os primeiros passos para o incentivo à leitura na educação infantil

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OS PRIMEIROS PASSOS PARA O INCENTIVO À LEITURA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Ademir Zeferino1 - FAMPER
Marcia Pires2 - FAMPER
Grupo de Trabalho – Educação da Infância
Agência Financiadora: Faculdade de Ampére (FAMPER)
Resumo
O presente artigo foi desenvolvido para demonstrar a importância da leitura na Educação
Infantil. A adequação de um espaço para formação de leitores na escola torna-se fundamental,
pois coloca a leitura para além daquela do tipo escolarizada, mecanizada e utilizada na sala de
aula. O espaço organizado para o leitor oportuniza aos alunos a compreensão do significado
de ler e abre possibilidades para a convivência com a leitura. Desta forma, buscamos
organizar um local especifico para os livros existentes no Centro Municipal de Educação
Infantil (CMEI) São Francisco de Assis, no município de Ampére, Paraná. O trabalho de
pesquisa baseou-se em autores que apontam a necessidade de incentivar a criança para a
leitura desde a mais tenra idade. Durante a pesquisa constatou-se que alguns autores indicam
as vantagens em incentivar a criança ainda durante a gestação. Na atualidade observam-se
muitos educadores que relatam a falta de interesse dos alunos pela leitura, tendo como
consequência o baixo rendimento escolar, nesse sentido, também se faz necessário trabalhar
com as crianças desde sua infância, formando-se leitores. Por meio de um diálogo com a
coordenação pedagógica, do (CMEI) São Francisco de Assis, percebeu-se a indisponibilidade
de um local para se expor, os livros existentes, podendo ser assim um motivo para o
desinteresse pela leitura na prática. Dessa forma pretendeu-se trabalhar com uma mudança
para organizar e expor os livros, visando aproximar esses materiais dos alunos e da família.
Às mudanças físicas que ocorreram no ambiente facilitaram o acesso, o contato e o manuseio
dos livros por parte dos alunos e dos pais neste processo de incentivo à leitura.
Palavras-chave: Educação Infantil. Infância. Práticas de Leitura.
1
Acadêmico do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ampére (FAMPER-PR). Email:[email protected]
2
Professora Rede Estadual de Ensino do Paraná. E-mail:[email protected]. Professora da Faculdade
de Ampére (FAMPER-PR).
ISSN 2176-1396
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Introdução
Nos dias atuais, embora dados de pesquisas demonstrem que os brasileiros então lendo
mais. Ainda é notado que muitas das crianças têm pouco interesse pela leitura, um motivo
para isso pode ser o pouco incentivo que alguns pais demonstram para o ato de ler, junto aos
seus filhos. A partir dessa problemática buscaram-se referenciais teóricos que discutem essa
temática.
Deste modo, este artigo salienta para a importância de incentivar a leitura na Educação
Infantil, ou seja, motivar as crianças para o hábito de ler. Pois, não basta apenas à
contribuição e participação da família e da escola nessa problemática, mas sim um trabalho
que venha aprofundar essa relação de coletividade.
A pesquisa realizou-se junto ao Centro Municipal de Educação Infantil São Francisco
de Assis, localizado no município de Ampére, que atende crianças na faixa etária de 6 meses a
4 anos de idade. No local observou-se que a instituição não possui espaço adequado para a
exposição dos livros infantis, assim percebeu-se a necessidade da criação de um espaço para
expor os livros para o empréstimo aos pais e alunos.
Sabe-se que a família é a continuação da escola em casa e cabe aos familiares ler e
influenciar na construção desse hábito da leitura, onde os familiares poderão estar lendo livros
infantis ou mesmo auxiliando as crianças no ato de ler.
A contribuição da família no processo de leitura: da gestação às primeiras palavras
Reconhecendo a importância do incentivo a leitura no período da Educação Infantil,
entende-se que escola e família são os principais sujeitos motivadores para que as crianças
gostem e sejam estimuladas a ter contato com a leitura e com diversos materiais (livros,
revistas, gibis, etc..) que tratam da linguagem verbal, e que possa contribuir para desenvolver
o gosto pela leitura. Segundo Jolibert (1994, p. 127): “[...] os pais sabem muito bem que o
domínio do ler/escrever é um dos fatores determinantes do sucesso ou do fracasso escolar”.
A maioria dos pais compreendem a importância que eles exercem na educação de seus
filhos, sendo que alguns se distanciam da escola, na maioria é devido ao contexto econômico
e social que os obriga. Para que haja uma educação participativa entre a família e a escola no
processo da leitura, é necessário entender que esse processo é muito complexo. Pois, na
perspectiva de Jolibert (1994) “o ato de aprender a ler é muito complexo, cuja compreensão se
situa no cruzamento de vários eixos” (p. 11).
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Esse eixo entre o aluno e escola, é a família que pode participar na educação. Mas
muitos pais afirmam não ter o tempo necessário para acompanhar seus filhos neste processo
de aprendizagem, e delegam para os educadores e a escola a responsabilidade na educação e
no aprendizado.
Tendo-se a noção do papel da leitura na vida de uma criança, se percebe que não basta
apenas a escola, incentivar. Mas também em casa, os pais e familiares poderão dedicar um
tempo para auxiliar a criança, lendo com ela e acompanhando na realização das suas tarefas,
por exemplo. Pois, [...] a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que
se deve aprender na vida terá de ser conseguindo através da leitura fora da escola. A leitura é
uma herança maior do que qualquer diploma. (CAGLIARI, 1993, p. 148).
A leitura sem dúvida é um grande passo na educação de cada pessoa. Pois ela
possibilitara novas aprendizagens, além de ser algo necessário para que cada um se
desenvolva, sendo considerado um marco para sua educação.
É imprescindível que a escola disponibilize livros para o empréstimo, tanto para os
alunos quanto para pais, pois assim poderão praticar a leitura em casa mostrando através de
exemplos para seus filhos à importância do ato de ler. Através dessa vivência a leitura será
estimulada e as crianças consequentemente passarão mais tempo com seus pais.
Salienta-se que o papel de incentivar a leitura é uma responsabilidade dos pais e da
escola, ambos necessitam proporcionar momentos para que isso ocorra, ou seja, buscar
diversas maneiras de incentivar a leitura.
Sabe-se que uma criança antes do nascimento, passa por um período de formação no
ventre de sua mãe, são cerca de 40 semanas e no decorrer dos meses esse bebê demonstra
sinais de interação com o ambiente sendo que ambos sentem emoções e sentimentos causados
um pelo outro. Pois,
Durante os meses de gravidez, o feto está diretamente ligado a tudo o que a mãe
pensa, sente e fala a seu respeito. Em certo nível, estão em comunicação direta e
permanente. Ele sente as mesmas emoções que ela e é por elas moldado. Aqui entra
desta forma, a importância do ambiente social e familiar mais próximo, em especial,
a figura paterna. (RICO, s/d, s/p).
A mulher durante a gestação fica mais emotiva em virtude de uma grande mudança de
hormônios que ocorre em seu corpo, e já o feto recebe sentimentos que são absorvidos pela
mãe ou que escuta do ambiente. Existem estudiosos como: (Ana Maria Morateli da Silva Rico
e Fanny Abramovich), que comprovam as contribuições do ato de ler para o feto, ainda
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durante o período de gestação, salientando que mãe e o bebê são favorecidos com essa pratica.
Assim,
A língua ouvida pelo feto será a sua língua e é por este motivo que terá maior
facilidade em decodificar, aprender e utilizá-la posteriormente. É tão primordial a
comunicação verbal durante a gestação que, ao nascer, o bebê, assim introduzido na
palavra, já terá em seu vocabulário, um ou dois fonemas. (RICO, s/d, s/p).
O ato de ler para o bebe ainda no ventre, além de influenciar e estimular a leitura
também auxiliará a ficar mais calmo e tranquilo durante a gestação e depois do nascimento.
Conforme afirma Abramovich, (1997, p.16). “O primeiro contato da criança com a leitura é
feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou de avós, contando contos de fadas, histórias
infantis, livros atuais, poemas, entre outros”.
Dessa maneira se evidencia que os pais são os principais responsáveis para incentivar
a leitura, começando ainda durante o período de gravidez e nos primeiros meses de vida, para
que assim o som das letras possa ser uma influência para um futuro leitor.
É importante dizer também o quanto pode ser significativo que os pais leiam
histórias para seus filhos ou folheiem com eles um álbum de literatura infantil,
levando-os a dizerem o que imaginam que irá acontecer na página seguinte depois
de virada. (JOLIBERT, 1994, p.129).
Considerando a importância que os pais têm para influenciar ou não o gosto pela
leitura, é aconselhado que quando estiverem lendo para seus filhos, busquem interrogando-os
sobre a história, buscando despertar o imaginário sobre o que vira acontecer na sequência.
A leitura por meio da contação de histórias
As histórias têm significativa importância na vida da criança e no desenvolvimento
infantil, principalmente através dos contos de fadas, histórias de heróis, reis, rainhas,
príncipes e princesas, que auxiliam em diversos aspectos, como a formação da personalidade
das crianças. Sabemos que um dos aspectos importantes é que a história trabalhe com a
oralidade, mantendo a criança concentrada e que gradativamente o hábito da leitura seja
adquirido, embora a grande maioria delas, ainda não sabe ler, mas será motivada através do
que ouve.
A leitura oral é feita não somente por quem lê, mas pode ser dirigida a outras
pessoas que também não lêem, apenas ouvem; os primeiros contatos das crianças
com a leitura ocorrem desse modo. Os adultos lêem histórias para elas, assim ouvir
histórias é uma forma de ler. (CAGLIARI, 1993, p.155).
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Para contar uma história, não basta apenas conhecê-la, é preciso interpretá-la de
forma, que o ouvinte fique envolvido com a narração, o leitor deve produzir sons e gestos que
represente os personagens da história fazendo com que os observadores interajam,
confrontando o real com o imaginário, se deixando levar pela história, e pelos personagens.
Pois,
É bom saber usar as modalidades e possibilidades da voz: sussurrar quando a
personagem fala baixinho ou está pensando em algo importantérrimo; é bom
levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo, ou falar de mansinho quando
a ação é calma... (ABRAMOVICH, 1997, P.21).
A maioria das histórias é escrita a um público alvo, por exemplo, as histórias infantis
são muito ilustradas e criativas procurando instigar o imaginário de quem ainda não sabe ler e
reconhecer as letras, mas tem muito interesse em ouvir o que lhe é contado. Por este motivo,
Os Livros devem ser de imagens com muitas gravuras e pouco texto ou mesmo
ausência deste. É importante que a criança leia as gravuras, que estas sejam
significativas, claras e favoreçam o jogo, a classificação, sequência e
desenvolvimento da linguagem e da leitura. (FEIL, 1997, P.66).
Nessa fase é importante que os livros tenham historias com muitas figuras e imagens,
assim vai chamar atenção para o manuseio desse material, além de ajudar a relacionar a
escrita com as imagens. Seguindo a ideia de que as historias chamam muito a atenção das
crianças, fica clara a relação entre imagem e o texto, e a função que uma historia tem ao se
trabalhar no incentivo a leitura. Pois, o som das palavras complementa a imagem.
O desenvolvimento cognitivo e da leitura na criança
Com base em estudos sobre a Psicologia, e nos estudos de Jean Piaget (1896-1980)
sobre os estágios de desenvolvimento humano compreende–se a relação existente entre a
faixa etária da criança com os livros indicados para cada fase. Apresenta-se no quadro a
seguir do autor Jean Piaget uma relação entre o desenvolvimento cognitivo e da leitura, em
crianças de 03 a 06 anos.
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Quadro nº 1: Desenvolvimento cognitivo juvenil/ Desenvolvimento da leitura.
Desenvolvimento cognitivo infanto-juvenil
Idade
Estágio de desenvolvimento
personalidade.
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Personalidade pré-conceitual-construção
anos
dos símbolos, mentalidade magica.
Indistinção eu/mundo.
Desenvolvimento da leitura
Estágio de desenvolvimento
Tipo de leitura
Pré-leitura desenvolvimento da
linguagem oral, percepção e
relacionamento entre imagens e
palavras, som, ritmos.
Livros de
gravuras, rimas,
infantis, cenas,
individualizadas.
Fonte: www.scielo.br/Piaget.
Ao analisar o quadro entendesse que na fase pré-leitura de desenvolvimento da
linguagem oral, a criança aumenta sua percepção, relacionando imagens e sons com maior
facilidade. Sendo que realiza a leitura pela audição através dos textos que ouve. Seguindo a
proposta de Piaget, o estágio de desenvolvimento cognitivo em que a criança encontrasse
nesse momento é o pré-conceitual ou pré-operacional, tendo como principal característica a
aquisição da linguagem.
Com base no quadro acima, tem-se a conclusão que é indicado o quanto antes na vida
de uma criança, disponibilizar livros e trabalhar com a leitura para assim instigá-lo.
Uma criança que viu desde cedo sua casa cheia de livros, jornais, que ouviu
histórias, que viu as pessoas gastando muito tempo lendo e escrevendo, que desde
cedo brincou com lápis, papel, borracha e tinta, quando entra na escola, encontra
uma continuação de seu modo de vida e acha natural e lógico o que nela se faz.
(CAGLIARI, 1993, p. 21).
A partir dessas vivências a criança desenvolve a função simbólica, inicia a elaboração
de conceitos e constrói o pensamento a partir de suas percepções da realidade. Por isso, os
textos literários adequados para essa faixa etária são os livros de imagem ou cantigas, que
enfatizam a musicalidade e os jogos sonoros. Também as histórias curtas, os contos de fada e
as fábulas são indicadas porque apresentam estruturas simples e elementos próximos ao
DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
O professor leitor na educação infantil
Na atualidade, as escolas cada vez mais tem buscado trazer a família para o ambiente
escolar, com a pretensão de aumentar o sentimento dos pais, para zelo da educação dos seus
filhos e de estarem participando mais nas atividades escolares. Mas “Nem todos os pais
participam da mesma maneira na escola e no sucesso escolar de seus filhos, cabe aos
professores procurar entradas múltiplas que permitam que cada um encontre um lugar, onde
se sinta a vontade, envolvido, criativo e eficaz”. (JOLIBERT, 1994, p.130).
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Nessa situação os professores se preocupam em buscar maneiras de envolver os
alunos para folharem os livros. Sendo que no passado os livros mais antigos, destinados às
crianças, transcreviam histórias de adultos, e a tarefa de educadores e pedagogos era árdua,
pois precisavam modificar a forma de contar uma história, utilizando esses livros, de maneira
que as crianças pudessem compreender. Já nos dias atuais os livros são produzidos de maneira
que leve a criança a compreensão, sempre trazendo muitas ilustrações. Portanto, “Existem
livros em que algo do que foi desenhado se move pela página, em outros há partes recortadas,
permitindo que se formem figuras novas e divertidas ou cenários divertidos, para
encantamento e fascinação completa da criança”. (ABRAMOVICH, 1997, P.26).
Observa-se que os professores da educação infantil trabalham muito com o lúdico,
pensando em desenvolver as diversas habilidades e potencialidades da criança, trabalhando
nesta fase com: histórias infantis, hora do conto, teatro de fantoches e diversas atividades que
estimulam na criança o prazer pela leitura e a mergulham em um universo mágico. Ao
analisar o cotidiano das escolas atuais, alguns professores reclamam que os alunos chegam ao
ensino fundamental anos iniciais, com pouco interesse pela leitura. E os familiares comentam
que na atualidade existem muitos docentes que não passam segurança na sua prática e no
diálogo as críticas dos pais. Dessa forma, “[...] é preciso reconhecer que os docentes que
tentam transformar suas práticas, às vezes não têm segurança e hesitam ao enfrentar o que
eles vivem primeiramente como sendo as criticas dos pais [...]”. (JOLIBERT, 1994, p.127).
Um fator para melhorar a situação, é que seja trabalhada também com os docentes a
questão do incentivo, buscando estimulá-los para a leitura, e assim que trabalhem projetos de
leitura nas escolas, tanto com alunos e com os familiares. Nessa visão, “O ponto de partida é
sempre o professor-leitor, com um conhecimento amplo do acervo da literatura infantil
disponível, que através do seu testemunho de amor pelo livro possa ajudar seu aluno a
também estabelecer laços afetivos com a leitura.” (FRANTZ, 2001, p. 15).
O professor leitor precisa conhecer como acontece o processo de aprendizagem da
leitura, quais obras são indicadas para faixa etária dos alunos que estão sob sua
responsabilidade. Além disso, necessita ler obras relacionadas à literatura infantil, para
elencar as que pode utilizar em suas aulas. “A função do educador não seria precisamente a de
ensinar a ler, mas a de criar condições para o educador realizar a sua própria aprendizagem”.
(MARTINS, 1994, p. 34).
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O docente deve propor diferentes dinâmicas com o objetivo de envolver seus alunos
com a leitura e que esses participem ativamente do processo de aprendizagem. Assim faz-se
necessário,
Que o professor descubra critérios fundamentadores e adequados de escolha da obra
literária a ser lida pela criança, que utilize e desenvolva recursos didáticos capazes
de intensificar a relação da criança com a obra literária infantil, que compreenda que
a utilização de tais recursos só alcançara a riqueza dos resultados possibilitados pela
literatura infantil quando alicerçada numa dada compreensão do processo educativo,
compreensão expressa em determinadas teorias e não em outras (OLIVEIRA, 1996,
p. 24).
A questão da interação escola/família é de suma importância para desenvolver o ato de
ler com aluno, pois além dos pais os professores também tem o papel de incentivar em sala de
aula, devem atuar como um professor leitor, aquele que estimula a criança a ler um livro, a
estar utilizando as palavras com o proposito a de conhecer o mundo, buscando relacionar a
realidade com a ficção, em cada texto lido, e assim a aprendizagem acontece e o despertar
para o hábito da leitura também. Pois, “ [...] incentivar o hábito de leitura no período da
infância, sob o risco de passada essa fase, tomar o processo irreversível, ou seja, não mais
conseguir o desenvolvimento de hábitos de leitura junto à população de adolescentes e
adultos”. (SILVA, 1994, p.11).
Sabe-se que os efeitos em não estimular a leitura podem ser muito negativos, por isso
família e escola precisam trabalhar coletivamente. Nesse sentido que se observa a importante
da presença do professor leitor em sala de aula, aquele que influência o ato e o hábito para a
leitura.
Incentivando a leitura no cmei são francisco de assis em ampére (pr)
O centro atende crianças com idade entre 6 meses a 4 anos, que frequentarem o
berçário e o maternal , sua estrutura física é antiga e bastante comprometida sendo que
durante muitos anos não aconteceram reformas para suprir o desgaste físico.
O projeto de incentivo a leitura, foi desenvolvido no Centro Municipal de Educação
Infantil, (CMEI) São Francisco de Assis, que se localiza no município de Ampére – Paraná,
atendendo principalmente crianças oriundas de famílias de baixa renda. Pensou-se que os
alunos que farão mais uso do projeto serão alunos da turma de maternal, pois poderão solicitar
aos pais o empréstimo dos livros.
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Segundo Cagliari (1993, p.176): “[...] Algumas escolas têm bibliotecas e guardam os
livros como se fossem pedras preciosas, trancadas”. Não é o caso dessa instituição de ensino,
que embora não tendo um local adequado para estar expondo os livros realizava o
empréstimo. Outro problema analisado foi à falta de local que os pais pudessem visualizar os
livros, desse modo, refletiu-se sobre como poderiam ser expostos os livros existentes e de que
maneira se realizariam os possíveis empréstimos. Sendo assim,
A biblioteca deve ser percebida como uma unidade escolar, integrando-se as suas
atividades no projeto educativo da própria escola e deve constituir-se como um
recurso básico do processo educativo, desempenhando um papel na aprendizagem
da leitura, no fomento do prazer de ler e na promoção de hábitos de leitura. (SILVA,
2001, p.11)
Após visita ao CMEI São Francisco de Assis, e conversa com a equipe pedagógica
selecionou-se os materiais existentes, como livros, revistas e gibis. O próximo passo foi
planejar como seriam distribuídos os livros nas prateleiras, e como elas seriam fixadas na
parede, visando a melhor organização.
Imagem nº 1: Visão dos livros expostos nas prateleiras, fixada na parede.
Fonte: Figura arquivo pessoal dos autores.
A imagem acima, representa uma parte do projeto realizado no (CMEI) São Francisco
de Assis, no qual foram fixadas prateleiras para expor alguns livros exixtentes, assim
demonstra alguns acervos em forma de uma mini biblíoteca. Pois, a biblíoteca tem seu papel
indispensavel em qualquer instituição de educação. “Quando se tem a convicção de que a
biblioteca da escola é um lugar e um instrumento indispensável, só resta... Torná-la um
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projeto-empreendimento de toda a escola (Crianças, professores e pais)”. (JOLIBERT, 1994,
p.95).
Dessa maneira, buscou-se proporcionar aos pais e alunos um contato maior com os
materiais de leitura, pois, sabe-se que essa é uma necessidade das instituições escolares
atualmente.
Como se observa na imagem a seguir, que representa a organização de um espaço
visível, na entrada do saguão da instituição para estar chamando atenção dos alunos e
familiares, para quem se achar motivado a realizar o empréstimo para leitura em casa.
Imagem nº 2: Visão dos livros expostos na entrada do saguão da instituição.
Fonte: Figura arquivo pessoal dos autores.
Após a implantação do trabalho, verificou-se que foi alcançado o objetivo de
incentivar a família, sobre a importância da leitura. Pois, analisando um fim de um dia de aula
na instituição, as crianças ao passarem frente à parede onde estavam expostos os livros
pediam aos pais que pegassem emprestados para ler em casa.
Os educadores em seu cotidiano já praticam a leitura e contação de histórias, porém
não basta apenas à escola motivar a criança. Sentiu-se assim, a necessidade de ter os pais
presentes neste processo de ensino-aprendizagem onde a família terá um importante papel de
iniciação da leitura e hábito de ler, juntamente com a escola.
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Dessa forma se evidencia a importância de estar incentivando a leitura já na infância
para as crianças, para que sejam estimuladas e percebam as vantagens que a leitura pode
trazer.
Considerações Finais
Este trabalho teve como objetivo analisar possíveis causas para o desinteresse dos
alunos de educação infantil para com a leitura, e tendo a preocupação de levantar o tema e
sugerir sugestões, para que junto ao projeto que foi desenvolvido no centro municipal de
educação infantil São Francisco de Assis, contribuísse para valorizar a leitura. Pretendeu-se
demonstrar que a leitura é algo necessário para toda pessoa que vive num espaço social e que
a criança deve ser estimulada tendo o gosto e prazer em conhecer palavras novas a cada dia,
possibilitando assim, uma melhor interação com o aprendizado que é colocado pelos
educadores, melhorando o seu desenvolvimento como um todo.
Concluir-se com a pesquisa e a implantação das prateleiras para estar expondo os
livros da Instituição de ensino, houve um despertar para a leitura, primeiramente com os
alunos consequentemente com os pais ou responsáveis que devem proporcionar em seus lares
momentos de leitura.
Também as mudanças físicas que ocorreram no ambiente facilitaram o acesso, o
contato e o manuseio dos livros por parte dos pais e também o controle do empréstimo dos
livros pela direção da Instituição. E assim, os pais se instigarão a estimular os filhos, neste
processo de incentivo à leitura.
Sabe-se que são vários os benefícios que a leitura nos traz, tais como a cultura, a
criatividade, a imaginação, o vocabulário, o interesse por coisas novas, a atenção, a interação,
entre outros fatores; e sendo assim a maioria de nossos conhecimentos são adquiridos através
da leitura, dentro ou fora da escola.
REFERÊNCIAS
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magistério.São Paulo. Editora: Scipione. 1997.
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. Série pensamento e ação no magistério.6º
edição. São Paulo. Editora: Scipione, 1993.
FEIL, I. T. S. Alfabetização um desafio novo, para um novo tempo. 9ºedição. Petrópolis Rj. Editora vozes. 1997.
34976
FRANTZ, M. H. Z. O ensino da literatura nas séries iniciais. Ijuí: Unijuí. 2001.
JOLIBERT, J. e colaboradores. Formação de crianças leitoras, - vol 1. São Paulo. Penso.
1994.
MARTINS, M. H. Ampliando a noção de leitura. In: O que é leitura. 18ed. São Paulo:
Brasiliense, 1994.
OLIVEIRA, M. A. de. Leitura prazer: interação participativa da criança com a literatura
infantil na escola. São Paulo: Paulinas, 1996.
RICO, A. M. M. S. da A Comunicação Verbal na gestação. Disponível em:
<http://guiadobebe.uol.com.br/a-comunicacao-zverbal-na-gestacao/> Acesso em: 10 de
Novembro de 201.4.
SILVA, L. M. Bibliotecas escolares e construção do sucesso educativo. Braga: Instituto de
Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2001.
SILVA, E. T. da. Leitura na escola e na biblioteca. 4ª ed. – Campinas, São Paulo: Papirus,
1994.
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