Escola de Educação Básica São Domingos SOR – Serviço de Orientação Religiosa BUDISMO Fundação: século VI a.C. Fundador: Sidhartha Gautama (Gôtama), chamado 0 Buda (o iluminado). Lugar: Nepal, ao norte da índia. Livro Sagrado: Tripitake ou Trípitaka (os três cestos da sabedoria). Adeptos: 180.000.000. No Brasil: 300.000. Distribuição: China, Japão, Ceilão, Tailândia, Birmânia, Vietnam, Coréia, Mongólia, Cambodja, Nepal, Laos e índia. Seitas: O Budismo se divide em Mahayana (GrandeVeículo) e Hínayana (Pequeno-Veículo). O Hinayana quer manter as teses primitivas. Segue a linha ortodoxa. Mais individualista. O que interessa é eu e minha salvação. O ideal é o monge. O Budismo Mahayana é menos intelectualista, ascético e pessimista. Vale a pena lançar-se no ilusório por amor aos outros. Havia na índia uma tribo Sakyas, há 2.500 anos, tendo no século VI a.C. como rei Souãhodhana. Este, como não tinha filhos, rezava todos os dias aos deuses e lhes oferecia sacrifícios. Quando tinha 50 anos a rainha deu à luz um filho que se chamou Siddhartha. Um dia seu primo derruba uma pomba flechada, mas Síddhartha, vendo que só estava tonta, reanimou-a e a deixou voar. Isto irritou profundamente o primo que dizia que a pomba era dele porque a tinha derrubado, e Siddhartha dizia que quem mata uma criatura inocente não tem direito a ela, mas sim quem a salva da morte. Aos doze anos enverga o Fio Sagrado, significando como que uma confirmação e dedicando-se ao estudo do Hinduísmo. Aos 19 anos se casa. Mora num palácio. É feliz. Tem um filho. Mas a vida não o satisfaz. Aos 29 anos, num dia ao sair do palácio, encontra-se com um ancião. Compreende a vaidade da sua juventude, que fatalmente acabará na velhice. Outra vez sai e encontra um doente. Descobre que um dia sua saúde dará lugar à doença. Numa terceira vez que sai encontra-se com um cadáver, diz a si mesmo: para que a vida, se inevitavelmente a morte virá? Uma quarta saída põe -no em presença de um monge de feições calmas e felizes; decide, então, seguir o monge e renuncia à famí lia e ao luxo. Raspou a cabeça e a barba; as roupas de príncipe deu a um mendigo. Ele procurou a sabedoria com grandes mestres, mas eles lhe respondiam: estuda os Vedas, mas ele já os estudara e não encontrara paz. Encontrou -se então com cinco monges que também procuravam a sabedoria e que diziam a ele que é através do ascetismo que se chega lá. Durante sete anos se submeteu a jejuns e penitências. Um dia desmaiou de tanta fraqueza, acordando resolveu comer e se sentiu com mais força para pensar. Convenceu-se que não era pelo ascetismo que se chegava à sabedoria. Os cinco monges escandalizados o abandonaram. Chegando debaixo de uma figueira braba (Bo) disse: "Aqui fico até descobrir a sabedoria". Finalmente - 8 de dezembro - exclamou: "Descobri que: do bem deve vir o bem e do mal deve vir o mal". É a noite sagrada em que Sidhartha se tornou Buda, o iluminado. Foi então a Benares contar a descoberta aos cinco monges. "Mas isto não é novidade", protestaram eles. "Se esta lei é verdadeira - diz Buda então os sacrifícios e as preces aos deuses são estúpidos. O fogo é sempre quente e o gelo é sempre fria. A água corre sempre para baixo. Ora, não é com sacrifícios e orações que vão mudar estas coisas. Logo, elas são inúteis. Se isto é verdade os ídolos são i núteis. E então os Vedas não são livros sagrados, pois mandam fazer orações e sacrifícios e adorar os ídolos. Os Vedas nos mandam acreditar que Brahma dividiu os homens em castas, então isso também não é verdade. A única divisão é em bons e maus. Nem creio que o mundo foi criado por Brahma. O mundo sempre existiu e sempre existirá". Dor: A primeira verdade é que a vida é cheia de dor. Há um passado de dor, um presente de dor e um futuro de dores. Esta é a primeira verdade. A segunda verdade é sobre a origem da dor. A dor provém do desejo de experiências sensoriais. A terceira verdade é sobre a supressão da dor. É preciso procurar apagar esse desejo e escapar, assim, à corrente das coisas dolorosas, cruentas e ilusórias, que constituem o mundo. Assim se ent ra no Nirvana: é aniquilamento da existência individual e a extinção do sofrimento. É o céu do Budismo. Só que esse céu não é um encontro com Deus porque o Budismo não se preocupa com a existência de Deus, até podemos falar do Budismo como ateísmo. Não no sentido que se negue a existência de Deus, mas no sentido de que não se preocupa com a existência. Ainda recentemente num congresso budista mundial de Bangkock, na Tailândia, chegou -se à conclusão da necessidade de lutar para tirar do mundo a idéia de Deu s, que encoraja os regimes totalitários. A quarta verdade é sobre o caminho que leva à supressão do desejo. O desejo apaga-se quando se segue o MeioCaminho. Nada de prazeres nem de renúncia, nem ódio nem amor, nem tristeza nem alegria. Ao Meio -Caminho se chega seguindo o sagrado caminho das oito vias (oito regras de vida) : 1. Fé pura: a verdade é o guia do homem. 2. Vontade pura: ser sempre calmo e nunca fazer dano a nenhuma criatura. 3. Palavra pura: Nunca mentir, nunca difamar ninguém e nunca usar linguagem grosseira ou áspera. 4. Ação pura: nunca roubar, nunca matar e nunca fazer nada de que uma pessoa possa mais tarde arrepender -se ou envergonhar-se. 5. Meios de existência: nunca escolher uma ocupação que seja má, tal como a falsificação, manejo de co isas roubadas, usura e semelhantes. 6. Atenção pura: procurar sempre o que é bom e afastar-se do que é mau. 7. Memória pura: ser sempre calmo e não permitir-se pensamentos que estejam dominados pela alegria ou pela tristeza. 8. Meditação pura: consegue-se quando todas as outras regras foram seguidas; e uma pessoa tem atingido o nível da paz perfeita. Moral: podemos resumir estas oito regras de vida numa moral negativa e positiva. a) Negativa: 1. Não matar (nem mesmo animal). 4. Não mentir. 5. Não tomar bebidas alcoólicas. 2. Não furtar. 3. Não tomar a mulher do próximo. b) Positiva: Resignação ao sofrimento individual, a meditação sobre o sofrimento dos vivos, o esforço por participar, em imaginação, de suas dores e alegrias, a benevolência (libertação do coração), a piedade, o perdão das ofensas e o sacrifício por outrem. Monges: O Budismo é sobretudo uma religião de monges e monjas. O país por excelência do Budismo é a Tailândia. Ë um país de 26 milhões de habitantes, há 18 mil mosteiros e 240 mil monges (bonzos). Estes a sós ou em grupos de dois, com a cabeça raspada, um manto cor de laranja, uma flor de loto na mão e pendurado ao braço um prato para esmola; deixam seu isolamento para entrar por momentos em contato com a sociedade. É o fiel que diz "obrigado" por um monge ter aceitado a oferta, dando-lhe possibilidade de alcançar méritos e assim chegar numa futura reencarnação a ser também monge, que é o último estágio antes de chegar ao Nirvana. Os monges, além dos cinco mandamentos supracitados, devem observar mais os seguintes: o sexto mandamento: não tomar qualquer alimento além da refeição do meio-dia. Sétimo: evitar os espetáculos mundanos. Oitavo: não ornamentar nem perfumar o próprio corpo. Nono: evitar os leitos macios ou elevados do chão. Décimo: viver em constante pobreza. Os monges são obrigados à castidade perfeita, à obediência e à pobreza. As suas ocupações são os estudos dos textos antigos e a oração feita à base de fórmulas e ladainhas. Muitos se dedicam também ao ensino e a problemas assistenciais. Salvação: O Budismo é uma religião de auto-salvação. Basta seguir as máximas de Buda e eu chegarei por própria força ao Nirvana. Enquanto no Cristianismo se afirma que quem salva é Deus. O homem não pode por próprias forças se salvar, não pode arrancar-se do lamaçal puxando-se pelos próprios cabelos. É claro que Deus não salva ninguém sem o homem colaborar. Culto: O ateísmo búdico (Buda não fala em Deus, não diz nem sim nem não sobre a sua existência) comporta somente o culto de recordação. Buda não é um Deus nem um santo, entrou no Nirvana e nada mais pode fazer pelos seus. Em determinadas cerimônias lançam-se flores diante da estátua do mestre. Quatro vezes por mês prega-se no templo budista com a finalidade de difundir a sua doutrina. E chega-se também, em torno dos monumentos destinados a guardar relíquias, a celebrar festas visando a comemorar o salvador. Contribuição: Durante vários séculos o Budismo espalhou, sobretudo na Ásia, seu ideal de doçura e compaixão apagando ou mitigando a crueldade de centenas de povos orientais. Buda morreu aos oitenta anos, em 477 a.C. Disse que não era deus e que não queria ser adorado, mas mais tarde fizeram dele um ídolo. Encheram os templos com suas imagens e de muitos outros budinhas. Quanto à maneira de ver o mundo, o Budismo vê o mesmo com aparência enganosa. Aceita também a reencarnação. É a primeira religião universal. No Tibete o Budismo misturou-se com concepções totêmicas e animistas: é o Lamaísmo. Buda é considerado como encarnado numa espécie de papa, Dalai-Lama, chefe de uma teocracia. No Japão o Budismo virou Zen-Budismo. Escola de Educação Básica São Domingos SOR – Serviço de Orientação Religiosa HINDUÍSMO Fundação: Tem a sua origem pelo ano 1500 a.C.; nasce a partir dos elementos religiosos dos vencedores (arianos) e dos vencidos (os autóctones). Esta religião não provém de uma revelação, mas nasce da experiência humana. Consiste na investigação das profundezas da alma, na reflexão sobre si mesma, da preocupação em não deixar escapar nada da experiência. Fundador: Não tem fundador individualizado. Lugar: Índia. Livros Sagrados: Os Vedas, os Brahmanas, Upanichades, Estes são os mais conhecidos, mas há muito mais. O mais influente escrito religioso da religião hindu é Bhagavadgita (Canto do Sublime). Número de adeptos: 434 milhões. Distribuição: O hinduísmo é uma religião nacional. Só pode ser hindu quem nasce hindu. Portanto, o hinduísmo existe na Índia e onde há hindus, como na Indonésia, Paquistão, Ceilão, Birmânia, Malásia e África do Sul. Alguns autores costumam distinguir três fases: 1. Vedismo: 1500 a.C. Livro: Vedas (saber). Não há ainda a idéia de transmigração ( reencarnação ) . Salvação pelo sacrifício. 2. Bramanismo: século IX ou VIII a.C. Livro: Bramanas (manuais para sacrifício) e Upanichades (comunicações confidenciais). Salvação pelo conhecimento. 3. Hinduísmo: Primeiros séculos do Cristianismo. Livro: Puranas (antiguidades). Salvação está no amor. Hinduísmo se subdivide em Budismo e Jainismo, que são duas heresias. O mesmo não conhece dogmatismos. Deus: O Credo fundamental do Hinduísmo é o da existência de um espírito Universal chamado Brahma (alma do mundo). Esta alma do mundo, também chamada "Trimurti", o Deus Trino e Uno, tendo esse nome porque acreditavam que era: 1. Brahma, o criador. 2. Vishnu (Krishna), o conservador. 3. Shiva, o destruidor. O Hinduísmo acredita ainda em muitos deuses menores. Existem 33 milhões de deuses. Os sacerdotes hindus afirmam que são apenas representações de diferentes atributos de Brahma ou nomes do mesmo Deus. Aqui temos uma semelhança com o Deus Uno e Trino dos Cristãos: Pai, Filho e Espírito Santo. Alguns autores chegam a afirmar que a doutrina trinitária cristã provém do Hinduísmo. Mas a semelhança é apenas aparente porque no Hinduísmo temos um deus, mas com três nomes diferentes. É o mesmo Uno que uma vez é chamado Brahma, outra vez Vishnu e outra vez Shiva. Segundo as regiões da índia o mesmo Uno tem nomes diferentes; enquanto que no Cristianismo há um só Deus, mas o Pai não é o Filho nem o Espírito Santo; e o Filho não é o Pai nem o Espírito Santo; e o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas cada um é ele mesmo. O deus Vishnu se encarna em Rama e Krishna. Krishna nasceu num estábulo, de uma virgem, milagrosamente, foi perseguido por um rei malvado que, para fazê-lo desaparecer, massacra grande quantidade de crianças; salvo por acaso, é o primeiro pastor. Um dia levado ao templo impressiona pela sua sabedoria. Tornado homem leva vida devassa. Tem seis mil amantes às quais prega a resignação, o desinteresse e a bondade. Aqui temos semelhanças com a história da infância de Jesus. O que dizer disso? Primeira suposição: Esta estória era conhecida no mundo judaico e foi aplicada a Jesus Cristo pelos evangelistas sem corresponder à realidade histórica. Segunda suposição: Aquilo que se diz de Cristo de fato aconteceu com Jesus Cristo. Aquilo que era lenda tornou-se verdade histórica. Note-se ainda que a estória não corresponde no seu final, pois Jesus Cristo não levou vida devassa ou coisa parecida. Castas: Brahma criou primeiro o homem, depois a mulher. Desde o início houve diferentes castas. Da cabeça de Manu (homem) vieram as pessoas melhores, os sacerdotes ( Brahmanes ) . Das mãos vieram os reis e os guerreiros. Das coxas, os artesãos (negociantes e agricultores) e dos pés veio o resto do povo (súditos), que pertence à classe mais baixa e, abaixo de qualquer casta, estão os párias (escravos). Estas são as quatro principais castas da Índia. Quanto mais alta a classe tanto mais privilégios. Não se pode passar de uma casta para outra. Um homem de casta mais elevada não come e nem bebe em companhia de um de casta mais baixa. Não entra no mesmo templo. As crianças não podem brincar juntas. O pária está abaixo de qualquer casta; este não pode entrar numa loja de um indivíduo de casta superior. Diz em voz alta o que quer e deixa o dinheiro num lugar especialmente determinado. Tendo o logista deixado a mercadoria na rua e voltado para a loja, o pária então vai e a recolhe. O Hinduísmo é a única religião no mundo que ensina a divisão de castas. Em 1950 a constituição hindu aboliu as castas, portanto não há mais respaldo da parte da lei civil para a mesma. O que não quer dizer que com uma simples lei se possa abolir um costume milena r e que ainda hoje é ensinado pela religião hindu. Talvez o sistema de castas tenha sido introduzido na Índia pelos vencedores para manter os seus privilégios sobre os vencidos. Reencarnação: Por que ser bom, se sou de uma casta inferior e por isso não posso gozar das mesmas vantagens de um homem de casta mais elevada? Os que são bons nesta vida serão recompensados encarnando-se numa casta superior. A alma do homem provém de Brahma, se ele morre a alma se separa e entra numa casta superior ou numa inferior, ou mesmo num animal, até pode ser numa cenoura, isto segundo os atos de sua vida (é a lei do Karma). Nota: Não temos aqui ainda o verdadeiro sentido do pecado, que é ofensa a uma pessoa, cujo amor foi lesado ou uma ingratidão. O último estágio da reencarnação é ser sacerdote (segundo outros é a vaca) e se for bom sacerdote ele regressa à Alma do Mundo, a Brahma. O eu (atma) se perde em Brahma. É perder-se no Todo como a gota de água se perde no oceano. Nota: No Cristianismo há um reencontro no amor, um desabrochar pleno da pessoa e não uma dissolução no Todo. Mundo: Toda realidade terrestre é aparência enganosa, é fonte de sofrimento, a isso só se pode escapar pela renúncia e introversão, por isso a importância da meditação no Hinduísmo ou por determinados exercícios de concentração: Yoga (o qual pode ser praticado por alguém que não seja hindu, pois além de uma filosofia também é uma técnica). A fuga do sofrimento consiste em que o atma (eu) se integre no Todo (Brahma), isto é, que o homem se torne consciente de que o atma é idêntico ao Brahma; que ele possa dizer: "eu sou Brahma". Com esta concentração apaga-se a miséria interior de um homem, mas não o próprio mundo. Não há estímulos para trabalhar pelo progresso do mundo material. Tudo isso nos faz compreender o porquê da miséria na Índia, e do outro lado a sua profunda riqueza espiritual. Animais Sagrados: Vacas, macacos, serpentes. Esses animais são sagrados porque neles habita de maneira especial a divindade (Brahma). A vaca também é sagrada porque ela representa o último estágio da alma no mundo, antes de atingir a divindade. Também porque sempre acom panhou os hindus nas suas peregrinações, alimentandoos de leite. Quem comer carne de vaca ficará tantos anos no inferno quantos forem os pelos d a vaca. É sagrada também porque é consagrada à deusa do amor Lakhsmi, e porque é o símbolo da maternidade. Vegetarianos: Brahma está presente em todas as coisas e de maneira especial nos animais; por isso os hinduístas abstêm-se de comer carne para evitar o perigo de engolir a divindade. (Os mais fervorosos filtram a água que bebem, para pouparem algum eventual mosquito). Impureza: Há um mundo de coisas que pode tornar um hindu impuro. A própria sombra de um pária torna a pessoa impura e por isso a necessidade das abluções Não-Violência: Uma das doutrinas que mais chamam atenção do mundo moderno. Foi ela a arma usada por Gandhi na luta pela independência contra os ingleses. Doutrina propagada no Ocidente pelo assassinado Luther King e entre nós por Hélder Câmara. Os hindus pregam a nãoviolência porque em cada homem pode estar o antepassado reencarnado. Cremação: Em vez de enterrar os cadáveres, como se faz no Judaísmo e no Cristianismo, os mesmos são queimados. A Igreja Católica proibia a cremação de cadáveres porque no Ocidente ela foi muitas vezes usada para ridicularizar a fé na ressurreição dos mortos. Hoje em dia, não existindo mais este motivo de proibição, a Igreja permite a cremação. Ganges. Os hindus conhecem diversos rios sagrados. O principal deles é o rio Ganges onde se fazem abluções. Dizem os turistas que se trata de um rio atualmente muito poluído. Para os cristãos o rio Jordão tem uma significação toda especial, porque ali se realizou o batismo de Cristo. Os islamitas conhecem uma fonte sagrada (Zenzen) que se encontra na Kaaba, em Meca. Benares: É o centro, a cidade santa do Hinduísmo. Assim como Meca o é para o Islamismo, Jerusalém para o Judaísmo e Roma para o Catolicismo. Escola de Educação Básica São Domingos SOR – Serviço de Orientação Religiosa JUDAÍSMO Fundação: Século XIII a.C. A história do povo judaico começa pelo ano 1700 a.C. com Abraão. Fundador: Moisés, porque ele deu ao povo os Dez Mandamentos, que são considerados a pedra base do Judaísmo. Livro Sagrado: O A. T.; neste os livros considerados mais sagrados são os do Pentateuco, também chamado Torá. Lugar: Palestina (hoje Israel). Distribuição: Encontram-se judeus em pequeno número por todo o mundo. Mais de dois milhões vivem em Israel e uns cinco milhões nos Estados Unidos. É uma religião nacional. Adeptos: 16.000.000. Não é questão de número mas de qualidade. Seitas: Os judeus dividem-se em ortodoxos, conservadores, reformadores e liberais. O Judaísmo é a religião dos judeus (de Judá, nome adotado a partir da época greco-romana), dos hebreus (nome aplicado pelos indígenas de Canaã aos imigrantes chegados da outra margem), dos israelitas (significa aquele que luta com Deus), nome dado a Jacó após a sua luta com Deus (Gn 32,28). Livro Sagrado: Antigo Testamento (AT), palavra que foi introduzida pelo Cristianismo: significa Aliança. Os livros foram escritos em hebraico com alguns trechos em aramaico. Pelo ano 150 antes da nossa era foi feita, em Alexandria do Egito, a tradução para o grego. É a tradução dos setenta. Enfim, entre os séculos VII e X fez-se a edição massorética, em hebraico; ela forma o cânon judaico. Os católicos e os protestantes aceitam o AT. Somente que o cânon dos católicos reconhece alguns livros a mais, como Tobias e Judite, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. Estes são os livros que foram acrescentados por ocasião da tradução dos 70, mas não foram reconhecidos como inspirados pelos judeus de Jerusalém, porque eram favoráveis aos cristãos. O AT é a palavra de Deus. O Judaísmo é, portanto, uma religião revelada. Deus a revelou. Deus se revela através dos acontecimentos, através da palavra dirigida aos profetas. Uma das formas desta palavra é a Lei (Torá), que é como a consciência formulada do povo. Deus se revela pela sabedoria, que nós encontramos no mundo, sua ordem, sua harmonia. O Talmude reúne comentários sobre a Lei. História: O Judaísmo começa com Abraão que parte de Ur da Caldéia, na Babilônia, para Canaã e depois para o Egito, por volta de 1700 a.C. São tidos como patriarcas Abraão e Isaac e Jacó. Jacó estabeleceu-se no Egito e seu filho José se torna o primeiro mirústro do Faraó. Mais tarde, oprimidos, constrangidos ao penoso trabalho de fa bricar tijolos para as construções reais, os israelitas fugiram, guiados por um deles, Moisés. Penetram no deserto onde viveram 40 anos. Chegados ao Sinai Moisés recebeu de Deus a Lei, o Decálogo. Do ano 1200 a 1000 a.C., temos o estabelecimento das tribos nômades hebraicas terra verde de Canaã. Esta conquista é lenta. É só com Davi que cai a cidadela de Jerusalém. E é de se notar que, segundo a ciência das religiões, quando um povo nômade, de pastores, se torna um povo sedentário, de agricultura e de criação de gado, como foi o caso de Israel estabelecendo-se em Canaã, deveria operar-se uma mudança de religião, isto é, o único Deus do povo nômade é substituído por uma série de deuses locais de agricultura e de fecundidade. O maravilhoso é que isto não tinha acontecido com Israel. Javé absorveu os Baals. A fase histórica de 1000 até 587 a.C. é fase da monarquia. Ora, segundo todas as leis comuns da história das religiões deveria nascer e crescer uma religião nacional, enquanto Deus se tornaria, simplesmente, a personificação do poder nacional. Um Deus que faria o que o Estado quisesse, como acontece, por exemplo, com Marduk, deus da Babilônia. Ora, em Israel nada disso acontece. Javé é o Deus do Rei e da Nação. Javé é o criador do Estado Israelita e não vice-versa. Quando os reis descambam sempre mais para o despotismo antigo oriental, os profetas formam, no meio do povo, um núcleo de fiéis adoradores de Javé, o pequeno Resto. Ocorre o maravilhoso: já não coincidem Estado e Religião. Cativeiro Babilônico: 587-539 a.C. Depois de Salomão, o reino foi dividido em Israel e Judá. Israel, capital Samaria (Norte), cai em 722 nas mãos dos assírios. Em 587 é a vez de Judá (Sul). Os judeus são deportados para Babilônia. Aqui, segundo a ciência comparativa das religiões, o deus nacional devia desaparecer com a própria nação. O fato é que Javé fica. E o pequeno Resto, mais do que nunca, percebe Javé como criador do céu e da terra. Os profetas anunciam a libertação e, de fato, em 539 a.C., Ciro conquista a Babilônia e os Judeus podem voltar à sua pátria. A Fase do Judaísmo (a partir de 500 a.C.): São os da tribo de Judá, principalmente, os que voltam. Por isso, são chamados judeus. Daí o período do judaísmo. Reconstrói-se o templo. Nunca mais se chega a atos políticos importantes. No séc. II a.C., tenta-se, sob a liderança dos Macabeus, uma resistência corajosa contra os gregos, mas com pouco resultado. Em 63 a.C., começa a dominação romana. Nota-se que há mais judeus fora do que dentro da terra santa. Mas Jerusalém continua o centro desse povo. No ano 70 d.C., os romanos destroem o templo e dispersam o povo. Os judeus espalhados pelo mundo viviam, na Idade Média, em guetos, muitas vezes, marginalizados e perseguidos. Na última guerra mundial diversos milhões de judeus foram mortos por Hitler nas câmaras de gás, no entanto continuam subsistindo como povo. Estado de Israel: O regresso final dos judeus à Terra Santa e a Era Messiânica estão relacionados entre si. A fé na promessa de Deus é a base para a firme esperança de que esta Era ocorrerá. Tudo o que contribui para o fim do exílio é um preâmbulo divino para o Messias. Outros motivos que deram lugar ao moderno sionismo (volta a Sião, Israel): 1) a dor do exílio na manifestação moderna do antisemitismo; 2) o exemplo das revivências nacionais na Europa e no mundo; 3 ) para acabar com as peculiaridades da situação dos judeus no mundo pela reunião de todos numa só nação. No fim do séc. XIX e no começo deste, o sionismo do judeu húngaro Herzl pede a ressurreição de uma pátria judia, a volta à terra prometida. Em 1917 a Inglaterra admite que a Palestina se torne o lar nacional dos israelitas. Em 1948, 7 de maio, foi reconhecida pela ONU como nação livre e independente; quem presidia a sessão da ONU era o nosso embaixador Osvaldo Aranha. Aliança: Israel tem a convicção de ser o povo eleito o povo de Deus. Deus faz aliança com este povo (Sinai). A aliança significa amizade, solidariedade. Pela vivência da união com Deus, garante-se a unidade do povo; pela vivência da solidariedade recíproca dentro do povo, garante-se a união com Javé. Pela aliança Israel deve obedecer aos mandamentos de Deus e este o protegerá. A obediência é o encontro regular com Deus. Por que Deus escolheu justamente Israel? Por causa dos méritos de Abraão. As outras respostas, segundo A. Hertzberg, indicam que a interrogação continuará uma interrogação. É um mistério e um escândalo. O nãocumprimento da aliança produz o castigo. Exemplos: o cativeiro babilônico (589 a.C.), destruição do templo (70 d.C.). Teria Deus esquecido os judeus? Não. Pecaram, talvez não mais do que os outros povos, mas o seu dever era ser mais obedientes. Deus faz uma aliança com a humanidade em Noé. Eles devem obedecer à lei moral e esquecer a idolatria. A salvação está aberta a todos os que obedecem à lei da justiça. Deus fez uma aliança, no Sinai, a fim de que os judeus se tornassem um povo sacerdotal, seu servo sofredor, para que vivessem sob a lei e para que suportassem o fardo de todos os males que lhes pudessem acontecer. A sua missão é alcançar a redenção para si próprios e liderar a humanidade até o dia em que, segundo as palavras da liturgia, "O Senhor será Um e seu nome Um". Monoteísmo: No começo os hebreus veneravam simplesmente o "Deus de Abraão, Isaac e Jacó", deixando aos outros povos seus deuses. Moisés foi quem identificou este Deus dos patriarcas com Javé, e a partir daí os hebreus passavam progressivamente do henoteísmo (veneração exclusiva de um entre os deuses, Javé) ao monoteísmo (só Javé é Deus, e Deus universal). Conhecemos também formas de monoteísmo noutros povos (Culto do Sol, representado pelo faraó Echnaton), mas só em Israel o monoteísmo tem um caráter tão conseqüente, tão concentrado e tão poderoso. Para ele não é, em primeiro lugar, uma questão de número: Um só. Javé é o único, fundamentalmente outro, distinto de todo o resto, incomparavelmente ativo, em vista da nossa salvação. Messianismo: Desde a catástrofe do exílio babilônico, desenvolveu-se, no judaísmo, uma forte esperança de um futuro melhor, "o Reino de Deus", em que Deus mesmo governará o povo e o mundo, provavelmente através de um novo profeta (como Moisés) ou rei (como Davi), chamado Messias (ungido). Espera-se uma era em que Deus dará a seu povo a grandeza e a felicidade. O Messias, segundo uns, viria como resultado do cataclismo de milagres cósmicos. Outros o identificam com acontecimentos políticos reais. A vinda desse Messias foi vista, pelos cristãos, em Jesus de Nazaré. O Rabi Akivu saudou Bar Kocba, líder da revolta contra Roma, em 132-135 d.C., como sendo 0 Messias. Segundo Maimônides (1135-1206 d.C.), o Messias será um Rei da casa de Davi que reunirá todos os filhos dispersos de Israel, mas a ordem do mundo não será radicalmente mudada com a sua chegada. Haverá um mundo de justiça e de paz, uma humanidade verdadeiramente obediente aos preceitos da Torá. Muitos judeus hoje não crêem mais num Messias individual, pessoal, mas numa era messiânica. Tanto para os que crêem num Messias individual, como os que crêem numa era messiânica, esse Messias, ou esta era messiânica, ainda não veio. Espera-se. Cada um deseja uma salvação e toda a doutrina das religiões é uma doutrina de salvação. Mas só Israel vive a consciência de fé do que esta salvação significa: libertação da nossa infelicidade humana, ou seja, do pecado. Senso da História: Os outros povos do Oriente também se preocupam com a história. Escrevem crônicas e narrativas, mas só Israel tem uma historiografia única, isto é, somente Israel demonstra interesse pelo sentido mais profundo dos acontecimentos e pela conexão dos fatos. Tem ele a convicção de fé, que Deus vivo está agindo na história. Dor: Por que Deus permite a desgraça no presente? Por que justamente o inocente devia sofrer? Um pensamento judaico responde sustentando ser necessário curvar-nos à vontade Todo-Poderoso de Deus, mesmo quando não a compreendemos. É a resposta de Jó. Outras vezes, é castigo pelos nossos pecados ou então sofremos porque nossos pais pecaram como também podemos sofrer pelos pecados que os outros cometeram (servo de Javé), mas o judeu não conhece o sofrimento por causa de erros cometidos em vidas anteriores. Facções: No tempo de Cristo existiam os Fariseus (admitindo a ressurreição) e os Saduceus (os que a negavam). No século II a.C. fundou-se uma seita "comunista",a dos Essênios. Seita que teria sofrido a influência do budismo, segundo alguns, mas não temos documentos históricos para provar. Segundo uns, Cristo teria sido essênio, mas também isto não se pode provar. Os essênios tinham a propriedade em comum, proibia-se ouro e prata, habitavam em conjunto. As vestimentas, os alimentos, as mercadorias, conservados nos armazéns coletivos, pertenciam a todos. Trabalhavam só o mínimo necessário para sustentar-se. Não tinham escravos. Entre eles todos eram iguais. Pecado : É uma revolta contra Deus e um rebaixamento da própria natureza do homem. Ë o que nós não encontramos nos outros povos. Para o marxismo, pecado ë o fato de a criatura estar engrenada no lugar errado (alie nado). Para o budismo pecado é a imperfeição da criatura livre. Para o islamismo o pecado parece ser a trans gressão de impassível lei suprema. Para o humanismo se trata meramente de crime contra o homem. Para o judeu ë tudo isto, mas não se reduz a isso, é sobretudo uma infidelidade pessoal. Uma infidelidade a Javé, à sua aliança. Morte : O judeu acentua antes de tudo este mundo. É aqui que se decide a sorte do homem. Os mortos vão para o Sheol, tanto os bons como os maus. Nesse lugar não há penas nem alegrias. Os justos ficam até o juízo final, quan do serão ressuscitados e recompensados e, nesta ocasião, também os maus seriam castigados. Havia escritos rabínic os que afirmavam que havia um juízo logo após a morte. Os bons iam para o Éden (o paraíso). Os maus, para o castigo eterno. Outros escritos falavam de um completo aniquilamento. Os judeus aceitam a ressurreição, mas não a reencarnação. Ritos: A circuncisão é realizada oito dias após o nascimento. Por esse rito, a criança é agregada ao povo judaico. É o sinal de aliança entre Javé e seu povo. Ë mais ou menos o que é o batismo para os cristãos. Os árabes tam bém praticam a circuncisão. Hoje em dia, em hospitais dos Estados Unidos pratica-se a mesma por motivos puramente higiênicos. Aos treze anos temos o rito da i nic iaç ão, de lá em diante deve cumprir os deveres de adulto. D c asamento pode ser celebrado também em casa, mas em geral é na sinagoga. O dever da procriação é grave. O Rabi Eliezer diz que quem não o cumpre é assassino. Ninguém pode se furtar ao mandamento de o "crescei e multiplicai-vos". Ninguém pode ser rabino se não for casado. De preferência deve ter muitos filhos. A santidade do lar está acima de qualquer santidade. O judaísmo permite o divórcio (Deuteronômio 24,1). Após a morte, o cadáver é inumado, lavado, envolto nu num lençol e enterrado diretamente em contato com a terra. Moral: Além dos dez mandamentos há muitas outras leis a observar. Não se deve comer carne de camelo, de coelho, lebre, porco e tudo o que nas águas vive e não tem barbatana nem escama, pois são animais impuros. Proíbe-se também comer animais não sangrados, pois que o sangue é a sede da vida. Sábado é o dia de descanso. O judeu piedoso não deve trabalhar nem fazer trabalhar em sua casa. O sábado começa a partir da caída da noite de sextafeira. Festas: - Páscoa, celebra a libertação da escravidão do Egito. Dia em que o pão comum é substituído por um pão não fermentado e ervas amargas e se come o cordeiro pascal. O mais jovem pergunta ao pai sobre o significado da festa. E este conta a história da libertação do Egito. - Shavuót: Festa que celebra o encontro de Deus no Sinai. Deus e Israel fizeram uma aliança. - Sucót: Festa que relembra os quarenta anos passados no deserto. - Rosh Hashanah: Dia da criação. Segundo o calendário judaico estamos neste ano de 1982, da nossa era, no ano 5743 da criação. - Yom Kipur: Um dia por ano o judeu procura viver como um anjo, não comendo nem bebendo, passa todo 0 dia em oração. Yom Kipur, dia da expiação, é o último dos dez dias do arrependimento. Há a confissão de pecados dez vezes por dia. Confessa-se no plural. Os patrões pedem perdão por suas faltas a seus empregados. Há ainda outras festas, mas menores. Oração: Deus ouve sempre a oração e responde. A resposta não é sempre a desejada pelo homem. Deve-se rezar três vezes ao dia. Os salmos são, ainda hoje, rezados pelos cristãos evangélicos e pelos padres e religiosos católicos. Credo: Maimônides resumiu a fé judaica em treze artigos e que são atualmente aceitos pela maioria dos judeus. 1 - Deus criou e governa todos os seres. 2 - Deus é uno. 3 - Não tem corpo. 4 - É eterno. 5 - Deve ser o único a ser adorado. 6 - Todas as palavras dos profetas são verdadeiras. 7 - Moisés é o maior dos profetas. 8 - Toda a Torá é a que foi dada a Moisés. 9 - Esta lei não pode ser alterada nem substituída. 10 - Deus conhece todas as ações e todos os pensamentos dos homens. 11 - Deus recompensa os que observam os seus mandamentos e pune os que os transgridem. 12 - Deus fará vir o Messias. 13 - Deus fará reviver os mortos. Conversão: São Paulo anuncia a futura conversão do povo Hebreu. Conversões de indivíduos isoladamente aconteceram ao longo dos séculos e multiplicaram-se nos últimos 200 anos. Hoje a conversão em massa deste povo, que durante a sua história foi ameaçado de completa destruição umas vinte vezes, parece ainda muito longínqua. Tendências: Atualmente há quatro grandes tendências no judaísmo. 1° O Judaísmo Ortodoxo: observância escrita da Torá e do Talmude, considerados como um "recinto seguro e acolhedor". Aí não se mexe. 2° O Judaísmo Conservador: é mais moderado, pensa em adaptação ulterior da Torá conforme tempo e espaço. 3° O Judaísmo Reformador: reforma total dos cultos e conceitos judaicos. Considera a Lei antes como fonte de ética do que de revelação, e a esperança messiânica cumprida com a emancipação judaica (estado de Israel). 44 o Judaísmo LiUeral: vê a essência do Judaísmo no reconhecimento do único Deus de amor e justiça e da semelhança e filiação divina de todos os homens, e no cumprimento dos principais mandamentos morais. O Reino de Deus na terra deve se realizar pelo exemplo de vida do povo de Israel. O que unifica o povo judaico, como se pode ver, é mais a sua consciência histórica do que a convicção religiosa. Existe até um bom número de judeus se proclamando ateus. Escola de Educação Básica São Domingos SOR – Serviço de Orientação Religiosa ISLAMISMO (abandono a Deus), MAOMETISMO OU MUÇULMANISMO (os verdadeiros crentes) Fundação: 622 d.C. (Hégira, fuga). Fundador: Maomé (Mafona). Lugar: Meca, Arábia Saudita. Livro Sagrado: Alcorão (Leitura). Adeptos: 490 milhões. Distribuição: Marrocos, Líbia, Tunísia, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Iêmen, Jordânia, Palestina, Líbano, Turquia, Irã, Iraque, Paquistão, índia, Indonésia, Filipinas. Não há quase países da África em que não haja islamitas. De dez afri canos, que deixam a religião de seus ancestrais, sete se tornam muçulmanos e três cristãos. Eles existem mesmo na Iugoslávia como na Rússia Asiática. Esta religião também tem muita aceitação entre os negros norte-americanos. O próprio Cassius Clay é muçulmano. Islamismo, fundado por Maomé, homem da cidade de Meca. Apela ele às visões recebidas de Alá, numa gruta perto da cidade. Como Maomé era analfabeto, fez os secretários escreverem o Alcorão que se compõe de 114 capítulos. Primeiro vem os capítulos mais curtos, depois os mais compridos. É considerado ditado literalmente por Deus. Deus: Há um só Deus todo-poderoso e absoluto. Ela é tão poderoso que ordena tudo e -não há mais lugar para a liberdade do homem. Daí se chega ao fatalismo. Tudo está previamente previsto e marcado. "Estava escrito" é uma expressão comum no meio maometano. Conseqüência disso é que não há estímulo da parte da religião para o progresso material. Se eu sou rico ou pobre é porque Deus quer. Céu, inferno e juízo final: Deus é soberano juiz, manda os bons para o céu (jardim de delícias, onde há leitos artisticamente trabalhados, bebidas que embriagam, carnes de pássaros, virgens adolescentes apaixonadas... ), e os maus para o inferno (onde existe vento que queima, escuridão e fumaça e líquido fervente) e também há um juízo final que, segundo muitos, será inaugurado por Jesus. Antes do final virá a restauração do Islã. Todo mundo será islamita. Anjos e Demônios: O Islamismo crê, assim como 0 Judaísmo e o Cristianismo, na existência de anjos e demônios. São seres puramente espirituais. Guerra Santa: Essa idéia surgiu, quando Maomé se encontrava em Medina, para onde tinha fugido. Era pre ciso defenderse dos habitantes de Meca. Para isso era necessário organizar o exército. O exército exige muito dinheiro, então apareceu o arcanjo Gabriel que lhe disse que devia assaltar as caravanas. Sendo bem sucedido no assalto viu nisso a aprovação divina. Depois disso combateu e venceu os habitantes de Meca e impôs-lhes a sua religião. Mais uma vez Alá o tinha aprovado. Daí a promessa: quem morre nessa Guerra Santa vai direto para o céu. Os outros devem esperar até o fim dos tempos. Hoje, ela é concebida, antes de tudo, como guerra espiritual. Poligamia: O homem tem direito a ter quatro mulheres, o profeta Maomé, por ser profeta, teve o privilégio de ter nove. Além disso, permite o divórcio com a condição de lhe entregar algum dinheiro e com a autorização de tomar outra no seu lugar. A mulher não tem recurso legal contra o marido. Pode ele punir a infidelidade, provad a por quatro testemunhas, com a morte pela fome. Maomé pede que os homens sejam bons para com suas mulheres. A Mulher: Até há pouco tempo, a mulher era considerada mais ou menos como escrava. A oração não é para ela, ela não pode entrar nas mesquitas (igrejas). Depois da morte não se sabe para onde vai, pois alguns teólogos muçulmanos afirmam que nem sequer têm uma alma espiritual. Devia ficar sempre em casa e quando saía era obrigada a cobrir o rosto com o véu. É claro que hoje em dia as coisas estão mudando para melhor. Circuncisão: Como os judeus também eles conhecem a circuncisão das crianças do sexo masculino. Comidas e bebidas proibidas: Não comem sangue de animais, nem carne de porco, nem bebem bebidas alcoólicas, somente bebem refrigerantes. Também não jogam. Mesquita: Lugar sagrado de oração, onde não há imagens, cadeiras para sentar (somente tapetes), nem instrumentos musicais como órgão e harmônio. Ao entrar na mesquita o fiel descalça o sapato e reza acocorado sobre os calcanhares chegando a encostar a cabeça no tapete. Muezin: É aquele que do alto do minarete (torre) convida em voz alta os fiéis à oração. Não há clero hierarquizado, nem papa nem concílio. Há apenas o diretor das preces públicas (Iman). Os teólogos eruditos, em matéria de religião, procuram interpretar o Alcorão. Sexta-feira: (domingo dos maometanos) dia em que se reúnem, se houver ao menos quarenta pessoas, na mesquita para preces. As Cinco Principais Obrigações Religiosas: 1 - A profissão de fé: Alá é Deus e Maomé é o seu profeta. 2 - Recitar, 5 vezes por dia, uma oração, voltado para Meca: 1. entre a aurora e o nascer do sol; 2. ao meio-dia; 3. de tarde; 4. ao pôr do sol. 5. depois do sol posto. Para isso lava as mãos, os braços até os cotovelos, os pés até os tornozelos. Se não há água lava-os com areia e estende o seu tapete. 3 - Esmola aos pobres. Houve países muçulmanos, que haviam instituído uma taxa determinada para os pobres. Hoje em dia muitos islamitas vão ajuntando dinheiro durante a vida e o dão aos pobres por ocasião de sua peregrinação a Meca. 4 - Jejuar no mês de Ramadã, desde o surgir até o desaparecer do sol. Mês que cai nos fins de setembro e início de outubro, isso para nós. Duas horas antes do raiar do sol soa o canhão avisando os fiéis que devem preparar a refeição matinal. Quando a luz é suficiente para distinguir um fio de cabelo branco de um fio de cabelo preto soa de novo o canhão e a partir desse momento o muçulmano não pode mais comer, nem beber, nem fumar, nem usar perfumes, nem sequer engolir a própria saliva. O mesmo é obrigado desde os catorze anos. Doentes, viajantes ou soldados podem diferir o jejum. Nestes meses celebram-se orações especiais na mesquita dia e noite. No fim do mês de Ramadã celebra-se o quebrajejum. Festa que dura geralmente três dias: no Brasil parece que os maometanos o limitaram a um dia. 5 - Peregrinação a Meca: O maometano tem obrigação de uma vez na vida fazer essa peregrinação. Fazem-na em geral lá pelos quarenta anos. No dia do mês da peregrinação, celebra-se a reunião dos muçulmanos em Arafate (colina que dista uns 20 km de Meca). Vestidos de branco (Iran), depois do sol posto, partem para Muzdalifa (6 km de distância). Passam a noite em vigia. De manhã cedo cada um ajunta 7 pedras e marcham para Mina. São sete quilômetros de caminhada. Lá o demônio é representado por uma pilha de pedras e sobre ele se lançam as sete pedras, imolam sobretudo carneiros; tiram o Iran e cortam o cabelo e as unhas. Passam uns três dias ali e depois podem seguir a Meca, onde cumprem quatro cerimônias: 1. Dar sete voltas, no início e no fim da visita, em redor da Casa Santa; 2. Beijar a pedra negra; 3. Beber a água Zenzem; 4. Ir e voltar correndo entre as duas colinas as-Safa e al-Marva. Rosário: Quando vão à rua levam os seus rosários consigo. Esses rosários têm, habitualmente, 99 contas. Enquanto caminham, desfiam o rosário pelos dedos, murmurando um nome para cada conta. Se se esquecem de um nome não se perturbam, mas murmuram: Alá, Alá. Revelação: A primeira revelação veio com Moisés. A segunda, mais perfeita que a primeira, veio com Jesus Cristo. E a terceira e última, a mais perfeita de todas, com Maomé. A conseqüência nos adeptos é o orgulho, a intolerância e a estagnação. Religião não se discute. Conversão: É quase impossível porque consideram os cristãos como idólatras (adoram três deuses). Religião e Política identificam-se, pelo que não se pode ser bom cidadão se não se for bom muçulmano. A sua moral, especialmente no que diz respeito ao matrimônio (poligamia), é muito fácil, pelo que dificilmente se adere ao cristianismo. Quem quisesse converter-se teria de fugir da sua terra e da sua família, para evitar a perseguição por parte dos vizinhos. No mês de julho de 1977 os jornais noticiaram um projeto de lei, no Egito, que propunha a instituição da pena de morte para os que renegassem a fé maometana. Divisão: Temos os Sunitas e os Xiitas. Os primeiros são ortodoxos, conservam a tradição (suna), conjunto de tradições, completando o Alcorão. Os Xiitas, cujo centro principal é a Pérsia, pensam que Maomé não é o último dos profetas. Há outros, notadamente o seu filho adotivo e genro Ali e dois filhos de Ali, Hassan e Hossein, martirizados pela fé. Esta morte trágica é para os Xiitas o mesmo que a Paixão de Cristo é para os cristãos. O Mês de Moarram, consagrado a essas recordações sangrentas, é como a Semana Santa, cheio de lúgubres ima gens e cenas de luto. A história do martírio é lida, nos citados aniversários, em forma de diálogo que relembra perfeitamente tudo o que se pratica nas igrejas no Domingo de Ramos. O islamismo ortodoxo é uma religião puramente viril, feita unicamente para os homens. Há diversas seitas, como o sufismo (movimento místico que data do séc. VIII e que se desenvolveu sobretudo na Pérsia, os Sikks (da índia do séc. XV, que aproximam a doutrina muçulmana de certas fórmulas hindus); os Wahhabitas (que querem viver o islamismo na sua pureza primitiva, reagindo contra o culto das relíquias, contra a importância dada aos túmulos dos santos, contra o luxo e a corru pção dos costumes, contra o uso do tabaco); o Bahaismo (que prega a igualdade e a fraternidade humanas e apresenta-se como religião universal). Calendário: Se os cristãos têm a sua maneira de contar os anos, assim como os judeus e os maçons, também os maometanos a têm. Para eles o ano um é o ano de 622 da nossa era. Se hoje estamos em 1982 eles estão em 1360. Em 622 se deu a fuga do profeta da cidade de Meca para Medina por causa de suas pregações religiosas. Cristo e Nossa Senhora: Maomé tinha conhecimento do Judaísmo através de uma prima de sua mulher, Varaka, que tinha enveredado pela fé judaica, e que lhe lia freqüentemente a Bíblia, já que ele era analfabeto. Quando leram a Maomé o Novo Testamento, a história de Jesus convenceu-o de que a Arábia necessitava de um profeta e dirigente, assim como Jesus o é para os cristãos. Por isso, Maomé reconhecia Jesus como profeta e Maria como Mãe do profeta. Não reconhecia a divindade do mesmo. É precursor do profeta por excelência, Maomé. A Bíblia é vista parcialmente como fonte de revelação. Todos os povos que não têm religião superior (caracterizada por livros sagrados) devem ser submissos ao Islã. Os outros, judeus e cristãos, devem lhe pagar imposto, quando vivem no meio de muçulmanos. Durante a história cristãos e muçulmanos foram grandes adversários. Judeus e Árabes: Povos irmãos. Segundo uma lenda árabe, Abraão era casado com Sara, que era estéril. Segundo a lei daquele tempo a esposa podia dar ao marido uma escrava para que dela gerasse um filho, mas o filho era considerado da mulher legítima. Assim Sara deu a Abraão a sua escrava Agar para que dela lhe gerasse um filho. Quando Agar se encontrava grávida ela zombava de Sara, que não tinha sido capaz de dar um filho a seu marido. Nasceu assim o pequeno Ismael. Aconteceu, porém, que Sara contra toda a expectativa concebeu e deu à luz a Isaac. Sara então aproveitou a ocasião para pedir a Abraão que expulsasse a escrava e o seu filho e este obedeceu a sua mulher (Gn 21). Encontrando-se um dia a mãe e o filho no deserto, exaustos, sedentos, prontos para morrer, o pequeno Ismael brincando na areia fez um buraco, do qual brotou água (Zenzem). Quando Abraão ouviu o milagre acorreu e ali construiu um templo (Kaaba), no qual colocou a Pedra Negra, que Adão e Eva tinham levado ao serem expulsos do paraíso e que tinha assim passado de geração em geração até chegar a Abraão. De Ismael descendem os árabes e de Isaac os judeus: povos irmãos. Escola de Educação Básica São Domingos SOR – Serviço de Orientação Religiosa CRISTIANISMO A palavra cristianismo vem de Cristo. Cristãos são aqueles que aceitam Cristo, que aderem a Cristo, como DeusHomem. Por isso, não são cristãos no sentido estrito da palavra os espíritas e umbandistas, pois para eles Jesus é apenas criatura, mas não Deus. Jesus Cristo: O cristianismo é em primeiro lugar, e antes de tudo, uma adesão a unia pessoa: Jesus Cristo, como meu amigo, o projeto fundamental da minha vida, o meu caminho, verdade e vida. A moral cristã: O cristianismo não é, portanto, um código de moral em primeiro lugar. Cristão não é aquele que observa todas as leis, mas é aquele que aderiu a Cristo, que o ama, e, por isso, procura observar os mandamentos do seu Bem-Amado, as suas exigências. Moralmente bom é tudo aquilo que está consoante com a própria pessoa de Jesus Cristo. Moralmente mau, imoral é aquilo que atraiçoa a pessoa de Jesus Cristo. Assim, os dez mandamentos assumidos do judaísmo por Cristo só têm sido colocados numa relação pessoal com Ele. Os mandamentos são superados pela lei do amor pessoal. Doutrina: A própria doutrina vem depois. Porque amo Cristo por isso eu sigo a sua mensagem. Eu acredito nela e segundo ela quero viver. O cristianismo portanto não é em primeiro lugar uma soma de doutrina ou dogmas. Culto: Também este vem depois, porque amo Jesus Cristo eu vou à missa. A missa, o culto, é expressão do meu amor para com Ele. Se não quero amar o meu semelhante de nada me adianta ir ao culto (Mt 5,24). O homem: O cristianismo visa o homem todo, não somente a alma. O Cristo procurou dar de comer aos que tinham fome, dar de beber aos que tinham sede, curar os doentes. Por isso, o cristianismo está comprometido com as necessidades temporais dos homens. Salvação: O homem nasce num estado de não-salvação. Cristo morreu por nossos pecados salvando-nos. O homem recebe esta salvação no momento em que adere a Cristo. Crê e é batizado. A salvação não é algo que só acontece após a morte, já está acontecendo agora. É verdade que é uma salvação precária que o homem pode perder, afastando-se voluntariamente de Cristo. O cristianismo ensina que o indivíduo pode alcançar a salvação também em outra religião e mesmo fora de qualquer religião, contanto que ele siga com honestidade a sua consciência, fazendo o que a sua consciência lhe reclama e pede. Isto porque o cristianismo crê que a consciência humana é o sacrário íntimo onde se manifesta a própria voz de Deus. Deus Trindade: O Deus cristão não é um Deus solitário. Não vive na solidão. É um Deus em três pessoas. Pessoa em Deus é antes de tudo SER RELAÇÃO. Deus é amor. O homem feito à imagem e semelhança de Deus só se realiza enquanto sai de si e vai aos outros, enquanto se relaciona com os outros. A angústia do homem moderno só se cura na relação com seus irmãos, fazendo o bem ao seu próximo, estando em paz com seus irmãos e consigo mesmo. Céu-inferno: O céu é a realização plena da pessoa humana em Deus. É a felicidade suprema. Para lá vão os bons. O inferno é a absoluta frustração humana. Para lá vão os maus, os que morrem em, pecado mortal. Reencarnação: O cristianismo não aceita a possibilidade de o espírito voltar a este mundo e viver num outro corpo. "Está escrito, o homem morre uma só vez e depois é o julgamento" (Hb 9,27). Ressurreição: Professa com os judeus a ressurreição dos corpos. Assim o corpo de Jesus, que fora sepultado, é reassumido pelo mesmo e sai vivo e glorioso do sepulcro. Na consumação da história humana (fim do mundo), quando Cristo voltar (a segunda vinda), então as nossas almas se unirão a seus corpos, que tiveram em vida e ressuscitarão e seu corpo será semelhante ao corpo glorificado de Cristo. Anjos e demônios: Deus criou não só os homens, mas também criaturas puramente espirituais, invisíveis. Os que, entre eles, pecaram, tornaram-se maus, isto é, demônios. Os bons são chamados anjos. Os anjos e demônios jamais se encarnaram e jamais se encarnarão. Fim do mundo: Não é em primeiro lugar um fim cósmico. O cosmos seria destruído. Sabemos que os homens, hoje em dia, têm a possibilidade técnica para destruir o globo terrestre, isto é, a humanidade, não o cosmos como tal. O fim do mundo acontece para o indivíduo quando ele morre. O fim do mundo é a segunda volta de Cristo em poder e majestade para consumar a história da humanidade. É a vitória definitiva de Cristo, sobre o demônio, isto é, do bem, da justiça, do amor, da vida etc., sobre o mal, a injustiça, o ódio, a morte etc. Por isso, os primeiros cristãos desejavam ardentemente a volta do Cristo. Quando será o fim? Ninguém o sabe. Cristo não quis no-lo revelar. Católico: O cristianismo é católico, isto é, universal. Ele pretende ser uma religião para todos os povos, para todas as raças e culturas. Não é uma religião local, regional, ou nacional. A Igreja Católica tem a convicção de que ela foi fundada por Jesus Cristo e que ela, entre as Igrejas Cristãs, é a Igreja que por sua estreita e ininterrupta ligação com Jesus Cristo, a quem ela prega, conserva e vive em seus sacramentos e ministérios, e por quem se deixa continuamente criticar, é a mais excelente articulação institucional do cristianismo. Tem a convicção de que nela se encontra a totalidade dos meios de salvação. Que embora ela mesma se saiba pecadora e peregrina, ainda longe da casa paterna, contudo está convencida de levar Cristo e a sua causa adiante sem erro substancial. Que ela não esgota a estrutura crística, nem se identifica pura e simplesmente com o cristianismo. Mas é a sua objetivação e concretização institucional mais perfeita e acabada com isso não nega o valor religioso e salvífico das demais religiões cristãs ou não cristãs. Apenas que, em confronto com a Igreja Católica, aparecem deficientes. Purgatório: Os protestantes não aceitam a existência do purgatório porque para eles faltam provas bíblicas para isso. Para a Igreja Católica nada de imperfeito pode participar do céu, por isso a necessidade de uma purificação anterior (purgatório) (2Mc 12,39-46; 1Cor 3,11-15). Santos: Os protestantes não aceitam os santos como intercessores. Jesus Cristo é o único mediador. Para os católicos Jesus Cristo também é o único mediador (1Tm 2,5), que não exclui a mediação dos santos. Este são amigos de Deus, neles se realizou a redenção operada por Cristo, a Igreja Católica os venera como veneramos pessoas queridas ( mas não os adora, isto só se deve a Deus). Imagens: A Igreja Católica admite imagens de santos e presta culto às mesmas, mas ela sabe muito bem que está cultuando a pessoa, que esta imagem representa. A Igreja venera as imagens como se venera uma fotografia de um ente querido, ou a estátua de uma pessoa célebre. Mas não adora. Só Deus é Deus e só a Ele se deve adora ção. A criatura é criatura e por isso só a podemos venerar, respeitar e honrar. Nossa Senhora, Maria de Nazaré: Ela é chamada desde o concílio de Éfeso (431) Teotokos (mãe de Deus), isto é, não no sentido de que ela seja a mãe que gerou Deus, que antes não existia, mas é mãe de Deus, enquanto gerou a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que sempre existiu e que em Maria tomou um corpo igual ao nosso. Quem nas ceu de Maria foi Deus feito carne. Quem nasceu não foi o homem Jesus no qual Deus entrou depois, mas desde o primeiro instante da concepção a divindade estava unida à humanidade e assim Maria gera o Deus-Homem (que é Jesus de Nazaré). Os protestantes (evangélicos) costumam chamá-la simplesmente de mãe do Senhor. Segundo a Igreja Católica Maria foi virgem antes da parto, isto é, concebeu sem concurso de homem algum (José). O que se exprime biblicamente é "concebeu do Espírito Santo (Mt 1,18). Jesus é tão sublime, tão extraordinário, que os homens não o puderam produzir. Ele é presente de Deus, dádiva, graça. Isto também é aceito pelos evangélicos. Maria foi virgem durante o parto. Impossível! A Deus nada é impossível. Deus para mostrar a excelência do Filho , que nasceu, preserva a sua mãe virgem. Maria conservou a virgindade para toda a vida. Não teve outros filhos, além de Jesus. A virgindade de Maria não é aceita pelos evangélicos, ao menos por alguns. Mas os evangelhos não nos falam dos irmãos de Jesus? (Mt 12,50; 13,55; Jo 7,5). Sim. Mas a Palavra hebraica pode tanto ser traduzida por primo como por irmão. Para os católicos os chamados irmãos não passam de primos de Jesus. Aliás, interessante notar que só Jesus é chamado de filho de Maria e jamais os ta is "irmãos". Se Jesus tivesse tido mais irmãos por que confiou a sua mãe a um amigo, João, na hora de sua morte? (Jo 19,27). Hierarquia: Segundo a Igreja Católica Cristo quis a sua Igreja governada pelo colégio dos apóstolos, por isso, instituiu os doze, chefiados por Pedro (Mt 16,18; Lc 22,31; Jo 21,17). Os sucessores dos apóstolos são os bispos e o sucessor de Pedro é o Papa, bispo de Roma. Os bispos passaram o seus múnus em grau diverso a pessoas diversas na Igreja. Assim, os padres participam do sacerdócio, mas só o bispo tem o ápice do sacerdócio. Os sacerdotes são os seus colaboradores. Os diáconos estão no grau inferior da hierarquia. São ordenados não para o sacerdócio mas para o ministério. São títulos honoríficos e na da mais: Monsenhor, cônego, cardeal, não obstante que os cardeais sejam importantes para a eleição de novo papa. Leigos: São todos os católicos que não pertencem à ordem sacra (bispo, padre e diácono) ou ao estado religioso (irmão, freira). Os leigos poderão ser Ministros Extraordinários da Eucaristia, Leitores e Acólitos. Sacerdócio: Os batizados formam o povo de Deus (hierarquia e leigos). Pelo batismo todos participam do sacerdócio de Cristo. Todos são sacerdotes. É o chamado sacerdócio comum, enquanto os dos bispos e padres é chamado sacerdócio ministerial. Celibato: A Igreja Católica exige o celibato do seu clero. Esta é uma lei disciplinar, não divina. Lei que no início da Igreja não existiu. Lei que a Igreja pode mudar se as circunstâncias o exigirem. Casamento: O sexo é visto como obra de Deus. Foi Deus que fez o homem e a mulher. A realização do sexo é que rida por Deus no casamento. Que seja uma expressão de amor entre marido e esposa. A Igreja prega o matrimônio indissolúvel porque Cristo assim o quis: "Não separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19,6). Controle de Natalidade: Quantos filhos um casal deve ter? Deus não indicou a taxa, apenas disse: "Crescei e mul tiplicai-vos (Gn 1,28). O casal mesmo deve, com mão na consciência, resolver o problema diante de Deus. Que mé todo usar? A Igreja propugna como o ideal o método natural 1) Ogino Knaus. 2 ) Temperatura basal. 3 ) Billings ). Os outros métodos (pílula etc.) são um mal, mas poderão em determinadas ocasiões ser um mal menor para o casal. Exclui totalmente os métodos abortivos. Batismo - A Igreja batiza crianças. No Novo Testamento não existe prova explícita e clara a favor, nem contra. Mas elas não podem crer? Não podem, mas podem os pais e os padrinhos. Na família, onde não há fé vivida, não se deve batizar crianças. Mas não é melhor esperar até que tenham juízo? Até os oito anos ao menos? Bem, se isto vale para o batismo deveria valer também para o seguinte: Por que vestir as crianças, deixe que elas resolvam quando forem grandes. Por que ensinar-lhes uma língua? Deixe que elas mesmas a escolham. Por que ensinar-lhes normas de comportamento? Deixe que elas mesmas decidam se querem seguir alguma norma. Por que mandá -las para o colégio? Deixe que elas mesmas escolham mais tarde se quiserem estudar ou não? Claro que nenhum a família faz isto. Ela transmite aos filhos aquilo que ela acha que é um bem para os mesmos. Se ela for uma família de fé, de vivência cristã, se achar a fé algo de positivo para a formação da criança, então ela a mandará batizar. Doutrina Social: A Igreja Católica, sentindo a problemática da Europa industrializada e as injustiças cometidas entre patrões e operários, começou a publicar cartas encíclicas, oferecendo princípios de orientação em vista de uma atitude cristã diante dos bens da terra. Acentua-se nas mesmas: a dignidade da pessoa humana; a destinação de todos os bens do mundo para uso de todos os homens; o direito de propriedade particular e de livre iniciativa; a função social da propriedade particular; a primazia do trabalho em relação ao cap ital; a necessidade da intervenção do poder estatal nas atividades da iniciativa privada; a finalidade da produção deve estar a serviço do homem e do homem todo; a remuneração justa do trabalho, isto é, de acordo com a dignidade humana do trabalhador, com seu estado, com o serviço que presta, com as possibilidades da empresa e com as exigências do bem comum; o trabalho como um direito e um dever para todos; o direito de reunião e associação; a atuação do bem comum como a razão de ser dos poderes públicos; a participação de todos os trabalhadores na direção da empresa; Deus como sendo o verda deiro fundamento da ordem social.