OS PRIMEIROS PASSOS PARA O INCENTIVO À LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ademir Zeferino1 - FAMPER Marcia Pires2 - FAMPER Grupo de Trabalho – Educação da Infância Agência Financiadora: Faculdade de Ampére (FAMPER) Resumo O presente artigo foi desenvolvido para demonstrar a importância da leitura na Educação Infantil. A adequação de um espaço para formação de leitores na escola torna-se fundamental, pois coloca a leitura para além daquela do tipo escolarizada, mecanizada e utilizada na sala de aula. O espaço organizado para o leitor oportuniza aos alunos a compreensão do significado de ler e abre possibilidades para a convivência com a leitura. Desta forma, buscamos organizar um local especifico para os livros existentes no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) São Francisco de Assis, no município de Ampére, Paraná. O trabalho de pesquisa baseou-se em autores que apontam a necessidade de incentivar a criança para a leitura desde a mais tenra idade. Durante a pesquisa constatou-se que alguns autores indicam as vantagens em incentivar a criança ainda durante a gestação. Na atualidade observam-se muitos educadores que relatam a falta de interesse dos alunos pela leitura, tendo como consequência o baixo rendimento escolar, nesse sentido, também se faz necessário trabalhar com as crianças desde sua infância, formando-se leitores. Por meio de um diálogo com a coordenação pedagógica, do (CMEI) São Francisco de Assis, percebeu-se a indisponibilidade de um local para se expor, os livros existentes, podendo ser assim um motivo para o desinteresse pela leitura na prática. Dessa forma pretendeu-se trabalhar com uma mudança para organizar e expor os livros, visando aproximar esses materiais dos alunos e da família. Às mudanças físicas que ocorreram no ambiente facilitaram o acesso, o contato e o manuseio dos livros por parte dos alunos e dos pais neste processo de incentivo à leitura. Palavras-chave: Educação Infantil. Infância. Práticas de Leitura. 1 Acadêmico do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ampére (FAMPER-PR). Email:[email protected] 2 Professora Rede Estadual de Ensino do Paraná. E-mail:[email protected]. Professora da Faculdade de Ampére (FAMPER-PR). ISSN 2176-1396 34966 Introdução Nos dias atuais, embora dados de pesquisas demonstrem que os brasileiros então lendo mais. Ainda é notado que muitas das crianças têm pouco interesse pela leitura, um motivo para isso pode ser o pouco incentivo que alguns pais demonstram para o ato de ler, junto aos seus filhos. A partir dessa problemática buscaram-se referenciais teóricos que discutem essa temática. Deste modo, este artigo salienta para a importância de incentivar a leitura na Educação Infantil, ou seja, motivar as crianças para o hábito de ler. Pois, não basta apenas à contribuição e participação da família e da escola nessa problemática, mas sim um trabalho que venha aprofundar essa relação de coletividade. A pesquisa realizou-se junto ao Centro Municipal de Educação Infantil São Francisco de Assis, localizado no município de Ampére, que atende crianças na faixa etária de 6 meses a 4 anos de idade. No local observou-se que a instituição não possui espaço adequado para a exposição dos livros infantis, assim percebeu-se a necessidade da criação de um espaço para expor os livros para o empréstimo aos pais e alunos. Sabe-se que a família é a continuação da escola em casa e cabe aos familiares ler e influenciar na construção desse hábito da leitura, onde os familiares poderão estar lendo livros infantis ou mesmo auxiliando as crianças no ato de ler. A contribuição da família no processo de leitura: da gestação às primeiras palavras Reconhecendo a importância do incentivo a leitura no período da Educação Infantil, entende-se que escola e família são os principais sujeitos motivadores para que as crianças gostem e sejam estimuladas a ter contato com a leitura e com diversos materiais (livros, revistas, gibis, etc..) que tratam da linguagem verbal, e que possa contribuir para desenvolver o gosto pela leitura. Segundo Jolibert (1994, p. 127): “[...] os pais sabem muito bem que o domínio do ler/escrever é um dos fatores determinantes do sucesso ou do fracasso escolar”. A maioria dos pais compreendem a importância que eles exercem na educação de seus filhos, sendo que alguns se distanciam da escola, na maioria é devido ao contexto econômico e social que os obriga. Para que haja uma educação participativa entre a família e a escola no processo da leitura, é necessário entender que esse processo é muito complexo. Pois, na perspectiva de Jolibert (1994) “o ato de aprender a ler é muito complexo, cuja compreensão se situa no cruzamento de vários eixos” (p. 11). 34967 Esse eixo entre o aluno e escola, é a família que pode participar na educação. Mas muitos pais afirmam não ter o tempo necessário para acompanhar seus filhos neste processo de aprendizagem, e delegam para os educadores e a escola a responsabilidade na educação e no aprendizado. Tendo-se a noção do papel da leitura na vida de uma criança, se percebe que não basta apenas a escola, incentivar. Mas também em casa, os pais e familiares poderão dedicar um tempo para auxiliar a criança, lendo com ela e acompanhando na realização das suas tarefas, por exemplo. Pois, [...] a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguindo através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma. (CAGLIARI, 1993, p. 148). A leitura sem dúvida é um grande passo na educação de cada pessoa. Pois ela possibilitara novas aprendizagens, além de ser algo necessário para que cada um se desenvolva, sendo considerado um marco para sua educação. É imprescindível que a escola disponibilize livros para o empréstimo, tanto para os alunos quanto para pais, pois assim poderão praticar a leitura em casa mostrando através de exemplos para seus filhos à importância do ato de ler. Através dessa vivência a leitura será estimulada e as crianças consequentemente passarão mais tempo com seus pais. Salienta-se que o papel de incentivar a leitura é uma responsabilidade dos pais e da escola, ambos necessitam proporcionar momentos para que isso ocorra, ou seja, buscar diversas maneiras de incentivar a leitura. Sabe-se que uma criança antes do nascimento, passa por um período de formação no ventre de sua mãe, são cerca de 40 semanas e no decorrer dos meses esse bebê demonstra sinais de interação com o ambiente sendo que ambos sentem emoções e sentimentos causados um pelo outro. Pois, Durante os meses de gravidez, o feto está diretamente ligado a tudo o que a mãe pensa, sente e fala a seu respeito. Em certo nível, estão em comunicação direta e permanente. Ele sente as mesmas emoções que ela e é por elas moldado. Aqui entra desta forma, a importância do ambiente social e familiar mais próximo, em especial, a figura paterna. (RICO, s/d, s/p). A mulher durante a gestação fica mais emotiva em virtude de uma grande mudança de hormônios que ocorre em seu corpo, e já o feto recebe sentimentos que são absorvidos pela mãe ou que escuta do ambiente. Existem estudiosos como: (Ana Maria Morateli da Silva Rico e Fanny Abramovich), que comprovam as contribuições do ato de ler para o feto, ainda 34968 durante o período de gestação, salientando que mãe e o bebê são favorecidos com essa pratica. Assim, A língua ouvida pelo feto será a sua língua e é por este motivo que terá maior facilidade em decodificar, aprender e utilizá-la posteriormente. É tão primordial a comunicação verbal durante a gestação que, ao nascer, o bebê, assim introduzido na palavra, já terá em seu vocabulário, um ou dois fonemas. (RICO, s/d, s/p). O ato de ler para o bebe ainda no ventre, além de influenciar e estimular a leitura também auxiliará a ficar mais calmo e tranquilo durante a gestação e depois do nascimento. Conforme afirma Abramovich, (1997, p.16). “O primeiro contato da criança com a leitura é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou de avós, contando contos de fadas, histórias infantis, livros atuais, poemas, entre outros”. Dessa maneira se evidencia que os pais são os principais responsáveis para incentivar a leitura, começando ainda durante o período de gravidez e nos primeiros meses de vida, para que assim o som das letras possa ser uma influência para um futuro leitor. É importante dizer também o quanto pode ser significativo que os pais leiam histórias para seus filhos ou folheiem com eles um álbum de literatura infantil, levando-os a dizerem o que imaginam que irá acontecer na página seguinte depois de virada. (JOLIBERT, 1994, p.129). Considerando a importância que os pais têm para influenciar ou não o gosto pela leitura, é aconselhado que quando estiverem lendo para seus filhos, busquem interrogando-os sobre a história, buscando despertar o imaginário sobre o que vira acontecer na sequência. A leitura por meio da contação de histórias As histórias têm significativa importância na vida da criança e no desenvolvimento infantil, principalmente através dos contos de fadas, histórias de heróis, reis, rainhas, príncipes e princesas, que auxiliam em diversos aspectos, como a formação da personalidade das crianças. Sabemos que um dos aspectos importantes é que a história trabalhe com a oralidade, mantendo a criança concentrada e que gradativamente o hábito da leitura seja adquirido, embora a grande maioria delas, ainda não sabe ler, mas será motivada através do que ouve. A leitura oral é feita não somente por quem lê, mas pode ser dirigida a outras pessoas que também não lêem, apenas ouvem; os primeiros contatos das crianças com a leitura ocorrem desse modo. Os adultos lêem histórias para elas, assim ouvir histórias é uma forma de ler. (CAGLIARI, 1993, p.155). 34969 Para contar uma história, não basta apenas conhecê-la, é preciso interpretá-la de forma, que o ouvinte fique envolvido com a narração, o leitor deve produzir sons e gestos que represente os personagens da história fazendo com que os observadores interajam, confrontando o real com o imaginário, se deixando levar pela história, e pelos personagens. Pois, É bom saber usar as modalidades e possibilidades da voz: sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importantérrimo; é bom levantar a voz quando uma algazarra está acontecendo, ou falar de mansinho quando a ação é calma... (ABRAMOVICH, 1997, P.21). A maioria das histórias é escrita a um público alvo, por exemplo, as histórias infantis são muito ilustradas e criativas procurando instigar o imaginário de quem ainda não sabe ler e reconhecer as letras, mas tem muito interesse em ouvir o que lhe é contado. Por este motivo, Os Livros devem ser de imagens com muitas gravuras e pouco texto ou mesmo ausência deste. É importante que a criança leia as gravuras, que estas sejam significativas, claras e favoreçam o jogo, a classificação, sequência e desenvolvimento da linguagem e da leitura. (FEIL, 1997, P.66). Nessa fase é importante que os livros tenham historias com muitas figuras e imagens, assim vai chamar atenção para o manuseio desse material, além de ajudar a relacionar a escrita com as imagens. Seguindo a ideia de que as historias chamam muito a atenção das crianças, fica clara a relação entre imagem e o texto, e a função que uma historia tem ao se trabalhar no incentivo a leitura. Pois, o som das palavras complementa a imagem. O desenvolvimento cognitivo e da leitura na criança Com base em estudos sobre a Psicologia, e nos estudos de Jean Piaget (1896-1980) sobre os estágios de desenvolvimento humano compreende–se a relação existente entre a faixa etária da criança com os livros indicados para cada fase. Apresenta-se no quadro a seguir do autor Jean Piaget uma relação entre o desenvolvimento cognitivo e da leitura, em crianças de 03 a 06 anos. 34970 Quadro nº 1: Desenvolvimento cognitivo juvenil/ Desenvolvimento da leitura. Desenvolvimento cognitivo infanto-juvenil Idade Estágio de desenvolvimento personalidade. 3a6 Personalidade pré-conceitual-construção anos dos símbolos, mentalidade magica. Indistinção eu/mundo. Desenvolvimento da leitura Estágio de desenvolvimento Tipo de leitura Pré-leitura desenvolvimento da linguagem oral, percepção e relacionamento entre imagens e palavras, som, ritmos. Livros de gravuras, rimas, infantis, cenas, individualizadas. Fonte: www.scielo.br/Piaget. Ao analisar o quadro entendesse que na fase pré-leitura de desenvolvimento da linguagem oral, a criança aumenta sua percepção, relacionando imagens e sons com maior facilidade. Sendo que realiza a leitura pela audição através dos textos que ouve. Seguindo a proposta de Piaget, o estágio de desenvolvimento cognitivo em que a criança encontrasse nesse momento é o pré-conceitual ou pré-operacional, tendo como principal característica a aquisição da linguagem. Com base no quadro acima, tem-se a conclusão que é indicado o quanto antes na vida de uma criança, disponibilizar livros e trabalhar com a leitura para assim instigá-lo. Uma criança que viu desde cedo sua casa cheia de livros, jornais, que ouviu histórias, que viu as pessoas gastando muito tempo lendo e escrevendo, que desde cedo brincou com lápis, papel, borracha e tinta, quando entra na escola, encontra uma continuação de seu modo de vida e acha natural e lógico o que nela se faz. (CAGLIARI, 1993, p. 21). A partir dessas vivências a criança desenvolve a função simbólica, inicia a elaboração de conceitos e constrói o pensamento a partir de suas percepções da realidade. Por isso, os textos literários adequados para essa faixa etária são os livros de imagem ou cantigas, que enfatizam a musicalidade e os jogos sonoros. Também as histórias curtas, os contos de fada e as fábulas são indicadas porque apresentam estruturas simples e elementos próximos ao DESENVOLVIMENTO INFANTIL. O professor leitor na educação infantil Na atualidade, as escolas cada vez mais tem buscado trazer a família para o ambiente escolar, com a pretensão de aumentar o sentimento dos pais, para zelo da educação dos seus filhos e de estarem participando mais nas atividades escolares. Mas “Nem todos os pais participam da mesma maneira na escola e no sucesso escolar de seus filhos, cabe aos professores procurar entradas múltiplas que permitam que cada um encontre um lugar, onde se sinta a vontade, envolvido, criativo e eficaz”. (JOLIBERT, 1994, p.130). 34971 Nessa situação os professores se preocupam em buscar maneiras de envolver os alunos para folharem os livros. Sendo que no passado os livros mais antigos, destinados às crianças, transcreviam histórias de adultos, e a tarefa de educadores e pedagogos era árdua, pois precisavam modificar a forma de contar uma história, utilizando esses livros, de maneira que as crianças pudessem compreender. Já nos dias atuais os livros são produzidos de maneira que leve a criança a compreensão, sempre trazendo muitas ilustrações. Portanto, “Existem livros em que algo do que foi desenhado se move pela página, em outros há partes recortadas, permitindo que se formem figuras novas e divertidas ou cenários divertidos, para encantamento e fascinação completa da criança”. (ABRAMOVICH, 1997, P.26). Observa-se que os professores da educação infantil trabalham muito com o lúdico, pensando em desenvolver as diversas habilidades e potencialidades da criança, trabalhando nesta fase com: histórias infantis, hora do conto, teatro de fantoches e diversas atividades que estimulam na criança o prazer pela leitura e a mergulham em um universo mágico. Ao analisar o cotidiano das escolas atuais, alguns professores reclamam que os alunos chegam ao ensino fundamental anos iniciais, com pouco interesse pela leitura. E os familiares comentam que na atualidade existem muitos docentes que não passam segurança na sua prática e no diálogo as críticas dos pais. Dessa forma, “[...] é preciso reconhecer que os docentes que tentam transformar suas práticas, às vezes não têm segurança e hesitam ao enfrentar o que eles vivem primeiramente como sendo as criticas dos pais [...]”. (JOLIBERT, 1994, p.127). Um fator para melhorar a situação, é que seja trabalhada também com os docentes a questão do incentivo, buscando estimulá-los para a leitura, e assim que trabalhem projetos de leitura nas escolas, tanto com alunos e com os familiares. Nessa visão, “O ponto de partida é sempre o professor-leitor, com um conhecimento amplo do acervo da literatura infantil disponível, que através do seu testemunho de amor pelo livro possa ajudar seu aluno a também estabelecer laços afetivos com a leitura.” (FRANTZ, 2001, p. 15). O professor leitor precisa conhecer como acontece o processo de aprendizagem da leitura, quais obras são indicadas para faixa etária dos alunos que estão sob sua responsabilidade. Além disso, necessita ler obras relacionadas à literatura infantil, para elencar as que pode utilizar em suas aulas. “A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educador realizar a sua própria aprendizagem”. (MARTINS, 1994, p. 34). 34972 O docente deve propor diferentes dinâmicas com o objetivo de envolver seus alunos com a leitura e que esses participem ativamente do processo de aprendizagem. Assim faz-se necessário, Que o professor descubra critérios fundamentadores e adequados de escolha da obra literária a ser lida pela criança, que utilize e desenvolva recursos didáticos capazes de intensificar a relação da criança com a obra literária infantil, que compreenda que a utilização de tais recursos só alcançara a riqueza dos resultados possibilitados pela literatura infantil quando alicerçada numa dada compreensão do processo educativo, compreensão expressa em determinadas teorias e não em outras (OLIVEIRA, 1996, p. 24). A questão da interação escola/família é de suma importância para desenvolver o ato de ler com aluno, pois além dos pais os professores também tem o papel de incentivar em sala de aula, devem atuar como um professor leitor, aquele que estimula a criança a ler um livro, a estar utilizando as palavras com o proposito a de conhecer o mundo, buscando relacionar a realidade com a ficção, em cada texto lido, e assim a aprendizagem acontece e o despertar para o hábito da leitura também. Pois, “ [...] incentivar o hábito de leitura no período da infância, sob o risco de passada essa fase, tomar o processo irreversível, ou seja, não mais conseguir o desenvolvimento de hábitos de leitura junto à população de adolescentes e adultos”. (SILVA, 1994, p.11). Sabe-se que os efeitos em não estimular a leitura podem ser muito negativos, por isso família e escola precisam trabalhar coletivamente. Nesse sentido que se observa a importante da presença do professor leitor em sala de aula, aquele que influência o ato e o hábito para a leitura. Incentivando a leitura no cmei são francisco de assis em ampére (pr) O centro atende crianças com idade entre 6 meses a 4 anos, que frequentarem o berçário e o maternal , sua estrutura física é antiga e bastante comprometida sendo que durante muitos anos não aconteceram reformas para suprir o desgaste físico. O projeto de incentivo a leitura, foi desenvolvido no Centro Municipal de Educação Infantil, (CMEI) São Francisco de Assis, que se localiza no município de Ampére – Paraná, atendendo principalmente crianças oriundas de famílias de baixa renda. Pensou-se que os alunos que farão mais uso do projeto serão alunos da turma de maternal, pois poderão solicitar aos pais o empréstimo dos livros. 34973 Segundo Cagliari (1993, p.176): “[...] Algumas escolas têm bibliotecas e guardam os livros como se fossem pedras preciosas, trancadas”. Não é o caso dessa instituição de ensino, que embora não tendo um local adequado para estar expondo os livros realizava o empréstimo. Outro problema analisado foi à falta de local que os pais pudessem visualizar os livros, desse modo, refletiu-se sobre como poderiam ser expostos os livros existentes e de que maneira se realizariam os possíveis empréstimos. Sendo assim, A biblioteca deve ser percebida como uma unidade escolar, integrando-se as suas atividades no projeto educativo da própria escola e deve constituir-se como um recurso básico do processo educativo, desempenhando um papel na aprendizagem da leitura, no fomento do prazer de ler e na promoção de hábitos de leitura. (SILVA, 2001, p.11) Após visita ao CMEI São Francisco de Assis, e conversa com a equipe pedagógica selecionou-se os materiais existentes, como livros, revistas e gibis. O próximo passo foi planejar como seriam distribuídos os livros nas prateleiras, e como elas seriam fixadas na parede, visando a melhor organização. Imagem nº 1: Visão dos livros expostos nas prateleiras, fixada na parede. Fonte: Figura arquivo pessoal dos autores. A imagem acima, representa uma parte do projeto realizado no (CMEI) São Francisco de Assis, no qual foram fixadas prateleiras para expor alguns livros exixtentes, assim demonstra alguns acervos em forma de uma mini biblíoteca. Pois, a biblíoteca tem seu papel indispensavel em qualquer instituição de educação. “Quando se tem a convicção de que a biblioteca da escola é um lugar e um instrumento indispensável, só resta... Torná-la um 34974 projeto-empreendimento de toda a escola (Crianças, professores e pais)”. (JOLIBERT, 1994, p.95). Dessa maneira, buscou-se proporcionar aos pais e alunos um contato maior com os materiais de leitura, pois, sabe-se que essa é uma necessidade das instituições escolares atualmente. Como se observa na imagem a seguir, que representa a organização de um espaço visível, na entrada do saguão da instituição para estar chamando atenção dos alunos e familiares, para quem se achar motivado a realizar o empréstimo para leitura em casa. Imagem nº 2: Visão dos livros expostos na entrada do saguão da instituição. Fonte: Figura arquivo pessoal dos autores. Após a implantação do trabalho, verificou-se que foi alcançado o objetivo de incentivar a família, sobre a importância da leitura. Pois, analisando um fim de um dia de aula na instituição, as crianças ao passarem frente à parede onde estavam expostos os livros pediam aos pais que pegassem emprestados para ler em casa. Os educadores em seu cotidiano já praticam a leitura e contação de histórias, porém não basta apenas à escola motivar a criança. Sentiu-se assim, a necessidade de ter os pais presentes neste processo de ensino-aprendizagem onde a família terá um importante papel de iniciação da leitura e hábito de ler, juntamente com a escola. 34975 Dessa forma se evidencia a importância de estar incentivando a leitura já na infância para as crianças, para que sejam estimuladas e percebam as vantagens que a leitura pode trazer. Considerações Finais Este trabalho teve como objetivo analisar possíveis causas para o desinteresse dos alunos de educação infantil para com a leitura, e tendo a preocupação de levantar o tema e sugerir sugestões, para que junto ao projeto que foi desenvolvido no centro municipal de educação infantil São Francisco de Assis, contribuísse para valorizar a leitura. Pretendeu-se demonstrar que a leitura é algo necessário para toda pessoa que vive num espaço social e que a criança deve ser estimulada tendo o gosto e prazer em conhecer palavras novas a cada dia, possibilitando assim, uma melhor interação com o aprendizado que é colocado pelos educadores, melhorando o seu desenvolvimento como um todo. Concluir-se com a pesquisa e a implantação das prateleiras para estar expondo os livros da Instituição de ensino, houve um despertar para a leitura, primeiramente com os alunos consequentemente com os pais ou responsáveis que devem proporcionar em seus lares momentos de leitura. Também as mudanças físicas que ocorreram no ambiente facilitaram o acesso, o contato e o manuseio dos livros por parte dos pais e também o controle do empréstimo dos livros pela direção da Instituição. E assim, os pais se instigarão a estimular os filhos, neste processo de incentivo à leitura. Sabe-se que são vários os benefícios que a leitura nos traz, tais como a cultura, a criatividade, a imaginação, o vocabulário, o interesse por coisas novas, a atenção, a interação, entre outros fatores; e sendo assim a maioria de nossos conhecimentos são adquiridos através da leitura, dentro ou fora da escola. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil, Gostosuras e Bobices. Série pensamento e ação no magistério.São Paulo. Editora: Scipione. 1997. CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. Série pensamento e ação no magistério.6º edição. São Paulo. Editora: Scipione, 1993. FEIL, I. T. S. Alfabetização um desafio novo, para um novo tempo. 9ºedição. Petrópolis Rj. Editora vozes. 1997. 34976 FRANTZ, M. H. Z. O ensino da literatura nas séries iniciais. Ijuí: Unijuí. 2001. JOLIBERT, J. e colaboradores. Formação de crianças leitoras, - vol 1. São Paulo. Penso. 1994. MARTINS, M. H. Ampliando a noção de leitura. In: O que é leitura. 18ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. OLIVEIRA, M. 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