a origem da sociologia

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Introdução
No presente trabalho será demonstrado o contexto histórico do surgimento da Sociologia; os
principais eventos que tiveram influência sobre este nascimento, seus principais autores e tratará
também de um paralelo entre as diferentes visões sobre o objeto de estudo desta ciência.
O que é Sociologia?
Para poder começar é necessário que se defina o objeto de estudo desta recente ciência.
“Sociologia é a ciência que estuda a sociedade humana e a interação entre os homens.
Interessa-se pelo modo como são criadas, mantidas e transformadas as organizações e as
instituições que dão forma à estrutura social, pelo efeito que têm sobre o comportamento
individual e social, e pelas transformações provocadas pela interação social. Seu terreno de
investigação é bastante amplo, podendo abranger desde motivos pelos quais as pessoas
selecionam seus pares até as relações de poder ou as razões das desigualdades sociais. É,
portanto, o ramo do conhecimento que faz das relações humanas seu objeto, aplicando de modo
sistemático a razão e a observação e integrando explicações teóricas e métodos quantitativos e
qualitativos de verificação empírica.”¹
¹
http://www4.escola24h.com.br/cf/salaaula/sociologia2/socio_histo.cfm
03/12/2009
acessado
em
Contexto Histórico do surgimento
O nascimento da sociologia se dá num contexto de inúmeras transformações. As principais delas
– a Revolução Industrial e a Revolução Francesa – segundo Giddens, trouxeram “mudanças
radicais” e abalaram o modo de vida humano que se perpetuou por milhares de anos.
A Revolução Francesa trouxe consigo novas ideias, nova forma de organização na política e na
vida social tradicional, principalmente trouxe mudanças de valores: liberdade e igualdade. “Este
fato foi início de um movimento que se espalho pelo globo tornando-se algo inerente a
modernidade”. (Giddens, Sociologia, p.7)
A Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas que provocou tanto mudanças econômicas
como sociais. O aparecimento das indústrias promoveu uma corrente migratória em grande
escala, os camponeses que antes viviam da terra passaram a buscar trabalho nestas indústrias
o que ocasionou uma expansão dos centros urbanos e uma nova forma de relacionamento social.
A total transformação do modo de vida tradicional influenciou os pensadores a buscar uma nova
forma de concepção tanto da vida natural quanto da vida social. Questões novas surgiam a todo
instante e elas necessitavam de respostas. Alguns pensadores se destacaram na busca por
estas respostas. Auguste Comte, Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber foram os que mais se
destacaram nesta busca para tentar compreender o que se passava e quais as consequências
destes fatos na vida dos indivíduos e nas relações desenvolvidas entre eles.
Auguste Comte
Auguste Comte nasceu na França no ano de 1798 portanto ainda eram muitas as turbulências
causadas pela Revolução Francesa; ele vivenciou de perto as mudanças que ali ocorriam e
buscou explicar os fenômenos sociais à maneira das ciências naturais que explicavam o mundo
físico. Comte foi o criador do termo sociologia como forma de distinguir seu ponto de vista dos
rivais. Ele também foi o precursor do Positivismo pois acreditava que a sociologia era positiva,
inspirado nas ciências naturais e na metodologia usada por estas.
“A abordagem positivista da Sociologia acredita na produção de conhecimento acerca da
sociedade com base em provas empíricas retiradas da observação, da comparação e da
experimentação.” (Giddens, Sociologia, p 8)
Comte no final de sua vida estava preocupado com as desigualdades causadas pela
industrialização e coesão social causada por esta, sendo assim ele pensou numa solução, mas
a longo prazo, que consistia na confecção de um consenso moral que regularia ou uniria a
sociedade apesar dos padrões de desigualdades que surgiam. Antes de sua morte (1857) ele
fomentou a fundação de uma religião da humanidade que abordaria o dogma e a fé favor de
fundamentos científicos.
Karl Marx
Karl Marx nasceu em 1818 no extinto reino da Prússia e pode observar de perto as desigualdades
causadas pela Revolução Industrial pois por um longo período morou na Inglaterra como também
na França podendo assim analisar os dois momentos mais importantes do século XIX com maior
proximidade.
Marx analisa as desigualdades como consequência do modelo econômico que cada vez mais
ganhava forças, principalmente após as revoluções: o Capitalismo. Ele busca demonstrar como
a economia tem fortes influencias sobre a vida social e como este sistema em especifico gera a
divisão de classes observada principalmente após a Revolução Industrial. A partir destas
constatações Marx delineou um novo sistema que suplantaria o Capitalismo: o Comunismo.
“O autor delineou uma progressão por etapas históricas e, com início nas sociedades comunistas
dos caçadores – recolhedores, passando pelos sistemas escravagistas antigos e pelos sistemas
feudais baseados na distinção entre senhores das terras e servos. A emergência de
comerciantes e artesãos marcou o início de uma classe comercial ou capitalista que acabou por
substituir a nobreza fundiária. De acordo com esta perspectiva da história, Marx defendeu que
tal como os capitalistas se haviam unido para derrubar a ordem feudal, também os capitalistas
seriam suplantados e uma nova ordem instalada.
Marx acreditava na inevitabilidade de uma revolução da classe trabalhadora que derrubaria o
sistema capitalista e abriria portas a uma nova sociedade onde não existissem classes – sem
grandes divisões entre ricos e pobres.” (Giddens, Sociologia p12/13)
Émile Durkheim
Émile Durkheim nasceu na França em 1858 e sua obra teve impacto muito mais duradouro do
que seu compatriota Comte; Durkheim se baseou em seu predecessor (Comte) mas não
acreditou na realização do pensamento dele com sucesso – dar a Sociologia uma caráter
cientifico. Sua obra tem como princípio básico estudar a sociologia da mesma maneira que as
ciências naturais para isso ele torna os fatos sociais como coisas para assim poder analisar tais
fatos com o mesmo rigor das outras ciências. Foram três os principais focos de seu trabalho: a
importância da Sociologia enquanto ciência empírica; a emergência do indivíduo e a formação
de uma ordem social; e as origens e caráter da autoridade moral na sociedade. Para ele não o
indivíduo é moldado pela sociedade e não a sociedade pelo indivíduo.
“Para o autor, a principal preocupação intelectual da Sociologia reside no estudo dos fatos
sociais. Em vez de aplicar métodos sociológicos ao estudo de indivíduos, os sociólogos deveriam
antes analisar fatos sociais – aspectos da vida social que determina a nossa ação enquanto
indivíduos, tais como o estado da economia ou a influência da religião. (...) De acordo com o
autor fatos sociais, são formas de agir, pensar ou sentir que são externas aos indivíduos, tendo
uma realidade própria exterior à vida e percepções das pessoas individualmente.”
Max Weber
Max Weber nasceu na Alemanha em 1864 onde passou a maior parte de sua vida acadêmica.
Foi influenciado por Marx, mas faz muitas críticas a alguns dos principais pontos de vista de
Marx. Ao contrário de Marx, Weber acreditava que os fatores econômicos não eram os únicos
que causavam as mudanças sociais, para ele as ideias e os valores tinham o mesmo impacto e
importância sobre tais mudanças. Para este pensador, ao contrário dos primeiros pensadores
sociológicos, a sociologia devia concentra-se na ação social e não nas estruturas.
“Argumentava que as ideias e as motivações humanas estavam por detrás da mudança – as
ideias, valores e crenças tinham o poder de originar transformações. Segundo o autor, os
indivíduos têm a capacidade de agir livremente e configurar o futuro. Ao contrário de Durkheim
e Marx, Weber não acreditava que as estruturas existiam externamente aos indivíduos ou que
eram independentes destes.” (Giddens, Sociologia p 13)
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