título do resumo

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FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS INFERIORES AVALIADA COM
DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO E MATURAÇÃO SOMÁTICA EM JOVENS
ATLETAS DE BASQUETEBOL E VOLEIBOL.
João Pedro Alves Nunes; Enio Ricardo Vaz Ronque, e-mail: [email protected]
Universidade
Física/CEFE.
Estadual
de
Londrina/Departamento
de
Educação
Área e subárea do conhecimento: Ciências da Saúde/Educação Física.
Palavras-chave: Jovens atletas, força muscular, maturação biológica.
Resumo
O objetivo desse estudo foi verificar a força muscular de membros inferiores
avaliada com dinamômetro isocinético e a maturação somática em jovens
atletas de basquetebol e voleibol. A amostra consistiu de 36 atletas do sexo
masculino de clubes de formação de Londrina, PR. Para avaliação da força
muscular foi utilizado um dinamômetro isocinético e os testes foram ações
concêntricas máximas, sendo testados os músculos extensores e flexores do
joelho sob velocidade 60∙s-1. A maturação somática foi estimada por idade do
pico de velocidade de crescimento. Para as comparações de força muscular de
acordo com as classificações da maturidade somática foi aplicada ANOVA e de
acordo com o a prática esportiva foi utilizado teste-t independente e ANCOVA.
O nível de significância adotado foi de 5%. As diferenças se deram em ambas
as ações musculares entre os três grupos maturacionais. Não houve diferença
quando comparada as ações musculares entre os atletas das modalidades
distintas (P>0,05), e quanto as comparações da análise de covariância.
Conclui-se que a força muscular de membros inferiores varia nos diferentes
estados de maturidade, apresentando diferença principalmente nos indivíduos
maturados em relação aos seus pares não maturados.
Introdução
A força é comprovadamente importante para o desempenho na prática
esportiva e sua avaliação permite determinar o perfil da condição muscular de
um atleta e identificar os desequilíbrios musculares de uma forma específica.
Além disso, os resultados podem desempenhar função importante para
monitoramento dos efeitos dos programas de treino e podem atuar na
prevenção de lesões (TERRERI; GREVE; AMATUZZI, 2001).
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Contudo, em adolescentes a avaliação se torna um pouco mais
complexa devido ao processo de maturação, pois essa pode ser influenciada
pelas diferenças no estado de maturação. As variáveis de crescimento e os
indicadores da maturação biológica podem explicar, em partes, o desempenho
das capacidades funcionais e das habilidades esportivas específicas de jovens
atletas (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009).
Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a força muscular de
membros inferiores com dinamômetro isocinético e a maturação somática em
jovens atletas de basquetebol e voleibol de 12 a 17 anos de idade.
Procedimentos metodológicos
Participaram do estudo 36 atletas amadores do sexo masculino, sendo 16 de
basquetebol e 20 de voleibol. Todos foram selecionados voluntariamente de
dois clubes de formação, estabelecidos na cidade de Londrina, Paraná, Brasil.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade
Estadual de Londrina e todos os jovens entregaram um termo de
consentimento assinado pelos pais.
Tabela 1. Análise descritiva da amostra (n=36).
Atletas de
basquetebol (n=16)
Idade cronológica (anos)
Massa corporal (kg)
Estatura (m)
IMC (kg/m²)
ΣDC (mm)
Nº de treinos por semana
Tempo de prática (anos)
14,6 ± 1,2
55,9 ± 13,1
1,68 ± 1,42
19,4 ± 2,0
66,4 ± 18,9
3,7 ± 1,3
4,0 ± 2,4
Atletas de voleibol
(n=20)
15,6 ± 1,5*
64,5 ± 15,4*
1,75 ± 1,48*
20,8 ± 2,7
72,7 ± 26,7
2,7 ± 0,6*
3,2 ± 1,8
Notas: *diferença significativa entre grupos (P<0,05). Os valores estão expressos em média ± desvio
padrão. IMC = Índice de massa corporal; ΣDC = somatória de 6 dobras cutâneas.
Medidas de massa corporal, estatura e dobras cutâneas foram
realizadas. A força muscular foi caracterizada a partir dos resultados de pico de
torque de extensão e flexão do joelho obtidos em ações musculares
concêntricas e recíprocas sob velocidade angular de 60º∙s-1 em dinamômetro
isocinético. A maturação somática foi estimada por idade do pico de velocidade
de crescimento (IPVC) e o protocolo para o início da maturidade ou a distância
em anos da IPVC foi estimado mediante equação de Mirwald et al. (2002).
O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados.
Para a caracterização da amostra foi empregada a estatística descritiva de
média e desvio padrão. Para as comparações dos indicadores de força
muscular de acordo com as classificações da maturidade somática foi aplicada
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ANOVA e de acordo com a prática esportiva foi utilizado teste-t independente e
ANCOVA adotando como covariáveis a idade, massa corporal, estatura e o
IPVC. Os valores das médias estimadas foram calculados. O teste post-hoc de
Bonferroni foi utilizado quando P<0,05, para a localização das diferenças. O
nível de significância adotado foi de 5%. Os dados foram tratados no pacote
computacional do SPSS v. 24.0.
Resultados e Discussão
Na tabela 1 estão apresentadas as diferenças estatísticas das características
descritivas entre os grupos de práticas esportivas. Na tabela 2 estão
apresentados os valores obtidos de força muscular. Não houve diferença
significativa de força muscular entre atletas das diferentes modalidades
esportivas, mesmo nas análises ajustadas pelas variáveis que previamente
apresentaram diferença entre grupos.
Tabela 2. Valores de pico de torque de EJ e FJ a 60º.s-1 dos atletas de basquetebol e voleibol.
Pico de torque EJ
Pico de torque FJ
Pico de torque EJ
ajustado
Pico de torque FJ
ajustado
Atletas de basquetebol
(n=16)
191,2 ± 65,9
98,7 ± 32,7
Atletas de voleibol (n=20)
P
212,0 ± 70,8
107,2 ± 37,1
0,37
0,48
206,1 ± 8,5
200,0 ± 7,3
0,63
106,9 ± 3,2
99,8 ± 3,7
0,58
Notas: Os valores estão expressos em média ± desvio padrão. EJ = Extensão de joelho, FJ = Flexão de
joelho.
Na tabela 3 estão apresentadas as diferenças estatísticas de força
muscular entre os grupos de classificações de maturidade somática. As
diferenças se deram em ambas as ações musculares entre os três grupos.
Tabela 3. Valores de pico de torque de EJ e FJ a 60º.s-1 dos atletas em diferentes estados maturacionais.
Pico de torque EJ
Pico de torque FJ
Pré-maturos
105,7 ± 5,8
53,1 ± 8,0
No tempo
139,2 ± 30,9 §
70,0 ± 13,6 §
Pós-Maturos
234,8 ± 54,4 §†
120,3 ± 27,2 §†
P
<0,001
<0,001
Notas: Os valores estão expressos em média ± desvio padrão. EJ = Extensão de joelho, FJ = Flexão de
joelho. § diferença entre os atletas pré-maturos, † diferença entre os atletas no tempo.
A hipótese inicial do estudo seria que se fosse observada diferenças nos
resultados de força muscular entre indivíduos em diferentes estágios
maturacionais. Ainda que os grupos de classificação se apresentaram
desproporcionais em quantidade amostral, as diferenças apresentadas entre
eles se deram como esperado inicialmente (GERODIMOS et al., 2003).
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Os atletas do voleibol apresentaram idade mais avançada que os de
basquetebol, assim como massa corporal, estatura e tempo no processo de
maturação. Com isso, se esperava que esses apresentassem também valores
significativamente superiores de pico de torque que os basquetebolistas,
contudo, isso não foi observado e os valores de força foram similares. De certa
forma, esse resultado pode ter explicação uma vez que os atletas do
basquetebol são expostos em média cerca de uma vez a mais por semana aos
treinamentos específicos, gerando um estresse muscular maior em função dos
descolamentos em quadra e os saltos. O maior desgaste no caso compensaria
a possível diferença inferior da força muscular que não foi observada.
Especificamente em relação aos valores obtidos de pico de torque, os
valores médios observados foram muito próximos aos apresentados na
literatura e aos valores normativos oferecidos pela empresa criadora do objeto
de avaliação (CARVALHO et al., 2012; BEAM; ADAMS, 2014).).
Conclusões
Com base nos resultados apresentados neste estudo, conclui-se que a força
muscular de membros inferiores não varia de acordo com o esporte praticado
na adolescência, mas varia nos diferentes estados maturacionais,
apresentando diferença principalmente nos indivíduos maturados em relação
aos seus pares não maturados.
Referências
BEAM, W.C.; ADAMS, G.M. Isokinetic Strength. In: BEAM, W.C.; ADAMS, G.M.
Exercise Physiology: Manual for Laboratory. McGraw-Hill, 2014. p. 55-72
CARVALHO, H.M. et al. Assessment of reliability in isokinetic testing among
adolescent basketball players. Medicina (Kaunas), v. 47, n. 8, p. 446-52, 2011.
GERODIMOS, V. et al. Isokinetic peak torque and hamstring/quadriceps ratios
in young basketball players. Effects of age, velocity, and contraction mode.
Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 43, n. 4, p. 444-52,
2003.
MALINA, R.M.; BOUCHARD, C.; BAR-OR, O. Crescimento, maturação e
atividade física. Phorte editora: São Paulo, 2009.
MIRWALD, R.L. et al. An assessment of maturity from anthropometric
measurements. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 34, n. 4, p. 68994, 2002.
Terreri AP, Greve JMD, Amatuzzi MM. Avaliação isocinética no joelho do atleta.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 7, n. 5, p. 170-4, 2001.
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