Unidade I SERVIÇO SOCIAL E REALIDADE REGIONAL Prof. José Junior Entendendo a matéria Possibilitará a análise crítica das diversas realidades de atuação do(a) A.S. de acordo com o cotidiano da comunidade ou população em que está inserido (projetos não são efetivos por não levarem em conta esse aspecto) aspecto). Pretende ser um espaço de reflexão (aprofundamento da análise de particularidades regionais), permitindo a construção de propostas aos reflexos da questão social com maior singularidade aos envolvidos. Entendendo o conceito de realidade No dicionário Michaelis, realidade é: 1. qualidade do que é real; 2. existência real; 3. o que existe realmente. Observamos que realidade, em suma, quer dizer o que existe realmente. Porém, é fácil de identificar esse pressuposto enquanto profissional, visto que ela não é algo estático? Entendendo o conceito de organização Podemos definir organização como: disposição de alguma coisa para poder funcionar; constituição moral ou intelectual. Não há organização entre membros que não se identifiquem com a causa, mas isso não significa que somente os iguais podem formar uma organização. É a partir da diversidade de pensamentos que precisam ser estabelecidos limites da mesma, ou seja, organização. Por que nos organizamos? Para nos tornarmos mais “fortes”, com o intuito de realizar e/ou alcançar os objetivos de certa atividade social com maior facilidade, rapidez e tantos outros motivos. Organização global Impulsionada por: avanços tecnológicos nos sistemas de comunicações e transportes; fortalecimento das relações diplomáticas e comerciais entre países ocidentais; grande desenvolvimento tecnológico e econômico de alguns países orientais nos anos de 1970 e 1980. Organizações globais mundialmente conhecidas Exemplos: Organização das Nações Unidas (ONU) – (1945) coopera em algumas áreas do mundo, como segurança e direito internacionais, progresso social, desenvolvimento econômico, direitos humanos e propagação da paz mundial. Fundo Monetário Internacional (FMI) – (1945) estabelecer, principalmente, a estabilidade da economia mundial. Acesso à comunicação/informação nas organizações sociais globais Fazem com que: povos aproximem-se uns dos outros, miscigenando culturas e conceitos; pessoas diferentes, morando em países extremamente distantes, mas com interesses sociais e preocupações comuns, aproximem-se. Organizações sociais globais A aproximação entre os povos, na crescente preocupação com os problemas ecológicos e das ciências humanas, motivou a criação de organizações globais em defesa de tais questões. questões Além das organizações globais para tratarem de assuntos relacionados a mercados e economias, surge também um processo de globalização de movimentos com valores e interesses comuns. Serviço social e a questão ambiental Podemos identificar que as relações do ser humano com a natureza refletem as contradições do sistema capitalista, em que as fontes de energia natural são consumidas de forma desordenada para atender às necessidades dos detentores dos meios de produção. Além disso, o crescimento desordenado dos centros urbanos industrializados influencia grandes massas populacionais a irem ao seu encontro e, assim, ocuparem áreas que deveriam ser de preservação ambiental, por exemplo. Exemplo de organização social global: Greenpeace Organização global e independente que atua para defender o ambiente e promover a paz. Inspira pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. Investiga, expõe e confronta crimes ambientais. Desafia os tomadores de decisão a rever suas posições e adotar novos conceitos. Defende soluções economicamente viáveis e socialmente justas, para esta e futuras gerações. Interatividade Assinale a alternativa que melhor defina Organização Mundial da Saúde (OMS): a) Órgão máximo que manda em todos países em relação à saúde mundial. b) Órgão máximo que manda em todos países capitalistas em relação à saúde mundial. c) Órgão com o intuito de especializar-se em assuntos relacionados à saúde mundial. d) Órgão com o intuito de estudar assuntos da saúde de cidades pequenas. e) NDA. País – entendendo Território com uma geografia delimitada, que possui uma organização política, social e cultural própria. A Constituição Federal brasileira define como elementos do Estado: povo; território nacional; governo soberano. Projetos da União Utiliza como parceiros os Estados e municípios, que possuem um contato mais direto com as diferentes necessidades da população, realizando, assim, o repasse das verbas federais a eles. eles Organizações sociais nacionais Existem diversas organizações de caráter nacional, ou seja, que atendem as demandas a que estas se propõem a trabalhar. Exemplo: “Natal sem fome” - arrecadação de alimentos de modo emergencial para que todas as famílias brasileiras tivessem direito a uma refeição na noite de Natal (chamar a atenção da sociedade para o problema da fome e da miséria). Organização estadual Seu Poder Executivo é exercido pelo governador e integra, de forma indissolúvel, a República Federativa do Brasil. Tem por princípios e objetivos o respeito à unidade da federação, às constituições federal e estadual e à inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais. O Estado exerce em seu território toda a competência que não lhe seja vedada pela Constituição Federal. Organizações sociais estaduais Podem ser estabelecidas nas mais diversas áreas, como as que discutem as questões de educação, saúde, segurança e ecologia (pessoas envolvidas). Organização municipal A C. F. de 1988 procurou descentralizar os recursos públicos, garantindo maior autonomia aos estados e municípios na formulação e na execução de políticas públicas, com repasse de verbas federais e estaduais aos municípios. municípios As atribuições da prefeitura são ampliadas e, além de ela administrar o município, passa a ter a responsabilidade de formular e executar políticas sociais públicas públicas. Organização local Ao se deparar com as necessidades simples da vida, ou seja, as que estão atreladas às melhorias diretas e objetivas, é no espaço local que busca as respostas. Os problemas de infraestrutura do bairro, por exemplo, e as organizações para o avanço social do entorno, muito pouco ou nada têm a ver diretamente com as organizações globais. O serviço social e a organização O A.S. trabalha com os mais diversos reflexos da questão social, e vimos que as pessoas se organizam para “aumentar” suas forças e, com isso, solucionar os problemas questionados. Portanto, é muito difícil não trabalharmos com organizações das mais diversas características, seja direta ou indiretamente, visto que se procura a efetivação de direitos e melhorias sociais. Organização burocrática Concepção de modelo ideal e eficiente, mas são frequentes os casos em que algumas organizações não funcionam a contento devido: à rígida adesão às regras; ao resultado comprometido. Estes trazem consequências negativas: perda da criticidade; timidez; conservadorismo; incapacidade de adaptação; defesa de interesses pessoais etc. Finalizando Para haver uma organização efetiva, é preciso haver a construção envolvendo as partes. Assim, não se torna algo imposto e traz autonomia. Quando se organiza, é preciso haver objetivos bem definidos; resumidamente - planejamento (o que se quer, quantos envolvidos, qual o papel de cada um, qual o custo, as ações a serem desenvolvidas etc.) Interatividade Nos municípios, quais poderes políticos se faz(em) presente(s)? a) Somente o executivo. b) Somente o judiciário. c) Somente o legislativo legislativo. d) Todos: o executivo, o judiciário e o legislativo. e) O executivo e o legislativo. Definindo o que é região Podemos dizer que é uma “considerável extensão de território com características evidentes que a distinguem de outros territórios próximos” e uma “esfera social”. Toda região possui aspectos distintos, sejam físicos (geografia), sociais ou culturais. Para que seja possível conhecermos a realidade regional, é preciso caracterizar e identificar as microáreas: realidades locais. Realidade regional Composta de diversas realidades locais, que possuem referências e interesses em comum, os quais podem ser: geográficos, culturais, políticos e tantos outros. Entre muitas diferenças regionais, três assumem destaque: culturais, econômicas e modo de vida (cotidiano). O processo de urbanização das cidades potencializou mudanças na realidade rural (processo transitório das atividades agrícolas para as da indústria). Um olhar crítico frente a realidade rural Até pouco antes do início do século XX, a população era predominantemente rural. 82% da população vive em áreas urbanas, índice questionado pelo professor José Luis da Veiga em seu livro “Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula”; ele defende que: muitas cidades tidas como urbanas possuem características tipicamente rurais levantando rurais, levantando, assim assim, a um número de 51,6 milhões de brasileiros vivendo em áreas rurais. Realidade rural As políticas públicas nessas áreas eram poucas ou nenhuma; logo: pequenos agricultores (maioria) estruturavam-se de maneira independente do Estado, autogerindo-se em relação à água, ao esgoto, ao lixo e aos transportes. A qualidade de vida dependia, em grande parte, do esforço da família e do ambiente em que se vivia. Realidade rural – mudanças O que se torna indiscutível é o grande processo de êxodo rural e a reestruturação da mão de obra agrária. Exemplos: A força animal utilizada no campo gradativamente foi substituída pelas máquinas. O alimento para subsistência, agora, começava a ser comercializado para abastecer armazéns e supermercados. Consequências da mecanização rural Pessoas/famílias que trabalhavam no campo foram dispensadas, devido à mecanização, e “obrigadas” a vir para a cidade (sem nenhuma perspectiva). Ampliaram-se as políticas (grandes propriedades ou agricultura familiar), mas essas são ineficazes (pequenos produtores), pois apesar de atraírem 38% do PIB agrícola, recebem somente 16% do crédito aos agricultores. Hoje, o meio rural se desenvolve (maior conhecimento por parte de seus habitantes, tecnologia rural, ecoturismo ou turismo rural), pois o meio rural ainda é visto como atrasado. Realidade urbana A urbanização (processo) liga-se com o meio rural e estrangeiro (Ásia e Europa) principais populações que a formaram. Nas cidades, havia um número elevado de pessoas querendo emprego nas indústrias. Isto fazia com que a escassez crescesse na mesma proporção. As terras nas áreas centrais pertenciam aos burgueses (caras). Ao proletariado e aos desempregados, que não podiam pagar, sobravam lugares pouco valorizados, como cortiços e regiões montanhosas. Realidade regional rural-urbana O processo de urbanização conta com as ampliações de cidades para metrópoles e com os avanços tecnológicos (transportes e comunicação), tendo como resultados a aproximação, em diversos aspectos aspectos, da população rural com a urbana. Essa aproximação resultou na “dependência” do meio rural para com o urbano, levando muitas famílias do campo a buscar um complemento financeiro na cidade, além de uma infraestrutura para maior conforto. (continua...) Realidade regional rural-urbana Criou-se uma nova organização: ruralurbana ou rurbana (por alguns autores). As crianças “urbanas” por conhecerem pouco da realidade da cidade, tornam-se adultos deficientes nesta questão. Hoje, existe um sentimento de resgate da realidade rural como modo de vida. Ex.: migrantes (rural para urbana): mantêm vínculos com o meio rural; cultura rural (músicas típicas típicas, filmes filmes, livros, novelas e teatro); eventos esportivos, como os rodeios; crescimento do turismo rural. Violência nas regiões urbanas (grandes centros) O aumento fez moradores de cidades grandes buscar, em cidades menores, (tipicamente rurais) “segurança”, utilizando estas cidades como“berços” (dormem nelas e trabalham nas cidades industrializadas). industrializadas) Há as famílias que, por presenciarem certa violência, mudaram totalmente o estilo de vida (urbanizado para o rural), trazendo o sustento do campo e influenciando este meio com sua cultura urbana urbana. As ações do A.S. devem respaldar que todos são sujeitos de direitos; porém, é preciso entender a individualização dos mesmos (realidade apresentada). Interatividade A região é composta por: a) Terras. b) Partes. c) Diversidade cultural. d) Indústrias. e) Riqueza ou pobreza. Diferenciando o homem dos demais animais Cristiane Nova citando Marx diz que: “O homem passa a adquirir consciência de ser um ser social e, ao mesmo tempo, de sua ação na natureza. Isso é que diferencia o homem do restante dos animais, pois, como diz Marx, o animal identifica-se com sua atividade vital. Já o homem faz de sua atividade um objeto de sua vontade e de sua consciência, sendo, portanto, um ser autoconsciente”. (Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/hom emnaturezamarx.html). Acessado em: 02 mai. 2012. Motivos pelos quais nos organizamos O ser humano organiza-se por motivos distintos e tem a necessidade do convívio social; esta se estabelece em caráter profissional, familiar ou de lazer. Para que o homem seja um ser social, ele organiza-se em diferentes segmentos e em diferentes temas; assim, não consegue viver individualizado, por mais que seja este seu objetivo. Organização regional para o lazer Dumazedier (1979, p. 34) descreve o lazer como: “[...] o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou a sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar desembaraçar-se se das obrigações profissionais.” Eu acrescentaria as obrigações cotidianas. Organização regional para o lazer Devem-se considerar duas dimensões: a) é tão importante quanto qualquer outro aspecto da vida humana; b) o lazer (meio educativo) pode apoiar a construção de uma nova sociedade. Condições econômicas (família) e estruturais (cidades) estão diretamente relacionadas às práticas de lazer; por isso, vale analisar a crescente mercantilização desse segmento. Os espaços públicos de lazer (parques, quadras de esportes, teatros) estão localizados em áreas nobres das grandes cidades. Organização regional para a economia formal e informal sistema industrial Grandes empresas (estatais, privadas, nacionais ou não) podem trazer um rápido desenvolvimento regional, mas nem sempre para a população desta (sem vínculo). Destaque: a ampliação da economia local por meio de pequenas e médias empresas (produtos regionais ou outros, destinados à distribuição local ou não); associam-se para ter maior produtividade e dividir despesas e tecnologia. tecnologia Traz desenvolvimento econômico à região e moradores, por possuírem vínculos com esta, e dificilmente migram para outras localidades. Organização regional para a cultura A indústria cultural é consequência do avanço tecnológico na comunicação (século XX). Sua expansão deve-se, em especial, às indústrias do cinema, rádio e televisão (administradas por grandes grupos empresariais - produzem a cultura para ser consumida como mercadoria). A cultura regional é formada por todas as ações artísticas da comunidade (formal ou não): dança, literatura, artesanato, música teatro música, teatro, pinturas pinturas, esculturas esculturas, bordados, língua falada e escrita: expressões regionais, sotaques; tradições: saberes, crenças, lendas. Organização regional para a educação A educação desenvolve uma região. A escola é/deveria ser aberta à participação e ao controle social da sociedade civil, tendo autonomia pedagógica e financeira para respeitar as peculiaridades regionais, dentro do plano de ensino (macro). APM – intuito de integrar a comunidade aos assuntos da escola; maior qualidade na gestão - sem elas, a escola não recebe as verbas das três esferas de governo ( bi (obrigação). ã ) Mas M isto i t não ã ocorre, existindo i ti d formalmente como burocracia (falta de informação dos pais e resistência dos professores e diretores que temem perder o poder). Interatividade Segundo Marx, o que diferencia o homem dos demais animais? a) A consciência. b) O capital. c) O individualismo individualismo. d) A fala. e) NDA. ATÉ A PRÓXIMA!