de Raiva bovina na
microrregião sul fluminense, no período entre 2005 a
2012, estão representados na tabela 1.
1. Médico veterinário autônomo.
2. Discentes de graduação do curso de medicina veterinária da Universidade Severino Sombra (USS).
3. Médica veterinária do Núcleo de Defesa Agropecuária.
4. Docentes do curso de medicina veterinária da USS.
84
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Lyssavirus. Rebanho bovino. Infecção.
RAÇA
SEXO
TESTE
MUNICÍPIO ANO
RESULTADO
Mestiço
Fêmea
60
Vassouras
2005
**IFD
Mestiço
Fêmea
84
Vassouras
2005
IFD
*NI
Fêmea
4-12
Paty do Alferes
2005
IFD
NI
Macho
12-24
Vassouras
2005
IFD
Mestiço
Macho
12-24
Paty do Alferes
2006
IFD
NI
Macho
24-36
Paty do Alferes
2006
IFD
Nelore
Fêmea
15
Vassouras
2006
IFD
NI
Fêmea
10
Vassouras
2006
IFD
Canchin
Fêmea
84
Miguel Pereira
2007
IFD
Mestiço
Macho
13
Miguel Pereira
2008
IFD
Nelore
Fêmea
24
Barra do Piraí
2009
IFD
Mestiço
Macho
24
Mendes
2009
IFD
Mestiço
Fêmea
10
Vassouras
2011
IFD
Mestiço
Macho
11
Vassouras
2011
IFD
Brahman
Fêmea
06
Vassouras
2011
IFD
Mestiço
Fêmea
24
Vassouras
2011
IFD
Canchin
Fêmea
84
Paty do Alferes
2011
IFD
Brahman
Fêmea
06
Vassouras
2011
IFD
Mestiço
Fêmea
24
Vassouras
2012
IFD
Mestiço
Macho
04
Vassouras
2012
IFD
Mestiço
Macho
04
Vassouras
2012
IFD
Canchin
Fêmea
06
Paty do Alferes
2012
IFD/***PB
Canchin
Macho
14
Paty do Alferes
2012
IFD
GIR
Fêmea
07
Vassouras
2012
IFD
Mestiço
Fêmea
10
Paty do Alferes
2012
IFD
Mestiço
Fêmea
48
Paty do Alferes
2012
IFD
Mestiço
Fêmea
03
Paty do Alferes
2012
IFD
Mestiço
Fêmea
03
Paty do Alferes
2012
IFD
NI
Fêmea
03
Vassouras
2012
IFD
Mestiço
Macho
05
Paty do Alferes
2012
IFD
* Não informado
**IFD – Imunofluorescência direta
***PB – Prova biológica (inoculação em camundongos)
para Raiva. Cabe ressaltar que um teste estatístico para
o estudo das variáveis, que permitiria fornecer dados
quanto à probabilidade de risco de infecção associada
ao sexo ou idade, não pôde ser realizado pela ausência
de informações referentes ao total dos animais testados,
independente se serem positivos para o exame de Raiva.
Como o exame para o diagnóstico da Raiva somente é
requisitado quando os animais apresentam forte suspeita
clínica para tal doença, acredita-se que o número de
animais testados seja próximo do número de animais
infectados pelo vírus. Além disso, não há um controle
demográfico eficaz dos rebanhos.
No que refere ao sexo, 20 animais (66,7%) eram
fêmeas e 10 animais eram machos (33,3%), porém estes
resultados estatísticos são viciados, já que, por ser uma
região predominantemente leiteira, os rebanhos são
predominantemente compostos por fêmeas. Apesar de a
A escolha da microrregião sul fluminense se
deveu não somente por abrigar a Universidade Severino
Sombra, mas principalmente, ao fato de ser uma região
endêmica e de interesse para a realização do estudo
epidemiológico da Raiva bovina.
Do total de 30 casos de Raiva bovina
identificados nesta região, 15 casos ocorreram no
município de Vassouras, 11 casos no município de Paty
do Alferes, 2 casos no município de Miguel Pereira.
Ao realizar um estudo das variáveis possivelmente
associadas à infecção, verificamos que 15 (50%) dos
animais infectados ainda não haviam completado 12
meses de idade, 10 (33,3%) estavam na faixa etária entre
12 a 36 meses, e os 5 (16,7%) restantes tinham mais de 36
meses. Um estudo relacionado à variável raça não pôde
ser realizado, uma vez que é uma informação que causa
dúvidas entre os veterinários requisitantes do exame
85
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Tabela 1. Resultados do levantamento epidemiológico da Raiva bovina na microrregião Sul-fluminense.
região ser endêmica para o vírus da Raiva e a vacinação
ser obrigatória, muitos proprietários ainda não vacinam
seus rebanhos, contribuindo ainda mais com o número
de longo dos anos. Somente no ano de 2012, ocorreram
12 dos 30 casos existentes dentro do período de estudo.
Um fator que limita um estudo de prevalência da
Raiva bovina na região sul fluminense está associada à
falta de cadastramento e certificação das propriedades,
não se sabendo ao certo quantos animais existem nesta
região, quanto mais quantos foram vacinados contra
a Raiva. Isto implica falta de precisão referente à
divulgação do tamanho do rebanho bovino pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conclusões
A real situação epidemiológica da Raiva bovina
na microrregião sul fluminense continua indefinida pelo
fato de não se ter conhecimento do total de animais
que compõem seus rebanhos bovinos, porém sugeriuse um relevante número de casos da doença. A falta de
vacinação do rebanho ainda é o fator mais crítico para o
favorecimento de infecções.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Referências
ALBAS. A.; ZOCCOLARO, P. T.; ROSA, T.Z.; CUNHA, E.M.S. Diagnóstico
laboratorial da raiva na região oeste do estado de São Paulo. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. V.38, n.6, p.493-495, 2005.
BRASIL. Controle da raiva dos herbívoros: manual técnico 2009.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa
Agropecuária. Brasília: Mapa/ACS, 2009.
CASSEB, L.M.N.; BARBOSA, T.F.S.; PEREIRA, A.S.; VIEIRA, C.A.;
MEDEIROS, D.B.A.; VASCONCELLOS, P.F.C.; TRAVASSOS DA ROSA,
E.S.; CASSEB, A.R.; Prevalência de raiva animal em amostras procedentes
da região norte do Brasil, diagnosticadas no instituto Evandro Chagas no
período de 2000 a 2004. Revista Ciência Agrária, n.46, p. 261-274, 2006.
QUEIROZ, L.H.; CARVALHO, C.; BUSO, D.S.; FERRARI, C.I.L. Perfil
epidemiológico da raiva na região noroeste do estado de São Paulo no
período de 1993 a 2007. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical. v.42, n.1, p.9-14, 2009.
86
Tratamento multidisciplinar para uma Pseudoclasse III: Relato de
caso
Alessandra de Andrade Kano¹, Carla Cristina Neves Barbosa², Oswaldo Luiz Cecilio Barbosa¹
Resumo
Com objetivo de cessar a dor oriunda de uma disfunção temporomandibular o presente relato de caso vem esclarecer
que tal dor ocorria devido a uma pseudoclasse III, causada por ausências dentárias, que acarretava em diastemas
generalizado. Os distúrbios da pseudoclasse III têm um significativo comprometimento estético e grande parte
deles é composta pelos desvios funcionais com projeção anterior da mandíbula. Portanto, a obtenção do diagnóstico
é fator primordial para o planejamento e tratamento adequados, principalmente pela recuperação e manutenção da
posição anteroposterior ou da relação cêntrica dos côndilos mandibulares, por serem reconhecidas como alguns
dos objetivos do tratamento ortodôntico. Avaliações que compõem o exame clínico são de extrema importância
para a diferenciação entre Classe III verdadeira ou pseudoclasse III. O presente relato de caso tem como objetivo
mostrar todos os passos realizados no tratamento desta má-oclusão e seu resultado final funcional e estético.
Introdução
Relato de caso
Para diferenciação de uma classe III verdadeira
para uma pseudoclasse III é imprescindível realizar
um diagnóstico diferencial, em que, além da avaliação
cefalométrica que avalia as estruturas esqueléticas e
os componentes dentários é importante e necessário
à avaliação facial, para analisar o perfil, a posição do
mento com porção média da face do paciente.
A ausência de dentição posterior pode ser um
fator desencadeante para o prognatismo mandibular,
em que a mandíbula é protruída para uma possível
intercuspidação. A pseudoclasse III apresenta-se como
um grande fator de risco para o desencadeamento de
uma disfunção temporomandibular, e desta forma,
fazendo com que o indivíduo sinta dor.
Devido a um longo tempo de ausência de dentes, o
paciente acaba desenvolvendo diastemas generalizados,
que por sua vez poderá desencadear uma má-oclusão e
sinais e sintomas de disfunção temporomandibular. O
tratamento para correção de diastemas generalizados
causados pelas ausências dentárias poderá ser uma
associação de ortodontia, implantodontia, dentística,
prótese fixa e removível. Quando o paciente apresenta
boa saúde geral a implantodontia apresenta grande
sucesso nas reabilitações dentárias.
O objetivo deste trabalho é relatar a complexidade
do tratamento de uma pseudoclasse III, em que se fez
necessária à abordagem multidisciplinar, bem como a
complexa trajetória para se restabelecer a função e a
estética.
Paciente C.M.M., sexo masculino, melanoderma,
31 anos, procurou a Clínica de Odontologia da
Universidade Severino Sombra devido a uma dor na
região Temporomandibular.
No questionário referente à parte dentária, foi
relatado que possuía o hábito de respirar pela boca e ranger
os dentes. Assim, foi realizado o preenchimento da ficha
de Disfunção Temporomandibular, em que, na palpação
muscular o paciente relatou dor negativa na região de
articulação temporomandibular, músculos (masseter,
temporal, esternocleimastoideo, posteriores de pescoço,
trapézio e pterigoideo externo), porém apresentava dor
moderada em região de músculo pterigoideo interno.
Possuía abertura de boca de 45 milímetros e estalidos
na articulação temporomandibular.
No exame facial constatou-se face simétrica, perfil
convexo e padrão dolicofacial. Ao exame radiográfico,
observaram-se os côndilos bem posicionados na cavidade
glenoide. No exame clínico visualizou-se estado de
saúde bucal desequilibrada devido às ausências dos
dentes 11, 16, 17, 18, 25, 27, 28, 36, 37, 38, 46, 47 e
48, com tecidos periodontais saudáveis e sem presença
de lesões cariosas. Apresentava Classe III de canino
do lado direito e classe I de canino do lado esquerdo,
mordida cruzada anterior e diastemas generalizados.
Desta forma, foi proposto tratamento
multidisciplinar, começando com uma placa interoclusal,
para alívio de sinais e sintomas da Disfunção
Temporomandibular, tratamento ortodôntico com o
propósito de alinhamento e nivelamento, fechamento de
1. Discente do curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra.
2. Docente do curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra.
87
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Pseudoclasse III. DTM funcional. Diastema. Perda dentária. Reabilitação Oral.
diastemas e recuperação de espaço na região do dente
11 e 25, e posteriormente uma reabilitação protética
com implantes.
com implante como, por exemplo, o protocolo de
Branemark, em que é realizado o tratamento em
duas fases: a primeira fase é cirúrgica e segunda é
a protética (de reabilitação), entre uma fase e outra,
que é normalmente de três a seis meses, o implante
permanece livre de carga ou não, não interferindo na
osseointegração (PERERA et al., 2012; TABUSE,
CORRÊA e VAZ, 2014).
Discussão
A Pseudoclasse III é caracterizada por uma
protrusão funcional da mandíbula durante a oclusão, que
pode ser atribuída à inclinação dos incisivos superiores
para palatina e vestibularização dos incisivos inferiores,
que interferem no contato oclusal e forçam um
posicionamento mesial da mandíbula, para estabelecer
uma oclusão em máxima intercuspidação habitual.
Com a mandíbula posicionada na mesial no momento
do contato oclusal, alterando assim o posicionamento
da mesma e ainda neste caso, se o paciente for capaz
de estabelecer um contato topo a topo dos incisivos,
quando manipulado em relação cêntrica, apresentando
bom equilíbrio facial, trata-se realmente de uma
pseudoclasse III (TERADA et al., 1997).
A mordida cruzada anterior apresenta uma
etiologia multifatorial, incluindo comprimento
inadequado dos maxilares, hábitos parafuncionais,
perdas dentárias, dentre outros. Entre as possibilidades
terapêuticas existentes para as mordidas cruzadas que
apenas tenham envolvimento dentário e muscular a
terapia indicada é ortodôntica com uso de aparelhos
fixos ou removíveis e desta forma, requerendo uma
movimentação dentária lenta, e em contra partida,
abordagens multidisciplinares que terão um resultado
estético, funcional e psicológico adequados ao paciente
(FRANCO et al., 2008).
Há uma associação significativa entre a presença
de alguns fatores oclusais (mordida aberta, mordida
cruzada, ausência de cinco ou mais dentes, profundo
transpasse vertical ou horizontal) com a disfunção
temporomandibular, e assim as alterações oclusais
fossem a principal causa da presença de sinais e sintomas
de disfunção temporomandibular (LEITE et al. 2013,;
NISHIMORI et al., 2014).
A presença de espaços interdentários desfavorece
a beleza do sorriso e harmonia do conjunto facial. No
entanto, antes de qualquer intervenção, deve-se avaliar a
necessidade e a época mais oportuna para o fechamento
desses espaços, com bases em conhecimentos sólidos
sobre o desenvolvimento de oclusão e sobre a etiologia
das más-oclusões e dependendo de como se dá a
prevalência de dentes na boca, além do fechamento
dos diastemas com tratamento ortodôntico deverá ser
acompanhado por instalação de próteses ou até mesmo
implantes, reanatomizando o sorriso (ALMEIDA et al.,
2008; GARBIN et al., 2014) .
A implantodontia veio resolver grandes problemas
na área de reabilitação bucal, assim, quando o paciente
apresenta boa saúde bucal lhe é proposto um tratamento
Conclusão
No caso apresentado obteve-se sucesso
devido o paciente ter sido assistido por uma equipe
multidisciplinar, onde teve a mandíbula reposicionada
com a placa interoclusal, os diastemas reduzidos e a
recuperação de espaços tratados com aparelhagem fixa
e a reabilitação bucal finalizada com implantes.
Referências
FRANCO, A. A.; D’ABREU, C. E. C.; SANTANA, F. F.; CEVIDANES,
L. H. S.; Tratamento ortodôntico da mordida cruzada anterior no paciente
adulto. Revista Ortodontia SPO, São Paulo, v. 41, n. 5, p. 303. 2008.
GARBIN, A. J. I.; WAKAYAMA, B.; SANTOS, R. R.; ROVIDA, T. A.
S.; GARBIN, C. A. S. Pistas diretas planas para o tratamento de mordida
cruzada posterior. Revista Cubana de Estomatologia, La Habana, v. 51,
n.1, p. 113-120. 2014.
LEITE R. A.; RODRIGUES J. F.; SAKIMA, M. T.; SAKIMA, T. Relationship
between temporomandibular disorders and orthodontic treatment: a literature
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NISHIMORI L. E.; MARTINS J. R.; MARSON, F. C.; SÁBIO, S.; SILVA,
C. O.; CORRÊA, G. O. Utilização de placas oclusais em resina acrílica no
auxílio do tratamento de DTMs. Revista UNINGÁ Review, Maringá, v. 17,
n. 1, p. 59-64. 2014.
PERERA, E. R. Z.; ORDAZ, E. H.; TORRES, M. M.; DÁVILA, H. S.;
VIGOA, D. F. Rehabilitación protésica con implantes unitários. Presentación
de un caso, Rev. Ciencias Médicas, Pinar Del Río, v. 16, n. 2, p. 233-40.
2012.
TABUSE, H. E.; CORRÊA, C. B.; VAZ, L. G. Comportamento biomecânico
do sistema prótese/implante em região anterior de maxila: análise pelo
método de clivagem mecânica. Rev Odontol UNESP, São José dos Campos,
v. 43, n. 1, p. 46-51. 2014.
TERADA, H. H.; SUGUIMO, R.; RAMOS, A. L.; FURQUIM, L. Z.;
MAEDA, L.; SILVA FILHO, O. G. Utilização do aparelho progênico
para correção das mordidas cruzadas anteriores. Revista Dental Press de
Ortodontia e Ortopedia Maxilar, Maringá, v. 2, n. 2, p. 87-105. 1997.
88
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
ALMEIDA, R. R.; GARIB, D. G.; ALMEIDA-PEDRIN, R. R.; ALMEIDA,
M. R.; PINZAN, A.; JUNQUEIRA, M. H. Z. Diastemas interincisivos
centrais superiores: quando e como intervir? R Dental Press Ortodon
Ortop Facial, Maringá, v. 9, n. 3, p. 137-156. 2008.
Visita domiciliar no estágio de Enfermagem: um relato de
experiência
William Silva Brum¹, Mônica de Almeida Carreiro², Nayara de Cássia dos Santos Costa¹, Sebastião
Gonçalves Cunha², Francieli Nascimento Souza¹, Lília Marques Simões Rodrigues²
Resumo
Este estudo consiste em um relato de experiência dos discentes da disciplina Estágio de Enfermagem na Saúde do
Adulto e do Idoso, do curso de Enfermagem do 7.º período diurno da Universidade Severino Sombra. Teve o objetivo
de apresentar as experiências e as atividades vividas durante o estágio e socializar experiências. A estratégia adotada
para favorecer o processo de ensinar-aprender na disciplina foram às visitas domiciliares (VD), como tecnologia
de interação no cuidado à saúde. Entende-se que família, comunidade e ambiente são influenciadoras no processo de
adoecer dos indivíduos, os quais são regidos pelas relações que estabelecem nos contextos em que estão inseridos.
A visita domiciliar é um instrumento de intervenção fundamental utilizado pelas equipes de saúde como meio de
inserção e de conhecimento da realidade de vida da população, favorecendo o estabelecimento de vínculos com a
mesma e a compreensão de aspectos importantes da dinâmica das relações familiares (ALBUQUERQUE, 2009).
Palavras-Chave: Enfermagem. Saúde do adulto. Saúde do idoso. Saúde pública. Visita domiciliar.
Introdução
a sua realização; ocorre um gasto de tempo maior,
tanto em locomoção como na execução da visita; é um
método dispendioso, pois demanda custo de pessoal e
locomoção.
De acordo com KAWAMOTO et al (1995), a visita
domiciliária é um método de trabalho em Enfermagem
que tem como objetivo principal levar ao indivíduo, no
seu domicílio, assistência e orientação sobre saúde. Este
objetivo é atingido através de: Supervisão de cuidados
prestados pela família, ou por um de seus membros;
Prestação de cuidados de enfermagem no domicílio,
quando necessário; Levantar dados sobre as condições
de saneamento em que vive a família, por meio de
entrevistas e observações; Orientação sobre a prestação
dos cuidados no domicílio, assuntos de higiene geral
etc. Para o sucesso de uma visita domiciliária, em
primeiro lugar, é necessário termos uma seqüência bem
elaborada dos passos: planejamento, execução, registro
de dados e avaliação. Com isso, podemos apontar
de acordo com KAWAMOTO et al (1995), algumas
de suas vantagens: O profissional de saúde leva in
loco os conhecimentos dentro do ambiente do grupo
familiar, caracterizado por condições peculiares de
habitação e higiene. Torna mais fácil um planejamento
de ações de Enfermagem, de acordo com condições
observadas no domicílio; Um melhor relacionamento
do grupo familiar com o profissional de saúde, por ser
sigiloso e menos formal; Há uma maior liberdade para
se exporem os mais variados problemas, tendo se um
tempo maior, do que nas dependências dos serviços de
saúde. As três principais desvantagens ou limitações
são: uma série de problemas como horário de trabalho
e afazeres domésticos pode impossibilitar ou dificultar
O estágio foi desenvolvido no município de
Vassouras - RJ, no bairro Carvalheira, uma área urbana
vinculada a uma unidade de Estratégia de Saúde da
Família, com 192 pessoas cadastradas, no período de
março a abril de 2014. Utilizou-se a tecnologia de visita
domiciliar e o preenchimento do familiograma para
coletar dados informativos e compreender o contexto
de vida de cada pessoa, suas relações familiares e
da produção social do processo saúde-doença. Sete
estudantes realizaram o estágio. Cada estudante ficou
responsável por três famílias durante o período de nove
semanas, identificando e intervindo nas necessidades
de promoção, prevenção, assistência e recuperação da
saúde de cada família.
Resultados e Discussão
Embora com pequena resistência inicial, a
estratégia de visita domiciliar (VD) propiciou aos
estudantes a reflexão e compreensão de que a visita
domiciliar é um importante instrumento para estabelecer
planos de ações a partir da entrada no ambiente familiar
e do conhecimento do cenário do cliente. A experiência
foi significativa, vista como uma oportunidade de
Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
89
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
romper com o paradigma biomédico na assistência,
oportunidade de cuidar de pessoas não adoecidas, com
o olhar para a saúde e não para a doença.
Conclusão
Contudo, podemos observar a riqueza e a
grandeza que tem uma visita domiciliar, a partir de
que aprendemos que o profissional da Enfermagem
tem um olhar holístico e não olha para o cliente como
um ser doente, mas como uma pessoa que precisa de
cuidados de saúde no meio em que vive, levando-lhe
o direito ao atendimento, com respeito às diferenças
e compreensão das dimensões biopsicossociais. Fica
evidente a necessidade de ações em saúde pública com
vistas a qualificar as ações prestadas do enfermeiro a
visitas técnicas domiciliar. Ressaltando os incentivos a
prevenção da ocorrência de incapacidade funcional em
idosos.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
MENDES, A. O. OLIVEIRA, FA. Visitas Domiciliares pela Equipe de saúde
da Família: reflexões para um olhar ampliado do profissional.Rev.Bras.Med.
Fam e Com. Rio
de
Janeiro,v.2,n.8.jan/mar2007.253-260.
<https://www.mendeley.com/library/viewer/?fileId=4c6bcf17-42db-83d758d2-57e62c113f7e> Acesso 16mar 2015.
SANT’ANA, E. R. R. B; TAIA, L; MEDEIROS, M. - O significado de visita
domiciliar para usuários de um programa de diálise peritoneal ambulatorial
contínua (CAPD) em Goiânia. Revista Eletrônica de Enfermagem (online),
Goiânia, v.3, n.2, jul-dez. 2001. <http://www.fen.ufg.br/revista> Acesso 17
abr 2015.
90
Avaliação antimicrobiana de diferentes colutórios bucais frente ao
Streptococcus mutans e Lactobacillus casei
Fagner Silva¹, Neila Lilyane da Silva Gomes Francisco², Sileno Correa Brum³, Carla Cristina Neves
Barbosa³, Nadia Rossi de Almeida4, Lidiane de Castro Soares³
Resumo
Os micro-organismos que habitam a cavidade bucal são encontrados na forma do biofilme, um dos fatores etiológicos
da cárie dentária. O controle desse biofilme é essencial para a garantia da saúde bucal. Esse trabalho teve por objetivo
avaliar a atividade antimicrobiana de diferentes colutórios bucais frente às cepas de Streptococcus mutans e Lactobacillus
casei. Foi possível observar que dos seis colutórios bucais avaliados, cinco apresentaram ação antimicrobiana.
Introdução
O controle do biofilme, por meio da escovação
dentária e uso do fio dental, é essencial para a garantia
da saúde bucal (WILLIAMS, 2011). Entretanto, este
método mecânico de higiene realizado por alguns
pacientes não se mostra suficiente (RAO, 2011). O
uso de colutórios bucais como adjuvantes da higiene
bucal mecânica tem se mostrado eficaz no controle
da população microbiana, uma vez que estes produtos
contêm substâncias antimicrobianas, o que possibilita
a prevenção de patologias bucais e a manutenção de
dentes e tecidos de suporte saudáveis (SCHAEFFER,
2011; WILLIAMS, 2011). A utilização de colutórios
com bactericidas, como é o caso da clorexidina e
do triclozam, poder controlar a placa e reduzir
as bactérias na cavidade oral (MARINHO &
ARAUJO, 2007). Sendo assim, o presente trabalho teve
como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana de
diferentes colutórios frente ao Streptococcus mutans e
Lactobacillus casei.
Nos últimos 30 anos, a placa bacteriana foi
apontada como importante fator etiológico da doença
periodontal e da cárie dentária. A placa bacteriana ou
biofilme pode causar alterações de maior ou menor
intensidade, em função da suscetibilidade e informação
genética de cada indivíduo. Embora a higienização bucal
consiga desestruturar a placa bacteriana, geralmente
não é suficiente para eliminá-la em lugares inacessíveis
à escovação e ao fio dental (SIMÕES et al., 2011).
A cárie dentária é considerada uma doença
infecciosa de alta prevalência, a qual possui caráter
multifatorial, verificada pela interação de fatores como
hospedeiro, dieta, microbiota e tempo. A alta ingestão
de sacarose, associada à higiene oral deficiente e à
presença de microrganismos patogênicos contribui para
mudança ecológica do biofilme ao longo do tempo, o
que pode resultar em lesões cariosas (RAMOS et al.,
2012).
Os Streptococcus mutans e Lactobacillus são
particularmente as principais bactérias responsáveis
pela formação da cárie graças à sua capacidade de
multiplicação no meio ácido que originam (MARINHO
& ARAUJO, 2007; WOLFF & LARSON, 2009).
O Streptococcus mutans tem sido considerada
a principal espécie bacteriana envolvida na formação
da placa bacteriana. Os glucanos produzidos por
essas bactérias facilitam a aderência e o acúmulo
de microrganismos, estabelecendo uma matriz
extracelular resistente às forças mecânicas normais de
remoção presentes no hospedeiro, e proporcionando
alguma proteção contra o sistema imune e defesas
não imunes (CANETTIERI et al., 2006).
Materiais e Métodos
A atividade antimicrobiana dos colutórios
bucais foi avaliada frente ao Streptococcus mutans e
Lactobacillus casei (ATCC 7469) através da técnica de
difusão em Ágar.
As cepas bacterianas utilizadas foram suspensas
em caldo Infusão de Cérebro e Coração Bovino (Merck),
incubadas durante 24 horas a uma temperatura de 37ºC
e diluídas na concentração do tubo 0,5 da escala de Mc
Farland, equivalente a 1,5 x 106 células/mL.
Uma suspensão bacteriana (0,1 mL) foi
distribuída por toda a superfície das placas contendo
Ágar Sangue de Carneiro 5% (Difco) (KOHNER et al.,
1. Universidade Severino Sombra, Discente do Curso de Odontologia.
2. Universidade Severino Sombra, Técnica de Laboratório.
3. Universidade Severino Sombra, Docente do Curso de Odontologia.
4. Universidade Severino Sombra Docente do curso de Medicina Veterinária.
91
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Colutórios bucais. Streptococcus mutans. Lactobacillus casei.
1999). Posteriormente estas placas foram perfuradas e
no poço formado foi inoculado 30 µl do colutório bucal.
As placas foram incubadas a temperatura de 37ºC por
24 a 48 horas e o diâmetro do halo de inibição formado
ao redor do poço perfurado foi medido em milímetros
com o auxílio de um paquimetro. Para cada colutório
foram realizadas 10 repetições e os resultados foram
expressos através da obtenção das médias
Foi avaliada a atividade antimicrobiana de seis
colutórios bucais comumente utilizados (Quadro 1).
Quadro 1. Colutórios bucais testados, fabricante e princípio ativo.
COLUTÓRIO
PRINCÍPIO ATIVO
H2 Clean® (Dental Clean)
Triclosan
Listerine® (Jhonson & Jhonson)
Tymol
Periotrat® (Hertz Laboratorio),
gluconato de clorexidine 0,12%
Periogard® (Colgate Palmolive)
gluconato de clorexidine 0,12%
Plax Ice® (Colgate Palmolive)
cloreto de Cetil Peridíneo
Plax Mint® (Colgate Palmolive)
cloreto de Cetil Peridíneo
Resultados e Discussão
Tabela 1. Média dos halos de inibição de Streptocococus mutans e Lactobacillus casei frente a
diferentes colutórios bucais.
Colutórios
Tamanho do halo de inibição (mm)
Streptococcus mutans
Lactobacillus casei
H2 clean®
Sem halo de inibição
Sem halo de inibição
Listerine®
21,7
23,8
Periotrat®
14,7
17
Periogard sem álcool®
15,4
19,2
Plax Ice®
13
16,1
Plax Mint®
11,1
15,2
Conclusões
Foi possível observar que a média do halo de
inibição variou de acordo com a composição química do
colutório. O colutório Listerine®, cujo princípio ativo
é o timol, foi o que apresentou maior halo de inibição
frente às duas bactérias testadas. No entanto, o colutório
H2 Clean® não apresentou efeito inibitório frente ao
Streptocococus mutans e Lactobacillus casei.
O Periotrat® e o Periogard® apresentam a
clorexidina como princípio ativo. Trabalhos como o
Simões et al. (2011) relatam a eficácia deste principio
frente a cepas bacterianas cariogênicas.
O cloreto de cetilpiridínio, princípio ativo do
Plax Ice® (Colgate Palmolive) e Plax Mint® (Colgate
Palmolive) é um antisséptico muito utilizado em
bochechos, devido às suas propriedades antimicrobianas.
Os resultados demonstraram a sua efetividade frente
a S. mutans e Lactobacillus casei, confirmando o seu
principal alvo de ação, sobre bactérias Gram positivas.
Os colutórios bucais à base de digluconato de
clorexidina, cloreto de cetil peridíneo e timol podem
ser efetivas no controle do biofilme cariogênico por
Streptococcus mutans e Lactobacillus casei.
Referências
CANETTIERI, A.C.V.; KRETCHETOFF, F,Y.; FUJARRA, F.C.; MOREIRA,
D.; UNTERKIRCHER, C.S. Efeito do anticorpo monoclonal 56G sobre
o crescimento de Streptococcus mutans em caldo e no acúmulo de placa
bacteriana in vitro. Cienc Odontol Bras; v.9, n. (4), p.67-75, 2006.
KOHNER, J. P.; UHL, J.; KOLBERT, C.; PERSING, D.; COCKERILL,
F. A Comparison of susceptibility testing methods with mecA Gene analysis
for determining oxacilin (methicilin) resistance in clinical isolates of
Staphylococcus aureus and coagulase -ative staphylococcus spp.. Journal of
Clinical Microbiology. v.37. n.9 p.2952-2961, 1999.
MARINHO, B.V.S.; ARAÚJO, A.C.S. Uso dos enxaguatórios bucais sobre
a gengivite e biofilme dental. International Journal Of Dentistry, Recife, v.6,
92
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Foi possível visualizar halos de inibição de
crescimento frente aos diferentes colutórios utilizados,
com exceção do H2 clean. As médias dos halos de
inibição estão dispostas na tabela 1.
n.(4), p.124-131, 2007.
RAMOS, I.AL.; LEITE, R.B.; MENEZES, K.M.; JOVITO, V.C.; C
AVALCANTI, Y.W.; ALMEIDA, L.F.D.; CASTRO, R.D.; CAVALCANTI,
A.L. Efeito inibitório de enxaguatórios bucais sobre o crescimento de
Lactobacilos casei. Rev. bras. odontol., v. 69, n.(1), p. 107-10, 2012.
RAO, D. Efficacy of an alcohol-free CPC-containing mouthwash against
oral multispecies biofilms. The Journal of Clinical Dentistry, Piscataway, v.
22, n. (6), p. 187–194, 2011.
SIMÕES, R.C.S.; MERLINI, S.P.; SILVA, R.P.R.; BASTOS, R.S.; TORRES,
S.A.; BASTOS, J.R.M. Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de
enxaguatórios bucais. Rev. bras. odontol., v. 68, n. (1), p. 91- 94, 2011.
WILLIAMS, M. I. The antibacterial and antiplaque effectiveness of
mouthwashes containing cetylpyridinium chloride with and without alcohol
in improving gingival health. The Journal of Clinical Dentistry, Piscataway,
v. 22, n.(6), p. 179-182, 2011.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
WOLFF, M. S., LARSON, C. The cariogenic dental biofilm: good, bad or
just something to control? Braz. Oral Res. v.23 (Supl. 1):, p.31-8, 2009.
93
Acessando e potencializando a inteligência coletiva do CAP/USS
Sayão Capute¹, Magda Elâine¹, Graça Santos²
Resumo
Passadas três décadas da criação do CAp, muitas transformações aconteceram, justificando a necessidade de ressignificação
do Projeto Político Pedagógico acessando e potencializando a inteligência coletiva do Time Gestor, melhorando a
gestão de processos de ensino e aprendizagem tendo como norte o significado do Colégio de Aplicação na comunidade
educacional. Para atingir o objetivo central foram apresentados novos processos e métodos de design que desafiam o
Time Gestor a experimentar como o Coaching Educacional e o Design Thinking, abordagens focadas com uma escola
viva, inquieta e dinâmica podem oferecer outra perspectiva ao seu trabalho docente. A participação da comunidade
escolar, evidenciada pela frequência nas reuniões e encontros pedagógicos aponta a relevância dos temas encaminhados
através do Projeto Acessando e Potencializando a Inteligência Coletiva do CAp/Uss. Diversos desafios são levados em
conta, um deles é como redesenhar a nossa atuação para aumentar o engajamento e os resultados acadêmicos dos alunos?
Palavras-Chave: Coaching Educacional. Design Thinking. Potencializando. Desenvolvimento. Inteligência Coletiva.
Introdução
de desenvolvimento da potencialização da inteligência
coletiva CAp/USS. Como amostra do material e
metodologias utilizadas foram escolhidos o Coaching
Educacional e Design Thinking para criação de impacto
positivo com o propósito de transformar desafios em
oportunidades.
Há 30 anos a missão do Colégio Sul Fluminense
de Aplicação é integrar a família CAp, ministrando
ensino de excelência pautado em valores sólidos, com
vistas à formação de cidadãos críticos, preparandoos com competência e responsabilidade para viverem
no mundo de hoje, conviverem com ele e nele serem
vitoriosos. Após três décadas, há necessidade de
ressignificação do Projeto Político Pedagógico com a
importante missão de continuar proporcionando um
ensino de excelência alinhado ao estatuto da FUSVE,
além do Regimento Escolar, e desenvolver a educação
no município de Vassouras. A equipe foi convidada
a experimentar os desafios de maneira diferente e
atuar com a orientação de um profissional atuante
no universo Coaching Educacional, que desenvolve
estratégias específicas para as necessidades e pontos
fortes da escola. O objetivo deste trabalho centrase, essencialmente, na potencialização e melhoria da
gestão de processos de ensino e aprendizagem tendo
como norte o significado do Colégio de APLICAÇÃO
na comunidade educacional.
A partir do início do processo de desenvolvimento
da educação, observou-se nas reuniões com a equipe
docente a relevância dos temas encaminhados para
discussão em reuniões pedagógicas e com o grupo de
pais, como: Gestão Compartilhada, Visão de futuro do
CAp, Pilares para o Sucesso do CAp, essencialmente a
busca da resposta para os desafios deste novo tempo:
O que pensar? Quais as ações? Quais são as nossas
ameaças? Quais são as estratégias? Onde a escola deve
focar suas ações? A partir disso, conseguimos refletir
e agir no desempenho pessoal e profissional, ou seja,
conseguimos acessar e potencializar a inteligência
coletiva do Time Gestor.
Conclusões
Material e Métodos
No processo de potencialização e melhoria da
gestão de processos de ensino e aprendizagem, o CAp,
através das ações do Time Gestor percebeu a importância
da continuidade da valorização das pessoas através
da reflexão e ação no uso das metodologias, técnicas
e ferramentas adotadas no Coaching Educacional e no
Design Thinking; sugere-se, portanto, a continuidade do
projeto cocriando novas respostas para novos desafios,
acelerando o empoderamento sistêmico da comunidade
Para atingir o objetivo central foram
apresentados novos processos e métodos de design para
desenvolvimento de ações pedagógicas mais intencionais
ao enfrentar e resolver os desafios atuais, por meio da
cocriação das etapas do novo processo de atuação.
A equipe foi preparada para apresentar seminários
internos, demonstrando os processos pedagógicos antes
e o depois das ações desenvolvidas junto ao processo
Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
94
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Resultados e Discussão
escolar.
Referências
SANTOS, Graça. Coaching Educacional: Ideias e estratégias para
professores, pais e gestores que querem aumentar seu poder de persuasão e
conhecimento. Editora Leader, São Paulo, 2012.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo. Um novo design para o
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000 Kit Design Thinking
para Educadores foi desenvolvida pelo Instituto Educadigital. [ capturado 22
abr.2015]. Licenciada em Creative Commons Attribution – Non Commercial
– Share Alike 3.0 Unported (CC BY-NC-SA 3.0), seguindo a orientação da
IDEO. Disponível em http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/
95
Visão dos acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Universidade
Severino Sombra sobre a Equoterapia
Carolina de Lourdes Julião Vieira¹, Juliana Fernandes de Souza Ribeiro²
Resumo
A Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Severino Sombra desenvolve um projeto de extensão
de Equoterapia, considerando a relevância dessa prática e seus benefícios tanto para a comunidade acadêmica
como para a comunidade de Vassouras e região. Tomando como base os benefícios desse trabalho na prática/
aprendizagem dos alunos do curso de graduação em fisioterapia, utilizamos o “wordle”, como estratégia para
apresentação de resultados de uma atividade de avaliação desenvolvida com esses alunos acima citados. O wordle
é uma ferramenta pedagógica cada vez mais utilizada oportunizando discussões mais dinâmicas e produtivas.
Introdução
A pesquisa se fez necessária, a fim de avaliarmos
a qualidade das informações do ponto de vista dos
acadêmicos do curso de Fisioterapia a respeito da
equoterapia. Para o desenvolvimento do trabalho,
utilizamos o programa Wordle que se baseia em
questionamentos a um público alvo específico onde o
tema central é analisado pelo programa e forma-se a
nuvem de palavras.
O presente trabalho tem por objetivo obter a
visão dos acadêmicos do Curso de Fisioterapia da
Universidade Severino Sombra sobre a Equoterapia.
A equoterapia é um método terapêutico que
utiliza o cavalo como forma terapêutica interdisciplinar
nas áreas de educação, saúde e equitação buscando
o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas
com deficiência e/ou com necessidades especiais
(ANDE/2014). Portanto, a equoterapia é um tratamento
que envolve a interação do homem e do animal como
forma terapêutica de forma global envolvendo diversos
aspectos. Os objetivos envolvem restabelecimento
psíquico, físico, educacional e social que busca integrar
o indivíduo tratado de acordo com suas necessidades
evidenciando suas funcionalidades e potencialidades
dispondo de um cavalo adequado e uma equipe
multidisciplinar integrada e capacitada (SANCHEZCANO; 2008; Vitor, 1998).
As atividades de equoterapia devem ser
desenvolvidas por uma equipe multiprofissional de
forma a interagirem interdisciplinarmente com no
mínimo três profissionais da equipe básica, sendo
primordial a presença do fisioterapeuta, psicólogo,
equitador (MEDEIROS, et al.; 2002).
Nosso projeto conta com a participação de uma
fisioterapeuta, uma psicóloga, uma enfermeira, um
veterinário e equitador. A equipe técnica na Fazenda
Experimental da Universidade Severino Sombra (USS)
dando suporte com a preparação dos cavalos e a equipe
técnica pertencente ao projeto na coordenadoria de
Extensão, fornecendo base para desenvolvimento
da ação. Ainda como integrantes, participam oito
acadêmicos do curso de Fisioterapia, oito acadêmicos
do curso de Enfermagem, três acadêmicos do curso de
Psicologia.
Material e Métodos
Foi realizada uma coleta de dados através da
aplicação de um questionário contendo cinco perguntas.
Aplicamos os questionamentos aos acadêmicos do curso
de Fisioterapia da Universidade Severino Sombra que
vivenciaram e estão inseridos na Equoterapia, campo de
atuação do Fisioterapeuta e da equipe multiprofissional
situado na Fazenda Experimental desta instituição.
Utilizamos como instrumento da pesquisa o programa
Wordle, que é uma estratégia pedagógica que contribui
na apresentação de resultados onde o tema central do
estudo foi a Equoterapia.
Utilizamos os seguintes questionamentos:
1. Qual a finalidade da Equoterapia do ponto de
vista da Fisioterapia?
2. Aponte os benefícios da prática da Equoterapia
para o participante.
3. Aponte os benefícios da prática da Equoterapia
para o Fisioterapeuta.
4. Aponte os benefícios da prática da Equoterapia
para a Equipe interdisciplinar envolvida.
1. Docente do Curso de Fisioterapia e Enfermagem da USS e coordenadora do projeto Equoterapia.
2. Docente do Curso de Psicologia da USS.
96
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Equoterapia. Wordle. Aprendizagem.
5. Aponte os pontos positivos e negativos do
trabalho da Equoterapia sobre a prática interdisciplinar.
Analisamos os dados obtidos através da nuvem
de palavras geradas pelo programa e realizamos debate
com a equipe através dos dados obtidos e construindo
os resultados a partir desta análise qualitativa.
Resultados e Discussão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
O primeiro wordle apresenta coordenação,
reabilitação postura como palavras-chaves para traduzir
a finalidade da equoterapia. Nessa nuvem as palavras
paciente e trabalhar aparecem em destaque confirmando
o bem-estar do paciente como maior foco da proposta.
O segundo wordle apresenta benefícios da
equoterapia para os praticantes tendo os termos postura,
interação, controle, coordenação, postural e motora
como mais colocados pelos alunos.
Já na terceira nuvem observamos os benefícios
da equoterapia para os alunos tendo o conhecimento, a
integração, prática, grupo e trabalho as palavras-chaves
que traduzem esses benefícios.
A última nuvem demonstra resultados sobre
a prática da equipe interdisciplinar sendo possível
perceber o quanto esta modalidade de equipe contribui
positivamente para reabilitação dos pacientes.
Conclusão
A partir do presente estudo foi possível consolidar
o quanto a equoterapia é uma proposta que beneficia
participantes, alunos e equipe, tendo resultados que
motivam e encantam todos os envolvidos com a
proposta. Além disso, vale ressaltar que o wordle é uma
estratégia pedagógica que visualmente contribui muito
para avaliação de propostas realizadas entre docentes
e acadêmicos considerando a importância da utilização
de novas propostas pedagógicas para ampliação da
aprendizagem.
Referências
Associação Nacional de Equoterapia. ANDE-BRASIL, 2014, Curso Básico
em Equoterapia.
MEDEIROS, Myles & DIAS, Emília. Equoterapia, bases e fundamentos.
Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2002.
VITOR, F. Introdução as dificuldades de aprendizagem. 2ed. Porto Alegre.
Artes Médicas. 1995.
SANCHEZ-CANO, M; et al. Avaliação Psicopedagógica. Porto Alegre.
Artmed, 2008.
97
Reflexões preliminares sobre a importância da prevenção do câncer
de mama e a possíveis contribuições da equipe nessa proposta
Sergio Henrique Machado¹, Juliana Fernandes de Souza Ribeiro²
Resumo
Os altos índices de câncer de mama no Brasil e no mundo mostram a relevância do tema da pesquisa e desse trabalho
especificamente. Estudar e discutir medidas de prevenção do câncer de mama, promovendo saúde e qualidade de
vida é de suma importância. A partir disso, a formação da equipe de saúde e da comunidade acadêmica precisa estar
direcionada para esse foco da díade promoção/prevenção. Também é importante considerar a equipe interdisciplinar
no processo de conscientização das mulheres em relação aos riscos do adoecer e as modalidades de prevenção.
Palavras-Chave: Prevenção. Câncer de mama. Mulheres.
Introdução
o câncer de mama e o diagnóstico precoce da doença
através da realização da mamografia.
No que concerne à mortalidade, os dados do
DATASUS (2014) do ano de 2012 apontam que o câncer
de mama no contexto nacional foi a 7ª causa de óbitos
de mulheres por residência (13.717 óbitos). Cerca de
52% dos óbitos (7.118) ocorreram na região Sudeste e
27% desses no estado do Rio de Janeiro.
Dentre as medidas para o controle do câncer de
mama está a adoção de práticas de prevenção no nível
secundário, que incluem as ações de rastreamento para
detecção precoce, para evitar a progressão da doença e
aumentar a probabilidade da cura. Dentre os métodos
de detecção precoce, a mamografia tem sido apontada
como o mais eficaz e de acordo com o Ministério da
Saúde (2007) a utilização de mamógrafos de alta
resolução tem proporcionado a detecção de um número
cada vez maior de lesões mamárias, principalmente
lesões pequenas, quando ainda não são palpáveis.
Vale ressaltar que as medidas de prevenção e
de controle precisam ser consideradas para além de
práticas objetivas, tendo um olhar ampliado para as
mulheres que vivem a realidade do adoecimento e para
uma equipe interdisciplinar que contribui de forma vital
para esse processo.
A equipe interdisciplinar tem como direção de
trabalho uma prática de integralidade onde se considera
os pacientes em sua totalidade.
O presente trabalho faz parte de estudos
sistemáticos do grupo de pesquisa, para que a partir de
pesquisas bibliográficas, a proposta prática do trabalho
seja realizada sequencialmente.
O projeto de pesquisa que é fio condutor desse
trabalho tem como objetivo analisar a promoção da
saúde de mulheres do distrito de Vassouras a partir do
compartilhamento de saberes com universitários sobre
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica além
de alguns encontros entre os profissionais do grupo
de pesquisa para ampliação do referencial teórico e
consequentemente abertura de novas direções para o
desenvolvimento do trabalho.
Resultados e Discussão
Fica muito clara a necessidade de um levantamento
sobre o conhecimento das mulheres dos distritos de
Vassouras sobre o câncer de mama e o diagnóstico
precoce da doença, através da mamografia considerando
a importância da avaliação desses dados para um
trabalho direcionado pela equipe interdisciplinar de
prevenção de doenças e promoção de saúde.
A partir do levantamento do conhecimento das
mulheres sobre o câncer de mama e o diagnóstico
precoce da doença, confirma-se a necessidade de
orientação para a saúde dessas mulheres;
É possível pensar, de forma preliminar, na redução
de incidência do câncer de mama quando se coloca em
prática uma política de saúde de prevenção ainda pouco
valorizada no Brasil.
Conclusão
A formação do profissional da saúde se dá muito
mais pelo viés do tratamento de doenças já instaladas
do que por uma proposta concreta e estruturada de
prevenção.
De acordo com o Instituto nacional do Câncer
1. Docente do curso de Medicina da USS e coordenador do projeto de pesquisa.
2. Docente do curso de Psicologia da USS e membro do projeto de pesquisa.
98
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Material e Métodos
(INCA, 2014), o câncer de mama é a maior causa mundial
de morte por câncer nas mulheres, com cerca de 520 mil
mortes estimadas no ano de 2012. É também a segunda
causa de morte por câncer nos países desenvolvidos,
atrás somente do câncer de pulmão, e a maior causa de
morte por câncer nos países em desenvolvimento. No
Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos de
câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 casos
a cada 100 mil mulheres.
Esses dados confirmam a necessidade do trabalho
de prevenção, de mudança do olhar para os pacientes
deixando a compartimentalização do doente de lado e
fortalecendo a visão biopsicossocial de atendimento.
Importante também levar informações para os pacientes,
tornar consciente, se tornar conhecedor sobre a doença
e sobre os direitos de tratamento.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Informações de Saúde. Disponível
em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203. Consulta
em 30 de maio de 2014.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa
2014 – Incidência de Câncer no Brasil – Síntese de Resultados e
Comentários. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/
sintese-de-resultados-comentarios.asp. Consulta em 30 de maio de 2014.
MELLO, A. L. S. F.; MOYSES, S. T.; MOYSES, S. J. A universidade
promotora de saúde e as mudanças na formação profissional. Interface
(Botucatu), Botucatu, 14(34), Sept. 2010. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-3283201000030
0017&lng=en&nrm=iso. Consulta em 30 de maio de 2014.
99
ÁREA DE CIÊNCIAS MÉDICAS
Projetos Jovens Talentos e O Universitário Transformador na
comunidade: pequenas ações, grandes inovações! Construção
compartilhada de saberes
Ana Carolina Ferreira¹, Caio Diogo Neves¹, Amanda Cristina dos Santos¹, Jéssica Gorito¹, José Carlos
Dantas Teixeira², Sebastião Jorge da Cunha Gonçalves³
Resumo
O projeto Jovens Talentos catalisa o potencial científico e tecnológico. Localizado no estado do Rio de Janeiro, procura integrar
projeto pedagógico voltado para estudantes do ensino médio/técnico. A Universidade Severino Sombra (USS), por meio
do Projeto “O Universitário Transformador na Comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”, conta com oito alunos
do ensino médio de instituições públicas, que como bolsistas do Projeto Jovens Talentos, realizam atividades vinculadas
ao projeto, contemplado com auxílio financeiro da Faperj. O objetivo deste trabalho é relatar a construção compartilhada
de saberes tanto para o aluno bolsista do Projeto Jovens Talentos como para a equipe acadêmica vinculada ao Projeto.
Palavras-Chave: Aprendizagem. Medicina. Saúde.
Introdução
vinculada ao Projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”.
O Programa Jovens Talentos, de pré-iniciação
científica, é destinado a estudantes do ensino médio/
técnico da rede pública estadual de educação.
Lançado em 1999, por iniciativa da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj),
com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico/MCT) no
âmbito do programa de Bolsas de Iniciação Científica
Júnior, tem por objetivos selecionar estudantes com
grande interesse pela ciência e potencial para atuar em
pesquisa científica; estimular a formação dos estudantes
criando possibilidade de identificar novos quadros para
atuação profissional no campo do saber científico;
contribuir para a difusão dos conhecimentos científicos,
desmitificando a ciência e articulando pesquisa e ensino.
Trata-se de proposta que catalisa o potencial científico e
tecnológico, localizado no Estado, procurando integrálo num projeto pedagógico voltado para estudantes do
ensino médio/técnico.
A Universidade Severino Sombra (USS), por
meio do Projeto “O Universitário Transformador na
Comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
conta com oito alunos do ensino médio de instituições
públicas, que como bolsistas do Projeto Jovens Talentos,
realizam atividades vinculadas ao projeto, contemplado
com auxílio financeiro da Faperj.
O objetivo deste trabalho é relatar a construção
compartilhada de saberes tanto para o aluno bolsista do
Projeto Jovens Talentos como para a equipe acadêmica
Relato da experiência da construção compartilhada
de saberes entre alunos do ensino médio - bolsistas
Jovens Talentos – e os alunos do curso de graduação
em Medicina, Odontologia e Medicina Veterinária,
copartícipes do projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
desenvolvido nos bairros Ipiranga e Itakamosi, às
margens da rodovia BR 393, em Vassouras-RJ.
Resultados e Discussão
Ao se elaborar o projeto de pesquisa Perfil
sociodemográfico e condições de saúde dos moradores
dos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras-RJ
(aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da USS
- Parecer n.o 308.142, de 14/06/2013), a comunidade
acadêmica da USS vislumbrou a possibilidade de, no
seu desenvolvimento, ter a participação de alunos do
Jovens Talentos, como forma de despertar a curiosidade
científica destes jovens, instrumentalizá-los para o uso
de ferramentas computacionais - como elaboração de
planilhas e uso de programas de informática, orientá-los
na criação e realização de ações de educação em saúde
destinadas à comunidade lócus de realização do Projeto
“O Universitário Transformador na comunidade:
1. Alunos Bolsistas Jovens Talentos - Faperj.
2. Docente do curso de Medicina da USS.
3. Docente do curso de Medicina e de Enfermagem da USS.
101
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Materiais e Métodos
pequenas ações, grandes inovações!” e contribuir para
que construíssem conhecimento necessário a um futuro
pesquisador. Isto se concretizou com o interesse de oito
jovens em participar do projeto. Selecionados, estes
jovens dedicam sem prejuízo às suas atividades escolares
rotineiras, oito horas semanais para planejamento e
execução das atividades.
No desenvolvimento das ações, têm ainda a
oportunidade de atuarem junto aos alunos dos cursos de
graduação da USS, fato que constitui fator estimulador
para que almejem cursar uma graduação, ampliando
seus horizontes educacionais.
Conclusões
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Concluiu-se que a participação dos alunos
Jovens Talentos na Pesquisa Perfil sociodemográfico e
condições de saúde dos moradores dos bairros Ipiranga e
Itakamosi, em Vassouras-RJ ofereceu duplo ganho, pois
além de instrumentalizar estes jovens para atividades
das quais dependerão seus desempenhos em futuras
pesquisas, contribuiu para seu crescimento pessoal haja
vista a oportunidade de interação em meio aos alunos
dos cursos de graduação, despertando-lhes o interesse
pelo cotidiano escolar e futuro ingresso em um curso
superior.
Referências
-BELIZÁRIO, J. Programa Jovens Talentos para a Ciência. O que é o “Jovens
Talentos”? Disponível em <http://jtalentos.blogspot.com.br/2009/08/o-quee-o-jovens-talentos.html>. Acesso em 27/03/2015.
-BRASIL. SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio
de Janeiro. Faperj. Projeto Jovens Talentos. Disponível em <http://www.
faperj.br/?id=20.3.6>. Acesso em 28/03/2015.
Apoio e auxílio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj)
102
Conhecimento e percepção dos moradores do bairro Ipiranga, no
município de Vassouras-RJ, sobre zoonoses. Dados preliminares
Larissa Vaz Perez¹, Maria Cristina Almeida de Souza²
Resumo
Zoonoses são doenças infecciosas transmissíveis dos animais ao homem. O conhecimento da população a respeito dessas
doenças é de extrema importância para que se estabeleçam medidas de prevenção. O objetivo do trabalho é verificar o
conhecimento e percepção dos moradores do bairro Ipiranga a respeito das zoonoses. Em um estudo descritivo e quantitativo,
foram entrevistadas a fim de verificar o conhecimento e percepção a respeito do tema. Os resultados demonstraram baixo índice de
conhecimento dessa população e uma visão errônea em vários aspectos zoonóticos. Concluiu-se que é necessário planejamento
e desenvolvimento de ações em saúde sobre o tema como forma de motivar os moradores para prevenção de zoonoses.
Introdução
os relacionados às zoonoses. Assim, previamente
ao planejamento e execução de quaisquer ações em
que se almejem prevenir o surgimento de doenças,
constatou-se a imprescindibilidade de se verificar o
conhecimento dos moradores sobre zoonose, pois é de
suma importância que se leve em consideração o papel
das pessoas na determinação de condições adequadas
de elementos que favorecem o aparecimento de
zoonoses. Segundo Moreira et al. (2013), os problemas
relacionados à saúde animal e, consequentemente,
à saúde pública, podem ser minimizados quando se
aplica a educação em saúde. Ainda para Moreira, levar
informação para determinadas comunidades é um dos
papéis fundamentais das instituições de ensino superior,
melhorando as condições de vida da população e levando
seus estudantes a colocar em prática os ensinamentos
teóricos ouvidos em sala de aula, fortalecendo o binômio
ensino-aprendizado.
O objetivo deste estudo é verificar,
preliminarmente, o conhecimento e a percepção
dos moradores do bairro Ipiranga, no município de
Vassouras-RJ, sobre zoonoses, haja vista a prevenção
ao surgimento dessas doenças diretamente relacionada
às ações cotidianas, cujo desenvolvimento depende do
conhecimento de seus realizadores.
A Organização Mundial de Saúde conceitua
zoonose como infecção ou doença infecciosa
transmissível dos animais vertebrados ao homem. Temse observado o crescimento do número de doenças de
manifestação humana que têm interseção com o mundo
animal. De acordo com Guimarães et. al. (2010), das
seis doenças em que a notificação dos casos é exigida
universalmente, duas pertencem a este grupo, a
Peste e a Febre Amarela e ambas ocorrem no Brasil.
A difusão de grande parte das zoonoses é facilitada
pelo desconhecimento da população acerca do correto
manejo de animais, que podem funcionar como vetores.
No bairro Ipiranga, entrecortado pela estrada BR 393,
na periferia do município de Vassouras, no Centro-Sul
Fluminense, residem pessoas que enfrentam adversidades
decorrentes de suas condições socioeconômicas. Nesse
cenário, está inserido grande número de animais errantes
que tem pouca ou quase nenhuma assistência médicoveterinária, contribuindo para possíveis ocorrências de
doenças zoonóticas. Cães e gatos nas ruas representam
um reservatório de doenças que podem afetar os seres
humanos e seus animais de companhia. As zoonoses
mais importantes com relação aos cães incluem a Raiva,
Echinococcus, Toxocara canis e Leishmaniose, e aos
gatos, a raiva, Toxocaracati e Toxoplasmose (WSPA,
2003). Neste contexto, percebeu-se a possibilidade de
atuação da USS (Universidade Severino Sombra) por
meio do projeto “O Universitário Transformador na
comunidade, pequenas ações, grandes inovações!” –
apoio e auxílio financeiro Faperj - no qual os alunos
têm a oportunidade de compreender a relevância dos
determinantes da saúde para o adoecimento, incluindo
Materiais e Métodos
Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa,
na qual se utilizou para coleta de dados, um questionário
estruturado contendo seis questões fechadas acerca
do conhecimento e percepção dos moradores do
bairro Ipiranga, no município de Vassouras-RJ, sobre
zoonoses. Adicionalmente, se registraram informações
1. Curso de Medicina da USS – Discente.
2. Curso de Medicina da USS – Docente.
103
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Zoonoses. Transmissão. Reservatórios de doenças. Cães.
de Moreira (2013), somente 20,8% dos entrevistados
souberam responder corretamente ao conceito de
zoonoses. Já no de Sampaio, 2014, 31% sabiam o que
era zoonoses. Esses resultados podem ser justificados
pela baixa divulgação sobre o tema em meios de
veiculação em massa como televisão, rádio e internet.
Acreditam que o gato pode transmitir doença ao
arranhar ou morder os seres humanos, 55% (n=6). Isso
exprime que há desconhecimento a respeito do modo
de transmissão de zoonoses importantes como raiva e
esporotricose. Entre os participantes, 9% da amostra
(n=1), já tiveram escabiose. A totalidade da amostra
informou que a forma correta para evitar que o vírus da
raiva contamine o animal é que o mesmo seja vacinado.
Isso demonstra esclarecimento a respeito da profilaxia
dessa afecção, justificado pela campanha de vacinação
realizada pelo gestor público, imunizando cães e
gatos. Segundo o guia de vigilância epidemiológica,
a vacinação periódica e rotineira de 80% dos cães e
gatos pode quebrar o elo da cadeia epidemiológica de
transmissão, impedindo que o vírus alcance a população,
o que reforça a importância de vacinar os cães e gatos
em áreas onde é realizada a campanha de vacinação.
A amostra restrita a 11 moradores ocorreu devido à
experimentação e validação do questionário, já que
esse constitui instrumento essencial para obtenção das
informações. Com os resultados dos dados preliminares
é possível fazer adaptações necessárias para melhor
aproveitamento do questionário em pesquisas futuras.
Discussão e Resultados
Os dados foram tabulados por meio do
programa Excel e os resultados analisados. A idade dos
participantes da pesquisa variou de 19 a 65 anos, sendo a
idade média 31,72 anos. Entrevistados do sexo feminino
corresponderam a 82% (n=9) e do masculino 18% (n=2).
Constatou-se que 37% (n=4) tinham nível fundamental
incompleto, 18% (n=2) nível fundamental completo,
18% (n=2) nível médio incompleto, 27% (n=3) nível
médio completo, e nenhum participante apresentou
nível superior. Acharam que os seres humanos podem
adquirir doença dos animais 90,9% dos participantes.
Em relação ao significado da palavra zoonose, para
45,5% da amostra (n=5), está relacionada com doença
de cachorros e gatos; para 36,3% (n=4) significa doença
transmitida dos animais para o homem e 18,1 % (n=2)
citaram que compreendem zoonose como doença
transmitida entre animais. Acreditam que leptospirose,
asma, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e câncer
sejam zoonoses 55% (n=6), 27% (n=3), 9% (n=1) e 9%
(n=1), respectivamente (gráfico 1).
Os resultados obtidos a respeito do grau de
escolaridade, que se revelaram baixo nível em sua
maioria, poderiam justificar a visão equivocada sobre o
significado de zoonoses e sobre doenças que acreditam
ser transmitidas por animais. Apesar de 55% da amostra
ter respondido corretamente como sendo leptospirose
uma zoonose, os outros resultados mostram enorme
carência da percepção e conhecimento a respeito do
tema nessa população. Comparativamente, no trabalho
Conclusões
Concluiu-se que o conhecimento e a percepção
dos moradores de Ipiranga sobre zoonose ainda
é reduzido, o que sinaliza para a necessidade do
planejamento e desenvolvimento de ações de educação
em saúde sobre o tema como forma de motivá-los para
atitudes relacionadas à prevenção de zoonoses bem
como à adoção de medidas terapêuticas nos casos onde
o diagnóstico tiver sido positivo.
Referências
-BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Textos Básicos de Saúde Cadernos de
Atenção Básica, n. 22. Vigilância em saúde. Zoonoses. 2009.
-GUIMARÃES, F. F. et al. Ações da vigilância epidemiológica e sanitária
nos programas de controle de zoonoses. Veterinária e zootecnia, p.151-163,
2010.
-WSPA Conceitos em Bem-Estar Animal. Disponível em < http://www.
worldanimalprotection.org.br/noticias/2013/wspa-difunde-conceito-debem-estar-animal-na-area-academica.aspx>. Acesso em 27/03/2015.
-MOREIRA, F.R.C et al. Avaliação do conhecimento de algumas zoonoses
em alunos de escolas públicas nos municípios de Apodi, Felipe Guerra e
Severiano Melo (RN) – Brasil. HOLOS, ano 29, v. 2 p.66-78. 2013.
-SAMPAIO, A. B. Percepção da população do município de Cruz
Alta (RS) sobre zoonoses transmitidas por cães e gatos. Disponível
104
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
sobre idade, sexo e grau de escolaridade. Os dados
foram coletados por única pesquisadora, no mês de
março de 2015. As perguntas abordadas sobre o tema
zoonoses foram as seguintes: “os seres humanos podem
adquirir doença dos animais?; o que você entende sobre
o significado da palavra zoonoses?; qual das doenças
informadas acredita ser uma zoonose?; acredita que o
gato pode transmitir doenças ao arranhar ou morder
os seres humanos?; qual a forma correta para evitar
que o vírus da raiva contamine o animal?; alguém da
família já foi diagnosticado com zoonoses? se sim,
qual doença?”. A amostra foi constituída por onze
moradores, cujo critério de inclusão foi a disponibilidade
e voluntariedade em responder ao instrumento de coleta
de dados. Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(Parecer n.o 308.142, de 14/06/2013), a pesquisa é
parte do Projeto “O Universitário Transformador na
comunidade: pequenas ações, grandes inovações”, que
tem apoio e auxílio financeiro da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e
atende às exigências da Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde. Todos os participantes assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
em<http://200.137.6.4/revistas/index.php/acta/article/view/3588/5582>.
Acesso em 24/03/2015.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Apoio e auxílio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj)
105
O perfil de atuação e contribuições dos alunos bolsistas de iniciação
científica CNPq nos projetos de extensão comunitária
Daniella Nogueira Silva Melo¹, Thiago César de Pádua¹, Maria Cristina Almeida de Souza², Sebastião
Jorge da Cunha Gonçalves², Henrique Magalhães Souza Lima², Marcos Antônio Mendonça²
Resumo
O Sistema Único de Saúde (SUS) orientou para adoção de um novo modelo de atenção à saúde da população,
incentivando a adoção de ações que desconstruíssem a unicidade da visão tão somente curativista que profissionais
ainda pudessem ter sobre doenças. A Lei 8080/90 propôs o cuidado preventivo entre as ações a serem realizadas na
atenção primária à saúde. A iniciação cientifica aprimora-se através dos resultados alcançados por meio de ações
extensionistas de promoção de saúde. Este artigo relata ações dos discentes bolsistas de iniciação científica de Medicina
da Universidade Severino Sombra realizadas nas comunidades dos bairros Ipiranga e Itakamosi, enfocando contribuições
tanto para o alcance dos objetivos das ações extensionistas e de pesquisa, como para formação dos alunos bolsistas,
cuja atuação engloba mapeamento das desigualdades sociais, sua problematização e a elaboração de atividades para
minimizá-las. O objetivo das atividades é construir conhecimento e contribuir para qualidade de vida da população.
Introdução
Resultados e Discussão
As ações de saúde coletiva abrangem a promoção
de saúde, a atenção primária adequada, a prevenção e
controle de doenças crônicas, dentre outros. As ações
de saúde são singulares quando atreladas à prática
médica na comunidade, pois alicerçam a melhoria da
qualidade de vida da população in loco e o dinamismo
na atuação médica. A fim de contribuir para essas
ações imprescindíveis ao bem-estar social, os alunos
bolsistas de iniciação científica do curso de Medicina da
Universidade Severino Sombra localizada na cidade de
Vassouras-RJ identificam as necessidades populacionais,
problematizam-nas e elaboram medidas para amenizálas nos Bairros Ipiranga e Itakamosi, entrecortados pela
BR 393 situados no município supracitado. O objetivo
desse trabalho, inserido no Projeto “O Universitário
Transformador na Comunidade: pequenas ações,
grandes inovações!” visa descrever as contribuições dos
discentes bolsistas prestadas à comunidade através de
ações extensionistas.
Os discentes contemplados com o auxílio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPq observam e mapeiam as iniquidades
sociais, condições econômicas e ambientais dos bairros
Ipiranga e Itakamosi, localizados no município de
Vassouras-RJ. Orientam e acompanham seus pares
matriculados em períodos iniciais do curso na aplicação
de questionários sobre tabagismo, diabetes, hipertensão,
ecologia, zoonoses, caracteres sociais e econômicos.
A pesquisa é realizada durante as visitas domiciliares
quinzenais e compete aos bolsistas a síntese dos
resultados que, consolidados, permitem a construção do
perfil nosológico das famílias com ênfase nas doenças e
agravos não transmissíveis (DANT). A atuação abrange o
direcionamento do cuidado às famílias, orientações sobre
controle da diabetes e hipertensão como no cuidado com
a dieta alimentar e prática de exercícios físicos, feiras
de saúde sobre os malefícios do tabagismo e etilismo,
por exemplo, educação em saúde sobre higiene bucal
através de teatros e instrumentos educativos como o
escovódromo, realizados na escola dos Bairros Ipiranga
e Itakamosi, a fim de que os escolares participem de
ações de educação em saúde com a utilização de
recursos lúdicos. Os resultados preliminares desse
trabalho apontam tanto para a melhoria e qualificação
na atenção médica prestada pelos acadêmicos bolsistas
quanto à melhoria na orientação aos demais alunos do
curso de medicina, que também atuam no Projeto “O
Materiais e Métodos
Estudo descritivo baseado no relato da experiência
dos alunos bolsistas de iniciação científica adquirida
através do projeto “O Universitário transformador na
comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
que projeto conta com auxílio financeiro da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro – Faperj.
1. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
2. Curso de Medicina da USS – Docente.
106
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Universidade. Extensão universitária. Medicina.
Universitário transformador na comunidade: pequenas
ações, grandes inovações!”. Desse modo, a comunidade
se beneficia com a prestação do cuidado médico
preventivo e humanizado, essencial para uma atenção
primária à saúde de qualidade.
Conclusões
Verificou-se que a inserção de discentes bolsistas
de Iniciação Científica do curso de Medicina da
Universidade Severino Sombra – Vassouras-RJ no
Projeto “O Universitário Transformador na Comunidade:
pequenas ações, grandes inovações!” nas comunidades
dos bairros Ipiranga e Itakamosi corroborou para o
desenvolvimento de investigação científica por meio da
qual se construiu o perfil epidemiológico dos principais
agravos crônicos prevalentes na população local, assim
como contribuiu para a formação de profissionais
generalistas embasados em uma prática médica
preventiva e humanizada.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
-BRASIL. Presidência da República. Lei no. 8080/90, de 19/09/1980.
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l8080.htm> Acesso em 01/03/2015.
107
Manual de campo para estudantes de medicina: estratégia para
otimização da atenção à saúde da comunidade e do processo ensinoaprendizagem
Maria Cristina Almeida de Souza¹, Thiago César de Pádua², Daniella Nogueira Silva Melo1,2,
Eduardo Herrera Rodrigues de Almeida Junior¹, Elisa Maria Amorim da Costa¹, José Carlos Dantas
Teixeira¹
Resumo
As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em medicina (DCN) preconizam a adoção de
metodologias ativas de aprendizagem (MAA) por meio de uma abordagem problematizadora do conteúdo curricular. Na
USS, uma das estratégias viabilizadoras desta orientação está representada pela elaboração de um Manual de Campo para
alunos dos períodos iniciais do curso de Medicina, a fim de que possam otimizar as ações de atenção à saúde realizadas na
comunidade, em especial aquela residente nos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras-RJ, onde é desenvolvido o projeto
“O universitário transformador na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”, contemplado com auxílio financeiro
Faperj. A finalidade desse manuscrito é descrever os objetivos do Manual de Campo para alunos do 1.º 2.º e 3.º períodos do
curso de Medicina da USS, estratégia para otimização da atenção à saúde da comunidade e do processo ensino-aprendizagem
Introdução
Material e Métodos
Ao longo da história, problemas de saúde que
os homens enfrentaram estiveram relacionados à
natureza da vida em comunidade: ao controle das
doenças transmissíveis, à provisão de água e de
comida e à assistência médica necessária, entre outros.
Pedagogicamente, as Diretrizes Curriculares Nacionais
para os cursos de graduação em Medicina (DCN)
preconizam, no ensino médico, a adoção de metodologias
ativas de aprendizagem (MAA), por meio de uma
abordagem problematizadora do conteúdo curricular,
estimulando a autonomia intelectual do aluno. Assim,
é imprescindível, no processo ensino-aprendizagem,
que o aluno observe o contexto de vida das pessoas das
quais se propõe a cuidar e assistir, compreendendo a
realidade em que vivem, as relações sociais e culturais
com as quais estão envolvidas haja vista que são
fatores diretamente relacionados ao surgimento de
algumas doenças. A fim de otimizar esta observação da
realidade durante as atividades de atenção à saúde na
comunidade e de incentivar o protagonismo discente no
processo ensino-aprendizagem, os docentes do curso de
Medicina, coordenadores do Projeto “O universitário
transformador na comunidade: pequenas ações, grandes
inovações!” elaboraram e adotaram um Manual de
Campo em que se descrevem objetivos e sugestões de
utilização.
Estudo baseado na descrição dos objetivos da
adoção de um Manual de Campo estruturado para
alunos matriculados no 1.º, 2.º e 3.º períodos do curso
de Medicina da USS, participantes do projeto “O
Universitário Transformador na comunidade: pequenas
ações, grandes inovações!” (auxílio financeiro da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro –
Faperj).
Resultados e Discussão
O manual foi elaborado pela equipe docente
do curso de Medicina da USS, a partir das reflexões,
discussões e experiências advindas com a atuação na
comunidade dos bairros Ipiranga e Itakamosi, em
Vassouras-RJ. O manual tem como objetivo auxiliar
e sistematizar a atuação dos alunos do 1.º, 2.º e 3.º
períodos do curso de Medicina, na prestação de ações
relacionadas ao cuidado das pessoas dos bairros e à
assistência à sua saúde e qualidade de vida.
Objetiva também otimizar o processo ensinoaprendizagem, por meio do registro das impressões
dos alunos sobre a realidade observada, o contexto de
vida dos moradores, as condições socioeconômicas
e ambientais da localidade. Ao aluno é oportunizado
realizar atividades orientadas por um roteiro, anotar
1. Curso de Medicina da USS – Docente.
2. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
108
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Ensino médico. Extensão universitária. Ações transformadoras. Medicina.
suas constatações, opiniões e seus achados, registrar
correlações entre o observado e o estudado nas aulas
teóricas previamente assistidas, além de inserir
registros fotográficos, anotar dúvidas cujos temas
precisarão ser pesquisados até o próximo retorno à
comunidade. Assim, o aluno pode se apropriar com
maior autonomia de conceitos imprescindíveis à sua
futura prática médica como território, Estratégia Saúde
da Família, equipamentos sociais, Programa de Agentes
Comunitários, capital social, genograma, entre outros.
Conclusões
Constatou-se que a utilização do Manual de
Campo nas atividades comunitárias propiciou ao aluno a
oportunidade de construção de conhecimentos relativos
aos conteúdos observados in loco. Que é imprescindível
aos futuros médicos graduados pela USS, profissionais
generalistas, a visão ampliada do processo saúde-doença.
Que sejam cônscios do seu papel de transformadores
sociais em prol de uma sociedade equânime.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
-BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para
os cursos de graduação em medicina. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/cne/arquivos/pdf/Med.pdf>. Acesso em 20/02/2015.
-CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. (orgs). Manual de Práticas em
Atenção Básica: saúde ampliada e compartilhada. Disponível em <http://
andromeda.ensp.fiocruz.br/teias/sites/default/files/biblioteca_home/manual_
das_praticas_de_atencao_basica%5B1%5D.pdf>. Acesso em 20/02/2015.
-CARVALHO, Y.M.; CECCIN, R.B. Formação e educação em saúde:
aprendizados com a Saúde Coletiva. In: Campos, Gastão Wagner de Sousa et
al. (orgs). Tratado de Saúde Coletiva. SP: Hucitec/ RJ: Fiocruz, 2006. p.149182.
-FOSSÁ, M.I.T.; MOTA, M.S.; CARVALHO, L.; MILANO, P.
Responsabilidade social: reflexão sobre extensão universitária, inclusão
social, geração de trabalho e renda – A experiência do PISC em Santa MariaRS. Mediação, v. 9, n. 9, jul./dez. de 2009.
-PAIM, J.S.; ALMEIDA-FILHO, N. Saúde coletiva. Teoria e prática. Rio de
Janeiro: MedBook, 2014.
Agência de Fomento: Faperj. Edital EXTPESQ (E_16/2014)
109
Promoção da inclusão social por meio do projeto “O universitário
transformador na comunidade: pequenas ações, grandes
inovações!”
Thiago César de Pádua¹, Daniella Nogueira Silva Melo¹, Maria Cristina Almeida de Souza², Edsneider
Rocha Pires de Souza², Elisa Maria Amorim da Costa², Marcos Antônio Mendonça²
Resumo
Um projeto de extensão universitária deve, idealmente, promover a inclusão social de forma a contribuir com a qualidade
de vida da comunidade onde é desenvolvido. Por meio do Projeto “O Universitário Transformador na comunidade:
pequenas ações, grandes inovações!”, alunos e professores da Universidade Severino Sombra (USS) realizam atividades
de promoção da saúde, prevenção a doenças e reabilitação dos moradores dos bairros Ipiranga e Itakamosi, em VassourasRJ. Além da oferta de assistência em saúde e do aprimoramento de habilidades motoras e competências cognitivas pelos
alunos no cuidado em saúde dos moradores, o projeto viabiliza oficinas de qualificação para que os membros da comunidade
se capacitem para o desenvolvimento de atividade geradora de renda, que somada aos rendimentos mensais pode auxiliar
na economia doméstica. Com este intuito são contempladas oficinas de capacitação em ervas medicinais e culinária. O
objetivo deste trabalho é descrever as ações realizadas na comunidade, destacando a parceria universidade-comunidade.
Introdução
Reflete-se sobre a importância da inserção
da universidade, por meio de práticas sociais e de
comunicação envolvendo a sociedade, na agenda
da inclusão social. Faz-se um relato de experiência
advinda com o Projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
nos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras/RJ, que
promove além de ações de atenção à saúde, atividades
contribuidoras para a inclusão social dos moradores,
que têm sido beneficiados pelo resgate da cidadania, ao
usufruírem da oportunidade de autopromoção, mediante
a qualificação profissional e a geração de renda.
Ao realizar atividades acadêmicas de caráter
interdisciplinar e possibilitar a integração de diversas áreas
do conhecimento, as ações extensionistas contribuem
para uma nova forma de fazer ciência, de maneira
integrada, revertendo a tendência de fragmentação
do estudo da realidade observada na comunidade.
Idealmente, além de contribuir para o processo ensinoaprendizagem discente, a realização de um projeto de
extensão universitária deve contribuir para a inclusão
social dos membros da comunidade, por meio de ações
que, ao empoderarem e qualificarem, contribuem para
melhoria de sua situação econômica, para a aquisição
de hábitos saudáveis e, consequentemente, para sua
qualidade de vida. O objetivo deste trabalho é descrever
as ações realizadas na comunidade, destacando a
parceria universidade-comunidade.
Conclusões
O projeto “O Universitário Transformador:
pequenas ações, grandes inovações!” contribuiu para
a promoção da saúde dos moradores da localidade
onde é desenvolvido, por meio da ação coordenada
de docentes e discentes da USS, ao mesmo tempo em
que, contribui para a diversificação na geração de renda
destes moradores na medida em que os qualifica para
atividades como culinária e produção de ervas e chás
medicinais.
Material e Métodos
Estudo descritivo baseado no relato da experiência
advinda com o projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
que conta com auxílio financeiro da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro – Faperj.
Referências
Resultados e Discussão
FAGUNDES, J. Universidade e compromisso social: extensão, limites e
1. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
2. Curso de Medicina da USS – Docente.
110
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Projetos. Extensão universitária. Ações transformadoras. Responsabilidade social.
perspectivas. Campinas: Unicamp, 1986.
FOSSÁ, M.I.T.; MOTA, M.S.; CARVALHO, L.; MILANO, P.
Responsabilidade social: reflexão sobre extensão universitária, inclusão
social, geração de trabalho e renda – A experiência do PISC em Santa MariaRS. Mediação, v. 9, n. 9, jul./dez. de 2009.
ROCHA, L. A. C. Projetos Interdisciplinares de Extensão Universitária:
ações transformadoras. Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes – SP,
2007. 84 f. (Dissertação Mestrado).
PAIM, J.S.; ALMEIDA-FILHO, N. Saúde coletiva. Teoria e prática. Rio de
Janeiro: MedBook, 2014.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Agência de Fomento: Faperj. Edital EXTPESQ (E_16/2014)
111
Manual de campo para estudantes de medicina: estratégia para
otimização da atenção à saúde da comunidade e do processo ensinoaprendizagem
Daniella Nogueira Silva Melo¹, Thiago César de Pádua¹, Maria Cristina Almeida de Souza²,
Eduardo Herrera Rodrigues de Almeida Junior², Elisa Maria Amorim da Costa², José Carlos Dantas
Teixeira²
Resumo
As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Medicina (DCN) preconizam a adoção de
metodologias ativas de aprendizagem (MAA) por meio de uma abordagem problematizadora do conteúdo curricular. Na
USS, uma das estratégias viabilizadoras desta orientação está representada pela elaboração de um Manual de Campo para
alunos dos períodos iniciais do curso de Medicina, a fim de que possam otimizar as ações de atenção à saúde realizadas na
comunidade, em especial aquela residente nos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras-RJ, onde é desenvolvido o projeto
“O universitário transformador na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”, contemplado com auxílio financeiro
Faperj. Objetiva-se, através desse texto, descrever os objetivos do Manual de Campo para alunos do 1.º, 2.º e 3.º períodos do
curso de Medicina da USS, estratégia para otimização da atenção à saúde da comunidade e do processo ensino-aprendizagem
Introdução
Material e Métodos
Ao longo da história, problemas de saúde
que os homens enfrentaram estiveram relacionados
à natureza da vida em comunidade: o controle das
doenças transmissíveis, a provisão de água e de
comida e a assistência médica necessária, entre outros.
Pedagogicamente, as Diretrizes Curriculares Nacionais
para os cursos de graduação em medicina (DCN)
preconizam, no ensino médico, a adoção de metodologias
ativas de aprendizagem (MAA), por meio de uma
abordagem problematizadora do conteúdo curricular,
estimulando a autonomia intelectual do aluno. Assim,
é imprescindível, no processo ensino-aprendizagem,
que o aluno observe o contexto de vida das pessoas das
quais se propõe a cuidar e assistir, compreendendo a
realidade em que vivem, as relações sociais e culturais
com as quais estão envolvidas haja vista que são
fatores diretamente relacionados ao surgimento de
algumas doenças. A fim de otimizar esta observação da
realidade durante as atividades de atenção à saúde na
comunidade e de incentivar o protagonismo discente no
processo ensino-aprendizagem, os docentes do curso de
Medicina, coordenadores do Projeto “O universitário
transformador na comunidade: pequenas ações, grandes
inovações!” elaboraram e adotaram um Manual de
Campo, cujos objetivos e sugestões de utilização estão
descritos neste manuscrito.
Estudo descritivo baseado nos objetivos da
adoção de um Manual de Campo estruturado para
alunos matriculados no 1.º, 2.º e 3.º períodos do curso
de Medicina da USS, participantes do projeto “O
Universitário Transformador na comunidade: pequenas
ações, grandes inovações!” (auxílio financeiro da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro –
Faperj).
Resultados e Discussão
O manual foi elaborado pela equipe docente
do curso de Medicina da USS a partir das reflexões,
discussões e experiências advindas com a atuação
na comunidade dos bairros Ipiranga e Itakamosi, em
Vassouras-RJ. O manual tem como objetivo auxiliar
e sistematizar a atuação dos alunos do 1.º, 2.º e 3.º
períodos do curso de Medicina na prestação de ações
relacionadas ao cuidado das pessoas dos bairros e à
assistência à sua saúde e qualidade de vida.
Objetiva também otimizar o processo ensinoaprendizagem, por meio do registro das impressões
dos alunos sobre a realidade observada, o contexto de
vida dos moradores, as condições socioeconômicas
e ambientais da localidade. Ao aluno é oportunizado
realizar atividades orientadas por um roteiro, anotar
1. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
2. Curso de Medicina da USS – Docente.
112
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Ensino médico. Extensão universitária. Ações transformadoras. Medicina.
suas constatações, opiniões e seus achados, registrar
correlações entre o observado e o estudado nas aulas
teóricas previamente assistidas, além de inserir
registros fotográficos, anotar dúvidas cujos temas
precisarão ser pesquisados até o próximo retorno à
comunidade. Assim, o aluno pode se apropriar com
maior autonomia de conceitos imprescindíveis à sua
futura prática médica como território, Estratégia Saúde
da Família, equipamentos sociais, Programa de Agentes
Comunitários, capital social, genograma, entre outros.
Conclusões
Constatou-se que a utilização do Manual de
Campo nas atividades comunitárias, otimizou ao aluno
a oportunidade de construção de conhecimento relativos
aos conteúdos observados in loco e imprescindíveis
aos futuros médicos graduados pela USS: profissionais
generalistas com visão ampliada do processo saúdedoença, cônscios do seu papel de transformadores
sociais em prol de uma sociedade equânime.
Referências
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para os
cursos de graduação em medicina. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
cne/arquivos/pdf/Med.pdf>. Acesso em 20/02/2015.
CAMPOS, G.W.S.; GUERRERO, A.V.P. (orgs). Manual de Práticas em
Atenção Básica: saúde ampliada e compartilhada. Disponível em <http://
andromeda.ensp.fiocruz.br/teias/sites/default/files/biblioteca_home/manual_
das_praticas_de_atencao_basica%5B1%5D.pdf>. Acesso em 20/02/2015.
CARVALHO, Y.M.; CECCIN, R.B. Formação e educação em saúde:
aprendizados com a Saúde Coletiva. In: Campos, Gastão Wagner de Sousa et
al. (orgs). Tratado de Saúde Coletiva. SP: Hucitec/ RJ: Fiocruz, 2006. p.149182.
FOSSÁ, M.I.T.; MOTA, M.S.; CARVALHO, L.; MILANO, P.
Responsabilidade social: reflexão sobre extensão universitária, inclusão
social, geração de trabalho e renda – A experiência do PISC em Santa MariaRS. Mediação, v. 9, n. 9, jul./dez. de 2009.
PAIM, J.S.; ALMEIDA-FILHO, N. Saúde coletiva. Teoria e prática. Rio de
Janeiro: MedBook, 2014.
Agência de Fomento: Faperj. Edital EXTPESQ (E_16/2014)
113
“Jovens Talentos” e as atividades lúdicas no Projeto O Universitário
Transformador na comunidade: pequenas ações, grandes
inovações!
Renan Santos Piveti¹, Izadora Neves¹, Gabriely Neto Leal¹, Thayane Pereira de Araújo¹, Maria
Cristina Almeida de Souza², Sebastião Jorge da Cunha Gonçalves³
Resumo
O ser humano pode se beneficiar de atividades lúdicas, tanto pelo aspecto de diversão e prazer quanto pelo aspecto da
aprendizagem. Este trabalho é um relato da experiência da realização de ações de educação em saúde sobre pediculose, pelos
alunos Jovens Talentos (Faperj), para os escolares do educandário do bairro Ipiranga, lócus do “O Universitário transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”. Concluiu-se que promover ações menos formalizadas é um recurso
válido para permitir a troca de ideias e saberes, contribuindo para a motivação do participante e, consequentemente, para a
adoção de ações de autocuidado em saúde no seu cotidiano, imprescindíveis para sua qualidade de vida. Adicionalmente,
a atividade contribuiu para que os bolsistas Jovens Talentos compreendessem a relevância da realização de ações
educativas para que as pessoas possam,por meio de uma troca compartilhada de saberes, aprimorar sua autonomia.
Introdução
comunidade acadêmica da Universidade Severino
Sombra (USS), em Vassouras-RJ.
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência
advinda com a realização de ações de educação em
saúde sobre pediculose, pelos alunos Jovens Talentos
(Faperj), para os escolares do educandário do bairro
Ipiranga, lócus do O Universitário transformador na
comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”.
A atividade lúdica como possível mediador do
processo de ensino-aprendizagem, na medida em que se
ampara na intencionalidade, reciprocidade, criatividade
e descontração, pode motivar as pessoas para o
autocuidado em saúde e para o aprimoramento das
habilidades pessoais, necessárias a este autocuidado. O
ser humano pode se beneficiar de atividades lúdicas, tanto
pelo aspecto de diversão e prazer quanto pelo aspecto
da aprendizagem. A incorporação de brincadeiras e
dramatização pode constituir estratégias pedagógicas que
contribuem para o desenvolvimento pelos participantes
das atividades, de habilidade motora e cognitiva capaz
de contribuir para o autocuidado em saúde. O lúdico
contempla os critérios para uma aprendizagem efetiva,
no sentido de que chama a atenção para um determinado
assunto, seu significado pode ser discutido entre todos
os participantes e o conhecimento gerado a partir da
atividade lúdica pode ser transportado para o campo
da realidade, caracterizando a transcendência que gera
estímulo ao aprendiz.
As crianças em idade escolar têm papel
imprescindível na adoção de hábitos saudáveis, pois
como possíveis multiplicadores de informações
construídas a partir de ações de educação em saúde,
podem ser capazes de motivar pais a incorporarem ações
cotidianas relacionadas à higiene corporal. Trabalhar de
forma lúdica, através da teatralização, os temas relevantes
para a promoção de saúde é um dos compromissos da
Materiais e Métodos
Relato da experiência advinda com a realização
de ações de educação em saúde sobre pediculose, pelos
alunos Jovens Talentos (Faperj), para os escolares da
Escola Municipal Joaquim Pinto e Souza, no bairro
Ipiranga, locus do O Universitário transformador na
comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”.
Foram realizadas atividades lúdicas teatrais sobre a
temática pediculose, a fim de interagir com as crianças
de 4 a 6 anos de idade, objetivando motivá-las para a
adoção cotidiano de hábitos de higiene relacionadas à
prevenção da pediculose.
Resultados e Discussão
O Programa Jovens Talentos, de pré-iniciação
científica, é destinado a estudantes do ensino médio/
técnico da rede pública estadual de educação.
Lançado em 1999, por iniciativa da FAPERJ,
1. Alunos Bolsistas Jovens Talentos - Faperj.
2. Docente do Curso de Medicina da USS.
3. Docente do Curso de Medicina e de Enfermagem da USS.
114
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Comunicação. Educação. Saúde. Atividades lúdicas.
com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico/MCT) no
âmbito do programa de Bolsas de Iniciação Científica
Júnior, tem por objetivos selecionar estudantes com
grande interesse pela ciência e potencial para atuar em
pesquisa científica; estimular a formação dos estudantes
criando possibilidade de identificar novos quadros
para atuação profissional no campo do saber científico;
contribuir para a difusão dos conhecimentos científicos,
desmitificando a ciência e articulando pesquisa e
ensino.
Trata-se de proposta que catalisa o potencial
científico e tecnológico, localizado no Estado,
procurando integrá-lo num projeto pedagógico voltado
para estudantes do ensino médio/técnico. A USS conta
com oito alunos bolsistas Jovens Talentos vinculados ao
Projeto O Universitário Transformador na comunidade:
pequenas ações, grandes inovações! Neste trabalho se
descreve a realização das atividades realizadas pelos
Jovens Talentos na Escola Municipal Joaquim Pinto e
Souza, no bairro Ipiranga, no 1.º Semestre de 2015.
Participaram da atividade 25 escolares na faixa
etária de 4 a 6 anos, matriculados na educação infantil
da instituição de ensino do bairro Ipiranga. A atividade
contou com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da
Universidade Severino Sombra (USS) que disponibilizou
transporte para que os alunos Jovens Talentos se
deslocassem até a o bairro, na periferia de VassourasRJ. Os jovens estavam de posse da autorização de seus
responsáveis para o deslocamento até o local e foram
acompanhados por representantes da USS.
Tendo em vista as distintas formas de
manifestações culturais e considerando-se necessária
a adoção de novos paradigmas para a comunicação, o
teatro se configura em instrumento eficaz de intervenção
social e de educação em saúde. Além disso, a encenação
ultrapassa a atividade de descontração e humor para
enfatizar a reflexão, conseguindo, não raramente,
romper estigmas impostos pela sociedade. O desafio de
ensejar a reflexão sobre temas presentes na atualidade,
como educação ambiental e a dengue, saúde bucal e
cultura de paz, exige uma adequação da comunicação ao
público-alvo. A partir dessa idéia, surge a possibilidade
de comunicar-se por meio da narrativa cênica e da
linguagem lúdica, como estratégia de construção teórica
e conjugação de saberes na promoção de educação em
saúde (MEIRELES et al., 2013).
para a adoção de ações de autocuidado em saúde no
seu cotidiano, imprescindíveis para sua qualidade de
vida. A participação ativa dos alunos em relação ao
tema discutido, proporcionando momento de reflexão
e expressão de opiniões, desvinculados de conceitos
rígidos e utópicos permitiu que a estratégia de educação
adotada fosse estimulante, rompendo a barreira imposta
pela palestra tradicional, que posiciona o profissional de
saúde como detentor do saber. Essa evidência reafirma a
importância de incentivar o uso de métodos alternativos
nos processos de educação e promoção da saúde.
Verificou-se que a realização de ações de educação em
saúde pelos alunos bolsistas do Jovens Talentos (Faperj)
contribuiu com o processo motivacional dos escolares
do bairro Ipiranga, local do Projeto “O Universitário
transformador na comunidade: pequenas ações,
grandes inovações!” para o autocuidado em saúde,
principalmente sobre o tema pediculose.
MEIRELES, F.F.F.; LEITE,F.L.; PITOMBO,B.; SEREJO, F.C. Estratégia
lúdica da Teatralização na Promoção de Saúde do Programa Saúde na Escola
de Porto Real/RJ. Disponível em <http://www.saude.rj.gov.br/docman/svs/
centro-de-apoio-a-gestao-cgvs/expovs/trabalhos-expovs-medio-paraiba2013/9101-estrategia-ludica-da-teatralizacao-na-promocao-de-saude-doprograma-saude-na-escola-de-porto-real/file.html>. Acesso em 27/03/2015.
BRASIL. SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro. Faperj. Projeto Jovens Talentos. Disponível em <http://www.faperj.
br/?id=20.3.6>. Acesso em 28/03/2015.
Apoio e auxílio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj)
Conclusões
Os autores concluíram que promover ações
menos formalizadas pode potencializar o vínculo entre
os realizadores da ação e o público-alvo das atividades,
permitindo a troca de ideias e saberes, contribuindo
para a motivação do participante e, consequentemente,
115
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Referências
Geografia médica e o processo de adoecimento
Eduardo Herrera Rodrigues de Almeida Junior¹, Maria Cristina Almeida de Souza¹, Marcos Antônio
Mendonça¹, João Carlos de Souza Côrtes Júnior¹, José Carlos Dantas Teixeira¹, Thiago César de
Pádua²
Resumo
Geografia médica evidencia a relação dos fatores ambientais com o surgimento das doenças. Imprescindível para
que se graduem médicos com visão ampliada de saúde, construam ainda como alunos, o conhecimento da relação
entre adoecimento e fatores ambientais, tomando ciência dos fatores multicausais relacionados ao processo saúdedoença. O objetivo deste trabalho é realizar breve revisão de literatura sobre Geografia médica e o processo de
adoecimento, enfatizando a necessidade da abordagem desta temática nos currículos de graduação em Medicina.
Introdução
um ramo da Medicina que estuda a relação existente
entre os fatores ambientais e os de saúde (ALMEIDA,
2012).
Segundo Pelicioni (2005) grande parte dos agravos
em saúde se relaciona com problemas ambientais, uma
vez que as alterações no meio ambiente interferem na
saúde e na qualidade de vida das pessoas, de forma que
ambiente e saúde são indissociáveis.
O objetivo desse trabalho é descrever a
necessidade de o aluno do curso de Medicina observar,
ao realizar atividades na comunidade, a interligação
dos conhecimentos geográficos e médicos, e constatar
constatando a importância do meio geográfico no
aparecimento e distribuição de uma determinada
doença.
A Geografia Médica nasceu com Hipócrates e,
portanto, com a própria história da Medicina, quando
aproximadamente 480 a.C., publicou sua famosa obra
“Dos ares, das águas e dos lugares”. Nesta época, ele
já demonstrava a relação dos fatores ambientais com
o surgimento das doenças, reconhecia a presença
contínua de certas doenças que chamou de endêmicas e
a frequência de outras doenças, nem sempre presentes,
mas que por vezes aumentavam em demasia, a que se
denominaram de epidêmicas.
A partir das últimas décadas do século XIX, a
Geografia Médica sofreu um declínio quando Louis
Pasteur realizou pesquisas sobre a etiologia das moléstias
infecciosas, atribuindo às doenças exclusivamente à
multiplicação de uma bactéria e nada mais do que isto.
Perdeu-se de vista o conjunto das causas que atuam
sobre o ser humano sadio e enfermo, bem como o meio
ambiente deixou de apresentar a importância que vinha
assumindo (LEMOS & LIMA, 2002).
A mudança da denominação de Geografia Médica
para Geografia da Saúde ocorreu em 1976, devido à
ampliação dos temas, questões e abordagens com que
veio se desenvolvendo ao logo do tempo. A mudança
do nome foi solicitada e justificada por ser a Geografia
da Saúde considerada mais abrangente por relacionar
qualidade de vida, educação, moradia, saneamento
básico, infraestrutura em saúde e outros como a saúde
das populações. No entanto, essa nova denominação
não é utilizada em todos os países, encontrando-se ainda
hoje o termo Geografia Médica (LIMA NETO, 2000).
Ecologia Médica (EM), Medicina Ecológica ou
Ecomedicina são terminologias utilizadas para definir
Material e Métodos
Relato da relação entre geografia médica e o
adoecimento por meio de breve revisão de literatura.
Resultados e Discussão
A conferência sobre Atenção Primária à Saúde
(APS), organizada pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) em Alma-Ata, na antiga União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS), em setembro de 1978,
estreou o conceito de “Saúde para Todos”, convocando
todos os países a revisarem seus sistemas de saúde,
tornando-os acessíveis à população, como direito
básico do cidadão. O conceito de APS foi definido
nessa conferência, entendo-se a atenção como essencial
à saúde, baseada num modelo prático e científico que
1. Curso de Medicina da USS – Docente.
2. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
116
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Medicina. Ensino médico. Comunidade. Ecologia.
possui métodos e tecnologias universalmente acessíveis
a pessoas e famílias dentro das comunidades, sendo o
primeiro nível de contato do indivíduo com o sistema
de saúde e condição essencial para o desenvolvimento
socioeconômico da comunidade (RONCOLETTA,
2010).
Para a resolução da assistência em saúde, em
todos os níveis de atenção, é imprescindível que os
profissionais se atentem aos determinantes ambientais
do processo saúde-doença (PSD). Para tanto, se faz
necessário que, ainda como alunos de graduação, os
médicos percebam que a degradação ambiental está
diretamente associada à deterioração das condições
sociais nas quais se produzem e se propagam novas
epidemias (SENA et al., 2010).
Conclusões
Os profissionais de saúde necessitam de preparação
para uma análise crítica dos desafios apresentados na
área da Ecologia Médica para que sejam agentes de
mudanças e transformações na saúde, no meio ambiente
e, consequentemente, na prevenção de doenças.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Referências
ALMEIDA, C. Entenda o que significa ecologia médica. Disponível em
<http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2010/09/10/
entenda-o-que-significa-ecologia-medica.htm>. Acesso em 14/04/2014.
LIMA NETO, J. E. Geografia e Saúde. Dissertação (Mestrado em Geografia)
– Universidade de São Paulo, 2000.
PELICIONI, M.C.F. Promoção da saúde e meio ambiente: uma trajetória
técnico-política. In: PHILIPPI JUNIOR, A.; PELICIONI, M.C.F. Educação
Ambiental e Sustentabilidade. p. 413-420. Barueri: Manole; 2005. (Coleção
ambiental, n.3).
SOUZA, M.C.A. de et al. Inovação pedagógica na abordagem teóricometodológica da temática Ecologia Médica no currículo do curso de
graduação em medicina. Revista Práxis, ano VI, nº 12, dez. 2014, p.77-83.
Apoio e auxílio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj)
117
H. Pylori e câncer gástrico – Revisão de literatura
Gisele Euzébio Faria¹, Paula Pitta de Resende Côrtes²
Resumo
O Helicobacter pylori coloniza a mucosa gástrica por vários anos se não submetido a tratamento farmacológico
adequado. Está associado ao desenvolvimento de inúmeras doenças, como o câncer gástrico, doença multifatorial
com aumento significativo nos últimos anos. Um dos mecanismos de carcinogênese é infecção pela bactéria. O
objetivo deste trabalho foi revisar a literatura em busca de artigos que relacionassem presença do H. pylori com
o desenvolvimento de câncer gástrico e trazer atualização aos profissionais da área de saúde. Realizada revisão
sistemática nas bases de dados Scielo, Pubmed e sites do Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer. A
infecção na infância pode aumentar a prevalência da atrofia gástrica e risco de adenocarcinoma gástrico. As lesões
provocadas pela bactéria dependem da sua virulência e resposta inflamatória do individuo. O tratamento dos infectados
é uma forma de prevenção da transmissão da bactéria e desenvolvimento do câncer gástrico ao longo do tempo.
Introdução
livres gerados podem induzir danos no DNA e alteração
da expressão de proto-oncogenes, além de desequilíbrio
do sistema de transdução de sinais das células epiteliais
gástricas, considerado carcinogênico(2,3,4,5).
A infecção crônica pelo bacilo aumenta os índices
de apoptose, que aceleram a progressão para gastrite
atrófica e aumentam o risco para desenvolvimento de
câncer gástrico. E somados com a hiperproliferação de
células epiteliais gástricas, que é maior em pacientes
infectados pelo H. pylori, pode levar ao acúmulo
de mutações, contribuindo para a gênese do câncer
gástrico­(2,4).
Embora a população infectada pela bactéria
seja abrangente no que diz respeito à faixa etária, o
desenvolvimento de câncer gástrico raramente ocorre
abaixo dos 40 anos. No entanto, a aquisição do H. pylori
na infância pode levar a um aumento da prevalência da
atrofia gástrica aumentando o risco de desenvolver,
posteriormente, adenocarcinoma gástrico (2).
O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura
em busca de artigos que relacionassem a presença do
H. pylori com o desenvolvimento de câncer gástrico e
trazer uma atualização sobre o tema aos profissionais
da área de saúde, já que o câncer gástrico apresentou
aumento significativo nos últimos anos e está entre as
neoplasias que mais acometem a população brasileira, e
com elevada taxa de mortalidade na América Latina (7).
Identificado em 1982, por MARSHALL e
WARREN a bactéria Helicobacter pylori (HP) é
alvo de diversos estudos que vem permitindo que
o conhecimento seja utilizado na prática médica de
clínicos e gastroenterologistas (1,2).
A bactéria é um bacilo Gram negativo com
inúmeros fatores de virulência e que coloniza a mucosa
gástrica por vários anos se não submetido a tratamento
farmacológico adequado(1,2,3). Está adaptado à mucosa
gástrica, colonizando principalmente, o antro gástrico(4)
e está associado ao desenvolvimento de doenças como
gastrite crônica, úlcera duodenal, carcinoma gástrico,
linfoma MALT(2,3).
O câncer gástrico é uma doença multifatorial e
um dos seus mecanismos de carcinogênese é a infecção
pelo Helicobacter pylori pela associação entre fatores
do hospedeiro e fatores do bacilo, como o grau do
processo inflamatório levando a alterações metaplásicas
e a resposta do indivíduo (5).
Outras causas de câncer gástrico são os abusos
alimentares com excesso de cloreto de sódio; inibidores
da secreção gástrica(6); além da associação com história
familiar, seja por que estejam parasitados pelas mesmas
cepas ou por que tenham uma resposta inflamatória
semelhante(4).
A indução de um processo inflamatório pelo
H. pylori, por meio da ação de diferentes fagócitos,
recrutados para o sitio da infecção, geram radicais
livres em resposta a mediadores pró-inflamatórios e
produtos da parede celular bacteriana(4,2). Os radicais
Material e Método
Estudo baseado na análise de 43 artigos publicados
entre 1995 e 2015, durante os meses de janeiro a março de
1. Docente do Curso de Medicina, membro da Liga de Clínica Médica da Universidade Severino Sombra.
2. Discente do Curso de Medicina, Universidade Severino Sombra.
118
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Câncer gástrico. Helicobacter pylori. H. pylori.
2015, nas bases de dados Scielo, Pubmed e informações
do Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer
(INCA), utilizando como palavras chaves: estômago,
câncer gástrico, H. pylori, Helicobacter pylori. Destes
foram selecionados seis. Os critérios de seleção foram:
relação direta dos temas e/ou a data de publicação.
Discussão
A associação entre Helicobacter pylori e câncer
gástrico é indiscutível, no entanto, os mecanismos pelos
quais ocorre o desenvolvimento da doença ainda são
incertos, embora se saiba que exista interação dos fatores
de virulência da cepa infectante e a resposta inflamatória
do hospedeiro, levando a crer que quanto mais tempo
o individuo permaneça infectado pelo bacilo, maior
a chance de desenvolvimento da doença, o que pode
ser corroborado pelo desenvolvimento de neoplasia
gástrica em indivíduos acima de 40 anos, justificando o
tratamento dos pacientes infectados, principalmente os
sintomáticos.
Conclusão
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
A aquisição do H. pylori na infância pode
levar a um aumento da prevalência da atrofia gástrica
aumentando o risco de desenvolver, posteriormente,
adenocarcinoma gástrico. E mesmo como uma ação
neutrofílica persistente é incapaz de eliminar o bacilo,
deve ser estabelecido tratamento adequado a todos os
portadores da bactéria, a fim de se reduzir sua transmissão
e o risco do individuo infectado desenvolver câncer
gástrico ao longo do tempo.
Referências
¹ COELHO, Luiz Gonzaga Vaz; ZATERKA, Schlioma. II Consenso
Brasileiro Sobre Helicobacter pylori. Arq. Gastroenterol. , São Paulo, v.
42, n. 2, junho de 2005.
² GUIMARAES, Jocilene; CORVELO, Tereza Cristina; BARILE, Katarine
Antonia. Helicobacter pylori: fatores relacionados à sua patogênese. Rev.
Para. Med., Belém , v. 22, n. 1, mar. 2008 .
³ SILVA, Maria Reis et al . Genotipagem do Helicobacter pylori no Carcinoma
Gástrico e Gastrite Crónica. J Port Gastrenterol., Lisboa , v. 18, n. 5, set.
2011 .
LADEIRA, Marcelo Sady Plácido; SALVADORI, Daisy Maria Fávero;
RODRIGUES, Maria Aparecida Marchesan. Biopatologia do Helicobacter
pylori. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 39, n. 4, 2003.
4
5
LIMA, Valeska Portela; RABENHORST, Silvia Helena Barem. Genes
Associados à Virulência de Helicobacter Pylori. Revista Brasileira de
Cancerologia. 2009; 55(4): 389-396.
GOMES-CARNEIRO, Maria Regina; RIBEIRO-PINTO, Luís Felipe;
PAUMGARTTEN, Francisco José Roma. Fatores de risco ambientais para
o câncer gástrico: a visão do toxicologista. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 13, supl. 1, 1997 .
6
Instituto Nacional de Câncer, INCA. Disponível em: <http://www2.inca.
gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/definicao>
7
119
Interação dos acadêmicos de Medicina da USS com alunos de escolas
municipais: Ação de extensão em favor da saúde e da educação
Paula Pitta de Resende Côrtes¹, José Raphael Bigonha Ruffato², Ricardo Nahmias Scheiner³, Joyce
Abreu Rocha³, Eliton Edmilson do Couto³, Ana Paula Bastos³, Thaynara dos Santos Tavares³,
Karolina Lacerda da Silva³
Resumo
O acúmulo de lixo, sua coleta não seletiva, o depósito em regiões não apropriadas e práticas sanitárias inadequadas da população
em relação a estes resíduos constituem preocupação ambiental e são fatores facilitadores na disseminação de doenças. O
objetivo deste trabalho foi promover educação ambiental aos alunos de escolas municipais, mostrando a relação existente
entre o mau tratamento dado ao lixo e a transmissão de doenças. Os acadêmicos de Medicina, através de aulas expositivas,
vídeos e jogos ensinaram os alunos das escolas municipais sobre a importância da coleta seletiva do lixo e seu impacto em
relação à saúde, além deu acúmulo em lugares inapropriados. Esta ação proporcionou benefícios tanto para os alunos das
escolas municipais quanto para os acadêmicos do curso de Medicina, para a comunidade e para a escola em geral, a partir de
uma intervenção transformadora, o que promoveu educação em saúde por meio do conhecimento adquirido na Universidade.
Introdução
sistemas de disposição final do lixo, que incorporem
modernas tecnologias de tratamento, menores são os
impactos para a saúde pública e para o ambiente. Nesse
contexto é de vital importância colocar os indivíduos da
sociedade como responsáveis pelo acúmulo de lixo, e
cabe sim, a eles iniciar as medidas que virão a melhorar
as condições em que se encontram.
Cientes disso, lembremos que o Ministério da
Educação determina às secretarias municipais, grandes
blocos de conhecimento a serem trabalhados com os
alunos, dentre eles o ambiente. É de suma importância
trabalhar esse tema e tudo que o cerca com os alunos
tornando-os responsáveis pelo meio em que vivem, e
moldá-los cidadãos com consciência e responsabilidade
social.
O objetivo deste trabalho foi promover, por
acadêmicos de Medicina, educação ambiental aos
alunos de escolas municipais, e mostrar a íntima relação
entre o mau tratamento dado ao lixo e sua consequente
transmissão de doenças.
O conceito de Promoção de Saúde proposto
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde
a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o
princípio orientador das ações de saúde em todo o
mundo. Assim sendo, parte-se do pressuposto de que
um dos mais importantes fatores determinantes da
saúde são as condições ambientais (BRASIL, 2006). No
Brasil, o conceito de saúde é entendido como um estado
de completo bem-estar físico, mental e social, não se
restringe ao problema sanitário ou à prevalência de
doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência,
considera-se cada vez mais importante atuar sobre os
fatores determinantes da saúde. É este o propósito da
promoção da saúde, que constitui o elemento principal
das propostas da OMS e da Organização Pan-Americana
de Saúde (OPAS).
Quando o lixo é disposto de forma inadequada,
em lixões a céu aberto, por exemplo, os problemas
sanitários e ambientais são inevitáveis. Isso porque estes
locais se tornam propícios para a atração de animais
que acabam por se constituírem em vetores de diversas
doenças, especialmente, para as populações que vivem
da catação, uma prática comum nestes locais. Além do
mais, são responsáveis pela poluição do ar, quando ocorre
a queima dos resíduos, do solo e das águas superficiais
e subterrâneas. À medida que soluções técnicas são
adotadas, e quanto mais adequada for a operação dos
Material e Métodos
Os acadêmicos do 1.º e 2.º períodos do curso de
Medicina da Universidade Severino Sombra, 2015/1,
adotaram quatro escolas municipais da cidade de
Vassouras-RJ, para cuidarem ao longo de sua formação:
Escola Municipal Maria Rangel de Araújo, Escola
Municipal Deputado José Bento Martins Barbosa.
1. Docente do curso de medicina da Universidade Severino Sombra.
2. Médico Residente de Pediatria, egresso da Universidade Severino Sombra.
3. Discentes do curso de Medicina da Universidade Severino Sombra.
120
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Ambiente. Educação em Saúde. Projeto Social. Capacitação em saúde e ambiente. Doenças transmissíveis
relacionadas ao lixo.
Escola Municipal Deputado José Carlos Vaz de Miranda
e Escola Municipal Joaquim Pinto e Souza. Esta ação
faz parte do projeto CAFFcuida, desenvolvido pelo
Centro Acadêmico Fróes da Fonseca.
Participaram desta ação 42 acadêmicos de
Medicina, os quais foram divididos em quatro grupos
e desenvolveram esta atividade, igualmente, nas quatro
escolas. Inicialmente, os acadêmicos instigaram os
alunos a refletirem sobre várias questões relacionadas
ao ambiente, e deram abertura para que expressassem
seus conhecimentos sobre o tema. Após várias falas e
levantamento de diversas questões pelos alunos, estes
assistiram a um vídeo didático com abordagem dos
problemas e das consequências que envolvem a agressão
ao ambiente. A partir do vídeo, foram trabalhados
os temas abordados (como a poluição, as enchentes,
o descarte inapropriado de resíduos), com diversas
imagens expositivas que ilustraram o que foi abordado
e as dúvidas foram retiradas. Para finalizar, foi feita
uma brincadeira a fim de avaliar o que eles aprenderam
a respeito das agressões ao ambiente, ao descarte
apropriado do lixo seletivo, à relação do lixo com as
doenças. Foram entregues aos alunos as lembranças
montadas para a páscoa.
educarmos, no sentido de condicionar comportamentos
e adestrar, porque estes não se sustentam se não houver
raízes num conjunto de valores. Essa formação, se
acredita, é de origem social, histórica e coletiva.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de saneamento. Brasília: MS/
FUNASA, 2004. 328 p.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/educar%20na%20diversidade.
pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf
PHILIPPI JR, A.; MALHEIROS, T. F. Saneamento e saúde pública:
integrando homem e meio ambiente. Rev. bras. educ. med. vol.35 no.3 Rio
de Janeiro July/Sept. 2011
PHILIPPI JR, A. Saneamento saúde e ambiente: fundamentos para um
desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole, 2005.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
h t t p : / / w w w. u f j f . b r / a n a l i s e a m b i e n t a l / f i l e s / 2 0 0 9 / 1 1 / T C C SaneamentoeSa%C3%BAde.pdf
Resultados e Discussão
Ao todo, foram 1456 alunos de escolas municipais
que participaram das atividades. Os alunos conseguiram
assimilar o conhecimento proposto demonstrando
através da sua participação nas tarefas e se colocaram
à disposição para serem agentes modificadores do
meio e disseminadores do conhecimento aprendido.
Os acadêmicos, com esta ação inicial, se sentiram
estimulados a participar do Projeto CAFF Cuida e
entenderam a importância de ser “o médico” agente
transformador do ambiente que o cerca como educador
em saúde. A percepção desta responsabilidade pode
contribuir para moldarmos um caráter mais humano aos
nossos futuros médicos e mais comprometidos com a
comunidade que os cerca.
Conclusão
Esta ação proporcionou benefícios tanto para
os alunos das escolas municipais quanto para os
acadêmicos do curso de Medicina, para a comunidade
e para a escola em geral, a partir de uma intervenção
transformadora, promovendo educação em saúde por
meio do conhecimento adquirido na Universidade.
Nessa interação, houve a oportunidade de se vivenciar
a realidade na prática, possibilitando sua transformação
pela reflexão construtiva, na perspectiva de uma
sociedade mais justa e democrática, com qualidade
de vida. Entendemos, para tanto, que nada adianta
121
Patrulheiro ambiental – Jardins Suspensos a Imagens de uma
escola
Marcos Antonio Mendonça¹, Elisa Maria Amorim da Costa¹, Ana Beatriz Medeiros Corrêa², Raissa
Liete da Costa Santos²
Resumo
As mudanças nos padrões de vida resultantes do crescimento, não apenas de suas cidades, mas da crescente
influência urbana decorrente do crescimento vegetativo da população. As cidades incham sem se preocupar com
a degradação do ambiente. Iniciada a atividade na Escola E. M. Joaquim Pinto e Souza, de Ipiranga, o objetivo
foi conhecer as crianças e iniciar o projeto Patrulheiro Ambiental, motivando-os para a conscientização da
responsabilidade ambiental, desenvolver a noção de espaço para a obtenção da preocupação com a preservação
ambiental. A pesquisa-ação tem como base a participação da escola e dos Jovens Talentos na mudança do cenário
escolar e do desenvolvimento da cidadania. Avaliar, junto ao corpo docente, a melhor atividade para os atores
sociais envolvidos – brincadeiras, a pintura de muro com o recorte ambiental e do jardim comunitário suspenso. O
presente trabalho foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 308.142 – CAAE 15973913.6.0000.5290).
Palavras-Chave: Ambiente. Preservação. Saúde ambiental. Cidadania. Jovens talentos.
Introdução
Este projeto será parte integrante de uma
ação já implementada pela Universidade Severino
Sombra, na comunidade de Ipiranga, chamado de
"PROJETO IPIRANGA – O UNIVERSITÁRIO
TRANSFORMADOR". Através de ações recreativas
e educacionais, pretende-se estimular a criação de uma
Patrulha Ambiental com alunos da Escola Municipal
E. M. Joaquim Pinto e Souza da localidade de Ipiranga
- Vassouras – RJ, que se situa entre uma linha férrea
e um rio poluído, é semi-rural e tem cerca de 1000
habitantes. Através de atividades educativo-recreativas
desenvolvidas por Jovens Talentos, com supervisão
docente, os alunos serão estimulados a atuar na
preservação e recuperação do meio ambiente. O objetivo
é conhecer as crianças e iniciar o projeto Patrulheiro
Ambiental, motivando-os para a conscientização da
responsabilidade ambiental e para desenvolver a noção
de espaço com vistas à obtenção da preocupação com
a preservação ambiental. A participação dos Jovens
Talentos estimula a relação dos discentes da escola e
possibilita a interação por uma maior abordagem ao
meio.
Resultados e Discussão
O projeto apresenta resultado parcial com
relatório dos Jovens Talentos: A visita ao colégio em
Ipiranga teve como objetivo conhecer as crianças e criar
uma base a partir da qual se escolherá o Patrulheiro
Ambiental, para se ter noção do espaço onde se possam
fazer algumas brincadeiras, além da montagem do
jardim comunitário.
Dividimos nosso tempo com ajudando os
professores a passar as atividades em sala de aula. Há
uma quantidade razoável de alunos por sala, o que faz
com que o contato com cada aluno seja mais fácil e
eficiente. À tarde, as crianças, que têm entre 4 a 8 anos,
são divididas em três salas, cada uma com um professor.
Exercícios, ou atividades extras, como recorte, desenho,
pintura e até brincadeiras são levados para casa, por
exemplo. Pinturas e recortando a boneca da cinderela e
alguns vestidos para poder trocar as roupas, e nos murais
estão expostos diversos trabalhos feitos por elas.
O local em volta do colégio tem alto risco de
dengue, devido a lixo jogado e água parada, motivo
que leva o projeto a ser muito importante para termos
a chance de ensinar e mostrar às crianças como é
importante cuidar do ambiente e da própria saúde,
Material e Métodos
A pesquisa-ação tem como base a participação
na escola dos Jovens Talentos na mudança do cenário
escolar e no desenvolvimento da cidadania, para
avaliar, junto ao corpo docente, a melhor atividade dos
1. Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Jovens Talentos FAPERJ.
122
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
atores sociais envolvidos, a partir de brincadeiras, da
pintura de muro, com o recorte ambiental, e do jardim
comunitário suspenso. O presente trabalho Aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 308.142 –
CAAE 15973913.6.0000.5290).
dos amigos e familiares, o que as conduzirá a fazer a
diferença. O que o colégio também precisa agora é um
pouco mais de cor. Estamos procurando uma forma de
pintá-lo, de desenhar as paredes com as crianças para
passar um ar mais alegre ao trabalho que se inicia.
Conclusões
- Início da abordagem aos discentes da Escola E.
M. Joaquim Pinto e Souza, de Ipiranga.
- Percepção do ambiente escolar.
- Aprimoramento do pensamento metodológico
da pesquisa dos Jovens Talentos.
Referências
DE CASTRO OLIVEIRA, Valdir. A comunicação midiática e o Sistema
Único de Saúde. Interface-comunicação, saúde, educação, v. 4, n. 7, p. 7180, 2000.
GRYNSZPAN, Danielle. Educação em saúde e educação ambiental: uma
experiência integradora. Cadernos de Saúde Pública, v. 15, p. S133-S138,
1999.
Lakatos, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica 1 Marina de
Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. - 5. ed. - São Paulo : Atlas 2003.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BARBOSA, S. R. C. S. Identidade social e dores da alma entre pescadores
artesanais em Itaipu, RJ. Ambient Soc, v. 7, n. 1, p. 107-131, 2004.
123
Participação de alunos do programa Jovens talentos na avaliação dos
fatores de risco para doenças cardiovasculares
Paula Pitta de Resende Côrtes¹, Thiago Wesley de Oliveira², André Luiz Dias Lima Bonfim², Eduardo
Zannuzzi Cunha², Manoele Vasconcelos Ribeiro³, Roberta Aparecida Vieira3, Isabela Cristina
Figueira Feijó Ganhadeiro4
Resumo
O Programa Jovens Talentos de pré-iniciação científica é destinado a estudantes do ensino médio/técnico da
rede pública estadual de educação e tem o objetivo de inserir precocemente os estudantes no meio científico.
Este trabalho visa demonstrar a participação ativa de três alunas participantes do programa “Jovens Talentos/
FAPERJ” no projeto de pesquisa intitulado: Prevenção dos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Introdução
e ao tabagismo.
Trata-se de um trabalho que catalisa o potencial
científico de jovens do ensino médio de escolas
públicas, que procura integrá-los em um projeto de
pesquisa cujo objeto de estudo refere aos fatores de
risco cardiovasculares, os quais são responsáveis pela
principal causa de morte no Brasil, hoje.
O objetivo deste trabalho é demonstrar a
participação ativa de três alunas do ensino médio
de escolas públicas, selecionadas no Programa
Jovens Talentos/FAPERJ, para participar da pesquisa
intitulada: Prevenção dos fatores de risco para doenças
cardiovasculares encontrados nos acadêmicos do 2.º
período, turma 2014/2.
O Programa Jovens Talentos de pré-iniciação
científica é destinado a estudantes do ensino médio/
técnico da rede pública estadual de educação. Lançado
em 1999 por iniciativa da FAPERJ, o programa conta,
desde 18 de julho de 2003, com o apoio do CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico/MCT) no âmbito do programa de Bolsas
de Iniciação Científica Júnior. A execução do programa
é de responsabilidade do Centro de Ciências do estado
do Rio de Janeiro (CECIERJ) e da Fundação Oswaldo
Cruz. O programa tem como objetivos selecionar
estudantes com grande interesse pela ciência e potencial
para atuar em pesquisa científica; estimular a formação
dos estudantes criando possibilidade de identificar novos
quadros para atuação profissional no campo do saber
científico; contribuir para a difusão dos conhecimentos
científicos, desmitificando a ciência e articulando
pesquisa e ensino.
A Universidade Severino Sombra aderiu sua
participação neste programa em 2003 e no ano de 2014 o
nosso grupo de pesquisa, cuja linha é: “Fatores de risco
para doenças cardiovasculares” passou a integrá-lo.
As doenças cardiovasculares são responsáveis por
altos índices de adoecimento e morte no mundo e são
passíveis de prevenção quando detectadas precocemente.
Apesar dos elevados investimentos, as taxas de
morbimortalidade têm sofrido poucas modificações
nas últimas décadas. Os melhores resultados foram
com programas direcionados às mudanças de hábitos
maléficos à saúde das pessoas, tais como: combate às
dietas ricas em colesterol, ao sedentarismo, à obesidade
Material e Métodos
Este trabalho trata de um relato de experiência.
No primeiro semestre de 2014, recebemos quatro
alunas do ensino médio de Escolas Públicas da cidade
de Vassouras-RJ para participar do processo seletivo ao
Programa Jovens Talentos – FAPERJ. Deste processo,
permaneceram com o nosso grupo de pesquisa três
alunas as quais demonstraram muito interesse pela
pesquisa científica, pelo tema estudado e pela área em
questão, a Medicina.
A bolsa das alunas selecionadas iniciou-se
em 01/07/14 e a partir daí, começamos o trabalho.
Foram apresentadas ao grupo e participaram de quatro
explanações teóricas sobre o tema da pesquisa e duas,
sobre formas de prevenção das doenças cardiovasculares.
Após o conhecimento mais aprofundado do tema,
participaram de duas explanações sobre como se
1. Docente do Curso de Medicina da Universidade Severino Sombra.
2. Discentes do curso de Medicina da Universidade Severino Sombra.
3. Docentes do Colégio Estadual Ministro Raul Fernandes, bolsistas do Programa Jovens Talentos/FAPERJ.
4. Docentes do Colégio Estadual Centenário, bolsistas do Programa Jovens.
124
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Jovens talentos. Fatores de risco. Doenças cardiovasculares.
desenvolve um projeto de pesquisa. Em seguida, foram
levadas ao laboratório para treinamento de todas as
etapas da coleta dos dados. Primeiramente, fizemos o
treinamento do questionário usado para coletar os dados
dos acadêmicos e suas dúvidas foram retiradas neste
momento. Após, fizemos o treinamento de como coletar
as medidas dos acadêmicos: pressão arterial, medidas
da cintura e quadril, relação cintura x quadril, peso e
cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea) e, por fim,
a forma de abordagem ao acadêmico, baseada na ética
médica.
Iniciamos no 1.º semestre de 2015 a coleta dos
dados: os fatores de risco para doenças cardiovasculares
encontrados nos acadêmicos do curso de medicina do 2.º
período. Estes são coletados semanalmente, em grupos
de no máximo cinco acadêmicos. Foram coletados
e analisados os resultados de 25 acadêmicos. Os
acadêmicos foram convidados a participar e assinaram
o termo de consentimento livre e esclarecido antes da
coleta dos dados.
Os dados já coletados foram analisados e
inseridos em programa Excel para posteriormente,
serem construídos gráficos demonstrativos. Esta ação
também está sendo desenvolvida pelas estudantes sob a
orientação da coordenadora do projeto. Ao mesmo tempo
estamos construindo uma ferramenta para divulgar
formas de prevenção das doenças cardiovasculares.
estudantes de escolas públicas a continuar seus estudos
e a busca para alcançar sonhos. Por outro, mostra-se um
pouco da realidade social da comunidade em que vivem
os acadêmicos de Medicina, que, muitas vezes, dela se
distancia.
Referências
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz-DA.pdf
MANSUR, AP e FAVARATO, D. Mortalidade por Doenças Cardiovasculares
no Brasil e na Região Metropolitana de São Paulo: Atualização 2011 Instituto
do Coração (InCor) – HCFMUSP, São Paulo, SP – Brasil.
IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira
de Cardiologia 2010. http://portal.saude.gov.br/saude/area.HYPERLINK
"http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=919" cfmHYPERLINK
"http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=919"
?http://portal.
saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=919id_areahttp://portal.saude.gov.br/
saude/area.cfm?id_area=919=919
Programa Jovens Talentos. http://www.faperj.br/?id=20.3.6
POLANCZYK, C. A. Fatores de risco cardiovascular no Brasil: os próximos
50 anos! Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 84(3); 199-201, março 2006.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
CORREIA, BR e CAVALCANTE, ES, E. A prevalência de fatores de risco
para doenças cardiovasculares em estudantes universitários; Rev. Bras. Clin.
Med, 08; 25-29; 2010.
Resultados e Discussão
Trata-se de um resultado parcial, pois o programa
finalizará em dezembro de 2015, mas podemos afirmar
que a participação das estudantes foi efetiva em todas
as etapas do desenvolvimento do projeto até aqui
desenvolvidas; o crescimento científico de cada uma delas
foi visível; a criatividade foi ampliada e demonstrada
na construção de uma ferramenta para divulgar
formas de prevenção das doenças cardiovasculares; o
relacionamento delas com os acadêmicos do curso de
Medicina ocorreu sem barreira cultural e social, além
de terem ampliada a busca por novos conhecimentos,
já que aguçamos a sua curiosidade. Enfim, conseguimos
verificar que, se bem conduzido por parte do grupo de
pesquisadores responsáveis pelos projetos, o programa
faz, efetivamente, a inclusão de estudantes do ensino
médio de escolas públicas ao meio científico das escolas
de ensino superior.
Conclusão
Trata-se de um excelente programa que
aproxima estudantes do ensino público ao cotidiano
de pesquisadores e de instituições de ensino superior
em busca pelo conhecimento científico. Por um lado,
mediante este programa, conseguimos estimular
125
Chikungunya: Perfil clínico epidemiológico no Brasil- Um artigo de
revisão
Thiago Wesley de Oliveira, Morena Peres Bittencourt da Silva, Paula Pita de Resende Cortes
Resumo
Chikungunya (VCHIK) é uma infecção causada por um arbovírus e transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti
infectado. No Brasil, há risco elevado da disseminação desse vírus, já que seus transmissores são os mesmos da dengue.
Objetivos: investigar realidade dos riscos de epidemia do CHIKV no Brasil e suas repercussões clínicas na população.
Material e Métodos: foram analisados, no Scielo, 5 artigos publicados entre 2013 e 2014, referentes à doença chikungunya
e sua realidade epidemiológica.Resultados e discussões: artigos selecionados corroboram com a noção de riscos de
epidemia do CHIKV no Brasil. Além disso, o Ministério da Saúde registrou, em 2014, casos de transmissão autóctone da
febre,alertando seu potencial risco para saúde pública nacional.Conclusão: é preciso orientar a população sobre combate ao
vetor e estimular a educação da equipe de profissionais de saúde para que identifique e realize diagnóstico precoce dessa febre.
Palavras-Chave: Chikungunya. Epidemia. Aedes aegypti. Arbovírus.
Introdução
A Chikungunya (CHIKV) ou Catolotolo, como
é conhecida na África, é uma infecção causada por
um arbovírus do gênero Alphavírus (Togaviridae) e
transmitida aos seres humanos através da picada do
mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente,
pelo mosquito Aedes albopictus. É uma doença
emergente que vem se espalhando rapidamente e tem se
tornado uma preocupação mundial¹.
Os arbovírus têm potencial de tornarem-se
importantes problemas de saúde pública no Brasil e a
sua vigilância é necessária para um controle eficaz².
Apesar de não haver evidências de que o vírus esteja
circulando no país, por meio dos mosquitos1, vários
casos importados, diagnosticados laboratorialmente,
lembram o risco elevado da introdução do VCHIK no
país. Em razão disso, é pertinente analisar a realidade
do CHIKV no Brasil e as repercussões clínicas dessa
doença³.
Em face dessa perspectiva, o objetivo do presente
estudo foi investigar/revisar dados bibliográficos e
epidemiológicos e verificar, atualmente, o risco real de
uma epidemia na população brasileira por disseminação
do vírus causador da CHIKV.
Resultados e Discussões
A partir de 2004, foi observada a disseminação,
de forma sistemática e contínua, do vírus Chikungunya
(VCHIK) por vários continentes3. O Ministério da
Saúde registrou em setembro de 2014, dois casos da
febre de Chikungunya no município de Oiapoque, no
Amapá, em pessoas que não viajaram a países onde
ocorre transmissão da doença. Esses foram os dois
primeiros casos de transmissão no do país, chamados
de autóctones. Nas duas semanas seguintes, foram
confirmados mais 41 casos autóctones, dentre os quais,
33 no município de Feira de Santana, na Bahia, e mais
8 em Oiapoque4.
Mecanismos e sintomas: os mosquitos adquirem
o chikungunya vírus quando ingerem sangue de algum
humano infectado¹. Quando o indivíduo é picado pelo
vetor, o vírus é inoculado e se espalha rapidamente,
gerando uma infecção aguda que causa artralgia,
poliartralgia, mialgia, dores de cabeça, exantema,
conjuntivite, náuseas e febres repentinas. O período
de incubação desse vírus pode variar de 3 a 7 dias e
o índice de letalidade é menor do que 1%, no entanto,
a apreensão mundial concentra-se no modo como a
doença se manifesta. Os pacientes costumam também
Material e Métodos
Trata-se de uma revisão de literatura em que
foram selecionados cinco artigos, divulgados entre os
anos de 2013 a 2014. A escolha desse período se tornou
Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
126
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
importante à medida que foi marcado por avanços dos
estudos nessa área. Os trabalhos foram obtidos mediante
pesquisa eletrônica com levantamento bibliográfico na
base dos bancos de dados do Scielo e Pubmed. Além
disso, foram utilizadas as seguintes palavras- have:
Chikungunya; epidemia; Aedes aegypti; arbovírus.
apresentar febre elevada, tontura, fotofobia, náuseas e/
ou vômitos por até uma semana. Os sintomas e sinais
agudos da infecção pelo CHIKV resolvem-se em cerca
de 7 a 15 dias. Não há vacinas preventivas disponíveis,
sendo o vetor o único elo vulnerável na cadeia de
transmissão da doença³. Na Universidade de Tulane, nos
Estados Unidos, cientistas testaram em primatas uma
vacina com o vírus atenuado da febre de Chikungunya.
Os animais não desenvolveram a doença e também não
apresentaram efeitos colaterais, o que significa que a
vacina foi eficiente e segura. Exames em humanos ainda
não foram feitos, portanto embora promissora, não há
garantia de que os resultados sejam os mesmos4.
Esses sintomas podem ser facilmente confundidos
com os da dengue, porém a grande diferença da CHIKV
está no desencadeamento de intensas dores articulares e
musculares que dificultam a realização de movimentos,
então o indivíduo, por não achar uma posição confortável,
posiciona-se de uma forma recurvada e é exatamente
essa postura que justifica o nome do vírus Chikungunya
que no dialeto da Tanzânia significa “aqueles que se
dobram”¹.
Tratamento e prevenção: para evitar que a
infecção por CHIKV se dissemine no país é preciso que
os profissionais de saúde sejam informados a respeito das
condutas a serem tomadas diante do surgimento de novos
pacientes com sintomas e a população potencialize a
precaução de condutas pré-estabelecidas para o combate
aos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus². Também
é importante saber para que destino o paciente viajou
recentemente, o que ajuda no diagnóstico diferencial.
Os principais exames diagnósticos são ELISA e PCR¹.
O Brasil já se encontra capacitado para confirmar a
infecção na rede de laboratórios de referência para
arboviroses5.
Segundo Ferreira, Anjos L.R.B.; Oliveira,
Chicungunya é uma doença febril emergente que vem
se espalhando rapidamente e tem se tornado uma
preocupação mundial, o que vai ao encontro da lógica
proposta por Morcerf C.C.P.; Benette M. M.; Moraes
M.T.C; Siqueira A.A.; Silva A.C.G que apontam ser a
doença que venha a causar problemas de saúde pública
no Brasil. Já Vasconcelos P. F. C. observa que em 2014
foi observada a disseminação, de forma sistemática
e contínua por vários continentes. O autor Tauil P.L
salienta que não há vacinas preventivas disponíveis
para Chicungunya. Em contraponto, Aguiar R. revela
que cientistas testaram em primatas uma vacina com
o vírus atenuado da febre de Chikungunya, garantindo
resultado eficiente, mas sem previsão para testes em
humanos.
Os sintomas podem ser facilmente confundidos
com sintomas da dengue, de acordo Ferreira, Anjos
L.R.B.; Oliveira M. Já segundo estudos de Morcerf
C.C.P.; Benette M. M.; Moraes M.T.C; Siqueira A.A.;
Silva A.C.G priorizam um foco de precaução em relação
à transmissão da doença, e afirmam ser preciso que os
profissionais de saúde sejam informados a respeito das
condutas a serem tomadas diante do surgimento de novos
pacientes com sintomas e a população potencialize
a prevenção. Nessa lógica, apesar do baixo grau de
letalidade da doença, a forma como ela é transmitida e
manifestada responde pela apreensão social em relação
aos riscos de epidemia no Brasil.
Conclusão
É preciso estimular a educação da equipe de
profissionais da saúde para que identifiquem e realizem
o diagnóstico precoce dessa febre;
É válido orientar a população sobre combate ao
vetor.
Referências
2 Morcerf C.C.P.;Benette M. M.;Moraes M.T.C;Siqueira A.A.;Silva A.C.G;
et all. CHIKUNGUNYA: ARBOVIROSE COMO PROBLEMA DE SAÚDE
EM EXPANSÃO – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.Revista Rede de
Cuidados em Saúde.
3 Vasconcelos P. F. C.Emergência do vírus Chikungunya: risco de introdução
no Brasil.Rev Pan-Amaz Saude 2014; 5(3):9-10
4 Aguiar R.Conheça melhor a doença que está chegando ao Brasil e pode
causar uma epidemia pelo país. Cienc. Cult. vol.66 no.4 São Paulo Oct./
Dec. 2014
5 Tauil P.L.Condições para a transmissão da febre do vírus chikungunya.
Epidemiol. Serv. Saúde v.23 n.4 Brasília dez. 2014
127
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
1 Ferreira,Anjos L.R.B.;Oliveira M.FEBRE DE CHIKUNGUNYA: A
DOENÇA “DAQUELES QUE SE DOBRAM” É UMA AMEAÇA REAL
A POPULAÇÃO BRASILEIRA?. Faculdade Alfredo Nasser – Instituto de
Ciências da Saúde. 2014
Insuficiência cardíaca congestiva e suas terapêuticas cirúrgicas: Uma
revisão bibliográfica
Rocha, D.F., Oliveira, T. W., Mituiassu A.M.
Resumo
A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma síndrome clínica de muita amplitude na atualidade e vem sendo
considerada um dos grandes problemas de saúde pública, merecendo então uma maior compreensão sobre as possíveis
terapêuticas cirúrgicas. Objetivo: Investigar os tratamentos cirúrgicos disponíveis que são realizados para a ICC na
atualidade. Materiais e métodos: Foram analisados 6 artigos referentes a Insuficiência Cardíaca e suas principais
terapêuticas cirúrgicas, do ano de 1998 ao 2014, coletados no Scielo. Resultados: Os procedimentos citados nos artigos são:
revascularização do miocárdio, implante de prótese valvar, o Cardioversor-Desfibrilador Implantável e a cardiomioplastia.
Conclusão: embora o transplante sendo considerado a melhor forma terapêutica no caso da ICC, como é difícil realiza-lo,
outras formas terapêuticas foram desenvolvidas com intuito de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida desses pacientes.
Introdução
Material e Métodos
Tradicionalmente, o diagnóstico da insuficiência
cardíaca congestiva (ICC) é feito com base na presença
de determinados sinais e sintomas, caracterizando uma
síndrome clínica¹.
Sabe-se que o tratamento de eleição para pacientes
com ICC, refratários ao tratamento medicamentoso, é
o transplante cardíaco. Entretanto, devido ao número
reduzido de doadores a indicação desta conduta é
restrita².
Em função desta realidade, formas alternativas de
tratamento cirúrgico vêm sendo propostas e despertando
interesse. Dentre estas, podemos citar: revascularização,
implante de prótese, correção da Insuficiência Mitral e
desfibrilador implantável e cardiomioplastia. Deve-se
considerar que nesse contexto, diante da realidade de
poucos corações para transplante, é necessário maior
esclarecimento sobre algumas formas alternativas para
tratamento cirúrgico de ICC³.
Isso porque a IC vem se tornando um dos maiores
problemas de saúde pública nos últimos anos, quer
pelo aumento de sua incidência como pelos gastos que
determina4. A IC é doença muito limitante, necessitando
seus portadores, com certa frequência, de internações
para compensação, especialmente para os casos de maior
comprometimento cardíaco. Esse cenário, portanto, é
pertinente e requer maiores compreensões sobre opções
terapêuticas cirúrgicas5.
Em face dessa perspectiva, os objetivos do
presente estudo foram investigar as opções terapêuticas
cirúrgicas para pacientes com ICC.
Trata-se de uma revisão de literatura em que
foram selecionados seis artigos, divulgados entre
os anos de 1998 a 2014. A escolha desse período foi
importante na medida em que foi marcado por avanços
dos estudos nessa área. Os trabalhos foram obtidos
mediante pesquisa eletrônica, com levantamento
bibliográfico na base dos bancos de dados do Scielo.
De posse das referências, procedeu-se a análise da
bibliografia buscando os aspectos que valorizassem o
tema investigado; e a dedicação em confrontar textos
com o objetivo de manter a obra fiel. Além disso, foram
utilizadas as seguintes palavras-chave: Insuficiência
Cardíaca Congestiva; cirurgia cardíaca; miocardiopatia
dilatada, revascularização.
Resultados e Discussões
A estratificação de risco que o paciente com ICC
apresenta diante de uma cirurgia, permite prognosticar
melhor o risco operatório de determinado indivíduo e
tem grande importância na análise retrospectiva dos
resultados cirúrgicos³.
Observa-se que a fisiopatologia da ICC,
miocardiopatia dilatada, apresenta, evolutivamente,
mudança na geometria da cavidade ventricular
esquerda. Observa- se também dilatação do anel mitral,
a disfunção dos músculos papilares, que conjuntamente
a alterações segmentares da contratilidade ventricular,
determinam a não coaptação dos folhetos valvares com
Curso de Medicina, Centro de Ciências Medicas, Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
128
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Insuficiência Cardíaca Congestiva. Cirurgia Cardíaca. Miocardiopatia Dilatada. Revascularização.
subsequente escape valvar2.
A revascularização do miocárdio é feita de forma
completa, inclusive da região do infarto, uma vez que,
havendo nessas áreas alguma quantidade de músculo
viável, o mesmo será capaz de contribuir na função
global do VE5. A válvula mitral é abordada nas situações
em que apresenta regurgitação de grau moderado ou
grave que, na maioria das vezes, é devida a falha na
coaptação dos folhetos que ocorre pela dilatação do anel
mitral6.
O implante de prótese com consequente correção
da insuficiência mitral, determina, ao contrário do que
se pensava, melhora do débito cardíaco a despeito da
mesma fração de ejeção. Estudos clínicos e experimentais
têm demonstrado que a preservação dos folhetos, assim
como das estruturas sub-valvares, determina benefícios
na função ventricular, principalmente nos pacientes
graves já com insuficiência cardíaca importante6. Os
portadores de insuficiência cardíaca avançada têm
dificuldade de manutenção do débito cardíaco. É
justamente nesse caso a estimulação artificial pelos
marca-passos denominados de multissítio e pelos
cardioversor - desfibrilador implantável. Alguns
autores chegam a chamar os desfibriladores de modo de
conversão, isto é, converte uma morte súbita abortada,
em uma morte lenta por insuficiência cardíaca.
A cardiomioplastia consiste em reforçar o
músculo cardíaco no tratamento das cardiomiopatias
dilatadas. Apesar de ser indicada em pacientes com
cardiomiopatias severas, depende de um período de
adaptação do enxerto muscular de dois a três meses. Seu
objetivo básico é a melhora do quadro de insuficiência
cardíaca congestiva 6.
Os artigos selecionados respaldam o propósito
deste trabalho. Isso porque dispõem de estudos
atualizados, perpassando, assim, pelos vieses
terapêuticos viáveis para abordagem cirúrgica do
paciente com quadro de ICC.
Segundo os autores1, 3, 5 a presença de determinados
sinais e sintomas, caracteriza a síndrome clínica de ICC.
Para os autores³ o transplante cardíaco é a terapia de
eleição para ICC.
IC vem se tornando um dos maiores problemas de
saúde pública, de acordo com os autores4. O prognóstico
do paciente com ICC precisa ser estratificado, a fim de
melhor compreensão sobre o risco operatório. Esse
estudo realizado3 aponta para a relação entre risco
operatório de determinado indivíduo e o resultado
cirúrgico, o que dimensiona a importância em se
aprofundar saberes sobre a fisiopatologia do paciente
com ICC.
Segundo os autores², a ICC corresponde à
miocardiopatia dilatada, que gera mudança na geometria
da cavidade ventricular esquerda, implicando, assim,
em alterações de natureza estrutural e funcional. Já
outros autores6 destacam que, após infarto, áreas sadias
do coração contribuem para a função global do VE.
Nesse contexto, deve- se levar em conta a
importância dos marca-passos e implante de prótese,
enfatizado por Mario R., Amar e José J.S. como
alternativas para controle do DC.
Conclusão
- O transplante cardíaco é, sem dúvida, a melhor
opção cirúrgica para o tratamento da insuficiência
cardíaca terminal. Todavia, o reduzido número de
doadores impede a extensão desta forma de tratamento
a um número maior de pacientes.
- As opções terapêuticas cirúrgicas para pacientes
com ICC deverão ser aprimoradas no sentido de
favorecer uma abordagem terapêutica mais segura
para os pacientes, bem como priorizar uma melhora na
qualidade de suas vidas.
Referências
2 Buffolo E; Paula I.A; Palma H;Branco J.R.; Nova Abordagem Cirúrgica
para o Tratamento de Pacientes em Insuficiência Cardíaca Refratária com
Miocardiopatia Dilatada e Insuficiência Mitral Secundária. Arq Bras Cardiol,
volume 74 (nº 2), 129-134, 2000
3 Cadore M.P.; Guaragna J.C.V.; Anacker J.F.A;Albuquerque L.C.; Bodanese
L.C;PiccoliJ.C.E;PetracoJ.B.;Goldani M.B.miocárdica. Rev Bras Cir
Cardiovasc vol.25 no.4 São José do Rio Preto Oct./Dec. 2010.
4 Gaui E.N., Klein C.H., Oliveira G.M.M et all. Mortalidade por Insuficiência
Cardíaca: Análise Ampliada e Tendência Temporal em Três Estados do
Brasil. Arq Bras. Cardiol. Vol.94 São Paulo Jan 2010.
5 Barretto A.C.,Nobre M.R., Wajngarten M.,Canesin M.F.,Ballas D.,SerroAzul J.B.Insuficiência Cardíaca em Grande Hospital Terciário de São Paulo.
Arq Bras Cardiol, volume 71 (nº 1), 15-20, 1998.
6 Mario R., Amar e José J.S.Alternativas cirúrgicas para o tratamento da
ICC. Revista Brasileira de Cardiologiav15
129
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
1 Villacorta H., Duarte A., Duarte N.M., Carrano A., Mesquita E.T. at all.
Valor do Peptídeo Natriurético do Tipo B no Diagnóstico de Insuficiência
Cardíaca Congestiva em Pacientes Atendidos com Dispnéia na Unidade de
Emergência. Arq Bras Cardiol, volume 79 (nº 6), 564-8, 2002
Prevalência do tabagismo entre os estudantes de medicina da
Universidade Severino Sombra
Nathalye Emanuelle Souza³, Lyssa Caroline Monteiro Máximo Cartier¹, Mariana Gonçalves Garcia
Rosa¹, Cintia Dos Santos Lourenço¹, Pedro Marcos Magalhães Delgado¹, Fernando De Almeida
Werneck²
Resumo
O tabagismo é a principal causa evitável de morbidade e morte prematura. No Brasil, estima-se que ocorram 200 mil
óbitos anuais relacionados ao tabaco. A educação médica é uma importante ferramenta no controle e prevenção do
tabagismo. O início da vida universitária pode fazer-se em período de difícil adaptação, constituindo-se vulnerável
ao início e à manutenção do uso de tabaco. Para tal, diversos estudos sugerem a criação de medidas antitabágicas, de
modo que sejam direcionadas prioritariamente a essa população. Objetivo: Quantificar a prevalência de tabagistas
e as atitudes relacionadas ao tabagismo entre Estudantes de Medicina da Universidade Severino Sombra (USS), em
Vassouras--RJ. Metodologia: O estudo transversal, realizado com 191 acadêmicos das turmas do 5.º, 6.º e 7.º períodos
letivos de Medicina da Universidade Severino Sombra (USS) do segundo semestre do ano de 2013. Questionários
foram aplicados, após explanação da pesquisa, conteve perguntas sobre aspectos biológicos e demográficos, residência
atual, tabagismo entre os pais, tabagismo passivo e definição de tabagismo. Resultados: 86 (45,02%) eram fumantes,
fumantes casuais ou ex-fumantes, 8 (9,30%) ambos os pais eram tabagistas, 58 (67,44%) começaram a fumar por
curiosidade, 45 (52,32%) tinham 16 a 18 anos quando experimentaram cigarro, 40 (46,51%) tinha por definição:
tabagismo como doença, necessitando tratamento. Conclusão: a maioria dos universitários cria que o tabagismo
é doença, ambos os pais eram fumantes e iniciaram o vício de 16 a 18 anos, idade esta que entraram na faculdade.
Introdução
em questão, visando entender se o hábito de fumar fora
obtido por influências tais como: família, mídia, ou,
se esse hábito era adquirido no período preparatório,
durante os estudos de graduação.
O tabagismo é a principal causa evitável de
morbidade e morte prematura. No Brasil, estima-se que
ocorram 200 mil óbitos anuais relacionados ao tabaco.
A educação médica e de outros profissionais da saúde
é uma importante ferramenta no controle e prevenção
do tabagismo, mas tem sido subutilizada na maioria
dos países, inclusive no Brasil. Há uma tendência
mundial ao aumento da incidência do uso de cigarros
entre a população de adolescentes e adultos jovens,
principalmente entre os estudantes universitários.
Estes são considerados de acentuada suscetibilidade ao
envolvimento com o tabaco. A investigação em questão
adquire relevância para a avaliação real do uso de tabaco
em um grupo populacional jovem, formador de opinião,
possibilitando o fornecimento de subsídios para futuras
ações preventivas nessa população. A suposição de que
profissionais da área de saúde conhecem melhor os males
e consequências do fumo para a saúde e, por isso, teriam
valor instrumental em campanhas para controle desse
hábito; a observação sobre o aumento da prevalência
de tabagismo entre as mulheres e que estas constituem
a grande maioria da população da área da saúde em
praticamente todos os países do mundo, inclusive no
Brasil; juntos, despertaram a motivação para o estudo
Objetivo
Quantificar a prevalência de tabagistas e as
atitudes relacionadas ao tabagismo entre estudantes de
Medicina da Universidade Severino Sombra (USS), em
Vassouras-RJ.
Materiais e Métodos
Foi realizado estudo observacional transversal
em população de acadêmicos da Universidade Severino
Sombra (USS) em Vassouras-RJ, no ano de 2013. A
pesquisa abordou universitários do 5.º ao 7.º períodos do
curso de Medicina. Para a coleta de dados foi utilizado
questionário autoaplicável, desenvolvido para a
pesquisa, contendo perguntas relativas ao perfil social dos
universitários envolvendo a idade que experimentaram
o primeiro cigarro, fatores que influenciaram a fumar,
se os pais são tabagistas, necessidade de fumar junto
com consumo de bebidas alcoólicas, atitude perante
1. Acadêmicos da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina.
2. Professor da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina.
3. Acadêmico da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina, Bolsista PIBIC/USS-FUSVE.
130
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Tabagismo. Estudante. Rendimento acadêmico. Nicotina. Estudantes de Ciências da Saúde. Estilo de
Vida.
fumante passivo, definição de tabagismo, se já houve
tentativas para abandonar o vício, quantidade de cigarros
fumados por dia, reação dos familiares perante o vício.
Os questionários foram aplicados pelos pesquisadores
nas salas de aula, após breve explicação da pesquisa e
mediante assinatura no termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE), sem identificação pessoal. Entre
todos os estudantes de medicina dos 5.º, 6.º 7.º períodos
foram convidados a participar voluntariamente; entre
eles, 191 concordaram em participar efetivamente do
trabalho. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade de Medicina, da Universidade
Severino Sombra (USS).
(4,65%) estão em processo de aceitação, 29 (33,72%)
não aceitaram, 4 (4,65%) não sabem e 42 (48,83%) a
pergunta não se aplica.
Conclusão
•Muitos estudantes iniciam o vício no começo
da universidade, dado a dificuldade de adaptação e
ausência da família;
•Os estudantes não veem o tabagismo como
vício, ainda que estudem na área da saúde;
•Medidas
anti-tabágicas
focadas
nos
universitários devem ser revistas e melhor planejadas.
Resultados
Referências
Entre os 191 universitários avaliados, 86 (45,02%)
eram fumantes, englobando fumantes, fumantes
casuais ou ex-fumantes. 5 (5,81%) são fumantes, 16
(18,60%) são fumantes casuais e 54 (62,79%) são exfumantes. Desses 86 universitários, 16 (18,60%) tem
pai tabagista, 8 (9,30%) a mãe era tabagista e 8 (9,30%)
ambos os pais eram tabagistas. Em relação aos fatores
que influenciaram ao vício, 58 (67,44%) começaram
a fumar por curiosidade, 20 (23,25%) por influência
de amigos, 3 (3,48%) por influência de familiares, 4
(4,65%) por ansiedade e/ou depressão e 1 (1,16%) a
pergunta não se aplica. A idade em que os universitários
pesquisados provaram o primeiro cigarro, 30 (34,88%)
experimentaram com 15 anos ou menos, 45 (52,32%)
tinham 16 a 18 anos, 11 (12,79%) de 19 a 21 anos e
0 (0%) com 22 anos ou mais. Sobre a necessidade
de fumar, junto com o consumo de bebida alcoólica,
9 (10,46%) sente sempre necessidade, 9 (10,46%)
sentem ,às vezes, independente de estar perto de algum
fumante, 14 (16,27%) sentem, às vezes, mas somente
quando acompanhado por fumante e 53 (61,62%) não
sentem necessidade. Sobre a definição do tabagismo,
40 (46,51%) tinham por definição: tabagismo como
doença, necessitando tratamento como toda doença,
28 (32,55%) definem como uma escolha individual, 6
(6,97%) como um processo social e 12 (13,95%) nunca
pensaram sobre uma definição para o tabagismo. Sobre
o abandono do vício, 6 (6,97%) tentaram abandonar o
vício sem sucesso, 36 (41,86%) abandonaram o fumo,
10 (11,62%) estão tentando abandonar o vício, 16
(18,60%) não estão tentando abandonar o vício e 18
(20,93%) já abandonaram. Em relação à quantidade de
cigarros fumados diariamente, 22 (25,58%) fumam 10
cigarros ou menos, 6 (6,97%) de 10 a 20 cigarros, 0
(0%) de 20 a 30 cigarros, 0 (0%) 40 ou mais e 4 (4,65%)
fumam nenhum. De acordo com os universitários, a
reação da família assim que começaram a fumar foi, 1
(1,16%) indiferente, considerando um hábito normal, 6
(6,97%) ficaram temerosos, mas acabaram aceitando, 4
ALMEIDA, A., BERALDO, C. L., MAGALHÃES E. F., LIMA J. P. R.,
GUIMARÃES M. L., RISSO W. Tabagismo e sua relação com dados sociais
uso de álcool, café e prática de esportes, em estudantes da Universidade do
Vale do Sapucaí (UNIVÁS), Pouso Alegre, MG – Brasil.Rev Med Minas
Gerais 2011; 21(2): 168-173
MANGUS RS; Hawkins CE, Miller MJ. Tobacco and alcohol use among
1996 medical school graduates. JAMA. 1998;280(13):1192-1195.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The role of health professionals in
tobacco control. Geneva: WHO; 2005.
131
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
SMITH DR; LEGGAT PA. An international review of tobacco smoking
among medical students. J Postgrad Med.2007.;53(1):55-62
Qualidade de vida e os sofredores de migrânea: Uma revisão de
literatura
Thiago Zannon Soares Nogueira¹, Nathalye Emanuelle Souza³, Mariana Leão Calumby¹, Elisangela
Oliveira Afonso¹, Ana Beatriz Calmon²
Resumo
A Migrânea é um dos tipos de cefaleia primária, cuja etiologia é multifatorial, acometendo cerca de 15% da população
mundial. Predomina mais nas mulheres do que nos homens, e causa grande impacto na qualidade de vida. São quatro
as fases da migrânea: prodrômica, aura, cefaleia propriamente dita e recuperação. Nesse trabalho, os autores buscam
correlacionar o efeito da migrânea sobre a qualidade de vida, através de revisão da literatura atual. Um tratamento
correto, contínuo e de baixo custo, ou seja, acessíveis, são sinônimos de qualidade de vida, não apenas no mercado de
trabalho, mas também no ambiente doméstico, diminuindo o estresse, ansiedade e depressão ocasionados pela Migrânea.
Palavras-Chave: Cefaleia. Migrânea. Qualidade de vida. Neurologia.
Introdução
qualidade de vida, através de revisão da literatura
atual.
A Cefaleia é uma condição prevalente,
incapacitante, muitas vezes sem diagnóstico e
tratamento adequados. Ela afeta mais as mulheres e
tem maior frequência nos anos de maior produtividade.
No Brasil, as cefaleias são responsáveis por cerca de
9% das consultas em atenção primária. Estima-se que
apenas 56% dos pacientes com Migrânea procuram
atendimento de médico generalista e, destes, 4% e
16%, respectivamente, consultam com especialistas em
cefaleias, sendo mais comum as mulheres buscarem
assistência médica por esse motivo (Sociedade Brasileira
de Medicina da Família e Comunidade, 2009).
Revisão bibliográfica através do banco de dados
Eletrônico, utilizando os termos: cefaleia, enxaqueca ou
Migrânea, dor crônica, infância, qualidade de vida, no
período de 2000 a 2014, excluindo artigos sobre cefaleias
secundárias. Foram selecionados artigos científicos que
relataram estudos sobre as cefaleias primárias. Síntese
dos dados: foram encontrados 15 artigos científicos,
sendo selecionados aqueles que relataram estudos do
tipo relato de caso e revisão de literatura.
Objetivo
Revisão Bibliográfica
Correlacionar o efeito da Migrânea sobre a
Autor e ano
Martins LN et
al.², 2012
Zukerman E,et
al.4, 2004
Gherpelli
JLD6, 2002
Objetivos do estudo
Relatar um caso de
migrânea com aura,
comparando-o à
literatura atual.
Estuda a qualidade
de vida em populações portadoras de
enxaqueca e cefaleia
crônica diária.
Tipo de estudo Métodos
Relato de caso Estudo uma paciente do Hospital Universitário Sul Fluminense (RJ), com diagnóstico
de migrânea com aura,
Revisão BiRevisão de literatura, o uso
bliográfica
difundido de diversos instrumentos específicos para medir
o impacto a curto e longo
prazo da qualidade de vida nos
enxaquecosos.
Revisão bibliográfica Revisão de
Revisão bibliográfica, no
sobre o tema trataLiteratura
período de 1966 a 2001,
mento da cefaléia na
excluindo artigos de revisão e
infância e adolesregistros de casos.
cência
1. Acadêmicos da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina.
2. Professora da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina.
3. Acadêmico da Universidade Severino Sombra, Curso de Medicina, Bolsista PIBIC/USS-FUSVE.
132
Conclusões
A crise migranosa provoca um
impacto significativo na economia
e no bem-estar social
de inúmeras pessoas.
Sugere espaço para intervenções,
de modo a reduzir custos para
governos ou indivíduos, além de
permitir uma melhor qualidade
de vida.
Poucos estudos controlados sobre
o tema na faixa etária pediátrica.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Materiais e Métodos
Resultados
A Migrânea sem aura é frequente em,
aproximadamente, 90% dos pacientes. Estudos revelam
que a Migrânea ocorre três vezes mais em mulheres do
que homens (Stewart,1995). A incidência aumentada
de Migrânea em parentes próximos, como pais, irmãos,
avós e tios, tem correlação com 50 a 90% dos casos
(Topczewski, 2002). Nos Estados Unidos da América,
uma corporação bancária com 92.637 empregados
encontrou prevalência de enxaqueca similar as estatísticas
da população geral em 7,7% dos homens e 19,6% das
mulheres. Por meio desse estudo, estima-se custos de
21,5 a 24,4 milhões de dólares em relação à cefaleia
tipo migranosa (Zukerman, 2004), demonstrando assim
os prejuízos econômicos da Migrânea. Os indivíduos
acometidos com Migrânea tem maior incidência de dores
no corpo e limitação física, levando a diminuição mais
significante que a osteoartrite, diabetes ou Hipertensão
arterial sistêmica (Bigal, 2000).
Conclusões
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
•Aumento da incidência de Migrânea em todo o
mundo;
•Aumento nos gastos públicos na área da saúde
e no comércio em geral;
•Aumento de crianças e adolescentes
migranosas,
•Pacientes migranosos são constantemente
prejudicados em sua qualidade de vida;
•Pacientes migranosos são mais propensos a
Depressão, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes
entre outras doenças.
Referências
Adams A.C.; Neurologia para o Clínico – Diagnóstico e Tratamento, 1º
edição; Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter Ltda, 2004.
Martins L.N, Oliveira O.W.B, Pereira A.B.C.N.G, et al; Migrânea com
Aura, Qualidade de Vida e Tratamento: um relato de caso, Rev. de Saúde,
Vassouras, v. 1, n. 1, p. 15-24, jan./mar., 2010.
Cefaleias em Adultos na Atenção Primária à Saúde: Diagnóstico e
Tratamento; Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade,
Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação Academia Brasileira
de Neurologia, 2009.
Zukerman E, Guendler V.E, Mercante J.P,et al; Cefaleia e qualidade de vida,
Einstein; 2 (Supl 1): 73-75, 2004.
Kreling M.C.G.D, Cruz D.A.L.M, Pimenta C.A.M; Prevalência de dor
crônica em adultos, Rev Bras Enferm; 59(4): 509-13, jul-ago 2006.
133
Promoção da inclusão social por meio do projeto “O universitário
transformador na comunidade: Pequenas ações, grandes
inovações!”
Thiago César de Pádua¹, Daniella Nogueira Silva Melo¹, Maria Cristina Almeida de Souza², Sebastião
Jorge da Cunha Gonçalves², Elisa Maria Amorim da Costa², Marcos Antônio Mendonça²
Resumo
Um projeto de extensão universitária deve, idealmente, promover a inclusão social de forma a contribuir com a qualidade de
vida da comunidade onde é desenvolvido. Por meio do Projeto “O Universitário Transformador na comunidade: pequenas
ações, grandes inovações!”, alunos e professores da Universidade Severino Sombra (USS) realizam atividades de promoção
da saúde, prevenção a doenças e reabilitação dos moradores dos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras-RJ. Além
da oferta de assistência em saúde e do aprimoramento de habilidades motoras e competências cognitivas pelos alunos no
cuidado em saúde dos moradores, o projeto viabiliza oficinas de qualificação para que os membros da comunidade se
capacitem para o desenvolvimento de atividade geradora de renda, que somada aos rendimentos mensais pode auxiliar
na economia doméstica. Com este intuito são contempladas oficinas de capacitação em ervas medicinais e culinária. O
objetivo deste trabalho é descrever as ações realizadas na comunidade, destacando a parceria universidade-comunidade.
Introdução
Reflete-se sobre a importância da inserção
da universidade, por meio de práticas sociais e de
comunicação envolvendo a sociedade, na agenda
da inclusão social. Faz-se um relato de experiência
advinda com o Projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
nos bairros Ipiranga e Itakamosi, em Vassouras-RJ, que
promove além de ações de atenção à saúde, atividades
contribuidoras para a inclusão social dos moradores,
que têm sido beneficiados pelo resgate da cidadania, ao
usufruírem da oportunidade de autopromoção, mediante
a qualificação profissional e a geração de renda.
Ao realizar atividades acadêmicas de caráter
interdisciplinar e possibilitar a integração de diversas áreas
do conhecimento, as ações extensionistas contribuem
para uma nova forma de fazer ciência, de maneira
integrada, revertendo a tendência de fragmentação
do estudo da realidade observada na comunidade.
Idealmente, além de contribuir para o processo ensinoaprendizagem discente, a realização de um projeto de
extensão universitária deve contribuir para a inclusão
social dos membros da comunidade, por meio de ações
que, ao os empoderarem e qualificarem, contribuem para
melhoria de sua situação econômica, para a aquisição
de hábitos saudáveis e, consequentemente, para sua
qualidade de vida. O objetivo deste trabalho é descrever
as ações realizadas na comunidade, destacando a
parceria universidade-comunidade.
Conclusões
O projeto “O Universitário Transformador:
pequenas ações, grandes inovações!” contribuiu para
a promoção da saúde dos moradores da localidade
onde é desenvolvido, por meio da ação coordenada
de docentes e discentes da USS, ao mesmo tempo em
que, contribui para a diversificação na geração de renda
destes moradores na medida em que os qualifica para
atividades como culinária e produção de ervas e chás
medicinais.
Material e Métodos
Estudo descritivo baseado no relato da experiência
advinda com o projeto “O Universitário Transformador
na comunidade: pequenas ações, grandes inovações!”,
que conta com auxílio financeiro da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro – Faperj.
Referências
Resultados e Discussão
FAGUNDES, J. Universidade e compromisso social: extensão, limites e
perspectivas. Campinas: Unicamp, 1986.
1. Curso de Medicina da USS – Discente – Bolsista de Iniciação Científica CNPq.
2. Curso de Medicina da USS – Docente.
134
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Projetos. Extensão universitária. Ações transformadoras. Responsabilidade social.
FOSSÁ, M.I.T.; MOTA, M.S.; CARVALHO, L.; MILANO, P.
Responsabilidade social: reflexão sobre extensão universitária, inclusão
social, geração de trabalho e renda – A experiência do PISC em Santa MariaRS. Mediação, v. 9, n. 9, jul./dez. de 2009.
ROCHA, L. A. C. Projetos Interdisciplinares de Extensão Universitária:
ações transformadoras. Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes – SP,
2007. 84 f. (Dissertação Mestrado).
PAIM, J.S.; ALMEIDA-FILHO, N. Saúde coletiva. Teoria e prática. Rio de
Janeiro: MedBook, 2014.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Agência de Fomento: Faperj. Edital EXTPESQ (E_16/2014)
135
ÁREA DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E SOCIAIS
Reflexões e apontamentos sobre o programa dinheiro direto na
escola - PDDE no município de Engenheiro Paulo de Frontin- Rio de
Janeiro
José Paulo da Silva e Souza Júnior¹, Paulo Cesar Pereira²
Resumo
Na história brasileira, constata-se uma sensível demora para que a educação se tornasse atividade fim do estado
e alvo de financiamento fixo e continuado. Hoje, é tida como referência para o desenvolvimento da nação e alvo
de inúmeras políticas públicas, entre as quais o Programa Dinheiro Direto na Escola. O programa consiste no
repasse de recursos, de forma direta, entre o executivo federal e as escolas públicas e privadas de educação especial
mantidas por entidades sem fins lucrativos, na busca por agilizar o atendimento às principais necessidades dos
estabelecimentos de ensino. O estudo aqui desenvolvido tem o intuito de demonstrar a realidade encontrada em
Engenheiro Paulo de Frontin-RJ e a forma de emprego dos recursos advindos do governo federal e o retorno obtido.
Introdução
2001/2010 e com uma infinidade de metas e ampliação
do percentual para o financiamento da educação para
7% do PIB, Meta 1 do item 11.3., subitem 1, do título
V – Financiamento e Gestão, sendo tal item, vetado
pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sem
o financiamento proposto, os cerca de 30 objetivos
e metas do Plano perderam em parte seu sentido e
acabaram abandonadas pelo governo Lula, que em 2007
apresentou o Plano de Desenvolvimento da Educação.
O Plano de Desenvolvimento da Educação,
apresentado em 24 de abril de 2007, tem por objetivo
a “articulação para a oferta educacional de maneira
integrada e colaborativa” (PDE – sítio do MEC), entre
os entes federados. Conforme expõe Saviani (2007),
“o Plano se mostra bem mais ambicioso, agregando
30 ações que incidem sobre os mais variados aspectos
da educação em seus diversos níveis e modalidades”.
Aliado ao Decreto n.º 6.094/2007, o Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação, o PNE agrega ainda
outras 29 ações do MEC, com o sentido de promoção da
melhoria da educação oferecida no país.
Tendo início em 2008, o desenvolvimento e
elaboração do novo PNE, através do Ministério da
Educação - MEC, com a confecção do Documento
Referência CONAE 2010: Construindo o Sistema
Nacional Articulado de Educação: o Plano Nacional
de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação, sendo
este o referencial para as discussões nas Conferências
Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, e a partir do
já exposto pelo MEC, seriam elaboradas as modificações
e ouvidas as propostas consideradas necessárias entre
A regulamentação legal para a política
educacional desenvolvida em terras brasileiras
encontra amparo legal na Constituição Federal de 1988,
juntamente à Lei 9394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB/1996).
A Emenda Constitucional 14/1996 alterou o
caput do artigo 211 da CF, e a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB/1996) em seus artigos de 8.° a 20.º
explicitaram o princípio do regime de colaboração,
dizendo que a União será responsável pelo sistema
federal de ensino e exercerá a função redistributiva e
supletiva, garantindo oportunidades equitativas para
os diferentes Estados, Distrito Federal e Municípios.
Já a LDB/1996 em seu artigo 8.º diz que “A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão,
em regime de colaboração, os respectivos sistemas de
ensino”.
Com o intuito de garantir a melhor distribuição
de recursos, dado o maior poder de arrecadação da
União, foi criado ainda pela Emenda Constitucional 14,
o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério),
que consistia na mudança da estrutura de financiamento
do Ensino Fundamental no País (1.ª a 8.ª séries do antigo
1.º grau), ao subvincular a esse nível de ensino uma
parcela dos recursos constitucionalmente destinados à
educação.
O Plano Nacional de Educação, Lei 10.172/2001,
foi elaborado e aprovado para o exercício do decênio
1. Graduando em Tecnologia em Gestão Pública, Univ. Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Mestre em Ciências Ambientais pela Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
137
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Educação. PDDE. Políticas públicas.
os entes federados.
Conforme (MOREIRA, 2012, pág. 3), os recursos
são transferidos na modalidade de assistência financeira
automática, não dependendo, da celebração de convênio
ou instrumento congênere, sendo calculado de acordo
com o número de alunos extraídos do Censo Escolar
do ano anterior ao do repasse e de forma integral o
crescimento das transferências automáticas corresponde
a maior democratização na assistência financeira a
estados, municípios e Distrito Federal, na medida em
que, realizadas segundo critérios fundamentados nas
prioridades dos sistemas de ensino, reduzem a assistência
financeira por critérios político-partidários, o que, de
modo geral, acontece nas transferências voluntárias.
De acordo com a resolução que criou o PDDE,
seus recursos podem ser utilizados para custeio e capital.
A definição constante, segundo o próprio FNDE em seu
domínio eletrônico, configura custeio como recurso
para execução da manutenção da estrutura física, como
pintura e pequenos consertos, enquanto capital é tudo
aquilo que se torna patrimônio como móveis, eletrônicos
e elementos congêneres.
Ainda segundo o FNDE (Manual de Orientações
Básicas do PDDE, 2003), a verba recebida pode ser
utilizada de diversas formas sendo as mais comuns
à aquisição de material permanente; manutenção,
conservação e pequenos reparos da unidade escolar;
aquisição de material de consumo necessário ao
funcionamento da escola; avaliação de aprendizagem;
implementação de projeto pedagógico, desenvolvimento
de atividades educacionais despesas cartorárias para
alterações estatutárias desde que esta última sejam
cobertas por recursos enquadrados na categoria
custeio.
desta Associação podemos dizer que o saldo financeiro
é ferramenta de grande importância para a realização
de manutenção e melhoria na Unidade de Ensino dada
a proximidade que o responsável financeiro tem com a
rotina administrativa do Colégio Municipal.
A instabilidade política e a variabilidade no cargo
diretivo prejudicaram o andamento das atividades da
instituição, em especial, aqueles referentes à Unidade
Executora. Devemos levar em conta ainda que no período
não constam registros de capacitações dos executantes
das receitas e a gestão dos recursos financeiros sendo
o esclarecimento de dúvidas e a solução de problemas
repassados em sua integralidade a Secretaria Municipal
de Educação.
Fundamental para o desenvolvimento social,
coube à sociedade demonstrar a importância da educação,
trazendo-a ao foco de políticas públicas e financiamento
governamental até a garantia constitucional de direito
essencial à sociedade e atividade fim do poder estatal.
Através dessas garantias foram desenvolvidas
estratégias e verificada a necessidade da atuação conjunta
entre estado e sociedade para o desenvolvimento
pleno da atividade educacional. Nesse contexto após
o desenvolvimento das devidas políticas públicas
e o entendimento de que a educação precisa ser
compreendida e desenvolvida próxima a quem usufrui
dos serviços surge o conceito do Programa Dinheiro
Direto na Escola, onde à comunidade passa a ter voz
ativa nas instituições e os agentes governamentais
executantes da atividade fim conseguem visualizar com
maior clareza os problemas enfrentados no propósito de
facilitar a resolução de tais dificuldades num processo
de troca junto à comunidade envolvida.
O caso aqui analisado demonstra como as
políticas públicas ainda necessitam de melhoramento
e como o vanguardismo e paternalismo governamental
em muito ainda prejudicam o desenvolvimento de
um serviço efetivo e de qualidade. Verifica-se que os
métodos e processos utilizados e o modelo burocrático
com seus regimentos e estatutos arcaicos salvaguardam
o direito de exercício quase que pleno dos desejos do
poder estatal deixando de lado uma efetiva participação
social e causam uma instabilidade comprometedora
no andamento das atividades relativas à Unidade
Executora.
Relembrando ainda as questões econômicas
e culturais do local estudado, podemos verificar
que as despesas realizadas e os materiais adquiridos
cumprem-se, em grande parte do aporte realizado, a
suprir carências promovidas pelo próprio poder público
deixando de lado a questão da melhoria passando para a
de necessidade de utilização de recursos com materiais
Material e Métodos
Trata-se de pesquisa exploratória, com estudo
de caso e revisão bibliográfica. Realizado no Colégio
Municipal Joaquim Mendes – Engenheiro Paulo de
Frontin – RJ, o projeto tem o intuito de analisar os
principais gastos realizados com recursos oriundos do
Programa Dinheiro Direto na Escola. Mediante análises
de prestações de conta, e levando-se em consideração
o período de 2009-2012, a proposta é a de se entender
os referidos gastos como ferramenta de gestão escolar
e desenvolvimento do ensino. Justifica-se a exclusão
dos anos de 2013 e 2014 em virtude da baixa ou não
execução dos recursos advindos do programa.
Resultados e Discussão
Por se tratar de recurso disponível diretamente
para a escola, e como prevê o estatuto da Unidade
Executora do Diretor Geral ser também o presidente
138
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusões
que poderiam ou deveriam ser adquiridos pelo ente
estatal embora esta não seja uma questão de ilegalidade
visto que o Programa Dinheiro Direto na Escola preveja
estas formas de utilização dos recursos e as realidades
encontradas tenham peso para a utilização dos recursos
disponibilizado pelo executivo federal.
Vislumbra-se que a adequação da legislação faz-se
necessária e evitaria distorções na execução dos recursos
provenientes do PDDE, cabendo ainda o fomento a
participação social evitando desta forma qualquer forma
de acomodação do poder público promovendo assim
a transparência de ações, a integração da sociedade
no desenvolvimento de ações efetivas e resultados
concretos na promoção de índices educacionais que
atendam a expectativa e os desejos da sociedade.
Referências
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institucional. Novos estud. - CEBRAP [online]. 2010, n.87, pp. 131-143.
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CAMARGO, Rubens Barbosa de; PINTO, José Marcelino de Rezende
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V JORNADA SEVERINO SOMBRA
OLIVEIRA, João Ferreira de; FONSECA, Marília and TOSCHI, Mirza
Seabra. O programa FUNDESCOLA: concepções, objetivos, componentes
e abrangência - a perspectiva de melhoria da gestão do sistema e das escolas
públicas.Educ. Soc. [online]. 2005, vol.26, n.90, pp. 127-147. ISSN 01017330.
SAVIANI, Dermeval. O Plano de Desenvolvimento da Educação: análise do
projeto do MEC. Educ. Soc. [online]. 2007, vol.28, n.100, pp. 1231-1255.
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SCHNEIDER, Marilda Pasqual; NARDI, Elton Luiz and DURLI, Zenilde.
O PDE e as metas do PAR para a formação de professores da educação
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SIMIELLI, Lara Elena Ramos. Coalizões em educação no Brasil: relação
com o governo e influência sobre o Plano de Desenvolvimento da Educação
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0034-7612.
139
Políticas públicas em segurança pública
Marcos Paulo Ventura¹, Paulo Cesar Pereira²
Resumo
A descrição de um processo sucessivo, na tentativa de formular e implantar políticas de segurança pública por meio
de elaboração de planos buscou compreender seus principais movimentos através de seus avanços e recuos, pressões
e reações, indução e negociações que marcaram a experiência evolutiva e histórica dos diversos atores relevantes na
área de segurança pública, em âmbito nacional. As avaliações e os preparos referentes às aplicações dessas políticas
específicas, assim como a performance da sociedade equiparadas à postura dos profissionais da área, não têm sido apenas
uma dificuldade brasileira, e sim, por boa parte do mundo onde gestores e especialistas confrontam-se aos desafios
pelas reduções de índices criminais, demarcados por seus indicadores demonstrativos em uma ação dada como virtuosa,
propiciando sempre um problema crônico. No ano de 2003, com a criação do PRONASCI, a esperança pela melhoria na
área da segurança tornou-se mais próxima da realidade, devido à participação integrada dos entes federados, bem como
o conluio das esferas jurídicas, que passaram a atuar de maneira uniforme, preparando suas forças através de planos de
ação direcionados, adequando-as às necessidades regionais de acordo a suas taxas e índices criminais, aproximando a
sociedade de forma participativa e colaboradora nas questões resultantes. Avaliando os resultados pelas diferentes formas
de aplicações dessas políticas entre os estados do Rio de janeiro, Pará, Goiás, Rio Grande do Sul e Bahia, o presente artigo
busca uma forma compreensiva, baseando-se nas necessidades e resultados produtores de variados reflexos positivos ou não,
deixando transparente a esperança pela eficiência e eficácia do plano nacional de segurança pública aos estados Brasileiros.
Introdução
por suas competências, vinculadas aos compromissos
da sociedade e dos profissionais de segurança em suas
atividades fins, possibilitando a criação e implantação
de um plano nacional unificado (PRONASCI),
harmonizando as três esferas governamentais (Federal,
Estadual e Municipal) e aproximando a comunidade ao
poder público em prol de um mesmo objetivo.
Baseado em reflexos e resultados oriundos das
políticas de segurança antecedentes às atuais, o artigo
buscará transparecer as mudanças e melhorias a partir
da aplicação efetiva das intervenções inovadoras,
comparando índices que demonstrem sua importância
e eficácia e como esta se encontra sendo aplicadas
além das diferentes formas de condução das políticas
de segurança nos estados brasileiros e quais os índices
resultantes relativos à sua eficiência através das
diferenças étnicas, culturais e sociais buscando uma
referência comparativa entre as regiões geográficas
do Estado brasileiro nos indicadores fornecidos pelas
secretarias de segurança estaduais, identificando a
progressão, eficácia e eficiência durante o período de
sua aplicação.
A Constituição de 1988 trouxe algumas mudanças
para a sociedade, contudo mantém algumas questões da
Constituição anterior em relação à segurança pública.
Um exemplo é a atuação de um dos órgãos responsáveis
pela segurança pública, Polícia Militar, em defesa do
estado, como aparelho controlador de uma maioria
excluída, seguindo assim uma ideologia de controle
No Brasil, uma sociedade em que se exerce
democracia plena, a segurança pública garante a proteção
dos direitos individuais, assegurando o exercício da
cidadania. Neste sentido, a referida segurança não se
contrapõe à liberdade e é condição para o seu exercício,
fazendo parte de uma das inúmeras e complexas vias
por onde trafega a qualidade de vida dos cidadãos.
As forças de segurança buscam se aprimorar a
cada dia e atingir níveis satisfatórios de qualidade que
atendam à expectativa social, imbuídos pelo respeito e
à defesa dos direitos fundamentais do cidadão e, sob
esta óptica, compete ao Estado garantir a segurança de
pessoas e bens na totalidade do território brasileiro, a
defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a
manutenção da paz e ordem pública.
O crescimento progressivo populacional e das
demandas variadas entre os estados e a incidência da
criminalidade fizeram com que as Políticas Públicas
de Segurança se adequassem às necessidades em suas
jurisdições de forma interventora, aplicando ações
inovadoras, repressivas e pacificadoras, formuladas
através de um plano estratégico, fundamentado em
índices declarados por indicadores estatísticos.
Seus resultados refletiram em diferentes formas,
bem como a aplicabilidade em suas ações, sendo eles
favoráveis ou não, comparados entre os estados brasileiros
1. Graduando em Tecnologia em Gestão Pública, Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
140
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Políticas Públicas de Segurança. PRONASCI. Resultados.
social.
Desde 2003, a política de segurança pública
em âmbito nacional vem avançando muito através de
diversas reformulações. Inicialmente, os esforços se
concentraram na implementação do Sistema Único de
Segurança Pública (SUSP).
Segundo (Miki, 2011, apud Cruz, 2013, pag. 6)
a experiência das políticas públicas da área da saúde
serve de exemplo para a segurança, que passa a integrar
as ações federais, estaduais e municipais, preservando
a autonomia federativa assegurada na Constituição
Federal e atribuindo coerência sistêmica às políticas da
área.
O governo federal deu início, em 2007, ao
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania
(PRONASCI). O programa reconhece a violência como
um fenômeno decorrente de múltiplos fatores, que requer
respostas do estado intersetoriais e transdisciplinares.
Nesse sentido, as políticas de segurança focalizam as
raízes da violência e da criminalidade e estão articuladas
permanentemente com as demais áreas, como educação,
saúde e cultura.
A violência e a criminalidade precisam ser
compreendidas de forma ampla, permitindo que se
percebam suas soluções como um conjunto de ações
diversificadas, sejam elas preventivas ou repressivas
qualificadas, que devem ser levadas a cabo não apenas
pelas forças policiais, mas também pelos demais órgãos
públicos, de forma planejada, coordenada e integrada.
União, estados e municípios devem somar os esforços
e atuar de forma sistêmica. A participação da sociedade
e dos trabalhadores da área deve ser priorizada e
assegurada em todas as esferas governamentais. Por fim,
é necessário e urgente que a vigente cultura de violência
seja imediatamente substituída por uma cultura de paz,
cidadania e democracia participativa. (MIKI, 2011, ano
4, n.º 14).
na região sudeste, o Pará, na região Norte, o estado da
Bahia, como representante do Nordeste, o estado de
Goiás, pelo Centro-Oeste e o Rio Grande do Sul, pela
região Sul.
De acordo com os indicadores analisados,
dentre os delitos selecionados como Roubo, homicídio
e Latrocínio e comparados nos anos de 2011, 2012,
2013, 2014, fora observado que entre as cinco escalas
federadas, o Roubo prevaleceu em 1.° lugar como maior
incidente, variando com maior queda no estado do Pará
em - 13,13 %. O homicídio veio em segundo plano
pela sua maior incidência, projetando maior queda em
Goiás com – 82 % e o Latrocínio apareceu em terceiro
lugar pela sua alta, mesmo assim com queda registrada
também em Goiás com - 73,0%.
Evidencia-se que a adoção de uma administração
pública gerencial e democrática faz-se necessária
e culmina com a participação popular, através de
denúncias e informações ligadas ao crime de sua região
de moradia, facilitou as forças de segurança a um maior
monitoramento e precisão nas construções de ideias e
respectivos planos de ação.
Conclusões
Os investimentos na área de inteligência
vinculada à tecnologia, o preparo da mão de obra
especializada (Policiais) e a implementação de logística
adequada às realidades financeira, econômicas e sociais
de cada Estado, fazendo com que seus planejamentos
e estratégias tornem-se mais eficazes, propiciando
opiniões que parcialmente deixaram de ser opositivas
para favoráveis, proporcionando entregas proveitosas e
confortáveis ao meio social.
Para que as inovações nesta área atinjam um
patamar satisfatório de qualidade, observa-se a carência
na adequação das leis, a necessidade da criação de
legislação específica para situações de conflito, a
transparência que proporcione o entendimento social,
participativo e crítico quanto à ação das forças de
segurança que alavanque a integração de um governo
democrático, neste processo de interação para que
possam proporcionar resultados concretos com ênfase
aos dispositivos culturais, da saúde e educação que estão
diretamente ligados as questões da Segurança Pública
almejada por todos como um meio de se instalar a paz e
harmonia entre os cidadãos.
Material e Métodos
O trabalho se baseia na revisão bibliográfica e
legal e no estudo das informações disponíveis em sites
governamentais públicos relacionados à segurança
pública. Foram selecionados cinco estados da federação,
sendo um de cada região, e comparado a política pública
voltada a segurança em cada um deles.
Tentou-se evidenciar o alcance das políticas
de segurança, nas informações colhidas dentro de
um período determinado (2014 a 2015), e foram
investigados os resultados obtidos durante as aplicações
e intervenções feitas pela área de segurança pública de
cada Estado, em até três tipos de índices criminais mais
reincidentes (roubo de automóveis, homicídio e roubo
generalizado).
Foram selecionados os estados do Rio de Janeiro,
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br Acessado em: 21/07/2014.
141
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Resultados e Discussão
BRASIL. Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania
(PRONASCI). Disponível em: <http://www.pronasci.gov.br>. Acessado em:
22/07/2014.
MIKI. R. Política de Segurança Pública no Brasil. Revista Interesse
nacional. Ano 4 - número 14 Julho-Setembro 2011.Disponível em: http://
interessenacional.com.br. Acessado em: 20/07/2014.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
CRUZ, G. B. A Historicidade da Segurança pública no Brasil e os desafios
da participação popular. Cadernos de Segurança Pública Ano 5, Número
04, Março de 2013. Disponível em: http://www.isp.rj.gov.br. Acessado em
20/07/2014
142
Gestão de resíduos eletrônicos em organizações públicas
Mauro Martins¹, Paulo Cesar Pereira²
Resumo
No Brasil, como em todo o mundo, a questão ambiental se tornou tema preocupante para a humanidade. O desenvolvimento
tecnológico ocorrido nas últimas décadas levou a humanidade a uma condição de conhecimento e comunicação como
nunca havia experimentado anteriormente. Entretanto, a velocidade e as pressões do mercado, levam ao descarte
de grandes quantidades de material impactante ao meio ambiente. Os Resíduos eletroeletrônicos possuem grandes
quantidades de metais pesados, que destinados de forma incorreta podem acarretar diversos e graves problemas (Silva,
2007). O objetivo deste estudo é verificar as práticas utilizada pela administração pública local em relação a destinação
dos resíduos eletroeletrônicos, elaborando para isso o levantamento dos principais riscos ambientais e danos à saúde
pública causados por esses resíduos, os aspectos da legislação ambiental vigente em relação ao tema, e a aplicação da Lei
12305/2010, que obriga a estruturação de sistemas de logística reversa para a cadeia produtiva de produtos eletroeletrônicos.
Introdução
A Lei 12305/2010 instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, e estabeleceu as diretrizes relativas
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades
dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010).
A citada lei estabelece em seu Artigo 33 que
produtos eletroeletrônicos e seus componentes, sejam
objeto de sistemas de logística reversa, mediante retorno
dos produtos após o uso pelo consumidor, devendo
os consumidores efetuar a devolução após o uso, aos
comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das
embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput,
e de outros produtos ou embalagens objeto de logística
reversa (BRASIL, 2010).
Como
consumidor
destes
produtos
a
Administração Pública, que tem por um dos princípios
jurídicos a responsabilidade objetiva por seus atos,
consagrada no artigo 37, parágrafo 6.° da Constituição
Federal (BRASIL,1988) que prevê a responsabilização
do Estado, estipula os sujeitos ativos e passivos, além
do direito de regresso nos casos previstos, pelo Código
Civil, em seu Artigo 43., as pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado prestadoras de serviço
público respondem pelos atos de seus agentes - desde que
exercidas em suas funções ou a pretexto de exercê-las e
mais recentemente pelo DECRETO N.º 5.940, DE 25 DE
OUTUBRO DE 2006 , que instituiu a obrigatoriedade
da separação e a sua destinação dos resíduos recicláveis
descartados pelos órgãos e entidades da administração
pública federal direta e indireta (BRASIL, 2006).
O objetivo do trabalho é identificar as práticas
No Brasil, como em todo o mundo, a questão
ambiental se tornou tema preocupante para a humanidade,
deixando ser de interesse apenas de ambientalistas ou
pessoas vinculadas às questões ecológicas, para ser vista
como uma problemática que perpassa toda a sociedade
(OLIVEIRA, s/d).
O crescimento da população gera um excedente de
subprodutos de suas atividades que supera a capacidade
de adaptação do meio ambiente, o que pode representar
ameaça à biosfera. O potencial de reaproveitamento que
os resíduos representam, somado a um fator de interesse
mundial que é a preservação ambiental e promoção
do desenvolvimento ecologicamente sustentável,
impulsiona a necessidade de reverter essa situação
(ANDRADE, 2002).
Na sociedade contemporânea, o consumo elevado,
o ritmo acelerado da inovação e a chamada obsolência
programada fazem com que os equipamentos eletrônicos
se transformem em sucata tecnológica em pouco tempo
(SILVA,2007).
Resíduos de equipamentos eletrônicos são o
grupo de resíduos de mais rápido crescimento em
muitos países. Em 2012 ocorreram vendas globais de
novos equipamentos incluídos 238.500.000 televisores,
444.400.000 computadores e tablets, e 1,75 bilhão de
telefones móveis. Todos estes produtos eletrônicos se
tornam obsoletos ou indesejadas, muitas vezes dentro
de 1-3 anos após a compra. Este volume enorme de
resíduos deverá continuar crescendo 8% ao ano, por
tempo indeterminado (GAO, 2012).
1. Graduando em Tecnologia em Gestão Pública, Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
2. Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
143
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Resíduos Eletrônicos. Ambiente. Administração Pública.
A pesquisa foi realizada através de questionários
fechados e autoaplicáveis, diretos com servidores
públicos dos poderes Executivo e Legislativo do
município de Vassouras, Rio de Janeiro, a fim de obter
dados sobre alguns aspectos envolvidos na produção,
separação e destinação dos resíduos eletrônicos
produzidos nestas organizações.
No Brasil, país de dimensões continentais, a
realidade de geração e impacto desses resíduos não é
conhecida e a Política Nacional de Resíduos Sólidos
vem sendo lentamente implantada, quando comparada
com a velocidade da expansão tecnológica e a produção
e descarte dos resíduos eletrônicos.
É necessário que se estabeleça nas organizações
públicas um debate a fim de que se possa assumir
o cumprimento das legislações que regulem estas
destinações, seja como consumidora destes produtos
ou como reguladora das práticas danosas ao meio
ambiente.
Resultados e Discussão
Referências
A Secretaria de Desenvolvimento da Produção, do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (SDP/MDIC) e pela Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), apontam que o
Brasil deve gerar aproximadamente 1,100 mil toneladas
de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE)
pequenos em 2014, e que os 150 maiores municípios
brasileiros são responsáveis por aproximadamente dois
terços de todo o lixo eletroeletrônico que se estima
seja descartado no país. Neste volume se encontra
uma parcela não dimensionada que é descartada pela
administração pública e esta aja como reguladora das
ações de gestão ambiental ou como indutora de boas
práticas de proteção ao ambiente deve adotar medidas
de redução desse impacto.
Na pesquisa ficou bem evidenciado que os
servidores públicos entrevistados têm percepções
bem significativas da observância da obsolescência
programada, na forma de descarte residual inadequado
ao meio ambiente e a saúde e como responsável no
papel de consumidor de eletrônicos e de sua importância
dentro deste contexto. Notou-se nestes quesitos que
existe uma grande consciência de sustentabilidade e
dos grandes debates que este tema leva de positivo aos
olhos da sociedade em seus gestos e atitudes.
Nas questões relacionadas a práticas ambientais
corretas, os servidores municipais demonstraram as
suas visões de uma realidade sombria e desgastada.
A coleta seletiva não implementada pelo município e
de real importância para o descarte correto e leal dos
eletroeletrônicos, fulmina com os resultados nada
agradáveis com relação ao uso incorreto do aterro
sanitário, que sem dúvidas terá seu tempo de uso
reduzido e consequentemente com mais gastos ao
município, afetando a sociedade que arcará com o custo
deste sinistro.
ANDRADE, Renata. “Caracterização e Classificação de Placas de Circuito
Impresso de Computadores como Resíduos Sólidos”. Tese de Mestrado.
Campinas: Faculdade de Engenharia Mecânica. Universidade Estadual de
Campinas, 2002.
Material e Métodos
BRASIL. DECRETO N.º 5.940, DE 25 DE OUTUBRO DE 2006. Institui
a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades
da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a
sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais
recicláveis, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
26 out 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03
ago 2010.
BRASIL. LEI N.º 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o Código
Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan 2002.
GAO. United States Government Accountability Office. Electronic
Waste. Report to the Ranking Member, Committee on Oversight and
Government Reform.Fevereiro,2012. Disponível em http://www.gao.gov/
assets/590/588707.pdf. Acesso em 07 abr 2014.
OLIVEIRA, L. G. S. AAtuação dos Assistentes Sociais frente à Implementação
da Política Social de Educação Ambiental. Natal: Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN), s/d. Disponível em:http://www.cchla.ufrn.br/.
Acessado em: 09 jul.2011.
SILVA, Bruna Daniela da, OLIVEIRA, Flávia Cremonesi, MARTINS,
Dalton Lopes, Resíduos Eletroeletrônicos no Brasil, Santo André, 2007.
The E-Waste Crisis Introduction. Disponível em http://www.e-stewards.org/
the-e-waste-crisis/. Acesso em 07 abr 2014.
144
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusões
adotadas pelas organizações públicas no gerenciamento
dos resíduos eletrônicos produzidos, evidenciando as
políticas de redução da produção, a destinação para
reciclagem e a redução de impactos ambientais.
Apoiando a Colaboração entre Cientistas em uma linha de produtos
de Software Científico
Anrafel Fernandes Pereira
Resumo
Diferentes abordagens têm sido empregadas para apoiar a concepção de workflows científicos, entre elas está
a abordagem de Linha de Produtos de Software. A concepção destes workflows não é uma tarefa trivial e
abordagens ad hoc criam várias barreiras neste cenário. A ausência de suporte para promover a colaboração entre
cientistas pode ser considerada uma barreira adicional. Este trabalho propõe uma abordagem para a concepção
de workflows científicos através de uma Linha de Produtos de Software que faz uso de elementos de colaboração, a
fim de apoiar a colaboração entre os cientistas, contextualizando-os sobre as atividades desenvolvidas. Para
este efeito, a abordagem PL-Science foi estendida para suportar e fornecer informações que descrevem as ações
tomadas pelos cientistas, sendo apresentada assim uma nova abordagem chamada de Collaborative PL-Science.
Introdução
PL-Science (Costa et al. 2013).
Abordagens como Linha de Produtos de Software
– LPS vêm sendo utilizadas como forma de auxiliar os
cientistas na realização dos seus experimentos e trazer
ganhos para o cenário da e-Science [Costa et al. (2013),
Czarnecki et al. (2006), Filho et al. (2012), Johansen et
al. (2010)]. Entretanto, a maioria dos trabalhos inseridos
neste contexto não aborda os benefícios que a utilização
de elementos de colaboração pode propiciar ao domínio
de software científico. A necessidade de promover a
colaboração neste domínio não é algo recente, tendo
sido apresentado inicialmente por Wulf (1989), o qual já
evidenciava alguns problemas clássicos desse cenário,
como por exemplo, a dificuldade de comunicação e
cooperação entre equipes distribuídas de cientistas.
A utilização de elementos de colaboração (Fuks et
al. 2007) neste domínio pode ser útil para apoiar a
coleta e a disponibilização de decisões e resultados
obtidos nos experimentos realizados, e como resultado,
oportunidades de interações podem ser oferecidas.
O problema de pesquisa abordado neste estudo
está na ausência de suporte para colaboração entre
cientistas em uma Linha de Produtos de Software
Científico (LPSC) durante a concepção de seus
experimentos, permitindo também a contextualização
destes pesquisadores durante a concepção de seus
workflows e proporcionando ainda a descoberta de novos
conhecimentos sobre o domínio no qual estão inseridos.
Para isso, é apresentada uma abordagem denominada
Collaborative PL-Science, a qual é uma extensão da
Material e métodos
Um levantamento bibliográfico foi realizado para
investigar possíveis trabalhos relacionados, bem como
identificar formas que vêm sendo abordadas para tratar
o problema levantado em outros contextos. Tudo isso
permitiu que se pudesse especificar uma abordagem
que buscasse minimizar os problemas levantados neste
cenário (Pereira et al., 2014). Abordagem esta, que
apresenta em sua estrutura um modelo arquitetural
desenvolvido sob os paradigmas da SOA (Service
Oriented Architecture), uma memória de grupo composta
por um banco de dados relacional e por uma ontologia
para representação do conhecimento do domínio, além de
Web Services de colaboração que foram implementados
como parte da proposta de solução, formando assim,
a Collaborative PL-Science. Mais detalhes podem ser
conhecidos em http://plscience.superdignus.com/.
Entre os métodos de pesquisa adotados para
verificar a hipótese deste estudo está a realização
de provas de conceitos (Proof of Concept- PoC).
Para isso, foram utilizados dados obtidos através de
experimentações prévias executadas na EMBRAPA
e na FIOCRUZ (Costa et al. 2013), já que o estudo
desenvolvido se encontra inserido no contexto de
Bioinformática, mais precisamente no desenvolvimento
de workflows científicos para a realização de
sequenciamento e alinhamento genético de gados de
leite. Outro método de pesquisa utilizado foi o estudo
Universidade Severino Sombra – Engenharia da Computação. Universidade Federal de Juiz de Fora – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação.
145
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Colaboração. Linha de Produtos de Software. Workflow Científico. e-Science.
Referências
de caso, realizado no laboratório de pesquisa (NEnC –
Núcleo de Pesquisa em Engenharia do Conhecimento)
da UFJF com o propósito de responder outras questões
de pesquisas (Pereira et al., 2014).
Costa, G. C. B.; Braga, R. M.; David, J. M. N.; Campos, F. C. A.; Arbex,
W. 2013. PL-Science: A Scientific Software Product Line. In 2013
International Conference on Computational Science, Barcelona, 1-10.
Resultados e Discussão
Czarnecki, K., Kim, C. H. P., Kalleberg, K. T. 2006. Feature Models are
Views on Ontologies. Proceedings of the 10th International on Software
Product Line Conference, Washington, DC, USA. IEEE Computer Society,
41–51.
Após a realização das avaliações propostas na
Collaborative PL-Science, pode-se perceber que as
lacunas observadas puderam ser tratadas, por exemplo:
(i) ausência de informações sobre o contexto que
envolve as atividades dos usuários, foi tratada através
da criação de uma memória de grupo e, a partir dela a
apresentação de informações de percepção e contexto;
(ii) a ausência de um serviço para promover a interação
entre os cientistas pode ser suprida, inicialmente,
através de um mecanismo de suporte à comunicação
possibilitando que eles pudessem trocar experiências e
habilidades durante a realização das atividades; e (iii)
a dificuldade para reutilização de artefatos do núcleo
da LPSC, pode ser tratada através das oportunidade de
consultas à memória de grupo (composta pelo Banco
de Dados Relacional e pela ontologia de domínio)
para buscar informações sobre como artefatos foram
utilizados, em quais produtos, por quais cientistas, entre
outros.
A realização destas avaliações permitiu-nos
ainda obter evidências sobre a viabilidade da solução,
constatando ainda que a hipótese levantada é suscetível
de ser explorada através de estudos experimentais
adicionais.
Filho, J.B.F., Barais, O., Baudry, B., Viana, W., Andrade, R. M. C. 2012.
An Approach for Semantic Enrichment of Software Product Lines,
Proceedings of the 16th International Software Product Line Conference SPLC 2012, Salvador, 188-195.
Fuks, H.; Raposo, A. B.; Gerosa, M. A.; Pimentel, M.; Lucena, C. J. P. 2007.
The 3C Collaboration Model. In Ned Kock. (Org.). The Encyclopedia of
e-Collaboration. Hershey, USA, 637-644.
Johansen, M. F., Fleurey, F., Acher, M., Collet, P., and Lahire, P. 2010.
Exploring the Synergies between Feature Models and Ontologies. In
International Workshop on Model-driven Approaches in Software Product
Line Engineering, Jeju Island, South Korea, Lancester University, 163–171.
Pereira, A. F., David, J. M. N., Braga, R., & Campos, F. (2014, October).
CollabPL-Science: Using Collaborative Elements in a Scientific Software
Product Line. In e-Science (e-Science), 2014 IEEE 10th International
Conference on (Vol. 2, pp. 49-54). IEEE.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Wulf, W. 1989. The National Collaboratory. In Towards a National
Collaboratory. Unpublished Report of a National Science Foundation
Invitational Workshop, Rockefeller University, New York.
Conclusões
Considerando a especificação e implementação
da abordagem proposta e sua utilização no cenário
relatado acima, puderam-se destacar as seguintes
contribuições: (i) a construção de uma arquitetura
para fornecer informações de percepção e contexto
aos cientistas e promover a interação entre eles; (ii) a
oportunidade de permitir que cientistas possam tomar
decisões e desenvolver seus experimentos a partir de
artefatos já analisados, comentados e persistidos por
outros cientistas; (iii) a aproximação entre os cientistas,
bem como o conhecimento sobre a forma de atuar de
cada um deles, por conduzir a uma visão mais ativa
e colaborativa deste participante no seu ambiente de
trabalho; (iv) a utilização do paradigma arquitetural
SOA, o que possibilita a evolução, suporte e manutenção
da Collaborative PL-Science; e (v) o reuso de serviços,
o que colabora para o aumento da produtividade e o
alinhamento com os desafios encontrados no domínio
da e-Science.
146
Robótica de baixo custo aplicada à educação: Relato de uma
experiência
Rafael S. Souza¹, Anrafel F. Pereira1,2, Aline M. Marques¹, Flávio Duarte¹
Resumo
O perfil da educação tem se modificado com o passar dos anos. Novas tecnologias e dispositivos estão sendo utilizados
para aperfeiçoar os métodos de ensino tradicional, estreitando assim os laços entre o professor e o aluno. Utilizar
componentes inovadores como tablets e notebooks já não é mais um diferencial. Tem-se falado muito atualmente sobre
o lixo eletrônico, e este tipo de material, descartado pela sociedade, pode ser utilizado neste cenário educacional tanto
para despertar a consciência do que fazer com tantos aparelhos que não tem mais uso como para criar “novos” objetos
a partir do que não serve mais. Este artigo tem o objetivo de demonstrar ações que foram propostas dentro de sala de
aula, que incentivaram a pesquisa e o trabalho em grupo entre os alunos, além de melhorar as práticas educacionais
dentro da escola, relatando assim uma experiência prática de aplicação da Robótica no Contexto Educacional.
Introdução
e transformá-los em pequenos protótipos eletrônicos,
de maneira que levem os participantes a refletirem
e reutilizarem-nos de maneira criativa, divertida e
inovadora.
Como objetivos secundários a este projeto, podese dizer que estava relacionado ao interesse em aplicar
novas práticas educacionais na sala de aula de maneira
a atrair a atenção dos alunos, formar cidadãos mais
conscientes sobre o seu papel na sociedade e ainda reter
este participante como aluno na unidade de ensino.
A utilização da Robótica para prática educacional
está relacionada à denominada área de Robótica
Pedagógica, ou Robótica Educacional e tem estado em
crescente desenvolvimento ao longo de pelo menos
duas décadas [Santos et al.(2010)]. Neste cenário, a
Robótica Pedagógica, que consiste essencialmente na
utilização de conceitos de robótica industrial no contexto
educacional, tem sido integrada às mais diversas práticas
e contextos educacionais.
Outro tópico relacionado ao assunto abordado
neste artigo diz respeito ao e-Lixo, ou lixo eletrônico. O
Brasil, assim como outros países, tem visto um crescente
aumento na produção e consumo de equipamentos
eletrônicos, o que tem gerado uma grande quantidade
de lixo eletrônico [Celinski et al. (2011)]. Sendo
assim, várias propostas vêm buscando alternativas para
conscientizar a população e até tratar a reutilização e o
descarte adequado deste tipo de material [Oliveira et al.
(2010), [Silva (2010)].
Em 2013, o Centro Vocacional Tecnológico
(CVT) Três Rios realizou um trabalho de coleta e
conscientização da população local e das cidades
vizinhas sobre a importância do descarte correto do
lixo eletrônico. Com a realização deste projeto, vários
outros foram iniciados dentre eles o projeto denominado
Robótica de Baixo Custo, iniciado em 2014 pela mesma
unidade.
A Robótica de Baixo Custo é um projeto de estudo
e pesquisa e seu objetivo principal é o de reutilizar
materiais eletrônicos descartados pela comunidade local
Material e Métodos
O método de pesquisa utilizado neste projeto foi
o descritivo, em que se buscou conhecer mais de perto
o problema levantado e suas possíveis alternativas de
soluções. O projeto de Robótica de Baixo Custo foi
realizado, inicialmente, com quinze alunos do curso de
Montagem e Manutenção de Computadores da Escola
Técnica CVT, de Três Rios, tendo como duração três
meses.
Para este projeto, os alunos foram separados em
equipes e cada grupo ficou responsável por desenvolver
um protótipo, que neste caso era um carrinho. Ao final,
foram avaliadas várias características deste protótipo,
como a velocidade atingida, peso, design e autonomia
da bateria.
Os componentes eletrônicos utilizados para a
confecção destes protótipos foram retirados de diversos
aparelhos eletrônicos que foram descartados pela
comunidade na instituição. Foram aproveitados motores,
LEDs, engrenagens e diversas peças de plástico.
1. Centro Vocacional Tecnológico, Três Rios-RJ, Brasil.
2. Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, Brasil.
147
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Tecnologias. Lixo Eletrônico. Educação. Robótica. Reuso.
Durante a montagem dos protótipos, os alunos
puderam avaliar no projeto as leis da física sendo
aplicadas, e com isso foi possível projetar “carros” com
mais velocidade, aproveitando melhor a durabilidade da
bateria e a estabilidade. Os protótipos foram testados em
diferentes tipos de terreno e sua estrutura foi modificada
até alcançar os resultados satisfatórios para o cenário.
Outra aplicação deste projeto foi com uma
turma de Lógica de Programação, também na mesma
Escola Técnica, onde foi possível incluir, além dos
componentes eletrônicos reutilizados do lixo eletrônico,
a utilização do hardware livre Arduino, promovendo aos
participantes o estímulo ao raciocínio lógico através da
programação destes protótipos.
e reutilização inteligente dos materiais eletrônicos
descartados.
Referências
Celinski, T. M. Et Al. Perspectivas para reuso e reciclagem do
lixo eletrônico. II Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Anais.
2011. Eletrônico. Disponível em: <http://www.ibeas.org.br/congresso/
Trabalhos2011/III-020.pdf>. Acesso em: 24 de Março de 2015.
Oliveira, R. Da S.; Gomes, E. S.; Afonso, J. C. O lixo eletrônico: uma
abordagem para o ensino fundamental e médio. Química Nova Escola,
v. 32, n. 4, p. 240-248, nov. 2010. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/
online/qnesc32_4/06-RSA10109.pdf>. Acesso em: 15 de Março de 2015.
Santos, F. L.; Nascimento, F. M. S.; Bezerra, R. M. S. REDUC: A
robótica educacional como abordagem de baixo custo para o ensino
de computação em cursos técnicos e tecnológicos. In: XVI Workshop
sobre Informática na Escola, 16., 2010, Belo Horizonte. Anais WIE, 2010.
Disponível em: <http://www.br-ie.org/WIE2010/pdf/st06_02.pdf>. Acesso
em: 17 de Março de 2015.
Resultados e Discussão
Silva, J. R. N. da. Lixo eletrônico: um estudo de responsabilidade
ambiental no contexto no Instituto de Educação Ciência e Tecnologia
do Amazonas. IFAM Campus Manaus Centro. In: Congresso Brasileiro de
Gestão Ambiental, 1., 2010, Bauru. Anais… IBEAS, 2010. Disponível em:
<http://www.ibeas.org.br/Congresso/Trabalhos2010/III-009.pdf>. Acesso
em: 10 de Março de 2015.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Com a conclusão do projeto, foi possível destacar
vários aspectos positivos, dentre eles: a melhora no
relacionamento entre os alunos, o aumento do interesse
na pesquisa e na busca de novos conhecimentos.
O desenvolvimento do projeto foi tão interessante
que motivou os alunos a continuar estudando e buscar
novas tecnologias como: as linguagens de programação
e a utilização do hardware Livre (Arduino).
Atualmente, mais da metade desses alunos que
participou deste projeto ingressou na área técnica, mais
especificamente, no curso técnico de informática na
unidade Três Rios. Desta forma, foi possível constatar
também que através do projeto, os alunos perceberam
a oportunidade e a necessidade de continuar buscando
e aprimorando os conhecimentos adquiridos e, além
disso, criar protótipos mais autônomos e inteligentes.
Conclusões
A implantação e a realização do projeto de
Robótica de Baixo Custo no CVT Três Rios mobilizaram
os alunos a pensar no que fazer com os aparelhos que
não tem mais utilidade para eles. Transformar aquilo
que não “serve” mais em algo usual foi uma experiência
renovadora para este projeto.
A discussão em torno da postura do cidadão e do
que fazer com os materiais eletrônicos que não têm mais
utilidade motivou os alunos a pensarem em maneiras
de descartar os materiais em local apropriado, e ainda,
pensar de maneira criativa na criação de protótipos
e soluções de reutilização desses componentes
eletrônicos.
Pode-se dizer ainda, que a experiência adquirida
em sala de aula sobre o problema levantado foi levada
para a casa com os alunos. Com isso, espera-se que os
próprios alunos possam transmitir de alguma forma o
conhecimento aos pais e familiares sobre a necessidade
de pensar e agir de forma consciente no descarte
148
Um olhar sobre o lixo eletrônico: reciclagem e reuso de materiais
eletrônicos no contexto educacional
Carlos H. Mendes¹, Anrafel F. Pereira2,3, Aline M. Marques³, Flávio Duarte³
Resumo
Atualmente, a facilidade na aquisição de eletroeletrônicos, sua rápida obsolescência, o aumento da produção em função
do consumo nos níveis atuais são elementos que influenciam no crescimento do resíduo eletrônico, lixo eletrônico, lixo
tecnológico, e-waste ou, simplesmente, e-lixo, terminologias variadas para referenciar o mesmo problema. Neste trabalho são
apresentadas algumas ações realizadas pelo Centro Vocacional Tecnológico Três Rios, como forma de conscientizar e buscar
amenizar este problema de forma inteligente. Este projeto recebeu o nome de Lixo Eletrônico - Realidade do Século XXI, e foi
iniciado na instituição no ano de 2013, originando novos projetos e ações realizadas até a presente data na cidade de Três Rios.
Introdução
por meio de computadores reciclados.
A oferta de novos produtos eletrônicos pelo
mercado tem aumentado em uma velocidade muito
grande, causando a obsolescência cada vez mais rápida
dos eletrônicos (Corneri et al., 2010). Assim, estes
equipamentos têm gerado subprodutos extremamente
indesejáveis, como o chamado lixo eletrônico.
Lixo Eletrônico pode ser entendido como
computadores, aparelhos celulares entre outros bens
de consumo eletrônicos considerados velhos ou
obsoletos e que não funcionam ou não atendem mais
a necessidade de seus donos (Celinski et al., 2011).
O descarte inadequado deste tipo de material acaba
expondo a comunidade aos perigos dos componentes
químicos existentes nestes resíduos sólidos, o que
acaba acarretando sérios problemas ao meio ambiente
e também a população em geral (Oliveira et al., 2010).
Há nestes dois autores uma divergência de opiniões
quanto à nomenclatura. Lixo, segundo alguns autores,
é tudo o que não tem como reaproveitar, a não ser
pela reciclagem, já os resíduos, é o que foi trabalhado
neste projeto, reaproveitando-os antes do processo de
reciclagem.
O objetivo deste artigo é apresentar ações que
foram realizadas pelo Centro Vocacional Tecnológico
Três Rios como forma de sensibilizar o corpo discente, a
população da cidade de Três Rios - RJ e cidades vizinhas,
além de empresas e até mesmo órgãos públicos, sobre
alternativas que podem ser adotadas para diminuir a
ação deste tipo de “lixo” na comunidade. Além disso,
através das ações realizadas foi possível perceber a
oportunidade de promover a inclusão social e digital
Material e Métodos
A metodologia adotada no trabalho incluiu uma
revisão na literatura sobre ações e possíveis soluções
para o problema levantado na pesquisa. A partir desta
identificação foi possível definir ações concretas
que poderiam ser realizadas pelo Centro Vocacional
Tecnológico Três Rios na região.
As principais ações definidas para este projeto
foram: (i) conscientização da comunidade local sobre
a importância do descarte correto do lixo eletrônico,
realizada através de palestras, distribuição de folders
e jornal criado pelos alunos da unidade; (ii) busca de
parceiros para o projeto e uma forma de entrosamento
com outros centros da unidade, tais como: Centro de
Construção Civil, Centro de Idiomas e Cursos Técnicos.
(iii) definição de uma maneira para receber o lixo
descartado pela comunidade, e uma forma de realizar
o descarte adequado para cada tipo de material; (iv)
a definição de uma etapa para triagem dos materiais
descartados, realização de teste dos equipamentos e
montagem de “novos” computadores a partir do resíduo
descartado; (v) definição do que seria feito com os
computadores reciclados e como estes poderiam ser
úteis no dia a dia de alguém; e (vii) definições de outros
possíveis projetos que poderiam ser originados para dar
continuidade ao Projeto Lixo Eletrônico.
Diante das ações definidas e com o envolvimento
dos parceiros necessários, deu-se início a realização das
etapas especificadas para o projeto. Os resultados obtidos
através da realização deste trabalho são apresentados na
1. CEFET Petrópolis – Especialização em Educação Tecnológica.
2. Universidade Severino Sombra – Engenharia da Computação.
3. Centro Vocacional Tecnológico Três Rios.
149
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Consciência Ambiental. Resíduo Eletrônico. Interdisciplinaridade. Trabalho Social. Inclusão.
Conclusões
Resultados e Discussão
O trabalho apresentado objetivou despertar um
olhar diferenciado sobre o lixo eletrônico onde, através
do projeto Lixo Eletrônico – Realidade do Século
XXI desenvolvido no CVT Três Rios, ações concretas
estimularam a busca ao conhecimento significativo.
Além do estimulo ao exercício da criatividade,
da sensibilização, da organização do pensamento,
da cidadania e da autonomia, polemizou questões
ambientais, seu maior foco, fazendo com que os
envolvidos pudessem refletir sobre suas atitudes frente
a problemas que exigem respostas e, de maneira lúdica,
propuseram soluções que aliam a possibilidade do
crescimento econômico à sustentabilidade.
A potencial reutilização dos resíduos sólidos de
forma criativa e inteligente foi ponto positivo percebido
no projeto, além da possibilidade de descobrir várias
outras iniciativas e projetos que poderiam ser originados
a partir deste projeto maior. Assim, a discussão gerada
sobre o assunto aponta uma possível direção cobrando
da comunidade uma postura cidadã frente à necessidade
de um meio ambiente sadio.
Espera-se agora que a comunidade e os próprios
alunos possam aplicar em seu cotidiano estas ações
iniciadas pelo CVT Três Rios e conseguir enxergar
através dele novas oportunidades e iniciativas.
O projeto realizado foi uma oportunidade de
estreitar a relação entre Centro Vocacional Tecnológico
Três Rios (Escola) e a comunidade, fazendo funcionar
assim um modelo bastante utilizado por outros países
para tratar alguns problemas de forma inteligente.
Neste cenário, a escola se encarrega em desenvolver,
juntamente com a comunidade e seus parceiros, soluções
simples e inteligentes para resolver os seus problemas.
Através da realização deste projeto foi possível
perceber a importância do papel de uma escola proativa
na comunidade, destacando ainda o ganho que a mesma
adquiriu ao desenvolver um projeto como este.
Assim, no âmbito educacional, destaca-se
primeiramente a conscientização dos alunos sobre a
importância do seu papel de cidadão consciente e proativo
em sua comunidade. Destaca-se ainda, a utilização de
componentes e peças de resíduo eletrônico descartado
pela comunidade para montar “novos” computadores.
Isto foi feito através da participação das turmas do
curso de Montagem e Manutenção de Computadores da
instituição, os quais foram responsáveis também pela
triagem do material descartado. Tudo foi realizado de
forma que pudesse permitir a continuidade do projeto
através da promoção da inclusão digital.
A inclusão digital neste projeto deu-se através da
doação das oito “novas” máquinas recicladas construídas
através dos “lixos” descartados pela comunidade para
o Asilo São Vicente de Paulo, localizado na cidade de
Três Rios - RJ. O projeto não contemplou somente a
doação dos computadores, mas também a inserção
destas pessoas no meio digital. Houve envolvimento
também da turma do curso Técnico em Informática,
que procurou aprofundar-se nos estudos sobre como
inserir e fazer com que os computadores doados ao
Asilo pudessem de fato ser útil e empregado na rotina
dos idosos que ali residem. Através deste estudo, os
alunos criaram um jogo da memória, recordando fatos
da melhor época destes idosos, que com isso, puderam
ter mais um instrumento para ser utilizado em seus
momentos de lazer.
O projeto ressaltou ações simples e concretas
que poderiam ser realizadas com o descarte do lixo
eletrônico. Além disso, deu origem a novos projetos,
tais com o Projeto de Robótica de Baixo Custo, iniciado
pela instituição em 2014 e o projeto de Reciclagem
Consciente, iniciado este ano de 2015, o que permitirá
que novos frutos também possam ser colhidos
brevemente.
Referências
Celinski, T. M. Et Al. Perspectivas para reuso e reciclagem do
lixo eletrônico. II Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Anais.
2011. Eletrônico. Disponível em: <http://www.ibeas.org.br/congresso/
Trabalhos2011/III-020.pdf>. Acesso em: 24 de Março de 2015.
Cornieri, M. G.; Fracalanza, A. P. Desafios do lixo em nossa sociedade.
Revista Brasileira de Ciências Ambientais, n.16, p. 57-64, jun. 2010.
Oliveira, R. Da S.; Gomes, E. S.; Afonso, J. C. O lixo eletrônico: uma
abordagem para o ensino fundamental e médio. Química Nova Escola,
v. 32, n. 4, p. 240-248, nov. 2010. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/
online/qnesc32_4/06-RSA10109.pdf>. Acesso em: 15 de Março de 2015.
150
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
seção seguinte.
Avaliação do coagulante policloreto de alumínio (PAC) para remoção
de turbidez e cor da água na ETA Cantagalo de Três Rios/RJ
Lilian Tais Barbosa Ramos¹, Diego Macedo Veneu¹, Jonas dos Santos Pacheco¹, Nildo de Abreu Vieira
Júnior², Ana Maria Di Salvio³
Resumo
No presente trabalho foram realizados ensaios de bancada em Jar-test para otimização da clarificação de água, através
do processo de coagulação e floculação. Na etapa de determinação do efeito do pH a faixa de variação foi mantida
de 7 a 9. No pH 8,5 foi obtido uma remoção de 97% de turbidez e 99,4% de cor. Na etapa de coagulação, a faixa
de variação para o policloreto de alumínio foi de 5 a 40 mg.L-1. Na concentração de 10 mg.L-1 foram obtidos os
melhores resultados de remoção de turbidez e cor, correspondendo aos valores de 95% e 100%. Na etapa de floculação,
as concentrações foram mantidas na faixa de 1 a 5 mg.L-1. Os melhores resultados de remoção de turbidez e cor
foram obtidos na concentração de 1 mg.L-1, correspondendo aos percentuais de 89,3% e 88,9%, respectivamente.
Palavras-Chave: Tratamento de Água. Coagulantes. ETA Cantagalo. Três Rios.
Introdução
Materiais e Métodos
As soluções estoque de policloreto de alumínio
SUPER-FLOC 100 (12% Al2O3) a 10% foram
preparadas a partir do produto fornecido pela empresa
Suall Indústria e Comércio Ltda. A solução do floculante
aniônico a 0,1% foi preparado a partir do produto
MAGNAFLOC LT fornecido pela Quimil Indústria
e Comércio Ltda. As soluções para correção de pH
foram preparadas através de cal hidratada 1,0% e ácido
sulfúrico 0,1 M.
Ensaios no Jar Test
Os ensaios foram realizados em cubetas com
capacidade de 2,5 L cada, com auxílio de um Jar-Test da
Nova Ética. Os equipamentos utilizados para medição de
pH, cor e turbidez foram os seguintes: pH-metro digital
microprocessado modelo DLA-PH, colorímetro visual
modelo DLNH-100 e turbidímetro modelo DLT-WV,
todos do fabricante Del Lab. Amostras contendo 2,0L
cada foram coletadas na entrada da ETA e colocadas nas
cubetas da plataforma do Jar-Test a uma temperatura
de 25° C. Em todas as etapas a velocidade de agitação
na etapa de coagulação e floculação foram mantidas
em 150 rpm e 40 rpm, respectivamente. Os tempos
de coagulação e de floculação em 1,0 min e 15 min,
respectivamente. Os ensaios foram conduzidos em três
etapas: (i) efeito do pH, (ii) efeito da concentração de
coagulante e (iii) efeito da concentração de floculante.
1. Universidade Severino Sombra. Engenharia Ambiental e Sanitária.
2. Companhia Estadual de Água e Esgoto. Operações - ETA.
3. Secretaria Municipal de Água e Esgoto de Barra do Piraí. Laboratório de Água e Esgoto.
151
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Preparo das Soluções Estoques
O sistema de abastecimento de água para fins
de consumo humano é constituído de instalações e
equipamentos destinados a fornecer água potável a uma
comunidade (BRAGA et al., 2005). Segundo MENDES
(2006), os projetos de estações de tratamento de água
(ETA) têm considerado como principais objetivos a
otimização dos processos de remoção de turbidez e
cor aparente, bem como a produção de água segura do
ponto de vista microbiológico e químico.
A produção de água potável a partir de mananciais
eutrofizados potencializa os problemas e desafios a serem
enfrentados pelos profissionais do setor, especialmente
para ETAs já existentes, uma vez que a maioria dos
sistemas produtores de água no Brasil foram concebidos
há 30 ou mais anos, ou seja, é natural que as tecnologias
implantadas enfrentem dificuldades para a inclusão
de etapas adicionais, ou mesmo adequações do ponto
de vista de inserção e/ou substituições dos produtos
químicos tradicionalmente utilizados (MARCHETTO e
FERREIRA FILHO, 2005 ; OLIVEIRA, 2010).
O presente estudo visa à avaliação através de
experimentos em escala de bancada da viabilidade
técnica do coagulante policloreto de alumínio (PAC),
visando à melhoria no processo de clarificação da água
destinada ao consumo humano.
remoção de turbidez e cor é fortemente influenciada
pelo pH do meio, obtendo-se as maiores remoções de
turbidez e cor em pH 8,5, correspondendo a 97% e
99,4%, respectivamente. Na concentração de 10 mg.L-1
de PAC foram observados os melhores resultados de
remoção de turbidez e cor, correspondendo a 95% e
100%. Após avaliação da utilização do floculante, podese observar que o melhor resultado foi observado na
concentração de 1 mg.L-1, correspondendo a remoções
de turbidez e cor de 89,3% e 88,9%, respectivamente.
Ao término da etapa de floculação, as amostras eram
submetidas a um tempo de sedimentação dos flocos de
30 min. Antes e após os ensaios eram retiradas alíquotas
de aproximadamente 200 mL para a realização das
análises de turbidez e cor.
Resultados e Discussão
Efeito do pH
Pode-se observar que à medida que o valor
de pH é incrementado, o valor de turbidez decresce
gradativamente de 13,9 uT em pH 7,0 para 11,6 uT
em pH 8. Já os valores de cor, neste mesmo intervalo
de pH, se mantêm praticamente constante na faixa de
24,3 a 25oH. A partir do pH 8, o decréscimo do valor de
turbidez e cor é mais acentuado, atingindo os valores de
turbidez 0,6 e 0,3 uT e de cor 0,2 e 0,1oH em pH 8,5 e
9,0, respectivamente. Nos valores de pH 8,5 e 9, foram
obtidos os melhores resultados de remoção de turbidez
(97 e 98,3%) e de cor (99,4 e 99,7%), respectivamente.
Referências
BRAGA, B. et al. Introdução a engenharia ambiental – O desafio do
desenvolvimento sustentável. Prentice Hall, 2005.
MENDES, C.G.N. Tratamento de águas para consumo humano – Panorama
mundial e ações do PROSAB. In: PÁDUA, V.L. (coord.). Contribuição ao
estudo da remoção de cianobactérias e microcontaminantes orgânicos por
meio de técnicas de tratamento de águas para consumo humano, 2006.
MARCHETTO, M.; FERREIRA FILHO, S.S. Interferência do processo de
coagulação na remoção de compostos orgânicos causadores de gosto e odor
em águas de abastecimento mediante a aplicação de carvão ativado em pó,
2005.
Efeito da concentração de coagulante
OLIVEIRA, T. F. Tratamento de Água para Abastecimento Público por
Sistema de Separação por Membrana de Ultrafiltração: Estudo de Caso na
ETA Alto da Boa Vista, São Paulo, 2010.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Observou-se que nas concentrações extremas
de PAC, ou seja, de 5 mg.L-1 e de 30 e 40 mg.L-1
apresentaram os valores e remoções de turbidez e cor
menos representativos. Para a concentração de 5 mg.L-1,
os valores e remoções de turbidez e cor corresponderam
a 17,3 uT e 11,5% e de 35oH e 0%, respectivamente.
Para as concentrações de 30 e 40 mg.L-1, os valores
e remoções de turbidez foram de 12,6 uT e 41,3% e
de 17,0 uT e 14,4%, respectivamente. Já para a cor, os
valores e remoções foram de 35oH e 0% para ambas
as concentrações. Em contra partida, os resultados mais
expressivos foram observados nas concentrações na
faixa de 10 a 20 mg.L-1, correspondendo a valores e
remoções de turbidez na faixa de 1 a 0,8 uT e de 95 e
96,3%, e remoções praticamente totais de cor (100%).
Efeito da Concentração de Floculante
Foi observado que o emprego do floculante foi
benéfico na redução de turbidez, obtendo o melhor
resultado na concentração de 3 mg.L-1, correspondendo
a uma turbidez de 1,2 uT e uma remoção de 93,5%. Já
para a cor, o aumento da dosagem de floculante não
foi determinante, os valores obtidos nas diferentes
concentrações foram os mesmos (1oH) ou maiores (1,1
e 1,2oH) que o obtido sem o floculante.
Conclusões
Diante dos resultados pode-se concluir que a
152
II Gincana da CPA-USS – Um relato de experiência
Claudenir Pereira do Val¹, Tereza Aparecida Ferreira Dornelas², Tânia Maria Machado Pinto³, Sileno
Corrêa Brum4, Magda Vieira Barbosa5, Jonas dos Santos Pacheco6
Resumo
Este trabalho relata a experiência da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade Severino Sombra, ao
desenvolver uma ação estratégica envolvendo o corpo discente, compreendendo a importância deste segmento no processo
de avaliação institucional. Neste sentido, promoveu a II Gincana da CPA, que teve como objetivo principal engajar o
alunado no processo de avaliação interna por ela promovida. O evento contou com a participação de alunos, professores,
membros da CPA e equipe gestora da instituição. Ao seu término pudemos perceber que os objetivos propostos foram
atingidos em sua totalidade, pois houve o real envolvimento dos alunos na atividade proposta. Observamos ainda uma
grande integração do alunado dos diversos cursos de graduação. Ressaltamos também que o referido evento, proporcionou à
comunidade acadêmica discente, a participação efetiva nos processos de tomada de decisão da equipe gestora da Instituição.
Palavras-Chave: Avaliação Institucional. Educação Superior. Gincana. USS.
Introdução
Neste sentido, o presente trabalho relata a
experiência da CPA da USS, ao desenvolver uma ação
estratégica envolvendo os alunos dos mais diversos
Cursos de Graduação ofertados pela Universidade.
A avaliação é um processo contínuo e de caráter
reflexivo que visa o envolvimento de todos os atores
de forma integrada, buscando a melhoria contínua
e primando pela evolução dos três pilares de uma
instituição de educação superior: ensino, pesquisa e
extensão.
Neste contexto, a Universidade Severino Sombra
(USS), em sua prática de avaliação institucional, tem
como premissa a consolidação de uma cultura avaliativa,
por entender a necessidade de tornar os processos de
avaliação interna desenvolvidos pela Comissão Própria
de Avaliação (CPA) e exigidos pelo MEC, através da
Lei 10.861/2004, instituída pelo Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), em um
processo de prática consciente e contínua na comunidade
acadêmica de modo geral.
Em função da importância do processo de
avaliação para a instituição, no que diz respeito à busca
constante de um ensino de qualidade, torna-se necessário
o envolvimento do corpo discente nesta missão, dandolhe a oportunidade de participar diretamente deste
processo.
O relato desta experiência é considerado relevante
em função de sua abordagem, pois acreditamos que possa
contribuir para profissionais da área de avaliação de
outras IES, no sentido de incentivar o desenvolvimento
de atividades diferenciadas na rotina de avaliação,
tendo como foco o engajamento dos diversos atores
institucionais nesta questão.
A proposta da gincana foi construída a partir de
reuniões e discussões com os membros da CPA-USS,
durante o período de agosto e setembro de 2014. A
comissão definiu que a atividade seria desdobrada em
duas fases: a primeira, constituída pela apresentação de
propostas de melhorias dos cursos ou a nível institucional
(pela visão da equipe) e uma ação de responsabilidade
social, com doação de itens como alimento não perecível,
material de limpeza e higiene pessoal e brinquedos,
para instituições carentes. A segunda fase teve como
proposta atividades lúdicas como: jogo de perguntas e
respostas sobre o contexto da avaliação interna e tarefas
relâmpago. Nesta fase foram computados pontos sobre
os percentuais de participação na Avaliação Institucional
dos Cursos de Graduação envolvidos na Gincana.
Resultados e discussões
O evento teve a participação de 540 pessoas,
entre alunos, professores, membros da CPA-USS e
da equipe gestora. Sete cursos foram representados:
Administração, Engenharia de Produção, Farmácia,
Gestão Pública, Pedagogia, Psicologia e Odontologia.
1. Coordenadora da CPA-USS; Professora Assistente II da Universidade Severino Sombra, Curso de Administração.
2. Membro da CPA-USS; Professora Titular da Universidade Severino Sombra, Cursos: Odontologia, Engenharia Ambiental, Ciências Biológicas.
3. Membro da CPA-USS; Professora Assistente II da Universidade Severino Sombra, Curso de Pedagogia.
4. Membro da CPA-USS; Professor Adjunto I da Universidade Severino Sombra, Curso de Odontologia.
5. Membro da CPA-USS; Professora Assistente I da Universidade Severino Sombra, Curso de Enfermagem.
6. Membro da CPA-USS; Professor Assistente II da Universidade Severino Sombra, Cursos: Engenharia Ambiental, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção.
153
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Metodologia
O curso Gestão Pública foi o vencedor da gincana com
470 pontos, seguido do curso de Farmácia com 460
pontos e do curso de Administração com 450 pontos.
Os alunos estavam em clima de motivação
e euforia, competindo com espírito de alegria e
empolgação. O fato teve impacto sobre os alunos que
participavam apenas como expectadores, pois estes
manifestaram sua vontade em competir nas próximas
edições. E os alunos envolvidos na execução das tarefas
manifestaram que gostariam de participar novamente.
As propostas apresentadas pelas equipes
na primeira fase foram encaminhadas aos setores
correspondentes para análise e retorno à comunidade
acadêmica por intermédio da CPA-USS. Foram
arrecadados 1912 itens que foram doados a instituições
carentes.
Certamente, o evento teve um potencial de
sensibilização muito grande, não só por congregar a
participação dos alunos dos diferentes cursos, como
também promover nos expectadores o real cumprimento
da função da Comissão Própria de Avaliação, tornando
o processo de avaliação realístico e concreto.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Conclusão
Diante do exposto, concluímos que o evento:
- atingiu seus objetivos, por envolver os discentes,
docentes e equipe gestora;
- possibilitou um crescimento e avanços no
processo de tomadas de decisão da equipe gestora com
base na discussão e apresentação direta das propostas
dos alunos;
- proporcionou a integração entre os alunos dos
diferentes Cursos, inclusive de turnos diferentes.
Referências
BRASIL. Lei n.º 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Superior - SINAES. Brasília, DF, 15 abr. 2004.
Nota Técnica INEP/DAES/CONAES N.º 065.
Regulamento interno da II Gincana da CPA.
154
Educação inclusiva na escola: Desafios do corpo docente de uma
escola pública
Edna Rispoli, Margareth Fernandes
Resumo
A Educação é reconhecida como a mais importante forma de inclusão e promoção da autonomia das pessoas. Algumas
pessoas têm necessidades diferenciadas, que embora não inviabilizem o seu desenvolvimento, tem demandas especiais para
se educar participar na sociedade e garantir a sua autonomia e sustento. O Estado de Direito Social tem por obrigação formular
e garantir políticas públicas que garantam este direito individual e coletivo. No país há algumas décadas existem dispositivos
legais que garantem estes direitos, mas a operacionalização, não se mostra tão simples. Este trabalho, a partir da percepção
de professores com experiência na educação que acolhe alunos com necessidade especiais, discute as principais dificuldades
encontradas. Foi realizado com professores de um pequeno município do estado do Rio de Janeiro, utilizando questionários
fechados sobre o tema. Observa-se que muito ainda existe a fazer de forma a garantir a cidadania plena a estes alunos.
Palavras-Chave: Educação. Administração Pública. Educação Inclusiva. Professores. Desafios à inclusão.
Introdução
A educação é reconhecida como a ferramenta mais
poderosa para mudar vidas e a sociedade. A contribuição
social da educação é fundamental para a formação
de indivíduos sociais, pensantes e protagonistas de
importantes mudanças para uma sociedade mais justa
e igualitária. O Estado de Direito Social necessita se
preocupar também com as exceções da população,
entre eles as pessoas com necessidades especiais. A
Educação é reconhecida como direito social e não pode
“deixar de fora” aqueles que fogem de um padrão. Este
entendimento tem sido consolidado em quase todos os
sistemas educacionais, evitando a segregação, que ao
contrário do que se deseja, afasta e gera preconceito.
Para estas a educação ganha um a importância capital,
seja para que se sintam incluídos, seja para que alcancem
a sua autonomia e exerçam de fato a cidadania, que não
pode ser exclusiva dos considerados normais.
Várias experiências voltadas à inclusão têm sido
relatadas. Parece ser muito produtivas, se analisadas
sob o aspecto individual, mas olhando coletivamente,
e em especial em um país que ainda convive em
meio às dificuldades organizacionais para a educação
regular, e necessita ainda de muitos investimentos. A
partir da perspectiva de professores de ensino médio
e fundamental, de escolas do município de Paty do
Alferes, evidenciaram-se as principais dificuldades
identificadas por eles para que a inclusão desta clientela
com necessidades especiais fosse alcançada.
O presente estudo teve por objetivo rever os
[...] A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
O direito à educação escolar é um desses espaços
que não perderam nem perderão sua atualidade. Hoje,
praticamente não há mais país que não garanta, em seus
textos legais, o acesso de seus cidadãos à educação
básica. Afinal, a educação escolar é uma dimensão
latente da cidadania, e esse princípio é indispensável
para políticas que visam a participação de todos nos
espaços sociais e políticos e, mesmo, para reinserção no
mundo profissional.
Desse modo observou-se que a luta pelo respeito
às diferenças se faz presente, ainda que não do jeito
pretendido, ou seja, de modo que haja o completo respeito
pelas singularidades de toda sorte podemos notar que
essa luta e empreendimento por uma educação mais
justa e com igualdade de oportunidade se faz presente e
em contínuo avanço. De acordo com o pensamento de
inclusão e respeitos às diferenças, Ferreira e Guimarães
(2003, p.44) acrescentam que;
[...] é preciso despertar para a respeitabilidade, a
Universidade Severino Sombra/Curso de Gestão Pública.
155
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
conceitos que norteia a adoção da educação inclusiva
no Brasil, suas estratégias e comparar a partir das
percepções dos professores seus avanços e desafios.
Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, a
respeito da educação, consta:
Por essa espécie de educação se entende o
processo de inclusão dos portadores de necessidades
especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede
comum de ensino em todos os seus graus. A educação
inclusiva é uma ação humanista em sua singularidade e
tem por objetivo a satisfação pessoal, o crescimento, o
desenvolvimento do aluno como parte do universo da
escola. Numa escola inclusiva o processo educativo é
entendido como um processo social, onde todos têm
direito a escolarização o mais próximo do normal.
Há muitos problemas que impedem que a
educação inclusiva atinja o objetivo desejado, um
deles é o despreparo dos professores, que enfrentam
dificuldade não só em transmitir para esses alunos as
disciplinas especificas em suas áreas de formação, mas
falta também o próprio conhecimento ”para lidar com
a língua brasileira de suas ( libras) e com a presença de
intérpretes em suas aulas”.(SILVEIRA E SOUZA,2011,
p. 38). Isso se torna ainda mais complicado quando se
trata de professores de diversas áreas, pois enfrentam
grandes dificuldades em lidar com a construção do
conhecimento científico voltado para esse grupo
específico.
Materiais e Métodos
A pesquisa foi realizada em Paty do Alferes,
estado do Rio de Janeiro, com vinte professores das
escolas municipais e do CIEP Brizolão 278 Joaquim
Osório Duque Estrada, pesquisa de campo exploratória,
de caráter bibliográfico e descritiva, com aplicação de
questionário, com tratamento quantitativo e qualitativo.
Foi elaborado um questionário para levantamento dos
dados e a aplicação do mesmo foi feita pelo autor.
De posse dos resultados foi realizado um estudo, que
procurou aprofundar as questões tão difíceis relativas
à inclusão.
Consideraçoes finais
Resultados e Discussão
A partir do estabelecido pelos autores e legislação,
a inclusão escolar deverá ser realizada. Entretanto,
os professores pesquisados demonstraram muitas
dificuldades para adoção dessas práticas. A fim de
facilitar essa inclusão, conclui-se que, não basta inserir
alunos com necessidades especiais no ensino regular,
é preciso que seja estruturado para eles um ensino de
qualidade.
Mais do que qualquer discussão política que
indique como seguir, deve haver uma grande preocupação
O levantamento constatou que 60% da educação
deve estar consciente e praticar a inclusão e 40% apenas
consciente. Na visão dos professores, uma educação
consciente e prática fará com que os alunos se sintam
reconhecidos, valorizados e respeitados. Detectouse que a equipe pedagógica não está capacitada para
atender os alunos com necessidades especiais 60% e
40%, possivelmente, com muito esforço e dedicação.
A equipe pedagógica se sente impotente diante das
inúmeras dificuldades encontradas no atendimento aos
156
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
alunos portadores de necessidades especiais e alguns
docentes mais otimistas acreditam ser possível lidar com
a deficiência, apesar de ser uma tarefa árdua e difícil.
Constatou-se que os professores não estão
preparados para receber alunos com necessidades
especiais, uma vez que 80% dos pesquisados responderam
não e apenas 20%, provavelmente. Para se fazer a real
inclusão é necessário haver mais preparação por parte
dos professores, a qual é ainda muito ineficiente, sendo
que alguns acreditam ser possível com seu conhecimento
e possuir alguma experiência.
O resultado da pesquisa apresenta como é difícil
quebrar preconceitos na área da educação. Todos os
professores responderam não (100%). A razão mais
importante para o ensino inclusivo é a quebra de
preconceitos. Apesar do conhecimento com respeito às
diferenças e aos direitos iguais para todos, preconceitos
ainda não foram vencidos totalmente.
De co acordo com o que se constatou, 40% não
estão preparados e 60% mais ou menos se esforçam para
fazer um bom trabalho. A maioria dos professores e a
comunidade procuram de alguma forma trabalhar em
conjunto para que haja uma boa abordagem do ensino
inclusivo, apesar da grande resistência ainda existente.
Detectou-se que 80% dos professores acreditam
que são poucos ou nenhum os serviços disponibilizados
às crianças portadoras de deficiência e 20% não existe.
Os serviços de apoio disponibilizados para os alunos
com necessidades especiais são ainda muito poucos,
falta apoio e sensibilidade para investir nessa área, os
professores sentem-se frustrados por não disporem de
serviços e materiais capazes de tornarem suas aulas
mais eficientes.
Ainda, no levantamento feito, quando se
questionou sobre os acessos disponíveis 20%
responderam acessibilidade, outros 20% atendimento
educacional especializado e 60% não responderam. A
adequação dos espaços e todos os demais requisitos
para benefício dos alunos portadores de necessidades
especiais não são suficientes, o atendimento educacional
especializado é precário, e a maioria dos professores
não respondeu sobre os acessos disponíveis.
compreensão, a educação e a reabilitação da pessoa
com deficiência, assumindo uma política de direitos
humanos, que garanta a todos, indistintamente,
oportunidades educacionais, laborais, de lazer e de
bem estar (FERREIRA E GUIMARÃES, 2003, p.44).
na preparação dos profissionais da educação, sobretudo
os professores para lidar com esses alunos. A presença
de uma equipe técnica capacitada e disposta a trabalhar
com essas crianças, ajudando-as a sentirem-se parte
de seu processo de aprendizagem e socialização com
seus colegas de classe e demais membros da escola,
consolidando assim o seu processo de inclusão. Sabe-se
que a educação inclusiva acarreta muitas dificuldades
para quem não está acostumado e esclarecido a respeito
das crianças com necessidades especiais.
Conclui-se que a Educação Inclusiva é uma
realidade não só aqui no Brasil, mas em qualquer parte
do mundo, sendo que ainda há um longo caminho a ser
percorrido até alcançar-se a inclusão de todos os alunos
portadores de necessidades especiais com uma inclusão
escolar de qualidade, possibilitando-os a uma maior
independência e autonomia em suas ações na sociedade,
contribuindo com a própria evolução em prol de uma
real e verdadeira integração como ser participativo e
construtor da sua própria história.
Referências
BRASIL – CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1988. SENADO FEDERAL.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
BRASIL – Leis, Decretos etc..Lei de Diretrizes e Bases Lei nº9.394/96.
Brasília,1996.
CARVALHO, R.E.Escola Inclusiva. Porto Alegre: Mediação,2008.
FERREIRA, Maria Elisa Caputi; GUIMARÃES, Marly. Educação Inclusiva.
Rio de Janeiro DP&A, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática
Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
SILVEIRA, G. de M. Escola e Inclusão: é possível o diálogo. São Carlos:
EDUFSCAR, 2007.
SOUZA, O. M. A epopéia ignorada: a pessoa deficiente na história de
ontem e de hoje. São Paulo: CEDAS, 1987.
157
A inclusão através da música em escolas públicas municipais
Patrícia Lopes de Freitas Silva, Margareth Fernandes
Resumo
O presente trabalho vem demonstrar a necessidade da inclusão social nas escolas públicas municipais, tendo
como possibilidade de ensino a música para o desenvolvimento como foco na construção do sentimento e fazendo
parte da vida dos alunos. Uma escola que, ao ampliar seus conhecimentos e sentimentos, possa proporcionar
oportunidades de aprendizado a todos os alunos que precisam de inclusão, com implementação de novas metodologias
pedagógicas, ofertas de atividades musicais educativas e articuladas e a otimização do espaço escolar e dos demais
espaços públicos. O intuito dessa inclusão é a busca por melhorias e qualidade do aprendizado de forma sustentável
a fim de promover o bem estar e o crescimento econômico e educacional das pessoas com essa necessidade.
Introdução
aluno uma igualdade de ensino dentro de suas limitações,
tendo atividades para desenvolver suas habilidades
e competências e ainda desenvolver atividades
artísticas, culturais, intelectuais, entre outras dentro do
aprendizado musical, que serve como terapia, cultura,
incentivo futuro, para se tornar um cidadão preparado
e qualificado para a competitividade que o abrangerá.
A função é fazer com que o aluno queira não somente
ir para a escola, mas principalmente permanecer nela,
aprendendo, se qualificando e com a certeza de que, ao
se formar, sairá dessa escola capacitada para enfrentar
a concorrência mesmo dentro de suas limitações no
mundo lá fora, com uma imensa perspectiva de vida,
enxergando assim, uma possibilidade maior, e melhor
de vencer uma competição no mercado de trabalho.
Para acabar com a exclusão social é preciso respeitar o
próximo, dando-lhe a garantia de que poderão usufruir
dos seus direitos com satisfação. A inclusão social na
visão de Ferreira (2000), é um conjunto de ações e meios
de acabar com a exclusão social, quer seja por motivos
de educação, meios geográficos, preconceitos sociais ou
qualquer outra limitação aparente e não aparente.
Bozon (2000) refere-se à música, questiona se é
uma linguagem ou uma manifestação artística que tem
o poder de fazer penetrar profundamente a alma, numa
esfera em que a razão e o raciocínio lógico não penetrem,
ou é simplesmente uma sucessão de sons? Para ela a
música se compreende e se interpreta e se executa. É
uma linguagem universal, mas com dialetos variados
de cultura para cultura. Envolve a maneira de tocar, de
cantar, de organizar os sons e de definir as notas básicas
e seus intervalos. Já Ferreira (2001) afirma que a música
é apenas alturas, intensidades, timbres, e durações. Que
A proposta deste trabalho foi diversificar a rotina
da escola com inclusão através da música inovando e
enchendo os conteúdos direcionados a uma educação
criativa e de qualidade. Tendo em vista que as
escolas públicas passam por uma grande dificuldade,
frequentada em sua maior parte, por pessoas de pouca
posse, da classe média baixa, pessoas que não têm uma
situação econômica favorável, que muitas vezes passam
por privações, necessidades como má alimentação, falta
de transporte, ausência de profissionais qualificados,
falta de incentivo, desqualificação para receber pessoas
com necessidades especiais, levando assim o aluno a
desistir de frequentar a escola, tornando seus sonhos e
seus objetivos ainda mais distantes. O assunto trata de
um sério problema e dificuldade que há muito tempo
as escolas públicas municipais vêm sofrendo. Assunto
bastante discutido em que o professor tenta se adequar
às necessidades dos alunos especiais em suas limitações,
porém tem dizimado seu tempo para desempenhar
atividades que não deveriam estar no seu dia a dia.
Eles passam a ter funções que, na verdade, não são
apenas de professor, mas sim de psicólogo, assistente
social, e muitas vezes fazem o papel dos próprios pais,
sobrecarregando os profissionais.
O objetivo deste estudo foi demonstrar como
a inclusão de alunos especiais tanto físicos quanto
de socialização melhorara a aprendizagem usando a
música como parte da matéria importante para seu
desenvolvimento de forma a elevar a qualidade de
ensino desse aluno, reduzindo a possibilidade de
reprovação, tendo em vista que, ao proporcionar a esse
Universidade Severino Sombra/Curso de Gestão Pública.
158
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Palavras-Chave: Mais educação. Inclusão. Musicalidade e cultura. Aprendizado qualificada.
interferem na maneira de sentir e de pensar.
Desta forma, pode-se perceber que a música está
diretamente relacionada com todo ser humano. Sua
representação de sons atinge esferas diferentes conforme
a maneira a que se executa. Visando que em todo seu
aspecto ela produz reações no homem, que contribui
em diversas situações cotidianas. O que Ferreira (2001)
define como dominante suas diversas maneiras de ouvir
música: “ouvir com o corpo, com o emocional, com
intelecto. Desta forma produz estímulos no ser humano.
Produzindo estímulo também produz reações variadas.
A música não pode ser desconectada do processo
de ensino-aprendizagem da escola. A criança que
convive em meio a música é extremamente agradável.
Adquire conceitos novos, habilidades diferentes de
desenvolvimento, criatividade, tende a ter boa memória
boa coordenação. E tendo em vista a obrigatoriedade
das aulas de músicas nas escolas. Com a lei n.º 11.769,
sancionada em 18 de agosto de 2008, pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, passou a valer para o ensino
fundamental e médio de todas as escolas brasileiras.
Essa lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação) que determina o aprendizado de arte, mas
não especifica o conteúdo. Ferreira (2001) ressalta que
toda criança está imersa em uma cultura que é formada
pela família e por todo o grupo social em que ela cresce.
É nesse contexto que haverá as relações de troca entre
os indivíduos e o meio, resultando, assim, na formação
social dessa criança. Portanto, a família e a escola são
os maiores responsáveis por desenvolver as habilidades
musicais, mostrando e estimulando a apreciação dos
sons.
Bozon (2000) afirma que a música é uma
linguagem que não tendo diferença de qualquer outra
linguagem requerendo diálogo dessa linguagem ou por
meio dela. O educador por sua vez precisa conhecer o
universo musical a que a criança pertence. Brito (2003)
Defende a linguagem musical como uma linguagem
interpretada, entendida e definida de forma variada por
épocas e culturas diferentes pra cada tempo. De acordo
com Ferreira (2001):
Material e Métodos
A pesquisa foi campo com abordagem descritiva,
aplicação de questionário, com tratamento qualitativo
dos dados de forma quantitativos. As pesquisas
exploratórias apresentaram tema especificamente
tratado em suas ocorrências nas organizações públicas
em que se abordara, além da revisão da literatura, o
levantamento das percepções de servidores municipais
do executivo e legislativo de um município da região
Sul Fluminense, a respeito do conhecimento das práticas
que configuram o assédio moral e suas implicações. O
questionário foi aplicado a vinte professores das escolas
municipais da Região Sul Fluminense. Os servidores
foram abordados no próprio ambiente de trabalho, a
escola pública municipal, em horários e dias variados.
Após a explicação do tema e objetivo, foi fornecido o
formulário, termo de consentimento que não permitia
a identificação do servidor, e este foi respondido
reservadamente por cada um deles.
[...] Considerar-se não músico em termos educacionais tem
impedido que a música pertença ao universo escolar de
maneira objetiva. Este sentimento de incapacidade musical
está muito presente entre os professores generalistas,
aqueles que trabalham todas as áreas do conhecimento
escolar com uma turma, e os mesmos raramente incluem
música em suas atividades de forma consciente e crítica.
O resultado deste estranhamento que se estabelece em
relação à música na educação é um dos fatores que
contribuem para o distanciamento cada vez maior das
questões musicais no contexto escolar. É preciso romper
com este círculo vicioso e redimensionar o papel da
música na escola para que as futuras gerações estejam
alfabetizadas musicalmente (FIGUEIREDO, 2002, p. 51)
Resultados e Discussão
O questionário foi aplicado com servidores
concursados e comissionados no seu local de trabalho,
a escola pública com a autorização dos seus superiores
hierárquicos e conforme o termo de consentimento de
acordo com a resolução 196/96 do CNS, composto das
seguintes questões: De acordo com a pesquisa o gráfico
um apresenta que 100% dos entrevistados gostam de
Segundo Ferreira (2001), o fato de não se ter
159
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
músicos nas escolas faz com que não se ensinem música.
Uma vez em que se faça entender que a música está
presente em tudo que se faz, ampliará o conhecimento de
muitos ditos não músicos, mas, professores , a estarem
lecionando com o que se entende por música.
De acordo com Bozon (2000) o caráter social
da música tendo sua prática própria nas relações
interpessoais. Tem uma afirmativa que a música constitui
um fenômeno que integra socialmente os seres humanos.
A música aproxima as pessoas para estabelecerem
relações de amizade, de hierarquia, de valores humanos
e papéis sociais interdependentes. Sobre o incentivo
do professor essas relações interpessoais levam os que
se envolvem com as atividades musicais em grupos a
aprender e a ter mais respeito um ao outro. Por esse
motivo a música tem sido um propiciador que amplia as
relações sociais, desenvolve a relação com sigo mesmo
e com os demais na comunidade sócio-cultural em que
se insere.
Além de se desenvolver no indivíduo a
musicalidade, desenvolver o autocontrole a auto-estima
e muitas outras variadas potencialidades, é o que mais
propicia as relações sociais harmonizadoras em vários
níveis.
música. Isso demonstra que a música é fundamental na
vida de todos.
De acordo com a pesquisa 95% responderam
que a música mudaria a percepção dos alunos que
precisam de inclusão e apenas 5% responderam que
não. Pode-se perceber que a maioria reconhece que a
música é favorável na inclusão daqueles que necessitam
de alguma forma fazerem parte da vida social de uma
escola.
O estudo ainda apresentou que 30% das pessoas
entrevistadas estudaram música, mas a maioria, 70%,
nunca estudaram música em nenhuma época de sua vida.
O que é lamentável uma vez que a maioria reconhece
que a música é importante e que gostam de música.
De acordo com a pesquisa do grupo em foco, 95%
das respostas dos entrevistados alegam que a música
é muito importante para ser trabalhada nas escolas,
apenas 5% acham que não é importante o trabalho com
a música nas escolas. Essa minoria não consegue ver a
importância por não conhecer de fato um bom trabalho
musical nas escolas devido não se ter esse trabalho ainda
bem desenvolvido nas escolas públicas.
despertando o interesse e o gosto musical. È importante
levar em conta o contexto cultural já estabelecido de
cada aluno, cada conhecimento já adquirido em outras
épocas e trabalhos desenvolvidos em sala de aula dentro
da modalidade artes em geral. Fazendo assim será
obtido grande êxito.
Referências
BOZON, Michel. Práticas musicais e classes sociais: estrutura de um
campo local. Em Pauta: Revista do Programa de Pós-Graduação em
Música UFRGS, v.11 n.º 16/17. Porto Alegre: UFRGS, 2000, p.146-174.
FERREIRA, Aurora. Arte, escola e inclusão: atividades artísticas, Rio de
Janeiro: Vozes,, 2001
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão – Construindo uma sociedade para
todos. Rio de Janeiro: WVA, 1999.
V JORNADA SEVERINO SOMBRA
Considerações finais
A pesquisa demonstrou que é bastante
satisfatória a inclusão através da música, pois as pessoas
entrevistadas alegaram gostar de música, embora a
maioria nunca tenha estudado nada referente a essa
cultura nas escolas públicas. O aluno que tende a ter
alguma dificuldade social quer seja física, intelectual,
convívio social por exclusão terá a oportunidade de
estar se sociabilizando no convívio entre pessoas
de diferentes tipos de limitações. Sabendo-se que a
música proporcionará benefícios aos que praticarem a
musicalidade de alguma forma em sua vida. Ela só vem
acrescentar e aprimorar mais ainda um currículo escolar
que aderir essa nova forma de lei nas escolas públicas,
onde a sua maioria são de pessoas de baixa renda que
muitas vezes passam por necessidades e privações. A
escola terá como auxilio de inclusão a música em um
todo. A lei se apresenta como um novo alento para
a educação musical em escolas públicas trazendo o
ensino de música na modalidade artes precisando se
destacar mais na vida daqueles que de alguma forma
se encontra na exclusão social até mesmo dentro da
sociedade escolar.
O ensino da música em escolas públicas tende
a melhorar a forma lúdica, e coletiva, com utilização
de jogos, brincadeiras de roda, e nas confecções
de instrumentos. A música é capaz de combater a
agressividade infantil e os problemas de rejeição por
meio de trabalhos corporais que desenvolvem a atenção e
a coordenação motora, desenvolvendo o espírito crítico,
se fazendo conhecer as raízes brasileiras da música,
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