Total: 240 entrevistados

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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LINHAS DE CUIDADOS EM ENFERMAGEM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
_______________________________________________________
KELY MARTINS DE FREITAS LAMEIRA
DOENÇA RENAL CRÔNICA: IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E O
CUIDAR DA ENFERMAGEM
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
KELY MARTINS DE FREITAS LAMEIRA
DOENÇA RENAL CRÔNICA: IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E O
CUIDAR DA ENFERMAGEM
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Linhas de Cuidados em
Enfermagem – Doenças Crônicas Não
Transmissíveis
do
Departamento
de
Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito parcial para obtenção
do
título
de
Especialista.
Orientadora: Profª Drª Célia Regina
Rodrigues Gil
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
O
trabalho
intitulado
DOENÇA
RENAL
CRÔNICA:
IMPORTÂNCIA
DO
DIAGNÓSTICO PRECOCE E O CUIDAR DA ENFERMAGEM de autoria da aluna
KELY MARTINS DE FREITAS LAMEIRA foi examinado e avaliado pela banca
avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de
Cuidado em Enfermagem – Área Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
_________________________________________
Prof.ª Dr.ª Célia Regina Rodrigues Gil
Orientadora da Monografia
_________________________________________
Prof.ª Dr.ª Vânia Marli Schubert Backes
Coordenadora do Curso
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Flávia Regina Souza Ramos
Coordenadora de Monografia
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, José Antonio de Freitas e Pérola Preciosa Martins de Freitas, as
pessoas mais importantes de minha vida, gerando força, segurança, confiança e vontade de
vencer rumo a um futuro melhor.
Em especial ao meu esposo Christian e aos meus filhos Thiago e Pérola pelo apoio,
compreensão e companheirismo em todos os momentos.
A Deus, por nossas vidas, famílias, força e esperança que nos impulsionou até o final
desta jornada. Também por ter nos ajudado a crescer, a enfrentar as dificuldades que por
muitas vezes nos assustaram, e finalmente por conquistar essa imensa vitória.
A minha orientadora professora Dra. Célia Regina Rodrigues Gil, por sua paciência
e apoio na realização desta pesquisa.
A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana fonte da informação que subsidiou
todo o conteúdo desta pesquisa. Aos profissionais envolvidos diretamente em minha pesquisa
que compartilharam comigo a realidade e alegrias existentes na vida profissional, fazendo-me
saber a importância de acreditar em um futuro melhor.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
07
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
09
3 MÉTODO
12
4 RESULTADO E ANÁLISE
13
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
17
REFERÊNCIAS
18
ANEXO
21
Anexo 1 - FICHA DE REGISTRO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS DA
22
FASE DE RASTREAMENTO DA RDC
6
Lista de Tabelas
Tabela 01 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário ................... 14
segundo idade e sexo. Belém-PA, 2014.
Tabela 02 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário ................... 15
segundo sexo e nível Salarial. Belém-PA, 2014.
Tabela 03 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário ................... 15
segundo história clínica e sexo. Belém-PA, 2014.
Tabela 04 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário ................... 16
segundo prática de exercícios físicos e sexo. Belém-PA, 2014.
Tabela 05 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário .................... 17
segundo pontuação RDC e sexo. Belém-PA, 2014.
7
RESUMO
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma doença que não apresenta perspectiva de melhora,
portanto devem-se trabalhar as doenças de base que acometem o rim (hipertensão, diabetes,
entre outras). A população possui grande dificuldade em aderir às terapêuticas e a
enfermagem desempenha papel primordial neste processo, pois identifica as necessidades do
paciente, estimulando-o a realizar seu tratamento e compreender a condição crônica que esta
passando e suas implicações. A detecção e o tratamento precoce impedem o agravamento da
insuficiência renal. O objetivo do estudo foi identificar o risco da doença renal entre a
população alvo, através da aplicação de questionário e posterior avaliação de Doença Renal
Crônica . Os resultados demonstraram que homens e mulheres com idade igual ou superior a
70 anos e mulheres com idade entre 60-69 anos, possuem risco de doença renal; já 43,34%
dos entrevistados possuem as doenças de base que acometem os rins. O estudo demonstra a
importância do cuidado nas doenças crônicas na Atenção Básica como forma de minimizar as
possibilidades de agravamento das doenças e da necessidade de terapêuticas mais agressivas
ao paciente.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica; Diálise; Atenção à Saúde.
8
1 INTRODUÇÃO
Dentre as várias patologias que acometem os rins, ocorrem as que exigem como
tratamento a diálise (peritoneal e hemodiálise) como meio de preservação da vida do doente.
Daí evidenciar a importância destes tratamentos que precisam ser compreendidos e aceitos
pelo paciente renal.
A nefrologia emergiu como especialidade médica nos anos 60, com foco inicial na
Terapia Renal Substitutiva (TRS) – diálise e transplante renal – como forma estabelecida de
tratamento para os pacientes que evoluíam para doença renal crônica. Foi quando proliferaram
os vários programas de TRS, tanto na rede de saúde pública como na rede privada. Contudo,
nesse período, muito pouca atenção foi dada às medidas preventivas de perda da taxa de filtração glomerular (TFG).
A partir da década passada, ficou evidente que a progressão da Doença Renal
Crônica (DRC) em pacientes com diferentes patologias renais, e sob os cuidados dos nefrologistas, poderia ser retardada ou até interrompida com medidas tais como controle
rigoroso da pressão arterial e o emprego de medicamentos que bloqueiam o eixo reninaangiotensina-aldosterona – ERAA (KDOQI, 2002).
Em janeiro de 2000, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) realizou um
levantamento de dados epidemiológicos selecionados em unidades de diálise do país. A taxa
de incidência anual estimada de pacientes novos em diálise em 1999 foi de 101 pmp
(n=16.504), variando de 52 pacientes/pmp na região norte e 119 pacientes/pmp na região
sudeste (n=8.316).
Dados do Ministério da Saúde demonstraram que no Brasil, até 1998, havia 32.000
pacientes renais crônicos em terapêutica hemodialítica (HD), 3.000 pacientes realizando
diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) e 1.000 pacientes sendo tratados por diálise
peritoneal intermitente (DPI), sem, contundo, contar que dois terços destes pacientes não
chegam ao diagnóstico e ao tratamento (LESSA, 1998). Censo publicado pela Sociedade
Brasileira de Nefrologia, em janeiro de 2006, estimava que houvesse 70.872 pacientes em
tratamento dialítico no país.
Paralelamente a estas observações, foram publicados estudos populacionais e em
grupos de risco para DRC, quando se demonstrou que a prevalência da doença era muito
maior do que conhecido anteriormente (KDOQI, 2002). Estas observações despertaram a
atenção das comunidades nefrológicas internacionais e brasileira que, de diferentes maneiras,
9
iniciaram ações para lidar com o problema da DRC, considerada a grande epidemia deste
milênio.
O cuidar da enfermagem está intimamente ligado a esta situação, pois mantém um
contato direto com o paciente e este cuidar inclui a orientação que pode melhorar o bem estar
de muitos pacientes quando diagnosticados precocemente.
A necessidade de conhecer o paciente que não procura o tratamento por não estar
diagnosticado, ou não busca a melhoria de sua saúde ficando alheio da importância do mesmo
podendo até evoluir à morte é que introduz e justifica este trabalho, configurando o problema
que motiva s realização do estudo.
Diante do contexto definem-se os objetivos da pesquisa: identificar pacientes em
potencial através da campanha em alusão ao Dia do Rim, realizada em uma praça pública no
município de Belém, Estado do Pará.
10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo os protocolos da Kidney Disease Outcome Quality Initiative – KDOQI
(2002), a Insuficiência Renal Crônica (IRC) significa que os rins foram prejudicados por
algum distúrbio (diabetes, por exemplo). Rins com insuficiência não conseguem manter a
pessoa saudável, o paciente pode desenvolver complicações como a pressão sanguínea alta,
anemia, ossos fracos, nutrição prejudicada e afecções nervosas. Além disso, a insuficiência
renal aumenta o risco de o paciente desenvolver doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos.
Para Barbosa e colaboradores (2006), a IRC é caracterizada pela perda progressiva e
irreversível da função renal, e consequente perda de suas funções: regulatórias, excretoras e
endócrinas, o que ocasiona comprometimento dos outros órgãos do organismo. A detecção e o
tratamento precoce muitas vezes impedem o agravamento da insuficiência renal. Se a
insuficiência renal piorar pode levar à falência renal que exige diálise ou transplante de rim
para o paciente manter-se vivo.
A KDOQI (2002) publicou diretriz sobre IRC que compreende a avaliação,
classificação e estratificação de risco. Uma nova estrutura conceitual para o diagnóstico de
IRC foi proposta e aceita mundialmente. A definição é baseada em três componentes: (1) um
componente anatômico ou estrutural (marcadores de dano renal); (2) um componente
funcional (baseado na TFG); e (3) um componente temporal, com base nessa definição, seria
portador de DRC qualquer indivíduo que, independente da causa, apresentasse TFG < 60
mL/min/1,73m2 ou a TFG > 60 mL/min/1,73m2 associada a pelo menos um marcador de dano
renal parenquimatoso (por exemplo, proteinúria) presente há pelo menos 3 meses.
De acordo com o Screening for Occult Renal Disease (2007), as chances de uma
pessoa possuir doença renal crônica é a avaliação através do RDC, cujos parâmetros (anexo 1)
estão associados ao sexo, sendo que nas mulheres o risco é maior; ser diabético ou hipertenso;
ter tido AVC ou anemia, entre outros fatores, a cada resposta positiva é conferida uma
pontuação. Valores iguais ou superiores a 4 (quatro) indicam que há 20% de chances da
pessoa ter doença renal.
A IRC tem crescimento acelerado, o que ocasiona um elevado número de mortes em
todo o mundo, em torno de 17 milhões de pessoas a cada ano. No Brasil, as mortes
decorrentes de doenças crônicas superam os 60%, o que gera custos econômicos e sociais
(OMS, 2005). É uma doença que não apresenta perspectiva de melhora, determinando
11
relevantes problemas de saúde pública devido à alta taxa de morbidade e mortalidade
(MARTINS & CESARINO, 2006).
Os indivíduos acometidos da IRC realizam sessões de hemodiálise com frequência e
tempo indicado, porém há uma proporção significativa que possui dificuldade em aderir às
terapêuticas do tratamento. Como cumprimento do controle de peso interdialítico, obediência
às restrições hídricas e dietéticas, além da adoção ao tratamento medicamentoso controlador
dos sintomas causados pelas doenças associadas à IRC, como a hipertensão arterial, o
diabetes, obesidade, anemia, doenças vasculares, entre outras.
Segundo Barros (1999), diálise é um processo através do qual a composição de
solutos de uma solução (sangue) é alterada pela exposição dessa solução a uma segunda
solução, através de uma membrana semipermeável.
Prevedello (2002) descreve que a diálise aguda é indicada quando existe um nível
elevado e crescente de potássio sérico, sobrecarga hídrica ou edema pulmonar iminente,
acidose crescente, pericardite e confusão grave. Ainda, pode ser empregada para remover
determinados medicamentos ou toxinas do sangue.
A decisão de iniciar a diálise deve ser feita depois de uma discussão plena entre o
paciente, a família, o médico e as pessoas significativas, conforme apropriado. O enfermeiro
pode ajudar o paciente e a família respondendo às suas perguntas, esclarecendo-lhes as
informações e apoiando suas decisões.
A assistência de enfermagem constitui-se a partir da prática do cuidar, tendo como
função planejar e organizar o atendimento. A consulta de enfermagem é um importante
instrumento cujo objetivo é levantar dados que permitam identificar as necessidades do
paciente e de seus familiares (TAVARES, 1998).
Seguidor de Edmund Husserl travavam a questão do cuidar não sob o aspecto
dominante, do técnico e do mecânico, mas sim como um modo de ser consigo e com o outro
que expresse desvelo, solicitude, ajuda, zelo, atenção e bom trato. Um modo de ser que vê o
mundo e as coisas que nele habitam não em sua aparência, mas em sua essência, no que lhes é
próprio, de modo singular e único (LAMEIRA, 2003).
Destaca-se que o diagnóstico de enfermagem fornece critérios mensuráveis para a
avaliação da assistência prestada; dá suporte e direção ao cuidado; facilita a pesquisa e o
ensino; delimita as funções independentes de enfermagem; estimula o paciente a participar de
seu tratamento e do plano terapêutico; e contribui para a expansão de um corpo de
conhecimentos próprios para a enfermagem (JESUS, 1995).
12
As ações de enfermagem devem ser direcionadas para auxiliar o paciente a superar o
impacto e os efeitos da doença, dar suporte à modificação do seu sistema de crenças e de valores e
na reconstrução do significado da sua condição.
De acordo com a Lei 8.080 de 19/09/90 em seu Capítulo I, Art. 5º, são objetivos do
Sistema Único de Saúde: identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da
saúde; dar assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades
preventivas.
13
3 MÉTODO
Os aspectos metodológicos são importantes na construção e aplicação da ciência,
indicando técnicas que favorecem a descoberta da realidade e sua comunicação na
comunidade científica.
Este estudo é de natureza descritiva e buscou identificar e descrever munícipes que
participaram voluntariamente da campanha em alusão ao Dia do Rim, realizada em uma praça
pública no município de Belém - PA, evento coordenado pela Fundação Hospital de Clínicas
Gaspar Viana, Sociedade Brasileira de Nefrologia e apoio da associação dos Renais Crônicos
do Pará.
A amostra foi constituída por 240 informantes, sendo 146 mulheres e 94 homens,
sendo adotado o seguinte critério de inclusão: participação voluntária com preenchimento de
questionário para avaliação do RDC (SCREENING FOR OCCULT RENAL DISEASE,
2007) e aferição da pressão, Indice de Massa Corpórea (IMC) e glicemia.
A coleta de dados foi desenvolvida utilizando-se de um formulário (anexo 1), cujo
roteiro continha perguntas abertas e fechadas. O roteiro foi baseado nos objetivos do estudo e
no seu referencial teórico, as entrevistas foram analisadas utilizando categorias que
permitiram a interpretação descritiva do seu conteúdo. O registro das observações foi feito em
um formulário.
O material coletado através do formulário foi trabalhado de maneira estatística com
cálculo de percentual, apresentado na forma de quadro e/ou tabela, e foram interpretados no
conjunto com os demais materiais obtidos e a interpretação dos resultados foi feita à luz da
literatura estudada.
14
4 RESULTADO E ANÁLISE
Esta etapa do trabalho tem a finalidade de demonstrar os resultados da pesquisa que
estão apresentados em forma de tabelas e categorias que representam os dados coletados, com
respectivas análises e descrições dos mesmos.
A descrição foi feita e analisada a partir dos indicadores que emergiram dos
entrevistados, que constituíram a amostra da pesquisa. Desta forma é através de campanhas
como esta que pode-se identificar possíveis pacientes renais; pessoas com predisposição a
IRC ou com doenças que se tratadas (HAS, DM) podem retardar a evolução da DRC.
A escolha foi direcionada pelo estudo bibliográfico realizado, por considerar
elementos chaves e compatíveis com o problema que suscitou à realização da pesquisa, que
são: orientação da população, identificar grupos vulneráveis, significado de doença,
expectativas e qualidade do atendimento e prevenção de problemas específicos de saúde.
Tabela 01 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário segundo idade e sexo.
Belém-PA, 2014.
Sexo
Idade
(anos)
0-11
12-18
19-49
50-59
60-69
≥ 70
Feminino
Masculino
Nº
02
04
56
37
26
21
%
0,83
1,67
23,33
15,42
10,83
8,75
Nº
01
42
22
18
11
%
0,42
17,5
9,17
7,5
4,58
146
60,83
94
39,17
Total: 240 entrevistados
Os resultados da Tabela 01 demonstram que mais de 60% dos entrevistados foram
mulheres; 40,5% possuem idade entre 19-49 anos (23,3%mulheres e 17,5% homens) e 8,75%
são mulheres entrevistadas com idade igual ou superior a 70 anos que, por esta condição,
possuem pontuação RDC igual ou acima de 4 pontos.
15
Tabela 02 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário segundo sexo e nível
Salarial. Belém-PA, 2014.
Sexo
Nível Salarial
(salário mínimo)
Desempregado
Não informado
0-1
2-5
≥5
Feminino
Masculino
Nº
05
17
60
58
06
%
2,08
7,08
25,0
24,17
2,5
Nº
01
05
30
49
09
%
0,42
2,08
12,5
20,42
3,75
146
60,83
94
39,17
Total: 240 entrevistados
Na Tabela 02 observa-se que, do universo entrevistado, 25% das mulheres ganham
até um salário mínimo, já os homens (20,42%) possuem renda entre 2-5 salários mínimos.
Observa-se também que apenas 6,25% (2,5% mulheres e 3,7% homens) possuem renda
superior a 5 (cinco) salários mínimos. Ceccarelli (1981) relata que pacientes com doença renal
reduzem as responsabilidades relacionadas ao trabalho, o relacionamento familiar e social,
ocasionando implicações não só para o paciente, mas também para os membros da família,
uma vez que o papel de provedor do sustento pode, por necessidade, ser assumido pela esposa
ou familiares. Essa troca de papéis exige um elevado grau de ajustamento.
Tabela 03 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário segundo história
clínica e sexo. Belém-PA, 2014.
Sexo
História
Clínica
Diabético
Hipertenso
Fumante
Não possui
Feminino
Masculino
Nº
%
16
48
08
74
146
Total: 240 entrevistados
6,67
20,0
3,33
30,83
Nº
14
26
10
44
%
5,84
10,83
4,17
18,33
60,83
94
39,17
16
A tabela 03 demonstra que 30,8% dos entrevistados (20% mulheres e 10,83%
homens) são hipertensos, já 12,51% do universo total entrevistado apresentam diabetes (6,7%
mulheres e 5,8% homens). Observa-se ainda que a população masculina é maior quanto ao
hábito de fumar (3,3% mulheres e 4,2% homens). Segundo pesquisa do Ministério da Saúde
(SBH, 2012), 24,3% da população brasileira tem hipertensão arterial, sendo mais incidente
nas mulheres. A mesma pesquisa revela que em Belém 17,9% da população é hipertensa em
relação às patologias identificadas no estudo, com maior incidência nas mulheres (19%).
Notícia divulgada no portal BrasilSus, revela que dados do Ministério da Saúde
(2011) indicam que há 11milhões de portadores de diabetes, sendo que 7,5 milhões já estão
diagnosticados, com incidência maior nas mulheres. Em Belém, o percentual de mulheres e
homens acometidos com a patologia é semelhante (3,8%).
O Instituto Nacional do Câncer (2008) ressalta que o tabagismo pode estar associado
a 25% das mortes causadas por doenças coronarianas (angina e infarto do miocárdio); 85%
das mortes por bronquite e enfisema; 90% de mortes por câncer do pulmão; 30% das mortes
causadas por câncer rim, bexiga, entre outros e 25% por doenças vasculares.
Tabela 04 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário segundo prática de
exercícios físicos e sexo. Belém-PA, 2014.
Sexo
Prática de
Exercícios
Sim
Não
Feminino
Masculino
Nº
58
88
%
24,17
36,66
Nº
47
47
146
60,83
94
%
19,58
19,58
39,17
Total: 240 entrevistados
A análise da Tabela 04 revela que a prática de exercícios físicos não é comum entre a
população entrevistada, pois somente 43,7% a realizam (24,17% mulheres e 19,58% homens),
observa-se também que as mulheres são maioria quanto a não prática do exercício físico
(36,66%mulheres e 19,58% homens). Mello et al (2005) ressaltam que as vantagens do
exercício físico regular incluem o controle do peso, PA e do perfil lipídico, melhora da
sensibilidade à insulina e diminuição dos fatores trombóticos, assim como influencia
positivamente nas funções cognitivas, transtorno de humor e sono, trazendo a sensação de
bem-estar.
17
Tabela 05 – Distribuição das pessoas que responderam ao questionário segundo pontuação
RDC e sexo. Belém-PA, 2014.
Sexo
Prática de
Exercícios
0-3
≥4 (RDC)
Feminino
Nº
78
68
146
Masculino
%
32,5
28,33
60,83
Nº
69
25
%
28,75
10,42
94
39,17
Total: 240 entrevistados
Na Tabela 05 observa-se que o índice de mulheres com RDC é superior a dos
homens (28,33% mulheres e 10,42% homens). O RDC é uma avaliação que demonstra a
possibilidade de uma pessoa ter doença renal crônica (RDC). Valores iguais ou superiores a 4
indicam que há 20% de chances de ter doença renal (SCREENING FOR OCCULT RENAL
DISEASE, 2007).
18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se nos resultados que o risco de doença renal e de doenças de base, como
diabetes e a hipertensão, são maiores na população feminina, a busca pelo atendimento
também é maior entre as mulheres, assim como a prática de exercícios. Neste contexto, todas
as pessoas atendidas e com risco de doença renal foram encaminhadas para o ambulatório de
nefrologia da FHCGV, para serem acompanhados e orientados para que se consiga retardar ou
evitar a doença renal crônica. Grande parte dos entrevistados poderá perder suas funções
renais gradativamente através de doenças secundárias que poderiam ser facilmente tratadas e
controladas, desta forma deve-se fazer um trabalho de educação direcionado a conscientizar a
população sobre como evitar nefropatias. Os resultados demonstraram que todos os
entrevistados com idade igual ou superior a 70 anos ou mulheres com idade entre 60-69 anos
possuem o risco de doença renal. A doença crônica é uma experiência multidimensional que
produz uma variedade de percepções sobre os eventos relacionados ou gerados pela doença e
o tratamento, podendo ser apontadas como problemas que criam dificuldades e causam
estresse, preocupações ou representam desafios à qualidade de vida da pessoa.
Por fim, o estudo evidencia a importância das ações de atenção precoce e de
promoção e prevenção que podem ser realizadas pela Atenção Básica a fim de minimizar a
possibilidade de agravamento das doenças e o comprometimento da qualidade de vida dos
portadores destas doenças de base.
19
REFERÊNCIAS
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20
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21
ANEXO
22
Anexo 1
FICHA DE REGISTRO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS DA FASE DE RASTREAMENTO DA
RDC (Preenchimento pelo profissional de saúde)
Nome: ............................................................................................... Idade: ....... anos
Sexo: ( ) F ( ) M
Endereço: ......................................................................................... Bairro:
Profissão: .................................................................... Nível Salarial (em salários mínimos): ( ) 1 ( ) 2-5 ( ) >5
História clínica (confirmar):
1. Diabético? ( ) Não ( ) Sim
3. Hipertenso? ( ) Não ( ) Sim
5. É fumante? ( ) Não ( ) Sim
7. Prática de exercícios? ( ) Não ( ) Sim
Exame físico:
Pressão aterial (mmHg): ....../......
Peso (Kg): ....../......
Glicemia capilar (mg/dl): ....../......
2. Familiar diabético? ( ) Não ( ) Sim
4. Familiar hipertenso? ( ) Não ( ) Sim
6. Medicamento em uso regular (anotar):
Nº dias/semana: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7
Altura (cm): ........
Idade
 Tem entre 50-59 anos
 Tem entre 60-69 anos
 Tem 70 anos ou mais
É Mulher
Teve/ tem anemia
Tem diabetes
Tem pressão alta
Já teve infarto do miocárdio ou “derrame” (AVC)
Tem insuficiência cardíaca
Tem doença circulatória nos membros inferiores
Tem proteína na urina
RESPOSTA
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
IMC: ......
PONTOS
2
3
4
1
1
1
1
1
1
1
1
SOME OS PONTOS E
VERIFIQUE:
Pontuação 0 a 3:
Possivelmente não há
doença renal
Pontuação ≥ 4:
Chance de 20% (ou de 1
em 5) de ter RDC
PONTUAÇÃO RDC OBTIDA:
Urinálise
Proteinúria: ( ) Não ( ) Sim
( ) {+} ( ) {++} ( ) {+++} ( ) {++++}
Hematúria: ( ) Não ( ) Sim
( ) {+} ( ) {++} ( ) {+++} ( ) {++++}
Teste do nitrito: ( ) Negativo ( ) Positivo
Glicosúria:
( ) Negativo ( ) Positivo
CONSULTA MÉDICA E ORIENTAÇÕES GERAIS: ( )
REFERENCIADO PARA:
ORIENTAÇÕES GERAIS: ( )
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