5. Dispositivo de Proteção contra Sobrecorrentes 5.1 Proteções A NBR 5410 estabelece as seguintes prescrições fundamentais destinadas a garantir a segurança das pessoas e de bens contra os perigos que possam resultar de utilização das instalações elétricas. a) Proteção contra Choques Elétricos; b) Proteção contra Efeitos Térmicos; c) Proteção contra Sobrecorrentes; Correntes de sobrecargas e curto circuitos. d) Proteção contra Sobretensões. Fenômenos atmosféricos Manobras da instalação, do sistema elétrico, etc. 5.2 Definições Dispositivos de Manobra ou de Comando São equipamentos elétricos destinados a ligar ou desligar um circuito em condições normais de operação. Portanto, os dispositivos de manobra são dispositivos capazes de estabelecer, conduzir e interromper a corrente elétrica de um ou mais circuitos, dentro de seus valores nominais. Como exemplo de dispositivos de manobra temos os interruptores, os disjuntores, as chaves seccionadoras, os contatores, as chaves faca, os botões de comando (botoeiras), etc. É importante observar que tais equipamentos não têm a função de proteger os circuitos, mas, apenas e tão somente, comandá-los. Desta forma, a atuação destes equipamentos não é automática, isto é, depende sempre da intervenção direta ou indireta do operador. Estes equipamentos são dimensionados, tomando-se por base as características nominais do circuito ao qual estão conectados, tais como: tensão nominal, corrente nominal, capacidade de ruptura, freqüência, regime de carga, etc. Exemplos de dispositivos de manobra. 1 2 Dispositivos de Proteção contra Sobrecorrentes São equipamentos elétricos capazes de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais de operação de um circuito, bem como estabelecer, conduzir e interromper automaticamente correntes em condições anormais, de forma a, dentro de condições especificadas, limitar a ocorrência desta grandeza em módulo e tempo de duração. Os dispositivos de proteção contra sobre correntes são capazes de proteger os circuitos contra correntes de curto-circuito e/ou correntes de sobrecarga. Como exemplos destes dispositivos podemos citar os disjuntores, os fusíveis, os relés térmicos, etc. Disjuntor de baixa tensão É um equipamento de comando e de proteção de circuitos de baixa tensão, cuja finalidade é conduzir, continuamente, a corrente de carga sob condições nominais e interromper correntes anormais de sobregarga e de curto circuito. Tipo de Operação: a) Disjuntores termomagnéticos São aqueles dotados de disparadores térmicos de sobregarga e eletromagnéticos de curto circuito. b) Disjuntores somente térmicos São destinados somente à proteção contra sobrecargas. c) Disjuntores somente magnéticos São semelhantes aos disjuntores termornagnéticos quanto ao aspecto externo. Diferenciam-se destes serem dotados somente do disparador eletromagnético. São utilizados quando se deseja proteção apenas co correntes de curto-circuito. d) Disjuntores limitadores de corrente São aqueles que limitam o valor e a duração das correntes de curto-circuito, proporcionando uma redução substancial dos esforços térmicos e eletrodinâmicos. Nesses disjuntores, os contatos são separados efeito das forças eletrodinâmicas de grande intensidade que se originam nas correntes de curto-circuito de valor elevado, fazendo o disjuntor abrir antes que o relé eletromagnético seja sensibilizado. 3 4 Fusíveis limitadores de corrente Os fusíveis limitadores primários são dispositivos extremamente eficazes na proteção de circuitos de média tensão devido às suas excelentes características de tempo e de corrente. São utilizados na proteção de transformadores de força acoplados em geral a um seccionador interruptor, ou ainda na substituição do disjuntor geral de uma subestação de consumidor de pequeno porte, quando associados a um seccionador interruptor automático. A principal característica desse dispositivo de proteção é a sua capacidade de limitar a corrente de curto circuito devido aos tempos extremamente reduzidos em que atua. Além disso, possui uma elevada capacidade ruptura, o que torna este tipo de fusível adequado para aplicação em sistemas onde o nível de curto-circuito é de valor muito alto. Normalmente, os fusíveis limitadores podem ser utilizados tanto em ambientes internos como externo dependendo apenas das características de uso dos seccionadores aos quais estão associados. Fusível de baixa tensão É um dispositivo dotado de um elemento metálico, com seção reduzida na sua parte média, normalmente colocado no interior de um corpo de porcelana hermeticamente fechado, contendo areia de quartzo de granulometria adequada. A atuação de um fusível é proporcionada pela fusão do elemento metálico quando percorrido por uma corrente de valor superior ao estabelecido na sua curva de característica tempo X corrente. Após a fusão do elemento fusível, a corrente não é interrompida instantaneamente, pois a indutância do circuito a mantém, por um curto intervalo de tempo, circulando através do arco formado 5 entre as extremidades do elemento metálico sólido. A areia de quartzo, que é o elemento extintor do fusível, absorve toda a energia calorífica produzida pelo arco. O vapor do elemento metálico fundido fica envolvido por ela, resultando no final um corpo sólido isolante que mantém a extremidade do fusível ligado à carga eletricamente separada da outra extremidade ligada à fonte. Quando as correntes de curto-circuito são de grande intensidade, a aplicação de disjuntores toma-se onerosa na maioria dos casos. Portanto, a utilização de fusíveis limitadores de corrente é bastante comum como proteção contra as correntes de defeito, deixando-se a proteção contra sobrecarga sob responsabilidade do disjuntor, cuja capacidade de ruptura poderá ser bastante reduzida e, portanto de custo inferior. Os fusíveis NH e diazed são providos de indicadores de atuação do elemento fusível. O indicador é constituído de um fio ligado em paralelo ao elemento fusível. Quando este elemento se funde, provoca a fusão: do fio mencionado que sustenta uma mola pressionada. A fusão do fio provoca a liberação do dispositivo indicador, normalmente caracterizado pela cor vermelha. Os fusíveis são fabricados com duas características distintas de atuação: rápida e retardada. O fusível de atuação rápida é mais comumente empregado nos circuitos que operam em condições de corrente inferior à corrente nominal, como é o caso de circuitos que suprem cargas resistivas. Já o fusível de atuação retardada é mais adequado aos circuitos sujeitos a sobrecargas periódicas, como no caso de motores e capacitores. 6 Corrente Nominal A Corrente Nominal (In) de um dispositivo de manobra ou de proteção é o valor eficaz da corrente de regime contínuo que o dispositivo é capaz de conduzir indefinidamente, sem que a elevação de temperatura de suas diferentes partes exceda os valores especificados em norma. Sobrecorrentes São correntes elétricas cujos valores excedem o valor da Corrente Nominal. As sobrecorrentes podem ser originadas por solicitação do circuito acima de suas características de projeto (sobrecargas) ou por falta elétrica (curto-circuito). Correntes de Sobrecarga As sobrecargas caracterizam-se por provocar no circuito correntes superiores à corrente nominal, oriundas de solicitações dos equipamentos acima de suas capacidades nominais. Este é o caso de motores acionando cargas permanentes ou transitórias acima da sua potência nominal. Circuitos elétricos que estejam atendendo a cargas de potência nominal acima daquelas dos valores nominais previstos no projeto do mesmo, também constituem exemplo de ocorrência de sobrecarga. As sobrecargas produzem a elevação da corrente do circuito a valores, em geral, de algum percentual acima do valor nominal até o máximo de dez vezes a corrente nominal do mesmo, e trazem efeitos térmicos prejudiciais ao sistema. 7 A sobrecarga, mesmo sendo uma solicitação acima do normal, é, em geral, moderada e é limitada em sua duração por dispositivos que atuam segundo uma curva tempo x corrente com característica inversa. Correntes de Curto-Circuito Os curto-circuitos são provenientes de defeitos graves (falha de isolação para a terra, para o neutro, ou entre fases distintas) e produzem correntes elevadíssimas, normalmente superiores a 1000%, podendo chegar a 10.0000 % do valor da corrente nominal do circuito. A ocorrência de curto-circuito provoca, por conseqüência, elevadas solicitações térmicas e mecânicas aos condutores e demais dispositivos que estão conectados ao circuito. As correntes de curto-circuito devem ser supervisionadas por dispositivos que atuem quase que instantaneamente, isto é, curvas tempo x corrente extremamente inversas. 5.3 Curva de Atuação Tempo X Corrente de um Dispositivo de Proteção Os dispositivos de proteção apresentam características de operação definidas através de uma curva ou zona tempo x corrente A figura 5.1 apresenta a curva tempo x corrente de um determinado disjuntor. Conforme podemos observar, o trecho "a" da curva representa a faixa de atuação do relé térmico (lâmina bimetálica), definindo para a relação tempo x corrente uma característica inversa Já o trecho" n" representa a faixa de atuação do relé eletromagnético, que atua para valores de corrente acima de um limiar de 10 vezes a corrente nominal ou de ajuste do disjuntor. 8 Através da utilização desta curva poderemos determinar o tempo e o dispositivo de atuação do disjuntor para qualquer valor de corrente. Por exemplo, se temos um disjuntor de corrente nominal ou de ajuste de 200 A, então: a) Se o disjuntor for percorrido por uma corrente I1 = 600 A, teremos: I1/IU = 600/200 = 3 Tempo de disparo 35 segundos ( decorrido este tempo, o disjuntor desligará o circuito, por ação do relé térmico). b) Ocorrendo um curto circuito, e sendo de 3 kA o valor presumido para a corrente de curto circuito no ponto de instalação do disjuntor, temos: I2/IU = 3000/200 = 15 Tempo de disparo 0,015 segundos ( o disjuntor desligará o circuito quase que instantaneamente, por ação do relé eletromagnético). 9 5.4 Comentários sobre a utilização dos fusíveis e disjuntores a) Fusíveis 1. São de operação simples e segura. 2. São, geralmente, de baixo custo. 3. Não permitem efetuar manobras, sendo normalmente usados com chaves. 4. São unipolares e, conseqüentemente, podem causar danos a motores, caso o circuito não disponha de proteção contra falta de fase. 5. Não permitem ajuste, o que somente pode ser conseguido com a mudança do tamanho (corrente nominal) ou do tipo do fusível. 6. Não permitem rearme do circuito após a sua atuação, devendo ser substituídos. 7. Constituem, essencialmente, uma proteção contra correntes de curtocircuito. 8. Não são recomendados para a proteção contra sobrecorrentes leves e moderadas. b- Disjuntores 1. Atuam pela ação de disparadores, ou principalmente no caso dos de média e alta tensão, através de relés separados da estrutura principal do disjuntor. 2. Apresentam os tipos monopolares e multipolares, e no caso dos últimos, possibilitam uma proteção adequada, evitando a operação monofásica de motores trifásicos, tal como a que pode ocorrer com a queima de um único fusível. 3. Permitem melhor margem de escolha e melhor coordenação seletiva com outros dispositivos, pois em muitos tipos permitem o ajuste dos disparadores. 4. Podem ser religados após a sua atuação, sem necessidade de substituição. 5. Podem ser utilizados como dispositivo de seccionamento e, em alguns casos, como dispositivo de manobra. 6. Embora não sejam tão rápidos quanto os fusíveis (principalmente os limitadores) para correntes de curto-circuito, o são para sobrecorrentes leves e moderadas. 10 7. Permitem, em alguns tipos, a operação a distância. 8. São, principalmente os de corrente nominal mais elevada, mais caros que o conjunto fusível - contator - relé - botões de comando. 5.5 Dimensionamento dos Dispositivos de Proteção A NBR-541 0/90 estabelece que "os condutores vivos devem ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento automático contra sobrecargas e contra curtos-circuitos". Estabelece também que "as proteções contra os curtos-circuitos e contra as sobrecargas devem ser devidamente coordenadas, de modo que a energia que o dispositivo de proteção contra curtos-circuitos deixa passar, por ocasião de um curto, não seja superior à que pode suportar, sem danos, o dispositivo de proteção contra sobrecargas". 5.5.1 - Proteção Contra as Sobrecargas Devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que esta possa provocar um aquecimento prejudicial à isolação, às ligações, aos terminais ou às vizinhanças das linhas". Deve haver uma coordenação entre os condutores e o dispositivo de proteção, de forma a satisfazer as duas condições seguintes: a) IB IN IZ b) I2 1,45 IZ Onde: IB Corrente de projeto do circuito; IZ Capacidade de condução de corrente dos condutores; IN Corrente nominal do dispositivo de proteção; I2 Corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção ( na prática a corrente I2 é considerada igual à corrente convencional dos disjuntores) 11 5.5.2 - Proteção contra os Curtos-Circuitos A NBR 5410/90 estabelece que "devem ser previstos dispositivos de proteção para interromper toda corrente de curto-circuito nos condutores dos circuitos, antes que os efeitos térmicos e mecânicos dessa corrente possam tornar-se perigosos aos 'condutores e suas ligações. " As correntes presumidas de curto-circuito devem ser determinadas em todos os pontos da instalação julgados necessários, nos quais serão aplicados os dispositivos de proteção. Recomendações: a) O dispositivo de proteção deve ter capacidade de ruptura compatível com a corrente de curto-circuito presumida no ponto de sua instalação. IR ICS IR Corrente de ruptura do dispositivo de proteção ICS Corrente de curto-circuito presumida no ponto da instalação do dispositivo; b) O dispositivo de proteção deve ser rápido o suficiente para que os condutores do circuito não ultrapassem a temperatura limite TDD t Para curto-circuitos simétricos, ou assimétricos com duração inferior a 5 segundos, o tempo limite de atuação do dispositivo de proteção pode ser calculado pela expressão: k 2 .S 2 t 2 I CS Tdd = tempo de disparo do dispositivo de proteção para o valor de Ics; t = tempo limite de atuação do dispositivo de proteção, em segundos; S = seção do condutor, em mm2; 12 K = constante relacionada ao material do condutor e da isolação do condutor, sendo: K= 115 para condutores de cobre com isolação de PVC; 135 para condutores de cobre com isolação de EPR ou XLPE; 74 para condutores de alumínio com isolação de PVC; 87 para condutores de alumínio com isolação de EPR ou XLPE. 5.6 Determinação da Corrente de Curto Circuito Presumida 5.6.1 Considerações Preliminares Conforme vimos na seção anterior, para o correto dimensionamento do dispositivo de proteção necessitaremos do valor de Ics, isto é, o valor da corrente de curto-circuito presumida no ponto da instalação do dispositivo. No momento de uma falta para a terra, o valor da corrente de curto-circuito depende basicamente da impedância existente entre a fonte e o ponto de falta. Apresentaremos a seguir, um procedimento simplificado de cálculo que conduz a um resultado com boa aproximação para curtos-circuitos em instalações elétricas. Neste procedimento, foram consideradas as seguintes hipóteses: a- Desprezado o valor da impedância do sistema de energia da concessionária (a montante do transformador), isto é, considerada infinita a capacidade do sistema. Em cálculos de maior precisão (projetos industriais etc), as .concessionárias fornecem a capacidade de ruptura, em kA, ou a potência de curto-circuito simétrico do sistema, em MV A, no ponto de entrega; b- Desprezada a impedância do circuito de média tensão para a alimentação do transformador do consumidor (quando houver); c- Desprezadas as impedâncias internas dos dispositivos de proteção e comando; d- Considerado curto-circuito resistência de contato; direto, desprezando-se a 13 e- Considerado curto-circuito trifásico simétrico (condição mais desfavorável); f- Desprezada a contribuição de motores ou geradores em funcionamento na ocasião da falta (em instalações industriais, esta contribuição pode ser significativa em motores acima de 100 CV e tensão superior a 600 V, que passam a funcionar como gerador no instante da falta. Observação: Todas as considerações anteriores, exceto a do item "f", levam-nos a um cálculo em favor da segurança, ou seja, poderemos encontrar um valor de Ics um pouco superior ao real, o que só nos levaria a especificar dispositivos com maior capacidade de ruptura. 14 5.6.2 Procedimento de Cálculo Para determinar o valor da corrente de curto-circuito presumida em um ponto de qualquer circuito alimentador trifásico após o transformador, teremos, conforme a figura 5.2: 15 c - Parâmetros de Cálculo: RL = Resistência da linha a montante (m); r = Resistência específica da linha, conforme Tabela 5.1, (m/m); L = Comprimento da linha a montante (entre a fonte e o ponto do curto-circuito) (m); N = Número de condutores em paralelo em uma mesma fase; XL = Retância da linha a montante (m); x = Reatância específica da linha, conforme Tabela 5.1, (m/1m); RE = Resistência equivalente secundária do transformador (m); Pcu = Perdas no cobre (W), conforme Tabela 5.2; In = Corrente nominal do transfomador; ZE = Impedância equivalente secundária do transformador (m); Uc = Tensão de linha nominal (V); Z% = Impedância percentual do transformador; P = Potência nominal do transformador (kVA); XE = Reatância equivalente secundária do transformador (m); Zcc = Impedância total de curto-circuito (m) Icc = Corrente de curto-circuito simétrica presumida (kA). 16 Tabela 5.1 - Impedância dos Condutores Seção nominal Reatância (m/m) 0,176 Seção nominal (mm2) 1 Resistência (m/m) 22,1 70 Resistência (m/m) 0,328 Reatância (m/m) 0,0965 1,5 14,8 0,168 95 0,236 0,0975 2,5 8,91 0,155 120 0,188 0,0939 4 5,57 0,143 150 0,153 0,0928 6 3,71 0,135 185 0,123 0,0908 10 2:24 0,119 240 0,0943 0,0902 16 1,41 0,112 300 0,0761 0,0895 25 0,880 0,106 400 0,0607 0,0876 35 0,841 0,101 500 0,0496 0,0867 50 0,473 0,101 630 0,0402 0,0865 (mm2) Caso tenhamos a continuidade do circuito de distribuição, com a ramificação de subalimentadores, a impedância total até o ponto de falta levará em conta a soma das impedâncias de todos os circuitos do percurso, desde o transformador até o ponto de falta. A corrente de curto-circuito para os circuitos subseqüentes, trifásicos ou monofásicos, pode ser determinada, simplificadamente, utilizando-se o gráfico da figura 5.3. 17 Tabela 5.2 - Dados de Transformadores Trifásicos, 15 kll, 60 Hz, Primário Y ou LI, Secundário Y Potência (kV A) Tensão Perdas Impedância (%) Secundária (V) A vazio Pfe (W) Cobre Pcu 120 300 3,5 (W) 15 220 a 440 30 220 a 440 200 570 3,5 45 220 a 440 260 750 3,5 75 220 a 440 390 1200 3,5 112,5 220 a 440 520 1650 3,5 640 2050 3,5 150 225 300 500 750 1.000 380 a 440 ' 220 640 2950 4,5 380 a 440 900 2800 4,5 220 900 3900 4,5 380 a 440 1120 3700 4,5 220 1700 6400 4,5 380 a 440 1700 6000 4,5 220 1700 10000 5,5 380 a 440 2000 8500 5,5 220 2000 12500 5,5 380 a 440 3000 11000 5,5 220 3000 18000 5,5 18 19 20 5.7 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DO DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO Dimensionar o dispositivo de proteção para o circuito da figura abaixo, sabendo que o mesmo é constituído de condutores unipolares de cobre com isolação de PVC, está instalado em eletroduto de PVC embutido em alvenaria e que a corrente presumida de curto circuito no ponto de instalação do referido dispositivo de proteção é de 20 kA. 21 22 23 24 5.8 Interruptor Diferencial Residual - DR O Interruptor Diferencial tem como função principal proteger as pessoas ou o patrimônio contra faltas à terra: Evitando choques elétricos (proteção às pessoas) Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio) O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra sobrecargas e cutrocircuitos A sensibilidade do interruptor varia de 30 a 500mA e deve ser dimensionada com cuidado, pois existem perdas para terra inerentes à própria qualidade da instalação. Proteção contra contato direto: 30mA Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através do corpo humano, para terra. Proteção contra contato indireto: 100mA a 300mA No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isolação, peças de metal podem tornar-se "vivas" (energizadas). 25 Proteção contra incêndio: 500mA Correntes para terra com este valor podem gerar arcos / faíscas e provocar incêndios. Princípio de Funcionamento O DR funciona com um sensor que mede as correntes que entram e saem no circuito (fig. 1). As duas são de mesmo valor, porém de direções contrárias em relação à carga. Se chamarmos a corrente que entra na carga de +I e a que sai de -I, logo a soma das correntes é igual a zero (fig. 2). A soma só não será igual a zero se houver corrente fluindo para a terra (fig. 3), como no caso de um choque elétrico. 26 Aplicação Dois módulos - Fase neutro e Fase fase Quatro módulos fase-neutro fase-fase 2 fases e neutro 3 fases 3 fases e neutro Instalação O DR deve estar instalado em série com os disjuntores de um quadro de distribuição. Em geral, ele é colocado depois do disjuntor principal e antes dos disjuntores de distribuição. Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se proteger cada aparelho com dispositivo diferencial. Caso isto não seja viável, deve-se separar por grupos que possuam características semelhantes. Exemplo : circuito de tomadas, circuito de iluminação, etc. A NBR 5410 exige a utilização de proteção diferencial residual (disjuntor ou interruptor) de alta sensibilidade em circuitos terminais que sirvam a: 27 Tomadas de corrente em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens; Tomadas de corrente em áreas externas; Tomadas de correntes que, embora instaladas em áreas internas possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas; Pontos situados em locais contendo banheira ou chuveiro Recomendações Todos os fios do circuito têm que obrigatoriamente passar pelo DR O fio terra (proteção) nunca poderá passar pelo interruptor diferencial O neutro não poderá ser aterrado após ter passado pelo interruptor O botão de teste para o DR de 4 pólos está entre os pólos centrais F/F (220V), mas o DR funciona normalmente se conectado F/N (127V) nestes pólos. 28