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1. OS OCEANOS
Os oceanos cobrem aproximadamente 71% da superficie terrestre,
correspondendo a uma area cerca de 361 milhoes de Km2 (361x106
Km2). Ocupam um volume 18 vezes superior ao volume total dos
Continentes. O volume de agua e cerca de 1400 milhoes de
Km3. Apesar de constituirem uma massa de agua unica, consideram-se
cinco Oceanos: Pacifico, Atlantico, Indico, Arctico e Antarctico.
As regioes mais fundas encontram-se a mais de 10 000 m da superficie, e
a profundidade media global e cerca de 3700 m. De todos, o Pacifico e o
mais extenso e com maior profundidade media, uma vez que insere o
maior numero de ravinas conhecidas e
tambem as mais profundas. O Atlantico, apesar de ser o segundo oceano
mais extenso e, dos tres (Pacifico, Atlantico, Indico) aquele que apresenta
a profundidade media mais baixa. O Indico, sendo o menos extenso dos
tres, engloba ravinas muito profundas.
1.1. Topografia oceânica
O fundo dos Oceanos e composto por diversas regioes, sendo a
nomenclatura das
formas oceanicas a seguinte:
. Plataforma Continental (ou Insular) - 0 a 200 m
. Talude, Rebordo ou Vertente Continental (ou Insular) - 200-1000 m
. Planicie Abissal - 1000- 6000m
. Crista submarina
. Ravina (Fossas) abissal - 7000- 11033 m
(conhecido)
1.1.1. Plataforma Continental
Proximo da zona terrestre e, na sua maior parte, estreita, sendo o seu fundo
inclinado gradualmente ate uma profundidade cerca de 200 metros.
Constitui cerca de 8% da area oceanica total. A plataforma continental, na
sua maioria, e de uma importância economica especial visto incidir-se a
maior parte das pescas comerciais (cerca de 80% das
capturas). Varios processos contribuem para a formacao da plataforma
continental: a) acumulacao do material proveniente da erosao da costa (por
accao das vagas); b) acumulacao do material trazido pelos rios; c)
acumulacao do material pela construcao de barreiras por organismos
vivos; d) accao tectonica; e) invasao da costa (caso do Mar do Norte); f)
aumento de materiais atirados para a plataforma por accao das pressoes
exercidas entre as placas continentais e o fundo do oceano.
1.1.2. Vertente continental ou Talude Continental
Segue-se a Plataforma Continental atingindo uma profundidade cerca de
1000 m (ou mais) em alguns locais. O declive situa-se geralmente entre 1
e 5° mas pode atingir 45°. Raramente decresce de uma forma plana
apresentando muitas vezes fissuras irregulares e por vezes fissuras
profundas chamadas “Canyons”.
1.1.3. Planicies abissais
Situam-se na base da vertente continental sendo em algumas areas planas,
em
grandes extensoes.
1.1.4. Cristas submarinas
As Cristas submarinas ascendem a 2000-4000 m, constituindo os picos
maiores ilhas oceanicas. As cristas montanhosas e os planaltos cobrem
uma area aproximadamente igual a dos continentes. Uma parte das cristas
montanhosas forma uma barreira separando
o fundo do Arctico com o do Atlantico.
1.1.5. Ravinas (Fossas) submarinas
Sao regioes do fundo dos oceanos cavadas por profundas gargantas em
que a profundidade excede os 7000 m.
As ravinas ou fossas submarinas ocorrem principalmente abaixo do
Oceano Pacifico Ocidental e tomam o nome das ilhas mais proximas.
1.2. Placas Tectónicas ou Placas Continentais
As cristas e ravinas oceanicas tem um interesse geologico especial
enquanto áreas da actividade vulcanica, possivelmente associada a
movimentos da crusta terrestre.
As cristas submarinas sao diferentes das cristas montanhosas terrestres
porque sao formadas inteiramente por extrusoes das rochas igneas no
fundo do mar. As cristas terrestres sao formadas principalmente por
enrugamento de camadas e /ou deslocacao das rochas sedimentares.
De acordo com a Teoria das Placas tectonicas, a camada superficial da
Terra (Litosfera) e constituida por sete placas principais e 18 mais
pequenas que cobrem o manto
tal como uma concha falhada. As principais sao: Placa do Pacifico, Placa
Euroasiatica, Placa Africana, Placa Australiana ou Placa Indo-Australiana,
Placa da America do Norte, Placa da America do Sul e Placa Antarctica.
As restantes placas conhecidas, de menores dimensoes, estendem-se para
Sul e Centro do continente americano, Mediterraneo, India Oriental, e ao
longo da face noroeste
dos Estados Unidos da America. As cristas submarinas parecem constituir
zonas de contacto e ajustamento das
placas formadas pela subida do magma ao longo das falhas entre placas.
Forma-se gradualmente novo fundo do oceano.
Ao longo da linha central de cada cadeia ou crista ha uma depressao que
indica a linha de divisao a partir da qual se verificam os afastamentos
laterais. Se as margens das placas em movimento colidem, podem dobrar
ou enrugar
formando-se uma cadeia de montanhas ao longo da linha de colisao ou
uma placa pode ser forcada a descer para baixo de outra formando-se uma
ravina (fossa) oceanica com ilhas
vulcanicas adjacentes.
Os registos sismologicos revelam que a sua frequencia se encontra
relacionada com as linhas de juncao entre as placas continentais.
1.3. Correntes marinhas
As correntes marinhas formam-se principalmente devido a accao do vento
e as diferencas de densidade das massas de agua.
As alteracoes de temperatura e salinidade modificam a densidade da agua,
fazendo-a subir a superficie ou baixar ao fundo oceanico, criando assim,
correntes circulatorias verticais. O sentido tomado pelas correntes e ainda
influenciado pelo movimento de rotacao da Terra, pela forma dos
continentes, pelo fundo dos oceanos e em
parte, pelas mares. E apreciavel a sua influencia sobre o clima das costas
que banham e nas populacoes naturais marinhas.
A densidade da agua do mar aumenta a medida que se torna mais fria ou
mais salgada. O sol aquece as aguas equatoriais, tornando-as menos
densas, mas ao mesmo tempo
a evaporacao aumenta a sua salinidade. O gelo e o ar frio arrefecem as
aguas polares. A chuva, o gelo em fusao e os rios, diluem a salinidade.
A accao do vento nao desloca as camadas de agua na mesma direccao do
vento, excepto em zonas de reduzida profundidade.
A rotacao da Terra produz um desvio, de tal modo que a direccao de
deslocacao da
agua superficial se desvia de um determinado angulo em relacao a
direccao do vento. Este desvio e geralmente conhecido por Efeito de
Coriolis: "o desvio provocado pelo movimento de rotacao da terra sobre
qualquer corpo que se mova a sua superficie". Na maioria dos
casos o efeito e tao pequeno comparado com outras forcas envolvidas que
pode ser ignorado, mas no caso da circulacao atmosferica e oceanica o
efeito de Coriolis tem uma
magnitude comparavel as forcas produzindo o movimento, tendo que ser
tomado em conta na compreensao do curso das correntes marinhas.
O efeito de Coriolis e equivalente a uma forca actuando a 90° em relacao a
direccao do movimento, produzindo um desvio para a direita no
Hemisfério Norte e para a esquerda no Hemisfério Sul. E proporcional a
velocidade do movimento e a latitude, sendo zero no
Equador. A direccao e o sentido das principais correntes marinhas
superficiais sao hoje em dia, bastante bem conhecidas. A grande maioria
das correntes de superficie apresenta uma relacao estreita com os ventos
dominantes. As correntes superficiais geralmente apresentam velocidade
media anual baixa; bracos estreitos eventualmente com velocidades mais
elevadas (para alem de 180 Km/dia na Corrente do Golfo). Sendo, por
isso, variaveis, o que afecta a navegacao e podem influir na localizacao
dos cardumes de peixe e nas flutuacoes do clima das costas que banham.
Os Oceanos controlam o clima do Planeta uma vez que absorvem e
armazenam a energia termica solar, redistribuindo-a em torno do globo, o
que afecta o movimento, a temperatura e o grau de humidade das massas
de ar. Muitas correntes tem uma grande influencia no clima das zonas a
mesma latitude na regioes oriental ou ocidental do Oceano. As Ilhas
Britanicas tem um clima temperado, enquanto que em New Foundland, a
mesma
latitude, apresenta um clima sub-arctico. Isto deve-se as aguas quentes das
baixas latitudes moverem-se para as latitudes altas na parte Oriental do
Oceano, e as aguas frias moverem-se para baixas latitudes ao longo da
regiao ocidental. Reykjavik (Islandia), apesar
de se localizar a uma latitude mais a norte em relacao a Nova Iorque,
apresenta um clima muito mais ameno do que o registado em Nova
Iorque. Neste caso, deve-se a influencia das aguas quentes da corrente do
Golfo que atingem a costa sudoeste da Islandia. Lisboa e
Nova Iorque, estando localizadas sensivelmente a mesma latitude,
apresentam climas muito
diferentes: Portugal esta sob a influencia da Corrente do Golfo e Nova
Iorque, como se referiu, recebe influencia da corrente fria do Lavrador.
As correntes profundas foram denominadas correntes termohalinas: sao
devidas as diferencas de densidade (temperatura e salinidade). Sao
tambem influenciadas pelo efeito
de Coriolis e pelas mares. A orografia do fundo marinho tem
indubitavelmente grande influencia sobre estes deslocamentos. A sua
direccao pode tambem ser modificada pelos movimentos de outras massas
de agua. As interaccoes atmosfericas nas correntes de superficie podem ter
um efeito remoto nas camadas profundas.
As aguas salinas da Corrente do Golfo arrefecem, descem para
profundidades de 4000 a 5000 m.
Os locais onde emergem as correntes fundas e por isso imergem as aguas
superficiais sao designadas Convergências. Sao pontos onde a agua
superficial sofre
Downwelling As zonas onde duas correntes se encontram costumam ser
especialmente ricas em vida que se manifesta por vezes de uma forma
muito atraente, o que se deve ao facto de as duas reunirem todos os
suportes minerais necessarios que talvez separadamente faltassem
numa ou em ambas.
1.3.1. Circulacao das massas de agua
Acabou de se referir os principais aspectos fisicos bem como os principais
factores que condicionam e influenciam a direccao e sentido das massas
de agua. No entanto, a forma como as correntes influenciam a distribuicao
do biota marinho, bem como os principais processos pelos quais o biota
detecta a sua presenca, ainda nao foi focado. As correntes apresentam as
seguintes funções: a). Mistura e agitacao das aguas; b). Distribuicao da
salinidade e do calor; c). Transporte de nutrientes a superficie e de O2 em
profundidade; d). Alimentar a populacao bentonica, influenciar a natureza
dos sedimentos e a deposicao de larvas pelagicas; e). Distribuicao de
especies por transporte; f).
Determinacao da area de colonizacao de especies com uma fase
planctonica, orientando a deriva de ovos e larvas; g). Funcionam como
meio de navegacao: muitas especies nadam contra as correntes pelo menos
em certas fases do ciclo de vida o que vai determinar a
posicao das areas de desova e portanto o exito da deriva das larvas para
um “viveiro” adequado.
Como os organismos aquaticos detectam as correntes?
Perto do fundo ou tendo pontos de referencia fixos podem detectar os
movimentos da agua pela visao ou pelo contacto. Por isso admite-se que: -
sao sensiveis a aceleracao, respondendo a gradientes de velocidade ou a
forcarotacional da agua;
-pela deteccao de efeitos de pressao ou de turbulencia devidos a
diferentesvelocidades das diversas camadas de agua e ate a diferente
orientacao;
-por observacao de objectos flutuando acima ou abaixo deles;
-por sensibilidade a forcas electromagneticas geradas na agua ou dentro
deles pelo campo magnetico terrestre.
Os movimentos das massas de agua podem, por vezes, ser seguidos
atraves de indicadores biologicos das suas condicoes fisico-quimicas e
biologicas. Certas espécies planctonicas servem assim de indicadores de
movimentos da agua e tambem de alteracoes
eventuais de condicoes.
1.4. Divisão do ambiente marinho
As principais divisoes do ambiente marinho encontram-se esquematizadas
a seguir,
de acordo com sistema de classificacao proposto por Thurman & Trujillo,
1999 (Figuras 1.2
e 1.3).
Divisao Pelagica - Massa de agua dos oceanos e mares
Divisao Bentica - o fundo do mar
1.4.1. Divisao pelagica
Na Divisao Pelagica distinguem-se as seguintes Provincias:
Provincia Neritica - Massa de agua que cobre a plataforma continental;
proximo da
costa, incluindo zonas de profundidade reduzida, indo ate ao limite
inferior da Plataforma
Continental (cerca dos 200 metros).
Provincia Oceanica - Massa de agua que inclui desde o nivel do mar ate as
zonas mais profundas, para alem da plataforma continental.
A Província oceânica divide-se em:
Zona Epipelagica - desde a superficie ate 200 metros de profundidade.
Apresenta
gradientes marcados de iluminacao e por vezes termica; e caracterizada
por apresentar variacoes diarias e sazonais destes parametros, com
eventuais termoclinas ou descontinuadas e movimentos rapidos da agua.
Engloba a zona iluminada do oceano (zona eufotica) e tambem parte da
zona disfotica.
Figura 1.2
Divisoes do ambiente marinho.
Zona Mesopelagica - zona compreendida entre os 200 e os 1000 metros de
profundidade. E caracterizada por uma reduzida penetracao da luz (zona
disfotica), por um
gradiente termico cada vez menor e sem variacoes sazonais. Em geral
encontra-se, nesta
zona, a camada onde o teor em O2 e minimo e as maiores concentracoes
de NO3 e PO4.
Zona Batipelagica - entre os 1000m e os 4000- 6000 metros de
profundidade.
Escuridao quase total excepto no caso de bioluminiscencia; temperatura
baixa e constante;
pressao de agua muito elevada.
Zona Abissalpelagica- abaixo dos 4000- 6000 metros de profundidade.
Escuridao
total. Os valores das temperaturas sao baixos, mas constantes, as pressoes
sao as mais
elevadas e ha muito pouca disponibilidade de alimento.
1.4.2. Divisao Bentica
A divisão bêntica, subdivide-se em:
Zona supralitoral- regiao plana acima do nivel da mare alta.
Zona litoral - engloba a regiao plana intertidal, ou seja, a zona entremares.
Zona sublitoral - zona do fundo do mar desde o limite inferior da mare
baixa de menor amplitude ao limite inferior da plataforma continental.
Esta zona ainda se pode subdividir em duas: Zona sublitoral fital (“inner
sublittoral zone”) que se estende ate uma profundidade aproximada de 50
metros, compativel com a fraccao fotossintética bentonica; Zona sublitoral
afital (“outer sublittoral zone”), desde os cerca de 50 metros ate ao limite
inferior da plataforma continental (200 metros).
A zona supralitoral, litoral e sublitoral constituem a zona subneritica. Esta
zona estende-se, assim, desde o nivel da mare-alta de maior amplitude ate
a profundidade de cerca de 200 metros.
Zona sub- oceanica (zona de mar fundo) - zona abaixo da plataforma
continental. Inclui todo o ambiente bentico desde dos 200 metros de
profundidades as zonas mais
profundas das ravinas abissais. Esta zona pode ainda dividir-se em:
Zona Batibentica (ou zona batial) - desde os 200m ate cerca de 1000
metros de profundidade (talude ou vertente continental);
Zona Abissalbentica - abaixo dos 1000 m (Planicie abissal);
Zona Hadal - zonas mais fundas dentro das ravinas abaixo de 6000 - 7000
metros (fundo das ravinas ou fossas submarinas).
Divisoes do ambiente marinho. Biozonas oceanicas do ambiente pelagico
e do ambiente bentico.
A escola francesa segue a nomenclatura de Peres & Picard (1964). Este
sistema considera o ambiente marinho dividido em dois sistemas:
Sistema Litoral ou Fital- compreende toda a plataforma continental. Este
sistema inclui, nos substratos rochosos os seguintes andares: Andar
supralitoral - regiao acima da preia- mar; Andar mediolitoral - regiao
situada entre as mares (zona intertidal); Andar infralitoral- regiao
permanentemente submersa, ate a profundidade de cerca de 50 metros;
Andar circalitoral- Regiao entre os cerca de 50 metros de profundidade ate
aos
200 metros (limite inferior da Plataforma continental).
Sistema Profundo ou Afital- abaixo dos 200 metros de profundidade. Este
sistema inclui Andar Batial- correspondente a vertente continental; Andar
abissal- correspondente a planicie abissal; Andar hadal- correspondente ao
fundo das ravinas abissais.
Note-se que as diferencas dos sistemas de classificacao apresentados
residem, fundamentalmente, na denominacao de cada zona.
2. CARACTERIZAÇÃO DAS MASSAS DE ÁGUA OCEÂNICAS
2.1. Temperatura
A continua circulacao das massas de agua apresenta:
a). Variacoes diarias e sazonais limitadas, apesar das diferencas de latitude
e de
radiacao solar. b). Menores amplitudes termicas que nos ecossistemas
terrestres.
A Temperatura media das aguas de superficie nas baixas latitudes regista
os valores mais elevados, situando-se esses valores entre 26 e 30°C. No
Golfo Persico, a profundidades reduzidas pode atingir os 35°C no Verao, e
as pocas entre mares podem exceder os 50°C. O ponto de congelacao da
agua salgada embora varie com a salinidade, e inferior a
0°C. A salinidade de 35 ‰ o ponto de congelacao situa-se a -1,91°C.
A temperatura das camadas profundas e quase constante em qualquer parte
do
Continente.
2.1.1. Perfil termico
Os perfis termicos (Tait, 1981) caracteristicos das zonas polares, regiões
temperadas, e zona equatorial, encontram-se esquematizados na Figura
2.1. A latitudes elevadas (zonas polares) (Figura 2.1-A) verifica-se uma
passagem de calor proveniente do mar para a atmosfera: o arrefecimento
da camada superficial da agua, produz uma corrente de conveccao,
tornando pequena a diferenca de temperatura entre as camadas superficiais
e as profundas. A temperatura da agua situa-se entre os -1,8°C e os 1,8°C.
E frequente existir um gradiente irregular de temperatura nos primeiros
1000 m devido a diluicao da agua doce, vinda da precipitacao e da fusao
do gelo. Forma-se assim
uma camada de agua de densidade inferior e mais fria por cima de uma
camada agua ligeiramente mais quente, mas mais densa, de salinidade
mais elevada, vinda das latitudes medias. Abaixo dos 1000 m a
temperatura decresce ligeiramente com a profundidade sendo
quase uniforme no fundo.
Perfis termicos em zonas de altas latitudes (A), latitudes baixas (B) e
latitudes intermedias (C).
A. Altas latitudes
a). Fusao do gelo ou chuva; camada de agua baixa salinidade
b). Camada dicotermica de agua ligeiramente mais fria e ligeiramente
mais salina
c). Intrusao de agua mais quente e salina do Oceano Atlantico
d) Agua profunda do Arctico
B. Baixas latitudes
a) Zona de mistura superficial = Termoesfera
b) Camada de descontinuidade = Termoclina
c) Camadas de agua frias e profundas = Psicroesfera
C. Latitudes intermédias
Termoclina sazonal (15 - 40 m)
Termoclina permanente (500 - 1500 m)
A baixas latitudes (zonas tropicais) (Figura 2.1-B) a absorcao de calor pela
massa de agua superficial produz uma camada de agua mais quente por
cima das camadas mais frias, mais densas, mais profundas. Aqui, a
temperatura nao diminui rapidamente, mas mostra uma termoclina,
geralmente entre os 100 e os 500m, a partir da qual a temperatura decresce
rapidamente com a profundidade. Esta zona e chamada zona de
descontinuidade. Acima dela, a camada superficial mantem uma
temperatura mais elevada, constituindo um estrato referido como
Termoesfera. A zona abaixo da termoclina denomina-se
Psicroesfera, onde a agua e fria e onde existe um decrescimo de
temperatura com a profundidade. Ate certo ponto, a termoclina actua
como uma "barreira" entre uma populacao de agua quente e uma
populacao de agua fria. Nas zonas de latitudes intermédias (zonas
temperadas) (Figura 2.1-C), a camada superficial torna-se quente durante
os meses de verao, levando a formacao de termoclinas
temporarias (termoclinas sazonais), perto da superficie, geralmente entre
os 15 e os 40 m. No Inverno, quando a superficie da agua arrefece, estas
termoclinas temporárias desaparecem e uma corrente conveccional podese estender a uma profundidade de varias
centenas de metros. Abaixo do nivel desta corrente, existe geralmente uma
termoclina permanente pouco evidente, entre os 500 e os 1500 m.
2. 2. Viscosidade
A viscosidade da agua decresce consideravelmente com o aumento da
temperatura, e parece ser esta a razao das especies planctonicas das aguas
quentes apresentarem maior numero de apendices comparado com as
formas de aguas frias. Alguns organismos apresentam, assim, formas
diferentes de verao e de Inverno como por exemplo Rhizosolenia hebetata
(Diatomacea), onde a morfologia da especie
parece variar com as alteracoes da temperatura, possivelmente devido a
alteracoes na viscosidade e flutuabilidade. A estas variacoes da forma do
corpo de acordo com a estacao
o ano, da-se o nome de ciclomorfoses.
2.3. Salinidade
Desconhece-se a composicao da agua do mar no periodo da sua formacao
mas a variabilidade e provavelmente diminuta desde que a vida existe. Os
valores de salinidade devem ser expressos em partes por mil (‰) e nao em
percentagem (%), uma vez que sao referentes ao litro. Para uma agua com
S= 35.00‰ Algumas propriedades fisicas da agua variam com a
quantidade de sais dissolvidos, que podem ser usadas para a determinacao
da salinidade. Existem, assim, metodos fisicos
alternativos:
- Condutividade electrica - metodo cada vez mais usado
- Densidade
- Pressao de vapor
- Ponto de congelacao
- Indice de refraccao
- Condutividade acustica
A salinidade dos oceanos varia entre 34 e 36‰
Existem ligeiras variacoes da salinidade ao longo do ano.
Altas salinidades estao associadas a baixas precipitacoes e alta
evaporacao, especialmente quando a circulacao da agua e reduzia. Tais
condicoes encontram-se no Mar dos Sargacos no Atlantico Norte, e na
costa Oriental do Brasil, no Atlantico Sul, onde a
salinidade registada e cerca de 37‰.
Nas regioes polares, o degelo, a elevada precipitacao, a drenagem
continental e a baixa evaporacao registadas, reduzem a salinidade nas
massas de agua superficiais. No Arctico, por exemplo, a salinidade flutua
entre os 28 e os 33,5‰ de acordo com
alternancias de fusao e congelacao da agua, respectivamente. A flutuacao
da salinidade da agua neritica deve-se a diluicao de agua doce dos
continentes, podendo variar muito a proporcao dos ioes presentes, nas
regioes estuarinas.
Os valores medios de salinidade encontram-se relacionados com as
mudancas no parametro
evaporacao - precipitacao que ocorrem com a latitude.
Os organismos marinhos (excepto teleosteos e vertebrados superiores)
estao em equilibrio osmotico com a agua do mar. A composicao ionica
dos seus fluidos internos apresenta, na maioria dos casos, grande
semelhanca com a da agua do mar circundante. As concentracoes sao
relativamente altas de sodio e cloretos, e baixas de potassio, magnesio e
sulfatos.
Embora seja comum, nem sempre a relacao entre potassio e sodio e mais
elevada nos fluidos corporais do que na agua do mar e menor em
magnesio e sulfatos. Na maioria dos vertebrados, os referidos fluidos
apresenta concentracoes ionicas a menos de metade das encontradas na
agua do mar. As reduzidas concentracoes ionicas nos fluidos corporais dos
vertebrados, vivendo
em ambientes estuarinos de baixa salinidade, ou em agua doce, tem a
vantagem de apresentar um gradiente baixo.
Necessitam, assim, de um dispendio reduzido de energia metabolica para o
processo de osmorregulacao.
Este facto faz com que possam transitar, com uma certa facilidade, nos
diferentes ambientes sem por em risco a vida e sem apresentarem paragens
obrigatorias na altura de transicao de meios a fim de completar o seu ciclo
de vida. Alteracoes na salinidade do meio induzem a variacoes nas
concentracoes ionicas dos
fluidos internos de modo a preservar o equilibrio osmotico provocando
variacoes nas
proporcoes dos constituintes ionicos dos referidos fluidos. Alteracoes
importantes nestes equilibrios conduzem a disturbios metabolicos e a
morte. A maior parte dos organismos marinhos sao estenohalinos. As
especies litorais e em especial as estuarinas sao eurihalinas.
Os organismos que permanecem em equilibrio osmotico com o meio
circundante quando a salinidade varia muito sao denominados
poiquilosmoticos. Incluem-se as especies
eurihalinas. A especie Arenicola marina e um exemplo, encontrando-se
distribuida nos substratos moveis marinhos, estuarinos, podendo
sobreviver a valores de salinidades na ordem dos 18‰. Temos outros
exemplos, como sendo especies poiquilosmoticas eurihalinas,
tais como Mytilus edulis (Mexilhao), Cerastoderma edule (L.) (Berbigao),
Mya arenaria L.
(Bivalve) Balanus balanoides (Cracas), B. improvisus (Cracas), Nereis
pelagica L. (Poliqueta errante) e Perinereis cultrifera (Grube) (Poliqueta
errante). Outros organismos tem a capacidade de regular a concentracao
dos fluidos internos independentemente das variacoes da salinidade das
aguas. E a chamada osmorregulacao e os organismos que a possuem
denominam-se homoiosmoticos. Temos o exemplo do
Caranguejo Carcinus maenas, eurihalino e osmoregulador, que se estende
por isso desde os estuarios ate dentro do curso dos rios. Temos outros
exemplos, como Nereis diversicolor, Palaemon serratus (Pennant)
(Camarao), Gammarus locusta (L.) (Anfipode) Gammarus
duebeni Liljeborg (Anfipode) e Marinogammarus (= Chaetogammarus)
marinus. A osmorregulacao e afectada pela temperatura e so se verifica
num dado intervalo de temperatura. Os protozoarios e peixes dos meios
dulceaquicolas, necessitam de mecanismos
eficientes de excrecao da agua (constituidos por vacuolos contracteis nos
protozoarios e
pelos rins nos peixes). Dificuldades de regulacao osmotica podem
explicar, parcialmente pelo menos, que um grande numero de animais
marinhos - na realidade grupos sistemáticos completos - nunca tenham
sido capazes de invadir os meios dulceaquicolas Nos teleosteos marinhos
(tambem nas aves e mamiferos marinhos) a concentracao
dos sais nos seus fluidos internos e inferior a do meio exterior (sao, assim,
hipotonicos), havendo tendencia a passagem da agua para o exterior do
corpo, por osmose. Para reduzir esta perda de agua e manter o balanco
hidrico, os peixes ingerem a agua do mar e
absorvem-na a partir do intestino. Os sais e a maior parte dos produtos
nitrogenados em excesso, sao eliminados por celulas excretoras especiais
situadas nas guelras. A urina e produzida em muito pouca quantidade e e
praticamente isotonica com o sangue. O azoto na urina dos teleosteos e
excretado sob a forma de trimetilamina em substituicao a amonia (produto
nitrogenado por excelencia da maioria dos organismos aquaticos). A
excrecao da amonia, altamente toxica comparada a trimetilamina, requer
uma urina muito diluida. A substituicao da amonia pela trimetilamina
constitui uma útil adaptacao, por parte dos teleosteos, para a conservacao
da agua.
2.5.3. Gigantismo
Um aspecto curioso de algumas especies vivendo nas zonas mais
profundas das ravinas oceanicas, e o seu excepcional maior tamanho
comparado com formas semelhantes costeiras. Este fenomeno de
gigantismo e especialmente marcado em alguns grupos de pequenos
crustaceos, nomeadamente anfipodes e isopodes, que raramente excedem
2 a 3 cm de tamanho nas regioes costeiras a pequenas profundidades mas
crescem ate 8 ou 10
cm (ou mais) na zona hadal. A explicacao para estes grandes tamanhos e
ainda mal conhecida. A temperatura da agua nas ravinas oceanicas nao e
muito menor do que ao nivel da planicie abissal. E assim
possivel que o gigantismo de alguns organismos das zonas profundas
possa estar relacionado com a pressao. Possivelmente a pressao exerce um
efeito no metabolismo, talvez associado a um prolongamento no periodo
de crescimento e atrasando a maturacao. Por outro lado, os sedimentos
mais profundos sao mais radioactivos do que os costeiros, podendo fazer
aumentar a taxa de mutacao elevando assim a taxa de especiacao.
2.5.4. Flutuabilidade
A maioria do protoplasma, paredes celulares, esqueletos e conchas sao
mais pesados do que a agua, e tendem assim a afundar-se. O peso
especifico da agua do mar e geralmente entre 1.024 - 1.028. A densidade
da maioria do zooplancton e da ordem de 1.04 e a dos
tecidos dos peixes e cerca de 1.07. O controlo do nivel adequado e a
resistencia a gravidade por natacao e flutuabilidade contrariam a tendencia
para a descida. O fitoplancton, zooplancton, herbivoros e carnivoros
recorrem, por isso, a flutuacao como meio de sobrevivencia. Usam,
quando podem, a natacao como meio de regular a profundidade, para
perseguir as presas ou escapar ao predador e para utilizar as correntes,
para nutricao e respiracao.
2.5.5. Adaptacoes a flutuacao
A existencia de cavidades com gas como, por exemplo, as bexigas gasosas
(nos peixes), pelo facto destes orgaos serem ajustaveis, faz com que estes
vertebrados se adaptem as variacoes de pressao. Por vezes, essas
cavidades sao de grandes dimensões fazendo o animal flutuar a superficie.
Temos o exemplo de grandes pneumatoforos de algumas especies de
sifonoforos (Physalia, Velella), ou dos discos basais insuflados das
actinias pelagicas (Minyas). O gastropode pelagico do genero Ianthina
flutua a superfície gracas a bolhas de ar encerradas numa bolsa viscosa.
Algumas algas da zona costeira, como Fucus vesiculosus ou Sargassum
spp. flutuam, devido a presenca de vesiculas gasosas, no talo. A
acumulacao de gordura nos tecidos por parte de alguns organismos
pelágicos actua simultaneamente como reserva alimentar e na regulacao
da flutuacao. Essa acumulacao pode ser feita pela presenca de vacuolos
com liquidos menos densos que a agua, ex: zooplancton (copepodes,
ovos), fitoplancton, alguns sifonoforos. O cachalote, apresenta 2 a 3
toneladas de oleo na cabeca, que o ajuda na regulacao da pressao, durante
o mergulho.
Tecidos gelatinosos de muitos organismos como nas medusas, sifonoforos
e ctenoforos apresentam uma ligeira contribuicao para a flutuacao. Em
alguns peixes mesopelagicos que nao apresentam bexiga gasosa, possuem
em relacao a outras formas semelhantes que apresentam bexiga gasosa,
fluidos corporais mais diluidos, liquido circulatorio menos viscoso, e
tecidos com mais gorduras e menos proteinas. Com excepcao das
estruturas mandibulares, os esqueletos sao menos ossificados, e os
musculos associados correspondentes, reduzidos. O coracao e de menores
dimensoes. Na aula apresentou-se um quadro que estabelecia a
comparacao entre a flutuabilidade de um peixe costeiro, Ctenolabrus
rupestris, possuindo bexiga gasosa, com um peixe batipelagico,
Gonostoma elongatum, em que a bexiga gasosa se encontra degenerada,
contendo gordura. Os valores positivos, sao dados para os componentes
mais densos do que a agua, levando o peixe a afundar-se; os valores
negativos correspondem aos componentes menos densos, conduzindo o
animal a flutuacao. Como se pode extrair da tabela, a especie (a),
excluindo a bexiga gasosa, apresenta um peso medio em agua de +5.4‰
do seu peso fresco. A espécie (b), nao possuindo bexiga gasosa, o peso
medio em agua e aproximadamente +0.5% do seu peso fresco. Sendo
assim, a especie costeira, mais densa, tem uma maior tendencia a afundarse em relacao a especie (b).
As especies de fundo, tem elevada densidade provavelmente associada a
modos mais ou menos inactivos de vida e permanecendo no fundo. Outras
especies apresentam procura activa de alimentos nos fundos onde vivem.
Os tubaroes cacadores apresentam formas hidrodinamicas, barbatanas de
pequenas dimensoes (reduzindo o atrito) dando-lhes manobrabilidade
elevada. As especies pelágicas sao de movimento lento, alimentando-se de
plancton por filtracao:
- Posse de forma hidrodinamica, com flutuabilidade neutra;
- Elevada densidade, formas planas, grande energia dinamica devido ao
impulso que dai tira. Ex. Mobula (Jamanta);
- Reducao de estruturas densas (esqueletos ligeiros).
A reducao do movimento descendente pode ser ainda feita pela existencia
de formas planas, ou pela existencia de espinhos ou apendices plumosos
ou ainda pela formacao de colonias numerosas.
2.8.1. Elementos bioconcentrados
- O vanadio, nos Ascidianos, pode ocorrer a concentracoes de cerca de
milhoes de vezes superiores (50000) as registadas na agua do mar;
- O iodo, niquel, molibdenio, arsenio, zinco, vanadio, titanio, cromio e o
estroncio, encontram-se concentrados nos tecidos de varias especies de
algas marinhas; - Alguns peixes concentram prata, cromio, niquel,
estanho, zinco ou mercurio. Certos metais pesados parecem ser essenciais
a actividade enzimatica, particularmente o cobre, embora seja toxico a
concentracoes anormais. Embora os principais constituintes da agua do
mar e alguns dos micronutrientes, permanecam em constante proporcao,
alguns micronutrientes apresentam flutuacoes devido a absorcao selectiva
dos organismos. Neste ultimo grupo inclui-se o nitrato, o fosfato, o
silicato, o ferro e o manganesio.
2.8.2. Nitratos e Fosfatos
O azoto encontra-se presente na agua do mar sob a forma de nitrato,
nitrito, iões de amonia e na forma de compostos organicos. A forma NO3predomina nos 100 m superiores. NO2- e NH4+ existem em quantidades
por vezes consideraveis junto ao fundo devido a actividade biologica. O
teor medio em N e cerca de 0.5 mg/l. O elemento P esta
predominantemente na forma de ioes ortofosfato (H2PO4- e HPO4=), com
tracos de P- organico. O teor medio em P e cerca de 0.07 mg/l.
Apresentam uma variacao importante com a profundidade. A superficie,
os teores sao baixos e variaveis devido a absorcao ionica pelas plantas
marinhas; existe uma variacao sazonal, com valores superiores no Inverno,
e inferiores no Verao. Nas camadas profundas (500 - 1500 m) a
concentracao dos nutrientes apresenta valores superiores. Valores mais
elevados a superficie que os indicados no quadro apresentado
correspondem a zonas de "upwelling". Junto a costa, valores mais
elevados sao frequentes, devido aos "input" dos rios ou aos sedimentos
bentonicos.
Os teores de nutrientes aumentam gradualmente com a profundidade,
situando-se os maximos em geral na zona dos 500 a 1500 m, decrescendo
depois ligeiramente nas camadas inferiores a esta zona, mas os valores
permanecem altos e bastante uniformes. Teores mais elevados junto ao
fundo devem-se a libertacao dos nutrientes por decomposicao da materia
organica depositada no fundo por accao bacteriana. Apesar das flutuacoes
registadas, as concentracoes relativas de nitratos e de fosfatos permanecem
constantes, sendo em geral a razao nitrato: fosfato (NO3/PO4) ≈ 7/1 em
peso e ≈15/1 em ioes.
2.8.3. Silicatos
O elemento Si esta predominantemente sob a forma de ioes silicato e
provavelmente vestigios de Si coloidal. E um constituinte da parede
celular das diatomaceas, esqueleto de radiolarios e espiculas de alguns
espongiarios. A silica apresenta teores baixos a superficie crescendo com a
profundidade, atingindo valores de 1 a 5 mg Si/l no fundo dos oceanos. Os
valores maximos encontram-se no fundo do Pacifico. Existem variacoes
sazonais do teor em Si. No Inverno, as concentracoes a superficie podem
ser de 200 – 400gg Si/l, caindo rapidamente na primavera para 10gg/l,
altura em que as diatomaceas apresentam o seu pico. Durante o verao, as
concentracoes a superficie sofrem flutuacoes consideraveis.
Os fundos dos oceanos contem longos depositos siliciosos de origem
planctonica.
2.8.4. Ferro e Manganesio (ou Manganes)
O hidroxido de ferro (Fe (OH)3) e praticamente insoluvel na agua do mar.
O Fe soluvel em geral e inferior a 2gg Fe/l. Existem quantidades
apreciaveis de Fe particulado sob a forma de micelas coloidais de
Fe(OH)3 e tambem fosfato ferrico, citrato ferrico e hematina. O Fe
particulado pode ser removido da agua do mar por ultrafiltracao. O total
de Fe situa-se entre 3 - 70 gg Fe/l.
As aguas costeiras geralmente contem muito mais Fe do que a Provincia
oceanica, especialmente nas zonas estuarinas onde as aguas dos rios
transportam grandes quantidades de ferro tanto dissolvido como
particulado.
Os valores a superficie sao geralmente marcados por reducoes sazonais
seguidos a picos de crescimento das diatomaceas. A acumulacao de ferro e
provavelmente continua no fundo, devido a deposicao de detritos e a
sedimentacao. O Ferro e componente do sistema de citocromos e dos
pigmentos dos fluidos circulatorios: hemoglobina (vertebrados, alguns
anelideos e moluscos), hemeritrina (alguns moluscos e crustaceos) e
clorocruerina (alguns anelideos). A concentracao de ferro em solucao,
parece inadequada para acompanhar a taxa de crescimento das plantas, e
sendo assim, as plantas provavelmente usam o Fe particulado e nao so em
solucao. O Manganesio e tambem um nutriente necessario as plantas e
tambem esta provavelmente dominante na forma particulada em teores de
0.3 e 10gg/l. No oceano aberto, nas camadas superficiais, a deplecao de
Ferro e Manganésio particulado e absorvido pode limitar o crescimento
vegetal. Nas aguas neriticas o Ferro e o Manganesio podem provir de
inputs continentais.
3.2. Medição da produtividade primária
Existem varias formas de estimar a produtividade primaria no oceano. As
taxas de produtividade sao geralmente expressas pelo peso do carbono
fixado nos compostos organicos por unidade de area oceanica por dia
(gC.m-2.d-1). Algumas vezes expressa-se pelo peso do carbono fixado por
unidade de volume de agua por dia (gC.m-3.d-1). Os limites usuais
situam-se entre os 0.05 - 0.5 gC/m2/dia. Os maximos registados sao de 5.0
gC/m2/dia, correspondendo a zonas muito produtivas. Estes valores sao
semelhantes aos registados nas zonas terrestres podendo, no entanto, as
taxas de produtividade em terrenos ferteis agricolas exceder os 10
gC/m2/dia. A produtividade total do oceano, e bastante mais baixa do que
a registada no dominio terrestre.
As grandes algas das regioes costeiras podem atingir uma elevada taxa de
produtividade (30 gC/m2/dia). No entanto, como a sua distribuicao se
encontra muito limitada, o fitobentos contribui provavelmente com cerca
de 0.05 % da produtividade total
do oceano. Exemplos de metodos para a determinacao da produtividade no
Oceano:
1. Medicao dos “stocks” vivos (balanco entre a producao de novas plantas
e a sua
perda por consumo ou por queda para alem da zona eufotica):
a). Contagens directas (por meio de um hemacitometro, p. ex.);
b). Determinacao de clorofilas;
c). Determinacao de glucidos (protoplasma ausente do zooplancton);
d). Contagem de zooplancton.
2. Medicoes de ATP.
3. Medicao do consumo de nutrientes - variacao do teor em NO3 e PO4
(O2, CO2,
SiO2).
4. Medicao da actividade fotossintetica:
a). Metodo das garrafas
b). Medicao de fixacao de CO2 (14C)
3.3. Factores reguladores da produtividade oceânica
3.3.1. Luz
A eficiencia da fotossintese no Oceano e em media os 0.1-0.5%, eficiência
ligeiramente inferior a registada na superficie terrestre.
A fotossintese encontra-se confinada a zona iluminada do oceano. Uma
medida útil de avaliar a extensao da camada produtiva e a Profundidade de
Compensacao, ou seja, profundidade na qual a taxa de producao da
materia organica pela fotossintese iguala a taxa de perda da materia
organica pela respiracao vegetal.
A profundidade de compensacao varia. Nos Tropicos, com agua limpida,
pode ser pouco inferior aos 100 m todo o ano. Em latitudes mais elevadas
varia de 10 a 60 m no verão e zero no Inverno. O maximo de eficiencia
situa-se entre os 5 e os 20 m abaixo da superficie devido a saturacao
luminosa.
Acima da profundidade de compensacao a taxa de fotossintese excede a
taxa de respiracao, havendo um ganho liquido de biomassa vegetal; abaixo
deste nivel, ha uma perda liquida. A um nivel determinado, temos a
Profundidade critica - Profundidade abaixo da qual nao existe
Produtividade liquida. A distancia entre a profundidade de compensacao e
a profundidade critica depende da proporcao de fitoplancton acima e
abaixo da profundidade de compensacao. A distancia entre estes dois
niveis deve-se principalmente ao movimento vertical da coluna de agua.
3.3.2. Temperatura
Influencia a taxa de fotossintese. Apresenta influencia na mistura e
transporte de nutrientes para a zona eufotica e da referida zona.
3.3.3. Nutrientes
Sendo o CO2 em geral mais do que suficiente para a producao vegetal, os
NO3 e PO4 sao os factores limitantes e determinantes do crescimento. Os
restantes nutrientes nao sao em geral limitantes. A reciclagem na zona
eufotica e limitada. O facto da maior parte dos nutrientes passar por um
processo de deposicao no fundo em que a reciclagem e relativamente
lenta, explica a baixa produtividade global do oceano. Entre os processos
de mistura vertical que restauram a fertilidade da zona superficial,
destacam-se:
a). Upwelling (Afloramentos)
b).Turbulencia
a). Upwelling (Afloramentos)
Pode ser devido ao vento que desloca camadas mais fundas e mais ricas
em nutrientes ate a superficie.
3.3.4. Turbulencia
Engloba movimentos complexos e irregulares na agua com diferentes
camadas que se misturam devido a redemoinhos verticais. Tanto arrasta
nutrientes a superficie como desloca plantas abaixo do nivel de
compensacao. Apos uma fase de produtividade elevada pode verificar-se
turbulencia limitada ate estabilizacao da coluna de agua.
Exemplos de movimentos turbulentos:
- Conveccao - Processo de mistura turbilhonar devido ao arrefecimento e
consequente aumento de densidade das camadas superficiais da agua, que
tendem a descer e a ser substituidas por camadas menos densas inferiores.
Nas latitudes elevadas a mistura por conveccao e praticamente continua.
Nas zonas temperadas da-se no Inverno e cessa no Verao. Nas baixas
latitudes tera reduzido significado ou ate nulo.
- Correntes - Os redemoinhos verticais, dao-se quando camadas adjacentes
de agua se deslocam a velocidades diferentes ou quando irregularidades do
leito afectam as correntes. E o caso da vertente continental com fundo
irregular e em que fortes correntes de mare provocam forte turbulencia e
mantem a agua bem misturada e ate profundidades sazonais. (Ex. parte
ocidental do Canal da Mancha e parte sul do mar do Norte cuja fertilidade
no verao e assim favorecida).
- Ondas internas - A profundidade a que as ondas de superficie provocam
deslocacao sensivel de agua e em regra menor que os seu comprimento de
onda, o qual no oceano aberto so raramente excede 100 m. Contudo,
registam-se no oceano ondas internas de pelo menos 200 m.
3.4. El Niño e La Niña
Verificou-se no paragrafo anterior que o upwelling se encontra entre os
processos de mistura vertical responsaveis pela restauracao da fertilidade
da zona superficial. Este processo pode ser devido ao vento, o qual ao
deslocar as camadas superficiais da coluna de agua para fora da zona
costeira, faz com que se formem correntes verticais de aguas de zonas
mais profundas e carregadas de nutrientes que, por accao de gravidade, se
concentram nas camadas mais profundas e permaneceriam nos fundos na
ausencia de um processo ascendente semelhante.
Os fenomenos meteorologicos El Nino e La Nina constituem os melhores
exemplos de interactividade entre os oceanos e o clima.
O fenomeno “El Nino” ou ENSO (“El Nino Southern Oscillation”) tem
sido documentado desde 1726, originalmente referido as condicoes locais
ao largo da costa do Peru. O termo El Nino significa “o Filho de Cristo” e
foi designado pelos pescadores locais a massa de agua quente que
anormalmente aparecia em Dezembro. Com efeito, este fenomeno esta
hoje associado a fenomenos globais de alteracoes climaticas, ocorrendo
por uma oscilacao da temperatura superficial das massas de agua na zona
tropical do Oceano Pacifico. Esta oscilacao na temperatura superficial das
massas de agua encontra-se intimamente relacionada com a atmosfera e
dai o termo ENSO- que incorpora o fenómeno “Southern Oscilation”. A
designacao de “Southern Oscilation” deve-se a um “vaivem” na pressao
atmosferica superficial em Darwin (Australia) e a ilha de Tahiti no
Pacifico Sul. Quando a pressao e elevada em Darwin, e baixa em Tahiti, e
vice versa. El Nino e La Nina sao as fases extremas do referido fenomeno,
sendo El Nino referente ao aquecimento anormal da camada superficial da
agua e a La Nina referente a um arrefecimento tambem anormal da
camada de agua superficial. Foi apresentado, na aula um esquema que
mostrava, d uma forma simplificada e clara a circulacao vertical das
massas de agua em situacao normal e sob influencia do “El Nino” e “La
Nina”. Em situacoes de El Nino, as correntes frias da Costa do Peru sao
invadidas por aguas quentes do Pacifico Central, devido a diminuicao dos
ventos predominantes. A agua quente, impede a subida da agua profunda e
rica em nutrientes, baixando, por isso, as capturas da pesca comercial em
cerca de 1% do normal. A diminuicao do peixe, provoca a mortalidade
colonias de aves marinhas, pinguins, focas e leoes- marinhos. A
exploracao de guano (excrementos secos de aves marinhas) a ser utilizado
como fertilizantes, e conduzida por muitas familias peruanas e chilenas.
Em epocas de El Nino, este tipo de exploracao, deixa de ser uma fonte de
subsistencia para essas familias.
O fenomeno La Nina, caracteriza-se por um acontecimento contrario ao El
Nino. Os ventos predominantes sao extremamente fortes. Neste caso,
quando as aguas quentes do Pacifico se dirigem para oeste, aumenta o
volume de agua fria que sobe a superficie. A temperatura da agua do
Pacifico tropical e, assim, mais baixa do que a normalmente registada em
iguais periodos do ano, condicionando o desenvolvimento da massa
planctonica, a qual se vai reflectir em toda a complexa teia trofica da
regiao. Forma-se uma lingua de agua fria desde o Equador ate as Ilhas
Samoa. O calor, bloqueado pelas aguas frias, provoca fortes moncoes na
India, precipitacoes elevadas na Australia e na Africa do Sul. Certas
alteracoes tipicas ocorrem simultaneamente na atmosfera e na agua.
Monitorizando velocidades do vento, temperatura superficial da agua,
pressao atmosférica e nivel das aguas do mar, e assim possivel estabelecer
uma previsao de ocorrencia de El Nino e/ ou La Nina ao verificar-se
alteracoes nos parametros monitorizados. Em condicoes meteorologicas
normais, a temperatura superficial da agua e aproximadamente de 6-8oC
superior na zona ocidental do Pacifico tropical relativamente a zona
oriental do referido Oceano. Esta disparidade tipica na temperatura ocorre
porque os ventos dominantes de Este que sopram ao longo do pacifico
tropical movem a camada superficial quente da agua de este para oeste.
Analisando a temperatura superficial da agua (SST) e possivel saber-se se
esta a ocorrer um El Nino ou nao. Esta alteracao nas correntes perturba o
clima a nivel mundial durante varios anos, provocando inundacoes numa
parte do planeta, e secas em outras. Um ENSO de grande proporcao pode
causar mudancas climaticas extremas em pelo menos dois tercos do globo,
especialmente nos paises ao longo dos Oceanos Pacifico e Indico.
3.5. Taxa e predação
O esquema da predacao do zooplancton herbivoro e do ciclo de migracao
tanto do fitoplancton como o zooplancton tera a seguinte sequencia:
a). Condicoes favoraveis ao rapido crescimento do fitoplancton cuja
populacao aumenta de uma forma acentuada.
b). O zooplancton e atraido vertical e horizontalmente, a taxa de predacao
aumenta mas a populacao de fitoplancton so diminui quando a taxa de
remocao por predacao exceder a taxa de crescimento por divisao celular.
c). A medida que mais animais sao atraidos, a predacao aumenta e a massa
de fitoplancton e praticamente eliminada.
d). Na agua adjacente, a populacao de fitoplancton comeca a desenvolverse de novo, por ausencia de predadores e o ciclo recomeca.
3.6. Variações sazonais do plâncton ao longo da latitude
A composicao (qualitativa e quantitativa) do fitoplancton (e zooplancton)
varia ao longo de um ano de acordo com a latitude. Na aula foi mostrado
um esquema elucidativo da variacoes de plancton ao longo do ano, de
acordo com a latitude.
3.6.1. Zonas temperadas
Nas Zonas temperadas (latitudes medias), as variacoes sazonais
verificadas na temperatura, iluminacao e disponibilidade de nutrientes no
oceano dao origem a variacoes sazonais de producao e composicao do
plancton, verificando-se o seguinte:
a). Inverno
Temperatura baixa, iluminacao reduzida ou nula, concentracao elevada de
nutrientes devido a mistura por conveccao. Taxas de crescimento do fito e
zooplancton nos seus valores minimos anuais.
b). Primavera
Temperatura crescente a superficie; estabilizacao da agua por
estratificacao; iluminacao crescente; profundidade critica desce abaixo da
zona de mistura pelo vento. A concentracao de nutrientes de inicio elevada
diminui devido a absorcao, aumentando rapidamente o fitoplancton, em
especial a populacao de diatomaceas. Verifica-se, assim um pico de
fitoplancton. O zooplancton aumenta mais lentamente. No fim do Inverno,
principio da primavera, aumenta o numero de ovos e larvas que no fim da
primavera evoluem para fases mais avancadas do ciclo de vida. Com o
aumento do zooplancton diminui a populacao de fitoplancton.
c). Verao
A superficie de agua apresenta-se quente e bem iluminada. Verifica-se que
a concentracao de nutrientes e baixa e uma reduzida deposicao devido a
barreira que a termoclina opoe a migracao vertical de nutrientes.
Observa-se o maximo de populacoes de dinoflagelados mas o fitoplancton
no seu todo declina devido a predacao e carencia de nutrientes.
Diatomaceas muitas vezes raras.
O zooplancton atinge o maximo anual e depois entra em declinio.
d). Outono
A superficie de agua arrefece e a iluminacao diminui. As camadas mais
fundas estão ligeiramente mais quentes ate a termoclina desaparecer e se
dar a mistura por conveccao. A concentracao de nutrientes aumenta assim
como a producao primaria. Sobe o numero de dinoflagelados e
diatomaceas mas o pico outonal e sempre mais baixo que o primaveril. O
zooplancton aumenta ligeiramente por pouco tempo. A mistura vertical
leva muito do fitoplancton para baixo do nivel critico e diminui o stock. A
temperatura e iluminacao decrescem assim como o plancton ate ao nivel
do Inverno.
6. POLUIÇÃO MARINHA
O aumento demografico e a revolucao tecnologica registada,
fundamentalmente a partir dos anos sessenta, tiveram como consequencia
uma crescente evolucao na monitorizacao do meio marinho e estuarino.
Esta evolucao deve-se ao crescente esforco
que se tem vindo a realizar no sentido da proteccao do Ambiente, face ao
desenvolvimento industrial, o qual, sem assumir as devidas preocupacoes
no tratamento de residuos de
natureza domestica, agricola ou industrial, poe em risco as comunidades
neles inseridas, incluindo, obviamente, o Homem.
Houve, assim, a necessidade de definir o termo Poluição como a
“Introducao directa ou indirecta, como resultado da actividade humana, de
substancias, vibracoes, calor ou
ruido no ar, agua ou terra, que possa ser prejudicial para a saude humana
ou para a qualidade do ambiente, resultar em prejuizos para bens materiais
ou prejudicar ou interferir com o valor paisagistico / recreativo ou com
outras utilizacoes legitimas do ambiente”. (Directiva Comunitaria
97/C184/02 de 1997.06.17). Convem referir que todo o ser vivo gera
poluicao, sempre que os sistemas nao sejam capazes de biodegradar os
residuos por ele gerados.
O termo poluição implica, assim, um efeito biologico, enquanto que a
contaminação e resultante de um fenomeno fisico- quimico, proveniente
da descarga, para o ambiente, de quantitativos de compostos superiores
aos normalmente existentes (Widdows & Donkin, 1992). Com efeito, a
crescente adicao de metais pesados ao meio marinho (em virtude de
actividades mineiras e industriais) constitui um grave problema de
qualidade ambiental.
Apesar de muitos serem essenciais aos sistemas biologicos, quando em
quantidades vestigiais (caso do Ferro, Cobre, Zinco, Cromio e Niquel), a
maioria destes metais são toxicos para os organismos marinhos, a partir de
certos niveis. Geralmente a Prata, o Mercurio (especialmente na forma
metilada) e o Cobre, sao os mais toxicos. Seguem-selhes o Cadmio, o
Zinco e o Chumbo, e depois o Cromio, o Niquel e o Cobalto. Os
compostos xenobióticos sao aqueles que sao alheios aos organismos, não
tomando parte no seu metabolismo, quer energetico quer estrutural
(Kotelevtsev et al., 1994). Sao exemplos de xenobioticos os
radionuclideos, os organoclorados (como o DDT, os
bifenis policlorados, a aldrina, a dieldrina e o lindano), os
organoestanosos, o petroleo e seus derivados e os detergentes.
Marés vermelhas agentes, causas e consequências (biota, saúde
pública). Significado económico e sanitário na costa portuguesa.
As marés vermelhas consistem numa prolifera/ maciça (“bloom”), em
zonas costeiras, de sp planctónicas unicel. Geral/ estão assoc a uma
intensa entrada de nutrientes. Organismos responsáveis: diatomáceas,
dinoflagelados, cocolitoforídeos. Origens: população d células
vegetativas,q determinada altura, desenvolvem-s mt rápido; Cistos
bentónicos resistentes(produto de reprd sexuada)acumulados no sed e q
germinam qd em óptimas condições; transp a grdas distâncias de org. q em
condições ideias iniciam 1bloom; Concentração d1população dispersa por
factores físicos.
Condi/ q favorecem as marés: a)águas estratificadas de baías q recebem
superficial/ nutrientes do ecossistema terrestre; b)zonas em q a turbulência
se estabelece, próximas de áreas de ressurgência e onde a difusão
horizontal de nutrientes continua a ser considerável. Os organismos q
constituem os “blooms” n são na sua maioria tóxicos, mas algumas
produzem toxinas mesmo qdo se encontram a bx [ ].
Tipos de “blooms” prejudiciais: sp n tóxicas (responsáveis pela altera/ da
cor da água, q em condi/ excepcionais podem atingir densi// tão elevadas,
q na fase de decréscimo do “bloom”, são responsáveis pela morte de
peixes e invertebrados devido à diminui/ de oxigénio); sp produtoras de
toxinas (q podem ser introduzidas na cadeia alimentar humana provocando
várias perturba/ gastrointestinais e neurológicas); sp n tóxicas mas
prejudiciais p/ peixes e invertebrados (provocam danos ou ropturas nas
guelras).
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