Metabolismo e Endocrinologia Teorico-prática: 9 Tema: Bombas Infusoras de Insulina Data: 18 de Maio de 2011 9.1 ACCU-CHEK SPIRIT A bomba infusora de insulina Accu-Chek Spirit é um sistema que imita a função do pâncreas. A bomba está programada para, de três em três minutos, administrar uma dose basal de insulina precisa. É possível programar a bomba de hora a hora de acordo com o ritmo diário do paciente. Administração da insulina no organismo do paciente dá-se através de um catéter subcutâneo que se muda de três em três dias. Vantagens na utilização Melhora o controlo metabólico pela redução das flutuações dos valores de glicémia; Reduz as complicações da diabetes a longo prazo pois trata-se de um controlo rigoroso da glicémia; Reduz significativamente o número de hipoglicémias severas; Diminui os casos de cetoacidose ; Torna a vida do utilizador mais flexível, pois reduz do número de picadas por dia (apenas uma de três 1 em três dias); Melhora a qualidade de vida, pois há um maior ajuste fisiológico em relação a desporto e esforços físicos, mudanças de ritmo diário e tipos de refeições. Desvantagens Custo da bomba (3.500€), além dos custos dos catéteres e dos cartuchos; Há risco de infecção na zona onde o catéter subcutâneo é inserido (o utilizador não se deve esquecer de fazer higiene); Risco de reacções alérgicas e irritações de pele perto do local de infusão e do adesivo; A bomba poderá deixar de funcionar correctamente devido a problemas de hardware ou de software. Administração de Insulina: O que é um bolus? Um bolus é a quantidade de insulina que a pessoa com diabetes pode administrar às refeições, ou em caso de hiperglicémia. Um bolus pode ser administrado através de: Bolus rápido (ou bolus padrão), o qual é rápido, simples e seguro; Bolus prolongado, que serve para administrar pequenas quantidades de insulina durante um largo período de tempo; 1 Cetoacidose provoca a diminuição do pH de todo o organismo, em consequência da presença de grandes concentrações de cetoácidos no sangue. Os cetoácidos contêm um grupo cetona e um grupo ácido carboxílico. 1 Bolus multionda, o qual combina o bolus rápido com o bolus prolongado, ideal para refeições tardias e outras situações de excepção. Tipos de insulina Os dois tipos de insulina mais importantes são a insulina rápida e a insulina lenta. A insulina rápida actua mais rápidamente, tendo um tempo de duração baixo. Pode ser aplicada pelas vias endovenosa, muscular e subcutânea. Este tipo de insulina é usualmente administrada 30 minutos antes das refeições. Verifica-se uma rápida diminuição da concentração sanguínea de glicose. A insulina lenta apresenta um tempo de duração mais prolongado em consequência da formação de cristais de insulina. É apenas possível administrar este tipo de insulina por via subcutânea. Normalmente, a sua injecção é feita duas vezes ao dia (uma antes do pequeno-almoço, 2/3 da dose diária, e outra antes do paciente se deitar, 1/3 da dose diária). 9.1.1 CONJUTOS DE INFUSÃO Existem vários conjuntos de infusão com a bomba Accu-Chek Spirit, permitindo uma maior flexibilidade e conforto ao utilizador. O sistema TenderLink permite o utilizador desconectar-se da bomba infusora de insulina quando quiser. A agulha é fina e permite uma insersão na pele de forma suave e confortável. A cânula de téflon é uma opção quando as agulhas de aço não são toleráveis. O sistema FlexLink tem um conector reversível de perfil raso que permite a conexão e desconexão de forma simples, até sem iluminação. O catéter é formado por um material que não vinca. O corpo da cânula é arredondado, sendo mais confortável de utilizar e reduz o risco de se deslocar ou sair da pele. O sistema Rapid-D Link não necessita de dispositivo de inserção. É de perfil raso, practicamente sem relevo. O utilizador tem sempre a certeza que a agulha está inserida na pele, com a uma leve pressão sobre o local de infusão. 9.2. INSULINA ORAL Quando se fala de insulina oral, é necessário pensar em duas formas: comprimidos, ou por via respiratória. A maior vantagem da insulina oral é não ter que administrar insulina via injecção. A injecção diária torna a vida do utilizador menos flexível e prático. 2 A administração de insulina por comprimidos é extremamente difícil, não só pelo facto das paredes do estômago serem grossas, como também a absorção a nível dos intestinos seria mínima. Seria necessário uma grande quantidade de insulina por comprimido, o que é caro. Além disso, demoraria a actuar. Quanto à insulina por via respiratória, a forma mais promissora é via pulmunar, pois como os alvéolos se encontram um contacto directo com a corrente sanguínea, a insulina seria directamente absorvida. Seria necessário um inalador. No entanto, a insulina por via respiratória apresenta algumas desvantagens: não é aconselhável em diabéticos com problemas respiratórios, é impossível controlar a quantidade de insulina administrada, pois a pressão que se exerce sobre o inalador não é sempre a mesma, e a acção da insulina por via sanguínea (injecção) é muito mais rápida. 9.3. FUTURO – O QUE NOS RESERVA? Quanto ao futuro, pensa-se em conseguir monitorizar continuamente a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas de modo permanente. No entanto, até agora não há registo de alguém ter conseguido colocar um sensor, de modo permanente, no sangue: por um lado, há perda da capacidade de leitura e, por outro, verificam-se graves problemas de rejeição. Encontra-se actualmente em desenvolvimento bombas de infusão coladas ao corpo (pele). 3