UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – INSTITUTO DE FÍSICA DEPARTAMENTO DE GEOFÍSICA NUCLEAR SEMESTRE: 2003.2 Notas de Aula (18-21) TERMODINÂMICA PROFESSOR: JOSÉ GARCIA VIVAS MIRANDA Aula 18 TEORIA CINÉTICA Para melhor compreendermos os sistemas microscópicos é fundamental conceituar sua composição. Teoria atômica da Matéria Início no século V A.C. com Leucipo e Demócrito cunharam o termo átomo=indivisível. Século I A.C. com a poesia de Lucrécio sobre o movimento das partículas de poeira refletidas por feixes solares. ... “Esta dança é uma indicação de movimentos subjacentes invisíveis da matéria ... grande número de partículas minúsculas, sob o impacto de choques invisíveis, mudam de direção e se agitam...” Império romano destrói a biblioteca de Alexandria. (Início da época negra da ciência). Recentemente ocorreu algo similar com a cultura indígena. 1800 anos depois (séc. 17) ainda prevalecia a idéia dos elementos primordiais: água, fogo, terra e ar. Robert Boyle, em seu livro “O químico céptico” foi o primeiro a dar uma definição mais próxima à atual. 1811 Hipóteses de Avogadro: o Gás simples (1 elemento) pode ser formado por + de um átomo (ex. H2) o Nas mesmas CNTP volumes iguais de todos os gases contém o mesmo número de partículas. (isótopos não estão considerados). A TEORIA CINETICA e a TERMODINÂMICA ESTATISTICA surgiram inicialmente a partir da mecânica clássica. T .C . dinâmica corpuscula r T .E . consideraç ões probalisti cas HIPÓTESES BÁSICAS – TEORIA CINÉTICA Número grande de moléculas; Tamanho das moléculas muito menor do que a distância que as separam; Moléculas não interagem exceto quando colidem; Colisões perfeitamente elásticas; As moléculas estão distribuídas uniformemente; As direções e sentidos das velocidades estão uniformemente distribuídos. 1 TEORIA CINÉTICA DA PRESSÃO Baseados nas hipóteses descritas no item anterior desenvolveremos um modelo para explicar, do ponto de vista microscópico, a medida macroscópica da pressão. Consideremos um modelo bidimensional onde a medida da pressão de estabelece mediante a transferência de momento às paredes do reservatório. As partículas se chocam com às paredes e, de acordo com a hipótese 4, voltam com a mesma velocidade em módulo contudo com sentido oposto como mostra a ilustração abaixo, v 'y vx vy v 'x Desta forma o momento transferido para a parede será dado por: Py mv,y mvy 2mvy (1) Força exercida sobre a parede devido aos choques das partículas pode ser resumida a uma força média atuando sobre a parede: F É equivalente a F Px N x (2) onde Nx é o número de vezes por segundo que uma partícula se choca em x. Considerando uma caixa cúbica de lado L. 2 L vx L L L o intervalo de tempo entre choques será dado por: t 2L vx (3) logo o número de partículas pode ser reescrito de forma que Nx v 1 x , t 2 L (4) sendo assim, Px 2m v x v x m v x2 Fx vx 2L 2L L (5) A força total resultante do choque de todas as partículas sobre a parede na direção x será: Fx m v x21 m v x2i n m v x2n i 1 L L (6) Pela definição de pressão e área P F , A (7) A L2 Podemos contabilizar a pressão do ponto de vista microscópico n m v x2n i 1 L3 Px (8) Contudo massa e velocidade são grandezas microscópicas, podemos reescrever (8) de forma que, Nm L3 m 3 N L (9) n v x2n i 1 N Px Sendo a densidade. O termo no somatório da equação (9) representa a média do quadrado das velocidades na direção x, ou seja 3 v x21 v x22 ... v x2n N v x2 (10) logo Px v x2 (11) más pela hipótese da distribuição homogênea das velocidades, v 2 3v x2 (explicaremos melhor mais adiante). E considerando que a pressão será a mesma sobre todas as paredes concluímos que v2 P 3 (12) Podemos definir uma grandeza, a Velocidade quadrática média vrms v 2 (13) 3P (14) Logo v rms O que representa uma associação inédita entre o macro (representado pela pressão P) e micro (representado pela velocidade quadrática média das partículas) Multiplicando por V ambos os termos da equação temos v2 PV V 3 (15) em que V é a massa total, que pode ser escrita como nM , onde n é o número de moles e M massa molar. Com isso temos v2 v2 nM 3 3 (16) v2 2 1 n Mv 2 3 3 2 (17) PV V Ou PV V 1 2 Contudo o termo Mv 2 podemos definir como a energia interna de translação de um mol das partículas. E assim PV 2n u 3 (18) em que u energia interna molar do gás que só depende de T, P 2n u T 3 V (19) Para levantarmos a dependência de u e T deveremos lançar mão das relações TdS. 4 Sabemos que du PdV T T C 2n u v dT T dV T 3 VT (20) S S dS dv dT V T T V (21) dS Contudo sendo S V , T Comparando temos 2 uT S n 3 VT V T e (22) C S v T T V Mas sabemos que V S S T V T V T (23) V S Cv T V V T (24) e 0 Logo n V 2 uT 0 T 3 T V (25) 0 O que nos leva a 2 uT R 3 T (26) 2 uT RT 3 PV nRT (27) e assim finalmente temos que 5 Aula 19 PRINCIPIO DA EQÜIPARTIÇÃO DA ENERGIA Sabemos que 2 u RT 3 ( 28) Onde u é a energia cinética média das partículas em um mol e R a constante universal dos gases. Utilizando a equação ( 28) e a definição de energia cinética média de um mol temos que: RT 21 2 v 32 ( 29) Sendo a massa molar do gás e <v2> a média da velocidade quadrada das partículas, logo: Nam 21 2 Nam v 32 RT 2 1 m v2 Na 3 2 R Sendo K Na RT ( 30) 1 3 m v 2 KT 2 2 Onde se explicita a associação entre temperatura e energia cinética. Na dedução do resultado obtido em ( 30) tivemos que utilizar a hipótese de isotropia, ou seja: v 2 3 v x2 3 v y2 3 v z2 logo 1 1 1 1 m v x2 m v y2 m v z2 KT 2 2 2 2 ( 31) Ou seja cada termo em ( 31) associado a uma coordenada de translação contribui de forma igualitária a energia. Este fato exprime-se a partir do princípio da eqüipartição da energia: “cada termo quadrático no Hamiltoniano acrescenta 1/2KT a energia total do sistema. Desta forma é possível generalizar a relação da energia ( 28) e ( 30) para: U f KT 2 ( 32) Este é o PRÍNCIPIO DA EQUIPQRTIÇÃO DA ENERGIA. Veremos que é apenas um caso limite. Enunciado: “Se a energia associada a qualquer grau de liberdade for uma função quadrada 6 da variável que especifica o grau de liberdade, o valor médio correspondente a este grau será de 1 KT ”. 2 E partindo das relações da termodinâmica para o calor específico a volume constante obtemos de forma similar: f f u Cv K nR 2 T v 2 ( 33) Exemplo: Gás monoatômico f 3 . 3 u nRT 2 Gás diatômico sem vibração f 3 de translaçã o 2 de rotação . 5 u nRT 2 Exemplo para Gás Diatômico: No exemplo da figura ao lado, ao contabilizarmos os graus de liberdade com representação quadrática no hamiltoniano, obtemos: z Para translação temos: ½ mvx2+½ mvy2+½ mvz2 3 termos quadráticos y Para rotação: ½ I1wy2+½ I1wz2 2 termos x Para vibração: cinético = ½ I1(r’)2 potencial=½ Kr2 2 termos Num total de 7 termos, ou seja, f=7 e conseqüentemente Cv=3,5R. 7 Gás poliatômico sem vibração f 2 de translaçã o 3 de rotação . 6 u nRT 3nRT 2 Gás diatômico com vibração f 3 de translaçã o 2 de rotação 2 de vibração . 7 u nRT 2 9.7) Calor específico Para uma gás ideal C P Cv R . C P para um gás monoatômico C v f 2 f 2 R, 2 f 3 R 1,5 R 2 para gás de He Cv 1,506 , valor experimental. R Para o H2 C v C 7 R 2,5 R , sendo o valor experimental v 2,47 !! 2 R 9.8) CALOR ESPECÍFICO EM SÓLIDOS 8 Não existe translação apenas vibração. Em z Em x Em y para cada grau teremos energia potencial e cinética logo C v 6 R 3R 2 Aula 20 FORÇAS INTERMOLECULARES Nas hipóteses anteriores consideramos que as moléculas eram massas puntiformes, V 0 . Podemos incrementar este modelo considerando o volume das partículas. De fato Hirn (18151890) foi o que primeiro propôs um modelo considerando o volume accessível das partículas. A hipótese levantada considera que o volume real associado à acessibilidade das partículas deve ser o resultado do volume total do recipiente menos o volume de todas as partículas, o que implica em uma simples modificação na equação de estado deduzida anteriormente. PV b RT ( 34) Onde b representa o volume das partículas que compõe o gás. Outra aproximação pode ser realizada ao consideramos a interação entre as partículas. Esta interação deve ser de curto alcance e deve existir um limite mínimo para a distância entre partículas, representado pelo limite do volume das partículas. Van der Waals propôs uma função potencial na forma descrita no diagrama abaixo, 9 F FORÇA DE VAN der WAALS Sobreposição de nuvem eletrônica implica em repulsão r Partículas “duras”. Esta força atrativa entre as moléculas é do tipo r 6 , as moléculas exteriores são atraídas no centro exercendo uma pressão menor que a no centro do gás logo a pressão real no interior do gás, deve ser maior que a medida nas paredes P' P A , como mostra a ilustração abaixo, Desta forma a expressão corrigida para a equação de estado será : P Av b RT Baseado neste potencial a constante A é definida como: A a P 2 v b RT v ( 35) a , v2 ( 36) LIVRE CAMINHO MÉDIO Se colocarmos um frasco de perfume em um dos cantos de uma sala de aula e abrirmos sua tampa o odor agradável do perfume não se propagará de forma instantânea pela sala. Esta relativa 10 demora na propagação dos gases constituiu o maior entrave para a aceitação da teoria cinético como modelo para a dinâmica dos gases. Movimento Browniano, primeira vez observado por Robert Brown em 1827. Roberto Brown em 1827 descobre o movimento Browniano (MB). Einstein em 1905, utilizando os conceitos de MB, finaliza a formalização dos conceitos e elimina as dúvidas a respeito da teoria cinética com sua teoria sobre o MB das partículas de um gás. Definição: é a distância média que uma partícula percorre antes de uma colisão. Na base dos conceitos de viscosidade e difusão o conceito de livre caminho médio pode ser deduzido facilmente a partir de idéias geométricas simples: L l = L / No. de choques. Para a determinação do no. de choques se faz necessário a definição de seção de choque: Seção de choque d 11 Qualquer partícula cujo centro esteja a esta distância se chocará. Assim considerando que as partículas alvo estão paradas, a quantidade de partículas que se chocará uma outra partícula em movimento será dada pelo volume associado à sua seção de choque e ao caminho percorrido pela partícula vezes a densidade de partículas no meio, como ilustra a figura abaixo. Partículas alvo Seção de choque Onde No. de choques pode ser estimado mediante: No. de choques = L d2n. Onde d2 é a seção de choque, e o volume L d2 representa um cilindro em onde toda partícula alvo que esteja nele se chocara com a partícula. Nesta aproximação consideramos que as partículas alvo estão PARADAS. Com isso a equação definida para o livre caminho médio será: l 1 ( 37) d n 2 Aula 21 (cap. 11.2 e 11.3 Sears) Termodinâmica Estatística Os princípios da mecânica quântica conduzem ao resultado de que a energia de uma partícula sob um campo conservativo, como o gravitacional, magnético ou elétrico, não podem assumir qualquer valor continuamente, se diz que a energia é quantizada, ou seja, a partícula só pode existir em alguns dos ESTADOS que têm uma energia bem específica. Podemos utilizar como ilustração do conceito quântico o exemplo clássico da onda estacionária em uma corda, como se ilustra na figura abaixo, 12 L Sabemos que, nem todos os comprimentos de onda são possíveis em uma corda vibrante com as extremidades fixas. De fato os comprimentos de onda possíveis são dados por: i 1 2L . ni ( 38) Onde ni é um número inteiro que representa o número de antinodos da vibração da corda. De acordo com a mecânica quântica, uma onda de Schrödinger estacionária é completamente equivalente a uma partícula presa. E o comprimento de onda da onda estacionária está relacionado com o momento da partícula por: p h ( 39) . Sendo h a famosa constante de Planck. De forma que o momento de dita partícula também estará quantizado, e a expressão que determina como, vem dada por: pi h i ni h . 2L ( 40) E para o caso de uma partícula confinada em uma caixa cúbica de aresta L teremos: p x nx h h , p y ny 2L 2L e p z nz h . 2L ( 41) Onde nx, ny e nz são números inteiros chamados de números quânticos. A energia cinética desta partícula será dada por: E p2 , 2m h2 Ej n 8mL2 ( 42) . 2 j De forma que a energia total do sistema pode ser estimada através de 13 E j (nx2 n y2 nz2 ) h2 8mL2 ( 43) . Assim os números quânticos definirão os estados possíveis de encontrar o sistema. Relembrando do conceito clássico introduzido por Boltzmann, não existiam restrições para a energia do sistema, ele poderia se encontrar em qualquer valor, assim as média deveriam ser efetuadas sobre todo o universo de parâmetros possíveis. No caso quântico não poderemos fazer o mesmo, a contabilização dos estados acessíveis é imprescindível para a operacionalização da estatística (valores médios, desvios, etc.). Por exemplo, a menor energia possível assumida pelo sistema, a que denominaremos E1, será dada para os valores nx=ny=nz = 1, assim E1 3h 2 8mL2 ( 44) . Contudo se tentamos determinar o segundo estado energético veremos que diferentes valores de nx, ny e nz podem levar ao mesmo valor de energia, como ilustramos na tabela abaixo: Estado 1 nx 2 ny 1 nz 1 Energia 2 1 2 1 3h 2 4mL2 3 1 1 2 3h 2 4mL2 3h 2 4mL2 Tabela 1 Ou seja, as três configurações terão o mesmo estado energético. A isso chamamos de estado degenerado, ou seja, o estado referente a energia 3h 2 4mL2 é DEGENERADO e com DEGENERESCÊNCIA 3 (g2=3), pois existem três configurações possíveis que levam a este mesmo valor. Obviamente, não poderemos fazer estatística com apenas uma partícula, assim que consideremos um sistema com N partículas onde em cada estado de energia j teremos uma população de Nj partículas, a energia total deste sistema será dada por: U EjN j . ( 45) j De forma que, se conhecemos como estão distribuídas as partículas sobre seus estados energéticos teremos toda a informação do sistema. ESTE É O PROBLEMA CENTRAL DA MECÂNICA ESTATÍSTICA. Macroestados e Microestados Para que possamos melhor compreender os conceitos associados a como às distribuições de partículas em seus estados energéticos podem definir o estado do sistema, é imprescindível definir melhor o conceito de estado. 14 No esquema abaixo ilustramos o exemplo dado anteriormente (Tabela 1) em um sistema com 11 partículas idênticas. g3=3, N3=3 E3 (2,2,1) (1,2,2) (2,1,2) (2,1,1) (1,2,1) (1,1,2) g2=3, N2=5 E2 g1=1, N1=3 E1 (1,1,1) onde cada caixinha representa um estado energético. Estando as caixas na mesma altura significa que têm a mesma energia, ou seja, constituem estados degenerados. A energia deste sistema, COM ESTA CONFIGURAÇÃO, será dada por: 3h2 3h2 9h 2 E 3 5 3 8mL2 4mL2 8mL2 ( 46) . Contudo vale ressaltar que ao trocar de caixa uma partícula no mesmo nível de energia estaremos modificando a configuração do sistema, apesar de manter a energia constante. Desta forma, vem-se à necessidade de subdividirmos o conceito de estado. Macroestado: É caracterizado pelo número de partículas para cada nível. No exemplo anterior temos: N1=3, N2=5 e N3=3. Microestado: Definido por cada nível e cada degenerescência. No exemplo anterior temos. Nível Nj gj 1 3 (1,1,1) 2 2 (2,1,1) 1 (1,2,1) 2 (1,1,2) 2 (2,2,1) 1 (2,1,2) 3 Note que para uma mesma energia total teremos diversos macroestados possíveis e para cada macroestado pode conter uma infinidade de microestados!!! 15 Postulado fundamental da M.E.: “Todo microestado possível de um sistema isolado em equilíbrio é igualmente provável” O que significa que se fazemos N réplicas de um conjunto de sistemas (ensamble), e contamos ao freqüência com que cada microestado ocorre, obteremos que todo o microestado terá a mesma freqüência! O número de microestados igualmente prováveis, que corresponde a um macroestado k é chamado de PROBABILIDADE TERMODINÂMICA (Wk). Ou seja, quanto mais microestados tenha um macroestado maior será sua probabilidade termodinâmica. Funciona, exatamente como o exemplo do dado, quanto mais possibilidades existam de que um evento ocorra maior será a sua probabilidade ocorrência. A Probabilidade termodinâmica de todo o ensamble será a soma de todas as probabilidades termodinâmicas de cada macroestado. ( E ,V ) 1 WK N k ( 47) . Assim que para uma mesma energia teremos diversos macroestados e respectivamente diversos microestados. O valor de energia mais provável será aquele que MAXIMIZE a quantidade de configurações possíveis, ou seja, que maximize a probabilidade termodinâmica. De fato a probabilidade termodinâmica do ensamble dependerá das propriedades do sistema e dos vínculos internos que o configuram (E,V,N,{Xi}). Logo, podemos concluir que a probabilidade de encontrarmos um sistema no estado definido por (E,V,N,{Xi}) será: P( E,V , N ,{ X i }) ( E,V , N ,{ X i }) . ( 48) Interpretação estatística da entropia A partir da lei de conservação da energia sabemos que: Ts u Pv . ( 49) Ou seja, a entropia específica é função apenas da energia u e do volume específico v. Ao multiplicarmos a entropia por N, temos que S=f(U,V,N). Contudo sabemos a partir da teoria desenvolvida no item anterior sobre a probabilidade termodinâmica que =f(U,V,N). De forma que podemos escrever uma função J que estabeleça a ligação entre S e . S J () . ( 50) Sabemos que S é aditiva e é probabilística, logo: S S1 S 2 1 2 ( 51) . Desta forma a função J será dada por: J (1 ) J (2 ) J (12 ) . ( 52) Derivando ( 52) em relação a 1 temos: 16 dJ (1 ) dJ (1 2 ) dJ (1 2 ) d (1 2 ) d1 d1 d (1 2 ) d1 . ( 53) O que nos leva a: dJ (1 ) 2 J (1 2 ) . d1 ( 54) Fazendo o mesmo para 2 obtemos: dJ ( 2 ) 1 J (1 2 ) . d 2 ( 55) Comparando as equações ( 54) e ( 55), dJ ( 2 ) 1 dJ ( 1 ) 1 d 2 1 d 1 2 dJ ( 2 ) dJ ( 1 ) 2 1 d 2 d 1 ( 56) . Sendo 1 e 2 independentes esta equação só poderá ser satisfeita para dJ () KB . d ( 57) O que nos leva finalmente a expressão para a função J. S K B ln( ) . ( 58) Que é a conhecida definição da entropia de Boltzmann. Aplicação do formalismo estatístico à mudança de vínculos Vimos que a função potencial termodinâmico é uma função da energia interna, volume e número de partículas. Más como deve estar afetada ao se modificarem os vínculos do sistema? A resposta a esta pergunta pode ser facilmente obtida ao seguirmos a idéia de que o sistema, uma vez modificado o vínculo tenderá para um estado cuja probabilidade seja máxima. Abaixo veremos o exemplo para um sistema composto isolado em cujos subsistemas estão separados por uma parede diatérmica. Interação térmica entre 2 sistemas macroscópicos: Consideremos o sistema ilustrado abaixo 17 1 E1,N1,V1. 2 E2,N2,V2. De forma que podemos definir uma função (E,V,N) subsistema independente temos que para cada subsistema. Sendo cada 12 . ( 59) A energia de cada subsistema pode variar livremente contudo estará sujeita ao vínculo E1 E2 Eo . ( 60) As demais variáveis permanecerão constantes. Aplicando o vínculo ( 60) na equação ( 59) temos que a Prob. Termod. (PT) será função apenas de uma das energias. ( E1 , Eo ) 1 ( E1 ) 2 ( Eo E1 ) . ( 61) Como estamos interessados em maximizar a probabilidade, devemos antes defini-la melhor. Sabemos que esta é proporcional a P.T. P( E1 ) C( E1 , Eo ) . ( 62) Como a probabilidade é normalizada a constante de proporcionalidade C será dada por: 1 Eo 1 ( E1 ) 2 ( Eo E1 ) . C E1 0 ( 63) A maximização de uma função também será máxima para o logaritmo desta função. f ( E1 ) ln P( E1 ) ln C ln 1 ln 2 . ( 64) De forma que a máxima probabilidade será dada por: d ln P( E1 ) d ln 1 d ln 2 0. dE1 dE1 dE1 ( 65) Contudo uma variação em E1 será seguida de uma variação contrária de E2, e assim: d ln P( E1 ) d ln 1 d ln 2 0. dE1 dE1 dE2 ( 66) Pela definição da entropia temos 18 ln S KB ( 67) . Que substituindo em ( 66) temos 1 dS1 1 dS 2 K B dE1 K B dE 2 ( 68) . O que implica em T1 T2 . ( 69) 19