Rothon Parte III-Capítulo 1 1 CEREBELO E QUARTO VENTRÍCULO Albert L. Rhoton, Jr., M.D. Department of Neurological Surgery, University of Florida, Gainsville, Florida Palavras-chaves: Anatomia microcirúrgica, Artéria cerebelar, Nervo craniano, veia intracraniana A fossa posterior, maior e mais profunda das três fossas cranianas, possui a mais complexa anatomia intracraniana. Correspondendo a aproximadamente um oitavo do espaço intracraniano, a fossa posterior contém as vias que controlam a consciência, as funções vitais autonômicas e as atividades motoras e sensibilidade da cabeça, corpo e membros, além dos centros para o controle do equilíbrio e da marcha. Apenas dois dos doze pares de nervos cranianos estão localizados, por completo, fora da fossa posterior; os outros dez pares possuem um segmento dentro dela (22,25) (Fig. 1.1). A fossa posterior está estrategicamente localizada na via de saída do fluxo liquórico oriundo do sistema ventricular. As relações arteriais são especialmente complexas: as artérias vertebrais e basilar, por exemplo, posuem segmentos relativamente inacessíveis, dada a sua localização anterior ao tronco encefálico; e as principais artérias cerebelares relacionamse com diversos nervos cranianos antes de alcançar o cerebelo (9, 10,18,19). A fossa posterior estende-se da incisura da tenda, através da qual se comunica com o espaço supratentorial, até o forame magno, através do qual se comunica com o canal vertebral. É circundada pelos ossos occipitais, temporais, parietais e esfenóides (Fig. 1.1). Anteriormente, é delimitada pelo Rothon Parte III-Capítulo 1 2 dorso da sela, pela parte posterior do corpo do osso esfenóide e pela porção clival do osso occipital; posteriormente, pela porção mais baixa da parte escamosa do osso occipital; e, de cada lado, pelas porções petrosa e mastóidea do osso temporal, pela parte lateral do osso occipital e, nos aspectos cranial e posterior, por uma pequena porção do ângulo mastóideo do osso parietal. Sua superfície intracraniana é perfurada pelo forame jugular, pelo meato acústico interno, pelo canal do hipoglosso, pelos aquedutos vestibular e coclear e por diversos forames de veias emissárias, que serão abordados detalhadamente ao longo deste capítulo. A superfície superior do cerebelo é separada do espaço supratentorial pela tenda do cerebelo. O aprimoramento da abordagem cirúrgica à fossa posterior exige a compreensão das relações do cerebelo, dos nervos cranianos, do tronco encefálico, das artérias cerebelares, das veias, dos pedúnculos e das complexas fissuras formadas entre o cerebelo e o tronco encefálico. As relações do quarto ventrículo com as superfícies cerebelares e com as fissuras através das quais o ventrículo é abordado cirurgicamente estão entre as mais complexas em todo o encéfalo. Começaremos o estudo do cerebelo e do quarto ventrículo com as superfícies cerebelares e, pouco a pouco, iremos progredir até as estruturas neurais mais profundas. SUPERFÍCIES CEREBELARES As superfícies do córtex cerebelar são classificadas de acordo com as estruturas com as quais estão em contato ou ao longo das quais podem ser expostas, o que é fundamental para as abordagens cirúrgicas da região (Fig. 1.2). A primeira superfície, a superfície tentorial, está em contato com a tenda, devendo ser retraída nos acessos supracerebelares; a segunda Rothon Parte III-Capítulo 1 3 superfície, superfície suboccipital, está localizada abaixo e entre os seios transversos e sigmóideos, sendo exposta nas craniectomias suboccipitais; e a terceira superfície, superfície petrosa, está voltada para frente, em direção à superfície posterior do osso petroso, devendo ser retraída para expor o ângulo pontocerebelar. Cada uma dessas três superfícies é ocupada, na linha média, pelo verme do cerebelo e, lateralmente, pelos hemisférios cerebelares lateralmente; além disso, são divididas por uma fissura principal nomeada de acordo com a superfície correspondente. Os lóbulos dos hemisférios que formam cada uma das três superfícies comumente se sobrepõem e contribuem para a formação das superfícies adjacentes (22). As fissuras que dividem as três superfícies do córtex cerebelar devem ser distinguidas das fissuras que separam o cerebelo do tronco encefálico. Superfície tentorial A superfície tentorial justapõe-se à superfície inferior da tenda, à qual se conforma (Figs.1.2-1.4). A parte anteromedial dessa superfície, denominada ápice, é formada pela porção anterior do verme e corresponde ao ápice do cerebelo. Essa superfície inclina-se para baixo a partir de sua borda anteromedial, direcionando-se à sua borda posterolateral. Na superfície tentorial, a transição entre o verme e os hemisférios é suave, não sendo marcada pelas profundas fissuras como as existentes na superfície suboccipital. Sulcos profundos, denominados incisuras cerebelares anterior e posterior, escavam as bordas anterior e posterior da superfície tentorial na linha média. O tronco encefálico acomoda-se à incisura anterior, e a foice do cerebelo penetra a incisura posterior (Fig. 1.2). A borda anterior, que separa as superfícies tentorial e petrosa, possui uma porção lateral (margem anterolateral), que é paralela ao seio petroso Rothon Parte III-Capítulo 1 4 superior e separa as partes hemisféricas das superficies tentorial e petrosa; e uma porção medial (margem anteromedial), que está em contato com o mesencéfalo e forma a borda posterior da fissura entre o mesencéfalo e o cerebelo. O ângulo anterior formado pela junção das margens anteromedial e anterolateral possui orientação anterior, acima da origem da raiz posterior do nervo trigêmeo. A borda posterior, situada entre as superfícies tentorial e suboccipital, também possui uma porção lateral e uma porção medial. A porção lateral (margem posterolateral) é paralela e adjacente ao seio transverso, e separa as porções hemisféricas das superfícies tentorial e suboccipital; já a pequena porção medial (margem posteromedial) está em contato com a incisura posterior, separando as porções das duas superfícies correspondentes ao verme. O ângulo lateral, formado pela junção das margens anterolateral e posterolateral, está localizado na junção dos seios transverso, sigmóideo e petroso superior. Com freqüência, há veias convergindo para os ângulos anterior e lateral. A porção hemisférica da superfície tentorial inclui os lóbulos quadrangular, simples e semilunar superior, enquanto a porção vermiana inclui o cúlmen, o declive e a folha do verme. A porção vermiana e as porções hemisféricas correspondentes, de cima para baixo, são: o cúlmen e o lóbulo quadrangular, o declive e o lóbulo simples, a folha do verme e o lóbulo semilunar superior. A superfície tentorial é dividida, por sua maior fissura (fissura tentorial), em duas porções, anterior e posterior. Essa fissura, localizada, no hemisfério, entre os lóbulos quadrangular e simples e, no verme, entre o cúlmen e o declive, também é conhecida como fissura primária. A fissura pós-clival separa os lóbulos simples e semilunar superior. As fissuras existentes entre as folhas do cerebelo (fissuras interfoliais) Rothon Parte III-Capítulo 1 5 apresentam curso anterior e lateral a partir da linha média, sendo contínuas com as fissuras da metade superior da superfície petrosa. Superfície suboccipital A superfície suboccipital, localizada abaixo e entre os seios transversos e sigmóideos, é a mais complexa das três superfícies do cerebelo (Figs. 1.2 e 1.5). Habitualmente, os acessos cirúrgicos ao quarto ventrículo e à maioria dos tumores cerebelares são direcionados ao redor e através dessa superfície, que possui um sulco vertical profundo, denominado incisura cerebelar posterior, contendo uma prega dural (foice do cerebelo). O verme dobra-se para dentro dessa incisura, formando a superfície cortical contida dentro desta. As paredes laterais da incisura são formadas pelos aspectos mediais dos hemisférios cerebelares. Sulcos profundos, que formam as fissuras vermiano-hemisféricas, separam o verme dos hemisférios. A superfície do verme situada dentro da incisura possui formato de diamante. A metade superior dessa estrutura em forma de diamante possui forma piramidal, sendo denominada pirâmide. A folha do verme e o túber, superiormente à pirâmide, formam o ápice da porção suboccipital do verme. Sua metade inferior, denominada úvula, projeta-se para baixo entre as tonsilas, de forma semelhante ao que ocorre na orofaringe. A margem rostromedial das tonsilas limita-se com as bordas afiladas da úvula. O nódulo, subdivisão mais inferior do verme, encontra-se oculto profundamente à úvula. A faixa do verme situada dentro da incisura é mais larga na junção da pirâmide com a úvula. Inferiormente, a incisura cerebelar posterior é contínua com a valécula do cerebelo, fenda existente entre as tonsilas e que, através do forame de Magendie, estende-se até o quarto ventrículo. Rothon Parte III-Capítulo 1 6 A porção hemisférica da superfície suboccipital é formada pelos lóbulos biventre e semilunar superior e pelas tonsilas, e a porção correspondente ao verme é formada pela folha do verme, pelo túber, pela pirâmide e pela úvula. A porção do verme e a parte correspondente nos hemisférios, de cima para baixo, são: a folha do verme e os lóbulos semilunares superiores, o túber e os lóbulos semilunares inferiores, a pirâmide e os lóbulos biventres, e a úvula e as tonsilas. A superfície suboccipital é dividida por sua maior fissura (fissura suboccipital) em duas partes, superior e inferior. A fissura suboccipital é formada por dois segmentos: vermiano e hemisférico. O segmento vermiano da fissura (fissura pré-piramidal) separa o túber e a pirâmide, enquanto o segmento hemisférico (fissura pré-biventral) separa os lóbulos biventre e semilunar inferior. As fissuras pré-biventral e pré-piramidal são contínuas na junção vermiano-hemisférica e, juntas, formam a fissura suboccipital. A fissura petrosa, principal fissura presente na superfície petrosa, estende-se desta até a superfície suboccipital, separando os lóbulos semilunares inferior e superior lateralmente, e a folha do verme e o túber, medialmente. A fissura tonsilo-biventre separa a tonsila e o lóbulo biventre. As tonsilas são as estruturas mais proeminentes que bloqueiam o acesso à porção caudal do quarto ventrículo, e pertencem aos hemisféricos (Figs. 1.5 e 1.6). Cada tonsila é uma estrutura ovóide situada na porção inferomedial da superfície suboccipital, unindo-se à borda súpero-lateral do restante do cerebelo por uma faixa de substância branca denominada pedúnculo tonsilar. As demais superfícies das tonsilas são livres. O pólo inferior e a superfície posterior estão voltados para a cisterna magna, sendo identificados inferomedialmente ao restante da superfície suboccipital. A superfície lateral de cada tonsila é coberta pelo lobo biventre, do qual é Rothon Parte III-Capítulo 1 7 separada por uma fenda estreita, exceto pelo seu aspecto superior, ao nível do pedúnculo tonsilar. As superfícies medial, anterior e superior das tonsilas estão relacionadas com outras estruturas neurais, mas são separadas destas por fissuras estreitas. A superfície anterior de cada tonsila justapõe-se à superfície posterior do bulbo, do qual é separada pela fissura cerebelobulbar. As superfícies mediais de cada tonsila justapõem-se, sendo separadas por uma fenda estreita, a valécula, que dá acesso ao quarto ventrículo. O aspecto ventral do pólo superior de cada tonsila relaciona-se com as três estruturas (tela corióidea, véu medular inferior e nódulo) que formam a metade inferior do teto do quarto ventrículo. O pólo superior é separado das estruturas vizinhas por uma extensão posterior da fissura cerebelobulbar, denominada fenda telovelotonsilar ou supratonsilar. O aspecto posterior do pólo superior está voltado medialmente para a úvula e, lateralmente, ao lóbulo biventre. Superfície petrosa A superfície petrosa, ou anterior, está voltada para a superfície posterior dos ossos petrosos, do tronco encefálico e do quarto ventrículo (Figs. 1.2 e 1.7). A parte lateral ou hemisférica da superfície petrosa repousa sobre o osso petroso, sendo retraída para expor o ângulo pontocerebelar. A parte mediana, ou vermiana, da superfície petrosa possui um sulco longitudinal profundo (incisura cerebelar anterior) que envolve a superfície posterior do tronco encefálico e do quarto ventrículo. As metades direita e esquerda da superfície petrosa não são conectadas por uma faixa contínua do verme, como acontece nas superfícies suboccipital e tentorial, devido à interposição do quarto ventrículo entre as porções superior e inferior do verme. Os componentes do verme rostrais ao quarto ventrículo são: a língula, o lóbulo central e o cúlmen; e os caudais são: o nódulo e a úvula. As Rothon Parte III-Capítulo 1 8 superfícies hemisféricas são formadas pelas asas do lóbulo central e pelas superfícies anteriores dos lóbulos quadrangular, simples, biventre, semilunar superior e semilunar inferior, pela tonsilas e pelos flóculos. As partes do verme e as partes correspondentes dos hemisférios: são o lóbulo central e as asas do lóbulo central; o cúlmen e os lóbulos quadrangulares; o nódulo e os flóculos; e a úvula e as tonsilas. A principal fissura dessa superfície, denominada fissura petrosa ou horizontal, divide a superfície petrosa em duas partes (superior e inferior) e se estende-se à superfície suboccipital, entre os lóbulos semilunar superior e semilunar inferior. QUARTO VENTRÍCULO E FISSURAS EXISTENTES ENTRE O CEREBELO E O TRONCO ENCEFÁLICO Quarto ventrículo O quarto ventrículo é uma cavidade ampla e em forma de tenda, situada na linha média entre o cerebelo e o tronco encefálico. Está conectado, rostralmente, ao terceiro ventrículo através do aqueduto; caudalmente, à cisterna magna através do forame de Magendie; e, lateralmente, aos ângulos pontocerebelares através dos forames de Luschka. A maioria dos nervos cranianos origina-se próximo ao seu assoalho. O quarto ventrículo possui um teto, um assoalho e dois recessos laterais. É ventral ao cerebelo, dorsal à ponte a ao bulbo e medial aos pedúnculos cerebelares. O teto do quarto ventrículo possui forma de tenda (Figs.1.8 e 1.9). O teto expande-se lateral e posteriormente, a partir de sua estreita extremidade rostral, situada logo abaixo do aqueduto, até o nível do fastígio e dos recessos laterais, local em que atinge as suas maiores altura e largura; a partir desse ponto, sofre afilamento até sua estreita extremidade caudal, Rothon Parte III-Capítulo 1 9 situada ao nível do forame de Magendie. O ápice do teto, denominado fastígio, divide-o em duas porções, superior e inferior. A porção superior é marcadamente diferente da inferior, pois esta é formada essencialmente por finas camadas membranosas, enquanto aquela é formada por estruturas neurais mais espessas. As superfícies externas ou cisternais das estruturas que formam o teto estão intimamente relacionadas às fissuras existentes entre o cerebelo e o tronco encefálico. As três fissuras embriologicamente formadas pela dobradura do cerebelo em torno do tronco encefálico são: a fissura cerebelomesencefálica, que se estende inferiormente entre o cerebelo e o mesencéfalo e está intimamente relacionada à metade superior do teto (Figs. 1.3 e 1.4); as fissuras cerebelopontinas, formadas pela dobradura do cerebelo ao redor das partes laterais da ponte e que estão intimamente relacionadas aos recessos laterais (Figs. 1.7 e 1.8); e a fissura cerebelobulbar, que se estende superiormente entre o cerebelo e o bulbo, estando intimamente relacionada à metade inferior do teto (Figs. 1.5 e 1.6). Cada uma dessas fissuras é percorrida por uma artéria e uma veia cerebelares principais. A artéria cerebelar superior e a veia da fissura cerebelomesencefálica cursam na fissura cerebelomesencefálica; a artéria cerebelar inferior anterior e a veia da fissura cerebelopontina estão relacionadas à fissura cerebelopontina; e a artéria cerebelar inferior posterior e a veia da fissura cerebelobulbar estão intimamente relacionadas à fissura cerebelobulbar. Essas artéria e veias serão revisãos nos dois próximos capítulos, que tratam das artérias cerebelares e veias da fossa posterior (10,18,19). Cada fissura comunica-se com a fissura adjacente. As fissuras cerebelopontinas são contínuas, ao redor da superfície rostral dos pedúnculos Rothon Parte III-Capítulo 1 10 cerebelares médios, com as bordas caudais da fissura cerebelomesencefálica, e também com os limites rostrais da fissura cerebelobulbar, ao redor das margens caudais dos pedúnculos cerebelares médios. Essas fissuras serão revisãos detalhadamente na discussão pertinente ao teto e aos recessos laterais do quarto ventrículo. Parte superior do teto do ventrículo e fissura cerebelomesencefálica A superfície ventricular da porção superior do teto do quarto ventrículo é dividida em uma parte mediana, única, e em duas partes laterais (Figs. 1.3 e 1.4). A parte mediana é formada pelo véu medular superior, e as partes laterais (também conhecidas como paredes laterais), são formadas pelas superfícies internas dos pedúnculos cerebelares. O véu medular superior consiste em uma fina lâmina de substância branca que se estende através do intervalo existente entre os pedúnculos cerebelares superiores; a língula, a divisão mais cranial do verme, encontra-se em sua superfície externa. No fastígio, o véu medular superior se une ao véu medular inferior. A porção rostral da superfície ventricular de cada parede lateral é formada pela superfície medial do pedúnculo cerebelar superior, e a porção caudal é formada pelo pedúnculo cerebelar inferior. O pedúnculo cerebelar médio, embora seja o maior componente do feixe fibroso formado pela união dos três pedúnculos cerebelares, é separado da superfície ventricular pelas fibras dos pedúnculos cerebelares superior e inferior em sua superfície medial (Fig. 1.9). As fibras do pedúnculo cerebelar inferior ascendem no aspecto posterolateral no bulbo e, em seguida, voltam-se posteriormente, na porção inferomedial do feixe fibroso formado pela união dos três pedúnculos, revestindo a superfície ventricular da margem superior do recesso lateral e a parte inferior da parede lateral. As Rothon Parte III-Capítulo 1 11 fibras do pedúnculo cerebelar superior originam-se no núcleo denteado e ascendem media no pedúnculo cerebelar médio para formar a superfície ventricular da parte superior da parede lateral. A superfície cisternal (externa) das estruturas que formam a porção superior do teto também forma a parede anterior da fissura cerebelomesencefálica. Essa fissura, que se estende inferiormente entre o cerebelo e o mesencéfalo, possui a forma da letra V quando observada por cima (Figs. 1.3 e 1.4), e também recebe a denominação de fissura cerebelar pré-central. A metade dorsal do mesencéfalo acomoda-se nessa fissura, com o cerebelo formando sua margem externa; o ápice está situado posteriormente. A parede interna da fissura, que forma a superfície externa da porção superior do teto, é composta pela língula, pela superfície dorsal dos pedúnculos cerebelares superiores e pela superfície rostral dos pedúnculos cerebelares médios. A língula, uma fina e estreita extensão do verme, acomoda-se à superfície externa do véu medular superior. Os pedúnculos cerebelares superiores formam discretas proeminências longitudinais em cada lado da língula antes de desaparecer no mesencéfalo, abaixo dos colículos. A superfície rostral dos pedúnculos cerebelares médios parece envolver a margem caudal dos pedúnculos cerebelares superiores. Um sulco raso (sulco interpeduncular) marca a junção dos pedúnculos cerebelares superior e médio. O sulco interpeduncular é contínuo, anteriormente, com o sulco pontomesencefálico, que corresponde a um entalhe transverso situado entre a ponte e o mesencéfalo; superiormente, continua com o sulco mesencefálico lateral, uma fissura longitudinal situada dorsalmente ao pedúnculo cerebral. Os nervos trocleares originam-se na fissura cerebelomesencefálica, abaixo dos colículos inferiores, e cursam em direção anterior e lateral antes de sair pela parte anterior da fissura. A parede Rothon Parte III-Capítulo 1 12 externa da fissura cerebelomesencefálica é formada pelo cúlmen e pelo lóbulo central e suas asas. As estruturas neurais que separam as superfícies ventricular e cisternal da porção superior do teto são mais estreitas na área do véu medular superior e da língula, e mais espessas na área dos pedúnculos cerebelares. A porção rostral de cada parede lateral, formada apenas pelo pedúnculo cerebelar superior, é mais fina que a porção caudal, formada pela união dos três pedúnculos cerebelares. Parte inferior do teto e fissura cerebelobulbar A porção inferior do teto inclina-se agudamente em sentido ventral e discretamente caudal ao fastígio, até aderir-se às bordas inferolaterais do assoalho (Figs. 1.3-1.6). As superfícies ventricular e cisternal são formadas pelas mesmas estruturas (tela corióidea e véu medular inferior), exceto superiormente na linha média, onde a superfície ventricular é formada pelo nódulo, e a superfície cisternal pela úvula. O plexo corióideo se adere à superfície ventricular da tela corióidea. A superfície ventricular é dividida em uma parte cranial, formada pelo nódulo e pelo véu medular inferior, e uma parte caudal, formada pela tela corióidea. O véu medular inferior consiste em uma camada membranosa, correspondente ao remanescente da conexão entre o nódulo e os flóculos que formam o lobo floculonodular do cerebelo primitivo (14) (Figs. 1.8e 1.9). Trata-se de uma fina fita translúcida de tecido neural em forma de borboleta que se liga à superfície ventricular do nódulo medialmente, e que se estende lateralmente até o pólo superior da tonsila, do qual é separado por uma estreita extensão rostral da fissura cerebelobulbar. Funde-se à margem dorsal de cada recesso lateral e forma o pedúnculo de cada flóculo. O véu medular Rothon Parte III-Capítulo 1 13 inferior é contínuo com o véu medular superior ao nível do fastígio. Caudalmente, fixa-se à tela corióidea. A tela coriódea forma a parte caudal da porção inferior do teto e a parede inferior de cada recesso lateral (Figs. 1.5, 1.6 e 1.9). Consiste em duas membranas finas e semitransparentes, cada uma com espessura semelhante à da aracnóide, entre as quais se encontra uma camada vascular compostas pelas artérias e veias coriódeas. O plexo corióideo projeta-se, a partir da superfície ventricular da tela coriódea, para o interior do quarto ventrículo. A linha de adesão do véu medular inferior à tela corióidea (junção telovelar) estende-se do nódulo até cada um dos recessos laterais. A tela corióidea estende-se inferiormente a partir da junção telovelar, circunda o pólo superior de cada tonsila e, finalmente, fixa-se às bordas inferolaterais do assoalho ao longo de estreitas saliências esbranquiçadas, as tênias, que se unem no óbex. Cranialmente, as tênias curvam-se lateralmente sobre os pedúnculos cerebelares inferiores e passam horizontalmente ao longo das bordas inferiores de cada recesso lateral. A tela corióidea não circunda completamente a metade inferior do quarto ventrículo, possuindo três aberturas para o espaço subdural: um par de forames de Luschka, cada um localizado na margem externa dos recessos laterais; e o forame de Magendie, localizado na extremidade caudal do quarto ventrículo. A superfície cisternal (externa) da metade caudal do teto está intimamente relacionada com a fissura cerebelobulbar (Figs. 1.6, 1.8 e 1.9). Essa fissura é uma das mais complexas existentes em todo o encéfalo. A parede ventral da fissura é formada pela superfície posterior do bulbo, pelo véu medular inferior e pela tela corióidea. A parede dorsal da fissura é formada, na linha média, pela úvula e, lateralmente, pelas tonsilas e lóbulos biventres. Ela estende-se superiormente até o nível dos recessos laterais e, Rothon Parte III-Capítulo 1 14 em seguida, estabelece as seguintes comunicações: com a cisterna magna, ao redor dos pólos superiores das tonsilas; com o quarto ventrículo, através do forame de Magendie; e com as fissuras cerebelopontinas, ao redor dos forames de Luschka. O pólo rostral das tonsilas justapõe-se ao véu medular inferior, à tela corióidea e à parte peritonsilar da úvula e do lóbulo biventre, na parte superior da fissura (Figs. 1.3-1.6). A porção da fissura situada entre a tonsila, o véu medular inferior e a tela corióidea é denominada fenda telovelotonsilar, e a extensão superior desta fenda sobre o pólo superior da tonsila tem sido nomeada como fenda supratonsilar. RECESSO LATERAL E FISSURA CEREBELOPONTINA Os recessos laterais são bolsas curvadas e estreitas formadas pela união do teto e do assoalho. Estendem-se lateralmente, abaixo dos pedúnculos cerebelares, e se abrem nos ângulos pontocerebelares através dos forames de Luschka (Figs. 1.3, 1.5, 1.6 e 1.8). A parede ventral de cada recesso lateral é formada pela parte juncional do assoalho e do lábio rombóide, uma camada de tecido neural em forma de fita que se estende lateralmente a partir do assoalho, unindo-se à tela corióidea para formar uma bolsa na extremidade externa do recesso lateral. A parede rostral de cada recesso lateral é formada pelas margens caudais dos pedúnculos cerebelares. O pedúnculo cerebelar inferior cursa em sentido superior no assoalho, ventralmente ao recesso lateral, e, em seguida, curva-se posteriormente na parte mais inferior da ponte para formar a superfície ventricular da parede rostral. O pedúnculo do flóculo cursa na margem dorsal do recesso lateral, conectando o véu medular inferior com o flóculo. A parede caudal é formada pela tela corióidea ,que se estende da parte lateral das tênias até o pedúnculo do flóculo. O lóbulo biventre é dorsal ao recesso lateral. O flóculo está Rothon Parte III-Capítulo 1 15 situado superiormente à extremidade externa do recesso lateral. As raízes dos nervos glossofaríngeo e vago originam-se ventralmente ao recesso lateral, e o nervo facial origina-se rostralmente. As fibras do nervo vestibulococlear cruzam o assoalho do recesso. Cada recesso lateral comunica-se com o ângulo pontocerebelar ao longo da fissura cerebelopontina (Fig. 1.7). Essa fissura, em forma de V, é formada pela curvatura do hemisfério cerebelar ao redor da parte lateral da ponte e do pedúnculo cerebelar médio. Possui um braço superior, entre a metade rostral do pedúnculo cerebelar médio e a parte superior da superfície petrosa, e um braço inferior, situado entre a metade caudal do pedúnculo cerebelar médio e a parte inferior da superfície petrosa. O pedúnculo cerebelar médio preenche o intervalo entre os dois braços. O ápice da fissura está localizado lateralmente, no ponto em que os braços superior e inferior se encontram. A fissura petrosa estende-se lateralmente a partir desse ápice. O recesso lateral e o forame de Luschka abrem-se na parte medial do braço inferior. Outras estruturas localizadas ao longo do braço inferior são: o flóculo, o lábio rombóide, o plexo corióideo (que se projeta no forame de Luschka) e os nervos facial, vestibulococlear, glossofaríngeo e vago. O nervo trigêmeo origina-se na ponte, no braço superior da fissura. O braço superior da fissura cerebelopontina comunica-se com a parte lateral da fissura cerebelomesencefálica acima do nervo trigêmeo, e o braço inferior comunica-se com a parte lateral da fissura cerebelobulbar ao nível do recesso lateral. O flóculo projeta-se no ângulo pontocerebelar, na confluência das fissuras cerebelopontina e cerebelobulbar. Os nervos vestibulococlear e facial entram no tronco encefálico anterior e superiormente ao flóculo, e as fibras dos nervos glossofaríngeo e vago cruzam anterior e inferiormente a ele. Rothon Parte III-Capítulo 1 16 PLEXO CORIÓIDEO O plexo corióideo da fossa posterior é composto por duas franjas em forma de L invertido que se originam na superfície ventricular da tela corióidea e que estão localizados em cada lado da linha média (7) (Figs. 1.3 e 1.8). Os dois braços que margeiam o plano mediano representam os segmentos mediais. Os braços transversais que se originam das extremidades rostrais dos segmentos mediais correspondem aos segmentos laterais. A estrutura completa possui forma de um T, sendo seu braço vertical, no entanto, duplo. Os segmentos mediais estão localizados no teto, próximo à linha média, e os segmentos laterais estendem-se através dos recessos laterais e dos forames de Luschka até os ângulos pontocerebelares. Os segmentos mediais estendem-se desde o nódulo, anteriormente às tonsilas, até o nível do forame de Magendie. Cada segmento medial é subdividido em uma parte rostral ou nodular e uma parte caudal ou tonsilar. As partes nodulares são maiores em sua junção com os segmentos laterais. As partes tonsilares são anteriores às tonsilas e se estendem inferiormente através do forame de Magendie. As extremidades rostral e caudal dos segmentos mediais frequentemente estão fundidas. Os segmentos laterais formam uma franja orientada transversalmente, que se fixa à parte rostral dos segmentos mediais e se estende paralelamente à junção telovelar, através dos recessos laterais, até os ângulos pontocerebelares. Cada segmento lateral é subdividido em uma porção medial ou peduncular e uma porção lateral ou flocular. A porção peduncular forma uma franja estreita e contínua com a parte rostral do segmento medial, que se fixa à tela corióidea, cobrindo o recesso lateral inferiormente aos Rothon Parte III-Capítulo 1 17 pedúnculos cerebelares. A porção flocular é contínua com a parte peduncular na margem lateral dos pedúnculos cerebelares, e se projeta através do forame de Luschka até o ângulo pontocerebelar, abaixo do flóculo. TRONCO ENCEFÁLICO E ASSOALHO Tronco encefálico O tronco encefálico e o assoalho ventricular são estudados em conjunto pelo fato de o primeiro formar o assoalho do quarto ventrículo. O tronco encefálico é formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo (Figs. 1.7-1.9). O mesencéfalo consiste nos pedúnculos cerebrais, no tegmento e no teto, sendo separado, superiormente, do diencéfalo pelo sulco entre os tratos ópticos e os pedúnculos cerebrais; inferiormente, é separado da ponte pelo sulco pontomesencefálico. A fossa interpeduncular, depressão cuneiforme situada entre os pedúnculos cerebrais, possui a substância perfurada posterior em seu assoalho. As raízes do nervo oculomotor originam-se na profundidade da fossa interpeduncular e formam as paredes dessa fossa lateralmente à substância perfurada posterior. Uma pequena depressão, o forame cego superior, está localizada na parte caudal da fossa interpeduncular. O sulco pontomesencefálico projeta-se do forame cego superior, passa ao redor dos pedúnculos cerebrais e, finalmente, une-se ao sulco mesencefálico lateral, um sulco vertical situado entre o tegmento e o pedúnculo cerebral. O ventre da ponte é convexo de um lado ao outro e também no sentido crânio-caudal, sendo contínuo com o pedúnculo cerebelar médio nos dois lados. A ponte possui um sulco mediano raso ( sulco basilar) que se estende de sua borda superior até a inferior. A raiz posterior do nervo trigêmeo emerge da porção superior do pedúnculo cerebelar médio, logo abaixo do Rothon Parte III-Capítulo 1 18 ângulo anterior do cerebelo. Inferiormente, a ponte é delimitada com o bulbo pelo sulco bulbopontino, que se estende lateralmente desde o forame cego inferior (orifício na linha média) até a fosseta supraolivar (depressão rostral à oliva). As raízes dos nervos facial e vestibulococlear originam-se superiormente a essa fosseta, e as raízes dos nervos glossofaríngeo e vago originam-se dorsalmente a ela. A superfície anterior do bulbo é formada pelas pirâmides bulbares, justapostas ao clivo, à borda anterior do forame magno e à superfície posterior da parte rostral do processo odontóide (Figs. 1.7 e 1.8). Na linha média anterior, entre as pirâmides, o sulco mediano anterior divide o bulbo superior; esse sulco desaparece inferiormente, ao nível da decussação das pirâmides, mas reaparece inferiormente à decussação, sendo contínuo com a fissura mediana anterior da medula espinhal. A superfície lateral do bulbo é formada, predominantemente, pelas olivas inferiores, situadas lateralmente às pirâmides e destas separadas pelo sulco lateral anterior (pré-olivar). As radículas do nervo hipoglosso originam-se no sulco lateral anterior. A superfície lateral é limitada posteriormente pela saída das radículas dos nervos glossofaríngeo, vago e acessório, imediatamente atrás do sulco lateral posterior (pós-olivar), que cursa na margem dorsal da oliva e é contínuo, inferiormente, com o sulco lateral posterior a medula espinhal. O nervo abducente emerge do sulco bulbopontino, rostralmente às olivas. A superfície posterior do bulbo é dividida em duas partes, superior e inferior. A parte superior é formada, na linha média, pela metade inferior do assoalho do quarto ventrículo e, lateralmente, pelos pedúnculos cerebelares inferiores. Na linha média, a parte inferior da superfície posterior é dividida em duas metades pelo sulco mediano posterior; cada metade é formada pelo fascículo e tubérculo gráceis, medialmente, e pelo fascículo e tubérculo cuneiformes, Rothon Parte III-Capítulo 1 19 lateralmente. O sulco mediano posterior do bulbo, que separa os dois fascículos gráceis na linha média, termina superiormente, no óbex do quarto ventrículo; inferiormente, é contínuo com o sulco mediano posterior da medula espinhal. O sulco intermédio posterior, que separa os fascículos grácil e cuneiforme, é contínuo inferiormente com o sulco intermédio posterior da medula espinhal. A parte inferior do bulbo continua, indistintamente, com a parte superior da medula no nível das raízes de C1 (Figs. 1.5-1.7). Assoalho O assoalho possui forma rombóide (Fig. 1.9). O dois terços rostrais do assoalho são posteriores à ponte, e o seu terço inferior é posterior ao bulbo. Seu ápice superior fica ao nível do aqueduto cerebral; sua extremidade caudal, o óbex, está localizada no ponto mais rostral do remanescente do canal medular, anterior ao forame de Magendie; e seus ângulos laterais comunicam-se, através dos recessos laterais e forames de Luschka, com os ângulos pontocerebelares. Uma linha que conecta os orifícios dos recessos laterais está localizada ao nível da junção dos terços caudal e médio do assoalho e da junção da ponte com o bulbo. O assoalho é dividido em três partes: superior ou pontina; intermediária ou juncional; e inferior ou bulbar. A parte superior possui forma triangular: seu ápice está situado aqueduto cerebral; sua base é representada por uma linha imaginária que conecta a margem inferior dos pedúnculos cerebelares; e seus braços laterais são formados pelas superfícies mediais dos pedúnculos cerebrais. A parte intermediária corresponde à faixa situada entre a margem inferior dos pedúnculos cerebelares, e representa o local de união da tela corióidea às tênias, logo abaixo dos recessos laterais. Rothon Parte III-Capítulo 1 20 A parte intermediária estende-se aos recessos laterais. A parte inferior possui forma triangular e é limitada, lateralmente, pelas tênias que marcam as margens inferolaterais do assoalho. Sua extremidade caudal, o óbex, está situada anteriormente ao forame de Magendie. O sulco mediano divide o assoalho longitudinalmente em duas metades simétricas, desde o ápice até à extremidade caudal. O sulco limitante (outro sulco longitudinal) divide cada metade do assoalho em uma faixa mediana arqueada, denominada eminência mediana e que margeia a linha média, e uma região lateral denominada área vestibular. Cada eminência mediana, que corresponde à faixa entre o sulco mediano e o sulco limitante, contém, de cima para baixo: o colículo facial (proeminência arredondada relacionada ao nervo facial) e três áreas triangulares que encobrem os núcleos do hipoglosso e do vago e a área postrema. As três áreas triangulares são pareadas e estão dispostas ao longo do sulco mediano, conferindo à parte caudal do assoalho formato de pena ou de ponta de caneta-tinteiro; por esse motivo, essa área é denominada calamus scriptorius. Ao nível da ponte, a largura da eminência mediana é igual à da metade do assoalho e, desse modo, o sulco limitante corresponde ao limite lateral dessa parte do assoalho. O sulco limitante não é contínuo, sendo mais proeminente nas porções pontina e bulbar, onde se aprofunda em dois pontos para formar orifícios chamados fóveas; na parte juncional do assoalho, esse sulco é menos evidente. Um dos dois orifícios, a fóvea superior, está localizado na porção pontina do assoalho, e o outro, a fóvea inferior, está localizado na porção bulbar. No nível da fóvea soperior, a eminência mediana forma um engurgitamento alongado, o colículo facial, que encobre o núcleo do nervo abducente e o segmento ascendente da raiz do nervo facial. Na extremidade Rothon Parte III-Capítulo 1 21 rostral de cada sulco limitante, na margem lateral do assoalho, é possível observar uma área cinza-azulada, locus ceruleus, cuja coloração decorre do agrupamento de células nervosas pigmentadas. O trígono do hipoglosso é medial à fóvea anterior e encobre o núcleo do nervo hipoglosso. O trígono do vago, região triangular escura que encobre o núcleo dorsal do nervo vago, está situado caudalmente à fóvea inferior e entre o trígono do hipoglosso e a parte inferior da área vestibular. Uma elevação translúcida (funículo separativo) cruza a parte inferior do trígono do vago. A área postrema forma uma pequena área em forma de língua, situada entre o funículo separativo e o tubérculo grácil, no limite inferior da eminência mediana, imediatamente rostral ao óbex. A área vestibular, segmento do assoalho lateral à eminência mediana e ao sulco limitante, é mais ampla na parte intermediária do assoalho, onde forma uma elevação arredondada que se estende aos recessos laterais. Faixas brancas, as estrias medulares, projetam-se transversalmente a partir dos recessos laterais, cruzam o pedúnculo cerebelar inferior acima dos trígonos do hipoglosso, passam pela linha média, e, finalmente, desaparecem no sulco mediano. Os núcleos vestibulares estão encobertos pela área vestibular. O tubérculo auditivo, formado pelo núcleo coclear dorsal subjacente e pela porção coclear do nervo vestibulococlear, produz uma proeminência na parte lateral da área vestibular. RELAÇÕES VASCULARES Cada parede do quarto ventrículo possui relações arteriais importantes no que concerne às abordagens cirúrgicas da região: a artéria cerebelar superior está intimamente relacionada com a metade superior do teto; a artéria cerebelar inferior posterior está intimamente relacionada à metade Rothon Parte III-Capítulo 1 22 inferior do teto; a artéria cerebelar inferior anterior está intimamente relacionada ao recesso lateral e ao forame de Luschka; e as artérias basilar e vertebrais dão origem a muitos ramos perfurantes que alcançam o assoalho do quarto ventrículo (5,7,9,10,18,19) (Figs. 1.9 e 1.10). Os ramos corióideos da artéria cerebelar inferior anterior suprem a porção do plexo corióideo situada no ângulo pontocerebelar e na porção adjacente no recesso lateral, e a artéria cerebelar inferior posterior irriga o plexo corióideo do teto e da porção medial do recesso lateral (7). Não há veias de destaque dentro da cavidade do quarto ventrículo. As veias mais intimamente relacionadas ao quarto ventrículo são aquelas situadas nas fissuras entre o cerebelo e o tronco encefálico ou nos pedúnculos cerebelares(21). As veias da fissura cerebelomesencefálica e do pedúnculo cerebelar superior cursam na parte superior do teto; as veias da fissura cerebelobulbar e do pedúnculo cerebelar inferior drenam a metade inferior do teto; e as veias da fissura cerebelopontina e do pedúnculo cerebelar médio drenam a parede lateral e o ângulo pontocerebelar, ao redor do recesso lateral. Essas relações vasculares serão exploradas com mais detalhes nos próximos dois capítulos, relativos às artérias cerebelares e às veias da fossa posterior. DISCUSSÃO Efeitos das lesões neurais Os acessos cirúrgicos ao cerebelo e ao quarto ventrículo podem exigir a divisão do verme, a ressecção de parte do hemisfério, a remoção da tonsila, a abertura do véu medular inferior, a separação do tumor do assoalho e do teto, a dissecção na região dos pedúnculos cerebelares e dos núcleos cerebelares profundos e a retração ou remoção do flóculo. Horsley Rothon Parte III-Capítulo 1 23 demontrou que grandes quantidades de tecido cerebelar podem ser sacrificados com pouca ou nenhuma perda funcional demonstrável. Um acesso comum ao quarto ventrículo é obtido pela divisão do verme na superfície suboccipital, conforme propugnado por Dandy (3) e Kempe (15). Dandy afirmava que o verme poderia ser aberto em seu centro, permitindo acesso aos tumores do quarto ventrículo sem causar qualquer funcional, desde que o núcleo denteado fosse preservado (3). Pequenas lesões no verme não causam sintomas ou déficits, mas lesões maiores da úvula, do nódulo ou do flóculo, envolvendo fibras cerebelares relacionadas ao sistema vestibular, causam distúrbios no equilíbrio caracterizados por ataxia de tronco, marcha cambaleante e oscilação da cabeça e do tronco ao assumir posição ereta, sem ataxia durante os movimentos voluntários das extremidades (8, 11, 12,16). As lesões das projeções vestibulares do tronco encefálico ao lobo floculonodular também causam nistagmo multidirecional. O mutismo cerebelar representa uma complicação transitória que pode aparecer após a remoção dos tumores cerebelares, usualmente em crianças; caracteriza-se pela ausência de fala em um paciente acordado e com compreensão verbal intacta: eventualmente, há apraxia orofaríngea associada (2, 4, 24). Embora o substrato anatômico exato do mutismo até hoje não tenha sido esclarecido, a maioria dos casos ocorre após a remoção dos tumores situados na linha média, que envolvem o verme (2, 4, 24, 26). A parte inferior do verme, incluindo a pirâmide, a úvula e o nódulo, tem sido implicada como fonte desse quadro clínico. Às vezes, é necessária a ressecção de parte do hemisfério para a abordagem das lesões da parte lateral do teto ou do recesso lateral do quarto ventrículo. Frazier publicou o relato de um caso em que ressecou a parte lateral de um hemisfério sem produzir seqüelas permanentes (6). A Rothon Parte III-Capítulo 1 24 ressecção unilateral da porção do hemisfério cerebelar lateral ao núcleo denteado resulta em ataxia para movimentos voluntários, hipotonia e disdiadococinesia nos membros ipsilaterais, com erros na medida, na amplitude, na direção a na força do movimento, geralmente transitórios (8, 11, 12, 16). Quando a ressecção envolve o núcleo denteado, esses distúrbios são mais intensos e duradouros, e, habitualmente, associam-se a tremor de intenção durante os movimentos voluntários das extremidades. Nas abordagens cirúrgicas da porção caudal do teto, deve-se lembrar que os núcleos denteados estão localizados logo acima do pólo superior das tonsilas, envolvendo o recesso superolateral do ventrículo, próximo ao véu medular inferior. Quando a ressecção se estende para a porção paravermiana do hemisfério cerebelar, é comum o desenvolvimento de disartria, mais freqüente nas lesões do hemisfério esquerdo do que nas lesões do verme ou do hemisfério direito (17). O nistagmo que habitualmente ocorre nas lesões hemisféricas manifesta-se pelo deslocamento da posição de retorno dos olhos 10 a 30 graus para o lado não afetado, havendo maior oscilação quando o paciente olha para o lado da lesão. Quando há lesão do verme ou extensão da lesão para o hemisfério contralateral associada, os sintomas são pronunciados do nas lesões hemisféricas unilaterais, havendo maior associação com distúrbios da postura, da marcha e da fala. As lesões da parte anterior da superfície tentorial resultam em hipertonia da musculatura envolvida na manutenção da postura ereta. Quando a metade lateral dessa área é lesada, a hipertonia predomina nos membros ipsilaterais. Todos os pedúnculos cerebelares convergem para a parede lateral e para o teto, regiões em que podem aí serem lesados. Os pedúnculos cerebelares superior e inferior estão mais sujeitos a lesões durante os procedimentos que envolvem o ventrículo, pois estão diretamente Rothon Parte III-Capítulo 1 25 relacionados à superfície ventricular; o pedúnculo cerebelar médio é mais suscetível a lesões nos procedimentos realizados próximo à parede externa (como aqueles realizados no ângulo pontocerebelar), pois forma a maior parte da superfície cisternal da parede ventricular. As lesões do pedúnculo cerebelar médio causam ataxia e dismetria durante os movimentos voluntários das extremidades ipsilaterais, com hipotonia semelhante àquela produzida pela lesão da parte lateral do hemisfério. As lesões do pedúnculo cerebelar superior causam tremor de intenção, dismetria e decomposição de movimentos graves no mesmo lado. No entanto, a síndrome é discreta e tende a regredir rapidamente quando a secção do pedúnculo é parcial. A secção do pedúnculo cerebelar inferior produz alterações do equilíbrio semelhantes ao produzido pela ablação do lobo floculonodular, caracterizado por ataxia de tronco e marcha cambaleante. As conseqüências da remoção ou da manipulação delicada dos tumores que se aderem ao assoalho do quarto ventrículo incluem: hipotensão arterial intra-operatória, apnéia e/ou aumento da freqüência respiratória e, no pós-operatório, diplopia, distúrbios da fala e da deglutição e redução do reflexo de , que pode se associar a sangramento gastrintestinal, pneumonia por aspiração e distúrbios hidroeletrolíticos (1). Acesso telovelar ao quarto ventrículo As lesões situadas no quarto ventrículo impõem um desafio especial aos neurocirurgiões, em função dos graves déficits neurológicos que podem se seguir às lesões das estruturas que formam as paredes e o assoalho ventriculares. No passado, o acesso cirúrgico ao quarto ventrículo era obtido dividindo-se o verme cerebelar ou removendo-se parte de um dos hemisférios (1, 3, 15). No entanto, pelo exame das fendas e as paredes da Rothon Parte III-Capítulo 1 26 fissura cerebelobulbar, concluímos que, na maioria dos casos, a abertura exclusiva da tela corióidea oferece exposição ventricular adequada, sem a necessidade de divisão do verme (20, 22, 23) (Fig. 1-10). Quando a abertura da tela corióidea não oferece exposição adequada, o véu medular inferior, outra camada extremamente fina, também pode ser aberto, evitando-se, assim, o verme do cerebelo. A abertura exclusiva da tela corióidea do quarto ventrículo propicia acesso a toda a extensão do assoalho e a toda a cavidade ventricular, à exceção, possivelmente, do fastígio, do recesso superolateral e da metade superior do teto. A abertura do véu medular inferior permite o acesso a essas últimas áreas e à metade superior do teto, enquanto a abertura da tela lateralmente, até os forames de Luschka, abre os recessos laterais e expões as superfícies pedunculares que margeiam os recessos. Os tumores situados no quarto ventrículo podem distender e adelgaçar essas duas membranas semitranslúcidas, o que pode fazer com que o cirurgião não perceba que elas estão sendo abertas durante o acesso ao tumor. Embora não haja relatos de déficits após abertura isolada da tela corióidea e do véu, as outras estruturas expostas nas paredes ventriculares podem produzir os déficits janteriormente mencionados: núcleo denteado, pedúnculos cerebelares, assoalho do quarto ventrículo e artéria cerebelar inferior posterior. Durante as abordagens da porção caudal do teto do quarto ventrículo, deve-se lembrar que o núcleo denteado está localizado logo acima do pólo superior das tonsilas, subjacente aos tubérculos denteados da porção posterolateral do teto, onde envolvem os recessos superolaterais, próximo às bordas laterais do véu medular inferior (Figs. 1.9 e 1.10). Todos os pedúnculos cerebelares convergem na parede lateral e no teto, onde podem ser lesados. O pedúnculo cerebelar superior é mais vulnerável durante as abordagens das lesões que envolvem a porção superior do teto, acima do nível dos tubérculos denteados; os pedúnculos inferiores são mais Rothon Parte III-Capítulo 1 27 suscetíveis a lesões durante a exposição das lesões situadas nos recessos laterais; e o pedúnculo cerebelar médio está sujeito a lesões nos procedimentos realizados próximo à parede externa da metade superior do teto (como aqueles no ângulo pontocerebelar), já que o pedúnculo médio forma a maior parte da superfície cisternal da parede ventricular. As conseqüências da remoção ou mesmo da manipulação delicada dos tumores que estão aderidos ao assoalho do quarto ventrículo já foram revisãos. A artéria cerebelar inferior posterior é exposta, com freqüência, nos acessos realizados através da tela corióidea ou do véu medular inferior, embora raramente seja ocluída durante os acessos cirúrgicos ao quarto ventrículo. A oclusão dos ramos da artéria cerebelar inferior posterior, distalmente aos ramos bulbares, no teto do quarto ventrículo, embora evite o infarto bulbar, produz uma síndrome semelhante à labirintite, caracterizada por vertigem rotatória, náuseas, vômitos, incapacidade para postar-se de pé ou andar sem ajuda e nistagmo sem dismetria apendicular (11). O tronco principal da artéria cerebelar inferior anterior raramente é exposto nas aberturas da fissura cerebelobulbar, mas pode enviar ramos corióideos para a tela corióidea e para o plexo corióideo dos recessos laterais. Rothon Parte III-Capítulo 1 28 FIGURA 1.1. A, visão superior da fossa craniana posterior. As paredes ósseas da fossa posterior são formadas pelos ossos temporal, occipital e esfenóide. A fossa é limitada, anteriormente, pelo dorso da sela, pela porção posterior do osso esfenóide e pela porção clival do osso occipital; posteriormente, pela parte inferior da porção escamosa do osso occipital; e, de cada lado, pelas porções petrosa e mastóidea do osso temporal e pela parte lateral do osso occipital. Uma pequena parte situada acima do osso temporal é formada pelo ângulo inferior do osso parietal. B, nervos e artérias da fossa posterior. Apenas 2 dos 12 pares de nervos cranianos cursam inteiramente fora da fossa posterior. A tenda do cerebelo, que se fixa nas cristas petrosas, forma o teto da fossa posterior. A., artéria; Ac., acústico; A.I.C.A., artéria cerebelar inferior anterior; Bas., basilar; CN, nervo craniano; For., forame; Int., interno; Jug., jugular; Occip., occipital; P.C.A, Rothon Parte III-Capítulo 1 29 artéria cerebral posterior; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior; S.C.A., artéria cerebelar superior; Temp., temporal; Tent., tentorial; Vert., vertebral. FIGURA 1.2. Superfícies tentorial, suboccipital e petrosa. A, a superfície tentorial relaciona-se com a superfície inferior da tenda do cerebelo. O verme anterior corresponde à porção mais superior da superfície tentorial. Rothon Parte III-Capítulo 1 30 Essa superfície inclina-se para baixo, na direção de suas margens posterior e laterais. As subdivisões do verme nessa superfície possuem posição superior à de seus respectivos hemisférios. A nomenclatura clássica aplicada às subdivisões do verme e dos hemisférios na superfície tentorial está listada à direita, e a nomenclatura que utilizamos, simplificada, está listada à esquerda. O cúlmen e os lóbulos quadrangulares correspondem à parte anterior da superfície tentorial, e o declive, os lóbulos simples e parte dos lóbulos semilunares superiores correspondem à porção posterior da superfície tentorial. A fissura que separa a superfície tentorial em duas metades, anterior e posterior, é referida como fissura tentorial em nossa nomenclatura, mas é denominada fissura primária na nomenclatura mais antiga. Essa fissura separa a superfície hemisférica em dois lóbulos (quadrangular e simples) e o verme em duas porções (declive e cúlmen). A porção anterior da superfície superior do cerebelo circunda a metade posterior do mesencéfalo, formando a fissura cerebelomesencefálica. B, superfície suboccipital. A superfície suboccipital está localizada abaixo e entre os seios sigmóideos e transversos, e corresponde à superfície exposta nas craniectomias suboccipitais bilaterais amplas. A nomenclatura clássica aplicada a essa superfície é mostrada à direita, e nossa nomenclatura, simplificada, está à esquerda. O verme repousa em uma grande depressão mediana, a incisura cerebelar posterior, situada entre os hemisférios cerebelares. Segundo a nomenclatura clássica, as porções do verme situadas dentro da incisura são, de cima para baixo: a folha, o túber, a pirâmide e a úvula. As porções da superfície hemisférica são, de cima para baixo: os lóbulos semilunares superiores e inferiores, os lóbulos biventres e as tonsilas. Esses lóbulos estendem-se além da superfície suboccipital, alcançando as outras superfícies do cerebelo. As fissuras pré-biventrais, Rothon Parte III-Capítulo 1 31 situadas entre os lóbulos semilunares inferiores e os biventres, separam os hemisférios em duas partes, superior e inferior; a fissura pré-piramidal, situada entre a pirâmide e o túber, também separa o verme em duas partes, superior e inferior. Nós denominamos a união das fissuras pré-biventral e pré-piramidal, que dividem a superfície suboccipital em duas partes (superior e inferior) de fissura suboccipital. De baixo para cima, as estruturas correspondentes ao verme e aos hemisférios são: a úvula e as tonsilas; a pirâmide e os lóbulos biventre; o túber e os lóbulos semilunares inferiores, e a folha do verme e os lóbulos semilunares superiores. A fissura petrosa (horizontal), fissura mais proeminente da superfície petrosa, estende-se até a superfície suboccipital e divide a metade superior da superfície suboccipital em dois lóbulos semilunares, superior e inferior. A fissura cerebelobulbar estende-se superiormente entre o cerebelo e o bulbo. C, superfície petrosa. A superfície petrosa está voltada para frente, em direção ao osso temporal petroso, devendo ser retraída para a exposição cirúrgica do ângulo pontocerebelar. A nomenclatura clássica aplicada a essa superfície encontrase à direita, e nossa nomenclatura simplificada está à esquerda. A fissura petrosa divide a superfície petrosa em duas partes, superior e inferior. A parte superior é formada pelos lóbulos quadrangular e simples, e por uma pequena parte do lóbulo semilunar superior. A parte inferior é formada pelos lóbulos semilunar inferior e biventre, e pela tonsila. As fissuras cerebelopontinas são fissuras em forma de V formadas na região em que o cerebelo envolve a ponte e o pedúnculo cerebelar médio. Essas fissuras possuem dois segmentos (braços superior e um inferior), que se encontram no ápice lateral. A fissura petrosa estende-se lateralmente, do ápice até as fissuras cerebelopontinas. Ant, anterior; Cer.Med., cerbelobulbar; Cer.Pon., cerebelopontina; CN, nervo craniano; Fiss., fissura; Horiz., horizontal; Inf., Rothon Parte III-Capítulo 1 32 inferior; Pet., petrosa; Post., posterior; Quad., quadrangular; Suboccip., suboccipital; Sup., superior; Tent., tentorial. FIGURA 1.3. Superfície tentorial e fissura cerebelomesencefálica. A, a superfície tentorial justapõe-se à tenda do cerebelo, que foi removida. Essa superfície direciona-se para baixo, desde seu o ápice até as suas margens laterais e posterior. A porção superior da superfície tentorial circunda a metade posterior do mesencéfalo e forma o lábio posterior da fissura cerebelomesencefálica. A incisura cerebelar anterior, fenda em que o tronco Rothon Parte III-Capítulo 1 33 encefálico se acomoda à porção anterior da superfície tentorial, está localizada anteriormente, e a incisura cerebelar posterior, fenda através da qual a foice do cerebelo se justapõe ao cerebelo, está localizada posteriormente. B, visão ampliada da fissura cerebelomesencefálica, que se estende para baixo entre o mesencéfalo e o cerebelo. A parte superficial do lábio posterior é formada pelo cúlmen, na linha média, e pelo lóbulo quadrangular, lateralmente. A cisterna quadrigeminal estende-se caudalmente desde a pineal até a fissura cerebelomesencefálica. C, o cúlmen foi removido para expor o lóbulo central e suas asas, que formam parte do lábio posterior da fissura cerebelomesencefálica. D, o lóbulo central e suas asas, a língula, o véu medular superior e a parte medial dos pedúnculos cerebelares superiores foram removidos para expor o quarto ventrículo. A metade inferior do teto é formada na linha média pelo nódulo e, lateralmente, pelo véu medular inferior, que passa lateralmente acima das tonsilas, das quais é separado pela fissura cerebelobulbar. E, parte do pedúnculo cerebelar médio foi removida para expor o plexo corióideo estendendo-se através do recesso lateral até o ângulo pontocerebelar, abaixo dos nervos facial e vestibulococlear. F, visão oblíqua da metade inferior do teto, formada pelo véu medular inferior e pela tela corióidea, a partir da qual o plexo corióideo se origina. O véu medular inferior origina-se da superfície do nódulo e estende-se lateralmente para se unir ao flóculo e, com este e o nódulo, formar o lobo floculonodular do cerebelo. A.I.C.A., artéria cerebelar inferior anterior; Cent., central; Cer., cerebelar; Cer.Mes., cerebelomesencefálica; Cor., corióideo; CN, nervo craniano; Col., colículo; Dent., denteado; Fiss., fissura; Floc., flóculo; Inf., inferior; Lat., lateral; Mid., médio; Med., bulbar, mediano; Nucl., núcleo; Ped., pedúnculo; Plex., Rothon Parte III-Capítulo 1 34 plexo; Post., posterior; Quad., quadrangular; Sulc., sulco; Sup., superior; Tent., tentorial; Vel., véu; Vent., ventrículo. FIGURA 1.4. Superfície tentorial e fissura cerebelomesencefálica. A, a superfície tentorial do cerebelo está voltada para a tenda e direciona-se para baixo a partir de seu ápice, localizado abaixo do ápice da tenda. A fissura cerebelomesencefálica estende-se para frente entre o cerebelo e o mesencéfalo. Essa superfície, cuja porção mais alta é representada pelo Rothon Parte III-Capítulo 1 35 verme, distingue-se da superfície suboccipital pelo fato de o verme dobrar-se em uma fenda profunda, a incisura, entre os hemisférios cerebelares. O seio reto e a borda da tenda foram preservados. A artéria cerebelar superior deixa a fissura cerebelomesencefálica e irriga a superfície tentorial. B, a metade direita do lábio posterior da fissura cerebelomesencefálica foi removida. A parede anterior da fissura é formada, na linha média, pela lâmina colicular e pela língula e, lateralmente, pelos pedúnculos cerebelares superiores. O pedúnculo cerebelar médio envolve a superfície lateral do pedúnculo superior. O nervo troclear origina-se abaixo do colículo inferior. C, a metade direita da língula e o véu medular superior foram removidos para expor o quarto ventrículo. Substância branca adicional foi removida abaixo do pedúnculo superior direito para expor o núcleo denteado, a partir do qual as fibras do pedúnculo superior se originam. D, visão ampliada. O núcleo denteado parece envolver o pólo rostral da tonsila. E, visão oblíqua do quarto ventrículo. Foi removido cerebelo adicional para expor o nódulo e o pólo rostral da tonsila. O núcleo denteado envolve o pólo rostral da tonsila. A metade superior do teto é formada pelo véu medular superior, cuja superfície externa é sobreposta pela língula. A parte superior da metade inferior do teto é formada, na linha média, pelo nódulo e, lateralmente, pelo véu medular inferior. O véu medular inferior, membrana quase transparente, estende-se lateralmente através do pólo superior da tonsila. F, a metade esquerda da parte superior do teto foi removida. O véu origina-se no nódulo e se estende lateralmente sobre ambas as tonsilas. A artéria cerebelar superior cursa na fissura cerebelomesencefálica. A.I.C.A., artéria cerebelar inferior anterior; Cer.Med., cerebelobulbar; Cor., corióideo; CN, nervo craniano; Coll., colículo; Dent., denteado; Fiss., fissura; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., bulbar; Mid., médio; Nucl., núcleo; Ped., pedúnculo; S.C.A., Rothon Parte III-Capítulo 1 36 artéria cerebelar superior; Str., reto; Sup., superior; Tent., tentorial; Vel., véu; Vent., ventrículo. FIGURA 1.5. Superfície suboccipital do cerebelo e fissura cerebelobulbar. A, a superfície suboccipital está localizada abaixo e entre os seios sigmóideos e transversos e é a superfície exposta nas craniectomias suboccipitais bilaterais amplas. O verme está localizado em uma depressão situada entre os hemisférios, a incisura cerebelar posterior. A fissura cerebelobulbar estende-se superiormente entre o cerebelo e o bulbo, ao longo da metade inferior do teto do ventrículo. A valécula estende-se para Rothon Parte III-Capítulo 1 37 cima entre as tonsilas e se comunica com o quarto ventrículo através do forame de Magendie. A artéria cerebelar inferior posterior irriga a superfície suboccipital. B, visão ampliada. A porção inferiores do verme situada atrás do ventrículo é formada pela pirâmide e pela úvula. C, a tonsila direita foi removida para expor a porção inferior do teto, formada pelo véu medular inferior e pela tela corióidea. O nódulo, de onde se origina o véu, está oculto à frente da úvula. A úvula projeta-se para baixo entre as tonsilas, da mesma forma que ocorre na orofaringe. O plexo corióideo origina-se na superfície interna da tela e estende-se através do forame de Luschka, atrás dos nervos glossofaríngeo e vago. O véu medular inferior origina-se na superfície do nódulo, cobre o pólo superior das tonsilas e se fixa ao flóculo, lateralmente. D, ambas as tonsilas foram removidas para expor o véu medular inferior e a tela corióidea bilateralmente. A junção telovelar consiste na junção entre o véu e a tela. A fissura cerebelobulbar estende-se superiormente entre o pólo rostral da tonsila, de um lado, e a tela corióidea e o véu medular inferior, do outro lado. O segmento da artéria cerebelar inferior posterior que passa através dessa fenda é referido como segmento telovelar. O lábio rombóide consiste em uma camada de tecido neural em forma de lençol que se adere à margem lateral do assoalho ventricular, estendendo-se posteriormente aos nervos glossofaríngeo e vago e se unindo à tela corióidea para formar uma bolsa na extremidade externa do recesso lateral. E, a metade direita da tela foi removida para expor o ventrículo e o recesso lateral. O véu medular inferior estende-se lateralmente para formar um pedúnculo, o pedúnculo do flóculo, que se liga ao flóculo na margem externa do recesso lateral. F, a tela foi removida bilateralmente. A parede lateral da metade superior do ventrículo é formada pelos pedúnculos cerebelares superiores. Os pedúnculos cerebelares inferiores ascendem ao longo do aspecto dorsolateral Rothon Parte III-Capítulo 1 38 bulbo e formam as margens anterior e rostral do recesso lateral. Cer.Med., cerebelobulbar; Cor., corióideo; CN, nervo craniano; Fiss., fissura; Flocc., flóculo; For., forame; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., bulbar; Ped., pedúnculo; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior; Plex., plexo; Suboccip., suboccipital; Sup., superior; Telovel., telovelar; Vel., véu. FIGURA 1.6. Superfície suboccipital e fissura cerebelobulbar. A, a fissura cerebelobulbar estende-se para cima entre as tonsilas e o bulbo. Ambas as tonsilas foram removidas seccionando-se o pedúnculo da tonsila. A remoção da tonsila expõe o véu medular inferior e a tela corióidea, que formam a porçãoinferior do teto do ventrículo. O pedúnculo cerebelar inferior ascende ao longo do aspecto posterolateral do bulbo. O plexo corióideo origina-se na superfície interna da tela corióidea. As tênias correspondem ao ponto de fixação da tela corióidea às margens inferolaterais do quarto ventrículo. A Rothon Parte III-Capítulo 1 39 junção telovelar consiste no ponto em que o véu medular inferior se fixa à tela corióidea. O nódulo, do qual se origina o véu medular inferior, está oculto profundamente à úvula. B, a tela, da qual se origina o plexo corióideo, foi removida para expor ambos os recessos laterais. O pedúnculo cerebelar superior forma a parede lateral da metade superior do ventrículo. O pedúnculo cerebelar inferior forma as margens superior e anterior do recesso lateral. O pedúnculo cerebelar médio, que forma uma grande proeminência na superfície lateral da ponte, é separado da superfície ventricular pelos pedúnculos superior e inferior. C, superfície lateral da tonsila esquerda. Todas as superfícies da tonsila, exceto por sua margem superolateral, são superfícies livres. O pedúnculo da tonsila, localizado ao longo de sua margem superolateral, conecta a tonsila ao restante do cerebelo. A superfície posterior da tonsila justapõe-se à cisterna magna. A superfície medial justapõe-se à outra tonsila. A superfície anterior justapõe-se ao aspecto posterior do bulbo. O pólo rostral justapõe-se ao véu medular inferior e à tela corióidea. A superfície lateral situada abaixo do pedúnculo da tonsila justapõe-se ao lóbulo biventre. Bivent., biventre; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., bulbar; Ped., pedúnculo; Post., posterior; Rost., rostral; Sup., superior; Telovel., telovelar; Vel., véu. Rothon Parte III-Capítulo 1 40 FIGURA 1.7. Tronco encefálico, superfície petrosa do cerebelo e fissura cerebelopontina. A, visão oblíqua. A superfície petrosa do cerebelo está voltada, anteriormente, para o osso petroso, e corresponde à superfície retraída para a expor o ângulo pontocerebelar. A fissura cerebelopontina, também referida como ângulo pontocerebelar, possui configuração de V, sendo formada na região em que o cerebelo envolve a ponte e o pedúnculo cerebelar médio. Os braços superior e inferior encontram-se lateralmente no ápice, localizado na extremidade anterior da fissura petrosa e que divide a superfície petrosa em duas partes, superior e inferior. O quinto ao décimoprimeiro nervos cranianos originam-se a partir das margens da fissura cerebelopontina. O flóculo e o plexo corióideo estendem-se lateralmente a partir do forame de Magendie, cursanso acima do braço inferior da fissura. O sulco basilar consiste em uma depressão longitudinal rasa situada na superfície anterior da ponte, que acomoda a artéria basilar. B, visão ampliada. A fissura petrosa estende-se lateralmente a partir do ápice da Rothon Parte III-Capítulo 1 41 fissura cerebelopontina. O nervo abducente origina-se no aspecto medial do sulco bulbopontino, rostralmente às pirâmides. Os nervos facial e vestibulococlear originam-se logo acima do forame de Luschka, próximo ao flóculo, na extremidade lateral do sulco bulbopontino. O nervo hipoglosso origina-se anteriormente às olivas, e os nervos glossofaríngeo, vago e acessório originam-se posteriormente a estas. O plexo corióideo projeta-se através do forame de Luschka, atrás dos nervos glossofaríngeo e vago. C, visão ampliada do tronco encefálico e outro espécime. Os nervos facial e vestibulococlear se unem ao tronco encefálico 2 ou 3 mm acima do nervo glossofaríngeo, em uma linha imaginária dorsal à oliva e que se estende ao longo da origem das radículas dos nervos glossofaríngeo, vago e acessório. O lábio rombóide, fina membrana neural situada na margem ventral do recesso lateral, estende-se lateralmente atrás dos nervos glossofaríngeo, vago e acessório, acompanhando o plexo corióideo. D, visão ampliada da fissura cerebelopontina de outro espécime. O ângulo pontocerebelar corresponde à área situada entre os braços superior e inferior da fissura cerebelopontina. Os nervos glossofaríngeo, vago e acessório originam-se próximo ao braço inferior, dorsalmente à oliva e anteriormente ao plexo corióideo que se se projeta através do forame de Luschka. Os nervos facial e vestibulococlear originam-se na porção média da fissura, e o nervo trigêmeo origina-se próximo ao braço superior da fissura. As radículas do nervo hipoglosso originam-se em frente à oliva e às radículas cranianas do nervo acessório. Bas., basilar; Cer.Pon, pontocerebelar; Chor., corióideo; CN, nervo craniano; Fiss., fissura; Flocc., flóculo; For., forame; Inf., inferior; Mid., médio; Ped., pedúnculo; Pet., petrosa; Plex., plexo; Sup., superior. Rothon Parte III-Capítulo 1 42 FIGURA1.8. A-F. Tronco encefálico, quarto ventrículo e superfície petrosa do cerebelo. Etapas da exposição anterior. A, a superfície petrosa justapõe-se à superfície posterior do osso temporal. O quarto ventrículo está localizado atrás da ponte e do bulbo. O mesencéfalo e a ponte são separados pelo sulco pontomesencefálico, enquanto a ponte e o bulbo são separados pelo sulco bulbopontino. Os nervos trigêmeos originam-se da porção média da ponte. O nervo abducente origina-se a partir do segmento medial do sulco bulbopontino, imediatamente acima do forame de Luschka. Os nervos hipoglossos originam-se anteriormente às olivas, e os nervos glossofaríngeo, Rothon Parte III-Capítulo 1 43 vago e acessório originam-se posteriormente a estas. O plexo corióideo projeta-se pelo forame de Luschka, cursando atrás dos nervos glossofaríngeo e vago. B, ângulo pontocerebelar direito após a remoção de parte do bulbo. O forame de Luschka abre-se no ângulo pontocerebelar abaixo da junção dos nervos facial e vestibulococlear, junto com a extremidade lateral do sulco bulbopontino. O plexo corióideo projeta-se, a partir do recesso lateral, através do forame de Luschka, atrás dos nervos glossofaríngeo, vago e acessório. A fissura cerebelopontina, com formato de V, é formada pelo cerebelo quando este envolve a ponte e o pedúnculo cerebelar médio; essa fissura possui dois segmentos (braços superior e inferior), que delimitam as margens do ângulo pontocerebelar. O braço superior estende-se acima do nervo trigêmeo, ao passo que o braço inferior passa abaixo do flóculo e dos nervos que percorrem o forame jugular. C, as porções da ponte e do bulbo que formam a metade esquerda do assoalho do ventrículo foram removidas para expor o fastígio, que divide o teto do ventrículo em duas partes, superior e inferior. D, a metade direita da ponte foi removida para expor a metade superior do teto. A parte superior do teto é formada pelo véu medular superior. A parte rostral da metade inferior do teto é formada pelo nódulo e pelo véu medular inferior, e a parte caudal é formada pela tela corióidea, fina membrana semelhante à aracnóide e ponto de origem do plexo corióideo. E, a fissura cerebelopontina possui dois segmentos (braços superior e inferior), que se unem no ápice lateral localizado na extremidade medial da fissura petrosa, também referida como fissura horizontal, que divide a superfície petrosa em duas metades, superior e inferior. A junção da ponte e do bulbo, que forma a parede anterior do recesso lateral esquerdo, foi removida para expor o plexo corióideo projetando-se lateralmente através do forame de Luschka até o ângulo pontocerebelar, abaixo do flóculo. Cer.Pon., Rothon Parte III-Capítulo 1 44 pontocerebelar; Chor., corióideo; CN, nervo craniano; Fiss., fissura; Flocc., flóculo; For., forame; Inf.,inferior; Lat., lateral; Mid., médio; Ped., pedúnculo; Pet., petrosa; Plex., plexo; Pon.Med, pontobulbar; Pon.Mes., pontomesencefálica; Seg., segmento; Sulc., sulco; Sup.,superior; Vel., véu. FIGURA 1.8. G-J. Tronco encefálico, quarto ventrículo e superfície petrosa do cerebelo. G, a metade esquerda do bulbo foi removida. A metade superior do teto é formada pelo véu medular superior, à cuja superfície externa a língula do verme se fixa. A metade inferior do teto é formada pelo véu medular inferior, que se origina na superfície do nódulo, e pela tela corióidea, da qual se origina o plexo corióideo. Este é formado por duas franjas em forma de L, cada uma com dois segmentos, medial e lateral. O segmento lateral estende-se lateralmente através dos forames de Luschka, e o segmento medial estende-se longitudinalmente através do forame de Magendie. H, as metades direitas da tela corióidea e do plexo corióideo foram removidas para expor o pólo superior da tonsila. I, a tonsila cerebelar Rothon Parte III-Capítulo 1 45 direita foi removida. Todas as superfícies das tonsilas são livres, exceto por sua margem superolateral, ponto em que o pedúnculo tonsilar (faixa de substância branca), que conecta a tonsila ao restante do cerebelo. O véu medular inferior consiste em uma fina camada membranosa de tecido neural que se origina no nódulo e se estende lateralmente acima do pólo rostral da tonsila para se fixar ao flóculo e formar o lobo floculonodular do cerebelo. A alça superior da artéria cerebelar inferior posterior cursa entre o pólo rostral da tonsila e o véu medular inferior. J, ambas as tonsilas foram removidas. O véu medular inferior estende-se lateralmente a partir da superfície do nódulo. Rothon Parte III-Capítulo 1 46 FIGURA 1.9. A-F. Visões posteriores. Etapas da dissecção, mostrando as relações do véu medular inferior, do núcleo denteado, da tonsila e das fissuras cerebelobulbar e cerebelomesencefálica. A, as artérias cerebelares inferiores posteriores circundam o aspecto posterior do bulbo para alcançar a margem inferior da fissura cerebelobulbar. A artéria cerebelar inferior posterior esquerda cursa ao redor do pólo inferior da tonsila. A artéria cerebelar inferior posterior direita projeta-se inferiormente, logo abaixo da tonsila, até o forame magno, antes de ascender na superfície medial da tonsila. B, as artérias cerebelares inferiores posteriores ascendem entre as tonsilas e o bulbo para alcançar o intervalo existente entre a tonsila e a úvula, onde vão irrigar a superfície suboccipital. C, o segmento bulbar posterior da artéria cerebelar inferior posterior direita divide-se em um tronco medial, que irriga o verme e a área paravermiana, e em um tronco lateral, que irriga o hemisfério cerebelar. D, o cerebelo foi seccionado no plano coronal oblíquo para mostrar a relação do pólo rostral da tonsila com o véu medular inferior e com o núcleo denteado. O núcleo denteado está localizado acima da porção posterolateral do teto do ventrículo, próximo ao fastígio, onde envolve a tonsila e é separado desta pelo véu medular inferior. A tonsila esquerda foi removida, ao passo que a metade esquerda do véu medular inferior foi preservada. As artérias cerebelares superiores percorrem a fissura cerebelomesencefálica. A artéria cerebelar inferior posterior cursa entre as paredes da fissura cerebelobulbar, constituída, acima, pelo véu medular inferior e, abaixo, pelo pólo superior da tonsila. E, ambas as tonsilas foram removidas. As artérias cerebelares inferiores posteriores ascendem através da fenda entre o véu medular inferior e o pólo rostral da tonsila. F, a porção superior do teto do ventrículo foi removida, e o nódulo e o véu medular inferior foram rebatidos para baixo para expor o assoalho. A., Rothon Parte III-Capítulo 1 47 artéria; Cer.Med., cerebelobulbar; Cer.Mes., cerebelomesencefálica; CN, nervo craniano; Dent., denteado; Fiss., fissura; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., bulbar, medial; Mid., médio; Nucl., núcleo; Ped., pedúnculo; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior; S.C.A., artéria cerebelar superior; Suboccip., suboccipital; Telov.Ton., telovelotonsilar; Vel.,véu; Vent., ventrículo; Vert., vertebral. FIGURA 1.9. G-J. Visões posteriores. G, a tela corióidea, da qual o plexo corióideo se origina, foi rebatida para baixo para expor a porção inferior do assoalho. H, visão ampliada do recesso lateral esquerdo e do forame de Luschka. O lábio rombóide consiste em uma fina camada de tecido neural que se estende lateralmente a partir da margem anterior do recesso lateral e, em conjunto com a tela corióidea, forma uma bolsa na borda externa do recesso lateral. O plexo corióideo estende-se desde o recesso lateral, percorre o forame de Luschka e alcança o ângulo pontocerebelar. I, a tela foi removida para expor as partes do assoalho localizadas acima e abaixo do Rothon Parte III-Capítulo 1 48 nódulo e do véu medular inferior. J, o nódulo e o véu medular inferior foram removidos para expor toda a extensão do assoalho, que é dividido na linha média pelo sulco mediano e, de superior para inferior, em três porções: pontina, juncional e bulbar. Os pedúnculos superior e inferior justapõem-se à superfície ventricular. O pedúnculo cerebelar médio é separado da superfície ventricular pelos pedúnculos superior e inferior. Cor., corióideo; Dent., denteado; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., medial, bulbar; Mid., médio; Nucl., núcleo; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior; Ped., pedúnculo; Plex., plexo; Sup., superior; Vel., véu. FIGURA 1.9. K e L. Visões posteriores. K, visão ampliada do assoalho do quarto ventrículo. O sulco mediano divide o assoalho longitudinalmente, na linha média. Cada metade do assoalho é dividida longitudinalmente por um sulco irregular, o sulco limitante, que se aprofunda lateralmente ao colículo facial e ao trígono do hipoglosso para formar as fóveas superior e inferior. Rothon Parte III-Capítulo 1 49 Uma área celular escurecida, o locus ceruleus, está localizado na extremidade rostral do sulco limitante. A estria medular cruza o assoalho ao nível dos recessos laterais. Os núcleos dos nervos hipoglosso e vago e a área postrema estão dispostos um sobre o outro na parte inferior do assoalho, conferindo à região a configuração de uma ponta de caneta-tinteiro, motivo pelo qual essa área é referida como calamus scriptorius. L, assoalho do quarto ventrículo de outro espécime. As duas veias do pedúnculo cerebelar superior cursam na superfície externa dos pedúnculos superiores e se unem superiormente, formando a veia da fissura cerebelomesencefálica. A veia bulbar mediana posterior ascende no bulbo e se divide nas duas veias do pedúnculo cerebelar inferior, na margem caudal do assoalho. Nesse espécime, a veia esquerda é hipoplásica. A veia da fissura cerebelobulbar esquerda percorre o recesso lateral e ascende para se unir ao grupo de veias petrosas no ângulo pontocerebelar. Cer.Med., cerebelobulbar; Cer., cerebelar; CN, nervo craniano; Coll., colículo; Emin., eminência; Fiss., fissura; Hyp., hipoglosso; Inf., inferior; Med., mediano, bulbar; Mid., médio; Ped., pedúnculo; Post., posterior; Striae Med., estria medular; Sup., superior; V., veia. Rothon Parte III-Capítulo 1 50 FIGURA 1.10. A-D. Acesso telovelar ao quarto ventrículo. A, a fissura cerebelobulbar estende-se para cima entre as tonsilas, posteriormente, e o bulbo, anteriormente. A valécula abre-se para o quarto ventrículo entre as tonsilas. B, ambas as tonsilas foram retraídas lateralmente para expor o véu medular inferior e a tela corióidea, formando a porção inferior do teto do ventrículo. O nódulo do verme, do qual se origina o véu medular inferior, está oculto profundamente à úvula. C, visão ampliada da metade esquerda da fissura cerebelobulbar. As artérias corióideas cursam ao longo da tela corióidea, da qual o plexo corióideo se projeta em direção ao teto do quarto ventrículo. A veia da fissura cerebelobulbar, que cruza o véu medular inferior, é a maior veia presente na fissura cerebelobuilbar. A linha tracejada indica o local da incisão na tela para a exposição mostrada no passo seguinte. A junção telovelar corresponde à linha de adesão da tela ao véu. D, a tela corióidea foi aberta desde o forame de Magendie até a sua junção com o véu medular inferior. A úvula foi afastada para o lado direito para permitir essa visão, que se estende do aqueduto ao óbex. A., artéria; Cer.Med., Rothon Parte III-Capítulo 1 51 cerebelobulbar; Chor., corióidea; Fiss., fissura; For., forame; Inf., inferior; Med., bulbar; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior; Telovel., telovelar; V., veia; Ve., vermiana; Vel., véu. FIGURA 1.10. E-H. Acesso telovelar ao quarto ventrículo. E, a ponta de um gancho de nervo colocado dentro do quarto ventrículo demonstra a pequena espessura do véu medular inferior. F, a metade esquerda do véu medular inferior foi dividida para expor o recesso superolateral e a superfície ventricular, formada pelos pedúnculos superior e inferior. G, a úvula foi retraída para a direita para expor todo o assoalho e grande parte do teto do ventrículo. H, a metade direita do cerebelo foi removida pela divisão sagital do verme e transversal dos pedúnculos cerebelares. A tonsila foi removida e o véu medular inferior e a alça superior da artéria cerebelar inferior posterior foram deslocados para baixo para expor a abertura para o recesso lateral. O núcleo denteado forma uma proeminência, o tubérculo denteado, no recesso superolateral do teto do quarto ventrículo próximo ao local de fixação do véu Rothon Parte III-Capítulo 1 52 medular inferior. Dent., denteado; Inf., inferior; Lat., lateral; Med., bulbar; Nucl., núcleo; P.I.C.A., artéria cerebelar inferior posterior, Ped., pedúnculo; Sup., superior; Vel., véu.