Trabalhos Escolhidos - Congresso Wainer de Psicoterapias

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EIXO TEMÁTICO: Terapia Focada em Esquemas
ANALISE DE ENTREVISTA DE ANAMNESE PARA CRIANÇAS SEGUNDO A
PROPOSTA ALEMÃ DE TERAPIA DOS ESQUEMAS.
Renata Ferrarez Fernandes Lopes; Fabiola Rogrigues Matos; Ivana de Cássia
Ribeiro Rosa Camilo ; Ederaldo José Lopes.
Introdução: Para uma intervenção psicológica adequada é preciso uma boa
conceitualização de caso, que demanda uma boa anamnese. No caso da TE
infantil é fundamental uma análise detalhada dos Esquemas Desadaptativos
Iniciais (EIDs) e modos dos esquemas dos pais e das crianças uma vez que a
sobreposição de EIDs e modos entre pais e filhos agrava o quadro da criança.
Objetivo: Analisar a entrevista de anamnese da TE, proposta por Loose, 2011.
Material e Procedimentos: entrevista com 12 perguntas utilizada para
investigação dos recursos parentais e da criança. Analisou-se se a anamnese
proposta é adequada para elaboração da conceituação de caso de acordo com
os pressupostos da TE e se o roteiro de perguntas se adéqua aos objetivos da
entrevista Resultados: As perguntas do roteiro são semi-estuturadas e
classificáveis em avaliativas ou categoriais. As questões são simples e
objetivas, com ênfase na história de vida da criança da perspectiva dos pais.
Contudo, 14% das questões são relacionados aos EIDs presentes na história
de vida dos pais. Há uma lógica temporal na estruturação das questões (da
gravidez ao momento do atendimento). Discussão: O roteiro permite
hipotetizar a presença de EIDs, esquemas geracionais e modos das crianças e
dos pais. Apoio: FAPEMIG
Palavras chaves: Terapia do esquema. Infância. Anamnese.
ASSOCIAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR, ESQUEMAS INICIAIS
DESADAPTATIVOS E VIOLÊNCIA NO NAMORO
Jeane Lessinger Borges e Débora Dalbosco Dell’Aglio (UFRGS - Programa de
Pós-Graduação em Psicologia)
A violência no namoro engloba uma variedade de comportamentos abusivos
em um contexto de relações românticas ou de namoro. Tal fenômeno pode ser
um fator de risco para a manutenção de um padrão de relacionamentos
conjugais violentos na adultez. Evidências empíricas têm dado suporte teórico
para uma associação entre a exposição à violência intrafamiliar e à ocorrência
da violência no namoro. Portanto, este trabalho busca discutir teoricamente a
associação entre a violência intrafamiliar, os Esquemas Iniciais Desadaptativos
(EIDs) e a violência no namoro. A partir da Teoria dos Esquemas compreendese que os EIDs têm origem na não satisfação das necessidades básicas ou na
exposição às experiências traumáticas, incluindo maus-tratos, negligência e
abandono. Nesse sentido, adolescentes que foram expostos à violência
intrafamiliar podem ter desenvolvido EIDs que contribuem tanto para ser vítima
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quanto para ser perpetrador da violência. Pesquisas futuras nessa área podem
contribuir para uma melhor compreensão dos EIDs na ocorrência da violência
no namoro na adolescência.
AVALIAÇÃO DE ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EM SUJEITOS
USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Ana Carolina Rimoldi de Lima; Danielle Vanin Ferreira -Instituto Luterano de
Ensino Superior de Itumbiara – ILES/ULBRA
O consumo de álcool e outras drogas está inserido no cotidiano de grande
parte da população mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde,
10% da população dos centros urbanos de todo o mundo consome
abusivamente substâncias psicoativas, independentemente de idade e sexo.
As Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC) destacam-se na compreensão
e tratamento dos transtornos relacionados ao uso de substâncias. Neste
contexto, a Terapia dos Esquemas mostra-se como uma abordagem útil, dado
o fato de que o comportamento adicto pode ser mantido por padrões
disfuncionais de personalidade. Dessa forma, este trabalho objetivou avaliar a
presença de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) em usuários de álcool e
outras drogas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), no interior do
estado de Goiás. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de levantamento de
caráter quantitativo e qualitativo. Os instrumentos utilizados foram uma
entrevista sociodemográfica e o Questionário de Esquemas de Young na
versão reduzida. Observou-se prevalência significativa de EIDs em todos os
domínios na amostra estudada, de modo que pode-se inferir que tais
esquemas constituem a base do uso, abuso e dependência de drogas. Concluise que o uso de álcool e/ou outras drogas se torna uma estratégia disfuncional
de enfrentamento dos esquemas disfuncionais.
Palavras Chaves: Terapia do Esquema. Esquemas Iniciais Desadaptativos.
Terapia Cognitiva. Álcool e outras drogas.
AVALIAÇÃO DE ESQUEMAS COGNITIVOS DISFUNCIONAIS EM
PACIENTES PÓS-REVELAÇÃO DIAGNÓSTICO HIV
Edilene Joceli de Almeida (Psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre); Daila Alena Raenck da Silva (Enfermeira
da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre);
Magda Maria Gaspary Bertoncello (Médica da Secretaria municipal de Saúde
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre); Tuany Arroxellas Costa (Estagiária da
Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e
acadêmica de psicologia IBGEN); Cleide Fagundes Atiense (Estagiária da
Clínica Ser Psi-IBGEN e acadêmica de psicologia IBGEN); Judite de Oliveira
Cardoso (Estagiária da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre e acadêmica de psicologia IBGEN).
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Introdução: A dor e o sofrimento psíquico desencadeado frente ao diagnóstico
do HIV desperta reações comportamentais, emocionais e fisiológicas
significativas. Trata-se de uma situação adversa que abala a segurança básica,
tanto pelo fator crônico da infecção, quanto pelo estigma e preconceito social.
Objetivo: avaliar os esquemas cognitivos
durante o aconselhamento
psicológico e o seu subsidio na conduta terapêutica quando do diagnóstico de
HIV/Aids. Método: aplicação do Questionário de Esquemas de Young-(YSQ)
nas consultas iniciais em seis pacientes do sexo masculino, que ingressaram
num serviço especializado HIV/AIDS em Porto Alegre. Resultados: Observase o YSQ indicando esquemas disfuncionais (ED) em toda a amostra, variando
de quatro a dez ED por paciente. Metade dos avaliados apresentam de oito a
dez ED e o restante de quatro a seis ED. Os ED de abandono/instabilidade,
privação emocional, desconfiança/abuso, isolamento social/alienação,
pertencentes ao Domínio de Desconexão e Rejeição tiveram uma maior
incidência. Discussão: As pessoas que recebem diagnóstico de HIV e
apresentam ED terão um incremento das reações de crise, havendo uma
sobrecarga emocional adicional ao processo de adaptação a nova condição. A
identificação de ED contribui para focar a intervenção nas necessidades
emocionais não satisfeitas que estão dificultando o processo de aceitação e
ajustamento.
ANALISE DE ENTREVISTA DE ANAMNESE PARA CRIANÇAS SEGUNDO A
PROPOSTA ALEMÃ DE TERAPIA DOS ESQUEMAS.
Renata Ferrarez Fernandes Lopes; Fabiola Rogrigues Matos; Ivana de Cássia
Ribeiro Rosa Camilo ; Ederaldo José Lopes.
Introdução: Para uma intervenção psicológica adequada é preciso uma boa
conceitualização de caso, que demanda uma boa anamnese. No caso da TE
infantil é fundamental uma análise detalhada dos Esquemas Desadaptativos
Iniciais (EIDs) e modos dos esquemas dos pais e das crianças uma vez que a
sobreposição de EIDs e modos entre pais e filhos agrava o quadro da criança.
Objetivo: Analisar a entrevista de anamnese da TE, proposta por Loose, 2011.
Material e Procedimentos: entrevista com 12 perguntas utilizada para
investigação dos recursos parentais e da criança. Analisou-se se a anamnese
proposta é adequada para elaboração da conceituação de caso de acordo com
os pressupostos da TE e se o roteiro de perguntas se adéqua aos objetivos da
entrevista Resultados: As perguntas do roteiro são semi-estuturadas e
classificáveis em avaliativas ou categoriais. As questões são simples e
objetivas, com ênfase na história de vida da criança da perspectiva dos pais.
Contudo, 14% das questões são relacionados aos EIDs presentes na história
de vida dos pais. Há uma lógica temporal na estruturação das questões (da
gravidez ao momento do atendimento). Discussão: O roteiro permite
hipotetizar a presença de EIDs, esquemas geracionais e modos das crianças e
dos pais. Apoio: FAPEMIG
Palavras chaves: Terapia do esquema. Infância. Anamnese.
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HABILIDADES DE INTERAÇÃO SOCIAL E ESQUEMAS INICIAIS
DESADAPTATIVOS: A EXPERIÊNCIA DE UMA CLÍNICA SOCIAL
BASEADA EM TCC E TERAPIA DO ESQUEMA.
Balekjian, P.A. (Clínica de Aplicação NeuroClínica); Gama, C.(Clínica de
Aplicação NeuroClínica ); Soares, L.(Clínica de Aplicação NeuroClínica); Vollet,
S (Clínica de Aplicação NeuroClínica); de Lana, E. (Clínica de Aplicação
NeuroClínica e Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ).
Introdução: As habilidades sociais (HS) envolvem desempenho interpessoal
competente, que pode ser prejudicado por crenças errôneas e avaliação
equivocada do ambiente. Os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) são
padrões cognitivo-emocionais disfuncionais que podem participar deste
processamento distorcido das experiências. Objetivo: Estudar a relação entre
os EIDs, assertividade e HS em pacientes de uma clínica social no Rio de
Janeiro. Método: Análise de prontuários de pacientes atendidos entre 2013 e
2015, na Clínica de Aplicação NeuroClínica (n=29). O Inventário de Habilidades
Socias (IHS), a Escala Brasileira de Assertividade (EBA) e o Questionário de
Esquemas de Young-forma curta (QEY) foram utilizados na avaliação clínica
inicial. Resultados: 65,5% dos participantes eram mulheres, com média de
idade de 36,7 anos. 72,7% apresentaram baixa assertividade e 38,9%, escore
total no IHS indicativo de necessidade de treinamento em HS. Encontramos
que quanto mais EIDs ativados, piores os escores fatoriais 3 (conversação e
desenvoltura social) e 4 (autoexposição a desconhecidos ou a situações novas)
do IHS (ANOVA one way, p<0,05, para ambos). Não foram encontrados
resultados significativos quanto à EBA (p=0,156). Discussão: Estes resultados
sugerem que um mau desempenho em aspectos específicos da interação
social pode estar relacionado à ativação de EIDs, e justificam tanto a avaliação
dos EIDs quanto a indicação de uma terapia baseada em esquemas quando o
treinamento em HS não for eficaz.
INTERVENÇÕESEM TERAPIA DO ESQUEMA PARA TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE BORDERLINE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Maciel, L.M. (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS); Tractenberg, S.G.
(Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS); Krindges, C.A. (Programa de Pós
Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul - PUCRS); Frizzo, R.P. (Programa de Pós Graduação em Psicologia
pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS).
Introdução: O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é considerado de
difícil tratamento, pois apresenta um padrão de funcionamento caracterizado
por instabilidade afetiva, comportamentos agressivos, impulsividade, automutilação, sintomas dissociativos e ideação suicida. Evidências de efetividade
para o tratamento desses pacientes revelam-se ainda pouco expressivas.
Dentre as terapias que investem no tratamento para pacientes com TPB, a
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Terapia do Esquema (TE) têm apontado resultados promissores. Objetivo:
Realizar uma revisão sistemática sobre os efeitos de intervenções em TE para
TPB. Método: Realizou-se buscas nas bases de dados Web of Science,
MEDLINE, Embase e Psycinfo. Incluiu-se artigos com desenho de estudo
clínico randomizado, estudo randomizado não controlado e estudos não
controlados com intervenções em TE para TPB. Apenas estudos com
avaliações pré e pós-intervenção foram elegíveis. Resultados: Identificou-se
127 estudos sendo 6 elegíveis para esta revisão. As intervenções possuiam
enfoque nos sintomas envolvidos no TPB, sintomas psiquiátricos globais e
qualidade de vida. Conclusão: Os artigos revisados demonstraram que
intervenções terapêuticas, independente da natureza, possuem efeitos ao
longo do tempo sobre sintomas de TPB. Tanto TE em grupo como individual
revelaram-se capazes de reduzir os sintomas de TPB. Ainda que haja poucos
estudos, a TE revelou-se superior em diversos aspectos quando comparado ao
tratamento controle.
Palavras-chave: Terapia do Esquema. Transtorno de Personalidade. TPB.
Terapia Cognitivo-Comportamental.
MAUS TRATOS NA INFÂNCIA E ESQUEMAS DESADAPTATIVOS NA VIDA
ADULTA: UM ESTUDO PILOTO
Júlia Candia Donat, Tayse Conter de Moura, Janaína Castro Nuñez Carvalho,
Eduardo Reuwsaat Guimarães¹, Christian Haag Kristensen
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
Introdução: Apesar da Terapia de Esquemas ser amplamente utilizada na
prática clínica, apresenta até o momento pouca evidência empírica na
literatura. Objetivos: Investigar a associação entre maus-tratos na infância e os
domínios dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) em vítimas de
situações traumáticas. Método: A amostra foi composta por 30 sujeitos
avaliados com o Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI) e o
Questionário de Esquemas de Young (YSQ-3) através do teste de correlação
de Spearman (SPSS 17.0). Resultados: Foram encontradas correlações
significativas entre os seguintes domínios do YSQ-3 e os subtipos de maus
tratos da QUESI: desconexão e rejeição com negligência emocional (r=0,380;
p=0,038) e abuso emocional (r=0,516; p=0,004); autonomia e desempenho
prejudicados com negligência emocional (r=0,432; p=0,017) e abuso emocional
(r=0,613; p<0,001); direcionamento para o outro com negligência física
(r=0,441; p=0,015); e supervigilância e inibição com negligência física (r=0,393;
p=0,032), negligência emocional (r=0,482; p=0,007) e abuso emocional
(r=0,473; p=0,008). Discussão: As associações dos domínios dos EIDs com
abuso emocional e negligência validam a teoria de Young segundo a qual
aprendizagens remotas desadaptativas, contínuas e intensas, em períodos
significativos do desenvolvimento tornam o indivíduo vulnerável a perpetuação
desses esquemas.
Palavras chave: Maus tratos. Terapia de Esquemas. Esquemas Iniciais
Desadaptivos. Negligência. Abuso Emocional.
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A TERAPIA
DOS
ESQUEMAS
E
OS
ESQUEMAS
INICIAIS
DESADAPTATIVOS NO TRANSTORNO POR USO DE ÁLCOOL: UMA
REVISÃO DA LITERATURA
Maciel, L.M.( Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS); Tractenberg, S.G.
(Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS); Habigzang, L.F.( Programa de Pós
Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul - PUCRS); Wainer, R. (Wainer Psicologia Cognitiva)
Introdução: O Transtorno por uso de álcool (TUA) apresenta uma série de
dificuldades no curso do seu tratamento, representando um desafio para os
psicólogos clínicos. Ainda que a Terapia Cognitivo-Comportamental apresente
resultados positivos, evidencia-se elevados índices de recaída em pacientes
com esse diagnóstico. A Terapia do Esquema (TE) sugere uma nova
intervenção, buscando mapear os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs),
compreendidos como um conjunto de padrões cognitivos e emocionais
disfuncionais que se tornam facilitadores do ciclo de recaída de pacientes com
TUA. A partir disso, a TE busca romper esse ciclo de ativação dos EIDs.
Objetivo: Realizar uma revisão narrativa da literatura a fim de identificar
possíveis relações entre os EIDs e TUA. Resultados: Os achados revelam
divergências na caracterização de um perfil específico de EIDs em usuários de
álcool, ainda que sejam evidenciadas maiores pontuações nos EIDs em
comparação à grupos não clínicos. Além disso, os EIDs são apontados como
possíveis alvos de manutenção do comportamento de consumo, atuando como
estratégias de enfrentamento entre os usuários. Conclusão: O
desenvolvimento de estudos empíricos baseados na TE para tratamento de
pacientes com TUA faz-se necessário, pois proporciona uma nova
compreensão da relação entre os EID e os comportamentos de busca por
álcool.
Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental. Terapia dos Esquemas.
Transtorno por Uso de Álcool. TCC.
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REPATERNALIZAÇÃO LIMITADA EM PACIENTES COM ESQUEMAS DE
ABANDONO
Marcela Bortolini (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS); Marina Pante (Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS); Ricardo Wainer (Wainer Psicologia Cognitiva).
A repaternalização limitada envolve o estabelecimento de um apego seguro
entre terapeuta e paciente, possibilitando-lhe experiências emocionais
corretivas sobre as necessidades emocionais iniciais não satisfeitas. É de
grande relevância que o terapeuta de esquemas conheça o desenvolvimento
emocional do paciente ao longo da vida, pois permite que atenda, de modo
limitado, as necessidades emocionais nessa relação. O principal objetivo deste
artigo foi realizar uma revisão da literatura sobre a técnica de repaternalização
limitada em pacientes com esquema de abandono, considerando as bases
teóricas da Teoria do Apego e da Terapia do Esquema. Com base na Teoria do
Apego compreendeu-se o desenvolvimento emocional a partir da relação paisfilho e dos padrões de apego que se desenvolvem dessa relação. E
estabeleceu-se um paralelo com a Terapia dos Esquemas com base nas
premissas teóricas e as técnicas de cura das faltas das necessidades
emocionais infantis não atendidas. A discussão da presente revisão de
literatura é norteada pelas relações entre essas duas concepções teóricas e
por resultados de diversas pesquisas realizadas nesta área que foram
publicadas em importantes periódicos de psicologia. O produto final do trabalho
sugere que a repaternalização limitada seja uma possibilidade de cura
esquemática, principalmente para pacientes com esquemas de abandono.
A RELAÇÃO ENTRE ESQUEMAS E ANSIEDADE E DEPRESSÃO: A
EXPERIÊNCIA DE UMA CLÍNICA SOCIAL BASEADA EM TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E TERAPIA DO ESQUEMA.
Balekjian, P.A.(Clínica de Aplicação NeuroClínica); Gama, C. (Clínica de
Aplicação NeuroClínica); Soares, L. (Clínica de Aplicação NeuroClínica); Vollet,
S. (Clínica de Aplicação NeuroClínica); de Lana, E. (Clínica de Aplicação
NeuroClínica e Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ).
Introdução: Os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) são padrões
emocionais e cognitivos de natureza disfuncional. Muitos EIDs ativados podem
levar ao desenvolvimento de psicopatologias como transtornos ansiosos e
depressão. Objetivo:Investigar a relação entre esquemas, ansiedade e
depressão em uma amostra de pacientes atendidos numa clínica social no Rio
de Janeiro. Método: Análise dos prontuários de pacientes atendidos entre
2013 e 2015, na Clínica de Aplicação NeuroClínica. Os Inventários de
Depressão e de Ansiedade de Beck (BDI e BAI) e o Questionário de Esquemas
de Young-forma curta (QEY) foram utilizados durante a avaliação
inicial. Resultados: 29 prontuários foram analisados. 65,5% dos participantes
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eram mulheres, com média de idade de 36,7 anos; 48% e 56,5% apresentaram
níveis mais altos de depressão (moderada e grave) e ansiedade,
respectivamente. Classificando os participantes quanto ao número de EIDs,
encontramos que quanto mais EIDs ativados, maiores os níveis de ansiedade e
depressão (ANOVA one way, p<0,05). Discussão: Os dados sugerem que
quanto maior o número de EIDs, mais graves poderão ser os quadros de
ansiedade e depressão. Portanto, a investigação dos esquemas disfuncionais
pode ser de grande valia para a construção do prognóstico, assim como para
justificar e planejar tratamentos em terapia cognitiva que envolvam o trabalho
com os esquemas.
TERAPIA DO ESQUEMA E ADOLESCÊNCIA: UMA REVISÃO NARRATIVA
Frizzo, R.P.( Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos - Unisinos); Maciel, L.M. (Programa de Pós Graduação
em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS); Piccoloto, L.B.(Instituto WP).
Introdução: As alterações biológicas, cognitivas e psicossociais são fatores de
impacto no desenvolvimento do adolescente. O adolescente oscila entre
sentimentos de autonomia e dependência e apresenta dificuldades de
compreender e lidar com suas emoções. A Terapia do Esquema (TE) propõe
uma intervenção baseada na regulação emocional e no rompimento de ciclos
de ativação dos esquemas iniciais desadaptativos (EIDs). Objetivo: realizar
revisão narrativa da literatura é verificar as relações entre Esquemas Iniciais
Desadaptativos (EIDs) e Adolescência. Resultados: Os achados apresentam
escassez na literatura e divergências quanto a aplicabilidade desta abordagem
com adolescentes. Conclusão: O desenvolvimento de estudos empíricos com
a TE aplicados a adolescência são importantes, visto que a compreensão e
psicoeducação dos EIDs pode auxiliar na regulação emocional e prevenção de
estratégias de enfrentamento desadaptativos na adolescência.
Palavras-chave: Terapia dos Esquemas. Esquemas Iniciais Desadaptativos.
Adolescência.
AS TÉCNICAS VIVENCIAIS DA TERAPIA DO
ROMPIMENTO DO PARADIGMA REDUCIONISTA
Reinaldo Augusto Gomes Simões (UFRGS)
ESQUEMA
COMO
A terapia do esquema (TE) advoga, além de uma conceituação ampliada dos
esquemas desadaptativos e da aplicação das tradicionais técnicas cognitivas, a
adaptação de técnicas vivenciais. A abordagem adotada por Jeffrey Young foi
essencialmente pragmática, não se preocupando com a fundamentação teórica
e epistemológica dessas últimas. Por sua vez, a TCC é apontada como
reducionista, desconsiderando o sujeito em sua “totalidade”. Objetivos:
Demonstrar como a aplicação das técnicas vivenciais torna a TE uma
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modalidade mais abrangente da TCC, de forma a superar o paradigma
reducionista. Método: Foi realizada pesquisa bibliográfica não sistemática
sobre o embasamento epistemológico da fenomenologia para as técnicas
vivenciais. Resultados: Apresentam-se as bases epistemológicas das
psicologias que originalmente fizeram uso de técnicas experienciais e nelas se
justificam técnicas da TE, como as imagens mentais, o diálogo com os pais, os
chairwork dialogues, as cartas aos pais. Discussão: Conclui-se que a inclusão
das técnicas vivenciais na TE amplia o alcance das TCCs, não só na prática,
como também na argumentação teórico-científica, bem como viabiliza o
estabelecimento do diálogo acadêmico entre esta e outras abordagens que
buscam tratar e entender o ser humano.
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EIXO TEMÁTICO: Terapias de 3ª Onda
Terapia da Compaixão:
DEVELOPMENT OF A COMPASSION FOCUSED AND CONTEXTUAL
BEHAVIOURAL ENVIRONMENT
Veale, D.; Miles, S.; Naismith, I.; Pieta, M.; Gilbert, P.(Institute of Psychiatry,
Psychology & Neuroscience, King’s College London and South London and
Maudsley Foundation Trust. Pieta acknowledges Capes scholarship)
Introduction: The inter-personal processes that facilitate change in a
therapeutic environment and how they may improve service outcomes are little
known. Aims: The aims of the present study were to introduce a new model for
a therapeutic community based on compassion focused therapy and learning
theory and to develop a scale to measure the inter-personal processes within
this environment. Method: The Therapeutic Environment Scales (TESS) were
developed to measure the inter-personal processes in the model comparing a
specialist service for anxiety disorders with a psychodynamic therapeutic
community and an in-patient ward. Results: Significant differences were found
between the services on the dimensions of compassion, belongingness, feeling
safe, positively reinforcing members’ acts of courage, extinction and
accommodation of unhelpful behaviours, inconsistency and high expressed
emotion, with higher scores observed in the specialist service for anxiety
disorders. These were associated with improved outcomes. Discussion: A
model of a compassion focused environment is a viable alternative for a
therapeutic community.
ESTUDO DE PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DA OTHERS AS SHAMER
SCALE-2 EM AMOSTRAS CLÍNICAS E NÃO CLÍNICAS: UM CONTRIBUTO
PARA A PRÁTICA DA TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO
Paola Lucena dos Santos (Universidade de Coimbra); José Pinto-Gouveia
(Universidade de Coimbra); Daniela de Franceschi Souza (Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Margareth da Silva Oliveira
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Introdução: Apesar da OAS-2 ser o principal recurso disponível para avaliação
da vergonha externa, um dos componentes centrais na prática da Terapia
Focada na Compaixão, ainda não foi demonstrado que sua estrutura fatorial se
confirma em amostras clínicas e inexistem estudos de suas propriedades
psicométricas no Brasil. Objetivo: Confirmar a estrutura fatorial da OAS- 2 em
amostras clínicas e não-clínicas. Método: Estudo transversal com amostra
clínica (mulheres com sobrepeso/obesidade em tratamento para perda de
peso, n=344) e não-clínica (proveniente da população geral, n=493).
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Resultados: A amostra clínica apresentou médias de idade e escolaridade de
41,47 anos (DP=10,74) e 11,85 anos (DP=4,18), enquanto as médias na
amostra não-clínica foram de 32,31 anos de idade (DP=10,32) e 12,45 anos de
estudo (DP=3,22). A CFA do modelo modificado (covariâncias-dos-erros-itens
6/7 e 7/8) apresentou qualidade de ajuste muito boa (χ2/df=3,547; TLI=0,953;
CFI=0,970; GFI=0,956; RMSEA=0,086; p=0,005) na amostra clínica,
significativamente melhor que a do modelo original (ΔX2(2)=59,77; p<0,05). O
modelo foi testado em amostra não clínica independente e revelou boa
qualidade de ajustamento (χ2/df=4,290; TLI=0,935; CFI=0,958; GFI=0,963;
RMSEA=0,082; p=0,003). Os valores Alpha foram α=0,90 e 0,86 na amostra
clínica e não-clínica, respectivamente. Discussão: A estrutura unifatorial da
OAS-2 se mantém estável em amostras clínicas e não clínicas, com boa
consistência interna.
TERAPIA
FOCADA
NA
COMPAIXÃO:
ANÁLISE
FATORIAL
CONFIRMATÓRIA DA FORMS OF SELF- CRITICISING/ATTACKING &
SELF-REASSURING SCALE (FSCRS) EM AMOSTRAS BRASILEIRAS
Paola Lucena dos Santos (Universidade de Coimbra); José Pinto-Gouveia
(Universidade de Coimbra); Renata Klein Zancan (Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul); Margareth da Silva Oliveira (Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Introdução: A FSCRS é um importante recurso para avaliação do
autocriticismo e da autotranquilização, focos centrais da Terapia Focada na
Compaixão. Objetivo: Analisar a estrutura fatorial da versão brasileira da
FSCRS. Método: Estudo transversal com participantes de amostra clínica
(mulheres com sobrepeso/obesidade em tratamento para perder peso, n=348)
e não-clínica (proveniente da população geral, n=532). Resultados: A amostra
total apresentou médias de idade e escolaridade de 35,96 (DP=11,44) e 12,22
anos (DP=3,66), respectivamente. A CFA do modelo trifatorial original não
demostrou boa qualidade de ajustamento e revelou problemas de ajustamento
local. Os dados da EFA revelaram solução trifatorial e apontaram para a
exclusão dos itens 12, 15, 22, 5 e 18, resultado corroborado por valores baixos
de comunalidades. A CFA do modelo trifatorial de 17-itens revelou bom
ajustamento global (TLI=0,922; CFI=0,934; GFI=0,949; X2/df= 3,668),
significativamente melhor que o original (ΔX2(105)=380,606; p<0,05). A Análise
Multigrupos demonstrou que o modelo modificado é invariante quanto aos
pesos fatoriais dos itens (ΔX2(4)=8,240; p=0,083). A consistência interna
observada foi de 0,63 para eu-odiado (2-itens), 0,78 para auto-tranquilização
(6-itens) e 0,85 para eu-inadequado (8- itens). Discussão: Apresentamos uma
versão reduzida confiável da FSCRS, confirmamos a estrutura trifatorial e
demostramos sua invariância em amostra clínica e não clínica.
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TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO COM CRIANÇAS NA PREVENÇÃO DE
PATOLOGIAS: PROGRAMA BEM ESTAR NAS ESCOLAS
Luciana Rizo (Psineuroclínica Cognitiva do Rio de Janeiro)
A literatura aponta que autocompaixão é uma estratégia de regulação
emocional positiva, importante para a resiliência psicológica, satisfação com a
vida e conexão e aceitação social, com um efeito amortecedor da
psicopatologia. Consideramos que seria interessante desenvolver um programa
de prevenção de patologias nas escolas baseado nos constructos da Terapia
Focada em Autocompaixão. O Programa Bem Estar nas Escolas foi
desenvolvido com objetivo de prevenir patologias futuras em crianças
baseando sua intervenção no conteúdo da Terapia Focada na Compaixão.
Nessa apresentação, discutiremos o trabalho realizado que tem como alvo o
público de crianças que estudam no Ensino Fundamental I. O trabalho é
realizado com intervenções baseadas em vivências que colaboram com o
professor para o manejo de comportamento em sala de aula e, principalmente
construindo um clima compassivo nesse sistema. Além do manejo de
comportamento, são trabalhados com os professores vivências que contribuem
para sua atitude compassiva, assim, contribuindo para a modelação desses
comportamentos. Em seguida a esse primeiro momento de intervenção,
trabalhamos uma série de vivências com as crianças que colaboram para o
desenvolvimento de comportamentos compassivos e contribuem para o
aumento de resiliência desses indivíduos. A literatura aponta para a relação
entre ter comportamentos compassivos e a prevenção de patologias como
ansiedade, depressão, stress, por exemplo. E, quando já existe a patologia
instalada, é possível manejar, diminuindo o impacto desses transtornos na vida
do indivíduo. O desenvolvimento de autocompaixão e heterocompaixão com os
professores e crianças contribui de forma relevante para uma mudança do
padrão punitivo que prepondera em nossas salas de aulas. Se conseguirmos
que as salas de aula sejam menos aversivas, podemos aumentar a
probabilidade de engajamento nas tarefas diminuindo o desligamento dessas
crianças da classe. Diminuindo o autocriticismo dentro da classe, é possível
interferir na formação de esquemas mal adaptativos nas crianças, uma vez que
o esquema de vergonha surge nas falas internalizadas por essas crianças
vindas de seus pais e professores. Tendo em vista que uma realidade muito
freqüente hoje é de essas crianças passarem mais tempo com seus
professores do que com pais, a escola, melhor dizendo, seus professores tem
um papel significativo na formação de seus esquemas. As intervenções
elaboradas para professores e alunos são estruturadas e tem sido organizado
com o intuito de estabelecer um programa passível de replicação por outros
psicólogos. É importante ressaltar que os professores participantes do
programa apontam o clima da sala de aula se tornando mais positivo e
facilitador do aprendizado.
Palavras-chave: Terapia Focada na Compaixão. Prevenção. Crianças.
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EIXO TEMÁTICO: Regulação EMOCIONAL
O COPING RELIGIOSO-ESPIRITUAL, COMO FORMA DE REGULAÇÃO
EMOCIONAL EM LÍDER RELIGIOSO HOSPITALIZADO
Virginia Maria Terra Silva; Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade
Federal de Uberlândia)
Crenças e práticas religiosas e espirituais podem servir de suporte para
pessoas que se encontram em circunstâncias extremas, como doenças graves
e/ou incapacitantes. A utilização da fé, para lidar com o estresse diário e com
consequências negativas dos problemas da vida, através de estratégias
religiosas e/ou espirituais é chamada coping religioso-espiritual (CRE). As
estratégias de coping são utilizadas em situação estressante. A Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) possui vertentes que incorporam o CRE na
intervenção clínica, como forma de regulação emocional (RE). Objetivo:
Investigou-se o coping religioso-espiritual de líder religioso hospitalizado por
doença crônica. Método: Estudo de caso exploratório, de paciente do sexo
masculino, 79 anos, realizado na clínica médica de um hospital público,
incluindo a aplicação da escala psicológica Coping Religioso-Espiritual Breve.
Resultado: Observou-se um escore baixo em relação ao CRE Negativo (2,00),
um escore médio quanto ao CRE Positivo (3,21) e um escore alto em relação
ao CRE Total (3,70). O valor CREN/CREP foi de 0,275. Discussão: Durante a
internação hospitalar, o líder religioso utilizou muito o CRE como estratégia
para enfrentar a ansiedade e sofrimento causados pelo adoecimento, com
predomínio da utilização de estratégias de CRE positivas, indicando o coping
religioso como forma de CRE frente a doenças graves/incapacitantes.
DESENVOLVIMENTO DE REGULAÇÃO EMOCIONAL E EMPATIA NA
INFÂNCIA: COMO AS PRÁTICAS PARENTAIS AUXILIAM NESTE
PROCESSO
Alice Reuwsaat Justo; Ilana Andretta (Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Clínica Unisinos)
Regulação emocional e empatia têm sido relacionadas com processos de
saúde e doença mental. Neste estudo abordamos os processos de
desenvolvimento da regulação emocional e da empatia na infância e como as
práticas parentais podem auxiliar nestes processos, através de uma revisão
crítica da literatura. A regulação emocional e a empatia têm a função de mediar
às respostas do individuo ao seu ambiente que, por consequência, interfere na
qualidade dos relacionamentos interpessoais e em como o individuo lida com o
mundo. Estudos de psicologia do desenvolvimento mostram que estas
habilidades se desenvolvem juntamente com a cognição e outras habilidades
humanas. À medida que se evolui elas ficam mais complexas. Então as
orientações e práticas parentais são fundamentais para o desenvolvimento
emocional saudável de seus filhos. Estão relacionadas ao desenvolvimento
saudável práticas parentais de incentivo à expressão emocional e à tomada de
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perspectiva do outro. Para isso, os pais precisam saber regular suas próprias
emoções e serem capazes de suportar a expressão emocional do filho, em
qualquer valência positiva ou negativa, para serem capazes de auxiliá-los a
reconhecer suas emoções, lidar com elas, identificar o que as desencadeou e
sua reação, além de serem empáticos com seus filhos.
O MEDO DO MEDO EM SUJEITOS COM DIAGNOSTICADOS COM
TRANSTORNO DE PÂNICO
Nadiege Roberta Zampiere; Daniela Pereira Gonzalez (Psicologia Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus
Santo Ângelo)
A experiência de um ataque de Pânico é simplesmente aterrorizante, pois há
uma enorme ansiedade na expectativa que algo possa acontecer novamente e
que da próxima vez não haja escapatória, e o sujeito fica atormentado de
medo, que tudo possa acontecer novamente. (DSM-5, 2014). A presente
pesquisa teve como objetivo investigar os sentimentos dos sujeitos,
diagnosticados com transtorno de pânico, diante do medo de sentir medo,
antes de desencadear um ataque de pânico. Os sujeitos da pesquisa foram
três mulheres, acima de 18 anos, diagnosticados com transtorno de pânico por
um psiquiatra. Pesquisa do tipo qualitativa, descritiva, exploratória e com
delineamento estudo de caso. O instrumento da pesquisa foi entrevista
semiestruturada. A análise dos dados foi feita sob o método de análise do
conteúdo. Constatou-se que o medo do cotidiano dificulta a vida dessas
pessoas que se sentem completamente dominadas, não podendo ter uma vida
normal. Contudo os sentimentos mobilizados do medo do medo costuma ser
tão abrupto que o sujeito que o possui sente-se completamente estagnado,
onde um simples amortecimento no braço já o leva a entrar em pânico, sendo
assim, tem muito medo, medo da crise, medo da morte, medo dos seus
pensamentos e principalmente medo de sentir o medo.
Palavras-Chave: Transtorno de Pânico. Medo. Sintomas. Diagnóstico.
Mulheres.
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EIXO TEMÁTICO: Terapia Cognitiva na Infância e Adolescência
EMOÇÃO E COGNIÇÃO: UM ENCONTRO A PARTIR DA TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
GUIMARÃES, Jaqueline Santos; RAMOS, Monilly Araujo Melo; RIBEIRO, Karla
Carolina Silveira; OLIVEIRA, Moniky Raiany Guedes (Faculdade Mauricio de
Nassau-Bacharelado em Psicologia – Campina Grande – PB)
Não apenas a dinâmica acadêmica interfere no desempenho escolar de uma
criança, fatores emocionais, estimulo, relações sociais e familiares estão
diretamente envolvidos nesse processo. Nesse trabalho, pretendemos
apresentar um relato de experiência em uma clínica especializada em
atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem e transtornos
globais do desenvolvimento. A criança referida no caso clínico, teve diagnóstico
médico confirmado em 2005 de TDAH, com prescrição de Ritalina, com uso em
um curto período de tempo, sendo suspenso posteriormente sem orientações
médicas. Também foi realizada uma avaliação neuropsicológica com
resultados sugestivos ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) associado a alto nível de ansiedade e baixa autoestima. Durante a
intervenção psicológica, que foi embasada na psicoterapia cognitivocomportamental, nas questões emocionais e auxílio psicoeducativo, (I)
promover uma readaptação psicológica com o objetivo de reduzir suas crenças
de rejeição e desamparo, (II) discutir sobre suas principais crenças a respeito
da família e impacto em sua autoestima, desenvolvendo modelos que
potencializem sua capacidade de superar dificuldades e possíveis fracassos,
(III) recursos psicoeducativos para o aprimoramento de estratégias, com
atividades criativas e envolventes para motivar o aprendizado. Houve uma
melhora significativa em sua autoestima e motivação para aprender e
relacionar-se com sua família e escola, mais atenciosa com atividades diárias e
segura com relação a vivenciar novas experiências.
Palavras-chave:
Hiperatividade.
Autoestima.
Terapia
cognitivocomportamental.
ESTUDO CORRELACIONAL ENTRE ATITUTES EM SAÚDE E ESTÉTICA,
ABERTURA A EXPERIÊNCIAS E ANSIEDADE SOCIAL EM JOVENS
UNIVERSITÁRIOS
Márcia Elisa Jager (Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões –
Campus de Santiago/RS); Fernanda Xavier Hoffmeister (Programa de Pós
Graduação em Psicologia – Universidade Federal de Santa Maria); Sílvio José
Lemos Vasconcellos (Programa de Pós Graduação em Psicologia –
Universidade Federal de Santa Maria); Everley Rosane Goetz (Programa de
Pós Graduação em Psicologia – Universidade Federal de Santa Maria).
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As atitudes de adolescentes e jovens em relação à saúde e à estética corporais
vêm sendo fonte de investigação em função dos inúmeros problemas e
transtornos que relacionam questões inerentes às práticas de cuidado em
saúde e embelezamento corporal. Este resumo descreve os objetivos de um
projeto de pesquisa interinstitucional entre o PPGP da UFSM e o curso de
Psicologia da URI, campus Santiago/RS. A pesquisa irá investigar as
correlações entre as atitudes em saúde e estética com a ansiedade social e
com o fator “abertura a experiências” em uma amostra de estudantes
universitários através da aplicação de instrumentos validados no contexto
brasileiro: Escala de Detecção de Ansiedade Social (EDAS) e Escala de
Atitudes em Saúde e Estética (EASE). A pesquisa buscará avaliar em que
medida a ansiedade social está relacionada a uma série de comportamentos
específicos voltados para a saúde e para a estética pessoal e investigar se a
abertura a experiências correlaciona-se com atitudes em saúde e estética. Os
dados obtidos irão oferecer informações complementares para uma futura
normatização dos instrumentos utilizados para avaliação cognitiva e
comportamental em adolescentes e jovens. Essa proposta é inédita,
contribuindo para uma utilização fundamentada de testes novos no contexto da
avaliação psicológica brasileira.
IMPACTO DO TEMPERAMENTO IRRITÁVEL NAS HABILIDADES SOCIAIS
Marcelly R. Filipetto (Faculdade de Psicologia – PUCRS); Pâmela F. Alves
(Escola de Enfermagem – UFRGS); Bianca Nascimento Peixoto (Escola de
Enfermagem – UFRGS); Francine Guimarães Gonçalves (Programa de PósGraduação em Psiquiatria – UFRGS); Elizeth Heldt (Escola de Enfermagem –
UFRGS e Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria – UFRGS)
As relações entre temperamento e habilidades sociais nos adolescentes e a
avaliação desses aspectos por instrumentos de relato têm se mostrado pouco
presente nas pesquisas brasileiras, apesar da extrema relevância do tema.
Objetiva-se verificar a associação entre temperamento irritável com habilidades
sociais em ambos os sexos. Para avaliar as habilidades sociais foi utilizado o
Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) e o temperamento
foi o Índice de Reatividade Afetiva – versão criança (ARI-C). Participaram 368
alunos, com idade entre 12 a 17 anos, matriculados do 6º ao 9º ano de duas
escolas públicas. Os resultados mostraram que o temperamento é
significativamente diferente entre os sexos, sendo que as meninas apresentam
maior irritabilidade (p=0,001). Foi encontrada correlação significativa positiva
de moderada a fraca entre temperamento irritável e maior dificuldade em
habilidades sociais; a frequência em emitir o comportamento hábil socialmente,
não apresentou associação significativa com irritabilidade. Os resultados
apontam que há relação entre o temperamento e a forma como adolescentes
se relacionam. No entanto, devido ao delineamento transversal, não é possível
determinar a relação de causalidade entre esses dois fatores. A utilização de
um questionário unilateral, de autorrelato, pode ter limitado o estudo, pois
considera somente a interpretação do adolescente.
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“PATRULHA SALVADORA”: APLICAÇÃO DO PROTOCOLO “GATO
CORAJOSO” EM UM GRUPO DE CRIANÇAS ANSIOSAS.
Cristiane Aparecida Rocha Yamate; Silvia Arruda Costa Marques; Tânia Mara
Busetto. (Faculdade do Pantanal)
Introdução: O modelo de intervenção proposto por Kendall & Hedtke (2006),
denominado Coping Cat, adaptado à realidade brasileira como Gato Corajoso
propõe-se a ajudar a criança a identificar e nomear suas emoções
desagradáveis e agradáveis, usar estratégias para manejar ansiedade e
realizar treinamento comportamental de relaxamento. Objetivos: O objetivo
deste trabalho foi de intervir com este protocolo em um grupo de crianças
diagnosticadas com algum transtorno de ansiedade. Método: Foram
selecionadas, de acordo com a demanda de uma Clínica-Escola, 5 crianças
com idade entre 6 e 9 anos, que após anamnese, foi constatado que
preenchiam os critérios diagnósticos para Transtorno de Ansiedade de
Separação (20%), Transtorno de Ansiedade Social (60%) e Transtorno de
Ansiedade Generalizada (20%). A metodologia de análise foi a de comparação
de dados recolhidos antes (pré-teste) e depois (pós-teste) da intervenção.
Resultados: Os resultados indicaram significativa melhora, uma vez que, 80%
dos participantes do grupo, após a intervenção realizada em 12 encontros,
tiveram remissão dos sintomas, não preenchendo mais nenhum dos critérios
diagnósticos, isto evidenciado nas escalas do CBCL e MASC. Discussão:
Tendo como base os resultados evidenciados, conclui-se que as técnicas
propostas no protocolo são efetivas para o atendimento infantil em grupos de
crianças ansiosas.
PROTOCOLO DE PESQUISA DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NO
MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO EM
ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE
Raquel de Melo Boff (Programa de Pós Graduação em Psicologia, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS); Fernanda de
Almeida Ribeiro (Programa de Pós Graduação em Psicologia, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS); Igor Pacheco
de Azevedo Batista (Programa de Pós Graduação em Psicologia, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS); Ronald Liboni
(Programa de Pós Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS); Claudia Delgado Bauer (Programa de
Pós Graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, RS); Ana Maria Pandolfo Feoli (Programa de Pós
Graduação da Faculdade de Enfermagem e Fisioterapia, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS); Andreia da
Silva Gustavo (Programa de Pós Graduação da Faculdade de Enfermagem e
Fisioterapia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS), Margareth da Silva Oliveira (Programa de Pós Graduação em
Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS)
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Introdução: Na adolescência há um maior risco de desenvolver obesidade que
pode persistir na vida adulta. Suas causas são multifatoriais, incluindo
comportamentos envolvendo o estilo de vida. O tratamento mais eficaz envolve
a prática de exercício físico regular e alimentação saudável. Objetivos:
Apresentar uma intervenção interdisciplinar baseada no Modelo Transteórico
de Mudança para adolescentes com sobrepeso e obesidade. Método: Ensaio
clínico randomizado, constituído de uma intervenção interdisciplinar
motivacional e uma intervenção controle, com 12 encontros semanais.
Participarão 60 adolescentes em cada grupo com idades de 15 a 18 anos, IMC
≥ percentil 85 e ≤ percentil 99.9. A intervenção é baseada em estratégias
motivacionais interdisciplinares. Os encontros do grupo serão realizados na
presença de um membro da equipe da enfermagem, fisioterapia, nutrição e
psicologia. Serão abordados temas em saúde relacionados à modificação do
estilo de vida utilizando os fundamentos da entrevista motivacional, além de um
momento de atividade física orientada com o uso de videogames. Resultados:
O protocolo já está cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos
(RBR-234nb5) e no Clinical Trials (NCT02455973) e está em andamento um
grupo controle e um intervenção. Discussão: É Fundamental o
estabelecimento prévio de um protocolo de pesquisa estruturado a fim de
assegurar o rigor metodológico e científico.
Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERGS
Palavras-chave: Obesidade. Adolescência. Interdisciplinaridade.
PROTOCOLO TRI E O MEDO DA MORTE
Mariana Gauterio Tavares; Daniele Concli Loureiro (Universidade Federal de
Rio Grande)
O protocolo TRI (Terapia de Reciclagem Infantil) está divido em três partes:
sessões “T” – trabalhe suas emoções; sessões “R” – recicle seus pensamentos
e; sessões “I” – Inove seus comportamentos. A fase “R” costuma ser a mais
delicada, pois esta, a partir do baralho dos pensamentos, tem entre seus
objetivos trabalhar com a reestruturação cognitiva de crianças através do
trabalho com crenças intermediárias, partindo inicialmente das emoções
básicas e; estimular o comportamento assertivo (Caminha & Caminha, 2014).
Objetivo: Avaliar as mudanças cognitivas em crianças após o uso dos
baralhos (baralho das emoções, baralho dos pensamentos e baralho dos
comportamentos) em relação ao medo da própria morte e da morte do outro.
Método: Após utilizar o BE, foi utilizado o BP com uma criança de 06 e outra
de 12 anos. A carta utilizada era “medo“. Com Marcela de 06 anos, o modelo
foi montado de maneira mais lúdica em um papel pardo a partir da realização
de desenhos e foram utilizadas 04 sessões “R” para trabalhar esta emoção.
Com Fernanda de 12 anos foram utilizadas diretamente as cartas do baralho e
apenas em um encontro foi possível trabalhar as crenças referentes ao medo.
Ao final foram realizadas as sessões “I”. Resultados: Marcela não conseguia
dormir até compreender através do baralho que crianças não morrem dormindo
e que ela não tinha nenhuma evidência de que poderia morrer. Chegou com a
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queixa de que quando a mãe viajava a trabalho, seu sono era agitado. Após
escolher a carta “tenho medo de morrer” compreendeu que dormir é diferente
de morrer, passando uma desenhar uma pessoa morta em um caixão fechado
e ela dormindo em uma cama com o coração batendo e respirando. Já a
queixa principal de Fernanda era o medo de que algo de ruim pudesse
acontecer com a avó materna caso ela não estivesse por perto, o que causava
grande ansiedade na menina quando ela estava longe da avó. Criou o
pensamento vermelho “tenho medo de que minha vó morra” e compreendeu
que as dores da avó eram características da idade, que a avó não tinha
nenhuma doença ou evidência de que sua morte seria antecipada, e que ficar o
dia ao lado dela não a faria viver mais tempo. Em ambos os casos, o medo no
termômetro passou de “muito forte” para “muito fraco”. Discussão: O medo da
morte tem aparecido com cada vez mais freqüência no trabalho clínico,
necessitando de atenção dos pais e profissionais, pois traz um prejuízo global.
Fica claro que especificamente para o medo da morte os baralhos trazem
resultados rápidos principalmente com crianças maiores por o trabalho ser
menos lúdico. Os pais referiram que não houve retomada dos sintomas nos
últimos meses.
Obs: Os nomes contidos neste trabalho são fictícios.
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EIXO TEMÁTICO: Estresse, Violência e Psicopatologia
ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO DE MULHERES VÍTIMAS DE SITUAÇÕES
DE VIOLÊNCIA
Tayse Conter de Moura; Júlia Candia Donat; Valquíria Coutinho Tavares;
Janaína Núñez Carvalho; Christian Haag Kristensen (Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Trauma e Estresse e Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul - PUCRS)
Introdução: Situações de violência contra a mulher são recorrentes e as
tornam vulneráveis a quadros psicopatológicos ao longo da vida. Objetivo:
Descrever o perfil clínico de mulheres vítimas de violência atendidas no
ambulatório do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse
(NEPTE). Método: A amostra foi composta por 41 participantes. Foram
utilizados para a coleta de dados a Entrevista Estruturada para Transtornos do
Eixo-I do DSM-IV (SCID-I), uma entrevista semiestruturada relacionada ao
trauma e os Inventários Beck de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI).
Resultados: As situações traumáticas mais frequentes e com maior severidade
relatadas foram estupro (n=12; 29,3%) e agressão física (n=11; 26,8%). 56,1%
(n=23) das mulheres utilizavam medicação psiquiátrica, sendo as classes
medicamentosas mais frequentes os antidepressivos (n=14; 34,1%) e os
ansiolíticos (n=11; 26,8%). O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
(n=23; 56,1%) e Transtorno Depressivo Maior (n=12; 29,3%) foram os
diagnósticos mais frequentes na SCID-I. Em relação à sintomatologia as
participantes apresentaram, em média, sintomas moderados no BDI (M=26,41;
DP=12,22) e no BAI (M=25,10; DP=14,37) Conclusão: Considerando a
importante sintomatologia encontrada, reforça-se a importância de tratamentos
psicológicos específicos para mulheres vítimas de violência, respeitando as
especificidades desta população.
Palavras chave: Violência contra a mulher.Transtorno de Estresse PósTraumático. Violência.
CARACTERÍSTICAS DAS INTERVENÇÕES EM TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL PARA ADULTOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT
DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE
Karen Cristina Rech Braun; Clarissa Tochetto de Oliveira; Ana Cristina Garcia
Dias (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Aproximadamente 70% dos casos de transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) diagnosticados na infância persistem na vida adulta,
podendo causar prejuízos em diversos contextos. Assim, torna-se necessário
conhecer as intervenções destinadas a adultos com TDAH. O objetivo deste
estudo foi caracterizar intervenções baseadas na terapia cognitivoAnais do 1º Congresso Wainer de Psicoterapias Cognitivas
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comportamental (TCC) para adultos com TDAH. Foi realizada uma revisão
sistemática em sete bases de dados com a combinação das palavras-chave
TDAH, TCC e adulto no campo assunto. Foram identificados 74 artigos. Os
critérios de inclusão para a seleção dos trabalhos a serem lidos na íntegra
foram: ter sido publicado nos últimos 10 anos e relatar intervenção para adultos
com TDAH baseada na TCC. Após análise preliminar com base nesses
critérios, restaram 10 artigos. Verificou-se que as intervenções assumiram
formato de psicoterapia individual, coaching individual, workshop em grupo e
grupo de reabilitação. As técnicas mais frequentes foram: psicoeducação,
organização de objetivos em tarefas pequenas e estratégias para gestão do
tempo. De maneira geral, as intervenções contribuíram para a diminuição dos
sintomas do TDAH. Conclui-se que esse tipo de intervenção comprovadamente
eficaz pode ser um foco de atenção não só para pesquisa, mas também para a
clínica com essa população.
CONTROLE INIBITÓRIO E IMPULSIVIDADE NOS TRANSTORNOS
ALIMENTARES: REVISÃO DE LITERATURA
Lauren Bulcão Terroso (Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil.
Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento LPNeC); Rosa Maria Martins de Almeida (Instituto de Psicologia do
Desenvolvimento e da Personalidade da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul - UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. Laboratório de Psicologia
Experimental, Neurociências e Comportamento - LPNeC).
Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura
acerca da relação entre impulsividade e controle inibitório nos transtornos
alimentares. Para tanto, foi realizada uma busca de artigos científicos nos
idiomas inglês, português ou espanhol, nas seguintes bases de dados: Web of
Science, Scopus e PubMed. O período abrangido para a busca foi do ano de
2005 ao ano de 2014. Foram encontrados 48 artigos para compor o presente
estudo. Foram examinadas diferenças nas comparações entre os tipos de TA
no que tange a impulsividade e distinções entre homens e mulheres no que se
refere a essas características. A maioria dos estudos destacou que a
impulsividade é uma característica presente nos comportamentos de purga e
compulsão alimentar, sendo que quanto mais impulsivo o sujeito, maior a
probabilidade de manifestarem esse tipo de conduta. Assim, de acordo com
esses resultados verificou-se que a impulsividade não diferencia o diagnóstico
do TA e sim o seu subtipo de apresentação.
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CICLOTIMIA E AUTO-MUTILAÇÃO: RELATO DE CASO POR TERAPEUTA
INICIANTE
Larissa Teixeira Corrêa; Augusto Duarte Faria (Universidade Federal do Rio
Grande – FURG)
Introdução: A flutuação crônica dos sintomas é a principal característica do
Transtorno Ciclotímico, e, ao mesmo tempo, um dos maiores obstáculos para
as intervenções psicoterapêuticas. O portador vive, pelo menos, dois anos de
numerosos períodos com sintomas hipomaníacos e depressivos, sem que
preencham critérios para um episódio pleno, segundo Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2014). Nesse sentido, o Transtorno
repercute significativamente nos aspectos sociais, profissionais e familiares
desses indivíduos, que, por vezes não percebem as alterações no
comportamento como sintomas (que, por suas características, não favorecem a
adesão ao tratamento). Objetivo: Este relato de caso clínico descreve uma
intervenção cognitivo-comportamental de uma terapeuta iniciante realizada em
paciente diagnosticada com Transtorno Ciclotímico.
Método: A., sexo
feminino, 20 anos, estudante universitária. Buscou atendimento no Centro de
Atendimento Psicológico da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
queixando-se de constantes oscilações de humor com sofrimento emocional e
que, por vezes, colocava a própria vida em risco (auto-mutilação e
comportamentos para-suicidas). Iniciou psicoterapia individual e continua em
atendimento com frequência semanal. Relata que desde a adolescência sente
constantes variações de humor com episódios de raiva, onde agredia colegas.
Sente-se triste por não conseguir controlar sentimentos. Diz ter muita
dificuldade com mudanças, mesmo não gostando de rotinas. Realizou duas
tentativas recentes (2010 e 2015) de suicídio. O histórico familiar apresenta
mãe com Transtorno Bipolar e pai com Transtorno Depressivo Maior. O
primeiro objetivo foi estabelecer contrato de não-suicídio com a paciente, que
deveria entrar em contato com a terapeuta (via mensagem instantânea ou
ligação) sempre que identificasse pensamentos de morte. Iniciou-se
treinamento para moderação de estados de humor e comportamentos, bem
como de identificação de gatilhos desencadeantes de episódio sintomático.
Também foi realizada psicoeducação sobre o Transtorno, aprendendo uma
visão mais construtiva de si mesmo e do futuro, compreendendo a importância
da terapia mesmo com em fases de sintomas hipomaníacos. Resultados: A
intervenção realizada vem obtendo resultados positivos, incluindo ausência de
pensamentos suicidas e de auto-mutilações, adesão ao tratamento
psicoterápico e farmacológico. Discussão: A instabilidade do humor
apresentada pela paciente, que frequentemente prejudicava seu juízo crítico e
coping, vem sendo manejada através do uso da medicação e estratégias
cognitivo-comportamentais. Os avanços, embora ainda iniciais, indicam que
técnicas como psicoeducação sobre pródromos ajudam a paciente a
desenvolver habilidades para lidar com situações que lhe causam instabilidade
no humor e desregulação comportamental.
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COMORBIDADE
ENTRE
TRANSTORNO
DE
PERSONALIDADE
DEPENDENTE E TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE: UM
ESTUDO DE CASO
Camila Sartori da Silva (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul);
Paula Trombetta Amaral (Centro de Psicologia Vitalis); Aline RomaniSponchiado (Centro de Psicologia Vitalis), Ana Claúdia Umpierre Knackfuss
(Centro de Psicologia Vitalis); Sabrina M. de Oliveira da Rocha (Centro de
Psicologia Vitalis).
O Transtorno de Personalidade Dependente (TPD) é caracterizado por uma
necessidade excessiva de ser cuidado que leva a um comportamento submisso
decorrente ao medo da separação. Já o Transtorno Depressivo Persistente
(Distimia) (TDP) é um transtorno crônico, com alternância entre períodos de
maior e menor expressão dos sintomas. Nos dois transtornos pode-se notar a
existência de baixa autoestima, dificuldades para tomar decisões e falta de
autoconfiança, sendo estes sintomas prejudiciais na qualidade de vida. O
presente estudo visa analisar quais fatores ambientais podem ter influenciado o
desenvolvimento de TPD e TDP. Foi analisado o caso de uma jovem de 25
anos com diagnóstico TPD e TDP em episódio depressivo maior, através de
cinco entrevistas diagnósticas semiestruturadas (realizadas por CSS de Maio a
Junho de 2015) e um acompanhamento psicoterápico na linha cognitivocomportamental (realizado por PTA desde novembro de 2014) em uma clínica
particular. Desde pequena Vitória (nome fictício) viveu em um contexto familiar
com muita violência, onde seus pais brigavam e se agrediam fisicamente. A
paciente também sofria agressões verbais e físicas de sua mãe. Sempre foi
muito apegada a seu avô materno, o qual era sua única fonte de apoio, porém
este faleceu no ano de 2012. Desde então, a paciente apresenta sintomas de
tristeza, chegando a realizar comportamentos de automutilação nesta época,
afirmando não saber o que seria de sua vida, pois não teria ninguém para
cuidá-la. Nos últimos dois meses anteriores às entrevistas, seus sintomas
depressivos ficaram mais intensos e recorrentes. Ela sempre apresentou
comportamentos de TPD, reagindo com extrema cautela e submissão em
situações de sua vida. Vitória deixou de cursar a universidade por ordem de
sua mãe, buscou urgentemente uma relação substituta que lhe desse atenção
e apoio após o falecimento do avô. A literatura aponta que influências
ambientais, tais como exposição a contextos de violência e negligência
vivenciados por Vitória, favorecem o desenvolvimento desses transtornos
(especialmente TPD). Assim como, a falta de alguém que lhe dê apoio
corrobora para o aparecimento de TDP, visto que sua autoestima e
autoconfiança são baixas e pioraram após a perda de seu avô.
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COMO OS COMPORTAMENTOS DE DELÍRIO E ALUCINAÇÃO SÃO
MANTIDOS EM UM REPERTÓRIO VERBAL? UM ESTUDO DE CASO
Marisangela Balz (Centro Universitário de Mineiros –UNIFIMES)
Objetivou-se demonstrar como os comportamentos-problema de delírios e
alucinações são mantidos em um repertório verbal. Como elucidação ilustrativa
foi utilizado o caso clínico de uma cliente diagnosticada por um psiquiatra como
“portadora” de transtorno de humor bipolar psicótico, que apresentou como
queixa, depressão, dificuldade nos relacionamentos interpessoais e “falas
alucinatórias”. Os atendimentos psicológicos foram realizados duas vezes por
semana, em que um era realizado na clínica escola e o outro na residência da
cliente. Utilizaram-se como procedimentos terapêuticos a extinção dos
comportamentos indesejados, as falas alucinatórias, e o esquema de
Reforçamento Diferencial de Outro Comportamento (DRO), modelando e
reforçando os comportamentos desejados. No decorrer da intervenção e de
forma gradativa, a ocorrência das falas alucinatórias foi reduzida e a cliente
demonstrou ter aprendido comportamentos funcionais, que facilitaram a melhor
interação em seu ambiente e a melhoria em qualidade de vida. Foi observado a
teoria relativa aos delírios e alucinações que são comportamentos verbais,
como quaisquer outros comportamentos, sendo modelados e mantidos por
certas contingências de reforço. Assim, a aplicação dos procedimentos
comportamentais no caso foi eficaz quando se avalia a funcionalidade dos
comportamentos desadaptativos da cliente.
CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS:
UM ESTUDO PRELIMINAR
Victória Guimarães Ramos; Thiago Loreto; Christian Haag Kristensen
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS)
Introdução: O Crescimento Pós-Traumático foi conceituado a partir de relatos
de vítimas de eventos estressores que apesar do sofrimento decorrido do
trauma, percebiam mudanças positivas na percepção do mundo. Apesar da
relevância do contexto cultural para o crescimento, não existem relatos de
como este fenômeno ocorre no contexto nacional. Objetivo: Investigar os
índices de crescimento, os domínios e a relação deste com sintomas
depressivos, pós-traumáticos e ansiosos. Método: 112 estudantes
universitários (72% mulheres, idade média de 24 anos, DP=5) foram avaliados
com os instrumentos: BDI-II - sintomas depressivos, BAI – sintomas ansiosos,
PCLC –sintomas pós-traumáticos e PTGI para o crescimento. Resultados: Os
resultados demonstraram uma associação entre sintomatologia pós-traumática
e crescimento (r=.182, p<0,05). Porém os índices de crescimento não
apresentam associação com sintomatologia depressiva ou ansiosa. O grau de
crescimento atribuído foi moderado (M=55,72, DP=21,69). O fator com maior
índice de mudança foi o de “força pessoal” (M=3,2, DP=1,16) e o com menor
índice o de “mudança espiritual” (M=1,46, DP=1,65). Conclusão: O
Crescimento é uma ferramenta clínica na população vítima de traumas na
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medida em que auxilia os sujeitos a significarem os eventos de uma maneira
mais positiva. Este estudo aponta que, diferentemente de outras culturas, a
brasileira favorece o fortalecimento pessoal após a vivência traumática.
Palavras-chave: Crescimento pós-traumático. Transtorno de Estresse PósTraumático. Eventos estressores. Estresse.
DIFICULDADES DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS COM SINTOMAS DO
TDAH NA ADAPTAÇÃO À UNIVERSIDADE
Clarissa Tochetto de Oliveira; Ana Cristina Garcia Dias; Marco Antônio Pereira
Teixeira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Há evidências de que 2 a 8% dos estudantes universitários apresentam
sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e que
estes podem apresentar dificuldades na adaptação acadêmica. O objetivo
deste estudo foi identificar as dificuldades de estudantes com sintomas do
TDAH durante a adaptação à universidade. Participaram do estudo 32
estudantes com idade média de 24,94 anos, (DP = 6,90) de duas universidades
públicas que apresentavam sintomas do TDAH. Os dados foram coletados em
sala de aula através de um questionário para caracterização da amostra, que
incluía uma pergunta aberta sobre as dificuldades encontradas durante a
graduação, e do Adult Self-Report Scale para rastreamento dos sintomas do
TDAH. As respostas dos participantes foram submetidas à análise de conteúdo
temática e organizadas em categorias por três juízes. Os participantes
descreveram dificuldades relacionadas a diferenças entre Ensino Médio e
Ensino Superior (21,9%), cognitivas (18,9%), pessoais (15,6%), interpessoais
(15,6%), relacionadas à estrutura da universidade (15,6%), ao estilo dos
professores (12,5%), à gestão do tempo (9,4%), econômicas (9,4%) e de
transporte (3,1%). Essas dificuldades não diferem das de pessoas sem o
transtorno apresentadas pela literatura. Sugere-se a realização de intervenções
focadas na psicoeducação sobre os sintomas e em estratégias de
enfrentamento das dificuldades.
EVOLUÇÃO DO MODELO DE J. BECK PARA O CONTROLE DO PESO: UM
ESTUDO COMPARATIVO DAS OBRAS PUBLICADAS ENTRE 2007 A 2015.
Renata Ferrarez Fernandes Lopes; Andréia De Lima Barbosa. (Universidade
Federal De Uberlândia - Ufu).
Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública com elevada
incidência. A combinação eficaz no tratamento da obesidade e sobrepeso tem
sido a dieta nutricional associada à atividade física e à Terapia Cognitivocomportamental (TCC). Objetivo: Comparar três obras com protocolos de TCC
para o controle do peso. Material e Métodos: Comparou-se as obras de Judith
Beck Pense Magro (2007); Pense Magro por toda a vida (2011) e The Diet Trap
Solution: Train Your Brain to Lose Weight and Keep It Off for Good (2015).
Resultados e Discussão: Observou-se que nas duas primeiras obras,
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publicadas em 2007 e 2011, há uma ênfase para protocolos com instruções
para avaliação e modificação de pensamentos automáticos e crenças visando
o emagrecimento; a obra mais recente (2015) apresenta as chamadas
“armadilhas” sabotadoras do emagrecimento tais como: armadilhas internas
ligadas ao stress e à regulação emocional; armadilhas interpessoais;
armadilhas sociais (feriados e viagens); armadilhas universais (como as
pessoas em geral se sabotam). Conclusões: A dieta Beck parece desenvolverse de um nível técnico-prático para um nível mais teórico (apresentação de um
modelo de autossabotagem) sugerindo que os estudos de eficácia dos
protocolos colaboraram para a formulação de um modelo sobre crenças
sabotadoras na obesidade e no sobrepeso.
Palavras-chave: Obesidade. Terapia Comportamental Cognitiva. Protocolos.
FATORES PSICOLÓGICOS QUE DIFICULTAM O EMAGRECIMENTO SOB A
PERSPECTIVA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Ana Carolina Rimoldi de Lima; Angélica Borges Oliveira (Instituto Luterano de
Ensino Superior de Itumbiara – ILES/ULBRA)
Problemas de sobrepeso e obesidade vêm aumentando aceleradamente no
mundo e são considerados relevantes problemas de saúde pública. A Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) é apontada como eficaz no tratamento da
obesidade auxiliando os indivíduos na manutenção do peso perdido. Neste
contexto, este trabalho teve como objetivo investigar fatores psicológicos que
dificultam o emagrecimento. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de
levantamento de caráter quantitativo e qualitativo com sujeitos que participam
de um grupo de acompanhamento para emagrecer em uma Estratégia de
Saúde da Família (ESF), de uma cidade no interior de Goiás. Investigou-se
sintomas de ansiedade, depressão e estresse, e realizou-se um questionário
estruturado para investigar aspectos cognitivos e comportamentais
disfuncionais que possam manter o comportamento alimentar inadequado e
dificultar o emagrecimento. Os instrumentos de avaliação foram os Inventários
de Beck para ansiedade e depressão e o Inventário de Sintomas de Stress de
Lipp. Observou-se que os sujeitos apresentaram sintomas de ansiedade,
depressão e stress demonstrados pelos escores dos inventários. Além disso, a
amostra
apresenta
pensamentos
disfuncionais,
baixa
autoestima,
autoavaliação com foco no peso e na forma do corpo, perfeccionismo, hábitos
alimentares inadequados, crenças disfuncionais e baixo autocontrole. Concluise que estes fatores psicológicos constituem risco para a obesidade e
dificuldade de emagrecer.
Palavras-chave:
Terapia
Cognitivo-Comportamental.
Obesidade;
Emagrecimento.
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PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA TRANSTORNO DE ESTRESSE
AGUDO: UM ESTUDO PRELIMINAR
Tayse Conter de Moura; Valquíria Coutinho Tavares; Thiago Loreto Garcia da
Silva; Christian Haag Kristensen (Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul – PUCRS)
Introdução: No Brasil, não há estudos descrevendo tratamentos para
Transtorno de Estresse Agudo (TEA) na população brasileira. A precoce
intervenção nestes casos atua preventivamente para outras patologias comuns
após exposição a eventos traumáticos, principalmente o Transtorno de
Estresse Pós-Traumático. Objetivo: Comparar sintomatologia inicial e final em
pacientes atendidos pelo protocolo de tratamento para TEA, desenvolvido no
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE) da PUC-RS.
Método: A intervenção foi realizada com 6 pacientes, utilizando os seguintes
instrumentos na primeira e na última sessão: Inventário Beck de Depressão II
(BDI-II); Inventário Beck de Ansiedade (BAI); Instrumento de Rastreio para
Sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (SPTSS); Inventário de
Cognições Pós-Traumáticas (PTCI). O protocolo possui 6 sessões, incluindo
psicoeducação sobre TEA e sintomatologia, exposição imagística ao evento e
reestruturação cognitiva. Resultados: Comparando as médias dos
instrumentos aplicados no início e no final do protocolo, obteve-se diminuição
de sintomatologia de 58,9% no BDI, de 56,4% no BAI, 53,3% no SPTSS, além
de 26,5% no PTCI. Discussão: Os resultados demonstram que o protocolo
apresenta resultados promissores na população brasileira. Ensaios clínicos
controlados devem ser desenvolvidos para maior evidência de eficácia deste
protocolo.
RELAÇÃO ENTRE COGNIÇÕES PÓS-TRAUMÁTICAS E APOIO SOCIAL EM
SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Valquíria Coutinho Tavares;Júlia Candia Donat; Tayse Conter de Moura;
Christian Haag Kristensen (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul – PUCRS)
Introdução: A violência contra a mulher é um problema de saúde pública. O
processamento cognitivo e a presença ou ausência de apoio social após um
evento estressor são preditores do desenvolvimento, manutenção e
agravamento de sintomas pós-traumáticos. Objetivo: Investigar diferenças nas
cognições pós-traumáticas em mulheres vítimas de violência com e sem grupo
de apoio social. Método: 41 mulheres com média de idade de 35,15 anos
(DP=14,57) foram avaliadas. Elas haviam passado, em média, por 3,28
eventos traumáticos (DP=2,23), sendo os mais comuns estupro (29,3%; n=12)
e agressão física (26,8%; n=11). Foi aplicada uma entrevista semiestruturada
para coletar informações sócio-demográficas, dados sobre o trauma e
presença de grupo de apoio; além do instrumento de auto-relato Inventário de
Cognições Pós-Traumáticas (PTCI). A análise foi realizada através do teste-t
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de comparação entre grupos (SPSS for Windows – 17.0). Resultados: Foram
encontradas diferenças significativas nas cognições pós-traumáticas entre
grupos com e sem apoio social (PTCI; p=0,037; t=-2,178). Conclusões: Os
resultados apontam que as participantes sem grupo de apoio social
apresentam cognições pós-traumáticas mais negativas quando comparadas ao
grupo com apoio social. Ressalta-se, portanto, evidências preliminares da
função preventiva do grupo de apoio na diminuição de cognições negativas e
posterior sintomatologia após vivência traumática.
Palavras-chave: Cognições pós-traumáticas. Violência contra a mulher.
Trauma. Grupo de apoio.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA PACIENTES COM
TRAUMA COMPLEXO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Tractenberg, S.G.; Maciel, L.M.; Levandowski, M.L.; Kluwe-Schiavon, B;
Kristensen, C.H. (Programa de Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS).
Introdução: Embora as terapias cognitivo-comportamentais (TCC)
apresentem evidências que sustentam sua escolha para o tratamento de
Transtornos Relacionados ao Trauma e Estresse, ainda se observa uma baixa
resposta da TCC para alguns casos refratários. Tais casos estão associados à
exposição recorrente a traumas na infância. Apesar de não haver consenso
sobre a categorização destes quadros clínicos, alguns autores sugerem um
diagnóstico, baseado na proposta de Herman (1992), denominado Trauma
Complexo (TC). Objetivo: Realizar uma revisão sistemática dos achados da
literatura sobre os efeitos de intervenções em TCC para TC. Método: Foram
realizadas buscas nas bases de dados MEDLINE, Embase e ISI Web of
Science. Artigos com desenho de estudo clínico randomizado, estudo clínico
não randomizado e estudo não controlado foram incluídos. Resultados:
Identificou-se 369 estudos sendo 7 elegíveis para esta revisão. As intervenções
abordaram distintos sintomas de TC, incluindo sintomas pós-traumático, de
depressão, ansiedade, dissociação e regulação emocional. Conclusão: As
intervenções terapêuticas, independente da natureza, possuem efeitos ao
longo do tempo sobre sintomas de TC. Tanto TCC em grupo como individual
mostraram-se capazes de reduzir os sintomas de TC. Apesar de poucos
estudos revelarem diferenças entre TCC e outras intervenções, a TCC
apresentou-se superior em comparação aos tratamentos controle.
Palavras-chave:
Trauma
Complexo.
TEPT.
Terapia
CognitivoComportamental.DESNOS.
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TRATAMENTO
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
APLICADO
AO
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: UM ESTUDO DE CASO
Ana Paula Varella Ferreira; Lucio Garcia de Oliveira; Andrea Machado Vianna;
Erica Panzani Duran; Francisco Lotufo Neto (Programa Ansiedade –AMBAN;
Instituto de Psiquiatria – Ipq; Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da
USP - IPq/HC-FMUSP)
Introdução: Os levantamentos epidemiológicos indicam que uma considerável
parcela da população, de diferentes culturas, sofre ou já sofreu de TEPT pelo
menos uma vez na vida, uma condição de saúde mental que é decorrente de
exposição a episódio ou situação que implique em ameaça de morte, lesão
grave ou violência sexual. As práticas cognitivo-comportamentais (TCC)
apresentam bons resultados no tratamento do TEPT, e, entre elas, destaca-se
a técnica de exposição (TE). Entretanto, ainda não está estabelecido se a
complementação da TE por outras técnicas de TCC causaria uma redução
ainda maior dos sintomas de TEPT. Objetivos: relatar a evolução clínica do
diagnóstico de TEPT de paciente submetida a tratamento por TE, em isolado, e
após a complementação por outras estratégias de TCC. Método: MTK, do
sexo feminino, 29 anos, com diagnóstico de TEPT por conta de episódio de
violência sexual, foi aleatoriamente alocada a grupo de tratamento por TE no
ambulatório do AMBAN, IPq -HC-FMUSP. A paciente foi submetida a 34
sessões de tratamento (13 sessões de TE e 21 sessões de psicoterapia
fundamentada em TCC), de tal forma que, a cada seis meses de tratamento, foi
solicitada a preencher inventários e outros instrumentos de pesquisa para a
avaliação do diagnóstico de TEPT, assim como de condições de saúde comórbidas. Resultados: o tratamento por TE possibilitou a melhora significativa
dos sintomas de TEPT e comorbidades, imediatamente após sua realização,
bem como após seis meses de seguimento, conforme referido pela literatura.
Entretanto, melhoras adicionais robustas foram observadas após a
complementação de TE pela psicoterapia fundamentada em TCC, de tal forma
que, após dezesseis meses de atendimento, observou-se a redução de 65%
dos sintomas de TEPT, 75% dos sintomas ansiosos e 86% das crenças
negativas. A avaliação da qualidade de vida também revelou resultados
expressivos em diversas áreas. Embora os sintomas de depressão tenham
aumentado após TE, retornaram à linha de base no final da psicoterapia.
Discussão: tomados os resultados em conjunto, conclui-se que, apesar dos
estudos prévios assinalarem que os efeitos de TE não são aumentados através
da integração a outras práticas terapêuticas, a paciente beneficiou-se da
psicoterapia por TCC realizada após TE. Entretanto, outros estudos ainda são
necessários para o esclarecimento dessa questão, que então facilitará o
desenvolvimento de novas abordagens de prevenção e tratamento de TEPT.
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TRANSTORNO DE PÂNICO E TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE
(DISTIMIA): UM ESTUDO DE CASO.
Cintia Pacheco e Maia (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS); Aline Romani-Sponchiado (Centro de Psicologia Vitalis); Ana Cláudia
U. Knackfuss (Centro de Psicologia Vitalis); Sabrina M. Oliveira da Rocha
(Centro de Psicologia Vitalis)
Para que se possa diagnosticar um paciente com transtorno mental é
necessário que este esteja causando sofrimento ou prejuízo para o indivíduo.
Ambos os transtornos diagnosticados no presente estudo preenchem tal
requisito, uma vez que ambos são incapacitantes, causando desânimo e
evitação em sair de casa. A literatura apresenta poucos estudos sobre a
relação entre Transtorno do Pânico (TP) e Transtorno Depressivo Persistente
(TDP). Ainda, estudos que visem analisar o efeito desta comorbidade no curso
e tratamento de TP e TDP são escassos. O presente estudo visa analisar o
possível efeito da TDP no curso e tratamento do TP e a eficácia das técnicas
cognitivo-comportamentais de exposição sistemática e de reestruturação
cognitiva no tratamento de TP. Foi analisado o caso de uma paciente de 27
anos com TDP, com episódio de Depressão Maior, comórbido ao TP e à
Agorafobia. A análise do caso se deu através de entrevista diagnóstica (5
sessões realizadas por Maia entre Maio e Junho/2015) e acompanhamento
psicoterápico na linha cognitivo-comportamental (iniciado em Junho/2014 por
Romani-Sponchiado). A paciente, a qual atualmente está medicada (paroxetina
14mg), tem seus sintomas depressivos amenizados. No entanto ainda
apresenta pouca vontade de sair de casa e de se expor aos sintomas de
ansiedade, deixando de realizar as técnicas indicadas para o tratamento de
TDP e TP. Seus sintomas se apresentam através de medo, especialmente de
incontinência urinária e medo de “perder o controle” – uma vez que os sintoma
clássivos de TP já foram parcialmente controlados em psicoterapias anteriores.
A paciente apresenta sintomas depressivos desde a adolescência, tendo
também episódio depressivo maior moderado nesta mesma época. Pouco após
este epoisódio ela passou a apresentar sintomas de ataque de pânico e
agorafobia, demonstrando uma possível relação no desenvolver desta
comorbidade. Quanto ao efeito no tratamento, já se alcançou um bom nível de
exposição, contudo a evolução deste está mais lenta em relação ao que é
esperado pela literatura. Acredita-se que isso se dê devido ao alto nível de
evitação à exposição, já que a paciente tem pouca vontade de sair e se expor a
situações em que lhe seriam valiosas para a diminuição dos sintomas restantes
de pânico e agorafobia. O estudo conclui que a TDP pode ter deixado a
paciente mais propensa a desenvolver TP, assim como a falta de motivação,
auto-estima baixa e outros sintomas clássicos da Depressão Maior e TDP, os
quais fazem com que ela não consiga se expor, ou seja, podendo estar
atrapalhando o tratamento do TP.
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TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NO CONTEXTO PRISIONAL:
RELATO DE CASO.
Pablo Borges de Moura (Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro/RS);
Maria Kondörfer Copetti (Consultório Particular, Porto Alegre/RS); Aline
Sardinha (Associação de Terapias Cognitivas do Estado do Rio de Janeiro,
ATC-Rio).
A literatura acerca do uso da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) em
pacientes encarcerados é escassa, não se encontrando estudo brasileiro nesse
sentido. A maior parte dos programas internacionais de tratamento para essa
população focaliza o treino de habilidades sociais, o aumento da autoeficácia, o
fortalecimento do autocontrole e o manejo de impulsos. Os resultados
demonstram eficácia na redução do comportamento criminal, quando
comparados a outras intervenções terapêuticas. O objetivo deste trabalho é
expor um estudo transversal e de caso único sobre homem, 31 anos, privado
de liberdade há dez meses devido à prisão preventiva, acusado de crime
sexual. Identificando-se o Transtorno de Ansiedade Social e o Transtorno de
Exibicionismo como hipóteses diagnósticas, foram realizadas vinte sessões de
TCC, utilizando por base a conceituação cognitiva do paciente e como técnicas
elementares a psicoeducação, o treino de habilidades sociais e de manejo
da ansiedade. Até o momento, o paciente apresenta melhora clínica nas
habilidades sociais e na ansiedade percebida. O presente relato é pioneiro na
exposição da aplicação da TCC no sistema prisional brasileiro. Os resultados e
as intervenções utilizadas serão discutidos considerando as especificidades
deste contexto, seus limites e o potencial de atuação do psicólogo com essa
população.
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EIXO TEMÁTICO: Dependência Química
A ANSIEDADE PODE SER UM GATILHO PARA O USO DE CRACK?
Afra Cristina Chiappetta; Lais Marcele; Cristiane Borba Guerreiro; Karoline
Sortica; Suellen Rodrigues Mossi da Silveira; Adriana Raquel Binsfeld Hess
(Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul - FADERGS)
Introdução: A dependência química, mais especificamente do crack, tem sido
relacionada a diversas comorbidades psiquiátricas, dentre as quais se
destacam os transtornos de humor e ansiedade. Objetivo: comparar os níveis
de ansiedade entre mulheres dependentes químicas de crack, abstinentes, e
grupo controle. Método: Amostra composta por 98 mulheres, com idades entre
18 e 53 anos (M=32,02 anos; DP=8,50 anos). Foi utilizada a Escala Beck de
Ansiedade (BAI) para mensurar os níveis de ansiedade. Para comparação de
médias entre os grupos foi utilizado Test t de Student. Resultados: Foram
constatadas diferenças estatisticamente significativas entre a média de
ansiedade de mulheres usuárias de crack (M=19,98; DP=14,60) e do grupo
controle (M=8,86; DP=8,01). As mulheres dependentes de crack apresentaram
níveis mais elevados de ansiedade em comparação ao grupo controle (t=4,59;
p<0,001), tendo 21,7% das usuárias de crack apresentado níveis graves de
ansiedade em relação a 1,9% do grupo controle. Discussão: Foram
constatados níveis mais elevados de ansiedade nas mulheres usuárias de
crack em comparação ao grupo controle. Na literatura da área ainda há
controvérsias quanto à origem da dependência química e dos transtornos
associados. Contudo, os dados do presente estudo podem vir a subsidiar
intervenções com esta população, focando-se no manejo da ansiedade.
PERFIL DE JOVENS USUÁRIOS DE COCAÍNA/CRACK QUE BUSCARAM
TRATAMENTO EM UM SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO TELEFÔNICO
BRASILEIRO
Nadia Krubskaya Bisch; Taís de Campos Moreira; Mariana Canellas Benchaya;
Larissa Cristiane Naibert de Freitas; Michelle da Silva Farias; Maristela
Ferigolo; Helena M. T. Barros (Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre. Departamento de Farmacologia. Serviço Nacional de Informação
e orientação sobre drogas - Ligue 132)
Introdução: No mundo, cerca de 1,1 milhões de jovens são dependentes ou
abusadores de cocaína. Estudos comparativos que apresentem as
características de consumo e dependência entre adolescentes e adultos jovens
podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias eficazes para o tratamento.
Objetivo: Descrever as características de consumo, dependência e motivação
entre adolescentes e adultos jovens usuários de cocaína e crack e compará-las
entre os dois grupos. Método: Estudo transversal, com usuários de
cocaína/crack (14 a 24 anos), que relataram uso associado ou não de outras
substâncias e que ligaram para o serviço de aconselhamento telefônico Ligue
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132 com a intenção de cessar o consumo. Os questionários incluíram: A)
Protocolo de Atendimento, B) Avaliação do Consumo, C) Avaliação da
Dependência, D) Escala de Contemplação Ladder. Resultados: Participaram
910 adolescentes e 1470 jovens. Os adultos jovens apresentaram menos
chance de fazer associação a drogas ilícitas e de não estarem motivados para
mudar o consumo. Por outro lado, mostraram 1,29 vezes mais chance de
usarem crack, 3,45 mais chances de usarem cocaína/crack em mais de 2 anos.
Discussão: Estes achados reforçam a importância da investigação dos fatores
envolvidos ao uso de drogas na juventude e a influência destes para a
cessação do consumo.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES USUÁRIAS DE CRACK EM
TRATAMENTO ESPECIALIZADO
Vanessa Trintin Rodrigues; Luana Thereza Nesi de Mello; Jéssica Limberger;
Ilana Andretta (Universidade do Vale do Rio dos Sinos-UNISINOS)
O uso de crack entre mulheres possui particularidades, como a forma mais
intensa de uso. Desta forma, objetiva-se descrever o perfil sociodemográfico de
mulheres usuárias de crack em tratamento. Trata-se de um estudo descritivo,
de delineamento tranversal quantitativo. Tais dados são resultados preliminares
de um recorte da pesquisa “Avaliação e Treinamento de Habilidades Sociais
em Dependentes Químicos em Tratamento em Unidades Especializadas”,
aprovada pelo CEP da UNISINOS. Utilizou-se o Questionário de Dados
Sociodemográficos e clínicos e MINI-Plus. Participaram 76 mulheres em
tratamento há 7 dias em comunidades terapêuticas, com Transtorno por Uso
de Crack, sendo excluídas as com síndrome psicótica. A média de idade foi de
31,64 anos (DP=9,07), em sua maioria brancas (59,2%, n=45), solteiras
(72,4%, n=55) e nível de escolaridade baixo (51,3%, n=39). O diagnóstico para
transtorno de uso se revelou grave nas drogas: maconha (15,8%, n=12),
cocaína (23,7%, n=18), álcool (27,6%, n=21), tabaco (35,5%, n=27) e crack
(98,7%, n=75). O perfil de mulheres brancas não corresponde à literatura,
podendo ser particularidade das comunidades terapêuticas. Assim, há um alto
nível de gravidade do uso do crack, necessitando de um olhar mais atento a
esta população.
REVERSIBILIDADE DOS PREJUÍZOS NEUROLÓGICOS EM PACIENTES
DEPENDENTES DE CRACK
Margareth da Silva Oliveira; Milton José Cazassa; Márcia Henrique (PUCRS)
Introdução: Considerando as importantes consequências associadas ao uso
do crack, 189 pacientes usuários de crack internos em Comunidades
Terapêuticas no Rio Grande do Sul foram estudados. Objetivos: verificar os
prejuízos neurológicos e psicológicos e os níveis de ansiedade, depressão e
estresse associados ao uso do crack, bem como se a abstinência é fator
Anais do 1º Congresso Wainer de Psicoterapias Cognitivas
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favorável à reversibilidade dos prejuízos sofridos. Método: tratou-se de estudo
quantitativo transversal. Instrumentos: Depression Anxiety Stress Scale
(DASS-21); cubos, códigos e dígitos do WAIS III; Mini Exame do Estado Mental
(MEEM); critérios diagnósticos do DSM-IV; utilizou-se o test t para comparação
das médias dos dois grupos (abstinentes há mais de 60 dias e há menos de 60
dias).Resultados: idade média de 31,71; 55,6% homens e 44,4% mulheres;
54,6% abstinentes há mais de 60 dias. Os abstinentes há mais de 60 dias
tiveram melhores resultados (p<0,05) para o códigos (p = 0,036), dígitos (p =
0,020), MEEM (p = 0,048), depressão (p = 0,013) e estresse (p = 0,027). Cubos
(p = 0.73) e ansiedade (p = 0.097) não apresentaram diferenças estatísticas
significativas nesta amostra. Discussão: resultados apontam para a
reversibilidade dos prejuízos neurológicos e psicológicos ocasionados pelo uso
de drogas quando o usuário consegue manter-se abstinente.
TELEMEDICINA E ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO ATENDIMENTO DE
JOVENS USUÁRIOS DE COCAÍNA E CRACK: RELATO DE CASOS
Nadia Krubskaya Bisch; Mariana Canelas Benchaya; Pamela de Freitas Rosa
Dan Roger Pozza; Suellen Rodrigues Mossi da Silveira; Maristela Ferigolo;
Helena Maria Tannhauser Barros (Universidade Federal de Ciências da Saúde
de Porto Alegre. Departamento de Farmacologia. Serviço Nacional de
Informação e orientação sobre drogas - Ligue 132)
Introdução: A Entrevista Motivacional tem se mostrado eficaz na abordagem
de comportamentos aditivos, no entanto, poucos estudos são realizados com
jovens, e ainda menos relatam serviços de telessaúde para esta população.
Objetivo: Descrever o modelo de aconselhamento telefônico para jovens
usuários de cocaína/crack. Método: Relato de casos de jovens usuários com
consumo associado ou não a outras substâncias que procuraram o Ligue 132 –
Serviço Nacional de Informações e Orientações sobre Drogas – para auxiliá-los
na mudança de comportamento dependente. Resultados: Estudamos quatro
casos com idades entre 18 e 23 anos. Na intervenção, investigamos
substâncias utilizadas, frequência e tempo de uso. Também com a Entrevista
Motivacional, auxiliamos o usuário a buscar os melhores caminhos para sua
parada. Ao final do acompanhamento, 2 usuários ficaram abstinentes e 2
mantiveram seu consumo. Discussão: Foram demonstrados resultados
positivos no processo de motivação para cessação do consumo de
cocaína/crack, aumentando o período de abstinência e tentativas de parada,
através de intervenção personalizada. Oferecer alternativas de tratamento para
jovens usuários de cocaína/crack torna-se importante pelas dificuldades de
acesso à rede de saúde. O Ligue 132 é uma alternativa de atendimento para
pessoas com poucas condições financeiras, dificuldades de deslocamento e
que necessitam atendimentos mais intensivos.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE EM USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS INTERNADOS EM UM HOSPITAL PÚBLICO EM PORTO
ALEGRE
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Adriana Mokwa Zanini ((Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Andrei
Garziera Valerio (Hospital de Clínicas de Porto Alegre); Rafael Stella Wellausen
(Hospital de Clínicas de Porto Alegre); Félix Henrique Paim Kessler
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Clarissa Marceli Trentini
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Introdução: Transtornos Relacionados a Substâncias são associados a
índices altos de recaídas e comorbidades psiquiátricas, incluindo Transtornos
da Personalidade. Objetivo: Descrever usuários de substâncias psicoativas
internados em um hospital público de Porto Alegre, conforme modelo
categórico dos TP do DSM-5. Método: Estudo descritivo quantitativo, com 13
homens sem sintomas psicóticos, deficiência intelectual ou síndrome de
abstinência. Desses, 5 estavam internados devido ao crack, 6 ao álcool, e 2 à
cocaína. A média de idade foi 37 anos (DP=12,15). Um psiquiatra e uma
psicóloga aplicaram a SCID-II verbalmente. Resultados: Todos os pacientes
apresentaram algum TP, e 7 apresentaram mais de um. O mais prevalente foi
Antissocial (n=7), seguido de Borderline e Depressiva (n=6), Evitativa (n=5),
Paranóide e Obsessivo-Compulsiva (n=3), além de Esquizotípica (n=1).
Discussão: Apesar do tamanho pequeno da amostra, dados corroboram a
associação entre TP e TRS, considerando que 100% dos entrevistados
apresentaram algum TP, e 53,85% apresentaram TP comórbidos. A
prevalência alta de TP Antissocial sugere uma associação com TRS,
possivelmente por compartilharem características como impulsividade,
irresponsabilidade, exposição a riscos, mentiras e violação de regras. Esses
achados denotam a importância da abordagem da personalidade no tratamento
dos TRS e podem orientar futuras intervenções.
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EIXO TEMÁTICO: Terapia Cognitiva no Mundo Virtual
EXPOSIÇÃO POR REALIDADE VIRTUAL PARA TRANSTORNO DE
ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: UM ESTUDO DE CASO UTILIZANDO O
BANCO VIRTUAL
Júlia Candia Donat; Marcio Englert Barbosa; Gustavo Ramos Silva; Christian
Haag Kristensen (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS)
Introdução: A Terapia de Exposição (TE), isoladamente ou como um dos
componentes da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), está entre os
tratamentos mais eficazes para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático
(TEPT). Na TE, o paciente confronta gradualmente memórias do evento
traumático, reprocessando-as e reduzindo sintomas de TEPT. Uma alternativa
à exposição através da imaginação é a Exposição com Realidade Virtual
(ERV), a qual reduz as chances de evitação das memórias traumáticas e
fornece maior controle na apresentação de estímulos ansiogênicos. Em
contraste com estudos internacionais de ERV que trabalham principalmente
temáticas de guerra e terrorismo, situações de violência urbana (e.g., assaltos
a banco) caracterizam melhor a realidade brasileira. Objetivos: Avaliar a
eficácia de um protocolo de TCC com ERV em uma bancária com TEPT.
Método: O estudo de caso foi conduzido com uma bancária de 39 anos,
gerente há 10 anos em uma agência de Porto Alegre. Assaltada mais de 10
vezes, optou por tirar licença e buscar atendimento. A paciente apresentava
insônia, sudorese, pesadelos sobre o trauma, evitação de ir a ou conversar
sobre o banco e isolamento social. Foram utilizados os inventários Beck de
ansiedade (BAI) e depressão (BDI), o Inventário de cognições pós-traumáticas
(PTCI), o Instrumento de Rastreio para Sintomas de Estresse Pós-Traumático
(SPTSS) e a Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID-I). O
protocolo incluiu 16 sessões de 50 minutos divididas em três blocos: (1)
psicoeducação sobre TCC e TEPT; (2) exposição, tanto in vivo (tarefa de casa)
como por ERV, incluindo instruções acerca do Banco Virtual, relato da situação
traumática e inclusão progressiva de estímulos aversivos (e.g., assaltante,
tiros); e (3) reestruturação cognitiva e prevenção à recaída, etapa focada em
distorções cognitivas acessadas através do PTCI, revisão dos ganhos da
terapia e de estratégias para lidar com sintomas residuais. Os instrumentos de
avaliação foram reutilizados ao final de cada um dos blocos de tratamento.
Resultados: Após o bloco de exposição, houve uma redução de 44,8% nos
escores médios do SPTSS (de 5,8 para 3,2) e de 31,6% do PTCI (3,8 para
2,6). Por outro lado, a maior redução de escores do BDI foi após o bloco de
psicoeducação (47,6%, 20 pontos); de escores do BAI, ocorreu após a
reestruturação cognitiva e prevenção de recaída (74,2%, 13 pontos). Ao final
do tratamento, a paciente havia apresentado redução em todos os
instrumentos: BDI (88%), BAI (74,2%), SPTSS (78,9%) e PTCI (60,8%), e não
apresentava critérios diagnósticos para TEPT. Conclusão: As sessões de
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exposição foram importantes na redução dos sintomas e cognições póstraumáticas disfuncionais, e a TCC com ERV mostrou-se efetiva em todas as
medidas utilizadas neste estudo. Os resultados sustentam que o
aprimoramento das técnicas de exposição pode estar relacionado com um
aumento da eficácia dos tratamentos cognitivo-comportamentais para o TEPT.
Palavras-chave: Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Terapia de
Exposição. Realidade Virtual. Trauma.
MAXIMIZAÇÃO DE TAREFAS DE CASA NA TCC: UM SISTEMA WEB PARA
USO EM MHEALTH.
Hector Alejandro Farias Nievas; Christian Haag Kristensen (NEPTE – PUCRS).
Dada a importância da tarefa de casa na estrutura e eficácia da Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC), aliada à crescente utilização de aplicativos
em dispositivos móveis como potencializadores das práticas em saúde
(mHealth), o presente trabalho teve como objetivo principal definir um modelo
de aplicativo que auxilie no gerenciamento, adesão e no aumento da eficiência
do uso do recurso de tarefa de casa nos tratamentos na modalidade de TCC e,
além disso, contribuir nas pesquisas baseadas em evidências, a partir de
métricas criadas com esta finalidade. A definição das etapas e as
funcionalidades deste aplicativo proposto levou em consideração o ciclo de
construção de um sistema (SDLC – Systems Development Life Cycle), as
recomendações para construção e uso de ferramentas de mHealth e a divisão
de seu desenvolvimento em três versões sequenciais a serem prototipadas. O
presente estudo concluiu a definição da estrutura funcional básica e
delineamento das versões (protótipos), propondo que, além de considerar que
a adesão ao uso esteja diretamente ligada aos itens de utilidade, usabilidade e
motivação do usuário, as questões quanto à segurança e privacidade dos
dados, devem receber especial atenção e neste sentido, trabalhar com
criptografia de dados deve ser pressuposto obrigatório neste tipo de recurso.
Palavras-chave: Terapia cognitiva. Tarefa de casa. Saúde móvel.
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EIXO TEMÁTICO: TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
HISTÓRIA E EPISTEMOLOGIA DA PSICOLOGIA COGNITIVA: UNIÃO OU
SEPARAÇÃO ENTRE AS TEORIAS?
Arianne de Sá Barbosa (Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica –
PUCRS); Lauren Bulcão Terroso (Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS,
Brasil. Laboratório de Psicologia Experimental,
Neurociências e
Comportamento - LPNeC); Irani Iracema de Lima Argimon (Programa de
Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS)
Este trabalho é uma revisão narrativa de literatura, que visa apresentar as
principais teorias cognitivas desenvolvidas ao longo das três ondas da
psicologia cognitiva, contextualizando-as histórica e epistemologicamente. O
aumento da compreensão sobre o desenvolvimento da psicologia cognitiva até
a contemporaneidade tende a ampliar reflexões sobre os rumos que a
psicologia tende a seguir. Percebe-se, através desta revisão, que a psicologia
cognitiva não é linear cronologicamente: teorias milenares coexistem com
outras modernas/contemporâneas. Há uma visão de mundo influenciada por
diferentes pontos de vista (abstrato, humano, mecânico), de diferentes
momentos históricos da humanidade, o que traz um paradigma epistemológico
híbrido para a psicologia cognitiva. Em um primeiro momento, esta diversidade
de embasamentos teóricos, pode parecer um problema epistemológico, mas,
na verdade, contribui para a riqueza da psicologia cognitiva, que se desenvolve
de forma a dar conta das demandas da modernidade. A primeira, segunda e
terceira ondas das terapias cognitivas devem ser entendidas como
complementares, não rivais: casadas, tendem a proporcionar estratégias
eficazes para o tratamento de diversas patologias psíquicas.
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EIXO TEMÁTICO: Psicologia Positiva e Prevenção
EXERCÍCIO DAS PRÁTICAS DE PSICOLOGIA POSITIVA NO DIA-A-DIA
Renata Gomes Netto; Renata Livramento Mendes (Instituto Mineiro de
Psicologia Positiva).
A Psicologia Positiva, também conhecida como ciência da felicidade, é uma
abordagem nova da Psicologia, que vem ganhando espaço no meio acadêmico
nos últimos anos no Brasil, aumentando também o número de cursos
oferecidos sobre o assunto (Portella, 2013). O presente trabalho buscou
identificar quais as práticas de Psicologia Positiva mais usadas por quem já fez
algum curso na área, e qual a contribuição desses aprendizados para a vida
dessas pessoas. A pesquisa foi realizada através de entrevistas com
participantes de cursos de Psicologia Positiva. Responderam à pesquisa 30
pessoas, em sua maioria com idade superior a 46 anos (70%), profissionais da
área da saúde (terapeutas, psicólogos, enfermeiros) e de humanas
(administradores, consultores). Dentre as práticas aprendidas, a mais utilizada
é a realização do “Diário de Gratidão” (50%), seguido do “Buscar o positivo, o
que funciona” (30,8%), “práticas diversas no consultório” (11,5%) e
“Mindfulness” (7,7%). Os participantes defendem como maior contribuição
desses aprendizados para a sua vida o fato de mudarem o padrão de
pensamento, aprendendo a focar mais no que funciona, estabelecendo
conexão com o presente, conquistando melhor qualidade de vida para si e
contribuindo com o aprendizado do outro em suas práticas profissionais,
principalmente na clínica psicológica.
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