Regulação Sensorial na Pessoa com AVC

Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação
Regulação Sensorial na Pessoa
com AVC
Viseu, 1 de Dezembro de 2016
Cátia Silva (UCCI N.ª Sr.ª do Monte Sião) [email protected]
Margarete Seixas (CHLC) [email protected]
Vanda Marques Pinto (ESEL)
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Objetivos do Programa de Regulação Sensorial
Promover o
conforto
Potenciar a
Reabilitação
Envolver os
familiares na
Reabilitação
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Princípios da Regulação Sensorial
Intensidade
Duração
A estimulação sensorial deverá ser
realizada de forma organizada e
estruturada.
(Wood, 1991; Gerber, 2005)
Intervalo de tempo
entre as sessões
Frequência
Modalidade
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Envolvente Clínica
Avaliação Neurológica
A pessoa com AVC pode apresentar alterações cognitivas,
motoras e sensitivas.
(Hemiparésia/plegia; hemipostesia/anestesia; ataxia; disfagia; apraxia;
agnosia; neglect; afasia/disartria; alteração da atenção; alterações
mnésicas, alterações da consciência)
Fonte: http://www.imagenstop.blog.br/imagem-do-corpo-humano-2/
Avaliação
Doméstica, Falava Inglês e Francês, viveu até aos 22 anos em
Luanda, depois foi para Setúbal
Avaliação
Dançar , Pintar, Ir à Praia, Ver teatro, Jardinagem
Nadar, Jogar ténis, adepta do futebol clube do Porto
Habitus
Gostava ouvir música clássica, fado, cantar fado, ver opera,
(ouvia música logo de manhã)
Programas de história (odisseia); Não gostava do telejornal e
de telenovelas, Filme preferido: música no coração.
Cheiro das flores e plantas do jardim (limoeiro, macieira,
figueira, amendoeira, alecrim, rosas) Perfume, Shampoo,
creme
Iogurte de ananás, mousse, pudim, café chocolate,
morango, cereja, tapioca, farinha torrada, flocos aveia
Planeamento das Sessões
Intervenção
Música
relaxante
Música
clássica
Fado
Som da
praia/mar
Espelho
Fotos/víde
o de
Luanda,
filhos
Pinturas
Filme de
Teatro,
ópera,
música no
coração
Programa
odisseia
Flores e
plantas do
jardim
Perfume,
Shampoo,
creme
Iogurte de
ananás
Areia/água
Ambiente
Praia
Bola de ténis
Mousse,
pudim
Café,
Chocolate
Pinceis/telas
Massagem
Mobilizações
Morango,
cereja
Tapioca,
farinha
torrada
Posicioname
ntos
Ambiente
Jardim
Exposição
pintura
Intervenção
Registos
•
•
•
•
Sinais vitais
Expressões faciais
Movimentos e coordenação
Observações
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Intervenção
Paladar - Sabor do chocolate
Visão- Filme de ópera
Audição - Música Clássica
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Intervenção
Visão - Pinturas
Olfato - Plantas do seu jardim
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Intervenção
Multissensorial - Exposição das suas pinturas
Sensibilidade Corporal - Água
Multissensorial - Ambiente de praia
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Avaliação do Programa
“Está a ser uma experiência interessante principalmente para a nossa mãe,
mas também para nós que acompanhamos todo o processo e conseguimos
ver as diferenças, dentro do que é possível.”
“Inicialmente estávamos ansiosos e queríamos que a mãe voltasse a estar
mais consciente e comunicativa. Com a Regulação Sensorial queremos
proporcionar o máximo de bem-estar e estamos mais envolvidos e despertos
para as diferenças no seu estado. A comunicação com a mãe foi
otimizada.”
Filho da D. FV.
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Avaliação do Programa
“A regulação sensorial é de extrema importância para a minha mãe, sendo
estimulada e evitando a privação sensorial. Na presença dos estímulos notam-se
diferenças significativas.”
“Notamos que está mais atenta às conversas, sobretudo temas do dia-a-dia,
conseguindo abrir os olhos.”
“Com o programa de Regulação Sensorial sinto maior entusiasmo na prestação
de cuidados e maior proximidade com a Enfermeira, reforçando os nossos laços e
o cuidar da mãe.”
Filho D. F.V.
A Regulação Sensorial na Pessoa com AVC
Avaliação do Programa
• Maior envolvimento da família na prestação de cuidados à pessoa;
• Os familiares apresentaram maior satisfação e confiança com os cuidados
prestados pelos profissionais;
• Articulação entre família e profissionais mais eficaz;
• Os estímulos provocam alterações nos sinais vitais, no estado de vigília,
comunicação, alimentação, expressões faciais da pessoa e outras manifestações
externas.
Diagrama de Intervenção
Envolvimento da Família
Avaliação Inicial
Planeamento das
sessões
Envolvente Clínica
Ambiente
controlado
Registo da sessão
Sinais vitais
Avaliação
neurológica
Evitar
hiperestimulação
Expressões faciais
Testemunhos
familiares
Avaliação
Neurológica
Habitus
Selecção de
estímulos
Intervenção
Movimentos
corporais
Outras
observações
Avaliação do
programa
Avaliação do
conforto
Conclusão
A Regulação Sensorial:
•
•
Pode influenciar o estado emocional e a motivação para o processo de recuperação
•
•
•
•
Promove o conforto
Promove o processo de reabilitação da pessoa com AVC (sensorio-motor e cognitivo)
e o despertar da consciência, se alterada
Favorece o envolvimento da família na reabilitação
Contribui para a Capacitação dos familiares para cuidadores
Favorece a satisfação dos família e relação de confiança com o EEER
Desafios
• Projeto de investigação e divulgação da temática;
• Preparação do regresso ao domicilio e à comunidade, com monitorização;
• Articulação com associações da comunidade;
• Intervenção multiprofissional.
OBRIGADA!!!
Cátia Silva - [email protected]
Margarete Seixas - [email protected]
Vanda Marques Pinto
Bibliografia
•
Abbassi, M.; Mohammadi, E. & Sheaykh-Rezayi, A. S. (2009). Effect of a regular family visiting program as an affective, auditory, and tactile stimulation on the
consciousness level of comatose patients with a head injury. Japan Journal of Nursing Science, 6, 21–26.
•
Abbate, C., Trimarchi, P., Basile, I., Mazzucchi, & Devalle, G. (2014). Sensory stimulation for patients with disorders of consciousness: from stimulation to rehabilitation.
Frontiers in Human Neuroscience, vol.8 (616), 11-15.
•
Blakemore, S.J. & Frith, U. (2009). O cérebro que aprende lições para a educação. Lisboa: Gradiva.
•
Caldas, A. C. (2008). Viagem ao Cérebro e algumas das suas competências. Lisboa: Universidade Católica Editora.
•
Damásio, A. (2010). O livro da consciência: a construção de cérebro consciente. Maia: Temas e Debates.
•
Damásio, A. (2012). Ao encontro de espinosa: as emoções sociais e a neurologia do sentir. Maia: Temas e Debates.
•
Ekman, P. (2003). Emotions Revealed, Second Edition: Recognizing Faces and Feelings to Improve Communication and Emotional Life. New York: Academy of Sciences.
•
European Stroke Initiative. (2003). European Stroke Initiative Recommendations for Stroke Management – Update 2003. cerebrovascular disease (16), 311–337.
•
Gerber, C. (2005). Understanding and managing coma stimulation. Are we doing everything we can? Critical Care Nursing, 28(2), 94-108.
Bibliografia
•
Johansson, B. B. (2012). Multisensory stimulation in stroke rehabilitation . Frontiers in Human Neuroscience , 1-11.
•
Levitin, D. J. (2013). Uma paixão Humana: o seu cérebro e a música. (2nd ed.) Lisboa: Editorial Bizâncio.
•
Megha, M., Harpreet, S. & Nayeem, EZ. (2013). Efeito da frequência de estimulação coma multimodal nos níveis de consciência de pacientes em coma por lesão
cerebral traumática. Brain Injury, 27 (5), 570-577.
•
Modestia, P.A., Ferraria, A., Bazzinia, C., Costanzoa, G., Simonettia, I., Taddeic, S., … Sirigatti, S.J. (2010). Psychological predictors of the antihypertensive effects
of music-guided slow breathing. Journal of Hypertension, 28 (5), 1097-1103. DOI: 10.1097/HJH.0b013e3283362762.
•
Oh H, Seo. W. (2003). Sensory stimulation program to improve recovery in comatose patients. Journal clinical nursing, 12, 394-404.
•
Pinto, V. M. (2014). Coma – Provocar a consciência num movimento espiral, Loures: Lusodidacta.
•
Puggina, A.C.G., Paes, Silva, M.J. (2015). Pacientes com desordem de consciência: respostas vitais, faciais e musculares frente música ou mensagem. Revista Brasileira
de Enfermagem, 68 (1), 102-110.
•
Whyte, E., Skidmore, E., Aizenstein, H., Ricker, J., & Butters, M. (2011). Cognitive Impairment in Acquiered Brain Injury: A predictor of Rehabilitation Outcomes and
Opportunity for Novel Interventions. American Academy of Physical Medicine and Rehabilitation vol.3, s45-s51.
•
Wood, R.L. (1991). Critical analysis of the concept of sensory stimulation for patients in vegetative states. Brain Injury, 5 (4), 401-409.