diagnóstico psicopedagógico e intervenção na clínica

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DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA C/H: 30
PROFA. LAUDECIA ARAGÃO COSTA
PERGUNTA CENTRAL DO
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

PAIS
COMO
resolver/eliminar/tratar
o
problema
de
aprendizagem do meu filho?

PSICOPEDAGOGO
POR
QUE
aprendizagem?
o
sujeito
sofre
desse
problema
de
CONCEITUANDO DIAGNÓSTICO E
INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO – um conjunto de dados, formado a partir
de sinais e sintomas, do histórico clínico e dos exames
complementares, é analisado pelo profissional de saúde e
sintetizado em uma ou mais doenças. A partir dessa
síntese, é feito o planejamento para a eventual intervenção
e/ou
previsão
da
evolução,
baseados
no
quadro
apresentando.

INTERVENÇÃO – ato ou efeito de intervir e indica uma
intercessão ou mediação em alguma situação adversa. No
âmbito da medicina, uma intervenção é um procedimento
feito com o objetivo de tratar o paciente.
DIAGNÓSTICO
INTERVENÇÃO
PSICOPEDAGÓGICO
PSICOPEDAGÓGICA
(OBSERVAÇÃO)
(AÇÃO)
CONSIDERAÇÕES INICIAIS QUANTO
AOS TERMOS

Psicopedagogia:
a área do conhecimento que estuda como as pessoas
constroem o conhecimento.
A PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
tem como
objetivo central reconhecer e atender as alterações de aprendizagem
sistemática e/ou assistemática, de natureza patológica.

Psicopedagogo: é o profissional que procurará compreender as mensagens,
muitas vezes implícitas, sobre os motivos que levam as pessoas a obterem
resultados insuficientes ao esforço aplicado em sua busca pela aprendizagem,
seja ela sistemática ou não.

Diagnóstico psicopedagógico: forte conotação médico-psicológica
que
centra-se na identificação de doenças e no seu tratamento visando à cura.
Muitos
autores
têm
preferido
adotar
a
expressão
Avaliação
psicopedagógica, pois há um deslocamento do enfoque médico para o enfoque
educacional.
Quando falamos de diagnóstico, referimo-nos a uma
atividade limitada à busca de patologias nos indivíduos
como causa explicativa de seus desajustes ou dificuldades e,
portanto, relacionada com um modelo médico-explicativo
de conduta. Se falamos de avaliação, referimo-nos a um tipo
de informação muito mais amplo sobre a pessoa, que não
fica centrado exclusivamente no indivíduo, mas também
no seu ambiente e na interação entre ambos, e que não
utiliza como procedimento principal e quase único os testes
psicológicos ou a avaliação clínica [médica]. (SOLÉ, 2001, p.
188, grifo nosso).
SOLÉ, Isabel. Orientação educacional e intervenção
psicopedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO CLÍNICO

Todo
diagnóstico
Psicopedagógico
é
uma
investigação, é uma pesquisa do que não vai bem
no sujeito;

Todo diagnóstico é esclarecimento de uma queixa,
do próprio sujeito, da família, da escola;

Nesta investigação não se pretende rotular o
sujeito, mas sim se obter uma compreensão
global da sua forma de aprender e dos desvios
neste processo;
AS ÁREAS DE AVALIAÇÃO DO
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

ÁREA EMOCIONAL:
Avalia a condição afetiva do aprendiz frente a situações
de aprendizagem nos âmbitos: escolar, familiar e
pessoal.

Objetivos:

Investigar os conteúdos afetivos constitutivos do
vínculo com a aprendizagem;

Subsidiar a análise do papel que o aprendente ocupa
no contexto social, as suas relações na família, na
escola, bem como os seus conflitos, desejos, sonhos,
rejeições, tristezas, alegrias, dúvidas, medos, dentre
outros significados, inclusive na área cognitiva.

ÁREA MOTORA:
Analisa o perfil neuro-sensório motor do aprendiz;

Objetivos:

Avaliar
o
estágio
de
desenvolvimento
sistemas: nervoso, sensório e motor.
dos

ÁREA PEDAGÓGICA:
Avalia o processo da gênese da escrita, da leitura e do cálculo.

Objetivos:

Observar
o
desenvolvimento
da
aprendizagem
do
aprendente, nos aspectos: Escrita – Posição do papel,
postura para escrever e segurar os instrumentos, erros
ortográficos,
velocidade
da
escrita,
etapas
de
desenvolvimento do grafismo, qualidade da escrita, etc.;
Leitura – Velocidade, ritmo, postura e dificuldades; Cálculo
– Relações de tamanho, conceito de permanência de
quantidade, compreensão das quantidades e dos signos
visuais (números).

ÁREA COGNITIVA:
Avalia o estágio de desenvolvimento cognitivo
relacional do aprendente.

Objetivo:

Analisar o desenvolvimento do raciocínio lógico,
o estágio das operações do pensamento, atenção e
concentração.
AS DUAS DIMENSÕES DO DIAGNÓSTICO
DIMENSÃO
TÉCNICA
DIMENSÃO
CLÍNICA
A escuta da
queixa
Enigma: por
quê?
Relação
psicopedagogo
e paciente
Manejo
científico
Investigação
Pesquisa
Coleta de dados
Manejo
científico
Compreensão
global do sujeito
que aprende
Manejo
clínico
Transferência
Manejo
clínico
Autonomia do
sujeito
DIMENSÃO TÉCNICA – ASPECTOS
GERAIS

Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação,
uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação ao
processo de aprendizagem.

Trata-se, portanto, de esclarecer uma queixa.

A queixa pode ser formulada: pelo próprio sujeito, pela
família, pela escola, por outros profissionais que atendem o
sujeito.

Podem existir semelhanças e diferenças na formulação da
queixa. Isto deve ser levado em conta pelo psicopedagogo que
deve delimitá-la com clareza.
QUEIXA
APRENDIZAGEM

Não aprender.

Aprender com dificuldade.

Aprender com lentidão.



Não revelar o que
aprendeu.
Fugir de situações de
aprendizagem.
Entre outras.
COMPORTAMENTO
Agitação.
 Agressividade.
 Impulsividade.
 Desinteresse.
 Apatia.
 Timidez.
 Fobia social.
 Entre outros.

ATIVIDADE

Das 12 queixas apresentadas, escolher 3 delas e
formular uma primeira hipótese diagnóstica para
cada uma.

Responder: para vocês, existe diferença entre ouvir a
queixa e escutar a queixa? Se sim, qual a diferença?
QUEIXAS: A ELABORAÇÃO DAS
PRIMEIRAS HIPÓTESES

A partir da formulação da queixa, o psicopedagogo deve elaborar as primeiras
hipóteses investigativas.

Vejamos quais hipóteses poderiam ser elaboradas a partir das queixas seguintes:
socialização da atividade.
1.
Parece que ele não guarda nada.
2.
Não tiro nota boa porque relaxo. Não presto atenção. Só consigo quando alguém
ajuda.
3.
Ele não faz nada na sala, não fixa em nada, não presta atenção na aula.
4.
Não sou inteligente a ponto de olhar o professor explicando e entender na hora.
QUEIXAS: A ELABORAÇÃO DAS
PRIMEIRAS HIPÓTESES
5.
Lê bem, mas não consegue escrever. É ótimo na matemática, mas sempre foi mal em português.
6.
Erro na escrita porque faço muito rápido, não sei fazer devagar. Não gosto de ler livro. O que eu
gosto mais é da aula de música. Não gosto de dividir, não sei conta de dividir.
7.
Vai sempre mal na escola, mas eu também era assim e hoje estou muito bem. Estou aqui porque a
escola mandou.
8.
Estudo, na hora da prova dá nervoso e eu esqueço. Estou me esforçando. Nas matérias não vou
nada bem. Não sei conseguir resultado melhor. Não gostei da professora, gritava muito.
9.
Ele é cabeça-dura que nem eu! Lá em casa, ninguém sabe nada. Acho que não adianta...
QUEIXAS: A ELABORAÇÃO DAS
PRIMEIRAS HIPÓTESES
10.
Não estudo, não tenho paciência para estudar. Só agora, na 5ª série, é que as
matérias são mais difíceis. Na prova final, vou estudar feito um condenado!
11.
Acho que está tudo bem! Não sei por que a professora disse para eu trazer ele aqui.
12.
Eu não queria aprender a ler e a escrever. Tenho medo de tirar nota baixa, repetir
ano e perder os amigos. Tive dificuldade no colégio A, não era bom o ensino; aí,
minha mãe me tirou e pôs em outra escola; aí, o segundo colégio não era bom e
minha mãe botou em outro; aí, ela não gostou e eu voltei para o primeiro.
AS ETAPAS DO DIAGNÓSTICO
PSICOPEDAGÓGICO
ENTREVISTA FAMILIAR EXPLORATÓRIO
SITUACIONAL (E.F.E.S)
ENTREVISTA
DE ANAMNESE
SESSÕES
LÚDICAS
PROVAS
E TESTES
ENTREVISTAS DE DEVOLUÇÃO E
ENCAMINHAMENTO
SÍNTESE
DIAGNÓSTICA
UM LEMBRETE IMPORTANTE
O questionário feito na fase anamnese deve ser
registrado por escrito.
ATIVIDADE

Leia o texto AS ETAPAS DO DIAGNÓSTICO
PSICOPEDAGÓGICO
caracterizá-las.
para
identificá-las
e
DIMENSÃO CLÍNICA – ASPECTOS GERAIS

No manejo da relação clínica entre psicopedagogo e
sujeito deve-se levar em consideração:

A especificidade da clínica da criança, do adolescente e do
adulto.

A escuta psicopedagógica.

A dimensão do sintoma.

A transferência e a contratransferência.

O desejo de aprender.
CONHECENDO ALGUNS TESTES
UTILIZADOS NOS DIAGNÓSTICO
PSICOPEDAGÓGICO
PROVA DE ANÁLISE E SÍNTESE
(FIGURAS INCOMPLETAS)
AUTORES: ROSSOLINO E ANDRÉ REY
Consigna: “Se este desenho tivesse completo, o que
seria?”
Idade de aplicação: a partir de 6 anos
Quando usar: Dificuldades de leitura e cálculo.
Material: 20 cartões da Prova.
O que se observa: capacidade de análise e síntese;
vocabulário; percepção e discriminação visual; atenção e
concentração.
PROVA DE RECORTE PARA CRIANÇAS PEQUENAS
AUTORA: MIRA STAMBACK (ADAPTAÇÃO DOS CÍRCULOS DE
OZERETSKY)
Consigna: “Você vai recortar esse
caminho sem tocar as bordas, nem
sair do caminho, assim... veja” (O
Pp corta até o traço perpendicular).
“Agora
continue
e
pare
(Indicando o outro traço).
aqui”.
IDADE DE APLICAÇÃO: DE 5 A 6 ANOS
QUANDO USAR: DIFICULDADES DE ESCRITA, COORDENAÇÃO VISOMOTORA E
COORDENAÇÃO MOTORA FINA.
MATERIAL: 3 FOLHAS DA PROVA, TESOURA E CRONÔMETRO.
O QUE SE OBSERVA: MÃO USADA PARA RECORTAR, QUALIDADE DO RECORTE, TEMPO
DE CADA RECORTE, DESVIOS DA LINHA.
EXPLORAÇÃO DA AGNOSIA VISUAL
DESENHOS DE DIFICULDADE CRESCENTE
AUTORES: BARBIZET & DUIZABO
Consigna: “Copie estes
desenhos seguindo a
ordem do modelo.”
Idade de aplicação: A partir de 6 anos
Objetivos: noção espacial, motricidade fina, orientação temporal, noção
de direita-esquerda, memória visual.
Quando usar: Dificuldades de escrita, organização espacial a nível
gráfico, dificuldade de memória visual, coordenação visomotora e
coordenação motora fina.
Material: 1 prancha com os desenhos, 1 folha de papel ofício, lápis
preto, borracha.
O que se observa: preensão do instrumento, qualidade do desenho,
distribuição dos elementos na página.
Consigna: “Você está vendo
esses desenhos? Os da direita
são iguais aos da esquerda,
mas estão em outra posição e
faltando algo. Você vai
completá-los de modo que
fiquem iguais.
IDADE DE APLICAÇÃO: A PARTIR DE 12 ANOS.
QUANDO USAR: PARA AVALIAR A CAPACIDADE DE
ABSTRAÇÃO DO APRENDIZ.
MATERIAL: 1 FOLHA DE PROVA, LÁPIS PRETO, BORRACHA.
O QUE SE OBSERVA: QUALIDADE DA COMPLEMENTAÇÃO
DO DESENHO, ÂNGULOS, SEMELHANÇA COM O MODELO,
PRESSÃO E PREENSÃO.
AVALIAÇÃO
RESULTADOS: OBSERVAR O QUE
APRESENTA DE ACERTOS E DE ERROS.
DOS
PROVAS PIAGETIANAS






Conservação de números
Conservação de matéria
Conservação da área
Conservação de líquidos
Seriação de palitos
Inclusão de classe
1. CONSERVAÇÃO DE NÚMEROS
Material: 11 círculos vermelhos e 11 círculos azuis (podem ser tampinhas de garrafa, EVA,
papelão...)
A criança recebera um saquinho com 22 fichas, explicamos a ela que as fichas estavam
divididas em dois grupos, um grupo de fichas azuis e outro de ficha vermelha. não deixar
explicita, em momento algum, a quantidade de fichas. A criança deve, no decorrer da
aplicação da prova, contar a quantidade, se considerar necessário.
Montar uma fileira horizontalmente com as fichas azuis e pedir a elas que montem uma
fileira igual a nossa. Perguntar se há mais azuis ou mais vermelhas.
Confronto: A transformação será feita na frente da criança, ampliando o espaço entre as
fichas azuis, perguntar novamente se há mais fichas azuis ou mais fichas vermelhas.
2. CONSERVAÇÃO DE MATÉRIA
Materiais: Massa de modelar de duas cores (Compre uma caixa de modelar, pois para essa
prova, usou uma vez, não pode usar novamente, pela questão do visual)
A criança deve perceber que a mudança de formato do objeto não interfere na quantidade de
matéria do qual ele é composto.
Apresentar uma caixa de massinha de modelar com seis unidades. Retirar da caixa e mostrar
às crianças que todas eram do mesmo tamanho. Pegar uma massinha amarela e outra
vermelha (ou outra cor) e fazer duas bolinhas iguais. Em seguida, perguntar à criança em qual
das duas bolinhas elas acham que há mais massinha.
Confronto: Realizar a transformação, na frente das crianças: pegar a bolinha amarela e fazer
no formato de bolinha. Perguntamos se há mais massinha na bolinha vermelha ou na cobrinha
amarela.
Verificar se as crianças compreendem a prova de conservação da matéria, e as transformações
ocorridas perante seus olhares, como acompanharão o processo de transformação.
3. CONSERVAÇÃO DE ÁREA
Materiais: 2 pranchas verdes retangulares de 20x25cm (pode ser EVA, papelão,
papel cartão...), 8 quadrados vermelhos de 4x4 e 2 vaquinhas (EVA, cartolina,
biscuit, de plástico...).
Colocar diante das crianças duas placas para representar pastos. Dar a elas duas
vaquinhas do mesmo material. Explicar que elas devem colocar as vaquinhas nos
pastos. Pegar dois quadrados exatamente do mesmo tamanho para representar a
moita de capim que a vaquinha iria comer. Distribuir uma moita de capim em
cada pasto. Perguntar em qual dos dois pastos há mais capim.
Confronto: Pegar mais dois quadrados do mesmo tamanho e distribuir da seguinte
forma: no pasto da esquerda colocar as moitas lado a lado no sentido vertical e no
pasto da direita as duas separadas horizontalmente. Perguntar em qual há mais
capim.
4. CONSERVAÇÃO DE LÍQUIDOS
Materiais: Copo de vidro (um copo transparente)
Pegar dois copos cilíndricos do mesmo tamanho, pedir a criança que nos ajude a
medir a quantidade de água, de forma que fique igual nos dois copos.
Depois de colar a água na mesma altura nos dois copos, perguntar em qual deles
há mais água.
Confronto: Pegar um copo alto e fino, transportar agua de um dos copos iniciais
para esse, em seguida interrogar em qual dos copos há mais água.
As crianças que responderem o copo alto e fino ainda não conseguiram estabelecer
a equivalência entre os líquidos dos recipientes, o raciocino foi baseado em
aspectos visuais.
5. SERIAÇÃO DE PALITOS
Materiais: conjunto de 10 palitos com tamanhos
diferentes (palito de sorvete)
A
seriação
consiste
na
capacidade
de
organizar
mentalmente um conjunto de elementos em ordem
crescente ou decrescente de tamanho, peso ou volume."
(Wadsworthm 1996).
A criança recebera palitos de diferentes tamanhos,
deverão arruma-los de menor para o maior como uma
escadinha, todos juntos.
6. INCLUSÃO DE CLASSE
Materiais: 10 margaridas (EVA, desenho, papelão, papel
cartão), 3 rosas, 10 coelhos.
O material apresentado a criança consiste em um saquinho
contendo varias flores e coelhos. Explicar que as flores
estavam divididos em dois grupos: um de flores chamadas
margaridas e outro de flores chamadas rosa. Colocamos cinco
margaridas lado a lado e, na fileira abaixo, três rosas lado a
lado. Indagamos: Há mais rosas ou margaridas?
A questão seguinte será apresentada desta forma: Se
nos tirarmos uma rosa, ficaremos com menos flores,
menos rosas ou menos margaridas?
Pegar os 10 coelhos que estavam dentro do saquinho
com as flores e colocar numa mesma fileira lado a lado,
logo abaixo das rosas. Formular uma nova questão: Há
mais flores, mais rosas, mais margaridas ou mais
animais?
Observar todo o comportamento da criança durante a
sessão, registrando inclusive as falas.
MAS AFINAL, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM QUE NECESSITAM
DE UM DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO?
A RESPOSTA PARA ESSA PERGUNTA É A
SEGUINTE:

Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem
hiperatividade – TDA/H;

Discalculia;

Dislalia;

Disortografia.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO
OS SINTOMAS
As pessoas podem apresentar:
No
Comportamento:
agressividade,
excitabilidade,
hiperatividade, impulsividade, inquietação, irritabilidade ou
falta de moderação.
Na cognição: dificuldade de concentração, esquecimento ou
falta de atenção.
No Humor: ansiedade, excitação ou raiva.
Também comum: depressão ou dificuldade de aprendizagem.
O DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de TDA/H é complexo e deve ser feito com
muita cautela, pois é preciso levar em conta não só os
sintomas presentes, mas uma análise extensa e histórica
do caso. Essa preocupação deve-se ao fato de outros
problemas
apresentarem
sintomas
parecidos.
É
necessário uma análise histórica desde a infância do
indivíduo e a coleta de informações na família, com os
pais e professores. Quando ela começa a apresentar
dificuldades
na
algumas diferenças:
aprendizagem
podemos
verificar
 O imperativo/impulsivo – conversa o
tempo todo, não para quieto, derruba os
materiais
ou
outros
objetos,
não
consegue se concentrar em nenhuma
tarefa
 O desatento – parece estar prestando
atenção,
mas
não
se
concentra.
Aparentemente é calmo, mas parece
estar longe quando é chamado.
O
–
imperativo/impulsivo/desatento
combinação
das
citadas anteriormente.
duas
situações
O TRATAMENTO
Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de
medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que
são ensinadas ao portador. A medicação, na maioria dos casos, faz parte do
tratamento.
A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia
Cognitivo Comportamental que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos.
Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de
psicoterapia auxiliem nos sintomas de TDAH.
O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado em casos específicos onde
existem, simultaneamente, Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da
Expressão Escrita (Disortografia). O TDAH não é um problema de aprendizado,
como a Dislexia e a Disortografia, mas as dificuldades em manter a atenção, a
desorganização e a inquietude atrapalham bastante o rendimento dos estudos.
EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA
TRABALHAR COM ALUNO QUE TEM TDA/H
Confeccione tirinhas de cartolina ou outro papel com as vogais, em outra folha copie as palavras que você
pretende trabalhar com a criança. No local das vogais use a tirinha para que a criança encontre a letra
adequada para formar a palavra. Nessa atividade pode se trabalhar letras maiúsculas e minúsculas.
AUTORA: SOCORRO BERNARDES
DISCALCULIA
O QUE É: distúrbio de aprendizagem causado
por má formação neurológica, provocando
dificuldade em aprender tudo o que está
relacionado
a
números
como:
operações
matemáticas;
SINTOMAS:
Incapacidade
de
identificar
sinais
matemáticos, montar operações, classificar
números,
seguir
entender
sequências,
matemáticos,
dentre outros.
princípios
de
compreender
medida,
conceitos
relacionar o valor de moedas,
O DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da discalculia é feito através de avaliação clínica.
Ladislav Kosc
descreveu seis tipos de discalculia que são:

Discalculia léxica: dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.

Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas,
números, termos e símbolos.

Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos.

Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e
cálculos numéricos.

Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação
e comparação de objetos reais ou em imagens.

Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no
entendimento de conceitos matemáticos.
O TRATAMENTO
O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da
discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança
estuda.
Geralmente
os
professores
desenvolvem
atividades
específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma.
EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR
COM ALUNOS QUE TEM DISCALCULIA
SUDOKU - O objetivo é preencher um quadrado 9x9 com números de 1 a 9, sem repetir
números em cada linha e cada coluna. Também não se pode repetir números em cada
quadrado de 3x3. Esta atividade desenvolve a estruturação espácio-temporal; promove
o raciocínio lógico; e desenvolve a atenção, concentração e percepção visual.
DISLALIA
O QUE É: um distúrbio de fala, caracterizado
pela dificuldade em articular as palavras e pela
má pronunciação, seja omitindo, acrescentando,
trocando ou distorcendo os fonemas. As trocas
mais comuns são: P por B; F por V; T por D; R
por L; F por S; J por Z; X por S
OS SINTOMAS: Troca de palavras por outras
similares
na
pronúncia;
fala
errônea
das
palavras; omissão, substituição ou deformação
dos fonemas.
O DIAGNÓSTICO
Crianças que chupam chupeta e mamam mamadeira por um tempo prolongado, bem como as que
chupam o dedo ou mesmo mamam pouco tempo no seio, podem apresentar um quadro de dislalia.
A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos:

Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida gradativamente durante o
seu desenvolvimento.

Dislalia funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a fala, não pronunciar o
som, acrescenta letras na palavra ou distorce o som.

Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e que não conseguem
imitar os sons.

Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitando à correta pronuncia, ou
quando há alguma alteração na boca.
Até os quatro anos de idade, os erros de linguagem são considerados normais. Todavia, após essa
fase, a criança pode vir a ter problemas caso continue falando errado, podendo afetar até a escrita. O
caso clássico desse distúrbio é o Cebolinha, personagem da Turma da Mônica.
O TRATAMENTO
Cada caso exige um procedimento particular para o tratamento da
dislalia, mas o trabalho do fonoaudiólogo sobre a falha e dificuldade é
indiscutível.
A criança será trabalhada e estimulada para
desenvolver algumas competências como a sensação e a capacidade
de sentir os sons; percepção, ou seja, a aptidão para reconhecer o
som; e a elaboração, que é a capacidade de reflexão sobre os sons
percebidos.
A
partir
daí,
falamos
da
autoconfiança,
bom
relacionamento, crescimento pessoal… Acredite! A dislalia tem
tratamento, e, para isso, uma equipe interdisciplinar de profissionais
baseada em psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo entre outros,
tem muita importância para o resultado positivo.
EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR
COM ALUNOS QUE TEM DISLALIA
ÁLBUM DE FIGURINHAS – Serve para a avaliação
oral. O aluno deverá dizer o nome das figuras que lhes
são mostradas.
PATO
RATO
PRATO
DISORTOGRAFIA
O QUE É: é a dificuldade de aprender e
desenvolver
linguagem
as
habilidades
escrita.
Segundo
da
a
fonoaudióloga Fernanda Marques, “é a
alteração na planificação da linguagem
escrita,
causando
transtorno
na
aprendizagem da ortografia, gramática
e redação”.
OS SINTOMAS: Traçado incorreto da
letra; lentidão;
alteração no espaço,
sujeira e falta de clareza na escrita;
inteligibilidade.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Após uma avaliação fonoaudióloga, a criança terá um plano
de tratamento para que o distúrbio não seja um vilão na
aprendizagem. É importante estimular a criança com
exercícios para os ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos,
podendo fazer uso de bolas, petecas, brinquedos… Esses
exercícios também poderão ser feitos através de técnicas de
percepção
corporal
como
relaxamento,
prancha
equilíbrio, materiais como argila, tinta, massinha, jogo.
de
EXEMPLO DE ATIVIDADE PARA TRABALHAR COM
ALUNOS QUE TEM DISORTOGRAFIA
O uso de pautas quadriculadas pode corrigir os transtornos de dimensão das
letras. Deve-se dar à criança algumas orientações: as letras ascendentes ou
descendentes ocupam três quadrados, as letras baixas apenas uma.
UM LEMBRETE IMPORTANTE
A dislexia é um distúrbio genético e neurobiológico
que
causa
uma
desordem
na
chegada
de
informações para o cérebro. Afeta a área da
leitura,
escrita
e
soletração,
podendo
ser
acompanhada ou não por outras dificuldades como
a discalculia e a disortografia.
ATIVIDADE EM GRUPO

Faça uma caixa criativa, de papelão, madeira, ou
forrada de tecido, chegou a hora de confeccionar o
seu kit de Provas Piagetianas.

Elabore atividades que possam ser utilizadas na
avaliação psicopedagógica dos transtornos de
aprendizagem apresentados anteriormente.
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