geografia geral e do brasil

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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
CAPÍTULO XX – OS PRINCIPAIS ESPAÇOS INDUSTRIAIS DO MUNDO
CONCEITO E EVOLUÇÃO - CLASSIFICAÇÃO –
CONCENTRAÇÃO E FATORES LOCACIONAIS –
PRINCIPAIS ÁREAS INDUSTRIAIS DO MUNDO
CONCEITO E EVOLUÇÃO
Indústria: atividade humana pela qual se transformam
as matérias-primas vegetais e minerais em produtos
semi-acabados ou acabados, ou seja, as matériasprimas passam por um processo de beneficiamento.
Evolução: podemos identificar três estágios em sua
evolução histórica.
Artesanato: não havia divisão de trabalho: o artesão
desenvolvia todas as etapas do trabalho, incluindo a
comercialização, com utilização de ferramentas simples,
das quais era o dono, assim como das matérias-primas.
O artesanato foi mais característico até o séc. XVII. Hoje
ainda
é
encontrado
em comunidades
com
características pré-industriais.
Manufatura: corresponde a um estágio intermediário
entre o artesanato e maquinofatura, enquadrando-se na
fase inicial do capitalismo, entre os séculos XVII e XVIII.
Há a utilização de ferramentas mais sofisticadas e já
ocorre a divisão do trabalho. O trabalhador não é mais o
dono dos meios de produção, sendo assalariado.
Maquinofatura: processo que se iniciou com a
Revolução Industrial a partir do século XVIII.
Caracteriza-se pela intensa utilização de máquinas e
fontes de energia, com produção em larga escala e
grande divisão e especialização do trabalho. Com a
Terceira Revolução Industrial, a automação e a robótica
praticamente tornam a mão-de-obra indispensável.
A Revolução Industrial desenvolve-se a partir da
segunda metade do século XVIII, quando se inicia,
devido à utilização de novas fontes de energia, como o
carvão, inicialmente e, posteriormente, a eletricidade e o
petróleo, e a uma série de avanços científicos que
permitiram o desenvolvimento de máquinas, como o tear
mecânico, a máquina de descaroçar algodão, o motor a
combustão interna, etc.
A Inglaterra destacou-se como pioneira neste
processo devido a uma série de fatores, entre os quais
podemos citar: a ascensão da burguesia, após a
Revolução Gloriosa, em 1688, que permitiu o
desenvolvimento da livre concorrência e remoção de
uma série de obstáculos à expansão comercial; o fato de
a Inglaterra ter sido o país que mais se beneficiou da
fase do capitalismo mercantilista, acumulando grande
quantidade de capitais; as leis de cercamentos que
transformaram áreas agrícolas em áreas de pastagens
para a criação de carneiros visando a obtenção de lã,
concentrando a terra e expulsando os camponeses para
as cidades e acentuando o trabalho assalariado; o
aumento considerável da mão-de-obra devido ao
aumento populacional em função da Revolução MédicoSanitária; as diversas invenções mecânicas e as
reformas religiosas, com o desenvolvimento do
protestantismo que estimulava a ética do trabalho.
A Primeira Revolução ficou circunscrita à
Inglaterra e se fundamentou, principalmente, na
indústria têxtil, desenvolvendo-se, depois, outros
setores, como a metalurgia, as ferrovias e a mineração.
Corresponde à etapa do capitalismo concorrencial,
fundamentado no liberalismo econômico, com o
predomínio de pequenas e médias empresas
disputando o mercado.
Com a Segunda Revolução Industrial, a partir da
segunda metade do século XIX, a industrialização se
expande para outros países, como a Bélgica, França,
Alemanha e para outros países da Europa e até para
outras áreas, como o Japão, correspondendo à etapa do
capitalismo monopolista ou financeiro.
O processo de industrialização é um dos
principais processos que permitem determinar o nível de
desenvolvimento econômico dos países, desta forma,
podemos identificar países pré-industriais (em que
predomina a atividade agrária como base econômica);
países em vias de desenvolvimento industrial; países
industrializados e
países pós-industriais,
que
correspondem àqueles em a indústria é altamente
automatizada e robotizada e que dominam a tecnologia
de ponta, como os Estados Unidos, os países mais
desenvolvidos da União Europeia e o Japão.
Podemos identificar, de acordo com o nível de
desenvolvimento industrial e o contexto histórico de sua
evolução, três tipos de industrialização:
Industrialização Clássica: corresponde àquela
experimentada pelos países que foram pioneiros na
Revolução Industrial e que hoje correspondem aos
países desenvolvidos, com uma industrialização que
abrange todos os setores industriais.
Industrialização Tardia ou Retardatária: corresponde
àquela desenvolvida em alguns países periféricos,
devido à transnacionalização da economia após a
Segunda Guerra Mundial, devido ao aproveitamento das
denominadas vantagens comparativas. Neste tipo, se
enquadram os países em desenvolvimento. É também
denominada de industrialização dependente, pois foi
baseada em capitais e tecnologia estrangeiros. Ocorre o
predomínio das indústrias de bens de consumo devido à
ação das transnacionais. O setor de indústrias de
transformação apresenta carências, servindo de
obstáculo ao desenvolvimento econômico.
Industrialização Planificada; corresponde ao processo
industrial característico dos países de economia
planificada, socialistas, que tiveram na indústria de base
a sua máxima expressão. As indústrias de bens de
consumo não foram muito desenvolvidas, acarretando,
posteriormente, a problemas de atraso tecnológico e
desabastecimento.
Classificação: as indústrias podem ser classificadas de
acordo com vários critérios. Os mais utilizados são
aqueles especificados a seguir.
Quanto á tecnologia
Tradicionais: correspondem às indústrias que utilizam
tecnologia mais tradicional, ou seja, apresentam baixa
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densidade tecnológica, predomina em setores como o
setor têxtil, alimentício e mobiliário.
Dinâmicas: correspondem às indústrias mais
avançadas tecnologicamente e procuram implementar
os avanços mais recentes da ciência e da tecnologia.
São as que agregam mais valor e características dos
países mais desenvolvidos.
Quanto ao tipo de bens produzidos
Indústrias de base, pesadas ou intermediárias:
correspondem às indústrias que produzem bens
(matérias-primas e equipamentos) que serão utilizados
por outras indústrias. São também denominadas de
indústrias de bens de produção. Como exemplos, temos
a siderurgia, a metalurgia, a petroquímica e a indústria
de cimento.
Indústrias de bens de capital: correspondem a
indústrias que produzem máquinas e equipamentos
para outras indústrias. Como exemplos, temos a
indústria mecânica (máquinas, ferramentas) e a
indústria de autopeças.
Indústrias de bens de consumo: são aquelas que
produzem bens para o consumo final da população. São
também denominadas de indústrias leves. Podem ser
divididas em:
Indústrias de bens consumo duráveis: como
exemplos,
podemos
citar
as
indústrias
de
eletroeletrônicos e automobilísticas.
Indústrias de bens de consumo não-duráveis: como
exemplos, podemos citar as indústrias têxteis, de
calçados, farmacêuticas e de alimentos.
Apesar de estas classificações serem as mais
utilizadas, é comum vermos referência a outras
classificações, como a que ocorre determinada pela
função, como indústrias germinativas, pois permitem o
desenvolvimento de outros setores industriais, como a
petroquímica, e as indústrias de ponta, que assumem a
liderança do processo industrial. Outro critério para
classificação diz respeito à incorporação de recursos
financeiros. Desta forma, temos as indústrias capitalintensivas, pois necessitam de grandes investimentos e
tecnologia e as indústrias trabalho-intensivas, pois
utilizam intensivamente a força de trabalho.
FATORES LOCACIONAIS:
também importantes para flexibilizar a localização
industrial. Conclui-se, a partir do exposto, que este
processo é importante para configurar o espaço
geográfico.
Entre os principais fatores que condicionam a
localização industrial, além dos fatores históricos, já
analisados, correspondendo às diferentes formas de
inserção dos países na Divisão Internacional do
Trabalho, podemos citar: a disponibilidade de matériaprima e energia; a infraestrutura de transportes e
comunicações; a disponibilidade de mão-de-obra e de
mercado de consumo; a disponibilidade de água; a
existência de incentivos fiscais e oferta de terrenos em
condições vantajosas; o rigor da legislação ambiental;
os níveis de violência social; a estabilidade econômica e
política; os níveis de poluição; a legislação contábil dos
países (mais ou menos rigorosa); a legislação quanto à
remessa de lucros (no caso das transnacionais). No
caso das indústrias e alta tecnologia, os fatores mais
determinantes são a disponibilidade de mão-de-obra
qualificada, com a existência de centros de excelência,
como universidades e centros de pesquisa, além de boa
infraestrutura,
principalmente
em
termos
de
comunicação e energia.
A concentração das indústrias segue um
padrão. Numa primeira etapa, as indústrias se
apresentam bastante concentradas, devido ao grande
condicionamento exercido por alguns dos fatores
locacionais analisados. Numa segunda etapa, as
indústrias se expandem, formando verdadeiros parques
industriais, mas ainda concentradas geograficamente,
devido à infraestrutura já existente (“indústria atrai
indústria”), constituindo o que se costuma designar por
“economias de aglomeração”. Numa terceira etapa, as
indústrias se descentralizam espacialmente. Esta
descentralização está ligada à evolução do processo
produtivo, característico do pós-fordismo, em que a
proximidade de matérias-primas e energia não são tão
determinantes e também em função da atração exercida
por outras vantagens já consideradas anteriormente. As
velhas áreas industriais acabam se constituindo em
“deseconomias de aglomeração”, pois passam a
apresentar uma série de desvantagens, como o custo
dos terrenos; os custos ambientais, devido ao maior
rigor da legislação; a maior organização dos sindicatos
e dos trabalhadores, encarecendo a mão-de-obra e
promovendo maior número de greves e os constantes
engarrafamentos e a violência crescente.
PRINCIPAIS ÁREAS INDUSTRIAIS DO MUNDO
A ocorrência de indústrias e a localização de
determinado tipo de indústrias em algumas áreas
depende dos denominados fatores locacionais. Estes
fatores têm pesos distintos, dependendo do tipo de
indústrias. Desta forma, as indústrias pesadas
apresentam uma dependência maior do que as
indústrias leves da proximidade das fontes de matériaprima. O desenvolvimento das diferentes fontes de
energia também condiciona a localização industrial.
Assim, quando a principal fonte de energia era a
hidráulica, as indústrias se concentravam junto aos rios.
Com o desenvolvimento da eletricidade, a possibilidade
locacional se ampliou. Os avanços tecnológicos são
EUROPA
REINO UNIDO
Fatores para o pioneirismo
desenvolvimento industrial
britânico
no
 A Inglaterra foi o país que mais se beneficiou do
mercantilismo, com grande acúmulo de capitais.
 Ascensão da burguesia após a Revolução Gloriosa
e desenvolvimento do parlamentarismo
 Inovações tecnológicas, permitindo, inicialmente, o
desenvolvimento da indústria têxtil.
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 Existência de carvão em seu território
 Os “Enclosure Acts”,= ou Leis de Cercamentos, a
partir das últimas décadas do século XVII,
proporcionando matéria-prima e liberando mão-de-obra.
 Grande império colonial, facultando a importação de
matéria-prima.
Revolução Industrial (indústrias automobilística,
químicas, farmacêutica, etc.) e a região de Birmingham,
com indústrias de alta tecnologia.
Histórico
 A partir da segunda metade do século XVIII, a
Inglaterra dominou, durante a Primeira Revolução
Industrial, com exclusividade a produção industrial.
 Experimentou um progressivo processo de
monopolização, com a formação de trustes e cartéis que
passaram a exportar os produtos industriais ingleses.
 A partir da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra
perde a hegemonia econômica e a importância industrial
em função do fortalecimento das economias da
Alemanha, Japão e principalmente dos Estados Unidos
e passa a ter dificuldades competitivas devido à
defasagem tecnológica em relação às novas potências
econômicas.
 As tradicionais áreas industriais, as áreas negras,
em função da proximidade das reservas de carvão,
passam a experimentar estagnação econômica. Após a
entrada do Reino Unido para o Mercado Comum
Europeu, em 1973, estas áreas passam a ser alvo de
maiores investimentos com o objetivo de modernização.
 A partir da década de 70, na gestão de Margareth
Tatcher, a Inglaterra passa a adotar medidas neoliberais
com o objetivo de desonerar o Estado, com um projeto
de privatizações, redução de investimentos sociais,
tentativa de modernizar o setor produtivo e aprimorar a
tecnologia. Estas medidas permitiram ao país uma certa
recuperação econômica, ainda que segundo algumas
críticas às custas do aumento dos contrastes sociais.
 As medidas modernizantes de Tatcher foram
seguidas por Tony Blair, um dos principais defensores
da Terceira Via, e que tornou o Banco Central
independente, além de apoiar as empresas privadas e
reduzir os impostos.
Principais áreas industriais
 A princípio, as indústrias se concentraram junto às
reservas de carvão e aos portos, como as regiões de
Lancashire, Midlands, Glasgow e País de Gales e os
principais setores eram o siderúrgico, o têxtil, o naval e
o de material ferroviário. O setor têxtil merecia destaque
principalmente na cidade de Manchester e a atividade
portuária tinha destaque em Londres, Liverpool e
Glasgow.
 O surgimento de novas fontes energéticas, como o
petróleo, e o desenvolvimento de novas tecnologias
conduziu à estagnação das áreas industriais
tradicionais., que passaram a experimentar uma série de
problemas como o desemprego, a desindustrialização e
o movimento migratório em direção a áreas mais
dinâmicas, como o sul do país.
 A modernização industrial, com setores como a
petroquímica, a biotecnologia e o setor eletrônico, se fez
direcionada para outras áreas industriais, especialmente
a
região
metropolitana
de
Londres,
área
tradicionalmente diversificada industrialmente desde a
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
FRANÇA
Histórico
 O processo de industrialização na França inicia-se
após o período napoleônico, ao final do século XVIII, e
se consolidou durante o século XIX, com a ascensão da
burguesia.
 Outro fator importante para o processo de
industrialização foi a ocorrência de carvão nas regiões
de Alsácia e Lorena, fator que condicionou, inicialmente,
a localização industrial.
 É um dos países fundadores da CECA e da CEE,
mas que rejeitou, recentemente a Constituição
Europeia.
 Disputa, com a Alemanha e o Reino Unido, a
liderança na Europa, mas tem experimentado, nos
últimos anos, um fraco crescimento econômico, o que
demonstra uma estagnação preocupante, já que
também enfrenta problemas como a questão da
imigração, do desemprego e problemas com a
legislação trabalhista e a previdência, a exemplo de
outros países europeus. O Estado tem grande
participação no controle da economia, procurando criar
empregos e estimulando a fusão de empresas para
aumentar a competitividade. Entre as grandes
privatizações, pode-se destacar a Renault, a Elf
Aquitaine (petrolífera) e a Usinor (siderurgia), apesar de
o Estado ainda deter grandes empresas, como a France
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Telecom (telecomunicações) e a SNFC (setor
ferroviário).
 Enfrenta a necessidade de importar recursos
minerais e energéticos: as reservas encontram-se
bastante esgotadas; o petróleo é importado do norte da
África e do Oriente Médio. Produz gás natural na região
dos Pirineus e Urânio, no Maciço Central. Ë um dos
países com grande participação de energia nuclear na
produção de eletricidade, em torno de 75%. Outro
recuso abundante é a Bauxita, em Le Baux, na região da
Provença
Principais áreas industriais
importantes e é drenada pelo rio Sena e também servida
pelo porto de Lê Havre que além do escoamento
industrial também permite o abastecimento do petróleo
importado, também suprido através de Marselha no sul
do país. Ocorre, também, o desenvolvimento de alta
tecnologia, com o surgimento de tecnopólos que
chegam a mais de quarenta espalhado pelo território
francês
Esta concentração levou o governo a
implementar medidas com o objetivo de descentralizar
mais as atividades industriais, suscitando o
desenvolvimento de “capitais regionais”.
 Outras regiões industriais importantes são as
regiões de Toulouse (aviões); Lyon
e Grenoble
(indústrias química e têxtil), região também servida pelo
rio Ródano; Nantes (indústrias químicas).
 A ocorrência de bauxita, em Le Baux, e o potencial
hidrelétrico dos Pirineus possibilita o desenvolvimento
da eletro-metalurgia, no sul do país, que também conta
com o grande porto de Marselha.
ALEMANHA
Histórico
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
 As áreas tradicionais, ligadas à ocorrência de
recursos minerais, como o norte e as regiões de Pás-deCalais e de Alsácia e Lorena, experimentaram, mais
recentemente, uma certa estagnação, em função do
desenvolvimento de novos padrões industriais, de novas
fontes energéticas e de matéria-prima e um certo
esgotamento dos recursos minerais. Estas regiões
também receberam recursos da União Europeia com o
intuito de dinamizá-las e ainda concentram a produção
siderúrgica.
 Há grande concentração industrial na região
metropolitana de Paris, a principal região industrial, em
função da concentração de capitais, ocorrência de mãode-obra qualificada e universidades, além de boa
infraestrutura em termos de transporte e comunicação.
A região conta com imensa diversidade industrial, com a
presença de quase todos os ramos industriais
 A industrialização da Alemanha foi, em parte,
retardada em função do tardio processo de unificação
que ocorreu em 1871. A região era constituída, até
então, por regiões autônomas, tendo a Prússia como a
unidade mais forte. Já em 1834, um acordo aduaneiro
entre os Estados germânicos (Zollverein) permitiu
algumas condições para o desenvolvimento industrial.
 A Alemanha, como outras potências europeias da
época, buscaram suprimento de matérias-primas e
mercados a partir de uma expansão imperialista, criando
conflitos geopolíticos que se desdobraram nas duas
guerras mundiais. A Alemanha respaldada no
determinismo geográfico de Ratzel com o conceito de
espaço vital.
 Apesar do atraso no desenvolvimento industrial, o
país queimou etapas e, ao final do século XIX, já havia
ultrapassado os outros países europeus em termos de
desenvolvimento industrial.
 Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi
dividida em dois Estados: a República Democrática
Alemã (satélite soviético) e a República Federal Alemã.
Esta última teve a contribuição de vários fatores que
justificam o fato de ter se tornado a maior potência
econômica e tecnológica da Europa e de ter se alçado à
terceira economia do mundo. Entre estes fatores
podemos citar:
 A base industrial já criada, principalmente os
conglomerados familiares conhecidos como konzern e
que foram reestruturados após a Segunda Guerra
Mundial.
 A infraestrutura desenvolvida antes da guerra,
incluindo autoestradas criadas pelos próprios nazistas
com finalidades bélicas e que se mantiveram
relativamente preservadas.
 Os imensos recursos provenientes do Plano
Marshall, além de aporte tecnológico.
 A existência de mão-de-obra qualificada
 Os recursos minerais em hulha e ferro da região da
Renânia.
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 A criação, junto com a França, os países do Benelux
e a Itália, da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(1952) e do Mercado Comum Europeu (1957)
 Após a reunificação alemã, em 1990, ocorreram
grandes mudanças, principalmente na ex-Alemanha
Oriental. Devido ao grande atraso tecnológico e
ineficiência competitiva, muitas empresas desta área
foram fechadas e muitas outras privatizadas. Estes
fatos, associados à modernização conduziram ao
aumento do desemprego. A Alemanha também teve que
arcar com os custos da unificação o que resultou em
déficits e aumento de impostos.
 Além de privatizações, a Alemanha também tem
experimentado a fusão de algumas de suas empresas
com empresas estadunidenses e japonesas, como as
fusões da Siemens com a Fujitsu e da Basf e Nixdorf
com a Hitachi.
Principais áreas industriais
Os espaços econômicos da Alemanha podem
ser visualizados em termos das regiões geoeconômicas,
denominadas
Lander,
a
saber:
Scheleswing-Holtein, Baixa Saxônia Renânia do Norte e
Vestfália, Renânia Platinado, Hessen, BadenWurttemberg e Baviera. E Sarre. Apesar de uma grande
concentração industrial na região da Renânia, a
Alemanha também tem experimentado uma certa
descentralização industrial.
industrial, principalmente pelo acúmulo de capitais em
função da formação de um empresariado que se formou
nesta rota da Liga Hanseática; a proximidade do rio
Reno, considerado o mais navegado do mundo, que
deságua no Mar do Norte, próximo ao porto de Roterdã;
a existência da hulha da região do Ruhr e a ocorrência
de ferro também na região. Na região norte merecem
destaque também as cidades de Bremen, Hanover e a
cidade portuária de Hamburgo. Na Baixa Saxônia,
encontra-se a cidade de Wolfsburg, sede da
Volkswagen. Esta região tem uma indústria altamente
diversificada com a representação de inúmeros setores
industriais.
 Ao centro, encontramos importantes centros
econômicos, com destaque para as cidades de Frankfurt
(indústria naval e importante centro financeiro, além de
sediar o Banco Central Europeu e o Deutsche Bank),
Stuttgart (Daimler-Chrysler) e Mannheim e, ao sul, a
cidade de Munique (Bayer, Siemens e outras indústrias
químicas; BMW e o “Municon Valley” com o instituto Max
Planck e o desenvolvimento de alta tecnologia).
 No lado oriental, as principais cidades industriais
são Bremen (indústrias navais) e Leipzig.
ITÁLIA
Histórico
 Também experimentou atraso no processo de
industrialização em função da unificação tardia, em
1870.
 Um entrave para a industrialização consistiu na
carência de recursos minerais e energéticos e a entrada
tardia na corrida imperialista não lhe permitiu grandes
oportunidades de se beneficiar de recursos naturais e
dos mercados de áreas coloniais.
 A derrota na Segunda Guerra Mundial acarretou em
graves prejuízos econômicos, refletindo-se no processo
de industrialização.
 A exemplo de outros países europeus, a Itália teve a
sua economia reconstruída, após a guerra, com
recursos do Plano Marshall, tendo-se beneficiado,
também com a criação da CECA e da Comunidade
Econômica Europeia, além dos recursos provenientes
do turismo.
 Apesar de possuir, então, os setores têxtil e
alimentício bastante desenvolvido, a indústria de base
era deficitária.
 A economia italiana apresenta uma grande
informalidade e uma participação expressiva do Estado.
 Nas últimas décadas apresentou crescimento
significativo de seu PIB e modernização tecnológica,
integrando o denominado G8
Principais áreas Industriais
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
 A principal região industrial do país e a região norte,
especialmente a região da Renânia do Norte e Vestfália,
onde inúmeras cidades importantes se destacam como
Dusseldorf (conglomerado ThyssenKrupp), Colônia,
Dortmund, Essen, entre outras. Vários fatores explicam
o desenvolvimento industrial, considerado o maior da
Europa e um dos maiores do mundo: a tradição
 A Itália apresenta um grande contraste em termos
de desenvolvimento econômico e concentração
industrial, pois as principais atividades econômicas e as
indústrias concentram-se no norte, na planície do Pó,
com cerca de 70% da atividade industrial. A região sul,
conhecida como Mezzogiorno, constitui uma área de
economia estagnada, marcada pelo domínio de
estruturas agrícolas tradicionais e com grande
resistência a inovações produtivas. Ocorre, inclusive,
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um certo movimento separatista por parte de setores da
população. Em função deste quadro, a região sul tem
sido tradicionalmente marcada como área de emigração
e tem recebido atenção especial do Estado e da União
Europeia com o objetivo de incrementar o processo
industrial e modernizar a região.
 Vários fatores podem ser apontados para justificar a
concentração industrial na região norte do país,
correspondendo às regiões do Piemonte e da
Lombardia:
 Proximidade dos países mais desenvolvidos da
Europa.
 Grande potencial hidráulico devido à proximidade
dos Alpes.
 Concentração comercial tradicional e existência de
estrutura portuária (Gênova e Veneza).
 No norte, destaca-se o triângulo industrial formado
pelas cidades de Gênova (indústria naval), Milão (centro
industrial, financeiro e de moda; Benetton, Versace,
Gucci e Armani) e Turim (sede da Fiat).
 As cidades de Bolonha, Trieste e Parma, ainda na
região norte, também apresentam concentrações
industriais.
 A região de Roma e entorno apresenta destaque no
ramo têxtil, químico, mecânico e automobiístico.
 Ao Sul, destacam a cidade de Nápoles (indústria
naval) e o triângulo industrial formado pelas cidades de
Bari, Taranto e Brindisi, com a ocorrência da indústria
petroquímica.
 A Itália destaca-se, internacionalmente, em termos
de design industrial e possui indústrias de grande
expressão internacional, como a Benetton (têxtil), Fiat e
Alfa Romeu (automobilísticas), Pirelli (produtos
químicos) e Olivetti (eletrônicos).
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
FEDERAÇÃO RUSSA E COMUNIDADE DOS
ESTADOS INDEPENDENTES (CEI)
Histórico
 Comparada aos outros países da Europa Ocidental, a
atual Federação Russa apresenta um quadro social,
econômico e tecnológico de maior atraso. Este fato tem
como fatores determinantes:
 Uma nobreza constituída e sustentada pela
burocracia estatal e não pela produção econômica.
 Uma sociedade com dificuldades de mobilidade
social.
 Durante o período socialista: grandes gastos
militares; apesar do grande crescimento industrial na
época stalinista, a ênfase foi dada às indústrias de base,
havendo desabastecimento e grande atraso tecnológico,
principalmente a partir da década de 70, com o
desenvolvimento da Revolução Tecnocientífica; os
avanços nas áreas bélica e aeroespacial não eram
transferidos para os outros setores industriais, pela falta
de competitividade e extrema burocracia devido à
inexistência de uma economia de mercado. Pode-se
destacar, também, o grande isolamento em relação aos
principais polos da economia mundial, o que dificultava
a transferência tecnológica e a captação de
investimentos e a rigidez dos Planos Quinquenais.
Lembrar que estes fatores são os principais
responsáveis pelas dificuldades do denominado
socialismo real e pela desagregação da União Soviética.
Gorbatchev assume o poder na União Soviética
com o objetivo de promover as transformações
estruturais necessárias à modernização. Procurou abrir
a economia, captando investimentos e tecnologia e
adotando mecanismos mais competitivos, além de
tentar reduzir gastos militares, promovendo acordos de
desarmamento com os Estados Unidos. A este conjunto
de medidas denominou Perestroika que objetivava
promover a modernização tecnológica devido à grande
defasagem experimentada pela União Soviética, e
atender aos anseios da população que sofria com os
constantes desabastecimentos. No plano político,
procurou atender à demanda das Repúblicas por maior
autonomia. Com este fim, propôs o Tratado da União,
mas foi atropelado pelas reformas e sofreu uma tentativa
de golpe de estado, levado a efeito pela chamada “linha
dura”. Foi neste contexto que ocorreu a ascensão de
Boris Yeltsin, presidente da Rússia e ultra-reformista.
Yeltsin impediu o golpe de estado e acusou Gorbatchev
pelo golpe devido à lentidão das reformas.
Em 1991, os líderes de algumas repúblicas (Rússia,
Belarus e Ucrânia) assinaram o Tratado de Minsk
criando a Comunidade dos Estados Independentes. Na
verdade, estavam decretando o fim da União Soviética.
Yeltsin, que assumiu posteriormente, o poder na
Federação Russa, dá prosseguimento às reformas em
moldes capitalistas, com abertura econômica e
privatização de empresas. A Rússia, como as demais
ex-repúblicas soviéticas sofrem com as consequências
da transição econômica e inferior nível tecnológico, com
as dificuldades de competir num mundo globalizado.
Estes fatos têm tido reflexos sobre os indicadores sócioeconômicos que têm demonstrado queda, pois houve
também uma redução do
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assistencialismo estatal, aumento do desemprego e aumento da inflação. Putin procura recuperar a importância
geopolítica da Rússia, principalmente valendo-se dos recursos energéticos e aumento nos preços do petróleo.
Processo de industrialização e principais áreas industriais
 No período czarista, anterior à revolução socialista, a
Rússia possui uma base industrial, embrionária e
relativamente moderna, na porção europeia, devido a
capitais franceses e ingleses.
 Stalin estatizou os meios de produção (terras, minas
e fábricas) e iniciou um processo de coletivização,
passando a regular a economia através dos Planos
Quinquenais que estabeleciam as metas da economia,
centralizando a vida econômica e política. Iniciou um
processo de intensa industrialização, priorizando a
indústria bélica e de base, com aproveitamento dos
recursos minerais e energéticos da União Soviética.
Apesar do imenso crescimento industrial, superando,
inclusive, o de alguns países ocidentais, as indústrias de
bens de consumo não evoluíram paralelamente. A
indústria organizava-se na forma de trustes (com
produção especializada) e combinados (com produção
complementar). A produtividade era avaliada com base
na quantidade e não na qualidade o que acarretou baixa
produtividade e atraso tecnológico.
 O processo de industrialização, no período stalinista,
partiu da base industrial já criada na porção europeia e
foi se expandindo ao longo da ferrovia transsiberiana e
aproveitando-se dos imensos recursos minerais e
energéticos (gás mineral, petróleo, carvão e minerais
metálicos, além do grande potencial hidráulico).
 A Rússia, que substituiu geopoliticamente, a ex-União
Soviética, detém a maior industrialização da região. O
processo industrial concentra-se entre Moscou e a
região dos Urais.
 A região de Moscou caracteriza-se pela concentração
de indústria de bens de consumo em função da
proximidade dos mercados e abundância de mão-deobra. Também ocorrem indústrias siderúrgicas, de
veículos e químicas.
 As indústrias petroquímicas concentram-se na região
do Volga-Urais devido à ocorrência de amplas bacias
sedimentares e recursos fósseis. A siderurgia, a
indústria madeireira e metalúrgica também se destaca
na região.
 A porção oriental do país é bem menos industrializada
devido à grande extensão territorial e distância dos
principais centros econômicos. Destacam-se a região de
Novosibirsky, com indústrias metalúrgicas, mecânicas,
de veículos e eletrotécnicas e Inkutsk-Tcheremkhovo,
com indústrias químicas, metalúrgicas e de veículos.
 Nos demais países da CEI, sobressaem o
Cazaquistão, o Quirguistão, o Azerbaijão e a Ucrânia,
onde os recursos minerais permitem destaque para as
indústrias petroquímica, siderúrgica e metalúrgica.
AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA
ESTADOS UNIDOS - INDÚSTRIA
Os Estados Unidos queimaram etapas no
processo de desenvolvimento industrial. Em 1920, já
haviam se configurado como uma economia com
mercado de massa, estágio a que a Inglaterra só chegou
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
7
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
em 1940, apesar de ter sido a pioneira no processo de
Revolução Industrial.
Além dos fatores já apontados para o
desenvolvimento da economia americana, podemos
destacar, ainda, como fatores importantes para a sua
industrialização e o crescimento de sua economia, a
polêmica tese de Max Weber, relacionando o
protestantismo ao desenvolvimento do capitalismo e o
denominado espírito empreendedor do povo, permitindo
o surgimento dos “self-made men”. É importante
considerar a imposição do padrão manufatureiro, após a
consolidação da burguesia com a vitória do norte na
Guerra de Secessão. Cabe destacar os imensos
investimentos bélicos, com a adaptação tecnológica
desenvolvida neste setor a outros campos industriais e
os
imensos
investimentos
em
Pesquisa
e
Desenvolvimento, associados a importantes centros de
pesquisa e universidades asseguram aos Estados
Unidos a liderança em amplos setores de ponta.
Regiões Industriais
O grande desenvolvimento industrial na região
Nordeste, área pioneira e maior centro industrial dos
Estados Unidos e do mundo, se deve a diversos fatores:
área inicial do processo de colonização, com o
desenvolvimento de infraestrutura (vias, portos), a
possibilidade de navegabilidade nos Grandes Lagos e a
construção
de
ferrovias
transcontinentais;
a
concentração de grupos de empresários com
capacidade de capitalizar o processo industrial; a
denominada “negligência salutar”, que permitiu o
afrouxamento dos laços de controle britânico no que diz
respeito ao desenvolvimento manufatureiro; a
disponibilidade de recursos minerais, como o carvão dos
Apalaches e o ferro da região dos Grandes Lagos.
A região Nordeste, Manufactuting belt,
concentra as indústrias tradicionais, com predomínio da
siderurgia, da indústria automobilística e ferroviária.
Pittsburgh é considerada a capital mundial do aço, com
a atuação de importantes empresas como a United
States Steel e a Bethlehem Steel. Esta cidade abriga
também a Alcoa, uma das principais metalúrgicas do
mundo. Detroit é a capital mundial da indústria
automobilística e abriga as sedes da GM, Chrysler e
Ford. Chicago é um importante centro ferroviário e de
frigoríficos, além de máquinas agrícolas. Outros
importantes centros regionais são Buffalo e Cleveland.
Estes setores têm sofrido o impacto do esgotamento dos
recursos minerais e da concorrência, tendo sofrido um
processo de descentralização e de reestruturação, na
tentativa de proteger estes setores. A região abriga,
ainda, o MIT e o setor financeiro de Wall Street e da
NASDAQ.
A região Nordeste tem sido mencionada como “
rust belt”, deixando evidenciado o tipo de indústria
característico e as dificuldades que estes setores têm
apresentado. A região que já concentrou em torno de
75% da produção industrial, hoje concentra
aproximadamente 50%
O processo de descentralização é motivado por
causas já analisadas anteriormente e se faz em direção
ao Sul e à Costa Oeste (Sun Belt), concentrando,
também a população.
A região Sul tem a sua industrialização
alavancada pelo petróleo do Golfo do México e o
desenvolvimento da petroquímica, e pela tradicional
indústria têxtil que se deslocou do Nordeste em função
da proximidade do algodão. A característica mais
marcante, no entanto, é o desenvolvimento de setores
modernos, impulsionados pela ação do Estado e ligados
ao setor aéro-espacial, com o Centro Espacial de
Houston (Nasa) e o Centro Espacial John Kennedy, na
Flórida, em Cabo Canaveral. Alguns exemplos
importantes dos principais setores encontram-se
relacionados abaixo.








Birmingham (Alabama); siderúrgicas.
Carolina do Norte e Carolina, Carolina do Sul e
Virgínia: fábricas de cigarros.
Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e
Tennnesse: indústria têxtil.
Flórida: indústria de sucos.
Flórida e Louisiania: açúcar.
Nova Orleans e Baton Rouge (Louisianis); refinarias
de petróleo.
Texas: em Irving, petroquímica, com a Exxon Móbil;
em Fort Worth, indústria aeronáutica, com a
Lockheed Martin;
Em Houston, indústria de computadores, com a
Compaq e em Round Rock, a Dell Computer.
O
turismo
também
representa
uma
característica importante da região, com o circuito de
jazz em Nova Orleans e o Epcot Center e a Disney
World, em Orlando, Flórida.
A região Oeste representa o mais recente eixo
de descentralização. A região também apresenta
importantes recursos minerais nas Montanhas
Rochosas, gás natural e petróleo na costa da Califórnia,
com o desenvolvimento de importantes setores mais
tradicionais, como a indústria aeronáutica (Boeing) em
Seattle (Washington) e a metalurgia do alumínio, no
Oregon. A grande megalópole, que se desenvolveu
entre São Francisco e São Diego, apresenta setores
industriais bastante diversificados, se distribuindo entre
os setores automobilístico, petroquímico, siderúrgico,
naval, etc. Mas, é no setor de ponta que a região
apresenta as suas características mais marcantes. A
região apresentou uma união entre os setores industriais
e ação estatal, através de importantes institutos de
pesquisa e importantes universidades, como Stanford,
Santa Clara, Berkeley e Califórnia, possibilitando,
também, uma mão-de-obra qualificada, aliada à
existência de uma infraestrutura avançada.
O símbolo mais marcante destes setores é o
Vale do Silício, que abriga algumas das empresas mais
características da tecnologia de ponta, como a Hewlett
Packard (HP), com a produção de periféricos; a Intel,
com a produção de chips; a Sun Microsystems e a
Microsoft (com sede em Redmond, em Washington),
com a produção de softwares. Ao sul da Califórnia, o
Instituto Tecnológico da Calfórnia (Caltech) inspira o
desenvolvimento da indústria aeroespacial, com
divisões da Boeing, da Lockheed Martin e da Hughes.
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8
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas, Editora Ática, São Paulo, 2003 (adaptado).
CANADÁ
O setor industrial canadense concentra-se
principalmente na região Sudeste (Grandes Lagos e São
Lourenço), principal área industrial, e na região Oeste,
em Vancouver, Edmonton e Calgary. Os destaques são
o setor madeireiro, com elevada participação na
produção industrial e nas exportações, e a metalurgia. O
Canadá também é representativo em alguns setores de
ponta.
Podemos identificar no Canadá as seguintes
regiões geo-econômicas:
- GRANDE NORTE (Territórios do Noroeste e do
Yukon): região de vazio demográfico, com expressivo
extrativismo mineral e animal. Concentra as maiores
reservas de urânio (Port Radium e Uranium City). O
limite sul apresenta a floresta boreal, permitindo também
a sua exploração.
- COLÚMBIA BRITÂNICA: amplamente recoberta pela
floresta boreal, tem como base a indústria madeireira.
Vancouver é o grande porto do Pacífico, com grande
concentração populacional e possuindo ainda,
expressiva metalurgia e a pesca do salmão, além de
importante fruticultura, nos vales dos rios Frazer e
Colúmbia. Além dos setores industriais tradicionais,
como as indústrias de celulose, papel e metalurgia, há o
desenvolvimento de setores de ponta, como a indústria
de computadores, o setor aeroespacial e de
telecomunicações.
- PRADARIAS: nesta região encontramos as províncias
de Alberta (com grande produção de petróleo e gás
natural e o desenvolvimento de refinarias e produção
petroquímica), Manitoba e Saskatchewan. Constitui área
de agricultura altamente mecanizada de cereais. A área
apresenta clima rigoroso e com pouca ocupação do solo.
O destaque é a produção do trigo de primavera,
apresentando, atualmente, rotatividade.
- PROVÍNCIAS MARÍTIMAS: o destaque é a pesca e
apresenta também o setor de celulose.
- SUDESTE: principal região industrial, com as
províncias mais ricas, como Ontário e Quebec.
Concentra em torno de 70% da população. Os setores
industrias representam, em grande parte, um
extravasamento da economia dos Estados Unidos e o
seu desenvolvimento é também facilitado pelos recursos
minerais e florestais, pela infra-estrutura viária e
energética facultada pelos Grandes Lagos e São
Lourenço. A região apresenta uma industrialização
diversificada: siderurgia (Iron One Company), metalurgia
(Alcan), indústria automobilística (GM, Chrysler e Ford),
química (Du Pont) indústrias de celulose e setores de
ponta, representados pela IBM e a General Eletric.
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9
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
JAPÃO
Histórico
- Era Meiji (1868-1912) – “Governo Ilustrado”.
 Fim do Xogunato e restauração do Império (ascensão
do imperador Mutsuhito).
 Políticas modernizantes com investimento em
infraestrutura (ferrovias, portos, minas, etc).

Grandes
investimentos
em
educação
(universalização e qualificação da mão-de-obra) e
combate ao analfabetismo.
Modernização da agricultura.
 Abertura dos portos ao comércio internacional.
 Abertura aos produtos e tecnologia estrangeiros.
 Nova Constituição (1889) Estabeleceu a Dieta
(Parlamento), com o Imperador como chefe sagrado e
inviolável. Xintoísmo como religião oficial.
 Inexistência de grupos privados fortes  ação direta
do Estado com transferência de empresas estatais aos
grupos privados por valores subvalorizados 
Florescimento da industrialização familiar (Zaibatsus 
organizações
originadas
dos
clãs
familiares
tradicionais).
 Escassez de matérias-primas, energia e limitação do
mercado interno  desenvolvimento de política
imperialista: Investimento maciço em armamentos
 Expansão imperialista na Ásia (“a Ásia para os
asiáticos”)  Guerra Sino-japonesa (1894-1895);
ocupação da Coréia, de Formosa e da Manchúria
(1931); vitória contra a Rússia (1904-1905) e ocupação
das ilhas Sacalinas; nova guerra contra a China (1937)
 fase de maior expansão (ocupação do sudeste
asiático e diversas ilhas do Pacífico); ataque a Pearl
Harbor (1941).
Dificuldades após a 2a Guerra Mundial
 Perda dos territórios externos.
 Pesadas indenizações de guerra.
 Economia estagnada com produção industrial
reduzida.
 Desemprego, agravado pelo retorno de mais de
6.000.000 de japoneses do exterior.
 Processo inflacionário.
 Grande carência de recursos naturais.
Causas para o desenvolvimento econômico após a
2a Guerra Mundial
 Ajuda técnico-financeira (Plano Colombo) dos EUA,
em função da posição estratégica do Japão frente à
expansão do comunismo na Ásia.
 Intervenção do Estado, incentivando o acúmulo de
capital e direcionando a poupança interna (livre de
taxações) para capitalizar os Zaibatsu, dando origem a
imensos conglomerados transnacionais industriais e
bancários (Zikai), como a Mitsubishi, Sumitomo, Mitsui e
Yasuda.
 Crescimento do mercado interno.
 Mão-de-obra numerosa, barata, qualificada e com
estabilidade, com grande identificação com a empresa e
padrão de trabalho intenso.
 Ausência de gastos militares.
 Indústria diversificada, com coexistência de
pequenas, médias e grandes empresas.
 Agressiva política de exportação, fundamentada na
elevada qualidade e baixos preços da produção
industrial, com grande competitividade.
 Manutenção da moeda subvalorizada, estimulando
as exportações.
 Política protecionista, resultado da íntima associação
entre Estado e setor empresarial.
 Ação do MITI (Ministério da Indústria e Comércio
Internacional)  planeja setores que devem ser
estimulados a crescer; determina mercados a serem
conquistados; coordena a pesquisa tecnológica.
 Compra de tecnologia e patentes industriais no
exterior, com adaptação a diversos setores industriais.
 Boa estrutura portuária, facilitando o escoamento da
produção e acesso à matéria-prima.
Reforma monetária.
 Reforma agrária.
 Regime parlamentarista.
 Planejamento demográfico, com controle da
natalidade.

Grandes
investimentos
em
Pesquisa
e
Desenvolvimento.
 Mais recentemente  política de descentralização
industrial, com surgimento de tecnopólos, com
automação e robotização das indústrias.
Problemas japoneses
 Grande dependência de matérias-primas
 Escassez de espaço territorial, acarretando
problemas de moradia, urbanização excessiva, altos
custos imobiliários, poluição.
 Crise econômica ao longo da década de 90:








Ondas de valorização do Iene (estratégia dos EUA),
reduzindo as exportações japonesas.
Aumento da competitividade mundial, com o
surgimento de outras plataformas de exportação e
perda de mercados externos.
Pressões internacionais, principalmente norteamericanas, para a derrubada de barreiras
protecionistas.
Grandes encargos sociais devido à elevada
expectativa de vida da população.
Aumento do desemprego e deflação da economia.
Incapacidade
do
governo
de
aumentar
substancialmente o consumo interno.
Problemas bancários (sistema de créditos baseados
na grande liquidez).
Investimentos imobiliários inadequados.
INDÚSTRIA
 Segunda maior potência industrial do mundo.
 Início da industrialização na Era Meiji com base nos
zaibatsus (primeiras indústrias modernas a partir de
1880, com a indústria têxtil – seda e algodão).
 Necessidades bélicas  investimento do Estado e
iniciativa privada no setor de bens de produção
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
10
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
(siderurgia, metalurgia, indústrias mecânicas e
químicas).
 Grandes investimentos na indústria de base entre
1955 e 1970. Desenvolvimento de setores mais
modernos (fibras sintéticas, eletroeletrônico).
 Produção voltada para a exportação  imensos
saldos comerciais.
 Apresenta como característica a integração vertical
das indústrias (Keiretsu)  protege a indústria japonesa
da concorrência estrangeira.
 Sistema “just-in-time”.
 Principais setores: naval (54% da produção mundial);
automobilística (veículos utilitários: 42%; automóveis:
25%); siderurgia (aço: 14%).
 Concentração: Cinturão do Pacífico (disponibilidade
de matéria-prima e acesso aos portos): sudeste de
Honshu (eixo Tóquio-Osaka, estendendo-se até o norte
de Kyushu  Fukuoka)  85% da produção industrial
do Japão.
 Indústrias de alta tecnologia (tecnopólos)  áreas
pioneiras.
A exemplo das principais economias industriais
do mundo, a indústria japonesa também tem
apresentado uma certa descentralização industrial,
principalmente no que diz respeito a setores de alta
tecnologia.
Fonte: Mérenne-Schoumaker. La Localization dês Industries
TIGRES ASIÁTICOS
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
 Podem-se identificar três regiões econômicas:
*Hokaido: principal região agrícola do Japão; grande
produção de cereais (trigo, arroz, feijão, beterraba e
produção açucareira)  cobre maisde 50% das
necessidades internas; maior centro de pecuária leiteira
do país; produtos do mar; cervejaria Sapporo;
desenvolvimento de tecnopólos.
*Tóquio e Distrito: Sede de grandes indústrias
automobilísticas (Nissan e Honda), Mitsubishi, Sony,
Toshiba, etc,; área conurbada com Yokohama e
Kawasaki.
*Região de Kansai: (Osaka, Hyogo, Kyoto, Shiga, Nara
e Wakayama). Osaka rivaliza com Tóquio em
criatividade industrial. Área marcou a origem de
empresas como a Sharp, Sanyo e Matsushita, Toyota.
Surgimento de indústrias de moda e design. Kyoto
(antiga capital imperial) é o principal centro turístico do
Japão.
A expressão “Tigres Asiáticos” ou “Dragões do
Pacífico” procura caracterizar a economia agressiva em
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
11
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
termos de exportação de um conjunto de países que
experimentaram grande crescimento econômico a partir
principalmente da década de 60 e marcadamente na
década de 80, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong
Kong. Atualmente, este processo também atinge em
certa escala outros países do sudeste asiático, valendose do encarecimento da mão-de-obra nos “Tigres”
tradicionais, de uma determinada abertura destes novos
tigres para captar investimentos e tecnologia e da
expansão e transformação da transnacionalização e dos
processos
produtivos
típicos da
globalização
econômica, além de oferecerem uma série de vantagens
comparativas.
Entre estes novos tigres, podemos destacar a Indonésia,
a Tailândia e a Malaisia. Estes países figuram, com
destaque, entre os denominados Países Recentemente
Industrializados (NPIs), com industrialização tardia, e
desenvolveram-se com base no modelo de plataformas
de exportação.
Historicamente, estes países apresentavam
pouca expressividade, mesmo no conjunto dos países
subdesenvolvidos. A península coreana havia sido
ocupada pelo Japão em seu processo de expansão
imperialista; Taiwan surge após a derrota de Shian Kai
Shek pelas forças de Mao Tse Tung e ocupação da ilha
de Formosa, com o surgimento deste enclave
capitalista, após a Revolução Chinesa; Cingapura
constituía uma área estratégica devido a sua localização
e foi marcada, historicamente, pelo interesse de
companhias comerciais e a ação da pirataria.
O surgimento dos Tigres Asiáticos deve ser
entendido no contexto da Guerra Fria, quando o
surgimento de “vitrines” do capitalismo e aliados dos
países ocidentais, na região, constituíam em fator
importante para conter a expansão do socialismo na
região. Estes países passam a receber pesados
investimentos americanos e principalmente japoneses,
principalmente estes últimos. A economia dos Tigres
pode ser entendida, até certo ponto, como um processo
de extravasamento da economia japonesa, sendo,
portanto, área de influência japonesa e integrando-se à
denominada Bacia do Pacífico.
Apesar de diferenças na estrutura industrial
destes países, podemos identificar fatores comuns no
seu modelo de desenvolvimento, muitos dos quais
também típicos do modelo japonês.
 Participação
significativa
do
Estado
no
desenvolvimento de políticas econômicas destinadas a
efetivar os principais objetivos econômicos, processo
facilitado pela existência de governos autoritários.
 Subvalorização cambial, destinada a desestimular as
importações e dinamizar as exportações.
 Facilidades fiscais, típicas de “paraísos fiscais” com o
objetivo de atrair investimentos, além de facilidade na
remessa de lucros para o exterior.
 Oferta de mão-de-obra barata, abundante e
disciplinada.
 Investimentos em educação, visando qualificar a mãode-obra e aperfeiçoar a tecnologia.
 Limitações à ação dos sindicatos
 Bolsas de treinamento no exterior.
 Políticas protecionistas e incentivos às exportações
 Estímulo à poupança interna para capitalizar as
indústrias.
 Oferta de produtos baratos e inicialmente com baixo
valor agregado e com uma qualidade superior a de
outros países em desenvolvimento.
Este conjunto de países experimentou um
crescimento econômico em torno de 8% entre as
décadas de 60 e 80, chegando a atingir patamares de
crescimento de mais de 10% na década de 90. A
qualificação da mão-de-obra e o aperfeiçoamento
tecnológico também permitiram agregar valor aos
produtos industrializados, incorporando as suas
exportações os setores automobilístico, de informática e
de produtos eletro-eletrônicos.
Este crescimento econômico foi acompanhado
pela melhoria dos indicadores sócio-econômicos e por
avanços nos mecanismos democráticos. A crise asiática
de 1997 afetou o desempenho econômico dos Tigres
Asiáticos, com impactos sociais também negativos,
como o aumento do desemprego e redução salarial,
como ocorreu em Cingapura que também procurou
reduzir as tarifas portuárias como forma de atrair maior
movimento. A Coréia do Sul foi obrigada a recorrer a
empréstimos do FMI e Taiwan também reduziu suas
taxas de juros para atrair investimentos. O
encarecimento da mão-de-obra e o aprimoramento
tecnológico tem levado estes países a deslocar
indústrias de menor valor agregado para outros países,
como os denominados “novos tigres” e China.
Podem-se identificar, apesar dos elementos
comuns em termos de modelo econômico, certas
peculiaridades em termos de estrutura industrial.
A Coréia do Sul iniciou a sua transformação a
partir da década de 60, com base em planos
quinquenais, com o objetivo de se converter em um país
industrializado. Tem o seu desenvolvimento sustentado
sobre
imensos
conglomerados
industriais
transnacionais, conhecidos como Chaebols, entre os
quais se pode destacar a Daewoo, a Lucky-Goldstar, a
Samsung Electronics e a Hyundai Motor, que comprou a
Kia Motors em função da crise asiática, e a LG
Electronics, que, em conjunto, respondem por mais de
45% do PNB do país. Os 30 maiores chaebols totalizam
cerca de 65% do PIB. Estas empresas apresentam
grande diversidade industrial, com destaque para os
setores siderúrgico, metalúrgico e de máquinas elétricas
e não-elétricas. Destacam-se, também, os setores de
alimentos, brinquedos, cerâmicas e vidro. O seu grande
desenvolvimento econômicos e social já lhe vale o rótulo
de país desenvolvido, fazendo parte, também, da
OCDE.
Taiwan já busca uma maior especialização
produtiva com o objetivo de se adequar aos avanços
tecnológicos, como no caso da informática (Acer), com
empresas de médio e pequeno porte. Sua economia foi
bastante afetada com a recessão dos Estados Unidos a
partir de 2000 e uma redução na demanda de produtos
de alta tecnologia.
A situação de Hong Kong é um tanto incerta,
pois apesar de estar veiculado no acordo de devolução
feito com a Grã-Bretanha, destinado a preservar o seu
sistema pelo prazo de 50 anos, os prazos para o avanço
da democracia direta não foram muito definidos e há
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
12
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
acusações de tentativas de interferência do governo
chinês no processo eleitoral de Hongo-Kong.
Representa importante centro financeiro e possui o 3 0
mais movimentado porto do mundo.
Cingapura vale-se de sua posição estratégica,
junto ao estreito de Málaca, rota petrolífera que conduz
ao Extremo Oriente. Destacam-se os setores portuário
(o porto de Cingapura já é o maior do mundo), naval,
petroquímico, eletrônico e também o setor financeiro.
no nordeste do país, com destaque para Calcutá, onde
se desenvolvem os setores siderúrgicos, metalúrgico,
alimentício, bélico, têxtil e automobilístico. A região de
Bangalore se destaca na produção de alta tecnologia,
onde a quantidade de engenheiros já supera a do Vale
do Silício e, com a vantagem de terem um salário que
representa 1/4 do salário dos seus colegas norteamericanos.
ÍNDIA
A Índia obteve o seu processo de independência
do império britânico em 1947, principalmente devido á
ação política e liderança de Ghandi. Apesar dos
investimentos britânicos, a Índia sentiu, inicialmente, até
certo ponto, a influência soviética. O governo de
Jawarhalal Nehru era nacionalista e não-alinhado, com
grande controle estatal sobre a economia e priorizando
os setores de infra-estrutura, da indústria de base e da
indústria bélica, aproveitando os seus expressivos
recursos minerais.
Aproximadamente 72% de sua população ainda
vive no campo e o país representa um imenso bolsão de
pobreza e grande desigualdade social. A Índia começou
a abrir a sua economia recentemente, numa política de
atração de capitais, principalmente japoneses e norteamericanos, além de desregulamentar a economia e
privatizar empresas, apesar de a burocracia ainda ser
um grande entrave para a competitividade. Estas
medidas têm conferido ao país um expressivo
crescimento econômico na região, com o aumento da
classe média e consumidora (já avaliada em termos de
200 milhões de pessoas).e redução da pobreza, sendo
um dos mais promissores países do denominado BRIC.
Seu crescimento girou em torno de 6% ao longo de uma
década, já tendo atingido 8%.
A economia indiana se assemelha a um imenso
mar de economia agrária com verdadeiras ilhas
industriais, fato que encontra expressão nos dados
estatísticos, pois o setor industrial representa apenas
26% do PIB e concentra apenas 13% da PEA. O país
tem sabido se valer da imensa expansão e
barateamento das redes digitais desenvolvidas pelos
países desenvolvidos e do excelente nível técnico de
parte da população que é estimulada a se qualificar,
inclusive no exterior, além do domínio da língua inglesa.
Uma das características marcantes do desenvolvimento
indiano é o crescimento significativo de call-centers e de
setores de alta tecnologia, ligados à produção de
softwares (um dos maiores produtores e exportadores
mundiais e que conta com a articulação do governo,
empresas
e
universidades),
informática,
telecomunicações, produção de máquinas, produtos
eletrônicos e químico-farmacêuticos e de abrigar filiais
de muitas empresas transnacionais, como a Microsoft, a
Motorola, a Siemens, a Apple e a IBM, inclusive um
centro de pesquisas da Intel. A Índia figura, também,
como um dos maiores produtores siderúrgicos e têxteis
do mundo,
A
concentração
industrial
ocorre,
principalmente, em Mumbai (antiga Bombaim), com o
desenvolvimento do setor têxtil, químico e alimentício e
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
CHINA
Características econômicas
O grande arquiteto da China moderna foi Deng
Xiaoping, que se alçou à liderança do país ao final da
década de 70, após o afastamento da denominada
“Gangue dos Quatro”, e passou a introduzir uma série
de reformas características da economia de mercado.
Esta política conhecida como as “Quatro Grandes
Modernizações” (ou seja, na agricultura, na indústria,
nas forças armadas e no campo da ciência e tecnologia),
objetivavam atrair investimentos estrangeiros e oferecer
mão-de-obra barata, com a criação das Zonas
Econômicas Especiais (ZEE), além de incentivar a
iniciativa privada no campo. A denominada “economia
socialista de mercado alavancou a economia chinesa,
que a exemplo dos Tigres Asiáticos, se tornou numa
importante plataforma de exportação e que tem
registrado índices de crescimento dos mais elevados do
mundo, com médias superiores a 10% a partir de 1978.
No campo político, no entanto, não se verificaram
alterações, pois continua predominando a centralização
política em torno do partido único (PCCh), com ausência
de liberdades democráticas, o que tem acarretado
grandes protestos por parte de governos estrangeiros,
ONGs, estudantes e dissidentes, em relação à violação
dos direitos humanos, como o famoso episódio do
massacre da Paz Celestial (1989), com a perspectiva,
inclusive, de restrições comerciais.
A fim de contemplar estas reformas e incorporar
os territórios de Hong Kong e Macau, capitalistas, as
autoridades chinesas passaram a caracterizar o regime
do país como sendo “um país, dois sistemas”. O mesmo
direcionamento tem sido apontado para tentar unificar
Taiwan ao território chinês. O sucessor de Deng
Xiaoping prossegue com as reformas, iniciando um
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
13
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
amplo projeto de privatizações, tentando liberar o
Estado com os encargos de milhares de empresas
endividadas. Amplia também a abertura econômica,
tentando obter dos EUA apoio para a entrada da China
na OMC.
A economia chinesa apresenta-se diversificada,
mas as reformas provocaram o surgimento de
desigualdades sociais e o aumento dos contrastes
regionais e setoriais.
ASPECTOS
FORTES:
grande
mercado;
autossuficiência na produção de alimentos; grandes
recursos minerais; reformas econômicas, promovendo
um crescimento da economia em torno de 10% ao ano;
aumento das exportações; baixos custos com salários.
ASPECTOS FRACOS: aumento populacional e
desemprego; recursos desigualmente distribuídos;
precário sistema de transportes; controle de preços e
estatais  refreamento sobre o crescimento devido à
tentativa de controlar a inflação.
A industrialização é apoiada num subsolo
bastante rico. Os principais recursos são o ferro, que
ocorre principalmente na região da Manchúria, além de
outros minerais metálicos, como o ouro, estanho
manganês, fosfatos, etc. Também se destaca na
produção de recursos energéticos, como o petróleo
(quarto produtor mundial) e carvão (segundo produtor
mundial). É grande também o potencial hidráulico. A
maior hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, está
sendo construída no leito do Yang Tsé-Kiang.
É a seguinte a distribuição da indústria chinesa:
 Indústria leve: Xangai, Tientsin, Pequim.
 Indústria pesada: próximo aos recursos de carvão da
Manchúria, em Pequim, Nanguim, Xangai, Wuhan e na
região de Cantão.
 Indústrias alimentícias: espalhadas pelo território.
Pequim: correspondendo às regiões de Pequim e
Tianjin
 Centro comercial e industrial importante.
 Conta com investimentos estrangeiros desde 1980 
desenvolvimento de alta tecnologia e manufaturas,
impulsionado pela infraestrutura e força de trabalho
abundante.
 Pequim apresenta forte turismo, apesar de apresentar
redução da atratividade devido aos constantes cortes de
energia, custos dos imóveis e custos trabalhistas.
 Tianjin mais vantajosa, com menores custos, sendo
a principal cidade de entrada com o maior porto e centro
de cargas aéreas.
Sudeste
 Economia de mercado.
 Guangdong e Fujan  implantação das ZEEs.
 Investimentos  Hong Kong e Taiwan.
 Níveis de renda  em torno de 10 vezes superior
 Crescimento e problemas: custos imobiliários,
aumento do custo da mão-de-obra e racionamento de
energia  expulsão de indústrias de baixo custo,
desencorajamento a empresas de alta tecnologia.
Xangai e cidades-satélite
 Corresponde ao coração econômico da China. Maior
área urbana, com cerca de 12,5 milhões de habitantes e
maior concentração demográfica.
 Corresponde à primeira cidade industrial e comercial.
Principal centro financeiro e portuário.
 Apresenta a mão-de-obra mais especializada.
 Tende a ser o maior foco de investimentos
estrangeiros.  A região se prepara para ser um dos
mais importantes centros econômicos, financeiros e
comerciais do mundo.
Nordeste (Dongbei)
Regiões geo-econômicas
 Região pouco povoada.
 Planície da Manchúria: principal produtor de grãos e
soja.
 Maior reserva de petróleo (Daquing); carvão e ferro
Apresentou crescimento menor do que outras áreas na
década de 80, devido, segundo algumas avaliações, à
dominação estatal.
 Aumento do comércio com a Rússia.
China Central
 Área cortada pelos rios Azul e Amarelo.
 Principal produtora de arroz e trigo.
 Minerais: carvão, petróleo, tungstênio.
 Campo de experiências: produção
comunitária para individual.
agrícola
Tibete
Menor densidade demográfica.
Posição estratégica e ocorrência de alguns minérios.
Fonte: Serryn, Pierre, Atlas Universel Bordas (apaptado)
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
14
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
TEXTOS COMPLEMENTARES
Texto 1
A Atividade Industrial
As indústrias encontram-se distribuídas de
forma desigual no planeta, pois tendem a se concentrar
nos lugares onde há fatores favoráveis à sua
localização. Genericamente são estes os principais
fatores locacionais:
Durante a Primeira Revolução Industrial, ou
seja, do final do século XVIII até meados do século XIX,
as jazidas de carvão mineral eram um dos fatores mais
importantes para a instalação de fábricas. Por isso,
houve grande industrialização em torno das bacias
carboníferas britânicas, alemãs, francesas e norteamericanas.
Com a Segunda Revolução Industrial, na
metade do século XIX, surgiram outras fontes de
energia, como o petróleo e a eletricidade, e o carvão
mineral foi perdendo importância na definição da
localização das fábricas. O fato de essas duas novas
fontes de energia serem mais facilmente transportadas
possibilitou o surgimento de outras zonas industriais.
Dessa forma, houve maior dispersão na distribuição
geográfica das fábricas.
É interessante lembrar que o petróleo, além de
ser uma fonte de energia, é uma importante matériaprima, a partir da qual se fabrica uma série de produtos.
Um dos setores que mais cresceram, a partir da
descoberta dessa nova fonte, foi a indústria
petroquímica. Evidentemente, a proximidade de várias
outras matérias-primas, como minérios, vegetais, água,
etc., também pesaram na localização das indústrias.
Outro fator determinante para a localização das
indústrias é a existência de uma rede de transportes que
possibilite o escoamento das mercadorias produzidas e
o recebimento das matérias-primas. É por isso que
muitos centros industriais importantes surgiram
próximos a portos marítimos ou fluviais, ou ainda em
entroncamentos rodoviários ou ferroviários.
Outros fatores fundamentais são a disponibilidade de
mão-de-obra e a de mercado consumidor. É por essas
razões que, historicamente, o fenômeno industrial
esteve intimamente ligado às concentrações urbanas,
particularmente às grandes cidades como Londres,
Nova Iorque, Tóquio.
Podemos perceber que muitas cidades crescem
em torno de indústrias nascentes ou, ao contrário,
atraem indústrias, que fazem com que elas cresçam
ainda mais e acabem por sua vez, atraindo um número
cada vez maior de indústrias.
Vê-se, portanto, que o fenômeno urbano e o
fenômeno industrial se constroem mutuamente ao longo
da História.
O sistema de fábrica caracteriza a indústria
moderna. Trabalhadores, matérias-primas e máquinas
são reunidos num único local. Os produtores diretos (
operários ) estão separados dos meios de produção, que
pertence ao empresário capitalista. A produção, em
larga escala, destina-se a mercados amplos e oscilantes
de âmbito nacional ou mesmo internacional.
Apesar de apresentar, na atualidade um início
de dispersão no espaço, a indústria tende a
concentração em determinadas porções do espaço
geográfico. Imensas regiões industriais agrupam
centenas ou milhares de fábricas em áreas definidas,
onde as densidades demográficas são elevadas e a
urbanização é praticamente total.
Concentração e dispersão
A economia capitalista de mercado caracterizase pela propriedade privada do capital, das máquinas e
instrumentos de trabalho, dos edifícios industriais
(fábricas). Os proprietários dos meios de produção
organizam os seus negócios em condições de
concorrência. Isolados uns dos outros, decidem os tipos
de mercadorias que vão produzir e a escala ( quantidade
) dessa produção.
Todos procuram maximizar os seus lucros,
diminuindo os custos da produção e ampliando os seus
mercados. Nessa operação, o sucesso significa
crescimento dos negócios e acumulação de capitais. O
fracasso, falência e perda do capital investido.
Os empresários industriais não coordenam
entre si as decisões relativas à localização das suas
fábricas. Ao contrário: a opção por um determinado lugar
é o elemento inicial da guerra da concorrência e pode
até mesmo definir o sucesso ou o fracasso do
empreendimento. A melhor localização é aquela que
possibilita a maior rentabilidade possível. Essa é a regra
básica da teoria da localização industrial.
Indústria atrai indústria. Aglomerações industriais
oferecem vantagens para a implantação de novas
empresas, desencadeando uma dinâmica própria de
crescimento. Essa dinâmica de crescimento é conhecida
pela expressão economias de aglomeração. As
empresas que chegam se beneficiam do ambiente
industrial criado pelas indústrias já instaladas,
aproveitando-se do mercado consumidor e da força de
trabalho, das redes ferroviária e rodoviária, dos serviços
de eletricidade e telefonia reunidos no mesmo local.
O desenvolvimento tecnológico tende a ampliar
de forma crescente o espectro de opções de localização,
libertando a indústria das antigas regiões industriais.
Teoricamente, o planeta inteiro transforma-se num
reservatório de localizações industriais favoráveis. A
indústria se dispersa pelo espaço geográfico, recobrindo
cidades e pontilhando as áreas rurais. Todo lugar
oferece altos lucros.
Tipos de indústrias
Existem três grandes ramos industriais. As
indústrias de bens de produção, também chamada de
indústria de base ou pesada; as indústrias de bens de
capital, ou intermediárias e as indústrias de bens de
consumo, ou leves.
A indústria de base
As indústrias de base são também conhecidas
como indústrias de bens de produção, pois destinam
suas mercadorias para a produção e o transporte de
outras mercadorias e não para o consumo final. Por isso,
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
15
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
esse grupo de indústrias constitui um setor chave na
economia. Os países que não dispõem de uma estrutura
completa de indústrias de base depende de importações
de bens de produção para o funcionamento de seu
parque industrial.
Geralmente as indústrias de base requerem a
utilização de quantidades expressivas de matériasprimas e combustíveis e apresentam consumo intensivo
de energia. Por isso, são também denominadas
indústrias pesadas.
A dependência das indústrias de base de
suprimentos consideráveis de matérias-primas e
combustíveis
fósseis,
condicionou
localizações
próximas às grandes jazidas de carvão e às reservas de
minério.
O desenvolvimento tecnológico e a revolução
dos transportes, contudo, diversificaram as localizações
e possibilitaram a países praticamente desprovidos de
recursos naturais implantarem importantes complexos
industriais pesados. O Japão ilustra esse fenômeno:
mesmo possuindo reservas insignificantes de minérios e
combustíveis, encontra-se hoje entre os maiores
produtores mundiais de aço, cimento e petroquímicos.
Por outro lado, países subdesenvolvidos, com recursos
naturais abundantes, não conseguiram se equiparar
com uma estrutura adequada de indústrias pesadas,
principalmente em função dos grandes investimentos
em capital que esse grupo de indústrias exige. Nos
países como Brasil, México e Índia, o Estado investiu e
ocupa uma posição importante na siderurgia e na
petroquímica.
As industrias intermediárias
As indústrias de bens de capital ou
intermediárias, como as de máquinas e de
equipamentos, têm o papel fundamental de equipar
outras indústrias, leves ( consumo ) ou pesadas, sem o
que seria impossível a produção de bens para um amplo
mercado consumidor. Essas indústrias tendem a se
localizar próximo aos centros consumidores de seus
produtos.
A indústria de máquinas caracteriza-se como um
ramo industrial dedicado, sobretudo, à produção de
equipamentos de grande porte. Por isso, é também
chamada de industria pesada.
Com o desenvolvimento da informática, o porte
dos equipamentos deixou de ser uma marca desse ramo
industrial, tornando inadequada sua classificação como
“indústria pesada”. A tecnologia microeletrônica é nos
dias de hoje, a base do desenvolvimento dos
equipamentos fabris mais avançados, que têm como
finalidade à automação do processo produtivo. A última
palavra nesse setor atende pelo nome de robotização.
Indústrias de consumo
As indústrias de consumo, também conhecidas
como indústrias leves subdividem-se em indústrias de
bens duráveis e de bens não duráveis.
Essas últimas são as mais tradicionais, surgidas
no início da Revolução Industrial, com a invenção do tear
mecânico. Produzem mercadorias de primeira
necessidade e geralmente de baixo custo unitário, como
alimentos industrializados, tecidos e confecções,
calçados e bebidas. Já as indústrias de bens duráveis
originaram-se na Segunda Revolução Industrial, com a
invenção da eletricidade e do motor a combustão
interna. Automóveis, aparelhos elétricos e eletrônicos
são típicos bens de consumo duráveis, pois apresentam
maior custo unitário e consumo intermitente ( maior
tempo de reposição ).
A constituição das indústrias de bens de
consumo duráveis combina disponibilidade de matériasprimas, energia, mercado consumidor e força de
trabalho, dependendo também, da capacidade de
investimento de seus proprietários.
As indústrias de bens de consumo duráveis
tendem a exigir altas somas de capital para que possam
funcionar. Fábricas de televisores, geladeiras,
automóveis ou microcomputadores exigem grandes
investimentos. Na verdade, a maior parte delas
pertencem a um conjunto muito restrito de investidores:
as empresas multinacionais.
As indústrias de bens de consumo não duráveis,
por sua vez, tendem a exigir investimentos menores, por
isso encontram-se mais distribuídas pelas diversas
localidades que as indústrias de bens de consumo
duráveis.
A indústria automobilística
A indústria de automóveis transformou-se, ainda
antes da Segunda Guerra, no eixo da produção
capitalista de bens de consumo. Os Estados Unidos
atingiram a hegemonia econômica mundial apoiando-se,
em grande parte, nessas indústrias. A fábrica
automobilística dinamizou dezenas de setores
industriais e milhares de empresas mobilizando direta ou
indiretamente um em cada seis operários americanos.
No pós-guerra, formou-se um mercado
automobilístico internacional e inúmeras empresas
européias e japonesas passaram a competir com as
gigantes americanas. Depois da crise do petróleo dos
anos 70, a competição invadiu o próprio território
americano. Os carros grandes e dispendiosos cederam
lugar para modelos mais simples e econômicos. A
porcentagem de carros produzidos nos Estados Unidos
circulando nas cidades do país caiu 85% em 1940 para
35% em 1979. Fatias cada vez maiores do mercado
interno americano eram abocanhadas pelas empresas
estrangeiras. Hoje, o Japão já é o maior produtor
mundial, embora a maior firmado mundo continue a ser
a GM.
Atualmente, o acirramento da competição pelo
mercado mundial provoca um processo de
internacionalização da produção dos componentes: está
nascendo o “carro mundial”. A idéia básica consiste em
cortar os custos de produção. Os menores custos de
mão-de-obra estão transformando determinados países
em centros produtores para o mercado mundial. Os
salários pagos no México para os operários da indústria
de automóveis não chegam à metade dos salários
americanos, enquanto nas Filipinas e no Brasil atingem
pouco mais de 10% dos salários americanos.
Simultaneamente, as fábricas de automóveis,
situadas nos centros mundiais da indústria, sofrem uma
revolução
produtiva,
introduzindo
robôs
e
automatizando a linha de montagem. A chave de toda
estratégia reside na redução dos custos da mão-de-obra
e na ampliação do ritmo das operações de montagem.
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
16
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
A tecnologia de ponta e as novas localizações
industriais
As grandes concentrações geográficas da
indústria representavam, até pouco tempo, verdadeiras
economias de aglomeração, atraindo novas empresas
para o seu interior. Atualmente, o processo está se
invertendo e muitas indústrias preferem fugir das regiões
industriais tradicionais. Essas empresas fogem das
deseconomias de aglomeração que começam a se
manifestar quando a concentração industrial atinge um
ponto critico.
Nas regiões industriais tradicionais, a força de
trabalho criou sindicatos fortes que, ao longo de
décadas, impuseram padrões salariais e normas
trabalhistas rígidas, limitando a liberdade econômica dos
empresários. A densidade demográfica e a disputa pelos
terrenos provocaram uma elevação dos preços. A
metropolização trouxe uma ampliação dos impostos
municipais e dos serviços públicos. Congestionamentos
de tráfego, poluição do ar, roubos e assaltos começaram
a afugentar executivos e assalariados de alto nível.
A indústria de alta tecnologia – eletrônica e
informática, biotecnologia e química, aeronáutica,
aeroespacial e bélica - que apresenta grande expansão
nos Estados Unidos, Japão e Europa reflete nas suas
opções de localização uma reação as deseconomias de
aglomeração. Esses setores industriais procuram novas
localizações nos subúrbios afastados dos núcleos
metropolitanos ou em pequenas cidades. Uma geografia
industrial diferente está nascendo.
O deslocamento de industrias para a periferia do
mundo capitalista
Depois da Segunda Guerra Mundial, inúmeras áreas
localizadas em países subdesenvolvidos receberam
unidades industriais modernas, controladas por
conglomerados
transnacionais
automobilísticos,
eletrônicos, alimentares, químicos ou metalúrgicos.
Esse deslocamento estimulou a modernização de varias
regiões do mundo subdesenvolvido, onde foram
implantadas novas infraestruturas de transportes, de
comunicações e de energia. Cidades cresceram e se
tornaram metrópoles. O mercado consumidor de
ampliou e diversificou. À sombra e ao lado das filiais dos
conglomerados transnacionais nasceram empresas
estatais e privadas.
Como foi dito anteriormente, o deslocamento
geográfico de unidades produtivas para novas regiões
da periferia do mundo capitalista oferece vantagens
comparativas de diversos tipos. Além do custo
diferencial da mão-de-obra, o custo das matérias-primas
e da energia se torna um fator decisivo para o
deslocamento geográfico de unidades industriais. A
estrutura mundial de um conglomerado transnacional
aproveita-se ainda da diversidade das legislações fiscais
e tributárias. Um exemplo disso é a Nestlé, que controla
as finanças das dezenas de filiais espalhadas pelo
mundo através de três holdings situadas na Suíça, nas
Bahamas e no Panamá, países que não obrigam as
empresas domiciliadas no seu território a divulgar
balanços contábeis.
Os níveis de industrialização
Os países desenvolvidos da Europa ocidental e
central, América do Norte e Pacifico correspondem às
áreas pioneiras da industrialização do século XIX. A
desconcentração geográfica da indústria e a
consequente industrialização de inúmeras áreas da
periferia do mundo capitalistas levaram as chaminés até
os países subdesenvolvidos.
Implantaram-se nos países subdesenvolvidos
os setores e ramos industriais baseados em tecnologias
há muito estabilizadas, enquanto as indústrias de alto
investimento tecnológico permaneceram concentradas
nos países desenvolvidos. A concentração dessas
indústrias pode ser observada tanto em nível de
produção como de consumo.
Assim, a tríade formada pelos Estados Unidos,
Europa Ocidental e Japão produz e consome perto de
90% de todas as aeronaves, copiadoras e equipamentos
de comando digital do mundo. Uma produção quase
igual ocorre em relação aos computadores, produtos
farmacêuticos e fibras sintéticas. Mesmo a indústria
automobilística revela essa concentração: a tríade
consome mais de 70% dos automóveis do mundo e
produz 80% deles.
A economia mundial vive atualmente uma nova
revolução tecnológica, que se desenvolve em torno de
alguns grandes ramos fundamentais:
·
O armazenamento e transmissão de informações,
com a produção em larga escala de computadores
pessoais e supercomputadores, de serviços de
videotexto e banco de dados informatizados e com
novos equipamentos de telecomunicações por redes de
cabo e satélites.
·
As novas fontes energéticas, como reatores
nucleares e de nêutrons, pilhas de combustíveis e
eletricidade fotovoltaica.
·
As novas técnicas de produção, dinamizadas pela
fabricação de circuitos integrados e semicondutores,
pelo uso de novos materiais, como as cerâmicas finas e
os metais amorfos, e pela automação proporcionada
pelos robôs industriais ( mecatrônica ).
·
As aplicações biológicas e médicas de alta
tecnologia, exemplificada pelas sínteses de DNA e fusão
de células ( biotecnologia ) e pela descoberta de novos
produtos farmacêuticos.
O acesso a esse tipo de riqueza depende de
pesados investimentos em pesquisa cientifica e
tecnológica. Esses investimentos em Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D) são passaporte para o futuro.
O espaço mundial da indústria
Os países centrais formam um bloco
heterogêneo. Nele se encontram gigantes industriais (
Estados Unidos, Japão, Alemanha) e pequenos países
altamente industrializados (Bélgica, Holanda, Suécia ).
Também há grandes diferenças de PIB industrial per
capita, mas em todos eles a economia industrial é uma
realidade muito antiga – em geral ligada a Revolução
Industrial do século passado – e forma a base da vida
nacional.
A periferia semi-industrial europeia abrange
países insulares ( Islândia, Irlanda ), mediterrâneos (
Portugal, Iugoslávia, Grécia, Turquia, Israel ) e a maior
parte do antigo bloco soviético do leste europeu (
Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária ). Trata-se de área
cuja industrialização decorreu da expansão dos limites
da indústria européia, representando um espaço anexo
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
17
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
às áreas centrais. O mesmo pode se dizer da República
Sul-Africana, Austrália e da Nova Zelândia, antigas
colônias de povoamento europeias, cujas economias
permaneceram ligadas aos países colonizadores.
No século atual nasceram dois importantes
blocos
de
países
subdesenvolvidos
semiindustrializados. Essas áreas têm em comum um
percurso de industrialização dependente dos capitais ou
dos mercados dos países desenvolvidos, configurando
um fenômeno novo.
América Latina: a substituição de importações
O bloco subdesenvolvido semi-industrial da
América Latina abrange quatro países: Brasil, México,
Argentina e Chile.
A industrialização desses países se deu através
da substituição das importações de produtos
estrangeiros, com medidas alfandegárias ( tarifas e
proibições ) e fiscais ( isenção de impostos ) que
estimularam o desenvolvimento da atividade industrial.
Hoje, o setor industrial desses países depende muito
mais do mercado interno que dos mercados dos países
desenvolvidos, fato que se reflete na importância
relativamente reduzida das exportações industriais.
O processo de substituição das importações
ganhou impulso depois da Crise de 29, aproveitando-se
da recessão das economias industriais da Europa e da
América do Norte e dos capitais gerados pelas
exportações de bens primários ( o café no Brasil, os
cereais e a carne na Argentina, a prata e o petróleo no
México, o cobre e o nitrato no Chile ).
No início, esse processo se desenvolveu com a
criação das indústrias de bens de consumo não duráveis
( têxteis, alimentos, couros, bebidas ) e na participação
do Estado como empresário. Importantes estatais
nasceram no México, como a Nacional Financeira (um
banco de financiamento à indústria) e a PEMEX (
Petróleo do México ). No Brasil, um pouco depois, era
fundada a CSN ( Companhia Siderúrgica Nacional ) e
também a Petrobrás. Na Argentina surgia a grande
empresa energética YPF ( Yacimentos Petrolíferos
Fiscales ).
No pós-guerra, especialmente nas décadas de
50 e 60, o processo industrial desses países deu um
salto. Conglomerados americanos – e depois europeus
e japoneses instalavam fábricas de bens de consumo
duráveis ( automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos )
na América Latina.
Já que os mercados estavam protegidos da
concorrência dos importados, as transnacionais se
transferiam para esses países: ao invés de exportarem
mercadorias, exportavam fábricas. Apesar da
desvantagem representada por um nível de consumo
menor, esses países dispunham de imensas reservas
de mão-de-obra barata e os lucros às vezes eram até
maiores que aqueles conseguidos nos países de
origem.
Os “Tigres Asiáticos”: plataformas de exportação
O bloco subdesenvolvido semi-industrial do
Leste Asiático envolve quatro países – a Coréia do Sul,
Formosa ( Taiwan ), Cingapura e Hong Kong ( China ).
A industrialização dos pequenos “tigres” ou
“dragões” asiáticos percorreu um caminho muito
diferente daquele do bloco latino-americano. Ela se
baseou na produção de manufaturados de baixo
investimento tecnológico ( roupas, calçados, aparelhos
elétricos, relógios ) destinados ao mercado dos países
desenvolvidos. Dessa forma eles se transformaram em
“plataformas de exportação”.
Os “tigres” são também conhecidos como NICs
( Newly Industrialized Countries: Países Recentemente
Industrializados ) já que o processo industrial ganhou
impulso nas décadas de 60 e 70.
A Coréia do Sul e Formosa receberam influxos
muito grandes de capitais americanos e europeus no
pós-guerra: eles representavam elos de um cinturão
geopolítico capitalista formado em torno da China
socialista. Hoje, a sua indústria conhece um salto de
qualidade, ingressando na produção de mercadorias
baseadas em tecnologia de média sofisticação
(microcomputadores, calculadoras e automóveis).
Hong Kong e Singapura são núcleos urbanos
internacionalizados situados em rotas marítimas
estratégicas. Antes de se tornarem polos de indústrias
de exportação destacaram-se como entrepostos de
reexportação de manufaturados ou produtos primários.
Por serem “paraísos fiscais”, atraíram companhias
exportadoras e bancos internacionais.
Atualmente, os pequenos “tigres asiáticos”
estão se inserindo cada vez mais numa área de
influência da economia japonesa e do iene (moeda
japonesa). Os conglomerados e investimentos
japoneses já assumem uma importância maior que os
interesses americanos e europeus, e os “tigres” tendem
a funcionar como espaço complementar da economia do
Japão.
A China
Em 1975, a ala moderada do Partido Comunista
Chinês retomou o poder com Deng Xiaoping, que havia
caído em desgraça durante a Revolução Cultural de Mao
Tsé Tung.
No final da década de 70, Deng iniciou uma série
de reformas conhecidas como “As quatro grandes
modernizações” – da indústria, da agricultura, da ciência
e tecnologia das Forças Armadas. Dentro da visão
pragmática da cúpula de poder chinesa foi implantada a
“economia socialista de mercado”, ou seja a
liberalização econômica dentro de uma vivência política
e ideológica socialista. Assim, foram criadas, em 1980,
as ZEEs, Zonas Econômicas Especiais, áreas no litoral
abertas ao capital estrangeiro, onde se produzem
mercadorias voltadas para a exportação e também há
incentivo para a exploração agrícola privada.
Em pouco tempo, os resultados dessas medidas
surpreenderam o mundo, pois as taxas de crescimento
de sua economia ficaram entre 9% e 10% ao ano. Os
produtos chineses passaram a ser consumidos no
mundo inteiro, dada a sua alta competitividade
conseguida graças a um enorme contingente de mão –
de-obra barata, levando vantagens sobre seus principais
concorrentes, os “tigres asiáticos”. A política de abertura
não significou a adesão completa a uma economia de
mercado pura e simples, pois o Estado mantém o
monopólio da energia e de sua potente indústria de
base. Além disso, a existência de grande quantidade de
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
18
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
fontes de energia, principalmente o carvão e o petróleo,
é o que dá sustentação ao desenvolvimento industrial.
Fonte: http://www.escolaalternativa.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=125&Itemid=150
Contrastes e semelhanças nos processos de
industrialização da China e do Japão
Marcelo Pinto da Rocha
Introdução
Os primeiros surtos de industrialização, onde
encontramos o aperfeiçoamento de processos no
trabalho, tem início com a primeira revolução industrial,
nos séculos XVIII e XIX. Nesta época encontramos o
início da revolução das máquinas, com a invenção, por
James Hargreaves, em 1767, da máquina de fiar, capaz
de produzir cerca de 80 quilos de material de uma só
vez. Ainda no mesmo século foram inventados o tear
hidráulico e o mecânico. Com a invenção da máquina á
vapor em 1712, por Thomas Newcomen e seu
aperfeiçoamento por James Watt, em 1765, os inventos
mecânicos da época ganharam maior capacidade
produtiva, pois foram acoplados á estes mecanismos.
Com a utilização da eletricidade e do petróleo,
fontes de energias mais eficientes, a industrialização se
intensificou e houve diversificação do desenvolvimento
tecnológico. A inovação industrial encurtou a distância,
permitindo uma maior intensificação das comunicações,
possibilitando assim o surgimento de novas técnicas e
alcançando novas fronteiras, favorecendo a troca de
informações entre as diversas partes do mundo.
Têm-se notícias da China organizada como
estado desde cerca de 1000 a.C, este país, na
antiguidade, foi sempre caracterizado pelo seu
isolamento da cultura ocidental. Em 1513 houve a
chegada do navegador português Jorge Álvares e em
1557 Portugal estabeleceu a colônia de Macau, com a
autorização do imperador Chi-Tsung. A Inglaterra
estabeleceu também uma colônia em território Chinês,
em 1842, Hong Kong, que arrendou da China em 1898
por 99 anos. No século XIX o país contava com cerca
de 400 milhões de habitantes e uma economia
essencialmente agrícola, representava um mercado
atraente ás potências econômicas da época. Devido á
sua fragilidade militar e atraso tecnológico, neste
período, o país foi dominado pela Inglaterra, Rússia,
França, Alemanha, Estados Unidos e inclusive o
Japão. Apesar de resistir á ocupação estrangeira, a
china foi subjugada até meados do século XX.
A primeira constituição Japonesa data de 604
d.C, no governo de Shotoku. A chegada dos primeiros
ocidentais data de 1542, que eram navegadores
Portugueses, até então o Japão vivia completamente
isolado. Em 1616 houve o extermínio de cerca de 37.000
Japoneses convertidos ao cristianismo, em 1648 o país
fechou seus portos aos navios estrangeiros. Nesta
época sob o comando do Xogum Tokugawa, a
sociedade divide-se em quatro classes: samurais,
camponeses, artesãos e comerciantes. O país vivia na
época um estado ainda feudal, com disputas entre os
clãs poderosos. Em 1854 os Estados Unidos forçaram a
abertura dos portos Japoneses e foram assinados vários
acordos comerciais. Com a abertura comercial e a
derrota dos últimos senhores feudais, inicia-se a
europeização do país, com mudanças profundas no
âmbito econômico, militar e tecnológico.
O JAPÃO
INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO JAPONESA
Com a ascensão ao poder do imperador Meiji
(1868-1912) o Japão passa um grande período de
industrialização, realiza em poucas décadas o que se
levaram séculos para se fazer no ocidente. Foi
estabelecida uma nova constituição e o sistema
legislativo bicameral, adotou-se o modelo moderno de
civilização ocidental. Na época com uma população de
28 milhões de habitantes, buscaram-se resultados
rápidos.
Na época, houve uma peste nos bichos-da-seda
da Europa, empresários Japoneses investiram na fiação
da seda, também em tecidos de algodão. A produção
agrícola foi ampliada, com a utilização de novas
tecnologias de cultivo. Quando a iniciativa privada tinha
dificuldades em estabelecer novos empreendimentos, o
estado o fazia, criando novos impostos e buscando
empréstimos no exterior para captar recursos
necessários. A fim de acelerar o crescimento econômico
o governo emitia dinheiro, fato que gerou inflação e o
obrigou a privatizar várias de suas empresas, para
estabilizar a situação. Grupos ligados ao governo
compraram estes empreendimentos, entre eles a
Mitsubishi e outros poucos, dominando assim o cenário
econômico do país até o final da segunda guerra
mundial.
Na época, as elites Japonesas enxergaram
como a única maneira de fugir ao domínio europeu na
Ásia, a industrialização. Assim um gigantesco esforço foi
feito e marca o primeiro período de industrialização
Japonês, que vai até a década de 1940, durante a
segunda guerra mundial. Nesta época o Japão já
desponta como uma das grandes potências mundiais,
envolve-se em conflito contra a China (1895) e
Rússia (1905), saindo vitorioso de ambos. Em 1905
ocupa a Manchúria, em 1910 a Coréia, participa da
primeira guerra mundial ao lado da Inglaterra e Estados
Unidos, contra os Alemães e seus aliados.
A EVOLUÇÃO JAPONESA
No início do seu período de industrialização o
Japão contava com mão de obra abundante, o que
permitiu um crescimento acelerado. Com problemas
sérios de recursos naturais, cerca de setenta e cinco por
cento de sua superfície é montanhosa, o país lança uma
política expansionista em busca matérias primas e
mercados consumidores para seus produtos. O país
envolveu-se em vários conflitos regionais em busca do
aumento de sua área de influência. Nesse primeiro
momento, o país é fornecedor de produtos de baixo
padrão de qualidade, já que ainda está incorporando as
técnicas ocidentais. Um dos grandes esforços é a busca
da alfabetização do povo e a intensificação da
publicação de livros e jornais, escolas são construídas
por toda parte e o curso primário torna-se obrigatório.
Foram instaladas também universidades e estudantes
enviados a outras partes do mundo em busca de novas
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
19
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
tecnologias. A rápida transição de economia rural para
industrializada trouxe problemas sérios de infraestrutura
e inchaço nas suas cidades, este problema foi resolvido
através da emigração de excedentes populacionais para
outras partes do mundo, inclusive o Brasil.
A partir de 1926 tem início á era Shôwa, com a
ascensão do imperador Hirohito, que esteve no poder
até 1989, ano de seu falecimento. No início desta era, o
país estava em crise, o que piorou com a grande
depressão de 1929, os índices de desemprego era
assustadores. Cresce a influência dos militares no
poder, diminui a liberdade de expressão e os opositores
são reprimidos. O Japão alia-se á Alemanha e Itália,
lançando-se na segunda guerra mundial, contra os
aliados, entre eles Estados Unidos e Inglaterra. Apesar
de períodos vitoriosos durante o conflito, alcançando
controle de extensas áreas no pacífico, o país é
derrotado e sofre os horrores da bomba atômica, em
1945 sua economia encontra-se arruinada.
Após a segunda grande guerra tem início o
período da segunda industrialização Japonesa. Sob
ocupação Norte-Americana, são feitas reformas sociais
e os direitos individuais garantidos, as principais
Holding"s, as Zaibatsu, foram dissolvidas. O país assina
o tratado de paz com os Estados Unidos em 1951, passa
a ter o apoio das economias ocidentais, nova
constituição é promulgada em 1946. As ideias bélicoimperialistas são abandonadas e o país volta a viver sob
um regime democrático. A guerra da Coréia em 1953
beneficiou sua economia e já no início da década de
1960 o país mostrava sinais de recuperação. Uns dos
problemas sérios eram quanto á qualidade de seus
produtos, os próprios Japoneses reconheciam-nos
como baratos e ruins. O povo Japonês assimilou bem os
conhecimentos de melhoria de qualidade e aumento de
produtividade, trazidos pelos Estados Unidos. Hoje a
situação inverteu-se, eles são uma das grandes
economias mundiais e passaram a ameaçar os NorteAmericanos na primazia do domínio tecnológico, seus
produtos viraram sinônimos de qualidade.
O Japão investiu maciçamente no conceito de
produzir com qualidade, como também em educação do
seu povo. Os Japoneses acreditavam que o método de
inspeção de qualidade era ineficiente e onerava o custo
de produção. Desenvolveram métodos e ferramentas
que visavam eliminar a peças defeituosas, objetivando o
defeito zero. Hoje grande parte das ferramentas de
qualidade utilizadas são de origem Japonesa ou
aprimoradas por eles, como os círculos de controle de
qualidade (CCQ), Diagrama de Ishikawa, Controle da
qualidade total (TQC), manutenção produtiva total
(TPM), 5S, JIT (just in time), etc. (13).
Os Japoneses descobriram que os modelos
Fordista e Taylorista não atendiam os seus anseios e
precisam desenvolver seus próprios métodos. Na
década de 1970, Taiichi Ohno, o principal engenheiro de
produção da Toyota, percebeu que era preciso aplicar
um novo método de produção. Ohno inaugurou o
modelo de produção enxuto e deu início ao que se
chama de Toyotismo. Combatia-se o desperdício, como
o da superprodução, material esperando no processo,
desperdício
no
transporte,
desperdício
na
movimentação de operações, entre outros. As metas do
programa eram zero defeito, tempo zero de preparação,
estoque zero, movimentação zero, quebra zero, lote
unitário, entre outros. As principais técnicas utilizadas
para se alcançar o resultado foram o mapa de fluxo de
valor, mapeamento das atividades, layout enxuto,
formação de células, sistema Kanban de controle de
produção e os cinco elementos da manufatura enxuta. O
sucesso da metodologia fica claro quando analisamos
que hoje o Japão é um dos principais exportadores de
veículos do mundo em detrimento com a década de
1960, onde o país não conseguia exportar um único
automóvel para o ocidente. Outro fato que deixa claro o
sucesso Japonês, é o fato da imigração inversa nos dias
de hoje, com o retorno de descendente de Japoneses,
os Nikkeis, do Brasil, do Peru e de outras partes da
América do Sul, conhecidos como Dekassegui.
A CHINA
PRECEDENTES DA INDUSTRIALIZAÇÃO CHINESA
No início do século XX, apesar da China manter
governo próprio, passava por sérias dificuldades
impostas pelos acordos comerciais que foi forçada a
assinar. As grandes potências da época controlavam
algumas áreas do país e isto gerava sérias rebeliões e
descontentamento popular. Em 1911 o partido
Nacionalista Chinês promoveu o fim monarquia, contudo
não conseguiu devolver a autonomia desejada, devido a
presença de forças estrangeiras em seu território.
Devido a interesses na Coréia, ainda no século XIX,
entrou em guerra com o Japão, tendo sido derrotada,
cedendo também á ilha de Formosa e obrigada a pagar
pesada indenização á esta nação, cedeu também quatro
portos no continente. Esse conflito expôs a fragilidade
militar do império Chinês, na época.
A pressão internacional continuou sobre o
território Chinês, gerando revoltas, o partido
Nacionalista não conseguia estabilizar o país
politicamente. Em 1920, sob influência da revolução
socialista Russa, é fundado o partido Comunista Chinês,
com participação de Mao Tsé-tung. Em 1925, Chiang
Kai-shek assumiu o controle das tropas do partido
Nacionalista, iniciando assim a perseguição aos
comunistas. Diante das dificuldades, os comunistas se
retiram para o campo, em 1931 fundam a República
Soviética da China. Em 1934 os nacionalistas lançam
uma grande ofensiva, forçando as tropas, lideradas por
Mao Tsé-tung, a percorrerem mais de 10.000
quilômetros a pé, fato que ficou conhecido como a
Grande Marcha, dos 100.000 soldados que iniciaram,
sobraram apenas 9.000, depois de um ano e meio.
Para agravar mais o quadro Chinês, o Japão
invade a Manchúria em 1931, estabelecendo o estado
fantoche de Manchukuo. O governo Nacionalista
enfrentava agora dois problemas, os comunistas e os
Japoneses. Diante do agravamento da invasão, em
1937 os nacionalistas e os comunistas fizeram uma
aliança, que durou até o final da segunda guerra. Este
acordo deu controle de parte do exército Chinês aos
comunistas, com o final do conflito inicia-se a guerra
civil, em 1949 as tropas lideradas pelo partido
Comunista Chinês entram vitoriosas em Pequim. Chiang
Kai-shek se refugia em Formosa (Taiwan), onde
instalaram o governo da China Nacionalista.
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
20
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
A EVOLUÇÃO CHINESA
Sendo um país comunista, a China adotou o
modelo de economia planificada, esteve muito ligada á
extinta União Soviética até a década de 1960. Na época
a economia voltava-se para o desenvolvimento
industrial, mas com o rompimento ideológico entre os
partidos Comunistas de ambos os países, passou-se a
focar novamente a agricultura.
Mao Tsé-tung lança o programa "grande salto
para frente", em 1958, que visava dotar o país de um
sistema industrial completo, mas este projeto entrou em
colapso já no ano de 1961. Em 1966 acontece um
período de grande instabilidade política, a revolução
cultural. Esta época foi marcada pela perseguição
política, com uma tentativa de depuração do partido
Comunista e transformação ideológica. Este programa
que durou até 1976, quase arruinou a nação, todos os
opositores eram caçados e a cultura milenar do povo
Chinês desrespeitada. Líderes comunistas do período
pós-revolução cultural também foram perseguidos,
como Li Chao-chi e Deng Xiaoping, este inclusive teve
um de seus filhos aleijado em uma ação de invasão de
domicílio, por parte das autoridades na época. Com a
morte de Mao Tsé-tung, em 1976 inicia-se a
"desmaoização" do país, com um novo plano de
reorganização política e econômica para a China, nova
constituição foi aprovada.
A partir da década de 1980 o país entrou em
uma fase de grande crescimento econômico. Com a
chegada de Deng Xiaoping ao poder houve a abertura
do país ao capital estrangeiro e incentivos para atraí-lo.
As fábricas abandonaram o antigo sistema de produção
em cota e passaram a levar em conta a necessidade do
mercado e a lei da oferta e procura. O turismo passou a
ser incentivado, a iniciativa privada passou a ser
admitida na economia chinesa. Os investimentos
estrangeiros
começaram
a
chegar,
atraídos
principalmente pelos baixos salários pagos aos
operários e também pelo imenso mercado potencial de
consumo. Outra fonte importante de investimento no
país são os recursos provenientes de cidadãos
Chineses que vivem em outras partes do mundo, são
cerca de 55 milhões de pessoas com capacidade de
investimento.
Apesar do governo comunista, a desigualdade é
um grande problema da China, a maioria do país
continua pobre, o advento capitalista acontece apenas
em algumas áreas e o governo tenta controlar a
migração interna. A economia de mercado gera conflitos
entre o trabalho manual de baixa remuneração e o
trabalho intelectual, mais valorizado. O governo tenta
manter a abertura econômica e ao mesmo tempo o
fechamento político, especialistas perguntam por quanto
tempo eles conseguirão manter isso. Os investimentos
em educação são maciços, em 2006 o governo investiu
87 bilhões de dólares, 3,01% do produto interno bruto, a
China forma cerca de 1 milhão de engenheiros, 800 mil
médicos e 500 mil físicos, por ano, 92% da população
são alfabetizados. Apesar de investir em educação, o
governo Chinês mantém forte censura nos meios de
comunicação e também na internet, filmes com fortes
cenas de sexo, livro políticos e shows de rock são
proibidos. Apesar dos problemas eles conseguiram tirar
mais de 400 milhões de pessoas da pobreza nos últimos
20 anos, praticamente duas vezes a população do
Brasil.
Apesar da falta de liberdade e da imensa
máquina burocrática do governo, os Chineses parecem
felizes, pelos menos os das áreas industrializadas, no
final do mês sobra dinheiro, a vida para eles já foi bem
pior. O país começa a ter os seus primeiros bilionários e
o povo parece gostar do que está acontecendo, a China
cresce cerca de 10% ao ano. Ainda assim os desafios
são grandes, eles precisam melhorar ainda a vida de
cerca de 800 milhões de pessoas.
A China praticamente já é a segunda economia
mundial, lidera o mais espetacular ciclo de crescimento
da história, exporta cerca de 800 bilhões de dólares ao
ano e recebeu cerca de 72 bilhões de dólares em
investimentos em 2007. Entre os principais itens
produzidos temos desde matérias primas até produtos
acabados, como: sapatos, brinquedos e eletrônicos;
alimentos processados; equipamentos de transporte
incluindo automóveis, vagões de trens e locomotivas,
navios e aviação; equipamentos de telecomunicação,
veículos espaciais e satélites. Um dos problemas
enfrentados pelos seus produtos é o conceito de baixo
padrão de qualidade, para muitas pessoas o "made in
China" atualmente é sinônimo de má qualidade. Outro
problema que o país enfrenta é a pirataria, segundo
algumas pessoas no ocidente, ela corre livremente
neste país, a grande queixa é sobre o respeito a
propriedade industrial. Segundo autoridades chinesas,
está se fazendo grandes esforços para supervisionar a
qualidade dos produtos industrializados e os fabricantes
devem ser responsáveis pela retirada imediata dos itens
que apresentarem problemas.
CONCLUSÃO
O surto de industrialização nos dois países
apresentados se deu com forte intervenção do estado,
claro que no caso Chinês não poderia ser de outra
forma, visto que este país vive sob ditadura comunista.
O Japão iniciou o seu processo praticamente 100 anos
antes que os Chineses, no caso da China podemos dizer
que a industrialização ocorreu somente no final da
década de 1970, sendo um processo recente, com cerca
de 30 anos. Em ambos os casos, as duas nações
estavam sob regimes totalitários quando os processos
se iniciaram. Analisando os fatos, podemos dizer que no
século XIX os dirigentes do Japão enxergaram mais
longe do que os Chineses. A China, com a falta de visão
de seus governantes, sofreu um grande atraso
tecnológico, na atualidade está se recuperando, mas
vale á pena lembrar que no período da revolução cultural
tentou andar na contramão da história.
O período da segunda guerra mundial foi
decisivo na história e rumo dessas duas nações, ambas
tiveram suas economias e sofreram horrores, uma por
livre escolha e outra por imposição. O povo Japonês
deixa claro o seu poder de reorganização, pois não se
deixa abater pelos problemas e corre sempre em direção
ás soluções inteligentes.
Analisando os fatos, o processo de
industrialização Chinês está apenas com 30 anos,
podemos relacioná-lo com o Japão do início do século
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
21
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
XX. Os Japoneses, nesta época, tinham graves
problemas de tecnologia de produção e qualidade em
seus produtos, que conseguiu resolver na década de
1970. Considerando isto, podemos dizer que a China
está bem adiantada em relação ao assunto qualidade,
lembrando que a teoria de processos evoluiu bastante,
com forte contribuição dos Japoneses. Claro que seria
necessário investigar como a tecnologia industrial foi
transferida a estes países, pois pode não ser feita de
maneira correta, causando todos os problemas
abordados no que se refere ao fator qualidade. Em um
primeiro momento a China foi prejudicada por ter um
processo de industrialização tardio, mas beneficiada por
receber uma tecnologia bem mais desenvolvida e pronta
para utilização em relação aos Japoneses em sua época
inicial. O Japão teve que desenvolver grande parte de
sua evolução tecnológica, inclusive com forte trabalho
na área de processos.
A
educação
é
fator
primordial
no
desenvolvimento tecnológico e econômico de uma
nação. Os fatos apresentados deixam claro que o
sucesso desses dois países está ligado aos programas
educacionais desenvolvidos por seus governos.
Se a China repetir a história Japonesa, poderá
mudar o conceito de baixo padrão de qualidade de seus
produtos, visto que no Japão isso também já foi
realidade. O grande contraste da China em relação ao
Japão é no campo da liberdade individual, que é o seu
ponto fraco. Com a melhoria do nível de vida de seus
cidadãos, a sociedade Chinesa buscará maior liberdade
de expressão ou se contentará somente com o conforto
material produzido pela tecnologia? Somente o tempo
poderá responder essa pergunta
b) preservação do consumo de produtos tradicionais
pelos setores urbanos – crescente ocidentalização dos
camponeses
c) crescimento da acumulação de capital nas áreas
urbanas – manutenção de bolsões de pobreza nas
áreas rurais
d) ampliação do setor econômico estatal nas províncias
litorâneas – estagnação dos investimentos
públicos no interior
Fonte: http://br.monografias.com/trabalhos3/contrastes-industrializacao-chinajapao/contrastes-industrializacao-china-japao2.shtml
a) pátria do isolacionismo, em divergência com os
problemas comerciais da União Europeia e com a
integração
b) política na África
c) território da democracia, em desacordo com as
ambiguidades políticas das nações desenvolvidas e com
o autoritarismo do antigo terceiro-mundo
d) nação urbanizada, em contraposição com a
decadência parcial do setor imobiliário americano e com
a ruralização dos países africanos e latino-americanos
e) potência emergente, em contraste com o relativo
declínio das demais potências econômicas e com a
insignificância dos países subdesenvolvidos
QUESTÕES OBJETIVAS
1. (IBMEC-RJ) Após a morte de Mao Tsé-Tung, a China
conheceu um período de extrema instabilidade política
que deu lugar, na sequência, à ascensão de uma
importante liderança, Deng Xiao-Ping, em cuja
administração:
a) foi autorizado o funcionamento do pluripartidarismo;
b) a China abandonou os seus projetos nuclear e
espacial;
c) teve início uma política de lenta e gradual abertura
aos investimentos estrangeiros;
d) o xintoísmo foi transformado em religião oficial do
país;
e) os investimentos norte-americanos no país subiram
consideravelmente, apesar do rompimento de relações
diplomáticas com os Estados Unidos.
2. (UERJ) Neste ano, ocorreu a primeira Olimpíada na
China. O governo chinês, que vem há três décadas
realizando mudanças na economia, apostou no sucesso
dos jogos como um reforço à sua imagem internacional.
Essa expectativa se contrapõe à constatação da
seguinte disparidade socioespacial existente no país:
a) redução das diferenças de renda nas cidades –
ampliação das diferenças de renda no campo
3. (UERJ) COMO A ELITE CHINESA VÊ O MUNDO
A imagem acima, publicada na capa da revista
americana The Economist, em março de 2009,
apresenta, de forma caricaturada, a visão de mundo da
atual elite chinesa.
De acordo com essa perspectiva, a China face ao
restante do mundo poderia ser percebida como:
4. (UFF) Como a economia capitalista caracteriza-se
pela propriedade privada do capital, os proprietários
organizam seus negócios em condições de
concorrência. Todos procuram maximizar seus lucros,
diminuindo os custos de produção e ampliando seus
mercados. (...) A concorrência tem início quando os
empresários tomam decisões relativas à localização das
suas fábricas. A opção por determinado lugar é o
elemento inicial que pode definir o sucesso ou o fracasso
de um empreendimento.
Magnoli, D. e Araujo, R. Geografia, A construção do mundo. São Paulo? Ed. Moderna, 2005.
A teoria básica da localização industrial está contida na
seguinte afirmativa:
a) Uma fábrica atrai outra fábrica devido às vantagens
da aglomeração.
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22
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
b) O espaço geográfico oferece poucas opções de
localização.
c) A melhor localização reduz o tempo e os custos de
produção.
d) A produção em série estimula as vantagens
locacionais.
e) A concentração industrial é fortalecida pelo avanço
tecnológico.
6. (UFF) Na geografia econômica do mundo
contemporâneo, as economias chinesa, indiana e
brasileira, com desempenhos parecidos na década de
1980, diferenciam-se no presente momento.
5. (UERJ) A distribuição espacial da riqueza na China
A análise correta dos gráficos conduz à seguinte
conclusão:
a) a Índia mantém, ao longo do período, um PIB duas
vezes superior ao brasileiro;
b) o Brasil apresenta trajetória ascendente de sua
participação no PIB mundial;
c) a China apresenta tendência a se afirmar como uma
das principais economias do mundo;
d) a China ultrapassa o Brasil a Índia, em 1990, ao ter
triplicado o seu Produto Interno;
e) a Índia mantém participação estagnada no PIB
mundial, ao longo dos anos 80.
7. (UNIRIO) Analise o mapa a seguir.
GRESH, Alain et al. L’Atlas du Monde Diplomatique. Paris: Armand Colin, 2006.
As reformas econômicas implementadas na China nas
últimas três décadas afetaram profundamente a
organização territorial do país.
A partir da observação dos mapas, nota-se que a
distribuição da riqueza entre as províncias chinesas
possui a seguinte característica marcante:
a) os espaços rurais das províncias litorâneas são mais
prósperos
b) as províncias com maior nível de renda são as menos
urbanizadas
c) as áreas mais ricas apresentam maiores disparidades
socioespaciais
d) os aglomerados urbanos do interior têm níveis de
renda mais homogêneos
Geografia. Nathan, 2005. (Adaptado)
Sobre a organização regional dos Estados Unidos não
é correto afirmar que
a) o Nordeste e o Sudoeste estão articulados graças às
plataformas informacionais e aos grandes eixos de
circulação transcontinentais.
b) o Nordeste é uma região dinâmica porque concentra
uma densa rede de cidades e um excepcional sistema
de comunicações.
c) o Sun Belt inclui estados do sul e do oeste que tiveram
um rápido crescimento econômico graças às indústrias
de alta tecnologia.
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
d) a diagonal interior compreende os espaços agrícolas
do
Middle-West
que
apresentam densidades
demográficas mais baixas.
e) no centro-sul estão concentrados os polos de alta
tecnologia devido à disponibilidade de recursos naturais.
8. (FGV) Com uma produção diversificada, abrangendo
indústrias têxteis, siderúrgicas e de equipamentos
ferroviários, a região do "Manufacturing Belt",
comparada a outras regiões industriais dos EUA:
a) vem aumentando sua participação relativa no total da
produção do país, desde o pós-guerra.
b) é uma região de fortes investimentos ("hot belt")
graças à vertiginosa expansão da indústria
automobilística nas duas últimas décadas.
c) perdeu sua posição de comando nas decisões
econômicas do país, devido ao deslocamento
significativo de indústrias, serviços e rede bancaria para
o Noroeste.
d) apresenta organização predominantemente fordista,
diferenciando-se dos novos centros industriais do "Sun
Belt", pautados pela acumulação flexível.
e) caracteriza-se por dispersão territorial de suas
indústrias, grande automação e pequena dependência
das fontes de energia.
9. (Mackenzie) A arrancada industrial dos Tigres
Asiáticos, pós Segunda Guerra Mundial, coincide com a
implantação da Guerra Fria no mundo bipolarizado da
época.
Esse fato só foi possível em virtude:
a) da ajuda financeira recebida na época do tesouro
japonês, que sempre defendeu seus interesses
econômicos na região.
b) da poupança interna desses países que, mesmo
antes da Segunda Guerra Mundial, já controlavam suas
importações, estimulando as exportações de bens de
consumo duráveis.
c) da ajuda financeira norte-americana, por meio do
Plano Colombo, uma forma de instalar o cordão sanitário
na região.
d) da ajuda financeira soviética, que visava ampliar sua
área de influência por toda a região.
e) da ajuda financeira mútua entre os países do bloco,
que trocavam entre si matérias primas, tecnologias e
uma intensa abertura do mercado consumidor de toda a
região.
10. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres
Asiáticos:
I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a
presença de mão-de-obra barata, foram consideradas
pelos grupos industriais americanos e japoneses para se
instalarem nos Tigres Asiáticos.
II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres
Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores
aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo
da população.
III.Para facilitar a colocação da produção no mercado
internacional, tomou-se como estratégia a implantação
de uma produção industrial muito homogênea para esse
grupo de países.
a) se apenas a afirmação I estiver correta.
b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmações estiverem corretas.
11. (Unifesp) Assinale a alternativa que relaciona
corretamente a tabela com alterações verificadas na
China.
É um processo mundial o aparecimento de novas
configurações espaciais das indústrias. Assinale a
alternativa que indica o processo correto.
Nas últimas décadas, o país
a) transformou-se em uma plataforma de exportação de
produtos industrializados, com participação de capital
externo.
b) passou por uma abertura comercial que resultou no
incremento do mercado interno, em detrimento das
exportações.
c) democratizou-se, a ponto de garantir o acesso a bens
manufaturados à população chinesa.
d) diminuiu as vendas de produtos agrícolas, em função
da maciça migração do campo para suas principais
cidades.
e) baixou suas vendas de produtos energéticos para
fornecer energia a Taiwan, que considera seu território.
12. (PUC-RJ) A Índia, um país de fortes tradições e de
cultura milenar, tornou-se, nas últimas décadas, um pólo
de tecnologia de informação. Este avanço tecnológico
vem repercutindo na economia e na sociedade indianas.
A partir do texto, podemos afirmar que o setor de
tecnologia de informação:
I.gerou, com a produção de software e serviços,
milhares de empregos qualificados, o que acentuou
ainda mais as diferenças sociais.
II.foi o setor que mais cresceu na economia, mas, como
está orientado para a exportação, sua influência não
atinge o dia-a-dia da maior parte dos indianos.
III.criou uma nova classe social empreendedora e de
perfil global, num país em que ainda persiste a divisão
em castas.
IV.resultou dos incentivos governamentais na formação
de um grande número de pesquisadores no exterior e
que retornaram ao país.
Assinale:
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24
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
a) se somente a afirmativa IV está correta.
b) se somente as afirmativas I e II estão corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) se somente as afirmativas I e IV estão corretas.
e) se as afirmativas I, II, III e IV estão corretas
13. .(FUVEST) A região do "Sun Belt", nos EUA, tem se
caracterizado por um acelerado crescimento econômico,
grandes obras de infraestrutura, instalação de centros
de desenvolvimento tecnológico e uma fantástica
expansão do turismo, entre outros aspectos. Exemplos
de áreas que apresentam estas características são:
a) São Francisco - indústria da informática e centros de
pesquisa - e Houston - indústria petrolífera,
biotecnologia e tecnologia de ponta.
b) Seatle - indústria aeronáutica a informática - a
Portland - produção de alumínio e indústria bélica.
c) Boston - indústria de informática a centro aeroespacial
- e São Francisco - indústria da informática e centros de
pesquisa.
d) Atlanta - indústrias têxteis, químicas e de defesa - e
Portland - produção de alumínio e indústria bélica.
e) Seatle - indústria aeronáutica e informática - e
Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e
tecnologia de ponta.
de desenvolvimento tecnológico e uma fantástica
expansão do turismo, entre outros aspectos. Exemplos
de áreas que apresentam estas características são:
a) São Francisco - indústria da informática e centros de
pesquisa - e Houston - indústria petrolífera,
biotecnologia e tecnologia de ponta.
b) Seatle - indústria aeronáutica a informática - a
Portland - produção de alumínio e indústria bélica.
c) Boston - indústria de informática a centro aeroespacial
- e São Francisco - indústria da informática e centros de
pesquisa.
d) Atlanta - indústrias têxteis, químicas e de defesa - e
Portland - produção de alumínio e indústria bélica.
e) Seatle - indústria aeronáutica e informática - e
Houston - indústria petrolífera, biotecnologia e
tecnologia de ponta.
16. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres
Asiáticos:
I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a
presença de mão-de-obra barata, foram consideradas
pelos grupos industriais americanos e japoneses para se
instalarem nos Tigres Asiáticos.
II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres
Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores
aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo
da população.
14. (UNIFESP) Observe o mapa.
III.Para facilitar a colocação da produção no mercado
internacional, tomou-se como estratégia a implantação
de uma produção industrial muito homogênea para esse
grupo de países.
a) se apenas a afirmação I estiver correta.
b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmações estiverem corretas.
Identifique corretamente as zonas I, II e III.
a) I, vale do Elba, indústria tradicional; II, vale do
Danúbio, indústria de base em crise; III, vale do Reno,
indústria de alta tecnologia.
b) I, vale do Reno, indústria tradicional; II, vale do
Danúbio, indústria de alta tecnologia; III, vale do Elba,
indústria de base em crise.
c) I, vale do Danúbio, indústria de alta tecnologia; II, vale
do Elba, indústria de base em crise; III, vale do Reno,
indústria de alta tecnologia.
d) I, vale do Reno, indústria tradicional; II, vale do Elba,
indústria de base em crise; III, vale do Danúbio, indústria
de alta tecnologia.
e) I, vale do Elba, indústria de alta tecnologia; II, vale do
Reno, indústria tradicional; III, vale do Danúbio, indústria
de base em crise.
15. (FUVEST) A região do "Sun Belt", nos EUA, tem se
caracterizado por um acelerado crescimento econômico,
grandes obras de infraestrutura, instalação de centros
17. (FGV) O papel que as técnicas alcançaram na
produção, a partir da Revolução Industrial, faz desse
momento um marco definitivo.
É, também, um momento de grande aceleração, ponto
de partida para grandes transformações.
(Adaptado de Milton Santos.
A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo. Razão e Emoção.)
O desenvolvimento da tecnologia, após a Revolução
Industrial, apresenta três estágios. Assinale a alternativa
que não apresenta características desses estágios na
ordem correta.
a)
o estabelecimento de métodos fabris; a
introdução da produção em massa; o desenvolvimento
de sistemas baseados nos computadores
b)
o período da máquina a vapor e do uso do
carvão; o uso do dínamo e do motor elétrico; a adoção
do computador e da automação
c)
o sistema da máquina a vapor e das ferrovias; a
fase da energia elétrica e da engenharia pesada; o
período da informação e da comunicação
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
d)
o período da mecanização pesada; a fase do
motor a explosão e das rodovias; o período da produção
fordista de massa
e)
o sistema industrial surgido com a máquina a
vapor; o da linha de montagem equipado com motores
elétricos; o de fluxos contínuos com equipamentos
eletrônicos
18. (Unesp) O processo de transformação da matériaprima em produto industrializado apresentou, em linhas
gerais, as seguintes etapas evolutivas: artesanato /
manufatura / indústria /revolução técnico-científica.
As principais características dessas etapas são,
respectivamente:
a)
não utilização de máquinas e ausência de
produção em série / trabalho manual e uso de máquinas
sofisticadas / uso de máquinas informatizadas e
produção em série / utilização da informática e busca de
novas fontes energéticas.
b)
uso de máquinas simples e inexistência da
divisão do trabalho / utilização da informática e da
internet / trabalho manual e uso de máquinas
sofisticadas / uso de máquinas informatizadas e
produção em série.
c)
divisão do trabalho e não utilização de máquinas
/ trabalho artesanal e emprego de máquinas sofisticadas
/ uso de maquinário simples, produção em série e
divisão do trabalho / utilização da informática e da
internet.
d)
utilização de máquinas e inexistência da divisão
do trabalho / trabalho artesanal e emprego de máquinas
sofisticadas / uso de maquinário simples, produção em
série e divisão do trabalho / utilização da internet e busca
de novas fontes energéticas.
e)
não utilização de máquinas e ausência de
produção em série / trabalho manual e uso de
maquinário simples / uso de máquinas, divisão do
trabalho e produção em série / emprego da informática
e busca de novas fontes energéticas.
Fonte: Adaptado de KRAJEWSKI, A. C. GUIMARÃES, R. B. RIBEIRO,
W. C. Geografia: pesquisa e ação. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2003.
Considerando as transformações da Geografia Industrial
Europeia, marque a alternativa que apresenta
CORRETAMENTE a relação entre o símbolo e o seu
significado na legenda do mapa.
a)
b)
 áreas portuárias industrializadas.
c)
 regiões industriais de alta tecnologia.
d)
 descentralização industrial.
e)
 áreas industriais em desenvolvimento..
 regiões industriais em declínio.
20. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta
corretamente algumas características básicas dos
países de industrialização tardia da América Latina.
a)
Substituição
de
importações,
melhora
expressiva dos indicadores de qualidade de vida e
persistência de elevados níveis de concentração de
renda.
b)
Reforma agrária e investimentos maciços em
educação nos anos de 1950 a 1970, com a decorrente
criação de condições favoráveis à industrialização.
c)
Início da industrialização com investimentos do
Estado na indústria de bens de capital e avanço desse
processo, com investimentos privados nacionais na
produção de bens de consumo.
d)
Aceleração do crescimento industrial nas
décadas de 80 e 90 do século XX e elevação de
investimentos públicos em infra-estrutura nesse período.
e)
Estruturação da indústria de maquinário,
induzida por investimentos do Estado e de empresas
privadas nacionais, e criação de legislação fortemente
restritiva ao investimento estrangeiro.
QUESTÕES ANALÍTICAS
1. (UFRJ)
19. (UFJF) Leia o mapa.
China e Estados Unidos são hoje protagonistas na
condução de grandes temas globais. O presidente da
China, Hu Jintao, listou uma vasta coleção de temas em
relação aos quais ele e o presidente americano, Barak
Obama, estão dispostos a atuar em benefício mútuo.
(Adaptado de Clóvis Rossi, Folha de São Paulo, 18/11/2009)
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
26
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
Apresente dois fatores que têm levado a uma
aproximação cada vez maior entre os Estados Unidos e
a China.
2. (UERJ) Os países subdesenvolvidos que se
industrializaram durante o século XX basearam-se em
modelos diferentes de implementação de sua atividade
fabril, o que gerou quadros sociais e econômicos
consideravelmente distintos entre eles. Observe a tabela
abaixo:
a possibilidade de a China se tornar uma nova potência
mundial, vindo a ocupar a atual posição dos Estados
Unidos.
Contudo,
esse
crescimento
agravou
desigualdades e problemas que podem dificultar a
trajetória do gigante asiático.
Identifique duas importantes desigualdades espaciais na
distribuição da riqueza na China e dois problemas
ambientais, em escala nacional, que precisam ser
resolvidos para que não se comprometa o seu futuro
desempenho.
5. (UFRJ) A União Europeia possui diversos programas
que objetivam garantir um desenvolvimento equilibrado
do território. O mapa destaca regiões que foram
escolhidas, por motivos diferentes, para receber ajuda
do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional.
Indique duas características do modelo de
industrialização adotado pelos países latino-americanos
presentes na tabela acima. Indique também dois
motivos que expliquem o melhor desempenho
econômico dos Tigres Asiáticos no período entre 1980 e
2005.
Apresente esses motivos para cada tipo de região.
3. (UFRJ)
6. (PUC-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres
Asiáticos:
I.Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a
presença de mão-de-obra barata, foram consideradas
pelos grupos industriais americanos e japoneses para se
instalarem nos Tigres Asiáticos.
II.Após o desenvolvimento industrial dos Tigres
Asiáticos, os salários se elevaram a níveis superiores
aos da inflação e, com isso, elevou-se o poder aquisitivo
da população.
III.Para facilitar a colocação da produção no mercado
internacional, tomou-se como estratégia a implantação
de uma produção industrial muito homogênea para esse
grupo de países.
Na Índia, o setor de serviços tecnológicos se
transformou em um dos principais motores da economia
e permitiu que o país crescesse a uma média de 6% ao
ano, desde o começo dos anos 1990. As maiores
empresas mundiais da área de informática e de
telecomunicações têm filiais nesse país.
a) se apenas a afirmação I estiver correta.
b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmações estiverem corretas.
Apresente dois fatores que propiciaram os investimentos
externos no setor de serviços tecnológicos na Índia.
7. (PUC-RJ) Considerando a crise do trabalho industrial,
neste início de século, e observando o gráfico, podemos
afirmar que:
4.(UERJ) Em razão de seu destaque em termos de
crescimento econômico nas últimas décadas, cogita-se
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
27
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
indústrias de bens de produção (ou indústrias de base)
e indústrias de bens de consumo.
a)
Sobre as indústrias de bens de produção,
responda ao que se pede.
a.1)
Nomeie
duas
das
suas
principais
características.
a.2)
Cite os dois principais grupos.
a.3)
Cite dois exemplos para cada grupo de indústria.
I.Os países europeus ocidentais vêm enfrentando taxas
expressivas de desemprego, devido aos altos custos
relativos da produção industrial no continente.
II.Os
empresários
europeus
desejam
a
transnacionalização das indústrias tradicionais que
empregam muita mão-de-obra, como as têxteis e as
alimentícias, para ampliar a mais-valia.
III.As crises de desemprego na Europa não são mais
graves devido à manutenção da seguridade social
conquistada ao longo do século XX.
IV.A adesão dos países do antigo Leste europeu à União
Européia beneficiará os trabalhadores da União, pois
haverá uma redução dos valores médios da hora de
trabalho.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas
corretas:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) III e IV
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
8. (UERJ) Para entendermos o que está acontecendo no
mundo, é bom ver o que se passa com os EUA, (...) com
amplos poderes econômicos e políticos e citados como
exemplo a ser seguido pelos setores liberais. No final da
década de 1970 e no começo da de 1980, era comum
ouvir afirmações de que os EUA estavam em declínio e
que o próximo século seria "asiático". Na virada do ano
2000, a economia americana se apresentava como a
mais forte do mundo e não havia sinais de que ela
pretendesse passar o cetro adiante.
(Adaptado de CARVALHO, Bernardo de A. "A globalização em xeque: incertezas para o
século XXI". São Paulo: Atual, 2000.)
Indique dois fatores que viabilizaram a reestruturação
das empresas americanas.
9. (FUVEST) Nos Estados Unidos, compare as regiões
industriais do nordeste com as da costa do Pacífico do
ponto de vista da estrutura das indústrias e da
organização do trabalho.
10. (UFC)
Com relação ao destino dos bens
produzidos, as indústrias podem ser classificadas como
b)
Sobre as indústrias de bens de consumo,
responda ao que se pede.
b.1)
Nomeie
duas
das
suas
principais
características.
b.2)
Cite os dois principais grupos.
b.3)
Cite dois exemplos para cada grupo de indústria.
11. (UFJF) A Mercedes-Benz (MB) procura responder
aos novos desafios, adaptando aspectos da produção
enxuta em novas fábricas fora de sua região de origem,
a Europa. Em 1993, a Mercedes-Benz tomou a decisão
de investir nos EUA, no Estado do Alabama. Em 1996,
foi assinado um contrato entre a Mercedes-Benz, o
governo de Minas Gerais e o município de Juiz de Fora,
para a implantação de uma unidade da montadora no
município mineiro.
Para a instalação da unidade no Estado do Alabama:
US$ 120 milhões para aquisição dos terrenos, despesas
com infraestrutura e melhoria das estradas vicinais
próximas à fábrica – fornecidos por órgãos públicos do
estado, agências de desenvolvimento regional/local,
empresas fornecedoras de serviços e pelos próprios
interessados (a MB e seus fornecedores sistemistas);
US$ 60 milhões para o centro de treinamento
profissional – fornecidos pelos cofres do Estado do
Alabama. A MB não recebeu incentivos fiscais do Estado
do Alabama, muito menos do governo federal
Para a instalação da fábrica em Juiz de Fora-MG:
Concessão de financiamentos (capital de giro e fixo), no
valor de R$ 400 milhões (1996), e manutenção do fluxo
financeiro dos recursos pelo prazo de 10 anos;
benfeitorias para a construção da fábrica, entre outras
(fornecidas pelo Governo de Minas Gerais);
financiamento para capital de giro, obrigação do
município de manter isenção municipal de tributos
durante igual período de 10 anos, doação do terreno de
aproximadamente 2.800.000 m² (fornecidos pelo
município de Juiz de Fora).
Fonte: Adaptado de NABUCO, Maria Regina et al. (orgs.). Indústria automotiva.
A nova geografia do setor produtivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
a) Aponte um motivo para a Mercedes-Benz instalar
novas fábricas fora da Europa.
b) Explique por que a participação dos investimentos
públicos foi diferente na instalação das fábricas no
Alabama e em Juiz de Fora.
12. (UFPR) Nos países de industrialização tardia, tais
como Brasil e México, a indústria se desenvolveu
primeiramente pela substituição de importação de bens
de consumo corrente, como vestuário e calçados,
necessitando, para isso, importar as máquinas utilizadas
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
28
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
em seus processos produtivos. Nesses casos, a
população se urbanizou em poucas décadas, as
atividades
urbanas
tornaram-se
as
maiores
empregadoras de mão-de-obra e a agricultura deixou de
ser o setor mais dinâmico da economia. Todavia, o setor
agrícola continuou a ser de importância econômica vital
durante a industrialização desses países, pois precisou
modernizar-se para criar condições que viabilizassem a
própria industrialização e urbanização. Com base nisso
e nos conhecimentos sobre os processos de
industrialização tardia, comente, num texto de 8 a 10
linhas, pelo menos três condições necessárias à
industrialização que só podem ser criadas a partir da
modernização da agricultura.
13. (Unesp) Os países subdesenvolvidos passam
por um processo de industrialização sustentado
pela tecnologia e pelo capital dos países
desenvolvidos. Esse processo, que teve início após
a Segunda Guerra Mundial, embora tardio e
dependente, não ocorre de modo homogêneo ao
redor do globo. Os dois modelos econômicos
adotados perduram até os dias de hoje.
a) Quais são esses dois modelos? Quais são os
principais países que os representam?
a) Descreva as principais características de um
desses dois modelos.
14. (UFRRJ) Esses países foram locais tradicionais de
transferência, sem cerimônias, de indústrias e
tecnologias de alta periculosidade (insumos poluentes)
e de grande impacto ambiental (uso intensivo de
energia) de outros países. Absorveram assim os “custos
do progresso” industrial – tecnológico, sob a forma de
degradação ambiental de muitas áreas. Há ainda
interesse em “desovar”, nos países de industrialização
recente, indústrias superadas e poluidoras.
OLIVA, J.; GIANSANTI, R. Temas da geografia Mundial. São Paulo: Atual,1996, p. 319.
a) Após a leitura do texto, indique dois motivos
determinantes para a aceitação desse modelo pelos
países de industrialização recente.
b) Cite 2 (duas) consequências desse fato para os
ecossistemas dos países de industrialização recente.
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