ACIDENTE POR ANIMAIS PEÇONHENTOS “ESCORPIÕES

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ACIDENTE POR ANIMAIS PEÇONHENTOS “ESCORPIÕES”
Débora Janine Dias Vieira¹, Renato Penha Machado, Rodrigo de Oliveira Cunha,
Lindioneza Adriano Ribeiro, Marcos Tadeu T. Pacheco
Centro de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia –MG
1- Programa de pós-graduação stricto sensu em Bioengenharia – Universidade do Vale do Paraíba;
IP&D – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento – Universidade do Vale do Paraíba – SP
[email protected]
Resumo- Os acidentes causados por escorpiões na região de Uberaba estão trazendo grandes transtornos
e preocupações para serviços de saúde da região. Existem vários tipos de escorpiões no Brasil, em
Uberaba os escorpiões mais comuns são os do Tityus Serrulatus e Bahiensis. Os acidentes acometem mais
idosos e crianças o que na sua maioria são picados pelo escorpião mais venenoso o Tityus Serrulatus o que
pode levar a morte.O objetivo deste trabalho é conhecer os aspectos epidemiológicos dos acidentes na
região de abrangência da diretoria regional de saúde de Uberaba.Foram avaliadas 95 fichas de pacientes
que procuraram por recursos médicos, independendo da idade. Dos resultados achados (63,1%) eram do
sexo masculino, predominando as idades de 0 a 9 anos, 36,8% de 10 a 29 anos, 32,6%). Os municípios que
mais tiveram acidentes foram o de Conceição das Alagoas 28,4% e Uberaba 22,1%. Cerca da metade dos
casos (49,5%) ocorreram nos quatro primeiros meses do ano. Os acidentes ocorreram predominantemente
durante o dia, das 6 às 18h e as regiões anatômicas mais atingidas foram os pés e mãos.
Palavras-chave: Animais Peçonhentos “Escorpiões”; Saúde Pública.
Área de Conhecimento: IV - Ciências da Saúde
Introdução
São
comuns
os
acidentes
humanos
provocados por escorpiões em todas as regiões
tropicais e subtropicais do mundo, sendo relatados
casos de escorpionismo em quase todos os
estados brasileiros[1]. O escorpionismo tem sido
uma constante preocupação dos serviços de
saúde no Brasil, notadamente em Minas Gerais
onde o problema envolvendo estes animais é mais
acentuado, bem como pela gravidade com que se
reveste em alguns casos, principalmente crianças
e idosos, sendo causa de óbitos[4]. No Brasil, três
espécies de escorpiões do gênero Tityus têm sido
responsabilizadas por acidentes humanos: Tityus
serrulatus (escorpião amarelo), T. bahiensis
(escorpião marrom), e T. stigmurus.Os escorpiões
perigosos no Brasil pertencem ao gênero Tityus,
principalmente Tityus serrulatus, o escorpião
amarelo, considerado o mais venenoso, em virtude
da sua peçonha. Picadas de escorpião amarelo
podem ocasionar náuseas, salivação excessiva,
diarréia, dor abdominal, dor de cabeça,
escurecimento da visão, tonturas, tremores,
espasmos musculares, arritmias cardíacas,
alterações da pressão arterial, convulsões, choque
e coma[2]. A picada do escorpião marrom (Tityus
bahiensis) é muito dolorosa, mas dificilmente
mata. O tratamento varia de acordo com a
gravidade das manifestações.
O presente estudo tem por objetivo o
conhecimento de aspectos epidemiológicos dos
acidentes na área de abrangência da diretoria
regional de saúde de Uberaba.
Materiais e Métodos
Para concretizar esta pesquisa foi utilizado 95
fichas de notificação de acidentes escorpiônicos
(“Ficha de Animais Peçonhentos”) encaminhadas
à Diretoria Regional de Saúde de Uberaba, no
período de janeiro de 1995 a dezembro de1997.
Resultados e Discussão
Dos 95 pacientes, 60 (63,1%) eram do sexo
masculino, predominando as idades de 0 a 9 anos
(35 casos; 36,8%) e de 10 a 29 anos (31 casos;
32,6%). Os municípios que mais tiveram acidentes
foram o de Conceição das Alagoas (27; 28,4%) e
Uberaba (21; 22,1%). Cerca da metade dos casos
(49,5%) ocorreu nos quatro primeiros meses do
ano. Os escorpiões mais comumente identificados
foram Tityus serrulatus (42; 91,3%) e T. bahiensis
(3; 6,5%); apenas um pertência a outra espécie,
dentre 46 casos em que havia a informação sobre
a espécie agressora. Os acidentes ocorreram
predominantemente durante o dia, das 6 às 18h
(64 casos; 67,3%) e as regiões anatômicas mais
atingidas foram os pés (45; 47,3%) e mãos (37;
38,9%). Quatorze (14,7%) pacientes estavam
IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
1679
trabalhando no momento do acidente, 17 (17,8%)
estavam em atividades de lazer e 64 (67,3%) em
outras atividades. De 25 acidentes, para os quais
se obteve o dado, 14 (56%) se deram na zona
urbana. Sessenta e seis pacientes (69,4%)
procuraram atendimento médico dentro da
primeira hora após o acidente. Os sintomas mais
freqüentes foram a dor (50; 52,6%) e o edema (31;
32,6%). Eritema local e vômitos ocorreram em 11
(11,7%) casos. Foram administrados soro
antiescorpiônico em 58 (61%) pacientes e nos 59
para os quais havia referência ao número de
ampolas administradas, a média por paciente foi
4,7 unidades.
Conclusão
Os acidentes escorpiônicos na região de
Uberaba e municípios próximos, que são
notificados, ocorrem principalmente em Conceição
das Alagoas e Uberaba, durante o dia, em região
urbana e são causados principalmente por Tityus
serrulatus. Acometem principalmente crianças e
são também mais comuns entre pessoas do sexo
masculino. As picadas são mais comuns nos pés e
nas mãos. A maioria dos pacientes procura
recurso médico dentro de uma hora após a picada
e as manifestações clínicas mais freqüentes são a
dor e o edema. O soro é ministrado à maioria dos
casos, na dose medida de aproximadamente 5
ampolas por paciente.
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V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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