A PREVALÊNCIA DO USO DE ANFETAMINAS POR

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Interbio v.3 n.2 2009 - ISSN 1981-3775
A PREVALÊNCIA DO USO DE ANFETAMINAS POR CAMINHONEIROS QUE
PASSAM PELA CIDADE DE DOURADOS-MS
THE PREVALENCE OF USE OF AMPHETAMINES BY TRUCKERS PASSING
THROUGH DOURADOS-MS CITY
1
MOREIRA, Renata Silva ; GADANI, Julice Angélica Antoniazzo Batistão.2.
Resumo
Os caminhoneiros, no setor de transportes nos dias atuais, representam uma importante fração na economia. O
uso de anfetaminas nesse meio é muito comum devido à chamada “carga de horário” que possuem dia e hora
marcada para entrega. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência do uso de anfetaminas na classe dos
caminhoneiros que passam pela cidade de Dourados – MS. Participaram do trabalho 121 caminhoneiros o que
corresponde a 100% destes. 65% disseram fazer uso de anfetaminas com o intuito de não dormir e viajar por
mais tempo e 35% disseram nunca ter usado. A quantidade de horas de descanso dos entrevistados quando em
viagem foi de 22% para 1 a 3 horas, 51% para 3 a 6 horas e 27% para 6 a 12 horas. Os medicamentos mais
utilizados foram: femproporex (Lipomax AP ®, Desobesi M ®, Inobesin ®) e anfepramona (Dualid S ®). Os
medicamentos foram adquiridos, em sua maioria, em postos, farmácias e uma pequena quantidade, doados pelas
empresas de transporte. Todos os motoristas usuários apresentaram efeitos colaterais, sendo os mais comuns a
insônia e a visão turva, o que propicia a ocorrência de acidentes na estrada. Além disso, há uma venda ilegal por
parte das farmácias, além dos postos venderem clandestinamente. Tais fatores colaboram para o uso
indiscriminado desses medicamentos, mais conhecido por essa classe de trabalhadores como “rebite”, fazendo-se
necessário um controle maior na venda desses medicamentos.
Palavra-chave: Caminhoneiros. Anorexígenos. Anfetamina.
Abstract
The truck drivers, in the transportation section actually, represent an important fraction in the economy. The use
of amphetamines is usual due to the "load of time" and they have the delivery with marked day and time. The
aim of this study was to assess the prevalence of use of amphetamines by truck drivers passing by the city of
Dourados-MS, Brazil. 121 truck drivers participated in the work, corresponding 100%. 65% said to use of
amphetamines in order to avoid the sleep and travel longer and 35% said have never used these. The percentage
of hours of rest when travelling were 22% for 1 to 3 hours, 51% for 3 to 6 hours and 27% for 6 to 12 hours. The
drugs most used were: Fenproporex (Lipomax AP ®, Desobesi M ®, Inobesin ®) and Amfepramone
(Dualid S ®). The drugs were purchased mostly in gas stations, drugstores and a small amount received by
transport companies. All the drivers user had side effects, and the most common were the insomnia and blurred
vision, which provides the occurrence of an accident in the road. Moreover, there is an illegal sale by the
drugstores, and clandestine by the gas stations. These factors collaborated for the indiscriminate use of these
drugs, better known by this class of workers as "rivet", becoming necessary more control in the sale of these
products.
Key-words: Truck drivers. Anorexic drugs. Amphetamine.
1
Acadêmica do Curso de Farmácia de Centro Universitário da Grande Dourados/MS.
Professora Especialista do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN 3
3
UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados-MS, Brasil.
E-mail: [email protected]
2
MOREIRA, Renata Silva; GADANI, Julice Angélica Antoniazzo Batistão
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Interbio v.3 n.2 2009 - ISSN 1981-3775
Introdução
Segundo o estudo de Batista e Silva
(2006), o setor de transporte reúne nos dias
atuais uma média de 2,5 milhões de
trabalhadores, onde os caminhoneiros
garantem uma frota de ½ milhão de
veículos, tornando-se importante fração da
economia.
De acordo com Nascimento et al.
(2007), entre os caminhoneiros de estrada é
muito comum o uso de anfetaminas para
diminuir o sono e amenizar o cansaço em
trajetos de longa distância. Em combinação
a fatores socioeconômicos e intimação de
entrega de carga em período prédeterminado, estes buscam pelo uso de
anfetaminas para minimizar o sono e a
ansiedade.
A anfetamina foi pioneira a ser
utilizada como anorexígeno no tratamento
da obesidade, onde seu principal mecanismo
de ação é a inibição da fome por meio da
ação noradrenérgica no hipotálamo lateral
(HALPERN, 2002).
No Brasil, as anfetaminas são
comercializadas como medicamentos para
tratamento da obesidade e para indivíduos
que sofrem de distúrbios psicológicos, e são
medicamentos controlados que necessitam
de receita médica (FREITAS; SILVA,
2006).
Assim, de acordo com Brasil (2007),
fica proibida a prescrição e dispensação de
medicamentos psicotrópicos anorexígenos,
com doses maiores que as convencionais
para tratamento da obesidade.
Os
medicamentos
anorexígenos
noradrenérgicos normalmente são bem
absorvidos no trato gastrointestinal, sua
eliminação acontece por conjugação
hepática e a meia vida do fármaco depende
do tipo da droga (MANCINI; HALPERN,
2002).
A maioria desses fármacos derivados
da anfetamina são chamados pró-fármacos
ou pró-droga, assim com é o caso do
femproporex, que é farmacologicamente
inativo quando administrado, e, após passar
pela biotransformação ou metabolização se
torna ativo, para que dessa maneira,
cheguem ao local de ação e, provoque a
resposta farmacológica desejada (TUKEY;
GONZALEZ, 2006; SILVA, 2006).
Os principais efeitos ocasionados pela
anfetamina são: redução do sono e do
apetite, aceleração do curso do pensamento,
diminuição da fadiga, euforia, irritabilidade,
midríase, taquicardia e elevação da pressão
arterial (RANG et al., 2007).
As anfetaminas levam ao vício,
dependência,
tolerância
e
a
um
comportamento forçado em ingerir o
fármaco. Além disso, possuem contraindicações a pacientes com hipertensão,
problemas cardiovascular, hipertireoidismo
ou glaucoma, e ainda por indivíduos com
história de abuso de medicamentos e
mulheres em gestação (HOWLAND;
MYCEK, 2007).
A tolerância ocorre devido a uma
diminuição no efeito do medicamento
ingerido na quantidade normal, devido ao
uso
repetido
e
demorado
desse
medicamento. Assim, consequentemente as
doses vão sendo aumentadas por esses
indivíduos para que os efeitos iniciais sejam
atingidos.
Geralmente,
a
tolerância
acompanha a dependência (RANG et al.,
2007).
A pessoa que ingere anfetaminas tem
a competência de realizar atividades por um
período maior e com a sensação de menos
cansaço, já que as primeiras horas a
sensação de bem estar é grande, porém após
esses efeitos, vem a irritabilidade, depressão
e o sono incontrolável (ALMEIDA, 2007).
Vindo de encontro à esta afirmação, o
principal motivo de acidentes letais de
caminhoneiros nas estradas está relacionado
com o fato de dormirem ao volante, já que
se vêm obrigados a fazer uso dessas
substâncias para entregar as cargas no prazo
estabelecido.
Dessa forma a presente pesquisa teve
como objetivo verificar a prevalência do uso
de anfetaminas na classe dos caminhoneiros
que passam pela cidade de Dourados-MS.
Materiais e Métodos
MOREIRA, Renata Silva; GADANI, Julice Angélica Antoniazzo Batistão
29
Este trabalho foi aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa, da UNIGRAN.
A pesquisa foi realizada no restaurante e
pátio de abastecimento de um posto de
gasolina na cidade de Dourados-MS, e em
uma empresa Cerealista na cidade de
Itaporã-MS, pois os caminhoneiros que
carregam seus caminhões nesta empresa, são
também freqüentadores do posto de
gasolina. Os caminhoneiros selecionados
foram do sexo masculino.
O número de participantes que
responderam ao questionário da pesquisa foi
de 121 motoristas, cuja a idade variou entre
21 e 65 anos. O questionário foi baseado em
Wendler et al. (2003), onde continha 14
questões de múltipla escolha que
investigava sobre o uso de anfetaminas, de
como estes usuários as conseguiam, da
freqüência do uso, logo sobre o
conhecimento
de
seus
efeitos
e
conseqüências.
Após responderem o questionário, os
caminhoneiros receberam um retorno por
meio de um panfleto, dando ênfase às
reações e efeitos que se obtém com o uso
desses
medicamentos,
visando
à
sensibilização
e
atualização
dos
trabalhadores a respeito do assunto.
Promissão (SP), Itaporã (MS), Dourados
(MS), Douradina (MS), Campo Grande
(MS), Umuarama (PR), Porto Feliz (SP),
Quilombo (SC), Nova Santa Rosa (PR), São
João do Oeste (PR) e outros estados, como
Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Conforme Nascimento et al. (2007), a
quantidade de horas de sono encontradas em
sua pesquisa foi que dentre os 91
caminhoneiros, 37% dormiam cerca de
quatro a seis horas por dia. Wendler et al.
(2003) também encontraram dentre os 318
entrevistados, 74,8% dormiam de quatro a
seis horas de sono. Os resultados obtidos
nessa pesquisa foi uma média de três a seis
horas de descanso para a maioria dos
sujeitos (51%) (Figura 1), o que não é
suficiente, influenciando no aumento dos
riscos de acidentes, pois, segundo estudos
realizados por Pinho (2005), pessoas que
não dormem bem, tanto na quantidade
necessária, como na qualidade do sono,
normalmente apresentam respostas mais
lentas aos estímulos externos e dificuldades
de concentração em graus variados.
22%
51%
Resultados e Discussão
27%
Segundo Wendler et al. (2003), grande
quantidade de estudos feitos em vários
países mostrou que o número de mortos e
feridos está crescendo, devido aos acidentes
automobilísticos ocorridos por motoristas
com idades variadas, sob influência de
drogas não permitidas e, algumas vezes,
combinadas com o álcool.
Os estudos realizados por Nascimento
et al. (2007) concluíram que os
caminhoneiros possuíam um tempo de
serviço acima de dez anos, o que também
observou-se na presente pesquisa, onde a
maioria dos motoristas possuía estabilidade
de serviço de mais de 12 anos.
As
cidades
de
origem
dos
participantes mais relatadas foram: Estrela
do Norte (SP), Álvares Machado (SP)
1 a 3 horas
3 a 6 horas
6 a 12 horas
Figura 1 – Quantidade de horas de descanso de cada
caminhoneiro, em porcentagem (%).
Wendler et al. (2003), entrevistaram
318 motoristas e apenas 3,12% (10
caminhoneiros) disseram nunca ter usado
anfetaminas.
No
entanto,
96%,
correspondente a 308 caminhoneiros,
afirmaram que usam ou usaram, pelo menos
uma vez, esses medicamentos, com o intuito
de permanecerem acordados por mais
tempo. Já Nascimento et al. (2007), de 91
entrevistados
66%
afirmaram
usar
anfetaminas (rebite).
Os dados da presente pesquisa
revelaram que dentre os entrevistados 65%
30
(Figura 2) usam rebites com principal
objetivo de chegar ao local estabelecido no
dia e hora marcada, onde os princípios
ativos mais utilizados foram femproporex e
anfepramona
(antigamente
chamada
dietilpropiona), ambos derivados da
anfetamina. Assim, considera-se que a
maioria
dos
caminhoneiros
usam
medicamentos à base de anfetaminas como
“rebite.
Segundo Wendler et al. (2003), em
seus
estudos
obtiveram
como
os
medicamentos mais usados por seus
entrevistados o INIBEX®, DUALID S® e o
DESOBESI M®. Já Domingos et al. (2007),
encontrou o DESOBESI M® como
medicamento mais freqüente.
35%
65%
sim
não
Figura 2 – Quantidade de caminhoneiros (%) que
fazem ou não uso de “rebite”.
Outra característica importante dessa
pesquisa (Figura 3), foi que a maioria desses
trabalhadores conseguem as drogas em
postos de gasolina e nas farmácias, que
corrobora com os resultados obtidos pelo
estudo de Nascimento et al. (2007), que
encontrou uma porcentagem de 54% em
postos de gasolina, 38% nas farmácias e
drogarias e 8% nas próprias empresas de
transporte.
Tal ocorrência não é permitida por lei,
pois segundo a Resolução nº 58 de 2007 da
ANVISA (BRASIL, 2007), torna-se mais
criteriosa a prescrição de anorexígenos,
medicamentos que normalmente são
utilizados para tratamento da obesidade, são
medicamentos que podem somente ser
dispensados apresentando-se notificação de
receita do tipo “B2”, de cor azul com
validade de 30 dias contados a partir da data
de emissão, conforme a Portaria SVS/MS
nº. 344, de 12 de maio de 1998.
5%
6%
27%
posto
62%
farmácia
restaurante
outro
Figura 3 – Local de compra de “rebite”, em
porcentagem (%). *mais de uma resposta assinada
por alguns sujeitos. A resposta outro, se refere à
empresas de transportes, beira de estrada e
clandestino.
Quanto ao conhecimento a respeito
das conseqüências causadas com esse uso
(Figura 4), dos 65% que relataram fazer o
uso de “rebite”, 43% disseram não ter
conhecimento sobre as conseqüências, já a
maioria (57%) respondeu que tem esse
conhecimento, mas pelo medo de perder
frete, eles se arriscam, e vão de uma cidade
a outra em 24 horas, percorrendo em média
2.200 km. E ainda, ao recusarem o
cumprimento do horário do frete, outro se
responsabiliza em fazê-lo e, assim, acabam
perdendo dinheiro e ficam sujeitos à não
serem mais contratados pelas empresas.
43%
57%
Não
Sim
Figura 4 – Quantidade de caminhoneiros que tem
conhecimento das conseqüências causadas com o uso
desses medicamentos, em porcentagem (%).
*Respostas mais freqüentes foram problemas
cardíacos, envelhecimento precoce, dependência,
impotência, perda do reflexo, ansiedade, tremores,
falta de apetite e acidentes.
Nos estudos de Nascimento et al.
(2007), 27% dos usuários de anfetaminas
faziam uso diário e 60% de duas a três vezes
31
por semana. O resultado da presente
pesquisa (Figura 5) mostra que 22% dos
indivíduos fazem o uso dessas substâncias
de vez em quando, 18% raramente, e 3%
diariamente, o que aumenta o risco de
dependência, pelo fato do uso contínuo, e de
tolerância, pois, há uma diminuição do
efeito farmacológico em razão do uso
continuado desses medicamentos, e doses
cada vez maiores vão sendo administradas
para a obtenção do efeito desejado (RANG
et al., 2007).
Já a maioria dos entrevistados usa
somente quando viajam o que pode ser
todos os dias. Assim, de acordo com os
participantes, acontece de terem que ficar
por 2 a 3 dias consecutivos viajando a base
de “rebite”, e um deles passou um mês nas
estradas consumindo diariamente esses
medicamentos.
18%
22%
diariamente
raramente
57%
3%
de vez em quando
só quando viaja
Figura 5 – Freqüência de uso do rebite pelos
caminhoneiros, em porcentagem (%).
O uso dos “rebites” (anfetaminas)
pelos caminhoneiros é, em sua maioria,
consumida por via oral, talvez por serem
encontradas nas farmácias e drogarias como
forma de comprimidos.
De acordo com a Figura 6, os efeitos
colaterais relatados mais freqüentes foram
insônia (35%) e a visão turva (20%), o que
conseqüentemente aumentam o risco de
acidentes nas estradas, já que esses efeitos
aparecem quando estão dirigindo. Conforme
os estudos de Wendler et al. (2003), os
efeitos colaterais mais comuns descritos,
foram insônia (307 relatos dos 318
entrevistados), midríase, visão turva,
agitação,
boca
seca,
irritabilidade,
ansiedade, tensão nervosa, cefaléia,
sudorese, alucinação e palpitação. Já nas
pesquisas de Freitas e Silva (2006), são
apontados como efeitos adversos a insônia,
depressão, tontura, boca seca, mau humor,
nervosismo, taquicardia, dependência e
dores musculares.
14%
9%
20%
7%
35%
15%
insônia
midríase
euforia/excitação
visão turva
Figura 6 – Efeitos colaterais mais vivenciados pelos
usuários do “rebite”, em porcentagem (%). *Mais de
uma resposta assinalada por alguns sujeitos. Os
participantes que assinalaram outros, as respostas
mais freqüentes foram: obesidade, tristeza, boca seca
e dependência.
Nos estudos de Nascimento et al.
(2007), de um total de 91 caminhoneiros
27% deles relataram ter se envolvido em
acidentes devido ao uso de rebites. Mais
ainda, Wendler et al. (2003) afirmam vários
relatos de motoristas que sob a ação das
anfetaminas param seus caminhões no meio
da pista ou invadem a pista contrária em
razão das alucinações causadas.
75%
25%
sim
não
Figura 7 – Conhecimento dos caminhoneiros de que
o uso desses medicamentos causam acidentes, em
porcentagem (%).
Nos resultados da presente pesquisa,
dos caminhoneiros entrevistados os que
disseram
não
fazer
uso
desses
medicamentos, tinham conhecimento das
conseqüências geradas com esse uso. Dos
que disseram usar, 75% (Figura 7), também
possuíam conhecimento das conseqüências,
32
mas se arriscavam. Um admitiu ter se
envolvido em acidente devido a esses
efeitos.
Os principais motivos expostos por
esses trabalhadores se arriscarem com o uso
dos rebites, são apontados pela necessidade
do trabalho (Figura 8). Apenas dois
disseram usar como tratamento, citando a
sibutramina e o mazindol e assim
aproveitavam o fator insônia para seguirem
viagem, o que pode resultar em
dependência, uma conseqüência que é
influenciada pelo tempo de uso, pois de
acordo com Freitas e Silva (2006), o uso de
anorexígenos como tratamento é limitado a
quatro semanas apenas para ajudar a dieta
hipocalórica, tendo que durar no máximo 3
meses.
35% de duas a três vezes por semana, e
alguns até relataram se envolver em
acidentes devido a esse uso. No entanto, de
acordo com o resultado dessa pesquisa
(Figura 10), a maioria disse não usar bebidas
alcoólicas durante o horário de serviço. Os
que afirmaram usar, disseram utilizar
juntamente com o medicamento para o
efeito ser intensificado nas primeiras horas
ou enquanto esperam a carga e
carregamento.
65%
21%
14%
93%
perecível
não perecível
outro
Figura 9 – Tipo de carga transportada pelos sujeitos
participantes, em porcentagem (%). *Quatro sujeitos
assinalaram duas respostas.
1%
4%
dependência
tratamento
2%
necessidade pelo trabalho
outro
Figura 8 – Motivo pelo qual os caminhoneiros fazem
uso de rebite, em porcentagem (%). *Dois sujeitos
assinalaram duas respostas.
Os dados obtidos através do
questionário (Figura 9) indicaram que dos
121 participantes 65%, transportam cargas
não perecíveis (grãos), que não justifica o
uso dessas substâncias serem devido à
cargas perecíveis que possuem risco de
perda, assim, como nos estudos de Almeida
(2007), que relata o uso indiscriminado de
rebites estar associado principalmente por
motoristas
que
transportam
cargas
perecíveis como carne, frutas, legumes e
verduras. Ainda assim, esses trabalhadores
se defendem e afirmam que mesmo não
transportando cargas perecíveis, também
cumprem horário.
Conforme a pesquisa de Nascimento
et al. (2007), 91% dos caminhoneiros
faziam uso de bebidas alcoólicas enquanto
viajam, onde 24% usavam constantemente e
De acordo com o Korolkovas (2007),
o uso concomitante de medicamentos
anorexígenos com bebida alcoólica é contraindicado, pois o álcool potencializa ainda
mais os efeitos sobre o SNC, causado pelo
medicamento.
69%
31%
Sim
Não
Figura 10 – Quantidade de sujeitos que usam ou não
bebida alcoólica durante o trabalho, em porcentagem
(%). *Em relação às respostas positivas os horários
foram: enquanto espera carga ou carregamento, à
noite e à tarde.
Conclusão
O uso de anfetaminas por motoristas
de caminhão que passam pela cidade de
Dourados-MS ocorre freqüentemente, e
embora a lei da Portaria SVS/MS nº. 344, de
33
12 de maio de 1998, da RDC nº 58 de 5 de
setembro de 2007, proíba a venda sem
Notificação de receita tipo “B2” desses
medicamentos, a comercialização ilegal e
clandestina continua ocorrendo por postos
de gasolina. Assim, é necessária uma
fiscalização mais intensa por parte da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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