Pró-Reitoria de Graduação Curso de Farmácia Trabalho de

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Pró-Reitoria de.. Graduação
.
Curso de Farmácia
L
Trabalho de conclusão
de curso
Investigação
de
metodologias
analíticas
para
o
monitoramento da degradação da amoxicilina em UV/H2O2,
como proposta para a classe dos betalactâmicos
Autor: Fernanda Pereira Santana
Orientador:Profª.Drª. Sílvia Keli de Barros Alcanfor
Brasília - DF
2013
FERNANDA PEREIRA SANTANA
INVESTIGAÇÃO DE METODOLOGIAS ANALÍTICAS PARA O MONITORAMENTO
DA DEGRADAÇÃO DA AMOXICILINA EM UV/H2O2, COMO PROPOSTA PARA A
CLASSE DOS BETALACTÂMICOS.
Monografia apresentada ao curso de
graduação em Farmácia da Universidade
Católica de Brasília, como requisito
parcial para obtenção Título de Bacharel
em Farmácia.
Orientador: Dra. Silvia Keli de Barros
Alcanfor.
Brasília-DF
2013
Monografia de autoria de Fernanda Pereira Santana, intitulada INVESTIGAÇÃO DE
METODOLOGIAS ANALÍTICAS PARA O MONITORAMENTO DA DEGRADAÇÃO
DA AMOXICILINA EM UV/H2O2, COMO PROPOSTA PARA A CLASSE DOS
BETALACTÂMICOS, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Farmácia da Universidade Católica de Brasília, em __/__/___,
defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
_________________________________________
Prof. Dra. Silvia Keli de Barros Alcanfor
Orientadora
Curso de Química – UCB
_________________________________________
Prof. Msc Jônatas Gomes
Curso de Química – UCB
_________________________________________
Colaborador. Msc. Frederico Peres
Curso de Farmácia - UCB
Dedico esse trabalho a todas as pessoas
que fizeram parte dessa história, nessa
caminhada tão difícil, mas tão sonhada e
desejada.
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor nosso Deus o maior e mais importante responsável por me fazer
chegar até aqui, me dando desde o início oportunidades e forças para alcançar
meus objetivos.
À todos os meus familiares pela confiança e em especial à minha mãe dona
Marcelina pelos anos de esforço para me ver fechar esse ciclo, com projeções para
um futuro até então desconhecido.
À meu querido avó que infelizmente não está mais entre nós para
compartilhar essa imensa alegria, ao senhor, minha eterna saudade “lembro aquele
dia eu segurei a sua mão...”
Aos meus amigos e professores pelos dias incansáveis onde mesmo
exaustos dávamos e recebíamos o melhor de nós.
À Eloá diretora do curso obrigado pela paciência de sempre.
À Sílvia Keli, minha orientadora. Obrigado pela oportunidade e por ter aberto
as portas de seu conhecimento e me permitir compartilhá-lo.
A todas as pessoas que estiveram envolvidas nas diferentes etapas de
elaboração e execução deste trabalho. Principalmente aquela a quem tive a mais
grata oportunidade de conhecer que sempre acreditou em meu potencial.
A todos, minha gratidão e carinho.
"A vida é uma pedra de amolar,
desgasta-nos ou afia-nos, conforme
o metal de que somos feitos".
George Bernard Shaw
RESUMO
REFERÊNCIA: ALCANFOR, Silvia Keli de Barros; SANTANA, Fernanda
Pereira. Investigação de metodologias analíticas para o monitoramento da
degradação da amoxicilina em UV/H2O2, como proposta para a classe dos
betalactâmicos. 2013. 54 f. Monografia (Farmácia), Universidade Católica de
Brasília, Brasília-DF, 2013.
Com o crescente investimento em pesquisas para desenvolvimento e
aperfeiçoamento de fármacos, eleva-se também a necessidade de medidas
para garantir destinação final correta dos resíduos desses compostos. A
grande preocupação a esse respeito refere-se à poluição de efluentes
ambientais, pois sabe-se que a principal rota de entrada desses compostos no
meio ambiente deve-se ao descarte incorreto de medicamentos vencidos ou
sobras. Dentre os compostos comumente encontrados destaca-se a classe dos
antibióticos, pois sua larga utilização pode contribuir com a geração de
mecanismos de resistência bacteriana. Dentre estes se destaca a amoxicilina,
antibiótico da classe dos betalactâmicos muito utilizado por possuir ampla
atividade antimicrobiana. Processos de degradação da amoxicilina são citados
na literatura, cuja eficiência é monitorada por métodos microbiológicos,
métodos físico-químicos não são citados. Este trabalho teve como objetivo,
propor um método físico-químico para monitorar a degradação do antibiótico
amoxicilina em reator fotoquímico por processo oxidativo avançado UV/H2O2,
como modelo para degradação de outros betalactâmicos. Alguns métodos
foram testados para identificação da amoxicilina, dentre os quais estão
cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrofotometria UV-Vis. A CCD
mostrou-se ineficiente no processo proposto, pois os produtos de degradação
gerados no processo apresentaram coloração púrpura característica da
amoxicilina. No método espectrofotométrico embora os produtos de
degradação tenham apresentado bandas de absorção nos mesmos
comprimentos de onda da amoxicilina, a utilização do método de adição padrão
proporcionou determinar a quantidade de fármaco presente nas amostras após
a fotodegradação, portanto a análise apresentou-se como alternativa viável
para o monitoramento da degradação da amoxicilina que por possuir
características estruturais semelhantes a outros de sua classe torna-se modelo
para degradação de outros betalactâmicos.
Palavras-chave: Betalactâmicos. Degradação. Meio ambiente. Amoxicilina.
Antibióticos. Fotodegradação.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMOX
AMOXICILINA
CCD
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
CG-MS
CROMATOGRAFIA GASOSA ACOPLADA À ESPECTROMETRIA
DE MASSAS
CU (II)
COBRE (II)
DRIFTS
ESPECTROSCOPIA
DE
INFRAVERMELHO
COM
TRANSFORMADAS DE FOURIER
H2O2
PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO
HPLC
CROMATOGRAFIA LIQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA
LC/MS E LC/MS/MS CROMATOGRAFIA LÍQUIDA MODERNA ACOPLADA A
ESPECTROMETRIA DE MASSAS
·OH
RADICAL HIDROXILA
POA
PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO
UV
ULTRA VIOLETA
VIS
VISÍVEL
COMPRIMENTO DE ONDA
1,10 PHEN
1,10 FENANTROLINA
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7
2.OBJETIVOS.................................................................................................... 9
2.1 Objetivo geral .............................................................................................. 9
2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 9
3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 10
3.1 Ocorrência de antibióticos no ambiente .................................................... 11
3.1.1 Desenvolvimento de resistência bacteriana ..................................................... 12
3.2 A química dos betalactâmicos.................................................................... 13
3.2.1 Mecanismo de ação ........................................................................................ 14
3.3 Utilização da amoxicilina como padrão para fotodegradação .................... 14
3.3.1 Propriedades físico-químicas da amoxicilina.................................................... 16
3.4 Fotodegradação para contaminantes orgânicos ........................................ 17
3.4.1 Utilização do peróxido de hidrogênio como agente oxidante............................ 17
3.5 Métodos de identificação e quantificação de amoxicilina e seus produtos de
degradação ...................................................................................................... 18
4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 21
4.1 Materiais e reagentes utilizados na pesquisa............................................ 21
4.1.1 Materiais ..........................................................................................................21
4.1.2 Reagentes e padrões ............................................................................ 21
4.2 construção do fotoreator no laboratório...................................................... 22
4.3 Identificação da amoxicilina por cromatografia em camada delgada (CCD)
......................................................................................................................... 22
4.4. Estudo espectrofotométrico da amoxicilina ............................................... 23
4.4.1 Determinação espectrofotometrica de amoxicilina por formação do
complexo ternário com 1,10 phen e cobre (II). ................................................. 23
4.4.2 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em etanol ............... 24
4.4.3 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em solução de etanol
e NaOH. ........................................................................................................... 24
4.5 Fotodegradação das amostras de amoxicilina .......................................... 24
4.5.1 – Fotodegradação com adição de agentes oxidantes .......................... 25
4.5.2 – Fotodegradação apenas pelo efeito da radiação UV.......................... 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 26
5.1 Identificação da amoxicilina por cromatografia em camada delgada
(CCD)............................................................................................................ 26
5.2 Estudo espectrofotométrico da amoxicilina ................................................ 27
5.2.1 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina por formação de
complexo ternário com 1,10phen e cobre (II)................................................ 27
5.2.2 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em etanol........................... 31
5.2.3 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em etanol e hidróxido de
sódio............................................................................................................................ .33
5.3 Fotodegradação das amostras de amoxicilina .......................................... 36
5.3.1 Fotodegradação em função do tempo ................................................ 38
5.3.2 Interferencia da quantidade de peróxido de hidrogênio no processo de
fotodegradação. ............................................................................................ 39
5.3.3– Fotodegradação apenas pela adição de agentes oxidantes .............. 40
5.3.4– Fotodegradação dos excipientes da formulação................................ 41
5.3.5 Determinação de amoxicilina utilizando excipientes como linha de base
...................................................................................................................... 43
5.3.6 Adição de padrão ................................................................................. 44
5.3.7– Fotodegradação apenas pelo efeito da radiação UV. ........................ 46
6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 49
REFERÊNCIAS................................................................................................ 50
7
1 INTRODUÇÃO
O investimento para desenvolvimento de novos fármacos aliado ao crescente
avanço nas pesquisas neste ramo tem movimentado a indústria farmacêutica
acarretando
um
aumento
na
prescrição
de
medicamentos
na
ultima
década, (LONGHIN,2008). Em mesma escala aumentou-se também a necessidade
de medidas para descarte desses compostos, devido a falta de condições para a
população e industrias manusearem de forma correta os medicamentos a serem
descartados como sobras ou vencidos, observa-se que há um aumento de
detecções desses compostos em efluentes ambientais o que potencialmente leva a
contaminações. Segundo dados do estudo realizado por MELO (2009) "A principal
rota de entrada de resíduos de fármacos no ambiente é o lançamento de esgotos
domésticos, tratados ou não, em cursos de água".
A principal preocupação que incorre da presença desses compostos em
ambientes aquáticos ou como potenciais contaminantes do lençol freático, é sua
capacidade de gerar mecanismos de resistência bacteriana considerando-se que o
surgimento de bactérias resistentes está relacionado à prescrição inapropriada de
antibióticos ou ao uso exagerado de antibióticos de baixo espectro (FUCHS et al.
2006). Diante da atual situação de aparecimento frequente de superbactérias
resistentes aos mais diversos antibióticos é necessário a Investigação dos
intermediários formados durante os processos degradativos dos antibióticos
objetivando o descarte correto desses compostos, afim de diminuir o impacto
ambiental gerado por seu desprezo em ambiente inadequado.
Dentre os compostos farmacêuticos comumente encontrados nos efluentes
ambientais estão os antibióticos grupo de fármacos responsáveis por combater os
diferentes tipos de infecções bacterianas, devido ao grande número de prescrições
existe a dificuldade do levantamento de estatísticas sobre o real número de usuários
que utilizam esses medicamentos, os antibióticos mais prescritos e utilizados
destacam-se a classe dos betalactâmicos caracterizados pela presença do anel
betalactâmicos em sua estrutura química, os grupos das penicilinas e cefalosporinas
são os principais representantes da classe.
9
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Propor um método físico-químico para monitorar a degradação do antibiótico
amoxicilina em reator fotoquímico como modelo para degradação de outros
betalactâmicos.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar por meio de processos oxidativos avançados; a biodegradabilidade da
amoxicilina em solução aquosa.
Avalia por meio de um reator fotoquímico a biodegradabilidade da amoxicilina
Monitorar a formação de produtos intermediários formados durante o
tratamento de amoxicilina por processos oxidativo utilizando em reator fotoquímico.
10
3 REVISÃO DA LITERATURA
Sabe-se que dentre os poluentes que provocam a deterioração ambiental
encontram-se
os
insumos
farmacêuticos
provenientes
tanto
de
indústrias
farmacêuticas quanto de resíduos domiciliares, já que no Brasil não há uma
legislação específica relacionada a destinação correta de resíduos de medicamentos
descartados pela população, que hoje despreza em lixo comum medicamentos
vencidos ou sobras geradas por interrupção ou mudança de tratamento.
A lei n°12305/10 que institui a política nacional de resíduos sólidos em seu Art.
9° define a ordem de prioridades a serem consideradas quanto a geração de
resíduos apresentada na Figura 1, onde a não geração de resíduos está no topo da
lista.
Figura 1 – Prioridades a serem consideradas quanto a geração de resíduos
Não geração
Prioridade
Redução
Reutilização
Reciclagem
Tratamento dos
resíduos sólidos
Disposição adequada
dos rejeitos.
Fonte: VASCONCELOS et al., 2011) com adaptações.
A presença no meio ambiente de produtos tóxicos derivados da degradação
de compostos farmacêuticos com baixa biodegradabilidade e alta toxicidade tem
11
gerado preocupação à comunidade científica, pois podem causar danos irreversíveis
a longo prazo. Diante deste quadro, o descarte adequado bem como sua eliminação
do meio ambiente tem sido tema de discussões pelo mundo principalmente dentre
as agencias reguladoras de resíduos tóxicos (VASCONCELOS, 2011).
Dentre os compostos comumente encontrados nos efluentes estão antiinflamatórios, esteroides e hormônios e os antibióticos, medicamentos utilizados
para tratamento de infecções bacterianas, dentre os quais destaca-se a classe dos
betalactâmicos, conjunto de fármacos que inibem as enzimas transpeptidases que
catalisam a etapa final de ligação cruzada na síntese de peptidoglicanos (GOLAN,
2009).
3.1 OCORRÊNCIA DE ANTIBIÓTICOS NO AMBIENTE
Dentre os medicamentos utilizados para tratamento farmacológico os
antibióticos segundo Regitano (2010), “correspondem a uma das classes mais
prescritas em todo mundo”. Devido a essa ampla utilização os antibióticos são
considerados
como
potenciais
contaminantes
ambientais,
pois
ao
serem
descartados podem sofrer lixiviação e escoar atingindo os corpos hídricos ou
acumularem-se no solo. Existe ainda a possibilidade desses compostos serem
absorvidos por tecidos vegetais causando danos a saúde humana ao serem
consumidos (REGITANO,2010), a respeito deste assunto tem sido realizados
estudos por todo mundo com a finalidade de gerenciamento dos resíduos gerados.
Informações dos estudos realizados por, Christian et al. (2003) sobre a
ocorrência e as concentrações de resíduos dos antibióticos encontrados em diversas
matrizes ambientais encontram-se na tabela 1. Geralmente as concentrações
ambientais encontradas são relativamente baixas sendo consideradas insuficientes
para desenvolver reações toxicas, no entanto com o advento do crescente número
de ocorrências de resistência bacteriana é necessário considerar a existência
desses resíduos, porém pouco se sabe sobre os reais danos que podem ser
causados mesmo com exposições baixas a esses resíduos.
12
Tabela 1 : Ocorrência dos antibióticos no ambiente
Grupo farmacológico
B- lactamicos
Antibiótico
Amoxicilina
Concentração média
<10ng L-1
Fluorquinolonas Ciprofloxacino até 15ng L-1
Macrolídeos
Azitromicina
0,28mg1
Matriz
Localidade
Água superficial
Alemanha
Água superficial
Alemanha
Água superficial
Alemanha
Fonte: Christian et al. 2003, apud REGITANO et al., 2010. Com adaptações
Observa-se
que
em amostras
coletadas
na
Alemanha
resíduos
de
betalactâmicos, fluorquinolonas e macrolídeos foram encontrados em pequenas
quantidades segundo dados do estudo essa pequena quantidade encontrada
explica-se pela baixa estabilidade dos betalactâmicos no ambiente. O primeiro
estudo sobre poluição farmacêutica nos rios e córregos dos Estados Unidos apontou
que os cursos de águas estão contaminados por hormônios , antibióticos e outras
drogas, apesar de estarem em baixas concentrações em cerca de partes por
milhões segundo Lazaroff, (2006) pesquisas anteriores comprovaram que mesmo
tais concentrações podem ser danosas a espécies aquáticas.
Segundo Zaparolli, em estudos realizados por (Mioa et al., 2004) em efluentes
de cidades do Canadá foram encontrados antibióticos como; ciprofloxacino,
claritromicina, tetraciclina, sulfametoxazol e sulfapiridina. Durante um ano verificouse a persistência de compostos orgânicos em águas superficiais sendo possível
avaliar traços de novos poluentes bem como a
determinação da eficácia da
remoção.
3.1.1 Desenvolvimento de resistência bacteriana
As bactérias são parte constituinte tanto do meio ambiente quanto da
microbiota humana, devido a seu curto tempo de geração podem responder
ligeiramente as mudanças do ambiente. Os microrganismos desenvolvem
mecanismos de resistência cada vez mais aprimorados, impedindo a ação dos
fármacos antes mesmo que atinjam seu sítio de ação. A facilidade do
desenvolvimento da resistência bacteriana relaciona-se ao alto poder de adaptação
13
das bactérias aos mais diferentes tipos de exposição. A utilização indiscriminada de
antibióticos leva ao aumento da pressão adaptativa selecionando bactérias
altamente resistentes às mais diversas classes de antibióticos (GOLAN,2009).
Além da utilização indevida de antibióticos as formas de descarte inapropriado
desses compostos também podem levar microrganismos a desenvolverem
resistência pois devido a contaminações do lençol freático decorrentes ou do
descarte inapropriado de medicamentos vencidos ou por interrupção ou troca do
tratamento pelo prescritor.
Muitas
bactérias
tem
se
apresentado
resistentes
aos
antibióticos
betalactâmicos devido a produção de uma enzima denominada betalactamase
codificada no cromossomo ou em plasmídeos de DNA extra cromossômicos e
apresentam a capacidade de clivar o anel betalactâmico essencial para a atividade
farmacológica desses compostos( GOLAN,2009).
Microrganismos capazes de produzirem e expressarem a enzima betalactamase rapidamente inativam o fármaco, segundo Golan (2009) “Uma única
molécula de betalactamase tem a capacidade de hidrolisar 103 moléculas de
penicilina por segundo, reduzindo significativamente a concentração intracelular do
fármaco ativo”.
3.2 A QUÍMICA DOS BETALACTÂMICOS
Os grupos das penicilinas e cefalosporinas são os principais representantes da
classe dos betalactâmicos sendo que as penicilinas são subdivididas em penicilinas
naturais ou benzilpenicilinas e tem como representantes a penicilina G e penicilina V;
as aminopenicilinas são representadas por ampicilina e amoxicilina e penicilinas
resistentes às penicilinases representadas pela oxacilina. Já as cefalosporinas são
subdivididas de primeira a quarta gerações. Os agentes pertencentes a classe dos
betalactâmicos variam sua estrutura química, formada basicamente pelo anel
betalactâmico ligado ao anel tiazolidinico (Figura 2), a benzilpenicilina e ampicilina
(AMP), apresentam pequenas diferenças estruturais em relação à estrutura da
amoxicilina (GOLAN, 2009).
14
Figura 2 : Estrutura química dos betalactâmicos evidenciando o anel betalactâmico com a
penicilina e seus derivados semissintéticos.
Fonte: (VASCONCELOS, 2011). Com adaptações).
3.2.1 Mecanismo de ação
Um dos alvos comuns dos agentes antimicrobianos é a parede celular
bacteriana, constituída por peptideoglicano, essa estrutura é fundamental para o
crescimento das bactérias. Os betalactâmicos inibem as enzimas transpeptidases
que catalisam a etapa final de ligação cruzada na síntese de peptidoglicanos,
levando à lise da célula bacteriana. Ligam-se às PBPs, (Penicillin Binding Proteins)
enzimas envolvidas na síntese da parede celular bacteriana. impedindo a ligação
cruzada entras cadeias do peptideoglicano, transpeptidação ocorrendo a quebra da
ligação peptídica existente (SARAMAGO, 2008).
3.3 UTILIZAÇÃO DA AMOXICILINA COMO PADRÃO PARA FOTODEGRADAÇÃO
A amoxicilina é um antibiótico de amplo espectro, utilizado amplamente na
medicina humana e veterinária. No Brasil segundo Gallani et al. (2008) ,a amoxicilina
é o fármaco mais prescrito para tratamento de infecções bacterianas por possuir
ampla atividade antimicrobiana incluindo bactérias gram-positivas e gram-negativas,
dados semelhantes a estes que confirmam tal afirmação foram obtidos por outros
15
autores, como Calvas e Bojalil (1996), no entanto sabe-se que a prescrição de
antibióticos nem sempre é criteriosa ou racional o que gerou dificuldades para uso
devido o que levou ao crescente desenvolvimento de resistência bacteriana a esses
compostos (MONTELLI & SADATSUNE, 2001). A amoxicilina é um membro do
grupo das penicilinas pertencente a classe dos betalactâmicos, que por possuir sítio
de ação específica apresentam
toxicidade mínima para o hospedeiro (GOLAN,
2009).
No
presente
estudo
a
amoxicilina
foi
utilizada
como
padrão
para
fotodegradação pois diversos estudos descrevem seu comportamento ao sofrer
degradação (Tabela 2), os produtos serão investigados considerando-se a
possibilidade de degradação dos mesmos.
Tabela 2 : Razão de excreção e degradação de antibióticos betalactâmicos
SUBSTÂNCIA
RAZÃO DE EXCREÇÃO %
Sem alteração
BIODEGRADABILIDADE
Formação de
produtos
metabólicos
Amoxicilina
80-90
10-20
Sem dados
Ampicilina
30-60
20-30
Sem dados
Penicilina G
50-70
30-70
Parcialmente
Fonte: VASCONCELOS et al., 2011.Com adaptações.
Diversos estudos abordam a degradação da amoxicilina em solução aquosa,
onde a ocorrência do processo de hidrólise do anel betalactâmico é dependente do
pH (Figura 3). Em estudos em meio aquático realizados por Hirsch (1999),analisouse amostras de efluentes aquáticos nas quais não foram encontrados penicilina na,
porém seus produtos de degradação não foram considerados no estudo. Segundo
Cammarota (2011) “os mesmos devem ser relevantes pois podem apresentar
características refratárias de não biodegradabilidade ou taxa de degradação muito
lenta” e assim resistirem ao processo de hidrólise persistindo no meio ambiente.
16
Figura 3: Mecanismo de formação dos produto de degradação da amoxicilina gerados pelo processo
de hidrólise.
Fonte: (VASCONCELOS et al., 2011) com adaptações
3.3.1 Propriedades físico-químicas da amoxicilina
Os antibióticos possuem um grande número de grupos funcionais como ácido
carboxílico e grupo amino de carga positiva (Figura 4), o que propicia sua adsorção
ou complexação, dependendo das condições do meio, como variações do pH ou
presença de cátions ou ânions, são também compostos não voláteis e polares.
A amoxicilina apresenta-se como pó cristalino, branco ou quase branco pouco
solúvel em água, etanol e metanol; insolúvel em benzeno, hexano, acetato de etila,
clorofórmio, éter etílico e acetonitrila; e solúvel em soluções de hidróxidos alcalinos
conforme classificação da Farmacopéia Brasileira – 5ª ed.(2010).
Figura 4: Estrutura química da amoxicilina com grupo amino na cadeia lateral.
17
Fonte: (FARMACOPÉIA,vol.2; 2010).
3.4 FOTODEGRADAÇÃO PARA CONTAMINANTES ORGÂNICOS
A fotodegradação é uma alternativa para degradação de compostos,e ocorre
quando raios ultravioleta interagem com a substancia durante um longo período de
tempo (ALMEIDA, 2009).
A reação foto-fenton (Figura 5) é a reação de
fotodegradação mais utilizada por apresentar alto poder oxidante, onde ao gerar
radicais livres (OH-*), tem capacidade de oxidar grande variedade de compostos
(OLIVEIRA et al. 2002).
A reação é viabilizada pois com a presença de metais de transição ou radiação
ultravioleta o peróxido é ativado levando a formação de radicais hidroxila altamente
reativos (VASCONCELOS et al., 2011).
Sais de ferro (II) e peróxido de hidrogênio
Fe2+ + H2O2
Reagente de Fenton
Fe3+ + OH-* + HO2
Figura 5: Reação foto-fenton
Fonte: (VASCONCELOS et al., 2011), com adaptações.
A eficiência da fotodegradação por foto-fenton depende da concentração de
peróxido de hidrogênio (H2O2) pois quando totalmente consumido a reação cessa,
havendo necessidade de sua reposição.
3.4.1 Utilização do peróxido de hidrogênio como agente oxidante
O peróxido de hidrogênio é um oxidante muito eficiente sendo superior até
mesmo ao cloro e ao permanganato de potássio, oxidantes que a muito são
utilizados em diversas aplicações, o peróxido quando decomposto resulta na
formação de água e oxigênio e por meio de reações de catálise o peróxido pode ser
convertido a radicais hidroxila (OH-*) que apresentam reatividade inferior apenas ao
flúor e possuem alto poder oxidante, podendo provocar a degradação de compostos
(MATTOS et al., 2002).
18
Segundo Mattos “o peróxido é importante na área de medicamentos por
sua capacidade de monitoramento de processos”, pois a concentração residual de
peróxido de hidrogênio (H2O2) é utilizada como parâmetro para fotodegradação, de
forma que quando totalmente consumido a reação não tem continuidade, havendo
necessidade de sua reposição (OLIVEIRA et al.,2002).
Processos oxidativos avançados (POA) podem ser uma alternativa de
tratamento de efluentes contendo substâncias orgânicas (TROVÓ et al., 2011),
portanto sua utilização se faz útil pois a exposição à radiação ultra violeta (UV)
promoverá a
catálise do peróxido de hidrogênio gerando os radicais (OH-*),
altamente reativos e promoverão o processo degradação da amoxicilina. Porém
devido a sua baixa capacidade de reação a oxidação por H2O2 sozinha não é efetiva
para altas concentrações de compostos refratários que em sua maioria não são
biodegradáveis (MATTOS et al.,2002) .
Segundo Braun (1997), a foto-reação do peróxido de hidrogênio ocorre
dentro de uma faixa de comprimento de onda entre 185-400 nm, sendo que a maior
geração de radicais hidroxilas tendem a ocorrer nas menores faixas de comprimento
de onda entre 200-280nm. Segundo Telêmaco (2005)” Os POA’s consistem na
produção de intermediários altamente reativos, principalmente o radical hidroxila
(•OH) capazes de oxidar a maioria das moléculas orgânicas”. O sistema (UV/H2O2) é
eficaz quando utilizado para degradação de compostos tais como benzeno e
cetonas, que pontualmente possam estar presentes em efluentes ambientais, a
fotólise do peróxido por (UV) libera radicais (OH-*) que por serem altamente reativos
podem ser capturados pelos compostos para oxidá-lo, após o processo de oxidação
ocorre a formação de peróxido de hidrogênio dando continuidade a reação ou ocorre
uma reação de degradação em cadeia .
3.5 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE AMOXICILINA E
SEUS PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO
A literatura descreve métodos utilizados para identificação e quantificação da
amoxicilina e de seus produtos de degradação, a cromatografia em camada delgada
é o método oficial segundo a Farmacopéia Brasileira – 5ª ed.(2010). A cromatografia
em camada delgada (CCD) é uma cromatografia do
tipo adsorção
ou seja as
substancias tendem a aderir a superfície do sólido denominada fase estacionária,
19
que é geralmente um material sólido polar pelo qual os materiais são adsorvidos. A
distancia que cada material corre é expressa pelo valor de R que sempre estará
entre 0 e 1(BRASIL, 2008).
Outros
métodos
também
são
descritos
dentre
cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC), que
eles
encontra-se
a
utiliza colunas fechadas
contendo partículas muito finas que proporcionam separações muito eficientes, onde
são empregadas altas pressões que forçam a passagem do solvente diminuindo o
tempo da análise (HARRIS, 2005 apud RUTZ, 2009). Este método mostrou-se
seletivo para analises de rotina, permitindo tanto a diferenciação entre a amoxicilina
e outras penicilinas quanto a diferenciação entre amoxicilina e ácido clavulânico
quando em associação (PARISOTTO, 2008).
A cromatografia Líquida Moderna (LC) e Espectrometria de Massas (MS)
podem ser acopladas gerando o método (LC/MS e LC/MS/MS) essa técnica alia as
capacidades da cromatografia líquida de proceder a separação física, com os
adventos da espectrometria de massas é uma técnica que ao combinar duas
técnicas apresenta alta sensibilidade e especificidade para identificação de produtos
químicos em presença de outros compostos químicos (HSIEH,1998). Segundo
estudos de Pingale (2012), esse método permite a determinação cromatográfica de
amoxicilina em plasma humano usando gemifloxacinda como padrão interno com
validação para a faixa de linearidade de 100 – 15000 ng mL-1. Raposo et al. (2006)
desenvolveram um método para quantificação de amoxicilina utilizando-se
LC/MS/MS. O método foi validado respeitando as exigências da ANVISA. A curva
analítica apresentou linearidade na faixa de 0,02 – 20,00 µg mL-1(RAPOSO,2006)
A eletroforese capilar método proposto e desenvolvido para quantificação da
amoxicilina em tecidos humanos. A eletroforese capilar é uma técnica de alta
sensibilidade desenvolvida com base na cromatografia líquida de alta eficiência ,a
separação é conduzida em tubos preenchidos com um eletrólito condutor submetido
a um campo elétrico. A utilização de um capilar favorece a técnica, demonstrando
muitas vantagens sobre as outras anteriormente apresentadas (TAVARES, 1997).
A espectroscopia de infravermelho com transformadas de Fourier (DRIFTS),
também foi citada na literatura, pois apresenta-se como nova possibilidade para a
quantificação e qualificação de produtos farmacêuticos (PARISOTTO,2008), até
pouco tempo era pouco utilizada em decorrência de limitações da técnica,devido a
utilização da transformda de fourier em conjunto com técnicas quimiométricas cada
20
vez mais aperfeiçoadas, segundo Souza et al.,(2006) atualmente é possível analisarse por espectroscopia, misturas altamente complexas como por exemplo
fármacos,que podem ser caracterizados com extrema rapidez. A espectroscopia é
realizada em amostras pulverizadas sendo normalmente utilizada em equipamentos
que operam em infravermelho próximo, a reflectancia é observada quando a luz é
incindida em uma matriz penetrando na amostra, e ao refletir traz as informações
espectrais (SOUZA et al. 2006).
Para detecção de produtos de degradação alguns estudos relatam a utilização
da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS), porém de
acordo com MELO (2009), dependendo das propriedades de alguns compostos é
necessário submete-los a derivatização ou seja transforma-lo em outro composto
semelhante, um derivado. Devido a essas mudanças pode ocorrer inexatidões nos
resultados, não sendo exatamente aqueles esperados.
Em estudo realizado por Freitas (2008) cita-se a utilização de ensaios
microbiológicos como método para a detecção de resíduos de antibióticos, porém
salienta-se que esse tipo de ensaio apesar de ser sensível é pouco específico pois é
muito difícil distinguir a AMOX de outros betalactamicos.
A espectrofotometria UV-Vis método amplamente utilizado para diversas
aplicações por ser de baixo custo. É baseada na lei de Lambert-Beer, que norteia a
interpretação das medidas de absorção de radiação em amostras no estado líquido,
sólido ou gasoso, nas regiões do ultravioleta, visível e infravermelho do espectro
eletromagnético (ROCHA et al.,2004).
Cada composto apresenta um espectro
característico, isso permite que ao realizar-se analises seja possível determinar os
constituintes de cada material de estudo (PEDROSO,2010). O espectro de absorção
da amoxicilina no ultravioleta ocorre na faixa de 200 a 400nm, de solução a 0,02%
(p/v),e em etanol, exibe máximos em 230nm e em 274nm (FARMACOPÉIA,vol.2;
2010).
Zuhri et al. (2003)
desenvolveu um método espectrofotométrico para
determinação de ampicilina baseado na reação desta com 1,10-phen e cobre (II) em
tampão acetato pH(5,0), resultando em complexos com máximos de absorção em
446 nm. O método descrito utiliza como referencia a formação de cor característica
na reação de ampicilina. Outra forma de avaliar a seletividade de um composto é
utilizando o método de adição de padrão que consiste em adicionar quantidades
conhecidas de um padrão de forma a alterar apenas sua concentração na amostra.
21
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste item
são descritos os
procedimentos para os ensaios de
fotodegradação da amoxicilina por peróxido de hidrogênio, e os resultados da
exposição à radiação UV/Vis. Os materiais e reagentes que porventura não forem
citados no item 4.1 são descritos posteriormente junto aos procedimentos. A parte
experimental desse trabalho foi realizada no ano 2013 na Universidade Católica de
Brasília (UCB). Para o preparo de todas as soluções preconizou-se a utilização da
menor quantidade de reagentes possível, para evitar excessos na geração de
resíduos. Todos os resíduos gerados foram acondicionados em local apropriado e
tiveram destinação correta ao findar a pesquisa.
4.1 MATERIAIS E REAGENTES UTILIZADOS NA PESQUISA
4.1.1 Materiais
x Vidrarias usuais de laboratório
x Balança analítica, modelo AY 220, Shimadzu, com capacidade máxima 220g
x Banho-Maria, modelo MA 156, Marconi;
x Espectrofotômetro UV/VIS CARY 50, Varian, equipado com célula de quartzo
(10 mm de caminho ótico);
x Timer
4.1.2 REAGENTES E PADRÕES
Todos os reagentes utilizados na pesquisa são de grau analítico. Para o
preparo de todas as soluções estudadas neste trabalho foram utilizadas cápsulas do
medicamento H-Bacter® IBP, como padrão. Os reagentes empregados como fase
móvel possuem grau de pureza indicados pela Farmacopéia Brasileira – 5ª
ed.(2010).
22
4.2 CONSTRUÇÃO DO FOTO REATOR NO LABORATÓRIO
O reator fotoquímico utilizado foi gentilmente cedido pelo professor da
Universidade Católica de Brasília, Sérgio Macedo, e foi construído em madeira, e
equipado com uma lâmpada que emite energia na faixa do 89 Ȝ nm). Com
vidro de proteção contra radiação, com espaço interno para execução das reações.
A Figura 6 apresenta os compartimentos externo e interno do foto reator utilizado.
Figura 6: (a) esquema geral da montagem do foto-reator utilizado no processo de fotodegradação.
Compartimentos externo (esquerda) e interno (direita) .
Fonte: Elaborado pelo autor
4.3 IDENTIFICAÇÃO DA AMOXICILINA POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD)
Para realização do teste de cromatografia preparou-se soluções de AMOX
antes e depois da degradação. As soluções foram preparadas em ácido clorídrico
0,1 mol L-1 na concentração de 0,4% (p/v) e aplicadas em placa de sílica-gel G 60. A
identificação foi realizada empregando-se fase móvel constituída de metanol:
clorofórmio: água: acetona (9:8:3:1; v/v). Após o desenvolvimento do cromatograma,
a placa foi pulverizada com solução de ninhidrina 0,3% para o desenvolvimento das
manchas.
23
4.4 ESTUDO ESPECTROFOTOMÉTRICO DA AMOXICILINA
Amostras de AMOX antes e depois da degradação foram analisadas por
espectroscopia UV-Vis em tampão acetato, conforme descrito por Zuhri et al. (2003).
4.4.1 DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE AMOXICILINA POR
FORMAÇÃO DO COMPLEXO TERNÁRIO COM 1,10-PHEN E COBRE (II).
Foram preparadas soluções de reserva de 1,10-phen 5,0 x 10 -3mol/L-1 e de
nitrato de cobre (II) 5 x 103mol/L-1 ambas soluções foram preparadas em água
destilada. Preparou-se uma solução tampão acetato pH (5,0) conforme descrito por
Britton.
Preparou-se uma solução de AMOX de concentração 0,04g/mL-1 foi
necessário o preparo de uma solução de 1mg/cm-3 de AMOX, para tanto foi
necessário calcular a quantidade de pó equivalente a ser pesada . A solução foi
preparada, em tampão acetato. Preparou-se também uma solução de AMOX depois
da degradação de concentração 0,01g/mL conforme descrito acima.
Foram preparadas soluções 5,0x10-4 mol/L-1 de 1,10-phen e 1,0x10-3 g/mL-1 de
cobre (II),a partir das soluções reserva. Para o preparo da solução padrão pesou-se
quantidade equivalente de amoxicilina diretamente em balão de 10 mL em seguida
transferiu-se alíquotas de 2,0 mL de 1,10phen e 1,0 mL e cobre (II) respectivamente,
completou-se o volume com solução tampão acetato pH (5,0) e homogeneizou-se.
Repetiu-se o procedimento para preparo da solução de AMOX depois da
degradação.
Após o preparo, as soluções foram colocadas em banho maria a 40 °C
durante 15 minutos e retiradas em seguida, procedeu-se a leitura das soluções em
espectrofotometro, as absorbâncias foram medidas em 200 nm < Ȝ < 800 nm.
Utilizou-se o tampão acetato como solução branco de reagente.
24
4.4.2
DETERMINAÇÃO
ESPECTROFOTOMÉTRICA
DE
AMOXICILINA
EM
ETANOL
Prepararam-se soluções primárias de AMOX antes e depois da degradação.
Calculando-se a concentrações de AMOX equivalentes as utilizadas em 4.4.1, em
seguida, pesou-se o pó de amoxicilina, solubilizou-se e lavou-se com 30 mL de
etanol, transferiu-se para balão volumétrico de 5 0mL e completou-se o volume até o
menisco , tomou-se alíquotas dessa solução e transferiu-se cada uma para balão
volumétrico de 10mL e completou-se o volume com etanol. Repetiu-se o
procedimento para preparo da solução de AMOX depois da degradação, procedeuse a leitura das soluções em espectrofotometro, as absorbâncias foram medidas em
200 nm < Ȝ < 600 nm.
4.4.3
DETERMINAÇÃO
ESPECTROFOTOMÉTRICA
DE
AMOXICILINA
EM
SOLUÇÃO DE ETANOL E NaOH.
Para preparo da solução de etanol básico pesou-se 0,01g de NaOH
transferiu-se para balão de 250mL e completou-se o volume até o menisco com
etanol. Prepararam-se soluções primárias de AMOX antes e depois da degradação.
Calculando-se inicialmente a concentrações de AMOX equivalentes as utilizadas em
4.4.1, em seguida, pesou-se o pó de amoxicilina, solubilizou-se e lavou-se com 30
mL de etanol, transferiu-se para balão volumétrico de 50mL e completou-se o
volume até o menisco , tomou-se alíquotas dessa solução e transferiu-se cada uma
para balão volumétrico de 10mL e completou-se o volume com etanol básico.
Repetiu-se o procedimento para preparo da solução de AMOX depois da
degradação e procedeu-se a leitura das soluções em espectrofotometro, as
absorbâncias foram medidas em 200 nm < Ȝ < 600 nm.
4.5 FOTODEGRADAÇÃO DAS AMOSTRAS DE AMOXICILINA
A fotodegradação das amostras de amoxicilina foi acompanhada por fotos, e
ao final do processo procedeu-se a identificação por CCD e por espectrofotometria
UV/Vis. os aspectos físicos da amostra, e as mudanças de coloração foram
controlados e o processo de degradação determinado a partir da velocidade da
25
reação química verificando-se as concentrações das amostras retiradas ao longo do
tempo(GASPERIN
et
al.,
2010).
Durante
a
caracterização
do
perfil
de
biodegradabilidade da amoxicilina foram investigados os intermediários metabólicos
formados no tratamento.
4.5.1 FOTODEGRADAÇÃO COM ADIÇÃO DE AGENTES OXIDANTES
Assim como na seção 4.5, amostras de AMOX, restos de suspensões e o
sólido, foram irradiados no interior do reator, porém com adição de agentes
oxidantes, tais como peróxido de hidrogênio. O tempo foi monitorado durante todo
processo.
4.5.2 FOTODEGRADAÇÃO APENAS PELO EFEITO DA RADIAÇÃO UV
Amostras de amoxicilina restos de suspensões assim como o sólido, foram
irradiadas no interior do reator. O tempo foi monitorado durante todo processo.
26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 IDENTIFICAÇÃO DA AMOXICILINA POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA (CCD).
Prepararam-se soluções de AMOX antes e depois da degradação conforme a
seção 4.3, inicialmente as amostras foram irradiadas por cerca de 3 horas. Para
obtenção do cromatograma as soluções de AMOX antes e depois da degradação,
foram aplicadas na placa com auxílio de um capilar, preconizou-se a aplicação da
solução padrão sempre a esquerda da placa a fim de evitar qualquer dúvida de
interpretação na corrida das amostras, dessa forma a solução de AMOX depois da
degradação foi colocada a direita da placa e procedeu-se a corrida cromatográfica
(Figura 7).
Ao final da corrida cromatográfica verificou-se que as duas amostras de
AMOX antes e depois da degradação, apresentaram mancha principal de coloração
púrpura, correspondente em posição, cor e intensidade, em relação a substância de
referência (CSR), as quais percorreram praticamente as mesmas distâncias de
eluição, com valor calculado de Rf igual a 0,592. Segundo Diniz, (2007) o
aparecimento de coloração púrpura no cromatograma, é característica da reação
entre a ninhidrina e as aminas primárias presentes na estrutura química da AMOX
,o que indicaria a presença do fármaco nas amostras pesquisadas, porém essa
identificação é preliminar sem os aprofundamentos analíticos necessários para
qualificação da utilização do método.
27
Figura 7: Cromatograma desenvolvido com soluções de AMOX antes (abaixo) e depois da
degradação (acima).
5.2 ESTUDO ESPECTROFOTOMÉTRICO DA AMOXICILINA
A espectrofotometria é um recurso utilizado para identificação de
substâncias, pois está relacionada com a estrutura da molécula. Utilizou-se a relação
entre a concentração do analito e a intensidade de luz absorvida, como base para o
estudo espectrofotométrico realizado.
5.2.1 DETERMINAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DE AMOXICILINA POR
FORMAÇÃO DE COMPLEXO TERNÁRIO COM 1,10PHEN E COBRE (II).
A 1,10-phen é um quelato que forma complexos com metais de baixa
valência como o Cu (II), que costumam ser coloridos. A Figura 8 ilustra a formação
do complexo entre 1,10-phen e o Cu (II) onde três moléculas de 1,10-phen reagem
com o Cu(II) formando [Cu(phen)3]2+ (GONÇALVES, 2011).
Figura 8: Complexo ternário de 1,10-phen com Cu(II).
Conforme a literatura a 1,10-phen DSUHVHQWDWUDQVLomRʌĺʌHQWUHH
280 nm região de grande absortividade molar (VICENTE,2008). Segundo Zuhri
(1993), na determinação de ampicilina por formação de complexo ternário com
Cu(II) e 1,10-phen quando a solução está em pH 5.0, ocorre a formação de uma
coloração amarelo intensa.
28
Buscando investigar a viabilidade da formação desse complexo Cu (II) , 1,10phen com AMOX, utilizou-se uma solução tampão acetato de pH 5,0, conforme
citado pela literatura. Sabe-se que a principal característica da reação do complexo
formado com ampicilina é o aparecimento de uma coloração amarela intensa,
baseado em tais resultados esperava-se verificar o aparecimento dessa coloração
também no complexo formado com AMOX.
Para tanto preparou-se soluções de AMOX conforme a seção 4.4.1, para
posterior identificação do fármaco, observou-se que a solução permaneceu
transparente após adição da AMOX, demonstrando que as características do
complexo entre Cu(II), 1,10-phen e AMOX é diferente daquele formado com
ampicilina.
Procede-se então a análise espectrofotométrica afim de investigar as
características desse complexo. Os espectros de absorção dos complexos em
solução foram investigados na região entre 200 e 800 nm e os resultados obtidos
podem ser observados na Figura abaixo.
3,0000
360
2,5000
ofenantrolina +
Cu
2,0000
ofenantrolina +
Cu +amox
1,5000
1,0000
0,5000
0,0000
200
300
400
500
600
ofenantrolina +
Cu + AMOX
após a
degradação
Figura 9. Espectro de UV de uma amostra de AMOX antes e depois da degradação, Obtido após 3
horas e meia de degradação.
Observa-se uma sobreposição dos espectros da AMOX antes e depois da
degradação, constata-se acima de 2500 uma banda larga, de forte absorção
atribuída a alta concentração das soluções.
Observa-se que a curva da solução de AMOX antes da degradação, é igual
aquela formada entre 1,10 phen e Cu (II), demonstrando que possivelmente não
29
houve a formação do complexo antes esperado. É possível observar a formação de
uma banda de absorção 360 nm, não compatível com o comprimento de onda
esperado para a AMOX, porém não foi possível utilizar a referida amostra como
parâmetro já que a solução padrão não apresentou banda correspondente a AMOX
que permitisse afirmar se houve a degradação do fármaco.
Em consequência da impossibilidade de determinação da AMOX nas amostras
anteriores,foram preparadas novas soluções de AMOX antes e depois da
degradação, a qual foi submetida a fotólise por cerca de 3 horas e meia utilizou-se
1mL das soluções primárias para preparo das soluções diluídas, conforme descrito
em 5.2.1.
Nos espectros obtidos (Figura 10) observa-se que a solução de AMOX antes da
degradação apresentou uma banda de absorção em 360nm coincidente com aquela
obtida no espectro anterior ,de AMOX após a degradação esse fato não permitiu que
o fármaco fosse identificado pois conforme descrito na Farmacopéia Brasileira – 5ª
ed.(2010), espera-se identificar espectros de absorção para AMOX em solução de
etanol entre 230 e 274nm.
A solução de AMOX submetida a fotodegradação não apresentou banda de
absorção impossibilitando concluir se houve a degradação.
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
360
AMOX após a degradação
AMOX antes da degradação
200
300
400
500
600
Figura 10: Espectro de UV de uma amostra de AMOX antes e depois da degradação submetida a
fotólise por cerca de 3 horas e meia utilizando-se 1mL das soluções primárias para o preparo das
soluções.
30
Verificando-se
os
espectros
obtidos
anteriormente
considerou-se
as
possibilidades de haver interferentes nas soluções que não permitiram a
identificação da AMOX. Inicialmente avaliou-se o tampão acetato, pois segundo
Zuhri (2003) o complexo entre 1,10phen , Cu(II) e o fármaco ocorre apenas em pH
5,0 não permitindo oscilações, a literatura descreve a solução de ácido acético e
acetato de sódio como um tampão ácido, que estabiliza soluções tendentes a
neutralidade, estabelecendo o seguinte equilíbrio químico:
Sabe-se que quando se adiciona o ácido, os prótons se ligam a íons
CH3COO- gerando a molécula de CH3COOH; e quando se adiciona a base a solução
os íons OH- retiram o próton do ácido formando o íon CH3COO-. Portanto o
equilíbrio se estabelece de forma que o pH da solução tende a permanecer
constante ou com variações muito pequenas.
Porém ao analisar-se os espectros obtidos concluiu-se que poderia ter havido
variações no pH em razão da alteração no preparo das soluções, que foram
inicialmente preparadas em água, e apenas diluídas no tampão, o que culminaria na
impossibilidade de identificação da AMOX .
Após corrigidas as possíveis interferencias submeteu-se nova amostra de
AMOX a fotodegradação
por cerca de 3 horas e meia. Decorrido esse tempo
preparou-se as novas soluções de AMOX antes e depois da degradação somente
em tampão acetato, garantindo que o pH permanecesse constante e procedeu-se a
leitura em espectrofotometro. No espectro a seguir (Figura 11) observa-se que a
solução de AMOX após a degradação apresentou uma banda de absorção na região
dos 346 nm, valor próximo aquele obtido em soluções anteriores, já a solução
padrão de AMOX apresentou uma sutil ondulação em aproximadamente 295 nm,
porém não é possível concluir que trata-se do fármaco pesquisado.
31
1,0000
0,9000
0,8000
0,7000
0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
346
3,30hs de degradação
295
AMOX após a degradação
AMOX antes da
degradação
200
300
400
500
600
Figura 11: Espectro de UV de uma amostra de AMOX antes e após a degradação, com correção
no pH das soluções.
Após a correção na oscilação do pH das soluções, esperava-se a
viabilidade na identificação da AMOX, porém isso não ocorreu, portanto cogitou-se
outras
possibilidades
que
porventura
não
permitiram
a
identificação
do
fármaco,dentre elas a possível interferência dos excipientes da formulação, uma vez
que todas as soluções foram preparadas com AMOX retirada de cápsula, os
mesmos podem ter reagido com outros componentes tendo sido degradados,
impedindo assim que a amoxicilina pudesse ser identificada.
Considera-se também que a disparidade observada entre os espectros e suas
contrapartidas em solução também podem ser atribuídas a possibilidade de que o
complexo entre AMOX, Cu(II) e 1,10-phen, não tenha sido formado já que a
coloração amarela característica desse tipo de reação não foi constatada em
nenhuma das soluções preparadas. Segundo Vicente (2008) “O complexo de Cu (II)
com 1,10phen é bastante emblemático, pois o mesmo apresenta transição em cerca
de 703 nm, região na qual nada se observa no espectro em solução”
Portanto na determinação de amoxicilina por formação de complexo ternário,
com Cu (II), 1,10-phen o método não apresentou boa sensibilidade.
5.2.2 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em etanol
Devido a impossibilidade de identificação da AMOX considerou-se a
necessidade de mudanças no preparo das soluções, substituiu-se o tampão acetato,
32
o Cu(II) e a 1,10-phen por soluções preparadas apenas em etanol, optou-se também
pela filtragem do pó de amoxicilina e da solução de AMOX após a degradação,
buscando eliminar a possível interferência dos excipientes, pois uma vez os mesmos
não sendo solúveis em etanol, no decorrer da filtragem seriam separados facilitando
a identificação do fármaco. Decidiu-se por aumentar o tempo de fotodegradação das
amostras de AMOX mantendo-se, contudo a quantidade de peróxido de hidrogênio,
o processo de fotólise foi realizado por 12 horas, decorrido esse tempo novas
soluções foram preparadas e submetidas a leitura em espectrofotômetro.
Na leitura das soluções (Figura 12) foi possível visualizar banda
compatível com a AMOX em 270 nm, observou-se que a modificação no preparo das
soluções possibilitou à identificação da AMOX em um dos comprimentos de onda
esperados, segundo a Farmacopéia brasileira – 5ª ed.(2010), a amoxicilina é
ligeiramente solúvel em água e etanol, portanto a filtragem inicial do pó mostrou-se
relevante para identificação do fármaco. A solução de AMOX após a degradação
apresentou uma banda de absorção na região dos 360 nm, observa-se que houve
um leve delocamento a direita com relação as bandas obtidas nas soluções de
AMOX fotodegradadas anteriormente.
1,0000
0,9000
0,8000
0,7000
0,
0,6000
0,
0,5000
0,
0,4000
0,
0,
0,3000
0,2000
0,
0,
0,1000
0,0000
270
295
AMOX após a
degradação
295
AMOX antes da
degradação
360
200
250
300
350
400
450
500
Figura 12: Espectro de UV de soluções de AMOX antes e depois da degradação preparadas em
etanol. Obtido após 12 horas de degradação..
Em consequência as baixas concentrações em que as soluções foram
preparadas foram observados picos com absorbância em torno de 0,04, segundo a
lei de Beer- Lambert quanto maior a concentração ou maior o caminho óptico ,maior
será a absorbância da amostra, portanto foi necessário aumentar as concentrações
33
de ambas as soluções. Optou-se pelo aumento da concentração das soluções de
AMOX antes e depois da degradação em 10 vezes (Figura 13) e pelo aumento no
tempo de degradação, o processo de fotólise foi realizado por 24 horas e decorrido
esse tempo novas soluções foram preparadas. E procedeu-se a leitura das soluções
em espectrofotometro.
1,6000
1,4000
370
1,2000
1,0000
250
AMOX antes da degradação
0,8000
AMOX depois da
degradação
297
0,6000
0,4000
0,2000
0,0000
200
300
400
500
600
-0,2000
Figura 13: Espectro de UV soluções de AMOX antes e depois da degradação concentrada
10 vezes mais que as anteriores.
No espectro acima é possível identificar a AMOX em comprimentos de onda
de 250 e 297 nm comprimentos de onda esperados, porém observa-se que a AMOX
após a degradação também apresentou bandas nos comprimentos de onda de 250
e 297 nm. Diante da interferência dos picos da solução de AMOX após a
degradação, foi necessário uma estratégia que permitisse deslocar as bandas da
AMOX afim de enxergá-la isoladamente, utilizando hidróxido de sódio para o preparo
de novas soluções.
5.2.3 Determinação espectrofotométrica de amoxicilina em etanol e hidróxido de
sódio
Segundo o perfil de solubilidade da amoxicilina descrito pela Farmacopéia
Brasileira – 5ª ed.(2010), a mesma é solúvel em soluções de hidróxidos alcalinos,
portanto ao se obter resultados positivos preparando-se as soluções em etanol,
34
visando-se
uma melhor solubilidade do fármaco ao ser filtrado preparou-se as
soluções de AMOX antes e após a degradação, em etanol e hidróxido de sódio. Na
Figura 14, é possível verificar-se as diferenças no aspecto físico das soluções
preparadas em etanol e em solução básica de etanol. A mudança na coloração é
visível enquanto a solução preparada em etanol apresentou-se transparente a
solução de etanol e hidróxido de sódio apresentou-se levemente amarelada.
Figura 14: Diferença na coloração das soluções de AMOX antes da degradação, preparadas em
etanol (Esquerda), e em etanol e hidróxido de sódio (Direita).
Inicialmente foram preparadas apenas soluções de AMOX para investigar a
viabilidade de sua identificação em soluções básicas. Objetivando-se a comparação
entre ambos os métodos procedeu-se a leitura em espectrofotômetro, de ambas as
soluções (Figura 15) ,nas soluções preparadas em meio básico foi possível enxergar
bandas em 253 e 296 nm compatíveis com a AMOX, essas soluções não
apresentaram variações ao longo do espectro, já as soluções preparadas em etanol
apresentaram banda de absorção na região de 278nm.
35
0,8000
0,7000
276
0,6000
250
0,5000
AMOX + EtOH
294
0,4000
AMOX + EtOH
0,3000
AMOX + EtOH+ NaOH
0,2000
AMOX + EtOH+ NaOH
0,1000
0,0000
200
250
300
350
400
450
Figura 15: Espectro de amostras de AMOX em solução de etanol e em solução de etanol.
Após resultados satisfatórios na identificação da AMOX em solução básica,
foram preparadas soluções a partir de AMOX submetida a fotodegradação por 24
horas (Figura 16).
1,4000
AMOX após a degradação+ EtOH +
NaOH
1,2000
1,0000
AMOX após a degradação+ EtOH +
NaOHl
0,8000
AMOX após a degradação+ EtOH +
NaOH
0,6000
AMOX após a degradação+ EtOH +
NaOH
0,4000
0,2000
0,0000
200
250
300
350
400
450
500
550
600
Figura 16: Espectro de UV de uma amostra de AMOX após a degradação. Obtido após 24 horas
fotodegradação.
Verificou-se a formação de bandas de absorção em 370 nm que aumentaram
proporcionalmente as concentrações preparadas. Se a AMOX apresenta picos entre
250-296nm conclui-se, portanto que há formação de um produto de degradação que
absorve em cerca de 370 nm. Logo a proposta de fotodegradação da AMOX por
UV/H2O2 mostra-se viável comprovando-se que há existência de produtos de
36
degradação desse composto quando o mesmo é exposto a processos de oxidação
avançada.
O espectro obtido apresenta ainda bandas que absorvem exatamente nas
regiões de 250 e 296 nm, comprimentos de onda característicos do fármaco,
indicando a presença de um produto que é absorvido nas mesmas regiões que a
AMOX .
5.3 FOTODEGRADAÇÃO DAS AMOSTRAS DE AMOXICILINA
Para fotodegradação das amostras de AMOX utilizou-se de peróxido de
hidrogênio como agente oxidante. Inicialmente as amostras foram levadas ao foto
reator por cerca de 3 horas e meia, durante esse período observou-se a deposição
da amoxicilina no fundo do recipiente, demonstrando que essa é uma reação de
superfície, esse fator deve ser considerado pois segundo a literatura a superfície de
contato influencia diretamente na rapidez da reação química.
Constata-se a olho nu, mudanças no aspecto físico da solução (Figura 17) ,que
inicialmente apresentava-se com coloração branca e ao final do processo
apresentou-se com coloração amarelo intenso, segundo Lorena (2013) “a estrutura
química da AMOX favorece mudanças físicas nas soluções pois quando ocorre a
oxidação de uma amina esta adquire uma coloração que vai do amarelo escuro ao
marrom característico”.
FIGURA 17 Amostras de AMOX antes(esquerda) e após a degradação por 24 horas(direita).
Após retirar-se a solução do foto reator procedeu-se a identificação por CCD.
Durante o processo de identificação da AMOX por CCD, não era esperado que as
37
manchas púrpuras características da reação entre ninhidrina e aminas primárias
aparecessem nas amostras fotodegradadas (Figura18).
Figura18: Placa cromatográfica obtida de solução de AMOX após a degradação onde observa-se a
formação de coloração púrpura após adição do agente revelador.
Conforme citado anteriormente sabe-se que a ninhidrina tem a capacidade de
identificar aminas primárias e aminoácidos, a presença do grupamento amino na
estrutura química da AMOX (Figura 19), viabilizaria a revelação desse fármaco pela
ninhidrina, porém com o aparecimento de manchas púrpuras nas amostras
fotodegradadas, conclui-se que provavelmente os produtos de degradação formados
no processo, apresentam em sua estrutura química, grupos funcionais amino em
comum com a AMOX, a existência desses compostos inviabilizaria a identificação
específica do fármaco nas amostras investigadas
Figura 19: Grupo amino da estrutura química da AMOX
Com o objetivo de verificar se a ninhidrina reagiria apenas com aminas
primárias e aminoácidos como descrito anteriormente, foram preparadas duas
soluções uma de AMOX não fotodegradada e uma solução utilizando-se o
medicamento fitoterápico Diuremax®, composto orgânico que tem como princípio
38
ativo o Equisetum arvense l.; Equisetaceae. e procedeu-se a realização da CCD
(Figura 20).
FIGURA 20: CCD utilizando medicamento fitoterápico (esquerda) e amostra de padrão AMOX
(direita).
Verificou-se o aparecimento de uma mancha correspondente a AMOX em cor
e intensidade apenas a direita da placa, a qual percorreu praticamente as mesmas
distâncias de eluição de outras amostras preparadas anteriormente. Já a esquerda
não houve o aparecimento de nenhuma mancha, conclui-se, portanto que a
ninhidrina tem a capacidade de revelar compostos orgânicos altamente específicos,
demonstrando a não reprodutibilidade do método para identificação e distinção da
AMOX, uma vez que para os métodos de identificação serem validados devem
apresentar alta especificidade.
5.3.1 FOTODEGRADAÇÃO EM FUNÇÃO DO TEMPO
A eficiência da fotodegradação da AMOX foi analisada no espectrofotômetro
em função do tempo de reação, foram realizados ensaios nos quais a AMOX foi
exposta ao processo de oxidação avançada UV/H2O2 em diferentes espaços de
tempo. Na Figura 21 estão representadas as sobreposições dos espectros da AMOX
após a fotodegradação obtida nos diferentes períodos de tempo.
39
0,6000
0,5000
0,4000
3 hs
0,3000
12 hs
0,2000
24 hs
0,1000
0,0000
200
300
400
500
600
Figura 21: Espectro de UV de um. processo de oxidação avançada UV/H2O2 em diferentes períodos
de tempo.
Na representação gráfica da fotodegradação da AMOX em função do tempo
observa-se a formação de produtos de degradação diferentes ao se comparar o
espectro obtido após 24 horas com aquele obtido após 12 horas, observa-se que
houve um deslocamento das bandas. Após 3 horas de fotodegradação observa-se
que praticamente não houve a formação de bandas que pudessem caracterizar a
eficiência da fotodegradação. Os resultados indicam que houve maior eficiência na
degradação da AMOX quando se aumenta o tempo de exposição ao processo de
oxidação avançada UV/H2O2.
O método físico químico proposto por processos
oxidativo avançado (H2O2/UV), apresentou-se viável para acompanhamento do
processo de fotodegradação. Porém a eficiência da degradação é dependente do
tempo em que amostra é exposta ao processo de fotólise.
5.3.2 INTERFERÊNCIA DA QUANTIDADE DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO NO
PROCESSO DE FOTODEGRADAÇÃO.
Afim de verificar a Interferência da quantidade de peróxido de hidrogênio no
processo de fotodegradação, foram preparadas soluções utilizando-se diferentes
quantidades de H2O2 1 e 3 mL respectivamente . Após preparadas as soluções
foram irradiadas no foto reator por cerca de 3 horas e meia e em seguida procedeuse a análise por CCD.
Na Figura 24 é possível observar os resultados da cromatografia quando utilizase diferentes quantidades de peróxido de hidrogênio na solução. É possível verificar
40
uma diferença considerável entre as placas, a placa a esquerda na qual se utilizou
apenas 1 mL de peróxido de hidrogênio apresentou mancha principal compatível
com a AMOX, já a solução de AMOX obtida após a fotodegradação apresentou
coloração púrpura semelhante à da substância padrão, as amostras percorreram
praticamente as mesmas distâncias de eluição .
A placa a direita na qual se utilizou 3 mL de peróxido de hidrogênio também
apresentou mancha principal compatível com a AMOX porém a solução de AMOX
fotodegradada diferenciou-se em cor e intensidade em relação à substância de
referencia. Em razão das consideráveis diferenças no processo de fotodegradação
devido a alteração na concentração de peróxido de hidrogênio, preconizou-se a
utilização de 3 ml peróxido de hidrogênio para preparação das amostras posteriores
a serem fotodegradadas.
Figura 22 Identificação das amostras por cromatografia em camada delgada, fotodegradação por
radiação ultravioleta utilizando-se 1 mL de peróxido de hidrogênio (esquerda), degradação utilizandose de 3 mL de peróxido de hidrogênio (direita).
5.3.3– FOTODEGRADAÇÃO APENAS PELA ADIÇÃO DE AGENTES OXIDANTES
Realizou-se o estudo espectrofotométrico das amostras de AMOX submetidas a
fotodegradação com e sem peróxido de hidrogênio e com processo oxidativo
avançado (H2O2/UV), preparou-se uma solução de H2O2 com
AMOX que
permaneceu em repouso por 7 dias, foi possível observar alterações no aspecto
41
físico da solução, que apresentou-se com coloração e odor característicos de
soluções preparadas anteriormente de AMOX com H2O2 .
Decorrido o tempo a amostra foi retirada do recipiente no qual estava
acondicionada
e
foram
preparadas
soluções
a
serem
medidas
em
espectrofotômetro,,os resultados podem ser conferidos na Figura 23.
1,2000
1,0000
0,8000
0,6000
AMOX com H2O2
0,4000
AMOX sem H2O2
0,2000
AMOX com H2O2+ UV
0,0000
200
Figura 23:
300
400
500
600
Espectro de UV de amostras de AMOX submetidas a fotodegradação com e sem
peróxido de hidrogênio e com processo oxidativo avançado (H2O2/UV).
Observa-se que há diferença na altura das bandas obtidas, ambas
apresentaram espectro de absorção em aproximadamente 370 nm, comprimento de
onda compatível com o produto de degradação formado no processo conforme
descrito anteriormente.
Diante dos resultados obtidos conclui-se que ha maior eficiência no processo
de degradação quando se utiliza o agente oxidante associado a radiação UV. Tal
fato justifica-se, pois como citado anteriormente em estudo realizado por
Vasconcelos (2010), “o peróxido de hidrogênio sozinho tem pouca capacidade de
degradação, porém quando associado a radiação ultravioleta é ativado para formar
os radicais livres, (-OH) que são capazes de degradar compostos em pouco tempo”,
daí sua capacidade em desenvolver POAs (processos oxidativos avançados).
5.3.4– FOTODEGRADAÇÃO DOS EXCIPIENTES DA FORMULAÇÃO
42
Como citado anteriormente todos os ensaios de fotodegradação foram realizados
utilizando-se AMOX retirada de cápsulas do medicamento H-Bacter® IBP, cada
cápsula contém: Amoxicilina (na forma triidratada) 500 mg; e como excipientes
(estearato de magnésio, laurilsulfato de sódio, talco e glicolato de amido sódico)
q.s.p. 1 cápsula .
Em virtude da real possibilidade de interferência dos excipientes da formulação
nos ensaios realizados conforme citado na seção 5.2.1, foi necessário submetê-los
isoladamente ao processo de fotodegradação, para tanto no preparo da solução,
pesou-se quantidade de excipientes equivalente aquela presente em uma cápsula.
Buscando-se comparar os espectros de soluções de excipientes e AMOX foto
degradou-se amostras de ambos por 24 horas, nas mesmas condições de
exposição. Transcorrido esse tempo tomou-se alíquotas das soluções iniciais e
efetuou-se a leitura em espectrofotômetro os resultados podem ser verificados na
Figura 24.
2,0000
1,8000
1,6000
1,4000
1,2000
1,0000
0,8000
0,6000
0,4000
0,2000
0,0000
AMOX após a
degradação
EXCIPIENTES após
a degradação
200
300
400
500
600
Figura 24- Espectros de soluções de excipientes e AMOX fotodegradados por 24 horas.
43
Conforme pode ser observado o espectro da amostra de AMOX após a
fotodegradação apresentou banda de absorção em aproximadamente 370nm,
característica do produto de degradação gerado no processo. Já os excipientes
fotodegradados não apresentaram picos em nenhum dos comprimentos de onda
investigados . Conclui-se portanto que os excipientes presentes na formulação das
cápsulas utilizadas, não interferiram na obtenção dos espectros das soluções.
5.3.5 DETERMINAÇÃO DE AMOXICILINA UTILIZANDO EXCIPIENTES COMO
LINHA DE BASE
A linha de base é introduzida na espectrofotometria porque a distribuição
espectral da fonte de radiação pode variar ao longo do tempo, além disso, é
improvável que haja uniformidade na distribuição espectral caso não seja inserida.
Após obtenção de resultados da não interferência dos excipientes nas amostras
anteriormente preparadas. As Figuras 25 e 26 apresentam os resultados da
comparação de amostras idênticas de AMOX antes e depois da degradação, com e
sem
a utilização
dos
excipientes
como
linha
de
base para
a
análise
espectrofotométrica.
1,4000
1,2000
1,0000
0,8000
AMOX sem linha base
0,6000
AMOX com linha base
0,4000
0,2000
0,0000
200
300
400
500
Figura 25: Comparação de AMOX antes da degradação, com e sem a utilização dos excipientes
como linha de base.
44
1,6000
1,4000
1,2000
1,0000
AMOX após a degradação
sem linha base
0,8000
0,6000
AMOX após a degradação
com linha base
0,4000
0,2000
0,0000
200
300
400
500
600
Figura 26: Comparação de AMOX após a fotodegradação, com e sem a utilização dos excipientes
como linha de base.
Observa-se que sem o abatimento dos excipientes ambos os espectros obtidos
para AMOX antes e depois da degradação, apresentaram picos mais altos em
relação aqueles no qual se utilizou os excipientes como linha de base, verifica-se
também que há uma diminuição no sinal de fundo da leitura espectrofotométrica nas
soluções em que os excipientes foram abatidos. Tal procedimento permitiu que a
AMOX
fosse
finalmente
identificada
em
comprimento
de
onda
e
altura
correspondentes aqueles descritos pela literatura.
Conclui-se portanto que apesar dos excipientes presentes nas cápsulas
utilizadas, não interferirem nos espectros obtidos, eles são capazes de aumentar o
sinal de fundo das soluções proporcionando um aumento nos picos das soluções
analisadas.
5.3.6 ADIÇÃO DE PADRÃO
Utilizou-se o método de adição de padrão, com o objetivo
minimizar
possíveis
interferências
nas
amostras
de eliminar ou
fotodegradadas.
Para
a
determinação da concentração de uma substancia por meio da adição de padrão, é
necessário elaborar padrões a partir da própria amostra, para tanto foram
adicionadas quantidades conhecidas do analito alterando-se apenas a concentração
da amostra.
45
Foram preparadas 2 soluções em diferentes concentrações de AMOX
fotodegradada, variando-se a concentração do padrão das amostras, obteve-se a
absorbância de cada um através dos espectros encontrados. Os resultados podem
ser observados na figura abaixo.
1,0000
0,9000
0,8000
Concentração de AMOX
fotodegradada.
0,7000
0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
Concentração de AMOX fotodegradada.
0,0000
210
260
310
360
410
460
Figura 27: Adição de padrão as amostras fotodegradas. Em maior e menor concentração.
Observa-se que há formação de bandas correspondentes em altura e
comprimento de onda, àquelas obtidas em espectros anteriores de AMOX após a
degradação.
Nas soluções preparadas com menor concentração de AMOX fotodegradada
observa-se a formação de pico com altura aproximada de 0,2 cm-2 em comprimento
de onda de aproximadamente 370 nm, observa-se também que há formação de
bandas em 250 e 297 nm, que aumentam proporcionalmente à adição do padrão,
como dito anteriormente os comprimentos de onda são correspondentes aqueles
nos quais é possível identificar a AMOX.
Já nas soluções preparadas utilizando-se AMOX fotodegradada em maior
concentração utilizando-se quantidades de padrão semelhantes a utilizada nas
soluções em menor concentração, observa-se a formação de pico com altura
aproximada de 0,8 cm-2 em comprimento de onda de aproximadamente 370 nm,
verifica-se também que há formação de bandas de alta absorção em 250 e 297 nm,
porém não é possível analisá-las devido ao aumento na concentração da solução
46
preparada. Portanto preconizou-se análise da adição de padrão das soluções menos
concentradas separadamente (Figura 28).
1,2000
1,0000
0 microlitros
60 microlitros
0,8000
80 microlitros
100 microlitros
0,6000
200 microlitros
400 microlitros
0,4000
500 microlitros
600 microlitros
0,2000
0,0000
210
Figura 28:
260
310
360
410
460
510
560
Adição de padrão às soluções menos concentradas de AMOX
fotodegradada.
As soluções preparadas com concentração de 0,01g/ml de AMOX.
Realizou-se os cálculos e obteve-se que a quantidade de AMOX na solução inicial
era 2x10-4g. a determinação da concentração da AMOX foi obtida através da
extrapolação da curva analítica, obtendo o valor em módulo (figura 29).
47
1,2
y = 0,0012x + 0,2488
R² = 0,9985
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0
100
200
300
400
500
600
700
Figura 29: Curva de adição padrão, da AMOX fotodegradada.
Após a construção da curva de adição padrão efetuou-se os cálculos para
se determinar a quantidade final de AMOX presente nas amostras foi diante dos
resultados da concentração final de AMOX ,obtidos pela curva de adição de padrão,
conclui-se que há um produto de degradação com características muito semelhantes
as da AMOX. Isso pode ser observado ao longo dos espectros obtidos, nos quais o
produto apresentou banda de absorção nos comprimentos de onda correspondentes
a AMOX.
5.3.7– FOTODEGRADAÇÃO APENAS PELO EFEITO DA RADIAÇÃO UV.
Para efeitos de análise da degradação da AMOX apenas pelo efeito UV uma
amostra foi submetida à radiação por 24 horas, decorrido esse tempo a amostra foi
retirada do foto reator, foi possível observar que não houve alterações no aspecto
físico do pó, que permaneceu branco e inodoro diferente daquele submetido a
degradação utilizando H2O2 . A partir dessa amostra preparou-se uma solução e
procedeu-se a leitura em espectrofotômetro. A Figura 30 mostra o efeito da
exposição da AMOX à radiação UV.
48
1,2000
1,0000
0,8000
0,6000
AMOX sem UV
0,4000
AMOX com UV
0,2000
AMOX com UV + H2O2
0,0000
200
300
400
500
600
Figura 30: Espectro de UV de amostras de AMOX submetidas a fotodegradação com e sem UV e
com processo oxidativo avançado (H2O2/UV).
Analisando-se os resultados obtidos é possível observar a diferença entre os
espectros da AMOX submetida a fotodegradação com UV e H2O2 , e aquele obtido
apenas pela exposição do fármaco a radiação (UV), o qual apresentou banda com
absorção em aproximadamente 298nm, comprimento de onda compatível com o da
AMOX, confirmando a presença do fármaco na amostra após a fotodegradação
Resultado diferente foi obtido na amostra submetida a fotólise combinada
ao processo oxidativo
observa-se a formação de uma banda que absorve em
360nm a qual trata-se do produto de degradação formado no processo como
mencionado em resultados anteriormente obtidos, comprova-se que a exposição a
radiação ultravioleta só é eficiente para fotodegradação quando associada ao
processo oxidativo, pois provoca a catálise do peróxido de hidrogênio gerando os
radicais (OH) que por serem altamente reativos promovem a degradação da
amoxicilina.
49
6 CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos no presente estudo conclui-se que:
O método de CCD mostrou-se ineficiente no processo proposto, pois os
produtos
de
degradação
gerados
no
processo
apresentaram
coloração
correspondente a da amoxicilina.
O método físico-químico proposto por processos oxidativos avançados
(H2O2/UV),
apresentou-se
viável
para
acompanhamento
do
processo
de
fotodegradação. Porém a eficiência da degradação é dependente do tempo em que
amostra é exposta ao processo de fotólise.
A quantidade de peróxido de hidrogênio contribui para a eficiência da
degradação, mostrando-se essencial para a realização dos ensaios.
A radiação ultravioleta só é eficiente para fotodegradação quando associada
ao agente oxidante.
Nas análises espectrofotométricas, foi possível verificar a formação dos
produtos de degradação gerados no processo.
Nos espectros obtidos para AMOX antes e depois da degradação observouse que a AMOX não fotodegradada apresentou bandas em comprimento de onda de
absorção em 250 e 294 nm, já a AMOX depois da degradação apresentou banda de
absorção em 370 nm e em 250 e 294 nm, comprimento de onda compatível com a
AMOX. Conclui-se, portanto, que durante o processo de degradação formou-se um
produto de degradação com estrutura muito semelhante a da AMOX como já havia
sido previsto nos testes realizados por cromatografia em camada delgada.
Embora os produtos de degradação tenham apresentado bandas de
absorção nos mesmos comprimentos de onda da AMOX, a utilização do método de
adição padrão proporcionou determinação da quantidade de fármaco presente nas
amostras após a fotodegradação. Sugere-se que todos os experimentos sejam
realizados utilizando o padrão de amoxicilina como parâmetro de comparação para
ampliar dados sobre o estudo realizado.
Como a AMOX apresenta características estruturais semelhantes a outros de
sua classe torna-se modelo para degradação de outros betalactâmicos.
50
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