GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL CAPÍTULO XX – OS PRINCIPAIS ESPAÇOS INDUSTRIAIS DO MUNDO CONCEITO E EVOLUÇÃO - CLASSIFICAÇÃO – CONCENTRAÇÃO E FATORES LOCACIONAIS – PRINCIPAIS ÁREAS INDUSTRIAIS DO MUNDO CONCEITO E EVOLUÇÃO Indústria: atividade humana pela qual se transformam as matérias-primas vegetais e minerais em produtos semi-acabados ou acabados, ou seja, as matériasprimas passam por um processo de beneficiamento. Evolução: podemos identificar três estágios em sua evolução histórica. Artesanato: não havia divisão de trabalho: o artesão desenvolvia todas as etapas do trabalho, incluindo a comercialização, com utilização de ferramentas simples, das quais era o dono, assim como das matérias-primas. O artesanato foi mais característico até o séc. XVII. Hoje ainda é encontrado em comunidades com características pré-industriais. Manufatura: corresponde a um estágio intermediário entre o artesanato e maquinofatura, enquadrando-se na fase inicial do capitalismo, entre os séculos XVII e XVIII. Há a utilização de ferramentas mais sofisticadas e já ocorre a divisão do trabalho. O trabalhador não é mais o dono dos meios de produção, sendo assalariado. Maquinofatura: processo que se iniciou com a Revolução Industrial a partir do século XVIII. Caracteriza-se pela intensa utilização de máquinas e fontes de energia, com produção em larga escala e grande divisão e especialização do trabalho. Com a Terceira Revolução Industrial, a automação e a robótica praticamente tornam a mão-de-obra indispensável. A Revolução Industrial desenvolve-se a partir da segunda metade do século XVIII, quando se inicia, devido à utilização de novas fontes de energia, como o carvão, inicialmente e, posteriormente, a eletricidade e o petróleo, e a uma série de avanços científicos que permitiram o desenvolvimento de máquinas, como o tear mecânico, a máquina de descaroçar algodão, o motor a combustão interna, etc. A Inglaterra destacou-se como pioneira neste processo devido a uma série de fatores, entre os quais podemos citar: a ascensão da burguesia, após a Revolução Gloriosa, em 1688, que permitiu o desenvolvimento da livre concorrência e remoção de uma série de obstáculos à expansão comercial; o fato de a Inglaterra ter sido o país que mais se beneficiou da fase do capitalismo mercantilista, acumulando grande quantidade de capitais; as leis de cercamentos que transformaram áreas agrícolas em áreas de pastagens para a criação de carneiros visando a obtenção de lã, concentrando a terra e expulsando os camponeses para as cidades e acentuando o trabalho assalariado; o aumento considerável da mão-de-obra devido ao aumento populacional em função da Revolução MédicoSanitária; as diversas invenções mecânicas e as reformas religiosas, com o desenvolvimento do protestantismo que estimulava a ética do trabalho. A Primeira Revolução ficou circunscrita à Inglaterra e se fundamentou, principalmente, na indústria têxtil, desenvolvendo-se, depois, outros setores, como a metalurgia, as ferrovias e a mineração. Corresponde à etapa do capitalismo concorrencial, fundamentado no liberalismo econômico, com o predomínio de pequenas e médias empresas disputando o mercado. Com a Segunda Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XIX, a industrialização se expande para outros países, como a Bélgica, França, Alemanha e para outros países da Europa e até para outras áreas, como o Japão, correspondendo à etapa do capitalismo monopolista ou financeiro. O processo de industrialização é um dos principais processos que permitem determinar o nível de desenvolvimento econômico dos países, desta forma, podemos identificar países pré-industriais (em que predomina a atividade agrária como base econômica); países em vias de desenvolvimento industrial; países industrializados e países pós-industriais, que correspondem àqueles em a indústria é altamente automatizada e robotizada e que dominam a tecnologia de ponta, como os Estados Unidos, os países mais desenvolvidos da União Europeia e o Japão. Podemos identificar, de acordo com o nível de desenvolvimento industrial e o contexto histórico de sua evolução, três tipos de industrialização: Industrialização Clássica: corresponde àquela experimentada pelos países que foram pioneiros na Revolução Industrial e que hoje correspondem aos países desenvolvidos, com uma industrialização que abrange todos os setores industriais. Industrialização Tardia ou Retardatária: corresponde àquela desenvolvida em alguns países periféricos, devido à transnacionalização da economia após a Segunda Guerra Mundial, devido ao aproveitamento das denominadas vantagens comparativas. Neste tipo, se enquadram os países em desenvolvimento. É também denominada de industrialização dependente, pois foi baseada em capitais e tecnologia estrangeiros. Ocorre o predomínio das indústrias de bens de consumo devido à ação das transnacionais. O setor de indústrias de transformação apresenta carências, servindo de obstáculo ao desenvolvimento econômico. Industrialização Planificada; corresponde ao processo industrial característico dos países de economia planificada, socialistas, que tiveram na indústria de base a sua máxima expressão. As indústrias de bens de consumo não foram muito desenvolvidas, acarretando, posteriormente, a problemas de atraso tecnológico e desabastecimento. Classificação: as indústrias podem ser classificadas de acordo com vários critérios. Os mais utilizados são aqueles especificados a seguir. Quanto á tecnologia Tradicionais: correspondem às indústrias que utilizam tecnologia mais tradicional, ou seja, apresentam baixa Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 1 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL densidade tecnológica, predomina em setores como o setor têxtil, alimentício e mobiliário. Dinâmicas: correspondem às indústrias mais avançadas tecnologicamente e procuram implementar os avanços mais recentes da ciência e da tecnologia. São as que agregam mais valor e características dos países mais desenvolvidos. Quanto ao tipo de bens produzidos Indústrias de base, pesadas ou intermediárias: correspondem às indústrias que produzem bens (matérias-primas e equipamentos) que serão utilizados por outras indústrias. São também denominadas de indústrias de bens de produção. Como exemplos, temos a siderurgia, a metalurgia, a petroquímica e a indústria de cimento. Indústrias de bens de capital: correspondem a indústrias que produzem máquinas e equipamentos para outras indústrias. Como exemplos, temos a indústria mecânica (máquinas, ferramentas) e a indústria de autopeças. Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumo final da população. São também denominadas de indústrias leves. Podem ser divididas em: Indústrias de bens consumo duráveis: como exemplos, podemos citar as indústrias de eletroeletrônicos e automobilísticas. Indústrias de bens de consumo não-duráveis: como exemplos, podemos citar as indústrias têxteis, de calçados, farmacêuticas e de alimentos. Apesar de estas classificações serem as mais utilizadas, é comum vermos referência a outras classificações, como a que ocorre determinada pela função, como indústrias germinativas, pois permitem o desenvolvimento de outros setores industriais, como a petroquímica, e as indústrias de ponta, que assumem a liderança do processo industrial. Outro critério para classificação diz respeito à incorporação de recursos financeiros. Desta forma, temos as indústrias capitalintensivas, pois necessitam de grandes investimentos e tecnologia e as indústrias trabalho-intensivas, pois utilizam intensivamente a força de trabalho. FATORES LOCACIONAIS: também importantes para flexibilizar a localização industrial. Conclui-se, a partir do exposto, que este processo é importante para configurar o espaço geográfico. Entre os principais fatores que condicionam a localização industrial, além dos fatores históricos, já analisados, correspondendo às diferentes formas de inserção dos países na Divisão Internacional do Trabalho, podemos citar: a disponibilidade de matériaprima e energia; a infraestrutura de transportes e comunicações; a disponibilidade de mão-de-obra e de mercado de consumo; a disponibilidade de água; a existência de incentivos fiscais e oferta de terrenos em condições vantajosas; o rigor da legislação ambiental; os níveis de violência social; a estabilidade econômica e política; os níveis de poluição; a legislação contábil dos países (mais ou menos rigorosa); a legislação quanto à remessa de lucros (no caso das transnacionais). No caso das indústrias e alta tecnologia, os fatores mais determinantes são a disponibilidade de mão-de-obra qualificada, com a existência de centros de excelência, como universidades e centros de pesquisa, além de boa infraestrutura, principalmente em termos de comunicação e energia. A concentração das indústrias segue um padrão. Numa primeira etapa, as indústrias se apresentam bastante concentradas, devido ao grande condicionamento exercido por alguns dos fatores locacionais analisados. Numa segunda etapa, as indústrias se expandem, formando verdadeiros parques industriais, mas ainda concentradas geograficamente, devido à infraestrutura já existente (“indústria atrai indústria”), constituindo o que se costuma designar por “economias de aglomeração”. Numa terceira etapa, as indústrias se descentralizam espacialmente. Esta descentralização está ligada à evolução do processo produtivo, característico do pós-fordismo, em que a proximidade de matérias-primas e energia não são tão determinantes e também em função da atração exercida por outras vantagens já consideradas anteriormente. As velhas áreas industriais acabam se constituindo em “deseconomias de aglomeração”, pois passam a apresentar uma série de desvantagens, como o custo dos terrenos; os custos ambientais, devido ao maior rigor da legislação; a maior organização dos sindicatos e dos trabalhadores, encarecendo a mão-de-obra e promovendo maior número de greves e os constantes engarrafamentos e a violência crescente. PRINCIPAIS ÁREAS INDUSTRIAIS DO MUNDO A ocorrência de indústrias e a localização de determinado tipo de indústrias em algumas áreas depende dos denominados fatores locacionais. Estes fatores têm pesos distintos, dependendo do tipo de indústrias. Desta forma, as indústrias pesadas apresentam uma dependência maior do que as indústrias leves da proximidade das fontes de matériaprima. O desenvolvimento das diferentes fontes de energia também condiciona a localização industrial. Assim, quando a principal fonte de energia era a hidráulica, as indústrias se concentravam junto aos rios. Com o desenvolvimento da eletricidade, a possibilidade locacional se ampliou. Os avanços tecnológicos são EUROPA REINO UNIDO Fatores para o pioneirismo desenvolvimento industrial britânico no A Inglaterra foi o país que mais se beneficiou do mercantilismo, com grande acúmulo de capitais. Ascensão da burguesia após a Revolução Gloriosa e desenvolvimento do parlamentarismo Inovações tecnológicas, permitindo, inicialmente, o desenvolvimento da indústria têxtil. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 2 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Existência de carvão em seu território Os “Enclosure Acts”,= ou Leis de Cercamentos, a partir das últimas décadas do século XVII, proporcionando matéria-prima e liberando mão-de-obra. Grande império colonial, facultando a importação de matéria-prima. Revolução Industrial (indústrias automobilística, químicas, farmacêutica, etc.) e a região de Birmingham, com indústrias de alta tecnologia. Histórico A partir da segunda metade do século XVIII, a Inglaterra dominou, durante a Primeira Revolução Industrial, com exclusividade a produção industrial. Experimentou um progressivo processo de monopolização, com a formação de trustes e cartéis que passaram a exportar os produtos industriais ingleses. A partir da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra perde a hegemonia econômica e a importância industrial em função do fortalecimento das economias da Alemanha, Japão e principalmente dos Estados Unidos e passa a ter dificuldades competitivas devido à defasagem tecnológica em relação às novas potências econômicas. As tradicionais áreas industriais, as áreas negras, em função da proximidade das reservas de carvão, passam a experimentar estagnação econômica. Após a entrada do Reino Unido para o Mercado Comum Europeu, em 1973, estas áreas passam a ser alvo de maiores investimentos com o objetivo de modernização. A partir da década de 70, na gestão de Margareth Tatcher, a Inglaterra passa a adotar medidas neoliberais com o objetivo de desonerar o Estado, com um projeto de privatizações, redução de investimentos sociais, tentativa de modernizar o setor produtivo e aprimorar a tecnologia. Estas medidas permitiram ao país uma certa recuperação econômica, ainda que segundo algumas críticas às custas do aumento dos contrastes sociais. As medidas modernizantes de Tatcher foram seguidas por Tony Blair, um dos principais defensores da Terceira Via, e que tornou o Banco Central independente, além de apoiar as empresas privadas e reduzir os impostos. Principais áreas industriais A princípio, as indústrias se concentraram junto às reservas de carvão e aos portos, como as regiões de Lancashire, Midlands, Glasgow e País de Gales e os principais setores eram o siderúrgico, o têxtil, o naval e o de material ferroviário. O setor têxtil merecia destaque principalmente na cidade de Manchester e a atividade portuária tinha destaque em Londres, Liverpool e Glasgow. O surgimento de novas fontes energéticas, como o petróleo, e o desenvolvimento de novas tecnologias conduziu à estagnação das áreas industriais tradicionais., que passaram a experimentar uma série de problemas como o desemprego, a desindustrialização e o movimento migratório em direção a áreas mais dinâmicas, como o sul do país. A modernização industrial, com setores como a petroquímica, a biotecnologia e o setor eletrônico, se fez direcionada para outras áreas industriais, especialmente a região metropolitana de Londres, área tradicionalmente diversificada industrialmente desde a Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) FRANÇA Histórico O processo de industrialização na França inicia-se após o período napoleônico, ao final do século XVIII, e se consolidou durante o século XIX, com a ascensão da burguesia. Outro fator importante para o processo de industrialização foi a ocorrência de carvão nas regiões de Alsácia e Lorena, fator que condicionou, inicialmente, a localização industrial. É um dos países fundadores da CECA e da CEE, mas que rejeitou, recentemente a Constituição Europeia. Disputa, com a Alemanha e o Reino Unido, a liderança na Europa, mas tem experimentado, nos últimos anos, um fraco crescimento econômico, o que demonstra uma estagnação preocupante, já que também enfrenta problemas como a questão da imigração, do desemprego e problemas com a legislação trabalhista e a previdência, a exemplo de outros países europeus. O Estado tem grande participação no controle da economia, procurando criar empregos e estimulando a fusão de empresas para aumentar a competitividade. Entre as grandes privatizações, pode-se destacar a Renault, a Elf Aquitaine (petrolífera) e a Usinor (siderurgia), apesar de o Estado ainda deter grandes empresas, como a France Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 3 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Telecom (telecomunicações) e a SNFC (setor ferroviário). Enfrenta a necessidade de importar recursos minerais e energéticos: as reservas encontram-se bastante esgotadas; o petróleo é importado do norte da África e do Oriente Médio. Produz gás natural na região dos Pirineus e Urânio, no Maciço Central. Ë um dos países com grande participação de energia nuclear na produção de eletricidade, em torno de 75%. Outro recuso abundante é a Bauxita, em Le Baux, na região da Provença Principais áreas industriais importantes e é drenada pelo rio Sena e também servida pelo porto de Lê Havre que além do escoamento industrial também permite o abastecimento do petróleo importado, também suprido através de Marselha no sul do país. Ocorre, também, o desenvolvimento de alta tecnologia, com o surgimento de tecnopólos que chegam a mais de quarenta espalhado pelo território francês Esta concentração levou o governo a implementar medidas com o objetivo de descentralizar mais as atividades industriais, suscitando o desenvolvimento de “capitais regionais”. Outras regiões industriais importantes são as regiões de Toulouse (aviões); Lyon e Grenoble (indústrias química e têxtil), região também servida pelo rio Ródano; Nantes (indústrias químicas). A ocorrência de bauxita, em Le Baux, e o potencial hidrelétrico dos Pirineus possibilita o desenvolvimento da eletro-metalurgia, no sul do país, que também conta com o grande porto de Marselha. ALEMANHA Histórico Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) As áreas tradicionais, ligadas à ocorrência de recursos minerais, como o norte e as regiões de Pás-deCalais e de Alsácia e Lorena, experimentaram, mais recentemente, uma certa estagnação, em função do desenvolvimento de novos padrões industriais, de novas fontes energéticas e de matéria-prima e um certo esgotamento dos recursos minerais. Estas regiões também receberam recursos da União Europeia com o intuito de dinamizá-las e ainda concentram a produção siderúrgica. Há grande concentração industrial na região metropolitana de Paris, a principal região industrial, em função da concentração de capitais, ocorrência de mãode-obra qualificada e universidades, além de boa infraestrutura em termos de transporte e comunicação. A região conta com imensa diversidade industrial, com a presença de quase todos os ramos industriais A industrialização da Alemanha foi, em parte, retardada em função do tardio processo de unificação que ocorreu em 1871. A região era constituída, até então, por regiões autônomas, tendo a Prússia como a unidade mais forte. Já em 1834, um acordo aduaneiro entre os Estados germânicos (Zollverein) permitiu algumas condições para o desenvolvimento industrial. A Alemanha, como outras potências europeias da época, buscaram suprimento de matérias-primas e mercados a partir de uma expansão imperialista, criando conflitos geopolíticos que se desdobraram nas duas guerras mundiais. A Alemanha respaldada no determinismo geográfico de Ratzel com o conceito de espaço vital. Apesar do atraso no desenvolvimento industrial, o país queimou etapas e, ao final do século XIX, já havia ultrapassado os outros países europeus em termos de desenvolvimento industrial. Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em dois Estados: a República Democrática Alemã (satélite soviético) e a República Federal Alemã. Esta última teve a contribuição de vários fatores que justificam o fato de ter se tornado a maior potência econômica e tecnológica da Europa e de ter se alçado à terceira economia do mundo. Entre estes fatores podemos citar: A base industrial já criada, principalmente os conglomerados familiares conhecidos como konzern e que foram reestruturados após a Segunda Guerra Mundial. A infraestrutura desenvolvida antes da guerra, incluindo autoestradas criadas pelos próprios nazistas com finalidades bélicas e que se mantiveram relativamente preservadas. Os imensos recursos provenientes do Plano Marshall, além de aporte tecnológico. A existência de mão-de-obra qualificada Os recursos minerais em hulha e ferro da região da Renânia. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 4 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL A criação, junto com a França, os países do Benelux e a Itália, da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (1952) e do Mercado Comum Europeu (1957) Após a reunificação alemã, em 1990, ocorreram grandes mudanças, principalmente na ex-Alemanha Oriental. Devido ao grande atraso tecnológico e ineficiência competitiva, muitas empresas desta área foram fechadas e muitas outras privatizadas. Estes fatos, associados à modernização conduziram ao aumento do desemprego. A Alemanha também teve que arcar com os custos da unificação o que resultou em déficits e aumento de impostos. Além de privatizações, a Alemanha também tem experimentado a fusão de algumas de suas empresas com empresas estadunidenses e japonesas, como as fusões da Siemens com a Fujitsu e da Basf e Nixdorf com a Hitachi. Principais áreas industriais Os espaços econômicos da Alemanha podem ser visualizados em termos das regiões geoeconômicas, denominadas Lander, a saber: Scheleswing-Holtein, Baixa Saxônia Renânia do Norte e Vestfália, Renânia Platinado, Hessen, BadenWurttemberg e Baviera. E Sarre. Apesar de uma grande concentração industrial na região da Renânia, a Alemanha também tem experimentado uma certa descentralização industrial. industrial, principalmente pelo acúmulo de capitais em função da formação de um empresariado que se formou nesta rota da Liga Hanseática; a proximidade do rio Reno, considerado o mais navegado do mundo, que deságua no Mar do Norte, próximo ao porto de Roterdã; a existência da hulha da região do Ruhr e a ocorrência de ferro também na região. Na região norte merecem destaque também as cidades de Bremen, Hanover e a cidade portuária de Hamburgo. Na Baixa Saxônia, encontra-se a cidade de Wolfsburg, sede da Volkswagen. Esta região tem uma indústria altamente diversificada com a representação de inúmeros setores industriais. Ao centro, encontramos importantes centros econômicos, com destaque para as cidades de Frankfurt (indústria naval e importante centro financeiro, além de sediar o Banco Central Europeu e o Deutsche Bank), Stuttgart (Daimler-Chrysler) e Mannheim e, ao sul, a cidade de Munique (Bayer, Siemens e outras indústrias químicas; BMW e o “Municon Valley” com o instituto Max Planck e o desenvolvimento de alta tecnologia). No lado oriental, as principais cidades industriais são Bremen (indústrias navais) e Leipzig. ITÁLIA Histórico Também experimentou atraso no processo de industrialização em função da unificação tardia, em 1870. Um entrave para a industrialização consistiu na carência de recursos minerais e energéticos e a entrada tardia na corrida imperialista não lhe permitiu grandes oportunidades de se beneficiar de recursos naturais e dos mercados de áreas coloniais. A derrota na Segunda Guerra Mundial acarretou em graves prejuízos econômicos, refletindo-se no processo de industrialização. A exemplo de outros países europeus, a Itália teve a sua economia reconstruída, após a guerra, com recursos do Plano Marshall, tendo-se beneficiado, também com a criação da CECA e da Comunidade Econômica Europeia, além dos recursos provenientes do turismo. Apesar de possuir, então, os setores têxtil e alimentício bastante desenvolvido, a indústria de base era deficitária. A economia italiana apresenta uma grande informalidade e uma participação expressiva do Estado. Nas últimas décadas apresentou crescimento significativo de seu PIB e modernização tecnológica, integrando o denominado G8 Principais áreas Industriais Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) A principal região industrial do país e a região norte, especialmente a região da Renânia do Norte e Vestfália, onde inúmeras cidades importantes se destacam como Dusseldorf (conglomerado ThyssenKrupp), Colônia, Dortmund, Essen, entre outras. Vários fatores explicam o desenvolvimento industrial, considerado o maior da Europa e um dos maiores do mundo: a tradição A Itália apresenta um grande contraste em termos de desenvolvimento econômico e concentração industrial, pois as principais atividades econômicas e as indústrias concentram-se no norte, na planície do Pó, com cerca de 70% da atividade industrial. A região sul, conhecida como Mezzogiorno, constitui uma área de economia estagnada, marcada pelo domínio de estruturas agrícolas tradicionais e com grande resistência a inovações produtivas. Ocorre, inclusive, Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 5 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL um certo movimento separatista por parte de setores da população. Em função deste quadro, a região sul tem sido tradicionalmente marcada como área de emigração e tem recebido atenção especial do Estado e da União Europeia com o objetivo de incrementar o processo industrial e modernizar a região. Vários fatores podem ser apontados para justificar a concentração industrial na região norte do país, correspondendo às regiões do Piemonte e da Lombardia: Proximidade dos países mais desenvolvidos da Europa. Grande potencial hidráulico devido à proximidade dos Alpes. Concentração comercial tradicional e existência de estrutura portuária (Gênova e Veneza). No norte, destaca-se o triângulo industrial formado pelas cidades de Gênova (indústria naval), Milão (centro industrial, financeiro e de moda; Benetton, Versace, Gucci e Armani) e Turim (sede da Fiat). As cidades de Bolonha, Trieste e Parma, ainda na região norte, também apresentam concentrações industriais. A região de Roma e entorno apresenta destaque no ramo têxtil, químico, mecânico e automobiístico. Ao Sul, destacam a cidade de Nápoles (indústria naval) e o triângulo industrial formado pelas cidades de Bari, Taranto e Brindisi, com a ocorrência da indústria petroquímica. A Itália destaca-se, internacionalmente, em termos de design industrial e possui indústrias de grande expressão internacional, como a Benetton (têxtil), Fiat e Alfa Romeu (automobilísticas), Pirelli (produtos químicos) e Olivetti (eletrônicos). Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) FEDERAÇÃO RUSSA E COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES (CEI) Histórico Comparada aos outros países da Europa Ocidental, a atual Federação Russa apresenta um quadro social, econômico e tecnológico de maior atraso. Este fato tem como fatores determinantes: Uma nobreza constituída e sustentada pela burocracia estatal e não pela produção econômica. Uma sociedade com dificuldades de mobilidade social. Durante o período socialista: grandes gastos militares; apesar do grande crescimento industrial na época stalinista, a ênfase foi dada às indústrias de base, havendo desabastecimento e grande atraso tecnológico, principalmente a partir da década de 70, com o desenvolvimento da Revolução Tecnocientífica; os avanços nas áreas bélica e aeroespacial não eram transferidos para os outros setores industriais, pela falta de competitividade e extrema burocracia devido à inexistência de uma economia de mercado. Pode-se destacar, também, o grande isolamento em relação aos principais polos da economia mundial, o que dificultava a transferência tecnológica e a captação de investimentos e a rigidez dos Planos Quinquenais. Lembrar que estes fatores são os principais responsáveis pelas dificuldades do denominado socialismo real e pela desagregação da União Soviética. Gorbatchev assume o poder na União Soviética com o objetivo de promover as transformações estruturais necessárias à modernização. Procurou abrir a economia, captando investimentos e tecnologia e adotando mecanismos mais competitivos, além de tentar reduzir gastos militares, promovendo acordos de desarmamento com os Estados Unidos. A este conjunto de medidas denominou Perestroika que objetivava promover a modernização tecnológica devido à grande defasagem experimentada pela União Soviética, e atender aos anseios da população que sofria com os constantes desabastecimentos. No plano político, procurou atender à demanda das Repúblicas por maior autonomia. Com este fim, propôs o Tratado da União, mas foi atropelado pelas reformas e sofreu uma tentativa de golpe de estado, levado a efeito pela chamada “linha dura”. Foi neste contexto que ocorreu a ascensão de Boris Yeltsin, presidente da Rússia e ultra-reformista. Yeltsin impediu o golpe de estado e acusou Gorbatchev pelo golpe devido à lentidão das reformas. Em 1991, os líderes de algumas repúblicas (Rússia, Belarus e Ucrânia) assinaram o Tratado de Minsk criando a Comunidade dos Estados Independentes. Na verdade, estavam decretando o fim da União Soviética. Yeltsin, que assumiu posteriormente, o poder na Federação Russa, dá prosseguimento às reformas em moldes capitalistas, com abertura econômica e privatização de empresas. A Rússia, como as demais ex-repúblicas soviéticas sofrem com as consequências da transição econômica e inferior nível tecnológico, com as dificuldades de competir num mundo globalizado. Estes fatos têm tido reflexos sobre os indicadores sócioeconômicos que têm demonstrado queda, pois houve também uma redução do Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 6 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL assistencialismo estatal, aumento do desemprego e aumento da inflação. Putin procura recuperar a importância geopolítica da Rússia, principalmente valendo-se dos recursos energéticos e aumento nos preços do petróleo. Processo de industrialização e principais áreas industriais No período czarista, anterior à revolução socialista, a Rússia possui uma base industrial, embrionária e relativamente moderna, na porção europeia, devido a capitais franceses e ingleses. Stalin estatizou os meios de produção (terras, minas e fábricas) e iniciou um processo de coletivização, passando a regular a economia através dos Planos Quinquenais que estabeleciam as metas da economia, centralizando a vida econômica e política. Iniciou um processo de intensa industrialização, priorizando a indústria bélica e de base, com aproveitamento dos recursos minerais e energéticos da União Soviética. Apesar do imenso crescimento industrial, superando, inclusive, o de alguns países ocidentais, as indústrias de bens de consumo não evoluíram paralelamente. A indústria organizava-se na forma de trustes (com produção especializada) e combinados (com produção complementar). A produtividade era avaliada com base na quantidade e não na qualidade o que acarretou baixa produtividade e atraso tecnológico. O processo de industrialização, no período stalinista, partiu da base industrial já criada na porção europeia e foi se expandindo ao longo da ferrovia transsiberiana e aproveitando-se dos imensos recursos minerais e energéticos (gás mineral, petróleo, carvão e minerais metálicos, além do grande potencial hidráulico). A Rússia, que substituiu geopoliticamente, a ex-União Soviética, detém a maior industrialização da região. O processo industrial concentra-se entre Moscou e a região dos Urais. A região de Moscou caracteriza-se pela concentração de indústria de bens de consumo em função da proximidade dos mercados e abundância de mão-deobra. Também ocorrem indústrias siderúrgicas, de veículos e químicas. As indústrias petroquímicas concentram-se na região do Volga-Urais devido à ocorrência de amplas bacias sedimentares e recursos fósseis. A siderurgia, a indústria madeireira e metalúrgica também se destaca na região. A porção oriental do país é bem menos industrializada devido à grande extensão territorial e distância dos principais centros econômicos. Destacam-se a região de Novosibirsky, com indústrias metalúrgicas, mecânicas, de veículos e eletrotécnicas e Inkutsk-Tcheremkhovo, com indústrias químicas, metalúrgicas e de veículos. Nos demais países da CEI, sobressaem o Cazaquistão, o Quirguistão, o Azerbaijão e a Ucrânia, onde os recursos minerais permitem destaque para as indústrias petroquímica, siderúrgica e metalúrgica. AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA ESTADOS UNIDOS - INDÚSTRIA Os Estados Unidos queimaram etapas no processo de desenvolvimento industrial. Em 1920, já haviam se configurado como uma economia com mercado de massa, estágio a que a Inglaterra só chegou Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 7 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL em 1940, apesar de ter sido a pioneira no processo de Revolução Industrial. Além dos fatores já apontados para o desenvolvimento da economia americana, podemos destacar, ainda, como fatores importantes para a sua industrialização e o crescimento de sua economia, a polêmica tese de Max Weber, relacionando o protestantismo ao desenvolvimento do capitalismo e o denominado espírito empreendedor do povo, permitindo o surgimento dos “self-made men”. É importante considerar a imposição do padrão manufatureiro, após a consolidação da burguesia com a vitória do norte na Guerra de Secessão. Cabe destacar os imensos investimentos bélicos, com a adaptação tecnológica desenvolvida neste setor a outros campos industriais e os imensos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, associados a importantes centros de pesquisa e universidades asseguram aos Estados Unidos a liderança em amplos setores de ponta. Regiões Industriais O grande desenvolvimento industrial na região Nordeste, área pioneira e maior centro industrial dos Estados Unidos e do mundo, se deve a diversos fatores: área inicial do processo de colonização, com o desenvolvimento de infraestrutura (vias, portos), a possibilidade de navegabilidade nos Grandes Lagos e a construção de ferrovias transcontinentais; a concentração de grupos de empresários com capacidade de capitalizar o processo industrial; a denominada “negligência salutar”, que permitiu o afrouxamento dos laços de controle britânico no que diz respeito ao desenvolvimento manufatureiro; a disponibilidade de recursos minerais, como o carvão dos Apalaches e o ferro da região dos Grandes Lagos. A região Nordeste, Manufactuting belt, concentra as indústrias tradicionais, com predomínio da siderurgia, da indústria automobilística e ferroviária. Pittsburgh é considerada a capital mundial do aço, com a atuação de importantes empresas como a United States Steel e a Bethlehem Steel. Esta cidade abriga também a Alcoa, uma das principais metalúrgicas do mundo. Detroit é a capital mundial da indústria automobilística e abriga as sedes da GM, Chrysler e Ford. Chicago é um importante centro ferroviário e de frigoríficos, além de máquinas agrícolas. Outros importantes centros regionais são Buffalo e Cleveland. Estes setores têm sofrido o impacto do esgotamento dos recursos minerais e da concorrência, tendo sofrido um processo de descentralização e de reestruturação, na tentativa de proteger estes setores. A região abriga, ainda, o MIT e o setor financeiro de Wall Street e da NASDAQ. A região Nordeste tem sido mencionada como “ rust belt”, deixando evidenciado o tipo de indústria característico e as dificuldades que estes setores têm apresentado. A região que já concentrou em torno de 75% da produção industrial, hoje concentra aproximadamente 50% O processo de descentralização é motivado por causas já analisadas anteriormente e se faz em direção ao Sul e à Costa Oeste (Sun Belt), concentrando, também a população. A região Sul tem a sua industrialização alavancada pelo petróleo do Golfo do México e o desenvolvimento da petroquímica, e pela tradicional indústria têxtil que se deslocou do Nordeste em função da proximidade do algodão. A característica mais marcante, no entanto, é o desenvolvimento de setores modernos, impulsionados pela ação do Estado e ligados ao setor aéro-espacial, com o Centro Espacial de Houston (Nasa) e o Centro Espacial John Kennedy, na Flórida, em Cabo Canaveral. Alguns exemplos importantes dos principais setores encontram-se relacionados abaixo. Birmingham (Alabama); siderúrgicas. Carolina do Norte e Carolina, Carolina do Sul e Virgínia: fábricas de cigarros. Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Tennnesse: indústria têxtil. Flórida: indústria de sucos. Flórida e Louisiania: açúcar. Nova Orleans e Baton Rouge (Louisianis); refinarias de petróleo. Texas: em Irving, petroquímica, com a Exxon Móbil; em Fort Worth, indústria aeronáutica, com a Lockheed Martin; Em Houston, indústria de computadores, com a Compaq e em Round Rock, a Dell Computer. O turismo também representa uma característica importante da região, com o circuito de jazz em Nova Orleans e o Epcot Center e a Disney World, em Orlando, Flórida. A região Oeste representa o mais recente eixo de descentralização. A região também apresenta importantes recursos minerais nas Montanhas Rochosas, gás natural e petróleo na costa da Califórnia, com o desenvolvimento de importantes setores mais tradicionais, como a indústria aeronáutica (Boeing) em Seattle (Washington) e a metalurgia do alumínio, no Oregon. A grande megalópole, que se desenvolveu entre São Francisco e São Diego, apresenta setores industriais bastante diversificados, se distribuindo entre os setores automobilístico, petroquímico, siderúrgico, naval, etc. Mas, é no setor de ponta que a região apresenta as suas características mais marcantes. A região apresentou uma união entre os setores industriais e ação estatal, através de importantes institutos de pesquisa e importantes universidades, como Stanford, Santa Clara, Berkeley e Califórnia, possibilitando, também, uma mão-de-obra qualificada, aliada à existência de uma infraestrutura avançada. O símbolo mais marcante destes setores é o Vale do Silício, que abriga algumas das empresas mais características da tecnologia de ponta, como a Hewlett Packard (HP), com a produção de periféricos; a Intel, com a produção de chips; a Sun Microsystems e a Microsoft (com sede em Redmond, em Washington), com a produção de softwares. Ao sul da Califórnia, o Instituto Tecnológico da Calfórnia (Caltech) inspira o desenvolvimento da indústria aeroespacial, com divisões da Boeing, da Lockheed Martin e da Hughes. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 8 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas, Editora Ática, São Paulo, 2003 (adaptado). CANADÁ O setor industrial canadense concentra-se principalmente na região Sudeste (Grandes Lagos e São Lourenço), principal área industrial, e na região Oeste, em Vancouver, Edmonton e Calgary. Os destaques são o setor madeireiro, com elevada participação na produção industrial e nas exportações, e a metalurgia. O Canadá também é representativo em alguns setores de ponta. Podemos identificar no Canadá as seguintes regiões geo-econômicas: - GRANDE NORTE (Territórios do Noroeste e do Yukon): região de vazio demográfico, com expressivo extrativismo mineral e animal. Concentra as maiores reservas de urânio (Port Radium e Uranium City). O limite sul apresenta a floresta boreal, permitindo também a sua exploração. - COLÚMBIA BRITÂNICA: amplamente recoberta pela floresta boreal, tem como base a indústria madeireira. Vancouver é o grande porto do Pacífico, com grande concentração populacional e possuindo ainda, expressiva metalurgia e a pesca do salmão, além de importante fruticultura, nos vales dos rios Frazer e Colúmbia. Além dos setores industriais tradicionais, como as indústrias de celulose, papel e metalurgia, há o desenvolvimento de setores de ponta, como a indústria de computadores, o setor aeroespacial e de telecomunicações. - PRADARIAS: nesta região encontramos as províncias de Alberta (com grande produção de petróleo e gás natural e o desenvolvimento de refinarias e produção petroquímica), Manitoba e Saskatchewan. Constitui área de agricultura altamente mecanizada de cereais. A área apresenta clima rigoroso e com pouca ocupação do solo. O destaque é a produção do trigo de primavera, apresentando, atualmente, rotatividade. - PROVÍNCIAS MARÍTIMAS: o destaque é a pesca e apresenta também o setor de celulose. - SUDESTE: principal região industrial, com as províncias mais ricas, como Ontário e Quebec. Concentra em torno de 70% da população. Os setores industrias representam, em grande parte, um extravasamento da economia dos Estados Unidos e o seu desenvolvimento é também facilitado pelos recursos minerais e florestais, pela infra-estrutura viária e energética facultada pelos Grandes Lagos e São Lourenço. A região apresenta uma industrialização diversificada: siderurgia (Iron One Company), metalurgia (Alcan), indústria automobilística (GM, Chrysler e Ford), química (Du Pont) indústrias de celulose e setores de ponta, representados pela IBM e a General Eletric. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 9 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL JAPÃO Histórico - Era Meiji (1868-1912) – “Governo Ilustrado”. Fim do Xogunato e restauração do Império (ascensão do imperador Mutsuhito). Políticas modernizantes com investimento em infraestrutura (ferrovias, portos, minas, etc). Grandes investimentos em educação (universalização e qualificação da mão-de-obra) e combate ao analfabetismo. Modernização da agricultura. Abertura dos portos ao comércio internacional. Abertura aos produtos e tecnologia estrangeiros. Nova Constituição (1889) Estabeleceu a Dieta (Parlamento), com o Imperador como chefe sagrado e inviolável. Xintoísmo como religião oficial. Inexistência de grupos privados fortes ação direta do Estado com transferência de empresas estatais aos grupos privados por valores subvalorizados Florescimento da industrialização familiar (Zaibatsus organizações originadas dos clãs familiares tradicionais). Escassez de matérias-primas, energia e limitação do mercado interno desenvolvimento de política imperialista: Investimento maciço em armamentos Expansão imperialista na Ásia (“a Ásia para os asiáticos”) Guerra Sino-japonesa (1894-1895); ocupação da Coréia, de Formosa e da Manchúria (1931); vitória contra a Rússia (1904-1905) e ocupação das ilhas Sacalinas; nova guerra contra a China (1937) fase de maior expansão (ocupação do sudeste asiático e diversas ilhas do Pacífico); ataque a Pearl Harbor (1941). Dificuldades após a 2a Guerra Mundial Perda dos territórios externos. Pesadas indenizações de guerra. Economia estagnada com produção industrial reduzida. Desemprego, agravado pelo retorno de mais de 6.000.000 de japoneses do exterior. Processo inflacionário. Grande carência de recursos naturais. Causas para o desenvolvimento econômico após a 2a Guerra Mundial Ajuda técnico-financeira (Plano Colombo) dos EUA, em função da posição estratégica do Japão frente à expansão do comunismo na Ásia. Intervenção do Estado, incentivando o acúmulo de capital e direcionando a poupança interna (livre de taxações) para capitalizar os Zaibatsu, dando origem a imensos conglomerados transnacionais industriais e bancários (Zikai), como a Mitsubishi, Sumitomo, Mitsui e Yasuda. Crescimento do mercado interno. Mão-de-obra numerosa, barata, qualificada e com estabilidade, com grande identificação com a empresa e padrão de trabalho intenso. Ausência de gastos militares. Indústria diversificada, com coexistência de pequenas, médias e grandes empresas. Agressiva política de exportação, fundamentada na elevada qualidade e baixos preços da produção industrial, com grande competitividade. Manutenção da moeda subvalorizada, estimulando as exportações. Política protecionista, resultado da íntima associação entre Estado e setor empresarial. Ação do MITI (Ministério da Indústria e Comércio Internacional) planeja setores que devem ser estimulados a crescer; determina mercados a serem conquistados; coordena a pesquisa tecnológica. Compra de tecnologia e patentes industriais no exterior, com adaptação a diversos setores industriais. Boa estrutura portuária, facilitando o escoamento da produção e acesso à matéria-prima. Reforma monetária. Reforma agrária. Regime parlamentarista. Planejamento demográfico, com controle da natalidade. Grandes investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Mais recentemente política de descentralização industrial, com surgimento de tecnopólos, com automação e robotização das indústrias. Problemas japoneses Grande dependência de matérias-primas Escassez de espaço territorial, acarretando problemas de moradia, urbanização excessiva, altos custos imobiliários, poluição. Crise econômica ao longo da década de 90: Ondas de valorização do Iene (estratégia dos EUA), reduzindo as exportações japonesas. Aumento da competitividade mundial, com o surgimento de outras plataformas de exportação e perda de mercados externos. Pressões internacionais, principalmente norteamericanas, para a derrubada de barreiras protecionistas. Grandes encargos sociais devido à elevada expectativa de vida da população. Aumento do desemprego e deflação da economia. Incapacidade do governo de aumentar substancialmente o consumo interno. Problemas bancários (sistema de créditos baseados na grande liquidez). Investimentos imobiliários inadequados. INDÚSTRIA Segunda maior potência industrial do mundo. Início da industrialização na Era Meiji com base nos zaibatsus (primeiras indústrias modernas a partir de 1880, com a indústria têxtil – seda e algodão). Necessidades bélicas investimento do Estado e iniciativa privada no setor de bens de produção Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 10 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL (siderurgia, metalurgia, indústrias mecânicas e químicas). Grandes investimentos na indústria de base entre 1955 e 1970. Desenvolvimento de setores mais modernos (fibras sintéticas, eletroeletrônico). Produção voltada para a exportação imensos saldos comerciais. Apresenta como característica a integração vertical das indústrias (Keiretsu) protege a indústria japonesa da concorrência estrangeira. Sistema “just-in-time”. Principais setores: naval (54% da produção mundial); automobilística (veículos utilitários: 42%; automóveis: 25%); siderurgia (aço: 14%). Concentração: Cinturão do Pacífico (disponibilidade de matéria-prima e acesso aos portos): sudeste de Honshu (eixo Tóquio-Osaka, estendendo-se até o norte de Kyushu Fukuoka) 85% da produção industrial do Japão. Indústrias de alta tecnologia (tecnopólos) áreas pioneiras. A exemplo das principais economias industriais do mundo, a indústria japonesa também tem apresentado uma certa descentralização industrial, principalmente no que diz respeito a setores de alta tecnologia. Fonte: Mérenne-Schoumaker. La Localization dês Industries TIGRES ASIÁTICOS Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) Podem-se identificar três regiões econômicas: *Hokaido: principal região agrícola do Japão; grande produção de cereais (trigo, arroz, feijão, beterraba e produção açucareira) cobre maisde 50% das necessidades internas; maior centro de pecuária leiteira do país; produtos do mar; cervejaria Sapporo; desenvolvimento de tecnopólos. *Tóquio e Distrito: Sede de grandes indústrias automobilísticas (Nissan e Honda), Mitsubishi, Sony, Toshiba, etc,; área conurbada com Yokohama e Kawasaki. *Região de Kansai: (Osaka, Hyogo, Kyoto, Shiga, Nara e Wakayama). Osaka rivaliza com Tóquio em criatividade industrial. Área marcou a origem de empresas como a Sharp, Sanyo e Matsushita, Toyota. Surgimento de indústrias de moda e design. Kyoto (antiga capital imperial) é o principal centro turístico do Japão. A expressão “Tigres Asiáticos” ou “Dragões do Pacífico” procura caracterizar a economia agressiva em Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 11 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL termos de exportação de um conjunto de países que experimentaram grande crescimento econômico a partir principalmente da década de 60 e marcadamente na década de 80, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong. Atualmente, este processo também atinge em certa escala outros países do sudeste asiático, valendose do encarecimento da mão-de-obra nos “Tigres” tradicionais, de uma determinada abertura destes novos tigres para captar investimentos e tecnologia e da expansão e transformação da transnacionalização e dos processos produtivos típicos da globalização econômica, além de oferecerem uma série de vantagens comparativas. Entre estes novos tigres, podemos destacar a Indonésia, a Tailândia e a Malaisia. Estes países figuram, com destaque, entre os denominados Países Recentemente Industrializados (NPIs), com industrialização tardia, e desenvolveram-se com base no modelo de plataformas de exportação. Historicamente, estes países apresentavam pouca expressividade, mesmo no conjunto dos países subdesenvolvidos. A península coreana havia sido ocupada pelo Japão em seu processo de expansão imperialista; Taiwan surge após a derrota de Shian Kai Shek pelas forças de Mao Tse Tung e ocupação da ilha de Formosa, com o surgimento deste enclave capitalista, após a Revolução Chinesa; Cingapura constituía uma área estratégica devido a sua localização e foi marcada, historicamente, pelo interesse de companhias comerciais e a ação da pirataria. O surgimento dos Tigres Asiáticos deve ser entendido no contexto da Guerra Fria, quando o surgimento de “vitrines” do capitalismo e aliados dos países ocidentais, na região, constituíam em fator importante para conter a expansão do socialismo na região. Estes países passam a receber pesados investimentos americanos e principalmente japoneses, principalmente estes últimos. A economia dos Tigres pode ser entendida, até certo ponto, como um processo de extravasamento da economia japonesa, sendo, portanto, área de influência japonesa e integrando-se à denominada Bacia do Pacífico. Apesar de diferenças na estrutura industrial destes países, podemos identificar fatores comuns no seu modelo de desenvolvimento, muitos dos quais também típicos do modelo japonês. Participação significativa do Estado no desenvolvimento de políticas econômicas destinadas a efetivar os principais objetivos econômicos, processo facilitado pela existência de governos autoritários. Subvalorização cambial, destinada a desestimular as importações e dinamizar as exportações. Facilidades fiscais, típicas de “paraísos fiscais” com o objetivo de atrair investimentos, além de facilidade na remessa de lucros para o exterior. Oferta de mão-de-obra barata, abundante e disciplinada. Investimentos em educação, visando qualificar a mãode-obra e aperfeiçoar a tecnologia. Limitações à ação dos sindicatos Bolsas de treinamento no exterior. Políticas protecionistas e incentivos às exportações Estímulo à poupança interna para capitalizar as indústrias. Oferta de produtos baratos e inicialmente com baixo valor agregado e com uma qualidade superior a de outros países em desenvolvimento. Este conjunto de países experimentou um crescimento econômico em torno de 8% entre as décadas de 60 e 80, chegando a atingir patamares de crescimento de mais de 10% na década de 90. A qualificação da mão-de-obra e o aperfeiçoamento tecnológico também permitiram agregar valor aos produtos industrializados, incorporando as suas exportações os setores automobilístico, de informática e de produtos eletro-eletrônicos. Este crescimento econômico foi acompanhado pela melhoria dos indicadores sócio-econômicos e por avanços nos mecanismos democráticos. A crise asiática de 1997 afetou o desempenho econômico dos Tigres Asiáticos, com impactos sociais também negativos, como o aumento do desemprego e redução salarial, como ocorreu em Cingapura que também procurou reduzir as tarifas portuárias como forma de atrair maior movimento. A Coréia do Sul foi obrigada a recorrer a empréstimos do FMI e Taiwan também reduziu suas taxas de juros para atrair investimentos. O encarecimento da mão-de-obra e o aprimoramento tecnológico tem levado estes países a deslocar indústrias de menor valor agregado para outros países, como os denominados “novos tigres” e China. Podem-se identificar, apesar dos elementos comuns em termos de modelo econômico, certas peculiaridades em termos de estrutura industrial. A Coréia do Sul iniciou a sua transformação a partir da década de 60, com base em planos quinquenais, com o objetivo de se converter em um país industrializado. Tem o seu desenvolvimento sustentado sobre imensos conglomerados industriais transnacionais, conhecidos como Chaebols, entre os quais se pode destacar a Daewoo, a Lucky-Goldstar, a Samsung Electronics e a Hyundai Motor, que comprou a Kia Motors em função da crise asiática, e a LG Electronics, que, em conjunto, respondem por mais de 45% do PNB do país. Os 30 maiores chaebols totalizam cerca de 65% do PIB. Estas empresas apresentam grande diversidade industrial, com destaque para os setores siderúrgico, metalúrgico e de máquinas elétricas e não-elétricas. Destacam-se, também, os setores de alimentos, brinquedos, cerâmicas e vidro. O seu grande desenvolvimento econômicos e social já lhe vale o rótulo de país desenvolvido, fazendo parte, também, da OCDE. Taiwan já busca uma maior especialização produtiva com o objetivo de se adequar aos avanços tecnológicos, como no caso da informática (Acer), com empresas de médio e pequeno porte. Sua economia foi bastante afetada com a recessão dos Estados Unidos a partir de 2000 e uma redução na demanda de produtos de alta tecnologia. A situação de Hong Kong é um tanto incerta, pois apesar de estar veiculado no acordo de devolução feito com a Grã-Bretanha, destinado a preservar o seu sistema pelo prazo de 50 anos, os prazos para o avanço da democracia direta não foram muito definidos e há Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 12 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL acusações de tentativas de interferência do governo chinês no processo eleitoral de Hongo-Kong. Representa importante centro financeiro e possui o 3 0 mais movimentado porto do mundo. Cingapura vale-se de sua posição estratégica, junto ao estreito de Málaca, rota petrolífera que conduz ao Extremo Oriente. Destacam-se os setores portuário (o porto de Cingapura já é o maior do mundo), naval, petroquímico, eletrônico e também o setor financeiro. no nordeste do país, com destaque para Calcutá, onde se desenvolvem os setores siderúrgicos, metalúrgico, alimentício, bélico, têxtil e automobilístico. A região de Bangalore se destaca na produção de alta tecnologia, onde a quantidade de engenheiros já supera a do Vale do Silício e, com a vantagem de terem um salário que representa 1/4 do salário dos seus colegas norteamericanos. ÍNDIA A Índia obteve o seu processo de independência do império britânico em 1947, principalmente devido á ação política e liderança de Ghandi. Apesar dos investimentos britânicos, a Índia sentiu, inicialmente, até certo ponto, a influência soviética. O governo de Jawarhalal Nehru era nacionalista e não-alinhado, com grande controle estatal sobre a economia e priorizando os setores de infra-estrutura, da indústria de base e da indústria bélica, aproveitando os seus expressivos recursos minerais. Aproximadamente 72% de sua população ainda vive no campo e o país representa um imenso bolsão de pobreza e grande desigualdade social. A Índia começou a abrir a sua economia recentemente, numa política de atração de capitais, principalmente japoneses e norteamericanos, além de desregulamentar a economia e privatizar empresas, apesar de a burocracia ainda ser um grande entrave para a competitividade. Estas medidas têm conferido ao país um expressivo crescimento econômico na região, com o aumento da classe média e consumidora (já avaliada em termos de 200 milhões de pessoas).e redução da pobreza, sendo um dos mais promissores países do denominado BRIC. Seu crescimento girou em torno de 6% ao longo de uma década, já tendo atingido 8%. A economia indiana se assemelha a um imenso mar de economia agrária com verdadeiras ilhas industriais, fato que encontra expressão nos dados estatísticos, pois o setor industrial representa apenas 26% do PIB e concentra apenas 13% da PEA. O país tem sabido se valer da imensa expansão e barateamento das redes digitais desenvolvidas pelos países desenvolvidos e do excelente nível técnico de parte da população que é estimulada a se qualificar, inclusive no exterior, além do domínio da língua inglesa. Uma das características marcantes do desenvolvimento indiano é o crescimento significativo de call-centers e de setores de alta tecnologia, ligados à produção de softwares (um dos maiores produtores e exportadores mundiais e que conta com a articulação do governo, empresas e universidades), informática, telecomunicações, produção de máquinas, produtos eletrônicos e químico-farmacêuticos e de abrigar filiais de muitas empresas transnacionais, como a Microsoft, a Motorola, a Siemens, a Apple e a IBM, inclusive um centro de pesquisas da Intel. A Índia figura, também, como um dos maiores produtores siderúrgicos e têxteis do mundo, A concentração industrial ocorre, principalmente, em Mumbai (antiga Bombaim), com o desenvolvimento do setor têxtil, químico e alimentício e Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) CHINA Características econômicas O grande arquiteto da China moderna foi Deng Xiaoping, que se alçou à liderança do país ao final da década de 70, após o afastamento da denominada “Gangue dos Quatro”, e passou a introduzir uma série de reformas características da economia de mercado. Esta política conhecida como as “Quatro Grandes Modernizações” (ou seja, na agricultura, na indústria, nas forças armadas e no campo da ciência e tecnologia), objetivavam atrair investimentos estrangeiros e oferecer mão-de-obra barata, com a criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEE), além de incentivar a iniciativa privada no campo. A denominada “economia socialista de mercado alavancou a economia chinesa, que a exemplo dos Tigres Asiáticos, se tornou numa importante plataforma de exportação e que tem registrado índices de crescimento dos mais elevados do mundo, com médias superiores a 10% a partir de 1978. No campo político, no entanto, não se verificaram alterações, pois continua predominando a centralização política em torno do partido único (PCCh), com ausência de liberdades democráticas, o que tem acarretado grandes protestos por parte de governos estrangeiros, ONGs, estudantes e dissidentes, em relação à violação dos direitos humanos, como o famoso episódio do massacre da Paz Celestial (1989), com a perspectiva, inclusive, de restrições comerciais. A fim de contemplar estas reformas e incorporar os territórios de Hong Kong e Macau, capitalistas, as autoridades chinesas passaram a caracterizar o regime do país como sendo “um país, dois sistemas”. O mesmo direcionamento tem sido apontado para tentar unificar Taiwan ao território chinês. O sucessor de Deng Xiaoping prossegue com as reformas, iniciando um Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 13 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL amplo projeto de privatizações, tentando liberar o Estado com os encargos de milhares de empresas endividadas. Amplia também a abertura econômica, tentando obter dos EUA apoio para a entrada da China na OMC. A economia chinesa apresenta-se diversificada, mas as reformas provocaram o surgimento de desigualdades sociais e o aumento dos contrastes regionais e setoriais. ASPECTOS FORTES: grande mercado; autossuficiência na produção de alimentos; grandes recursos minerais; reformas econômicas, promovendo um crescimento da economia em torno de 10% ao ano; aumento das exportações; baixos custos com salários. ASPECTOS FRACOS: aumento populacional e desemprego; recursos desigualmente distribuídos; precário sistema de transportes; controle de preços e estatais refreamento sobre o crescimento devido à tentativa de controlar a inflação. A industrialização é apoiada num subsolo bastante rico. Os principais recursos são o ferro, que ocorre principalmente na região da Manchúria, além de outros minerais metálicos, como o ouro, estanho manganês, fosfatos, etc. Também se destaca na produção de recursos energéticos, como o petróleo (quarto produtor mundial) e carvão (segundo produtor mundial). É grande também o potencial hidráulico. A maior hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, está sendo construída no leito do Yang Tsé-Kiang. É a seguinte a distribuição da indústria chinesa: Indústria leve: Xangai, Tientsin, Pequim. Indústria pesada: próximo aos recursos de carvão da Manchúria, em Pequim, Nanguim, Xangai, Wuhan e na região de Cantão. Indústrias alimentícias: espalhadas pelo território. Pequim: correspondendo às regiões de Pequim e Tianjin Centro comercial e industrial importante. Conta com investimentos estrangeiros desde 1980 desenvolvimento de alta tecnologia e manufaturas, impulsionado pela infraestrutura e força de trabalho abundante. Pequim apresenta forte turismo, apesar de apresentar redução da atratividade devido aos constantes cortes de energia, custos dos imóveis e custos trabalhistas. Tianjin mais vantajosa, com menores custos, sendo a principal cidade de entrada com o maior porto e centro de cargas aéreas. Sudeste Economia de mercado. Guangdong e Fujan implantação das ZEEs. Investimentos Hong Kong e Taiwan. Níveis de renda em torno de 10 vezes superior Crescimento e problemas: custos imobiliários, aumento do custo da mão-de-obra e racionamento de energia expulsão de indústrias de baixo custo, desencorajamento a empresas de alta tecnologia. Xangai e cidades-satélite Corresponde ao coração econômico da China. Maior área urbana, com cerca de 12,5 milhões de habitantes e maior concentração demográfica. Corresponde à primeira cidade industrial e comercial. Principal centro financeiro e portuário. Apresenta a mão-de-obra mais especializada. Tende a ser o maior foco de investimentos estrangeiros. A região se prepara para ser um dos mais importantes centros econômicos, financeiros e comerciais do mundo. Nordeste (Dongbei) Regiões geo-econômicas Região pouco povoada. Planície da Manchúria: principal produtor de grãos e soja. Maior reserva de petróleo (Daquing); carvão e ferro Apresentou crescimento menor do que outras áreas na década de 80, devido, segundo algumas avaliações, à dominação estatal. Aumento do comércio com a Rússia. China Central Área cortada pelos rios Azul e Amarelo. Principal produtora de arroz e trigo. Minerais: carvão, petróleo, tungstênio. Campo de experiências: produção comunitária para individual. agrícola Tibete Menor densidade demográfica. Posição estratégica e ocorrência de alguns minérios. Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado) Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 14 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL TEXTOS COMPLEMENTARES Texto 1 A Atividade Industrial As indústrias encontram-se distribuídas de forma desigual no planeta, pois tendem a se concentrar nos lugares onde há fatores favoráveis à sua localização. Genericamente são estes os principais fatores locacionais: Durante a Primeira Revolução Industrial, ou seja, do final do século XVIII até meados do século XIX, as jazidas de carvão mineral eram um dos fatores mais importantes para a instalação de fábricas. Por isso, houve grande industrialização em torno das bacias carboníferas britânicas, alemãs, francesas e norteamericanas. Com a Segunda Revolução Industrial, na metade do século XIX, surgiram outras fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade, e o carvão mineral foi perdendo importância na definição da localização das fábricas. O fato de essas duas novas fontes de energia serem mais facilmente transportadas possibilitou o surgimento de outras zonas industriais. Dessa forma, houve maior dispersão na distribuição geográfica das fábricas. É interessante lembrar que o petróleo, além de ser uma fonte de energia, é uma importante matériaprima, a partir da qual se fabrica uma série de produtos. Um dos setores que mais cresceram, a partir da descoberta dessa nova fonte, foi a indústria petroquímica. Evidentemente, a proximidade de várias outras matérias-primas, como minérios, vegetais, água, etc., também pesaram na localização das indústrias. Outro fator determinante para a localização das indústrias é a existência de uma rede de transportes que possibilite o escoamento das mercadorias produzidas e o recebimento das matérias-primas. É por isso que muitos centros industriais importantes surgiram próximos a portos marítimos ou fluviais, ou ainda em entroncamentos rodoviários ou ferroviários. Outros fatores fundamentais são a disponibilidade de mão-de-obra e a de mercado consumidor. É por essas razões que, historicamente, o fenômeno industrial esteve intimamente ligado às concentrações urbanas, particularmente às grandes cidades como Londres, Nova Iorque, Tóquio. Podemos perceber que muitas cidades crescem em torno de indústrias nascentes ou, ao contrário, atraem indústrias, que fazem com que elas cresçam ainda mais e acabem por sua vez, atraindo um número cada vez maior de indústrias. Vê-se, portanto, que o fenômeno urbano e o fenômeno industrial se constroem mutuamente ao longo da História. O sistema de fábrica caracteriza a indústria moderna. Trabalhadores, matérias-primas e máquinas são reunidos num único local. Os produtores diretos ( operários ) estão separados dos meios de produção, que pertence ao empresário capitalista. A produção, em larga escala, destina-se a mercados amplos e oscilantes de âmbito nacional ou mesmo internacional. Apesar de apresentar, na atualidade um início de dispersão no espaço, a indústria tende a concentração em determinadas porções do espaço geográfico. Imensas regiões industriais agrupam centenas ou milhares de fábricas em áreas definidas, onde as densidades demográficas são elevadas e a urbanização é praticamente total. Concentração e dispersão A economia capitalista de mercado caracterizase pela propriedade privada do capital, das máquinas e instrumentos de trabalho, dos edifícios industriais (fábricas). Os proprietários dos meios de produção organizam os seus negócios em condições de concorrência. Isolados uns dos outros, decidem os tipos de mercadorias que vão produzir e a escala ( quantidade ) dessa produção. Todos procuram maximizar os seus lucros, diminuindo os custos da produção e ampliando os seus mercados. Nessa operação, o sucesso significa crescimento dos negócios e acumulação de capitais. O fracasso, falência e perda do capital investido. Os empresários industriais não coordenam entre si as decisões relativas à localização das suas fábricas. Ao contrário: a opção por um determinado lugar é o elemento inicial da guerra da concorrência e pode até mesmo definir o sucesso ou o fracasso do empreendimento. A melhor localização é aquela que possibilita a maior rentabilidade possível. Essa é a regra básica da teoria da localização industrial. Indústria atrai indústria. Aglomerações industriais oferecem vantagens para a implantação de novas empresas, desencadeando uma dinâmica própria de crescimento. Essa dinâmica de crescimento é conhecida pela expressão economias de aglomeração. As empresas que chegam se beneficiam do ambiente industrial criado pelas indústrias já instaladas, aproveitando-se do mercado consumidor e da força de trabalho, das redes ferroviária e rodoviária, dos serviços de eletricidade e telefonia reunidos no mesmo local. O desenvolvimento tecnológico tende a ampliar de forma crescente o espectro de opções de localização, libertando a indústria das antigas regiões industriais. Teoricamente, o planeta inteiro transforma-se num reservatório de localizações industriais favoráveis. A indústria se dispersa pelo espaço geográfico, recobrindo cidades e pontilhando as áreas rurais. Todo lugar oferece altos lucros. Tipos de indústrias Existem três grandes ramos industriais. As indústrias de bens de produção, também chamada de indústria de base ou pesada; as indústrias de bens de capital, ou intermediárias e as indústrias de bens de consumo, ou leves. A indústria de base As indústrias de base são também conhecidas como indústrias de bens de produção, pois destinam suas mercadorias para a produção e o transporte de outras mercadorias e não para o consumo final. Por isso, Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 15 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL esse grupo de indústrias constitui um setor chave na economia. Os países que não dispõem de uma estrutura completa de indústrias de base depende de importações de bens de produção para o funcionamento de seu parque industrial. Geralmente as indústrias de base requerem a utilização de quantidades expressivas de matériasprimas e combustíveis e apresentam consumo intensivo de energia. Por isso, são também denominadas indústrias pesadas. A dependência das indústrias de base de suprimentos consideráveis de matérias-primas e combustíveis fósseis, condicionou localizações próximas às grandes jazidas de carvão e às reservas de minério. O desenvolvimento tecnológico e a revolução dos transportes, contudo, diversificaram as localizações e possibilitaram a países praticamente desprovidos de recursos naturais implantarem importantes complexos industriais pesados. O Japão ilustra esse fenômeno: mesmo possuindo reservas insignificantes de minérios e combustíveis, encontra-se hoje entre os maiores produtores mundiais de aço, cimento e petroquímicos. Por outro lado, países subdesenvolvidos, com recursos naturais abundantes, não conseguiram se equiparar com uma estrutura adequada de indústrias pesadas, principalmente em função dos grandes investimentos em capital que esse grupo de indústrias exige. Nos países como Brasil, México e Índia, o Estado investiu e ocupa uma posição importante na siderurgia e na petroquímica. As industrias intermediárias As indústrias de bens de capital ou intermediárias, como as de máquinas e de equipamentos, têm o papel fundamental de equipar outras indústrias, leves ( consumo ) ou pesadas, sem o que seria impossível a produção de bens para um amplo mercado consumidor. Essas indústrias tendem a se localizar próximo aos centros consumidores de seus produtos. A indústria de máquinas caracteriza-se como um ramo industrial dedicado, sobretudo, à produção de equipamentos de grande porte. Por isso, é também chamada de industria pesada. Com o desenvolvimento da informática, o porte dos equipamentos deixou de ser uma marca desse ramo industrial, tornando inadequada sua classificação como “indústria pesada”. A tecnologia microeletrônica é nos dias de hoje, a base do desenvolvimento dos equipamentos fabris mais avançados, que têm como finalidade à automação do processo produtivo. A última palavra nesse setor atende pelo nome de robotização. Indústrias de consumo As indústrias de consumo, também conhecidas como indústrias leves subdividem-se em indústrias de bens duráveis e de bens não duráveis. Essas últimas são as mais tradicionais, surgidas no início da Revolução Industrial, com a invenção do tear mecânico. Produzem mercadorias de primeira necessidade e geralmente de baixo custo unitário, como alimentos industrializados, tecidos e confecções, calçados e bebidas. Já as indústrias de bens duráveis originaram-se na Segunda Revolução Industrial, com a invenção da eletricidade e do motor a combustão interna. Automóveis, aparelhos elétricos e eletrônicos são típicos bens de consumo duráveis, pois apresentam maior custo unitário e consumo intermitente ( maior tempo de reposição ). A constituição das indústrias de bens de consumo duráveis combina disponibilidade de matériasprimas, energia, mercado consumidor e força de trabalho, dependendo também, da capacidade de investimento de seus proprietários. As indústrias de bens de consumo duráveis tendem a exigir altas somas de capital para que possam funcionar. Fábricas de televisores, geladeiras, automóveis ou microcomputadores exigem grandes investimentos. Na verdade, a maior parte delas pertencem a um conjunto muito restrito de investidores: as empresas multinacionais. As indústrias de bens de consumo não duráveis, por sua vez, tendem a exigir investimentos menores, por isso encontram-se mais distribuídas pelas diversas localidades que as indústrias de bens de consumo duráveis. A indústria automobilística A indústria de automóveis transformou-se, ainda antes da Segunda Guerra, no eixo da produção capitalista de bens de consumo. Os Estados Unidos atingiram a hegemonia econômica mundial apoiando-se, em grande parte, nessas indústrias. A fábrica automobilística dinamizou dezenas de setores industriais e milhares de empresas mobilizando direta ou indiretamente um em cada seis operários americanos. No pós-guerra, formou-se um mercado automobilístico internacional e inúmeras empresas européias e japonesas passaram a competir com as gigantes americanas. Depois da crise do petróleo dos anos 70, a competição invadiu o próprio território americano. Os carros grandes e dispendiosos cederam lugar para modelos mais simples e econômicos. A porcentagem de carros produzidos nos Estados Unidos circulando nas cidades do país caiu 85% em 1940 para 35% em 1979. Fatias cada vez maiores do mercado interno americano eram abocanhadas pelas empresas estrangeiras. Hoje, o Japão já é o maior produtor mundial, embora a maior firmado mundo continue a ser a GM. Atualmente, o acirramento da competição pelo mercado mundial provoca um processo de internacionalização da produção dos componentes: está nascendo o “carro mundial”. A idéia básica consiste em cortar os custos de produção. Os menores custos de mão-de-obra estão transformando determinados países em centros produtores para o mercado mundial. Os salários pagos no México para os operários da indústria de automóveis não chegam à metade dos salários americanos, enquanto nas Filipinas e no Brasil atingem pouco mais de 10% dos salários americanos. Simultaneamente, as fábricas de automóveis, situadas nos centros mundiais da indústria, sofrem uma revolução produtiva, introduzindo robôs e automatizando a linha de montagem. A chave de toda estratégia reside na redução dos custos da mão-de-obra e na ampliação do ritmo das operações de montagem. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 16 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL A tecnologia de ponta e as novas localizações industriais As grandes concentrações geográficas da indústria representavam, até pouco tempo, verdadeiras economias de aglomeração, atraindo novas empresas para o seu interior. Atualmente, o processo está se invertendo e muitas indústrias preferem fugir das regiões industriais tradicionais. Essas empresas fogem das deseconomias de aglomeração que começam a se manifestar quando a concentração industrial atinge um ponto critico. Nas regiões industriais tradicionais, a força de trabalho criou sindicatos fortes que, ao longo de décadas, impuseram padrões salariais e normas trabalhistas rígidas, limitando a liberdade econômica dos empresários. A densidade demográfica e a disputa pelos terrenos provocaram uma elevação dos preços. A metropolização trouxe uma ampliação dos impostos municipais e dos serviços públicos. Congestionamentos de tráfego, poluição do ar, roubos e assaltos começaram a afugentar executivos e assalariados de alto nível. A indústria de alta tecnologia – eletrônica e informática, biotecnologia e química, aeronáutica, aeroespacial e bélica - que apresenta grande expansão nos Estados Unidos, Japão e Europa reflete nas suas opções de localização uma reação as deseconomias de aglomeração. Esses setores industriais procuram novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em pequenas cidades. Uma geografia industrial diferente está nascendo. O deslocamento de industrias para a periferia do mundo capitalista Depois da Segunda Guerra Mundial, inúmeras áreas localizadas em países subdesenvolvidos receberam unidades industriais modernas, controladas por conglomerados transnacionais automobilísticos, eletrônicos, alimentares, químicos ou metalúrgicos. Esse deslocamento estimulou a modernização de varias regiões do mundo subdesenvolvido, onde foram implantadas novas infraestruturas de transportes, de comunicações e de energia. Cidades cresceram e se tornaram metrópoles. O mercado consumidor de ampliou e diversificou. À sombra e ao lado das filiais dos conglomerados transnacionais nasceram empresas estatais e privadas. Como foi dito anteriormente, o deslocamento geográfico de unidades produtivas para novas regiões da periferia do mundo capitalista oferece vantagens comparativas de diversos tipos. Além do custo diferencial da mão-de-obra, o custo das matérias-primas e da energia se torna um fator decisivo para o deslocamento geográfico de unidades industriais. A estrutura mundial de um conglomerado transnacional aproveita-se ainda da diversidade das legislações fiscais e tributárias. Um exemplo disso é a Nestlé, que controla as finanças das dezenas de filiais espalhadas pelo mundo através de três holdings situadas na Suíça, nas Bahamas e no Panamá, países que não obrigam as empresas domiciliadas no seu território a divulgar balanços contábeis. Os níveis de industrialização Os países desenvolvidos da Europa ocidental e central, América do Norte e Pacifico correspondem às áreas pioneiras da industrialização do século XIX. A desconcentração geográfica da indústria e a consequente industrialização de inúmeras áreas da periferia do mundo capitalistas levaram as chaminés até os países subdesenvolvidos. Implantaram-se nos países subdesenvolvidos os setores e ramos industriais baseados em tecnologias há muito estabilizadas, enquanto as indústrias de alto investimento tecnológico permaneceram concentradas nos países desenvolvidos. A concentração dessas indústrias pode ser observada tanto em nível de produção como de consumo. Assim, a tríade formada pelos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão produz e consome perto de 90% de todas as aeronaves, copiadoras e equipamentos de comando digital do mundo. Uma produção quase igual ocorre em relação aos computadores, produtos farmacêuticos e fibras sintéticas. Mesmo a indústria automobilística revela essa concentração: a tríade consome mais de 70% dos automóveis do mundo e produz 80% deles. A economia mundial vive atualmente uma nova revolução tecnológica, que se desenvolve em torno de alguns grandes ramos fundamentais: · O armazenamento e transmissão de informações, com a produção em larga escala de computadores pessoais e supercomputadores, de serviços de videotexto e banco de dados informatizados e com novos equipamentos de telecomunicações por redes de cabo e satélites. · As novas fontes energéticas, como reatores nucleares e de nêutrons, pilhas de combustíveis e eletricidade fotovoltaica. · As novas técnicas de produção, dinamizadas pela fabricação de circuitos integrados e semicondutores, pelo uso de novos materiais, como as cerâmicas finas e os metais amorfos, e pela automação proporcionada pelos robôs industriais ( mecatrônica ). · As aplicações biológicas e médicas de alta tecnologia, exemplificada pelas sínteses de DNA e fusão de células ( biotecnologia ) e pela descoberta de novos produtos farmacêuticos. O acesso a esse tipo de riqueza depende de pesados investimentos em pesquisa cientifica e tecnológica. Esses investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) são passaporte para o futuro. O espaço mundial da indústria Os países centrais formam um bloco heterogêneo. Nele se encontram gigantes industriais ( Estados Unidos, Japão, Alemanha) e pequenos países altamente industrializados (Bélgica, Holanda, Suécia ). Também há grandes diferenças de PIB industrial per capita, mas em todos eles a economia industrial é uma realidade muito antiga – em geral ligada a Revolução Industrial do século passado – e forma a base da vida nacional. A periferia semi-industrial europeia abrange países insulares ( Islândia, Irlanda ), mediterrâneos ( Portugal, Iugoslávia, Grécia, Turquia, Israel ) e a maior parte do antigo bloco soviético do leste europeu ( Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária ). Trata-se de área cuja industrialização decorreu da expansão dos limites da indústria européia, representando um espaço anexo Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 17 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL às áreas centrais. O mesmo pode se dizer da República Sul-Africana, Austrália e da Nova Zelândia, antigas colônias de povoamento europeias, cujas economias permaneceram ligadas aos países colonizadores. No século atual nasceram dois importantes blocos de países subdesenvolvidos semiindustrializados. Essas áreas têm em comum um percurso de industrialização dependente dos capitais ou dos mercados dos países desenvolvidos, configurando um fenômeno novo. América Latina: a substituição de importações O bloco subdesenvolvido semi-industrial da América Latina abrange quatro países: Brasil, México, Argentina e Chile. A industrialização desses países se deu através da substituição das importações de produtos estrangeiros, com medidas alfandegárias ( tarifas e proibições ) e fiscais ( isenção de impostos ) que estimularam o desenvolvimento da atividade industrial. Hoje, o setor industrial desses países depende muito mais do mercado interno que dos mercados dos países desenvolvidos, fato que se reflete na importância relativamente reduzida das exportações industriais. O processo de substituição das importações ganhou impulso depois da Crise de 29, aproveitando-se da recessão das economias industriais da Europa e da América do Norte e dos capitais gerados pelas exportações de bens primários ( o café no Brasil, os cereais e a carne na Argentina, a prata e o petróleo no México, o cobre e o nitrato no Chile ). No início, esse processo se desenvolveu com a criação das indústrias de bens de consumo não duráveis ( têxteis, alimentos, couros, bebidas ) e na participação do Estado como empresário. Importantes estatais nasceram no México, como a Nacional Financeira (um banco de financiamento à indústria) e a PEMEX ( Petróleo do México ). No Brasil, um pouco depois, era fundada a CSN ( Companhia Siderúrgica Nacional ) e também a Petrobrás. Na Argentina surgia a grande empresa energética YPF ( Yacimentos Petrolíferos Fiscales ). No pós-guerra, especialmente nas décadas de 50 e 60, o processo industrial desses países deu um salto. Conglomerados americanos – e depois europeus e japoneses instalavam fábricas de bens de consumo duráveis ( automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos ) na América Latina. Já que os mercados estavam protegidos da concorrência dos importados, as transnacionais se transferiam para esses países: ao invés de exportarem mercadorias, exportavam fábricas. Apesar da desvantagem representada por um nível de consumo menor, esses países dispunham de imensas reservas de mão-de-obra barata e os lucros às vezes eram até maiores que aqueles conseguidos nos países de origem. Os “Tigres Asiáticos”: plataformas de exportação O bloco subdesenvolvido semi-industrial do Leste Asiático envolve quatro países – a Coréia do Sul, Formosa ( Taiwan ), Cingapura e Hong Kong ( China ). A industrialização dos pequenos “tigres” ou “dragões” asiáticos percorreu um caminho muito diferente daquele do bloco latino-americano. Ela se baseou na produção de manufaturados de baixo investimento tecnológico ( roupas, calçados, aparelhos elétricos, relógios ) destinados ao mercado dos países desenvolvidos. Dessa forma eles se transformaram em “plataformas de exportação”. Os “tigres” são também conhecidos como NICs ( Newly Industrialized Countries: Países Recentemente Industrializados ) já que o processo industrial ganhou impulso nas décadas de 60 e 70. A Coréia do Sul e Formosa receberam influxos muito grandes de capitais americanos e europeus no pós-guerra: eles representavam elos de um cinturão geopolítico capitalista formado em torno da China socialista. Hoje, a sua indústria conhece um salto de qualidade, ingressando na produção de mercadorias baseadas em tecnologia de média sofisticação (microcomputadores, calculadoras e automóveis). Hong Kong e Singapura são núcleos urbanos internacionalizados situados em rotas marítimas estratégicas. Antes de se tornarem polos de indústrias de exportação destacaram-se como entrepostos de reexportação de manufaturados ou produtos primários. Por serem “paraísos fiscais”, atraíram companhias exportadoras e bancos internacionais. Atualmente, os pequenos “tigres asiáticos” estão se inserindo cada vez mais numa área de influência da economia japonesa e do iene (moeda japonesa). Os conglomerados e investimentos japoneses já assumem uma importância maior que os interesses americanos e europeus, e os “tigres” tendem a funcionar como espaço complementar da economia do Japão. A China Em 1975, a ala moderada do Partido Comunista Chinês retomou o poder com Deng Xiaoping, que havia caído em desgraça durante a Revolução Cultural de Mao Tsé Tung. No final da década de 70, Deng iniciou uma série de reformas conhecidas como “As quatro grandes modernizações” – da indústria, da agricultura, da ciência e tecnologia das Forças Armadas. Dentro da visão pragmática da cúpula de poder chinesa foi implantada a “economia socialista de mercado”, ou seja a liberalização econômica dentro de uma vivência política e ideológica socialista. Assim, foram criadas, em 1980, as ZEEs, Zonas Econômicas Especiais, áreas no litoral abertas ao capital estrangeiro, onde se produzem mercadorias voltadas para a exportação e também há incentivo para a exploração agrícola privada. Em pouco tempo, os resultados dessas medidas surpreenderam o mundo, pois as taxas de crescimento de sua economia ficaram entre 9% e 10% ao ano. Os produtos chineses passaram a ser consumidos no mundo inteiro, dada a sua alta competitividade conseguida graças a um enorme contingente de mão – de-obra barata, levando vantagens sobre seus principais concorrentes, os “tigres asiáticos”. A política de abertura não significou a adesão completa a uma economia de mercado pura e simples, pois o Estado mantém o monopólio da energia e de sua potente indústria de base. Além disso, a existência de grande quantidade de Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 18 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL fontes de energia, principalmente o carvão e o petróleo, é o que dá sustentação ao desenvolvimento industrial. Fonte: http://www.escolaalternativa.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=125&Itemid=150 Contrastes e semelhanças nos processos de industrialização da China e do Japão Marcelo Pinto da Rocha Introdução Os primeiros surtos de industrialização, onde encontramos o aperfeiçoamento de processos no trabalho, tem início com a primeira revolução industrial, nos séculos XVIII e XIX. Nesta época encontramos o início da revolução das máquinas, com a invenção, por James Hargreaves, em 1767, da máquina de fiar, capaz de produzir cerca de 80 quilos de material de uma só vez. Ainda no mesmo século foram inventados o tear hidráulico e o mecânico. Com a invenção da máquina á vapor em 1712, por Thomas Newcomen e seu aperfeiçoamento por James Watt, em 1765, os inventos mecânicos da época ganharam maior capacidade produtiva, pois foram acoplados á estes mecanismos. Com a utilização da eletricidade e do petróleo, fontes de energias mais eficientes, a industrialização se intensificou e houve diversificação do desenvolvimento tecnológico. A inovação industrial encurtou a distância, permitindo uma maior intensificação das comunicações, possibilitando assim o surgimento de novas técnicas e alcançando novas fronteiras, favorecendo a troca de informações entre as diversas partes do mundo. Têm-se notícias da China organizada como estado desde cerca de 1000 a.C, este país, na antiguidade, foi sempre caracterizado pelo seu isolamento da cultura ocidental. Em 1513 houve a chegada do navegador português Jorge Álvares e em 1557 Portugal estabeleceu a colônia de Macau, com a autorização do imperador Chi-Tsung. A Inglaterra estabeleceu também uma colônia em território Chinês, em 1842, Hong Kong, que arrendou da China em 1898 por 99 anos. No século XIX o país contava com cerca de 400 milhões de habitantes e uma economia essencialmente agrícola, representava um mercado atraente ás potências econômicas da época. Devido á sua fragilidade militar e atraso tecnológico, neste período, o país foi dominado pela Inglaterra, Rússia, França, Alemanha, Estados Unidos e inclusive o Japão. Apesar de resistir á ocupação estrangeira, a china foi subjugada até meados do século XX. A primeira constituição Japonesa data de 604 d.C, no governo de Shotoku. A chegada dos primeiros ocidentais data de 1542, que eram navegadores Portugueses, até então o Japão vivia completamente isolado. Em 1616 houve o extermínio de cerca de 37.000 Japoneses convertidos ao cristianismo, em 1648 o país fechou seus portos aos navios estrangeiros. Nesta época sob o comando do Xogum Tokugawa, a sociedade divide-se em quatro classes: samurais, camponeses, artesãos e comerciantes. O país vivia na época um estado ainda feudal, com disputas entre os clãs poderosos. Em 1854 os Estados Unidos forçaram a abertura dos portos Japoneses e foram assinados vários acordos comerciais. Com a abertura comercial e a derrota dos últimos senhores feudais, inicia-se a europeização do país, com mudanças profundas no âmbito econômico, militar e tecnológico. O JAPÃO INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO JAPONESA Com a ascensão ao poder do imperador Meiji (1868-1912) o Japão passa um grande período de industrialização, realiza em poucas décadas o que se levaram séculos para se fazer no ocidente. Foi estabelecida uma nova constituição e o sistema legislativo bicameral, adotou-se o modelo moderno de civilização ocidental. Na época com uma população de 28 milhões de habitantes, buscaram-se resultados rápidos. Na época, houve uma peste nos bichos-da-seda da Europa, empresários Japoneses investiram na fiação da seda, também em tecidos de algodão. A produção agrícola foi ampliada, com a utilização de novas tecnologias de cultivo. Quando a iniciativa privada tinha dificuldades em estabelecer novos empreendimentos, o estado o fazia, criando novos impostos e buscando empréstimos no exterior para captar recursos necessários. A fim de acelerar o crescimento econômico o governo emitia dinheiro, fato que gerou inflação e o obrigou a privatizar várias de suas empresas, para estabilizar a situação. Grupos ligados ao governo compraram estes empreendimentos, entre eles a Mitsubishi e outros poucos, dominando assim o cenário econômico do país até o final da segunda guerra mundial. Na época, as elites Japonesas enxergaram como a única maneira de fugir ao domínio europeu na Ásia, a industrialização. Assim um gigantesco esforço foi feito e marca o primeiro período de industrialização Japonês, que vai até a década de 1940, durante a segunda guerra mundial. Nesta época o Japão já desponta como uma das grandes potências mundiais, envolve-se em conflito contra a China (1895) e Rússia (1905), saindo vitorioso de ambos. Em 1905 ocupa a Manchúria, em 1910 a Coréia, participa da primeira guerra mundial ao lado da Inglaterra e Estados Unidos, contra os Alemães e seus aliados. A EVOLUÇÃO JAPONESA No início do seu período de industrialização o Japão contava com mão de obra abundante, o que permitiu um crescimento acelerado. Com problemas sérios de recursos naturais, cerca de setenta e cinco por cento de sua superfície é montanhosa, o país lança uma política expansionista em busca matérias primas e mercados consumidores para seus produtos. O país envolveu-se em vários conflitos regionais em busca do aumento de sua área de influência. Nesse primeiro momento, o país é fornecedor de produtos de baixo padrão de qualidade, já que ainda está incorporando as técnicas ocidentais. Um dos grandes esforços é a busca da alfabetização do povo e a intensificação da publicação de livros e jornais, escolas são construídas por toda parte e o curso primário torna-se obrigatório. Foram instaladas também universidades e estudantes enviados a outras partes do mundo em busca de novas Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 19 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL tecnologias. A rápida transição de economia rural para industrializada trouxe problemas sérios de infraestrutura e inchaço nas suas cidades, este problema foi resolvido através da emigração de excedentes populacionais para outras partes do mundo, inclusive o Brasil. A partir de 1926 tem início á era Shôwa, com a ascensão do imperador Hirohito, que esteve no poder até 1989, ano de seu falecimento. No início desta era, o país estava em crise, o que piorou com a grande depressão de 1929, os índices de desemprego era assustadores. Cresce a influência dos militares no poder, diminui a liberdade de expressão e os opositores são reprimidos. O Japão alia-se á Alemanha e Itália, lançando-se na segunda guerra mundial, contra os aliados, entre eles Estados Unidos e Inglaterra. Apesar de períodos vitoriosos durante o conflito, alcançando controle de extensas áreas no pacífico, o país é derrotado e sofre os horrores da bomba atômica, em 1945 sua economia encontra-se arruinada. Após a segunda grande guerra tem início o período da segunda industrialização Japonesa. Sob ocupação Norte-Americana, são feitas reformas sociais e os direitos individuais garantidos, as principais Holding"s, as Zaibatsu, foram dissolvidas. O país assina o tratado de paz com os Estados Unidos em 1951, passa a ter o apoio das economias ocidentais, nova constituição é promulgada em 1946. As ideias bélicoimperialistas são abandonadas e o país volta a viver sob um regime democrático. A guerra da Coréia em 1953 beneficiou sua economia e já no início da década de 1960 o país mostrava sinais de recuperação. Uns dos problemas sérios eram quanto á qualidade de seus produtos, os próprios Japoneses reconheciam-nos como baratos e ruins. O povo Japonês assimilou bem os conhecimentos de melhoria de qualidade e aumento de produtividade, trazidos pelos Estados Unidos. Hoje a situação inverteu-se, eles são uma das grandes economias mundiais e passaram a ameaçar os NorteAmericanos na primazia do domínio tecnológico, seus produtos viraram sinônimos de qualidade. O Japão investiu maciçamente no conceito de produzir com qualidade, como também em educação do seu povo. Os Japoneses acreditavam que o método de inspeção de qualidade era ineficiente e onerava o custo de produção. Desenvolveram métodos e ferramentas que visavam eliminar a peças defeituosas, objetivando o defeito zero. Hoje grande parte das ferramentas de qualidade utilizadas são de origem Japonesa ou aprimoradas por eles, como os círculos de controle de qualidade (CCQ), Diagrama de Ishikawa, Controle da qualidade total (TQC), manutenção produtiva total (TPM), 5S, JIT (just in time), etc. (13). Os Japoneses descobriram que os modelos Fordista e Taylorista não atendiam os seus anseios e precisam desenvolver seus próprios métodos. Na década de 1970, Taiichi Ohno, o principal engenheiro de produção da Toyota, percebeu que era preciso aplicar um novo método de produção. Ohno inaugurou o modelo de produção enxuto e deu início ao que se chama de Toyotismo. Combatia-se o desperdício, como o da superprodução, material esperando no processo, desperdício no transporte, desperdício na movimentação de operações, entre outros. As metas do programa eram zero defeito, tempo zero de preparação, estoque zero, movimentação zero, quebra zero, lote unitário, entre outros. As principais técnicas utilizadas para se alcançar o resultado foram o mapa de fluxo de valor, mapeamento das atividades, layout enxuto, formação de células, sistema Kanban de controle de produção e os cinco elementos da manufatura enxuta. O sucesso da metodologia fica claro quando analisamos que hoje o Japão é um dos principais exportadores de veículos do mundo em detrimento com a década de 1960, onde o país não conseguia exportar um único automóvel para o ocidente. Outro fato que deixa claro o sucesso Japonês, é o fato da imigração inversa nos dias de hoje, com o retorno de descendente de Japoneses, os Nikkeis, do Brasil, do Peru e de outras partes da América do Sul, conhecidos como Dekassegui. A CHINA PRECEDENTES DA INDUSTRIALIZAÇÃO CHINESA No início do século XX, apesar da China manter governo próprio, passava por sérias dificuldades impostas pelos acordos comerciais que foi forçada a assinar. As grandes potências da época controlavam algumas áreas do país e isto gerava sérias rebeliões e descontentamento popular. Em 1911 o partido Nacionalista Chinês promoveu o fim monarquia, contudo não conseguiu devolver a autonomia desejada, devido a presença de forças estrangeiras em seu território. Devido a interesses na Coréia, ainda no século XIX, entrou em guerra com o Japão, tendo sido derrotada, cedendo também á ilha de Formosa e obrigada a pagar pesada indenização á esta nação, cedeu também quatro portos no continente. Esse conflito expôs a fragilidade militar do império Chinês, na época. A pressão internacional continuou sobre o território Chinês, gerando revoltas, o partido Nacionalista não conseguia estabilizar o país politicamente. Em 1920, sob influência da revolução socialista Russa, é fundado o partido Comunista Chinês, com participação de Mao Tsé-tung. Em 1925, Chiang Kai-shek assumiu o controle das tropas do partido Nacionalista, iniciando assim a perseguição aos comunistas. Diante das dificuldades, os comunistas se retiram para o campo, em 1931 fundam a República Soviética da China. Em 1934 os nacionalistas lançam uma grande ofensiva, forçando as tropas, lideradas por Mao Tsé-tung, a percorrerem mais de 10.000 quilômetros a pé, fato que ficou conhecido como a Grande Marcha, dos 100.000 soldados que iniciaram, sobraram apenas 9.000, depois de um ano e meio. Para agravar mais o quadro Chinês, o Japão invade a Manchúria em 1931, estabelecendo o estado fantoche de Manchukuo. O governo Nacionalista enfrentava agora dois problemas, os comunistas e os Japoneses. Diante do agravamento da invasão, em 1937 os nacionalistas e os comunistas fizeram uma aliança, que durou até o final da segunda guerra. Este acordo deu controle de parte do exército Chinês aos comunistas, com o final do conflito inicia-se a guerra civil, em 1949 as tropas lideradas pelo partido Comunista Chinês entram vitoriosas em Pequim. Chiang Kai-shek se refugia em Formosa (Taiwan), onde instalaram o governo da China Nacionalista. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 20 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL A EVOLUÇÃO CHINESA Sendo um país comunista, a China adotou o modelo de economia planificada, esteve muito ligada á extinta União Soviética até a década de 1960. Na época a economia voltava-se para o desenvolvimento industrial, mas com o rompimento ideológico entre os partidos Comunistas de ambos os países, passou-se a focar novamente a agricultura. Mao Tsé-tung lança o programa "grande salto para frente", em 1958, que visava dotar o país de um sistema industrial completo, mas este projeto entrou em colapso já no ano de 1961. Em 1966 acontece um período de grande instabilidade política, a revolução cultural. Esta época foi marcada pela perseguição política, com uma tentativa de depuração do partido Comunista e transformação ideológica. Este programa que durou até 1976, quase arruinou a nação, todos os opositores eram caçados e a cultura milenar do povo Chinês desrespeitada. Líderes comunistas do período pós-revolução cultural também foram perseguidos, como Li Chao-chi e Deng Xiaoping, este inclusive teve um de seus filhos aleijado em uma ação de invasão de domicílio, por parte das autoridades na época. Com a morte de Mao Tsé-tung, em 1976 inicia-se a "desmaoização" do país, com um novo plano de reorganização política e econômica para a China, nova constituição foi aprovada. A partir da década de 1980 o país entrou em uma fase de grande crescimento econômico. Com a chegada de Deng Xiaoping ao poder houve a abertura do país ao capital estrangeiro e incentivos para atraí-lo. As fábricas abandonaram o antigo sistema de produção em cota e passaram a levar em conta a necessidade do mercado e a lei da oferta e procura. O turismo passou a ser incentivado, a iniciativa privada passou a ser admitida na economia chinesa. Os investimentos estrangeiros começaram a chegar, atraídos principalmente pelos baixos salários pagos aos operários e também pelo imenso mercado potencial de consumo. Outra fonte importante de investimento no país são os recursos provenientes de cidadãos Chineses que vivem em outras partes do mundo, são cerca de 55 milhões de pessoas com capacidade de investimento. Apesar do governo comunista, a desigualdade é um grande problema da China, a maioria do país continua pobre, o advento capitalista acontece apenas em algumas áreas e o governo tenta controlar a migração interna. A economia de mercado gera conflitos entre o trabalho manual de baixa remuneração e o trabalho intelectual, mais valorizado. O governo tenta manter a abertura econômica e ao mesmo tempo o fechamento político, especialistas perguntam por quanto tempo eles conseguirão manter isso. Os investimentos em educação são maciços, em 2006 o governo investiu 87 bilhões de dólares, 3,01% do produto interno bruto, a China forma cerca de 1 milhão de engenheiros, 800 mil médicos e 500 mil físicos, por ano, 92% da população são alfabetizados. Apesar de investir em educação, o governo Chinês mantém forte censura nos meios de comunicação e também na internet, filmes com fortes cenas de sexo, livro políticos e shows de rock são proibidos. Apesar dos problemas eles conseguiram tirar mais de 400 milhões de pessoas da pobreza nos últimos 20 anos, praticamente duas vezes a população do Brasil. Apesar da falta de liberdade e da imensa máquina burocrática do governo, os Chineses parecem felizes, pelos menos os das áreas industrializadas, no final do mês sobra dinheiro, a vida para eles já foi bem pior. O país começa a ter os seus primeiros bilionários e o povo parece gostar do que está acontecendo, a China cresce cerca de 10% ao ano. Ainda assim os desafios são grandes, eles precisam melhorar ainda a vida de cerca de 800 milhões de pessoas. A China praticamente já é a segunda economia mundial, lidera o mais espetacular ciclo de crescimento da história, exporta cerca de 800 bilhões de dólares ao ano e recebeu cerca de 72 bilhões de dólares em investimentos em 2007. Entre os principais itens produzidos temos desde matérias primas até produtos acabados, como: sapatos, brinquedos e eletrônicos; alimentos processados; equipamentos de transporte incluindo automóveis, vagões de trens e locomotivas, navios e aviação; equipamentos de telecomunicação, veículos espaciais e satélites. Um dos problemas enfrentados pelos seus produtos é o conceito de baixo padrão de qualidade, para muitas pessoas o "made in China" atualmente é sinônimo de má qualidade. Outro problema que o país enfrenta é a pirataria, segundo algumas pessoas no ocidente, ela corre livremente neste país, a grande queixa é sobre o respeito a propriedade industrial. Segundo autoridades chinesas, está se fazendo grandes esforços para supervisionar a qualidade dos produtos industrializados e os fabricantes devem ser responsáveis pela retirada imediata dos itens que apresentarem problemas. CONCLUSÃO O surto de industrialização nos dois países apresentados se deu com forte intervenção do estado, claro que no caso Chinês não poderia ser de outra forma, visto que este país vive sob ditadura comunista. O Japão iniciou o seu processo praticamente 100 anos antes que os Chineses, no caso da China podemos dizer que a industrialização ocorreu somente no final da década de 1970, sendo um processo recente, com cerca de 30 anos. Em ambos os casos, as duas nações estavam sob regimes totalitários quando os processos se iniciaram. Analisando os fatos, podemos dizer que no século XIX os dirigentes do Japão enxergaram mais longe do que os Chineses. A China, com a falta de visão de seus governantes, sofreu um grande atraso tecnológico, na atualidade está se recuperando, mas vale á pena lembrar que no período da revolução cultural tentou andar na contramão da história. O período da segunda guerra mundial foi decisivo na história e rumo dessas duas nações, ambas tiveram suas economias e sofreram horrores, uma por livre escolha e outra por imposição. O povo Japonês deixa claro o seu poder de reorganização, pois não se deixa abater pelos problemas e corre sempre em direção ás soluções inteligentes. Analisando os fatos, o processo de industrialização Chinês está apenas com 30 anos, podemos relacioná-lo com o Japão do início do século Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 21 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL XX. Os Japoneses, nesta época, tinham graves problemas de tecnologia de produção e qualidade em seus produtos, que conseguiu resolver na década de 1970. Considerando isto, podemos dizer que a China está bem adiantada em relação ao assunto qualidade, lembrando que a teoria de processos evoluiu bastante, com forte contribuição dos Japoneses. Claro que seria necessário investigar como a tecnologia industrial foi transferida a estes países, pois pode não ser feita de maneira correta, causando todos os problemas abordados no que se refere ao fator qualidade. Em um primeiro momento a China foi prejudicada por ter um processo de industrialização tardio, mas beneficiada por receber uma tecnologia bem mais desenvolvida e pronta para utilização em relação aos Japoneses em sua época inicial. O Japão teve que desenvolver grande parte de sua evolução tecnológica, inclusive com forte trabalho na área de processos. A educação é fator primordial no desenvolvimento tecnológico e econômico de uma nação. Os fatos apresentados deixam claro que o sucesso desses dois países está ligado aos programas educacionais desenvolvidos por seus governos. Se a China repetir a história Japonesa, poderá mudar o conceito de baixo padrão de qualidade de seus produtos, visto que no Japão isso também já foi realidade. O grande contraste da China em relação ao Japão é no campo da liberdade individual, que é o seu ponto fraco. Com a melhoria do nível de vida de seus cidadãos, a sociedade Chinesa buscará maior liberdade de expressão ou se contentará somente com o conforto material produzido pela tecnologia? Somente o tempo poderá responder essa pergunta b) preservação do consumo de produtos tradicionais pelos setores urbanos – crescente ocidentalização dos camponeses c) crescimento da acumulação de capital nas áreas urbanas – manutenção de bolsões de pobreza nas áreas rurais d) ampliação do setor econômico estatal nas províncias litorâneas – estagnação dos investimentos públicos no interior Fonte: http://br.monografias.com/trabalhos3/contrastes-industrializacao-chinajapao/contrastes-industrializacao-china-japao2.shtml a) pátria do isolacionismo, em divergência com os problemas comerciais da União Europeia e com a integração b) política na África c) território da democracia, em desacordo com as ambiguidades políticas das nações desenvolvidas e com o autoritarismo do antigo terceiro-mundo d) nação urbanizada, em contraposição com a decadência parcial do setor imobiliário americano e com a ruralização dos países africanos e latino-americanos e) potência emergente, em contraste com o relativo declínio das demais potências econômicas e com a insignificância dos países subdesenvolvidos QUESTÕES OBJETIVAS 1. (IBMEC-RJ) Após a morte de Mao Tsé-Tung, a China conheceu um período de extrema instabilidade política que deu lugar, na sequência, à ascensão de uma importante liderança, Deng Xiao-Ping, em cuja administração: a) foi autorizado o funcionamento do pluripartidarismo; b) a China abandonou os seus projetos nuclear e espacial; c) teve início uma política de lenta e gradual abertura aos investimentos estrangeiros; d) o xintoísmo foi transformado em religião oficial do país; e) os investimentos norte-americanos no país subiram consideravelmente, apesar do rompimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos. 2. (UERJ) Neste ano, ocorreu a primeira Olimpíada na China. O governo chinês, que vem há três décadas realizando mudanças na economia, apostou no sucesso dos jogos como um reforço à sua imagem internacional. Essa expectativa se contrapõe à constatação da seguinte disparidade socioespacial existente no país: a) redução das diferenças de renda nas cidades – ampliação das diferenças de renda no campo 3. (UERJ) COMO A ELITE CHINESA VÊ O MUNDO A imagem acima, publicada na capa da revista americana The Economist, em março de 2009, apresenta, de forma caricaturada, a visão de mundo da atual elite chinesa. De acordo com essa perspectiva, a China face ao restante do mundo poderia ser percebida como: 4. (UFF) Como a economia capitalista caracteriza-se pela propriedade privada do capital, os proprietários organizam seus negócios em condições de concorrência. Todos procuram maximizar seus lucros, diminuindo os custos de produção e ampliando seus mercados. (...) A concorrência tem início quando os empresários tomam decisões relativas à localização das suas fábricas. A opção por determinado lugar é o elemento inicial que pode definir o sucesso ou o fracasso de um empreendimento. Magnoli, D. e Araujo, R. Geografia, A construção do mundo. São Paulo? Ed. Moderna, 2005. A teoria básica da localização industrial está contida na seguinte afirmativa: a) Uma fábrica atrai outra fábrica devido às vantagens da aglomeração. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 22 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL b) O espaço geográfico oferece poucas opções de localização. c) A melhor localização reduz o tempo e os custos de produção. d) A produção em série estimula as vantagens locacionais. e) A concentração industrial é fortalecida pelo avanço tecnológico. 6. (UFF) Na geografia econômica do mundo contemporâneo, as economias chinesa, indiana e brasileira, com desempenhos parecidos na década de 1980, diferenciam-se no presente momento. 5. (UERJ) A distribuição espacial da riqueza na China A análise correta dos gráficos conduz à seguinte conclusão: a) a Índia mantém, ao longo do período, um PIB duas vezes superior ao brasileiro; b) o Brasil apresenta trajetória ascendente de sua participação no PIB mundial; c) a China apresenta tendência a se afirmar como uma das principais economias do mundo; d) a China ultrapassa o Brasil a Índia, em 1990, ao ter triplicado o seu Produto Interno; e) a Índia mantém participação estagnada no PIB mundial, ao longo dos anos 80. 7. (UNIRIO) Analise o mapa a seguir. GRESH, Alain et al. L’Atlas du Monde Diplomatique. Paris: Armand Colin, 2006. As reformas econômicas implementadas na China nas últimas três décadas afetaram profundamente a organização territorial do país. A partir da observação dos mapas, nota-se que a distribuição da riqueza entre as províncias chinesas possui a seguinte característica marcante: a) os espaços rurais das províncias litorâneas são mais prósperos b) as províncias com maior nível de renda são as menos urbanizadas c) as áreas mais ricas apresentam maiores disparidades socioespaciais d) os aglomerados urbanos do interior têm níveis de renda mais homogêneos Geografia. Nathan, 2005. (Adaptado) Sobre a organização regional dos Estados Unidos não é correto afirmar que a) o Nordeste e o Sudoeste estão articulados graças às plataformas informacionais e aos grandes eixos de circulação transcontinentais. b) o Nordeste é uma região dinâmica porque concentra uma densa rede de cidades e um excepcional sistema de comunicações. c) o Sun Belt inclui estados do sul e do oeste que tiveram um rápido crescimento econômico graças às indústrias de alta tecnologia. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 23 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL d) a diagonal interior compreende os espaços agrícolas do Middle-West que apresentam densidades demográficas mais baixas. e) no centro-sul estão concentrados os polos de alta tecnologia devido à disponibilidade de recursos naturais. 8. (FGV) Com uma produção diversificada, abrangendo indústrias têxteis, siderúrgicas e de equipamentos ferroviários, a região do "Manufacturing Belt", comparada a outras regiões industriais dos EUA: a) vem aumentando sua participação relativa no total da produção do país, desde o pós-guerra. b) é uma região de fortes investimentos ("hot belt") graças à vertiginosa expansão da indústria automobilística nas duas últimas décadas. c) perdeu sua posição de comando nas decisões econômicas do país, devido ao deslocamento significativo de indústrias, serviços e rede bancaria para o Noroeste. d) apresenta organização predominantemente fordista, diferenciando-se dos novos centros industriais do "Sun Belt", pautados pela acumulação flexível. e) caracteriza-se por dispersão territorial de suas indústrias, grande automação e pequena dependência das fontes de energia. 9. (Mackenzie) A arrancada industrial dos Tigres Asiáticos, pós Segunda Guerra Mundial, coincide com a implantação da Guerra Fria no mundo bipolarizado da época. Esse fato só foi possível em virtude: a) da ajuda financeira recebida na época do tesouro japonês, que sempre defendeu seus interesses econômicos na região. b) da poupança interna desses países que, mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, já controlavam suas importações, estimulando as exportações de bens de consumo duráveis. c) da ajuda financeira norte-americana, por meio do Plano Colombo, uma forma de instalar o cordão sanitário na região. d) da ajuda financeira soviética, que visava ampliar sua área de influência por toda a região. e) da ajuda financeira mútua entre os países do bloco, que trocavam entre si matérias primas, tecnologias e uma intensa abertura do mercado consumidor de toda a região. 10. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres Asiáticos: I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a presença de mão-de-obra barata, foram consideradas pelos grupos industriais americanos e japoneses para se instalarem nos Tigres Asiáticos. II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo da população. III.Para facilitar a colocação da produção no mercado internacional, tomou-se como estratégia a implantação de uma produção industrial muito homogênea para esse grupo de países. a) se apenas a afirmação I estiver correta. b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas. c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmações estiverem corretas. 11. (Unifesp) Assinale a alternativa que relaciona corretamente a tabela com alterações verificadas na China. É um processo mundial o aparecimento de novas configurações espaciais das indústrias. Assinale a alternativa que indica o processo correto. Nas últimas décadas, o país a) transformou-se em uma plataforma de exportação de produtos industrializados, com participação de capital externo. b) passou por uma abertura comercial que resultou no incremento do mercado interno, em detrimento das exportações. c) democratizou-se, a ponto de garantir o acesso a bens manufaturados à população chinesa. d) diminuiu as vendas de produtos agrícolas, em função da maciça migração do campo para suas principais cidades. e) baixou suas vendas de produtos energéticos para fornecer energia a Taiwan, que considera seu território. 12. (PUC-RJ) A Índia, um país de fortes tradições e de cultura milenar, tornou-se, nas últimas décadas, um pólo de tecnologia de informação. Este avanço tecnológico vem repercutindo na economia e na sociedade indianas. A partir do texto, podemos afirmar que o setor de tecnologia de informação: I.gerou, com a produção de software e serviços, milhares de empregos qualificados, o que acentuou ainda mais as diferenças sociais. II.foi o setor que mais cresceu na economia, mas, como está orientado para a exportação, sua influência não atinge o dia-a-dia da maior parte dos indianos. III.criou uma nova classe social empreendedora e de perfil global, num país em que ainda persiste a divisão em castas. IV.resultou dos incentivos governamentais na formação de um grande número de pesquisadores no exterior e que retornaram ao país. Assinale: Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 24 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL a) se somente a afirmativa IV está correta. b) se somente as afirmativas I e II estão corretas. c) se somente as afirmativas II e III estão corretas. d) se somente as afirmativas I e IV estão corretas. e) se as afirmativas I, II, III e IV estão corretas 13. .(FUVEST) A região do "Sun Belt", nos EUA, tem se caracterizado por um acelerado crescimento econômico, grandes obras de infraestrutura, instalação de centros de desenvolvimento tecnológico e uma fantástica expansão do turismo, entre outros aspectos. Exemplos de áreas que apresentam estas características são: a) São Francisco - indústria da informática e centros de pesquisa - e Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e tecnologia de ponta. b) Seatle - indústria aeronáutica a informática - a Portland - produção de alumínio e indústria bélica. c) Boston - indústria de informática a centro aeroespacial - e São Francisco - indústria da informática e centros de pesquisa. d) Atlanta - indústrias têxteis, químicas e de defesa - e Portland - produção de alumínio e indústria bélica. e) Seatle - indústria aeronáutica e informática - e Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e tecnologia de ponta. de desenvolvimento tecnológico e uma fantástica expansão do turismo, entre outros aspectos. Exemplos de áreas que apresentam estas características são: a) São Francisco - indústria da informática e centros de pesquisa - e Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e tecnologia de ponta. b) Seatle - indústria aeronáutica a informática - a Portland - produção de alumínio e indústria bélica. c) Boston - indústria de informática a centro aeroespacial - e São Francisco - indústria da informática e centros de pesquisa. d) Atlanta - indústrias têxteis, químicas e de defesa - e Portland - produção de alumínio e indústria bélica. e) Seatle - indústria aeronáutica e informática - e Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e tecnologia de ponta. 16. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres Asiáticos: I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a presença de mão-de-obra barata, foram consideradas pelos grupos industriais americanos e japoneses para se instalarem nos Tigres Asiáticos. II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo da população. 14. (UNIFESP) Observe o mapa. III.Para facilitar a colocação da produção no mercado internacional, tomou-se como estratégia a implantação de uma produção industrial muito homogênea para esse grupo de países. a) se apenas a afirmação I estiver correta. b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas. c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmações estiverem corretas. Identifique corretamente as zonas I, II e III. a) I, vale do Elba, indústria tradicional; II, vale do Danúbio, indústria de base em crise; III, vale do Reno, indústria de alta tecnologia. b) I, vale do Reno, indústria tradicional; II, vale do Danúbio, indústria de alta tecnologia; III, vale do Elba, indústria de base em crise. c) I, vale do Danúbio, indústria de alta tecnologia; II, vale do Elba, indústria de base em crise; III, vale do Reno, indústria de alta tecnologia. d) I, vale do Reno, indústria tradicional; II, vale do Elba, indústria de base em crise; III, vale do Danúbio, indústria de alta tecnologia. e) I, vale do Elba, indústria de alta tecnologia; II, vale do Reno, indústria tradicional; III, vale do Danúbio, indústria de base em crise. 15. (FUVEST) A região do "Sun Belt", nos EUA, tem se caracterizado por um acelerado crescimento econômico, grandes obras de infraestrutura, instalação de centros 17. (FGV) O papel que as técnicas alcançaram na produção, a partir da Revolução Industrial, faz desse momento um marco definitivo. É, também, um momento de grande aceleração, ponto de partida para grandes transformações. (Adaptado de Milton Santos. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo. Razão e Emoção.) O desenvolvimento da tecnologia, após a Revolução Industrial, apresenta três estágios. Assinale a alternativa que não apresenta características desses estágios na ordem correta. a) o estabelecimento de métodos fabris; a introdução da produção em massa; o desenvolvimento de sistemas baseados nos computadores b) o período da máquina a vapor e do uso do carvão; o uso do dínamo e do motor elétrico; a adoção do computador e da automação c) o sistema da máquina a vapor e das ferrovias; a fase da energia elétrica e da engenharia pesada; o período da informação e da comunicação Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 25 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL d) o período da mecanização pesada; a fase do motor a explosão e das rodovias; o período da produção fordista de massa e) o sistema industrial surgido com a máquina a vapor; o da linha de montagem equipado com motores elétricos; o de fluxos contínuos com equipamentos eletrônicos 18. (Unesp) O processo de transformação da matériaprima em produto industrializado apresentou, em linhas gerais, as seguintes etapas evolutivas: artesanato / manufatura / indústria /revolução técnico-científica. As principais características dessas etapas são, respectivamente: a) não utilização de máquinas e ausência de produção em série / trabalho manual e uso de máquinas sofisticadas / uso de máquinas informatizadas e produção em série / utilização da informática e busca de novas fontes energéticas. b) uso de máquinas simples e inexistência da divisão do trabalho / utilização da informática e da internet / trabalho manual e uso de máquinas sofisticadas / uso de máquinas informatizadas e produção em série. c) divisão do trabalho e não utilização de máquinas / trabalho artesanal e emprego de máquinas sofisticadas / uso de maquinário simples, produção em série e divisão do trabalho / utilização da informática e da internet. d) utilização de máquinas e inexistência da divisão do trabalho / trabalho artesanal e emprego de máquinas sofisticadas / uso de maquinário simples, produção em série e divisão do trabalho / utilização da internet e busca de novas fontes energéticas. e) não utilização de máquinas e ausência de produção em série / trabalho manual e uso de maquinário simples / uso de máquinas, divisão do trabalho e produção em série / emprego da informática e busca de novas fontes energéticas. Fonte: Adaptado de KRAJEWSKI, A. C. GUIMARÃES, R. B. RIBEIRO, W. C. Geografia: pesquisa e ação. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2003. Considerando as transformações da Geografia Industrial Europeia, marque a alternativa que apresenta CORRETAMENTE a relação entre o símbolo e o seu significado na legenda do mapa. a) b) áreas portuárias industrializadas. c) regiões industriais de alta tecnologia. d) descentralização industrial. e) áreas industriais em desenvolvimento.. regiões industriais em declínio. 20. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta corretamente algumas características básicas dos países de industrialização tardia da América Latina. a) Substituição de importações, melhora expressiva dos indicadores de qualidade de vida e persistência de elevados níveis de concentração de renda. b) Reforma agrária e investimentos maciços em educação nos anos de 1950 a 1970, com a decorrente criação de condições favoráveis à industrialização. c) Início da industrialização com investimentos do Estado na indústria de bens de capital e avanço desse processo, com investimentos privados nacionais na produção de bens de consumo. d) Aceleração do crescimento industrial nas décadas de 80 e 90 do século XX e elevação de investimentos públicos em infra-estrutura nesse período. e) Estruturação da indústria de maquinário, induzida por investimentos do Estado e de empresas privadas nacionais, e criação de legislação fortemente restritiva ao investimento estrangeiro. QUESTÕES ANALÍTICAS 1. (UFRJ) 19. (UFJF) Leia o mapa. China e Estados Unidos são hoje protagonistas na condução de grandes temas globais. O presidente da China, Hu Jintao, listou uma vasta coleção de temas em relação aos quais ele e o presidente americano, Barak Obama, estão dispostos a atuar em benefício mútuo. (Adaptado de Clóvis Rossi, Folha de São Paulo, 18/11/2009) Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 26 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Apresente dois fatores que têm levado a uma aproximação cada vez maior entre os Estados Unidos e a China. 2. (UERJ) Os países subdesenvolvidos que se industrializaram durante o século XX basearam-se em modelos diferentes de implementação de sua atividade fabril, o que gerou quadros sociais e econômicos consideravelmente distintos entre eles. Observe a tabela abaixo: a possibilidade de a China se tornar uma nova potência mundial, vindo a ocupar a atual posição dos Estados Unidos. Contudo, esse crescimento agravou desigualdades e problemas que podem dificultar a trajetória do gigante asiático. Identifique duas importantes desigualdades espaciais na distribuição da riqueza na China e dois problemas ambientais, em escala nacional, que precisam ser resolvidos para que não se comprometa o seu futuro desempenho. 5. (UFRJ) A União Europeia possui diversos programas que objetivam garantir um desenvolvimento equilibrado do território. O mapa destaca regiões que foram escolhidas, por motivos diferentes, para receber ajuda do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional. Indique duas características do modelo de industrialização adotado pelos países latino-americanos presentes na tabela acima. Indique também dois motivos que expliquem o melhor desempenho econômico dos Tigres Asiáticos no período entre 1980 e 2005. Apresente esses motivos para cada tipo de região. 3. (UFRJ) 6. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres Asiáticos: I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a presença de mão-de-obra barata, foram consideradas pelos grupos industriais americanos e japoneses para se instalarem nos Tigres Asiáticos. II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo da população. III.Para facilitar a colocação da produção no mercado internacional, tomou-se como estratégia a implantação de uma produção industrial muito homogênea para esse grupo de países. Na Índia, o setor de serviços tecnológicos se transformou em um dos principais motores da economia e permitiu que o país crescesse a uma média de 6% ao ano, desde o começo dos anos 1990. As maiores empresas mundiais da área de informática e de telecomunicações têm filiais nesse país. a) se apenas a afirmação I estiver correta. b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas. c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmações estiverem corretas. Apresente dois fatores que propiciaram os investimentos externos no setor de serviços tecnológicos na Índia. 7. (PUC-RJ) Considerando a crise do trabalho industrial, neste início de século, e observando o gráfico, podemos afirmar que: 4.(UERJ) Em razão de seu destaque em termos de crescimento econômico nas últimas décadas, cogita-se Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 27 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL indústrias de bens de produção (ou indústrias de base) e indústrias de bens de consumo. a) Sobre as indústrias de bens de produção, responda ao que se pede. a.1) Nomeie duas das suas principais características. a.2) Cite os dois principais grupos. a.3) Cite dois exemplos para cada grupo de indústria. I.Os países europeus ocidentais vêm enfrentando taxas expressivas de desemprego, devido aos altos custos relativos da produção industrial no continente. II.Os empresários europeus desejam a transnacionalização das indústrias tradicionais que empregam muita mão-de-obra, como as têxteis e as alimentícias, para ampliar a mais-valia. III.As crises de desemprego na Europa não são mais graves devido à manutenção da seguridade social conquistada ao longo do século XX. IV.A adesão dos países do antigo Leste europeu à União Européia beneficiará os trabalhadores da União, pois haverá uma redução dos valores médios da hora de trabalho. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas: a) I e II. b) I, II e III. c) III e IV d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. 8. (UERJ) Para entendermos o que está acontecendo no mundo, é bom ver o que se passa com os EUA, (...) com amplos poderes econômicos e políticos e citados como exemplo a ser seguido pelos setores liberais. No final da década de 1970 e no começo da de 1980, era comum ouvir afirmações de que os EUA estavam em declínio e que o próximo século seria "asiático". Na virada do ano 2000, a economia americana se apresentava como a mais forte do mundo e não havia sinais de que ela pretendesse passar o cetro adiante. (Adaptado de CARVALHO, Bernardo de A. "A globalização em xeque: incertezas para o século XXI". São Paulo: Atual, 2000.) Indique dois fatores que viabilizaram a reestruturação das empresas americanas. 9. (FUVEST) Nos Estados Unidos, compare as regiões industriais do nordeste com as da costa do Pacífico do ponto de vista da estrutura das indústrias e da organização do trabalho. 10. (UFC) Com relação ao destino dos bens produzidos, as indústrias podem ser classificadas como b) Sobre as indústrias de bens de consumo, responda ao que se pede. b.1) Nomeie duas das suas principais características. b.2) Cite os dois principais grupos. b.3) Cite dois exemplos para cada grupo de indústria. 11. (UFJF) A Mercedes-Benz (MB) procura responder aos novos desafios, adaptando aspectos da produção enxuta em novas fábricas fora de sua região de origem, a Europa. Em 1993, a Mercedes-Benz tomou a decisão de investir nos EUA, no Estado do Alabama. Em 1996, foi assinado um contrato entre a Mercedes-Benz, o governo de Minas Gerais e o município de Juiz de Fora, para a implantação de uma unidade da montadora no município mineiro. Para a instalação da unidade no Estado do Alabama: US$ 120 milhões para aquisição dos terrenos, despesas com infraestrutura e melhoria das estradas vicinais próximas à fábrica – fornecidos por órgãos públicos do estado, agências de desenvolvimento regional/local, empresas fornecedoras de serviços e pelos próprios interessados (a MB e seus fornecedores sistemistas); US$ 60 milhões para o centro de treinamento profissional – fornecidos pelos cofres do Estado do Alabama. A MB não recebeu incentivos fiscais do Estado do Alabama, muito menos do governo federal Para a instalação da fábrica em Juiz de Fora-MG: Concessão de financiamentos (capital de giro e fixo), no valor de R$ 400 milhões (1996), e manutenção do fluxo financeiro dos recursos pelo prazo de 10 anos; benfeitorias para a construção da fábrica, entre outras (fornecidas pelo Governo de Minas Gerais); financiamento para capital de giro, obrigação do município de manter isenção municipal de tributos durante igual período de 10 anos, doação do terreno de aproximadamente 2.800.000 m² (fornecidos pelo município de Juiz de Fora). Fonte: Adaptado de NABUCO, Maria Regina et al. (orgs.). Indústria automotiva. A nova geografia do setor produtivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. a) Aponte um motivo para a Mercedes-Benz instalar novas fábricas fora da Europa. b) Explique por que a participação dos investimentos públicos foi diferente na instalação das fábricas no Alabama e em Juiz de Fora. 12. (UFPR) Nos países de industrialização tardia, tais como Brasil e México, a indústria se desenvolveu primeiramente pela substituição de importação de bens de consumo corrente, como vestuário e calçados, necessitando, para isso, importar as máquinas utilizadas Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 28 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL em seus processos produtivos. Nesses casos, a população se urbanizou em poucas décadas, as atividades urbanas tornaram-se as maiores empregadoras de mão-de-obra e a agricultura deixou de ser o setor mais dinâmico da economia. Todavia, o setor agrícola continuou a ser de importância econômica vital durante a industrialização desses países, pois precisou modernizar-se para criar condições que viabilizassem a própria industrialização e urbanização. Com base nisso e nos conhecimentos sobre os processos de industrialização tardia, comente, num texto de 8 a 10 linhas, pelo menos três condições necessárias à industrialização que só podem ser criadas a partir da modernização da agricultura. 13. (Unesp) Os países subdesenvolvidos passam por um processo de industrialização sustentado pela tecnologia e pelo capital dos países desenvolvidos. Esse processo, que teve início após a Segunda Guerra Mundial, embora tardio e dependente, não ocorre de modo homogêneo ao redor do globo. Os dois modelos econômicos adotados perduram até os dias de hoje. a) Quais são esses dois modelos? Quais são os principais países que os representam? a) Descreva as principais características de um desses dois modelos. 14. (UFRRJ) Esses países foram locais tradicionais de transferência, sem cerimônias, de indústrias e tecnologias de alta periculosidade (insumos poluentes) e de grande impacto ambiental (uso intensivo de energia) de outros países. Absorveram assim os “custos do progresso” industrial – tecnológico, sob a forma de degradação ambiental de muitas áreas. Há ainda interesse em “desovar”, nos países de industrialização recente, indústrias superadas e poluidoras. OLIVA, J.; GIANSANTI, R. Temas da geografia Mundial. São Paulo: Atual,1996, p. 319. a) Após a leitura do texto, indique dois motivos determinantes para a aceitação desse modelo pelos países de industrialização recente. b) Cite 2 (duas) consequências desse fato para os ecossistemas dos países de industrialização recente. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 29