1. Aproximações Lineares UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 10 9 8 7 6 5 Aproximações Lineares e Diferenciais 4 3 2 1 (1,1) 0 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 Gráfico da parabóla y = x2 Prof.: Rogério Dias Dalla Riva 4 Aproximações Lineares e Diferenciais 1. Aproximações Lineares 1.Aproximações Lineares 2,0 2.Exemplos 3.Diferenciais 1,5 4.Exemplos 1,0 (1,1) 0,5 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Zoom aplicado entre x = 0 e x = 2, em direção ao ponto (1, 1) 5 1. Aproximações Lineares 1. Aproximações Lineares 1,5 Vimos, em aulas anteriores, que uma curva fica muito perto de sua reta tangente nas proximidades do ponto de tangência. 1,3 1,1 (1,1) De fato, dando um zoom em direção a um ponto sobre o gráfico de uma função diferenciável, notamos que o gráfico assemelha-se cada vez mais à sua reta tangente, conforme mostra a sequência de figuras a seguir. Essa observação é a base para o método de encontrar os valores aproximados de funções. 0,9 0,7 0,5 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 Zoom aplicado entre x = 0,5 e x = 1,5, em direção ao ponto (1, 1) 3 6 1 1. Aproximações Lineares 1. Aproximações Lineares 1,10 Em outras palavras, usamos a reta tangente em (a, f(a)) como uma aproximação para a curva y = f(x) quando x está próximo de a. Uma equação dessa reta tangente é: 1,05 1,00 (1,1) y = f (a ) + f ′(a )( x − a ) 0,95 Equação 1 0,90 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 Zoom aplicado entre x = 0,9 e x = 1,1, em direção ao ponto (1, 1) 7 1. Aproximações Lineares 10 1. Aproximações Lineares A idéia é que pode ser fácil calcular um valor de f(a) de uma função, mas é difícil (ou mesmo impossível) computar os valores próximos de f. e a aproximação f ( x ) ≅ f (a ) + f ′(a )( x − a ) é denominada aproximação linear ou aproximação pela reta tangente de f em a. A função linear cujo gráfico é essa reta tangente, isto é, Assim decidimos pelos valores facilmente computados da função L, cujo gráfico é a reta tangente de f em (a, f(a)), conforme mostrado na figura a seguir. L( x ) = f (a) + f ′(a )( x − a ) Equação 2 8 1. Aproximações Lineares é chamada de linearização de f em a. 11 2. Exemplos Exemplo 1: Suponha que após ter recheado um peru a sua temperatura é de 50 oF e você então o coloca no forno a 325 oF. Depois de uma hora o termômetro do peru indica que sua temperatura está a 93 oF e, após 2 horas, a 129 oF. Prediga a temperatura do peru após 3 horas. Reta tangente y = L(x) à curva y = f(x) em (a, f(a)) 9 12 2 2. Exemplos 2. Exemplos Solução: Se T(t) representa a temperatura do peru após t horas, nos foi dado que T(0) = 50, T(1) = 93 e T(2) = 129. Para fazer uma aproximação linear com a = 2, precisamos de uma estimativa para a derivada T ’(2). Obtemos uma estimativa mais precisa para T ’(2) desenhando os dados, como na figura a seguir, e estimando a inclinação da reta tangente em t = 2 como T ′(2) ≅ 33 Então nossa aproximação linear torna-se T (3) ≅ T (2) + T ′(2) ⋅ 1 ≅ 129 + 33 = 162 13 2. Exemplos e nossa estimativa melhorada para a temperatura é de 162 oF. 16 2. Exemplos Uma vez que T ′(2) = lim t →2 T (t ) − T (2) t −2 podemos estimar T ’(2) pelo quociente de diferenças com t = 1: T ′(2) ≅ lim t →2 T (1) − T (2) 93 − 129 = = 36 1− 2 −1 14 2. Exemplos Estimativa para T ’(2) 17 2. Exemplos Isso equivale a aproximar a taxa instantânea de variação da temperatura pela taxa média de variação entre t = 1 e t = 2, que é de 36 oF/h. Com essa estimativa, a aproximação linear para a temperatura após 3 horas é: Uma vez que a curva da temperatura fica abaixo da reta tangente, parece que a temperatura real após 3 horas será um pouco menor do que a 162 oF, talvez mais próxima a 160 oF. T (3) ≅ T (2) + T ′(2)(3 − 2) T (3) ≅ 129 + 36 ⋅ 1 = 165 Logo, a temperatura esperada após 3 horas é de 165 oF. 15 18 3 2. Exemplos 2. Exemplos A aproximação linear está ilustrada na figura a seguir. Vemos que, realmente, a aproximação pela reta tangente é uma boa aproximação para a função dada quando x está próximo de 1. Vemos também que nossas aproximações são super-estimadas, pois a reta tangente está acima da curva. Exemplo 2: Encontre a linearização da função f (x) = x + 3 em a = 1 e use-a para aproximar os números 3,98 e Essas aproximações subestimadas? 4,05. estão superestimadas ou Naturalmente, uma calculadora nos daria aproximações para 3,98 e 4,05, mas a aproximação linear funciona em todo o intervalo. 19 2. Exemplos 22 2. Exemplos Solução: A derivada de f ( x ) = x + 3 é f ′( x ) = 1 1 − 1 ( x + 3) 2 = 2 2 x +3 e assim temos f(1) = 2 e f ’(1) = ¼. Colocando esses valores na Equação 2, vemos que a linearização é L( x ) = f (1) + f ′(1)( x − 1) = 2 + 1 7 x ( x − 1) = + 4 4 4 Linearização da função pela reta tangente nas proximidades de x = 1 20 2. Exemplos 23 2. Exemplos A aproximação linear correspondente é x +3 ≅ Na tabela a seguir comparamos as estimativas de uma aproximação linear no Exemplo 2 com os valores verdadeiros. Observe na tabela, e também na figura anterior, que a aproximação pela reta tangente dá boas estimativas quando x está próximo de 1, mas a precisão da aproximação deteriora à medida que x se afasta de 1. 7 x + (quando x está próximo de 1) 4 4 Em particular, temos 7 0,98 + = 1,995 4 4 e 7 1,05 4,05 ≅ + = 2,0125 4 4 3,98 ≅ 21 24 4 2. Exemplos 2. Exemplos x De L(x) Valor real 3,9 0,9 1,975 1,97484176… 3,98 0,98 1,995 1,99499373… 4 1 2 2,00000000… 4,05 1,05 2,0125 2,01246117… 4,1 1,1 2,025 2,02484567… 5 2 2,25 2,23606797… 6 3 2,5 2,44948974… Solução: Uma precisão dentro de 0,5 significa que as funções devem diferir, uma da outra, por menos que 0,5: 7 x x + 3 − + < 0,5 4 4 Assim, podemos escrever 7 x −0,5 < x + 3 − + < 0,5 4 4 x + 3 − 0,5 < ou 25 2. Exemplos 7 x + < x + 3 + 0,5 4 4 28 2. Exemplos Quão boa é a aproximação obtida no Exemplo 2? O exemplo a seguir mostra que usando uma calculadora gráfica ou computador podemos determinar o intervalo dentro do qual uma aproximação linear fornece uma precisão especificada. o que estabelece que a aproximação linear deve ficar entre as curvas obtidas deslocando-se a curva y = x + 3 para cima e para baixo por uma distância de 0,5. A figura a seguir mostra que a reta tangente 7 x y= + 4 4 intercepta a curva superior y = x + 3 + 0,5 em P e 29 Q. 26 2. Exemplos 2. Exemplos 5 Exemplo 3: Para que valores de x a aproximação linear x +3 ≅ Q 4 y = x + 3 + 0,5 7 x + 4 4 3 y = x + 3 − 0,5 2 é precisa dentro de 0,5? O que se pode dizer sobre uma precisão dentro de 0,1? P L(x) 1 0 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -1 Precisão da função dentro de 0,5 27 30 5 2. Exemplos 2. Exemplos Dando um zoom e usando o cursor, estimamos que a coordenada x de P é cerca de -2,66 e que a coordenada x de Q é cerca de 8,66. Assim, vemos do gráfico que a aproximação x +3 ≅ Analogamente, da figura a seguir vemos que a aproximação é precisa dentro de 0,1 quando -1,1 < x < 3,9. 7 x + 4 4 é precisa dentro de 0,5 quando -2,6 < x < 8,6. 31 2. Exemplos 34 2. Exemplos 3 2 Q y = x + 3 + 0,1 P 1 y = x + 3 − 0,1 2 P L(x) 0 -2,80 -2,70 -2,60 -2,50 -2,40 -2,30 -2,20 -2,10 -2,00 1 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -1 Estimativa da coordenada x de P pela aplicação de zoom Precisão da função dentro de 0,1 32 2. Exemplos 35 2. Exemplos 5 1,8 1,6 Q P 4 L(x) 1,4 3 1,2 1,0 2 8,00 8,10 8,20 8,30 8,40 8,50 8,60 8,70 8,80 Estimativa da coordenada x de Q pela aplicação de zoom 8,90 9,00 -1,5 -1,4 -1,3 -1,2 -1,1 -1,0 Estimativa da coordenada x de P pela aplicação de zoom 33 36 6 2. Exemplos 3. Diferenciais 3,0 L(x) 2,8 Q 2,6 2,4 2,2 3,5 3,7 3,9 4,1 4,3 4,5 Significado geométrico da diferencial Estimativa da coordenada x de Q pela aplicação de zoom 37 3. Diferenciais 40 3. Diferenciais As idéias por trás das aproximações lineares são algumas vezes formuladas na terminologia pela notação de diferenciais. A inclinação da reta tangente PR é a derivada f ’(x). Assim, a distância direta de S a R é dy = f ’(x)dx. Se y = f(x), onde f é uma função diferenciável, então a diferencial dx é uma variável independente; isto é, a dx pode ser dado um valor real qualquer. A diferencial dy é então definida em termos de dx pela equação Consequentemente, dy representa a distância que a reta tangente sobe ou desce (a variação na linearização), enquanto ∆y representa a distância que a curva y = f(x) sobe ou desce quando x varia por uma quantidade dx. dy = f ′( x )dx 38 3. Diferenciais 41 4. Exemplos Exemplo 4: Compare os valores de ∆y e dy se y = f(x) = x3 + x2 – 2x + 1 e x variar (a) de 2 para Assim dy é uma variável dependente; ela depende dos valores de x e dx. Se a dx for dado um valor específico e x for algum número específico no domínio de f, então o valor numérico de dy está determinado. 2,05 e (b) de 2 para 2,01 O significado geométrico de diferenciais está na figura a seguir. Seja P (x, f(x)) e Q (x + ∆x, f(x + ∆x)) pontos sobre o gráfico de f e façamos dx = ∆x. A variação correspondente em y é ∆y = f ( x + ∆x ) − f ( x ) 39 42 7 4. Exemplos 4. Exemplos 5 Em geral 4 dy = f ′( x )dx 3 2 ( 0 -3 -2 -1 ) dy = 3 x 2 + 2 x − 2 dx 1 0 1 2 3 -1 Quando x = 2 e dx = ∆x = 0,05, temos -2 -3 2 dy = 3 ( 2 ) + 2 ( 2 ) − 2 ⋅ 0,05 = 0,7 -4 -5 Gráfico da função f(x) = x3 + x2 - 2x + 1 43 4. Exemplos 46 4. Exemplos 18 (b) f (2,01) = (2,01)3 + (2,01)2 − 2(2,01) + 1 = 9,140701 16 y = x 3 + x 2 - 2x + 1 ∆y = f (2,01) − f (2) = 0,140701 14 12 ∆y dy Quando x = 2 e dx = ∆x = 0,01, temos 10 (2, 9) 8 dy = 3 ( 2 ) + 2 ( 2 ) − 2 ⋅ 0,01 = 0,14 2 6 1,8 2,0 2,2 2,4 Zoom aplicado à função f(x) = x3 + x2 - 2x + 1 comparando dy e ∆ y quando a = 2 para ∆ x = dx = 0,4 2,6 44 4. Exemplos 47 4. Exemplos Solução: (a) Temos que Note que no Exemplo 4 a aproximação ∆y ≅ dy torna-se melhor à medida que ∆x fica menor. Note também que é muito mais fácil computar dy do que ∆y. f (2) = 23 + 22 − 2(2) + 1 = 9 Para as funções mais complicadas pode ser impossível computar exatamente ∆y. Nesses casos, a aproximação por diferenciais é especialmente proveitosa. f (2,05) = (2,05)3 + (2,05)2 − 2(2,05) + 1 = 9,717625 ∆y = f (2,05) − f (2) = 0,717625 45 48 8 4. Exemplos 4. Exemplos Na notação de diferenciais, a aproximação O próximo exemplo ilustra o uso de diferenciais na estimativa de erros que ocorrem em virtude de medidas aproximadas. linear ∆y = f ( x + ∆x ) − f ( x ) pode ser escrita como f (a + dx ) ≅ f (a ) + dy fazendo x = a, ∆x = dx e ∆y ≅ dy 49 4. Exemplos 52 4. Exemplos Por exemplo, para a função Exemplo 5: O raio de uma esfera tem 21 cm, com um erro de medida possível de no máximo 0,05 cm. Qual é o erro máximo cometido ao usar esse valor de raio para computar o volume da esfera? f (x) = x + 3 do Exemplo 2, temos dy = f ′( x )dx = dx 2 x +3 50 4. Exemplos 53 4. Exemplos Se a = 1 e dx = ∆x = 0,05, então dy = 0,05 2 1+ 3 Solução: Se o raio da esfera for r, então o volume é V = (4/3)πr3. Se o erro na medida do valor de r for denotado por dr = ∆r, então o erro correspondente no cálculo do valor de V é ∆V, que pode ser aproximado pela diferencial = 0,0125 e dV = 4π r 2dr 4,05 = f (1,05) ≅ f (1) + dy = 2,0125 exatamente como encontramos no Exemplo 2 51 54 9 4. Exemplos Quando r = 21 e dr = 0,05, temos dV = 4π ⋅ (21)2 ⋅ 0,05 ≅ 277 O erro máximo no volume calculado é de cerca de 277 cm3. Sendo o volume aproximadamente igual a 38792 cm3, concluímos que o mesmo pode variar entre 38792 − 277 < V < 38792 + 277 38515 cm3 < V < 39069 cm3 55 4. Exemplos Nota: Embora o erro possível no Exemplo 5 possa parecer muito grande, uma idéia melhor dele é dada pelo erro relativo, que é computado dividindo-se o erro pelo volume total ∆V dV 4π r 2dr dr ≅ = =3 4 3 V V r πr 3 56 4. Exemplos Assim, o erro relativo no volume é cerca de três vezes o erro relativo no raio. No Exemplo 5 o erro relativo no raio é de aproximadamente dr/r = 0,05/21 ≅ 0,0024 e produz um erro relativo de 0,0072 no volume. Os erros também podem ser expressos como erros percentuais de 0,24% no raio e 0,72% no volume. 57 10