Aminoglicosdeos 2011

Propaganda
Aminoglicosídeos ( amicacina e gentamicina)
Preâmbulo:
São antibióticos bactericidas, absorvidos somente por via venosa ou intramuscular, pois só são
estáveis em pH entre 6 e 8, portanto sendo degradados pela acidez estomacal.
Sua estrutura é formada por um núcleo hexose, geralmente a 2 – desoxiestreptamina ligado a
dois ou mais açúcares através de pontes glicosídicas, hidrossolúvel com penetração ruim em
membranas lipídicas.
In vitro, altas concentrações os aminoglicosídeos podem reagir com os β – lactâmicos,
formando complexos que inativam as drogas portanto não administra-los misturados. Esse
efeito in vitro não tem grande importância clínica, sendo que a associação dessas classes vem
sendo utilizada com os beta-lactâmicos nas infecções graves ou no tratamento empírico na
suspeita de germes multirresistentes.
Mecanismo de ação:
Os aminoglicosídeos começam sua ação através de uma ligação inicial promovida pela
diferença das cargas catiônicas que estão presentes nos fármacos com as cargas negativas da
membrana bacteriana. Essa primeira ligação é unicamente pro diferença de potencial. Muitas
vezes essa ligação leva alterações na parede celular. Após esse primeiro momento o fármaco é
transportado através do citoplasma bacteriano por processo que depende de energia e Oxigênio.
Após penetração ocorre ligação à subunidade 30S do ribossomo interferindo na produção de
proteínas por 3 meios:
•
•
•
Interferência no complexo de iniciação da formação de peptídeos
Induzem a leitura errônea do RNAm
Induzem ruptura dos polissomos em Ribossomos
Mecanismo de Resistência:
Intrínsecos:
Algumas micobactérias têm mutação do 16s RNAr. Outro mecanismo de resistência é o fator de
algumas bactérias por serem anaeróbias ou facultativas impedem o transporte do fármaco pelo
citoplasma, pois apresentam baixos níveis de Oxigênio.
Adquiridos:
Para bloquear a entrada as bactérias podem sofrer alteração na sua membrana alterando a
diferença de potencial. Além desse fator eletro – químico pode acontecer mutação de porinas ou
proteínas que também impedem a entrada.
Após a entrada algumas bactérias conseguem expulsar os antibióticos através de bombas de
efluxo. Podem ocorrer também mutações de enzimas que quebram as pontes ao sitio de ação. As
enzimas de inativação de antibióticos são de 3 grupos: Fosfotransferases, Adeniltransferases e
Acetiltransferases.
Suscetíveis:
Escherichia coli, Proteus sp. (indol- positivo e indol- negativo), incluindo Proteus mirabilis, P.
morganii e P. vulgaris, Pseudomonas aeruginosa, espécies do grupo Klebsiella-EnterobacterSerratia sp., Citrobacter sp., Providencia sp. incluindo Providencia rettgeri,, Staphylococcus
sp. (coagulase-positivo e coagulase-negativo), Neisseria gonorrhoeae, Salmonella e Shigella,
Brucella sp., Yersinia sp. e Flavobacterium.
Algumas cepas de Acinetobacter também são sensíveis.
Alguns gram positivos como alguns grupos de Streptococcus tornam – se suscetíveis quando
associados com outros fármacos.
Gentamicina:
Introduzida para uso em 1963 sendo derivado de Micormonospora purpúrea. Tem sido relatado
aumento da resistência intra-hospitalar a essa droga principalmente pelo mecanismo de
impedimento da entrada na célula bacteriana. Tem boa ação contra microrganismos
multirresistentes com Pseudomonas e Acinetobacter quando em associação a outras drogas.
Dose: 3 a 5 mg/kg/dia
Amicacina:
Derivado semi – sintético da Canamicina, introduzido para uso em 1972. É menos tóxico que
sua molécula original que se origina do Streptomyces kanamyceticus. Apresenta - se resistente
às enzimas que inativam a Gentamicina tornando – se uma opção eficiente no meio intrahospitalar ou na suspeita de infecções associadas assistência da saúde.
Indicações clínicas:
Infecções por Gram negativos:
• Trato urinário (é a principal indicação no HUPE); dose 15 mg/Kg/dia
• Suspeita de microrganismos multirresistentes; dose 25 mg/Kg/dia ( dose máxima 1500
mg)
• Nos tratamentos onde requerem associações de antimicrobianos como: endocardite (
não indicamos nas endocardites em válvula nativa por S.aureus), nas infecções intraabdominais e pélvicas: dose 15 mg/Kg/dia.
Nos casos de suspeita de bacteremia por Pseudomanas aeruginosa, infecção por
microrganismos MDR, instabilidade hemodinâmica, sepse grave, apesar poucas evidências na
literatura, pelo risco de uma terapia antimicrobiana inadequada ( resistência primária ao
antibiótico prescrito empiricamente) esta CCIH tem orientado associação de amicacina ( 25
mg/Kg/dia) com um β - lactâmico: cefetazidina, cefepima, pipetazo ou carbapnêmicos
(meropenem ou imipenem) até resultado de cultura.
Efeitos adversos:
Podem ocorrer efeitos simples como dor, hiperemia local, rash máculo – papular, febre baixa,
eosinofilia.
Nefrotoxicidade: Associado a acumulo no córtex renal. Ocorre redução da filtração
glomerular aumento de escorias. É não – oligúrica, benigna e reversível. Pode aparecer
poliúria, glicosúria, proteinúria, β-2 microglobulinúria
• Ototoxicidade: Associado a acúmulo na endolinfa e perilinfa do órgão de Corti, além
das células vestibulares (8º par craniano). É irreversível. Podem ocorrer alterações no
equilíbrio e na audição
• Bloqueio da atividade neuro – muscular: Ocorre inibição da liberação pré – sináptica de
Acetilcolina. Ocorre também depressão da placa mioneural. É reversível com suspensão
da droga e uso de sais de Cálcio.
ospitalar. Apresenta também boa atividade contra micobactérias.
•
Dose: 15 – 25 mg/kg/dia
Pacientes graves podem usar até 25 mg/kg/dia com dose máxima de 1,5g/dia
Download