Desenvolvimento de equipamentos para a utilização em áreas de

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1º Seminário sobre
Cultivo Mínimo do Solo em Florestas
DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA A UTILIZAÇÃO EM ÁREAS DE
CULTIVO MÍNIMO NA RIPASA S.A. CELULOSE E PAPEL
Francisco de Assis Ribeiro*
Guilherme Ramos Júnior*
RESUMO
Este trabalho descreve as etapas de desenvolvimento do subsolador para utilização em áreas de
cultivo mínimo na Ripasa S.A. Celulose e Papel. São apresentados os dados de custo do preparo do
solo, rendimento operacional e levantamentos de campo sobre o crescimento inicial das mudas e
variação nas profundidades do sulco e localização do adubo, frente à evolução do sistema de
subsolagem.
INTRODUÇÃO
A suspensão da queima de resíduos ou pastagens no Estado de São Paulo, pelo Decreto
Estadual no 28.848 de 30-08-88, exigiu das empresas do Setor Florestal a busca de novas tecnologias e
adaptações operacionais para adequação do preparo do solo, alternativas como distribuição manual de
resíduos e trituração de galhadas foram aplicadas para viabilizar o uso de grade bedding e arado
terraceador, porém os custos tornaram-se muito altos. Os coveamentos mecânico e manual também
foram testados e apresentaram restrições operacionais.
Paralelamente, foram desenvolvidos estudos com o subsolador envolvendo melhorias do
projeto estrutural, experimentos de campo, avaliação do rendimento operacional e levantamentos da
profundidade no preparo e distribuição de adubo no perfil do solo.
Este trabalho tem por objetivo apresentar a evolução do uso deste equipamento na Ripasa.
HISTÓRICO
O uso da técnica de cultivo em faixa na Ripasa teve início em 1989. Testado inicialmente em
área de implantação, o modelo de subsolador utilizado (figura 1) apresentava baixo rendimento
operacional (2.65 horas máquina/ha) em relação aos implementos convencionais (grade bedding 1.55
HM/ha e arado terraceador 1.28 HM/ha).
*
Engenheiro Florestal – Chefe de Depto. Operacional – VCP – Votorantim Celulose e Papel – Celpav Florestal – Rod. SP
– 155 – km 41,2 – Luiz Antonio – SP – 14210-000
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Desenvolvimento de Equipamentos para a Utilização em Área de Cultivo Mínimo na Ripasa S.A. Celulose e Papel
FIGURA 1. Vista lateral do primeiro modelo de subsolador utilizado em áreas da Ripasa.
Entretanto, diante da impossibilidade de queimar os resíduos, os sistemas convencionais
passaram a apresentar custos muito elevados (Quadro 1), devido à incorporação das operações de
roçada e controle químico em áreas de implantação e rebaixamento de tocos e trituração de galhadas
em áreas de reforma.
QUADRO 1. Comparativo de custos (US$/ha) para diferentes sistemas de preparo do solo.
Sistema
Arado Terraceador
Grade Bedding
Subsolagem
( ) percentual relativo
Custo de Implantação (US$/ha)
Com Queima
Sem Queima
507.24(94)
541.17(95)
536.88 (100)
605.94(100)
479.30(79)
Custo de Reforma (US$/ha)
Com Queima
Sem Queima
478.20(94)
537.31(95)
507.84(100)
566.91(100)
428.80(84)
398.09(70)
A composição de custos dos sistemas, envolvendo as operações estritamente relacionadas ao
preparo do solo, apresenta valores substancialmente inferiores para o sistema de subsolagem,
principalmente em áreas de reforma.
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Francisco de Assis Ribeiro & Gilherme Ramos Júnior
EVOLUÇÃO
Os ajustes e adaptações realizadas, principalmente no implemento (figura 2), resutlaram na
melhoria do tendimento operacional com reudção de 54% no número de horas trabalhadas/ha (Quadro
2).
FIGURA 2. Vista lateral do subsolador com duas caçambas, disco dentado e roda de acionamento da
adubadeira.
QUADRO 2. Evolução do rendimento operacional (HM/ha) do subsolador
ATIVIDADE
IMPLANTAÇÃO
REFORMA
1989/91
2.65
-
1991/92
2.46
1.05
ANO
1992/93
1.52
1.29
1993/94
1.41
2
1994/95
1.22
1.29
Apesar dos aspectos positivos, como bom rendimento e baixo custo operacional e ótimo nível
de conservação do solo, o sistema provoca desuniformidade no crescimento inicial das mudas (Figura
3).
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Desenvolvimento de Equipamentos para a Utilização em Área de Cultivo Mínimo na Ripasa S.A. Celulose e Papel
FIGURA 3. Porcentagem de plantas dominadas aos 6 e 12 meses pós-plantio.
Entre uma série de fatores analisados, verificou-se que a variação na profundidade do preparo
do solo e adubação era a principal causa das desuniformidade do crescimento inicial das mudas
(Figura 4).
FIGURA 4. Profundidades de plantio, distribuição do adubo e do sulco aberto pelo subsolador
acoplado em 3 pontos.
Anais do 1º Seminário sobre Cultivo Mínimo do Solo em Florestas - 113
Francisco de Assis Ribeiro & Gilherme Ramos Júnior
Esta variação foi reduzida pela mudança do acoplamento de 3 pontos para arrasto, passando-se
então a utilizar um modelo de chassis sobre rodas (Figura 5).
FIGURA 5. Chassis sobre rodas com sistema de pistão hidráulico para levantamento da haste.
Esta nova concepção permitiu agregar as seguintes melhorias ao implemento (Figura 6):
- sistema de pistão hidráulico para levantamento da haste
- sistema hidráulico de controle da adubação
- acionamento automático da adubadeira
- estabilizador lateral
- regulagem da profundidade de corte
- redução da potência do trator de 130 para 90 HP
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FIGURA 6. Vista lateral do modelo de subsolador atualmente utilizado na Ripasa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- A proibição da queima de resíduos florestais trouxe resultados surpreendentes tanto do ponto
de vista técnico quanto econômico.
- A execução simultânea das operações de preparo do solo, adubação corretiva, adubação de
base e aplicação de herbicidas, viabilizou o sistema de subsolagem.
- A utilização do chassis sobre rodas representou uma evolução técnica bastante significativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Legislação Estadual –
Controle da Poluição Ambiental Estado de São Paulo (Atualizado até Fev/1994). São Paulo-SP. 262p.
1994.
RIPASA S.A. CELULOSE E PAPEL. Cadastro Florestal 1990/94. Limeira-SP. 12p. 1995.
RIPASA S.A. CELULOSE E PAPEL. Relatórios de Custos 1991/94. Limeira-SP. 12p. 1995.
STAPE, J.L. Síntese das Avaliações do Controle de Qualidade de Implantação da Ripasa S.A.
Celulose e Papel – Ciclos de Plantio de 1987/88 a 1993/94. GSZ Consultoria Florestal e Comércio
Agrícola Ltda. Araraquara-SP, 20p. 1994.
ZANI FILHO, J.; STAPE, J.L.; TREVISAN, R.A.; FERNANDES, O.R. Aprimoramento do Trabalho
do Subsolador. GSZ Consultoria Florestal e Comércio Agrícola Ltda. Araraquara-SP. 9p. 1994.
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Francisco de Assis Ribeiro & Gilherme Ramos Júnior
LISTA E PRIORIDADES DE PESQUISA
- adequação do implemento para utilização em áreas inclinadas;
- adequação do projeto estrutural para abertura simultânea de duas linhas de plantio;
- adaptação da haste retrátil;
- redução da potência requerida para tração (peso do equipamento);
- inclusão do auto abastecimento do tanque de herbicidas.
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