Reabilitação Cardíaca Desde a década de 1940 e 1950 verificou-se que o repouso de longa duração no leito, no pós-infarto agudo do miocárdio (IAM), dos pacientes, causa prejuízo tanto físico quanto psicológico (Levine e Lown 1952, Newton e cols. 1952). Objetivos da Reabilitação cardíaca Em 1993 a OMS definiu a reabilitação cardíaca como a “ soma de atividade atividade necessárias para influenciar, favoravelmente, tanto a causa subjacente da doença, quanto as melhores condições físicas, mentais e sociais, de maneira que os pacientes possam, através de seus próprios esforços, preservar ou reassumir quando perdido, um papel tão normal quanto possível dentro da comunidade.” Objetivos específicos de uma reabilitação cardíaca ou programa de prevenção secundária A limitação dos efeitos adversos da doença Tratamento eficiente e efetivo dos sintomas Estratificação do risco a um evento cardíaco posterior de forma a auxiliar na condução clinica do tratamento que será seguido Modificação dos fatores de risco cardíaco para prevenir a progressão da doença cardíaca tanto quanto possível. A reabilitação cardíaca não deve ser igualada simplesmente á prática de exercícios, devendo também incluir a educação (conscientização) e orientação, de modo que o paciente torne-se responsável por grande parte de seu próprio tratamento. De maneira ideal, a reabilitação deve ser iniciada na hora da admissão hospitalar e continuar após a alta do pacienta (Hare 1990). A Equipe de Reabilitação cardíaca Um amplo programa de reabilitação cardíaca incluirá uma equipe capacitada por vários profissionais de saúde que possuam flexibilidade de abordagem na prestação de serviços de reabilitação. O treinamento de multifunções entre os profissionais de saúde ajuda na qualidade da assistência O papel do Fisioterapeuta O fisioterapeuta concentra-se principalmente nos aspectos físicos da recuperação, especialmente minimizando os efeitos da perda de condicionamento físico prejudicado pelo repouso no leito e intensificando o funcionamento cardiovascular e músculo-esquelético. O fisioterapeuta pode encorajar a realização de um programa desenvolvido em casa, mas deve relatar o progresso físico do paciente á equipe. Worcester (1986) achou apropriado que o fisioterapeuta coordene e conduza o programa de exercícios, unindo-se com outros profissionais quando necessário, por causa de componentes médicos e fisiológicos que compõe a formação do fisioterapeuta. Fundamentos á reabilitação cardíaca Deambulação precoce O tratamento do paciente pós-IAM é baseado em duas necessidades conflitantes: A necessidade pela atividade restrita para evitar as complicações e a necessidade pela atividade em evitar os efeitos indesejáveis do repouso no leito. Levine e Lown (1952): Newman e cols. 1952 iniciaram os programas de atividade supervisionada com seus pacientes pós IAM Triagem randomizada por Bloch. (1974) os pacientes (N = 154) foram divididos entre um grupo de mobilização precoce que iniciavam a atividade no segundo ou terceiro dia pós IAM e um grupo de assistência hospitalar tradicionalmente em que os pacientes eram submetidos a três semanas de repouso restrito no leito. Os autores não encontraram diferenças nos índices de complicação nos primeiros seis meses entre os dois grupos, porém uma diminuição significativa no tempo de permanência hospitalar do grupo de deambulação precoce e de forma significativa, uma incapacidade maior no grupo controle. Os resultados desse estudo confirmaram as observações clinicas dos benefícios da deambulação precoce. Haskell (1994) confirma que essa abordagem é segura Treinamento de exercício No período pós IAM e Pós RVM, o processo natural de recuperação e volta á atividade física normal resultará em algumas melhoras na capacidade funcional. Busk e cols.(1979): aumento de um treco na tolerância ao exercício entre a 3 e 11 semana do pós IAM. O treinamento melhorou tolerância ao exercício em pequena quantidade Lipkin (1991): relatou que há aumentos de 15-25% na tolerância ao exercício em curto prazo quando se associa treinamento físico. A captação máxima de oxigênio pode ser aumentada no paciente com doença coronariana por meio dos mesmos mecanismos de adaptação periférica que indivíduos normais Astrand e Rodahl (1986): a principal vantagem do treinamento é a tolerância aumentada á atividade comum, que requer uma menor porcentagem da captação máxima de O2. Em pacientes com angina pectoris aumentos na atividade levam geralmente á observações de sintomas. A atividade física habitual tem demonstrado diminuir o risco de doença arterial coronariana (Blair e cols 1995) Os fatores de Risco que são favoravelmente alterados pela pelo exercício incluem: Pressão arterial Peso E taxa de lipídeos no sangue. O mais importante nesses estudos foi à demonstração de que os exercícios de intensidade moderada são suficientes para proporcionar uma redução significativa nos riscos, de modo que altos níveis de condicionamento físico não são necessários para resultados favoráveis. Uma outra razão dada com freqüência pelo treinamento ao exercício em reabilitação cardíaca é o bem estar psicológico aumentado. Newman e cols. (1952) e Levine e Lown (1952) realmente observaram efeitos psicológicos prejudiciais do repouso no leito prolongado em seus pacientes e comentaram que esses foram, reduzidos com programas de atividade física. Oldridge e Rowski (1990) demonstraram aumento nos escores de auto-suficiência associados a um programa de deambulação na enfermaria para pacientes pós IAM Lavie e Milani (1995) melhoria na qualidade de vida em pacientes pós IAM após programa de reabilitação cardíaca e de exercícios. Prevenção Secundária Existem evidencias de que o exercício regular reduz o risco e recidiva do IAM, outros sinais clínicos de doença cardíaca isquêmica e mortalidade associada. Esses dados foram fornecidos por Leon e cols. (1987), que demonstraram a necessidade de exercícios moderados em longo prazo numa grande população a fim de reduzir o risco ed doença coronariana e mostraram que é o nível normal de atividade o fator importante. Educação A ênfase atual na assistência de saúde é fazer com que os indivíduos tomem decisões com respeito a seus tratamentos e tomando responsabilidade por sua própria saúde e assistência (Doughty 1991). A educação, especialmente com respeito sobre fumo, dietas, pressão sangüínea e exercícios, é importante parar uma prevenção secundária efetiva (Worcester 1986).