NIETZSCHE EDUCAÇÃO PARA A ÉTICA

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NIETZSCHE: EDUCAÇÃO PARA A ÉTICA
LUIS FERNANDO DE OLIVEIRA
RODRIGO DE CARLIS
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ
ORIENTADOR: PROF ME. CÍCERO BARBOSA DO NASCIMENTO
No mundo Pós-Moderno em que estamos situados, a questão ética se perde em
meio a tantos entraves causados pela falta de limites, pela ausência de regras, pelo
individualismo, hedonismo, consumismo e muitos outros sintomas da sociedade
hodierna. A educação não está fora deste mundo, consequentemente, todos esses
problemas dizem respeito a ela também, pois o que acontece na escola é reflexo do
que acontece na sociedade.
Todos os problemas morais colocados em xeque pela cultura pós-moderna, já
foram, algum tempo atrás, pensados por alguns filósofos, em especial, Nietzsche. Ele,
sempre crítico da sociedade de seu tempo, buscava a superação de todos os
preconceitos morais. Dessa forma, ele propunha o niilismo, ou seja, a ausência de
todos os valores, para que outros, mais completos e perfeitos surgissem, assim,
passaria a existir uma além-humanidade, que levaria o mundo a plenitude junto
consigo.
Nietzsche não tem muitos escritos diretos e específicos sobre a educação em si,
mas, toda essa critica a cultura e a moral, nos leva a pensar sobre o que é possível
mudar, assim, nos induzindo a uma atitude questionadora, por conseguinte,
transformadora. Isso é a educação, não uma educação que castra e domestica a
pessoa, mas que abre sua mente e amplia os horizontes do conhecimento, que
possibilite ao ser humano apontar o que está errado e propor mudanças.
A questão ética e moral sempre chama a atenção, pois, mais que simples
conceitos particulares, de grupos ou culturas, ética e moral são as discussões sobre a
vida e sua plenitude, em suma, as questões do certo e errado, bem e mal e outros
paradoxos morais sempre nos causam interesse, ainda mais e principalmente entre os
educadores, a ética deve, ou pelo menos deveria, mais do que em qualquer outro
profissional, fazer parte, intrinsecamente, de seu ser e sua vida.
Nietzsche em sua época foi criticado e incompreendido, apenas após sua morte
teve o reconhecimento que mereceu, isso ocorreu justamente por suas ideias, muito
críticas e perturbadoras para aquele momento histórico. Com base nestes
pressupostos pensamos que devam ser assim os educadores do nosso tempo, formar
seres humanos, não máquinas humanas, capazes de pensar, mas, não pensar em si
apenas, e sim conscientes que vivem em um meio que está corrompido e ter a
coragem de lutar contra esse sistema que oprime e sufoca o que não é igual ou deixa à
marginalidade o que não é massificado.
Nosso trabalho se desenvolve em três momentos. O primeiro momento nos
mostra a pessoa de Nietzsche, sua filosofia e vai delineando um caminho específico
para a educação escolar e as críticas surgidas frente a todo esse processo, às suas
condições, estruturas e métodos, [...] “quem quer ser um criador no bem o no mal deve,
antes, ser um destruidor e romper valores. [...] Eu sou o primeiro imoralista; por isso,
sou também o destruidor por excelência”. (NIETZSCHE, 2003, p. 118).
O segundo momento se encontra em um âmbito mais histórico e sociológico
percorrendo o caminho da educação ligada ao trabalho e a função importantíssima que
esta teve na preparação de mão de obra qualificada que lidasse de forma “tranquila”
com os avanços tecnológicos, o importante é produzir, nesse processo, se esqueceu
de formar para o pensamento e a crítica, formaram apenas para o fazer, o que facilita a
manipulação por pequenos grupos dominantes, a alienação e a manutenção do poder
nas mãos de poucos.
No terceiro momento, analisamos as consequências desse tipo de educação
focada apenas na técnica tendo como base a crítica de Nietzsche. A educação como
instrumento de massificação, exploração e manutenção das desigualdades; isso por
parte de grupos econômicos e também pelo próprio Estado, assim temos a subversão
e a ausência de tudo o que é ético, para a construção de pseudo éticas.
Nesse prisma, nosso trabalho se dá em três momentos, o primeiro com enfoque
mais filosófico, o segundo mais sócio-histórico e no terceiro procuramos fazer uma
miscelânea do pensamento encontrado nos dois primeiros e por fim buscamos fazer
alguns apontamentos acerca de tudo isso, sem dar o nome de conclusão, pois, não
fechamos a discussão iniciada, pelo contrário, mais dúvidas surgiram, enfim,
encaramos com tranquilidade essas novas dúvidas ao passo que é verdadeira aquela
máxima filosófica que diz ser possível existir boas respostas ao passo que existam
boas indagações.
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